99: Problematizando as práticas pedagógicas
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FCA 02 Sala 03 - Candiru    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
903 O uso da Metodologia de Análise de Redes do Cotidiano (MARES) na formação em saúde.
RICARDO HENRIQUE VIEIRA de MELO, ROSANA LÚCIA ALVES de VILAR, ANTÔNIO MEDEIROS JÚNIOR, ALEXANDRE BEZERRA SILVA

O uso da Metodologia de Análise de Redes do Cotidiano (MARES) na formação em saúde.

Autores: RICARDO HENRIQUE VIEIRA de MELO, ROSANA LÚCIA ALVES de VILAR, ANTÔNIO MEDEIROS JÚNIOR, ALEXANDRE BEZERRA SILVA

Apresentação: Trata-se do relato da aplicação de um recurso pedagógico facilitador da reflexão-ação sobre problemas concretos. A integração precoce do discente, dos cursos da saúde, às realidades das comunidades e dos serviços, implica, necessariamente, em uma mudança na forma de refletir e escolher prioridades através de atitudes equânimes. A Metodologia de Análise de Redes do Cotidiano (MARES) vem sendo utilizada no mapeamento de práticas cotidianas, revelando a complexidade da sociedade. O objetivo desse relato é divulgar o uso da MARES como uma ferramenta pedagógica de aprendizagem significativa junto aos discentes das disciplinas de Saúde e Cidadania I e II, ofertadas no primeiro e segundo período dos cursos da saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Desenvolvimento do trabalho: A vivência aconteceu entre 2013 e 2017, nos Grupos Tutoriais: Cidade Praia; Monte Líbano; e Nazaré, em Natal (RN), durante a etapa de seleção de problemas para elaboração de um projeto de intervenção, após a realização de passeios exploratórios e visitas a equipamentos sociais da comunidade, feitos pelos discentes, preceptores e tutores. Após discussão sobre os determinantes macrossociais e micro sociais de saúde, foi desenhado um mapa (self), para identificação dos problemas compartilhados, dos mediadores colaboradores e inibidores, e meios de superação desses problemas. Foram utilizadas cartas temáticas, semelhante a um baralho, como recurso mobilizador da interação e debate. Resultados: A partir dos portfólios de aprendizagem foi possível constatar que a experiência foi considerada interessante, envolvente, pertinente enquanto facilitadora de projetos de intervenção. Contribuiu para o desenvolvimento de uma postura interativa capaz de compartilhar poder, de induzir reflexões dialógicas para a mediação de conflitos. Combinou formas de pensamento e de ação onde as pessoas foram, ao mesmo tempo, nas discussões cotidianas, sujeitos e predicados. Bem como a oportunidade gratificante de ter noções sobre o trabalho em equipe, e saber ouvir, conversar, debater, em prol da comunidade. A vivência representa um campo para experimentação de alternativas metodológicas mais humanas que possam fortalecer os laços entre o ensino, pesquisa, extensão com potencialidades concretas de aplicação, dos aspectos teóricos e operacionais abordados, no mar de possibilidades da articulação entre academia, serviços e comunidade. Ainda foi capaz de ressoar no estilo de vida dos participantes, pelas aproximações dialogadas entre o saber científico e o senso comum, e que possam estimular a participação comunitária, o autocuidado e a autonomia. Considerações finais: Este método foi adequado para identificação da problemática social e os meios para superação, valorizando a experiência do sujeito, as trocas e as regras que explicam os conflitos e as alianças, levando os participantes à reflexão de seu papel de mediador social. Favoreceu uma construção dialógica e compartilhada ao ampliar para os discentes uma visão crítica, tolerante, flexível de si e do outro.

1448 DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM: Um olhar psicológico.
Nara Bezerra Custódio Mota, Brena Dielle Anastacio de Sousa, Jamilia Soares de Farias, Antonio Charles de Oliveira Nogueira, Cassio Marques Ribeiro, Luis Rocildo Caracas Vieira e Souza

DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM: Um olhar psicológico.

Autores: Nara Bezerra Custódio Mota, Brena Dielle Anastacio de Sousa, Jamilia Soares de Farias, Antonio Charles de Oliveira Nogueira, Cassio Marques Ribeiro, Luis Rocildo Caracas Vieira e Souza

Apresentação: A psicologia como ciência que busca compreender a complexidade do comportamento humano se debruça sobre os processos de desenvolvimento e aprendizagem como fonte de pesquisa e área fértil de teorização. O objetivo deste trabalho é mostrar a importância do estudo do desenvolvimento humano e aprendizagem de forma a contribuir para compreensão e superação das suas variações e possíveis dificuldades. Além disso, deve-se destacar a necessidade de contextualização das teorias, e principais autores exponenciais de cada uma delas, visando um entendimento mais rico sobre tais processos psicológicos. As compreensões sobre o desenvolvimento a aprendizagem humana são tão essenciais a nossa sociedade pela importância desses processos para as diversas áreas de estudos sobre o ser humano. Sem a correta compreensão desses processos não se pode intervir e transformar situações difíceis em potencial, superação e evolução dos sujeitos em sociedade. Desenvolvimento do trabalho: Esta pesquisa fora realizada através de revisão de literatura onde se adotou as seguintes palavras-chave: psicologia e desenvolvimento, aprendizagem, teorias da aprendizagem e psicologia cognitiva. Baseada principalmente em artigos científicos da base de dados do Scielo. Resultados: Como resultados obtidos tem-se que atualmente as principais teorias que influenciam o campo do desenvolvimento e aprendizagem são as inatistas, comportamentalistas e psicogenéticas, com ênfase para esta última da qual surgiram os grandes nomes do cenário atual para a compreensão desses dois processos da psique humana: Piaget e Vygotsky. Considerações finais: A psicologia cognitiva se aplica a estudar e desenvolver teorias e atuações que ajudem a sociedade a reverter situações de atraso, dificuldades ou outros problemas oriundos de resoluções errôneas desses processos, no tocante ao campo dos processos psicológicos e comportamentos dos sujeitos e sociedades.

3268 O LUGAR DO FASCISMO NO DISCURSO DXS UNIVERSITÁRIXS DA SAÚDE: QUAL A IMPLICAÇÃO DA UNIVERSIDADE NO PROCESSO FORMATIVO DXS ESTUDANTES?
Priscila Melo, Nelson Eduardo Estamado Rivero, Laura Cecília Lopez

O LUGAR DO FASCISMO NO DISCURSO DXS UNIVERSITÁRIXS DA SAÚDE: QUAL A IMPLICAÇÃO DA UNIVERSIDADE NO PROCESSO FORMATIVO DXS ESTUDANTES?

Autores: Priscila Melo, Nelson Eduardo Estamado Rivero, Laura Cecília Lopez

Este resumo refere-se a pesquisa realizada pela autora para seu trabalho de conclusão de curso em psicologia na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, RS. O estudo foi desenvolvido entre os anos de 2016 e 2017 com estudantes de graduações da saúde da região metropolitana de Porto Alegre, RS. A pesquisa teve como objetivo principal investigar como o fascismo se reedita e se apresenta no discurso dxs universitárixs da área da saúde. Essa temática se faz pertinente e atual na medida em que se entende que o fascismo está incrustado em nosso cotidiano e que o mesmo vem se reeditando e se renovando em diversos modos de atuação no passado recente e no presente. O estudo se propõe a investigar de que forma a singularidade e as histórias individuais de cada profissional afetam a forma com que os usuários são atendidos e entendidos nos serviços e pelos profissionais de saúde. Entendendo a formação acadêmica como espaço essencial para construção de profissionais mais éticos e coerentes em seu fazer profissional, se optou por realizar o estudo com estudantes em processo de formação. A pesquisa conta com delineamento qualitativo e exploratório. O delineamento foi definido após verificação da necessidade de expandir e abrir maiores espaços para a discussão sobre a temática dentro da academia. Foram realizadas sete entrevistas individuais e semi-estruturadas com estudantes da saúde de três cursos, sendo eles: enfermagem, nutrição e psicologia. Adicionou-se ao estudo os seguintes critérios de inclusão: conclusão de ao menos 50% da grade curricular obrigatória de seu curso, estar realizando ou já ter concluído ao menos uma vivência de estágio obrigatório referente a formação atual e contar com 18 anos completos ou mais. O estudo foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da universidade sob o número de inscrição 1.875.615. A análise de dados ocorreu de acordo com análise de conteúdo. Foram elaboradas quatro categorias a partir da análise: visão sobre x paciente, capitalismo, formação em saúde e cultura e/ou crença. A primeira categoria (visão sobre x paciente) foi dividida em duas subcategorias, sendo elas: Incapacidade e Hostilidade. Verificou-se que xs usuárixs são constantemente visualizados como sujeitos despotentes e que o assistencialismo se faz fortemente presente no discurso voltado à prática no campo da saúde. Entende-se que essa visão despotencializadora dificulta o exercício de práticas verdadeiramente emancipatórias. A segunda subcategoria apresenta a percepção dx usuárix como uma espécie de inimigo, como um sujeito que mal trata ou violenta de diversos modos x profissional. Entendendo que a aliança terapêutica é diretamente afetada por uma relação nesses moldes, verifica-se a relevância de proporcionar abertura para a discussão acerca dos efeitos da construção dessa relação no que tange ao atendimento proporcionado à população. A segunda categoria (capitalismo) também foi subdividida em duas, sendo elas: Serviços públicos e Lógica de produção. O aspecto mais frequentemente mencionado acerca da atuação nos serviços públicos diz respeito as dificuldades do trabalho nesse ambiente, em especial no que tange ao desgaste das equipes e dos profissionais. Entende-se que a construção subjetiva pautada em modos individualizantes gera afastamento de importantes vivências coletivas e, consequentemente, abre espaço para que o Estado atue de forma a suspender direitos cada vez mais básicos. Assim, a participação da população deve ser incentivada em todos os cenários possíveis, uma vez que essa participação tem potência para romper com o modo indivíduo de nos constituirmos enquanto sujeitos. A subcategoria de Lógica de produção foi construída na medida em que a noção do trabalho em saúde apresenta-se fortemente atrelada ao alcance de metas e resolutividade. Entende-se que este modelo de exercício profissional não condiz com o esperado para a atuação no campo da saúde, em especial após as orientações do Humaniza SUS. Atuações profissionais seguindo este modelo não abrem o espaço necessário para a inventividade e para a potência do encontro. A terceira categoria refere-se à Formação em saúde e foi criada devido a necessidade de pontuar a concepção mercadológica empregada nas formações, o que gera formações altamente tecnicistas e fortemente atreladas aos especialismos. Ressalta-se que esse modelo de formação pode desembocar em práticas profissionais assistencialistas, fragmentadas e/ou excludentes. Problematiza-se a responsabilização da academia para com as formações, em especial as voltadas para o campo da saúde. Para além disso, problematiza-se a responsabilização da academia para com a sociedade, uma vez que os profissionais formados por esse espaço estarão integrados aos serviços de saúde fornecendo atendimento à população e reproduzindo as lógicas absorvidas na academia em seu fazer profissional. A quarta e última categoria desenvolvida no presente estudo diz respeito a Cultura e/ou crença. Não por acaso essa temática destacou-se sobre as outras no que tange ao aparecimento de contradições discursivas. O estudo ressaltou a distância existente entre a teoria e as orientações voltadas para a prática no campo da saúde e a realidade vivenciada em muitos campos de atuação. Apesar de almejarmos uma atuação no campo da saúde voltada para práticas que valorizem e incentivem a emancipação do sujeito, foi constatado que ainda há forte aproximação aos exercícios de controle e dominação do outro no fazer em saúde. Compreende-se que as violências explícitas cotidianamente apresentadas na grande mídia são o ápice de um processo anterior, processo esse onde violências sutis são naturalizadas e ajustadas ao tecido social. A violência está constantemente impressa nos mais variados modos de atuação, como em julgamentos ou ridicularizações. Os resultados da pesquisa apontam que xs estudantes da saúde estão profundamente subjetivadxs pela lógica de um sistema fascista e (re)produzem tais lógicas em seus discursos e práticas de estágio. Exemplos disso são a noção do trabalho em saúde como uma “linha de produção”, onde o alcance da meta é o objetivo maior; ou a percepção de que xs estudantes contam com conhecimentos mais valiosos que xs usuárixs, o que gera uma relação vertical que despotencializa os sujeitos. Considerando que xs profissionais da saúde devem zelar por uma prática de cuidado pautada na ética profissional que vise a potencialização dos sujeitos, o bem-estar de todxs e o respeito aos mais diversos modos de vida é fundamental que as formações nessa área reflitam constantemente sobre a sua implicação no processo formativo dxs futurxs profissionais. Essa constante análise de implicação se faz necessária uma vez que xs estudantes de hoje são xs profissionais de amanhã e estxs estarão atendendo à população e (re)produzindo lógicas mais ou menos potencializadoras e emancipatórias.

3434 Relato de Experiência: A importância da IFMSA Brazil na formação médica em Santarém/PA.
Alana Ferreira de Andrade, Daniele Caséca Ruffo, David Sanches Figueiredo Viana

Relato de Experiência: A importância da IFMSA Brazil na formação médica em Santarém/PA.

Autores: Alana Ferreira de Andrade, Daniele Caséca Ruffo, David Sanches Figueiredo Viana

APRESENTAÇÃO: A IFMSA Brazil é uma organização vinculada à International Federation of Medical Students’ Associations, que por sua vez, é considerada a maior associação estudantil do mundo. Nacionalmente, 125 escolas médicas possuem comitês locais distribuídos em 26 estados brasileiros; que atuam em variados eixos de atividades, a saber: representatividade estudantil, intercâmbio, educação médica, pesquisa, promoção de saúde, humanização e treinamentos. O estudo tem como objetivo relatar o funcionamento do comitê local da IFMSA Brazil, em uma faculdade de medicina no município de Santarém (IFMSA Brazil UEPA Santarém), e sua importância no crescimento individual e profissional. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Foi realizado um relato de experiência resultante das atividades desenvolvidas pela IFMSA Brazil UEPA Santarém em 2017. Ao início de cada semestre foram realizadas duas reuniões: a primeira de apresentação do comitê local aos calouros e, a outra, sobre metas de ações, para serem realizadas durante os próximos meses, com todos os filiados. Eventualmente, foram propostas reuniões extraordinárias para discussões de relevância acadêmica e humanística, proporcionando trocas de saberes e criação de estratégias de intervenção na comunidade, sem deixar de lado as discussões sobre a gestão do comitê local. A organização da instituição é composta por um corpo discente de 40 alunos, o qual mantêm contato entre si através de redes sociais para discussões e para convocação das atividades. RESULTADOS: Quanto à realização das atividades, sete filiados participaram como estagiários do programa de intercâmbio nacional, cuja experiência proporcionou uma compreensão melhor da saúde pública em diferentes realidades brasileiras. Sobre as atividades desenvolvidas na região, foram realizadas um total de 13 ações, entre projetos na comunidade e eventos de conhecimento acadêmico, sendo que a maioria das atividades foram realizadas posteriormente a uma capacitação com um profissional experiente na atividade na qual seria realizada. Todos os filiados também foram estimulados a realizar produção científica e, por meio desse incentivo, puderam ser apresentados dois trabalhos em eventos nacionais. CONSIDERAÇÕES FINAIS:  A IFMSA Brazil UEPA Santarém exerce uma função fundamental entre os acadêmicos de medicina, pois possibilita a construção do entendimento teórico-reflexivo e da humanização. Os princípios da IFMSA Brazil estimulam os estudantes a agirem ativamente em prol da melhoria da realidade que os cerca, seguindo o lema da federação “Estudantes de medicina que fazem a diferença”. Por conseguinte, a prática incentiva formação de profissionais altruístas e dedicados à cura integral do ser humano, conscientes de que o médico tem o potencial de beneficiar o meio no qual vive.

3834 A Wikiversidade na formação do profissional em saúde: o que pode (a)prender o corpo num espaço virtual?
Vinícius Demarchi Silva Terra, Thatiane Lopes Valentim Di Paschoale Ostolin

A Wikiversidade na formação do profissional em saúde: o que pode (a)prender o corpo num espaço virtual?

Autores: Vinícius Demarchi Silva Terra, Thatiane Lopes Valentim Di Paschoale Ostolin

Conduzidos pela sistematização do trabalho docente desenvolvido ao longo de um semestre num Programa de Aperfeiçoamento Didático (PAD), discutiremos neste relato de experiência o uso da plataforma web Wikiversidade na formação profissional do bacharel em Educação Física inserido num Projeto Político Pedagógico com matriz interdisciplinar. Como o wiki é por definição "um conjunto de páginas interligadas e cada uma delas pode ser visitada e editada por qualquer pessoa", tal ferramenta didática foi implementada na disciplina de "Práticas Alternativas e Integrativas", com o objetivo de desenvolver: 1) a produção colaborativa de informação e conteúdo sobre as práticas corporais; 2) as conexões entre conteúdos das práticas com as demais disciplinas do curso; 3) escritas significativas da aprendizagem. Os 29 alunos matriculados tiveram a tarefa de se dividirem em 10 grupos equivalentes e organizarem relatos das aulas na Wikiversidade, utilizando-se de ferramentas web para publicar as 10 (dez) aulas teórico-práticas realizadas ao longo do 2o. semestre de 2016. Tendo como pressuposto que o curso de Práticas Corporais é presencial e baseado na experiência, assumimos que ele seria intransponível para um ambiente virtual. Dado este pressuposto, nosso intuito foi provocar o uso do ambiente virtual como um modo possível de produzir memórias, colaborações e comunicações sobre o que está sendo aprendido, de modo a tensionar possibilidades que não caberiam no formato tradicional do papel ou documentos offline (word, powerpoint), com sérias limitações para expressar a aprendizagem sensível, cinestésica, corporal. Ou seja, nosso problema girou em torno da questão matriz: uma plataforma aberta como a Wikiversidade poderia ampliar a produção de sentido e significado do que está sendo apreendido? Ou ainda, com Deleuze e Espinosa: o que se pode (des)prender numa escrita coletiva? O que se pode (a)prender por este corpo virtual? Para avaliar a experiência de ensino-aprendizagem, bem como o alcance dos objetivos, analisamos  as publicações dos alunos a partir de 3 categorias: a) Os modos de organização do trabalho na Wikiversidade; b) Os tipos de conteúdos privilegiados nas publicações; c) As conexões (hiperlinks) estabelecidas entre a disciplina, conteúdos web e as demais disciplinas. Portanto, refletimos sobre os possíveis impactos da Wikiversidade nos modos de trabalho, nos modos de escrita e os modos de produção de significado do que foi aprendido. A análise dos resultados revelou que os alunos se engajaram em modos de trabalho colaborativo na Wikiversidade pelo uso de mais computadores do que o número de alunos envolvidos na tarefa, o que também sugere o uso computadores públicos, e refuta o argumento de estudos pré-internet com universitários, que associavam a dificuldade dos estudantes se engajarem em trabalhos em grupo pela falta de espaço compartilhado ou tempo disponível presencial. O processo de construção dos relatórios das aulas na Wiki fica evidente pela quantidade de postagens num número reduzido de dias, mostrando que há uma preferência pelo trabalho concentrado e sob pressão dos prazos, no entanto os grupos evitaram trabalhar diretamente na internet (talvez por questões de segurança ou falta de acesso online) e preferiram trabalhar offline, postando a redação final de cada um dos itens solicitados diretamente na Wikiversidade. No que diz respeito aos conteúdos, ficou evidente a intimidade dos alunos com uso de celulares e sua adoção como ferramentas indispensáveis para o registro e elaboração dos relatos de aula, ainda que esta e outras tecnologias sofram ampla censura na universidade e na educação em geral por diversos fatores limitantes, como infraestrutura, suporte, pessoas, tempo e falta de conhecimento e domínio dos próprios professores. De fato, a produção de materiais audiovisuais teve grande destaque ao longo da disciplina, porém muitos estudantes demonstraram dificuldade para postagem deste tipo de conteúdo, daí a preferência pela fotografia. Ainda que gifs, animações e vídeos tenham aparecido como modos atualizados de dar movimento à imagem (e ao corpo), privilegiou-se o uso da imagem estática, complementada com a descrição dos movimentos corporais, algo que provocou uma escrita rigorosa com as descrições anatômicas, bem como referências aos estudos de biomecânica e cinesiologia. Diversas conexões e modos de dar sentido às práticas corporais estiveram igualmente associados às demais disciplinas práticas aplicadas, com destaque para Ginástica e Dança, disciplinas que tradicionalmente estão mais associadas ao público feminino, do que ao masculino, mais afetado pelos jogos, esportes e lutas no geral, as chamadas práticas coletivas de agon. De fato, outro aspecto comum a tais disciplinas de Ginástica e Dança é o tratamento do corpo na sua esfera individual. Neste sentido, aparecem também as ciências básicas que tradicionalmente tratam do indivíduo (psicologia, anatomia, cinesio, biomecânica) e menos referências são feitas às disciplinas que tratam de aspectos sociais, públicos ou comunitários, como o conjunto de disciplinas chamado Trabalho em Saúde, embora tenha sido enfatizado pelo docente. Neste sentido, a análise dos resultados provocaria um questionamento muito pertinente às pedagogias críticas: o de que a construção histórica de um conteúdo tem forte impacto sobre os modos de relacioná-lo, interpretá-lo e significá-lo. Em relação às conexões e links estabelecidos, notou-se que a maior parte dos alunos contribuiu para ampliar os saberes práticos tratados em aula, o que condiz com os preceitos matriciais da internet enunciados por Castells (2003), tais como a cultura comunitária, a motivação para contribuições do internauta e a meritocracia dos desenvolvedores,  mas a busca dos links não foi predominantemente científica, como era de se esperar. Sites de organizações, instituições e escolas que tratam de temas como yoga, lian gong e meditação apareceram em primeiro lugar, e os artigos científicos foram tão citados quanto plataformas de vídeos (youtube, video), blogs e redes sociais. Assim, retomamos a provocações iniciais: o que pode (des)prender numa escrita coletiva? O que se pode (a)prender por este corpo virtual? No que diz respeito ao uso da Wikiversidade, a fronteira epistemológica que separa o senso comum do conhecimento crítico  parece mais porosa e permite borrar fronteiras entre o que seria admitido como informação crível (escrita oficial, culta e legitimada pelo discurso científico) e o que seria uma informação sem credibilidade (a escrita "contaminada" de oralidade e demais fontes "impuras" de informação, como o audiovisual). Como sugerem Komesu e Tenani (2009), ao reconhecermos a heterogeneidade da escrita (e também da informação), podemos voltar nossa atenção ao processo de produção do enunciado, valorizando-o pela sua força discursiva, pelo seu contexto social e histórico, não somente pela estrutura da escrita, pelo produto final bem acabado. Cabe acrescentar que, por se tratar de um conteúdo predominantemente prático, isso pode implicar em uso diferenciado da ferramenta quando comparado a outros módulos ou disciplinas que abordam conteúdos mais abstratos e, consequentemente, mais teóricos. Resta saber se isso seria influenciado pelo novo modelo de percepção estabelecido por uma nova tecnologia (MCLUHAM, 1977) - a internet, pela predominância do conteúdo prático da aula, em sintonia com a re-oralização da internet (HILGERT, 2000), ou  pela própria metodologia das aulas do professor, que gerou um trânsito entre academia e comunidade ao propor visitas de campo e trocas com profissionais sem formação acadêmica. Por fim, cabe ressaltar que embora esta re-oralização da internet seja teoricamente provocada pelo desejo de interagir, a Wikiversidade se fez presente mais como uma ferramenta de informação, ou seja, de disponibilização de conteúdo de acesso rápido e fácil, do que uma facilitadora do processo de produção colaborativa.

4533 MOVIMENTO ESTUDANTIL: CONSTRUÇÃO E RECONHECIMENTO NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Pedro Henrique Luz de Oliveira, Margarete Costa Santos, João Antônio Brito Porto

MOVIMENTO ESTUDANTIL: CONSTRUÇÃO E RECONHECIMENTO NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Autores: Pedro Henrique Luz de Oliveira, Margarete Costa Santos, João Antônio Brito Porto

Apresentação: Em um contexto de ensino fragmentado e tecnicistas das escolas de saúde, o pensamento crítico em relação a produção de cuidado e os seus entraves, distanciam-se das salas de aula. Neste cenário o movimento estudantil surge como importante espaço para instigar e habilitar a capacidade reflexiva e crítica dos estudantes no que se refere ao trabalho em saúde e sua relação com as questões políticas e sociais da atual conjuntura, uma vez que possibilita o debate e o amadurecimento dos seus participantes enquanto sujeito/profissional que busca as transformações políticas-sociais. Este relato de experiência tem por objetivo apresentar as vivências do Centro Acadêmico de Enfermagem (CA) na construção de debates da III Semana de Enfermagem, idealizada conjuntamente entre a gestão Motirõ no Instituto Multidisciplinar da Universidade Federal da Bahia e a coordenação do colegiado do curso, sob a perspectiva de refletir qual o ensino desejado e como isso auxilia na construção da formação e do posicionamento do enfermeiro/a crítico e sua prática nos serviços de saúde. Desenvolvimento do trabalho: A academia ainda se apresenta retrógrada em muitas discussões e tendem a ignorar alguns debates importantes para a habilitação dos profissionais de saúde.  Percebendo tal contexto e a necessidade de abrir espaço para a capacitação e sensibilização dos estudantes, o CA e demais organizadores articularam minicursos e mesas redondas na semana de enfermagem para a produção de encontros que possibilitassem um novo olhar dos acadêmicos frente a promoção da saúde de grupos invisibilizados socialmente ao longo de anos dentro e fora do meio universitário, como a população LGBT, população negra. Resultados e/ou impactos: Reafirmamos que o fazer em saúde é um ato político, sendo indispensável o pensamento crítico e reflexivo frente às nossas ações enquanto profissionais. Somos protagonistas na transformação social e política que almejamos. A semana de enfermagem fez com que ocorresse uma apropriação das pessoas com os temas propostos fazendo com que reconhecessem a necessidade de compreenderem melhor acerca de diferentes do outro, além de levantar um questionamento acerca da formação do profissional enfermeiro pelas universidades destacando se realmente são abarcados todos as populações e suas particularidades, para que possamos fazer valer o princípio da equidade, garantido o direito à saúde. Considerações finais: Evidenciamos que um movimento estudantil dotado de valores formados através dos movimentos sociais populares, as lutas são incorporadas aos debates do CA de enfermagem, que se reconhece como agente transformador e formador de opiniões afirmando assim um lugar de voz, pela busca de espaço e reconhecimento, fazendo valer o direito de fato.

5381 O papel do Movimento Estudantil na consolidação de uma nova formação em Saúde através do Bacharelado Interdisciplinar.
Arlindo Pereira de Souza Neto

O papel do Movimento Estudantil na consolidação de uma nova formação em Saúde através do Bacharelado Interdisciplinar.

Autores: Arlindo Pereira de Souza Neto

A globalização e os avanços tecnocientíficos fundaram o paradigma da complexidade, o qual têm fundamentado todos os processos de saberes e práticas das áreas de conhecimentos na contemporaneidade. No campo da saúde a situação não é diferente, as necessidades complexas em saúde têm demandado uma nova maneira de se produzir conhecimento e trabalhar neste setor. Nesse sentido, a formação proposta tradicionalmente pelos cursos superiores em saúde brasileiros, fundamentadas no modelo médico-assistencial hospitalocêntrico, na fragmentação da aprendizagem e trabalho (de acordo com o modelo cartesiano) e na profissionalização e especialização precoces, tem apresentado limitações. Visando adequar-se as necessidades em saúde da população brasileira, bem como aos princípios e diretrizes nascidos junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), o Bacharelado Interdisciplinar em Saúde (BIS) foi criado em 2008, no âmbito da reformulação do modelo de formação universitária da Universidade Federal da Bahia (UFBA), por meio da implementação do regime de ciclos. Este curso apresenta como proposta possibilitar ao futuro profissional de saúde uma formação de natureza geral e comprometida com o SUS, portanto, com os brasileiros. Utilizam-se diferentes visões da realidade visando desenvolver a competência de compreensão do mundo, e do campo saúde, do ponto de vista humanístico, científico e artístico. Esses três eixos permanecem articulados durante o BIS, objetivando fomentar nos estudantes a perspectiva MIT-disciplinar (multi, inter e transdisciplinar). Ademais, buscar-se-á desenvolver entre os alunos a autonomia para a aprendizagem, o que será obtido através do uso de metodologias ativas, colocando o indivíduo como protagonista de sua aprendizagem, e da flexibilização na construção dos currículos, que estará sob a responsabilidade dos discentes, podendo estes, como sujeitos transdisciplinares, caminharem por todos os cursos da UFBA. Nesse sentido, o estudante do Bacharelado Interdisciplinar em Saúde, por ter uma formação crítica, reconhece a necessidade de estar engajado nas lutas populares para que haja uma maior consolidação do projeto do curso, como também, do nosso Sistema Único de Saúde. Dessa forma, o Movimento Estudantil é um pilar importante para a nossa formação, pois é através dele que construímos lutas dentro da Universidade, pautando as reais necessidades do povo, através do Centro Acadêmico do Bacharelado Interdisciplinar em Saúde da Universidade Federal da Bahia. Assim, desde o ingresso de calouras/os, é feita uma recepção apresentando o curso e as dificuldades encontradas, fomentando o debate de que para além de conseguir concluir a formação no curso, é necessário que transforme aquele espaço para as próximas gerações que ingressarem, como também despertar na população de que a universidade precisa cada vez mais ser popularizada e ocupada pelo povo.

5288 Percepções e vivências de graduandos de fisioterapia em estágio em um ambiente hospitalar no Oeste do Pará
Robert Douglas Costa de Melo, Laís Sousa Guedes Leon, Karen Evelin Pedroso de Sousa, Gabriela Amorim Barreto, John Henry de Oliveira Vale

Percepções e vivências de graduandos de fisioterapia em estágio em um ambiente hospitalar no Oeste do Pará

Autores: Robert Douglas Costa de Melo, Laís Sousa Guedes Leon, Karen Evelin Pedroso de Sousa, Gabriela Amorim Barreto, John Henry de Oliveira Vale

Trata-se de um relato de experiência de acadêmicos de fisioterapia em estágio na Clínica Médica do Hospital Municipal de Santarém, no Pará, da disciplina de Fisioterapia nas Disfunções Pneumofuncionais, componente curricular do 6º semestre da graduação desse curso na Universidade do Estado do Pará (UEPA), que é dada como uma base para a sua especialidade correspondente, a Fisioterapia Respiratória. Amparado pela Resolução nº 400, de 03 de agosto de 2011, o profissional fisioterapeuta dessa especialidade possui autonomia para exercer e aplicar técnicas em todos os níveis de atenção à saúde com ações de prevenção, promoção e recuperação em diversos ambientes, como o hospitalar. Tem-se assim, como objetivo desse relato, expor as percepções de 3 graduandos de fisioterapia no ambiente de um hospital municipal. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa do tipo relato de experiência elaborado a partir do estágio no período de 27/10 a 14/11 de 2017, durante a disciplina de Fisioterapia nas Disfunções Pneumofuncionais. O início das atividades se deu com a avaliação dos pacientes, sendo estes já submetidos a uma avaliação médica anteriormente que solicitou fisioterapia respiratória realizada pelos acadêmicos e sob supervisão da preceptora. Nos dias subsequentes, ocorreram as reavaliações dos enfermos e atendimento dos mesmos, sendo este proposto pelos estudantes, mas realizado pela preceptora. Foram executadas técnicas de higiene brônquica e expansão pulmonar, mudanças de decúbito, aspiração de vias aéreas, entre outras. No fim do estágio, os pacientes que, ainda permaneceram, foram repassados para o próximo subgrupo da mesma turma. Dessa forma, foi perceptível, de imediato, o fato de, nesse ambiente, o atendimento fisioterapêutico estar refém da autorização médica, o que se contrapõe às resoluções que afirmam que o fisioterapeuta possui autonomia e domínio para avaliar e intervir no paciente. Também, verificou-se que os pacientes e acompanhantes se sentiam à vontade para tirar dúvidas, fazer solicitações ou reclamações com esse profissional, mediante ao fato deste manter um contato em maior período com eles devido ao tempo de atendimento. Evidencia-se a escassez de materiais básicos como luvas e máscaras, bem como de sondas de aspiração, no hospital, o que dificultava a aplicação de algumas técnicas. E, também, a não existência da discussão dos casos de forma multiprofissional, já que enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais estavam à mercê das prescrições médicas. Por fim, percebe-se que o fisioterapeuta é essencial nesse ambiente haja vista que ele favorece a construção de um atendimento mais integral e humano para o paciente. Sua inserção, validação e eficácia são corroborados pela literatura, no entanto, verifica-se que, nesse hospital, ele é dependente de autorização médica para atuar, abstendo alguns pacientes de uma avaliação fisioterapêutica, bem como de um amparo mais integral. Com isso, destaca-se a necessidade de um diálogo multiprofissional para que seja alcançada a integralidade do atendimento, assim como é proposto pelo Sistema Único de Saúde.

4541 VER-SUS BARRA DO GARÇAS - MT: ALGUMAS NOTAS
Lucas Rodrigo Batista Leite, Dimitria Dahmer SANTOS, Erika Aparecida de Oliveira, Romero dos Santos CALÓ, Aparecida Fátima Camila REIS, Rosa Lúcia Rocha RIBEIRO, Amailson Sandro de BARROS, Kaique Saimon Lemes Farias Rodrigues

VER-SUS BARRA DO GARÇAS - MT: ALGUMAS NOTAS

Autores: Lucas Rodrigo Batista Leite, Dimitria Dahmer SANTOS, Erika Aparecida de Oliveira, Romero dos Santos CALÓ, Aparecida Fátima Camila REIS, Rosa Lúcia Rocha RIBEIRO, Amailson Sandro de BARROS, Kaique Saimon Lemes Farias Rodrigues

O Projeto VER-SUS/Brasil foi inserido em Mato Grosso em 2012 e desde então vem se desenvolvendo no estado, com organização protagonizada, principalmente, por estudantes universitários. Em Barra do Garças, distante, aproximadamente, 500 quilômetros de Cuiabá, o projeto chegou em 2016, na modalidade vivência; e é sobre esta ação que objetiva-se discorrer neste relato.  Trata-se de relato de experiência de organização do VER-SUS/Brasil, na cidade de Barra do Garças – MT, de 23 a 29 de outubro de 2016. O projeto foi realizado na cidade por demanda de estudantes que vivenciaram o VER-SUS, em Cuiabá, em janeiro do mesmo ano. A ideia inicial para a vivência era dar continuidade à temática da saúde mental, abordada em Cuiabá, no intuito de comparar as realidades da capital e do interior; todavia, como o município de Barra tem uma população indígena expressiva, a organização (CO) resolveu tematizar a vivência nesse foco (saúde indígena) - sem excluir a saúde mental e outras questões. A CO foi compartilhada por estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) de Cuiabá – ligados, principalmente, ao PET Conexões de Saberes – e Barra do Garças – do curso de Enfermagem. A vivência VER-SUS Barra do Garças possuía espaços de formação e visitas, sendo organizada em 5 módulos: (I) Sociedade e política brasileira, (II) SUS, RAPS e Saúde Indígena – formação - (III) Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, (IV) Visita na Rede de Saúde de Barra do Garças e (V) Cultura e Saúde Indígena - vivência. Os módulos I e II ocorreram no alojamento – que funcionou na UFMT; o módulo III, ocorreu em uma cachoeira que fica no perímetro urbano; o IV, na rede de saúde de Barra do Garças; e o V, na Aldeia Xavante São Marcos. Cada espaço de formação foi facilitado por especialista na área; as visitas eram conduzidas por profissional disponibilizado pela unidade visitada.  A comunicação entre os membros da CO foi um desafio na construção da vivência, já que a mesma era integrada por estudantes de Cuiabá, Várzea Grande e Barra do Garças. A adesão do município foi uma tarefa que demandou agilidade, pois, o período solicitado era também período eleitoral. A ligação dos estudantes com a UFMT foi um ponto forte, visto que oportunizou o espaço para alojamento, facilitadores para os espaços de formação e transporte para visita à Aldeia. Considera-se que a vivência em Barra do Garças, além de oportunizar espaços de formação e visitas aos participantes, foi um grande exercício de gestão para os organizadores, uma vez que exigiu desses um bom relacionamento entre si e com as instituições – universidade, secretaria de saúde e etc. - afim de construir um projeto em meio a distância geográfica e ao período eleitoral.

4914 VER SUS Saúde do Campo: Residências no diálogo sobre formação e fortalecimento do SUS em um território de resistência.
Aryadne Castelo Branco Correia Lins, Antonio Angelo Menezes Barreto, Amanda Araújo das Mercês, Dayane Kelly dos Santos Alves, Raissa Lorena Bandeira Landim

VER SUS Saúde do Campo: Residências no diálogo sobre formação e fortalecimento do SUS em um território de resistência.

Autores: Aryadne Castelo Branco Correia Lins, Antonio Angelo Menezes Barreto, Amanda Araújo das Mercês, Dayane Kelly dos Santos Alves, Raissa Lorena Bandeira Landim

O VER SUS Saúde no Campo para residentes propõe uma imersão/vivência no cotidiano do campo e da floresta, vivenciando seus determinantes sociais, território (assentamentos, zonas rurais, comunidades quilombolas) opressões, redes de atenção e acesso a saúde e intersetoriais, bem como as singularidades dessa população. Sua concretização contou com parcerias do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a Universidade de Pernambuco e o Coletivo Pernambucano de Residentes em Saúde (CPRS). O objetivo do projeto é estimular a formação de trabalhadores para o SUS e comprometidos com seus princípios e diretrizes. O projeto foi pensando pelo CPRS e que realizou sua primeira edição no ano de 2015. Neste sentido, este resumo pretende relatar a experiência da segunda edição do VER SUS Saúde no Campo para residentes em saúde. A vivência aconteceu no período de 10 a 19 de outubro de 2016 no Centro de Formação Paulo Freire localizado no Assentamento Normandia, o mesmo é gerenciado e organizado pelo MST Pernambuco, além de representar uma conquista para o movimento, localizado na zona rural do município de Caruaru, zona agreste de Pernambuco. Contando com 40 viventes e 8 facilitadores, todos residentes em saúde, a seleção dos mesmos aconteceu por meio presencial e por carta de intenção para os que não residiam em Recife-PE. As discussões e vivências experienciadas ao longo dos 10 dias do VER SUS foram norteadas por eixos prioritários, como: territorialização, Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta (PNSIPCF), controle social, reforma agrária, Reforma Sanitária brasileira, educação popular em saúde, Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e Política de Saúde Mental com ênfase na Reforma Psiquiátrica, contando também com espaços para discussão sobre as diversas formas de opressões (machismo e sistema patriarcal, LGBTfobia, racismo, xenofobia) e como essas influenciam no processo de saúde-doença da população . As vivências e visitações aconteceram no âmbito das Unidades de Saúde da Família e seus territórios de abrangência, Centros de Atenção Psicossocial, Terreiro e dentro do próprio assentamento em espaço de trabalho e produção coletiva (agroindústria). As metodologias utilizadas foram diversas, como: místicas de abertura de cada dia de vivência, dinâmicas de grupo, cine debate, diálogo com convidado externo, momento de autocuidado e espaços autogestionados. É importante destacar a participação de todos os viventes e facilitadores nas atividades diárias de manutenção e limpeza do espaço utilizado, ressaltando a necessidade de refletirmos sobre o processo de coletividade, divisão social do trabalho e inserção na dinâmica de vida das pessoas que ali vivem. Foi evidenciado, através dos relatos dos viventes e facilitadores, a percepção das contradições entre as potencialidades e as vulnerabilidades de um território tão singular como o campo, até então desconhecido pela maioria em seus modos de produção e de vida, desconstruindo leituras prévias da zona rural como um espaço que sobrevive exclusivamente da agricultura. A vivência trouxe um olhar importante sobre as relações de gênero e as diversas formas de exploração de trabalho nesse ambiente, de modo que o acesso e a procura aos serviços de saúde encontram-se diretamente relacionadas a esse contexto. Outros pontos percebidos pelos participantes da vivência e logo diretamente relacionados à questão da qualidade de vida e de saúde da população foram a escassez e dificuldade de acesso a água – resultando em uma mercantilização desenfreada da água -, a dificuldade de transporte na zona rural e a descaracterização do território com o crescente investimento na indústria têxtil que circunda a cidade, fazendo com que famílias inteiras trabalhem na produção de roupas dentro dos próprios domicílios com jornadas de trabalho chegando até 18h diárias – além do trabalho infantil naturalizado, visto que é utilizado para manutenção financeira da família. O VER SUS Saúde no Campo contribui para a aproximação dos residentes em saúde com a população rural, facilitando o diálogo na construção e troca de saberes com as pessoas que produzem conhecimento popular, bem como para uma constante reflexão sobre o espaço que se ocupa enquanto residente, visto que a grande maioria atua em zona urbana onde se apresentam problemáticas bem diferentes das encontradas no campo, fazendo pensar também sobre um importante princípio do SUS que é a equidade.  Esse/a projeto/proposta propicia a compreensão da realidade, considerando a diversidade e complexidade do contexto histórico-social, visto que tem como parte da proposta o objetivo de perceber as diferenciadas formas de exploração do sistema capitalista submetendo as populações a situações de vulnerabilidades sociais e negação de direitos. Ou seja, estimulando a capacidade de analisar criticamente esse contexto e fomentando uma consciência sanitária que contribuirá para o fortalecimento da participação popular em saúde; logo, para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) na perspectiva da atenção integral à saúde da população do campo. O VER SUS Saúde do Campo, inquieta o profissional de saúde em formação e lembra o papel de cada um(a) na consolidação do SUS, na busca incessante pelos ideais da Reforma Sanitária brasileira, visando sempre a dimensão do conceito ampliado de saúde. É imprescindível destacar que a realização dessa edição do VER SUS ocorreu após um golpe político – jurídico – midiático, que resultou no impedimento da continuidade do governo de uma presidenta democraticamente eleita, o que provocou uma discussão que perpassou todos os eixos norteadores da vivência, visto que o momento se apresentava com instabilidade política e perspectivas onerosas para a saúde pública no Brasil, pois diversos ataques ao SUS já haviam sido anunciados, estes ultrapassavam o escopo de desmonte e vislumbrava a destruição de um Sistema de Saúde modelo no mundo. Assim, através de avaliações internas e dos viventes, o VER SUS Saúde do Campo alcançou seu objetivo, garantindo que se proporcionasse não apenas uma vivência na saúde, mas que uma visão global sobre como os contextos sociais e políticos influenciam nos modos vidas da população, e que se faz necessário pensar a saúde do indivíduo como uma complexa combinação de fatores das relações sociais, no mundo do trabalho na comunidade, na família e na vida política.

5087 VER-SUS COMO FERRAMENTA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DIFERENCIADA UM RELATO DE EXPERIENCIA
Adriana Avelino Leal, Gisele Reis Dias

VER-SUS COMO FERRAMENTA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DIFERENCIADA UM RELATO DE EXPERIENCIA

Autores: Adriana Avelino Leal, Gisele Reis Dias

INTRODUÇÃO: Este trabalho relata a importância do projeto de vivência e estágio no sistema único de saúde (VER-SUS), estágio interdisciplinar sendo acadêmicos a maioria destes da área de saúde.  O projeto é realizado através da Associação Brasileira Rede Unida junto ao Ministério da Saúde e Secretarias Municipais dos locais envolvidos, onde os estudantes envolvidos têm a oportunidade de conhecer e vivenciar o funcionamento do SUS de perto e conhecer suas especificidades do local ao qual foram locados. Dessa maneira contribuindo para a formação do conhecimento sobre o Sistema Único de Saúde de forma mais abrangente e fortalecendo laços e o reconhecimento da importância deste sistema na vida da população brasileira.  OBJETIVO: Apresentar a vivência VER-SUS como ferramenta na construção de profissionais informados e qualificados sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde no Brasil. METODOLOGIA: Este estudo consiste em relato de experiência de uma acadêmica de Enfermagem sobre a vivência no VER-SUS 2016/2 no município de Presidente Figueiredo no estado do Amazonas o grupo destinado ao local teve a participação de acadêmicos de Enfermagem, Odontologia e Jornalismo. RESULTADOS: O Projeto VER-SUS possibilitou conhecimento além das fronteiras acadêmicas, mostrando riquezas culturais, especificidades e realidade locais, uma experiência  transformadora na formação profissional diferenciada visando a saúde pública como a base do sistema, devendo ser fortalecida, valorizada de extrema importância aos usuários, conseguindo chegar a lugares de difícil acesso e condições precárias prestando assistência em saúde a essas populações distantes das capitais como na região Norte. Na vivência pôde-se conhecer diversos setores relacionados direta e indiretamente ao SUS, como setores relacionados ao controle de pragas,  educacional na forma de educação em saúde, judiciários relacionados a violência vinculado ao acompanhamento psicossocial, o Centro de Referência de Assistência Social, onde o grupo pode participar de uma ação social em uma comunidade rural levando serviços como atendimento médico, odontológico, serviços de aquisição de RG, certidão de  nascimento dentre outros que complementam o Sistema Único de Saúde e boa parte da população, estudantes e até profissionais da área da saúde não possuem conhecimento dessa abrangência ou se limitam pensar que o SUS se resume a hospitais e postos de saúde somando as dificuldades do sistema se moldando as realidades locais acabam perpetuando um pensamento de má qualidade nos serviços prestados sendo visto como ineficiente para boa parte da sociedade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Como ferramenta o VER-SUS quebra paradigmas mostrando a abrangência do sistema, a importância que tem para a qualidade de vida da população, a vivência interdisciplinar possibilita ampliação da visão atingindo diversas profissões levando informações e a valorização do SUS, o compartilhamento desse conhecimento contribui para a formação de opinião coerente e formação profissional qualificada e diferenciada, construindo profissionais conscientes, críticos moldando cidadãos que valorizem o Sistema Único de Saúde, buscando mudanças, melhorando a prestação dos serviços atendendo a toda população de forma humanizada criando laços entre o sistema e a sociedade no fortalecimento da luta por melhorias.

3030 Discente de um Programa Político Pedagógico tradicional e monitor de acadêmicos de metodologia ativa: um relato de experiência.
Robert Douglas Costa de Melo, Silvania Yukiko Lins Takanashi

Discente de um Programa Político Pedagógico tradicional e monitor de acadêmicos de metodologia ativa: um relato de experiência.

Autores: Robert Douglas Costa de Melo, Silvania Yukiko Lins Takanashi

Trata-se de um relato de experiência de monitoria no eixo de habilidades profissionais (HP) I do Curso de Fisioterapia da Universidade do Estado do Pará (UEPA) entre os anos 2016 e 2017, no campus Santarém. Como colocado na Resolução Nº 2808/15-CONSUN o Programa de Monitoria da UEPA visa ampliar espaços de aprendizagem e estimular o interesse pelo magistério superior, aprimorando a qualidade do ensino. Com isso, o Edital Nº 38/2016 fez convocação para preenchimento de vagas de monitoria para o 2º semestre de 2016 e 1º semestre de 2017, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, que inclui o eixo HP I do Curso de Fisioterapia, esse eixo visa desenvolver o domínio de conceitos, habilidades e atitudes necessárias para o exercício adequado da profissão. No ano de 2016 ocorreu mudança do Projeto Político Pedagógico (PPP) desse Curso, que tomou como questões norteadoras as diretrizes político-pedagógicas integradas à visão da interdisciplinaridade e as metodologias ativas de aprendizagem, em contraponto ao PPP em vigor até 2015, com componentes curriculares divididos por disciplinas. Tem-se, assim, como objetivo deste relato expor as vivências do monitor do eixo HP I, graduando de metodologia tradicional, tutorando discentes de metodologia ativa. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa do tipo relato de experiência e elaborado a partir da vivência de 1 monitor da Turma de 2015 durante o período de agosto de 2016 a julho de 2017. O início das atividades de monitoria se deu com uma reunião com a Assessoria Pedagógica, na qual foram expostos os objetivos do Programa, a forma como iria se desenvolver e disponibilizados documentos como o Plano de Atividades Semestral, Ficha de Frequência Mensal e Relatório Final. Com 15 horas semanais exigidas para serem preenchidas, as atividades de monitoria centravam em acompanhamento do professor-orientador durante a aula, acompanhamento dos acadêmicos sem a presença do professor, pesquisa de referências e estudo individual. Mediante a isso, identificou-se que os acadêmicos no contexto da metodologia ativa eram participativos e questionadores, destacando a importância do ambiente de interdisciplinaridade, mesmo no eixo HP I, que trazia aulas predominantemente expositivas. Evidencia-se, também, que em encontros sobre assuntos da prática fisioterapêutica havia um comparecimento maior dos discentes, como em recursos terapêuticos manuais, quando comparado a assuntos de metodologia científica ou bioética. Outro ponto relevante é o fato de que alguns conteúdos colocados no 1º e 2º ano pelo novo PPP, eram apenas de anos subsequentes no anterior, fazendo com que o monitor tivesse que, além de revisar, aprender novos conteúdos em tempo para manter a qualidade em suas monitorias e fazer o devido acompanhamento. Por fim, coloca-se que mesmo o eixo de HP ter se dado predominantemente por aulas expositivas, o ambiente de um PPP de metodologias ativas estimula e constrói um discente mais proativo e participativo, desafiando o monitor a também fortalecer esse perfil em si, formando profissionais mais qualificados para o mercado de trabalho.

4502 TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NO VER-SUS MATO GROSSO
Lucas Rodrigo Batista Leite, Dimitria Dahmer SANTOS, Erika Aparecida de Oliveira, Romero dos Santos CALÓ, Aparecida Fátima Camila REIS, Rosa Lúcia Rocha RIBEIRO, Amailson Sandro de BARROS

TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NO VER-SUS MATO GROSSO

Autores: Lucas Rodrigo Batista Leite, Dimitria Dahmer SANTOS, Erika Aparecida de Oliveira, Romero dos Santos CALÓ, Aparecida Fátima Camila REIS, Rosa Lúcia Rocha RIBEIRO, Amailson Sandro de BARROS

As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são cuidados que visam o estímulo de mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde, e que focam na integração do ser humano com a natureza e a sociedade. Dentre as PICS está a Terapia Comunitária Integrativa (TCI), que se constitui como um espaço de partilha de questões que afetam o cotidiano das pessoas e onde, a partir do grupo, se identifica possíveis soluções. O objetivo desse resumo é tratar da abordagem da TCI no Projeto VER-SUS em Mato Grosso, nas cidades de Barra do Garças (vivência – outubro de 2016) e Cuiabá (janeiro de 2017). A TCI foi realizada seguindo o protocolo, de acordo com Adalberto Barreto, sendo conduzida por, no mínimo dois terapeutas, devidamente formados ou em formação. Em Barra do Garças, a TCI ocorreu no segundo dia da vivência e foi a primeira atividade realizada fora do alojamento e ocorreu em uma cachoeira, no perímetro urbano da cidade; a TCI foi conduzida por três terapeutas em formação, sendo que duas eram viventes no projeto. O contato com a natureza potencializou a TCI, criando uma sensação de acolhimento e segurança. Os sons emitidos pela queda d’agua, junto com o canto dos pássaros produziram nos viventes um estado de relaxamento; estimulou os participantes a falarem das suas dores e incômodos – dez pessoas se pronunciaram. Em Cuiabá, a TCI foi realizada no segundo dia do encontro, em sala de aula, sendo conduzida por dois terapeutas – sendo um formado. A inibição dos participantes, motivou a transformação da TCI em uma roda de conversa; logo, não seguiu-se o protocolo, mas manteve-se as regras da terapia – falar das experiências pessoais, fazer silêncio e etc. Em ambos os projetos, a utilização da TCI foi adotada com o propósito de oportunizar aos participantes experienciar uma PIC e despertar nesses, uma visão humanizada e ampliada de saúde, bem como a importância do coletivo no trabalho em/com saúde.