80: Extensão e educação em saúde: um encontro com a comunidade
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FCA 01 Sala 06 - Pupunha    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
608 PROJETO DE EXTENSÃO NA ARTICULAÇÃO ENTRE SAÚDE E EDUCAÇÃO
Daniela Bruno dos Santos, Soraya Solon, Isabella Cristina Fernandes de Souza, Laysa Maria Fernandes de Souza, Sara Ingrid de Rezende Ferreira

PROJETO DE EXTENSÃO NA ARTICULAÇÃO ENTRE SAÚDE E EDUCAÇÃO

Autores: Daniela Bruno dos Santos, Soraya Solon, Isabella Cristina Fernandes de Souza, Laysa Maria Fernandes de Souza, Sara Ingrid de Rezende Ferreira

Apresentação: A educação desempenha um papel fundamental na vida das pessoas, por meio dela é possível transmitir conhecimentos, valores, e cultura que, é uma construção histórico social, ou seja, sofre alterações de acordo com a época, região, economia entre outras questões envolvidas. A escola por ter um contato direto com as pessoas desde muito cedo, é um ambiente de grande influência nesse processo. Objetivo: Com as dinâmicas das oficinas do Programa Saúde na Escola (PSE), criado pelo Ministério da Saúde e Educação, foi elaborado ações com os seguintes temas: álcool e outras drogas; gravidez na adolescência; sexualidade; saúde reprodutiva e métodos contraceptivos; violência sexual; e suicídio, estes, relacionados com a demanda eminentes na região. O intuito foi promover reflexões e levar informações necessárias.  Considerados que, assuntos como estes, ainda são vistos como tabus e, precisam ser discutidos, pois a informação é um meio com potencial de prevenção. Metodologia: Durante os meses de abril e março de 2017, realizamos sete ações em seis dias não consecutivos com adolescentes do ensino médio noturno de uma escola estadual de Campo Grande/MS. As atividades foram desenvolvidas em uma sala, com trinta alunos, cada ação durou em média noventa minutos, de forma intercalada, ou seja, uma vez por semana para não prejudicar os alunos que saiam da aula para participar do projeto. No decorrer das oficinas, foram utilizados diversos recursos midiáticos, explorações de revistas, construções de cartazes em grupo, teatro, entre outros. Resultados: Os alunos se mostraram interessados e curiosos, percebemos que, na ação sobre saúde reprodutiva e métodos contraceptivos surgiram mais dúvidas, no dia que abordamos violência sexual eles demostraram não conhecer as formas de denúncia e proteção regulamentada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente; e sobre o suicídio não tinham conhecimento sobre os fatores de risco. Considerações finais: Não houve evasão, os alunos solicitaram que o projeto voltasse. Ademais, essa experiência traz contribuições que agregam na formação enquanto futuros profissionais da saúde, de maneira dinâmica, a educação entre pares possibilita um resultado que vem demostrando grande aceitação e aprendizagem de forma eficiente. 

763 PROJETO EDUCAÇÃO NUTRICIONAL E FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PARACAMBI-RJ.
Bruno Ribeiro da Mota, Rayane Siqueira de Matos, Isabele Sabino de Medeiros

PROJETO EDUCAÇÃO NUTRICIONAL E FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PARACAMBI-RJ.

Autores: Bruno Ribeiro da Mota, Rayane Siqueira de Matos, Isabele Sabino de Medeiros

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) oferece alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes de todas as etapas da educação básica pública e determina que pelo menos 30% do valor repassado a estados, municípios e Distrito Federal pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) deve ser utilizado na compra de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar. A Secretaria Municipal de Educação e Esportes (SMEE) de Paracambi-RJ por muitos anos vem conseguindo atingir esta meta, mantendo uma relação muito boa com estas famílias de produtores rurais sendo referencia em seu Estado federativo. As unidades escolares tem como parceiros os agricultores familiares, que juntos fornecem um ambiente privilegiado para o desenvolvimento de ações de melhoria direta das condição de saúde dos alunos e seus familiares, além dos funcionários das escolas. Pois entendemos que estes são espaços para pensarmos na saúde dos mesmos através de incentivo ao consumo de alimentos produzidos por famílias de produtores locais e da educação nutricional. Sendo um setor estratégico para a concretização de iniciativas da melhoria do estado nutricional de todos os envolvidos, como o conceito da “Escola Promotora da Saúde”, que incentiva o desenvolvimento humano saudável e as relações construtivas e harmônicas entre alunos, funcionários e agricultores familiares. A escola é propícia à aplicação de programas de educação em saúde em larga escala, incluindo programas de educação nutricional. Estes devem consistir em processos ativos, lúdicos e interativos, que favoreçam mudanças de atitudes e das práticas alimentares dos escolares e seus responsáveis, dos professores e outros funcionários. Através do matriciamento da equipe de nutrição (nutricionista responsável técnico e estagiárias) com os professores das escolas da rede municipal de Paracambi-RJ, foram realizados trabalhos multidisciplinares que abrangiam o estímulo do consumo de alimentos saudáveis oriundos da agricultura familiar. Além das conquistas nutricionais nestes escolares, o consumo destes gêneros fortalece a rede social dos agricultores melhorando a economia através do aumento da produção destes alimentos. 

1147 Diferentes tipos de relacionamentos: a “talaricagem” enquanto tema emergente na adolescência
Lara Carolina Malanowski, Andressa Amanda Novaes, Gabrielle Cristine Rausch Bolzani, Marcos Koczur Lacerda, Raiane Chagas da Silva, Rosiléa Clara Werner

Diferentes tipos de relacionamentos: a “talaricagem” enquanto tema emergente na adolescência

Autores: Lara Carolina Malanowski, Andressa Amanda Novaes, Gabrielle Cristine Rausch Bolzani, Marcos Koczur Lacerda, Raiane Chagas da Silva, Rosiléa Clara Werner

Atuar no processo educativo com adolescentes é um desafio, especialmente na educação em saúde, a partir de metodologias ativas, na perspectiva da educação popular, e com objetivo de possibilitar o protagonismo dos adolescentes na produção do próprio conhecimento. O objetivo aqui é relatar um encontro promovido pelo Projeto de Extensão Saúde e Cidadania: Recriando a Realidade Social, que é desenvolvido por acadêmicas/os e professoras do departamento de Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa - PR, em parceria com o Núcleo Regional de Educação, articulado ao Programa Saúde na Escola da Secretaria Municipal da Saúde de Ponta Grossa - PR, e com a Unidade Básica de Saúde. O projeto de extensão desenvolve atividades, em horário de contraturno escolar, com adolescentes de 14 a 18 anos, em um Colégio Estadual do Município de Ponta Grossa. O referido encontro teve como temática “talaricagem”, um tema que se refere à situações que convergem entre amizade e relacionamentos, uma demanda trazida pelo próprios adolescentes. O encontro se realizou da seguinte forma: primeiramente os adolescentes receberam um cartão com a pergunta: “Se você visse um amigo (a) ficando com a pessoa que você gosta, qual seria a sua reação?”, eles responderam por escrito no cartão que foi guardado para uma atividade posterior. Na sequência os adolescentes foram separados em trios para montarem um pequeno teatro com uma situação que consideravam ser “talaricagem”. Diversas situações apareceram no teatro, como por exemplo: uma pessoa que namora e esconde isso para beijar outra pessoa, e uma pessoa que conta um segredo de uma amiga. Após as apresentações, colou-se um pedaço de E.V.A azul no ombro direito dos adolescentes e E.V.A vermelho no ombro esquerdo, foi sugerido para que andassem pela sala, se misturando, parando onde estavam ao sinal das extensionistas. Explicou-se que todos os adolescentes eram um grupo de amigos e que o E.V.A azul representava a amizade e o E.V.A vermelho o amor, paixão, atração. O objetivo da dinâmica foi mostrar que mesmo uma pessoa se envolvendo com outra pessoa, ela não deixaria de ter amizades e que existem diferentes tipos de relacionamentos e intensidade. Abriu-se o debate sobre o tema, e os adolescentes puderam compartilhar dúvidas e experiências, como: “se a pessoa namora e não diz, ficando com outra pessoa é talaricagem?” Finalizado o debate, retornou-se à primeira atividade, foi devolvido os cartões e os adolescentes responderam a pergunta novamente. O que possibilitou avaliar quanto o encontro interferiu na construção ou manutençao de conceitos. Surgiram diversas respostas diferentes das primeiras, alguns refletiram e mudariam de atitude. Os adolescentes participaram ativamente de todo o processo de construção do conhecimento, partindo do que sabem e vivenciam sobre os relacionamentos na adolescência e sobre sua importância. Ficou claro que as pessoas são diferentes e que não é preciso ter a ideia de que uma é “melhor”, “mais importante” que a outra, mas que são situações, sentimentos e intensidades diferentes; e como essas situações interferem na saúde mental de cada um. 

1205 “POSSO AJUDAR?” EXPERIÊNCIA DE GRADUANDOS DE CURSOS DA ÁREA DE SAÚDE NA HUMANIZAÇÃO E INSERÇÃO PRECOCE NO MUNDO DO TRABALHO.
Fernando Silva de Oliveira, Marcelo Gobbo Junior, Michelle Ruedi Paiva, Henrique Cordeiro Santiago

“POSSO AJUDAR?” EXPERIÊNCIA DE GRADUANDOS DE CURSOS DA ÁREA DE SAÚDE NA HUMANIZAÇÃO E INSERÇÃO PRECOCE NO MUNDO DO TRABALHO.

Autores: Fernando Silva de Oliveira, Marcelo Gobbo Junior, Michelle Ruedi Paiva, Henrique Cordeiro Santiago

O “Posso Ajudar?” é um projeto de extensão vinculado à Câmara de Humanização do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HCUFU) e busca a humanização da assistência à saúde aliada à inserção precoce no HCUFU de alunos de graduação da área da saúde por meio do acolhimento dos usuários do Sistema Único de Saúde e seus acompanhantes. O relato refere-se a participação de quatro alunos do primeiro e segundo períodos, no referido projeto, com 240 horas a serem cumpridas. Os estagiários do projeto são selecionados por uma avaliação e submetidos a um treinamento para o atendimento aos usuários. Distribuídos em três setores hospitalares – pronto socorro, ambulatório e clínica cirúrgica – os estagiários, supervisionados pela equipe multisetorial do HCUFU, aproximam-se através de abordagem oral dos clientes e os direcionam até seus locais de espera e atendimento, mantendo-os informados quanto ao conteúdo de receitas, exames, retorno entre outras rotinas simples, durante as diversas etapas de seu tratamento, desde a recepção à alta hospitalar. Os usuários relatam como foram encaminhados ao hospital para procurar atendimento e compartilham suas experiências estabelecendo, portanto, uma relação de confiança e aprendizado. Repercurte-se, dessa forma, maior eficiência no pré e pós atendimento, maior satisfação e tolerância dos usuários em relação aos procedimentos e ao tempo de espera e maior segurança e tranquilidade para o atendimento. Os estagiários aprendem as melhores maneiras de lidar com os usuários, buscando ser claros e compreensivos, exercitando preceitos éticos. Essa inserção precoce em um ambiente de saúde terciário permite ao estagiário aprender com aquilo que se vivencia compreendendo o outro na medida em que o acompanha de perto, intervindo assim de maneira mais eficiente e humana. O projeto possibilita compreender dificuldades que o usuário passa antes de ser atendido até ter seu problema resolvido; o que contribui para formação de profissionais que respeitam e se preocupam com o bem estar do usuário e sua história. O projeto pode configurar-se como uma eficaz ferramenta de ensino por proporcionar ao estudante um precoce acesso a algumas etapas do atendimento, permitindo desenvolver relações interpessoais, cidadania e ética; além da possibilidade de associar os conhecimentos teóricos à suas repercussões clínicas. Essa experiência intensificar-se-ia por meio da implantação de tutorias e de grupos de discussão sobre os casos vivenciados.

1357 DIÁLOGOS SOBRE MORTE NA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Ester Alves de Oliveira, Beatriz Graça de Araujo, Lowisa Consentini Garcia, Camila Soares Santos, Marcos Lima do Nascimento, Paulo Philip de Abreu Gonzaga, Iracema da Silva Nogueira, Victor Nei Vasconcelos Monteiro

DIÁLOGOS SOBRE MORTE NA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Ester Alves de Oliveira, Beatriz Graça de Araujo, Lowisa Consentini Garcia, Camila Soares Santos, Marcos Lima do Nascimento, Paulo Philip de Abreu Gonzaga, Iracema da Silva Nogueira, Victor Nei Vasconcelos Monteiro

INTRODUÇÃO: Falar sobre a morte não é uma tarefa fácil, tais palavras acionam mecanismos cerebrais que afloram nossas referências de vida. Aceitar o fato de que nossa existência, assim como a das pessoas que amamos, tem um “prazo de validade” desconhecido é árduo, e esse medo do desconhecido torna a morte uma questão difícil de ser discutida, enfrentada e pesquisada. A morte em si significa a interrupção definitiva da vida de um organismo, porém, pode ter outros significados de acordo com cada pessoa, cultura, e outros fatores, modificando assim a forma como cada indivíduo lida com esse processo. A morte e o morrer são mais que eventos simplesmente biológicos, eles possuem dimensões sociais, psicológicas, físicas, culturais, antropológicas, pedagógicas, religiosas/espirituais e sobre eles recaem inúmeros sentidos, ritos e crenças. A Tanatologia é a ciência ou estudo da morte em seus aspectos psicológicos e sociais, que busca também entender o processo de luto, não enfocando seu estudo apenas na complexidade da morte, mas também nos desdobramentos desta, no que diz respeito às perdas e como as pessoas lidam com as mesmas. O morrer no âmbito hospitalar desafia os profissionais de saúde a lidarem com todo o cenário e as pessoas envolvidas, cabendo a eles a responsabilidade de manter o controle da situação. Ao ingressar na Universidade, os acadêmicos da área da saúde são surpreendidos com a naturalidade com que a morte e o processo de morrer são abordados durante a vivência acadêmica. No decorrer desse processo de formação de profissionais de saúde, muito se fala sobre morte, porém, a abordagem é quase sempre voltada para o aspecto de evitá-la, dispondo de métodos científicos e condutas que previnam esse evento. Contudo, há situações em que a morte não pode ser evitada, muito menos prevenida, haja vista que se trata de um processo natural. Todavia, a crescente institucionalização da morte, associada à baixa relevância conferida ao estudo da mesma nos cursos de graduação da área de saúde, levanta a seguinte questão: estariam os futuros profissionais de saúde preparados para conviver com os pacientes à beira da morte, compreendê-los e prestar-lhes a melhor assistência? A partir dessas colocações, questiona-se ainda, como o profissional de saúde lidará com esses eventos se durante a formação acadêmica não foi enfatizado o que fazer quando a morte não pode ser evitada? Vale ressaltar que a assistência não termina após o óbito, é neste âmbito que se destaca a importância do diálogo sobre morte/morrer durante o processo de formação dos profissionais de saúde, pois há necessidade de inserção de mais diálogos sobre a temática durante a formação acadêmica, a fim de formar profissionais aptos e capacitados para lidar com essa realidade, garantindo uma assistência de qualidade e melhor enfrentamento por parte do profissional. OBJETIVO: Relatar a experiência vivenciada por acadêmicos da área da saúde que cursaram a disciplina Tanatologia. METODOLOGIA: Trata-se de relato de experiência produzido a partir da vivência na disciplina optativa Tanatologia, ofertada durante o ano de 2016 no período de agosto a dezembro, aos alunos dos cursos de Enfermagem, Odontologia e Medicina, da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A disciplina abordou os seguintes temas: construção história do processo de morte e morrer; principais teorias psicológicas sobre a morte/morrer; cuidados paliativos; comunicação de notícias difíceis com base no protocolo Spikes, visando melhorar a tarefa de transmiti-las; humanização das práticas de cuidado e os ritos; formas de morrer; suicídio e comportamento suicida. A disciplina buscou desenvolver nos discentes habilidades e competências para interpretar concepções de vida e morte presentes na assistência em saúde contemporânea, bem como problematizar serviços oferecidos e construir novas formas de atuação. Foram utilizadas metodologias ativas, destacando-se problematizações, mesas redondas, rodas de conversa, exposição de fotos e opiniões diante do tema, aulas de campo/visita ao cemitério, relato de vivências, encenação/aula vivencial sobre ritos e expressão obrigatória dos sentimentos, quando foi realizado um teatro pelos alunos no qual cada grupo era responsável por representar uma cultura, a fim de conscientizar os alunos diante das diferenças de significados do processo morte/morrer de acordo com as peculiaridades culturais, sociais e religiosas, além de aulas expositivas dialogadas. Dentre as estratégias de ensino foram utilizados recursos como: projetor de imagem, notebook, vídeos, documentários e filmes, como por exemplo o documentário ‘The bridge’ (“A ponte”), seguido de debate, com intuito de favorecer didaticamente o aprendizado dos alunos. RESULTADOS: No decorrer da disciplina, o processo de morte/morrer foi abordado em suas diversas dimensões, proporcionando experiências únicas aos alunos. Contudo, por ser uma disciplina optativa, ou seja, não estar inclusa na matriz curricular, a adesão não foi significativamente grande, apesar de se tratar de uma temática de relevância e importância para os futuros profissionais da área da saúde. Os temas abordados na disciplina ampliaram o olhar dos discentes sobre o processo de morte/morrer, pois, incialmente, era notório o desconhecimento acerca do conteúdo, devido a morte ser considerada um tabu tanto no ambiente acadêmico quanto na sociedade em geral. Inicialmente, havia temor em relação ao tema por parte dos estudantes, aliado ao primeiro contato com o diálogo direto sobre morte. Porém, ao longo da disciplina foi perceptível o impacto e a aceitação após o conhecimento do que realmente se tratava, observando-se grande interesse por parte dos discentes, através da ativa participação durante as aulas, especialmente, nas aulas em que as metodologias ativas eram implementadas. A partir de então, os alunos demonstraram compreender a importância de se conversar sobre morte em todas as esferas sociais, perceberam que a morte e o luto podem ser enfrentados de diferentes formas as quais devem ser levadas em consideração durante o processo de cuidar; a importância de um diálogo adequado na comunicação de notícias difíceis, direcionando a atuação dos discentes frente a essa necessidade, respeitando os aspectos biopsicossociais e espirituais de cada cliente e seus familiares; despertaram sobre a necessidade de humanização da assistência em casos de tentativa de suicídio e situações relacionadas, sendo instigados a repensar o tabu construído pela sociedade referente ao tema. Os conteúdos abordados e as atividades acadêmicas desenvolvidas no decorrer da disciplina Tanatologia, contribuíram para a desmistificação da visão da morte como algo sombrio e sempre negativo. CONCLUSÃO: Salienta-se a importância da necessidade de ampliar a discussão da temática tanto em sala de aula quanto em campo de estágio, pois, durante a formação acadêmica, a ênfase recai sobre os procedimentos técnicos e o cuidado do corpo físico, deixando uma lacuna no que diz respeito ao cuidado psicossocial e a terminalidade da vida. Não restam dúvidas de que a experiência vivenciada na disciplina ampliou o olhar dos futuros profissionais da saúde sobre a temática, conferindo mais confiança para dialogar tanto com os clientes quanto com seus familiares, pois a morte é algo que sempre estará presente no cotidiano pessoal e profissional. Portanto, é preciso que o processo de formação desses profissionais facilite o enfrentamento, buscando estratégias de ensino e aprendizagem para amenizar sentimentos de medo, impotência, insegurança, através da implementação de disciplinas tal como esta, que aborda assuntos relacionados ao processo de morte e morrer, visando promover o preparo do futuro profissional de saúde, ainda na graduação, para assegurar uma assistência qualificada e profissionais com visão holística em relação ao ser humano.

1362 SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA ATRAVÉS DA AGRICULTURA FAMILIAR, UMA AÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Amanda Sthefpanie Ferreira Dantas, Robson Diego Calixto, João Enivaldo Soares de Melo Junior, Stelacelly Coelho Toscano de Brito, Erika Rêgo da Cruz, Elielson Paiva Sousa

SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA ATRAVÉS DA AGRICULTURA FAMILIAR, UMA AÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Autores: Amanda Sthefpanie Ferreira Dantas, Robson Diego Calixto, João Enivaldo Soares de Melo Junior, Stelacelly Coelho Toscano de Brito, Erika Rêgo da Cruz, Elielson Paiva Sousa

Apresentação: Cada lugar tem suas especificidades quanto aos hábitos alimentares, estes estão atrelados também aos costumes de uma população, a sua cultura, a sua regionalidade atribuindo, portanto, aos seus alimentos mais que um valor nutricional, mas uma significação, uma representação da sua regionalidade, da identificação social e cultural e esse contexto reflete diretamente em uma alimentação saudável de uma dada população. Neste contexto, é essencial preservar tais práticas bem como incentivar a produção e o consumo de alimentos saudáveis (como por exemplo hortaliças, legumes e frutas), sempre considerando o contexto social e cultural relacionados às práticas alimentares. Sendo assim, no campo da agricultura familiar há uma significância cada vez maior em se produzir hortaliças e frutas com padrões de qualidade, que sejam livres de agrotóxicos para não prejudicar o meio ambiente, resguardando os princípios da segurança alimentar como potencializando não só em âmbito de subsistência, mais como fator gerador de lucro do seio familiar, haja vista essas práxis são desenvolvidas com baixo custo e suporte tecnológico. Por conseguinte, o desenvolvimento dessas práticas sustentáveis de produções de alimentos de boa qualidade relacionados para o uso direcionado da população/família, tornou-se uma proposta dos profissionais de saúde para uma dieta mais saudável em a população brasileira e mundial, visando a diminuição da obesidade, atuando na prevenção contra doenças crônicas e não transmissíveis. Outrossim, trata-se da importância do papel dos setores públicos, entidades sociais e de ensino, no que tange a responsabilidade de estimular e proporcionar mudanças sociais e ambientais em níveis coletivos, como por exemplo a agricultura familiar, atrelando as técnicas do plantar, colher e consumir com o exercício do aprender, gerando saúde e qualidade de vida através das práticas tradicionais. Dentro desta perspectiva as ações educativas em ambiente escolar, podem ser entendidas como uma forma de abordagem que, enquanto processo amplo na educação, proporciona construir um espaço muito importante na veiculação de novos conhecimentos e práticas relacionadas a promoção da saúde, logo a educação tem tido um significado muito importante por colaborar na orientação de ações práticas, trazendo com isso resultados e melhorias na qualidade de vida e no fortalecimento do sujeito como um todo. Em vista disto o profissional enfermeiro, enquanto educador em saúde contribui na aquisição de autonomia para identificar e utilizar as formas e os meios de preservar e melhorar a qualidade de vida de seus clientes, na qual os cuidados de enfermagem vão além de uma visão assistencialista ao usuário, mas tem como objetivo principal a promoção e prevenção de agravos a saúde. Objetivo: Elaborar uma ação educativa sobre importância da agricultura familiar para a saúde no cenário escolar rural. Descrição da experiência: trata-se de um relato de experiência de natureza descritiva na qual visa estimular a agricultura familiar como uma ferramenta de apoio da saúde. A vivência foi proporcionada pelo Estágio Nacional de Extensão em Comunidades (ENEC), no mês de julho de 2017, onde graduandos do curso de enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA) e de odontologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em união com um engenheiro agrônomo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), desenvolveram uma ação educativa em uma escola municipal de Marí, interior da Paraíba, atingindo 35 alunos do 5º e 6 º ano, de ambos os sexos, com faixa etária estimada de 6 a 9 anos de idade. Sendo que esta experiência na comunidade teve apoio do Projeto de Pesquisa e Extensão Vivências de Extensão em Educação Popular em Saúde no SUS (VEPOP-SUS) e coordenado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). E para darmos início a ação educativa, foi solicitado que cada criança falasse uma palavra que se relaciona com o seguinte questionamento, ‘O que a agricultura familiar representa para você?’. Mediante o seu ponto de vista, a palavra exposta foi anexada em um quadro para que todos pudessem analisá-las posteriormente. Em seguida, tendo como base as palavras escolhidas pelo público-alvo, houve a exposição dialógica, conduzida por três estudantes da área da saúde, enquanto o profissional agrônomo permanecia na assistência caso houvesse a necessidade de intervenção durante a explicação do assunto, cujo os temas eram o é ‘Agricultura, a importância da agricultura familiar’ e ‘Os males do uso de agrotóxicos’, com duração de 10 a 15 minutos. À frente desse momento, foi aplicado o jogo de palavras cruzadas intitulado de “Plantando e colhendo saúde” para a análise do entendimento do assunto abordado sendo que os viventes ficaram responsáveis por guiar, sanar possíveis dúvidas e estimular a participação ativa das crianças durante o decorrer do jogo. Subsequentemente, foi oferecido mudas com plantas de tomate, alface e rúcula juntamente com adubo para o início de uma horta na escola e cada criança ficou responsável por cuidar da sua planta, com amor e material orgânicos, objetivando uma colheita mais segura e saudável. Resultados: A ação educativa obteve-se excelentes repercussões nas quais satisfizeram os objetivos propostos pelos alunos através da ação, pois o público aceitou o tema abordado com muita atenção, mostrando-se bastantes ativos e participativos no decorrer do momento. Ressalta-se a ideia de que ao uso de agrotóxicos não é saudável, porém defenderam que a colheita é mais rápida e gera um movimento de capital maior para as famílias com pequena propriedade. Foi possível perceber também que algumas crianças não possuíam interesse em permanecer no campo, considerando a cidade bem mais atrativa para a construção do seu futuro profissional, e isto acarreta profundas consequências para o binômio campo-cidade, o que se é produzido na área rural é consumido nas metrópoles e sem a mão de obra agrícola, a economia nacional será abalada a longo prazo. Conclusão/Considerações Finais: O profissional enfermeiro tem o dever de desenvolver ambientes que propiciem a troca de conhecimentos com a finalidade de transformar, mudar ou adequar-se à realidade do seu usuário, independentemente do sexo, raça ou por idade. Mediante a isso, constatou-se que o conhecimento repassado através da ação educativa, estimulou a reflexão do público, tanto no seu âmbito escolar quanto familiar, tendo assim o compromisso do prosseguimento do projeto. Dessa maneira, comprovando que a educação em saúde é uma ferramenta imprescindível para a empoderamento da sociedade na qual utiliza o conhecimento transmitido e absorvido, para transformar positivamente do processo-saúde doença. Logo, a orientação da população em prol da obtenção de uma ingesta alimentar mais saudável é uma das funções dos profissionais da saúde, contudo é indispensável o auxílio de outras ciências, como a agronomia confirmando então a importância da agricultura familiar objetivando plantar e colher saúde.

1564 ASSISTÊNCIA DA SAÚDE DA MULHER EM SITUAÇÃO PRISIONAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
BRUNA HELLEN VAZ PIRES, HADASSA OLIVEIRA MOURA, Tarcia Millene de Almeida Costa Barreto

ASSISTÊNCIA DA SAÚDE DA MULHER EM SITUAÇÃO PRISIONAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: BRUNA HELLEN VAZ PIRES, HADASSA OLIVEIRA MOURA, Tarcia Millene de Almeida Costa Barreto

A politica Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) enfatiza em seus princípios e diretrizes a assistência á mulher negra, indígena, lésbica, e, entre outras, a atenção à saúde da mulher em situação prisional. Todavia pouco se discute em relação à saúde da mulher no sistema prisional. Dessa forma objetivou-se relatar as experiências de ligantes, da Liga Acadêmica de Enfermagem Saúde e Diversidade, na assistência prestada a mulheres reclusas. Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência sobre a vivência de acadêmicos de enfermagem na ação “Atenção à Saúde da Mulher Privada de Liberdade”, ocorrida em agosto de 2017, na Cadeia Pública Feminina no estado de Roraima. Foi ofertados atendimentos de saúde a 38 mulheres, sendo dividido em duas etapas: realizaram-se atendimentos de enfermagem, tais como, cálculo de índice de massa corpórea, aferição de pressão arterial, glicemia e vacinas ao público presente, e em seguida ministrou-se uma palestra abordando higiene corporal, infecções sexualmente transmissíveis e o uso correto da camisinha, sendo esta uma oportunidade de promover o empoderamento da mulher, por meio da propagação do conhecimento. A ação de saúde atendeu 38 mulheres, com idade entre 18 e 50 anos, o que condiz com o parâmetro nacional, onde a maioria das reclusas apresenta faixa etária jovem. Com a análise das fichas de atendimentos, notou-se que 3% das mulheres atendidas estavam abaixo do peso, 37% com peso normal, 40% em sobrepeso, 8% em obesidade grau um, 6% obesidade grau dois, e 6% obesidade grau três, observou-se que elas não tinham conhecimento acerca do seu peso e altura, tão menos a respeito da importância da alimentação correta. Em relação à pressão arterial 94% estavam dentro da normalidade e 6% alterado, devido ao estresse do ambiente. A mesma situação foi encontrada no exame de glicemia. No que diz respeito à educação em saúde foi realizada uma palestra, com cerca de 20 detentas, no qual abordava temáticas referentes à promoção da saúde, prevenção de IST e uso correto da camisinha, onde contou com a participação das ouvintes, sendo possível sanar dúvidas sobre o assunto ministrado. Notou-se que momentos como esses são importantes na prevenção de doenças, visto que muitas mulheres não tinham conhecimento dos sintomas das infecções sexualmente transmissíveis. A atuação dos ligantes na ação de saúde com as mulheres reclusas contribuiu para formação acadêmica e melhoria da assistência de enfermagem, visto que foi possível praticar habilidades adquiridas em sala de aula. Além de proporcionar aos alunos reflexões que contribuiu para a desconstrução de tabus, tendo em vista o ambiente de atuação. Porém observou-se que a assistência de enfermagem na Cadeia Pública Feminina é deficiente, pois não há presença de um profissional acompanhando a saúde das mulheres com frequência, mostrando o oposto do que é enfatizado no PNAISM. Diante desse cenário nota-se a necessidade de melhor aplicar os princípios e diretrizes da politica de atenção a suade da mulher visando uma assistência de saúde integral.

1717 INSTRUMENTO PARA GUIAR A CONSULTA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-OPERATÓRIO E FORTALECER A CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE
Nathieli Aparecida Da Silva, Aline Marques Paimell, Neriane Fatima Piana Pavan, Lucas Soares dos Santos, Adriana Gracietti Kuczmainski, Rosana Amora Ascari

INSTRUMENTO PARA GUIAR A CONSULTA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-OPERATÓRIO E FORTALECER A CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE

Autores: Nathieli Aparecida Da Silva, Aline Marques Paimell, Neriane Fatima Piana Pavan, Lucas Soares dos Santos, Adriana Gracietti Kuczmainski, Rosana Amora Ascari

Introdução: Um dos objetivos da visita no pré-operatória de enfermagem é tranquilizar o paciente em relação ao nível de a ansiedade. Por vezes, os pacientes são hospitalizados para intervenção cirúrgica sem informações e orientações necessárias para prevenir o cancelamento cirúrgico e complicações pós-operatórias.  Essa falta de conhecimento a respeito do procedimento anestésico-cirúrgico que será realizado desencadeia uma series de emoções das quais podem refletir diretamente na recuperação do paciente no pós-operatório, o que contribui para o desenvolvimento de estresse pré-cirúrgico. Neste sentido, a consulta de enfermagem no pré-operatório, denominada visita pré-operatória de enfermagem (VPOE) além de auxiliar a amenizar as dúvidas e ansiedade do paciente/família, também é um momento utilizado para a realização do Preparo de Instrução Pré-Operatória (PIPO), ou seja, orientações específicas de cuidados a serem realizados antes e após a cirurgia para minimizar complicações pós-operatórias e até mesmo o cancelamento cirúrgico. Considerando a Resolução 358/2009 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) deve ser implementada em ambiente público e privados, em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem. Assim, segundo a referida resolução, a SAE organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização do processo de enfermagem (PE). No que tange a Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP), esta é uma forma de qualificar a assistência de enfermagem dispensada ao paciente cirúrgico. Objetivo: relatar a experiência acerca da construção de instrumento para guiar a consulta de enfermagem no pré-operatório como forma de fortalecer a cultura de segurança do paciente cirúrgico num serviço hospitalar público no oeste catarinense. Metodologia: trata-se de um relato de experiência acerca da vivência de estudantes e professores integrantes do programa de extensão denominado "Cultura de Segurança do Paciente com foco no Perioperatório" do curso de enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), no primeiro semestre de 2017. Tal programa tem por objetivo fomentar a cultura de segurança do paciente no período perioperatório em um hospital público do oeste de Santa Catarina. O serviço de saúde em questão caracteriza-se como referência hospitalar para 92 municípios da região oeste de Santa Catarina e aproximadamente 26 municípios do Paraná e Rio Grande do Sul, numa cobertura superior à 1.000.000 de habitantes, com diferentes serviços ofertados. Na área cirúrgica a instituição hospitalar conta com Centro Cirúrgico (CC) formado por sete salas cirúrgicas, realizando diariamente procedimentos de pequeno, médio e grande porte, contemplando diversas especialidades médicas. Neste contexto, as diferentes ações de extensão surgem com vistas à melhoria da qualidade assistencial ao paciente cirúrgico. Este relato em específico, refere-se à ação III a qual contempla a construção de um instrumento norteador da visita de enfermagem pré-operatória, como ferramenta de apoio à SAEP. Resultados: no âmbito da segurança do paciente no contexto perioperatório, a iniciativa de desenvolvimento de um instrumento norteador da VPOE emerge no programa de extensão a partir de demanda da instituição hospitalar, enquanto proposta de contribuição e direcionamento das atividades a pacientes, familiares e profissionais de enfermagem frente à experiência cirúrgica. Assim, a construção se inicia na busca pela construção/organização de um instrumento norteador à sistematização da assistência de enfermagem perioperatória, com o objetivo de subsidiar o profissional enfermeiro na realização de uma assistência especializada, individualizada e humanizada, frente aos aspectos bio-psico-sócio-espirituais do paciente. Além disso, no que diz respeito ao paciente, a presente proposta visa ajudá-lo a compreender seu problema de saúde, a preparar-se para o tratamento anestésico-cirúrgico e suas possíveis consequências, e a utilizar seus mecanismos de defesa fisiológicos e psicológicos durante a internação cirúrgica. Logo, o processo de construção iniciou-se com a busca de referencial teórico para suporte na elaboração do material, na investigação de conceitos, conteúdos e orientações relacionadas à ao processo cirúrgico. O aprofundamento teórico no grupo permitiu que os participantes se apropriassem de questões relativas à enfermagem perioperatória, período considerado de grande importância por alguns acadêmicos, os quais referiram insegurança no início da participação no grupo, uma vez que se sentiam limitados teoricamente na área. Assim, os referenciais teóricos selecionados possibilitaram o levantamento de dados e informações relevantes sobre o paciente cirúrgico e assistência de enfermagem neste contexto, a fim de construir um esboço inicial do instrumento, o que foi complementado a partir de demandas específicas dos setores hospitalares, por meio de rodas de conversa com a equipe de enfermagem do hospital. Assim o material foi estruturado nos seguintes tópicos: a) o procedimento, a fim de conceituar a cirurgia propriamente dita ao paciente; b) as fases operatórias, descrevendo em seguida o passo a passo da experiência cirúrgica; c) Pré-operatório, abordando a preparação pré-operatória, rotinas, estrutura física do setor de internação; d) Centro cirúrgico, apresentando através de imagens, a recepção e encaminhamentos vivenciados no CC, bem como o ambiente das salas cirúrgicas, tais como instrumentos, equipamentos, equipe multiprofissional, paramentação cirúrgica; e) Pós-operatório, incluindo possíveis sinais e sintomas esperados no âmbito da Sala de Recuperação Pós Anestésica (SRPA), horários de visitas e encaminhamentos pós SRPA; f) Em seguida incluiu-se uma seção de apresentação de dispositivos em que se pode fazer uso no pós-operatório, citando as especificidades e cuidados com estes; g) E para finalização, o instrumento conduz ao momento de ensino, supervisão e treinamento dos exercícios respiratórios e de mobilidade para minimizar possíveis complicações no pós operatório. Com o objetivo de maior compreensão e interação do paciente no momento de educação pré-operatória, optou-se por trabalhar todo o instrumento a partir de imagens reais dos contextos apresentados, a fim de melhor elucidar a realidade. Os extensionistas realizaram visitas técnicas à instituição para a realização de registros fotográficos dos respectivos setores: clínica cirúrgica, salas cirúrgicas e salas de recuperação. Não houve o uso de imagens de pacientes, preservando os preceitos éticos e legais da atividade. A partir da estruturação de uma versão inicial, o instrumento, genericamente denominado “Portfólio”, foi socializado a todo grupo do projeto, momento em que emergiram novas sugestões e alterações.  Com a qualificação do material no grupo, iniciou-se nova validação junto ao núcleo de segurança do paciente e direção de enfermagem do hospital a fim de aprovação da versão final para implementação no serviço, para além das ações extencionistas. Considerações finais: A construção de um instrumento para guiar a consulta de enfermagem pré-operatória apresenta-se como uma ferramenta tecnológica do cuidado no âmbito da SAEP ao subsidiar o enfermeiro na realização de uma assistência qualificada, com vistas à melhoria de resultados e satisfação dos pacientes e familiares. A construção e validação deste instrumento se fez possível através da cooperação ensino-serviço, sendo o próximo passo caracterizado pela implementação do “Portfólio” na prática hospitalar. O teste piloto foi desenvolvido na clínica cirúrgica traumato-ortopédica durante as atividades teórico-práticas dos acadêmicos de enfermagem da Udesc neste campo. O cuidado ao indivíduo frente à experiência cirúrgica é uma responsabilidade da enfermagem, e espera-se que seja desenvolvido de forma segura, participativa e individualizada, no qual o paciente é um ser singular.

1775 A maternidade como espaço educativo para o cuidado ao binômio mãe-filho:uma abordagem integradora.
Natália Rayanne Souza Castro, Ana Gabriela Lucena Brito, Rayssa Thays Santana de Sousa, Lannay Marães da Costa, Anny Beatriz Costa Antony de Andrade

A maternidade como espaço educativo para o cuidado ao binômio mãe-filho:uma abordagem integradora.

Autores: Natália Rayanne Souza Castro, Ana Gabriela Lucena Brito, Rayssa Thays Santana de Sousa, Lannay Marães da Costa, Anny Beatriz Costa Antony de Andrade

INTRODUÇÃO: O ciclo gravídico-puerperal é caracterizado por mudanças biopsicossociais, dentre as principais necessidades de saúde observadas, estão as orientações. O projeto de extensão Maternagem consiste no desenvolvimento de ações educativas sobre o universo da materno-infantil por acadêmicos de enfermagem e residentes em enfermagem obstétrica, na tentativa de promover qualidade de vida ao binômio. OBJETIVO: Relatar a vivência de estudantes de enfermagem durante abordagens educativas em saúde às mulheres durante o ciclo gravídico-puerperal. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, fruto da vivência de acadêmicas de enfermagem durante a execução do projeto. O projeto ofertado pela Universidade Federal do Amazonas desenvolve suas atividades com gestantes e puérperas no Centro de Parto Normal Intra-hospitalar (CPNI) e alojamento conjunto (ALCON) de uma maternidade de grande porte, localizada em Manaus. Inicialmente, foram ofertadas oficinas de treinamento teórico-prático com as acadêmicas de enfermagem participantes. Os assuntos foram selecionados conforme a demanda observada no público alvo do projeto. Foram elaboradas rodas de conversa com as clientes, aplicações de práticas integrativas como a reflexologia podal, massoterapia, aromaterapia, musicoterapia e consultas individuais de enfermagem, ofertando um cuidado diferenciado, proporcionando a participação direta dos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem e possibilitando a prevalência de uma relação horizontal entre o educador-educando, na qual ambos podem contribuir, sem quaisquer imposições, permitindo uma educação em saúde dialogada. RESULTADOS: No cuidado às parturientes, foi possível realizar as ações de educação em saúde de forma a envolver as participantes, influenciando a entender as mudanças que aconteciam em seu organismo no período gestacional, oferecendo musicoterapia, aromaterapia no momento do trabalho de parto. Quanto às puérperas, foi possível discutir sobre os benefícios do aleitamento materno, tanto maternos, como neonatais, meios para evitar intercorrências, como o ingurgitamento mamário. Técnicas para o conforto infantil, como a massagem shantala, foram demonstradas, bem como os principais cuidados relacionados ao neonato, como higiene do coto umbilical e banho. As clientes demonstraram boa receptividade na aplicação de técnicas como a reflexologia podal e drenagem linfática, bem como orientações relacionadas ao autocuidado. Observa-se a importância da contribuição, enquanto graduandos, na prestação de uma assistência de enfermagem diferencial, sendo capaz de adquirir com esta prática, o olhar de um verdadeiro profissional de enfermagem. CONCLUSÃO: A oferta de cuidados à saúde da mulher, levando em conta seu contexto social, é essencial, principalmente durante o ciclo gravídico-puerperal, momento marcado por incertezas e transições. As práticas educativas são estratégias essenciais para o acadêmico de enfermagem, pois permite que o mesmo desenvolva a perspectiva de intervir, de forma crítica-reflexiva, em uma dada situação, com base na observação da realidade. Desse modo, é possível concluir que a realização do projeto Maternagem permitiu visualizar na prática o que aprende-se na teorização, e o que se deve levar para futura atuação profissional, que é a de executar uma assistência de enfermagem com atendimento diferenciado para a gestante, a parturiente e a puérpera, com um cuidado sistemático, atual, contínuo e individualizado.  

2225 A PRÁTICA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM CRIANÇAS EM PROJETO DE EXTENSÃO, RELATO DE EXPERIÊNCIA
Regiane Camarão Farias, Aliny Cristiany Costa Araújo, Camilla Cristina Lisboa Do Nascimento, Diully Siqueira Monteiro, Fernando Kleber Martins Barbosa, Giovana Karina Lima Rolim, Heleson Rodrigues Miranda, Marcos José Risuenho Brito Silva

A PRÁTICA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM CRIANÇAS EM PROJETO DE EXTENSÃO, RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Regiane Camarão Farias, Aliny Cristiany Costa Araújo, Camilla Cristina Lisboa Do Nascimento, Diully Siqueira Monteiro, Fernando Kleber Martins Barbosa, Giovana Karina Lima Rolim, Heleson Rodrigues Miranda, Marcos José Risuenho Brito Silva

APRESENTAÇÃO: A educação em saúde estimula a promoção da saúde, prevenção e tratamento de doenças, além do engajamento da população em assuntos relacionados à mesma. Entende-se como quaisquer combinações de experiências de aprendizagem delineadas com vistas a facilitar ações voluntárias conducentes à saúde. É uma das atividades que requer grande atenção dos profissionais da área. Por sua magnitude, a educação em saúde deve ser entendida como uma importante vertente à prevenção e na prática deve estar preocupada com a melhoria das condições de vida e de saúde das populações, ou seja, significa contribuir para que as pessoas adquiram autonomia para identificar e utilizar as formas e os meios para preservar e melhorar a sua vida. Um dos possíveis mediadores no processo de ensino-aprendizagem para crianças seria a atividade lúdica, figurando-se como método alternativo que auxilie nesse processo. Entende-se que uma intervenção é eficaz quando atinge os resultados esperados. Nesse sentido, intervenções lúdicas eficazes para a educação em saúde com crianças, devem promover a aprendizagem evidenciada pelo aumento do nível de conhecimento e aspectos mais abrangentes, como por exemplo, a melhora na qualidade de vida. Verifica-se que o lúdico contempla assim, os critérios para uma aprendizagem efetiva, chamando a atenção para um determinado assunto (intencionalidade/reciprocidade), em que seu significado pode ser discutido entre todos os participantes e o conhecimento gerado a partir dessa atividade pode ser transportado para o campo da realidade e implementado. Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem na prática de educação em saúde com crianças. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um relato de experiência, vivenciado por acadêmicos de enfermagem da Universidade do Estado do Pará, pelo projeto de extensão “UEPA Kids Verão” no período de julho de 2017, realizado no campus da Universidade do Estado do Pará, com crianças. O Projeto tinha como objetivo trazer ações educativas para esse público infantil em forma de colônia de férias, no qual foram tratados assuntos como lavagem das mãos e alimentação saudável. RESULTADOS: O Projeto conseguiu alcançar 52 crianças na faixa etária de 02 a 13 anos. Percebeu-se que estas demonstraram interesse pelas ações lúdicas ao manifestarem curiosidade quanto às temáticas abordadas e colaborarem ativamente das mesmas. Os pais das crianças participantes relataram que os seus filhos não só descreviam suas experiências e impressões, como também os ensinavam sobre o que aprendiam durante os dias em que ocorreram as atividades, mostrando assim, resultados positivos a respeito de cada ação realizada no projeto. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Realizar ações de educação em saúde de forma lúdica para crianças é uma estratégia de ensino que pode ser utilizada como ferramenta para diversos assuntos que são fundamentais para a qualidade de vida destas.

942 Arte-Educação: a prevenção de DST’s e a promoção da saúde
Raianne de Souza Rodrigues, Reidevandro Machado da Silva Pimentel

Arte-Educação: a prevenção de DST’s e a promoção da saúde

Autores: Raianne de Souza Rodrigues, Reidevandro Machado da Silva Pimentel

Este trabalho caracteriza-se como um relato de experiência do projeto integral “Arte-Educação: a promoção da saúde e a prevenção de DST’s”, desenvolvido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas – IFAM Campus Parintins, que abordou as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s), especificamente a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), Sífilis e Gonorreia em virtude do tempo exíguo, a partir da perspectiva da Arte-Educação. Consistiu num projeto na área de Atenção à Saúde, vinculado a Assistência Estudantil do Campus, que representa uma política educacional e um direito conquistado pelos estudantes da rede federal de ensino no sentido de garantir a permanência e o êxito do educando no instituto. Foi realizado com alunos dos cursos de nível técnico integrado e subsequente de Administração, Agropecuária, Informática, Meio Ambiente e Recursos Pesqueiros, entre os meses de agosto a novembro de 2016, contou com a colaboração de três bolsistas, selecionados via análise de perfil socioeconômico e desempenho escolar realizada pela assistente social do Campus e entrevista com os coordenadores do projeto, bem como registrou a participação de cento e quarenta e quatro alunos. É interessante esclarecer que no curso de nível integrado, o aluno estuda o ensino médio e técnico ao mesmo tempo, pois para ingressar nos institutos federais, o critério mínimo é a conclusão no ensino fundamental até a data de sua matrícula, ao passo que no curso de modalidade subsequente, o aluno estuda apenas o ensino técnico, haja vista que a conclusão do ensino médio é pré-requisito para o seu ingresso. A concepção de saúde como direito social encontra-se na Constituição Federal de 1988, art. 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Sob essa perspectiva, o projeto surgiu a partir das inquietações dos coordenadores acerca da abordagem da temática em sala de aula a ser pensada e adotada de forma adversa aos moldes tradicionais com que é comumente tratada, haja vista que é tão arraigada de preconceitos e estigmas pela falta de informação. Teve como objetivo geral proporcionar conhecimento sobre as DST’s por meio de atividades lúdicas da Arte-Educação e como objetivos específicos trabalhar a Arte-Educação com enfoque na dialogia do riso e promover saúde e prevenir doenças. As DST’s denominadas atualmente de Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST’s são adquiridas através de relações sexuais desprotegidas com pessoas infectadas por agentes microscópicos como vírus, bactérias, fungos e outros micro-organismos; envolvem tabus e causam estereótipos, acabando por serem negligenciadas no seio familiar, parte pelo desconhecimento dos pais e também pelo receio de se trabalhar esse tema com os filhos. A escolha pela abordagem da Arte-Educação como norteadora desse projeto delineou-se a partir do fato de que era necessário inovar na apresentação dos conceitos e os tipos das DST’s e imprimir a ludicidade e a interatividade, alicerçadas com informações seguras e confiáveis dos conteúdos expostos e desse modo estimular o envolvimento e a participação dos alunos, dirimindo as possíveis barreiras neste espaço de convivência social, desenvolvimento e aprendizagem, que é a escola. Nesse processo, buscou-se implicar a humanização na abordagem da temática como um fio condutor para a melhoria da qualidade de vida, prevenção de doenças e promoção da saúde através da prática da dialogia do riso. Foram realizados levantamentos bibliográficos e seleção de produções científicas e materiais de apoio no mês de agosto de 2016, que auxiliaram e embasaram o processo de desenvolvimento do projeto e, sobretudo permitiram uma apresentação clara e objetiva da temática.  Ressalta- se que as orientações às bolsistas ocorreram semanalmente e permitiram, de forma concreta e efetiva, a troca de saberes e vivências na Atenção Primária, que contribuíram para o desenvolvimento do projeto no sentido do planejamento, direcionamento e avaliação das ações executadas. As atividades realizadas foram à apresentação de três esquetes (peça de curta duração ou escrita de um pequeno texto, geralmente de caráter cômico) entre os meses de setembro a novembro de 2016, na forma de cordel com informações sumárias do espetáculo, teatro sobre a AIDS, fantoche acerca da Sífilis e paródia de uma toada de boi-bumbá abordando a Gonorreia, onde foi observada a participação efetiva dos alunos, cantando junto com a equipe, divertindo-se com a esquete e relatando estarem aprendendo com o espetáculo, quando questionados pelos coordenadores. A ideia de se utilizar uma toada como ferramenta educativa para a aprendizagem de novos conhecimentos se deu no sentido de enaltecer a cultura local, que se destaca pela apresentação das Associações Folclóricas Boi-bumbá Caprichoso e Boi-bumbá Garantido no mês de junho, cuja repercussão é mundial. É relevante citar que as atividades relacionadas à promoção da saúde e a prevenção de doenças no âmbito escolar são relativamente novas no IFAM Campus Parintins, haja vista que os profissionais, coordenadores do projeto, investiram nos cargos públicos no mês de fevereiro do ano de 2015, e, desse modo, passaram a observar a dinâmica escolar e propuseram através das atividades realizadas de forma positiva a instituição de uma cultura de Educação em Saúde no contexto escolar, levando jovens e adolescentes a serem multiplicadores das informações disseminadas nas apresentações, cumprindo assim os objetivos propostos. Pôde-se constatar que o projeto contribuiu, enquanto estratégia educativa que colocou em cena novas ações que fogem ao cotidiano das práticas escolares, para a promoção da saúde e a prevenção de doenças entre os adolescentes e jovens do instituto. Concluiu-se que abordar tais DST’s na sala de aula demonstrou ser um desafio aos profissionais responsáveis pelo projeto no sentido da proposição de práticas educativas que vislumbrassem a inovação, a criatividade e a democratização do conhecimento dos temas transversais, onde a forma utilizada para a produção de saberes sobre a temática pudesse agregar modos diferentes de pensar e agir no mundo e desenvolver um olhar amplo sobre a realidade cotidiana, construindo assim novos olhares e perspectivas relacionadas à prevenção de doenças e a promoção da saúde, implementando a humanização no trato de doenças tão comuns e ao mesmo tempo ignoradas à comunidade discente do IFAM Campus Parintins, que merecem a devida atenção e abordagem no espaço escolar.

731 Relação entre Saúde e Educação como elementos fundamentais nas práticas de vida saudáveis
Louise Constancia de Melo Alves, Josilayne Medeiros da Silva, Thuanny Nayara do Nascimento Dantas, Rosimeire Fontes de Queiroz

Relação entre Saúde e Educação como elementos fundamentais nas práticas de vida saudáveis

Autores: Louise Constancia de Melo Alves, Josilayne Medeiros da Silva, Thuanny Nayara do Nascimento Dantas, Rosimeire Fontes de Queiroz

Os setores de Educação e de Saúde são fundamentados na universalização de direitos, oferecendo maior proximidade com os cidadãos nos diferentes cenários do país.  Neste contexto, a articulação da educação escolar à promoção da saúde fortalece a realização de uma política mais integrada, transversal e intersetorial, propondo uma melhor conexão entre os serviços de saúde, a comunidade e os próprios cidadãos. A educação em saúde é um processo útil para o incentivo de práticas de vida saudáveis, proporcionando um compartilhamento dos mais variados saberes para soluções de inúmeras problemáticas. Dessa forma, a escola tem como objetivo primário o desenvolvimento de processos de ensino-aprendizagem, desempenhando um importante papel na formação e atuação de pessoas em todas as áreas da vida social. Sendo assim, torna-se um local para ações de promoção da saúde para crianças, adolescentes e jovens adultos. O Programa Saúde na Escola (PSE) do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação foi instituído em 2007, visando contribuir para o fortalecimento de ações em desenvolvimento integral e proporcionar à comunidade escolar a participação em programas e projetos que articulem a saúde e a educação, no tocante ao enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o desenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens. Portanto, o trabalho executado teve como objetivo desempenhar ações de educação em saúde sobre alimentação saudável vinculado ao Programa Saúde na Escola (PSE), realizado em uma escola pública localizada próxima a Unidade de Saúde da Família (USF) no bairro de Cidade Nova, zona Oeste de Natal, RN. A ação foi desenvolvida por alunos do 6º período do curso de graduação em enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) durante a aula prática do componente curricular Atenção Integral à saúde II, sob orientação da professora responsável e da enfermeira da USF. Inicialmente, realizou-se uma reunião com o diretor da escola para o planejamento de como a atividade seria desenvolvida, assim como a determinação da data e horário. Em seguida, foi determinado o público alvo - alunos do 6º ano do ensino fundamental, com faixa etária entre 11 a 13 anos de idade. Posteriormente, os acadêmicos responsáveis pela ação, utilizaram parte do horário da aula prática para traçar as atividades que seriam desenvolvidas no dia e no horário marcado. Para isso, os discentes procuraram artigos que trabalhassem dinâmicas sobre o tema com as devidas adaptações para a idade do público alvo. Na abordagem do tema “Alimentação Saudável”, foi utilizada como base o Guia Alimentar para a População Brasileira do Ministério da Saúde (2° edição), que apresenta um conjunto de informações e recomendações sobre a alimentação para promoção da saúde de pessoas, família e comunidade.  A intervenção foi dividida em dois momentos, no qual o primeiro destinou-se a problematização do assunto, em que os alunos seriam indagados com perguntas do tipo: “O que é um alimento saudável?”, “Vocês consomem mais alimentos naturais ou mais alimentos industriais?”, “Quais as consequências de uma má alimentação?”, com uma linguagem adaptada à idade. Após as indagações, foi realizada uma breve exposição sobre os tipos de alimentos e a função de cada um para o corpo, assim como foi mencionado a quantidade diária necessária a ser ingerida. Além disso, houve a exibição de um vídeo sobre os 10 passos de uma alimentação saudável e, logo após, realizou-se perguntas a respeito do que eles conseguiram observar. No final do primeiro momento, ocorreu a explicação dos componentes de uma refeição com alimentos saudáveis e suas respectivas quantidades, com o intuito de que eles soubessem, posteriormente, construir um prato ideal na dinâmica realizada. No segundo momento, foi realizado um circuito de jogos com três estações, visando revisar todo o conhecimento adquirido no primeiro momento. A primeira estação continha representações de refeições preparadas e imagens de alguns alimentos e, de acordo com o que foi dialogado anteriormente, os alunos teriam que montar refeições proporcionando as quantidades diárias de nutrientes necessários para o corpo. Na segunda estação, havia representações de semáforos de trânsito e também figuras de alimentos diversos, onde os alunos tinham que separar da seguinte forma: no sinal verde separar os alimentos que devem ser consumidos diariamente; no sinal amarelo, os alimentos que podem ser consumidos, porém com moderação; e no sinal vermelho, os alimentos que devem ser evitados. Na terceira estação, estavam dispostos em uma mesa diversas figuras de alimentos e cada aluno deveria escolher algumas delas a fim de montar um lanche ideal e, a cada lanche montado, ocorreu uma breve discussão reforçando o que estava adequado e o que não estava adequado. A intervenção foi realizada com 43 alunos. Os materiais usados nas estações foram confeccionados pelos discentes no final de cada dia de aula prática, usando materiais como isopor, cartolina, caixa de sapato, tecido, giz de cera e impressões de alimentos saudáveis e os não saudáveis.Houve o envolvimento das crianças no momento da exposição, falando sobre seus hábitos alimentares e também sobre as consequências de uma má alimentação como, por exemplo, a obesidade, o aparecimento de doenças cardíacas e diabetes. Foi mencionada também a importância de uma associação entre alimentação saudável e a prática de exercícios físicos regulares. Além disso, foi demonstrado como são conservados os alimentos industrializados e o quanto fazem mal quando consumido em excesso. É importante destacar que quando foram questionados sobre quem possuía familiares com hipertensão ou diabetes, cerca de 30% dos alunos se manifestaram. Dessa forma, realizou-se a sensibilização dos alunos em relação à importância de iniciar uma vida com hábitos saudáveis o quanto antes, pois tais doenças são também determinadas geneticamente. Diante da proposta aplicada, constatou-se que houve uma participação efetiva das crianças durante as dinâmicas e a maioria souberam responder os objetivos das estações. Sendo assim, a atividade realizada foi satisfatória, tendo em vista que a participação e a evolução dos alunos, no decorrer das atividades, demonstraram a relevância da Educação em Saúde e seu papel como possibilitador de melhorias na qualidade de vida. Portanto, a alimentação saudável é um fator fundamental para o crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, além de contribuir para o não aparecimento de doenças e suas comorbidades. Logo, é de grande importância trabalhar essa temática nas escolas, bem como em outros ambientes em que a educação em saúde tenha espaço ou se faça necessária. Diante disso, cabe aos profissionais da área da saúde, a responsabilidade de discutir amplamente e de forma horizontal o tema, adequando sempre às necessidades e realidade do público alvo.  Atenção Primária à Saúde; Educação em Saúde; Programa Saúde na Escola; Educação; Programa saúde na escola. 

1416 Educação Inclusiva: promoção da cidadania e enfrentamento à discriminação e violência no contexto escolar
Raianne de Souza Rodrigues

Educação Inclusiva: promoção da cidadania e enfrentamento à discriminação e violência no contexto escolar

Autores: Raianne de Souza Rodrigues

Este trabalho caracteriza-se como um relato de experiência do projeto integral “Educação Inclusiva: reconhecer as diferenças para prevenir a discriminação e a violência na escola”, desenvolvido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas – IFAM Campus Parintins, que abordou a inclusão no contexto escolar e foi motivado em virtude do ingresso de alunos com surdez, deficiência intelectual e deficiência física, a partir do prisma da Psicologia Histórico-Cultural. Consistiu num projeto na área de apoio aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades e superdotação, vinculado a Assistência Estudantil do Campus, que representa uma política educacional e um direito conquistado pelos estudantes da rede federal de ensino no sentido de garantir a permanência e o êxito do educando no instituto. Foi realizado com alunos dos cursos de nível técnico integrado e subsequente de Administração, Agropecuária, Informática, Meio Ambiente e Recursos Pesqueiros, entre os meses de julho a novembro de 2015, contou com a colaboração de um bolsista, selecionado via processo de análise de perfil socioeconômico e desempenho escolar realizado pela assistente social do Campus, bem como registrou a participação de duzentos e noventa e dois discentes. É interessante esclarecer que no curso de nível integrado, o aluno estuda o ensino médio e técnico ao mesmo tempo, pois para ingressar nos institutos federais, o critério mínimo é a conclusão no 9º ano do ensino fundamental até a data de sua matrícula, ao passo que no curso de modalidade subsequente, o aluno estuda apenas o ensino técnico, haja vista que a conclusão do ensino médio é pré-requisito para o seu ingresso. As contribuições de Vygotsky permitiram um olhar crítico sobre a abordagem do tema na sala de aula através de uma proposta educativa dialógica e construtivista. A história da humanidade revela, com muita clareza, que nenhuma sociedade se constitui bem sucedida, se não favorecer o respeito à diversidade que a constitui e consequentemente o enfretamento à discriminação, definida como atitude ou tratamento injusto em relação a alguém por causa de uma deficiência ou características pessoais, e à violência, compreendida como o ato de empregar força física ou intimidação contra outra pessoa. A Constituição Federal de 1988 definiu a educação como um direito de todos e estabeleceu a igualdade de condições de acesso e permanência na escola. Também garantiu como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino. Desse modo, cumpre à escola viabilizar a todos os cidadãos, o acesso ao conhecimento e o desenvolvimento de competências, ou seja, a possibilidade de apreensão do conhecimento historicamente produzido e de sua utilização no exercício efetivo da cidadania. Sob essa perspectiva, à psicóloga escolar do instituto cumpriu desenvolver o projeto em tela conjuntamente com o pedagogo, no sentido de contribuir para o conhecimento sobre a educação inclusiva pela comunidade discente, enfocando a convivência social com pessoas com deficiência a fim de que as diferenças individuais fossem (re) conhecidas e respeitadas, alcançando-se também o enfrentamento à discriminação e violência no espaço escolar e evitando-se a evasão escolar desse público. Teve como objetivo geral promover formação cidadã aos discentes do IFAM Campus Parintins acerca da educação inclusiva e como objetivos específicos identificar as diferenças individuais e enfrentar ações discriminatórias e violentas a estudantes com deficiência. A inclusão é marcada pela diversidade, denota compreender que o direito do outro é que garante que os seus direitos sejam respeitados e que defender o espaço do outro é também uma forma de proteger o seu espaço. A visão de que o mundo é plural nos permite perceber que existe espaço para todos, sem discriminação, onde reconhecer as diferenças individuais é o que nos torna capazes de conviver em um mundo igualitário, democrático e participativo. Ressalta-se que conhecer as especificidades e os direitos das pessoas com deficiência através de informações fidedignas é a base para a construção de uma sociedade mais justa, em que as diferenças individuais signifiquem pluralidade humana em vez de desigualdade social. Diante desse cenário, a Educação Inclusiva representa um direito conquistado a partir de discussões, estudos e práticas que tiveram a participação e o apoio de organizações representativas das pessoas com deficiência e cidadãos comprometidos com a excelência do ensino e da aprendizagem de todo ser humano, no sentido de dirimir as possíveis barreiras neste espaço de convivência social e desenvolvimento, que é a escola. Foram realizados levantamentos bibliográficos e seleção de produções científicas, materiais de apoio, filmes e documentários no mês de julho de 2015, que auxiliaram e embasaram o processo de desenvolvimento do projeto e, sobretudo permitiram uma apresentação clara e objetiva da temática.  As orientações ao bolsista ocorreram semanalmente e permitiram, de forma concreta e efetiva, a troca de saberes e vivências, que contribuíram para o planejamento, direcionamento e avaliação das ações executadas. As atividades realizadas foram quatro palestras socioeducativas, duas sessões inclusivas (filme e documentário) e a elaboração e distribuição de uma cartilha informativa, entre os meses de agosto a novembro de 2015, onde foi observada a participação significativa dos alunos, que interagiram com perguntas e relatos de experiência. O material impresso foi custeado com recurso do IFAM Campus Parintins e serviu como auxílio aos coordenadores no reforço da aprendizagem dos discentes acerca da questão abordada. É relevante citar que as atividades supracitadas foram relativamente novas no IFAM Campus Parintins, haja vista que os coordenadores do projeto, psicóloga escolar e pedagogo, investiram nos cargos públicos respectivamente nos meses de fevereiro e março de 2015, e, desse modo, passaram a observar a dinâmica escolar e incitaram a instituição de uma cultura de formação cidadã multiprofissional no contexto escolar, levando jovens e adolescentes a se tornarem multiplicadores das informações disseminadas nas palestras socioeducativas, cumprindo assim os objetivos propostos. Pôde-se constatar que mesmo com todo o cenário de avanços quanto à educação inclusiva, ainda hoje muitas pessoas sofrem com a discriminação e a violência, o que demanda a prática do reconhecimento e respeito às diferenças, valorizando e promovendo a diversidade na escola, pois a deficiência vai muito além do que as pessoas pensam e julgam conhecer. Destarte, o projeto contribuiu para a formação cidadã de adolescentes e jovens ao oportunizar a construção de saberes, levando-os a agregar modos diferentes de pensar e agir no mundo e a desenvolver um olhar amplo sobre a educação inclusiva a fim de dirimir a discriminação e a violência no ambiente escolar.