98: As percepçoes de saúde por usuários, educandos e profissionais
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FCA 02 Sala 02 - Bodó    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
2748 Simulação realística como estratégia de ensino-aprendizagem:satisfação dos profissionais de enfermagem frente à metodologia aplicada ao processo transfusional
Thuanny Nayara do Nascimento Dantas, Vanessa Karen da Silva Azevedo, Leilane K. Borges de Albuquerque Santos, Isabel Karolyne Fernandes Costa, Manuela Pinto Tibúrcio, Gabriela de Sousa Martins Melo

Simulação realística como estratégia de ensino-aprendizagem:satisfação dos profissionais de enfermagem frente à metodologia aplicada ao processo transfusional

Autores: Thuanny Nayara do Nascimento Dantas, Vanessa Karen da Silva Azevedo, Leilane K. Borges de Albuquerque Santos, Isabel Karolyne Fernandes Costa, Manuela Pinto Tibúrcio, Gabriela de Sousa Martins Melo

A terapia transfusional apresenta-se como um mecanismo fundamental na medicina moderna, embora haja inúmeros progressos, ainda não há uma alternativa que substitua o sangue. Para isso, a terapêutica deve ser feita da maneira correta e segura respeitando todas as normas preconizadas. A enfermagem tem um papel fundamental nesse processo, por participar ativamente de modo a executar e supervisionar possíveis reações. A educação na atuação da enfermagem apresenta-se como essencial, o que prevê o uso de estratégias que possam subsidiar o trabalho desses profissionais. Com isso, a simulação é uma estratégia de ensino-aprendizagem que permite que pessoas experimentem a representação de um evento real com o propósito de praticar, aprender, avaliar ou entender situações. Enquanto metodologia ativa de ensino, a simulação realística favorece não somente o desenvolvimento de competências correspondentes a processos clínicos da prática profissional, ela vai além dos aspectos técnicos e tecnológicos e se estende ao desenvolvimento de análise, síntese e tomada de decisão. Através dela, o participante desenvolve competências em um ambiente onde o erro é permitido, ajustando falhas e o aprimoramento profissional diante das várias situações que lhe são apresentadas, sem risco à integridade do paciente, além de proporcioná-lo uma maneira proativa no seu próprio aprendizado. Por meio das tarefas simuladas, é necessário que o envolvido promova intervenções e habilidades capazes de proporcionar melhoria na apreensão do conteúdo abordado. A simulação realística faz parte de uma nova possibilidade de ensino que vem sendo adotada pelas instituições formativas e de saúde para o ensino e aperfeiçoamento de acadêmicos e profissionais. Nesse contexto, considera-se importante o uso da metodologia de simulação realística como tecnologia aplicável a ações de educação em saúde, desde a graduação até a capacitação continuada de profissionais de saúde. Deste modo, a pesquisa objetiva verificar a satisfação de profissionais de enfermagem frente à simulação realística como estratégia de ensino-aprendizagem no processo transfusional. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, de abordagem quantitativa, realizado no período de março a maio de 2017. A amostra totalizou 78 profissionais de enfermagem (enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem) de um Hospital Universitário do Rio Grande do Norte. Para coleta de dados foram desenvolvidos três cenários elaborados previamente sobre o processo transfusional com as seguintes informações sobre o paciente simulado: coleta de amostras para testes pré-transfusionais; administração de hemocomponentes; atendimento às reações transfusionais. Eles foram elaborados com base no referencial proposto pela National League Nursing/Jeffries Simulations Framework (NLN/JSF). Foi utilizado uma técnica de briefing que prevê uma explanação e detalhamento de como transcorrerá o processo, de modo a fornecer orientações e informações sobre os cenários, uso dos materiais e insumos, manuseio do prontuário, interação com os atores, postura dos voluntários e observadores, bem como esclarecimento de possíveis dúvidas. Cada cenário foi planejado para ser executado por um voluntário e os demais participantes observavam com uso de um checklist sobre a etapa. Após a execução dos três cenários, foi realizado o debriefing onde o facilitador procedeu com comentários acerca do ocorrido, aplicando conceitos relativos a avaliação e desempenho, de modo a compartilhar a experiência vivida. Em seguida, foi aplicado um questionário de satisfação sobre a simulação realística, validado, composto por 14 itens que foram avaliados mediante uma escala de Likert de 1-5, desde 1 para discordo plenamente a 5 para concordo plenamente. Os dados coletados foram organizados em planilha e calculadas as frequências relativas e absolutas das variáveis. O estudo obteve apreciação favorável do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 58511516.0.0000.5292). A amostra foi composta por 37,4% de enfermeiros, 58,6% de técnicos de enfermagem e de 4,0% auxiliares de enfermagem. Quanto ao questionário aplicado, observou-se que 83,3% concordam plenamente e 16,7% concordam que a simulação é uma metodologia interessante; 84,6% concordam plenamente e 15,4% concordam que a simulação realística foi útil; 79,5% concordam plenamente e 20,5% concordam que contribuiu para o ensino do conhecimento e habilidades sobre o processo transfusional; 80,3% concordam plenamente  e 16,7% concordam que ajudou no aprendizado sobre a temática; 60,3% concordam plenamente e 39,7% concordam que observar a realização do procedimento contribuiu para o aprendizado; 74,4% concordam plenamente e 25,6% concordam que o facilitador os ajudou a aprender o procedimento abordado; e 71,8% concordam plenamente e  26,9% concordam que sentem-se satisfeitos com a simulação. Desses itens em questão, notou-se que ninguém marcou que discorda de algum deles. Além disso, 69,2% concordam plenamente e 29,5% concordam que a metodologia proporciona feedback imediato; 64,1% concordam plenamente e 25,6% se sentiram motivados ao realizar a simulação; 50% concordam plenamente e 44,9% se sentem capazes de realizar o procedimento em uma situação real. Apenas três itens do questionário de satisfação obtiveram “Discordo” como resposta, os quais foram: “Motivado ao realizar a simulação” com 1,3% das respostas, “Me sinto capaz de ensinar a outros colegas” também com 1,3% e “Carga horária satisfatória” com 9,0% das respostas para o item. Assim, unindo as respostas daqueles que responderam “Concordo plenamente” e “Concordo”, obtém-se 96,3% de satisfação dos participantes com a simulação como estratégia de ensino-aprendizagem. A partir dos resultados, observou-se que a maioria dos participantes consideram a metodologia interessante, útil e contribuinte para o ensino do conhecimento e habilidades. Logo, isso demonstra que, diferentemente da metodologia tradicional, a metodologia ativa desperta o interesse, atrai o aprendiz e contribui para o desenvolvimento do raciocínio crítico-reflexivo quanto à temática abordada. Ademais, a simulação também contribui para aquisição de uma postura mais confiante dos profissionais frente à situação real, conseguindo, assim, tomar decisões de forma planejada, calma e segura. O professor como facilitador, profissional treinado e capacitado, tem um papel bastante positivo na dinâmica da simulação, tendo em vista que ele é o responsável em proporcionar os momentos de reflexão, discussão e troca de experiências.  Além do mais, a simulação proporciona um feedback imediato, sinalizando os momentos que necessitam de explicações e esclarecimentos, ponto crucial para avaliar os déficits de conhecimento. Neste momento, quando se aplica a simulação realística à estudantes de graduação, é possível identificar onde se tem maior carência do conteúdo ministrado em sala de aula, tornando uma oportunidade para melhoria da abordagem teórica e enfatização na prática, sanando todas as dúvidas dos alunos. Na aplicação da simulação realística à profissionais da área esse raciocínio também é válido, tendo em vista que nas próximas capacitações é um ponto a ser mais trabalhado. Dessa forma, a satisfação dos participantes em relação à estratégia de ensino-aprendizagem com o resultado acima de 90%, indicam que a simulação realística é uma metodologia que causa grande impacto no processo de ensino-aprendizagem dentro do contexto do ensino, educação permanente e da capacitação de profissionais. Sendo assim, o estudo desenvolvido confirma que é uma prática que deve ser mais aplicada, embora envolva equipe técnica, treinamentos, investimentos, materiais, insumos e espaço físico, pois é importante considerar que a segurança do paciente assistido deve ser garantida diante de qualquer procedimento ao qual ele seja submetido. E, para que isso ocorra, os profissionais devem ser devidamente preparados e qualificados.

3123 Percepção do Acadêmico de Farmácia no Projeto Fique Sabendo Jovem
Karine Kelly Ferreira de Aguiar, Diego da Silva Medeiros, Diego da Silva Medeiros, Diego da Silva Medeiros, Malena Gadelha Cavalcante, Diego da Silva Medeiros, Malena Gadelha Cavalcante, Malena Gadelha Cavalcante, Malena Gadelha Cavalcante

Percepção do Acadêmico de Farmácia no Projeto Fique Sabendo Jovem

Autores: Karine Kelly Ferreira de Aguiar, Diego da Silva Medeiros, Diego da Silva Medeiros, Diego da Silva Medeiros, Malena Gadelha Cavalcante, Diego da Silva Medeiros, Malena Gadelha Cavalcante, Malena Gadelha Cavalcante, Malena Gadelha Cavalcante

O Projeto Fique Sabendo Jovem foi lançando em Fortaleza no dia 13 de dezembro de 2013 resultado da articulação entre a Área Técnica de IST, aids e hepatites virais da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) que doou uma Unidade Móvel para realização das atividades. O público prioritário adolescentes e jovens entre 15 e 24 anos em situação de risco ampliado para HIV/Aids. Os parceiros do Projeto são o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (Unaids); O Governo do Estado do Ceara; A Prefeitura Municipal de Fortaleza; A Rede Nacional de Adolescentes e A Jovens Vivendo com HIV/Aids; O Grupo de Apoio à Prevenção à Aids (Gapa-CE); O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE) e a Rede de Adolescentes e Jovens pelo Direito ao Esporte Seguro e Inclusivo (Rejupe-CE). Com a doação de uma unidade móvel para o Projeto realizada pela Unicef, membros das instituições parceiras realizam orientações sobre Direitos Sexuais e Reprodutivos, oferta de exames, por meio de testes rápidos (TR) para diagnostico de IST (Infecções sexualmente transmissíveis) como HIV, Hepatite B, Hepatite C e Sífilis. No Ceará, foram notificados 16.790 casos de Aids entre os anos de 1983 a junho de 2016. A partir da Publicação da Portaria Nº 1.271 de 06 de junho de 2014, passaram a ser notificados também casos de HIV, o que pode ter impulsionado o aumento do número de notificações da doença/condição. Já entre 2007 e 2016 foram notificados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) 7.027 casos de hepatites virais. Destes, 3.061 (43,6%) referentes a hepatite A, 1.900 (27,1%) hepatite B, 2.020 (28,7%) hepatite C e 46 (0,7%) hepatite D. Nos anos de 2010 a 2016 foram registrados 3.075 casos de Sífilis Adquirida, entre os anos de 2005 e 2016 foram registrados 5.820 casos de Sífilis em Gestantes e nos anos de1998 a 2016 foram registrados 8.970 casos de Sífilis Congênita. A experiência teve como foi proporcionar a acadêmica de farmácia uma experiência prática na ampliação do acesso ao diagnóstico as populações mais vulneráveis em IST por meio do Projeto Fique Sabendo Jovem. A metodologia utilizada foi de um estudo descritivo com abordagem qualitativa com o objetivo de descrever a percepção do acadêmico de farmácia a respeito de uma experiência acadêmica e profissional. Contando com a participação de profissionais como Farmacêutico, Enfermeiro, Assistente Social, Sociólogo e Psicólogo, a equipe se completa com acadêmicas de Enfermagem e Farmácia e com jovens vivendo com HIV/Aids que se voluntariaram para compartilhar suas experiências com as pessoas presentes. A experiência foi desenvolvida no dia 30 de setembro de 2017 na Praça Verde do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura que está localizado na Praia de Iracema da cidade de Fortaleza onde há uma grande concentração da população chave. A atividade se iniciou com a apresentação da unidade móvel (micro-ônibus) que possui três compartimentos, todos separados por portas sanfonadas. A primeira porta que dá acesso ao primeiro compartimento é onde se realizam os testes rápidos, no centro temos o segundo compartimento que é onde será feito os laudos dos testes realizados e o terceiro compartimento, assim como o primeiro, tem acesso para o exterior, é o local em que o profissional fará a entrega de resultados ao usuário, sempre prezando a privacidade do mesmo. Posteriormente no lado exterior existem mesas dispostas que servirão para o pré-acolhimento e preenchimento dos dados dos pacientes, fui instruída por um profissional sobre todas as questões contidas nessa ficha e em como a abordagem de certas perguntas devem ser feitas de maneira mais casual e informal, deixando assim o usuário mais à vontade e estabelecendo assim uma relação de confiança mútua. Essas informações serão usadas para a interpretação dos resultados apresentados nos TR. Em seguida recebo instruções sobre as diferenças estruturais entre os testes ofertados, no caso foram TR para Sífilis e HIV, acompanho o procedimento de coleta de material biológico do paciente. Posteriormente observo os resultados apresentados pelo método imunocromatográfico. Além dos profissionais o Projeto conta com o apoio de Jovens vivendo com HIV/Aids que relatam suas experiências ou apenas mantem uma conversa descontraída com aqueles que fazem uso do serviço. O local e data escolhidos, assim como nas edições anteriores, teve definição porque haveria um show, o que concentra uma grande quantidade de público. Dessa maneira, profissionais trajados com coletes andavam pelo espaço informando as pessoas sobre a unidade móvel e o serviço oferecido e também distribuindo preservativos. A política governamental brasileira de resposta a Aids, baseada na distribuição universal gratuita de antirretrovirais e medicamentos para doenças oportunistas por meio do SUS (Sistema Único de Saúde), foi muito criticada na época de seu lançamento. Contudo, atualmente, é considerada um grande sucesso pela universalidade da entrega de medicamentos gratuitamente, em contrapartida estamos vivendo num cenário de recrudescimento. O relatório anual "Como a Aids mudou tudo" divulgado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS, 2015), consta que no mundo houve uma queda de 35% no número de novas infecções pelo HIV, entre 2000 e 2014. Infelizmente, sob esse aspecto, o Brasil ficou na contramão da história. Se, por um lado, está registrado que caiu o número de infecções nas crianças entre 0 e 14 anos, por outro, o relatório deixa claro que, no período compreendido entre 2004 e 2013, esse número cresceu 53% nos jovens de 15 a 24 anos. Já a Sífilis que foi considerada uma doença sob controle no estado do Ceará, o número entre jovens de 15 a 24 anos, em 2010 foram um total de 39 casos, já em 2016 foram 358 casos apenas de Sífilis Adquirida, um aumento em 817% segundo os dados da Secretaria de Saúde do Estado (SESA). Já a Sífilis Congênita pulou de 168% entre 2007 e 2015, com taxa de incidência de 8,7 casos por mil nascidos vivos. Muitos profissionais apontam que uma das principais causas para essa elevação no número de casos de Aids e Sífilis pela população jovem é a grande banalização dessas doenças, atualmente, quando uma pessoa adquire a Aids ela se torna alguém com uma doença crônica e que fará uso da Terapia antirretroviral (TARV) durante toda sua vida. Outro fator importante é a falta de conhecimento em Educação em Saúde, a cada 4 brasileiros infectados, 1 não sabe que vive com HIV. Já nos casos de Sífilis os pacientes dificilmente conseguem notar os sinais e sintomas da doença por apresentar uma característica de latência entre suas diferentes fases. Atividades como essas estimulam o acadêmico a ter um olhar mais clinico-assistencial, principalmente sendo participante ativo nessa condução de educação manejo de IST's, expandindo o olhar no processo de cuidado a posterior campo de trabalho. A disseminação de informações não só contribui para a formação do acadêmico, como também é muito importante para a realização de diagnósticos precoces de ISTs o que pode proporcionar um tratamento mais eficaz e reduzindo assim as chances de transmissões.

3781 Percepção dos Educadores e Educandos sobre o Curso de Especialização em Vigilância Sanitária da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE)
Ana Naiara Alves Teixeira, Tereza Emanuelle da Silva Costa, Jocélia Maria de Oliveira, Patrícia Amanda Pereira Vieira, Rosimary da Silva Barbosa

Percepção dos Educadores e Educandos sobre o Curso de Especialização em Vigilância Sanitária da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE)

Autores: Ana Naiara Alves Teixeira, Tereza Emanuelle da Silva Costa, Jocélia Maria de Oliveira, Patrícia Amanda Pereira Vieira, Rosimary da Silva Barbosa

Título: Percepção dos Educadores e Educandos sobre o Curso de Especialização em Vigilância Sanitária da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE)EIXO1: EDUCAÇÃO. Apresentação: O presente estudo trata das percepções adquiridas resultantes da experiência exitosa de ensino-aprendizagem utilizada em um curso de pós-graduação Lato sensu presencial, na modalidade de especialização. Entende-se que a qualificação do ensino para o profissional origina um apanhado de expectativas, além de apresentar uma constante renovação de conhecimentos e práticas ao longo do curso, possibilitando novas habilidades e atitudes no cotidiano do trabalho, visando o fortalecimento do Sistema Único de Saúde. A metodologia de ensino é o ponto crucial para o reconhecimento das transformações construtivas, em que o saber ensinar com mecanismos dinâmicos são espelhos que refletem inquietações, impulsionando o indivíduo a repensar sobre suas competências e práticas. Objetivo: Compreender a percepção e prática dos educadores e educandos sobre o curso de Especialização em Vigilância Sanitária da Escola de Saúde Pública do Ceará. Desenvolvimento do trabalho: Estudo qualitativo que descreveu as expectativas e os frutos que realmente foram atingidos durante a trajetória do Curso de Especialização em Vigilância Sanitária, relacionando a percepção dos educadores e dos educandos, e oportunizando uma reflexão construtiva entre as categorias colaboradoras. A análise foi desenvolvida na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), que oferece o Curso de Especialização em Vigilância Sanitária há 17 anos, capacitando os profissionais inseridos no processo de trabalho em Vigilância Sanitária no âmbito do SUS/Ceará. Primeiramente foi realizado contato prévio com o Centro de Educação Permanente em Vigilância da Saúde, ao qual o curso está vinculado, para fins de apresentação e caracterização do estudo, solicitação de informações relacionados aos sujeitos contemplados nas entrevistas. As mesmas ocorreram de forma individual com os egressos das primeiras turmas até a turma atual, em sua oitava edição, que contou com a participação de facilitadores e educandos. Elegeu-se como critério de exclusão aqueles facilitadores convidados para algum tipo de oficina ou aula dialogada. Dentro da categoria discente foram admitidos aqueles que apresentaram os seguintes critérios: assiduidade e comprometimento com o objetivo da especialização, na perspectiva de melhor aproveitamento dos encontros presenciais. Como critérios de exclusão foram estabelecidos dois parâmetros: o (a) aluno (a) que foi matriculado (a), porém não concluiu o curso, e aqueles que foram convidados, mas não desejaram participar da pesquisa. Vale ressaltar que a participação de cada respondente foi confirmada por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para melhor caracterização das informações, foi estabelecido contato prévio com quatro facilitadores atuais do curso, onde uma se encontrava de licença maternidade no seu município, e a outra por encontrar-se de férias, inviabilizou o encontro presencial. Com relação aos discentes, entramos em contato com uma lista cedida pela coordenação identificando sessenta e um egressos do curso, dos quais a nossa preferência foi por residentes do município de Fortaleza, que eram aproximadamente cinquenta e sete por cento da lista, e por algumas dificuldades de liberação no serviço ficou inviável o encontro com a maioria, confirmando que todos os contatos se encontravam no cenário da Vigilância Sanitária. Optou-se pela entrevista semiestruturada com as turmas do curso escolhido, para assim dispor de uma ampla visão dos contribuintes da pesquisa, e com isso a amostra foi composta por sujeitos capazes de expor todas as emoções e sentimentos possíveis, com intuito de melhor adesão ao objetivo do trabalho. O instrumento do trabalho foi constituído de um roteiro de perguntas abertas para conduzir o andamento, permitindo traçar o ponto de vista dos sujeitos, e foram elaboradas a partir de algumas perguntadas norteadoras: Quando ingressaram no curso quais eram suas expectativas? Quais os pontos negativos e positivos do curso? O que é, sob perspectiva dos discentes, Aprendizagem Significativa? O Curso atingiu o perfil de competência desejado? Ao final de cada entrevista, o respondente foi questionado sobre o seguinte aspecto: “O que este momento de reflexão, sobre o tema discuto, trouxe para você?”. O método de análise utilizado foi de análise de conteúdo, no qual transcrevemos as mensagens para conseguir uma dimensão de todos os sentimentos e também, entender como aconteceu o processo de ensino e aprendizagem das turmas, através das falas e das sensações repassadas pelas mensagens, com a pretensão de ir além dos significados da leitura. Sendo um elo importante para caracterização dos fatos acontecidos no decorrer do curso, a memória proporciona a retenção de ideias, sensações e impressões, ou seja, muitos questionamentos dependem fortemente da memorização dos sujeitos. A busca bibliográfica foi feita a partir das bases de dados LILACS, SCIELO, MEDLINE utilizando como descritores: facilitadores, estudante, ensino superior, metodologia e percepção, das bases de dados Descritores de Ciência da Saúde (DECS). Paralelamente foi realizada uma busca nos documentos da ESP, como regimento escolar e projeto político pedagógico, disponíveis em meio digital, no site da Instituição. Quanto aos princípios bioéticos, foi seguida a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, referente à pesquisa envolvendo seres humanos e mediante aprovação do Comitê de Ética da própria Instituição, por meio do parecer favorável. Resultados: Foram entrevistados ao todo sete participantes, sendo cinco discentes e dois docentes fixos do curso. Pode-se inferir que os facilitadores contribuíram ativamente na maioria dos módulos do curso de especialização, principalmente aqueles denominados fixos, ou seja, os facilitadores que estão envolvidos em todo o percurso da especialização, entendendo que estes desenvolveram uma percepção mais cuidadosa sobre o desempenho de cada educando, motivados pela vivência em todos os processos que permeiam as práticas educativas do curso. Os docentes mostraram-se envolvidos com o processo de ensino, o entusiasmo em querer contribuir cada vez de uma maneira melhor com a proposta do curso e promover mudanças conceituais e práticas em cada educando, reconhecendo e respeitando o que cada um trouxe da sua bagagem profissional, compreendendo as necessidades individuais e coletivas, alcançados pelo vínculo de afetividade entre facilitador-educando. Em relação à percepção dos discentes acerca de suas expectativas, percebemos que foram atingidas e que muitas dúvidas foram tiradas pela metodologia realizada pelo curso, que apesar de muitos terem conhecido o método apenas durante a especialização, conseguiram produzir muitos frutos com as discussões em grupo e por meio da sua participação em todo o processo de ensino. A escolha por uma seleção multiprofissional do curso foi algo reconhecido como positivo, porque foi uma forma de agregar mais conhecimento e aprender de maneira ampla com a contribuição dos diversos profissionais que ocupam as vagas dentro da Vigilância Sanitária em diferentes cenários do SUS/CE. Considerações Finais: Concluiu-se por meio da percepção dos discentes e docentes, que o Curso de Especialização em Vigilância Sanitária é considerado suficiente para se alcançar a criticidade e a curiosidade em relação a especificação do curso pesquisado, e é notado uma satisfação de ambas as categorias em participar desse processo de ensino na área de vigilância. Acreditamos que houve uma construção significativa junto a uma evolução do curso estudado, assim como também entendemos que a contribuição do docente no processo de aprendizagem e na formação deste educando ativo e participativo, precisam ser constantemente monitorados e aprimorados, com maior vivência das metodologias ativas.

3801 A PRÁTICA PEDAGÓGICA NA PERSPECTIVA DO ESTUDANTE DE ODONTOLOGIAProfessor; Estudante; Formação docente.
ROSELITA SEBOLD

A PRÁTICA PEDAGÓGICA NA PERSPECTIVA DO ESTUDANTE DE ODONTOLOGIAProfessor; Estudante; Formação docente.

Autores: ROSELITA SEBOLD

O trabalho aqui apresentado trata-se de um recorte da tese intitulada ‘A prática pedagógica do professor de odontologia pelo olhar do estudante de graduação’. Pesquisa qualitativa com abordagem interpretativa que objetivou compreender a prática pedagógica do professor de Odontologia pelo olhar do estudante. Faz parte de uma macro pesquisa que foi conduzida em uma Universidade do sul do Brasil, no Curso de Odontologia, envolvendo professores e estudantes. A seleção dos sujeitos foi por meio de amostra intencional, neste resumo são apresentados resultados parciais da pesquisa feita com os estudantes. A seleção dos estudantes foi atrelada aos critérios de seleção dos professores. Coleta de dados em três etapas: 1ª - contato com o informante-chave para enquete livre; identificação dos professores (1 iniciante, 1 intermediário e 1 experiente); e contato com os  professores selecionados para explanação da pesquisa, convite para participar do estudo. 2ª - Técnica de coleta de dados por meio de análise documental, observação não participante, com gravação das aulas em vídeo durante um semestre. No final do semestre foram realizados 3 grupos focais (1 grupo de cada disciplina); e na 3ª - Registro de diário de campo com informações sobre as observações e grupos focais e a validação dos dados juntos aos estudantes. O processo analítico envolve o registro das notas de campo das sessões de aulas observadas, a transcrição dos grupos focais e análise dos vídeos e documentos. A análise está pautada num processo dedutivo e indutivo. O processo dedutivo apoia- se em categorias previamente elaboradas em outros estudos (SHULMAN, 1986, 1987, 2005; CARCERERI, MEDINA MOYA 2013) como forma de orientar a análise. O pesquisador parte de um universo geral já constituído, ou seja, de um referencial teórico para uma particularidade (TURATO, 2003). Na sequencia foi utilizado o método das comparações constantes proposto por Glase y Strauss (1967) e Staruss e Corbin (2008), método no qual se combina a codificação indutiva de categorias com a comparação constante entre elas. Os dados foram organizados no software Atlas.Ti 7.1 Qualitative Data Analysis.  Para análise dos dados foi utilizado o método das comparações constantes à luz dos referenciais de Shulman e Bain. Desse processo emergiam 525 códigos, agrupados em 23 categorias. O recorte deste trabalho trata do núcleo temático denominado: `Dimensões da prática docente´ que apresenta aspectos da prática pedagógica de professores de odontologia que os tornam especiais pelo olhar do estudante em relação ao processo de aprendizagem. Conclusão: O estudante de odontologia considera um bom professor aquele que: domina o conteúdo, mas consegue torná-lo compreensível; possibilita o diálogo; trata o estudante de forma humana; usa metodologias ativas de ensino; adota a avaliação processual da aprendizagem; sabe trabalhar em equipe e respeita seus colegas professores e seus estudantes. Este tipo de análise permite gerar construções teóricas que, juntamente com os domínios qualitativos e as categorias temáticas constituem um quadro conceitual que inclui todos os aspectos da realidade estudada e lhes confere um novo sentido e significado

3821 PERCEPÇÃO DAS MÃES DE RECÉM-NASCIDOS QUANTO A EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM UMA UTI NEONATAL DO NORTE DO BRASIL
Fabíola Mara Gonçalves de Siqueira Amaral, Lucia Rejane Gomes da Silva

PERCEPÇÃO DAS MÃES DE RECÉM-NASCIDOS QUANTO A EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM UMA UTI NEONATAL DO NORTE DO BRASIL

Autores: Fabíola Mara Gonçalves de Siqueira Amaral, Lucia Rejane Gomes da Silva

    O crescente número de neonatos de baixo peso ao nascimento e prematuros constitui importante problema de saúde pública e repercute na morbimortalidade neonatal, com graves consequências de saúde e sociais que chamam a atenção para a necessidade da implementação de ações de educação em saúde, a fim de contribuir para o preparo da alta hospitalar, instrumentalizando os familiares para o cuidado no domicílio. Esta pesquisa busca analisar as ações de educação em saúde com as mães de recém-nascidos prematuros e/ou baixo peso internados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, realizada em uma UTIN do Norte do Brasil. As participantes da pesquisa foram 22 mães de recém-nascidos prematuros e/ou baixo peso internados na UTIN selecionada para o estudo e a coleta de dados se deu por meio de entrevista semi-estruturada no período de novembro a dezembro de 2016. Todas as falas foram transcritas e analisadas baseadas nas três etapas da análise de conteúdo de Bardin. Como resultados parciais foram levantados três grupos temáticos com suas principais ideias-chaves, identificados como: Percepções maternas quanto à importância da presença da família na UTIN; Educação em saúde como estratégia para o preparo para alta hospitalar e Ações de educação em saúde para mães e familiares de RN em UTIN/UCIN. O desenvolvimento dessa pesquisa propiciou conhecer a percepção das mães em relação às práticas de educação em saúde desenvolvidas nas duas etapas do Método Canguru. Diante dos resultados, observa-se a necessidade de elaborar estratégias embasadas nas metodologias ativas de aprendizagem, auxiliadas por materiais educacionais que facilitem a inserção das mães e se possível, de familiares nos cuidados com o filho prematuro.    

4872 CONHECIMENTO DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO FRENTE À PARADA CARDIORESPIRATORIA EM UM HOSPITAL DE URGÊNCIA NA REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA
Osmar Pereira dos Santos, Iel Marciano de Moraes filho, Ionara Sibele Leão Barbosa, Synara Rodrigues Soares, Bruno Alves Pereira, Wangsney Silva, Ricardo Cezar Ramalho, Gabriella Bandeira Araújo do Paraízo

CONHECIMENTO DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO FRENTE À PARADA CARDIORESPIRATORIA EM UM HOSPITAL DE URGÊNCIA NA REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA

Autores: Osmar Pereira dos Santos, Iel Marciano de Moraes filho, Ionara Sibele Leão Barbosa, Synara Rodrigues Soares, Bruno Alves Pereira, Wangsney Silva, Ricardo Cezar Ramalho, Gabriella Bandeira Araújo do Paraízo

Apresentação: A parada cardiorrespiratória (PCR) constitui-se numa condição de emergência, na qual o indivíduo apresenta interrupção súbita e inesperada da frequência cardíaca e da respiração, sendo estas condições vitais ao ser humano. Todavia, os processos que envolvem a PCR estão convergidos no acometimento secundário de situações como fibrilação ventricular, taquicardia ventricular se pulso, asssistolia ou atividade elétrica sem pulso, devendo iniciar previamente as manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Objetivo: Identificar se os profissionais enfermeiros, tem conhecimento técnico cientifico sobre as novas diretrizes (2015) de ressuscitação cardiopulmonar. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo retrospectivo com análise descritiva exploratória de caráter quali-quantitativo. Seguindo todas recomendações da Resolução n°466/12 do Conselho Nacional de Saúde e iniciada somente após a aprovação da Comitê de Ética da Faculdade União de Goyazes, protocolo de aprovação nº 07/2017-1, e autorização de campo da instituição preponente.  Utilizando como instrumento, um questionário estruturado, autoaplicável que registrou dados, profissionais, fatores organizacionais preditores ao conhecimento do profissional enfermeiro frente a parada Cardiorrespiratória de acordo com as Novas Diretrizes de Ressuscitação Cardiopulmonar 2015. Resultados: Encontra-se uma população jovem de profissionais, onde 50% estão acima dos 30 anos, tendo ainda como analise o tempo de formação foi superior há 8 anos – com 44,44%. Do total de profissionais 66,66% tem especialização em Urgência e Emergência. Ao avaliar a descrição do protocolo em prontuário 83,33%, responderam que a descrevem, outros 72,22% afirmaram que foi utilizado a sequência CABD. Contudo, em relação ao uso de medicação: a adrenalina foi descrita por 94,44% dos profissionais como droga a ser usada em RCP, seguida de 66,66% dos profissionais que descreveram o uso de Amiodarona; cerca de 44,4%, dos profissionais relataram o uso de Atropina e outros 27,77% dos profissionais falaram sobre: bicarbonato de Sódio, noradrenalina, digitálicos, vasopressina, entre outros. Considerações Finais: De acordo com as Novas Diretrizes (América Heart Assocition - 2015), as drogas que são usadas na PCR são somente: Adrenalina e Lidocaína, com isso fica fatídico que a certo desconhecimento sobre as medicações usadas na PCR, alguns profissionais responderam o uso de drogas em pós PCR, e também descreveram a droga Atropina que já foi retirada do uso em PCR desde 2005. Conclui-se portanto, a necessidade de qualificação dos profissionais da unidade, no que concerne principalmente na realização a Educação Continuada, afim de melhorar as evoluções de enfermagem, a assistência prestada aos pacientes em PCR e o emprego de drogas corretas em RCP, que compõe somente: a adrenalina, Amiodarona ou Lidocaína. 

4950 PERCEPÇÃO DE GRADUANDOS EM ENFERMAGEM DO AMAZONAS SOBRE A GESTÃO DE RESÍDUOS HOSPITALARES EM DOMICÍLIO
Miriam Juliana Lanzarini Lacerda, Matheus Rjackar Ferreira da Silva, Eliana Rodrigues Amaral, Rhuana Maria de Oliveira Pereira, Grace Anne Andrade da Cunha, Anne Grace Andrade da Cunha, Francisco Rafael de Araújo Rodrigues

PERCEPÇÃO DE GRADUANDOS EM ENFERMAGEM DO AMAZONAS SOBRE A GESTÃO DE RESÍDUOS HOSPITALARES EM DOMICÍLIO

Autores: Miriam Juliana Lanzarini Lacerda, Matheus Rjackar Ferreira da Silva, Eliana Rodrigues Amaral, Rhuana Maria de Oliveira Pereira, Grace Anne Andrade da Cunha, Anne Grace Andrade da Cunha, Francisco Rafael de Araújo Rodrigues

Apresentação: Ao perceber o impacto que se tem o curso de Bacharelado em Enfermagem na formação e cotidiano dos acadêmicos, este estudo teve por objetivo compreender as representações dos acadêmicos de enfermagem sobre o gerenciamento de resíduos hospitalares em domicílio. Desenvolvimento: Estudo classificado como qualitativo e descritivo, realizado com 58 estudantes, do 1º e 5º ano do curso de Bacharelado em Enfermagem das cidades de Coari e Manaus, do Estado do Amazonas, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), seguindo o critério de amostragem teórica. Após consentimento livre e esclarecido dos participantes, foi solicitado que fizessem uma narrativa escrita sobre o questionamento: “Qual é a sua percepção sobre a gestão de resíduos hospitalares em domicílio?” Foram excluídos do estudo, alunos desperiodizados, que possuíam formação técnica em saúde, e ou que cursavam uma segunda graduação. Os participantes foram abordados em horário letivo, em sala de aula, no período de julho de 2015 a junho de 2016. Para análise e interpretação das entrevistas, utilizou-se o Software de Análise Qualitativa Nvivo versão 10.0 e fundamentou-se nas técnicas de análise de conteúdo. A exploração deste material preparou a codificação em categorias, a partir de recortes, classificação e agrupamento das unidades de registro e de contexto. O estudo apresentou parecer favorável com o CAAE 44293515.8.0000.5020. Resultados: As entrevistas foram agrupadas em 2 categorias: Consciência ambiental e Formação de competências. Na Consciência ambiental, os estudantes em seus relatos manifestaram preocupação com a ausência de políticas públicas destinadas à orientação da população sobre o tratamento de resíduos hospitalares originados em domicílio. As opiniões dos participantes nas diferentes fases de graduação se completam, pois, declaram que para uma gestão de qualidade, deve haver um plano de educação continuada para todos os indivíduos envolvidos na sua manipulação, tais como: profissionais da saúde da atenção básica, profissional da coleta e comunidade. Na Formação de competências, os estudantes do 1º ano reconhecem os medicamentos como o principal causador de danos à saúde e ao meio ambiente. Por sua vez, alunos do 5º ano compreendem, de maneira mais abrangente, que os resíduos de serviços de saúde são compostos por diversos tipos de materiais contaminados (perfurocortantes, secreções, curativos, etc), e não somente medicamentos. Além disso, reconhecem que o conhecimento é extremamente necessário para o gerenciamento de resíduos de forma segura, mesmo desconhecendo o local correto para descarte em lixo doméstico. Sendo assim, chegam a sugerir adaptações para o descarte seguro de materiais contaminantes em ambiente domiciliar. Os concluintes também demonstram que desenvolveram um vocábulo distinto, relacionado à área da saúde. Considerações finais: O referido estudo despertou uma necessidade reflexiva sobre a gestão de resíduos hospitalares em domicílio, aos estudantes e profissionais da área e à comunidade em geral. Uma vez, que o tema não é abordado de forma específica na graduação. Diante desses resultados, oportuniza-se que as instituições de ensino em saúde devam repensar sobre a forma que se aborda este tema, estendendo-se além das unidades de saúde.

5075 PERCEPÇÕES DISCENTES SOBRE A TUTORIA NA DISCIPLINA SAÚDE E CIDADANIA (SACI)
JOSÉ JAILSON DE ALMEIDA JÚNIOR, FLÁVIA RAYONARA SANTANA DA SILVA, MARTA MARIA CASTANHO ALMEIDA PERNAMBUCO, JÚLIA TEREZA COSTA BARBOSA, JAYARA MIKARLA DE LIRA

PERCEPÇÕES DISCENTES SOBRE A TUTORIA NA DISCIPLINA SAÚDE E CIDADANIA (SACI)

Autores: JOSÉ JAILSON DE ALMEIDA JÚNIOR, FLÁVIA RAYONARA SANTANA DA SILVA, MARTA MARIA CASTANHO ALMEIDA PERNAMBUCO, JÚLIA TEREZA COSTA BARBOSA, JAYARA MIKARLA DE LIRA

INTRODUÇÃO A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) na busca por mudanças na formação profissional de seus graduandos nos diversos cursos da área da saúde implantou no ano 2000 o componente curricular Saúde e Cidadania (SACI), possibilitando um primeiro contato com os serviços de atenção primária aos estudantes dos cursos da área da saúde, estimulando o afloramento de senso ético, crítico e sensível da realidade e o protagonismo ativo nas vivências sociais. A SACI tem como proposta pedagógica possibilitar aos discentes a descoberta dos mesmos quanto cidadãos, buscando a formação de um profissional generalista que paute a sua atuação em princípios éticos. Em outras palavras, a construção de um profissional promotor do bem-estar do ser humano como um todo e capaz de atuar nos diferentes níveis de atenção a saúde em equipe multiprofissional. Entender a realidade e refletir sobre o seu papel enquanto ser social e sobre o seu processo de formação acadêmica como futuro profissional da saúde só é realmente possível quando fundamentada pelo contato real com a comunidade na qual está inserido e seus problemas locais. Confrontar a realidade encontrada, a teoria apreendida e as experiências de vida pregressa deve levar o estudante a compreender que o profissional não deve ser formado apenas dentro dos muros universitários, mas sim a partir do conjunto de vivências intra e extramuros acadêmicos, além de compreender que a sua formação deve estar vinculadas as demandas sociais. Para essa compreensão deve ser incutida durante o processo educativo a importância do compromisso com a sociedade.OBJETIVOS Analisar as percepções dos discentes a respeito das experiências vivenciadas através da tutoria da disciplina Saúde e Cidadania.METODOLOGIA A presente pesquisa trata-se de um estudo qualitativo do tipo exploratório-descritivo a partir de levantamento de dados (grupos focais) realizado no município de Santa Cruz, interior do Rio Grande do Norte. Quanto aos aspectos éticos, foi obtido a aprovação do protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN, conforme parecer final nº 1439098. Os participantes foram convidados previamente a fim de organizar e esclarecer sobre a pesquisa. Para registro dos participantes, foi elaborado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) onde constavam informações relacionadas à finalidade da pesquisa, cujos participantes assinaram voluntariamente para a sua participação. Como população de estudo escolheu-se os alunos da graduação, devidamente matriculados, que já cursaram a SACI, selecionados de forma aleatória e que aceitaram participar da pesquisa. Para a coleta de dados foi utilizada a estratégia de grupos focais. O material obtido foi analisado através da metodologia de Análise de Conteúdo que é utilizada para a construção de significados extraídos das falas dos sujeitos entrevistados.RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise das falas dos discentes permite obter uma perspectiva a respeito dos impactos da tutoria ao longo da disciplina Saúde e Cidadania -SACI, seus pontos positivos e falhas nessa experiência de primeiro contato com a realidade das comunidades. Desenvolver habilidades no âmbito da saúde envolve compreender a especificidade do trabalho nesta área tanto no âmbito geral, quanto no específico de cada profissão. Quanto ao desenvolvimento de competências diferenciar os tipos de competências a serem desenvolvidas, sejam elas técnicas, sociais, gerenciais etc. Já as atitudes nos levam a possibilitar a reflexão sobre qual o profissional queremos formar. Sendo a educação um instrumento capaz de conduzir a formação de indivíduos que irão compor a “nova” sociedade, se faz necessário que os docentes conheçam a trajetória de vida dos alunos, a fim de estimular o desenvolvimento do pensamento crítico, a reflexão, a autonomia e, consequentemente a capacidade de liderar. O docente ainda é responsável pela missão de constituir junto ao educando uma perspectiva de leitura e interpretação da realidade, fugir das fórmulas prontas dos manuais acadêmicos, mas formular a partir do mundo que se faz presente nas práticas cotidianas do ser humano. Ressalta-se ainda a necessidade de construção de diálogos que rompam com a lógica da transferência de saberes, que sejam pautados pelo encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação de significados. Temos que dialogicizar a formação tecnicista, desenvolver o contato e interação entre o estudante e mundo que o espera. Possibilitando a inserção do estudante nos espaços em que ocorrem o processo-saúde em vários momentos da formação, inclusive nas etapas iniciais, mesmo com docentes que não façam parte dos ciclos profissionais. O ato de dialogar permite compartilhar saberes, histórias e emoções. O diálogo com o outro, muitas vezes frio e técnico, esconde o medo e a incapacidade de transpassar a barreira do conhecimento e do status profissional. Quando se possibilita ao aluno perceber-se enquanto pessoa e mostrar-se não só como profissional, sua participação no processo é intensificada e valorizadas, constituindo-se essas experiências em contribuições significativas para sua formação. É nesse aspecto que a interdisciplinaridade é importante, o docente tem que vencer as barreiras disciplinares e partir para o novo, o desafio da inovação, da experimentação, do descobrimento de novas formas de agir. A superação de um processo de alienação histórico nos traz mais um dos desafios para a inovação, em que as barreiras do tradicional já estão alicerçadas e devidamente delimitadas. Observamos uma educação pautada basicamente em disciplinas que separam e compartimentalizam os saberes, o que acaba por desintegrar a unidade complexa da natureza humana, que é a um só tempo física, biológica, psíquica, cultural, social e histórica. Pode-se observar a existência de um conflito entre o conceito e prática da humanização, que compreende acolher de forma subjetiva. É relevante levantar os seguintes questionamentos: os tutores/professores acolhem de forma humanizada ao estudante? Essa prática é colocada em prática nas atividade dentro e fora da sala de aula? Como se lida com as questões emocionais da formação? Percebemos quão necessário é que o professor enquanto formador de futuros profissionais, tenha em mente não apenas a formação estritamente acadêmica, mas também as necessidades dos alunos enquanto seres humanos. É neste encontro que o estudante passa a estabelecer um diálogo que o capacitará para as bases cognitivas do trabalho em saúde e também os habilitará para o enfrentamento das novas demandas da sociedade. Para isso o docente deve estar disposto a se desafiar no cotidiano do contexto da aprendizagem e estar disposto a aprender permanentemente. Neste caso, o desafio é reconstruir uma práxis na perspectiva de buscar novos aprendizados, conceber um novo modo agir além de constituir vínculos ativos com os atores sociais que fazem parte do cotidiano dos espaços sociais de ensino/aprendizagem.CONSIDERAÇÕES FINAIS Na busca pela formação de futuros profissionais de saúde éticos, sensíveis, com senso crítico aflorado, capazes de exercer liderança e de incorporar a humanização a sua prática cotidiana, observa-se que a educação ‘bancaria’ pautada na verticalização das relações entre docentes e discentes não tem sido suficientemente eficiente em seus objetivos finais. Educar em saúde não deve resumir-se em transmitir conhecimento. Através da breve análise das falas apresentadas ao longo desse artigo, observamos que as relações entre professores/tutores e discentes tornam-se mais eficientes e estimulantes onde as relações se estabelecem de maneira tão horizontalizada quanto possível, tendo-se em mente que em uma relação quem educa é educado e quem aprende também possui muito a compartilhar.

5243 PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DE MEDICINA DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO INTERIOR DE MINAS GERAIS SOBRE A VIVÊNCIA NO PET-SAÚDE/GRADUASUS NA PERSPECTIVA DA FORMAÇÃO
Lélia Cápua Nunes, Pedro Henrique Oliveira Lima, Israel Soares Deagostini, André Inácio Nunes Ramos, Riane Souto Medeiros, Eulilian Dias de Freitas, Alexandra Paiva Araújo Vieira

PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DE MEDICINA DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO INTERIOR DE MINAS GERAIS SOBRE A VIVÊNCIA NO PET-SAÚDE/GRADUASUS NA PERSPECTIVA DA FORMAÇÃO

Autores: Lélia Cápua Nunes, Pedro Henrique Oliveira Lima, Israel Soares Deagostini, André Inácio Nunes Ramos, Riane Souto Medeiros, Eulilian Dias de Freitas, Alexandra Paiva Araújo Vieira

Apresentação O Ministério da Educação, baseado na lei 8.080 de 1990, homologou, em 2014, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do Curso de Graduação em Medicina, que promove novas formas de pensar e direcionamentos para o ensino dos alunos de medicina de todo o país. As DCNs pressupõem a inserção dos estudantes no serviço de saúde, que se configuram como espaços de aprendizagem em todo processo formativo, baseado no conceito ampliado de saúde e reconhecendo que todo e qualquer espaço do serviço é dotado de capacidade de ensino. Além disso, torna-se relevante promover a inserção do graduando em medicina em todos os níveis de atenção à saúde, permitindo a problematização da vivência e propiciando a interação ativa do acadêmico com o sistema de saúde, profissionais e comunidade, fazendo com ele tenha um aprendizado a partir do cotidiano de vida e trabalho real, assumindo responsabilidades, e sendo um agente empoderado e autônomo. O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) fortalece as relações entre ensino, serviço e comunidade, potencializando a inserção dos estudantes de medicina no cenário de prática. O PET-Saúde tem por objetivo a inserção dos estudantes no cenário de prática, o estímulo a processos de educação permanente e a promoção de estratégias para consolidação de processos de mudança curricular na perspectiva da formação ampliada, vivência no SUS, pensamento crítico e reflexivo, saúde centrada na pessoa, metodologias ativas e aprendizagem significativa. Dessa forma, contribui para um processo formativo que incentive e prepare o estudante de medicina para atuação pautada nas necessidades de saúde do território no Sistema Único de Saúde. A parceria entre a Universidade Federal de Juiz de Fora-campus avançado Governador Valadares (UFJF-GV) e a Secretaria Municipal de Saúde de Governador Valadares (SMS-GV) possibilitou a implantação do PET-Saúde/GraduaSUS no município de Governador Valadares. No programa, os estudantes são inseridos nos cenários de prática e, de forma horizontal, são realizadas atividades de educação permanente, integração entre os atores (tutores, preceptores e estudantes) e estratégias de mudança curricular. Esse trabalho foi desenvolvido com o objetivo de narrar a vivência na atenção básica no primeiro ano do PET-Saúde/GraduaSUS na perspectiva do estudante de medicina, com cerne na formação acadêmica. Desenvolvimento O relato foi desenvolvido a partir da atuação de uma equipe tutorial do curso de Medicina da UFJF-GV, na Estratégia de Saúde da Família (ESF) Vila Parque Ibituruna cuja área de abrangência é o bairro Vila Parque Ibituruna da cidade de Governador Valadares-Minas Gerais. A atuação dos estudantes consistiu na vivência, a partir da inserção no cenário de prática da ESF no ano 1 e realização de Planejamento Estratégico Situacional (PES) e projeto de intervenção; participação nos Ciclos Integradores, a partir da problematização de temáticas somando com a presença de tutores e preceptores; construção de portfólio e relatos na Comunidade de Práticas; compartilhamento da experiência em espaços de debate; e participação em eventos de reflexão sobre os eixos de atuação do PET-Saúde GraduaSUS. Resultados A partir da vivência experienciada no cenário de prática da atenção básica foi possível apropriar-se do PES e enxergá-lo como potente instrumento de planejamento e gestão. A rotina do serviço trouxe de forma mais significativa a reflexão sobre os desafios e potencialidades da integração ensino-serviço-comunidade e do processo de trabalho na atenção básica. Os ciclos integradores possibilitaram vivenciar estratégias de educação permanente, com a discussão de questões advindas do cotidiano do trabalho em saúde considerando as visões do trabalhador de saúde, docente e estudante. Eles também permitiram reduzir a distância entre esses três atores, com a promoção de relações mais horizontais. Foram desenvolvidas as habilidades de trabalho em equipe e de reconhecer a importância dessa atuação. Esses fatores de integração permitem alargar uma visão holística do usuário do sistema de saúde, acarretando melhorias no atendimento e o desenvolvimento de ações eficazes de prevenção e promoção da saúde. O PET-Saúde/GraduaSUS também proporcionou a integração entre a pesquisa, extensão e o ensino. O contato com essas três áreas, pilares da Universidade, estimula o aprendizado crítico e fortalece a formação acadêmica e profissional. Por meio dessa abordagem o programa incentivou os estudantes a serem os construtores de seu conhecimento, visando a uma formação de estudantes proativos capazes de identificar e resolver problemas de saúde, não só de cunho individual, mas comunitário. A vivência do cotidiano na Atenção Primária se mostrou de suma importância para a vida acadêmica, pois a partir da atuação prática foi possível aliar o conhecimento teórico prévio, consolidando-o e possibilitando o desenvolvimento de novas habilidades que não são possíveis de desenvolver apenas dentro da sala de aula. Ademais, os estudantes foram estimulados a ampliar o pensamento crítico-reflexivo a partir das situações que foram abordadas, devendo intervir de maneira a produzir resultados satisfatórios e enfrentando as dificuldades e limitações dessas atuações. Após as ações foi possível perceber, mais uma vez, que a saúde vai muito além do que apenas tratar a doença de um paciente. Por trás disso há diversos determinantes sociais que influenciam na saúde populacional, e que só é possível percebê-los, como agentes de saúde, quando inseridos no SUS. Com isso, é possível enxergar a medicina com novos olhares, nos tornando agente de mudança, priorizando a atenção básica devido a sua grande importância, tanto pela proximidade com a população quanto pela sua alta resolubilidade. O programa em conjunto com as recentes mudanças curriculares nos faz compreender o currículo médico de uma nova maneira, a partir de uma medicina generalista que consegue unir todas as áreas do conhecimento e atuar em conjunto com outros profissionais, com foco no Sistema Único de Saúde. Cada vez mais as práticas hospitalocêntricas de alto grau de complexibilidade dão espaço a atuações de promoção de hábitos saudáveis e à prevenção de agravos. Os principais desafios enfrentados pelos alunos foram relacionados com a dificuldade de habituação da equipe da ESF com os novos integrantes da unidade, que por muitas vezes são vistos como avaliadores das ações, podendo assim gerar algum prejuízo a eles. No entanto, com o desenvolvimento das habilidades de comunicação essa visão, por parte dos trabalhadores, foi alterada, facilitando o desenvolvimento dos projetos. Considerações finais A partir desse relato de vivência é possível concluir que as ações integrativas e de inserção no ambiente de prática, propiciados pelo PET-Saúde/GraduaSUS são de grande valia para a formação médica, pois geram crescimento do acadêmico como futuro profissional e beneficia principalmente a saúde da população. O programa propiciou a integração dos diversos saberes e se demonstrou um importante instrumento de educação em saúde, impactando positivamente no SUS. Por isso, é necessário que programas semelhantes ao PET-Saúde/GraduaSUS sejam ampliados para mais estudantes e as mudanças ocorram de forma permanente favorecendo o desenvolvimento de melhorias para a população, acadêmicos e para o Sistema Único de Saúde. 

5430 A PERCEPÇÃO DO DISCENTE SOBRE A APLICABILIDADE DO PROCESSO DE ENFERMAGEM A NÍVEL HOSPITALAR
Débora Pimentel Silva da Silva, Yasmin Brabo de Lima, Gabriella Oliveira Lima, Joanna Angélica Azevedo Oliveira, Hilma Solange Lopes Souza

A PERCEPÇÃO DO DISCENTE SOBRE A APLICABILIDADE DO PROCESSO DE ENFERMAGEM A NÍVEL HOSPITALAR

Autores: Débora Pimentel Silva da Silva, Yasmin Brabo de Lima, Gabriella Oliveira Lima, Joanna Angélica Azevedo Oliveira, Hilma Solange Lopes Souza

Apresentação: A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) pode ser compreendida como um instrumento científico o qual o enfermeiro dispõe para aplicar seus conhecimentos técnico-científicos e humanos na assistência aos pacientes. O seu uso possibilita a aplicação dos fundamentos teóricos da enfermagem na prática, ordenando e direcionando o cuidado de forma individualizada, personalizada e humanizada. As classificações utilizadas para aplicação do Processo de Enfermagem (PE) demandam julgamento clínico e tomada de decisão, que precisam ser ensinados e aprendidos nos cursos de formação. Assim, objetiva-se verificar a percepção do acadêmico de enfermagem a respeito da aplicação da SAE no seu processo de cuidado a nível hospitalar. Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa de campo, de enfoque qualitativo, transversal, de característica exploratória. O cenário da pesquisa foi um Hospital Universitário em Belém-Pará. Foi utilizado como instrumento de coleta de dados uma entrevista semi-estruturada realizada com vinte acadêmicos de enfermagem do último semestre do curso em estágio nas enfermarias de clínica médica e doenças infecto-parasitárias. Resultados: Avaliou-se que a maioria dos discentes desta pesquisa possui um conhecimento deficiente e fragmentado acerca do PE, entendendo-o apenas como uma sequência de etapas, as quais grande parte dos discentes não consegue nomear, com as terminologias adequadas. Assinalou-se entre as dificuldades a reduzida prática sobre o tema, a necessidade do uso dos manuais, diferentes didáticas adotadas entre docentes e poucos materiais publicados sobre o assunto. O resultado aponta a necessidade dos cursos de graduação de enfermagem determinar a temática como prioritária em suas atividades curriculares. Considerações Finais: Entende-se a relevância do Processo de Enfermagem, considerando indispensável que o aprendizado seja participativo, no qual o docente e o discente estejam articulados na realização do aprimoramento do saber, para que seja uma prática inerente ao profissional enfermeiro, e a academia seja um reflexo disso.

5164 OS FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O ESTRESSE OCUPACIONAL DO ENFERMEIRO SEGUNDO A LITERATURA BRASILEIRA
Osmar Pereira dos Santos, Iel Marciano Moraes Filho, Ricardo Cezar Ramalho, Cleiton Alberto de Moraes, Isamara Alves Rodrigues, Thaynnara Nascimento dos Santos, Keila Cristina Félis, Gabriella Bandeira Araújo do Paraízo

OS FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O ESTRESSE OCUPACIONAL DO ENFERMEIRO SEGUNDO A LITERATURA BRASILEIRA

Autores: Osmar Pereira dos Santos, Iel Marciano Moraes Filho, Ricardo Cezar Ramalho, Cleiton Alberto de Moraes, Isamara Alves Rodrigues, Thaynnara Nascimento dos Santos, Keila Cristina Félis, Gabriella Bandeira Araújo do Paraízo

Apresentação: Considera-se o estresse como sendo um problema presente na atualidade, o qual vem sendo estudado por vários profissionais, pois é apresentado um risco para o equilíbrio normal do ser humano. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) existe cada vez mais uma inquietação com a saúde dos trabalhadores para que os danos possam ser evitados, pois existe um favorecimento da saúde física e mental quando o trabalho é adaptado às condições do trabalhador e quando os riscos para a sua saúde estão sob controle. A associação do desgaste físico e emocional conexo a área de trabalho, é analisado como uma epidemia no convívio de colaboradores de diferentes atividades. As determinações do mercado de trabalho e da vida moderna nos últimos anos acabam gerando um desgaste físico e emocional desses profissionais, de maneira especial o enfermeiro, ocorrendo assim o desgaste de seu empenho e desenvolvimento dentro da instituição. O termo Estresse Ocupacional é proveniente do trabalho, logo ele é o resultado de uma gama de acontecimentos que acontecem no corpo do profissional que o impede de realizar suas obrigações do trabalho, podendo desencadear problemas mais graves em sua saúde e bem-estar. O desenvolvimento do estresse ocupacional em sua maioria ocorre devido às várias atribuições que são designadas aos enfermeiros, sendo que estas requerem extrema atenção, discernimento e grande responsabilidade. Esses conjuntos de ações influenciam diretamente na saúde física e mental do profissional, contribuindo para o aparecimento do estresse ocupacional. Objetivos: Buscar e compreender os fatores que contribuem para o estresse ocupacional do enfermeiro, presentes na literatura brasileira. Desenvolvimento: Esta pesquisa consiste de um estudo exploratório, de forma narrativa, realizado por meio de uma revisão de literatura. Após a definição do tema feita uma busca em bases de dados virtuais em saúde, especificamente na Biblioteca Virtual de Saúde – BVS foram utilizados os seguintes descritores: Enfermeiro, Estresse Ocupacional, Saúde, Fatores, Consequências, para a busca dos artigos científicos. No passo seguinte foram realizadas seleção e leitura das publicações apresentadas no Sistema Latino-Americano e do Caribe de informação em Ciências da Saúde - LILACS, National Library of Medicine – MEDLINE e Bancos de Dados em Enfermagem – BDENF, Scientific Electronic Library online – Scielo, banco de teses USP, no período de 2010 a 2016. Foram encontrados 55 artigos, e foi realizada leitura minuciosa dos mesmos, sendo que destes 36 foram excluídos por caracterizarem fuga ao tema. Para a presente pesquisa foram usados 19 artigos científicos. Resultados: Dentre as publicações pesquisadas, 100% dos autores apontam a jornada de trabalho excessiva como um fator que pode desencadear o estresse ocupacional. Estudos mostram que este fator prejudica o enfermeiro no convívio social, principalmente com a família. Além disso, beneficia a redução do tempo dedicado ao auto cuidado e ao lazer, tendo como consequência o cansaço e, por conseguinte, gerando o estresse. Além deste fator, 20% dos artigos, além da jornada de trabalho excessiva citaram outros fatores como o controle supervisionado e acúmulo de tarefas. Para alguns estudiosos, estes dois fatores ocasionam ao profissional, desgaste físico e mental, afetando a sua saúde, além de desencadear doenças como a hipertensão arterial, doença coronariana, além de distúrbios emocionais e psicológicos, como a ansiedade, depressão, baixa auto-estima entre outras. O acúmulo de tarefas ocasiona ao trabalhador tensão e esgotamento, constituindo-se em fatores responsáveis por situações de estresse ocupacional. Outro fator é a desvalorização profissional, tendo citado por 20% das publicações, isso pode levar a perda de entusiasmo de desenvolver suas atividades, além de provocar um desgaste físico, emocional e mental ao enfermeiro.  10% dos artigos citaram as condições inadequadas de trabalho, ou seja, falta de estrutura física adequada, falta de materiais. Estudos dizem que as condições inadequadas de trabalho, podem ocasionar o absenteísmo, aposentadorias precoces e até mesmo a negligência, levando a danos físicos irreversíveis ao usuário. Além de provocar o desgaste físico e mental do profissional comprometendo a sua saúde. A baixa remuneração foi citada por 20% das publicações. O enfermeiro, quando não recebe bem pelos seus serviços prestados, acaba desencadeado o estresse ocupacional, além da queda de rendimento em seu local de trabalho. Dentre as consequências do estresse ocupacional, 30% dos artigos, apontam a diminuição do tempo dedicado ao autocuidado e ao lazer e consequentemente para a família. E 60% das publicações dizem que podem ser desencadeados vários tipos de doença, principalmente o estresse, desgaste físico e mental. Em um dos artigos (10%) citou que o desgaste causado pelo estresse pode levar o indivíduo a síndrome de Burnout. No ambiente de trabalho do enfermeiro, podem ser encontrados diversos fatores (controle supervisionado, jornada de trabalho excessiva e acúmulo de tarefas), os quais favorecem o aparecimento do estresse, podendo ocasionar sérios problemas para o mesmo, como danos a sua saúde, bem-estar, profissional e familiar. Deste modo, de acordo com as condições de trabalho que o enfermeiro convive podem ser desencadeadas situações estressantes e a insatisfação pelo trabalho. Ainda de acordo com o autor supracitado (2014), o âmbito hospitalar é considerado estressor, onde são vivenciadas pelo enfermeiro sofrimentos de pacientes e de seus familiares, demandas requeridas pela assistência, condições de trabalho, além de ampla responsabilidade exigida no trabalho. Já nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), o enfermeiro acaba vivenciando situações sociais, econômicas, biológicas e psicológicas, até mesmo dentro do domicílio do paciente. Diante isso, estes locais acabam ocasionando o estresse ao enfermeiro. A palavra estresse não deve ser confundida com o Burnout, quando se diz respeito a definições, pois o estresse acontece devido areações do organismo aos acometimentos de diversas origens, onde esses são hábeis em desequilibrar o interior do ser humano. Já a Síndrome Burnout é uma reação do estresse ocupacional crônico, onde engloba várias alterações comportamentais negativas do indivíduo, que são ligadas ao contexto e trabalho. Recomenda-se que seja criado um espaço coordenado por um psicólogo pra que os trabalhadores possam conversar e propor idéias/sugestões para otimizar o ambiente e seu trabalho. Esse ambiente também deve ser um espaço onde eles possam procurar maneiras de distribuir melhor suas tarefas para assim diminuir a sobrecarga de trabalho. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Após a análise dos estudos foi possível concluir que os principais fatores que desencadeiam o estresse ocupacional no enfermeiro encontram-se relacionados à adjacência com o sofrimento humano, como a carga horária excessiva, baixa remuneração, controle supervisionado, acúmulo de tarefas, desvalorização profissional, pressão desempenhada por gestores e pacientes, instabilidade do emprego, entre outros. Diante isso, acaba afetando a qualidade de vida deste profissional, onde o mesmo passa a ter falta de interação familiar, social, desmotivado no desempenho de suas atividades, provoca doenças psicológicas e físicas, além de problemas no trabalho. As políticas de saúde voltada a saúde do trabalhador, Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012, tem como princípio básico a promoção e proteção da saúde dos trabalhadores. Mesmo, assim, cabe a mesma e o SUS, adotarem novas práticas de atenção à saúde dos trabalhadores, através de intervenção nos ambientes de trabalho, afim que possa ser evitado o estresse ocupacional.   

3563 O SABER ACADÊMICO SOBRE AS COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO NA CONSULTA DO PREVENTIVO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO
Paloma Cavalcante de Assis Martins, Ilse Sodré Motta

O SABER ACADÊMICO SOBRE AS COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO NA CONSULTA DO PREVENTIVO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO

Autores: Paloma Cavalcante de Assis Martins, Ilse Sodré Motta

INTRODUÇÃO: No Brasil, o Câncer de Colo do Útero é o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres. Com exceção do câncer de pele, esse tumor é o que apresenta maior potencial de prevenção e cura quando diagnosticado precocemente. Na análise regional do Brasil, o câncer de colo do útero destaca-se como o primeiro mais incidente na região norte, com 23,97 casos por 100 mil mulheres. Esse tema se insere no âmbito da saúde da mulher, área considerada estratégica para ações prioritárias no Sistema Único de Saúde no nível da Atenção Básica. A concentração de esforços governamentais aliada à produção acadêmica e a atuação dos profissionais trouxe melhorias no acesso à prevenção desse câncer em todo o país. Entretanto, ainda se mostra insuficiente como sinalizado nas estimativas de incidência e em muitas regiões e situações, o diagnóstico ainda é feito em estágios avançados da patologia. É atribuição da Atenção Básica, através da Estratégia de Saúde da Família, prestar cuidado integral e conduzir ações de promoção à saúde, rastreamento e detecção precoce, bem como acompanhar o seguimento terapêutico das mulheres nos demais níveis de atenção, quando diante de resultado de exame alterado. Nesse contexto, o enfermeiro é profissional imprescindível, capacitado a exercer atividades técnicas específicas de sua competência, administrativas e educativas e através do vínculo com as usuárias, concentrar esforços para reduzir os tabus, mitos e preconceitos, buscando o convencimento da clientela feminina sobre os benefícios da prevenção. A capacidade do enfermeiro em exercer o trabalho de forma humanizada e integral, além de identificar as necessidades de saúde da população, deve ser adquirida ao longo da graduação e oferecida pela instituição em que foi formado. No Brasil, o processo de formação do Enfermeiro foi regulamentado pela Resolução n.03, de 07/11/2001, e aponta que este profissional deve receber uma formação crítico-reflexiva para intervir nos problemas de atenção à saúde da população. Assim, o enfermeiro que possui essa capacidade de reflexão torna-se capaz de desenvolver uma assistência de qualidade, holística, conforme a necessidade de cada mulher. É fundamental que esse profissional durante as consultas de enfermagem, ofereça uma assistência com olhar integral, sempre pensando que a mulher que está diante de si, pode estar exposta e vulnerável a desenvolver a doença. OBJETIVO: Identificar o saber teórico de acadêmicos concluintes do Curso de Enfermagem de uma universidade localizada na cidade de Manaus, quanto às competências do enfermeiro da atenção básica durante a consulta de enfermagem do Preventivo do Câncer de Colo do Útero. MÉTODOS: Trata-se de um estudo quantitativo, com caráter descritivo-exploratório, desenvolvido em uma universidade localizada na cidade de Manaus, com acadêmicos concluintes do Curso de Enfermagem, no período do mês de outubro de 2017. Teve como sujeitos 30 acadêmicos, identificados no estudo com nomes fictícios, resguardando o anonimato, que estavam regularmente matriculados e que concordaram em participar do estudo, sendo excluídos aqueles que estavam de licença médica, licença maternidade ou em atividade militar. A coleta de dados foi realizada após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos sujeitos e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas. Para a produção dos dados foi utilizada a técnica de questionário com perguntas objetivas com a finalidade de atender especificamente ao objetivo desta pesquisa, abordando aspectos como: fatores de risco do câncer de colo do útero, manifestações clínicas da doença, faixa etária de abrangência do exame preventivo, rotina de rastreamento, situações indicadas para a coleta do exame, recomendações prévias para a realização do mesmo, abordagem à paciente, etapas e resultados do exame, além da importância do profissional enfermeiro como agente atuante na prevenção desse câncer. Pesquisas de natureza quantitativa consideram que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recorrendo à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. Através da enfatização da objetividade, analisa os dados numéricos através de procedimentos estatísticos. Com base nisso, as respostas dos questionários foram tabeladas de forma a serem analisadas e contabilizadas estatisticamente. A partir daí, a porcentagem dos acertos e erros dos participantes a cada questão do instrumento foi disposta em tabelas com o intuito de quantificar os dados. Baseando-se na análise desses dados brutos, pôde-se utilizar a linguagem matemática para buscar conclusões a respeito do saber teórico dos acadêmicos concluintes sobre as habilidades do enfermeiro na assistência preventiva à saúde da mulher na consulta do preventivo do câncer de colo do útero. RESULTADOS: O nível de conhecimento dos 30 acadêmicos concluintes, participantes do estudo, acerca do tema é de 64%. Em relação à quantidade de acertos por acadêmico, 50% deles acertaram entre 6 a 8 questões, enquanto 6% acertaram entre 2 a 4 questões. Nenhum dos 30 acadêmicos concluintes acertou todas as questões do instrumento, assim como nenhum deles obteve nota zero. Analisando a quantidade de acertos por questão, o desempenho dos acadêmicos variou bastante. É possível observar que determinadas questões obtiveram índice de acertos acima de 70%, enquanto outras este índice ficou abaixo de 50%. Os tópicos nos quais os acadêmicos demonstraram maior dificuldade em responder as questões corretamente foram a respeito da faixa etária de mulheres que deve ser priorizada para o exame preventivo, rotina de rastreamento, recomendações prévias para a realização do exame, atendimento precedente à coleta do mesmo e avaliação do resultado. Porém, nota-se também que os acadêmicos obtiveram resultados satisfatórios em outros pontos abordados no questionário. Podem-se citar a avaliação de fatores de risco para o câncer de colo do útero, manifestações clínicas da doença, situações em que o exame preventivo é ou não indicado, como coletar o exame e, principalmente, as atribuições e a importância do profissional enfermeiro na detecção precoce do câncer de colo do útero. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo evidenciou que há fragilidades no saber teórico dos acadêmicos concluintes sobre as competências do enfermeiro na consulta do preventivo do câncer de colo do útero. Espera-se que este estudo possa contribuir para a reflexão sobre a formação do enfermeiro e colabore para a adequação do ensino de enfermagem na área de saúde da mulher. Uma possível adequação do ensino possibilitará em uma melhor oferta aos serviços de saúde de profissionais capacitados em detectar precocemente o câncer de colo do útero. Além de aumentar a quantidade de pesquisas científicas brasileiras no campo de oncologia, especificamente nesse tipo de câncer, contribuindo, assim, para alcançar uma assistência de melhor qualidade à população.

2903 Segurança do paciente: conhecimento dos acadêmicos de enfermagem sobre prevenção de lesão por pressão
Thuanny Nayara do Nascimento Dantas, Maria Eduarda Pereira Menezes, Joice Silva do Nascimento, Shirlane Priscilla Barbosa de Melo Azedo Raposo, Louise Constancia de Melo Alves, Gabriela de Sousa Martins Melo

Segurança do paciente: conhecimento dos acadêmicos de enfermagem sobre prevenção de lesão por pressão

Autores: Thuanny Nayara do Nascimento Dantas, Maria Eduarda Pereira Menezes, Joice Silva do Nascimento, Shirlane Priscilla Barbosa de Melo Azedo Raposo, Louise Constancia de Melo Alves, Gabriela de Sousa Martins Melo

A lesão por pressão (LPP) é definida como dano à pele e/ou tecidos moles subjacentes que ocorre como resultado da pressão intensa não aliviada, acometendo principalmente as áreas de proeminência óssea, em combinação com o cisalhamento ou fricção com a superfície do leito que podem resultar em morte tecidual.  Pode apresentar-se na forma de úlcera aberta, pele íntegra, dolorosa ou não. Sabendo disso, é válido destacar que a enfermagem desempenha um papel importante quanto à prevenção de LPP, tendo em vista que os membros da equipe de enfermagem são responsáveis pela assistência direta e contínua ao paciente em todos os níveis de atenção, inclusive, os acadêmicos de enfermagem, uma vez que eles são corresponsáveis pela implementação de medidas profiláticas e de tratamento das LPP durante o período de prática assistencial na graduação. Entretanto, tanto os alunos quanto a equipe de enfermagem devem oferecer uma assistência de boa qualidade e não há como oferecê-la se esta não for feita com segurança. A segurança do paciente está relacionada à redução dos riscos de danos desnecessários associados à assistência em saúde até um mínimo aceitável. Esses danos desnecessários são conhecidos como eventos adversos. Desse modo, entende-se que os eventos adversos são danos não intencionais decorrentes da assistência prestada ao paciente os quais não estão relacionados à evolução natural da doença de base. Logo, vale salientar que as LPP são exemplos de eventos adversos encontrados em serviços e instituições de atenção à saúde, bem como no ambiente domiciliar - nos pacientes acamados -, sendo eventos que vão desde a atenção básica à alta complexidade. Assim, destaca-se a importância de trabalhar o conhecimento por parte dos futuros enfermeiros e a necessidade da prática baseada em evidências, sendo necessários conhecimentos teóricos para garantir uma assistência adequada, com qualidade e segura em sua futura atuação profissional. Dessa forma, o objetivo da pesquisa foi verificar o conhecimento dos acadêmicos de enfermagem sobre a prevenção de lesões por pressão. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, com abordagem quantitativa, a partir de uma amostra composta por 191 acadêmicos de enfermagem de uma universidade pública do Rio Grande do Norte matriculados do 4º ao 9º período do curso. A coleta de dados ocorreu entre os meses de Outubro e Novembro de 2017, em salas de aulas da instituição, por meio da aplicação de um questionário estruturado validado, a partir do teste de conhecimento de Pieper. Dos 41 itens presentes no teste, 6 abordam a classificação/estadiamento da lesão, 2 referem-se a características da ferida e 33 às medidas de prevenção, sendo a prevenção o foco do estudo. Para análise, considera-se desempenho satisfatório um percentual de acertos igual ou superior a 90%. O estudo foi submetido e aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (CAAE: 36086414.0.0000.5537). A partir da análise dos dados coletados, observou-se que a média aritmética de acertos das 33 questões referente à prevenção da lesão por pressão foi de 24,84 (75,27% das questões) com um mínimo e máximo de 15 e 31 acertos, respectivamente. Identificou-se um desvio padrão de 2,3 haja vista que a pesquisa foi realizada desde iniciantes a concluintes do curso. Além disso, identificou-se que em 19 itens os estudantes obtiveram porcentagem de acertos maior que 90%, em três itens entre 70 e 89,9% de acertos, entre outros três itens 50 e 69,9% de acertos e em oito itens abaixo de 50%. Os aspectos com menor acerto foram referentes ao uso de rodas d`água ou almofadas tipo argola auxiliam na prevenção de úlcera por pressão (13%);  uso de protetores como luvas d`água para alívio da pressão nos calcâneos (17,7%), quanto ao período de tempo para reposicionamento quando sentado (24,5%), uso de substâncias que não protegem contra os efeitos da fricção (30,2%), se a presença de bolha no calcâneo não deve ser motivo de preocupação (32,3%), quanto aos fatores de risco para o desenvolvimento de LPP (40,6%), quanto ao posicionamento do paciente e à elevação da cabeceira do leito (43,2%) e em relação ao uso de massagem nas proeminências ósseas se estiverem hiperemiadas (43,8%). Em contrapartida, as questões que obteve o maior número de acerto, quase unanimidade, considerando que houve um aluno que não respondeu à pergunta, foi a de que os pacientes e familiares devem ser orientados quanto às causas e fatores de risco para o desenvolvimento de úlcera por pressão (99,5%). Outras duas foram que todo paciente admitido na Unidade de terapia Intensiva deve ser submetido a avaliação do risco para o desenvolvimento de úlcera por pressão com 98,4% e a de que todo indivíduo, na admissão hospitalar, deve ser avaliado quanto ao risco para desenvolver úlcera por pressão com 97,4% de acertos. Os resultados do teste mostrou uma média de acertos correspondente a 75,27%, indicando que o desempenho dos estudantes de enfermagem foi insatisfatório. Apenas 2,6% do total de alunos obtiveram desempenho satisfatório. Para o conhecimento ser considerado satisfatório, esperava-se que os participantes tivessem média de acerto igual a 90% ou mais dos itens no teste. O resultado aquém do esperado identifica que os alunos apresentam déficits de conhecimento na temática abordada. Dessa forma, fica evidente que a questão da LPP é um assunto que deve ser mais abordado, discutido e cobrado dos alunos. Além disso, os resultados indicam que há uma necessidade de investigação e análise quanto a fatores causadores do rendimento inadequado frente ao processo de ensino-aprendizagem da instituição ou, pelo menos, direcionar reflexões, tendo em vista a importância da formação de qualidade do futuro profissional e seus impactos na população porvir assistida. O cuidado prestado ao cliente é complexo, por isso os profissionais precisam dispor de conhecimento técnico-científico, possuir competências e habilidades específicas. À vista disso, o compromisso das instituições de ensino e de cursos de formação devem incluir o preparo de profissionais com conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para o cuidado seguro. Logo, é essencial a implantação de estratégias para a melhoria da aprendizagem dos alunos e, consequentemente, melhoria da qualidade e da segurança da assistência ofertados por eles no campo de prática. Concluindo, pode-se afirmar que a pesquisa, conseguiu verificar o conhecimento dos acadêmicos do curso de enfermagem sobre a prevenção de LPP, foco da pesquisa, e , de forma mais ampla, avaliar a qualidade do ensino da instituição. Esse tipo de pesquisa também pode ser utilizada em planejamento da melhoria do ensino-aprendizagem do curso analisado, além de possibilitar a realização de vários cortes para análise, estudo e intervenção no tocante à segurança do paciente relacionada a prevenção de LPP.

2833 Avaliação da percepção dos acadêmicos de enfermagem quanto às atitudes relacionadas à segurança do paciente
Thuanny Nayara do Nascimento Dantas, Joice Silva do Nascimento, Shirlane Priscilla Barbosa de Melo Azedo Raposo, Maria Eduarda Pereira Menezes, Louise Constancia de Melo Alves, Gabriela de Sousa Martins Melo

Avaliação da percepção dos acadêmicos de enfermagem quanto às atitudes relacionadas à segurança do paciente

Autores: Thuanny Nayara do Nascimento Dantas, Joice Silva do Nascimento, Shirlane Priscilla Barbosa de Melo Azedo Raposo, Maria Eduarda Pereira Menezes, Louise Constancia de Melo Alves, Gabriela de Sousa Martins Melo

A segurança do paciente está relacionada à redução dos riscos e agravos associados à assistência em saúde até um mínimo aceitável, voltada para prevenção de danos. Durante a graduação em enfermagem, os acadêmicos entram em contato direto com a assistência e estão susceptíveis a fatores que podem gerar eventos adversos ao paciente. Sendo assim, desde o início da formação, é necessário estabelecer uma cultura de segurança no âmbito acadêmico, qualificando a assistência dos mesmos durante e para a futura prática profissional, implicando em atitudes efetivas para um cuidado seguro. O objetivo da pesquisa foi avaliar a percepção dos acadêmicos de enfermagem quanto às atitudes relacionadas à segurança do paciente. Trata-se de um estudo descritivo, realizado com 193 acadêmicos de enfermagem matriculados do 4º ao 9º período de uma universidade pública do Rio Grande do Norte. A coleta de dados ocorreu entre Outubro e Novembro de 2017, em salas de aulas da instituição, mediante aplicação de um questionário estruturado, validado, composto por duas partes: 1) questões sociodemográficas (sexo, idade, procedência), 2) 20 questões relacionadas aos aspectos conceituais (7) e atitudinais (13) sobre erro humano e segurança do paciente, sendo os aspectos atitudinais o foco do estudo. Tais variáveis foram medidas mediante escala do tipo Likert com 5 pontos de avaliação. Para análise, as variáveis “Concordo fortemente” e “Concordo” foram unidas, bem com “Discordo” e “Discordo fortemente”. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (CAAE: 36086414.0.0000.5537). A análise dos dados, identificou que 96,4% dos alunos concordam que para implementar medidas de prevenção sempre se deve instituir uma análise sistêmica dos fatos; 84,5% discordam que sistemas para relatar erros fazem pouca diferença na redução de futuros erros; 79,8% concordam que medidas preventivas precisam ser adotadas sempre que alguém for lesado; e 68,4% concordam que os profissionais não devem tolerar trabalhar em locais que não oferecem condições adequadas ao trabalho. Com relação à questão de sempre realizar atividades de estágio em locais que promovem boas práticas, não apresentou consenso quanto à concordância e discordância, visto que 41,5% discordam e 38,3% concordam. Da mesma forma, não houve consonância quanto à identificação de situações que necessitam de melhorias e receber apoio da instituição para implementação de medidas que promovam práticas seguras, onde 38,3% discordam e 25,4% concordam. Com isso, infere-se que a maioria dos alunos demonstram preocupação com as condições do cenário de prática e sobre a segurança do local, pois reconhecem que o ambiente interfere na segurança do paciente e mostram-se conscientes quanto a importância da adoção de estratégias de prevenção e controle de riscos. Ademais, no tocante a notificação de erros, pode-se entender que a falta de conhecimento sobre a importância dos eventos e o medo perante repressão contribui com omissão dos fatos por parte dos profissionais e acadêmicos quanto a ocorrência de um erro. Assim, é importante avaliar a compreensão dos alunos sobre a temática para que se possa trabalhar estratégias, visando evitar erros e garantir uma assistência segura.