92: Encontros com o diverso: a promoção da colaboração intersetorial
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FCA 01 Sala 02 - Açai    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
1848 Médicos e helicópteros: uma sinergia que salva vidas
Adilton Correa Gentil Filho, Ana Paula de Souza Lima, Bárbara Pimentel dos Santos, Cassiano Alencar de Vasconcellos Dias Jimenez, Renata Motoki Amorim Pereira, Thainá Mendonça Bentes, Adriano Pessoa Picanço Junior, Rodrigo Alberto de Brito

Médicos e helicópteros: uma sinergia que salva vidas

Autores: Adilton Correa Gentil Filho, Ana Paula de Souza Lima, Bárbara Pimentel dos Santos, Cassiano Alencar de Vasconcellos Dias Jimenez, Renata Motoki Amorim Pereira, Thainá Mendonça Bentes, Adriano Pessoa Picanço Junior, Rodrigo Alberto de Brito

Apresentação: O presente trabalho tem a intenção de relatar e explicitar uma atividade fruto do relacionamento entre o 4° Batalhão de Aviação do Exército (4° BAVEX) e o Projeto ALFA-Manaus. A ideia dessa parceria nasceu do anseio dos membros do referido projeto em aprender cada vez mais a respeito de primeiros socorros, prevenção de acidentes e resgate de vítimas. Desenvolvimento do trabalho: A atividade consistiu em duas etapas: primeiro, uma apresentação realizada pelo exército acerca do Batalhão e de suas atividades extramuros e por último, visitou-se as instalações locais, onde ocorreram demonstrações de procedimentos e técnicas de resgate pelo pessoal especializado em busca e salvamento. Durante a palestra, os acadêmicos puderam conhecer o funcionamento do 4° BAVEX, além de aprender sobre os procedimentos realizados nas evacuações aero médicas. Também foram abordadas formas de o médico ingressar no exército brasileiro e os cursos operacionais abertos aos médicos militares. Na segunda etapa da atividade, foram mostrados diversos equipamentos de primeiros socorros, além de uma explicação sobre como é realizado o transporte dos materiais pela equipe (descida, resgate e subida com a vítima) e sobre como utilizar tais equipamentos de forma que o resgate seja rápido, seguro e efetivo. Por fim, foram apresentados os helicópteros Pantera, “Black Hawk” e “Cougar”, sendo explicitadas suas principais diferenças quanto ao peso máximo carregado, tripulação máxima, localização de guincho e gancho, tempo máximo de viagem de cada helicóptero e suporte de vítimas. Resultados: Após o treinamento, notou-se a importância de entrar em contato com métodos de resgate e primeiros socorros distintos do habitual. Desse modo, sair da realidade dos resgates terrestres com ambulâncias e conhecer aeronaves usadas pelo Exército brasileiro foi pertinente para avaliar os diferentes resgates, entender como são feitos, desde os equipamentos utilizados até a rotina dos profissionais envolvidos. Essa experiência é relevante e diferencial na prática acadêmica dos estudantes envolvidos, uma vez que apresenta um meio de atuação médica pouco comentado durante a graduação. Considerações finais: Por fim, conhecer um pouco mais do aparato tecnológico disponível, o tipo de rotina e o trabalho realizado pelo exército brasileiro, além de aprender técnicas de resgate, impacta na construção de um acadêmico que busca por qualidade em sua formação. Essa interdisciplinaridade potencializa o conhecimento e proporciona um enriquecimento do saber prévio do estudante suprindo uma carência da grade acadêmica. Dessa forma, o aprendizado sobre primeiros socorros, prevenção de acidentes e resgate de vítimas contribui para a formação profissional qualificada e completa refletindo na construção de um médico mais dinâmico e preparado para os futuros desafios da profissão.

3122 COMUNIDADES TRADICIONAIS: OS REFLEXOS DA FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO NA POPULAÇÃO RIBEIRINHA DA ILHA SÃO JOÃO, NO MUNICÍPIO DE BARCARENA – PA.
JAQUELINE DAYANE FERREIRA SARTORETTO, MILANE INGRID FERNANDES FREITAS

COMUNIDADES TRADICIONAIS: OS REFLEXOS DA FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO NA POPULAÇÃO RIBEIRINHA DA ILHA SÃO JOÃO, NO MUNICÍPIO DE BARCARENA – PA.

Autores: JAQUELINE DAYANE FERREIRA SARTORETTO, MILANE INGRID FERNANDES FREITAS

A população da Ilha de São João tem como principal fonte de subsistência a pesca. Esta comunidade, do campo e da floresta, enfrenta problemas como: ausência de saneamento básico, econômico e de locomoção, fatores determinantes para a ocorrência de agravos à saúde. O objetivo do estudo foi retratar as dificuldades da população e da atuação das equipes de saúde do SUS, com a falta de saneamento básico local.Tratando-se de um estudo descritivo, com dados coletados in lócus no mês de maio de 2016.Os aspectos de ordem econômica, social, cultural, política e ambiental compõem os determinantes sociais da saúde, que exercem uma influência direta sobre a qualidade de vida dessa população. De acordo com os dados coletados junto aos moradores da Ilha e a ESF (Estratégia de Saúde da Família) que atende essa população, verificou-se um cenário ambiental e habitacional que contribui negativamente para o processo saúde-doença da população, incluindo a ocorrência das principais patologias locais, como DDA (doenças diarreicas agudas), dermatites e verminoses. A Estratégia de saúde Família mais próxima à comunidade realiza atendimentos médicos e de enfermagem, porém enfrenta diversos problemas, como a falta suprimentos hospitalares e de locomoção, a sobrecarga do número de pacientes a serem atendidos no posto, sendo determinante para agravo a saúde da população. Neste contexto, ambiental e socioeconômico são grandes os desafios a serem superados pelas equipes de saúde e pelos programas construídos pelo SUS, visando às populações tradicionais. Sabe-se que é preciso minimizar os impactos a saúde da população, devido aos diversos fatores que contribuem de forma negativa para o processo saúde – doença. PALAVRAS-CHAVES: Saneamento básico.Saúde. SUS.

4180 O papel do Santo Daime na percepção sobre a dimensão espiritual da saúde: relato de experiência.
Giovanna Paula Macedo de Lacerda Guedes, luis felipe rêgo, victor merini machado, francisco carlos campos

O papel do Santo Daime na percepção sobre a dimensão espiritual da saúde: relato de experiência.

Autores: Giovanna Paula Macedo de Lacerda Guedes, luis felipe rêgo, victor merini machado, francisco carlos campos

APRESENTAÇÃO: A doutrina Santo Daime surgiu no início do século XX, no município de Céu do Mapiá (AC), e desde então vem ajudando milhares de vidas na região, principalmente de ribeirinhos. Tornou-se uma importante ferramenta terapêutica, sobretudo em comunidades amazônicas na qual a medicina moderna não consegue alcançar, embora mesmo em grandes capitais, onde a medicina moderna tem seu papel consolidado, as práticas da doutrina ainda sejam um complemento terapêutico muito utilizado pelos que a seguem. As repercussões terapêuticas e de cura pela espiritualidade no Santo Daime adquiriam tamanha dimensão, que passaram a ser contempladas dentro das Práticas Integrativas e Complementares do SUS, um programa que faz a conexão entre a medicina científica e as práticas milenares com usos de plantas medicinais, meditações, dança, etc. Levando em conta o momento atual da medicina baseada em evidência, da medicina das práticas científicas e pragmáticas, torna-se fundamental as vivências comunitárias e culturais fora do âmbito da universidade para a construção do conhecimento e visão dos estudantes de medicina. Com isso em vista, inseridos no contexto da disciplina de História da Medicina da Universidade do Estado do Amazonas, os estudantes foram convidados a desenvolverem projetos que pesquisassem as diferentes modalidades de medicina alternativa. Este trabalho, portanto, teve como objetivo relatar de que maneira a vivência numa unidade do Santo Daime em Manaus repercutiu na percepção que os estudantes de medicina têm acerca de saúde, terapêutica e cura durante a sua formação. DESENVOLVIMENTO: A instituição em que foi realizado o estudo chama-se Igreja Céu do Sol Nascente, localizado no bairro do Tarumã, no município de Manaus. A igreja é uma unidade do Santo Daime em Manaus e partilha fielmente dos princípios difundidos na doutrina. A igreja, tal qual a doutrina, não tem caráter catequizador, o interesse dos chamados fardados - fiéis da igreja e da doutrina - vem do próprio sujeito que a procura. O público-alvo se estende a todas as faixas etárias, profissões, etnias, classes sociais etc. A missão da igreja é atender a demanda dos interessados no culto ao Santo Daime no município, dando continuidade aos valores preconizados pelos mentores da doutrina. A metodologia utilizada para a pesquisa foi entrevista com participantes desta doutrina e a observação do culto. Todas as informações foram obtidas in loco com uma das estudiosas do Santo Daime em Manaus, Maria de Fátima Santágata. A pesquisa foi realizada mediante entrevista com integrantes importantes na hierarquia da igreja, os chamados "fardados". Os entrevistados tiveram de responder alguns questionamentos que discorriam sobre a relação do daime com espiritualidade, terapêutica e cura. Os convidados tiveram a liberdade de elucubrar sobre o Santo Daime e suas implicações, de modo que novos questionamentos iam sendo colocados pelos entrevistadores ao longo da conversa. O instrumento de pesquisa utilizado foi a entrevista em forma de questionário. Fez-se um questionário simples, objetivando-se uma introdução sintética da doutrina e o debate acerca do processo curativo do Santo Daime, suas propriedades e influências no indivíduo, seu estreitamento quanto a condição físico-espiritual do sujeito, o processo de produção artesanal, suas respostas biológicas, as implicações sociais e as articulações da igreja e da doutrina na comunidade. Enfatizou-se também um paralelo com a medicina científica. IMPACTOS: Diversas foram as impressões coletadas durante as entrevistas e o culto. De modo geral entendeu-se que a inserção na doutrina do Santo Daime pode atuar num amplo espectro de concepções de terapêutica e cura, desde o pingar de uma gota do daime na boca de um recém-nascido até as sessões de cura propriamente ditas, com seus hinos e procedimentos próprios. A interpretação da importância do chá varia de acordo com a localidade, sendo perceptível que, em comunidades rurais em que o Santo Daime está consolidado, ele passa a ser um constituinte central da vida em comunidade, enquanto na cidade, configura-se como um complemento a vida. Para muitos fardados, o Daime é um agente de "limpeza" interior, fato que associam inclusive com o sintoma comum de vomitar ao tomar o chá, atuando tanto a nível material quanto espiritual, um amplificador dos sentidos, que permite inclusive a convergência dos procedimentos de cura focalizados num grupo ou pessoa específicos a quem se deseja curar ou tratar. O mais impactante, no entretanto, foi que a própria percepção de cura para os daimistas difere da concepção biologicista, podendo inclusive variar dentro da própria doutrina, tendo como ponto comum o entendimento de que o Santo Daime permite uma cura mesmo na doença, mas uma cura que perpassa o nível biológico, como no depoimento da entrevistada a respeito de paciente terminal de câncer que encontrava no daime o alento para uma morte tranquila, o que permite traçar um paralelo com a medicina paliativa e a importância de se compreender a dimensão extremamente ampla da espiritualidade nesse momento do paciente. Outras questões incluem as chamadas “mirações”, que são as visões que os daimistas podem vir receber em seus cultos, essas mirações também podem carregar em si um caráter curativo, na percepção dos fardados, visto que simbolizam a expansão da mente e o encontro com o subjetivo, uma ponte com o divino, embalados pelos hinários que são verdadeiros mantras. Os hinários e a simbologia do Santo Daime carregam em si um sincretismo religioso que traduz na doutrina um caráter de abertura e pluralidade a pessoas de todas as origens, como que a doutrina fosse uma plataforma de expansão da própria subjetividade, na qual o chá é um catalisador das próprias potencialidades do sujeito. Nítida também foi a percepção de o culto do Santo Daime é uma experiência imersiva na qual os fardados encontram-se extremamente comprometidos com aquele ato, que pode vir a durar horas a fio na madrugada. A ambientação (num lugar isolado), o tradicionalismo no preparo do chá, com suas divisões hierárquicas e simbólicas, o posicionamento dos membros durante o culto, a atuação colaborativa dos membros, todo esse microcosmo da Igreja parece funcionar no sentido de imprimir na doutrina um caráter onírico de purificação, de um processo de cura coletiva, na qual até as mirações podem ser fatores de conexão com o outro em níveis mais elevados. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A experiência na Igreja Céu do Sol Nascente permitiu, para além do contato com a doutrina do Santo Daime, a percepção e a importância da dimensão espiritual no entendimento de saúde. Dimensão esta que se faz extremamente necessária no processo formativo do profissional de saúde, visto que é parte intrínseca da maneira como o paciente concebe o seu processo saúde-doença, devendo ser um componente contemplado e respeitado durante o processo terapêutico. O conhecimento da doutrina e do modo como ela se relaciona com a concepção de saúde dos daimistas pode ser fator chave para a construção de uma relação profissional-paciente bem consolidada e a própria inserção do daime no processo terapêutico poderá contemplar um fator de cura engendrado dentro das concepções subjetivas do sujeito em tratamento.

4194 RELATO DE EXPERIÊNCIA: UM DIA DE DANÇA TRADICIONALISTA NA APAE
Rafaela da Silva Almeida, Luciana Costa Pinto da Silva, Manuela Colle, Bruna Missiaggia Becker, Joanna Portela Cardoso

RELATO DE EXPERIÊNCIA: UM DIA DE DANÇA TRADICIONALISTA NA APAE

Autores: Rafaela da Silva Almeida, Luciana Costa Pinto da Silva, Manuela Colle, Bruna Missiaggia Becker, Joanna Portela Cardoso

APRESENTAÇÃO No Rio Grande do Sul há um forte tradicionalismo com relação à cultura gaúcha e, no mês de setembro, é celebrada a Semana Farroupilha que homenageia líderes da Revolução Farroupilha - a mais longa e uma das mais significativas revoltas brasileiras, envolvendo em suas lutas os mais diversos segmentos sociais – que foram responsáveis por proclamar a República Rio-Grandense e se desvencilhar do Império Brasileiro, conquistando sua autonomia. Nessa atmosfera cultural foi realizado um projeto na APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Caxias do Sul durante a Semana Farroupilha, onde estudantes de medicina da Universidade de Caxias do Sul, em parceria com o CTG (centro de tradições gaúchas) Sinuelo, trabalharam com os alunos dessa instituição a importância do exercício físico e da integração social para a saúde física e mental, buscando proporcionar a eles uma atividade lúdica e educativa. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO Para que fosse possível a realização da atividade, os estudantes de medicina foram previamente capacitados pelas mães de membros da APAE e por educadores especiais com vasta experiência no assunto, aprendendo a melhor forma de abordar a saúde com essas crianças. No dia do evento, inicialmente realizou-se uma conversa entre os estudantes de medicina e os alunos da APAE, para que os benefícios do exercício físico fossem esclarecidos, contando com grande integração por parte de ambos os grupos. Várias das crianças relataram que já haviam praticado exercícios, dentre eles a dança, e que compreendiam sua importância para a manutenção da saúde. Em seguida as crianças foram devidamente caracterizadas de acordo com a cultura gaúcha, recebendo de presente itens que compõe o vestuário típico - acessórios para os cabelos das meninas e lenços para os pescoços dos meninos, embora eles pudessem utilizar ambos os acessórios caso desejassem, ou ainda nenhum -, e apreciaram as danças coreografadas pelo CTG Sinuelo. Posteriormente, os membros do CTG e os estudantes ali presentes ensinaram algumas das coreografias para os alunos da APAE e, juntos, realizaram uma atividade de dança na qual os universitários e os dançarinos do CTG formaram pares com as crianças e, desta forma, as guiavam. Logo após, por meio de uma abordagem didática, cada criança recebeu uma placa com duas cores, verde (que significava “sim”) e vermelha (que significava “não”) para responderem a alguns questionamentos sobre a satisfação com o projeto e sobre os benefícios do exercício físico para a saúde física e mental. Ao final da atividade, uma representante dos estudantes de medicina se pronunciou, agradecendo pela possibilidade de execução do projeto e pela participação de todos, o que incentivou os alunos da APAE a falarem também, expressando gratidão pela ação executada. Diversas das crianças disseram, ainda, que ao chegarem em casa praticariam as coreografias aprendidas naquele dia com seus familiares. A realização de atividades físicas e a saúde mental estão correlacionadas em vários estudos; enquanto participando desses exercícios, as pessoas estimulam sua musculatura, e liberam endorfinas, que tendem a deixá-las mais felizes consigo mesmas e com o seu entorno. Além disso, existem evidências de que o grupo dos portadores de deficiência, por serem muitas vezes excluídos da sociedade e terem uma menor capacidade social e adaptativa, não têm o costume de manter atividades físicas com tanta frequência quanto as outras pessoas. Aqueles que não têm limitações físicas ou mesmo os que as têm, respeitando suas limitações, deveriam ser incentivados sempre a realizá-las, visando os inúmeros benefícios que trazem, desde a prevenção de doenças cardiovasculares até a inserção em diferentes grupos da nossa comunidade.  Pensando nisso, alguns estudantes de medicina da Universidade de Caxias do Sul optaram por realizar a atividade de dança com os alunos da APAE, demonstrando a importância de se manter ativo e se exercitar de uma forma simples e dinâmica, que fosse facilmente compreendida por eles e, concomitantemente, divulgando a cultura e a arte local, por meio dos trajes e da dança típicos. RESULTADOS Foram realizadas as seguintes perguntas: 1. Vocês gostaram da atividade de hoje? (100% de respostas afirmativas); 2. Vocês aprenderam algo hoje? (100% de respostas afirmativas); 3. Vocês acham que o exercício físico é importante para a saúde física e mental? (98% de respostas afirmativas); Vocês gostariam de outra atividade como esta? (100% de respostas afirmativas). O contato com uma das formas artísticas mais passíveis de expressão foi de extrema importância; dessa forma, os alunos puderam adaptar a dança a seu próprio jeito e participar definitivamente da atividade, expressando a si mesmos conforme dançavam as músicas e acompanhavam os estudantes da universidade e os membros do CTG. Além disso, a Semana Farroupilha, que coloca todos em contato direto com seu passado e suas origens, foi uma escolha interessante, já que possibilitou uma conexão melhor entre os alunos da APAE, os universitários e os dançarinos do CTG Sinuelo, convergindo para um dia de experiências de impacto positivo para todos os envolvidos. CONSIDERAÇÕES FINAIS O projeto evidenciou a importância da atividade física para o bem estar e promoveu a integração dos estudantes de medicina com os alunos da escola, respeitando os limites sociais, físicos e psicológicos das crianças. A maioria dos alunos respondeu positivamente à ação e relatou ter gostado da atividade, o que mostra um resultado efetivo. Os estudantes de medicina, por meio desta integração, também puderam se libertar um pouco da rotina acadêmica, usufruindo dos mesmos benefícios ofertados, além de realizarem ação social e contribuírem para o bem-estar das crianças. Assim, houve aprendizado por parte de todos os grupos envolvidos: os estudantes da APAE, que foram capacitados a respeito da importância da atividade física para a saúde e que conheceram um pouco mais da cultura gaúcha; os estudantes de medicina, que aprenderam a interagir com os estudantes da APAE e a respeitarem suas limitações, os ajudando e ensinando da melhor forma possível e os membros do CTG, que também expressaram gratidão por poderem fazer parte do projeto e, da mesma forma que os estudantes da Universidade de Caxias do Sul, aprenderem a interagir com as crianças deficientes e a respeitá-las. Pode-se concluir que o projeto teve um impacto positivo e que ajudou, de certa forma, a humanizar os universitários envolvidos, além de levar um sentimento de acolhimento às crianças da APAE de Caxias do Sul.

4417 Relato de Experiência de Execução do Planejamento Estratégico Situacional em Comunidade Agroextrativista na Amazônia
Cristina dos Santos Carmo, Darilena Silva Costa, Dejayne Oliveira de Sousa, Leana Beatriz da Silva Marinho, Sabrina de Oliveira Gama, Wilson Sabino

Relato de Experiência de Execução do Planejamento Estratégico Situacional em Comunidade Agroextrativista na Amazônia

Autores: Cristina dos Santos Carmo, Darilena Silva Costa, Dejayne Oliveira de Sousa, Leana Beatriz da Silva Marinho, Sabrina de Oliveira Gama, Wilson Sabino

As condições de saúde de uma população tem sido objeto de preocupação constante entre gestores, demais profissionais de saúde e membros da comunidade, devido a vários eventos adversos que causam prejuízos à saúde. Essas condições de saúde apresentadas pelas pessoas da comunidade é influenciada diretamente por determinantes sociais resultado do seu modo de vida. Para que essa população tenha os cuidados de saúde necessários é preciso que os seus governantes planejem ou executem ações e serviços voltados para a prevenção e promoção da saúde. Neste sentido, este relatório de pesquisa tem como objetivo relatar a experiência crítica e reflexiva da utilização do planejamento estratégico situacional na Comunidade Ponte Alta, uma comunidade agroextrativista, região do Eixo Forte do Município de Santarém. O público alvo deste trabalho são os moradores da comunidade de Ponte Alta com uma população estimada de 385 habitantes. Esse relato consiste em demonstrar o processo de um planejamento estratégico situacional que se desenvolveu na comunidade Ponte Alta, realizado no ano de 2017, por meio do Componente Curricular Interação na Base Real-IBR, do Instituto de Saúde Coletiva-ISCO, da Universidade Federal do Oeste do Pará-UFOPA. Na busca dos principais problemas que condicionam o processo saúde-doença na comunidade, se prioriza e explica os mesmos, utilizando-se os passos como segue: 1º passo - Diagnóstico Situacional: realização de visitas na comunidade e oficinas com os comunitários e agentes comunitários de saúde; 2º passo – Identificação e Priorização do Problema utilizando os critérios: magnitude, transcendência, vulnerabilidade, urgência e factibilidade; 3º passo - Diagrama de Ishikawa: Com esta ferramenta utilizada pôde-se definir e explicar as causas e consequências do problema priorizado. O problema priorizado na Comunidade Ponte Alta foi a “presença de cachorros de maneira inadequada na comunidade”. A população de cachorros é acentuada e não recebe cuidados necessários, falta vacinação e alimentação suficiente. Isto traz inúmeros problemas para os comunitários, como doenças, prejuízos materiais, acidentes provocados por ataques de cães a motociclistas e a outros animais domésticos. Fica evidente que para uma possível solução desse problema, faz-se necessária a construção do plano operativo, com envolvimento de diferentes atores tanto da comunidade como também de instituições do poder executivo e até do ministério público, em certos casos. Como causa e consequência convergente deste problema obteve-se, respectivamente, a “reprodução sem controle dos animais na comunidade” e “danos e prejuízos financeiros e de saúde” para a comunidade. O planejamento estratégico situacional possui um grande potencial junto aos atores envolvidos vinculados à uma dada realidade, pois estes por vivenciarem o problema no território tem a facilidade de identificar suas causas e consequências. A solução de algumas causas do problema identificado, podem contribuir para a prevenção e promoção da saúde na comunidade.

4503 SUS E RELIGIOSIDADE: VIVÊNCIA DO FUTURO PROFISSIONAL DE SAÚDE NA CULTURA DO TERREIRO
LUIZ FERNANDES, BIANKA OLIVEIRA

SUS E RELIGIOSIDADE: VIVÊNCIA DO FUTURO PROFISSIONAL DE SAÚDE NA CULTURA DO TERREIRO

Autores: LUIZ FERNANDES, BIANKA OLIVEIRA

INTRODUÇÃO A integralidade do SUS rejeita o modelo médico tecnicista de enxergar o indivíduo, devendo desta forma, interpretá-lo enquanto um ser inserido em uma cultura que molda o seu bem estar biopsicossocial. Nesse sentido, a religiosidade torna-se um importante ponto de apoio a ser explorado nas ações governamentais, ao ponto que surgiram organizações como a “Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde”, que tem o propósito de promover a saúde dos iniciados e simpatizantes das religiões de matrizes africanas, juntos ao Movimento Negro, aos gestores públicos e ao Sistema Único de Saúde. Entretanto, o racismo e a intolerância religiosa tornam vulneráveis a população negra e os adeptos destas religiões. É sabido que os terreiros são constantemente violados, tem suas imagens depreciadas, e localizam-se normalmente nas periferias das cidades, tornando suas práticas estigmatizadas. Esta problemática repercute na saúde dos iniciados, pois sua religiosidade é desassociada do sistema público de saúde. Este relato visa, então, descrever um método de ensino prático nas universidades que possa aproximar os futuros profissionais do SUS dentro da cultura religiosa afro-brasileira, com o intuito de desconstruir preconceitos e estigmas sociais criados na hegemonia eurocêntrica do Brasil.   DESENVOLVIMENTO O “Vivências e Estágios na realidade do Sistema Único de Saúde” é um projeto que acontece em parceria com o Ministério da Saúde e a Rede Unida desde 2002. Esta iniciativa tem como propósito qualificar os futuros profissionais do mercado, inserindo os universitários nos diversos aparelhos do SUS e ampliando o conceito de saúde. Durante o estágio, são realizadas atividades de vivências, de discussões e de arte, com temáticas voltadas para a capacitação e a humanização dos participantes. A experiência relatada neste trabalho aconteceu no contexto do “Ver-SUS Potiguaras RN”, no período de 14 a 23 de dezembro de 2016, com sede no Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES/UFRN), no município de Caicó-RN. O grupo desta atividade foi composto por 41 pessoas, dentre estas, 8 facilitadores e 3 membros da comissão organizadora. A temática sobre religiosidade afrobrasileira aconteceu no dia 16 de dezembro, tendo como programação uma visita ao terreiro Ylê Axé Nagô Ôxáguiã, coordenado por Aderbal, o pai de santo da casa, mais conhecido na cidade como Pai Bal. As atividades no Ylê (casa) iniciaram em 2010 e aborda segmentos de Candomblé da Nação Nagô e da Jurema da linhagem de rei Jucá, tendo como Orixá regente Ôxáguiã e como mestre protetor da casa o senhor Mestre Zé Mulambo. O grupo compareceu ao local às 15 horas, e iniciou-se a reunião com os visitantes bebendo um preparo chamado Jurema, feito a partir da árvore que leva seu nome. Esta bebida tem origem em religiões indígenas de tribos do nordeste brasileiro, e a partir do sincretismo religioso, passou a fazer parte de algumas culturas de terreiro. No segundo momento da visita, após as explicações de boas vindas, os viventes conheceram o espaço físico da casa. Pai Bal reforçara a importância de apresentar as imagens, os símbolos e as oferendas ao público visitante, para que se possa desconstruir o senso comum de que esta cultura é algo errado, ou relacionado ao mal na visão de outras religiões. O terceiro momento se deu com uma roda de conversa com o Pai de Santo, onde dúvidas foram esclarecidas acerca da macumba, dos Orixás, dos Exus, das linhagens de espíritos protetores, dos símbolos presentes no espaço físico, do Axé, e das demais atividades da casa. Como orientado pelos facilitadores da vivência, um tocante destacado na roda de conversa fora sobre a saúde e o bem estar dos iniciados e simpatizantes. Fez-se saber que o terreiro atende e trata queixas como enxaqueca, lesões de pele, diabetes, depressão, transtornos emocionais, entre outros problemas relacionados à vida pessoal dos frequentadores. Inclusive, as pessoas normalmente conhecem e tornam-se frequentadores do Ylê em momentos de fragilidade dos indivíduos, seja ela orgânica ou emocional, e estes iniciam como adeptos pelo sucesso em sanar seus problemas de saúde. No que diz respeito a relação entre a comunidade e o terreiro, existe um histórico de preconceitos dos moradores, principalmente quando este chegou ao bairro em 2010, com relato de abaixo-assinado direcionado aos órgãos públicos municipais exigindo que as práticas fossem abolidas. Por outro lado, no decorrer de sua história, o Ylê realizara campanhas de arrecadação de roupas e calçados para doação às famílias de menor renda na comunidade e, além disso, oferece aulas de capoeira gratuitas para as crianças em maior vulnerabilidade social. Essas ações comunitárias colaboraram para diminuir a intolerância religiosa. Pai Bal explicara que o Ylê tem como segmentos a fé, a esperança e a caridade, e este depoimento reforça como as religiões de matrizes africanas apresentam potencialidades no processo de saúde-doença dos adeptos, como também de promoção à saúde da população local através de assistencialismo, de práticas de esporte, de medicina fitoterápica, de aconselhamentos espirituais e de acolhimento. O último momento da vivência aconteceu no CERES/UFRN, onde os participantes se dividiram em cinco núcleos de base formados por oito pessoas. Nesta ocasião, foram discutidos alguns pontos como os aprendizados obtidos com a visita ao Ylê Axé Nagô Ôxáguiã, a relação da religiosidade com a saúde e os princípios do Sistema Único de Saúde, e as barreiras existentes entre as instâncias governamentais e as religiões afro-brasileiras em suas diversas expressões.   RESULTADOS A atividade prática com visita ao Ylê Axé Nagô Ôxáguiã, sob a coordenação do Pai Bal, somado às discussões em grupo nos Núcleos de Base entre os universitários, obtiveram resultados satisfatórios na desconstrução de preconceitos relacionados às religiões de matrizes africanas, como também favoreceu a ampliação do conceito de saúde para os futuros profissionais do SUS. Esta experiência evidencia a necessidade de aproximar o SUS das questões de racismo e de intolerância religiosa, envolvendo também o debate com outras temáticas abordadas no VerSUS Potiguaras como questões de raça, de gênero, de sexualidade e de direitos humanos. É notório que esta atividade de campo elucidou para os participantes o quão a cultura do terreiro é vinculada à promoção de saúde e prevenção de doenças e agravos.   CONSIDERAÇÕES FINAIS Então, o ensino da humanização em saúde, para além das teorias que já são apresentadas em salas de aula com metodologias não ativas, mostra ter resultados qualitativamente melhores quando há o aprendizado prático e empírico dos estudantes dentro de uma determinada temática. A questão da saúde e a religiosidade, em especial dos obstáculos enfrentados pelo povo de terreiro, deve ser destacada nos currículos dos cursos que formarão os futuros profissionais de saúde, transformando o estudante no agente principal responsável pela sua aprendizagem, como acontecera na visita ao Ylê Axé Nagô Ôxáguiã. Os resultados foram conclusivos para destacar o desconhecimento da maioria dos viventes sobre as religiões de matrizes africanas, reforçando assim, a necessidade de valorizar os conhecimentos de terreiro em relação a saúde, de legitimar essa cultura e de estabelecer um canal de comunicação entre a gestão pública e as universidades com os líderes das religiões afro-brasileiras.

4521 193º/AL ESCOTEIROS DO FOGO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE: ESPAÇO DE VIVÊNCIA E DE FORMAÇÃO DE MULTIPLICADORES
Rômulo Silva Guedes de Araújo, Audrey Moura Mota Gerônimo, Giordan Magno da Silva Gerônimo, Heubert de Lima Guimarães, Aubert Kristhian Santos Alves, Bruna Paesano Grellmann

193º/AL ESCOTEIROS DO FOGO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE: ESPAÇO DE VIVÊNCIA E DE FORMAÇÃO DE MULTIPLICADORES

Autores: Rômulo Silva Guedes de Araújo, Audrey Moura Mota Gerônimo, Giordan Magno da Silva Gerônimo, Heubert de Lima Guimarães, Aubert Kristhian Santos Alves, Bruna Paesano Grellmann

O Escotismo é um movimento educacional de jovens de abrangência mundial, sem vínculo a partidos políticos, baseado no voluntariado, que conta com a colaboração de adultos. Presente em 216 países e territórios, abrangendo um total de 28 milhões de filiados distribuídos em todos os continentes do mundo no ano de 2005, apenas seis países não possuem grupos escoteiros. Valoriza a participação de pessoas de todas as origens sociais, etnias e credos, de acordo com seu Propósito, seus Princípios e o Método Escoteiro. Foi concebido pelo seu Fundador, Baden-Powell (B-P), em 1907 e adotado pela União dos Escoteiros do Brasil, a partir de 1910 na cidade do Rio de Janeiro. No país já são mais de 100 mil escoteiros em 2017, com mais de 20 mil famílias envolvidas com o escotismo somente no estado de São Paulo. Trata-se de um movimento que segue os mesmos princípios e método proposto por B-P em todas as regiões do planeta, mesmo com pequenas alterações. O propósito do Movimento Escoteiro é contribuir para que as crianças e os jovens assumam seu próprio desenvolvimento, especialmente do caráter. Assim, ajuda-os a realizar suas plenas potencialidades físicas, intelectuais, sociais, afetivas e espirituais, como cidadãos responsáveis, participantes e úteis em suas comunidades, conforme definido pelo seu Projeto Educativo. Caracterizando o maior movimento organizado de educação não-formal, o Movimento Escoteiro tem como base a Promessa e a Lei Escoteira. Seus fundamentos se dão por meio da prática do trabalho em equipe e da vida ao ar livre, conduzindo o jovem para que assuma o seu próprio crescimento, tornando-se um exemplo de fraternidade, altruísmo, responsabilidade, lealdade, respeito e disciplina. Regulamentado no território nacional através do Decreto-Lei nº 8.828, de 24 de Janeiro de 1946, o Escotismo foi reconhecido no país como uma instituição extra-escolar. Pela sua natureza, enquadra-se entre as instituições escolares que visam complementar a educação formal nas unidades de ensino formal, o que se configurava como um procedimento comum no Brasil a partir da redemocratização de 1946, após o Estado Novo de 1937. As crianças e os jovens de um Grupo Escoteiro são separados em grupos (Alcateia, Tropa Escoteira, Tropa Sênior ou Clã Pioneiro), com atividades adaptadas à idade e à mentalidade de acordo com o objetivo educacional que se pretende alcançar (como socialização e independência). O Grupo Escoteiro do Fogo Charlie Bravo Zero iniciou suas atividades em Julho de 2017, compondo um dos projetos sociais do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas, buscando como objetivo principal a junção do método escoteiro de ensino com a educação prevencionista. Falar em prevenção envolve reconhecer a importância do conceito de resiliência, que tem relação com a capacidade de enfrentamento de crises, traumas, perdas, graves adversidades, transformações, rupturas e desafios, elaborando as situações e desenvolvendo a capacidade de se recuperar dela. Ações como reformular estratégias, ajustar-se às novas oportunidades e tendências, buscar a construção de um futuro melhor e não se limitar a se defender com situações relacionadas com o passado, a busca por trilhar passos evolucionários e ritmados nas mudanças necessárias evitando ações abruptas e sem controle contribuem para aumentar o grau de resiliência e, por conseguinte, reduzir a sua vulnerabilidade ao risco. Caracterizar uma comunidade como resiliente requer considerá-la possuidora de um alto poder de recuperação. Desta forma, assumiu-se como missão a formação de multiplicadores neste ramo do conhecimento, que busca a prevenção contínua e proativa, por parte de toda comunidade envolvida. O grupo atende crianças e jovens, abrangendo as faixas etárias dos 6 anos e meio aos 15 anos, distribuídos nos Ramos Lobinho (6 anos e meio à 10 anos) e Escoteiro (10 anos à 15 anos). Trata-se de relato de experiência de adultos voluntários que integram o grupo de escotistas, durante o período de atuação no ano de 2017, na cidade de Maceió, Estado de Alagoas. O grupo é composto por uma Tropa Escoteira completa, atendendo a 4 patrulhas com 8 jovens em cada uma delas, totalizando 32 jovens. No Ramo Lobinho estamos atualmente com uma alcateia, tendo iniciado as atividades com duas alcateias, com 4 matilhas cada, atendendo um total de 48 crianças e encerrando o ano com apenas 28 crianças. O projeto educativo do Movimento Escoteiro visa contribuir na formação de cidadãos responsáveis que compreendam a dimensão política da vida em sociedade, capazes de desempenhar um papel construtivo na comunidade e que tomam suas decisões guiados pelos princípios escoteiros. Dessa forma, nesse primeiro ciclo de planejamento, foram desenvolvidas ações direcionadas a primeiros socorros, prevenção de incêndios, segurança no trânsito, resgate aéreo, salvamento no mar, além das questões específicas relacionadas ao escotismo, como oficina de nós, trilha e pista, acampamento, construção de fogão de barro para culinária mateira, canoagem, pioneirias, dentre outras ações. Como norte das ações desenvolvidas, busca-se a formação de cidadãos responsáveis, participantes e úteis em sua comunidade, que sejam capazes de transmitir as informações aprendidas e que intercedam na busca por uma sociedade mais equitativa, solidária e fraterna, base do próprio Movimento Escoteiro. Revela-se como um método de ensino que se fundamenta em educar para a liberdade, procurando desenvolver a capacidade de pensar criativamente, mais do que a aquisição de conhecimentos ou de habilidades específicas, que se baseiam em princípios técnicos. Vai além ao partir da convicção de que todos são capazes, de que os indivíduos desenvolvam diferentes capacidades e mesmo de que as pessoas oprimidas têm interesse em superar o seu status de grupo menos favorecido. Ademais, os multiplicadores assumem a responsabilidade de transferir o conhecimento recebido por meio de uma linguagem de fácil entendimento, tornando a aprendizagem concreta e acessível, uma vez que fazem parte da realidade ao qual pretendem interceder. Como expressão dos princípios sociais do Movimento, o Método Escoteiro é propício na contribuição de que as crianças e os jovens assumam uma atitude solidária e fraterna, vindo a realizar ações concretas de serviço, que se integram progressivamente ao desenvolvimento de suas comunidades e concentrando uma força motriz transformadora de uma realidade. É uma proposta de aprendizagem que parte de uma base teórica processualmente confrontada com a ação prática, dando significado e possibilitando que a verdadeira aprendizagem se estabeleça. Em todas as ações realizadas o eixo norteador partiu de uma metodologia que busca capacitar os participantes a multiplicar o conhecimento adquirido dentro de suas relações cotidianas, seja na convivência familiar, seja no ambiente escolar ou em sociedade, o que reflete positivamente na comunidade ao qual estão inseridos. O processo de formação de agente multiplicador otimiza diretamente o universo impactado, potencializado pelo conhecimento prevencionista agregado às ações, resultando em comunidades mais resilientes e fortalecendo ainda mais a proposta metodológica que integra o Movimento Escoteiro. Enfim, é inquestionável o poder de transformação social, individual e cultural dos envolvidos com o Movimento Escoteiro, ressaltando o impacto a longo prazo, quando se considera que as crianças e os jovens representam a sociedade do amanhã, já que o Escotismo educa para a vida.

5073 A participação do Projeto MEDensina em parceria com o Instituto Anjos da Amazônia na promoção de saúde no estado do Amazonas
Ianca Clara Gomes de Almeida, Lucas de Moraes Martins Pereira, Alessandra Encarnação de Morais, Thaise Farias Rodrigues, Maria Cristina Dos Santos

A participação do Projeto MEDensina em parceria com o Instituto Anjos da Amazônia na promoção de saúde no estado do Amazonas

Autores: Ianca Clara Gomes de Almeida, Lucas de Moraes Martins Pereira, Alessandra Encarnação de Morais, Thaise Farias Rodrigues, Maria Cristina Dos Santos

Uma parte imprescindível do cuidado integral ao paciente é compreendida pelas ações de cunho preventivo e o acadêmico deve entender bem sua importância. O Projeto MEDensina leva o estudante da área da saúde, para além da sala de aula, procurando transmitir para a população conhecimentos acerca das doenças mais comuns, como hipertensão arterial, diabetes mellitus, câncer de colo do útero, câncer de mama e próstata, tabagismo, entre outras, com foco na promoção da saúde e na prevenção. No segundo semestre de 2017, foram realizadas atividades do Projeto juntamente com o Instituto Anjos da Amazônia, composto por voluntários os quais desenvolvem ações sociais com comunidades carentes e ribeirinhos, as quais demonstram bem o papel daquele na aproximação do estudante com a comunidade. O trabalho tem como objetivo apresentar as experiências vivenciadas pelos alunos do Projeto MEDensina ao compartilhar com a comunidade diversos temas que por muitas vezes são pouco abordados ou não possuem a divulgação necessária, promovendo dessa forma a saúde contribuindo para a prevenção de doenças. Do ponto de vista acadêmico, visa a imersão do aluno na comunidade, possibilitando de maneira precoce, um melhor diálogo e entendimento do o indivíduo que necessita de cuidados. Através de palestras expositivas, demonstrações práticas, simulações e rodas de conversas, já foram realizadas em 3 ocasiões tais atividades para cerca de 210 pessoas entre a faixa etária de 4-65 anos. Dentre os temas propostos, são abordados os sintomas comuns, causas, fatores de risco, quando procurar um médico e como preveni-los, de maneira a instigar as dúvidas e tabus mais comuns, ao final da atividade, foi dada a oportunidade da retirada das dúvidas pertinentes ao tema proposto, e uma breve recapitulação de como prevenir tal condição. Como resultado, viu-se que foi de suma importância a troca de conceitos e informações para com o público. O retorno dado foi de discussões acerca do tema, como mitos e verdades, onde os palestrantes ouviam as vivências do público e dialogavam sobre os tópicos lançados. Sobre as simulações, foi perceptível o não conhecimento da maioria das pessoas de ambos os gêneros ao colocar um preservativo, sendo assim exposto pelo palestrantes a maneira mais correta e seus benefícios.Conclui-se que o fazer saúde não é apenas curar doenças, mas também sensibilizar as pessoas da importância da prevenção. As ações do Projeto MEDensina possibilitam que o acadêmico entre em contato com a comunidade de maneira precoce, o que permite o desenvolvimento de uma percepção mais humana do paciente, além de auxiliar o estudante no entendimento de certas doenças e sua prevalência na população. Dessa forma, o Projeto contribui para a melhora da qualidade de vida das pessoas, assim como complementa a formação do profissional da saúde.

5202 Especialização em Promoção e Vigilância em Saúde, Ambiente e Trabalho: um relato de experiência da parceria entre Movimentos Sociais em saúde e instituição de ensino.
LEANDRO ARAUJO DA COSTA LEANDRO ARAUJO, ALAN RAYMISON TAVARES RABELO, ANA PAULA DIAS DE SÁ, ANA PAULA ANDRADE FERREIRA, SHALANA HOLANDA VERELA, JOSIANO MACEDO DE LIMA, IVANDRO CLAUDINO, TAIS ALVES DE LIMA MATOS

Especialização em Promoção e Vigilância em Saúde, Ambiente e Trabalho: um relato de experiência da parceria entre Movimentos Sociais em saúde e instituição de ensino.

Autores: LEANDRO ARAUJO DA COSTA LEANDRO ARAUJO, ALAN RAYMISON TAVARES RABELO, ANA PAULA DIAS DE SÁ, ANA PAULA ANDRADE FERREIRA, SHALANA HOLANDA VERELA, JOSIANO MACEDO DE LIMA, IVANDRO CLAUDINO, TAIS ALVES DE LIMA MATOS

INTRODUÇÃO: O curso de especialização em Promoção e Vigilância em Saúde, Ambiente e Trabalho é um espaço de formação promovido pela Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ e a Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares – CE que reúne militantes e profissionais da área de saúde assim como entidades e organizações parceiras. A ideia dessa articulação entre Movimentos Populares e Instituição de Ensino é contribuir com com a qualificação e fomentar o debate entre novos saberes, na busca pelo conhecimento e visando o fortalecimento do Sistema Único de Saúde – SUS. Investindo numa metodologia problematizadora que reúne experiências de Tempo Aula – TA e Tempo Comunidade – TC (teoria e prática), envoltos em vivências e leituras sobre a história, cultura e formação do povo brasileiro e nordestino. O curso que foi programado em 13 encontros presenciais com duração de 20h e os Tempos Comunidade com carga horária prevista de 10 h somando 30 h mensais cada módulo. O conteúdo foi dividido em 3 ciclos, sendo estes; ciclo I- Determinação social em saúde, II- Bases teóricas epistemológicas do Sistema Único de Saúde e o ciclo III- Atenção Integral e Vigilância de base territorial em saúde e ambiente. O presente trabalho visa o compartilhamento dessa experiência trazendo o relato a partir da visão de pessoas envolvidas no corpo discente do curso. OBJETIVO: Relatar a experiência do curso de Especialização em Promoção e Vigilância em Saúde, Ambiente e Trabalho no Ceará. METODOLOGIA: O curso de Especialização em Promoção e Vigilância em Saúde, Ambiente e Trabalho, o tempo aula que se dá de modo presencial, ocorre durante um fim de semana ao mês no Centro de Formação Frei Humberto localizado no bairro São João do Tauape na cidade de Fortaleza – CE e conta com 85 inscritos. O TA se organiza em turnos sendo no total 5 turnos (20h) e a turma se encontra divida em Núcleos de Base- NB o que garante capilaridade de conteúdo e maior espaço de debate e discussão. O tempo Comunidade(10h) ocorre nos intervalos entre uma etapa e outra de Tempo Aula, neste período os educandos realizam leituras e atividades que envolvem seu NB como também estão relacionados ao desenvolvimento de atividades com sua base social, seja ela a sua organização, entidade e ou comunidade. DISCUSSÃO: A experiência com a pedagogia da alternância tem sido sem dúvida um diferencial dessa proposta, que vivenciada na prática, nos desafia a de fato promover a articulação entre a teoria e a prática.“A alternância, enquanto princípio pedagógico, mais que característica de sucessões repetidas de sequências, visa desenvolver na formação, situações em que o mundo escolar se posiciona em interação com o mundo que os rodeia”(Silva,2008, p.108). No campo da saúde é recorrente o discurso de que a teoria discorre do que é possível realizar na prática, este curso ao se utilizar de uma metodologia problematizadora em seu Tempo Aula, provoca o debate e o re pensar de conceitos, jeitos de fazer em saúde a partir dos diversos olhares, saberes e experiências vividas nos tempos comunidade em seus territórios de base. Essa experiência metodológica do curso também se encontra fortemente influenciada pela chamada pedagogia histórico-crítica que afirma não ser possível compreender o processo pedagógico em separado dos processos sociais, ou seja, é preciso partir dos vínculos existentes entre educação e sociedade, objetivados na prática social dos agentes.(Saviani, 2005). Além do recurso problematizador do tempo aula que se auxilia da constante interdisciplinaridade, o curso contará como elemento balizador do trabalho desenvolvido, a experiência com a pesquisa e o trabalho científico, sendo capaz de reunir as propostas pedagógicas abordadas durante todo processo de formação, desta maneira como resultado da vivência no tempo Comunidade teremos a elaboração (já em andamento) de projetos de intervenção e do tempo aula a confecção de Trabalhos de conclusão de curso -TCC. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A experiência vivida tem sido de uma riqueza imensurável, o exercício do diálogo interdisciplinar tem proporcionado a educandos e educadores novos olhares e construção de novos saberes, assim como a vivência nos territórios de base nos tempos comunidade em confronto com o conteúdo teórico tem nos desafiado a descobrir novos jeitos de fazer saúde na perspectiva de construir territórios cada vez mais autônomos, sustentáveis e saudáveis.

5264 RELATO DE EXPERIÊNCIA: CAMPANHA “BEM prESTAR VESTIBULAR”
Isabelle Louise da Cruz Lopo de Figueiredo, Guilherme dos Santos de Alencar, Lucas Eduardo Venâncio de Matos, César Eduardo Aguiar Ribeiro, Aline Mitie Yonekura, Thomas Francisco de Souza, Brunna Andrade Gondo, Tânia Madureira Dallalana

RELATO DE EXPERIÊNCIA: CAMPANHA “BEM prESTAR VESTIBULAR”

Autores: Isabelle Louise da Cruz Lopo de Figueiredo, Guilherme dos Santos de Alencar, Lucas Eduardo Venâncio de Matos, César Eduardo Aguiar Ribeiro, Aline Mitie Yonekura, Thomas Francisco de Souza, Brunna Andrade Gondo, Tânia Madureira Dallalana

APRESENTAÇÃOO vestibular trata-se de um período de rápidas e grandes mudanças. Os desafios, dificuldades e responsabilidade trazem insegurança aos vestibulandos, os quais, sem orientação e apoio, podem apresentar dificuldade em lidar de forma saudável com essa fase. Assim, a atenção à esse público torna-se essencial para colaborar de forma significativa, de como que aspetos importantes possam ser abordados, contribuindo para promoção da saúde mental que diminua insegurança e que possa trazer consequências favoráveis. Objetivou-se organizar uma campanha sobre a saúde mental dos vestibulandos de medicina, buscando aumentar o conhecimento dos participantes sobre seu estresse diário como fator para o declínio da saúde mental, através de palestras e rodas de conversa, a fim de evitar os efeitos indesejáveis ocasionados durante a preparação para o vestibular. METODOLOGIA/RELATOO foco da campanha foi direcionado aos vestibulandos de medicina de três cursos preparatórios da cidade de Curitiba-PR. Partindo-se de uma capacitação junto a uma psicóloga, definiu-se quais seriam as estratégias usadas pelos acadêmicos de medicina na abordagem do grupo-alvo durante a realização tanto das palestras quanto das rodas de conversa na campanha. Dessa forma, cada intervenção iniciou-se com a aplicação de 10 perguntas aos pré-vestibulandos, cujas temáticas associavam-se à saúde mental e às dificuldades vivenciadas durante o período do pré-vestibular. Após a contabilização dessas respostas, direcionaram-se as mesmas perguntas, agora, aos próprios aplicadores da intervenção (os acadêmicos de medicina presentes), expondo e comparando, após isso, os dois resultados ao público. Logo em seguida, alguns dos universitários relataram suas experiências pessoais durante a preparação para o vestibular, relacionando-a com às dificuldades apresentadas em algumas das 10 questões. Foi executado, por fim, a formação de várias rodas de conversas, compostas por vestibulandos e acadêmicos, nas quais foram abordados temas subjacentes ao desenvolvimento de uma saúde mental intercalada ao convívio de pressões, medos, sonhos, complexos, desmotivações, dificuldades emocionais, financeiras, sociais, etc. RESULTADOSAtendeu-se, durante as 3 ações realizadas nos cursos preparatórios, cerca de 350 alunos, dos quais 153 preencheram o questionário para avaliação de impacto. Desses, 98,03% disseram que se sentiram mais motivados a estudar e correr atrás dos seus sonhos após a ação; 93,46% disseram ter tirado suas dúvidas sobre vestibular e temas relacionados durante a ação; 98,69% afirmaram ter entendido a importância e pretendem cuidar mais de aspectos relacionados a sua saúde mental após a ação; 98,03% indicariam a ação para um colega que não tenha participado; e quando solicitado que dessem uma nota para a ação de 0 a 10, tivemos uma média entre os 3 cursinhos de 9,3.  CONSIDERAÇÕES FINAISA experiência proporcionada pelo projeto, realizado pela IFMSA Brazil possibilitou aos envolvidos no projeto, por meio das rodas de conversa, a desconstrução de estigmas acerca de desafios pessoais e da saúde mental. As atividades desenvolvidas nos pré-vestibulares possibilitaram uma maior motivação aos vestibulandos, além de fazê-los refletir sobre o seu estado mental. Ademais, o projeto despertou interesse nos vestibulandos, os quais, futuramente, poderão fazer parte de novas campanhas, para que outros, assim como esses, continuem motivados e cuidando de sua saúde tanto física quanto mental. 

5313 SEMEADURAS DE SAÚDE, EDUCAÇÃO E CIDADANIA NA ESCOLA
VANIA ROSELI DE MELLO, CRISTIANE NUNES PEREIRA, NILVO MASULINI DE OLIVEIRA, ELIANE MARIA TEIXEIRA FLORES, KATIA CESA, CAMILA GIUGLIANI, PATRICIA GENRO ROBINSON

SEMEADURAS DE SAÚDE, EDUCAÇÃO E CIDADANIA NA ESCOLA

Autores: VANIA ROSELI DE MELLO, CRISTIANE NUNES PEREIRA, NILVO MASULINI DE OLIVEIRA, ELIANE MARIA TEIXEIRA FLORES, KATIA CESA, CAMILA GIUGLIANI, PATRICIA GENRO ROBINSON

A participação social no Brasil e no mundo tem contribuído para a construção de políticas públicas em diferentes campos de atuação. A construção do Sistema Único de Saúde (SUS), baseado nos princípios da universalidade, equidade e integralidade, é fruto da ampla mobilização de diversos setores da sociedade, os movimentos sociais, trabalhadores, gestores e academia (BRASIL, 2011). Assim, este trabalho relata a experiência de um projeto de extensão que buscou articular a temática da participação social e da cidadania, tomando como referência as ações propostas pelo Programa Saúde na Escola (PSE), política intersetorial instituída em 2007 e que se constitui numa estratégia de integração da saúde e da educação para o desenvolvimento da cidadania e qualificação das políticas públicas brasileiras.  Este projeto de extensão é resultado de uma parceria entre ativistas do Movimento pela Saúde dos Povos (MSP), professores e alunos da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Escola de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Sul (ESPRS). As atividades foram desenvolvidas entre os meses de março a dezembro de 2017 junto à Escola Estadual de Ensino Fundamental Luiz de Azambuja Soares e à Unidade de Saúde da Família (USF) Santo Alfredo, ambas pertencentes à região da Gerência Distrital de Saúde Partenon-Lomba do Pinheiro. Uma primeira atividade ocorreu durante o dia da Solidariedade, evento realizado anualmente na escola, onde a preocupação com o espaço físico e o interesse na construção de uma horta ou jardim comunitário foi apontada por alunos, pais e professores. Posteriormente, foram realizadas visitas à Horta Comunitária da Lomba do Pinheiro nas quais participaram mais de 100 pessoas entre alunos, professores e equipe do projeto. Após a visita confirmou-se a proposta de construção de uma horta comunitária, o que desencadeou a realização de um concurso de desenhos e frases entre os alunos da escola para a criação de uma mascote e escolha do nome do projeto. Contamos também com o apoio e orientação de um especialista em Permacultura para as atividades de intervenção na mata localizada no terreno da escola. Foram realizadas atividades de plantio, compostagem e educação ambiental. Algumas dificuldades importantes  ocorreram no decorrer deste período, tais como: a dificuldade de conciliar as atividades do PSE com a demanda da unidade de saúde, a greve dos professores estaduais e, na sequência, a greve dos municipários de Porto Alegre. Apesar das dificuldades, foi possível perceber o engajamento dos participantes no cuidado do espaço que é de todos, animados pela expectativa de terem um ambiente/saúde melhor e resgatando o sentido de cidadania e participação social que as atividades desenvolvidas despertaram. Neste sentido, o projeto evidenciou que a construção de um processo de cidadania e participação, não se faz da noite para o dia, pois, assim como no trabalho com a natureza, é um trabalho que envolve um tempo de plantar e de colher que exige dedicação, esforço e cuidado coletivo.

5384 ANIMAIS PEÇONHENTOS: QUEM TEM MEDO DELES? UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Thiago Cavalcante Pereira, Isabelle Vasconcelos Sousa, Maria Ermelinda Oliveira

ANIMAIS PEÇONHENTOS: QUEM TEM MEDO DELES? UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Thiago Cavalcante Pereira, Isabelle Vasconcelos Sousa, Maria Ermelinda Oliveira

Dentro do contexto da grande diversidade da fauna amazônica estão as espécies de animais peçonhentos provenientes dos mais variados táxons. São considerados peçonhentos todos aqueles animais que, com o intuito de caçar ou se defender, possuem a capacidade de inocular substâncias tóxicas, produzidas por glândulas especializadas. Serpentes, aranhas, escorpiões e lacraias são alguns exemplos. É possível e recorrente o encontro acidental desses animais com os habitantes da área urbana, principalmente em regiões de fragmentos florestais da cidade, tornando a relação homem-animais peçonhentos conflituosa e marcada pelo medo e repulsa. Objetivo: Difundir o conhecimento sobre animais peçonhentos regionais, bem como seu controle e prevenção, buscando estimular o interesse e a participação na conservação das espécies amazônicas e, no contexto da saúde pública, contribuir para a melhora do índice epidemiológico desses tipos de acidente. Metodologia: O assunto foi abordado através da explanação do assunto por especialistas e metodologias ativas como tempestade cerebral, uso de óculos de realidade virtual e exposição de animais peçonhentos conservados. O projeto focou suas ações em 3 locais: Universidade Federal do Amazonas, Instituto Federal do Amazonas e escola Centro Municipal Aníbal Beça (CMAB). As atividades desenvolvidas foram específicas para cada local, visto que se tratavam de públicos alvos distintos. Na UFAM e no IFAM, o projeto realizou palestras, treinamento de manejo, coleta, transporte e métodos de prevenção para esses animais. Os principais públicos visados foram os funcionários de limpeza e da vigilância, frisando a importância do conhecimento sobre métodos preventivos e primeiros socorros em caso de acidentes. No CMAB, por se tratar de um público jovem, as atividades buscaram ter um caráter mais dinâmico, com maior participação dos envolvidos. Foram realizadas palestras de sensibilização, exposição de exemplares de diversos animais em conserva, divisão dos alunos em diferentes grupos para realizações de atividades lúdicas concomitantes na forma de oficina, elaboração de maquetes, desenhos, “tocas” do conhecimento, jogos etc. Ao início e final de toda ação foram aplicados questionários com intuito de analisar o conhecimento prévio da comunidade a respeito do tema e compará-lo com o conhecimento final após as palestras e demais atividades. Resultados: A grande maioria do público se mostrou muito receptivo e colaborativo à iniciativa do projeto, participando ativamente das diversas atividades aplicadas, sobretudo demonstrando interesse pelas ações. Através da análise dos questionários, foi possível quantitativamente constatar que a porcentagem dos participantes que relataram ter medo diminuiu, enquanto que a dos participantes que corretamente associaram medidas de prevenção e primeiros socorros aumentou. Conclusões: A adequação das atividades para tornar o processo mais dinâmico foi crucial para o sucesso do projeto. A participação dos acadêmicos em todo o processo de planejamento, criação e interação com o público contribuiu para sua formação profissional quanto à tomada de decisões e aplicação prática do conhecimento teórico. Todo o público e os participantes vivenciaram novas experiências e ampliaram de forma significativa o conhecimento sobre o tema, reformulando conceitos sobre os animais peçonhentos, sua importância no ecossistema, o despertar para a conservação das espécies, medidas de prevenção de acidentes e primeiros socorros.

5408 A INTERSECCIONALIDADE ENTRE GÊNERO E DEFICIÊNCIA NO CONTEXTO EDUCACIONAL: uma análise no campo da educação inclusiva no Brasil
RAIMUNDO DOS SANTOS BEZERRA BEZERRA, JOSÉ DAMIÃO TRINDADE ROCHA ROCHA

A INTERSECCIONALIDADE ENTRE GÊNERO E DEFICIÊNCIA NO CONTEXTO EDUCACIONAL: uma análise no campo da educação inclusiva no Brasil

Autores: RAIMUNDO DOS SANTOS BEZERRA BEZERRA, JOSÉ DAMIÃO TRINDADE ROCHA ROCHA

O presente estudo é parte da dissertação que será apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação/UFT e, consiste na análise de contexto sobre gênero e deficiência a luz do modelo social.  O trabalho faz uma descrição da deficiência em termos sociológicos e revela que a lesão é algo recorrente no ciclo da vida humana, especialmente em razão do envelhecimento  populacional. Com isso, pretende-se mostrar que a deficiência é um conceito complexo que, além de reconhecer o corpo com lesão, denuncia a estrutura social que aparta do convívio social a pessoa deficiente. A narrativa é um convite à reflexão; uma provocação ao autismo social e governamental adiante da emergência da diversidade de estilos de vida.  Aborda estudos históricos e sociais sobre a pessoa com deficiência e as mudanças ocorridas ao longo do tempo nas concepções de educação e cuidado do deficiente. Parte-se uma descrição com base historiográfica buscando contextualizar o assunto desde as primeiras iniciativas no século XVI até o presente.  O objetivo é descrever o processo histórico de delimitação e conceituação da deficiência e seus pressuposto a luz da historiografia e dos aspectos sociais subjacentes a deficiência. Abordaremos a dimensão histórica e social da deficiência interseccionando com a temática de gênero, identidade e diferença numa perspectiva da educação inclusiva. É importante considerar que os estudos de deficiência tem avançado no Brasil como um marcador de diferença a partir dos teóricos Estadunidenses e do Reino Unido num nível semelhante aos estudos de gênero. O  modelo social da deficiência analisa as desigualdades de poder no campo da deficiência que, não são resolvidas por ajustes sociais e que, somente princípios da ordem das obrigações morais serão capazes de proteger a vulnerabilidade e dependência experimentadas por muitos deficientes. O que se almeja é o cuidado como um dos princípios éticos ordenadores da vida coletiva. Cabe frisar que o estudo retrata a busca e a proposição de formas alternativas em meio escolar, consistindo na necessidade de inclusão da diversidade de  expressões humanas, uma vez que não se trata de diferenciar para demarcar divisões de possibilidades e impossibilidades, pois se aborda no mundo social a diversidade da condição humana. 

5112 Curso pré-vestibular para jovens amazonenses.
Matheus Jun de Paula Fugita, Gabriel Castro Tavares, Pedro Paulo Rodrigues Frade, Andrew Georg Wischneski, Salomão Laredo Jezini, Mylena Miki Lopes Ideta, Matheus Dias Carneiro, Cinthya Iamile Frithz Brandao de Oilveir

Curso pré-vestibular para jovens amazonenses.

Autores: Matheus Jun de Paula Fugita, Gabriel Castro Tavares, Pedro Paulo Rodrigues Frade, Andrew Georg Wischneski, Salomão Laredo Jezini, Mylena Miki Lopes Ideta, Matheus Dias Carneiro, Cinthya Iamile Frithz Brandao de Oilveir

Apresentação: o projeto é uma atividade de extensão de acadêmicos de Medicina, de Manaus, auxiliados por professores da Universidade Federal ligados ao Programa de Educação Tutorial (PET) da Faculdade de Medicina. Seu objetivo é ensinar, com orientação de excelência, através de aulas e simulações de prova, alunos majoritariamente do ensino público do Amazonas.Desenvolvimento do trabalho: o projeto tem sido realizado desde Outubro de 2016, viabilizando 5 grandes encontros de aulas e simulação de prova para que os alunos de ensino médio tivessem, em períodos anteriores aos vestibulares, preparação de excelência nas mais diversas disciplinas exigidas. Com meses de antecedência, os alunos do PET, do curso de Medicina, planejaram e divulgaram as inscrições para esses encontros letivos que ocorreriam nas dependências da Universidade. Os professores do programa ajudaram-se internamente para fazer as inscrições, preparar as aulas, preparar as apostilas utilizadas, separar questões para simulação de prova, corrigir redações e orientar os alunos quanto ao preparo físico e emocional que uma prova de vestibular exige. Como as provas escolhidas como alvo foram o Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) e o Processo Seletivo Contínuo (PSC)- que é o vestibular regional que dá acesso à UFAM, houve a participação tanto de adolescentes quanto de adultos, mas a maioria dos alunos era daquele grupo.Resultados: estima-se que, desde a primeira edição do projeto, 350 alunos tenham sido contemplados pelas aulas. Para que se recebesse o feedback dos participantes, distribuíram-se folhas para que se destacasse pontos positivos e negativos do evento, o que proporcionou o registro de aprovação quase que total da comunidade. Em geral, os alunos relataram que a linguagem jovem, acessível e objetiva dos professores foi inédita em sua passagem pelo ensino médio. Muitos dos participantes nunca tiveram uma aula sequer de redação antes de terem participado dessas ações educativas, daí relatarem que as aulas tiveram um impacto significativo em seu desempenho. Destaquem-se ainda as várias aprovações desses alunos nos vestibulares para os quais foram preparados. Muitos agradeceram ao PET e disseram que o pré-vestibular foi essencial para aprovação deles. Desses, pelo menos 3 foram aprovados em Medicina e, agora, são calouros dos professores que lhes deram aula.Considerações finais: a experiência em sala de aula tem valor incalculável para os alunos de graduação universitária, pois, a despeito de não estarem mais no ensino médio, ganha-se a oportunidade de facilitar o caminho para pessoas que nunca teriam tido o preparo de excelência necessário para concorrem à vaga do curso a que tanto aspiraram. Portanto, pode-se dizer que essa atividade de extensão tem valor humanizador e vocacional para os professores, despertando, talvez, o interesse em uma futura carreira de docência na Universidade.

401 APLICAÇÃO DO MÉTODO AQPC EM CARDÁPIOS DA MERENDA ESCOLAR NO NOROESTE DO RS
ANDRESSA KRETSCHMER

APLICAÇÃO DO MÉTODO AQPC EM CARDÁPIOS DA MERENDA ESCOLAR NO NOROESTE DO RS

Autores: ANDRESSA KRETSCHMER

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) trata-se de uma política de estado implantada desde 1955 com intuito de fomentar a alimentação saudável, e consagrar estratégias em prol de melhorar a situação nutricional do brasileiro desde sua infância (BRASIL, 2009). Com a finalidade de assegurar o bom funcionamento da política, assim como manter a segurança alimentar e nutricional da população assistida, há o profissional nutricionista para a sua execução (BRASIL, 2009).Dentre as inúmeras atribuições do nutricionista da merenda escolar, destaca-se a elaboração do cardápio, da qual deve atender as necessidades nutricionais estabelecidas e recomendadas para a faixa etária, (BRASIL, 2009).Uma ferramenta de avaliação de cardápios utilizada em larga escala por profissionais da área trata-se do método AQPC- Avaliação Qualitativa de Preparações de Cardápios, proposto por Vieiros e col, (2003). Para tanto o objetivo da presente pesquisa é verificar o nível de adequação de cardápios proposto durante o mês de Julho de 2017, para escolares de um município do noroeste do Rio Grande do Sul. Trata-se de um estudo do tipo transversal, observacional analítico e descritivo, realizado em unidades de alimentação e nutrição da qual fazem uso dos recursos fornecidos pelo PNAE. A análise de cardápio fora realizada do período do mês de Julho de 2017. Para a análise do cardápio, foi realizada o método de avaliação qualitativa das preparações do cardápio (AQPC), proposto por Vieiros e col., (2003), o método foi aplicado durante o almoço de vinte e cinco dias. Este método analisa os seguintes itens: aparecimento de frituras, sendo considerados todos os alimentos com técnica de preparo de frituras, de maneira isolada ou associada a doces ofertados em um mesmo dia; presença de frutas e de hortaliças; monotonia das preparações e dos alimentos do cardápio (sendo considerado monótono, quando duas ou mais preparações possuíam cores iguais); a presença de dois ou mais alimentos ricos em enxofre (com exceção do feijão diário).  A UAN ofertou folhosos em 100% dos dias. As frutas foram ofertadas em 100% dos dias, sendo estas ofertadas durante o café da manhã, juntamente com demais preparações. Ou seja, há a oferta frequente de folhosos e de frutas, porém existe uma limitação, ocorre a constante oferta da mesma fruta com bastante frequência, assim como de verduras, das quais são representadas no cardápio como “salada” e “fruta”. Em relação ás cores, houve monotonia de cores em, 12% dos dias. Em estudo conduzido por Conceição et al. (2010) em uma população de 570 escolares de 9 a 16 anos de idade das redes pública e privada de ensino, em São Luís (MA), matriculados da 4ª à 8ª séries, em 2005, onde também foi um baixo consumo de frutas. Já em pesquisa realizada em uma UAN de um colégio de regime internato em Guarapuava-PR, Christmann, (2011) observou que os folhosos foram ofertados em 100% dos dias, mas as frutas em apenas 4%. A elaboração do cardápio trata-se de uma atividade relevante na labuta do profissional nutricionista. O cardápio da UAN analisada apresentou-se adequado em relação à oferta de frutas, folhosos, doces e harmonia de cores. BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação-FNDE. Resolução CD/FNDE Nº 038, de 2009. Dispõe sobre o atendimento aos alunos da educação básica no Programa Nacional de Alimentação Escolar–PNAE. Disponível em: <http://www.fnde.com.br/home/index.jsp?arquivo=/.alimentacao_escolar.html> Acesso em: 12 Julho de 2017. CHRISTMANN AC. Avaliação qualitativa das preparações do cardápio- Método AQPC- e resto- ingesta de um colégio em regime internato de Guarapuava-PR. [Bacharel]. [Guarapuava]: Universidade Estadual do Centro- Oeste; 2011. CONCEIÇÃO, SI OD., et al. Consumo alimentar de escolares das redes pública e privada de ensino em São Luís, Maranhão. Revista de Nutrição, v.23, n.6, p.993-1004. 2010. VEIROS MB, PROENÇA, R.P. Avaliação Qualitativa das Preparações do Cardápio em uma Unidade de Alimentação e Nutrição-  método AQPC. Revista Nutrição em Pauta, v.11, p.36-42, 2003.

2892 O CONHECIMENTO DOS RISCOS OCUPACIONAIS E AS IMPLICAÇÕES PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM A PARTIR DE UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
JAQUELINE DAYANE FERREIRA SARTORETTO, MILANE INGRID FERNANDES FREITAS, JACIARA DE OLIVEIRA ASSUNÇÃO, INGRID FREIRE VIEIRA, EDNA MARA NEVES NASCIMENTO TAKAHASHI, CAMILA REGINA PEREIRA DORETTO RIBEIRO, ALYNE TALITA MARTIRES CABRAL, CLEIDIANE PRISCILA GONÇALVES SANTANA

O CONHECIMENTO DOS RISCOS OCUPACIONAIS E AS IMPLICAÇÕES PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM A PARTIR DE UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: JAQUELINE DAYANE FERREIRA SARTORETTO, MILANE INGRID FERNANDES FREITAS, JACIARA DE OLIVEIRA ASSUNÇÃO, INGRID FREIRE VIEIRA, EDNA MARA NEVES NASCIMENTO TAKAHASHI, CAMILA REGINA PEREIRA DORETTO RIBEIRO, ALYNE TALITA MARTIRES CABRAL, CLEIDIANE PRISCILA GONÇALVES SANTANA

Este relato de experiência tem o objetivo de descrever práticas laborais dos profissionais de enfermagem a partir dos riscos ocupacionais, além do incentivo a educação continuada. Os dados para a construção do presente artigo foram obtidos através de um relato de experiência a partir de uma descrição analítica das práticas laborais realizadas conforme a observação durante as aulas práticas em campo no período de Agosto à Novembro de 2017. Foram utilizados como base para a composição desse trabalho, a NR-32 e o Arco de Maguerez, aplicou-se também um check-list nas instituições de prática, identificando assim, seus problemas. Os resultados surgiram a partir da observação dos profissionais de enfermagem e do ambiente de trabalho nas instituições no período citado. Baseado na NR-32 nas instituições de campo de prática observou-se falhas no cumprimento dos itens que dispõe a norma, tais como, o não uso ou uso inadequado de Equipamentos de Proteção Individual - EPI (ex: luvas, máscaras, gorros), o fornecimento deficiente de EPI’s por parte dos empregadores, postura inadequada para realização de procedimentos (ex: aferição da pressão arterial, preparação de medicamentos) e levantamento de peso maior que o permitido (ex: banho no leito). Conclui-se que para fazer da educação dos profissionais de enfermagem um processo permanente, precisa da implementação de ferramentas, tais como, o Mapa de Risco que contempla todos os riscos ocupacionais e o Diálogo Diário de Segurança-DDS, incentivando os trabalhadores e proporcionando benefícios para todos os envolvidos no processo da assistência e a Educação Continuada que é de suma importância para os profissionais atuantes e para a formação do enfermeiro na Região Amazônica.