Trabalho - 4353
O fazer pedagógico no VER-SUS: por ritornelos possíveis no trabalho. Autores: Carlos Alberto Rodrigues Morrudo Filho, Virgínia De Menezes Portes, Daniel da Silva Fernandes |
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Este ensaio convida-nos a pensar o fazer técnico pedagógico no VER-SUS, a partir do conceito de Ritornelo, cuja proposição aciona criar territórios, deslocar-se com vista às resistências que ultrapassem o esgotamento. A experiência profissional como apoiador técnico pedagógico/financeiro do projeto “Vivências no SUS como estratégia para qualificação e desenvolvimento dos futuros profissionais e trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) – VER-SUS”, uma parceria entre Associação Brasileira Rede Unida (REDE UNIDA), e Organização Pan Americana da Saúde (OPAS) e Ministério da Saúde (MS); convoca à reflexão sobre o fazer pedagógico no trabalho. Há uma polifonia de demandas produzidas cotidianamente no trabalho; são ruídos passíveis de análise que permitem criar territórios de resistência, em meio aos desafios apresentados pelo VER-SUS. Demarcar falas tem o intuito de agenciar territórios, posicionar-se diante daquilo que se acredita como ético. O fazer pedagógico está imbuído pela transversalidade da aprendizagem inventiva, ou seja, sons são produzidos para atentar-se ao processo do trabalho, onde o estranhar, perguntar, silenciar, compartilhar falas faz parte da aprendizagem; todos considerados como cantos, cujas sonoridades produzem territórios de sustentação para seguir adiante naquilo que se propõe eticamente no VER-SUS. O ritornelo está na possibilidade de agenciamento territorial, por vezes partindo em direção a ele, outras se instalando nele e consolidando seus componentes ou até dando conta de colocar o território em fuga. Criamos nossos próprios tambores para produzir sons e afetar tantos outros a sentirem-se convidados a participar do VER-SUS. O tensionamento pedagógico é encontrar um entre lugar diante das demandas no trabalho. Produzir ritmos descompassados para dar espaço as diversidades tem sido o plano de aprendizagem em constante movimento de desterritorialização. Destacar essa experiência pedagógica é também dar o tom àquilo que se tem de mais potente no SUS: produzir vidas criativas onde cantarolar permite marcar territórios de singularidade à vida e potências múltiplas. A equipe técnica pedagógica/financeira do VER-SUS Brasil, tem exercitado produzir sonoridades territoriais a fim de possibilitar colocar em análise os campos de força que emergem das demandas advindas de diferentes projetos regionais, municipais, às quais, procura-se respeitar as singularidades de cada grupo, ao encontro de componentes referente ao VER-SUS, há exemplo da Educação Permanente em Saúde (EPS) e o quadrilátero para formação na área da saúde. Quando possível, o encontro das vozes é entoar ritmos possíveis, para que se afirme a transversalidade do projeto VER-SUS. |
Trabalho - 1666
VER-SUS e a sua importância na formação do acadêmico em Enfermagem: Um relato de experiência Autores: Nany Camilla Sevalho Azuelo, Sônia Maria Lemos, Darlisom Sousa Ferreira, Júlio César Schweikardt |
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Introdução: Durante a vida acadêmica é possível observar que há diversas práticas interdisciplinares que acrescentam no conhecimento do acadêmico, sendo de relevância questionar se as mesmas possuem um conteúdo crítico-reflexivo sobre o sistema único de saúde, e dentre essas práticas, o projeto VER-SUS é uma das portas que se abrem para tal processo. Vale destacar o quão essas práticas enriquecem e são necessárias para a formação do profissional em enfermagem, visto que por elas é que evidencia a articulação com a teoria e são significadas as experiências. Objetivo: Descrever a importância do projeto VER–SUS na formação do acadêmico em Enfermagem a partir de uma experiência de estágio interdisciplinar de vivência, a partir da percepção de uma acadêmica em Enfermagem. Relato: O VER-SUS ocorreu nos dias 3 a 9 de agosto de 2017 que propiciou conhecer sobre a atenção primária da rede pública de saúde e o estágio de vivência ocorreu em 11 comunidades do Amazonas, sendo sete dias intensos de vivência em comunidades e unidades básicas de saúde, com a presença de profissionais, estudantes e usuários dos serviços. Nesses dias foi perceptível a importância que os usuários de cada comunidade davam a vinda do barco e profissionais e como o itinerário do usuário se realizavam. Resultados: A partir dessa experiência, ocorrida em 2016, no estado do Amazonas, no Barco Catuiara às margens do Rio Amazonas, foi possível afirmar a importância de ampliar a associação entre o ensino e as ações que remetam às vivências interdisciplinares. Estas experiências se configuram como estratégias de ensino-aprendizagem fundamentais para a Enfermagem e para a área da saúde como um todo, a fim de criar vínculos entre os aprendizados vividos em sala de aula e na prática. Desta forma, sentiu-se necessidade de discutir a formação da Enfermagem a partir das experiências frente a sua atuação na área da saúde, com o intuito de considerar as mudanças e a presença da Enfermagem no cenário brasileiro, ressaltando a importância de os estudantes estarem atentos para suas concepções e práticas. O projeto VER-SUS realizado às margens do Rio Amazonas possibilitou evidenciar a relação profissional-usuário-comunidade e sensibilizar os futuros acadêmicos de como é possível promover saúde em condições de vida, logísticas diversas e voltada para a realidade das pessoas que ali vivem. Conclusão: Assim, percebeu-se que as vivências interdisciplinares influenciam na ampliação do conhecimento e do senso crítico do acadêmico diante da realidade. Quando se tratar do projeto VER-SUS, que busca a aproximação de estudantes de diferentes cursos com a realidade e prática do SUS é necessário que o acadêmico adquira conhecimentos sobre as diretrizes do SUS, e seu funcionamento diante da experiência vivida, havendo uma troca de posicionamentos entre os viventes sobre o antes e o pós-vivência de suas percepções e realidades. Por fim, ressaltamos a importância da constante revisão das práticas, da formação e do papel do enfermeiro, para pensarmos sobre outras formas de aprendizagem e diálogo ao longo do ensino superior diante das vivências interdisciplinares. |
Trabalho - 1284
VER-SUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE ESTRATÉGIAS DO SUS NA ASSISTÊNCIA AO RIBEIRINHO NO AMAZONAS. Autores: Antônio Sávio Inácio, Nany Camilla Sevalho Azuelo, Anderson Bentes Mafra, Raissa Pires de Medeiros, Yara Naya Lópes de Andrade Goiabeira, Sônia Maria Lemos, Eduardo Jorge Sant´ana Honorato |
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Apresentação: O Programa “Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde – VER-SUS” surgiu com objetivo de aproximar e construir uma política de educação para futuros profissionais da saúde. Objetivo: Relatar a percepção do vivente do VER-SUS sobre estratégias utilizadas pelo SUS na prestação de assistência a comunidade ribeirinha do município de Manaus – AM e a relevância das mesmas na qualidade de vida da comunidade. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência vivenciado por um discente do 8º período de Enfermagem pela Universidade do Estado do Amazonas – UEA, através do programa “Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde – VER-SUS” no mês de agosto/2016 a bordo de um barco viajando pelo Rio Negro atendendo as comunidades ribeirinhas do município de Manaus – AM, o projeto contava com a participação de acadêmicos das áreas de Enfermagem, Medicina e Odontologia da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Resultados: Uma vez a cada mês uma equipe formada por profissionais da saúde segue o Rio Negro a bordo de uma UBSFluvial/barco Catuiara, atendendo comunidades ribeirinhas do município de Manaus, tal percurso dura em média uma semana. Durante os dias de vivência os acadêmicos foram distribuídos, buscando estimular a interação com a equipe de saúde. As atividades diárias ofertadas no barco foram de Consultas médicas, de enfermagem e odontológicas, realização de exames laboratoriais, entrega de medicação pela farmácia e atendimento pela assistência social. A cada comunidade, os acadêmicos alternavam e dividiam-se em atividades diferentes para acompanhar os profissionais no decorrer das atividades. Por dia, foram atendidos em média duas comunidades, uma pela manhã e outra pela tarde, os atendimentos foram por livre demanda, com exceção do atendimento odontológico, onde cada cirurgião dentista atendia 10 pacientes, dois cirurgiões dentistas compunham a equipe. A comunidade literalmente comemorava a chegada do barco, algumas organizavam festas para agradecer a equipe pelo serviço prestado, com músicas, danças e comida. As necessidades da comunidade, em alguns aspectos, se mostravam nitidamente, o acesso à saúde era precário, e caso precisassem, teriam que enfrentar horas de viagem pelo rio até chegar na capital do Amazonas. Mesmo com todas as dificuldades pareciam felizes e sempre satisfeitos em seus depoimentos de agradecimento à equipe pelo empenho e dedicação na prestação da assistência. Conclusão: Embora se considere pouco disponibilizar serviços de saúde uma vez ao mês a alguém, sabe-se também que muito esforço é tido para que pelo menos neste dia as necessidades de uma comunidade inteira sejam supridas, é necessário muito comprometimento de uma equipe e muito apoio de um sistema, diante disso, pode-se destacar a importância deste serviço, sua realização é de suma importância para a qualidade de vida de parte de uma sociedade com direitos que deviam ser iguais, o intuito agora é que muito mais possa ser feito, e que o serviços de saúde possam ser destinados à todos respeitando todos os preceitos que regem o SUS. |
Trabalho - 2774
VER-SUS como ativador do perfil ético e político: Relato de experiência sob a ótica do vivente Autores: Rafaele Conceição Pereira, Cícero Gomes dos Santos Neto, Joana D'arc Silva Gomes, Lívia karine Silva Mendes |
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APRESENTAÇÃO: A proposta do VER-SUS surge após alguns projetos de extensão universitária destinados aos estudantes a fim de experienciarem determinados territórios. Como resultados dessas experiências de extensão e do VER-SUS/RS (Vivência-Estágio na Realidade do Sistema Único de Saúde do RS) em 2002, surge no ano de 2003 as Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde – VER-SUS. O projeto vem com a proposta de qualificar os estudantes, futuros profissionais do SUS, em um espaço que possibilite a aproximação dos viventes e facilitadores com a organização e gestão dos serviços de saúde, as práticas de educação popular e saúde, as estratégias de Educação Permanente em Saúde e o controle social. Dessa forma, o objetivo é denotar a relevância do VER-SUS como ativador do perfil ético e político. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por duas Residentes em Saúde da Família e Comunidade da Escola de Saúde Pública do Ceará em diferentes territórios entre os anos de 2013 e 2015 RESULTADOS: Sabendo que o VER-SUS é projeto que possiblita aos estudantes de graduação, ensino técnico, residentes e participantes de movimentos sociais vivenciar a realidade do Sistema Único de Saúde, possibilitando a esses conhecer o sistema de saúde municipal e estudual de determinados territórios. Enxergamos que tal espaço desenvolve nos participantes perfil crítico, ativando o perfil ético e político dos estudantes e futuros profissionais do SUS. Tendo em vista, que o espaço de imersão promove debates/discussões ricas que oportunizam DesConstruir conceitos, ativando a visão dos estudantes como futuros profissionais da política pública de saúde, que estão ali para defender o SUS enquanto trabalhores e usuários desse sistema. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Assim, o projeto fomenta a percepção dos estudantes por meio da convivência multi e interdisciplinar, desencadeando visão crítica, onde os participantes conseguem conhecer ainda na graduação as limitações e pontencialidades do SUS, com a pretensão de qualificar ainda mais esse serviço e fortalecer essa política pública que é ímpar para a sociedade brasileira. |
Trabalho - 710
A IMPORTÂNCIA DE ESTÁGIOS E VIVÊNCIAS NA FORMAÇÃO DISCENTE: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROJETO VER-SUS ENQUANTO DISPOSITIVO ESTIMULADOR E FORMADOR NO CAMPO DA SAÚDE. Autores: Robson Diego Calixto, Fernanda Farago Zanlorenzi, Julio Cezar Sandrini, Cesar José Campagnoli, Marilene da Cruz Magalhães Buffon, Rafael Gomes Ditterich |
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Os estágios e vivências constituem importantes dispositivos educacionais que permitem aos discentes experimentar um novo espaço de aprendizagem. Viver as rotinas do cotidiano de trabalho das organizações e serviços de saúde, entendido enquanto princípio educativo e espaço para desenvolver os processos de trabalho no campo da saúde, colabora na formação de profissionais comprometidos ético e politicamente com as necessidades de saúde da população. Esse trabalho relata a experiência vivenciada durante o mês de dezembro do ano de 2016 no estado de Alagoas, durante a participação no projeto VER-SUS (Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde) do Ministério da Saúde. Este projeto tem como principal problemática a estimulação e a formação inter e multiprofissional dos discentes participantes do projeto, comprometidos eticamente com os princípios e diretrizes do sistema e que se entendam como atores sociais capazes de promover transformações no ambiente onde vivem. A metodologia consistiu em uma imersão teórica, prática e vivencial dentro do Sistema Único de Saúde da cidade de Maceió e seus territórios de abrangência, com estudantes de diferentes locais do país e de diversas áreas. Durante todo o período, ocorreram momentos de diálogo e troca de experiências relacionadas às vivências do dia a dia, seja através de oficinais e/ou a produção de materiais didáticos como recursos opcionais de ensino. Ao final do período de estágio, foi possível perceber que através do projeto, ampliou-se o conhecimento crítico acerca do Sistema Único de Saúde dos participantes, bem como facilitou a compreensão da lógica de funcionamento do SUS, seus princípios e diretrizes, junto à discussão de saúde em seu conceito ampliado em todos os seus âmbitos. Tal estágio e vivência se fez uma destacada ferramenta no que diz respeito à capacitação interdisciplinar e multiprofissional do estudante, onde, permitiu ao mesmo, uma integração ensino-serviço-comunidade-gestão de excelência, coisa que muitas vezes, não se consegue assimilar pela prática diária das Instituições de Ensino. |
Trabalho - 4488
VER-SUS MATO GROSSO: CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS Autores: Lucas Rodrigo Batista Leite, Dimitria Dahmer SANTOS, Erika Aparecida de Oliveira, Romero dos Santos CALÓ, Aparecida Fátima Camila REIS, Rosa Lúcia Rocha RIBEIRO |
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Desde 2012 o Projeto VER-SUS/Brasil desenvolvido no Estado de Mato Grosso, protagonizado, inicialmente, por estudantes de Mato Grosso do Sul e, posteriormente, por egressos das primeiras ações. De seu início até 2017, o projeto foi sofrendo mudanças metodológicas, conforme a experiência dos organizadores e à articulação com alguns movimentos sociais. O objetivo desse resumo é discorrer brevemente sobre a metodologia utilizada nas vivências VER-SUS em Mato Grosso, de 2013 a 2017. Trata-se de relato de experiência da atuação dos atores no VER-SUS. Recortamos o período de 2013 a 2017, pelo motivo de ser o primeiro ano a contar com a participação de um dos autores deste. De 2013 a 2015 o projeto foi organizado pelos estudantes egressos das primeiras vivências no estado, articulados no Coletivo VER-SUS Mato Grosso e de 2016 a 2017, por estudantes ligados ao PET Conexões de Saberes/UFMT Cuiabá - ex-viventes do VER-SUS em Mato Grosso e em Sergipe e Pernambuco – que construíram o Coletivo VER-SUS Região Metropolitana de Cuiabá. As vivências organizadas pelo VER-SUS Mato Grosso focavam em visitas às unidades de saúde, espaços comunitários, entre outros, conforme a disponibilidade do município. A programação não era fixa, sendo que poderia ser alterada a qualquer momento, conforme solicitação dos participantes e/ou gestão municipal. Ao final de cada dia era realizada discussão das visitas. A seleção dos participantes se dava mediante participação presencial em palestra e escrita de carta de intenção – além de inscrição via OTICS. As vivências coordenadas pelo VER-SUS Cuiabá se dividia em duas partes: formação e visitas. A formação acontecia, principalmente, nos primeiros dias e consistia em rodas de conversa sobre temas variados – história do SUS, saúde mental, opressões, como funciona a sociedade, saúde no campo, e etc. – com o propósito de subsidiar os viventes nas visitas e na compreensão das especificidades do local vivenciado. As visitas, assim como nos projetos anteriores, nas unidades de saúde, espaços comunitários, conforme as possibilidades no/do município. Nos processos de formação os participantes eram divididos em grupos, chamados Núcleos de Base, cuja função eram realizar leituras e atividades em conjunto. Esses grupos eram redivididos nas visitas, formando os Grupos de Visita, afim de oportunizar aos viventes a integração entre todos. A metodologia dos grupos foi inspirada no Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e nas vivências realizadas por alguns dos organizadores no VER-SUS em Aracaju e Recife. O processo de seleção dos participantes dava-se presencialmente através de roda de conversa com dinâmicas integradoras e confecção de carta de intenção; na impossibilidade desta, era enviado ao candidato um questionário, com perguntas abertas, no qual o mesmo deveria expor suas intenções em relação ao projeto. Conclui-se que a vivência VER-SUS com espaços de formação é mais produtiva, uma vez possibilitam aos participantes uma preparação teórica antes das visitas, e consequentemente, suas análises são mais detalhadas e críticas. Como nem todos os participantes são da área da saúde, a formação funciona como meio de integração de todos os viventes. |
Trabalho - 5116
A CONTRIBUIÇÃO DO VER-SUS PARA A ATUAÇÃO EM PSICOLOGIA DA SAÚDE Autores: Mae Soares da Silva, Morganna Ferreira Siqueira |
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A formação profissional voltada para a saúde pública exige que sejam trabalhados mais que conteúdos teóricos, mas que seja favorecido o contato com a realidade dos serviços para que sejam adquiridos os recursos necessários para tal atuação. Na graduação em Psicologia, esta é uma problemática que merece especial atenção, uma vez que o psicólogo ainda ensaia sua inserção nos serviços de complexidade básica, sendo marcadamente reconhecido como um profissional da área hospitalar. Desta forma, destaca-se o VER-SUS - Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde, como uma importante iniciativa do Ministério da Saúde e parcerias para qualificação da formação de profissionais de saúde e fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). O presente trabalho traz o relato de experiência de graduandas em psicologia da edição do projeto VER-SUS que ocorreu na cidade de Bacabal, Maranhão, durante dez dias de janeiro de 2016. O estágio foi realizado numa metodologia de imersão, onde os participantes ficam disponíveis integralmente para as atividades. Estas últimas contemplaram: visitas aos principais pontos da Rede de saúde; rodas de discussão para debate e troca de experiências e aplicação de técnicas para favorecer o relacionamento interpessoal. Foi possível conhecer a história das comunidades e a realidade dos serviços a partir da escuta de líderes comunitários. Constatou-se que a Rede de serviços local é pouco articulada, assim como suas equipes multiprofissionais. Destaca-se a carência de recursos como um fator que prejudica a eficácia do serviço, principalmente nas comunidades de difícil acesso. A vivência do VER-SUS possibilitou a ressignificação de pré-conceitos referentes à atuação do psicólogo, bem como do conceito de saúde e de clínica ampliada que devem nortear a prática profissional nesse campo. A ênfase dada pelo estágio à importância de um processo de trabalho integrado para o sucesso do SUS viabilizou a aquisição de recursos para lidar com os desafios da prática da interdisciplinaridade, assim como a internalização da noção de que uma rede de serviços resolutiva é aquela que tem a Atenção Básica como coordenadora do cuidado e ordenadora das redes. |
Trabalho - 4394
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E A FORMAÇÃO PARA A INTERPROFISSIONALIDADE: INTERLOCUÇÃO ENTRE EXPERIÊNCIAS NO VER-SUS, PRÓ/PET SAÚDE E PROJETO RONDON Autores: Alisson Maurício Monteiro, Natanael Chagas, Gelvani Locateli, Thiago Costa, Jean Wilian Bender, Letícia Dal Magro, Andressa Antônia Trizotto, Cláudio Claudino da Silva Filho |
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Apresentação O trabalho em saúde demanda significativo arcabouço de competências e habilidades, na medida em que a complexidade do ser humano produz um emaranhado de demandas e necessidades singulares. Os processos formativos em saúde têm a responsabilidade de formar profissionais capacitados e implicados com a integralidade da atenção, que demanda uma abordagem interdisciplinar e, inexoravelmente, um trabalho interprofissional. Essa perspectiva encontra ressonância nas políticas públicas de saúde do Brasil, que tem desde 1990 o Sistema Único de Saúde (SUS), embasado em princípios e diretrizes que buscam assegurar uma atenção integral em saúde. A partir do momento que percebemos que nosso sistema de saúde presta cuidados fragmentados e pouco resolutivos, se torna essencial pensar novos modelos de formação da força de trabalho em saúde. Com vistas a assegurar a formação de profissionais da saúde com competências e habilidades para melhor atender às necessidades do SUS, novas Diretrizes Curriculares Nacionais para Cursos Universitários da Área da Saúde (DCNs) foram elaboradas, tendo grande influência no que diz respeito à integração curricular voltada à interdisciplinaridade e ao atendimento às diretrizes do SUS. Nessa perspectiva, adotar a educação interprofissional como possibilidade para a formação profissional se mostra um caminho promissor para a reorientação das ações em saúde. A interprofissionalidade possibilita reagrupar conhecimentos que estão dispersos, oferecendo uma assistência em saúde mais resolutiva e satisfatória, com profissionais mais aptos ao trabalho colaborativo e ao diálogo em equipe nos espaços de saúde. Considerando a extensão universitária como importante subsídio na formação para a interprofissionalidade, o presente trabalho tem como objetivo apresentar uma interlocução entre experiências no Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS), Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (PRÓ-Saúde) articulado ao Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) e Projeto Rondon. Para isso, percorremos o campo da formação interprofissional, apresentando as contribuições das vivências no contexto da extensão universitária para a formação profissional voltada à interprofissionalidade. Descrição da experiência O presente relato de experiência é constituído pelas vivências de profissionais e estudantes da área da psicologia, enfermagem, odontologia, nutrição e medicina em projetos de extensão universitária de Instituições de Ensino Superior do estado de Santa Catarina. Contempla-se nesse trabalho os projetos: VER-SUS – Oeste Catarinense (2015/2016) PRÓ-Saúde e PET-Saúde (2013/2014/2015) e Projeto Rondon Nacional (2014) e Rondon regional (2016). O projeto VER-SUS é um mecanismo educativo voltado à formação de profissionais da saúde para o SUS, tendo compromisso ético-político com as diretrizes e princípios que regem o sistema de saúde. Os integrantes do projeto são estudantes de graduação e pós-graduação das mais diversas áreas do conhecimento. O projeto é realizado no período de férias acadêmicas, no formato de imersão durante o período de 8 dias. Sua formatação utiliza metodologias ativas de aprendizagem e propicia aos estudantes experienciar os espaços de aprendizagem e trabalho do SUS. Os cenários principais de atuação do projeto são os serviços de saúde pública, iniciando nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) até os serviços especializados e/ou de alta complexidades. O PRÓ-Saúde, foi criado através de parceria entre o Estado e Instituições de ensino Superior, com a proposta de reorientar a formação em saúde na direção dos princípios e diretrizes do SUS através da integração ensino-serviço. Com o monitoramento e avaliação do PRÓ-Saúde e, consequente, identificação dos avanços e desafios a serem enfrentados, surgiu o PET-Saúde, que agregou o fator pesquisa a esse movimento de reorientação da formação. Ambos os projetos envolviam docentes e discentes de todos os cursos de graduação em saúde, em atividades de pesquisa e extensão desenvolvidas no contexto local, durante o período de dois anos. O Projeto Rondon, ao contrário dos anteriores, não é um mecanismo diretamente voltado para a área da saúde, mas sim para um conjunto de ações afins de proporcionar experiências e aprendizados para os acadêmicos tanto quanto para a população contemplada por essas atividades. O projeto existe na esfera Nacional, coordenado pelo Ministério da Defesa, e no âmbito regional, coordenado por Instituições de Ensino Superior. Ambos os contextos se caracterizam pela extensão universitária, na direção de permitir que estudantes dos mais diversos cursos de graduação participem das atividades de forma interprofissional. Resultados As vivências produzidas a partir da imersão nos projetos reforçam o que a já é apontado pela literatura: a educação é inseparável dos processos de trabalho, de tal modo que na própria atividade há uma aprendizagem em acontecimento, como algo intrínseco. Podemos considerar que estratégias calcadas na interdisciplinaridade e voltadas à integração ensino-serviço de forma interprofissional são um caminho possível para a reorientação da atenção em saúde com vistas à integralidade. Iniciativas como o VER-SUS, PRÓ-Saúde, PET-Saúde, e Projeto Rondon emergem, nesse cenário, como estratégias mobilizadoras para a reorientação da formação profissional em saúde, tendo como fio condutor a práxis interprofissional voltada à integralidade. Ambos os projetos de extensão têm como principal cenário o SUS, o que possiblilita uma formação profissional implicada com a política pública de saúde. Na aproximação do acadêmico com a realidade do SUS (fundamento do VER-SUS), entendemos que ser profissional de saúde não é ser apenas a força de trabalho que move um sistema, mas principalmente, é ser protagonista no processo de atenção à saúde, seja no âmbito das práticas quanto no espaço da gestão do próprio trabalho. O PRÓ-Saúde e o PET-Saúde, objetivam a formação de profissionais da saúde para o trabalho multiprofissional e interdisciplinar na formação e atuação profissional, em busca da integralidade da atenção à saúde. Através das experiências no PRÓ-Saúde e PET-Saúde, percebe-se que os mesmos constituem importantes mobilizadores para a interprofissionalidade, ao passo que induzem a novas formas de interação entre os cursos, docentes e discentes, bem como trabalhadores e usuários, integrando ensino/serviço. No projeto Rondon, a construção de novos conhecimentos é compartilhada entre os estudantes participantes e a população residente no território contemplado pelas ações. O compartilhamento de tecnologias e habilidades construídas nas universidades, bem como dos conhecimentos populares/cultura, possibilitam uma formação acadêmica mais crítica e implicada com o contexto social. Propicia a sensibilização dos participantes quanto às diferentes realidades e problemáticas, aprimorando a dimensão humanista, assim como contribui para a ampliação da formação profissional para além dos limites técnicos e profissionais. Ao considerar a síntese das experiências nos referidos projetos de extensão, nota-se uma certa paridade nas linhas de pensamento, principalmente na questão de educação interprofissional. Ambos os projetos estimulam e proporcionam que os acadêmicos se relacionem com diversas profissões, favorecendo discussões e construções coletivas de conhecimento. A reorientação da formação profissional estará refletida posteriormente nos campos de atuação profissional, quando os profissionais estarão executando planejamentos, análises, propostas, intervenções com conhecimento e olhar diferenciado e ampliado, e não mais unidirecional. Considerações finais Diante disso, destaca-se a importância da extensão universitária como elemento basilar do processo de formação profissional, abalizando a necessidade de proporcionar maior acesso dos acadêmicos a programas e projetos, contemplando uma organização e corpo docente que apoiem a educação interprofissional, a ampliação de financiamento e, não menos importante, a curricularização da extensão. Também deve-se considerar a importância de uma educação interprofissional de caráter permanente e longitudinal, no sentido de que deva ser parte do desenvolvimento profissional contínuo do indivíduo, desde a graduação e tendo continuidade durante toda a sua carreira. |
Trabalho - 2188
ORGANIZANDO O PROJETO VER-SUS NO ESTADO DO PARÁ Autores: Eric Campos Alvarenga, Mayara Sabrina Luz Miranda, Regina Fátima Feio Barroso, Liliane Silva do Nascimento |
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Aqui narraremos nossas vivências enquanto comissão organizadora do projeto VER-SUS no estado do Pará no ano de 2016. Para tal, contaremos esta história contextualizando o que é o projeto do VER-SUS, como esta vivência foi sendo construída ao longo de 2016 e o que reverberou dela nas vidas daqueles que foram atravessados por ela. O VER-SUS é uma proposta do Ministério da Saúde em parceria com a Rede Unida, Conselho Nacional de Secretários de Saúde/CONASS, Conselho Nacional de Secretárias Municipais de Saúde/CONASEMS, União Nacional dos Estudantes/UNE, Gestores municipais e outras entidades, com finalidade de proporcionar Vivências e Estágios no Sistema Único de Saúde (SUS), oportunizando espaços privilegiados de interação e imersão no cotidiano das organizações de redes e sistemas de saúde para discentes universitários da área da saúde e outras áreas do conhecimento, favorecendo a apropriação dos princípios e diretrizes do SUS a partir da observação vivencial. Experiências anteriores do projeto VER-SUS na Universidade Federal do Pará tiveram início no ano de 2012 nos municípios de Breves e Benevides. Em seguida, no ano de 2013, ocorreu a segunda vivência nos municípios de Paragominas e Barcarena. Em cada ocasião, foram selecionados 20 viventes e dois facilitadores que abarcavam os cursos de Direito, Enfermagem, Engenharia Sanitária, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social. Estas vivências mostraram que é possível que o SUS seja realizado dentro de todos os princípios e diretrizes funcionais, possibilitaram aos viventes a discussão acadêmica culminada nas apresentações de trabalhos científicos das experiências em congressos regionais, nacionais e internacionais e estimularam os viventes e facilitadores na defesa do SUS. A vivência mais recente no estado começou no início de 2016 em forma de seminário programado pela Universidade Federal do Pará. Nele, foram realizadas rodas de conversas com os participantes, sendo gravadas suas sugestões para uma versão do projeto. Entre elas, surgiu a curiosidade de vivenciar alguns programas destinados às populações em situação de vulnerabilidade como as que estão em situação de rua. O município de Belém mostrou-se muito favorável a acatar a vivência. Decidiu-se realiza-la exclusivamente no distrito de Mosqueiro, uma ilha localizada na capital. Conforme as sugestões das rodas de conversas do seminário, a comissão organizadora optou pela vivência também em outro município que contemplasse os anseios dos viventes. Por conta da boa relação entre a Universidade Federal do Pará e o Conselho dos Secretários Municipais de Saúde (COSEMS), pudemos fechar parcerias com o município de Tucuruí. Este fica na região do rio Tocantins, abriga uma das maiores usinas hidrelétrica do país e tem suas origens a partir de povos indígenas da região. A seleção dos participantes deu-se dos dias 7 a 13 de novembro para viventes, 7 a 21 de novembro para facilitadores e dia 30 de novembro para a comissão organizadora. Ela foi aberta preferencialmente para estudantes de graduação da área da saúde, mas também para estudantes de graduação de outras áreas, estudantes de ensino técnico, residência e integrantes de movimentos sociais. Foram ofertadas 22 vagas para viventes e 2 para facilitadores. Ao final do período de inscrições, tivemos exatamente 281 inscritos para as 22 vagas de viventes e 9 inscritos para as 2 vagas de facilitadores. Houve presença predominante de inscritos do curso de Enfermagem. Esta tem sido uma tendência desde as primeiras vivências do VER-SUS no estado do Pará. A seleção final dos viventes seguiu este movimento com a grande maioria de viventes sendo do curso de Enfermagem, mas também com a presença de alunos dos cursos de Medicina, Terapia Ocupacional, Odontologia, Nutrição, Serviço Social. Os candidatos foram avaliados tendo como base o arquivo gerado pelo sistema do site de inscrição (OTICS). Diante destes dados, foram criados critérios de avaliação e pontuações para selecionar os candidatos. Dentre os critérios para os facilitadores, optamos por pontuar aqueles que já participaram em edições passadas como viventes, participaram ou estavam participando de projeto de extensão relacionado ao Sistema Único de Saúde (SUS) nos últimos 2 anos, integrantes de movimentos sociais, já ter sido facilitador/mediador/coordenador de alguma atividade, já ter participado de atividades do VER-SUS e ter sido membro de Centro Acadêmico. Para os Viventes, pontuaram aqueles que ainda não tinham sido viventes do VER-SUS e participaram de: 1- Projetos de extensão ligados ao SUS, 2- Movimentos Sociais, 3- Atividades do VER-SUS, 4- Centro Acadêmico. O momento da vivência foi um pouco tumultuado politicamente, pois, aconteceu após as eleições municipais e antes da posse dos novos prefeitos eleitos. Em Mosqueiro, houve certa dificuldade de comunicação com a gestão local, pois a pessoa que ficou responsável por acompanhar os viventes nas unidades não conseguiu transporte pela secretaria municipal de saúde para estar no distrito. Sendo assim, o contato entre esta e os viventes era feito por telefone. As intempéries aumentaram a medida em que o sinal da rede de celular é sofrível em certas áreas da localidade. Apesar disso, foi possível realizar visitas a três Estratégias de Saúde da Família, a Casa RECRIAR (local que oferece atendimento médico e social a crianças e adolescentes em sofrimento físico e mental), o Centro de Atenção Psicossocial, o Hospital Geral e um Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Em Tucuruí, aconteceram problemas de comunicação com a secretaria antes da viagem dos viventes. A comissão não conseguiu contato com a pessoa indicada pelo gestor municipal que iria acompanhar o grupo. A estratégia que adotamos foi conduzir os viventes até a secretaria de saúde local com o termo de compromisso assinado pelo secretário municipal. Depois disso, as articulações na cidade ficaram mais tranquilas e tornaram-se mais fluidas pelo fato de um dos viventes possuir domicílio na cidade e conhecer diversos profissionais de saúde da rede. Isso abriu o leque de opções de serviços que o grupo pôde visitar. Inicialmente, pelo que constava no termo assinado pela secretaria, havia uma programação somente para unidades de saúde da família e uma unidade de pronto atendimento. Assim, com esta mudança no cronograma, o grupo teve a oportunidade de conhecer a secretaria municipal de saúde de Tucuruí, Centro de Testagem e Aconselhamento, Unidade de Pronto Atendimento, Unidade de Média e Alta Complexidade em Oncologia - UNACON, Hospital Regional, Estratégia de Saúde da Família, Maternidade Municipal. Também visitaram a Aldeia Indígena Assurini, localizada a cerca de 40 quilômetros de Tucuruí, e acompanharam atendimentos feitos a esta população por profissionais da Unidade Básica de Saúde Assurini. Os efeitos deste VER-SUS foram diversos. Como Comissão Organizadora aprendemos bastante durante todo o processo de construção da vivência. Muitos erros e muitos acertos foram cometidos. Refletimos bastante sobre a composição da comissão organizadora para próximas edições. Fica o aprendizado de como lidar com a dificuldade de contratação de serviços em algumas localidades do estado do Pará e a necessidade de ter membros na comissão que morem nas cidades da vivência. Isso facilitaria e muito o contato com as gestões locais e inclusive a pesquisa por serviços a serem contratados. |
Trabalho - 5174
VER-SUS: UM ESPAÇO DE APRENDIZAGEM DIFERENCIADO, AUTÔNOMO E ARTÍSTICO Autores: Maria Raniele Dos Santos, Luiza Maria Parise Morales, Joane Felix, Silas Slva Ferreira, Nayara Alexandra Rodrigues da Silva |
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Nos últimos meses, algumas esferas de nossas vidas têm sido atacadas diretamente por ondas de conservadorismo que nos faz temer a ditadura de outrora. No entanto, formas mais sutis de repressão ocorrem a bem mais tempo do que possamos nos lembrar. A repressão do social ao individual nos inibe retirando nossa autonomia e liberdade de expressão. Ao enxergarmos saúde para além de um processo saúde-doença, podemos analisar o quanto essas coibições cotidianas adoecem e segregam os indivíduos.Como estudantes de graduação de cursos diferentes podemos perceber o quanto esses processos prejudicam a saúde mental dos graduandos a longo prazo. Vindo de encontro a esses espaços fechados de salas de aula e dos locais onde posteriormente iremos exercer nossas profissões, encontramos o VER-SUS (Vivência e Estágio na Realidade do Sistema Único de Saúde). Esse projeto nacional financiado pelo Ministério da Saúde, mas organizado de aluno para aluno permite um diálogo e troca de saberes mais horizontal e foi nesse espaço que encontramos um local de acolhimento, renovação e desabrochar.No VER-SUS o diálogo era apenas mais uma das formas de expressão. Nós éramos instigados a produzir as mais diversas formas de arte como: cordel, poema, desenho, pintura, dança. Produções essas que alguns dali nunca tinham experimentado ou não sabiam que eram capazes de criar. Essa dinâmica de construção permitia novas formas de explorar nossos corpos e movimentos ao mesmo tempo que fortalecia o sentimento de pertencimento e troca de afeto em trabalho em grupo.Cada sujeito ia a seu tempo perdendo a timidez e ocupando os espaços com cores, sons, versos. A participação no VER-SUS no estado de Alagoas foi uma experiência única e que pretendemos retratar. Pois, ele não foi importante apenas naquele momento, já que as reverberações do que vimos e experienciamos ali irá com toda certeza modificar nossas atuações nos campos profissionais que futuramente iremos ocupar.O objetivo é demonstrar o quanto esse projeto foi eficaz ao trazer à tona espírito artístico que faz parte de cada um de nós. E como podemos derrubar os muros que a sociedade nos impõe ao longo de nossas vidas, e que acaba impedindo esses tipos de experimentação. |
Trabalho - 1064
CONTRIBUIÇÕES DO VER-SUS NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL E NA EFETIVAÇÃO DA POLÍTICA DE SAÚDE Autores: Bianca Calheiros Cardoso, Marília Souto de Araújo, Soraya Maria de Medeiros, Nayara Cristina da Silva Bento, Márcia Laélia de Oliveira Silva, Fillipi André dos Santos Silva, Jordana de Oliveira Freire, Raphael Raniere Oliveira Costa |
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O Projeto Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) objetiva estimular a formação de trabalhadores para o SUS, comprometidos eticamente com os princípios e diretrizes do sistema, fornecendo um estágio observacional com propósito de oportunizar vivências na realidade do sistema. Nesse sentido, objetiva-se relatar a experiência de vivência no VER-SUS e discutir sobre a contribuição que esse projeto traz para a formação profissional. Trata-se de um relato de experiência de vivência no VER-SUS em um município do Rio Grande do Norte, no Nordeste brasileiro, através da observação diária durante a vivência nas visitas realizadas aos equipamentos sociais; das falas dos atores sociais entrevistados; em reuniões e rodas de conversa e nas interlocuções com os preceptores/facilitadores. Sabe-se que a formação profissional em saúde ainda se encontra no modelo tradicional de ensino onde existe pouca integração com os aspectos práticos. O VER-SUS possibilitou vivência prática em todos os níveis de atenção e, ainda, estimulou a reflexão acerca das potencialidades e fragilidades dos serviços oferecidos na rede de saúde, assim como possibilitou a compreensão da articulação entre a micro e a macroestrutura de saúde e suas injunções com outros serviços e políticas sociais na localidade estudada e na região. Através da escuta dos relatos da população, em especial, nos foi possível verificar que a política de saúde tem fragilidades dentro das proposições do Movimento Brasileiro da Reforma Sanitária pelos fatores do orçamento e financiamento, bem como questões de planejamento para a execução conforme as necessidades reais dos munícipes. Com isso, através da escuta da população e da gestão, pode-se propor sugestões e estratégias para se efetivar uma política de Saúde do Município mais efetiva e na concepção do direito, principalmente quanto ao fortalecimento da participação social como uma maneira de enfrentamento coletivo dos problemas de saúde local e formação de consciência sanitária. A integração entre a tríade educação, trabalho e saúde possibilitada pelo projeto promoveu qualificação tanto para a formação profissional dos que vivenciaram quanto para a gestão municipal que pode, através de um olhar ampliado, receber sugestão de melhorias para a efetivação da política de Saúde do Município e a população em seu aprendizado para a uma melhor participação social na luta por seus direitos de cidadania em saúde. |
Trabalho - 3347
VER-SUS: UMA ANÁLISE COMPARADA DO PROJETO REALIZADO NO ESTADO DE ALAGOAS E SEUS EFEITOS NOS PARTICIPANTES DAS VIVÊNCIAS Autores: Maria Raniele Santos, Luiza Maria Parise Morales, Joane Felix, Nayara Alexandra Rodrigues da Silva, Silas Silva Ferreira |
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Diante das atuais restrições, reduções e cortes que o Brasil enfrenta e tendo em foco a PEC 241/55 que ainda deve vigorar por alguns anos, afetando de forma sem precedentes o investimento em educação e saúde. O trabalho a seguir traz uma análise parcial de um projeto de educação continuada conhecido nacionalmente como VER-SUS (Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde), que teve sua edição piloto em 2012-2013 e em 2015 foi reativado, desde então abre regularmente pelo menos um edital anual para comissões estaduais que queiram realizar vivências e/ou seminários. Este ano, parte dos projetos submetidos acabaram não sendo selecionados forçando as comissões, que insistissem em realizar as vivências sem o apoio financeiro do ministério da saúde, a buscar outras formas de financiamento. Tendo em vista a importância de projetos no formato do VER-SUS, buscamos por meio de uma análise comparativa demonstrar tal importância no quesito “dispositivo de transformação social e política”, para os estudantes que participaram do projeto. Considerando a amplitude do projeto, decidimos analisar sua implementação apenas no estado de alagoas no decorrer de três anos (2015, 2016, 2017), tomando como base para a análise comparativa os objetivos impostos pelo projeto elaborado pela comissão nacional (que é responsável pela análise e seleção dos projetos estaduais) e os relatórios pós vivências enviados por comissão regional, viventes e facilitadores participantes de cada edição e disponíveis na plataforma otics. A escolha do estado de Alagoas se deu pela nossa familiaridade com o projeto dessa localidade, visto que, já integramos a comissão estadual de Alagoas em edições anteriores. Além de fornecer dados que comprovam a eficácia do projeto respaldado pelos objetivos nacionais, montamos um perfil dos estudantes que participaram dessas vivências. Para montar essa base de dados foram analisados em média 120 respostas de questionários anteriores a vivência e os relatórios pós vivência desses mesmos estudantes permitindo assim uma conclusão parcialmente detalhada do projeto e como ele tem transformado a vida das pessoas que dele participam. Após as experiências vivenciadas pelo projeto, esses estudantes passaram a enxergar saúde pública, participação popular, empoderamento e trabalho em equipe de formas diferenciadas gerando transformações que perpassam os muros de suas respectivas instituições de ensino. |
Trabalho - 2900
VER-SUS RIO GRANDE DO NORTE: Relato de experiência sobre a vivência em um município do interior do estado Autores: Alan Campelo Pontes, Arthur Deyvison Melo de Santana, Leonardo Diego da Silva Silveira, Vinicius Campelo Pontes Grangeiro Urbano |
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APRESENTAÇÃO: Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) é um projeto do Ministério da Saúde em parceria com a Rede Unida, com a Rede Governo Colaborativo em Saúde/UFRGS, com a União Nacional dos Estudantes (UNE), com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS). Esse projeto tem como objetivo a realização de vivências e estágios na realidade do SUS e possibilita aos participantes a oportunidade de experimentarem novos espaços de aprendizagem, bem como processos de trabalho nos equipamentos sociais de variadas cidades - que são definidas pela comissão organizadora do projeto em seus respectivos estados - com o intuito de debater acerca do SUS e formar profissionais comprometidos para atuar nesse sistema. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Durante o período de 11 a 20 de janeiro de 2016 foi realizado o projeto VER-SUS na cidade de Monte das Gameleiras, município localizado no interior do estado do Rio Grande do Norte, e que faz fronteira com o estado da Paraíba. Esta cidade recebeu a equipe de estudantes de graduação composta pelos cursos de enfermagem, fisioterapia, farmácia, serviço social, fonoaudiologia, psicologia, odontologia e nutrição. Assim, o objetivo foi vivenciar a realidade do SUS no município e propor, através de um olhar crítico, possíveis melhorias e sugestões caso houvesse alguma necessidade. Durante os dez dias de atividade realizada na cidade foram visitados os equipamentos sociais e profissionais de saúde, como Secretaria Municipal de Saúde, Unidade Básica de Saúde, Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF); os equipamentos sociais de assistência social como Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centro de Convivência do Idoso (CCI); as áreas de concentração de grupos como praças, bares, feira, quadra poliesportiva; e as áreas de risco como o lixão. Ainda, foram efetuadas visitas domiciliares a zona urbana e rural do município. Nessa perspectiva, ao final das atividades da vivência foi produzido um documento com os resultados observados pela equipe e apresentado ao público da cidade (gestores, profissionais e comunidade), bem como produzido um documentário audiovisual da vivência que foi socializado nas redes sociais e no 1º Seminário VER-SUS RN, realizado na cidade de Mossoró/RN. IMPACTOS: A princípio, a ansiedade tomou de conta, devido ser uma experiência nova, com pessoas novas. Porém, sabíamos que estas pessoas também estavam ali com os mesmos objetivos, sair um pouco dos muros da universidade e conhecer de perto a realidade do Sistema Único de Saúde, de forma a contribuir para a melhoria do mesmo. Fizemos visitas à unidade mista do município, onde funcionava a Secretaria Municipal de Saúde, Unidade Básica de Saúde e Hospital municipal, podendo assim entender um pouco como operava a saúde do município, tivemos uma conversa bem proveitosa com o secretário de saúde, que nos relatou toda a situação pela qual o município se encontrava no que se refere a saúde, como por exemplo: qual a regional que abrangia Monte das Gameleiras, a questão do transporte dos pacientes, sobre a falta de profissionais, ou seja, um bate papo bem pertinente e proveitoso. Visitamos todos os ambientes dessa unidade, o que nos possibilitou um contato direto com os profissionais e pacientes que estavam lá naquele momento. O grupo foi dividido de acordo com seus núcleos profissionais para ter uma conversa e experiência mais direcionada com a profissão, podendo inclusive participar diretamente dos atendimentos a população. Ao conhecermos os profissionais do NASF, sentimos a falta do fisioterapeuta, tendo em vista a grande importância deste para a população. Em outro momento foi a vez de conhecermos os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que são profissionais que fazem diretamente o elo entre a sociedade e o serviço de saúde, tornando-se um indivíduo indispensável para o “fazer saúde”. Visitamos também algumas casas e o que mais nos chamou atenção foi que os ACS conhecem minuciosamente a realidade de cada casa, de cada pessoa, o que contribui para uma abordagem acolhedora e humana no processo de promoção do cuidado. Em relação aos equipamentos da assistência social fizemos visitas no CRAS, acompanhando o dia-a-dia dos profissionais, os projetos que são realizados, o público-alvo destes projetos, que são: crianças, gestantes (visto que o município estava com um alto índice de adolescentes grávidas), adolescentes, e idosos, e descobrimos que também são realizadas atividades de promoção à saúde nos encontros grupais, o que fortalece o trabalho intersetorial. Visitamos ainda o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos dos idosos, onde foi feito o acompanhamento do serviço e realizada conversa com os participantes. Em outro momento, visitamos a escola municipal, onde tivemos um diálogo com a diretora e o coordenador da escola e fizemos perguntas em relação à parceria saúde-escola. Questionamos se a parceria era satisfatória, se o programa saúde na escola funcionava, como funcionava e o que eles achavam, obtendo como resposta que sempre que solicitados os profissionais compareciam com ações educativas de promoção e prevenção a saúde, tanto para as crianças, quanto para adolescentes. No que concerne a isto, sugerimos ações, através do documento apresentado a cidade, do programa saúde na escola para os profissionais do equipamento social de educação, entendendo que estes também compõem o público-alvo do programa. Fizemos visita ainda, ao conselho tutelar da cidade que havia tomado posse há dois dias, então fomos lá para saber como funcionava esse órgão que também trabalha em prol da promoção e prevenção da saúde, mesmo que seja de uma forma indiretamente. Perguntamos como era o trabalho delas, visto que no momento só havia duas conselheiras no local, assim, o principal problema que elas enfrentam é a falta de informação por parte da população em relação ao trabalho do conselho tutelar, então desta forma sugerimos que as mesmas fizessem esse trabalho de divulgação a respeito do papel deles na cidade, e que isso poderia ser feito em escolas, grupos de jovens e idosos, entre outros. CONSIDERAÇÕES FINAIS: De acordo com nossa vivencia percebemos a necessidade de realizarmos uma intervenção, onde poderíamos abordar diversos temas. A multidisciplinariedade da nossa equipe foi um fator positivo para a realização desta intervenção, onde pudemos contar com a presença da equipe de saúde e da população da cidade. Nos chamou atenção, como maior público-alvo, as crianças e idosos participantes, o que nos proporcionou bastante felicidade, pois nosso objetivo teria sido alcançado, através da educação em saúde na busca da promoção e prevenção. Logo, essa experiência foi única para todos os viventes, pois conseguimos passar um pouco do nosso conhecimento, como também aprendemos muito com a população, com a gestão e os profissionais do município. Problemas sempre haverá, mas enquanto existir profissionais compromissados e honrando o juramento que fizeram, os princípios do SUS serão sempre postos em prática. |
Trabalho - 2654
VIVÊNCIAS E ESTÁGIOS NA REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (VER-SUS) PELO PONTO DE VISTA DE EGRESSOS DO CURSO DE MEDICINA Autores: Alessandra Aziz Borges Bitar, Caroline Mota de Souza, Caroline Mota de Souza, Fabiana Mânica Martins, Fabiana Mânica Martins |
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Apresentação Um dos pontos-chave dentro do Sistema Único de Saúde é a Educação Permanente em Saúde, onde os profissionais devem ser formados e atualizados continuamente de forma a compreender seu espaço de trabalho e suprir as demandas dos usuários do sistema. A graduação em Medicina tem papel fundamental nessa formação, devendo “qualificar os profissionais para um olhar e uma escuta ampliada ao processo saúde-doença e a qualidade de vida” (FERLA, 2011, p.6). Porém, muitas vezes a formação segue o caminho oposto, de forma a manter um modelo hospitalocêntrico e biologicista, formando um profissional pouco adequado às demandas do serviço público. O projeto de Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS/Brasil) vem como uma ferramenta que oportuniza ao graduando a experimentação do sistema, de forma a “apresentar elementos das configurações do sistema, do controle social, e da atenção à saúde” (ROCHA apud MARANHÃO, 2013). Acredita-se que ao conhecer a realidade do interior do Amazonas através do VER-SUS, os estudantes egressos possam perder preconceitos e tornar-se mais críticos e envolvidos nos processos de trabalho nos municípios do interior do estado, de forma a aumentar a fixação de profissionais médicos nestas regiões. Poucos trabalhos foram desenvolvidos em relação ao VER-SUS no Amazonas, de forma que se torna um campo amplo e fértil para pesquisa. Além disso, esta pesquisa está vinculada ao Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS), da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Objetivou-se, com este trabalho, descrever o ponto de vista dos alunos de Medicina que realizaram a vivência do VER-SUS Amazonas acerca das experiências adquiridas, registrar a realidade do sistema de saúde nos municípios participantes do VER-SUS, através das vivências dos estudantes e verificar o impacto dos estágios e vivências no SUS na formação acadêmica dos estudantes de Medicina, voltado à realidade do Amazonas. Desenvolvimento do Trabalho Os dados foram colhidos dos participantes egressos do VER-SUS Amazonas, na posição de viventes ou facilitadores. Os critérios de inclusão na pesquisa foram: ser acadêmico do curso de Medicina; manifestação espontânea de interesse na participação do estudo, sem ressarcimento financeiro e respeitando os aspectos éticos envolvidos neste tipo de pesquisa. Os sujeitos foram alertados sobre o caráter da pesquisa, de forma verbal e através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e também sobre o caráter voluntário na pesquisa. Além disso, o projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Humanos (CAAE), com o número 20016613.7.0000.5020. A busca por uma alternativa metodológica nos remete a abordagem qualitativa de investigação, pois como refere Minayo (2004), ao desenvolvermos uma proposta de investigação, ou no desenrolar das etapas de uma pesquisa, vamos reconhecendo a conveniência e a utilidade dos métodos disponíveis, face ao tipo de informações necessárias para se cumprirem os objetivos do trabalho. (GERHARDT e SILVEIRA, 2009). Os dados foram coletados através de questionários disponibilizados online, via Google Forms, com questões abertas e fechadas, a serem respondidos pelos sujeitos da pesquisa. Resultados e Impactos Foram coletados dados de cinco participantes do VERSUS Amazonas, através dos questionários. Em relação ao perfil dos estudantes, todos eram da Universidade Federal do Amazonas. A grande maioria participou das vivências nos períodos iniciais do curso, predominantemente no quinto e terceiro períodos. Em relação a edição da vivência, houve participantes da quarta, quinta e sexta edições, com predomínio desta última. Quatro pontos foram avaliados no questionário, sendo o primeiro a percepção do vivente sobre a experiência educativa em sua formação acadêmica acerca do SUS, tanto em aulas e disciplinas, quanto no VERSUS. Percebe-se que há dificuldade em inserir o aluno dentro do sistema básico, no formato de aulas práticas. Isso parte tanto de dentro da Universidade, quanto dos gestores de unidades e secretarias de saúde. Grande parte dos entrevistados relatou que somente no VERSUS Amazonas visualizou de forma integral o funcionamento do sistema público de forma realista, tanto os pontos positivos, quanto os negativos. Assim, fica claro que a inserção do estudante de medicina no SUS através deste tipo de iniciativa é uma forma de expor o acadêmico a um ambiente rico em aprendizados e discussões, bem como desenvolvimento do pensamento crítico sobre o sistema, atenção básica e a multidisciplinaridade. Assim, faz-se necessário mudar, dentro das universidades, a forma com que se promove vivências dos estudantes na prática cotidiana, principalmente no que diz respeito à atenção básica. Dessa forma, o ambiente prático proporcionado pelas vivências se firma como um instrumento de formação essencial, onde o acadêmico relaciona os conhecimentos adquiridos durantes aulas teóricas com as experiências vivenciadas no VERSUS, desenvolvendo posicionamento crítico e reflexivo acerca da realidade da saúde no interior. A partir disso, o futuro profissional médico se firma como agente ativo, que busca por meio de suas ações por um sistema de saúde mais efetivo e funcional. O segundo ponto discutido foram os pontos positivos e negativos das experiências nos municípios, onde os entrevistados comentavam sobre as vivências. O que mais foi relatado, enquanto ponto negativo, foi o despreparo dos gestores e dos trabalhadores das unidades para receber os viventes. Já o terceiro ponto diz respeito as repercussões que estas experiências tiveram na futura vida profissional dos viventes. Foi relatado pelos entrevistados que a vivência os fez perceber a importância de se conhecer o sistema no qual estão inseridos e o seu papel como construtores deste sistema, tomando para si a responsabilidade de defender o SUS e todas as pessoas que de alguma forma atuam para que ele funcione. Por fim, no quinto e último questionamento foi pedido aos participantes que comentassem sobre suas expectativas sobre o VERSUS e se elas haviam sido correspondidas. Os viventes, em sua maioria, comentaram que a experiência foi positiva e que as expectativas foram alcançadas e até mesmo superadas. Considerações Finais O Sistema Único de Saúde é fruto de muitas mobilizações sociais, no qual se estabeleceram juridicamente o direito a saúde gratuita, igualitária e não exclusiva para toda a população brasileira. Ainda que consolidado através de leis, este é um sistema em constante mudança e construção, pelos seus usuários e profissionais envolvidos. Entretanto, muitos profissionais da saúde não enxergam seu potencial transformador e construtor, por se deixarem abater pela frustração em ver um sistema com inúmeros erros práticos, mas principalmente por não conhecerem a estrutura e organização do SUS. Dessa forma, a Universidade tem papel fundamental na formação deste profissional médico, com senso crítico e ciência do seu papel enquanto consolidador do SUS. Para que isso ocorra, é fundamental que o estudante de Medicina tenha contato com todo o histórico, legislação e organização do SUS, através das aulas teórico-práticas previstas na grade curricular e nas Diretrizes Nacionais Curriculares do Curso de Medicina, exigidas pelo Ministério da Educação. Mais importante ainda, é o estudante vivenciar a realidade e confrontar teoria e prática, junto com seus professores e profissionais já atuantes nos serviços, através de debates, trocas de conhecimentos e vivenciando o real funcionamento das unidades. Ainda que com falhas estruturais, bem como dificuldades no financiamento, o VERSUS proporciona aos estudantes de Medicina do Amazonas uma experiência valiosa de inserção no SUS, tornando-se necessária a institucionalização desse tipo de iniciativa para que a mesma ganhe mais visibilidade. |
Trabalho - 4502
TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NO VER-SUS MATO GROSSO Autores: Lucas Rodrigo Batista Leite, Dimitria Dahmer SANTOS, Erika Aparecida de Oliveira, Romero dos Santos CALÓ, Aparecida Fátima Camila REIS, Rosa Lúcia Rocha RIBEIRO, Amailson Sandro de BARROS |
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As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são cuidados que visam o estímulo de mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde, e que focam na integração do ser humano com a natureza e a sociedade. Dentre as PICS está a Terapia Comunitária Integrativa (TCI), que se constitui como um espaço de partilha de questões que afetam o cotidiano das pessoas e onde, a partir do grupo, se identifica possíveis soluções. O objetivo desse resumo é tratar da abordagem da TCI no Projeto VER-SUS em Mato Grosso, nas cidades de Barra do Garças (vivência – outubro de 2016) e Cuiabá (janeiro de 2017). A TCI foi realizada seguindo o protocolo, de acordo com Adalberto Barreto, sendo conduzida por, no mínimo dois terapeutas, devidamente formados ou em formação. Em Barra do Garças, a TCI ocorreu no segundo dia da vivência e foi a primeira atividade realizada fora do alojamento e ocorreu em uma cachoeira, no perímetro urbano da cidade; a TCI foi conduzida por três terapeutas em formação, sendo que duas eram viventes no projeto. O contato com a natureza potencializou a TCI, criando uma sensação de acolhimento e segurança. Os sons emitidos pela queda d’agua, junto com o canto dos pássaros produziram nos viventes um estado de relaxamento; estimulou os participantes a falarem das suas dores e incômodos – dez pessoas se pronunciaram. Em Cuiabá, a TCI foi realizada no segundo dia do encontro, em sala de aula, sendo conduzida por dois terapeutas – sendo um formado. A inibição dos participantes, motivou a transformação da TCI em uma roda de conversa; logo, não seguiu-se o protocolo, mas manteve-se as regras da terapia – falar das experiências pessoais, fazer silêncio e etc. Em ambos os projetos, a utilização da TCI foi adotada com o propósito de oportunizar aos participantes experienciar uma PIC e despertar nesses, uma visão humanizada e ampliada de saúde, bem como a importância do coletivo no trabalho em/com saúde. |
Trabalho - 1019
O VER-SUS/IMPERATRIZ COMO INSTRUMENTO DE FORMAÇÃO COMPLEMENTAR EM GRADUANDOS E PROFISSIONAIS: um relato de experiência Autores: Aline Santana Figueiredo, Francisco Eduardo Ramos Da Silva, Aldo Lopes Da Costa Junior, Gustavo de Almeida Santos, Vitor Pachelle Lima Abreu, Jairo Rodrigues Santana, Francisca Jacinta Feitoza de Oliveira, Wherveson de Araújo Ramos |
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RESUMO: Introdução: O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. Criado em 1988 pela Constituição Federal Brasileira, busca abranger desde o simples atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos, tentando garantir acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país. A construção do Projeto Vivências e Estágios na Realidade do SUS (VER–SUS/Brasil) foi influenciado por movimentos sociais e diversos projetos realizados anteriormente. Os estágios de vivências constituem importantes dispositivos que permitem ao estudante experimentar um novo espaço de aprendizagem que é o cotidiano de trabalho das organizações de saúde, possibilitando a f[1]ormação de profissionais comprometidos/as ética e politicamente com as necessidades de saúde da população. O VER–SUS se concretiza, portanto, como possibilidade de ampliação da formação profissional, pois possibilita a aproximação, ainda na graduação, dos estudantes com diversos serviços que atravessam a área da saúde e seus trabalhadores e usuários, fato esse evidenciado no relato da vivência do estágio, promovendo a integração ensino-serviço. Sua criação provoca novas formas de proceder mediante a realidade onde ainda são poucos os espaços consolidados que profissionais de diferentes áreas trocam experiências e impressões entre si, com os estudantes e usuários dos serviços em que atuam. O VER-SUS configura-se também como uma estratégia de formação e participação de novos atores, dentro deste espaço democrático de debate e processo de construção descentralizada de políticas de saúde, capazes de adquirir uma visão e conhecimentos que não foram possíveis até então, devido, a um aprendizado comprometido por metodologias fragmentadas e sem o foco necessário na educação para Redes de Atenção e ensino-pesquisa-extensão. Sendo também uma oportunidade para gestores, pois eles estão diretamente relacionados com o desenvolvimento da saúde nas realidades locais. Sendo assim, o vivente renova seu olhar e passa a entender o SUS de forma que não foca apenas no bem-estar, mas também na educação e fortalecimento do controle social, como ator importante no desenvolvimento de um sistema público de saúde reconstruído e referência mundial, adquirindo a formação técnica, política e ética. Objetivo: Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência de acadêmicos da área da saúde no programa “Vivências e Estágios na realidade do Sistema Único de Saúde”. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, vivenciado por acadêmicos dos cursos de Bacharelado em Enfermagem e Farmácia, no programa “Vivências e Estágios na realidade do Sistema Único de Saúde – VER-SUS”. A vivência ocorreu no município de Imperatriz situada no oeste do Estado do Maranhão, na microrregião nº 38, no intervalo de 1 a 10 de agosto de 2015, onde foi proposta uma metodologia interdisciplinar e lúdica, com vários temas sociais, dentre eles o racismo, o feminismo, o Movimento Sem Terra, Saúde Pública, dentre outros, e também foram realizadas uma série de questões abordadas de maneira dinâmica e interativa. Contou com a participação de acadêmicos, provenientes de instituições de ensino público e privados do Brasil, dos mais diversos cursos, pertencentes ou relacionados à área da saúde: enfermagem, medicina, fisioterapia, psicologia, serviço social, terapia ocupacional, nutrição e odontologia. Nessa edição participaram setenta acadêmicos, distribuídos da seguinte forma: acadêmicos viventes (60), acadêmicos facilitadores e comissão organizadora (10). Para desenvolvimento das atividades foram organizados seis grupos, compostos por 10 viventes e 2 facilitadores/cada, grupos esses chamados de núcleo de bases (NB’s). A seleção dos estudantes para participar deste estágio foi realizada em dois momentos. De início foi realizado de modo on-line, através do site http://versus.otics.org conveniado ao Ministério da Saúde, que contou com um formulário composto por questões estruturadas abrangendo diversos aspectos. No segundo momento, era realizada a avaliação de uma carta de intenção, em que o vivente enviaria para o e-mail da comissão organizadora. Resultados e discussões: No decorrer dos 10 dias de vivências, ocorreram debates, afim de capacitar os estudantes e discutir temas relacionados as visitas, sendo os locais de visitas: Unidades Básicas de Saúde (UBS), Hospital Municipal de Imperatriz (HMI), Hospital Regional Materno de Imperatriz (HRMI), Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Centros de Atenção Psicossocial (CAPSi/III/AD/IJ), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, Aldeia Indígena e Tenda Santa Bárbara. Os debates eram desenvolvidos com a presença de um mediador, sendo facilitador ou membro da comissão organizadora, os principais temas tratados eram: Determinantes Sociais da Saúde, Papel do Estudante da Universidade, Capitalismo, Opressões, Luta Antimanicomial e Redes de Atenção à Saúde. Nesse contexto, pensando na educação permanente como política pública para a qualificação do SUS, o projeto VER SUS é considerado estratégia na dinamização desta, na medida em que propõe a construção do perfil diferenciado dos futuros profissionais da saúde, articulados com o movimento estudantil e “empoderados” como sujeitos transformadores das condições de saúde existentes, atraindo para o pensamento e crítica sobre o SUS aqueles que buscam uma profissão no setor. Durantes as visitas, os estudantes eram divididos em Grupos de Vivência (GV), onde eram sorteados dois estudantes de cada Núcleo de Base (NB) para compor um Grupo de Vivência. Os espaços foram previstos de forma estratégica, assim como a integralidade proposta, apontam que para os estudantes, a vivência no VER-SUS é uma alternativa capaz de obter resultados significativos na formação de profissionais para o SUS, pois através das críticas e discussões estimula-os a serem mais participativos nas decisões educacionais de sua universidade. Além das visitas e debates, o VER-SUS Imperatriz também proporcionou aos estudantes uma série de dinâmicas, estre elas a dinâmica da teia, onde o estudante, enquanto segura um fio de barbante, se apresentava, mostrando expectativas em relação ao projeto e concepções sobre o SUS, passando o rolo de barbante ao próximo estudante, até formar ao final, uma teia. Esta possibilitou o primeiro contato entre os viventes, e o conhecimento de suas aspirações em relação à graduação, universidade e principalmente sobre suas expectativas sobre o VER-SUS e o SUS, além de integração entre o grupo, possibilitando descontração e empatia entre os viventes e facilitadores. As dinâmicas funcionam como processos coletivos, onde o encontro e a experiência dos profissionais promovem a construção do saber em conjunto, das transformações individuais e consequentemente coletivas. Diante disso, vê-se o VER SUS como ferramenta complementar à formação acadêmica, fortalecida pelo diferencial transformador de ideologias e práticas em saúde, tendo como protagonista o acadêmico. Considerações finais: A participação no projeto VER-SUS proporciona quebra de paradigmas e pensar acadêmico voltado unicamente ao curso, promovendo um olhar para além dos muros da universidade, instigando o questionamento às interações sociais e a maneira de como fazer saúde pautada no Sistema Único de Saúde. Permitiu a realização de visitas a espaços sociais e estabelecimentos de saúde, proporcionando conhecimento a cerca da forma como cada comunidade faz saúde, também possibilitou aos estudantes conhecerem a realidade do SUS de Imperatriz, os possibilitando a fazer uma comparação com a realidade de seus estados. Todos os momentos da vivência, podem ser considerados únicos, pois estão ligados a interações, aprendizados, lições, e renovo de conhecimento cultural no contato com diferentes etnias, raças, costumes, etc. O VER-SUS, como dispositivo e estratégia, busca por um novo jeito de pensar e fazer saúde, como algo além de fornecer bem-estar, o pensar como gestor, cidadão, usuário do SUS, ator-social, alguém que também faz parte do fortalecimento do controle social. |
Trabalho - 2460
O IMPACTO DOPROJETO VER-SUS NA FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA EM DEFESA DO SUS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA¹ Autores: Thais Gomes Oliveira, Sônia Maria Lemos, Nany Camilla Sevalho Azuelo, Natália Guedes de Melo Silva, Izi Caterini Paiva Alves |
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INTRODUÇÃO: O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais abrangentes do mundo. Ele foi concebido em 1988 em conjunto com a Constituição Federal do Brasil quando, por meio desta, a saúde tornou-se um direito de todos e um dever do Estado. Contudo, somente com a Lei n° 8.080 de 19 de setembro de 1990, ganhou uma estrutura que buscou viabilizá-lo para atender universalmente a população. Para que possa operar adequadamente, vários fatores são relevantes, sendo um dos principais, profissionais com conhecimento científico, capacitados a atuar nos diversos níveis de complexidade do sistema, mas que permaneçam engajados na defesa de uma saúde pública de qualidade e com a capacidade de promover a articulação da comunidade no sistema. O Ministério da Saúde em parceria com a Rede Unida, em 2002, lançou o programa de Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS), com o intuito de estimular a formação de profissionais comprometidos eticamente com os princípios e diretrizes do SUS, além de conscientes do seu papel como agentes políticos sociais capazes de realizar transformações no seu meio. O projeto VER-SUS consiste de três fases: a seleção dos participantes, realizada através de questionário on-line disponível no site http://versus.otics.org; a vivência, correspondente ao período de sete dias onde os acadêmicos permanecem no município ou Estado realizando as atividades propostas pelo projeto; e a devolutiva, onde são expostas as experiências e impressões vivenciadas aos demais grupos participantes da edição. Este relato tem como objetivo expor a relevância do programa VER-SUS na formação do acadêmico em prol do SUS. DESENVOLVIMENTO: A vivência ocorreu no segundo semestre do ano letivo de 2015, mais precisamente de 8 a 15 de agosto, em um município do interior do Estado do Amazonas. A equipe era composta por seis acadêmicos, provenientes das instituições públicas de ensino do Estado, pertencentes aos cursos de enfermagem, medicina, odontologia, farmácia e saúde coletiva. Ao longo dos dias de vivência em loco, foram articuladas visitas nas instâncias de saúde disponíveis, sendo elas duas UBAS (Unidades Básicas de Atenção em Saúde), um hospital geral e um CAPS (Centro de Atenção Psicossocial); além disso, também foram desenvolvidas atividades externas caracterizadas por visitas domiciliares a grávidas do pré-natal e idosos do programa hiperdia, ida a comunidades indígenas e o comunicação direta com a população do perímetro urbano em estabelecimentos públicos ou particulares. Ao final do dia, era atividade de cada aluno relatar suas experiências no portfólio pessoal e participar de uma roda de conversa com os demais integrantes objetivando a troca de percepções e conhecimentos sobre o SUS no município. RESULTADOS: A experiência VER-SUS ensejou de fato um amadurecimento de pensamento crítico-social na formação da acadêmica. A ideia de outrora estava pautada em especulações sem base científica e experiências pessoais insatisfatórias, contudo o ensino superior chamou ao conhecimento documentos que desenham a maneira ideal de funcionamento do SUS em todas as instâncias, e a chance de participar do projeto despertou a curiosidade em conhecer não por falácias, mas pela realidade o sistema que atende a população. Durante a vivência, passou-se por instituições dos níveis primário e secundário. Observou-se que, em sua maioria, a instituição do nível secundário possuía um aparato tecnológico mais completo e satisfatório, com um quadro de profissionais mais completo e com um abastecimento medicamentoso atualizado, enquanto que as instituições da atenção primária possuíam um arsenal tecnológico inferior e encontravam-se temporariamente privadas de algumas medicações, todavia os profissionais que ali estavam demonstraram habilidades organizacionais de suma importância para compensar as dificuldades e continuar levando um atendimento de saúde engajado na busca por qualidade. Quanto à saúde mental, o acesso ao documento da reforma psiquiátrica e as aulas expositivas não tinham sido suficientes para desconstruir uma concepção enraizada do modelo manicomial que estava posta na mente da acadêmica, contudo o contato com o espaço do CAPS observando e participando da nova forma de fazer saúde mental incentivou uma reestruturação de concepção para a aluna, assim como também evidenciou uma evolução sociocultural da importância dada pela população em si ao cuidado com a saúde psicossocial também das populações tradicionais. Outro ponto formativo valoroso foi à oportunidade de estabelecer uma comunicação direta com a população fosse ela do perímetro urbano fosse do perímetro rural, com a comunidade indígena, pois este contato ofertou uma verdadeira articulação entre o que é visto em sala de aula, com a literatura de apoio, e o que é de fato entregue a população. Mesmo as críticas mais negativas direcionadas a gestão do município e estabelecimentos de saúde serviram de embasamento e instigação no processo de amadurecimento do pensamento crítico e de discurso da acadêmica. Portanto, ao fim da vivência, a concepção de SUS nos interiores já não estava mais baseada em teoria, mas sim em vivência prática realística, onde ficou claro as imperfeições do sistema, mas também se observou que um trabalho bem feito dos profissionais somado com a participação ativa da população através da fiscalização e cobranças aos gestores mantém um bom funcionamento permitindo também a visão de que crescer sempre será necessário, mas que apenas a força do conjunto tem poder para estimular isto. O SUS funciona sim, para aqueles que estão dispostos a contribuir e lutar sempre para garantir isso. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O projeto VER- SUS provou ser de extrema relevância para a formação dos acadêmicos, pois além de viabilizar a entrada e o contato direto com as instalações, maquinários e profissionais, também proporciona aos estudantes uma articulação direta com os principais interessados no atendimento de qualidade, os usuários. Com isso, há um estímulo da construção de uma visão própria acerca do SUS sem as interferências de informações distorcidas, bem como o incentivo em prol do amadurecimento do pensamento crítico do acadêmico possibilitando a desconstrução de preconceitos e imperícias. A marca que fica da vivência é que, mesmo com as dificuldades encontradas, os profissionais que lutam e defendem o sistema são importantes agentes transformadores e, em conjunto com a população que busca ativamente melhorias, são os grandes responsáveis pelo funcionamento universal do sistema de saúde. |
Trabalho - 4541
VER-SUS BARRA DO GARÇAS - MT: ALGUMAS NOTAS Autores: Lucas Rodrigo Batista Leite, Dimitria Dahmer SANTOS, Erika Aparecida de Oliveira, Romero dos Santos CALÓ, Aparecida Fátima Camila REIS, Rosa Lúcia Rocha RIBEIRO, Amailson Sandro de BARROS, Kaique Saimon Lemes Farias Rodrigues |
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O Projeto VER-SUS/Brasil foi inserido em Mato Grosso em 2012 e desde então vem se desenvolvendo no estado, com organização protagonizada, principalmente, por estudantes universitários. Em Barra do Garças, distante, aproximadamente, 500 quilômetros de Cuiabá, o projeto chegou em 2016, na modalidade vivência; e é sobre esta ação que objetiva-se discorrer neste relato. Trata-se de relato de experiência de organização do VER-SUS/Brasil, na cidade de Barra do Garças – MT, de 23 a 29 de outubro de 2016. O projeto foi realizado na cidade por demanda de estudantes que vivenciaram o VER-SUS, em Cuiabá, em janeiro do mesmo ano. A ideia inicial para a vivência era dar continuidade à temática da saúde mental, abordada em Cuiabá, no intuito de comparar as realidades da capital e do interior; todavia, como o município de Barra tem uma população indígena expressiva, a organização (CO) resolveu tematizar a vivência nesse foco (saúde indígena) - sem excluir a saúde mental e outras questões. A CO foi compartilhada por estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) de Cuiabá – ligados, principalmente, ao PET Conexões de Saberes – e Barra do Garças – do curso de Enfermagem. A vivência VER-SUS Barra do Garças possuía espaços de formação e visitas, sendo organizada em 5 módulos: (I) Sociedade e política brasileira, (II) SUS, RAPS e Saúde Indígena – formação - (III) Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, (IV) Visita na Rede de Saúde de Barra do Garças e (V) Cultura e Saúde Indígena - vivência. Os módulos I e II ocorreram no alojamento – que funcionou na UFMT; o módulo III, ocorreu em uma cachoeira que fica no perímetro urbano; o IV, na rede de saúde de Barra do Garças; e o V, na Aldeia Xavante São Marcos. Cada espaço de formação foi facilitado por especialista na área; as visitas eram conduzidas por profissional disponibilizado pela unidade visitada. A comunicação entre os membros da CO foi um desafio na construção da vivência, já que a mesma era integrada por estudantes de Cuiabá, Várzea Grande e Barra do Garças. A adesão do município foi uma tarefa que demandou agilidade, pois, o período solicitado era também período eleitoral. A ligação dos estudantes com a UFMT foi um ponto forte, visto que oportunizou o espaço para alojamento, facilitadores para os espaços de formação e transporte para visita à Aldeia. Considera-se que a vivência em Barra do Garças, além de oportunizar espaços de formação e visitas aos participantes, foi um grande exercício de gestão para os organizadores, uma vez que exigiu desses um bom relacionamento entre si e com as instituições – universidade, secretaria de saúde e etc. - afim de construir um projeto em meio a distância geográfica e ao período eleitoral. |
Trabalho - 3454
A EXPERIENCIA NO VER-SUS: UM LEGADO PARA A VIDA PROFISSIONAL E PESSOAL DO VIVENTE¹ Autores: Natalia Guedes de Melo Silva, Sônia Maria Lemos, Nany Camilla Sevalho Azuelo, Thais Gomes Oliveira, Izi Caterini Paiva Alves |
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APRESENTAÇÃO: O VER-SUS é um projeto financiado pelo Ministério da Saúde que tem como objetivo inserir acadêmicos de diferentes cursos na realidade do Sistema Único de Saúde, aproximando-os do cotidiano dos profissionais, gestores e usuários do SUS e assim proporcionar encontros que qualifiquem e tornem crítico o processo formativo e favoreçam a reflexão dos profissionais sobre suas práticas em saúde. A imersão completa do acadêmico na vivência, possibilita que este construa suas próprias experiências críticas e confronte-as com a realidade. Este relato objetiva a exposição das atividades realizadas e do legado deixado pelo projeto na vida de uma estudante que participou da edição de verão do VER-SUS Amazonas que ocorreu em Janeiro de 2016. DESENVOLVIMENTO: Durante a semana de vivência os acadêmicos puderam conhecer como se articula os diversos serviços de saúde do município do interior do Amazonas, distante 270 KM de Manaus, desde a atenção básica, que dispõe de barcos e ônibus para levar atendimento a comunidades distantes, até a vigilância epidemiológica, que conta com um projeto de identificação e eliminação dos focos de malária no município. O grupo participou de uma reunião do conselho municipal de saúde onde pode observar como se dá o controle e participação social no município e visitou ainda o primeiro CAPS - centro de atenção psicossocial - do município onde pode perceber a diferença que o trabalho do profissional de saúde comprometido faz na comunidade. Os viventes puderam conhecer ainda o trabalho multiprofissional desenvolvido pelo laboratório de análises clínicas do município. RESULTADOS: A semana de vivência no VER-SUS proporcionou aos estudantes a oportunidade de ver de perto a dinâmica do sistema de saúde, a possibilidade de conhecer na prática a essência da atuação multiprofissional, que muitas vezes se limita à teoria dentro da academia. O contato forte e intenso entre acadêmicos e profissionais, que é favorecido pela imersão dentro dos serviços de saúde, possibilita a troca de saberes entre esses indivíduos, onde é possível entender o papel do profissional de saúde como agente transformador da sociedade e o profissional pode obter um novo olhar, uma visão mais crítica sobre sua própria atuação profissional. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Considera-se a experiência do VER-SUS um divisor de águas na formação acadêmica do profissional de saúde. É necessário que o estudante entenda como o SUS funciona e compreenda qual seu papel dentro do sistema para que ele dê certo, seja como profissional ou como usuário, e assim possa buscar uma formação acadêmica que lhe dê suporte para fazer com que o sistema tenha êxito criando assim novas percepções sobre sua própria formação acadêmica e profissional. |
Trabalho - 5087
VER-SUS COMO FERRAMENTA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DIFERENCIADA UM RELATO DE EXPERIENCIA Autores: Adriana Avelino Leal, Gisele Reis Dias |
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INTRODUÇÃO: Este trabalho relata a importância do projeto de vivência e estágio no sistema único de saúde (VER-SUS), estágio interdisciplinar sendo acadêmicos a maioria destes da área de saúde. O projeto é realizado através da Associação Brasileira Rede Unida junto ao Ministério da Saúde e Secretarias Municipais dos locais envolvidos, onde os estudantes envolvidos têm a oportunidade de conhecer e vivenciar o funcionamento do SUS de perto e conhecer suas especificidades do local ao qual foram locados. Dessa maneira contribuindo para a formação do conhecimento sobre o Sistema Único de Saúde de forma mais abrangente e fortalecendo laços e o reconhecimento da importância deste sistema na vida da população brasileira. OBJETIVO: Apresentar a vivência VER-SUS como ferramenta na construção de profissionais informados e qualificados sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde no Brasil. METODOLOGIA: Este estudo consiste em relato de experiência de uma acadêmica de Enfermagem sobre a vivência no VER-SUS 2016/2 no município de Presidente Figueiredo no estado do Amazonas o grupo destinado ao local teve a participação de acadêmicos de Enfermagem, Odontologia e Jornalismo. RESULTADOS: O Projeto VER-SUS possibilitou conhecimento além das fronteiras acadêmicas, mostrando riquezas culturais, especificidades e realidade locais, uma experiência transformadora na formação profissional diferenciada visando a saúde pública como a base do sistema, devendo ser fortalecida, valorizada de extrema importância aos usuários, conseguindo chegar a lugares de difícil acesso e condições precárias prestando assistência em saúde a essas populações distantes das capitais como na região Norte. Na vivência pôde-se conhecer diversos setores relacionados direta e indiretamente ao SUS, como setores relacionados ao controle de pragas, educacional na forma de educação em saúde, judiciários relacionados a violência vinculado ao acompanhamento psicossocial, o Centro de Referência de Assistência Social, onde o grupo pode participar de uma ação social em uma comunidade rural levando serviços como atendimento médico, odontológico, serviços de aquisição de RG, certidão de nascimento dentre outros que complementam o Sistema Único de Saúde e boa parte da população, estudantes e até profissionais da área da saúde não possuem conhecimento dessa abrangência ou se limitam pensar que o SUS se resume a hospitais e postos de saúde somando as dificuldades do sistema se moldando as realidades locais acabam perpetuando um pensamento de má qualidade nos serviços prestados sendo visto como ineficiente para boa parte da sociedade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Como ferramenta o VER-SUS quebra paradigmas mostrando a abrangência do sistema, a importância que tem para a qualidade de vida da população, a vivência interdisciplinar possibilita ampliação da visão atingindo diversas profissões levando informações e a valorização do SUS, o compartilhamento desse conhecimento contribui para a formação de opinião coerente e formação profissional qualificada e diferenciada, construindo profissionais conscientes, críticos moldando cidadãos que valorizem o Sistema Único de Saúde, buscando mudanças, melhorando a prestação dos serviços atendendo a toda população de forma humanizada criando laços entre o sistema e a sociedade no fortalecimento da luta por melhorias. |