86: Desafios da interprofissionalidade: práticas colaborativas nos processos formativos em diálogo o SUS
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FCA 02 Sala 06 - Jaraqui    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
3045 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES IDENTIFICADAS NO PROJETO PEDAGÓGICO DE UM CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM NA REGIÃO CENTRO OESTE PARA A PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO
Thaynnara Nascimento dos Santos, Adenícia Custódia Silva e Souza, Iel Marciano de Moraes Filho, Keila Cristina Félis, Ricardo Cezar Ramalho, Aneci Neves da Silva Delfino, Rodrigo Marques Da Silva, Aline Aparecida Arantes

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES IDENTIFICADAS NO PROJETO PEDAGÓGICO DE UM CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM NA REGIÃO CENTRO OESTE PARA A PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO

Autores: Thaynnara Nascimento dos Santos, Adenícia Custódia Silva e Souza, Iel Marciano de Moraes Filho, Keila Cristina Félis, Ricardo Cezar Ramalho, Aneci Neves da Silva Delfino, Rodrigo Marques Da Silva, Aline Aparecida Arantes

Apresentação: Os Projetos Pedagógicos dos Cursos de Enfermagem direcionam o processo de ensino e aprendizagem e deve contemplar o ensino sobre prevenção e controle de infecção e estão envolvidos neste processo docentes, discentes, funcionários técnico-administrativos, profissionais de serviço e a população que serão peças chaves. A educação superior terá por finalidade estimular a formação do diplomado em diferentes áreas do conhecimento, para isso sua base deve ser fundamentada em leis e projetos pedagógicos do curso, incluindo estes alunos na prática de cada disciplina. É importante ainda o contato do estudante com as normas e legislações que orientam a prevenção e controle de infecção, pois aumenta as chances deste profissional construir ensinamentos. Ao analisarmos o projeto pedagógico podemos identificar lacunas que influenciam no perfil deste egresso, que poderão ser perceptíveis no dia-a-dia deste futuro profissional. Objetivo: analisar as habilidades e competências sobre prevenção e controle de infecção previstas no projeto pedagógico e planos de ensino do curso de graduação em enfermagem. Desenvolvimento: estudo descritivo, com abordagem quantitativa, realizado em uma instituição de Ensino Superior, privada, localizada no centro-oeste. A amostra foi constituída pelo projeto pedagógico e planos de ensino que compõem a grade curricular do curso de enfermagem. A coleta de dados foi realizada por meio de um formulário, no qual foram registrados dados da analise documental. Este foi construído com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Enfermagem e para o controle de infecção relacionada á assistência á saúde. Os dados foram organizados no Excel e distribuídos em quadros para análise. Este projeto faz parte de um projeto maior cujo titulo é “A formação na graduação em enfermagem e as práticas no sistema de saúde – mudanças, contribuições e desafios”, que foi aprovado no comitê de ética em pesquisa da PUC-GO (protocolo CEP 1780/2011 PUC-GO), conforme as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa, envolvendo seres humanos, de Nº. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Os dados foram coletados após consentimento do coordenador do curso por meio da sua assinatura no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Resultados: Verificou-se que o Projeto Pedagógico do Curso(PPC) de enfermagem é composto por módulos que são posteriormente divididos em unidades, ao todo 29; durante todo o curso irão compreender 39 eixos temáticos em sua totalidade. As habilidades e competências sobre prevenção e controle de infecção estão presentes em cinco eixos da área clínica: o cuidar nos processos clínicos, intensivos e infecciosos e o cuidar nos processos cirúrgicos e em centro cirúrgico e um eixo específico sobre o tema - epidemiologia e controle de infecção em unidade de saúde. A medida de prevenção e controle de infecção mais evidenciada foi à precaução padrão, especialmente higiene de mãos. O cenário de prática mais utilizado para o ensino prático é o de média e alta complexidade. Quanto a imunização dos profissionais de saúde apenas quatro eixos dos cinco analisados destacam a temática em parte. Os planos de ensino dos eixos: o cuidar nos processos psiquiátricos, o cuidar da mulher e do recém-nascido e o cuidar da criança e do adolescente não apresentaram qualquer evidência sobre abordagem das medidas de prevenção e controle de infecção. O Projeto Pedagógico do Curso apresenta evidencias de ensino e aprendizagem relacionados à prevenção e controle de infecção, porém esse ensino não está presente em eixos fundamentais como em disciplinas do ciclo básico que abordam o processo de agravos de ser humano, que deve ter fundamentos necessários para compreensão da fisiopatologia das infecções; fato que também foi identificado nas disciplinas sobre o cuidar na área de saúde da mulher, criança e adolescente disciplinas específicas que dependem inteiramente destas disciplinas iniciais. Dos eixos que abordam a temática, somente um tem o foco na atenção básica, o restante contempla a formação em unidades de média e alta complexidade. Há carência de ensino em relação às medidas de prevenção e controle de infecção sendo necessários investimentos neste processo. Consideramos que a temática deve contemplar todo o processo de formação permeando de forma transversal e intencional todos os eixos temáticos. Sabemos que a carência de informações básicas para profissionais em relação as medidas de prevenção e controle de infecção são preocupantes pois este profissional será um profissional incompleto onde não poderá atuar de forma efetiva em sua instituição, seja com ações educativas quanto a higienização das mãos ou na orientação dos profissionais quanto ao uso de EPIS, pois não teve uma base solida na instituição de formação. Por isso tanto se discute a aplicação tanto na base teórica quanto prática, pois conhecendo as duas realidades ele pode adequar sua conduta e construir um conhecimento solido baseado em vivências, desenvolvendo desta forma um pensamento crítico que permitirá analisar os cenários de prática, conhecendo necessidades da família e até da própria equipe.  É preciso que haja uma construção gradativa e sólida levando o egresso à consciência de que as medidas de controle de infecção são inerentes e imprescindíveis a qualquer cuidado prestado durante a assistência ao paciente. O enfermeiro tem o compromisso de implementar ações de  prevenção e controle de infecção que foram adquiridas na instituição de ensino, sendo vedado a negligência a qualquer ação que dependa desta temática. É importante que tanto a instituição de ensino quanto o aluno considere a temática relevante, pois ela esta diretamente relacionada à segurança do paciente. Considerações finais: o projeto pedagógico da instituição analisada apresenta evidências de ensino e aprendizagem quanto à construção de competências e habilidades para a prevenção e controle de infecção; sendo permeado principalmente em cenário de prática a atenção básica, unidades de média e alta complexidade. A construção desse tipo de conhecimento ocorre de forma gradativa e sólida levando estas medidas de prevenção e controle de infecção a qualquer cuidado prestado durante a assistência ao paciente. Desta forma o profissional estará apto a desenvolver atividades tanto com sua equipe quanto com o familiar. É importante que para que este processo seja de sucesso e necessário envolvimento tanto da instituição formadora quanto dos docentes e discentes, tendo em vista que as ações descritas no Projeto Pedagógico não é um ato vivo e para se tornar ativo deve ser vivenciado por todos, para que benefícios possam ser observados.

3897 Relação entre modalidade de ensino-aprendizagem e conceito final dos estudantes de Odontologia
Tais de Souza Barbosa

Relação entre modalidade de ensino-aprendizagem e conceito final dos estudantes de Odontologia

Autores: Tais de Souza Barbosa

Cada indivíduo apresenta ao menos uma modalidade de aprendizado e o conhecimento destas preferências pode auxiliar na escolha dos educadores pela metodologia de ensino mais eficaz para cada aluno. Este estudo teve como objetivo avaliar a relação entre preferência de modalidade de aprendizado e conceito final em alunos de graduação em Odontologia submetidos ao modelo tradicional de ensino. Foram avaliados 60 alunos, matriculados no 7º período do curso de Odontologia em uma Instituição Particular de Ensino Superior, em Pouso Alegre/MG, divididos em turmas A e B. Para avaliar as modalidades de aprendizagem foi utilizada a versão em Português Brasileiro do instrumento VARK composto por 16 itens de múltipla escolha, com quatro opções de respostas correspondentes às modalidades visual, auditiva, leitura/escrita e cinestésica. Ao final, a preferência de aprendizagem do aluno era classificada em unimodal ou multimodal (bimodal, trimodal e tetramodal).O conceito final na disciplina teórica de Odontopediatria foi obtido por duas avaliações e atividades extraclasse. A preferência de aprendizado mais frequentemente observada foi a unimodal (total = 50,0%; A = 53,6%; B = 46,9%), em especial a modalidade auditiva (total = 73,3%; A = 60,0%; B = 86,7%), seguida da cinestésica (total = 23,3%; A = 33,3%; B = 13,3%). O conceito geral foi de 7,6 ± 0,9, sendo maior nos alunos com preferência tetramodal (7,9 ± 0,9) e menor nos bimodais (7,2 ± 0,6). Concluiu-se que o modelo de ensino tradicional na disciplina ministrada foi compatível com as preferências de aprendizagem dos estudantes avaliados, resultando em conceitos finais satisfatórios.

3904 Formação de médicos no SUS em Pernambuco: desafios do processo de expansão da graduação
Juliana Siqueira Santos, Dara Andrade Felipe, Thiago Cavalcante de Almeida, Emanuella Margareth Lima Rolim Martins, Nathalia Alves Castro do Amaral, Camilla Louise de Melo

Formação de médicos no SUS em Pernambuco: desafios do processo de expansão da graduação

Autores: Juliana Siqueira Santos, Dara Andrade Felipe, Thiago Cavalcante de Almeida, Emanuella Margareth Lima Rolim Martins, Nathalia Alves Castro do Amaral, Camilla Louise de Melo

Apresentação: O artigo 200, inciso III, da Constituição Federal de 1988 e a Lei Orgânica da Saúde, afirmam que compete ao SUS ordenar a formação de recursos humanos na área da saúde. O parágrafo único do Artigo 27 da Lei 8080/90 reconhece que os serviços públicos que integram o Sistema Único de Saúde constituem campo de prática para ensino e pesquisa, de forma articulada com o sistema educacional. Apesar disso, a estrutura curricular dos cursos de graduação em saúde sempre teve como base o modelo biomédico, sem diálogo com as necessidades do SUS. A partir das Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Saúde observou-se a definição de competências que seguem os princípios e diretrizes do SUS e a necessidade de aproximação com o serviço. Várias iniciativas para estimular a formação para o SUS foram desenvolvidas pelo Ministério da Saúde, mas ainda com muitas lacunas e pouca integração entre este e o Ministério da Educação. No desafio de enfrentar a má distribuição e a falta localizada de médicos, especialmente para atuar na Atenção Básica, foi instituído o Programa de Valorização do Profissional de Atenção Básica – PROVAB em 2011. No ano de 2013 nova proposição nacional incrementa o debate da formação de profissionais para o SUS, particularmente no que se refere à formação médica. No meio de processo de reivindicação social quanto à qualidade dos serviços de saúde, o Ministério da Saúde implanta, através de Medida Provisória 621/ 2013, convertida na Lei nº 12.871/2013, o Programa Mais Médicos - PMM. O Programa é organizado em três eixos: provimento emergencial, educação e investimento em infraestrutura das Unidades Básica de Saúde.  O segundo eixo tem como objetivo enfrentar, de forma longitudinal, o problema da falta de profissionais médicos por meio da expansão das vagas de graduação e de residência médica e da reorientação dessa formação. No campo da relação ensino-serviço, observa-se no cotidiano da gestão da saúde grande dificuldade de coordenar e garantir a formação de novos profissionais de saúde na rede de saúde. Vários são os fatores, carência de profissionais, resistência dos profissionais para atuarem como preceptores, estrutura das unidades, regionalização ainda não efetivada, poucos docentes envolvidos com a formação em serviço, entre outros. No âmbito da rede estadual observa-se baixo investimento na qualificação dos serviços de média e alta complexidade. Descrição da experiência: Em Pernambuco observou-se que até 2010 havia quatro cursos de graduação em medicina, sendo três instituições públicas (75%) e uma privada, com 490 vagas/ano. A partir de 2011 houve um importante incremento na oferta de vagas para medicina no estado, com implantação de um curso por ano em 2011, 2012 e 2013. A partir de 2014 foram implantados mais quatro cursos no intervalo de cinco anos (2014, 2016, 2018), totalizando 1.210 vagas anuais de graduação em medicina em 11 instituições de ensino. Tem-se, portanto, no período de 2010 a 2018 um incremento de 175% no número de escolas médicas e de 147% no número de vagas. Pernambuco está organizado em 12 regiões de saúde e cinco delas (I, IV, V, VIII, XI) já têm pelo menos um curso de medicina no seu território.  Sabe-se, no entanto, que a rede de saúde não tem expandido no mesmo ritmo e o subfinanciamento crônico, especialmente da média e alta complexidade, tem gerado muitas dificuldades para a garantia dos cenários de prática necessários à formação médica, especialmente no internato. Tendo em vista que um dos objetivos do PMM é fortalecer a prestação de serviços de atenção básica em saúde, e ainda que tenha ocorrido investimento em infraestrutura nas unidades básicas de saúde, observou-se que as demandas crescentes de internato médico impactaram profundamente na rede de urgência e emergência e hospitalar do estado. Este relato descreve o planejamento da inserção do internato médico na rede estadual de saúde, destaca alguns desafios enfrentados no processo de expansão das escolas médicas e as estratégias de ação desenvolvidas pela SES PE. Resultados: O planejamento do internato na rede estadual leva em consideração os campos de prática ofertados no ano anterior e a capacidade de ampliação, que considera abertura de novos serviços e expansão de residência médica. Em 2017 foram ofertadas 413 vagas nas áreas básicas e 80% foram ocupadas por instituição pública.  Para o ano de 2018 participaram nove instituições de ensino com turma no internato com um total de 557 vagas nas áreas básicas ofertadas nos serviços Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Unidades Pernambucanas de Atendimento Especializado (UPAE) e hospitais. As vagas foram disponibilizadas de forma regional, visando garantir a inserção dos graduandos na região onde o curso é desenvolvido. Observaram-se ‘gargalos’ nas áreas de ginecologia, obstetrícia e pediatria. Nesse caso pode-se destacar que grande parte dos municípios não tem assumido a assistência materno infantil, com fechamento de maternidades e dificuldade de manter a escala de profissionais. Assim, os serviços estaduais estão com grande demanda de assistência de forma que dificulta a inserção de estudantes por diversos motivos (sobrecarga dos profissionais, pouco incentivo, etc).  Apresentam-se, dessa forma, como desafios a interiorização do internato médico; a realização de planejamento regional; a construção de parâmetros que auxiliem o dimensionamento dos campos de prática; interiorização das residências em saúde; a participação das instituições de ensino na qualificação dos serviços e na valorização ao preceptor. Destaca-se as residências em saúde como importante estratégia de desenvolvimento da rede de saúde, bem como de fixação desses profissionais na rede local. Considerando o número esperado de egressos da graduação em 2017 de 530 médicos, o estado oferta para 2018 562 vagas de residência de acesso direto, mantendo a tendência de uma série histórica de ofertar mais vagas de residência do que o número de médicos formados. Projeta-se que em 2018 o número de egressos da graduação sobe para 650 (aumento de 120 médicos). Diante disso o estado tem como principal política a expansão das residências médicas, com forte aporte de recursos financeiros,  especialmente nas áreas básicas (clinica médica, cirurgia geral, pediatria, obstetrícia e ginecologia, medicina geral de família e comunidade). Quanto à medicina de família e comunidade, em 2017 foram abertas vagas na V e XI região de saúde, somando-se as já existentes na I, IV e VIII região, totalizando 121 vagas no estado. Para 2018 foram abertos novos programas e vagas em clínica médica, cirurgia, anestesiologia e pediatria na IV região de saúde. Considerações Finais: Nos últimos anos foi possível perceber a aceleração no processo de abertura de novos cursos de graduação, marcados pelo processo de interiorização, mas também com ampliação na capital pernambucana, predominantemente por instituições privadas de ensino. Considerando que a formação de futuros médicos deve ser desenvolvida em estreita integração com o sistema de saúde, o fortalecimento desses serviços como cenários de aprendizagem apresenta-se como grande desafio, uma vez que os novos cursos de saúde não possuem serviços de alta complexidade próprios e a rede estadual se apresenta como cenário fundamental. Assim, o desenvolvimento de ações verdadeiramente integradas entre o sistema de ensino e o de saúde são fundamentais, essas devem apontar para a garantia de melhores estruturas na rede de serviços de saúde, bem como ter como objetivo o desenvolvimento da capacidade pedagógica destes.

4070 REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO MÉDICA E OS ASPECTOS INDUTORES PARA ATUAÇÃO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Débora Dupas Gonçalves do Nascimento, Maisse Fernandes de Oliveira Rotta

REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO MÉDICA E OS ASPECTOS INDUTORES PARA ATUAÇÃO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: Débora Dupas Gonçalves do Nascimento, Maisse Fernandes de Oliveira Rotta

Estudos internacionais demonstram que quanto maior a orientação de um sistema de saúde para a atenção primária, melhores são os resultados e menores são os custos para o governo. O Programa de Saúde da Família, criado no Brasil em 1994 e alçado à Estratégia Saúde da Família (ESF) em 2006, teve com sua implantação, o intuito de reestruturar e consolidar a atenção primária em saúde (APS) no país. Diversos são os desafios e dificuldades para a implementação e sucesso da ESF, dentre eles destaca-se a carência de profissionais, principalmente de profissionais médicos, para o trabalho e permanência neste nível de atenção à saúde. Este estudo objetiva refletir sobre a formação médica e os aspectos indutores para a inserção dos médicos na ESF. Dentre os fatores que contribuem para esta baixa inserção, destaca-se: a priorização das especialidades em detrimento da saúde pública na formação acadêmica do médico, a falta de reconhecimento social do profissional que atua na APS, as precárias condições de trabalho e as formas de vínculo empregatício; dentre outros que ainda precisam ser desvelados. Desta forma, para intervir nestes fatores, além de esforço político e de uma administração pública eficiente, é de suma importância iniciativas indutoras para a atuação na ESF durante a formação dos médicos. As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de graduação na área da saúde, estabelecidas em 2001, constituíram uma mudança de paradigma na educação superior. A partir destas diretrizes a transformação do ensino médico passou a ser uma obrigação legal, visando uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva do profissional médico. As DCN de 2014 preconizam a inserção precoce do aluno em espaços de aprendizagem prática, na rede de serviços de saúde, desde o início da graduação. A inserção precoce do aluno em atividades práticas, além de favorecer o aprendizado da rotina do serviço e treinamento de procedimentos, permite a construção do conhecimento aliado ao reconhecimento das principais necessidades de saúde da população. Da mesma forma, a Organização Panamericana de Saúde, para acelerar a cooperação internacional na educação médica, propõe a práticas de experiências clínicas precoces, prioritariamente na atenção primária, com ensino aprendizagem baseado em problemas e a partir da medicina baseada em evidências. Neste sentido, é possível observar diversas iniciativas ligadas às mudanças na formação do médico, com alguns resultados exitosos como a familiarização dos estudantes com a prática geral, melhoria nas habilidades de comunicação, compreensão de percepções dos pacientes e reconhecimento da importância da relação médico-paciente. Além disso, a integração ensino-serviço-comunidade mostra-se fundamental para a formação de futuros médicos com maior senso de corresponsabilidade pela saúde integral das pessoas. Por outro lado, é importante ressaltar que os serviços de atenção primária à saúde, onde os alunos são inseridos, devem possuir um padrão mínimo de qualidade, pois inserir um estudante em uma unidade sem preceptoria qualificada e sem o básico em estrutura pode configura-se como um importante fator desmotivador para o ingresso e permanência dos futuros médicos na ESF, num momento em que a valorização da atenção primária é tão necessária.

4153 UM PROGRAMA DE APRIMORAMENTO CIRÚRGICO E EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL COMO COMPLEMENTO NA FORMAÇÃO DO ACADÊMICO DE MEDICINA
Rafaela da Silva Almeida, Leonardo Pessoa Cavalcante, Luciana Costa Pinto da Silva, Amanda Carolina Miranda Costa, Legildo Soares Liberato Neto, Jhonnatan Smith Souza Pinto, Christhian Fernando Viana dos Santos, Juan Eduardo Rios Rodriguez

UM PROGRAMA DE APRIMORAMENTO CIRÚRGICO E EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL COMO COMPLEMENTO NA FORMAÇÃO DO ACADÊMICO DE MEDICINA

Autores: Rafaela da Silva Almeida, Leonardo Pessoa Cavalcante, Luciana Costa Pinto da Silva, Amanda Carolina Miranda Costa, Legildo Soares Liberato Neto, Jhonnatan Smith Souza Pinto, Christhian Fernando Viana dos Santos, Juan Eduardo Rios Rodriguez

Apresentação e objetivo: Dentre as habilidades exigidas na formação do médico generalista, está incluso o conhecimento da técnica cirúrgica. Com o passar dos anos, a abordagem da técnica cirúrgica vem sendo reformulada e adequada para a busca do melhor cuidado com a vida humana em toda sua multiplicidade. Objetivando o aperfeiçoamento do ensino da técnica, o Programa de Aprimoramento em Cirurgia e Experimentação Animal (PACEA) procura enriquecer o ensino de técnica e clínica cirúrgica na graduação do curso de medicina.  Dessa forma, o presente trabalho busca relatar a vivência de discentes do curso de medicina como membros de um programa que proporciona o aprendizado de técnicas e práticas cirúrgicas. Descrição da experiência: O PACEA foi formado em 2006 como um programa de extensão associado ao Departamento de Clínica Cirúrgica da Universidade Federal do Amazonas. O programa tem como objetivo incentivar a busca pelo aprendizado de aspectos técnicos e clínicos da cirurgia por meio da realização de trabalhos científicos relacionados a cirurgia e experimentação animal. O programa promove reuniões com temas de grande relevância no cotidiano médico, onde geralmente se fazem presentes visitantes e médicos de especialidades diversas, cirúrgicas ou correlatas, que contribuem ao compartilhar experiências e elucidar dúvidas. Ademais, o programa promove a realização semestral do curso teórico-prático de suturas que é ofertado aos acadêmicos de medicina de todas as universidades do Estado, bem como, um minicurso que aborda infecções hospitalares. Os membros do programa são submetidos a um treinamento prévio que os possibilita a acompanhar plantões de cirurgia em serviços de urgência e emergência, onde, sob supervisão dos preceptores cirurgiões, observam e aprendem a prática do atendimento inicial ao paciente, abordam o caso e praticam procedimentos de técnica operatória básica. Quando oportuno, os membros podem observar procedimentos no centro cirúrgico, de modo a torná-los familiarizados com o trabalho da equipe cirúrgica, do material/instrumental utilizado e da técnica desenvolvida. Resultados: Desde a sua criação, o PACEA vem capacitando acadêmicos a atuar em situações habituais de um médico generalista, além de fomentar a busca ativa por conhecimento clínico-cirúrgico e propiciar ambiente de discussão e aprimoramento científico, integrando ensino, pesquisa e extensão. Considerações finais: A introdução dos acadêmicos de medicina em um cenário de prática real, supervisionado por um preceptor, é essencial para o treinamento e para o desenvolvimento de habilidades, propiciando o desenvolvimento de habilidades básicas de técnica cirúrgica, principalmente as que são fundamentais na emergência e urgência de hospitais, para capacitar os futuros profissionais de saúde que serão.  Além disso, o processo de inserção dos membros nesses ambientes médicos em muito contribui para elaborar a desenvoltura do acadêmico em sua relação profissional com os pacientes, ressaltando características éticas e morais e suplementando a sua formação.

4189 MUDANÇA DA VISÃO SOBRE O CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Thayanne Carlos Chaves, Rizioléia Marina Pinheiro Pina

MUDANÇA DA VISÃO SOBRE O CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Autores: Thayanne Carlos Chaves, Rizioléia Marina Pinheiro Pina

Apresentação O processo de escolha da carreira profissional acontece concomitantemente ao amadurecimento do indivíduo, sendo este precoce para uns e tardio para outros.  Como qualquer escolha a ser tomada, existem variáveis que influenciam nas escolhas do individuo, sendo estas de origem religiosa, familiar, social, cultural e financeira. A escolha profissional é trabalhada desde a infância, onde costumeiramente são levantados questionamentos que levam o individuo desde muito cedo, refletir sobre as inúmeras possibilidades de escolhas para o futuro. Nesse sentido vale considerar que a escolha profissional acompanha o individuo em um movimento constante ao longo de seu desenvolvimento. Esse movimento leva o indivíduo a renunciar e buscar outras opções de escolhas profissionais, o que se constitui em um hábito saudável, fazendo parte do crescimento individual, porém para alguns, culmina em frustração e em visão equivocada de outras profissões. O apreço por uma profissão na sociedade tem vários determinantes, entre eles o mercado de trabalho, onde a oferta determina o valor do produto, sendo este associado a quanto mais profissionais da área existir, o status social da mesma diminuirá. Contudo, o valor que a sociedade impõe nas profissões está sustentado na dificuldade do indivíduo em ingressar na mesma. É perceptível que as convicções relacionadas às escolhas futuras sejam transmitidas de pai pra filho e influenciem diretamente na escolha da carreira profissional do indivíduo buscando a ascensão social devido ao seu prestígio. Sendo assim, é frequente que as variáveis do meio influenciem no desejo a ingressar nas profissões mais prestigiadas criando um ambiente mais competitivo. Mas nem sempre o ingresso é possível, e o individuo além de enfrentar uma frustração deve novamente escolher uma profissão. É costumeiro que se opte por profissões que se assemelham a primeira escolha devido às expectativas criadas, mas que possuam uma acessibilidade maior. Diante do exposto e refletindo sobre a experiência vivenciada durante o ingresso no curso de graduação em enfermagem, foi possível identificar que essa situação está presente na vida de muitos alunos do curso de enfermagem que entraram no curso como segunda opção. Nesse sentido os docentes da instituição efetuam o acolhimento dos acadêmicos por meio de diálogos, que consiste em o professor conduzi-los a um processo de reflexão e descoberta de seus próprios objetivos e valores, para que os mesmos se encontrem e sejam capazes de desconstruir a visão equivocada da enfermagem já consolidada no senso comum, que se relaciona diretamente à falta de informações corretas relacionadas à profissão, bem como o desconhecimento da real atuação do enfermeiro.   Método Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, elaborado no contexto da disciplina Processos Educacionais Aplicados a Saúde, ministrada no segundo período do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), que tem como objetivo principal capacitar o aluno ao desenvolvimento de uma pratica educativa crítica e reflexiva. Instrumentalizar o aluno para o ato de estudar, estimular a prática da pesquisa cientifica e o reconhecimento da Enfermagem como ciência.   Resultados Nas primeiras aulas, os alunos foram levados a refletir sobre as razões que os levaram a escolher o curso de enfermagem, e como esperados, muitos alunos não sabiam o porquê da escolha, enquanto outros achavam que sabiam Ao entrar no curso de enfermagem é comum entre os alunos, a ideia limitada da atuação do enfermeiro no mercado de trabalho, o que pode está diretamente relacionada à falta de informação fidedigna no meio social sobre a profissão e suas diversas áreas de atuação. As informações adquiridas e a influencia á refletir sobre tais questões, fizeram com que  os alunos ampliassem o olhar, favorecendo ao grupo  o vislumbrar da enfermagem  para além de uma visão limitada da profissão . As disciplinas do curso tais como Contexto Histórico e Social da Enfermagem, promoveram o conhecimento da evolução da profissão e como ela vem alcançando a cientificidade dos métodos de trabalho, substituindo as ações tecnicistas por ações sustentadas na ciência. Promovendo a visão meritória da profissão, sendo possível desmitificar as generalizações que a profissão enfrenta e fazendo com que os discentes tenham um olhar mais fidedigno sobre o curso. Os alunos que em sua maioria, pensavam o curso de enfermagem como segundo plano descobrem que a mesma sempre fora de fato o que desejavam, pois passaram a entender que a enfermagem é o cuidar do paciente, é o auxílio ao processo de cura, assim mediante as informações e experiências no curso, percebe-se que o processo de cura está ligado a equipe profissional e não somente a uma única profissão, pois acabam por compreender que cada profissional tem seu papel e importância dentro do contexto assistencial. O princípio da equipe como pilar da assistência é trabalhado constantemente, com as atividades em grupo, que proporcionaram a confirmação da teoria. O curso de enfermagem promove mudança na maneira de pensar na atuação do enfermeiro e o valor da profissão, proporcionando aos alunos traçar objetivos possíveis dentro da enfermagem. A partir das experiências relatadas pelos docentes foi possível me encantar pela enfermagem, visto que ela oferece inúmeras possibilidades de atuação com um mesmo objetivo de cuidar do paciente, bem como o auxílio no processo de cura, seja atuando na gestão, pesquisa, ensino, ou assistência. A exposição aos inúmeros projetos de pesquisas da instituição e as experiências dos docentes em diversas áreas da profissão demonstra que a enfermagem possui diversas vertentes que atraem os alunos de imensuráveis formas. Como é o caso de acadêmicos que entram no curso e vislumbram-se pela área de pesquisa, caminho não mostrado pela visão limitada que o meio social apresenta sobre a enfermagem. Além disso, a área de ensino é trabalhada intensificamente desde o inicio do curso, visto que o enfermeiro deve ser um educador nato, através de disciplinas como Processos Educacionais Aplicados a Saúde, é possível que o acadêmico aflore a habilidade de ensinar e seja atraído por essa área. Considerações finais É interessante mostrar que às informações, experiências e ideias a respeito da enfermagem proporcionam a desconstrução da visão generalizada e limitada da profissão, possibilitando que os acadêmicos consigam encontrar-se dentro do curso traçando seus objetivos ou que percebam, de maneira saudável, que não estão em sua área de interesse, possibilitando a busca por novos caminhos. O diálogo é chave, pois possibilita a formação de uma perspectiva mais condizente com a realidade que resultará em profissionais conscientes da importância do papel da Enfermagem como ciência e da atuação do profissional do Enfermeiro a fim de proporcionar à sociedade práticas de enfermagem baseadas em evidências cientificas, promovendo ações/cuidados de enfermagem que promovam saúde, e reabilite a saúde da sociedade.  Vale considerar que essa visão e conhecimento do real significado da enfermagem durante as aulas, trouxeram a convicção da enfermagem como ciência, o que fez com que vários alunos descobrissem na enfermagem sua primeira opção. Nesse sentido é importante que os alunos da graduação estejam expostos a diálogos e experiências que os permitam refletir sobre o ingresso e caminhos dentro do curso possibilitando o insight de sua vocação e desejo profissional.

4291 Ciclo de palestras em Formação Profissional Médica: um relato de experiência em Santarém/PA
Claudia dos Passos Farias, Alana Ferreira de Andrade, David Sanches Figueiredo Viana, Bruna Jacó Lima Samselski, Jean Augusto de Sousa Tavares, Laura Andrade Diniz

Ciclo de palestras em Formação Profissional Médica: um relato de experiência em Santarém/PA

Autores: Claudia dos Passos Farias, Alana Ferreira de Andrade, David Sanches Figueiredo Viana, Bruna Jacó Lima Samselski, Jean Augusto de Sousa Tavares, Laura Andrade Diniz

APRESENTAÇÃO: Após um árduo processo de formação acadêmica, os médicos recém-formados encontram-se frente à necessidade de decisão acerca do futuro profissional. Entrar em cursos preparatórios para residências; escolher a especialidade médica desejada; começar uma especialização lato sensu; iniciar de forma imediata a atuação no mercado de trabalho; necessidade de organização financeira e de conhecimento sobre os programas médicos governamentais são alguns dos dilemas enfrentados pelo novo profissional. Nesse cenário, a IFMSA Brazil UEPA Santarém atua como um suporte na formação de acadêmicos de medicina, promovendo ações em diversos eixos de atividades, nesse caso, abordando educação médica, na tentativa de ampliar as perspectivas dos próprios estudantes. Assim, decidimos relatar a realização de um projeto que teve como objetivo realizar um ciclo de palestras que visassem elucidar as principais dúvidas de acadêmicos de medicina quanto as suas futuras vidas egressas. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um relato de experiência acerca do evento “Me formei. E agora? ” organizado pela IFMSA Brazil UEPA Santarém, na Universidade do Estado do Pará – Campus XII. A proposta foi reunir profissionais que dialogassem de uma forma acessível e esclarecedora sobre as suas experiências no ramo aos acadêmicos de medicina. Entre os palestrantes, houve uma médica, a qual explicou sua entrada e vivências no Programa Mais Médicos; uma contadora experiente em educação financeira médica, a qual informou sobre os impostos pagos pelos médicos; e um médico do exército, o qual contou sobre o cotidiano e sobre a média salarial nessa área. Além disso, houve a realização de uma roda de conversa entre um cardiologista, uma pediatra e uma infectologista, que, juntos, falaram sobre o mercado de trabalho, a residência e o cotidiano em suas respectivas especialidades. RESULTADOS: Participaram do evento 57 acadêmicos de medicina, sendo esses acadêmicos diversificados entre todos os períodos. O evento informou e sanou várias dúvidas dos estudantes acerca do seu futuro profissional, haja vista que os próprios alunos puderam fazer seus questionamentos aos profissionais participantes, além de receberem dicas e ouvirem as diversas perspectivas oferecidas por esses indivíduos, proporcionando o debate acerca das possibilidades do futuro profissional médico. Ao fim do evento, os participantes receberam certificados com carga horária de quatro horas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que há demanda de acadêmicos interessados em elucidar suas dúvidas acerca do futuro profissional. Os participantes elogiaram a organização do evento e mostraram-se dispostos a participar de novas oportunidades de educação médica.

4336 FORMAÇÃO COMO EXPERIMENTAÇÃO: RELATO DE UMA AVENTURA PEDAGÓGICA
Lorrainy da Cruz Solano, Rosangela Diniz Cavalcante, Rodrigo Carlos da Rocha, Francisco Arnoldo Nunes de Miranda

FORMAÇÃO COMO EXPERIMENTAÇÃO: RELATO DE UMA AVENTURA PEDAGÓGICA

Autores: Lorrainy da Cruz Solano, Rosangela Diniz Cavalcante, Rodrigo Carlos da Rocha, Francisco Arnoldo Nunes de Miranda

O ato de aventurar-se por cenários pedagógicos requer conhecimentos, saberes, fazeres ousados, como quem experimenta viver em sintonia com o que sonha, deseja e acredita. Esse é um relato de uma aventura pedagógica que tem como horizonte a formação como experimentação (tomando emprestada a expressão de Abrahão e Merhy) em um cenário de Instituição de Ensino Superior Privada (IES) de pequeno porte inserida no semiárido do oeste potiguar chamada Faculdade Nova Esperança de Mossoró - FACENE/RN. IES com 11 anos de existência, há dois anos vivencia a implantação de outros cursos de graduação. Iniciou suas atividades com o bacharelado em enfermagem e atualmente oferta odontologia, farmácia, biomedicina, nutrição e educação física. Frente às mudanças federais de financiamento estudantil do ensino superior, surge o desafio de organizar o processo ensino/aprendizagem com baixa captação de alunos por curso mantendo a qualidade e a perenização da instituição. Do problema emerge a grande oportunidade de operacionalizar o processo pedagógico a partir de turmas interprofissionais com campos comuns de conhecimentos das profissões preservando os núcleos singulares dos seis cursos. Estruturamos arranjos pedagógicos que permitissem o diálogo entres as profissões, nos encontros presenciais, no ambiente virtual de aprendizagem e/ou nas atividades extensionistas dos períodos iniciais. Arranjos, porque não seria possível um único modelo para organizar todo o processo e por isso experimentamos diferentes estruturas a partir de matrizes de planejamento, incluindo a mudança de projeto pedagógico dos cursos envolvidos. Experimentamos diminuir as distâncias entre o que pensamos e o que dizemos, como também entre o que dizemos e o que fazemos. Assim, nosso desafio foi materializar aprendizagem significativa, metodologias problematizadoras, integração ensino-serviço-comunidade e o uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC), além de outros inúmeros desafios que surgem no cotidiano de nossas práticas. Nosso cenário tem como vantagens turmas com até 45 alunos e um compromisso expresso da IES com o ensino de qualidade. Como fragilidades, um histórico de gestão reativa, recrutamento do corpo docente pautado nas indicações, ausência de educação permanente, pouca ou nenhuma aproximação com a aprendizagem em ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Desse modo, os arranjos foram sendo tecidos, e ainda estamos vendo pelo avesso, uma vez que a tessitura ainda não permite uma visualização clara da imagem objeto que desejamos. Mas, precisamos continuar no experienciar de processos formativos mais coerentes com o ensino de qualidade. O primeiro movimento foi estruturar uma formação para o corpo docente que valorizasse a trajetória singular de cada professor. Considerando as dificuldades em reunir todos os 53 professores, orquestramos uma formação híbrida que alternasse entre uso do AVA e encontros presenciais. No segundo semestre letivo de 2016, começamos o curso de especialização em Processos Pedagógicos em Saúde com ênfase em Metodologias Ativas organizado em três grandes movimentos: aprofundamento teórico e conceitual; interlocução teoria e prática; e integração ensino-serviço-comunidade. O primeiro foi desenhado a partir de uma oficina com os professores que tinha como ideia força que cada um apontasse fragilidades e possibilidades da metodologia de ensino que executam na IES. Desse encontro, emergiram como temas geradores: trabalho em saúde, metodologias de ensino, planejamento e avaliação. Cada tema gerador foi trabalhado através do Ambiente Virtual em quatro pequenos grupos, distribuídos a partir das afinidades de cada professor nos cursos que ensina. Contamos com duas facilitadoras e uma co-facilitadora. Cada tema gerador começa com o compartilhamento de cada participante do resultado de sua busca (pode ser artigo, conto, poema, vídeo, imagem etc.) justificando sua escolha, seguido de fórum para debate do pequeno grupo, confecção de síntese reflexiva e avaliação da participação individual (auto avaliação), do grupo e da facilitação. Todo o movimento durou um semestre. O segundo movimento foi de provocações para que os participantes vivenciassem o que foi teorizado no movimento anterior. Assim, os temas geradores propuseram a construção de objetivos de aprendizagem, a experimentação de metodologias ativas e a reelaboração dos planejamentos das disciplinas. O terceiro e último movimento foi o de integração ensino-serviço-comunidade que pretendia transpor os muros da IES em todas as disciplinas, inclusive aquelas apontadas como eminentemente teóricas. Foram dois grandes temas geradores, avaliação e a integração ensino-serviço-comunidade em si. Essa parte da aventura resultou no estabelecimento de processos pedagógicos mais amparados em conhecimento fundamentado menos em “achismos”. Vale ressaltar que foram convidados para ofertas conceituais em cada movimento professores com reconhecida referência oriundos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Universidade Federal Rural do Semiárido e do Instituto de Ensino e Pesquisa do Sírio-Libanês, fruto de parcerias interinstitucionais. Muito docentes com formação tradicional ainda demonstram muita resistência em repensar o processo formativo, mas de maneira geral percebemos mudanças nas posturas com desdobramentos na formação dos discentes. Outras degustações surgiram nos arranjos, tais como: projeto integrador nos períodos, análise crítica e reflexiva das atividades ofertadas pelos docentes em ambiente virtual de aprendizagem, avaliações integradas e curtas metragens para ampliar visão de mundo. Entendemos como projeto integrador uma atividade prática confeccionada, planejada, executada pelos alunos e avaliada pelo grupo de professores do período que seja interprofissional e interdisciplinar. Nos três primeiros períodos, são atividades extensionistas que ocorrem junto aos eixos: ensino básico, vulnerabilidade social e saúde ambiental, respectivamente. Já para os demais períodos, estamos testando provando o OSCE para avaliar competências e habilidades. O projeto integrador do primeiro período foi executado em escola pública e privada; o do segundo, em uma comunidade quilombola e uma ONG de proteção às mulheres vítimas de violência.  O do terceiro iniciou-se com o estudo de indicadores municipais relacionados à saúde e também teve parte em uma cooperativa de reaproveitamento de material reciclável. O OSCE, nos períodos posteriores, rompe com a ideia de fragmentação das disciplinas, com até oito estações que integram todas as disciplinas do período. Com relação ao AVA, fizemos encontros pedagógicos com os professores e reuniões paralelas com os representantes de turmas para avaliar os resultados dos encontros. De maneira geral, poucos professores demonstram interesse em oportunizar uma aprendizagem significativa com o uso das TICs. Ficam restritos a gerarem atividades simplistas geralmente de perguntas e respostas pré-definidas usando a internet como repositório de informações. Provar a integração do período através de uma avaliação também foi uma aventura que poderia ter sido maior se de fato tivéssemos conseguido integrar os conhecimentos e saberes e não somente “juntar” questões para que o aluno as respondesse em um único turno. São aprendizagens que nos instigam a tentar outros arranjos. Como também o uso dos simulados com questões do ENADE, que até então era uma prática comum que não tinha um parâmetro para sinalizar avanços e/ou retrocessos. Agora estamos analisando a real necessidade dos simulados ou quem sabe tentar outras estratégias como rodas integradoras por período ou grupos focais com os alunos que se submeteram ao último exame. Por fim, a inserção mensal de curtas metragens para ampliar o diálogo com temas que atravessam a formação. O projeto é chamado FACINE e acontecia semestralmente com baixa participação dos discentes. Agora é ofertado mensalmente com a participação de convidados atuantes em cada tema, por exemplo, com o tema LGBT o convidado foi um psicólogo transgênero militante. São momentos riquíssimos da formação, mas ainda pouco atrativos para os alunos. São aventuras que têm um gosto especial de aprender/ensinar experimentando sabores e dissabores.

4472 A FORMAÇÃO EM SAÚDE INSERIDA NO SUS E NAS LUTAS SOCIAIS: INTEGRAÇÃO ENTRE A FORMAÇÃO MÉDICA E MULTIPROFISSIONAL
Vanderléia Laodete Pulga, Julio Augusto Mota, Julio Augusto Mota, Analine Fernandes, Julio Augusto Mota, Analine Fernandes, José Saraiva Ribamar Fernandes Junior, Analine Fernandes, Fabiana Schneider, José Saraiva Ribamar Fernandes Junior, José Saraiva Ribamar Fernandes Junior, Fabiana Schneider, Fabiana Schneider

A FORMAÇÃO EM SAÚDE INSERIDA NO SUS E NAS LUTAS SOCIAIS: INTEGRAÇÃO ENTRE A FORMAÇÃO MÉDICA E MULTIPROFISSIONAL

Autores: Vanderléia Laodete Pulga, Julio Augusto Mota, Julio Augusto Mota, Analine Fernandes, Julio Augusto Mota, Analine Fernandes, José Saraiva Ribamar Fernandes Junior, Analine Fernandes, Fabiana Schneider, José Saraiva Ribamar Fernandes Junior, José Saraiva Ribamar Fernandes Junior, Fabiana Schneider, Fabiana Schneider

Apresentação: Processo de Formação em Saúde Multiprofissional que integra estudantes de medicina, residentes da Residência Multiprofissional e médica em Saúde da Família e Psiquiatria. Integração com comunidades, movimentos sociais populares, sindicatos de trabalhadores, conselhos de saúde, escolas públicas e intercâmbio internacional. Desenvolvimento e Método: No desenvolvimento do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade, junto com os Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade e de Residência Médica em Psiquiatria da Universidade Federal da Fronteira Sul acontecem Seminários mensais integrados. Cada Seminário Integrado traz as reflexões a partir de casos clínicos reais que acontecem no cotidiano do SUS. Além disso, foi oportunizado momentos de vivências integrados entre esses residentes e estudantes de medicina, através do Componente Curricular de Saúde Coletiva, em Comunidades Indígenas, Quilombolas, de Assentamentos de Reforma Agrária, de periferia Urbana, com grupos e movimentos Negros, de Mulheres e de população LGBTT, grupos de cegos, surdos e com deficiências físicas. Além disso, foram realizadas ações integradas de intercâmbio com estudantes de medicina da Universidade de Bolonha-Itália e de interação com sindicatos dos trabalhadores metalúrgicos, da saúde, da educação e bancários; movimentos como movimento de mulheres camponesas, movimento de trabalhadores rurais sem terra e do movimento de luta pela moradia, conselho municipal de saúde e estudantes e professores (as) de escolas públicas de Passo Fundo e região norte do Rio Grande do Sul. Essas ações fazem parte de Programa de Extensão em Cultura em Educação Popular em Saúde. Resultados: As vivências pedagógicas integradas com a diversidade de estudantes, residentes, trabalhadores (as) e diferentes grupos, sindicatos e movimentos sociais populares vem contribuindo para a formação multiprofissional, inserida no SUS, nos serviços, territórios e nas comunidades, assim como, possibilitando ações de promoção e educação em saúde de forma intersetorial e interdisciplinar. Considerações Finais: O processo pedagógico integrado entre residentes médicos e da multiprofissional em saúde com estudantes de medicina, de ensino médio e profissionalizante, docentes, lideranças populares, comunidades e profissionais dos serviços de saúde vem sendo produtora de novos conceitos, de ressignificação e aprofundamento a partir da práxis, rompimento de preconceitos, construção de vínculos com comunidades, fortalecimento de ferramentas de trabalho multiprofissional e de novos desafios para o ensino, a pesquisa e a extensão de forma integrada.

4896 EXPERIENCIANDO O OSCE NO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
ROSANGELA DINIZ CAVALCANTE, RAQUEL MIRTES PEREIRA DA SILVA, DIEGO BONFADA, Lorrainy da Cruz Solano, CESAR CAVALCANTI DA SILVA

EXPERIENCIANDO O OSCE NO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Autores: ROSANGELA DINIZ CAVALCANTE, RAQUEL MIRTES PEREIRA DA SILVA, DIEGO BONFADA, Lorrainy da Cruz Solano, CESAR CAVALCANTI DA SILVA

INTRODUÇÃO: Na era digital onde a população em sua maioria, tem acesso à internet e a uma avalanche de informações de vários gêneros, formas e gostos, a condução do processo ensino/aprendizagem têm se tornado cada vez mais desafiadora. Rever as maneiras de sentir, pensar e conduzir o processo ensinar/aprender como parte significativa no andar a vida de estudantes, professores e instituições formadoras é essencial para a formação de futuros profissionais de saúde na contemporaneidade. Para tanto, o curso de graduação em enfermagem do Campus Caicó da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte vem experienciando a recondução de suas disciplinas por meio da utilização de novas metodologias, no intuito de minimizar as lacunas existenciais que permeiam a formação de seus estudantes no que diz respeito a avaliação por competências. Cabe ressaltar, que compreendemos o ensino por competências como aquele capaz de permitir ao estudante, desenvolver a sua capacidade de articular conhecimentos, habilidades e atitudes para conduzir situações reais e solucionar problemas e dilemas da vida profissional futura, compreendo seu papel no trabalho coletivo em saúde. Nesse sentido, o OSCE (objective strutured clinical examination) é um dos métodos que tem como objetivo auxiliar na avaliação por competências clínicas. Ele permite ao estudante de saúde/enfermagem uma simulação de uma determinada situação real, onde se faz necessário colocar seus conhecimentos adquiridos para conduzir sua atuação na perspectiva de despertar em seu processo de formação, autonomia, iniciativa, capacidade de resolutividade e habilidades práticas. Esse método permite ao estudante encontrar por ele mesmo a solução de um determinado problema, avaliando de maneira amplificada as competências necessárias à sua prática profissional e que são essenciais para a execução da atividade. OBJETIVO: Trata-se de um relato de experiência a partir da vivência de docentes na utilização da metodologia OSCE como estratégia avaliativa para abordagem de procedimentos e técnicas na aprendizagem por competências clínicas em um curso de graduação em enfermagem. METODOLOGIA: A experiência foi realizada com alunos do 4º período na disciplina bases da semiologia e semiotécnica nos meses de agosto, setembro e outubro de 2017. O local para execução da atividade foi o laboratório de semiotécnica da referida instituição. A escolha pelo método se deu a partir da identificação de fragilidades nas avaliações práticas desenvolvidas e apontadas pelos discentes que já cursaram anteriormente a disciplina. Após oficinas de estudos sobre o OSCE, na qual foi feito um levantamento bibliográfico sobre a temática, além de observação e participação em avaliações em outras instituições que já utilizam esse método, o grupo de professores da disciplina decidiu pela utilização dessa estratégia metodológica como avaliação dos seus conteúdos práticos. O OSCE tem particularidades que precisam ser respeitadas, dentre elas: número, tipo e duração de cada estação, quantidade de participantes, quais competências avaliar, uso e construção de checklists, dentre outros. A disciplina em questão foi avaliada em três unidades, as quais, cada uma foi composta por uma avaliação teórica e uma avaliação prática. Os conteúdos práticos foram cumulativos e o nível de complexidade aumentava a partir dos conteúdos ministrados seguindo a sequência céfalo-podálico. No início do semestre a coordenadora da disciplina expôs para a turma como o método seria desenvolvido durante as avaliações e esclareceu dúvidas que surgiram no dia a dia da condução do método. O planejamento das estações do OSCE se deu inicialmente pela escolha dos conteúdos a serem avaliados: 1ª unidade: Lavagem básica das mãos, calçagem de luvas estéreis e exame neurológico; 2º unidade: Lavagem básica das mãos, exame físico do tórax e abdome, Sondagem nasogástrica e Administração de medicação; 3ª unidade: lavagem básica das mãos, exame físico de cabeça e pescoço, cateterismo vesical, administração de medicação e aspiração de secreção. Seguido a isso a elaboração dos casos clínicos de cada conteúdo com os seus respectivos checklists. Todos os conteúdos foram revisados pelos docentes para minimizar possíveis erros na condução do processo avaliativo. Com a ajuda do técnico do laboratório, todo o material e equipamentos necessários foram previamente separados. Além disso, fez-se necessário estipular um tempo a ser destinado para execução dos procedimentos em cada uma das estações. Para melhor organização do tempo e tornar a atividade menos cansativa foi destinado (02) dias para execução de cada unidade. Para definição do tempo de cada estação, simulações prévias foram feitas pelos docentes. No entanto, foi considerado que os mesmos são mais hábeis que os discentes e por isso houve um acréscimo de 02 minutos após o docente encerrar o procedimento e mais 01 minuto para leitura do caso e comando da questão. Após todas as etapas necessárias de planejamento a atividade foi desenvolvida. Foram formados circuitos onde todos os discentes realizaram os comandos de forma simultânea e rotativa. RESULTADOS: A avaliação de cada unidade se deu na aula seguinte após a realização do OSCE. Optou-se pela avaliação processual para que falhas fossem corrigidas ainda durante o semestre que a disciplina estava sendo ministrada. Como pontos positivos foram apontados: o método exige que o aluno otimize seus estudos a partir da procura maior ao laboratório e a monitoria para treinar os procedimentos; estimula a habilidade de comunicação necessária para que a assistência seja instituída; se aproxima ao máximo de uma situação real dentro de um espaço protegido; simulações semelhantes para todos os discentes; o tempo pré-estabelecido faz com que os envolvidos entendam que em situações reais temos que nos tornar hábeis de maneira qualificada; o feedback feito após o término de cada estação identifica onde os estudantes erraram e como seria a forma correta do procedimento ainda dentro da estação; estimula o raciocínio clínico para a tomada de decisões assertivas. O nervosismo foi elencado como o principal ponto negativo da avaliação, por ser a primeira vez que a experiência estava sendo instituída na vida acadêmica desses estudantes. Como pontos a melhorar os discentes elencaram: tempo insuficiente para a realização de algumas estações; interrupção por parte de alguns docentes durante os procedimentos atrapalharam a concentração e realização dos mesmos; confinamento numa sala sem uso de celular e comunicação externa antes de entrarem no laboratório aumentaram o nervosismo e ansiedade; conteúdos acumulados também foi apontado como insatisfatório por parte de alguns discentes. Para os docentes esse feedback foi importante por identificar aspectos a serem melhorados na prática clínica da disciplina, permitindo a correção de falhas durante a execução do OSCE, além de permitir também o reconhecimento por parte dos discentes, da importância de atividades que estimulem a reflexão e o julgamento clínico que irão interferir diretamente na prática profissional. A atividade possibilitou a identificação daqueles estudantes que apresentam um nível maior de dificuldade, podendo o docente propor um plano de acompanhamento individual para os que necessitem. CONCLUSÃO: Outrossim, a experiência nos leva a refletir sobre a necessidade da utilização do OSCE em outras disciplinas que também apresentam o caráter prático, de maneira interdisciplinar proporcionando o alcance de habilidades e competências clínicas para a formação do enfermeiro. Além disso, é preciso pensar em otimizar espaços para aplicação de metodologias ativas no processo ensino/aprendizagem do curso, dentre eles promover uma melhor articulação com o curso de odontologia da mesma instituição e proporcionar mais atividades extramuros que permitam aos estudantes vivenciarem na vida real a dinamicidade dos serviços de saúde e as particularidades da comunidade caicoense fortalecendo consequentemente a sua formação.

1532 Análise do curso de Medicina da Universidade Federal do Vale do São Francisco à luz dos modelos de formação
Giovana Bernardes

Análise do curso de Medicina da Universidade Federal do Vale do São Francisco à luz dos modelos de formação

Autores: Giovana Bernardes

Apresentação De acordo com Hora (2013), as universidades se estruturam a partir da perspectiva médico-hegemônica, desvalorizando práticas de saúde que prezam pela atenção integral ao indivíduo e ao meio no qual ele está inserido. Sendo assim, foi realizado estudo do projeto pedagógico do curso (PPC) de Medicina da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), objetivando analisar o curso e avaliar aspectos sobre o modelo de formação empregado. Estes serão feitos baseados nas correntes de modos de cuidado e modelos de formação existentes na história da saúde. Desenvolvimento do trabalho Para Minayo (2008), o método qualitativo é adequado ao estudo dos produtos das interpretações que os humanos fazem durante suas vidas, da forma como constroem seus artefatos e a si. Dessa forma, o presente trabalho tem como metodologia a análise qualitativa do projeto pedagógico do curso e de outros documentos elaborados pela instituição. A análise foi qualificada por pesquisas bibliográficas a respeito dos modelos de formação de saúde no decorrer da história e suas implicações no modelo de ensino atual no Brasil, à luz das ideias de Cabanis, Flexner, Sackett e Cochrane. Resultados e/ou impactos A UNIVASF surgiu em 2004 a partir da Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que teve como objetivo ampliar inserção e permanência dos jovens brasileiros no ensino superior, reestruturando o ensino e regionalizando as universidades. Entende-se que o contexto do surgimento da universidade é o de busca por uma instituição de ensino superior voltada à pesquisa e extensão, visando o avanço da área em que se encontra. Tem como missão institucional ministrar ensino superior, desenvolver pesquisas e promover a extensão universitária, o que se assemelha às práticas flexnerianas. A integração Ensino-Serviço acontece por meio de estágios e internato nos três níveis de atenção e por parcerias universidade-gestão municipal, buscando melhorar a qualidade e a quantidade no atendimento, a atualização dos profissionais da rede pública de saúde e a integração do aluno ao SUS, exercendo maior protagonismo. Com isso ficam visíveis as influências flexnerianas. Nos primeiros anos do curso, os estudantes têm acesso às Unidades Básicas de Saúde (UBS), realizando atividades ao longo da formação com o apoio do Programa de Saúde da Família (PSF) e construindo o conhecimento por meio da pesquisa, o que deixa a universidade entre os modelos flexneriano e sacketteano ao unir currículo científico e modelo biomédico às práticas voltadas para o indivíduo no PSF. O PPC explicita o tipo de formação esperada de acordo com as necessidades elaboradas na proposta da Terceira Geração de Reforma no Ensino de Saúde, as quais compreendem uma saúde que observe as demandas da população, inovação tecnológica, as transições epidemiológica e demográfica no país e a diferenciação profissional. Atenta-se à multi-interdisciplinaridade como forma de se distanciar da fragmentação do aprendizado e da desconexão entre profissionais apresentado pelo modelo cabanista. Nesta perspectiva, não almeja a ultra-especialização nem a prática hospitalar como foco da aprendizagem médica, como aconteceu depois do modelo biomédico, estruturado a partir de uma visão reducionista do modelo Flexner. O PPC além de focar na importância da relação médico-paciente, amplamente discutida por Sackett, também propõe a integração médico-sociedade. Pensando a construção histórica da hierarquia médica, o curso corre risco de tornar a interdisciplinaridade uma irrealidade, pois o tema é absorvido pela valorização de componentes especializados da biologia e da saúde como doença. Pois, mesmo que o PPC discorra sobre o oposto, as ementas das disciplinas, seus pré-requisitos e os laboratórios especializados levam para o caminho do tradicionalismo. O curso trabalha com metodologias ativas que integram o futuro profissional à prática da atenção à saúde nos territórios em que as instituições estão localizadas, pensando a realidade local como ponto de ação de transformação dos estudantes, coerente com a elaboração de Paulo Freire: a ação de problematizar enfatiza a práxis, na qual o sujeito é capaz de transformar a realidade ao mesmo tempo em que se transforma. A educação como auxiliar da formação de identidade do sujeito, conforme pretende a instituição, está intimamente ligada à participação dele no meio social; entretanto, as disciplinas com maior carga horária de atividades práticas são aquelas que possuem perfil centrado no médico como interventor no campo biológico, evidenciando uma contradição com o proposto pelo PPC.   Considerações finais É perceptível que o mercado de trabalho é reflexo de um movimento intenso de fracionamento do exercício médico, que passa a se diferenciar em práticas ligadas diretamente à prestação do cuidado e a atividades gerenciais. Consequentemente, foram criadas cargas de trabalho, valorização e remuneração diferenciada para as distintas modalidades da prática, levando a uma estratificação técnica e social do trabalho médico. Assim, multiplicaram-se as consultas e diminuiu-se a resolutividade em relação aos problemas de saúde de cada pessoa. Outra consequência dessa tendência é tornar os problemas de saúde mais dispendiosos, já que o olhar especialista é fragmentado e incompleto, o que sugere falta de compromisso, deixando o paciente insatisfeito. Para se modificar o processo de formação médica de modo que o resultado seja um profissional com uma sólida formação geral, humanista, crítica, capaz de trabalhar em equipe e consciente da realidade social na qual está inserido, é necessário que as contradições descritas acima sejam enfrentadas pela escola médica. Logo, a criação de novos cenários de ensino-aprendizagem e a modificação da prática dos profissionais responsáveis pelo processo de formação são peças fundamentais do processo relativo ao exercício da carreira. A concepção de currículo proposta, além de objetivar a formação de um médico generalista, abre espaço através dos núcleos temáticos e de disciplinas optativas, para que os alunos do curso de medicina tenham contato com estudantes e disciplinas de outras áreas da saúde e outras áreas do saber, promovendo a interdisciplinaridade do conhecimento e favorecendo o crescimento profissional e pessoal. Referências   ALMEIDA FILHO, N. Transdisciplinaridade e o paradigma pós-disciplinar em saúde. Saúde e Sociedade v.14, n.3, p.30-50, set-dez 2005 FEUERWERKER, 2002: FEUERWERKER, L. Além do discurso das mudanças na educação médica. São Paulo: HUCITEC, 2002 FURTADO, 1986: FURTADO, T. O currículo na formação do médico do médico geral. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 10 (2), p. 75-76, 1986 GELBCK, L. F; MATOS, E; SALLUM, C. N. Desafios para a integração multiprofissional e interdisciplinar. Tempus- Actas de saúde coletiva HORA, L. D. et al. Propostas inovadoras na formação do profissional para o sistema de saúde, Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro,v. 11 n.3, p.471-486, set./dez 2013 MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento. 11 ed. São Paulo: Hucitec, 2008. MITRE, M. S. et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem na formação profissional em saúde: debates atuais. Ciência e saúde coletiva, 13 (sup 2): 2133-2144, 2008. SCHRAIBER, 1993: SCHRAIBER, L B. O médico e seu trabalho. São Paulo: HUCITEC, 1993. SOBRAL, 1994: SOBRAL, D. J. Aprendizagem baseada em problemas: efeitos no aprendizado. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 18 (2), p. 61-64, 1994. UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO. Projeto pedagógico do curso de medicina, 2008. Disponível em: <http://www.medicina.univasf.edu.br/arquivos/PPC%20-%20Projeto%20Pedagogico%20do%20Curso%20de%20Medicina.pdf>. Acesso em: abril de 2017

4217 IMPACTOS DA ESTRATÉGIA BLENDED LEARNING NO PROCESSO DE ENSINO, APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO NO CURSO DE FISIOTERAPIA EM SANTOS-SP
Thatiane Lopes Valentim Di Paschoale Ostolin

IMPACTOS DA ESTRATÉGIA BLENDED LEARNING NO PROCESSO DE ENSINO, APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO NO CURSO DE FISIOTERAPIA EM SANTOS-SP

Autores: Thatiane Lopes Valentim Di Paschoale Ostolin

Apresentação: O ensino-aprendizagem em saúde se dá na interface saúde-educação, campos abrangentes, interdisciplinares, complexos e dinâmicos. Adicionalmente, os perfis de atuação profissional diversificaram-se. Contudo, observa-se no ensino superior em saúde estudantes desmotivados, desinteressados e sobrecarregados e docentes “multitasking” (professores, gestores e pesquisadores) deslegitimados e desvalorizados. Portanto, o planejamento de ensino precisa romper com os problemas já evidenciados (dicotomia básico-clínica, ensino predominantemente transmissivo, passividade dos estudantes, fragmentação dos conteúdos, enfoque intra-disciplinar e inserção tardia da prática profissional no desenho curricular), conferir espaço para criatividade e flexibilidade de ordenamento, e oportunizar um ensino norteado pelo perfil dos estudantes, sendo papel do docente mediar a relação estudante-conhecimento a partir da significação e ressignificação de conhecimentos prévios. Com base nisso e no descrito no Projeto Político Pedagógico da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Campus Baixada Santista, e Projeto Pedagógico do Curso de Fisioterapia, o plano de ensino de dois módulos obrigatórios, Cinesiologia I e II, foi reformulado. A principal modificação foi a reestruturação dos módulos a partir da estratégia blended learning. Para isso, também foram inseridas na proposta duas ferramentas de ensino-aprendizagem-avaliação: o uso de Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e o uso de metodologias ativas (MA). Tais mudanças tiveram início em 2012 e, desde então, são implementadas semestralmente. Sendo assim, investigamos a influência da estratégia blended learning no ensino, aprendizagem e avaliação nos módulos de Cinesiologia I e II em 2015 e 2016 do curso de Fisioterapia da UNIFESP-BS.   Desenvolvimento: Os planos de ensino dos módulos de Cinesiologia I (Cinesiologia e Biomecânica) e II (Fisiologia do Exercício Aplicada à Clínica) foram reformulados. Amparado na estratégia blended learning, foi feito um redesenho do curso a partir da associação de MA de ensino-aprendizagem, uso de AVA e atividades de Monitoria e Tutoria como eixos estruturantes do processo formativo. Os princípios norteadores foram o papel mediador do docente e o estímulo à postura ativa dos estudantes em busca do conhecimento. Os módulos contaram com dois cenários em composição: sala de aula (presencial) e AVA (Plataforma Moodle). Na sala de aula, participaram estudantes, docente e monitores, estabelecendo relações estudantes-estudantes, estudantes-docente e estudantes-monitores. No AVA, houve a adição da figura do tutor e das relações estudantes-tutor e tutor-docente. Em ambos cenários, o papel de docente, monitores e tutor foi mediar a relação entre estudantes e conhecimento. Presencialmente, as estratégias desenvolvidas foram aula expositiva dialogada, mapa conceitual, solução de problemas e seminário (individual e em grupo) e, virtualmente, fórum, estudo de texto, mapa conceitual e portfólio. A experiência foi analisada a partir da coleta de dados do rendimento acadêmico e histórico de acessos ao AVA e aplicação de questionário sobre uso do AVA em 150 estudantes. Complementando qualitativamente esses dados, foram realizadas entrevistas semi-estruturas analisadas à luz da análise do discurso com 20 estudantes convidados aleatoriamente após randomização da amostra e delimitados por saturação qualitativa.   Resultados: Mais de 80% dos estudantes utilizou previamente o AVA. As principais diferenças identificadas entre o uso prévio e o uso em Cinesiologia foram: frequência de acesso, recursos utilizados e organização da plataforma. Segundo os estudantes, a soma desses fatores fez com que fosse desenvolvida e estimulada uma “rotina” de estudos via AVA. O uso do AVA requer orientação (86,7%). 61,9% buscaram auxílio do tutor com resolutividade de 61%, e 78,1% contaram com auxílio dos colegas. Todos os estudantes entrevistados garantiram que suas dúvidas e dificuldades foram sanadas pelos monitores ou tutor, presencial e/ou virtualmente. O AVA foi acessado, principalmente, por meio do notebook e celular com frequência quinzenal (72,4%) e aos finais de semana e/ou nos dias de aula presencial. O acesso ao AVA é fácil e simples (87,7%). O AVA é eficiente na oferta de conteúdos, promoção de interatividade e realização de atividades (88,6%) e contribui para o aprendizado (87,6%), porém a comunicação via AVA e o feedback ainda precisam ser aprimorados (respectivamente, 49,5% e 41%). Para os estudantes, as contribuições do uso do AVA foram a flexibilização, a liberdade e a praticidade em aprender, o estímulo à aprendizagem continuada, o respeito ao ritmo e tempo de aprendizagem de cada estudante e auxílio à síntese do conhecimento (direcionador do processo ensino-aprendizado). Observamos rendimento acadêmico significativamente diferentes entre os módulos I e II em relação à média das notas das provas teóricas (6,2±1,1 e 5,1±1,5), média das notas das atividades do AVA (8,3±0,9 e 8,1±1,3) e índices de reprovação (4(5,2%) e 11(15,1%)) e exame (5(6,5%) e 15(20,5%)). O módulo II contabilizou maior número total de acessos (50,6±43,6), número de acessos aos materiais de leitura e razão entre número de acessos aos vídeos e total de vídeos em comparação ao I. Todos os estudantes entrevistados mostraram-se favoráveis ao uso de tecnologia durante a formação, em função de estarem a todo instante conectados e isso fazer parte de sua realidade. Todavia, há ressalvas, sugerindo que nem todos os conteúdos podem se beneficiar dessa iniciativa, como conteúdos mais práticos, e que o uso do AVA requer maturidade. Além disso, o AVA foi considerado complementar ao ensino presencial. Com base em modelos de regressão linear múltipla stepwise, um dos principais determinantes dos índices de rendimento acadêmico foi a participação na monitoria. Em concordância com os achados quantitativos, os estudantes descreveram os monitores como acessíveis e presentes, elogiando sua organização, responsabilidade e liberdade concedida para além dos horários destinados ao estudo-livre. A monitoria foi considerada espaço oportuno de aprendizagem que respeita o ritmo do aprender característico de cada um, isto é, permite “aprender com mais calma”. Para os estudantes, o tutor (presente e participativo) proporcionou alinhamento entre o conteúdo das aulas, das atividades do AVA e da monitoria, e teve papel fundamental no esclarecimento de dúvidas e na comunicação (via WhatsApp) rápida e eficaz  entre docente e estudantes. Sua presença proporcionou espaço de negociação ainda não experimentado pelos estudantes, que o viram como mais sensível a compreender a realidade do estudante em comparação ao docente. O Módulo foi considerado preditor independente das notas finais e da média das notas das provas teóricas. O módulo I apresenta conteúdo marcadamente mais prático em relação ao II, o que contribuiu para observação de padrões diferentes de acesso ao AVA e de frequência e participação na monitoria. Em relação aos dados de uso do AVA, apenas o número de acessos aos materiais de leitura/número total de acessos e o número de acessos aos vídeos/número total de vídeos foram incluídos no modelo. Os modelos responderam de 22 a 37% da variabilidade dos desfechos.   Considerações finais: O uso da estratégia blended learning é eficaz e viável no ensino-aprendizagem de Cinesiologia, Biomecânica e Fisiologia do Exercício Aplicada à Clínica. O uso do AVA foi facilitador e direcionador do processo ativo de aprendizagem, proporcionando aos estudantes flexibilidade, autonomia e autorregulação do processo. A associação entre o blended learning, a monitoria e a tutoria acadêmicas favoreceu a aprendizagem significativa e socialmente construída. No entanto, é necessário continuar problematizando as inovações curriculares recentes, sobretudo em relação ao uso de tecnologias, e investigar sua eficácia, reprodutibilidade e, consequentemente, legitimação no ensino das ciências do movimento humano.

2525 IMPLANTAÇÃO DO PROCESSO DE ESTRATIFICAÇÃO PEDAGÓGICA NO CURSO DE ODONTOLOGIA - uma experiência de busca da equidade na formação de alunos da graduação – CENTRO UNIVERSITÁRIO CHRISTUS – FORTALEZA/CE.
MARIA CLÁUDIA DE FREITAS LIMA, MARIA ELISABETH SOUSA AMARAL, RENATA MOTA RODRIGUES BITU SOUSA, JOÃO PAULO VELOSO PERDIGÃO, PAULO GOBERLANIO DE BARROS SILVA, MARILIA LEITE DIAS, CLARISSA PESSOA FERNANDES FORTE, MARIO ROBERTO PONTES LISBOA

IMPLANTAÇÃO DO PROCESSO DE ESTRATIFICAÇÃO PEDAGÓGICA NO CURSO DE ODONTOLOGIA - uma experiência de busca da equidade na formação de alunos da graduação – CENTRO UNIVERSITÁRIO CHRISTUS – FORTALEZA/CE.

Autores: MARIA CLÁUDIA DE FREITAS LIMA, MARIA ELISABETH SOUSA AMARAL, RENATA MOTA RODRIGUES BITU SOUSA, JOÃO PAULO VELOSO PERDIGÃO, PAULO GOBERLANIO DE BARROS SILVA, MARILIA LEITE DIAS, CLARISSA PESSOA FERNANDES FORTE, MARIO ROBERTO PONTES LISBOA

Introdução: O Curso de Odontologia - Centro Universitário Christus – Fortaleza alcançou a nota máxima de avaliação do MEC em 2017, e vem trilhando um caminho de inovações e busca permanente da excelência pautado nas orientações emanadas do seu Projeto Politico Pedagógico e do seu Planejamento Estratégico. Em 2017.2 sua coordenação ousou no desenvolvimento e implantação de um processo de Estratificação Pedagógica, na tentativa de antever  os riscos no processo de aprendizagem de seus alunos e com isso buscar construir um processo de ‘equidade pedagógica’, procurando aplicar o principio da equidade em saúde para o campo da formação acadêmica. É sabido que há alunos que caminham bem sem muito auxílio do professor, já outros precisam de mais atenção e de estratégias para desenvolver-se e alcançar seus objetivos.  Descrição da experiência: o processo de estratificação pedagógica tem como objetivos identificar os diferentes perfis de alunos que compõem o Curso de Odontologia; Oferecer atenção de forma diferenciada; Sistematizar acompanhamento quinzenal com uso de diferentes estratégias educacionais. Foi desenvolvido um questionário onde o próprio aluno foi convidado a se auto avaliar de forma livre.  Do total de 458 alunos em atividades, 410 responderam ao mesmo, após uma sensibilização e discussão sobre sua importância e aplicação e de um pré-teste para ajustes do instrumento. Ficou claro para os alunos que este instrumento é de apoio ao aluno, e que o seu resultado não viria a interferir na sua avaliação. O questionário foi desenvolvido a partir dos 4 pilares da educação para o século XXI, partindo de cinco parâmetros de avaliação: POSTURA ÉTICA  (aprender a conviver), ROTINA DE ATIVIDADES – ESTÁGIO  NA CLÍNICA – PRÁTICA NO TERRITÓRIO E NA  ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAUDE (aprender a ser), DISCIPLINA DE ESTUDO (aprender a conhecer), DESENVOLVIMENTO DA AUTONOMIA (aprender a ser) e AMADURECIMENTO ACADEMICO (aprender a fazer). Cada parâmetro contem cinco perguntas. Os alunos foram distribuídos em grupos de até 10 e passaram a ser acompanhados por um único professor que apoia de forma diferenciada os alunos com maior fragilidade, sem descuidar dos demais. Através da estratificação e do acompanhamento docente, a missão do curso é a de levar os alunos classificados como “vermelhos” e “amarelos” para a busca de um aprimoramento em suas maiores dificuldades e estimular os alunos “verdes” para a manutenção dessa situação. Resultados: O preenchimento do questionário possibilitou identificar quais alunos e que fragilidades apresentam no seu processo de aprendizagem. Foi evidente o grau de satisfação dos alunos e professores manifestados de diferentes formas. Percebe-se claramente a formação de vínculo professor-aluno, maior grau de confiança e abertura para colocar-se e receber apoio. Os professores passaram a investir mais na utilização de metodologias ativas e outros recursos no acompanhamento aos alunos. Considerações Finais: essa estratégia é hoje a grande aposta do curso de Odontologia para alcançar a excelência pelo aporte justo e oportuno no desenvolvimento do potencial de seus alunos.

1158 RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE QUALIDADE DO ENSINO PARA A FORMAÇÃO DE ENFERMEIROS EMPODERADOS PROFISSIONALMENTE
Marcos Lima do Nascimento, Bárbara Juliana Carvalho Costa, Beatriz Graça de Araujo, Ester Alves de Oliveira, Lowisa Consentini Garcia, Paulo Philip de Abreu Gonzaga, Victor Nei Vasconcelos Monteiro, Iracema da Silva Nogueira

RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE QUALIDADE DO ENSINO PARA A FORMAÇÃO DE ENFERMEIROS EMPODERADOS PROFISSIONALMENTE

Autores: Marcos Lima do Nascimento, Bárbara Juliana Carvalho Costa, Beatriz Graça de Araujo, Ester Alves de Oliveira, Lowisa Consentini Garcia, Paulo Philip de Abreu Gonzaga, Victor Nei Vasconcelos Monteiro, Iracema da Silva Nogueira

Introdução: A enfermagem é uma profissão que exige conhecimentos técnicos, científicos, humanos e éticos, uma vez que cuidar do outro em sua integridade significa não apenas cuidar de necessidades fisiológicas, mas também de necessidades psicossociais e espirituais. Para isso, um ensino de qualidade se faz necessário para garantir uma assistência de enfermagem segura e livre de danos e riscos. Para a formação do enfermeiro é necessário a construção de um corpo de conhecimento baseado na cientificidade que irá nortear a prática profissional. Nessa perspectiva, a construção de tal conhecimento se faz durante a graduação, momento no qual, o acadêmico de enfermagem é um agente ativo do seu processo de ensino-aprendizagem e um agente de mudanças no Curso. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada a partir das discussões levantadas no III Encontro Amazonense dos Estudantes de Enfermagem. Metodologia: Trata-se de relato de experiência construído a partir da vivência no referido Encontro ocorrido na Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (ESA/UEA), nos dias 31 de agosto e 01 de setembro de 2017, com a temática “Do ensino de qualidade à formação de enfermeiros empoderados profissionalmente”. Resultados: O evento contou com a participação de acadêmicos de enfermagem de diferentes Instituições de Ensino Superior (IES), tanto públicas quanto privadas, que puderam discutir no evento as dificuldades encontradas nos Cursos de origem, os pontos positivos e as melhorias que deverão ocorrer para a qualificação do ensino da Enfermagem em suas instituições. Foram realizadas palestras, rodas de conversa e minicursos ministrados por enfermeiros docentes e assistenciais, que enfatizaram a importância da qualidade do ensino para a formação de enfermeiros empoderados profissionalmente para atuar nas áreas de assistência, pesquisa, gestão, docência/ensino e participação política, pois, uma educação que permite que os acadêmicos possam ter um pensamento crítico e reflexivo, poderá contribuir para mudanças. Ao final do evento foi elaborado uma Carta dos Estudantes de Enfermagem do Amazonas, dirigidas às entidades representativas da classe, onde foram pontuadas mudanças que poderiam ocorrer nos cursos de graduação para que o ensino das IES possa melhorar e garantir uma formação de excelência aos acadêmicos de enfermagem. A discussão de tal assunto por estudantes de enfermagem mostrou que a classe da Enfermagem pode evoluir cada vez mais e tornar a profissão mais empoderada garantindo uma atuação de qualidade nos diversos cenários de prática profissional. Além disso, discutiu-se a necessidade de representatividade política, haja vista que, no cenário atual, a participação da enfermagem ainda é tímida. Conclusão: A discussão acerca do ensino de enfermagem por acadêmicos de enfermagem contribuiu de maneira significativa para o processo de mudança e melhoria da formação profissional. Entende-se que as recomendações contidas na Carta elaborada pelos estudantes possa subsidiar a prática da Enfermagem nas mais diversas áreas em que atua, destacando que um evento organizado por estudantes para estudantes demonstra a preocupação dos mesmos com a sua formação, ante o avanço cientifico e tecnológico.