9: Integração ensino-serviço-comunidade: diálogos com a formação
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FCA 02 Sala 04 - Curimatã    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
3774 A PROMOÇÃO DA SAUDE ATRAVES DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
sara sabrina gomes, Aracéli Nascimento

A PROMOÇÃO DA SAUDE ATRAVES DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: sara sabrina gomes, Aracéli Nascimento

Este trabalho relata uma experiência obtida através do estágio III da graduação do curso de licenciatura plena em Educação Física da Universidade do Estado do Pará, este voltado para o campo da saúde visto que esta também compõe a área de atuação do professor de Educação Física. A partir da proposta elaborou-se um projeto de intervenção na própria instituição direcionado a saúde da criança.  O projeto teve a duração de três meses, com frequência de três vezes na semana e 1h e 20m cada aula, os participantes foram 06 crianças com faixa etária de 08 a 10 anos de ambos os sexos. Antes de iniciar as intervenções foi realizado um questionário com as crianças para descobrir quais eram os seus hábitos alimentares, seus conhecimentos sobre higiene e sua relação com a prática de atividade física, pois foram trabalhados os três temas, sendo o primeiro alimentação saudável, em seguida cuidados básicos de higiene e por fim atividade física na infância, de forma lúdica, com o objetivo de despertar nas crianças o interesse por hábitos de vida mais saudáveis como forma de prevenção de doenças e formando futuros adultos ativos, pois os avanços tecnológicos, a substituição das brincadeiras de rua por aparelhos eletrônicos, o aumento do número do consumo de alimentos industrializados são fatores que corroboram para que as crianças pouco se movimentem, levando uma vida sedentária e para que sua alimentação seja ainda mais desregrada, contribuindo futuramente para o aparecimento de doenças. Através do questionário e do decorrer das aulas, podemos perceber no que se refere aos hábitos alimentares que 100% das crianças sabiam a importância de uma alimentação saudável, porém não praticam por falta de estímulos no seu ambiente familiar. No segundo conteúdo abordado percebemos que eles ainda não sabiam exatamente no que consistia o significado das palavras “cuidados básicos de higiene”, mas a maioria respondeu “tomar banho e escovar os dentes”, a partir disso enfatizamos outros hábitos como lavar a mãos, limpar as unhas e arrumar o quarto que também auxiliam na prevenção de doenças. No ultimo conteúdo, percebemos que as crianças pouco se movimentavam, não brincavam na rua com seus coleguinhas, tendo em vista que seus pais não deixam pela falta de segurança, também não praticavam outra atividade física além da Educação Física escolar. Então foi realizada uma serie de atividades como o resgate de brincadeiras populares que muitos deles nem haviam conhecido, além da zumba kids e funcional kids. Diante desta experiência percebemos que é possível incentivar as crianças a ter hábitos de vida mais saudáveis, desde que seja de forma lúdica e através de exemplos não somente em projetos como este ou na escola, mas advindos da própria família visto que a criança está em constante desenvolvimento e aprendizado. Este projeto de estágio nos permitiu buscar novos conhecimentos para serem repassados aos nossos alunos e nos possibilitou encontrar outras formas de trabalho que não seja apenas no ambiente escolar. 

3864 Relato de experiência de um processo pedagógico na formação em saúde em comunidades de Assentamento Agroextrativista da Amazônia
Wilson Sabino, Juliana Gagno, Rui Massato Harayama, Annelyse Rosenthal Figueiredo, Hernane Guimarães dos Santos Junior, Teógenes Luiz Silva da Costa, Heloísa do Nascimento de Moura Meneses

Relato de experiência de um processo pedagógico na formação em saúde em comunidades de Assentamento Agroextrativista da Amazônia

Autores: Wilson Sabino, Juliana Gagno, Rui Massato Harayama, Annelyse Rosenthal Figueiredo, Hernane Guimarães dos Santos Junior, Teógenes Luiz Silva da Costa, Heloísa do Nascimento de Moura Meneses

Apresentação Durante o movimento sanitário no Brasil, se previu a necessidade de políticas de saúde que envolvesse outros setores da sociedade, como a educação. De tal maneira que é importante observar, no artigo 200 da Constituição Brasileira, que uma das competências do Sistema Único de Saúde (SUS) é ordenar a formação de recursos humanos na área da saúde, entretanto, há necessidade da articulação entre os campos da saúde e educação. Nesse sentido, é urgente repensar os campos de práticas e saberes, com a finalidade de criar novas estratégias de formação para os futuros profissionais da “saúde”. Partindo do pressuposto que a formação destes profissionais deve estar em consonância com as demandas do SUS e voltada para realidade que está inserida, a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), constituída por seis institutos, dentre estes, o Instituto de Saúde Coletiva (ISCO), organiza, a formação dos futuros egressos em saúde, em três ciclos: o primeiro do Bacharelado Interdisciplinar em Saúde (BIS); o segundo profissionalizante, com os cursos de Bacharelado em Saúde Coletiva e Farmácia; e o terceiro e último ciclo, os cursos de Pós-Graduação da UFOPA. Ambos os cursos do segundo ciclo, obrigatoriamente, passam pelo BIS. Ressalta-se que a formação de profissionais em consonância com as demandas do SUS consiste num desafio para todas as profissões da saúde. Por este motivo, este resumo tem como objetivo relatar a experiência e as reflexões da prática do componente denominado Interação na Base Real constituído para balizar o processo pedagógico de formação em saúde.   Desenvolvimento do trabalho: descrição da experiência A proposta deste relato está pautada na experiência de implantação do BIS que tem como finalidade: Formar profissionais orientados por uma concepção humanística, ética e técnico-científica habilitando-os para o enfrentamento das necessidades de saúde da população e de desenvolvimento do sistema de saúde. Para sustentação dessa proposta, o mesmo conta com o componente curricular denominado Interação na Base Real (IBR) em que os discentes, já no primeiro semestre, são postos em contato com a realidade social, através de visitas na comunidade. Este componente transversalmente está presente nos quatro primeiros semestres, dos seis propostos no BIS, sendo estes: IBR I: O componente tem por objetivo desenvolver no discente a escuta e o vínculo, prática essa, que deveria ser comum aos diversos profissionais da saúde. Possibilita aos discentes visitas acordadas com as lideranças e famílias nas comunidades. Analisa-se a realidade observada problematizando através de discussões que levem à compreensão dos possíveis determinantes sociais da saúde.IBR II: Este componente traz como ponto central a aprendizagem do diagnóstico participativo, utilizando-se, indicadores demográficos, sociais e de saúde. O mesmo ocorre através de visitas na comunidade, com intuito de mapear o território como, por exemplo, escolas, igrejas, unidades de saúde, associações entre outros.IBR III: Este componente se apresenta com a proposta de introdução ao campo do Planejamento Estratégico Situacional (PES). Neste, os educandos retornam a comunidade, para realizarem um planejamento participativo tendo como perspectiva uma possível intervenção no território.IBR IV: O propósito deste componente é propiciar aos estudantes a efetivação do Plano Operativo para intervenção no território, utilizando informações obtidas ao longo dos três componentes anteriores. O módulo de IBR tem como proposta a apreensão da realidade com vista à diminuição das iniquidades e foco na Promoção da Saúde. A análise deste relato se deu através dos Relatórios Técnicos (RTEC) apresentados pelos discentes às comunidades no final de cada semestre, e também, relatos de experiências (REX) em cada uma das fases acima descritas. Estimulados pelos docentes, muitos desses REX foram aprovados para apresentação em seminários, workshop, jornadas de pesquisa e extensão, e também, congressos acadêmicos. As comunidades visitadas no período 2016 a 2018 fazem parte do Projeto Agroextrativista da região rural do Eixo Forte no município de Santarém, estado do Pará. Resultados e impactos: os efeitos percebidos decorrentes da experiência Observou-se através dos RTEC e REX que as visitas às lideranças e famílias nas comunidades conduziram a ressignificação na maneira de pensar e agir no que se refere ao processo saúde-doença. O desenvolvimento do IBR I pôde proporcionar, aos educandos, uma melhor compreensão sobre algumas peculiaridades das famílias e suas relações extrafamiliares com a comunidade a qual estão inseridas. Acrescido a esse processo, ressalta-se, que os discentes passaram a valorizar a habilidade do saber ouvir, o que ajudou a concluir, que a maioria dos problemas enfrentados dentro do local onde o indivíduo está inserido tem conexão direta com a sua saúde. É notório o impacto que ficou nos educandos surgidos após as visitas, tais como: impotência, alegria, medo, angustia, necessidade de mudanças no modo de pensar, e por último, o imperativo de tomarem suas próprias decisões para auxiliarem nas transformações. Percebeu-se, tanto nos RTEC quanto nos REX, desenvolvidos no IBR II, que o ponto marcante para os discentes foi a construção do diagnóstico com a comunidade, reconhecendo os comunitários como os principais atores do processo e profundos conhecedores da realidade na qual estão inseridos. O diagnóstico participativo proporcionou diálogo entre comunitários e discentes, em que os primeiros corroboravam com as melhores informações sobre o território. Este processo trouxe a compreensão que as informações demográficas são importante elo para o planejamento em saúde. O impacto nos educandos expressou-se pela necessidade de um olhar abrangente para o território, pela inerente complexidade que se apresenta, e que segundo os mesmos, somente seria possível ser entendida através da interdisciplinaridade. Outro ponto a se destacar foi a compreensão dos discentes quanto à importância de se realizar o PES junto aos comunitários pela facilidade com que os mesmos identificavam tanto as causas como as consequências de um determinado problema priorizado. Enfatizou-se através dos RTEC e REX que a participação dos atores envolvidos no problema estudado é fundamental na execução de um planejamento. O impacto ficou patente na percepção de que na maioria das vezes “o ponto de vista dos acadêmicos não corresponde à percepção dos comunitários em relação aos problemas elencados”. Para os discentes a construção de um plano operativo, somente deve ocorrer com envolvimento de diferentes atores sociais. O IBR IV encontra-se em fase de construção com diversos segmentos, sendo: Ministério Público, Poder Executivo, Conselho de Saúde, Agentes Comunitários de Saúde, Igreja Católica, Lideranças Comunitárias, Movimentos Sociais e Moradores das Comunidades.     Considerações Finais As fases do módulo de Interação na Base Real têm conduzido paulatinamente a um processo de ressignificação dos discentes, levando-os a compreensão de como o processo saúde-doença está conectado com os determinantes sociais em saúde. Contudo, ficou claro para os mesmos, que a resolução deste processo necessita ser construída com aqueles que demandam por saúde. Todavia, fica evidente, que se faz necessário realizar adequações no processo de aprendizagem dos futuros egressos no Sistema Único de Saúde. Há necessidade das grades curriculares se ajustarem de forma criativa para dar conta da complexidade inerente que é esse sistema. Nesta trajetória ora apresentada, percebe-se que o vinculo do futuro egresso em saúde com a comunidade, família e o individuo é uma construção paulatina e essencial no processo do planejamento em saúde, o que torna um desafio na formação do futuro trabalhador do SUS.

4026 PermanecerSUS, Acolhimento e Atividades lúdicas em um hospital público estadual da cidade de Salvador- Bahia
Silvia dos Santos Costa, Fernanda Carneiro dos Santos, Josefa Cardoso da Silva Aragão, Vânia Madalena Bulhosa dos Santos, Eline Afonso dos Santos Nery

PermanecerSUS, Acolhimento e Atividades lúdicas em um hospital público estadual da cidade de Salvador- Bahia

Autores: Silvia dos Santos Costa, Fernanda Carneiro dos Santos, Josefa Cardoso da Silva Aragão, Vânia Madalena Bulhosa dos Santos, Eline Afonso dos Santos Nery

Trata-se de um relato de experiência de estudantes da área de saúde, integrantes do Programa PermanecerSUS, sobre um trabalho de humanização com os usuários de um hospital público estadual da cidade de Salavdor- Bahia, que objetivou ampliar as estratégias de humanização e acolhimento, visando, a melhoria do ambiente hospitalar, bem como, a educação em saúde. Foram realizadas salas de espera na área de visitantes, onde, utilizou-se de músicas, cartazes e dinâmicas,  afim de abordar o tema da doação de órgãos, como parte das ações do setembro verde; na pediatria e no centro de tratamento de queimados(CTQ) foram desenvolvidos brincadeiras, cantigas de roda, teatro e musicais onde os estagiários do Permanecer SUS estiveram fantasiados a caráter para animação das crianças e acompanhantes, integrando a proposta de Semana das Crianças do hospital no mês de outubro. Como terceira ação, foi realizada, também na pediatria, uma encenação teatral com o objetivo de abordar o tema da prevenção de queimaduras. Observou-se em todas estas atividades, que a utilização do lúdico no contexto hospitalar apresenta-se de grande relevância, pois, solicita a visão, a escuta, e os demais sentidos como portas de entrada para uma compreensão mais significativa sobre o atendimento de saúde. Percebeu-se ainda, que os usuários obtiveram uma melhor interação social e uma nova percepção quanto as questões de saúde, pois, os mesmos, demonstravam interesse pelos temas abordados, além, de elogiarem a forma diferenciada de acolher. Cabe ainda destacar, que a inserção do lúdico junto ao acolhimento transmite receptividade e interesse de modo que o usuário se sinta valorizado, executando assim, o princípio da integralidade e contribuindo para uma melhor qualidade de atendimento no serviço de saúde do hospital. 

4032 O papel da gestante no plano gestacional: Percepções de acadêmicos de Medicina durante o estágio em Saúde da Mulher
José Victor Santos Neiva, Mariana Borges Dantas, Luana Sanches da Costa Sanches da Costa, Douglas de Souza Pereira, Lázara Gabriela Oliveira Silva, Alladin Anderson Ramos Barbosa

O papel da gestante no plano gestacional: Percepções de acadêmicos de Medicina durante o estágio em Saúde da Mulher

Autores: José Victor Santos Neiva, Mariana Borges Dantas, Luana Sanches da Costa Sanches da Costa, Douglas de Souza Pereira, Lázara Gabriela Oliveira Silva, Alladin Anderson Ramos Barbosa

APRESENTAÇÃO: O empoderamento feminino crescente nos diversos meandros da sociedade moderna traz à tona a discussão da maior autonomia por parte da mulher quanto a decisão de seu plano gestacional. O maior conhecimento, fortemente impulsionado pelo desenvolvimento de pesquisa na área da Saúde da Mulher, tem proporcionado cada vez mais benefícios e autonomia para o sexo feminino, buscando um parto humanizado, com menos riscos ao recém-nascido e também a gestante. Entretanto, é importante destacar os desafios enfrentados pelas mulheres no atendimento no serviço público de saúde. As limitações – desde o pré-natal ao puerpério - impostas por problemas estruturais nas maternidades e unidades básicas de saúde, o despreparo e preconceito de obstetras em relação a um plano de parto alternativo, a falta de informação dos pacientes e agentes de saúde. Várias nuances que merecem uma discussão rica sobre o tema. DESCRIÇÃO DE EXPERIÊNCIA: Estudo baseado na experiência do Estágio em Saúde da Mulher, que proporcionou o maior conhecimento da realidade da Maternidade Doutor Moura Tapajós, expondo todo o seu funcionamento, desde a admissão à sala de parto, bem como a abordagem da paciente em diversas situações de risco, sua assistência ao pré-parto e o puerpério. RESULTADOS: A observação desta realidade proporcionou uma visão mais realista quanto ao pré-natal e puerpério no serviço público de saúde, revelando uma face precária do atendimento às diversas gestantes que procuram a maternidade e a falta de participação dessas nas escolhas que tangem seus quadros clínicos. De fato, várias medidas são adotadas na maternidade buscando o maior conforto e saúde à mãe e ao neonato, entretanto são, na maioria das vezes, ineficientes dadas as limitações estruturais do serviço. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante do observado na maternidade referida, torna-se peremptória a iniciativa de maior abordagem de alternativas de planos gestacionais nas Unidades Básicas de saúde, com vistas a fornecer maiores informações às gestantes, visto que muitas delas sequer possuem conhecimento suficiente para fundamentar sua decisão, que representa sua autonomia quanto ao seu corpo e da nova vida que gesta. Além disso, maior discussão quanto à formação dos profissionais em saúde, sobremaneira os obstetras, com debate, pesquisa e formação de conhecimento científico, com o objetivo de construção de um profissional atualizado e a par de diversos tipos de abordagem à gestante.

4054 Relato de experiência:reflexões sobre uma experiência de estágio em nutrição em um Distrito Sanitário de Salvador
Ida Oliveira de Almeida, Jéssica Oliveira de Almeida, Sandra Simone Queiroz de Morais Pacheco

Relato de experiência:reflexões sobre uma experiência de estágio em nutrição em um Distrito Sanitário de Salvador

Autores: Ida Oliveira de Almeida, Jéssica Oliveira de Almeida, Sandra Simone Queiroz de Morais Pacheco

A estrutura na gestão do SUS  é organizada através  de gestores do Ministério da Saúde ( nível  Nacional),  Secretárias Estaduais ( nível Estadual), Secretárias Municipais ( nível  Municipal) e Distritos Sanitários ( nível Distrital). Entende-se por Distrito Sanitário a unidade operacional e administrativa mínima do sistema de saúde, definida com critérios geográficos, populacionais, epidemiológicos, administrativos e políticos, onde se localizam os recursos de saúde, públicos e privados, organizados através de mecanismos políticos institucionais com a participação da sociedade organizada para desenvolver ações integrais de saúde capazes de resolver a maior quantidade possível de problemas da saúde. O Município de Salvador possui uma população em torno de 2.883.672 habitantes, sendo a cidade mais populosa do nordeste e a terceira mais populosa do Brasil , contudo ocupa o quarto lugar em densidade demográfica, com o equivalente a 3.859,44 hab./km2.  O munícipio de Salvador é dividido em 12 Distritos Sanitários, dentre eles, o do presente estudo. O Distrito Sanitário é formado pela Coordenação Geral Distrito Sanitário, que engloba, Sub coordenação de Recursos Humanos,  Sub - coordenação de Acompanhamento Distrital,  Sub - coordenação de Atenção e Vigilância à saúde, Chefia de Ações e Serviços de Saúde e  Campos Temáticos.  O setor de Ações e Serviços de Saúde do Distrito Sanitário  é formado pela Chefia do Setor de Ações  e Serviços de Saúde, além de técnicos, tais como: Enfermeira, Nutricionista, Assistente Social, Saúde Bucal e Bioquímica. Os serviços  oferecidos no Distrito Sanitário, abrange: Saúde da Criança,  Saúde da mulher,  Saúde do Homem, Saúde da população Negra,  Saúde da população LGBT,  Saúde na Escola,  Programa do adolescente e jovem, Programa do idoso, Programa do tabagismo,  Programa da Tuberculose, Programa da Hanseníase,  Programa de Escleroterapia, Programa de curativo, Programa de saúde bucal, Rede Cegonha, Doença Falciforme, Doenças Crônicas. No que tange os programas que são de responsabilidade do campo temático  de alimentação e nutrição, sob supervisão da nutricionista fazem parte: Programa Bolsa Família, Programa Nacional de Suplementação de Ferro, Programa Nacional de Suplementação de  Vitamina A,  Estratégia Amamenta e Alimenta Infantil e Fórmulas infantis para pacientes portadores de APLV e Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional. Este Trabalho tem como objetivo relatar algumas ações desenvolvidas no Distrito Sanitário, pela nutricionista e estagiária do Distrito. Cujo objetivo é estimular ações à serem desenvolvidas por outros profissionais, assim como ressaltar a importância desse profissional no Distrito Sanitário. Foi realizada durante o período de vigência do estágio, a confecção de duas cartilhas, para serem distribuídas para os profissionais da Unidade básica de saúde, mais precisamente os enfermeiros. A primeira cartilha foi sobre o fluxo de atendimento nutricional de gestantes, baseado no esboço fornecido pela nutricionista, com a inserção de fluxograma para a necessidade de encaminhamento da gestante para a nutricionista ou atividade educativa. No conteúdo da cartilha foi inserido além do fluxo, a tabela da avaliação do estado nutricional acima de 19 anos, segundo o IMC por semana gestacional e inserção do gráfico para acompanhamento nutricional da gestante e quadro de ganho de peso médio (Kg) recomendado para a gestante. A outra cartilha confeccionada foi sobre o fluxo de atendimento nutricional de crianças, baseado no esboço fornecido pela nutricionista, com a inserção de fluxograma para a necessidade de encaminhamento da criança para nutricionista ou atividade educativa. Além disso, inserção do gráfico peso por idade, para avaliação do estado nutricional da criança. Foi realizada uma palestra pela estagiária, juntamente com a nutricionista do Distrito sobre a temática guia alimentar da população brasileira, seus principais princípios e sua abordagem no que refere – se alimentação e adoção de hábitos saudáveis, no que tange os 10 passos, abordados no guia alimentar, além disso, foi enfatizado sobre o uso do sal, açúcar, gorduras e consumo de alimentos processados e ultra processados.  Antes do início da palestra os idosos foram pesados em uma balança de bioimpedância e foi aferida a estatura, a fim de avaliar o estado nutricional dos participantes. O público mostrou interesse na temática em questão, além disso, foram participativos durante a palestra e esclareceram dúvidas com as palestrantes. Foi realizada uma palestra com a temática Plantas Alimentícias não Convencionais ( PANCS) e aproveitamento integral dos alimentos, para auxiliar no atendimento de usuários  portadores de tuberculose. O público alvo foram os profissionais de saúde de nutrição e enfermagem do Distrito , que participaram da roda de conversa sobre tuberculose. A palestra foi conduzida pela estagiária de nutrição do Distrito Sanitário. A pessoa portadora de tuberculose, fica com o estado nutricional comprometido e desta forma ocorre a desnutrição energético proteica e de nutrientes. Desta forma, para auxiliar na conduta e enriquecimento das refeições, foi realizada essa palestra. É importante destacar o papel das PANCS como alimentos funcionais em nosso organismo (microssistema) por  meio de vitaminas essenciais, antioxidantes, fibras, sais minerais, que nem sempre são encontradas em outros alimentos. As PANC geram autonomia para o ser humano que deseja buscar - por suas próprias mãos - os nutrientes que necessita e os sabores que mais lhe agradam. No que tange o aproveitamento integral das partes comestíveis dos alimentos, as partes não aproveitáveis dos alimentos poderiam ser utilizadas enfatizando o enriquecimento alimentar, diminuindo o desperdício e aumentando o valor nutricional das refeições, pois talos e folhas podem ser mais nutritivos do que a parte nobre do vegetal. Cascas, talos e folhas são boas fontes de fibras e lipídios, tendo-se como exemplos as sementes de abóbora; talos de brócolis, de couve, de espinafre; cascas de banana, de laranja, de limão, de rabanete e folhas de brócolis. Após as intervenções, verificou – se que a elaboração da cartilha, permitiu esclarecer para os profissionais, a respeito dos requisitos, para o encaminhamento das pacientes gestantes, para o profissional nutricionista, caso que é de grande relevânciao, sendo facilitado o entedimento, através fluxograma presente na cartilha. A palestra sobre alimentação saudável para pessoas idosas, permitiu a troca de saberes entre os palestrantes e convidados, assim como a palestra sobre Plantas alimentícias não convencionais e aproveitamento integral do alimento. Além disso, a implementação da teoria na prática, no que tange o aproveitamento integral dos alimentos, entre os participantes. Diante do exposto é possível verificar como é extremamente importante e rica a presença do nutricionista nas Distrito Sanitário, notando a quantidade de atividades que são desenvolvidas pelos mesmos, assim como seu importante papel de gestor.

4068 CUIDADO DE ENFERMAGEM MEDIADO PELA COMUNICAÇÃO INTERCULTURAL: UM RELATO ACADÊMICO
Thais Moreira Gomes, Brenda Sampaio de Souza, Berenice dos Santos Cavalcante, Gabriella Martins Soares, Nayara da Costa de Souza, Sarah Regina Aloise, Esron Soares C Rocha Soares C Rocha

CUIDADO DE ENFERMAGEM MEDIADO PELA COMUNICAÇÃO INTERCULTURAL: UM RELATO ACADÊMICO

Autores: Thais Moreira Gomes, Brenda Sampaio de Souza, Berenice dos Santos Cavalcante, Gabriella Martins Soares, Nayara da Costa de Souza, Sarah Regina Aloise, Esron Soares C Rocha Soares C Rocha

INTRODUÇÃO: No atual contexto do Sistema Único de Saúde brasileiro, os povos indígenas dispõem de um Subsistema de atenção à saúde, regulamentado pela Lei nº 9.836/99. O subsistema tem como objetivo de fornecer acesso aos serviços de saúde de forma integrada, de acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), considerando a diversidade cultural. A população indígena no Amazonas é muito elevada, chegando a regiões como no Distrito Sanitário Especial Indígena – DSEI do Alto Rio Negro, onde mais da metade da população constitui-se de indígenas, o que nos faz refletir sobre as especificidades desse povo e de como devemos atuar frente os problemas e agravos à saúde dessa população. Isso implicaria em incorporar, no âmbito das ações de saúde, a capacidade de compreender e agir de acordo com as especificidades culturais da população; viabilizar formas de melhoria do acesso equitativo aos serviços de saúde e da qualidade da atenção; gerar impactos sobre os indicadores de saúde; oferecer informações epidemiológicas específicas em relação à saúde das populações indígenas; e propor estratégias de intervenção adequadas às realidades socioculturais. A equipe de enfermagem está envolvida nesse processo do cuidado às populações indígenas. Como tal, é necessário estar inserida nas discussões e amadurecimento de suas práticas, com vistas a atender a política definida em nosso Sistema de Saúde. Assim, as Instituições de Ensino Superior que atuam no Amazonas, necessitam ampliar discussões sobre a formação dos enfermeiros, no que se referem os problemas emergentes das práticas dos profissionais em área indígena, bem como, o processo de formação, sem perder de vista a necessidade da produção de conhecimento da enfermagem no campo da saúde indígena. OBJETIVO: relatar a vivência acadêmica no cuidado de enfermagem ao paciente da etnia Korubo na CASAI (Casa de Saúde Indígena) mediado pelo processo de comunicação intercultural. DESENVOLVIMENTO: A experiência ocorreu na CASAI localizada na AM 010, Km 25 no município de Manaus. A CASAI é parte integrante do Subsistema de atenção à Saúde Indígena. Tem por finalidade prestar apoio a pacientes indígenas referenciados pelos DSEIs aos serviços de média e alta complexidade na rede do SUS. As práticas assistências ofertadas no âmbito da CASAI contempla um rol de ações voltadas à saúde da mulher e da criança, saúde do adulto e saúde do idoso. Essas ofertas envolvem os serviços hospitalares e ambulatoriais da rede de saúde do Estado do Amazonas. Essa assistência é ofertada por uma equipe multidisciplinar composta por enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem e outros. A CASAI é uma instituição que acolhe indígenas com necessidade de saúde de várias etnias oriundas do interior do Amazonas e dos estados vizinhos como Roraima, Acre, etc. Durante a visita, realizada na CASAI os acadêmicos inicialmente conheceram diferentes setores (enfermarias, alojamentos, gerência, sala de curativos, entre outros), assim como o cotidiano dos serviços de saúde ali ofertados. Os alojamentos são divididos em etnia, por considerar os aspectos culturais que envolvem cada povo. Posteriormente, os pacientes indígenas que apresentava maior necessidade de atenção no seu quadro clínico foram distribuídos entre os acadêmicos. Eram observadas as necessidades humanas afetadas desses pacientes e na sequência elaborado um plano de cuidado. Percebeu-se também que cada cultura tem suas peculiaridades em relação ao aspecto saúde/doença. Essa atividade possibilitou a troca de saberes de estilo de vida, aspectos culturais e de saúde entre os usuários indígenas, familiares e os acadêmicos de enfermagem que ali se encontravam. RESULTADOS E IMPACTOS: Um olhar atento sobre a realidade da CASAI pode fornecer elementos importantes para o entendimento dos rumos da política de saúde indígena e da formação do enfermeiro (a) no contexto amazônico. Portanto, nesta parte do relato, propomos descrever nossas observações sobre o processo de comunicação entre usuários indígenas, familiares e profissionais de saúde na CASAI. Durante a anamnese /coleta de dados de enfermagem, destacamos três pontos essenciais para que a comunicação seja mutuamente eficaz na instituição de saúde, no qual envolvem questões culturais, interpessoais e assistenciais. Em relação às questões culturais, podemos destacar a dificuldade de compreensão das línguas indígenas por parte dos profissionais, bem como adequação aos seus costumes, sendo importante criar meios de facilitar a comunicação e compreensão. Um ponto importante observado foi à presença de uma técnica de enfermagem de origem indígena, no qual seus conhecimentos foram importantes para o estabelecimento de uma comunicação diretamente com uma família da etnia Korubo, pois a pouca interação entre o profissional e o paciente culmina em uma relação frágil e pouco concreta o que pode muitas vezes contribuir para uma assistência errada ou ineficaz, pois os pacientes deixam de expor os sintomas por timidez ou dificuldade de se expressarem. Os Korubos, conhecidos como “índios caceteiros”, são povos de recente contato com a sociedade nacional, a maior parte vive isolada por isso pouco se conhece dos seus costumes, tradições, interpretação do processo saúde versus doenças e suas práticas de cura e cuidados.  No entanto, sabe-se que nessa comunidade é comum a relação de casamento entre parentes consanguíneos, que gera maior probabilidade de complicações hereditárias, além da prática de infanticídio.  Durante a aula prática o nosso paciente era uma criança indígena da etnia Korubo, fruto de uma relação consanguínea, diagnosticada com ictiose e posteriormente com úlcera ocular.  Nesse caso os acadêmicos empedrados dos conteúdos teóricos discutidos em sala de aula, procuraram manter o respeito e compreender as crenças sem imposições visando sempre uma assistência de real qualidade e resolubilidade. Observou-se a forte relação interpessoal entre a enfermeira que cuida e oferece assistência à criança. Esse cuidado mais íntimo proporcionou a criação do afeto e carinho, na qual a enfermeira relatou que considera a criança que cuida há quase um ano como membro de sua família. Vê-se a importância dessa relação interpessoal quanto trata-se do binômio paciente-profissional, baseada na empatia que transpira confiança e respeito. Foi possível entender que as questões culturais exercem forte influência sobre as ações e pensamentos sobre a população. Já as questões que envolvem a comunicação assistencial, foi possível observar que a CASAI recebe para tratamento pacientes de várias etnias e muitas vezes essas questões culturais são expostas principalmente em relação ao diagnóstico obtido durante o tratamento interferindo diretamente na qualidade de vida dessa pessoa. Algumas etnias preferem se manter distantes de alguns quadros de saúde crônicos mais complexos devido exatamente a essas influências culturais.  Por isso é essencial nestas situações respeitar e compreender as crenças sem imposições e questionamentos, visando sempre uma assistência de saúde humanizada. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os acadêmicos não mediram esforços para prover os cuidados, ultrapassando barreiras culturais, geográficas, linguísticas e de comunicação. Porém, observou-se que a maior dificuldade foi no processo de comunicação com o indígena, visto que não somente entender seu dialeto foi o principal fator, mas também o modo de abordagem, ofertando cuidados e respeitando a cultura dos mesmos. Tendo em vista os aspectos observados, faz-se necessário uma qualificação mais aprofundada para os acadêmicos, para que seja, então, competente, em relação aos aspectos culturais, interpessoais e assistenciais, embasados em conhecimentos antropológicos, a fim de oferecer serviços efetivos respeitando a realidade dos indígenas.

4076 Implantação da Avaliação 360º no Internato de Saúde Coletiva da Graduação em Medicina
Francisco Senna de Oliveira Neto

Implantação da Avaliação 360º no Internato de Saúde Coletiva da Graduação em Medicina

Autores: Francisco Senna de Oliveira Neto

O processo avaliativo constitui etapa importante e complexa do fazer pedagógico. Nesse sentido, práticas, técnicas e instrumentos diversos vêm sendo implementados na perspectiva de determinar em que grau os objetivos educacionais estão sendo realmente alcançados. A avaliação deve ser integral, e abranger as mudanças que buscam produzir nos alunos/sujeitos. Assim, analisar e julgar todas as dimensões vai além das tradicionais estratégias atualmente utilizadas no cotidiano dos cursos de medicina. A avaliação também deve subsidiar uma reflexão contínua para a retomada do que deve ser revisto, reorganizando as práticas a partir das necessidades de cada aluno, de modo a aprimorar as intervenções pedagógicas. Muito utilizado por empresas, a avaliação 360 graus vem ocupando espaço como importante ferramenta para o desenvolvimento de competências essenciais. Essa perspectiva de feedback de múltiplas fontes, e que leva em conta os múltiplos olhares rumo à consecução dos objetivos educacionais, pode contribuir no processo de ensinagem na formação médica. Na perspectiva de adaptação desta metodologia para ser aplicada no estágio de Saúde Coletiva do curso de Gradução em Medicina, alguns movimentos vêm sendo desenvolvidos. Na avaliação cognitiva rompeu-se com a avaliação pontual e, respeitados os requisitos institucionais, procedeu-se à incorporação de: - apresentação e discussão em equipe de seção clínica, com abordagem individual, familiar e comunitária; - apresentação e discussão de temática de vivência do cenário de práticas, como apropriação do território; - avaliação teórica objetiva, discursiva e oral. Na avaliação prática foram aprimoradas as planilhas de verificação de habilidades, competências e atitudes, tendo como base o currículo baseado em competências para medicina de família e comunidade, publicado pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. Outros movimentos ainda carecem de ser implementados, acrescendo ao processo a avaliação gestora, da equipe de saúde na qual encontra-se inserido o educando, bem como dos usuários dos serviços de saúde. Isso ainda demanda a construção e validação dos instrumentos necessários. Importante, também, será evoluir com a inclusão da auto-avaliação e da avaliação em pares, complementando esta estratégia.

4093 Violência obstétrica e sua ocorrência em uma maternidade localizada na região metropolitana de Belém/Pará – Relato de Experiência
ELYADE NELLY PIRES ROCHA CAMACHO, Natalia Fernandes Cunha, Liliani Medeiros Lopes, Luzilene de Carvalho Lira, Elisa da Silva Feitosa, Fabio Feitosa Camacho

Violência obstétrica e sua ocorrência em uma maternidade localizada na região metropolitana de Belém/Pará – Relato de Experiência

Autores: ELYADE NELLY PIRES ROCHA CAMACHO, Natalia Fernandes Cunha, Liliani Medeiros Lopes, Luzilene de Carvalho Lira, Elisa da Silva Feitosa, Fabio Feitosa Camacho

Introdução: A violência obstétrica é qualquer ato ou intervenção que descaracteriza a posição de protagonista da mulher durante o seu processo parturitivo, são ações realizadas sem o esclarecimento e a sua permissão expressa ou em desrespeito a sua integridade física e mental, aos seus sentimentos, suas escolhas e seu processo reprodutivo. Esta violência torna evidente o uso abusivo dos profissionais de saúde com relação a sua autoridade e manejo dos corpos e da sexualidade das mulheres no decorrer do trabalho de parto, parto, pós-parto e puerpério, proporcionando um ambiente intervencionista e medicalizado. Objetivo: Descrever situações observadas durante assistência prestada as parturientes que caracterizam violência obstétrica. Método: Trata-se de um relato de experiência de acadêmicas de enfermagem, durante o estágio supervisionado referente a disciplina enfermagem obstétrica em uma maternidade localizada na região metropolitana de Belém/PA no segundo semestre de 2017, no turno da tarde. Descrição da Experiência: Durante o período do estágio supervisionado foi possível observar situações realizadas por profissionais de saúde que caracterizam violência obstétrica, tais como: uso de ocitocina de forma rotineira, violência obstétrica de cárter psicológico principalmente com palavreados intimidadores, uso sem indicação de episiotomia, e a não permissão em alguns partos da presença do acompanhante. Condições essas que frente a atuais discussões ja deveriam está sendo abolidas do atendimento ao ciclo gravídico puerperal, contudo, são situações frequentes no cotidiano dessas parturientes. Considerações finais: Durante a vivência neste estágio supervisionado foi possível concluir que os profissionais da saúde devem por meio de qualificações prestar uma assistência humanizada, menos invasiva, esclarecedora e integral, respeitando o protagonismo e a autonomia das mulheres durante seu processo parturitivo, evitando que estas passem por situações que as violem e removam seus direitos, assim desvinculando o parto de um momento violento, torna-se então necessário que haja uma transformação no modelo de assistência à saúde da mulher durante a gestação e o parto.

4146 O ACOMPANHAMENTO DE SERVIÇOS DE PRONTO ATENDIMENTO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO MÉDICA
Luciana Costa Pinto da Silva, Leonardo Pessoa Cavalcante, Rafaela da Silva Almeida, Legildo Soares Liberato Neto, Amanda Carolina Miranda Costa, Jhonnatan Smith Souza Pinto, Christhian Fernando Viana dos Santos, Juan Eduardo Rios Rodriguez

O ACOMPANHAMENTO DE SERVIÇOS DE PRONTO ATENDIMENTO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO MÉDICA

Autores: Luciana Costa Pinto da Silva, Leonardo Pessoa Cavalcante, Rafaela da Silva Almeida, Legildo Soares Liberato Neto, Amanda Carolina Miranda Costa, Jhonnatan Smith Souza Pinto, Christhian Fernando Viana dos Santos, Juan Eduardo Rios Rodriguez

Apresentação e objetivo: Saber realizar procedimentos cirúrgicos básicos e estar preparado para o atendimento inicial das urgências e emergências são habilidades específicas a serem desenvolvidas pelo estudante de medicina segundo as diretrizes curriculares do curso. No entanto, vive-se uma realidade defasada, em que o ensino da técnica/clínica cirúrgica básica ao médico em formação não ocorre de modo eficaz, principalmente quando se diz respeito à aplicação prática. O Programa de Aprimoramento em Cirurgia e Experimentação Animal (PACEA) é, neste sentido, uma ferramenta à inclusão de conhecimentos essenciais à formação médica, permitindo a realização de vivências em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e Serviços de Pronto Atendimento (SPA) da cidade de Manaus, tutorados por preceptores cirurgiões formados, com enfoque na prática cirúrgica, trazendo experiência aos estudantes. Descrição da experiência: Dentre os locais de prática do programa destacam-se a UPA 24 Horas Campos Sales e o SPA do Bairro Coroado, locais de pronto atendimento muito procurados em Manaus. Das atividades realizadas, cabe citar a relevância do atendimento à mulher vítima de violência doméstica, uma situação desafiadora em todos os níveis de atenção, tanto no sentido clínico como na abordagem psicossocial, além das diversas circunstâncias envolvendo infratores, acompanhados por policiamento armado, que necessitavam de atendimento cirúrgico inicial urgente. Ademais, o atendimento da população local devido a infecções, lesões, traumas, complicações pós-operatórias e clínicas, como pé diabético, acidente automobilístico, pneumotórax expontâneo e abscedação, enriqueceram muito a experiência individual de cada aluno. Durante as intercorrências éramos possibilitados a entrar em contato com os pacientes, de modo a exercitar a abordagem clínica e o desenvolvimento da relação médico-paciente, assim como tivemos a oportunidade de realizar procedimentos cirúrgicos de pequeno porte orientados pelos cirurgiões preceptores. As atividades desempenhadas e os casos acompanhados eram guiados por pesquisa complementar, discussão com médicos especialistas e colegas e posterior aplicação do conhecimento adquirido em ocasião oportuna, tendo duração de 6 meses. Resultados e impactos: As vivências em UPAs e SPAs proporcionaram experiências de situações práticas do cotidiano médico, bem como possibilitaram um vislumbre da atual conjuntura do sistema único de saúde no seu âmbito logístico e operacional, principalmente no que tange ao conhecimento de fluxo de trabalho, medicamentos e serviços disponibilizados pelo sistema. Além disso, viabilizou a aquisição de conhecimento técnico e habilidades para realização de pequenos procedimentos cirúrgicos que são essenciais à formação médica e que são insuficientemente sedimentados durante o curso de medicina. Considerações finais: A imersão dos acadêmicos de medicina nos serviços de pronto atendimento traz grande benefício ao auxiliar a obtenção de habilidades em técnica cirúrgica e maior experiência, essencial para tomada de decisões, indo de acordo com as diretrizes curriculares de formação do médico.

4172 A Prática Integrativa Complementar Shantala em uma Unidade Municipal de Saúde Amazônica: Relato de Experiência
TAÍS DOS PASSOS SAGICA, JEAN VITOR SILVA FERREIRA, JOÃO ENIVALDO SOARES DE MELO JÚNIOR

A Prática Integrativa Complementar Shantala em uma Unidade Municipal de Saúde Amazônica: Relato de Experiência

Autores: TAÍS DOS PASSOS SAGICA, JEAN VITOR SILVA FERREIRA, JOÃO ENIVALDO SOARES DE MELO JÚNIOR

Apresentação: As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) constituem-se em atividades que buscam desenvolver o indivíduo de maneira integral, visando principalmente a prevenção de agravos e a promoção da saúde, estas são inseridas em uma Política Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, sua implementação na Rede Básica de Saúde é um desafio, pois o modelo biomédico e assistencialista ainda prevalece. Uma das PICs reconhecidas é a Shantala, que trata-se de uma técnica de massagem tradicional desenvolvida na Índia, direcionada aos bebês, sendo composta por uma sequência de manobras de deslizamento superficial e torceduras, em várias áreas do corpo. Diversos estudos na área das Ciências da Saúde comprovam a eficácia desta terapia que no infante, auxilia na diminuição da irritabilidade e distúrbios como refluxo gástrico e cólicas abdominais, promovendo o relaxamento e melhora no sono. Logo, é perceptível a influência dessa massagem para a melhor qualidade de vida da criança e de sua genitora, visto que, corrobora no fortalecimento do vínculo mãe-bebê. A prática da Educação em Saúde é uma importante função, muitas vezes ignorada pelos profissionais de saúde. Neste interim, os mesmos precisam evidenciar a importância da Shantala e ter conhecimento dos benefícios gerados com sua prática. Desse modo, este estudo objetiva relatar a experiência de acadêmicos de Enfermagem da Universidade Federal do Pará no desenvolvimento de ações educativas voltadas a Prática Integrativa e Complementar Shantala. Descrição da experiência: A experiência foi vivenciada por discentes do curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA) durante atividades práticas da disciplina “Estágio Vivencial de Enfermagem”, na Unidade Municipal de Saúde do Guamá, localizada em Belém-Pará, nesta observou-se a necessidade da implementação das  PICs, visto que, a assistência as puérperas voltava-se prioritariamente as Consultas de Enfermagem; e tendo  proposta da realização de uma ação educativa ao final da disciplina, optou-se pela Shantala, sendo construído um plano educativo, afim de traçar as metodologias e ferramentas que seriam utilizadas. Foram realizadas duas ações de educação em saúde, nos meses de julho e agosto de 2017. O único critério de seleção foi a idade das crianças, que deveriam ter no mínino 30 dias de vida. O local destinado a prática foi uma sala de treinamento do Laboratório de Habilidades Humanas da UFPA, em um prédio anexo da Unidade de Saúde. Foram utilizadas na primeira ação, esteiras de palha e na subsequente TNT e tapetes coloridos, possibilitando assim que as mães sentassem em superfície plana, e que posicionassem seus bebês deitados em suas pernas para o melhor desenvolvimento da massagem e o aumento do contato, optou-se por uma iluminação reduzida e temperatura ambiente, devido a necessidade de deixar as crianças apenas com fraldas descartáveis. Além disso, a prática foi associada a musicoterapia, durante a massagem o fundo sonoro apresentava músicas calmas, com a finalidade de facilitar o relaxamento. Como recurso visual foi utilizada a tecnologia do Flip Chart que apresentava os tópicos principais a serem abordados, tais como: conceito da Shantala, breve histórico, seus benefícios e o passo-a-passo dessa prática, com a presença de ilustrações de cada etapa. Os primeiros tópicos foram explanados apenas por um discente palestrante. Já a explicação das etapas ocorreu de maneira diferenciada, visto que as mães com auxílio dos outros integrantes do grupo, realizavam as manobras da massagem a partir dos comandos do palestrante. O único material necessário para tal prática é o óleo de origem vegetal, sendo este disponibilizado pelos discentes. Durante a ação educativa os participantes foram fotografados, vale ressaltar que os responsáveis assinaram um Termo de Autorização para Utilização de Imagem. As mães foram orientadas a realizar os passos adequadamente e instigadas a continuar massagem da Shantala em seus domicílios e observar as modificações e a presença dos benefícios citados na palestra. Para incentivar tal prática foi disponibilizado como brinde um recipiente de plástico com o óleo vegetal e um folder educativo com os pontos relevantes sobre a prática e ilustrações referentes as manobras da massagem. Resultados e/ou impactos: A ações tiveram duração de uma hora, contando com a participação de 3 mães em cada sessão, as crianças tinham entre 1 mês e 1 ano e 4 meses de idade, sendo estas massageadas por suas próprias genitoras. Evidenciou-se o desconhecimento acerca da Shantala, todavia as mães não tiveram dificuldades para realizar as manobras solicitadas. Durante as ações observou-se que as crianças apresentavam uma agitação natural, porém no decorrer desta, com auxílio da massagem, da música e do ambiente, as mesmas foram gradativamente ficando mais calmas, ao ponto de dormirem durante o processo. O que confirma um dos benefícios da Shantala referente ao relaxamento e bem-estar. Desse modo, infere-se que a metodologia utilizada e o auxílio dos acadêmicos sobre como posicionar e quais movimentos se deveria realizar nos bebês foi satisfatória, visto que, as mães obtiveram êxito na aceitação da massagem pelos bebês, ao longo das sessões. Foi notável o empenho de todas as genitoras, além do estreitamento da relação destas com seus filhos através do toque, demonstrando assim a importância desta para a saúde de ambos, principalmente no que tange a saúde mental das genitoras. Vale ressaltar que estes e outros benefícios só são alcançados de forma mais consistente a partir da continuidade da aplicação da técnica. Considerações finais: Diante do objetivo proposto e resultados obtidos, associados ao compromisso assumido pelas mães dos bebês em relação as ações, tornou-se patente, o vínculo estabelecido entre a mãe-filho depois de repassar a técnica de massagem Shantala, além de maior dedicação das mães para com suas crianças. Por intermédio dos relatos das participantes validou-se o cuidado despertado após o aprendizado e aplicação do método, a exemplo da percepção das mães quanto aos sentimentos das crianças, com relação a agitação destas ou quando alguns movimentos não as agradavam. A partir das ações realizadas, sugere-se que a aplicação da Shantala, pode trazer inúmeros benefícios para o binômio mãe e bebê. Porém, faz-se necessário o incentivo e interesse dos profissionais da saúde em popularizar a técnica e realizar estudos dentro de critérios científicos para a sua validação. Ressaltamos que é desta forma que a Enfermagem pode estar utilizando artifícios de terapias alternativas, promovendo saúde às populações. Sendo a Shantala uma opção terapêutica de baixo custo, não dependente de aparatos tecnológicos, que pode ser utilizada em serviços de assistência básica, sem aumentar seus custos.

4200 Estágio em Medicina Preventiva e Social na Formação de Acadêmicos da Universidade Federal do Amazonas
Irma Csasznik, Luiza Pimenta Suman, Wilderi Sidney Gonçalves Guimarães, Regismeire Viana

Estágio em Medicina Preventiva e Social na Formação de Acadêmicos da Universidade Federal do Amazonas

Autores: Irma Csasznik, Luiza Pimenta Suman, Wilderi Sidney Gonçalves Guimarães, Regismeire Viana

Apresentação: Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina de 2014, preza-se pela formação de um profissional preparado para atuar em diferentes níveis de atenção à saúde, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, nos âmbitos individual e coletivo, dentre diferentes outras características. Diante desse cenário e, para contemplar o conteúdo abrangente de Saúde Coletiva na formação do acadêmico de Medicina, na Universidade Federal do Amazonas(UFAM) é determinado um período de 4 meses e 2 semanas (140h) de Estágio em Medicina Preventiva e Social, durante os 2 anos de internato do curso. Durante tal estágio, os alunos passam por um período de treinamento teórico, abordando detalhes e experiências profissionais da Atenção Básica, seguido de uma distribuição de duplas de alunos entre unidades desse nível de atendimento em diferentes zonas da cidade de Manaus, durante aproximadamente 60 dias, sob supervisão de um profissional de nível superior em cada unidade, previamente compromissado e ciente do estágio. Em uma terceira fase, os alunos são distribuídos entre unidades de Atenção Básica do interior do estado do Amazonas, mediante sorteio e conhecimento da Secretaria de Saúde de cada Município. Dessa forma, busca-se relatar brevemente a vivência de duas internas de Medicina da UFAM, atualmente cursando o referido módulo de estágio. Desenvolvimento do Trabalho:As alunas passaram pelo período de treinamento teórico na universidade, assistindo aulas ministradas por professores médicos e não médicos da faculdade, atuantes na Atenção Básica do estado, além de convidados, agentes de saúde, gestores, enfermeiros e médicos de família e comunidade, que além de relatarem realidades enfrentadas, compartilharam conhecimentos específicos da área, inerentes a formação, a fim de preparar as alunas para um cenário em que futuramente devem estar habilitadas a atuar. Já na segunda fase do estágio, a dupla foi destinada à Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) N-53, situada no Bairro Nova Cidade, na Zona Norte da cidade, periferia do município, onde puderam acompanhar a rotina de todos os profissionais atuantes na Estratégia Saúde da Família, tanto dentro da unidade quanto em visitas domiciliares e em uma instituição participante do Programa Saúde na Escola, onde realizaram testes de acuidade visual em diversas turmas de alunos. No interior da unidade, ambas tiveram oportunidade de palestrar em sala de espera acerca de temas do Outubro Rosa, Novembro Azul e sobre intoxicações exógenas. Também participaram de atendimentos supervisionados diariamente pelo médico do Programa Mais Médicos e pela enfermeira da unidade, como consultas de pré-natal, realização de testes rápidos, coletas de preventivo, atividades em sala de procedimentos e atendimentos em geral. Além disso, foram instruídas quanto ao preenchimento de produções de atendimentos, notificações à Vigilância em Saúde e estratificações de risco de pacientes diabéticos e hipertensos. Já na fase do interior, a dupla se dirigiu ao município de Itacoatiara, que conta com aproximadamente 100.000 habitantes, distante 271km de Manaus,entre 11 de dezembro de 2017 e 9 de fevereiro de 2018. Mais especificamente, as acadêmicas foram destinadas a acompanhar os serviços da unidade básica de saúde Santo Antônio, em uma área periférica da zona urbana de Itacoatiara, onde coexistem três equipes de saúde. No primeiro dia da dupla no município, foram apresentadas várias instituições, como a Secretaria Municipal de Saúde, onde foram devidamente recebidas e orientadas quanto a composição e funcionamento do sistema de saúde no município, além de seu sistema de referência e contra referência com a capital, para que então dessem início às suas atividades. Dentre as outras instituições, foram visitados o Centro de Atenção Psicossocial, Hospital Pronto Socorro Regional, Centro de Especialidades Médicas e o Centro de Especialidades Odontológicas, além de três Unidades Básicas de Saúde da Família. A partir do segundo dia, as alunas se revezaram na unidade a que foram destinadas entre os três médicos que compõem as equipes, entre períodos de atendimento e visitas domiciliares dos tipos programada e casa-a-casa – onde mais interagiram com os outros membros da equipe de saúde. Participaram, ainda, de ações do Dezembro Vermelho, mês em que é realizada a Campanha Nacional de Prevenção ao HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis, onde atuaram na etapa de pré-aconselhamento e testes rápidos, além de outras ações de saúde realizadas em feiras municipais, escolas públicas e centros de convivência.Em outra oportunidade, foi visitado o Setor de Abastecimento de Água e Esgoto do município, onde receberam explicações acerca da exploração, captação, tratamento e distribuição da água local, além de informações acerca do tratamento de esgoto que existe apenas na Comunidade Jacarezinho, próxima ao município. Durante dois dias, as acadêmicas puderam, também, acompanhar o serviço de atendimento médico da unidade básica de saúde Maria da Paz Litaiff, uma das unidades de atendimento exclusivo para usuários moradores da área rural de Itacoatiara e ribeirinhos, realizando também visitas por meio fluvial. Resultados e/ou impactos:A partir de todas essas experiências, brevemente relatadas, sobre o período de estágio até o momento, foi possível perceber a riqueza de conhecimento adquirido tanto da interação com uma equipe multiprofissional, proporcionada a partir de múltiplas experiências em tempo prolongado de imersão prática, quanto da interação com realidades sócio-econômico-culturais e geográficas tão heterogêneas, as quais refletem o próprio estado do Amazonas. Vale ressaltar que as alunas não tiveram contato tão próximo e frequente com a Atenção Básica e com os profissionais que a compõem até iniciarem o referido módulo de Medicina Preventiva e Social, já no quinto ano do curso. Importante também destacar que os alunos nos municípios do interior não ficam restritos a unidade de saúde a que são destinados, pois é recomendado que a dupla faça visitasem outras unidades de saúde da rede para conhecer seu funcionamento. Considerações Finais: Sem dúvidas, uma experiência única na graduação para aprendizado teórico-prático acerca de Saúde Coletiva e funcionamento da Atenção Primária no estado do Amazonas proporcionada pela Universidade Federal do Amazonas aos acadêmicos de Medicina, quiçá exemplo de estágio a ser reproduzido por outras instituições nacionais, adequadas às realidades locais de cada região. Nesse cenário, inclusive, se pode considerar oportunidade ímpar a fim de cumprir metas da Diretriz Curricular Nacional, ao mesmo tempo que prepara os acadêmicos para uma realidade em que poderão atuar após a conclusão do curso.

3785 Interação ensino/serviço/comunidade sob a ótica da educação - A atuação de acadêmicos na Promoção da Saúde em uma UBS de Manaus
Ranna Abadias Pessoa, Gabriel Antônio de Lima Cerqueira

Interação ensino/serviço/comunidade sob a ótica da educação - A atuação de acadêmicos na Promoção da Saúde em uma UBS de Manaus

Autores: Ranna Abadias Pessoa, Gabriel Antônio de Lima Cerqueira

Apresentação: A Atenção Primária à Saúde (APS) é uma estratégia de organização da atenção à saúde voltada para responder de forma regionalizada, contínua e sistematizada à maior parte das necessidades de saúde de uma população, integrando ações preventivas e curativas, bem como a atenção a indivíduos e comunidades (FIOCRUZ, 2009). Trabalhos evidenciam a necessidade das práticas acadêmicas no cenário de APS. Na visão do usuário, a atuação do acadêmico contribui para a melhoria da atenção à saúde (ALMEIDA, 2010). Já na percepção dos profissionais, a inserção do estudante na Unidade Básica de Saúde (UBS) é um diferencial positivo em sua formação (CALDEIRA, 2010). Inserida no contexto da APS, a Promoção da Saúde é definida como um conjunto de estratégias e formas de produzir saúde, no âmbito individual e coletivo, além de reconhecer as demais políticas e tecnologias existentes visando à equidade e à qualidade de vida, com redução de vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais. Vista como um novo modelo de atenção, a Promoção da Saúde amplia a integralidade do cuidado em saúde ao visualizar o processo saúde-adoecimento como um fenômeno complexo e operar com o olhar para além dos muros das unidades de saúde e do sistema de saúde, incidindo sobre as condições de vida e favorecendo a ampliação de escolhas saudáveis (PNPS, 2015). Ao encontro da APS e do objetivo geral da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), as diretrizes do projeto “Futuro da Medicina de Família” evidenciam que o acadêmico deve: atuar em cenários onde sejam desenvolvidas práticas de APS; desenvolver ações de saúde orientadas pelas necessidades e demandas percebidas através do contato com as famílias e a comunidade; e aconselhar sobre os hábitos de vida inadequados à saúde, aplicando estratégias adequadas de abordagem do problema, visando mudanças de comportamentos, e considerando a cultura de cada pessoa e população.Objetivo: Relatar a experiência de dois acadêmicos de Medicina nas Ações de Promoção da Saúde da UBS Enfª. Ivone Lima.Desenvolvimento do trabalho: No decorrer de setembro a novembro de 2017, acadêmicos do curso de Medicina da UFAM matriculados na disciplina de Saúde Coletiva III participaram de Ações de Promoção da Saúde na UBS Enfª. Ivone Lima. A primeira atividade realizou-se no dia 15 de setembro e tratou-se de uma metodologia ativa sobre o tema “Diabetes e suas implicações na vida cotidiana”. Nesta, os acadêmicos abordaram pacientes que aguardavam atendimento e esclareceram sobre mitos e verdades sobre a doença e, mais do que isso, sobre a importância da prevenção. A segunda atividade realizou-se no dia 29 de setembro e originou-se a partir de um pedido da direção da UBS. Nesta, idosos e idosas do grupo de educação física assistiram a uma palestra com o tema “Envelhecimento saudável e sexo na terceira idade”. Este foi abordado de forma concisa e didática ao se exemplificar hábitos de vida que levem a uma senescência de qualidade e, a quem nela já estivesse, uma senilidade com hábitos saudáveis, nestes incluso a manutenção da vida sexualmente ativa. Sobre este ponto, pode-se destacar que foi ressaltado o uso de preservativos nas relações sexuais, pois, segundo o DIHAV, nos últimos anos houve um aumento dos casos de HIV entre os idosos.  Depois da palestra, esse grupo foi levado à área externa da UBS onde puderam realizar uma dinâmica de memória e prática física que colocou em ação os aprendizados da palestra. No dia 20 de outubro, em decorrência do “Outubro Rosa”  novamente a direção da unidade de saúde solicitou um tema conforme demanda da comunidade, e, a partir disso, as acadêmicas escolheram: “Menopausa no mês do Outubro Rosa”, principalmente devido ao público ser, em sua maioria, senhoras de meia idade. Desse modo, os ouvintes foram esclarecidos, durante uma roda de conversa, sobre os principais sinais e sintomas da menopausa, bem como diferenciar situações como climatério, e como lidar com esse período de transição. Em virtude do “Novembro Azul”, reiterou-se a necessidade pelo administrativo da UBS que fosse feito uma palestra informativa sobre o câncer de próstata para os homens que esperavam por atendimento. Por ser um tema de extrema relevância, foi prontamente atendido pelos acadêmicos, mas também foi inserido por iniciativa própria assuntos relacionados à saúde do homem de modo geral, como o prevenção e controle de doenças crônicas como a hipertensão arterial, hábitos alimentares e prática de atividades físicas. Ao final da explanação, abriu-se um espaço para comentários e dúvidas de modo geral. Neste momento, houve a participação de senhores que relataram não saberem como procurar o atendimento especializado. Os acadêmicos esclareceram a forma de ingresso no SUS, que é feita primordialmente pela Atenção Primária na UBS, como aquela que eles se encontravam, e que, depois de assistido pelo Médico de Família, o paciente seria encaminhado caso houvesse necessidade para uma consulta especializada. Impactos: A partir das ações feitas na UBS, os acadêmicos conseguiram extrair de forma completa e extremamente gratificante os objetivos da PNPS, pois compreenderam as demandas da comunidade local bem como buscaram orientar mudanças de paradigmas nos hábitos de vida dos ouvintes ao utilizarem estratégias diferenciadas para cada tema e público. É interessante perceber que, durante as atividades, saltaram aos olhos que existem muitas lacunas na compreensão dos fatores de adoecimento dos diversos temas, como saber que alimento ou não consumir quando se é portador de uma doença crônica, como a diabetes; não só situações como essa, mas também a existência de muitas dúvidas no entendimento do indivíduo dos sinais e sintomas de processos fisiológicos, como a menopausa, ou patológicos, tal como observado no câncer de próstata. No decorrer da explanação de alguns temas percebia-se um pouco de desconforto em relação ao assunto, demonstrando certo tabu, mas que logo foi desfeito pela naturalidade em que foi tratado o tema. Algo que mais nos surpreendeu foi a interação entre os acadêmicos e o grupo de senhores e senhoras, devido a receptividade e os comentários de como estavam felizes de estarem ali. De modo geral, a participação em todos os dias foi bastante ativa por parte dos presentes, principalmente em relação ao compartilharem experiências, dúvidas e seus modos de vida. Mais do que uma contribuição científica, toda a interatividade com o público da UBS fez com que o sentimento de empatia aflorasse em todos os presentes; os acadêmicos puderam olhar através de outra perspectiva, além dos livros, a forma como cada ser, em sua individualidade, expressa a sua saúde, contribuindo para vê-los em sua integralidade. Considerações finais: Percebe-se que, com as atividades práticas e a realização das Ações em Promoção da Saúde na UBS, uma nova estratégia de aprendizagem é traçada no meio acadêmico, em que o aluno desenvolve todos os quesitos pontuados pelos APS, PNPS e projeto “Futuro da Medicina da Família”. A inserção do acadêmico de Medicina na UBS, além de romper a visão hospitalocêntrica e estimular a boa relação médico-paciente, faz com que este funcione como um indutor de informação sobre Promoção da Saúde, pois pode compreender o indivíduo como um todo ao mesmo tempo em que leva conhecimento diverso e de qualidade à comunidade.

3787 PRÁTICAS ACADÊMICAS E EDUCAÇÃO DE ENFERMAGEM A USUÁRIOS DO SUS: A IMPORTÂNCIA DO CARTÃO SUS.
Bárbara Coelho, Bárbara Lopes Paiva, Adriele Luna França, Akyson Zidane Merca Silva, Yanka Macapuna Fontel, Brenna Marcela Baltazar

PRÁTICAS ACADÊMICAS E EDUCAÇÃO DE ENFERMAGEM A USUÁRIOS DO SUS: A IMPORTÂNCIA DO CARTÃO SUS.

Autores: Bárbara Coelho, Bárbara Lopes Paiva, Adriele Luna França, Akyson Zidane Merca Silva, Yanka Macapuna Fontel, Brenna Marcela Baltazar

Apresentação: O Cartão Nacional de Saúde (CNS) é um documento que apresenta um número único válido em todo território nacional que permite a identificação e informações acerca das ações e dos serviços de saúde que o usuário teve acesso. As informações do CNS são gerenciadas e organizadas pelo Ministério da Saúde, todo cidadão brasileiro possui esse cartão devido a integração da base de dados (CADSUS Web) com a receita federal. A ideia inicial foi unificar uma série de bases de informações já existentes com a criação de uma base dados única e disponível a nível nacional e essa é umas das maiores vantagens do CNS: a organização do histórico dos serviços utilizados pelo usuário com especificações de data, local e motivo do atendimento, sendo esses arquivados em uma espécie de prontuário eletrônico que torna o serviço mais qualificado, atendendo as devidas necessidades do usuário. Todos esses benefícios são disponibilizados de forma gratuita por meio da emissão do CNS em qualquer unidade de atendimento em saúde desde que o usuário esteja portando RG,CPF e comprovante de residência. Após o cadastro no CADSUS WEB, o CNS é impresso e o usuário recebe em poucos instantes podendo assim ser atendido de forma rápida e segurança com todas  suas consultas registradas. Objetivos: Elaborar uma ação e uma tecnologia educacional para informar a importância do cartão SUS. Método: Para confecção desta ação foi utilizado o método dialético de Hegel, que consiste em buscar soluções interpretando a realidade de forma dinâmica e totalizante, pois considera que os fatos não podem ser relevados fora de um contexto social, político, cultural e econômico. As coisas e os acontecimentos existem como um todo, ligados entre si, dependentes uns dos outros. Tal método é característico de pesquisa qualitativa, a qual preza pela vinculação indissociável entre o mundo real e o sujeito, cuja subjetividade não pode ser expressa em números. Para realização da atividade educativa fez-se uso da concepção cognitivista por meio da interação entre usuários e equipe a qual incentiva a troca de informações e a cooperação entre os participantes, por meio da linguagem verbal presente em um painel. A proposta é que os próprios usuários sejam responsáveis pela troca de informações e debate junto à equipe, sendo o processo todo educativo e participativo e quanto maior a participação, maior o conhecimento adquirido e maior a possibilidade de compreensão. Descrição da ação: O interesse por esse tema surgiu durante as aulas teóricas e práticas da atividade curricular Gestão dos Serviços de Saúde, realizadas na Casa da Mulher (uma unidade de referência da média complexidade de assistência que direciona o atendimento para os casos de alterações nas mamas, patologias cervicais, gestação de alto risco, atenção sexual e reprodutiva e vítimas de violência doméstica) em Belém do Pará. Durante a rotina das aulas práticas observou-se que os usuários não entendiam a importância do cartão SUS e estavam carentes de informações adequadas que os auxiliem no percurso de todo seu tratamento, principalmente quanto aos documentos necessários para adquirir o CNS.  Diante disso, percebeu-se a necessidade de desenvolver uma ação que levasse informações gerais acerca do CNS de forma leve e de fácil compreensão, para isso também seria imprescindível a participação da equipe, junto aos acadêmicos e docente, como forma de fortalecer a relação dos usuários com o serviço de saúde. A experiência consistiu nas seguintes etapas: primeiramente, elaborou-se um painel que continha as seguintes afirmativas sobre cartão SUS: 1 – O cartão SUS funciona como um documento que apresenta todas as informações acerca dos exames, atendimentos médicos, internação entre outras ações que usuário já realizou nos serviços de saúde; 2- O CNS garante atendimento de saúde e acesso aos serviços do SUS de forma individual e organizada por meio de um cadastro único; 3 – O CNS é obrigatório para acesso aos serviços do SUS, porém o usuário não pode ter o serviço negado em rede pública, particular ou convênio por não apresentar este documento ou o número do cadastro;  4 –  O usuário precisa levar uma cópia do RG, CPF, e comprovante de residência à uma unidade básica para realizar o cadastro devido ao caráter individual e, consequentemente, único do mesmo junto à receita federal. No segundo momento, o painel foi apresentado aos usuários que aguardavam atendimento e os mesmos foram questionados acerca da veracidade de cada afirmativa acima descrita. De forma clara e objetiva, as sentenças eram lidas pelos acadêmicos e em sequência havia um tempo para que os usuários entrassem em consenso se o que foi lido era “verdadeiro” ou “falso”. A resposta escolhida pelos usuários, então, era corrigida pelos acadêmicos, os quais justificaram o porquê de estar correta ou de estar incorreta e anotaram a resposta correta no painel para que ficasse disponível no estabelecimento de saúde para sanar futuras dúvidas. Todas as afirmativas estavam corretas, de forma que mal entendidos e incoerências fossem evitados. Notou-se que grande parte dos usuários considerava o CNS importante, mas não tinha ciência de todas as atribuições do mesmo, da sua capacidade de identificação individual e até mesmo da forma que ele agrega os serviços utilizados individualmente. De forma geral, acertaram todas as afirmativas, com exceção da terceira, que grande parte dos usuários afirmaram estar incorreta, deixando claro a deficiência dos seus conhecimentos quanto aos seus direitos de atendimento, momento de suma importância de intervenção dos acadêmicos com uma explanação objetivou empoderar os usuários quanto aos seus direitos. Sucintamente, essa foi a forma prática encontrada para averiguação do conhecimento prévio dos usuários e a partir de então repassar informações claras e esclarecer dúvidas advindas dos usuários e da equipe. Avaliação dos impactos: foi realizada a partir da observação da reação que o público teve durante a ação, por meio da concepção humanista relacionada à concepção cognitiva. A primeira avaliação ocorreu durante a ação quando as sentenças dispostas no painel foram lidas pelos acadêmicos e os usuários julgaram sua veracidade conforme conhecimento prévio. A segunda foi realizada ao fim da ação quando os usuários foram questionados quanto à clareza do entendimento dos assuntos abordados a cada sentença lida. Os resultados foram positivos, notou-se forte interesse dos usuários por meio de questionamentos e verbalização de experiências que eles já tiveram envolvendo o CNS. Os impactos que foram esperados e pela ação alcançados foram o empoderamento dos usuários quanto aos seus direitos e a formação de divulgadores de informações a outros usuários do SUS que não estavam presentes, mas que estão próximos ao público alvo: comunidade, família, ou seja, agente propagadores de informação. Conclusão: é de extrema importância que a população conheça o SUS de forma plena, o seu entendimento influencia no bom andamento do sistema, além de ser prezado pelas diretrizes do serviço. O Cartão Nacional de Saúde é um importante documento que permite o cliente usufruir de todos os serviços ofertados pelo SUS, proporcionando também ao egresso e registro adequado nos Sistemas, fortalecendo a rede. Através da ação educativa em questão, pudemos aproximar os usuários do seu direito a informação, o que causa impacto, mesmo que em pequenas proporções no sistema, mas ajuda na formação de um SUS atuante e seguidor de sua base, assegurando os direitos constitucionais de cada cidadão.

3980 VIVÊNCIA DA DISCIPLINA ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM UMA UNIDADE BASICA DE SAÚDE NA CIDADE DE MANAUS-AMAZONAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
POLLIANY NUNES FALENSKI, Fabiane Veloso Soares, Pedro de Moraes Quadros

VIVÊNCIA DA DISCIPLINA ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM UMA UNIDADE BASICA DE SAÚDE NA CIDADE DE MANAUS-AMAZONAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: POLLIANY NUNES FALENSKI, Fabiane Veloso Soares, Pedro de Moraes Quadros

Este resumo refere-se ao relato de experiência com embasamento científico relacionado às práticas e a vivência dos acadêmicos do estágio supervisionado I em atenção primária do 9º período do curso de graduação de Enfermagem da Universidade Nilton Lins, realizado na Unidade Básica Theomário Pinto da Costa, localizada no Bairro da União, Manaus - AM,  no período de março a julho de 2017, com carga horária correspondente a 400 horas, sendo orientadas por preceptora da Universidade Nilton Lins. O presente estudo objetiva descrever a experiência acadêmica ao longo dos meses durante o estágio curricular I. As atividades desenvolvidas e as propostas de ação proporcionaram a oportunidade de colocarmos em prática toda a teoria aprendida no decorrer da graduação, seguindo os programas disponibilizados pelo Ministério da Saúde para o alcance dos atendimentos na área da saúde da criança e do adolescente, saúde sexual e reprodutiva, saúde do adulto e do idoso, assim como, forneceu conhecimento através da vivência na assistência de enfermagem para toda a comunidade que frequentava a UBS. Ao final do estágio, foi possível aperfeiçoarmos nossa capacidade técnica e o conhecimento científico acerca das habilidades desenvolvidas nos programas de atenção básica à saúde, obtendo rendimento real tanto para o graduando quanto para a local do estágio, tendo contribuído para esse aprimoramento o conhecimento adquirido durante os semestres anteriores e buscativa por maior reforço de conhecimento. Ressaltamos a resistência de alguns funcionários no início do estágio e das mulheres em relação ao exame Papanicolau por estagiários do sexo masculino. Esta vivência proporcionou conhecimento muito positivo e recompensador, pois facilitou o desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade do futuro enfermeiro, o contato com a prática de estágio favoreceu o enfrentamento de situações cotidianas que o coloque diante da realidade, assim também como as dificuldades encontradas pelos profissionais da atenção básica.