84: Encontros entre a formação e a diversidade nos territórios
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FCA 02 Sala 04 - Curimatã    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
2939 Intersetorialidade na promoção de ações educativas no processo de formação do médico: a parceria entre a educação e a saúde
Fatima Cristina Alves de Araujo, Alessandra Bento Veggi, Aline Bressan

Intersetorialidade na promoção de ações educativas no processo de formação do médico: a parceria entre a educação e a saúde

Autores: Fatima Cristina Alves de Araujo, Alessandra Bento Veggi, Aline Bressan

A Atenção Primária a Saúde (APS) é realizada por equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais assumem responsabilidade sanitária. Esta responsabilidade faz com que as equipes se aproximem de todos os recursos no território a fim de promover parcerias que possibilitem explorar a potencialidade destes recursos para a promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos. As ações no campo da APS devem ser garantidas a pessoas de qualquer idade, gênero, raça/cor, etnia, crença, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição socioeconômica, escolaridade, limitação física, intelectual, funcional e outras, sem qualquer tipo de discriminação. A Estratégia de Saúde da Família (ESF) é a estratégia prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica, e todas as suas unidades são consideradas potenciais espaços de educação, formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço, inovação e avaliação tecnológica para a rede de atenção à saúde. Atualmente, a atenção básica ocupa o centro do processo de formação médica, coordenado pela área de Medicina de Família e Comunidade, e que deve garantir a inserção do aluno na rede de serviços de saúde desde as séries iniciais da formação e ao longo de todo o curso proporcionando ao estudante a oportunidade de lidar com problemas reais assumindo responsabilidades crescentes. Seguindo este direcionamento o curso de Medicina da Universidade Estácio de Sá (UNESA), Campus João Uchoa tem no seu Projeto Pedagógico de Curso um eixo composto por disciplinas voltadas para a APS – Eixo Saúde da Família. Este eixo é composto por 8 disciplinas que acompanham todo o período pré-internato. A cada período há um foco específico em cada uma das disciplinas. A disciplina Saúde da Família 2 tem como foco educação em saúde e redução de vulnerabilidades. Trata-se de uma disciplina teórico prática, oferecida no segundo período do curso. O referencial teórico da disciplina é baseado no conceito de Educação Popular em Saúde, Pedagogia da Autonomia e vulnerabilidades a partir de políticas de saúde a grupos específicos. As atividades práticas buscam desenvolver ações de educação e promoção de saúde voltadas para diferentes grupos. As atividades de promoção da saúde legitimam a articulação entre setor sanitário e outros setores, proporcionando o rompimento com a fragmentação da abordagem do processo saúde-doença, suprimindo vulnerabilidade, riscos e danos que nele se produzem. Uma parceria extremamente potente para este fim se dá entre os setores da saúde e da educação. Frente a isso, a disciplina Saúde da Família 2 buscou promover esta articulação a partir da parceria entre a UNESA e uma escola municipal da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. A referida escola onde a ação foi desenvolvida situa-se na área adscrita da unidade da ESF responsável também pelo território onde localiza-se a universidade.  No segundo semestre do ano de 2017 ficou definido que as atividades práticas da disciplina seriam então realizadas em uma escola, com o desenvolvimento de ações de educação e promoção de saúde. Como já mencionado, o foco da disciplina Saúde da Família 2 é educação em saúde e redução de vulnerabilidades fazendo com que fosse aceito o desafio proposto pela escola: promover atividade educativa em saúde nas classes especiais. Partindo-se do compromisso de formar médicos com perfil esperado para os egressos do curso de Medicina a partir das diretrizes curriculares nacionais; dos objetivos da disciplina, e da APS foram traçadas estratégias que garantissem uma prática articulada com o referencial teórico da disciplina.  A escola possuía duas turmas especiais que contam com pessoas de diferentes faixas etárias (crianças, adolescentes e adultos) e diferentes tipos e graus de limitação. A escola solicitou que fossem abordados os temas: alimentação saudável e higiene pessoal. Por se tratar de um público tão distinto do que costuma ser alvo de ações educativas em saúde; tão distante do cotidiano dos acadêmicos, e tão vulneráveis, foi realizada uma visita de aproximação onde foi possível que os acadêmicos interagissem com os alunos e docentes das classes especiais. Para o próximo encontro os acadêmicos organizaram uma ação voltada para alimentação saudável através de estratégias lúdicas. Foram utilizados jogos, desenhos e pintura, além da oferta de frutas. No dia previsto para a atividade estava acontecendo na escola um evento envolvendo toda a comunidade escolar. Com isto, o tempo proposto para a atividade com a classe especial foi reduzido. Contudo, este contratempo possibilitou uma nova experiência aos estudantes. Eles tiveram que adaptar a metodologia para um novo público – crianças do primeiro ano do ensino fundamental da turma regular. Sendo assim, os futuros médicos tiveram chance de desenvolver ações de educação em saúde para dois públicos distintos. Durante toda a atividade os discentes estiveram sob supervisão das professoras da disciplina que puderam avaliar de maneira bem próxima todo o desenvolvimento da atividade e fazer as pontuações pertinentes. Com a realização da atividade foi possível perceber a apreensão do conteúdo teórico por parte dos acadêmicos que desenvolveram a atividade prática reconhecendo e valorizando o saber prévio dos indivíduos; buscando o aprendizado mútuo e não a transmissão de conhecimento, além de valorizar a autonomia de cada um daqueles estudantes. Foi apontado que diferente de querer ensinar, buscou-se uma relação que valorizasse o saber trazido pelos alunos, incluindo os da classe especial. Para facilitar ações deste tipo junto a estudantes de classe especiais os alunos identificaram a necessidade de adquirir novas habilidades, como o conhecimento de libras. A ação educativa na escola envolvendo alunos das classes especiais foi vista como uma possibilidade para o crescimento pessoal e profissional proporcionando um ganho emocional que não estará impresso no diploma, mas no caráter dos egressos do curso de medicina. Frente a todos os relatos identificamos que a estratégia de articulação entre saúde e educação contribuiu para a formação de médicos capazes de desenvolver ações de promoção da saúde de forma intersetorial, articulada às demais políticas e tecnologias desenvolvidas no sistema de saúde brasileiro, contribuindo para construção de ações que possibilitem responder às necessidades sociais em saúde; com o desenvolvimento de relação horizontal, compartilhada, respeitando as necessidades e desejos da pessoa sob cuidado, estimulando à inserção de ações de promoção e educação em saúde na atenção básica; apoiando à criatividade e à inovação, além de contribuir para a redução de vulnerabilidades.

1738 Abuso infanto-juvenil: a experiência de formação de multiplicadores para o desenvolvimento de ações de prevenção e combate
Fatima Cristina Alves de Araujo, Iris Nascimento de Souza, Amanda da Conceição Gonçalves

Abuso infanto-juvenil: a experiência de formação de multiplicadores para o desenvolvimento de ações de prevenção e combate

Autores: Fatima Cristina Alves de Araujo, Iris Nascimento de Souza, Amanda da Conceição Gonçalves

O abuso infanto-juvenil é um problema complexo, reconhecido internacionalmente como um sério problema de saúde pública, de direitos humanos, e também, legal e social. A cada ano milhares de crianças ao redor do mundo são vítimas de abuso físico, sexual, emocional/psicológico e negligência. As situações de abuso, na sua maior parte, acontecem na vida doméstica e privada, e faz com que seja difícil um levantamento preciso do número de casos. No Brasil, a Constituição Federal diz ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de coloca-las a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade, opressão. Para que isso aconteça faz-se necessário introduzir obstáculos ao abuso infanto-juvenil aumentando a possibilidade do autor do abuso ser descoberto, e reduzindo as consequências do abuso e a possibilidade do agressor encontrar desculpas para as suas ações. A fim de detectar, dar resposta quando ocorre e minimizar os impactos negativos das situações de abuso ao longo do tempo se faz necessário um enfoque multissetorial. Neste sentido, a articulação entre a educação e a saúde expressam a possibilidade de uma parceria frutífera. Tomando-se essa articulação – saúde e educação – como referência, em 2016 foi elaborado um projeto de extensão envolvendo os cursos de graduação oferecidos no Campus Realengo, do IFRJ. O projeto recebeu financiamento do Programa de Bolsas de Extensão do IFRJ para a sua realização. Além disso, contou com uma aluna bolsista e uma aluna voluntária. O objetivo do projeto denominado “Abuso infanto-juvenil: multiplicar para combater” era promover ações de conscientização para a prevenção e combate de situações de abuso contra crianças e adolescentes, através da formação de multiplicadores da temática. O projeto buscava promover a articulação entre ensino-pesquisa- extensão, visto que haveria grande chance de impacto na dinâmica social da comunidade, já que visava formar multiplicadores para desenvolvimento de ações de prevenção e combate ao abuso infanto-juvenil; envolveria o eixo Educação Permanente em Saúde que faz parte do Projeto Pedagógico de Curso dos três cursos de graduação oferecidos pelo campus, e que visa promoção e educação em saúde, além da aproximação do campo de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e, possibilitaria a produção de conhecimento a ser divulgado através de artigos científicos e apresentação de trabalhos em congresso. Outro ponto relevante do projeto seria a possibilidade de  estreitar parcerias com outros setores, para além do campo da saúde, reforçando o caráter intersetorial das ações de educação e promoção de saúde. O público alvo para as ações eram estudantes do segundo segmento do ensino fundamental. O projeto tinha como proposta desenvolver oficina de sensibilização a respeito do abuso infanto-juvenil, onde seriam realizadas atividades como dinâmicas de grupo, dramatização, roda de conversa para promover a sensibilização de toda a comunidade escolar a respeito dos abusos contra crianças e adolescentes; oficinas para capacitação dos multiplicadores a respeito da conscientização e combate ao abuso infanto-juvenil onde se realizariam atividades, baseadas e metodologias ativas de ensino aprendizagem, que possibilitassem que os estudantes, que fariam parte do grupo de multiplicadores, conhecessem os diversos tipos de abuso contra crianças e adolescentes e formas de prevenção e combate; construção das estratégias de atuação dos multiplicadores; atividade de intervenção voltada para a comunidade escolar e externa; avaliação da atividade por parte da comunidade escolar e externa; avaliação da experiência de ser multiplicador; avaliação da experiência da participação discente no projeto de extensão.  Contudo, foi necessário retardar o início do desenvolvimento das ações pois a mudança na gestão municipal fez com que o processo, já em andamento, para a concretização da parceria entre uma escola do município do Rio de Janeiro e o IFRJ fosse postergado, não permitindo que o projeto fosse desenvolvido no período de vigência da bolsa. Em fevereiro de 2017, foi firmada parceria com a Escola Municipal Amazor Vieira Borges, localizada no município de Nova Iguaçu – RJ. Frente a demora no início do projeto foi necessário ajustar o cronograma e as atividades propostas. Os encontros para a formação dos multiplicadores passaram a ser semanais, no contraturno das aulas regulares dos participantes. Para seleção dos estudantes participantes do projeto a oficina de sensibilização a respeito do abuso infanto-juvenil a ser oferecida para toda a comunidade escolar foi substituída pela participação ativa da coordenação pedagógica da escola que fez o convite a alguns estudantes. Cerca de 15 alunos aceitaram o convite, mas nem todos compareceram regularmente aos encontros. Foram totalizados 8 encontros, onde houve discussão sobre a temática do projeto e foram construídas estratégias para conscientização da comunidade escolar e público externo, já que a culminância do projeto aconteceria em uma atividade aberta a toda a comunidade. Nesta ação, os multiplicadores apresentariam a produção desenvolvida. A atividade de encerramento do projeto foi agendada para um sábado, a fim de facilitar a presença dos responsáveis e comunidade. Para o dia do evento foi feita uma parceria com um curso técnico de formação em saúde que disponibilizou atendimento para verificação de pressão arterial e glicemia como forma de atrair os adultos. Com a verba para financiamento do projeto foram contratadas atividades recreativas. Neste clima de festa os estudantes multiplicadores apresentaram suas produções (textos, cartazes, dramatização). Como forma de conhecer a avaliação da atividade por parte da comunidade escolar e externa foi afixado na porta da escola um cartaz com desenhos que expressavam alegria, tristeza e indiferença, sob a supervisão de um dos multiplicadores que orientava a todos que saiam a marcar o que acharam da atividade. A quase totalidade das avaliações foi positiva. Na semana posterior ao evento houve o encontro para a avaliação da experiência de ser multiplicador e entrega dos certificados de multiplicadores de ações de prevenção e combate ao abuso infanto-juvenil. Foi unanime a avaliação positiva da experiência. Muitos expressaram o desejo de que o projeto continuasse e que estavam usando o que foi aprendido no seu cotidiano. Chamou a atenção a mudança de comportamento de um estudante, que era considerado um “aluno problema” na escola. No decorrer do projeto ele foi um dos mais participativos. Este aluno relatou que apesar das “broncas” tinha gostado muito de participar do projeto e tinha interesse em continuar. Já as discentes que participaram do projeto avaliaram que o mesmo contribui para o crescimento como profissionais de saúde e como cidadãs, proporcionando amadurecimento e desenvolvimento de empatia por situações não tão próximas aos seus cotidianos. Devido ao corte das bolsas para projeto de extensão não foi possível dar continuidade ao projeto.

3799 Exibir, afirmar e resistir: sala temática sobre sexualidade no contexto da “cura gay”
Fabiana de Jesus Nascimento, Manoella Alves Carneiro Chagas, José Lanio Sousa Santos, Pedro Henrique Luz de Oliveira, Hivison Nogueira da Silva, Noêmia Fernanda Santos Fernandes, Adriano Maia dos Santos

Exibir, afirmar e resistir: sala temática sobre sexualidade no contexto da “cura gay”

Autores: Fabiana de Jesus Nascimento, Manoella Alves Carneiro Chagas, José Lanio Sousa Santos, Pedro Henrique Luz de Oliveira, Hivison Nogueira da Silva, Noêmia Fernanda Santos Fernandes, Adriano Maia dos Santos

Apresentação: Esta experiência é parte de um projeto de extensão que visa debater questões sobre enfrentamento à violência contra a mulher, ao sexismo e à LGBTTIfobia. Os estudantes envolvidos no projeto de extensão realizaram uma “Sala Temática”, especificamente para debater questões de gênero e orientação sexual, no bojo do debate sobre a “cura gay”. A Sala Temática foi realizada em dois momentos: na “Semana de Ciências e Tecnologia”, dias 26 e 27/10/2017, e no “Simpósio de Saúde Coletiva: Caminhos da pesquisa no interior do Brasil”, dias 10 e 11/11/2017, na Universidade Federal da Bahia. A escolha destes eventos deveu-se a oportunidade de exibir uma temática complexa em momentos “não convencionais” para públicos diversificados e com opiniões divergentes. Desenvolvimento do trabalho: A sala temática pode ser acessada e explorada livremente (em pequenos grupos) e teve a participação de, aproximadamente, cinquenta pessoas (profissionais de saúde, graduandos, técnicos e docentes). A sala temática foi organizada num único espaço que, por sua vez, foi subdividido em microespaços (sem divisórias) que exibiam simultaneamente: a) ensaio fotográfico sobre o processo de reversão sexual; b) exposição de roupas e calçados e provocações acerca do binarismo de gênero imposto nos modos de apresentação de si e dos seus corpos; c) cartazes de filmes com foco em representações plurais de gênero; d) exposição de fotos com artistas em imagens dissidentes da norma heterossexual; e) convite para que os convidados olhassem sua própria imagem através de um espelho trincado; f) caixa coberta por tecido preto na qual cada participante poderia levantar e “bisbilhotar” (continha imagens e frases reflexivas sobre a sexualidade humana); g) projeção de documentário (opiniões de pessoas sobre sexualidade); h) no centro da sala havia um túnel coberto pela bandeira do movimento LGBT, com exposição de imagens de pessoas famosas (grande mídia) que se autodeclaram e militam contra a discriminação, além de recortes com notícias verídicas sobre violência por questões de gênero e orientação sexual; i) um/a estudante apresentou-se como dragqueen; j) ao final de cada sessão, os participantes relatavam a experiência numa roda de conversa. Resultados e/ou impactos: Os participantes foram estimulados/instigados e puderam ressignificar processos pessoais e reterritorializar a patologização das sexualidades. A sala deu visibilidade a uma temática que está oculta no currículo e negligenciada na política pedagógica da Universidade. A sala temática colocou na pauta acadêmica a necessidade de territórios de exibição, de afirmação e resistência. Considerações finais: A formação universitária de futuros profissionais de saúde alicerçada nos modos heteronormativos limita as diferentes expressões de sexualidade. Tal apagamento da diversidade contribui para que estudantes que divergem deste padrão, imposto aos seus corpos sexuados dissidentes, sejam postos numa posição abjetificada e, muitas vezes, marginal. Deste modo, as diversas atividades do projeto de extensão, inclusive, a sala temática, têm sido uma oportunidade de afirmação de identidades e resistência dentro da universidade e contribui para a construção de sujeitos implicados que pensam a comunidade e ampliam os modos de cuidar de si e de outros, transpondo, assim, o modelo biomédico intervencionista hegemônico.

3856 “AINDA SINTO SEU PRECONCEITO”: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS DE MEDICINA EM UMA AÇÃO DE EXTENSÃO NO INTERIOR DA AMAZÔNIA
ALANA FERREIRA DE ANDRADE, GABRIELLY DA SILVA COSTA, SIMONE AGUIAR DA SILVA FIGUEIRA, DAVID SANCHES FIGUEIREDO VIANA, GUALTER FERREIRA DE ANDRADE JÚNIOR

“AINDA SINTO SEU PRECONCEITO”: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS DE MEDICINA EM UMA AÇÃO DE EXTENSÃO NO INTERIOR DA AMAZÔNIA

Autores: ALANA FERREIRA DE ANDRADE, GABRIELLY DA SILVA COSTA, SIMONE AGUIAR DA SILVA FIGUEIRA, DAVID SANCHES FIGUEIREDO VIANA, GUALTER FERREIRA DE ANDRADE JÚNIOR

APRESENTAÇÃO: Os humanos são seres dotados de sentimentos e da necessidade de demonstrar isso por meio de gestos que lhes conferem conforto e bem-estar. Dessa forma percebe-se a real e clara importância de demonstrações de afeto por meio de abraços, por exemplo. Nesse contexto, o movimento Free Hugs começou em 2001, em Sidney, Austrália quando um rapaz conhecido como Juan Mann estava passando por problemas pessoais e familiares e, então, decidiu caminhar sozinho pelas ruas carregando um cartaz de papelão nas mãos com a mensagem “Free Hugs” (“Abraços Grátis”, em português) com o objetivo de oferecer abraços a desconhecidos. Essa iniciativa individual se transformou em um vídeo que, ao ser publicado no meio virtual, recebeu milhares de acessos. Assim, o “Free Hugs” difundiu-se e transformou-se em um movimento em escala global na medida em que milhares de pessoas passaram a acessar os vídeos. Diante desse cenário, a IFMSA Brazil, uma organização vinculada à International Federation of Medical Students’ Associations que, por sua vez, é considerada uma das maiores associações estudantis do mundo, também aderiu a essa febre mundial e passou a realizar campanhas de “Abraços Grátis” por todo o Brasil. O objetivo desse movimento é fazer com que as pessoas abraçadas se sintam melhor, já que o ato de abraçar pode diminuir a pressão sanguínea, o batimento cardíaco e o nível de hormônios do estresse. No entanto, dentro da IFMSA Brazil, o movimento passou a ter novas roupagens, e os abraços grátis passaram a ser vinculados a causas sociais. Assim, o comitê local IFMSA Brazil UEPA Santarém promoveu uma campanha intitulada de “Free Hugs: Ainda Sinto Seu Preconceito” para chamar atenção da sociedade para problemas enraizados na nossa cultura, como racismo, machismo e bullying. O abraço, nesse caso, serve para confrontar tais problemas. Objetivamos, com este trabalho, relatar a experiência de acadêmicos de medicina em uma ação de extensão que confrontou ideias preconceituosas por meio de cartazes contendo frases de impacto. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um relato de experiência sobre o projeto “Free Hugs: Ainda Sinto Seu Preconceito” promovido pela IFMSA Brazil UEPA Santarém em março de 2017 que aconteceu na orla fluvial do município de Santarém-PA, que é um local de grande fluxo de pessoas que buscam lazer ou prática de atividade física. O projeto foi realizado, basicamente, em um único dia, no qual foram feitos os cartazes e ocorreram os abraços grátis. Primeiramente, foram selecionados entre os coordenadores os temas que seriam abordados nos cartazes, sendo todos de igual relevância e com a intenção de provocar uma reflexão nas pessoas que participassem. As frases escolhidas por meio de votação foram: “já sofri abuso sexual”, “sou gay”, “sou ex-presidiário” e “sou HIV+”; todos acompanhados da pergunta “Você me abraça?”. No dia da ação, cada voluntário foi designado para sua respectiva função. Quatro deles ficaram responsáveis por segurar os cartazes, cada qual em um ponto diferente da orla. Os demais voluntários foram divididos em dois grupos: um era responsável por abordar os transeuntes que abraçaram ou não a pessoa com o cartaz, com o objetivo de fazer perguntas acerca do motivo pelo qual elas aceitaram ou não o abraço grátis; o outro agiu como incentivador da ação, abraçando esporadicamente os colegas que estavam com os cartazes, para que outras pessoas se sentissem motivadas também a repetir o ato. Após a ação, os voluntários se reuniram e expuseram suas impressões e sentimentos em relação ao que vivenciaram durante a realização do projeto. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Diante da experiência, a grande maioria dos acadêmicos afirmou que a presente ação fez com que fosse possível adquirir maior empatia por pessoas em diferentes realidades e perceber o preconceito sentido por quem se encaixa nas características abordadas pelos cartazes. A acadêmica que ficou responsável pelo cartaz sobre o abuso sexual, por exemplo, observou que muitas mulheres a abraçavam e falavam palavras de apoio e conforto, já que é sabido que os índices de violência sexual contra as mulheres são bastante altos e isso gera um sentimento de sororidade, ou seja, união e aliança entre mulheres, baseado na empatia e companheirismo; no entanto, houve também pessoas que passaram por ela e sussurraram palavras grosseiras ou de reprovação por estar declarando em público que já sofrera abuso. Outro relato bem marcante foi do voluntário com o cartaz que dizia “sou gay”. Mesmo que muitos o tenham abraçado, mostrando que a homofobia é um sentimento a ser erradicado da sociedade, alguns também chegaram a orar sobre sua cabeça como em atitude de reprovação, aconselhando-o a buscar alguma ajuda. Contudo, o número de pessoas que abraçaram foi muito maior ao de quem ignorou as placas ou referiu algum comentário maldoso. Com isso, observamos que a discriminação cada vez mais vem dando lugar ao respeito e à igualdade, mesmo que o preconceito ainda esteja longe de ser totalmente eliminado. A solidariedade se fez presente em muitos momentos da campanha nos quais as pessoas se colocavam no lugar da outra, para entender a sua realidade sem julgamento, com a finalidade de compartilhar sentimentos. Esse altruísmo mostrou que, apesar das atitudes contrárias a ele, o ser humano ainda o pratica e que ações como essa, acerca do incentivo à prática altruísta no dia a dia, são válidas para a construção de uma sociedade pautada nos princípios da equidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Levando-se em conta que os abraços dão-se pela interação imediata entre duas pessoas, o ato de abraçar abrange sentidos sociais que vão das conotações políticas aos significados ligados à vida sexual. No caso do “Free Hugs: Ainda Sinto Seu Preconceito”, o indivíduo surpreendido com uma proposta de abraço acompanhada de uma situação de conflito social é quem permite haver ou não interação. E era justamente a permissão desse abraço que demonstrava a libertação do sujeito de seus preconceitos e estigmas sociais. Observou-se que, em geral, as pessoas eram pegas de surpresa pela proposta inusitada, já que não é comum encontrar pessoas segurando cartazes pedindo um abraço ou fazendo afirmações pessoais. Assim, entre indiferença, receio e reações de entusiasmo pelo encontro, os abraços eram trocados e, após cada abraço, as pessoas tinham, apesar do estranhamento, um sorriso no rosto e uma possível nova imagem acerca daqueles que muitas vezes passam por inúmeras formas de discriminação. Quanto aos voluntários que se dispuseram a participar da ação, coube a eles incorporar cada personagem, permitindo-se viver aquela experiência como se realmente fosse uma realidade sua. A metodologia da ação possibilitou não só uma visão pessoal de como é ser identificado por uma patologia ou condição social, mas também de como a sociedade responde a essas situações sociais que geram preconceito. Conclui-se, então, que o projeto teve extrema importância como meio de promover a conscientização e a reflexão sobre as práticas preconceituosas que, infelizmente, ainda são bastante frequentes na sociedade.

4023 Vivência com Idosos em Projeto de Extensão Durante a Graduação
Alinne da Rocha Torres, Rizioléia Marina Pinheiro Pina

Vivência com Idosos em Projeto de Extensão Durante a Graduação

Autores: Alinne da Rocha Torres, Rizioléia Marina Pinheiro Pina

INTRODUÇÃO: A vivência com idosos possibilita experiências que nenhuma outra faixa etária seria capaz de fornecer, pois apresentam uma visão da vida diferenciada e com maturidade. Tratando-se sobre seus aspectos psicossociais, são capazes de relacionar as vivências que tiveram ao longo da vida a conselhos que podem ser transmitidos aos mais jovens. No tocante à saúde, a maioria dos idosos residentes em um bairro da zona centro-sul de Manaus, possuem doenças como hipertensão, diabetes e problemas cardiovasculares. Por conseguinte, necessitam de uso contínuo de medicamentos e precisam de um olhar diferenciado pelos profissionais da saúde. Além disso, seus familiares precisam entender que a atenção destinada a essa população precisa ser dada de forma integral. O transcorrer do tempo traz limitações físicas por conta da qualidade de vida que é afetada e nem todos os idosos possuem acompanhamento e incentivo para envelhecer saudavelmente. OBJETIVO: Relatar a experiência vivida enquanto realizava-se o Programa Atividade Curricular de Extensão (PACE): Cuidado Integral ao Cuidador do Idoso, durante o ano de 2017, no período de junho até setembro. Com sede no PROASI (Programa de Atenção à Saúde do Idoso), zona centro-sul de Manaus, Amazonas. As atividades realizaram-se com os idosos cadastrados no PROASI, por meio de visitas a domicílio. Através dessas atividades, foram percebidos as dificuldades, desafios e aspectos positivos para aqueles que vivem a terceira idade naquele espaço.  METODOLOGIA: A experiência consistiu em visitar os idosos cadastrados do PROASI e realizar o Teste de Berg. Esse teste compõe-se de alguns movimentos que os idosos devem por em prática de acordo com sua capacidade, por exemplo: girar devagar (fazendo 360 graus), pegar um objeto do chão, apoiar-se em uma só perna, mudar de uma cadeira com descanso para uma sem descanso. Dessa forma, era possível observar aspectos como equilíbrio, postura, habilidade, agilidade e se usava a mão para se apoiar. Ao efetuar essas atividades, os resultados eram anotados, certo número de pontos era atribuido e se ao final, a soma dos pontos do idoso fosse inferior a 50, ele responderia a um questionário a respeito da sua qualidade de vida, pois alguns idosos, apesar de apresentarem algumas limitações, consideram boa sua qualidade de vida. Durante a aplicação do teste, a conversa a respeito do cotidiano do idoso era analisada, como também a relação familiar entre o idoso e outros moradores da casa, geralmente parentes ou cuidador. Além disso, também foram feitas no PROASI rodas de conversa com alguns idosos, a respeito do cuidado com a glicemia, dentre outros assuntos. RESULTADOS: Através da união dos resultados do Teste de Berg e observação, os acadêmicos do PACE puderam classificar os idosos em três grupos principais: Grupo 1: Alguns idosos executaram o teste perfeitamente, conseguiram realizar os movimentos e obter nota maior que 50, alcançando nota máxima. O grupo do PACE ficou surpreso ao perceber que o estilo de vida desses idosos era com práticas regulares de exercícios, boa nutrição e alguns ainda trabalhavam. São idosos ativos e alegres. Desfazendo o estereótipo que todo idoso tem muitos problemas de saúde, usam bengala e apresentam estresse.Grupo 2: Houve também idosos que tiravam superior ou inferior, mas ainda próximo de 50 pontos. Em maioria, eram idosos com alguns problemas de saúde, sem prática regular de exercícios, demonstraram limitações.  Muitos destes moravam sozinhos ou passavam a maior parte do tempo assim, não saiam muito de casa e a visita de parentes era pouco frequente. Outra, minoria, morava com algum parente, não é o que podemos chamar de solitários, entretanto, seus problemas de saúde os impediam de ser mais independentes e não conseguir realizar alguns movimentos do teste.Grupo 3: Idosos com pontuação abaixo e não próxima de 50. No geral, idosos dependentes de parente ou cuidador, tinham problemas mais sérios de saúde, não podendo realizar muitos exercícios físicos.Já através das rodas de conversas os idosos foram instruídos com palavras de fácil compreensão, obtendo mais informações de como se faz o teste glicêmico, valores considerados normais e problemas que o excesso de açúcar no sangue pode acarretar. Foi perceptível o quanto a roda de conversa foi esclarecedora, os idosos tiraram dúvidas e discutiram sobre o assunto. Os voluntários do projeto de extensão que acreditavam somente transmitir conhecimento equivocaram-se, pois a experiência trouxe muito aprendizado. Contribuiu para o conhecimento acadêmico dos participantes, de como lidar com o idoso, as formas de observar a realidade deles, a importância de um cuidado baseado na atenção, o papel da família e cuidadores para promover e incentivar uma boa qualidade de vida para os idosos, além do processo de ensino-aprendizagem com os mesmos. Nas visitas domiciliares, algumas dificuldades foram enfrentadas, como: o idoso não querer receber os integrantes do PACE e no início dos testes, a desconfiança por parte deles em falar com os alunos e fazer as atividades. Apesar dos contra-tempos, muitos idosos os receberam e foi possível coletar dados. Também houve contato com idosos que não puderam participar das atividades por estarem muito debilitados, com dores, e alguns são tão caseiros que não demonstraram vontade de ir ao médico.  CONCLUSÃO: A experiência adquirida durante a participação nesse projeto de intervenção promoveu reflexão sobre o processo de envelhecer, suas implicações na saúde do individuo, família e sociedade. Favoreceu aos acadêmicos de enfermagem participantes da Atividade Curricular de Extensão maior contato com a população idosa, aproximação com a realidade vivenciada pela comunidade, o despertar para um olhar atento aos cuidados direcionados aos idosos, bem como a importância de ofertar aos idosos atividades de educação em saúde relacionadas as práticas de autocuidado, bem como aos cuidadores e família dos idosos. Os acadêmicos tiveram a oportunidade de compartilhar e trocar conhecimentos com a comunidade a partir de uma linguagem de fácil compreensão, conhecer as perspectivas dos idosos no tocante à sua saúde, qualidade de vida, desafios que surgem com a idade e sua relação com familiares. Nesse sentido é necessário que profissionais de saúde, sociedade, Instituições de Ensino Superior e entidades governamentais estejam envolvidas e comprometidas com o processo de envelhecer da sociedade a fim de possibilitar uma melhor qualidade de vida nessa fase, além de favorecer aos discentes a aproximação com essa população, a fim de estimular o melhor atendimento destinado à terceira idade. 

4036 PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA E CUIDADO DA ASMA: A EXTENSÃO COMO VEÍCULO DIFERENCIAL NO APRENDIZADO
Ana Carolina Queiroz Cândido da Silva, Luciana Costa Pinto da Silva, Lucas Edwardo de Souza e Silva, Mylla Christie de Oliveira Paschoalino, Elyson Enrique Campos de Moraes, Izaías Gomes da Silva Junior

PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA E CUIDADO DA ASMA: A EXTENSÃO COMO VEÍCULO DIFERENCIAL NO APRENDIZADO

Autores: Ana Carolina Queiroz Cândido da Silva, Luciana Costa Pinto da Silva, Lucas Edwardo de Souza e Silva, Mylla Christie de Oliveira Paschoalino, Elyson Enrique Campos de Moraes, Izaías Gomes da Silva Junior

Apresentação e objetivo: O Programa de Assistência e Cuidado da Asma (PACA) é um programa de extensão da Universidade Federal do Amazonas, que assiste pacientes no Ambulatório Araújo Lima desde 2003. Através dele os alunos da instituição aprofundam seus conhecimentos em pneumologia e principalmente acerca da asma, conduzindo o atendimento de mais de 1500 pacientes cadastrados no programa, com idades entre cinco e noventa anos. Descrição da experiência: O atendimento ambulatorial dos pacientes asmáticos acontece semanalmente, às quintas-feiras pela manhã, com equipe composta pelos discentes participantes do programa e médicos residentes de clínica médica e de pediatria, todos sob a supervisão da médica pneumologista Maria do Socorro, responsável pelo programa. Os pacientes possuem cadastro no PACA e a cada três meses retornam para acompanhamento, onde seus prontuários são disponibilizados e permitem análise de todo seu registro médico dentro do programa. Para a consulta, há uma ficha de atendimento especializada que orienta e estrutura de forma direcionada a anamnese e o exame físico, agilizando e padronizando o processo. Ao final, o caso é repassado à médica orientadora, discutindo seus aspectos clínicos e definindo a conduta, de forma que o estudante faça parte do raciocínio. Além disso, quinzenalmente os membros do programa reúnem-se acompanhados de sua orientadora, com intuito de ministrar palestras acerca de fisiologia, clínica, diagnóstico, terapia e atualizações relacionadas à asma. Discute-se, ao fim da reunião, a importância do domínio teórico e prático dos assuntos ao abordar os pacientes que frequentam o ambulatório, além de existir espaço para dividir situações vivenciadas durante a semana no programa e esclarecer possíveis dúvidas. Por fim, ao final de cada mês, os pacientes são convidados a participar da reunião periódica organizada por membros do PACA, em que são discutidos temas de interesse aos pacientes e seus familiares. Abordam-se as medidas não-farmacológicas para controle da doença, o manejo da crise asmática e as dúvidas gerais dos pacientes sobre a asma e seu tratamento. Para tal, procura-se utilizar métodos didáticos e de fácil compreensão para cumprir o objetivo de informar os pacientes e contribuir para melhora de sua qualidade de vida. Resultados: O seguimento ambulatorial semanal dos pacientes perfaz parte importante do treinamento dos discentes de medicina, proporcionando o aprofundamento no estudo de determinadas áreas clínicas, a aproximação da prática médica e o desenvolvimento da independência profissional sem que, contudo, falte supervisão, uma vez que todos os casos atendidos são discutidos e a conduta é definida ou confirmada com os médicos da equipe. Considerações finais: Programas de extensão dentro da universidade apresentam-se com o objetivo de ampliar as fontes de aprendizado e de complementar a grade curricular. O PACA alcança esses quesitos ao permitir o desenvolvimento do raciocínio clínico e de conhecimentos que vão além da asma ou da pneumologia, abrangendo a interdisciplinaridade e a complexidade do paciente, em todos os aspectos da saúde física e emocional, visto que muitas vezes comorbidades ou fatores emocionais interferem no controle da doença.  

4169 PROPED-PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PEDIÁTRICA: AÇÕES EXTENCIONISTAS E VIVÊNCIAS EM PRÁTICA CLÍNICA FISIOTERAPÊUTICA
Michelle Alexandrina dos Santos Furtado, Ayrles Silva Gonçalves Barbosa Mendonça

PROPED-PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PEDIÁTRICA: AÇÕES EXTENCIONISTAS E VIVÊNCIAS EM PRÁTICA CLÍNICA FISIOTERAPÊUTICA

Autores: Michelle Alexandrina dos Santos Furtado, Ayrles Silva Gonçalves Barbosa Mendonça

O desenvolvimento motor humano é considerado como um processo sequencial, contínuo e relacionado à idade cronológica, maturação cerebral, quadro patológico/clínico e fatores socioambientais. A literatura demonstra que a intervenção precoce e programada pode ser benéfica para prevenir, minimizar ou reabilitar o atraso no desenvolvimento motor, relacionados à quadros patológicos ou inespecíficos. Neste sentido, crianças com desenvolvimento motor atípico, ou que se apresentem com risco de atrasos, merecem atenção e ações específicas, já que os problemas de coordenação e controle do movimento poderão se prolongar até a fase adulta. A Fisioterapia, enquanto área da saúde, tem a responsabilidade de contribuir para a melhora no desenvolvimento infantil, especialmente quando relacionadas à evolução da motricidade. Dessa forma, o objetivo geral do presente trabalho foi descrever as ações do Projeto de Extensão “PROPED-Programa de Reabilitação Pediátrica”, o qual é vinculado à Universidade Federal do Amazonas e ocorre desde 2013. O PROPED visa promover programas de reabilitação pediátricos, direcionados para cada paciente e quadro patológico/deficiência, objetivando a melhoria das condições físicas, desenvolvimento motor, funcionalidade, alcance dos marcos motores e melhora da qualidade de vida. Sem esquecer das orientações dadas aos familiares e/ou cuidadores, os quais possuem um importante papel na terapia da criança, pois, quando presentes, os fazem parte integrante nas atividades do dia-a-dia, levando à redução no estresse e ansiedade, favorecendo o desempenho das habilidades funcionais e o aumento do nível de independência das crianças em relação ao cuidador. Para tanto, os discentes, colaboradores e os coordenadores do projeto realizaram atendimento de fisioterapia pediátrica, desde sua criação, em mais de 200 crianças, realizando também orientações aos pais e/ou cuidadores, discussão dos casos clínicos e adaptação do ambiente à ludicidade pediátrica. As patologias tratadas mais prevalentes foram a paralisia cerebral espástica e atáxica, porém fizeram parte do repertório de atendimento também, a mielomenigocele, síndrome de West, hidrocefalia, síndrome de moebis, torcicolo postural, pé torto congênito, atrasos motores “inespecíficos”, paralisia do plexo braquial, luxação congênita de quadril, displasia de quadril e síndrome de Down. Desse modo, as ações do referido projeto alcançaram os objetivos propostos, tendo em vista que atingiram cerca de 470 pessoas (entre acadêmicos de fisioterapia, fisioterapeutas, pacientes e cuidadores), fornecendo não só atendimento de qualidade, mas também garantindo informações acerca da patologia envolvida, orientações sobre o prognóstico patológico e encaminhamentos para médicos, psicólogos, nutricionistas, serviço social e ortesistas. Tal projeto propiciou ainda vivência prática aos  alunos envolvidos, uma vez que os mesmos, além de receberem treinamento especializado, puderam realizar condutas fisioterapêuticas, estabelecendo objetivos e métodos de tratamento, atuando na elaboração de cartilhas de orientação, realizando avaliações e aplicação de escalas confiáveis e validadas e, principalmente, enfrentando o desafio da experiência pediátrica, em que há a exigência de atuação lúdica atrelada aos complexos conceitos, técnicas, métodos e protocolos fisioterápicos.

4361 Programa de Integração academia serviço e comunidade (PIASC) como um modelo Inovador pedagógico
Ida Oliveira de Almeida, Jéssica Oliveira de Almeida, Sandra Simone Queiroz de Morais Pacheco

Programa de Integração academia serviço e comunidade (PIASC) como um modelo Inovador pedagógico

Autores: Ida Oliveira de Almeida, Jéssica Oliveira de Almeida, Sandra Simone Queiroz de Morais Pacheco

Trata-se de um relato de experiência sobre a implantação de um componente curricular, chamado Programa de Integração academia serviço e comunidade (PIASC) criado e implantado no ano de 2012 na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), alinhado aos cursos de medicina, enfermagem, nutrição, farmácia, fisioterapia e fonoaudiologia da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), durante o primeiro, segundo e terceiro semestre do curso de graduação. No primeiro semestre, existe o primeiro contato do discente com o campo de estudo, cujo objetivo é conhecer o território, no segundo semestre o discente levanta problemáticas observadas durante a vivência de campo e no terceiro semestre o discente tem a possiblidade de realizar intervenção no campo, com base no que foi apontado e estudado durante os semestres anteriores. O objetivo do Programa de Integração academia serviço e comunidade (PIASC) é a integração entre a academia, serviço de saúde público e comunidade. O componente curricular tem como local de prática Unidades de Saúde da Família localizado no município de Salvador-Bahia. A descrição da experiência demonstra o componente curricular como uma alternativa para superação dos modelos assistenciais em saúde de forma hegemônica, pois a área da saúde ainda é fortemente orientada por uma concepção pedagógica hospitalocêntrica que categoriza os adoecimentos por critérios biologicistas e que dissocia clínica e política, o que não é adequado para contribuir para o fortalecimento do SUS. Esse relato traz também uma síntese crítica das possibilidades e dos limites, desse componente curricular na teoria e prática, desde a academia até o campo.

4973 Vivência de discentes de medicina no Programa Atividade Curricular de Extensão - “Amigas da mamãe e do bebê: contribuindo na valorização das Doulas”
Thiago Mendonça Buetto, Maria Amanda Duarte Pinheiro, Luana Dias Batista

Vivência de discentes de medicina no Programa Atividade Curricular de Extensão - “Amigas da mamãe e do bebê: contribuindo na valorização das Doulas”

Autores: Thiago Mendonça Buetto, Maria Amanda Duarte Pinheiro, Luana Dias Batista

O Programa Atividade Curricular de Extensão (PACE) - “Amigas da mamãe e do bebê: contribuindo na valorização das Doulas” foi um projeto realizado por discentes de medicina da Universidade Federal do Amazonas com a finalidade de promover a obtenção de conhecimentos sobre Doulas e organizar um curso de capacitação de mulheres para exercerem esse papel. Este relato objetiva apresentar a vivência experienciada pelos discentes de medicina no PACE - “Amigas da mamãe e do bebê: contribuindo na valorização das Doulas” realizado na Maternidade Ana Braga da cidade de Manaus-AM. Descrição da experiência : A construção do conhecimento acerca de Doulas deu-se a partir de encontros semanais entre os discentes e a docente orientadora para estudo e discussão de temas relacionados, a fim de provocar a apropriação do entendimento sobre a importância do papel desempenhado por elas na assistência às parturientes. Entre os meses de julho e agosto de 2017 foi planejado e realizado pelos discentes juntamente com a Maternidade de Referência Ana Braga de Manaus o Curso de Doulas. O curso teve início dia 7 de agosto de 2017, com uma carga horária de 80 horas, no qual consistiu de 1 semana de aulas teóricas de período integral seguidas de 3 semanas de aulas práticas de meio período. As aulas do curso foram ministradas por profissionais de saúde da própria maternidade e profissionais convidados pela docente orientadora do PACE. Além disso, durante todo o curso houve a participação de Doulas que já atuavam na  Maternidade de Referência Ana Braga e os discentes fizeram um revezamento entre eles para que todos pudessem acompanhar e contribuir na formação das participantes durante todo o curso. A contribuição dos discentes no curso foi planejar e organizar todo o evento e executar metodologias lúdicas diárias durante toda a semana de aulas teóricas. Resultados: O PACE foi uma oportunidade aos discentes de aprender e estudar mais sobre o tema Doulas que até então é um conceito novo no Brasil. Permitiu que eles pudessem ter um momento a parte dos estudos da grade acadêmica da universidade para discutir e até trocar ideias sobre o comportamento dos profissionais de saúde frente às Doulas nos serviços de saúde. Ao final do curso de Doulas a equipe do PACE conseguiu atingir seus objetivos e teve aceitação e cooperação das participantes como o esperado. O mais importante foi ao final do curso os discentes terem escutado relatos das próprias participantes em agradecimento pelo curso e o retorno que o mesmo traria oportunidades e inovação em suas vidas profissionais. Considerações finais: O PACE—Amigas da mamãe e do bebê: contribuindo na valorização das Doulas juntamente como o curso de Doulas colaboraram na formação acadêmica dos discentes ao trazer reflexão e entendimento sobre a atuação das Doulas junto às gestantes. Ademais reforçou o conceito da importância do trabalho em equipe multiprofissional de saúde nos hospitais e a relevância  do reconhecimento dos mesmos à atuação do trabalho das Doulas na busca de partos humanizados às parturientes.   Palavras- chaves: Doulas, Ensino, Parto Humanizado

5052 CONSTRUINDO EXTENSÃO POPULAR EM TERRAS QUILOMBOLAS - RELATO DE EXPERIÊNCIA
Elder Jeferson da Silva, Margarete Costa Santos, Matheus Guirra Martins Ferreira, Thaís Fernanda Fernandes Amorim, Etna Kaliane Pereira da Silva

CONSTRUINDO EXTENSÃO POPULAR EM TERRAS QUILOMBOLAS - RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Elder Jeferson da Silva, Margarete Costa Santos, Matheus Guirra Martins Ferreira, Thaís Fernanda Fernandes Amorim, Etna Kaliane Pereira da Silva

Apresentação: A extensão é a principal maneira em que a universidade se relaciona/aproxima da comunidade, a extensão popular busca de forma conjunta a transformação social e construção de novos saberes. Destaca-se que o termo “popular” não caracteriza o desenvolvimento de atividades prioritariamente com as classes trabalhadoras e grupos marginalizados, mas sim pela forma como se constrói suas ações com os grupos, forma essa que baseia-se em métodos e preceitos éticos que visam a participação dos sujeitos do/no território e promoção de cidadania. Assumindo esse caráter popular, a extensão ressalta sua essência política e social, despindo-se da máscara histórica associada a ela dentro e fora da academia de um assistencialismo não emancipatório. Além de definir-se, também, como importante meio pedagógico para a formação de profissionais mais comprometidos com a sociedade. Nesta perspectiva, esse trabalho objetiva  relatar a experiência de extensão popular em comunidades quilombolas de Vitória da Conquista - Ba através do Estágio Nacional de Extensão em Comunidade (ENEC), que teve como proposta a sensibilização e aproximação da universidade com as realidades de tais territórios. Descrição da experiência: Frente a necessidade de ampliação das ações extensionistas na perspectiva da educação popular no Instituto Multidisciplinar em Saúde da Universidade Federal da Bahia (IMS/UFBA) e somado ao sucesso de experiências anteriores em outras regiões do Brasil, acadêmicos do IMS/UFBA apresentaram a proposta do ENEC para a Pró-reitoria de Extensão (PROEXT), com o objetivo principal de promover o contato dos estudantes da referida instituição, assim como de outras instituições de ensino superior do país, com as comunidades tradicionais da região,  a fim de contribuir através dessa vivência com a formação pessoal e profissional dos participantes. A proposta se desenhou na reprodução do estágio que já acontece há alguns anos em comunidades no estado da Paraíba organizado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). São 15 dias de experimentação de Educação Popular na sua forma mais autêntica, os estudantes imergem na rotina das famílias de comunidades populares e/ou tradicionais. Impacto da Experiência: O estágio de extensão em comunidades surpreendeu positivamente seus organizadores,  a iniciar pela ótima recepção da proposta no Conselho Territorial Quilombola e adesão de um número expressivo de comunidades, pelo apoio da universidade para sua realização e pelo grande número de inscrições de estudantes de todas as regiões brasileiras. As relações construídas entre os organizadores, os viventes e as famílias quilombolas promoveram a construção de novos conhecimentos, colocando em prática o que aprenderam com Paulo Freire sobre práxis pedagógica tornando a extensão acadêmica uma verdadeira extensão popular. Considerações Finais: A organização do ENEC possibilitou aos seus proponentes aprendizados únicos sobre os desafios da  extensão universitária e a necessidade de uma contínua ligação entre a universidade e a comunidade. As relações construídas durante as reuniões do Conselho Territorial Quilombola, nas visitas as comunidades e na formação dos viventes serviram de um pontapé inicial para realização de demais ações extensionistas  por  esse grupo, além de implicar em transformações na futura atuação profissional dos mesmos.

5247 Produzindo práticas assistências por meio de protocolos na região oeste de Santa Catarina: contribuições da extensão universitária
Denise Azambuja Zocche, Michelle Kuntz Durand, Michelle Kuntz Durand, Edlamar Katia Adamy, Michelle Kuntz Durand, Carine Vendruscolo, Edlamar Katia Adamy, Joice Comerlato, Michelle Kuntz Durand, Edlamar Katia Adamy, Carine Vendruscolo, Edlamar Katia Adamy, Joice Comerlato, Carine Vendruscolo, Carine Vendruscolo, Joice Comerlato, Joice Comerlato

Produzindo práticas assistências por meio de protocolos na região oeste de Santa Catarina: contribuições da extensão universitária

Autores: Denise Azambuja Zocche, Michelle Kuntz Durand, Michelle Kuntz Durand, Edlamar Katia Adamy, Michelle Kuntz Durand, Carine Vendruscolo, Edlamar Katia Adamy, Joice Comerlato, Michelle Kuntz Durand, Edlamar Katia Adamy, Carine Vendruscolo, Edlamar Katia Adamy, Joice Comerlato, Carine Vendruscolo, Carine Vendruscolo, Joice Comerlato, Joice Comerlato

Apresentação: A implementação das redes de atenção, é uma possibilidade concreta de construção da atenção integral à saúde, e tem nas Práticas Baseadas em Evidência (PBE), uma oportunidade de consolidar as boas práticas em saúde e enfermagem. Neste contexto as PBE, consolidam as melhores decisões a serem tomadas nos serviços de saúde com vistas a qualificar e atender as necessidades individuais e coletivas dos usuários do Sistema único de Saúde (SUS). Tais decisões são embasadas nas melhores evidências científicas, nas experiências dos profissionais de saúde, e pela necessidades de saúde dos usuários do SUS. Além disso, vem sendo incorporados pelos diferentes setores da saúde no Brasil, fortalecendo as Boas Práticas, que fundamentam-se em protocolos assistenciais e clínicos, a fim de incorporar conhecimento ao cotidiano da complexidade dos serviços de saúde, sem deixar de lado as singularidades dos usuários. Nesta direção, as universidades por meio de projetos de extensão com os serviço em saúde, podem contribuir nas atividades que fomentem o empoderamento dos trabalhadores e ainda contribuam no planejamento e realização de atividades de Educação Permanente em Saúde (EPS). A partir de ações educativas e reflexivas sobre o uso das evidências científicas no cotidiano do trabalho dos profissionais, podemos fortalecer os processos de EPS na Atenção Primária à Saúde (APS). Estas ações fortalecem os processos de implementação das Rede de Atenção à Saúde (RAS) nos municípios, que vem sofrendo mudanças constantes, seja por força de legislações normativas e regulatórias e, ainda por mudanças no perfil epidemiológico da população. Neste cenário, a implementação das RAS, exige por parte dos gestores e profissionais da saúde um processo de educação permanente a fim de dar conta das necessidades de saúde individuais e coletiva, da população em determinado território, município e região. Nessa perspectiva, acredita-se que os processos educativos, via educação permanente e educação continuada podem ser considerados como conteúdo naturalmente integrante nos três níveis da atenção à saúde (primaria, secundaria e terciaria), e que as Instituições de Ensino Superior (IES) via atividades de extensão e pesquisa podem contribuir efetivamente neste processo. No estado de Santa Catarina, as ações de educação permanente são fortalecidas pelas parcerias via Comissões de Integração Ensino Serviço (CIES), onde desde 2008 as propostas de aliar processos educativos para o desenvolvimento de boas práticas levam em consideração as lacunas na assistência na APS. Na região oeste de Santa Catarina tais ações são desenvolvidas em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Regional de Saúde do estado (SDR) e as IES da região e do município de Chapecó, no sentido de fomentar e fortalecer as RAS no contexto da atenção à saúde da mulher, criança e adolescente. A escolha por estas áreas justifica-se pelos indicadores de saúde desfavoráveis, mesmo com toda a indução via políticas públicas e programas de saúde ainda persistem agravos que tornam esta população uma prioridade nos serviços de saúde. Neste contexto, os protocolos assistenciais são instrumentos capazes de organizar a assistência e proporcionar ao usuário integralidade, universalidade e equidade no cuidado. Dessa forma, percebe-se que é de extrema importância que os profissionais saibam implementar e criar protocolos assistenciais, tendo em vista sua própria demanda de situações de saúde e doença da população que esse profissional atende. Desta forma, este estudo pretende descrever ações do programa de extensão: Fortalecendo redes de atenção no município de Chapecó, ação essa desenvolvida junto a gerencia da atenção básica do município, proporcionando e fortalecendo boas práticas em saúde, por meio de qualificação e formação em serviço de equipes multiprofissionais para a construção de protocolos assistenciais. Desenvolvimento do trabalho: relato de experiência, descritivo sobre a realização de três Oficinas Temáticas dirigidas aos profissionais de saúde, bem como a coordenadores de área da atenção à saúde da mulher e criança da região oeste catarinense, a fim de subsidiar os profissionais para a elaboração de protocolos assistenciais de atendimento ao recém nascido na visita domiciliar, no atendimento as usuárias que buscam métodos contraceptivos na rede. As oficinas iniciaram abordando a importância das práticas serem fundamentadas em evidência, e as formas de busca em base de dados de forma a promover um embasamento teórico e alicerçar o processo de trabalho à construtos científicos. Para isso, utilizou-se a confecção de mapas assistenciais indicando as trajetórias, os envolvidos e as metas para a construção de protocolos assistencias. Nas oficinas o grupo trabalhou na construção dos protocolos via Google Drive, onde os documentos e fluxos foram sendo construídos e revisados de forma coletiva, com apoio de docentes e monitores do projeto de extensão. A partir disso esses profissionais elaboraram seus próprios protocolos referentes a rede de atenção à saúde materno infantil do município. Resultados e/ou impactos: Ao conceituarmos o protocolo como um instrumento construído coletivamente com fins de ser referencial aos profissionais de saúde no exercício de suas atividades regulamentadas de acordo com suas atribuições, reorganizando o processo de trabalho sem prejudicar a assistência. Dessa forma, foi possível observar que os profissionais utilizaram o espaço da oficina para rever as suas práticas profissionais, visto que os mesmos demostraram interesse em consolidar e fundamentar suas atividades, com mais embasamento científico. A partir das oficinas, propiciou-se um espaço de compartilhamento e escuta do cotidiano das RAS, onde foram confrontadas as questões administrativas, sociais, financeiras, ético-legais do exercício profissional e suas implicações para a efetiva implantação de protocolos assistenciais. É possível notar que as oficinas de qualificação surtiram efeito quando percebe-se a quantidade de acessos aos documentos elaborados de forma coletiva no Google Drive. Considerações Finais: Os protocolos são importantes instrumentos que operam na regulação da qualidade da assistência bem como na garantia de práticas de saúde seguras, promovendo a saúde e qualidade de vida da população assistida, exigindo-se, contudo, a oportunidade de espaços e qualificação técnica para a realização dos procedimentos postulados nestes documentos. Muitas vezes os profissionais apresentam dificuldades em adaptar protocolos ou incorporar práticas assistenciais, sem levar em consideração as ações vividas no seu cotidiano. Com a criação de protocolos de forma coletiva e contextualizada, percebe-se a importância do planejamento para sua elaboração e implantação nos serviços de saúde. Com isso, as fragilidades passam a ser superadas, visto que estes possibilitam a organização e sistematização do processo de trabalho, bem como um atendimento igualitário, sem preferências, integral e com a conduta mais adequada para cada usuário do sistema.  

5429 RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM PROJETO DE EXTENSÃO COM OS IDOSOS NO MUNICÍPIO DE COARI, AMAZONAS
Ana Karolina de Oliveira Gonçalves, Dayvylan Araújo Reis, Silvia Camargo Caroline Soares, Tatiana Caroline Lima Lobato, Jayne de Souza Dantas, Sara Maria Rodrigues Barbosa

RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM PROJETO DE EXTENSÃO COM OS IDOSOS NO MUNICÍPIO DE COARI, AMAZONAS

Autores: Ana Karolina de Oliveira Gonçalves, Dayvylan Araújo Reis, Silvia Camargo Caroline Soares, Tatiana Caroline Lima Lobato, Jayne de Souza Dantas, Sara Maria Rodrigues Barbosa

Apresentação: O envelhecimento populacional vem crescendo muito nos últimos anos, principalmente no Brasil, os idosos representam 10% da população geral. Estima-se que no ano de 2025, o Brasil será o sexto país em números absolutos, alcançando, assim, cerca de 30 milhões de habitantes. Essa expansão populacional resultará numa demanda crescente por atenção à saúde em decorrência do aumento das taxas de incidência das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) na população envelhecida. O estudo objetiva relatar a experiência do projeto de extensão intitulado “Ações educativas e preventivas sobre Doenças Crônicas Não Transmissíveis com os idosos do Centro de Convivência do município de Coari, Amazonas”. Desenvolvimento do trabalho: As ações do projeto foram desenvolvidas durante quatro meses no ano de 2017, no Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Centro de Convivência do Idoso no município de Coari. Os integrantes do projeto receberam um treinamento dos coordenadores para as ações educativas e preventivas aos idosos, com reuniões semanais. As atividades educativas realizadas pelos alunos foram através de temas sugeridos pelos idosos, como: Hipertensão Arterial Sistêmico, Diabetes Mellitus e Tabagismo. Os temas apresentados foram de forma expositiva e participativa do público alvo, com duração de 20 minutos cada atividade e ao final de cada atividade era premiado ao participante que conseguia responder a pergunta do assunto abordado. Os recursos utilizados foram cartazes, dinâmicas e dramatização para compreensão dos temas abordados. Resultados: Oportunizou aos participantes do projeto o conhecimento e a compreensão na prevenção e controle da DCNT desenvolvida através das atividades proposta, levando em consideração a sua interação e participação. Enquanto aos acadêmicos de enfermagem possibilitou uma experiência significativa, sinalizando um cenário em questão é muito importante para os componentes que busca ampliar seus conhecimentos na área da saúde do idoso. Considerações finais: Acreditamos que objetivo do projeto foi alcançado, representando uma enriquecedora vivência aos acadêmicos de enfermagem. A interação com a população idosa, possibilitaram aos componentes grande valor prático, principalmente quanto as atividades realizadas a respeito à conscientização de como prevenir e manter a sua autonomia.

2941 PROMOÇÃO DA SAÚDE PELA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: RELATO DA EXPERIÊNCIA EM UM LAR DE IDOSOS NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM, PA
Alana Ferreira de Andrade, David Sanches Figueiredo Viana, Miguel Rebouças de Sousa, Maristella Rodrigues Nery da Rocha, Simone Aguiar da Silva Figueira

PROMOÇÃO DA SAÚDE PELA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: RELATO DA EXPERIÊNCIA EM UM LAR DE IDOSOS NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM, PA

Autores: Alana Ferreira de Andrade, David Sanches Figueiredo Viana, Miguel Rebouças de Sousa, Maristella Rodrigues Nery da Rocha, Simone Aguiar da Silva Figueira

APRESENTAÇÃO: O envelhecimento acarreta muitas mudanças físicas, como o aumento do tecido adiposo, por exemplo, e também psicológicas que influenciam diretamente no bem-estar e na saúde mental do indivíduo. Algumas mudanças físicas, aliadas aos hábitos durante toda a vida, tornam o idoso mais propenso a certas morbidades como hipertensão e diabetes, que por sua vez contribuem com o aparecimento de transtornos psiquiátricos. Diante desse panorama, as instituições de longa permanência surgem para prestar assistência ao idoso e para ser uma opção àqueles que foram abandonados por suas famílias ou aos que nunca a tiveram, além daqueles que, por escolha própria, se mudam para as instituições com o objetivo de ter maior contato com pessoas de sua idade e de receber os cuidados necessários para sua saúde. Infelizmente, o estigma dado às casas de repouso desvirtualizam seus princípios de organização e acaba provocando sensações de abandono e inutilidade às pessoas atendidas. A partir dessa problemática, a IFMSA Brazil UEPA Santarém, que é um comitê local da International Federation of Medical Students’ Associations Brazil, criou o projeto “Velho Amigo” com o objetivo de proporcionar um momento de recreação e interatividade aos idosos institucionalizados. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um relato de experiência, resultante do projeto de extensão “Velho Amigo” desenvolvido no Lar de Idosos São Vicente de Paulo, no município de Santarém, Pará. Realizado em agosto de 2016, o projeto foi organizado em dois momentos: uma semana antes da ação, houve uma capacitação ministrada por uma médica geriatra para todos os acadêmicos participantes com a função de informar a todos os voluntários as formas corretas de abordagem aos idosos; e, no dia da ação, após o café da manhã, os idosos foram divididos em três estações para que pudessem receber os cuidados: a primeira era composta por cabeleireiros e manicures que ofereciam serviços de beleza; na segunda, antes do lanche, um grupo de acadêmicos esteve aferindo a pressão arterial, a glicemia e, quando possível, as medidas antropométricas; e, na terceira, o outro grupo de alunos interagiu individualmente com os idosos enquanto estes esperavam o atendimento pelas outras estações. Todos os presentes na ação ainda puderam se descontrair com música e dança durante toda a programação. RESULTADOS:  A visita e a programação preparada pelos voluntários atingiram os idosos de forma prazerosa levando-os a partcipar e interagir durante todos os momentos. foi perceptivel que eles foram se animando à medida que o tempo decorria, até mesmo os mais tímidos conseguiram entrar na brincadeira e se divertir. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A atividade mostrou-se bastante positiva no sentido de fazer companhia e alegrar o dia dos institucionalizados, já que a maioria não recebe visitas com frequência. Além disso, serviu para que os acadêmicos de medicina pudessem entender a importância de uma abordagem holística e humanizada no cuidado dos idosos, que representam uma população com grande risco de depressão. Dada a importância da temática, manter a saúde mental dos idosos deve ser visto como uma das prioridades no cuidado oferecido a esta população.