81: Diálogos interdisciplinares na relação entre ensino- serviço
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FCA 02 Sala 01 - Bacurau    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
1066 EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA METODOLOGIA ATIVA DE ENSINO APRENDIZAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM ESCOLARES EM ESCOLA MUNICIPAL DE LAGARTO-SE
Ricardo Cardoso dos Santos, Silvana Castro de Brito Sottero

EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA METODOLOGIA ATIVA DE ENSINO APRENDIZAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM ESCOLARES EM ESCOLA MUNICIPAL DE LAGARTO-SE

Autores: Ricardo Cardoso dos Santos, Silvana Castro de Brito Sottero

As escolas, espaços de vivência e formação, aparecem como excelente cenário de caráter formal, em que é possível gerar autonomia, participação crítica e criatividade para a promoção de saúde, que deve, no âmbito escolar, partir de uma visão integral e multidisciplinar, considerando as pessoas em seus contextos familiar, comunitário e social. Com isso, objetiva-se relatar a aplicação da metodologia da problematização nas ações de educação alimentar e nutricional (EAN) para crianças em idade escolar. Trata-se de um relato de ação desenvolvida por estudantes do curso de Nutrição da Universidade Federal de Sergipe – Campus Lagarto com 29 escolares em escola municipal de Lagarto – Sergipe, sendo 17 meninas e 12 meninos entre 7 e 10 anos de idade. Foram realizados dois encontros: o primeiro para obter o diagnóstico nutricional das crianças, consistindo na coleta do peso e estatura, e aplicação do questionário de frequência alimentar; no segundo encontro foram desenvolvidas ações de EAN fundamentadas no diagnóstico previamente realizado, focando na promoção da alimentação saudável. Foram utilizados desenhos animados que abordavam benefícios e importância do consumo de alimentos saudáveis. Para a dinâmica “Saudável/Não saudável”, os escolares, mediados pelos estudantes de Nutrição, separaram imagens de alimentos entre os grupos “Saudável” e “Não Saudável” de um cartaz. Na dinâmica “Adivinhe a fruta” os escolares, vendados, foram instigados a usar os sentidos para adivinhar as frutas que lhes eram oferecidas. Considerando os passos do Arco de Maguerez, na primeira etapa observou-se que uma criança apresentava magreza, 18 encontravam-se eutróficas, 6 com sobrepeso e 4 obesas. Na análise do consumo alimentar, o feijão foi relatado por 76% dos escolares, seguido das frutas (68%), ultraprocessados (56%), verduras e legumes (48%) e embutidos (44%). Partindo do diagnóstico nutricional, a segunda fase, de priorização dos problemas detectados para o desenvolvimento da EAN, como maus hábitos alimentares e obesidade, objetivou “detectar que questões precisam ser resolvidas na prática social e, em consequência, que conhecimento é necessário dominar”. Na terceira fase foram levantados instrumentos teórico-práticos necessários para solucionar os problemas detectados. Na penúltima fase, como hipótese de solução foi proposta a promoção da alimentação saudável, feita na última etapa através da apresentação de desenhos animados em curta-metragem e dinâmicas como “Saudável/Não saudável” e “Adivinhe a fruta”, que abordaram a importância do consumo de alimentos saudáveis através da problematização e conscientização. Estimular a participação ativa dos escolares permite que o conhecimento seja melhor trabalhado, tornando-os parte do processo de aprendizagem. Espera-se, então, uma mudança nos hábitos alimentares capaz de melhorar o perfil nutricional dessa população. Com isso, verificou-se na prática da EAN a Metodologia da Problematização, apresentada por Maguerez na forma de um arco. Por considerar a realidade em foco, as ações são específicas e, por isso, têm maior chance de êxito. Destaca-se, portanto, a importância das metodologias ativas de ensino aprendizagem na formação de profissionais da saúde e na busca pelo autocuidado entre escolares, no intuito de desenvolver maior autonomia e criticidade. Entretanto, reforça-se a necessidade de avaliar a efetividade dessas ações na mudança do comportamento alimentar do público-alvo.

1123 O PAPEL DA UNIVERSIDADE EM PRÁTICAS EDUCATIVAS NA ZONA RURAL
Renan Fróis Santana, Andreza Dantas Ribeiro, Antonia Irisley da Silva Blandes, Brenda dos Santos Coutinho, Cristiano Gonçalves Morais, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

O PAPEL DA UNIVERSIDADE EM PRÁTICAS EDUCATIVAS NA ZONA RURAL

Autores: Renan Fróis Santana, Andreza Dantas Ribeiro, Antonia Irisley da Silva Blandes, Brenda dos Santos Coutinho, Cristiano Gonçalves Morais, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

Apresentação: As escolas representam um ambiente ideal para a promoção e prevenção em saúde, visto que estas instituições permeiam diversas faixas etárias, desde os alunos da pré-escola até a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e, ainda incluem a possibilidade de capacitar os educadores como construtores de saúde. Em vista disso, o objetivo do estudo foi relatar práticas de educação em saúde com alunos e professores de uma escola da rede pública de ensino da zona rural. Desenvolvimento do trabalho: Este trabalho de campo, descritivo, do tipo relato de experiência, foi realizado em maio de 2017, durante ação socioeducativa em uma escola municipal de Santarém, estado do Pará, localizada na região de planalto, idealizada por acadêmicos e docentes da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Campus XII, em associação com a empresa agrícola Cargill, durante as ações do “Programa na mão certa” em alusão ao Dia Nacional de Combate à exploração sexual de crianças e adolescentes nas estradas brasileiras. As atividades foram realizadas com alunos do ensino regular, EJA e professores da instituição. Durante a ação foram efetivadas palestras voltadas para a prevenção das infecções sexualmente transmissíveis (IST), explanação dos efeitos deletérios do uso de drogas psicoativas e abordagem acerca do tema da exploração sexual. Para os educadores foi ofertada uma oficina teórica e prática de ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Além disso, foram disponibilizados serviços de saúde, como aferição de pressão arterial (PA), glicemia capilar, avaliação da glândula tireoide e medidas antropométricas, sendo realizadas orientações em saúde, a partir dos resultados. Para dinamização das ações, houve divisão e rotatividade de quatro grupos, sendo três de alunos e um de professores, para as diferentes palestras organizadas. Resultados e/ou impactos: Participaram da ação em saúde em torno de 14 professores e 130 alunos, com faixa etária entre 14 e 48 anos, de ambos os sexos. Foi observado interação dos alunos com os palestrantes através de dúvidas e relatos de experiências vivenciados, além disso, as descrições dos participantes denotavam dificuldades de acesso a serviços de saúde simples, como teste de glicemia e aferição de PA. Ademais, perceberam-se práticas que atuam como fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, como alimentação com alto consumo de frituras e gorduras e a prática não rotineira de atividades físicas, em especial, entre os alunos que exercem alguma atividade laboral. Considerações finais: A escola deve reconhecer o seu papel social perante a promoção e prevenção em saúde, sendo ideal a capacitação dos educadores. Ademais, o elo entre universidade e comunidade é essencial na prática acadêmica, contribuindo com a comunidade e formação dos graduandos.

1932 PROJETO SHALOM SAÚDE E CIDADANIA LES: RESGATE SOCIAL DO PACIENTE LÚPICO-SANTARÉM-PARÁ-BRASIL
Sara da Silva Pedroso, Ana Betânia Ferreira Araújo, Dineide Sousa dos Santos, Iracy Leane Sampaio Batista

PROJETO SHALOM SAÚDE E CIDADANIA LES: RESGATE SOCIAL DO PACIENTE LÚPICO-SANTARÉM-PARÁ-BRASIL

Autores: Sara da Silva Pedroso, Ana Betânia Ferreira Araújo, Dineide Sousa dos Santos, Iracy Leane Sampaio Batista

O projeto Shalom Saúde e Cidadania LES, idealizado em 2014, executado   um ano depois, com objetivo de esclarecer os sintomas da patologia Lúpus e evitar o preconceito. O projeto destinou-se ao acompanhamento informativo de pacientes, familiares e sociedade em geral, levando à população o conhecimento sobre a patologia Lúpus e assim desmistificar a mesma, proporcionando uma ação de resgate social do paciente. Neste sentido, a veracidade das informações recebidas faz com que o paciente sinta-se mais seguro com relação aos sintomas, acompanhamento e tratamento, pois as manifestações sintomáticas são complexas dificultando a compreensão. Desenvolvido em Santarém no Oeste do Pará, desde de 2015, ganhou destaque mediante a relevância da temática a ser assistida contrapondo a desatenção governamental em trabalhar a questão, tem como metodologia aplicar intervenções educativa e informativa na comunidade local por meio de palestras, blitz educativas, rodas de conversa e campanhas através de redes sociais. O resultado do projeto foi positivo visto que propôs mediar este conhecimento, pois no período de dois anos foram realizadas dez palestras, uma blitz educativa, sete rodas de conversas entre pacientes, familiares e profissionais da saúde, campanhas visuais através da internet como: pôsteres e textos, disponível em: <https://www.facebok.com/7shalomlupus/>, fato que foi comprovado na melhoria da qualidade de vida dos pacientes, inclusive nos relacionamentos sociais das pessoas envolvidas concomitantemente ao tratamento clínico, nisto inclui: atividades físicas, alimentação adequada e, em alguns casos, o acompanhamento psicológico que denota de fundamental importância. No entanto, o principal fator são as informações que muitas vezes eram negadas pela sociedade em geral acentuando o sofrimento do paciente. Entretanto, são muitas as dificuldades enfrentadas pelo portador de LUPUS, como; o preconceito, a localização geográfica, as questões políticas e a falta de conhecimento da patologia distanciam o tratamento e a melhoria da qualidade de vida do paciente. Notada a efetividade informativa educacional de resgate social envolvendo o grupo local de pacientes Lúpicos, firma-se a continuidade das atividades para que mais pessoas sejam alcançadas pelo projeto e com isso desmistificar esta problemática social de saúde do Lúpico.

1985 Projeto ALFA-Manaus: Um diferencial na prática médica
JULIA COSTA JUSTO, THAINÁ MENDONÇA BENTES, ANA CAROLINA QUEIROZ DA SILVA, LUCIANA COSTA PINTO SILVA

Projeto ALFA-Manaus: Um diferencial na prática médica

Autores: JULIA COSTA JUSTO, THAINÁ MENDONÇA BENTES, ANA CAROLINA QUEIROZ DA SILVA, LUCIANA COSTA PINTO SILVA

Este relato objetiva apresentar o Projeto ALFA – Manaus, que é um projeto de extensão da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), que leva informações acerca de primeiros socorros e prevenção de acidentes à comunidade e à academia, por meio de palestras, treinamentos, minicursos e divulgação virtual há 20 anos. Seus membros são acadêmicos de medicina da UFAM, que adentram o projeto através de uma seleção composta por prova teórica, prova prática, seminário e entrevista, atingindo ao final a aprovação. O principal objetivo é diminuir os índices de traumas e mortes no país, começando pela capital. A criação do projeto data Julho de 1997, quando os fundadores Sinamor Seixas e Leonardo Freitas, ainda alunos, conheceram o Projeto Alfa – Santos e trouxeram a ideia para o Amazonas. O apoio da universidade é feito por meio de duas bolsas, utilizadas para a aquisição de manequins, desfibriladores, macas, instrumentos e maquiagens profissionais para a caracterização das vítimas, e disponibilização de uma sala para armazenamento e reuniões. Além deste, o projeto conta com o apoio de outras entidades, como o SAMU, a Defesa Civil, a Polícia Militar do Amazonas, o Exército Brasileiro e o grupo de socorro TOPOS, além dos cursos fornecidos pelo Advanced Trauma Life Support (ATLS) e Pediatric Advanced Life Support (PALS). O projeto estabeleceu ao longo dos anos parcerias com diversas instituições, como Defesa Civil, ABCAM, Grupo Suçuarana, Núcleos ATLS e PALS. Com a Defesa Civil tornou-se possível levar às comunidades ribeirinhas conhecimento práticos acerca de primeiros socorros e prevenção de acidentes, além do treinamento da prestação de socorro em áreas remotas e de catástrofes. Com a ABCAM e o Grupo Suçuarana, por sua vez, os membros do projeto tem a oportunidade de, em uma troca de conhecimento e de experiências, aprender sobre o dia a dia dos profissionais e trazer para a prática certos detalhes que antes ficavam apenas na teoria. Já na associação com os núcleos ATLS e PALS, o projeto leva seus membros às simulações das provas práticas realizadas com os médicos, permitindo a observação da metodologia e a participação nas mesmas. Além de todas essas atividades, tem-se uma parceria ainda não instituída oficialmente com o Exército Brasileiro mas que rendeu frutos com a oportunidade da instrução, no Instituto de Pesquisa do Amazonas, acerca de animais peçonhentos: prestação de socorro e manejo dos animais. O projeto favorece e intensifica o conhecimento na área de primeiros socorros e prevenção de acidentes, cria uma esfera propícia para o desenvolvimento do modo de lidar e tratar pacientes em situação de urgência e emergência. Além disso, complementa assuntos e matérias do curso, é uma forma de aprender na prática o que é visto durante a teoria compartilhada na graduação. Acrescenta-se ainda, a realização de mini-curso de primeiros socorros e prevenção de acidentes, realizado pelos alfistas, com o objetivo de levar o conhecimento desses assuntos para os acadêmicos, bem como a comunidade no geral. Desse modo, é perceptível a contribuição intensa para a formação médica dos acadêmicos envolvidos no Projeto, uma vez que as ações realizadas implicam nos conhecimentos aplicados diariamente na vida médica.

2001 Detalhes da elaboração de um Treinamento Interno no Projeto ALFA-Manaus baseado no protocolo ATLS
JULIA COSTA JUSTO, THAINÁ MENDONÇA BENTES, ANA CAROLINA QUEIROZ DA SILVA, LUCIANA COSTA SILVA

Detalhes da elaboração de um Treinamento Interno no Projeto ALFA-Manaus baseado no protocolo ATLS

Autores: JULIA COSTA JUSTO, THAINÁ MENDONÇA BENTES, ANA CAROLINA QUEIROZ DA SILVA, LUCIANA COSTA SILVA

Este relato objetiva esclarecer a construção e metodologia abordada no Treinamento Interno do ALFA (TIA), um projeto de extensão da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), que leva informações acerca de primeiros socorros e prevenção de acidentes à comunidade e à academia. Consiste em aulas teórico-práticas ministradas por alfistas de gerações anteriores, bem como egressos já médicos atuantes, para os novos alfistas participantes. O Treinamento Interno segue os passos do ATLS de forma adaptada, considerando que todos os novos membros devem participar e que estes se encontram em períodos diferentes da graduação. Assim sendo, durante a semana são ministradas palestras, pelos membros que já realizaram o treinamento, com os temas abordados no ATLS. Os temas abordados são referentes a primeiros socorros, prevenção de acidentes e fundamentos de atendimento pré-hospitalar, além de conhecimentos de atendimento intra-hospitalar, suporte cardiológico e medicina de desastres. As aulas são divididas nos seguintes tópicos: Semiologia do Trauma; Epidemiologia e Introdução ao socorro; RCP; Biomecânica do trauma; Atendimento Inicial ao politraumatizado; Hemorragia e Choque; Controle de vias aéreas; Trauma abdominal; Trauma torácico; TCE/ECG; Epilepsia/AVE; Queimaduras; TME; Sufocação/Afogamento; Trauma no idoso; Rotina obstétrica; Trauma obstétrico; Trauma pediátrico; Acidentes por animais; Triagem e Transporte de feridos. Há também palestras realizadas pelos participantes do treinamento, de cunho avaliativo, que abordam: Feridas, suturas, anestésicos locais e soluções de reposição volêmica; Drenagem de tórax e toracocentese, Acesso venoso central e periférico; Radiologia do trauma; FAST e LPD; Sondagem vesical e nasogástrica. São realizadas estações práticas aos domingos, e os avaliados são divididos em trios para que desenvolvam habilidades de trabalhos em equipe, divisão de funções e lideranças. É disponibilizado instrumentos e equipamentos básicos para o atendimento, como Maca rígida, tubos e sondas, colar cervical, máscaras, para otimização das simulações, além da participação ativa dos membros aptos a colocar em prática o que fora ensinado. Quanto a avaliação, ao final de cada palestra ministrada durante a semana, os avaliados são submetidos a um mini-teste sobre o assunto explanado, o qual representa uma nota parcial. Aos domingos, os membros são avaliados por meio de estações práticas quanto ao desempenho como médico no suporte avançado e desenvolvimento de habilidades durante as avaliações primárias, secundárias e complementares. Além das estações práticas, realizam prova teórica sobre os assuntos ministrados durante a semana, somando um total de 6h de prova. Ao término de 8 semanas de treinamento, considerando que seja um curso de imersão exigindo frequência ininterrupta e dedicação exclusiva, são avaliados de forma prática e teórica definitiva por 12h, desprovidos de celular e contato com outros ambientes que não sejam os utilizados durante as provas, como piscinas e salas. Realizado anualmente, o Treinamento Interno, permite um aprofundamento do conhecimento sobre temas pouco ou nunca abordados ao longo da faculdade. Além da oportunidade de aprender assuntos novos e complementar assuntos já vistos, o TIA atua com o propósito de por os ensinamentos da teoria na prática, preparando os membros do projeto para uma realidade que muitos não vivenciam dentro da graduação: a capacidade de pensar e agir com rapidez porém com a destreza e a técnica necessárias para salvar uma vida e a capacidade de lidar bem com a pressão em ambientes de urgência e emergência.

2168 Projeto Deixando de Fumar em Estância Velha/RS – Relato de experiência
Marcia Ribeiro

Projeto Deixando de Fumar em Estância Velha/RS – Relato de experiência

Autores: Marcia Ribeiro

Neste trabalho apresentamos os resultados do acompanhamento dos grupos de tabagismo desenvolvidos no Município de Estância Velha/RS. O Município de Estância Velha está localizado na região metropolitana de Porto Alegre, com 47.284 hab (IBGE, 2017), tendo sua principal atividade econômica na área coureiro calçadista. A rede de saúde é composta por oito Unidades Básicas de Saúde, com oito equipes de Saúde da Família, um CAPS, uma Farmácia Municipal, um Hospital Municipal e Equipe de Vigilância em Saúde. O Projeto Deixando de Fumar está implantado no Município desde 2007 e segue o Programa Nacional de Combate ao tabagismo, porém acrescentamos alguns diferenciais que observamos resultar em maior adesão ao tratamento, bem como maiores índices de usuários que efetivamente deixaram de fumar, os quais gostaríamos de compartilhar para que outros Municípios do Brasil pudessem usufruir de nosso método. Os grupos ocorrem num período de três meses, sendo que na primeira semana são realizados cinco encontros, um inicial de sensibilização e mais quatro onde ocorrem atendimento médico, odontológico e orientação nutricional. O método de trabalho consiste em atuação de equipe multiprofissional de forma descentralizada a desde de 2008, composta por agentes comunitários de saúde, nutricionista, odontólogo, enfermeiro e médico. A partir de 2012, o Programa do Tabagismo iniciou a ser desenvolvido em todas as Unidades Básicas do Município, com inscrição de interessados na própria Unidade de Saúde, durante todo o atendimento, inclusive em visitas domiciliares dos agentes comunitários de saúde, com o diferencial de que os grupos ocorrem a noite, o que facilita a adesão. Acrescentamos desde o início da implantação do Programa no Município, além das quatro sessões estruturadas preconizadas pelo Ministério da Saúde, um primeiro encontro de sensibilização e condensamos os demais encontros em uma mesma semana, diferente do que é realizado em outros Municípios, onde estes são semanais. Os encontros de manutenção também tiveram o prazo reduzido, ocorrendo quinzenalmente. Além do prazo quinzenal, são realizados já na primeira consulta coleta de exames de detecção de tuberculose (Baciloscopia) e também vinculamos a estes encontros a entrega de medicação durante três meses, período do tratamento medicamentoso. No Programa Nacional estes encontros seriam mensais e bimensais, trimestrais e semestrais e não é ofertado o exame. Durante este período foram realizados 60 grupos de tabagismo no Município, sendo que o percentual de pacientes que deixaram de fumar é em torno de 60%. Em alguns grupos este percentual chega a 100%. Observamos que a procura pelos grupos de tabagismo cresce anualmente, bem como o índice de abandono durante o tratamento é baixo (em torno de 10%). Através do trabalho realizado no Projeto Deixando de Fumar, constatamos que é possível vincular de forma efetiva os usuários aos serviços de saúde, promovendo novos hábitos de vida e consequentemente auxiliando o processo de abandono do tabaco. Este trabalho além de promover o abandono do hábito de fumar, aproxima os usuários a equipe de saúde e também proporciona maior integração entre a comunidade local.  

2185 ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE: ESPAÇO DE ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA
thayson oliveira lima, Minerva Leopoldina de Castro Amorim, Esron Soares Carvalho Rocha, Bianca Andrade de Lucena Uchoa

ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE: ESPAÇO DE ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Autores: thayson oliveira lima, Minerva Leopoldina de Castro Amorim, Esron Soares Carvalho Rocha, Bianca Andrade de Lucena Uchoa

INTRODUÇÃO O Programa de Educação pelo Trabalho - O PET-SAÚDE GRADUASUS do Ministério da Saúde tem como principal objetivo integrar e associar o ensino-serviço-comunidade, e tem como estratégia inserir os acadêmicos na vivencia do Sistema Único de Saúde, por meio da promoção de serviços a comunidade sendo esses acompanhados por Profissionais atuantes na área e por professores de sua instituição de ensino, integrando os acadêmicos, os profissionais e a comunidade nas práticas rotineiras das equipes de saúde e contribuindo para a formação dos mesmos. METODOLOGIA A equipe multiprofissional foi formada por acadêmicos e docentes da Universidade Federal do Amazonas das áreas de Educação Física, Fisioterapia, Enfermagem e Medicina, onde foram inseridos nas equipes das UBS da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (SEMSA), com foco principal o trabalho multidisciplinar, com os objetivos em comum, que é promover a saúde, onde os acadêmicos se encarregaram de expor qual o papel destes profissionais na atenção básica a Saúde, num alinhamento conceitual, elucidando como seria o trabalho de cada profissional na prática das vivências nas UBSF’s. Os acadêmicos e preceptores identificaram e observaram as atividades que seriam desenvolvidas, com o diagnóstico das unidades, através da consulta a Auto avaliação para Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (AMAQ-AB), e do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ), identificando o publico e pontos onde as unidades estavam em dificuldade de proporcionar atividades. A partir daí foram encaminhados para as UBS da zona norte de Manaus, para Com isso, poder vivenciar os seguintes serviços: acolhimento; Programa de Saúde na Escola; programa de atendimento a pacientes com Diabetes e Hipertensão; Programa de Atendimento a Gestante; Programa de Saúde da Mulher; visitas domiciliares e atuação e conjunto aos ACSs. RESULTADOS A partir do alinhamento conceitual e do diagnóstico situacional coletado, foi possível investigar as possíveis atividades a serem realizadas pela equipe multidisciplinar visando ofertar um melhor serviço na área da saúde aos usuários da UBSF´S , e com Educação física lotada na UBS Arthur Virgílio Filho, localizada na TV10,3015, bairro Amazonino Mendes, que foi inserida no contexto da atenção primaria a saúde, podemos atuar na perspectiva de corpo e mente atuando em sua totalidade, na educação do movimento e da educação pelo movimento, proporcionando palestra e atividades física que evidenciam os benefícios das praticas corporais como Resguardo as mais diversas enfermidades, promovendo assim educação para promoção da saúde e lazer dos indivíduos que procuram os serviços das UBSF´s. CONSIDERAÇÕES FINAIS Existe a real necessidade da interação multidisciplinar para trabalhar na atenção primaria à saúde, pois as áreas da saúde dialogam entre si, onde é preciso dar a formação e capacitação adequada para que profissionais competentes saiam preparadas as exigências dos usuários das UBSF´S, para que sejam capazes de aliar teoria a prática e perceber o objetivo real de suas atividades profissionais. A vivência com o ambiente profissional tem proporcionado resultados satisfatórios numa via de mão dupla de ensino e aprendizagem aos profissionais da saúde.

2541 Educação Interprofissional em Saúde: vivências no Projeto de Extensão Amigas da Saúde
Rayla Amaral Lemos, Pamela Souza Almeida Silva Gerheim, Ariane Almeida Barros, Ana Carolina Silva Costa, Maria Pollyana Alcantara Lucarelli, Marcela Castellões Leite

Educação Interprofissional em Saúde: vivências no Projeto de Extensão Amigas da Saúde

Autores: Rayla Amaral Lemos, Pamela Souza Almeida Silva Gerheim, Ariane Almeida Barros, Ana Carolina Silva Costa, Maria Pollyana Alcantara Lucarelli, Marcela Castellões Leite

Apresentação: A educação interprofissional em saúde é reconhecida como elemento norteador na formação de profissionais aptos para o trabalho em equipe. No ensino superior, as práticas extensionistas constituem espaço valioso para essa formação interprofissional. Nesse contexto, o presente trabalho tem por objetivo relatar experiências desenvolvidas no projeto de Extensão “Amigas da saúde: promoção da saúde das adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade do bairro Dom Bosco”. Desenvolvimento do trabalho: Através de estratégia sistematizada, foram desenvolvidas ações de educação em saúde por professores e estudantes dos cursos de Farmácia, Fisioterapia e Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). As temáticas das oficinas educativas, bem como a ordem de oferecimento, foram definidas a partir do levantamento do interesse das adolescentes atendidas pelo projeto. Os temas foram preparados e abordados a partir de conhecimentos relativos aos três cursos envolvidos. Da mesma maneira, as decisões relativas à metodologia de desenvolvimento das ações partiram da negociação entre estudantes e professores das diferentes áreas, baseando-se em amplo referencial teórico. Resultados: As oficinas educativas ocorreram semanalmente e foram sistematizadas em um ciclo com 4 etapas: planejamento da oficina, capacitação dos estudantes, execução da ação com o público-alvo e avaliação das ações de educação em saúde pelas adolescentes, pelos professores e estudantes. O desenvolvimento do projeto em tal ciclo possibilitou estreita relação entre a equipe interprofissional, bem como permitiu a identificação de problemas relacionados à execução da ação os quais puderam ser adaptados em oficinas posteriores. Considerações finais: Ações extensionistas que envolvem cursos diferentes exigem de professores e estudantes a exposição e a discussão de conhecimentos teóricos e práticos de cada curso envolvido, propiciando o desenvolvimento paulatino de conhecimentos que integram as diferentes áreas e permitem, em alguns momentos, ultrapassar as barreiras entre elas, construindo saberes integrados. Ao promover ações de educação em saúde de forma interprofissional, o projeto “Amigas da Saúde” contribui para a formação de profissionais de saúde preparados para o trabalho em equipe, prática fundamental para a integralidade do cuidado em saúde.   Instituição de apoio financeiro: Pró-reitoria de extensão da UFJF. Palavras-chave: Educação Interprofissional em Saúde, Interprofissional, Extensão Universitária.

3243 Visita domiciliar e o olhar multiprofisional: uma experiência na extensão universitária
Adriana Diniz de Deus, jacqueline do Carmo Reis, Marcelo Ribeiro da Silva, Maria dos Anjos Lara e lanna

Visita domiciliar e o olhar multiprofisional: uma experiência na extensão universitária

Autores: Adriana Diniz de Deus, jacqueline do Carmo Reis, Marcelo Ribeiro da Silva, Maria dos Anjos Lara e lanna

A extensão universitária como processo acadêmico possibilita a ampliação do saber do estudante e a qualificação do trabalho docente. Suas ações devem priorizar práticas coerentes com  as necessidades sociais  e seu desenvolvimento implica em relações transdisciplinares e multiprofissionais. Nesse contexto, criar as condições necessárias para que  os discentes dos cursos da área da saúde elaborem coletivamente a praxis de seu conhecimento acadêmico no contato com a comunidade permitem o encontro do saber popular com o saber científico e no retorno a universidade estes trarão novos conhecimentos superando o discurso da hegemonia científica. Este trabalho relata a experiência dos alunos dos cursos de Biomedicina, Enfermagem, Fisioterapia, Medicina e Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, unidade Betim, que participaram do Projeto de Extensão “Bem Viver com Saúde Itapuranga” realizado nesta cidade, no estado de Goíás. O projeto propôs ações de gestão, educação e cuidado em saúde que foram realizadas no período de 7 a 15 dezembro de 2017 sendo uma das atividades a realização de visitas domiciliares para famílias de maior vulnerabilidade residentes na periferia da cidade. Durante o período aproximadamete 150 famílias foram visitadas por alunos dos 5 cursos citados, divididos em 10 equipes multiprofissionais e supervisionados por professores da Instituição de Ensino. As visitas possibilitaram aos alunos adentrarem ao espaço familiar e a identificarem as demandas e potencialidades dos sujeitos para além do olhar clínico tão priorizado por estes em um primeiro momento. No contato com as famílias em suas moradias houve uma nítida ampliação da percepção dos condicionantes e determinantes de saúde e do papel da equipe por parte dos alunos, possibilitada pelo conhecimento do cotidiano, dos sentidos e significados que as famílias davam ao adoecimento e as formas de elaboração do cuidado, sua cultura, crenças e costumes. Tais vivências na visita domiciliar multiprofissional representaram uma enriquecedora experiência para os alunos e professores envolvidos no projeto que trouxeram na bagagem  uma maior capacidade de raciocínio clínico, de propor e reordenar ações de promoção da saúde e prevenção de doenças contribuindo para a qualidade de vida familiar, além de um rico conhecimento acerca da utilização das plantas do cerrado para a prevenção e tratamento de doenças, prática comum das famílias locais.

5129 Extensão multiprofissional em atenção primária à saúde como parte do currículo paralelo: contribuindo para formação interdisciplinar em saúde
Ricardo Souza Heinzelmann, Ligia Castegnaro Trevisan

Extensão multiprofissional em atenção primária à saúde como parte do currículo paralelo: contribuindo para formação interdisciplinar em saúde

Autores: Ricardo Souza Heinzelmann, Ligia Castegnaro Trevisan

Apresentação: Ao longo do ano de 2017 foi desenvolvido em uma instituição de ensino superior do interior do Rio Grande do Sul, um projeto de extensão universitária interdisciplinar voltado para qualificação das práticas de atenção primária em saúde do município. O projeto contou com a participação de professores e estudantes dos cursos de enfermagem, medicina, psicologia e nutrição. Objetivo: Contribuir com o desenvolvimento de ações para qualificação dos serviços de saúde no âmbito da Atenção Primária à Saúde do município, buscando a melhor organização dos serviços e aprimoramento do processo de trabalho das equipes de saúde, ao tempo em que se buscou aprimorar a formação interprofissional em saúde voltada para as necessidades do SUS dos estudantes participantes. Desenvolvimento das atividades: Foram realizadas atividades teórico-práticas para preparação dos alunos e alinhamento teórico-conceitual nas ações junto aos serviços, sendo desenvolvidas rodas de discussão com leitura prévia de textos e exibição de filmes com a temática do cuidado em saúde, em especial na Atenção Primária à Saúde, estratégia saúde da família, organização das unidades, acesso e processo de trabalho das equipes.. Foi dado foco para as atividades em duas Unidades Básicas de Saúde com ações de reconhecimento do território, onde os estudantes foram acompanhados pelos Agentes Comunitários de Saúde. A partir de reuniões conjuntas com os profissionais das equipes, se priorizou as ações e foram definidos eixos de atuação dos estudantes. Neste sentido, em um dos eixos, iniciou-se um trabalho de apoio ao cadastramento de famílias e divulgação das ações desenvolvidas em uma das UBS junto à comunidade no seu entorno. No segundo eixo se buscou participar da articulação da UBS com as discussões sobre o Guia GAM (Guia de Gestão Autônoma da Medicação). Em um terceiro eixo foi programada a participação de estudantes nas atividades buscando a qualificação das ações da equipe no âmbito da saúde materno-infantil. Resultados: Apesar do pouco tempo destinado às atividades de extensão por parte dos estudantes, pode-se observar como o envolvimento destes no projeto possibilitou uma ampla reflexão sobre a atenção primária à saúde repercutindo no seu processo de aprendizagem e na formação profissional. Em função do tempo de duração do projeto, não foi possível seguir com algumas ações pensadas. Considerações: O formato do projeto com atividades teórico-práticas demonstrou muito êxito para complementação da formação dos estudantes em uma lógica interprofissional. Percebe-se ainda o desafio colocado para os currículos da área da saúde que não permitem esta maior integração entre cursos.

1890 PROBLEMATIZAR PARA EDUCAR: 25 ANOS DO PROJETO ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Natalia Silva Braz, Stéfanie Cristina Pires Amancio, Stephanie Schultz Valadão, Beatriz Preto Almirall Seliger, Eliana Goldfarb Cyrino

PROBLEMATIZAR PARA EDUCAR: 25 ANOS DO PROJETO ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Autores: Natalia Silva Braz, Stéfanie Cristina Pires Amancio, Stephanie Schultz Valadão, Beatriz Preto Almirall Seliger, Eliana Goldfarb Cyrino

Apresentação: O Projeto de Alfabetização de Jovens e Adultos surgiu, em 1993, a partir da necessidade de letramento apresentada por moradores de região periférica de Botucatu, São Paulo e o interesse de estudantes da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB/UNESP) por realizar uma a atividade comunitária, aproximando o conhecimento popular do conhecimento científico com práticas que valorizam o vínculo com a população usuária do SUS. A partir de práticas pedagógicas que valorizam a subjetividade e a maior autonomia do sujeito, buscou-se ampliar as dimensões coletivas da educação na formação da comunidade e de futuros profissionais da saúde. Desenvolvimento: Tendo como base teórica os preceitos do educador Paulo Freire, a partir da contextualização do aluno, de suas necessidades e conceitos já adquiridos busca-se abordagem educacional o projeto tomou forma tendo como professores  estudantes da FMB. Anualmente renovam-se alunos e professores, embora haja a permanência de alguns por mais de um ano. A participação contínua e renovada de estudantes da FMB e de outros cursos de graduação da UNESP faz com que haja inovações nas práticas educativas e nas temáticas de intersecção entre Educação e Saúde, valorizando o processo de construção do conhecimento pelo coletivo do grupo, apoiando-se em uma concepção ética de respeito ao outro e na humanização do cuidado. O conteúdo das aulas tem sua abordagem extraída do cotidiano dos educandos e sempre explorando duas esferas: o aprendizado da linguagem oral e escrita e a construção do pensamento crítico. Dessa forma, o alfabetizando é produtor do conhecimento, o que permite o aprendizado tanto de alunos como do professor, com o aperfeiçoamento do senso crítico e da sua própria posição do sujeito na sociedade. Impactos e considerações finais: O projeto permite aos estudantes que ao atuarem como professores reflitam sobre obstáculos muitas vezes ignorados concernentes à prevenção, promoção e educação em saúde e principalmente a comunicação na saúde. Os alfabetizandos adquirem autonomia e confiança em si próprios, o que é fundamental para o exercício da saúde e cidadania. Além disso, a perspectiva de um constante  número de alunos e professores participantes e a percepção da aprendizagem presente mostram que a abordagem tem sido significativa, melhorando a qualidade de vida e a auto estima daqueles que por muito tempo tiveram seus direitos ignorados, mostrando que não importa a idade ou condição social, todos temos dialogicamente capacidade de aprender e de ensinar.

2103 Aplicação de instrumentos em idosos durante a experiência na extensão acadêmica.
Deborah Jacaúna Pereira, Tainah Barbosa Nepomuceno, Joyara Menezes Freitas Matos, Lenora Ferreira de Oliveira Sanson, Cristiano da Silva Nascimento, Hadelândia Milon de Oliveira, Karoline Rodrigues da Silva Martins, Beatriz Nascimento Vieira

Aplicação de instrumentos em idosos durante a experiência na extensão acadêmica.

Autores: Deborah Jacaúna Pereira, Tainah Barbosa Nepomuceno, Joyara Menezes Freitas Matos, Lenora Ferreira de Oliveira Sanson, Cristiano da Silva Nascimento, Hadelândia Milon de Oliveira, Karoline Rodrigues da Silva Martins, Beatriz Nascimento Vieira

Introdução: A população idosa vem crescendo ao longo dos anos e ganhado a atenção dos profissionais de saúde devido à necessidade de promoção à saúde dessa população.  Nos países desenvolvidos o envelhecimento ocorre associado às melhores condições gerais de vida, nos países em desenvolvimento esse processo ocorre de forma rápida, sem tempo para uma reorganização social e da saúde adequada para atender às novas demandas. A liga acadêmica de geriatria e gerontologia do Amazonas (LAGGEAM) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), é um projeto de extensão que contempla um ensino multidisciplinar, e tem como uma das atividades realizadas: visitas domiciliares em idosos frequentadores do Programa de Atenção à Saúde do Idoso (PROASI) e a Fraternidade Amigos Irmãos da Caridade (FAIC), entre outros eventos realizados pela liga, utilizaram-se instrumentos para identificar vulnerabilidades e assim buscar soluções para melhorar a qualidade de vida do idoso.Objetivo: Descrever a experiência de acadêmicos na aplicação dos instrumentos de avaliação do idoso pela LAGGEAM e em como os universitários identificaram a vulnerabilidade clínico funcional dos idosos.Descrição da experiência: Os dados foram coletados no Proasi e Faic com os idosos residentes das instituições, entre os dias 16 de agosto e 6 de setembro de 2017, no evento Arena Rosa e Arena Azul, que ocorreu na Arena da Amazônia no dia 3 de novembro de 2017, e no mutirão de triagem de idosos na semana do idoso, que aconteceu no dia 1 de dezembro de 2017, no Centro de convivência Padre Pedro Vignola, localizados na cidade de Manaus, Amazonas. Foram realizadas anamnese com a coleta de dados de antecedentes pessoais, medicações em uso, e aplicação de instrumentos como o de Atividades Básicas de Vida Diária de Katz (ABVD), que avalia o grau de dependência e autonomia, com pontuação de 0 (dependência total) a 6 (independência); a escala de Atividades Instrumentais de Vida Diária de Lawton (AIVD) avalia a independência em atividades mais complexas, geralmente aprendidas na adolescência, enumerando cada atividade de 01 (não consegue realizar), 02 (consegue com ajuda parcial) e 03 (consegue sem ajuda), a partir disso classifica-se o idoso com o total < 9 como totalmente dependente até 26 a 27 pontos como independente; escala de Pfeffer, composta de 11 perguntas, destinada a avaliação do idoso através do acompanhante, onde quanto mais elevado a  score, maior a dependência de assistência;  a escala de depressão geriátrica (GDS), que identifica o risco de depressão no idoso, em que se responde um questionário de 15 perguntas (sim ou não), podendo indicar um quadro de leve a grave; para avaliação da capacidade cognitiva e rastreio de síndrome demencial foi utilizado o mini exame do estado mental (MEEM) constituído de duas partes, uma que abrange orientação, memória e atenção,  e, outra que aborda habilidades específicas como nomear e compreender, com pontuação de 21 na primeira etapa e 9 na segunda, totalizando um escore de 30 pontos e o teste da fluência verbal no qual deve ser falado em 1 minuto o máximo de animais que o idoso lembre, com ponto de corte de 12 animais para alfabetizados; e o índice de vulnerabilidade clínico funcional (IVCF-20), que pode ser utilizado por qualquer pessoa treinada, avalia e identifica o idoso vulnerável e com risco de fragilização. Após todos os ligantes aplicarem os instrumentos em visita domiciliar, foi realizada uma roda de conversa para a discussão dos dados coletados, e assim, o reconhecimento de idosos em estado de vulnerabilidade.Resultados: A entrevista começava com a pergunta sobre o nome, data de nascimento e idade, sendo que alguns idosos não souberam responder então usamos documentos que portavam para descobrir. A escolaridade, profissão, situação conjugal, religião, naturalidade, quantidade de filhos, quanto ao cuidador se era formal ou não formal, a idade e grau de parentesco desse cuidador também foram perguntados, visto que a realidade mostra que muitos idosos cuidam de outros idosos e quase sempre tem um grau de parentesco próximo.Os antecedentes pessoais foram essenciais para se verificar quais doenças ou implicações os idosos possuíam, se eram controladas com medicamentos ou terapia apropriada e em como isso estava afetando a sua qualidade de vida na atualidade. Pode ser avaliado também as variantes sociais do cuidado, como estrutura familiar, viuvez, quantidade de filhos, entre outras.As escalas possibilitaram uma eficiência na coleta de dados e na avaliação sobre a capacidade funcional dos idosos, somado a diálogos, descobriram-se atividades que tinham maior dependência e precisavam da ajuda do cuidador. O ABVD possibilitou identificar independências nas necessidades básicas diárias de auto-cuidado, como banho, vestimenta, higiene pessoal, transferência, continência e alimentação, classificando como sim ou não quanto ao grau de independência. A AIVD de Lawton, se identificou alterações nas funcionalidades biomecânicas essenciais do cotidiano, desde tarefas complexas a mais simples como cuidar de finanças à utilização de telefone. A escala de Pfeffer avaliou a perda de funcionalidade em atividades instrumentais de vida diária relacionada a perda cognitiva, sendo de grande relevância a participação de um cuidador para responde-la. Na GDS, houve um pouco de distinção na resposta do idoso com o comportamento observado e seu relato durante aplicação, percebido em questões sobre o bom humor e aborrecimento, cumprindo aos ligantes marcar a opção mais exequível. Observou-se presença de vários idosos dependentes e com risco de depressão. O MEEM dependia da leitura e do raciocínio lógico dos idosos para serem respondidas. Dado que alguns idosos eram analfabetos ou tinham pouca escolaridade, vários idosos pontuaram mais baixo e tiveram dificuldade na compreensão dos comandos do teste, mas o teste de fluência verbal complementou a avaliação cognitiva reduzindo o impacto da escolaridade. Quanto o IVCF-20, um instrumento novo, foi de fácil aplicabilidade, porém na maioria dos idosos os dados foram coletados perguntando-se ora do idoso ora do familiar, tornando as informações mais precisas. A utilização das escalas nos trouxeram conhecimentos quanto a flexibilidade e a importância da observação na utilização desse tipo de instrumento para cada tipo de idoso, pois como perceptível nas práticas, pode ser que algum idoso por falta de escolaridade, e não por perda da capacidade funcional, não saiba realizar os comandos citados. A partir disso, elaborou-se um plano de intervenções e alternativas que facilitasse as atividades diárias das idosos, sem causar grandes desgastes e estresse para o cuidador (ora) e/ou familiar.Também foram identificados casos de maus tratos, os quais foram encaminhados para as autoridades competentes.Considerações finais: Uma equipe de saúde multidisciplinar precisa atuar de forma integrada e compartilhando conhecimentos para que o atendimento aconteça de forma efetiva. A aplicação dos instrumentos de avaliação do idoso na LAGGEAM em visita domiciliar, possibilitou aos acadêmicos conhecimentos e habilidades na identificação dos idosos em situação de vulnerabilidade, e proporcionou o maior conhecimento sobre os tipos de instrumento que podem ser utilizados para que seja realizada a anamnese do idoso de forma mais efetiva propiciando assim a oportunidade de uma assistência qualitativa no atendimento das necessidades à população idosa. Todos os acadêmicos que participam possam partilhar experiências visando futuramente proporcionar uma nova visão sobre a atenção a saúde do idoso.

5128 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, PROGRAMA SAÚDE NAS ESCOLAS (PSE) E SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS): RESPONSABILIDADES COMPARTILHADAS.
Maria Francinete Francinete Oliveira, Elaisla Niely Santos Bezerra, Maria Aparecida Vasconcelos de Lima, Juliana Barbosa da Silva, Ricaelly Medeiros Calvacnte, Débora Helaine Lima da Silva, Libna Helen Melo Lima, Anne Isaura de Oliveira Lira

EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, PROGRAMA SAÚDE NAS ESCOLAS (PSE) E SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS): RESPONSABILIDADES COMPARTILHADAS.

Autores: Maria Francinete Francinete Oliveira, Elaisla Niely Santos Bezerra, Maria Aparecida Vasconcelos de Lima, Juliana Barbosa da Silva, Ricaelly Medeiros Calvacnte, Débora Helaine Lima da Silva, Libna Helen Melo Lima, Anne Isaura de Oliveira Lira

A política de qualidade acadêmica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN – estimula e fortalece iniciativas inovadoras de ensino nos cursos de graduação. Uma dessas iniciativas pode ser o trabalho com projetos que promovam o desenvolvimento de competências. Neste contexto, a Extensão Universitária pode ser entendida como um agente catalizador no sentido de permitir ao corpo docente e discente a junção com o ensino e a pesquisa; com outras instituições e comunidades; com diferentes saberes e práticas sociais. O Programa Saúde nas Escolas (PSE), por sua vez, é uma política Inter setorial do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação, instituído em 2007, com o objetivo de contribuir para a formação integral e o pleno desenvolvimento de crianças e jovens da rede pública de ensino, através de promoção, prevenção e atenção à saúde, com vistas ao enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem os grupos em questão. Quanto ao Sistema Único de Saúde (SUS), com seus princípios da universalidade, equidade, integralidade, descentralização e da participação popular, é o gerenciador do PSE. Já a escola, lócus das ações, constitui um espaço por excelência para trabalhar-se com estudantes, docentes, pais/responsáveis e comunidades envolvendo-os na direção da escolha por opções saudáveis de vida e de respeito à saúde individual, coletiva e ambiental. Considerando estes aspectos, no presente relato pretendemos socializar as experiências originadas a partir das ações informativas/educativas, planejadas para o projeto de Extensão “Projetos Integrados de Vigilância em Saúde: responsabilidades compartilhadas” e implementadas por grupos de estudantes do Curso de Enfermagem da UFRN, matriculados nas disciplinas Epidemiologia e Saúde Ambiental e Atenção Integral à Saúde do Adolescente. O projeto em questão vem sendo desenvolvido desde o ano de 2005, sendo considerado pela clientela envolvida como fundamental para o processo de vigilância à saúde. Desde então, tem como objetivo promover a interação entre a Universidade (docentes e discentes de diferentes cursos), Unidades Básicas de Saúde, Escolas e Pré-Escolas, de modo a despertar em cada cidadã e cidadão a responsabilidade para com a saúde individual e coletiva.  O método que direcionou as ações foi a Pedagogia de Projetos Integrados. O inovador deste modelo é a possibilidade de trabalharmos o ensino, a pesquisa e a extensão uma vez que a prática não acontece de forma isolada. Além disso, ao colocar a vigilância à saúde como base ou guia dos Projetos passamos de uma visão da saúde como alvo, para uma visão centrada no ser humano, respeitando o planeta, facilitando a compreensão da saúde e sua promoção. Entre os recursos didáticos, destacamos as metodologias ativas, que envolve técnicas de educação/informação/investigação, caracterizando-se, principalmente, na forma de informação dialogada, roda de conversa, filmes, mutirões, atividades lúdicas, entre outros. Estas, podem favorecer a autonomia, despertar a curiosidade, estimular tomadas de decisões individuais e coletivas, essenciais nas diversas práticas sociais. Nas escolas e pré-escola os temas trabalhados estão integrados aos seus projetos pedagógicos, dando-se ênfase a interdisciplinaridade. Portanto, as ações são planejadas conforme as demandas escolares e problemas considerados de saúde pública, como por exemplo, combate aos mosquitos das espécies Aedes aegypti e Aedes albopictus. O lócus das ações do Projeto em 2016 e 2017 foram, principalmente, uma pré-escola da administração pública municipal – Centro Municipal de Ensino Infantil (CMEI, a seguir) e uma Escola da administração estadual (E.E, a seguir). O CMEI atende 130 crianças com idade de 03 a 06 anos, distribuídas em dois turnos e em três níveis. A E.E tem, aproximadamente, 400 estudantes (do 1º ao 9º ano). No CMEI identificamos como demanda prioritária: conversar com os pais e as crianças sobre pediculose, verminose e escabiose. O outro tema, que vem sendo discutido desde 2016, foi acidentes com crianças como pedestre e ocupante de veículo. Para trabalhar com as crianças usamos a ludicidade e a interatividade. Elas possuem uma boa capacidade para novos conhecimentos, quando ensinados de forma lúdica. Com os pais procuramos inicialmente conhecer suas experiências – contadas e/ou vividas – sobre cada assunto. Com o tema – Bichos que andam e habitam nosso corpo – vinculado ao Projeto Pedagógico “Nosso Corpo”, criamos possibilidades e abertura de espaços, encontros, escutas e trocas de experiências. De uma forma mais sistematizada, usando o recurso de multimídia, mostramos as estatísticas sobre acidentes no trânsito com crianças e as causas de sua vulnerabilidade, quais sejam: Ausência de noção do perigo; Controle motor ainda em desenvolvimento; Comportamento impulsivo e imprevisível; Inexperiência e curiosidade; Vontade de imitar os mais velhos, entre outras.  Durante o ano de 2016 realizamos nas crianças, atividades individualizadas como a investigação das condições de saúde (exame físico) e análise da situação vacinal. Quanto às atividades coletivas, destacamos: prevenção de acidentes domésticos e recreativos (pais, crianças e professoras); brincando sem se machucar (crianças); como lavar as mãos, escovar os dentes e tomar banho (pais e crianças); identificando sinais e sintomas de doenças (professoras e responsáveis pelas crianças); vacinação contra a influenza (crianças, docentes e equipe administrativa). Quanto às ações implementadas na E.E, destacamos como individualizada, a análise do cartão de vacina, principalmente para identificar o histórico das vacinas contra a difteria e tétano, a hepatite e o HPV (Papiloma Vírus Humano). As ações coletivas tiveram como destaque os seguintes temas: Água e Luz. Como viver sem elas?  Higiene; Alimentação Saudável; Combatendo a criação do Aedes Aegypti; Amizade sim violência não. Para as turmas do 6º ao 9º ano, além das ações citadas, trabalhamos com os temas: drogas lícitas e ilícitas; desenvolvimento sexual humano e planejamento familiar. Para todas as ações implementadas foi solicitado um feedback, na forma de desenho para as crianças da pré-escola ao 3º ano; na forma de versos e prosas ou de um texto para as demais turmas. Durante este processo houve a necessidade de estudos e atualizações contínuas dos conhecimentos sobre os temas abordados. Ao longo dessa experiência, percebemos seu valor para a construção do futuro profissional, uma vez que permitiu uma sensibilização sobre a dimensão do processo educativo, o desenvolvimento de habilidades e aptidões pedagógicas e o aprimoramento de saberes. Com esta proposta, pretendemos reconstruir através da transformação das práticas sociais e de saúde (conhecimentos, práticas, valores), possibilidades de compreensão dos aspectos pluridimensionais da vida no planeta terra e desenvolver um conhecimento e um saber fazer para possibilitar um melhor envolvimento e compromisso com a teia de relações que tecem a vida comunitária. Entendemos que são ações dessa natureza, que encontram um equilíbrio entre o meio ambiente, a economia e a vida em sociedade, para integrar todos estes elementos e dar impulso a responsabilidade compartilhada. No caso da práxis da enfermagem há necessidade constante de selecionar conteúdos, interpretar dados, analisar fatos e planejar ações de Vigilância à Saúde. Concluímos que atuar na prática através de projetos integrados é positivo, pois permite ao corpo discente a autonomia, o empreendedorismo e o desenvolvimento da capacidade reflexiva. Para os serviços de saúde e escolas é uma oportunidade de ver e fazer educação à saúde de forma integrada. O projeto em questão serviu e servirá para garantir a congruência entre ensino, pesquisa e extensão, culminando com produtos didáticos científicos, os quais subsidiarão novas práticas de vigilância à saúde e/ou educação à saúde nos diversos níveis do ensino formal e não formal. 

5127 ENVELHECER: TEMPO, ESPAÇO, GÊNERO E CAPITAL SOCIAL.
Maria Francinete Francinete Oliveira

ENVELHECER: TEMPO, ESPAÇO, GÊNERO E CAPITAL SOCIAL.

Autores: Maria Francinete Francinete Oliveira

A pesquisa autobiográfica é centrada no ser humano que, utilizando a memória, autobiografa-se, seja narrando fatos comuns de sua vida, seja refletindo sobre seu processo de construção de conhecimento profissional, permitindo-lhe novas leituras. Utilizando o método autobiográfico, temos como objetivo, neste trabalho, fazer uma análise das vivencias em Programas para pessoas idosas, enquanto professora das disciplinas Atenção Integral à Saúde da Pessoa Idosa (1998 a 2004) e Enfermagem Gerontológica (2014 a 2017), ambas ministradas no curso de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A pertinência desta narrativa se inscreve no fato de que o vivido, o presenciado e discutido não está escrito em livros e texto sobre o tema. A análise se organiza em torno de duas ideias centrais – tempo e espaço – tendo como catalizadores as categorias gênero e capital social.   Com relação ao tempo observamos que a velhice é cada vez mais negada. Basta vê sua ressignificação nos eufemismos dos Programas Assistenciais – 3ª Idade, Melhor Idade, Idade Ativa, entre outros. Busca-se permanecer no tempo da juventude, mesmo que se esteja utilizando um espaço, que só existe porque a pessoa é velha, como por exemplo, o atendimento preferencial. É possível que a incapacidade em abordar o tempo da velhice vem, em parte, do fato de que a experiência temporal se manteve estruturalmente inalterado no tempo da juventude: época de transição com o prazer de viver e a responsabilidade de se estruturar um capital social e econômico (Projetos de Vida). A preocupação com os novos espaços sociais, criados a partir de novos papeis e identidades, próprias da velhice, levam-nos a esquecer de que o tempo não para. Enquanto adultos participamos de uma vivencia geracional compartilhada: é a infância do filho/filha, sobrinho/sobrinha; depois vem a adolescência e o “tornar-se igual” a nós, como pais e mães, ou seja: quando pais/mães, filhos/filhas encontram-se na mesma fase da vida: a velhice. Em rodas de conversas formais e informais é comum ouvirmos uma frase na qual não podemos identificar se há uma afirmativa, uma interrogativa ou uma exclamativa: Nossa! Eu já sou avó?!. Mas não me sinto velha. Depois torna-se bisavó, tataravó, festeja o aniversário de 90 anos, mas não se sente velha, pois essa é uma condição social que não se deseja assumir. É nesse emaranhado de ser, estar e sentir que o envelhecer torna-se, também, uma questão de tempo e espaço e escamoteia o ciclo da vida. Como vivemos em uma sociedade estruturada e estruturante a velhice, assim como qualquer fase do ciclo de vida humana, tem marcador etário. Nas três últimas décadas a população idosa cresceu demograficamente e, consequentemente, como problema social. Hoje ela pode ser vista em diversas molduras, mostrando uma pluralidade na forma como a pessoa idosa se percebe e é percebida pelos outros (indivíduo, família, grupo social e sociedade). Em uma delas está o consumo cultural, como prática do culto ao corpo, apoiado num discurso de “qualidade de vida”. A idade cronológica para o início da velhice, no Brasil, varia entre sessenta e sessenta e cinco anos. Isso lembra o soneto de Vinicius de Morais sobre o seu sessentenário (ou o de Rubens Braga), cuja primeira estrofe diz: sessenta anos não são sessentas dias. Nem sessenta minutos, nem segundo...Não são frações de tempo, são fecundos zodíacos em penas e alegrias. Penas e alegrias é o que se observa em vários cenários que a vida profissional nos fez enxergar. Neles é possível identificar vários tipos de avós: que são responsáveis, totais ou parciais, pela criação e educação de netos e netas; avós para o lazer; avós não colaborativas (tempo da avó; espaço da avó), entre outros. Enquanto estudiosas e observadoras do envelhecimento humano é possível inferir algumas considerações. Nos grupos para a 3ª idade novas amizades são formadas. A maioria não admite que são velhas, mas advogam que o tempo e espaço são delas e para elas. No que concerne a síndrome do ninho vazio, ela é praticamente zero para as mulheres que participam desses grupos, dos grupos primários de existência e/ou são responsáveis pelos cuidados direto com os netos e netas. Neste último caso, o uso das novas tecnologias e o convívio diário com jovens, reforçam a ideia de juventude, “apesar da idade”. Muitas tornam-se avós antes da menopausa passando a ter responsabilidades com filhos (as) e netos(as) ainda na primeira infância. Um pequeno número de mulheres, admitem que estão velhas e o tempo é para elas. Colocam-se em primeiro lugar. Aproveitam a vida enquanto podem andar, conversar, reconhecer o outro e a si própria. Olha-se no espelho e se reconhece em sua geografia corporal esculpida pelo tempo. Percebem que o que as movimentam é a vitalidade e não a ideia do Ageless (sem idade) ou da juventude eterna. Observamos, também, que os grupos mais ativos têm um percentual elevado de mulheres que ainda não estão na 3ª idade. Inferimos que este dado mostra a falta de espaço social para as mulheres que estão no climatério, obrigando-as a uma velhice precoce. No contexto das diferenças de gênero observamos que os grupos são, predominantemente, formados por mulheres, daí justifica-se nossa atenção sobre essa categoria. Esta variável contribui para o desenvolvimento de atividades caracterizadas como femininas, tais como: bordado, pintura, crochê, entre outras, restando aos homens apenas as atividades recreativas pacatas, como o jogo de baralho e dominó. Também é sobre o corpo feminino que se tem um investimento médico e estético muito mais acentuado, comparando-se aos homens. Os novos espaços sociais, com seu capital social e relações de gênero baseadas na equidade, empenhados em construir novas imagens culturais associadas a homens e mulheres idosas, mostram que, apesar da idade é possível estabelecer e criar novos projetos afastando, sobremaneira, a associação entre velhice e doença. A redefinição dos valores e da identidade nessa fase da vida e, essencialmente, a partir da meia idade posterga as chamadas doenças da velhice tão onerosas para a pessoa, sua família e a nação. Mesmo reconhecendo que há uma nova imagem da velhice não podemos negar que ela foi construída a partir de um modelo de juventude idealizado pela mídia e pelo discurso médico incorporado ao senso comum. Envelhecer é uma fase da vida que se constrói num processo longo, gerando um corpo simbólico que resulta das construções sociais e culturais e um corpo biológico determinado pela genética e modo de vida. Utilizar gênero como categoria de análise auxilia no desenvolvimento de ações sociais que levam a integração e participação de homens e mulheres e auxilia, também, na busca de metodologias que ajudam na incorporação de novos hábitos que controlam ou evitam as desordens orgânicas crônicas. Além disso, permita que se perceba do mais explícito ao mais sutil preconceito advindo das diferenças de classe, geração e raça/etnia. Já a categoria capital social pode ser útil para que possamos relacionar o seu uso com as condições gerais de saúde da população idosa, e, a partir dos achados, elaborar programas mais centrados nas reais necessidades da população em questão. Pensar no espaço, tempo, capital social e gênero do envelhecer é permitir que as pessoas tomem consciência de si, como ser social, incorporada em uma realidade social, sujeito de sua história e não objeto de consumo.