73: Formação para o fortalecimento do trabalho em saúde
Debatedor: A definir
Data: 02/06/2018    Local: FCA 02 Sala 08 - Tucandeira    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
954 Educação Permanente em Saúde: Um novo olhar sobre a qualificação do profissional em saúde pública do município de Breves-PA.
MARIELE BORGES DO NASCIMENTO, MARIA JULIA SOUZA

Educação Permanente em Saúde: Um novo olhar sobre a qualificação do profissional em saúde pública do município de Breves-PA.

Autores: MARIELE BORGES DO NASCIMENTO, MARIA JULIA SOUZA

O trabalho ora apresentado propõe implantar serviços de qualificação dos profissionais, por meio da educação permanente em saúde. Objetiva reorganizar a Rede de Atenção à Saúde a partir da qualificação da gestão e dos serviços, integrando as lógicas das Política Nacional de Educação Permanente em Saúde que norteiam o desenvolvimento do SUS, fortalecendo as interfaces entre Atenção, Vigilância, Gestão e Educação em Saúde. As estratégias de execução do presente trabalho devem incentivar a produção e difusão de conhecimentos voltados às discussões acerca dos processos de trabalho, contribuindo para o aprimoramento das habilidades técnico-operacionais, gerenciais e do exercício do controle social. Nesse sentido, apresentam-se como principais estratégias as a seguir elencadas: Planejamento das ações de capacitação em conjunto com os respectivos setores e, quando for o caso, com as instituições governamentais, para a prestação de serviços junto à SEMSA;Atualização periódica das demandas de formação e capacitação dos trabalhadores do SUS, gestores, conselheiros de políticas e de direitos, no âmbito do município de Breves, visando ao planejamento anual;Assessoria de Comunicação Social da SEMSA, com vistas a garantir divulgação das atividades realizadas, ampliando o acesso da informação ao público-alvo deste Plano;Elaboração de agenda de atividades, com base nos grupos formativos e nas diferentes ações de capacitação, considerando as particularidades de gestores, trabalhadores e agentes de controle social, observando seus saberes, aptidões, interesses e as necessidades inerentes à operacionalização do SUS no município de Breves;Incorporação de metodologias que favoreçam o processo pedagógico de Educação Permanente, contribuindo para a desconstrução e a construção de paradigmas. Assim espera-se contribuir para a qualidade dos serviços prestados através da educação permanente voltados aos profissionais que atuam na saúde pública municipal. Diminuindo os números de reclamações acerca dos serviços.É constante e crescente o número de demandas que exigem um profissional atualizado e que uma gama de conhecimentos, para tanto A educação permanente em saúde se faz necessário. Pois é nela que ocorre o ensino-aprendizagem entre os profissionais e os usuários.

2912 A Educação Permanente em Primeiros Socorros para Servidores Públicos de uma Instituição de Ensino Federal: Relato de Experiência
Jessika Afonso Castro, Benedito Carlos Cordeiro

A Educação Permanente em Primeiros Socorros para Servidores Públicos de uma Instituição de Ensino Federal: Relato de Experiência

Autores: Jessika Afonso Castro, Benedito Carlos Cordeiro

INTRODUÇÃO: A educação permanente é caracterizada como a educação no trabalho, pelo trabalho e para o trabalho nos diferentes serviços, atuando a partir das necessidades existentes e dos problemas encontrados no processo de trabalho. Na educação permanente serão planejadas e formuladas estratégias que ajudem a solucionar estes problemas e aperfeiçoar as práticas de trabalho. A educação para a saúde na área dos primeiros socorros é extremamente necessária para se desenvolver uma população mais saudável e capacitada para intervir no primeiro atendimento a vítima. Observando a importância da educação permanente para a mudança e melhoria das práticas de saúde em qualquer ambiente, a escola é um lugar ideal, não somente para o desenvolvimento de práticas de promoção da saúde e prevenção de agravos, mas como a propagação de condutas para a manutenção da segurança no ambiente escolar. O objetivo desse trabalho é descrever a experiência vivenciada no processo de implantação da educação permanente em primeiros socorros para os servidores públicos de uma instituição de ensino federal, localizada no município de Resende. São relatados não só os benefícios das ações para os trabalhadores, mas as dificuldades encontradas durante as atividades de educação permanente. Trata-se de um relato de experiência, o qual, as ações são parte de uma pesquisa desenvolvida no mestrado profissional de ensino na saúde: formação docente interdisciplinar para o sus, oferecido pela escola de enfermagem da Universidade Federal Fluminense. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: As ações de educação permanente se deram em dois momentos, no período de outubro a novembro de 2017, contando com a participação de 14 trabalhadores. Constituíram-se da abordagem os seguintes temas de primeiros socorros: Reconhecimento da situação de emergência; Desmaio, Convulsão; Manobra de Heimlich; Parada Cardiorrespiratória; Reanimação cardiopulmonar com compressões torácicas; uso adequado do desfibrilador externo automático-DEA e prevenção de acidentes. Os conteúdos foram discutidos utilizando metodologias ativas de ensino e aprendizado, utilizando a estratégia de roda de conversa, onde os assuntos abordados tiveram como foco a problematização das situações encontradas na realidade dos participantes do estudo. Além disso, os aspectos teóricos do ensino de primeiros socorros tiveram demonstração prática imediata em bonecos adultos e pediátricos. Os servidores foram estimulados a todo o momento a contribuírem com a construção do conhecimento, relatando sobre a vivência e experiência sobre o tema discutido. IMPACTOS: As ações propiciaram a valorização profissional e o trabalho em equipe. Uma das fragilidades encontradas na programação e realização das ações de educação permanente foi à baixa adesão dos trabalhadores, justificada pela incompatibilidade de horários. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A Educação Permanente desenvolve e estimula a reflexão dos trabalhadores sobre sua prática, criando um espaço para que os servidores repensem suas ações e busquem qualificação para resolverem os problemas encontrados no seu cotidiano. Assim, contribui para melhores condições de trabalho e qualidade de vida. Espera-se que essa experiência traga segurança para os servidores atuarem nos primeiros socorros em caso de intercorrências no ambiente escolar, sejam elas, em alunos ou nos próprios trabalhadores.  

3022 Educação permanente com a equipe de enfermagem de um Hospital Público Oncológico: um relato de experiência
Eliene do socorro da silva Santos, ana kedma correa pinheiro, BRUNNA SUSEJ GUIMARÃES GOMES, ANA PAULA REZENDES DE OLIVEIRA, GABRIELA EVELYN ROCHA DA SILVA, WILSON DAVI VAZ MATOS, IRANETE PEREIRA RIBEIRO GRANDE, William Dias Borges

Educação permanente com a equipe de enfermagem de um Hospital Público Oncológico: um relato de experiência

Autores: Eliene do socorro da silva Santos, ana kedma correa pinheiro, BRUNNA SUSEJ GUIMARÃES GOMES, ANA PAULA REZENDES DE OLIVEIRA, GABRIELA EVELYN ROCHA DA SILVA, WILSON DAVI VAZ MATOS, IRANETE PEREIRA RIBEIRO GRANDE, William Dias Borges

Apresentação: O elo existente entre a educação e a profissão da enfermagem evidencia, sobretudo, que as atividades desempenhadas por esses profissionais também estão intimamente vinculadas às ações educativas, o que reflete a importância de uma contínua sensibilização desse grupo quanto à valorização do aprendizado, com vistas à melhoria da qualificação profissional. Os processos educativos assumem um papel de grande relevância para o desenvolvimento dos profissionais, a exemplo de capacitações, treinamentos, cursos, palestras, rodas de conversa, dentre outros, pois, são capazes de possibilitar uma gama de conhecimentos em diferentes aspectos, bem como transformações na conduta do trabalhador e no processo de trabalho. Em 2009, o Ministério da Saúde anuiu a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Essa medida, que passou a ser inserida também ao Sistema Único de Saúde, estabelece que as propostas educativas direcionadas aos profissionais da saúde se façam a partir de problemáticas e desafios ocorridos em seu próprio cotidiano, a fim de gerar impactos positivos na organização do serviço e na qualidade da assistência. Considera-se que as práticas de educação, entre elas, a Educação Permanente em Saúde nas instituições, muitas vezes propiciam um novo olhar aos profissionais, levando-os à observação e a auto-reflexão, e consequentemente ao incremento de suas competências e habilidades de forma dinâmica e interativa. Deste modo, a pesquisa teve como objetivo descrever a experiência da realização de uma educação permanente, na forma de roda de conversa, coma equipe de enfermagem de um Hospital Público Oncológico de Belém- PA. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência realizado na clínica hematológica de um Hospital Público Oncológico da região metropolitana de Belém – PA no período de abril de 2017, durante os turnos matutino e vespertino. A atividade foi desenvolvida por quatro acadêmicas do curso de graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará, correspondente ao término de suas aulas práticas do componente curricular Enfermagem nas Clínicas Médica e Cirúrgica. O posto de enfermagem foi o locus onde se concretizou a ação, sendo autorizado e disponibilizado pela enfermeira responsável da clínica. Quanto aos participantes, estiveram presentes oito técnicos em enfermagem e dois enfermeiros (a). O local recebe clientes com diagnósticos de Linfoma de Hodgkin e não-Hodgkin, Leucemia Linfoblástica Aguda, Leucemia Mielóide Aguda e Mieloma Múltiplo, além de oferecer atendimento multiprofissional, tais como, médicos e residentes hematologistas, psicólogo, terapeuta ocupacional, nutricionista, fisioterapeuta, enfermeiros e técnicos em enfermagem, com suporte de outras especialidades médicas. Resultados e impactos: Durante a vivência das discentes constatou-se a dificuldade dos técnicos em enfermagem, na ausência do enfermeiro (a), na definição do número de gotas necessárias na administração de soluções medicamentosas por bomba de infusão. Apesar do enfermeiro (a) conter em sua prescrição um espaço destinado a quantidade de gotas que se devia utilizar, formato padronizado na clínica, por vezes, devido à sobrecarga de suas atribuições, o mesmo não encontrava tempo imediato para realizar essa conduta, o que gerava dúvidas aos profissionais técnicos no momento em que precisavam ter definido a velocidade de infusão, levando-os, em certas ocasiões, à cálculos baseados em um conhecimento empírico. Desta forma, foi organizada uma roda de conversa com a equipe de enfermagem no qual, na primeira etapa, foi ressaltada a importância de uma administração correta e segura, com ênfase na velocidade de infusão por via endovenosa, e de que forma isso influência na segurança do paciente. Neste sentido, a Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente Polo RS possui dentre as suas doze estratégias a administração segura de medicamentos, assim como, enfatiza que as falhas relacionadas a terapêutica medicamentosa geralmente estão associadas à erros de prescrição, dispensação e administração, ocorrendo constantemente em âmbito hospitalar. Ressalta entre os aspectos potenciais de risco, relativos aos efeitos adversos medicamentosos, a fragmentação do conhecimento dos profissionais no que diz respeito aos fármacos, como: nomes, reações, interações, vias de administração, velocidade de infusão, diluição e reconstituição. Na segunda etapa da roda de conversa, foi disponibilizada uma tabela de gotejamento para a equipe, a qual foi fixada no posto de enfermagem, a fim de subsidiar na administração dos medicamentos e em uma assistência segura e eficiente. Esse instrumento foi criado pelas organizadoras considerando o volume das soluções utilizadas e a frequência dos horários/tempo estabelecido pela enfermeira. De acordo com o Protocolo de Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos, do Ministério da Saúde, a velocidade de infusão está relacionada a reações adversas, portanto, é imprescindível que se determine a velocidade na prescrição, a fim de evitar, à saúde do cliente, danos que podem ser prevenidos. Desta feita, no geral, consideramos que a discussão abordada teve um bom desenvolvimento e um resultado satisfatório com a equipe da manhã, dado que, o convite se estendeu para que se realizasse com os profissionais que exerciam suas atividades laborais no período da tarde. Toda a equipe de enfermagem, de ambos os turnos, aderiram à atividade desenvolvida, em razão da receptividade e interação dos profissionais, sempre demonstrando interesse em relação ao que foi proposto. As acadêmicas e a enfermeira orientadora também buscaram esclarecer os questionamentos que surgiram no transcorrer da ação. Quanto aos entraves encontrados, destaca-se o espaço disponibilizado para a realização da prática educativa, pois, o posto de enfermagem era extremamente compacto, o que tornou o espaço desconfortável e inadequado, em virtude da quantidade de pessoas que estiveram presentes. Outro ponto a se enfatizar foi o tempo reduzido para a explanação do tema, em razão de alguns profissionais estarem impossibilitados de permanecerem no local durante todo o curso da atividade, pois precisavam se retirar para o preparo das medicações e/ou realização de procedimentos. Considerações finais: Com isto, no decorrer do trabalho foi possível perceber que os técnicos em enfermagem tinham algumas lacunas de conhecimento a respeito da temática, o que corroborou para a relevância da atividade. Vale ressaltar que a realização da educação permanente em saúde e o instrumento disponibilizado podem propiciar um cuidado mais seguro e, consequentemente, um menor risco a integridade do paciente oncológico. Além de colaborar para uma assistência de enfermagem em que os cuidados prestados sejam realizados com qualidade e embasados em conhecimentos técnico-científicos em todas as suas etapas.

3382 Educação Permanente com os Agentes Comunitários de Saúde: fortalecendo o conhecimento do elo entre comunidade e serviço
Karina Gomes Cerquinho

Educação Permanente com os Agentes Comunitários de Saúde: fortalecendo o conhecimento do elo entre comunidade e serviço

Autores: Karina Gomes Cerquinho

O Agente Comunitário de Saúde (ACS) é um dos pontos fortes de ação da Equipe de Saúde da Família (eSF). É o profissional que estabelece o elo e firma o vínculo entre a comunidade e a equipe de referência. Diariamente, sai a caminhar em busca de informações sobre os moradores, conquistando espaço e pessoas, em prol de uma saúde equilibrada e assistida. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo descrever a educação permanente e formação continuada realizada com os ACS da UBS Dr. Silas de Oliveira Santos. Pensando nessa valiosa função e na sua enorme importância para um bom andamento das ações em saúde, a equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) dialogou com as Equipes de Saúde da Família (eSFs) e compartilhou a preocupação em contribuir mais ainda para os conhecimentos dos ACSs, para que os agravos pudessem ser mais facilmente detectados, compreendidos e transmitidos para os demais membros da eSF. Assim, a equipe Nasf elaborou uma proposta de educação permanente abordando os temas mais vivenciados na rotina do Núcleo. Aceita a proposta pela Gestão da Unidade, a educação permanente ocorreu no período de agosto a novembro de 2017, às quartas-feiras, no horário protegido da UBS. Todos os membros do Nasf participaram como explanadores, com temas afins a sua formação, utilizando diferentes metodologias, como painéis, apresentações orais com lides, estudo de casos e tempestades de idéias. Os temas abordados foram os seguintes, nesta ordem que se apresenta: desenvolvimento infantil, problemas nutricionais na infância, planejamentos familiar, gravidez na adolescência, DST, teste rápido, saúde mental, uso abusivo de álcool e outras drogas, hipertensão e diabetes, pacientes acamados, avaliação dos pés dos usuários diabéticos, benefício assistencial ao idoso e à pessoa com deficiência e problemas ortopédicos. Participaram da Educação Permanente os 18 agentes comunitários de saúde, os membros da equipe Nasf, membros das equipes de saúde da família e a gestão da Unidade. A atividade foi muito bem recebida, com participação ativa dos ACSs nos encontros, por meio de perguntas e relatos. Depois desse resultado positivo, novas idéias serão discutidas com os ACSs, gestão e equipes de saúde da família a fim de enriquecer mais o repertório dos ACSs e suas ações territoriais.

3569 Oficina de imunização com Agentes Comunitários de Saúde
Jordana Rodrigues Moreira, Audenir Tavares Xavier Moreira, Kellinson Campos Catunda, Aline Ávila Vasconcelos, Yane Carmem Ferreira Brito, Maria Salete Bessa Jorge

Oficina de imunização com Agentes Comunitários de Saúde

Autores: Jordana Rodrigues Moreira, Audenir Tavares Xavier Moreira, Kellinson Campos Catunda, Aline Ávila Vasconcelos, Yane Carmem Ferreira Brito, Maria Salete Bessa Jorge

Vivemos tempo de mudanças em todas as áreas: economia, política, educação, ciência, e na saúde não é diferente, pois as pesquisas alavancam grandes investimentos e em contrapartida, aparecem novos métodos de cirurgias, novos medicamentos e novas vacinas. Daí surge a real necessidade de educação permanente em saúde, devido às novas descobertas científicas. Nesse cenário de descobertas, veem-se as demandas dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) que cobrem as suas áreas adscritas e precisam, enormemente, serem capacitados por meio de uma qualificação profissional de atualização, nesse caso, do cartão vacinal. O ACS é o elo entre Atenção Básica e o território, é esse profissional que fortalece os vínculos com a comunidade por ser além de tudo, um integrante e membro da própria comunidade. Sendo também alguém que desenvolve um trabalho de promoção e prevenção da saúde comunitária. Nesse caso, esse trabalho procurou atender as demandas dos próprios ACS que veem no enfermeiro um profissional capaz de promover capacitação em saúde, de forma permanente e continuada por tratar-se de um profissional pertencente à equipe de referência e que coordena a atenção em saúde de suas áreas de abrangência. O objetivo está em: Fomentar o conhecimento dos ACS por meio da educação permanente em saúde utilizando o método de oficinas, as quais tinham por tema: a  imunização. Portanto, a educação permanente em saúde é uma educação que viabiliza meios de assistência em saúde plena e eficaz, na via da construção de um Sistema Único de Saúde que vem sendo construído, apesar de todos os embates que vem sofrendo, como a redução de gastos ou cortes para a saúde. A educação permanente é feita, prioritariamente, com recursos humanos, estes sendo, profissionais de saúde precisam estar compromissados com uma saúde de qualidade. E para isso vem à tona, esse trabalho, como uma pequena amostra, que se é possível trabalhar de forma satisfatória para atender as diversas demandas dos nossos ACS, e dentre essas várias demandas, emerge a imunização como a agenda do dia proposta nesse projeto de educação em saúde pelos próprios ACS que enxergaram a necessidade de uma explanação em formato de oficinas, do que seriam essas novas atualizações no cartão vacinal. Desenvolvimento do trabalho: As oficinas sobre imunização foram construídas com cinco ACS a partir de círculos de cultura, metodologia de Paulo Freire, dessa forma, os ACS puderam apreender essas novas alterações ocorridas no calendário vacinal. Utilizamos cartolinas coloridas com as vacinas e faixas etárias a elas relacionadas, além de exposições dialogadas, que proporcionaram uma maior interação entre a equipe e os ACS, promovendo assim, uma maior interação e aprendizado individual e coletivo. Os círculos sobre imunização aconteceram de forma sistemática e satisfatória, atendendo as demandas de aprendizado de todos os ACS. O calendário vacinal foi construído e exposto como um mural, de forma coletiva, reforçando o aprendizado em saúde. Na primeira dinâmica de círculo de cultura, o calendário vacinal foi exposto, em forma de mural pelo profissional enfermeiro, para fixação, repetição como prática de um aprendizado. Dentre tantas outras atividades desenvolvidas pela Atenção Básica e pelos ACS, o cartão vacinal emergiu como uma demanda prioritária por tratar-se de um quesito exigido pelos próprios ACS. Daí surgem dinâmicas expositivas para atender as necessidades desses profissionais que trabalham na linha de frente, em contato direto e constante com as comunidades de suas áreas de cobertura. Em cada atividade do círculo de cultura, uma vacina era vista: BCG, Hepatite B, Sarampo, HPV, dentre outras. No término da dinâmica do círculo de cultura foi formado um quebra cabeça onde todos puderam mostrar o aprendizado por meio de sua participação efetiva. Dessa forma, as oficinas disparadas funcionaram como um aprendizado e atualização das práticas de saúde da Estratégia Saúde da Família, tendo o profissional enfermeiro como responsável pela educação permanente em saúde, e os ACS como corresponsáveis nessas ações e práticas transversais da Atenção Básica de cuidado, promoção e prevenção da saúde.  O ACS como uma ponte que liga o território com a Estratégia Saúde da Família deve receber um aprimoramento profissional para prestar um serviço de qualidade e resolubilidade quanto ao seu papel de socializar, prevenir e promover saúde nas suas comunidades. As oficinas também fomentaram a interação entre os profissionais da equipe de referência e os ACS, articulando e fortalecendo os vínculos afetivos e profissionais. Resultados: A interação e o aprendizado, entre o profissional enfermeiro e os ACS, vêm à tona como ponto satisfatório dessa aplicação dos círculos de cultura para exposição do calendário vacinal de imunização. Uma equipe coesa, responsável que prima pelo cuidado em saúde acima de tudo fortalece o Sistema Único de Saúde (SUS). A educação permanente visa, portanto, aprimorar ações de saúde e as políticas de gestão na Atenção Básica. Os resultados desses aprimoramentos e atualizações no currículo profissional do ACS desembocam e refletem diretamente lá no território, quando esses profissionais e trabalhadores da saúde desenvolvem suas atividades diárias de visitas domiciliares. O fortalecimento dos vínculos entre esses profissionais de saúde acontecem como desdobramentos dessas atividades, que além de tudo, são lúdicas e convidativas a participação e valorização do profissional trabalhador da saúde. A máxima desses encontros feitos em formatos de oficina potencializa o cuidado em saúde e enobrece a figura do ACS como protagonista de saúde no território sanitário do qual é responsável. Existem pontos objetivos e subjetivos que permearam esses momentos de oficinas do cartão vacinal. Nos objetivos, temos a interação e a comunicação da equipe, e nos subjetivos. a motivação e o fazer de cada profissional que se sente importante e fortalecido para desenvolver as suas atividades de saúde, junto às comunidades. Considerações finais As oficinas com círculos de cultura utilizados pela Atenção Básica funcionam como encontros para tratar de saúde, de vínculos afetivos e profissionais, ordenação do cuidado em saúde, universalização do cuidado e do aprendizado. As dinâmicas desses círculos aconteceram de forma criativa e proativa, com o envolvimento de todos que participaram ativamente de cada encontro, de cada momento de educação permanente em saúde.  Esses espaços criados pelo profissional enfermeiro potencializam o trabalho do ACS, pois aprimoram e qualificam cada atendimento, cada visita domiciliar desse profissional que vincula a Atenção Básica ao território sanitário. Os círculos de cultura das oficinas de imunização mostraram aprendizados, atualizações e qualificações dos ACS que caminham na linha de frente com os usuários dos serviços de saúde. O cuidado em saúde é transversal e funciona como um grande guarda chuva que acolhe os trabalhadores de saúde, no caso os ACS e os demais profissionais da Estratégia Saúde da Família e as comunidades. O ACS é um fomentador do cuidado em seu território e necessita de permanentes aprendizados e atualizações em saúde, visto que, as tecnologias avançam e os territórios são espaços vivos e dinâmicos.

3903 ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE COM OS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO NORDESTE BRASILEIRO
Ricardo Cardoso dos Santos, Taislayne Fraga Cruz, Cleisiane Silva Santos, Bianca Gonçalves de Carrasco Bassi

ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE COM OS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO NORDESTE BRASILEIRO

Autores: Ricardo Cardoso dos Santos, Taislayne Fraga Cruz, Cleisiane Silva Santos, Bianca Gonçalves de Carrasco Bassi

Sabe-se que os agentes comunitários de saúde (ACS) são responsáveis pela relação usuário e profissionais da saúde, sendo o principal meio de comunicação entre eles. Entretanto, para que sejam levados os problemas encontrados na comunidade é necessário o conhecimento do que é um problema e como identificá-lo. Com isso, a capacitação é de suma importância, visto que a educação permanente é umas das principais responsáveis por manter esses profissionais capacitados e qualificar a atenção em saúde. Em Sergipe, as capacitações ofertadas pela educação permanente são elaboradas de acordo com a Fundação Estadual de Saúde – FUNESA. Porém, nem sempre são prestados temas que incluem a verdadeira demanda dos profissionais e, para que isso aconteça, outras instituições e organizações se prontificam para complementar tais capacitações. Objetivou-se, portanto, relatar a experiência de graduandos do projeto de extensão “De porta em porta com o agente comunitário: uma proposta de Educação Permanente”. Foram realizados encontros junto à coordenadora dos ACS da Atenção Primária e a responsável pela Educação Permanente do município de Lagarto. Os encontros ocorreram uma vez por semana no cenário da Atenção Primária em Saúde, com algumas equipes de saúde da família, gerentes de Clínicas de Saúde da Família, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família - NASF - do município, e a Secretaria Municipal de Saúde, colocando em prática o fortalecimento do vínculo entre as participantes do projeto e as equipes das unidades. Foram aplicados questionários para identificar as reais demandas dos ACS, para que, assim, fossem iniciadas as capacitações. Reuniões e estratégias de educação permanente dentro do próprio serviço foram utilizadas como recursos. Obteve-se como resultado uma vasta experiência sobre os serviços de articulação para serem realizadas capacitações dos profissionais, especificamente dos ACS em que foram alcançadas parcerias com a secretaria municipal de saúde, clínicas de saúde da família e com a Educação Permanente. Foram realizadas visitas domiciliares para dar apoio aos ACS e fortalecer vínculo. As capacitações foram realizadas pelos graduandos que acompanharam e organizaram junto com residentes do contexto hospitalar temas sobre pneumonias bacterianas, insuficiência cardíaca, diabetes e gastroenterites, tendo como objetivo relatar as principais demandas encontradas na atenção terciária com as ACS. Os questionários aplicados deram suporte para identificar as principais demandas dos profissionais participantes, visto a importância de saber a real demanda desses profissionais. Foram encontradas com principais demandas a saúde do agente comunitário de saúde, atenção e cuidados em saúde do adulto – diabetes e hipertensão, oficina de insumo e prevenção das ISTs. Desse modo, é notório que a participação dos graduandos durante o projeto de Educação Permanente com os ACS foi de grande relevância para a construção de conhecimento dos alunos, tornando constante a procura de capacitações seja enquanto estudantes, seja como futuro profissionais, além de fortalecer o vínculo entre estudantes e profissionais, relatando através de questionários as reais demandas dos ACS para a Educação Permanente do município.

4319 O NÚCLEO DE PESQUISA CIENTIFICA COMO FORMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
JOYCE OLIVEIRA SOUSA, GABRIELA DA SILVA ARAÚJO, FELIPE FERREIRA DOS SANTOS, HUGO JARDEL DE LIMA, DENYS PEREIRA FRAZÃO, CLYSLANE ALVES FRANÇA, JOSONILTON COSTA RÊGO, JOELSON DOS SANTOS ALMEIDA

O NÚCLEO DE PESQUISA CIENTIFICA COMO FORMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

Autores: JOYCE OLIVEIRA SOUSA, GABRIELA DA SILVA ARAÚJO, FELIPE FERREIRA DOS SANTOS, HUGO JARDEL DE LIMA, DENYS PEREIRA FRAZÃO, CLYSLANE ALVES FRANÇA, JOSONILTON COSTA RÊGO, JOELSON DOS SANTOS ALMEIDA

A educação permanente constitui um diferencial profissional independente da categorização profissional e refere-se a qualquer natureza e ou modalidade de aquisição e ampliação de conhecimentos relacionados a uma temática.A qualificação profissional e a educação permanente passam a integrar a realidade diária dos profissionais em saúde, entretanto estas terminologias possuem conceitual interrelacionados e integrativos.O núcleo de pesquisa científica corresponde à reunião de um grupo de pessoas com finalidade de investigação conjunta a cerca de linhas de pesquisa estabelecidas e configura uma modalidade de educação permanente e qualificação profissional principalmente por permitir expandir os saberes teóricos, práticos e cientificos de seus participantes. O objetivo deste estudo relacionar e dimensionar a instalação de núcleos de pesquisa cientifica como forma de diferencial e  qualificação profissional.Trata-se de um relato de experiência e revisão de literatura a partir da associação de publicações cientificas originadas de bases de dados indexados como Scielo,Pubmed,Bireme,Medline e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) contemplando relato de casos, grupos de pesquisas, pesquisas de campo, revisões sistemáticas de literatura e revisões bibliográficas;os descritores utilizados foram :educação permanente,núcleo de pesquisa e qualificação profissional. O período de desenvolvimento do estudo foi de outubro à dezembro de 2017.O perfil do profissional de saúde exige constantes renovações preconizando adequar-se à evolução tecnológica e a necessidade de diferencial profissional. Os núcleos de pesquisa científica caracterizam-se por ser espaços que reúnem pessoas por excelência e que objetivam desenvolver a curiosidade científica e o espírito investigativo, instigando a busca e a formulação de hipóteses acerca de um tema. Os membros integrantes de um núcleo de pesquisa não somente ampliam os horizontes de conhecimento teórico quanto absorvem e disseminam as experiências dos demais através do estabelecimento do debate e do contato interpessoal durante as reuniões a serem realizadas. As linhas de pesquisa pré-determinadas na constituição do núcleo de pesquisa estabelecem um ponto norteador de temática, entretanto como a ciência está em constante evolução e proporciona a resolução de problemáticas que afligem a sociedade como  um todo o conhecimento se amplia diariamente e a educação atua como fator estruturador e transformador de realidades e cotidianos.Na atualidade, a educação continuada e permanente tem sido apontada como essenciais para a qualidade da assistência à saúde e vital para a qualificação de vida de uma população, tanto aos que prestam assistência como aos que são assistidos. Os conhecimentos científicos associados à vivência prática contribuem no enriquecimento profissional e pessoal, assim o profissional de saúde integrante de um núcleo de pesquisa passa a carregar consigo as vivências práticas aliadas à teoria. As experiências de vida prática compartilham muito mais que impressões pessoais confrontam conceitos e possibilitam colocar cada individuo na realidade do outro, propiciando o amadurecimento intelectual e instigando a busca pessoal, qualificação profissional dos e a educação permanente.

4538 Segunda Opinião Formativa como estratégia de fomento à Educação Permanente: Re-inventando as ferramentas no SUS
Eneida Carvalho Gomes Ferreira, Celina Sayuri Shiraishi Takeshita, Camilla Castro Nunes Alencar, Marcella Cristina Halliday Muniz, Valdeliria Carvalho Coelho Mendonça

Segunda Opinião Formativa como estratégia de fomento à Educação Permanente: Re-inventando as ferramentas no SUS

Autores: Eneida Carvalho Gomes Ferreira, Celina Sayuri Shiraishi Takeshita, Camilla Castro Nunes Alencar, Marcella Cristina Halliday Muniz, Valdeliria Carvalho Coelho Mendonça

Apresentação: A relevância da Educação Permanente em Saúde (EPS) para a reflexão crítica da prática cotidiana nos serviços de saúde e consequente possibilidade de implementação de mudanças no processo de trabalho é compreendida e incorporada pelo Programa Telessaúde Brasil Redes. Neste sentido, as ofertas de serviços proporcionados configuram-se importante iniciativa de fomento à qualificação dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS) por meio de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC’s). Assim, de maneira a suscitar novas formas do saber fazer no território, o Núcleo Estadual de Telessaúde em Sergipe (NT-SE) corrobora com o cenário nacional e agrega as especificidades advindas das demandas locais no desenvolvimento e disponibilização de ações educacionais de promoção e cuidado em saúde, a saber: Tele-educação, Teleconsultorias e Segunda Opinião Formativa (SOF). Esta última ação consiste no objeto de relato dessa experiência que objetiva apresentar como esta ferramenta suscita a EPS. Desenvolvimento: O NT-SE desenvolve as SOF’s partir de respostas às dúvidas dos profissionais das ESF do estado, por meio de teleconsultorias, via plataforma nacional de telessaúde. São eleitos os questionamentos que apresentem conteúdos: a) relevantes e prioritários para o SUS; b) reaplicáveis em diferentes contextos e lugares distintos do país; c) baseados em boa evidência científica e clínica. Posteriormente, são editadas com base na revisão bibliográfica, protocolos e guias de práticas e, submetidas à avaliação de equipe técnica da Biblioteca Regional de Medicina integrante da Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). Após validação, as SOF’s são disponibilizadas na rede mundial de computadores através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) do Ministério da Saúde (MS), para livre acesso de profissionais, estudantes e pesquisadores interessados. As SOF’s publicadas neste acervo tornam-se fontes de informação qualificada científica e tecnicamente, afirmando-se enquanto instrumento efetivo de EPS na agenda dos profissionais de saúde e como subsídio à prática na promoção de espaços de ensino, troca de experiências e reflexões a partir dos conteúdos. Assim, delineia-se este estudo observacional e descritivo com base no perfil destas produções do NT-SE. Resultados: Atualmente, o NT-SE ocupa a terceira posição no ranking nacional na contribuição para composição deste acervo. Dentre as 104 SOF´s publicadas na BVS de janeiro/2014 a novembro/2017, destacam-se as áreas temáticas: Apoio ao Tratamento e ao Diagnóstico e processo de trabalho na APS. Categorias profissionais que suscitaram SOF´s: Enfermeiros (41,4%), Agente Comunitário de Saúde (28,9%), Médico (15,3%), Cirurgião Dentista (7,7%), Auxiliar/Técnico de Enfermagem (5,8%) e Assistente Social (0,9%). Ação disponibilizada para 98,7% dos municípios de Sergipe através dos 157 pontos do Telessaúde implantados nas unidades básicas de saúde com equipamentos multimídia e conectividade. Considerações Finais: Logo, a SOF se apresenta como proposta estratégica, capaz de contribuir para a qualificação dos trabalhadores no SUS, transformação dos processos formativos, das práticas pedagógicas e de saúde, pois se constitui um importante instrumento de acesso rápido e universal no apoio às tomadas de decisões, diminuindo o tempo e gasto com recursos no sentido de facultar a resolutividade de situações locais.

4937 Educação Permanente em Saúde como ferramenta de fortalecimento dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família em Santa Catarina
Michelle Kuntz Durand, Carine Vendrusculo, Denise Antunes de Azambuja Zocche, André Lucas Maffissoni, Kátia Jamile Silva, Leticia Lima Trindade, Edlamar Kátia Adamy, Fernanda Karla Metelski

Educação Permanente em Saúde como ferramenta de fortalecimento dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família em Santa Catarina

Autores: Michelle Kuntz Durand, Carine Vendrusculo, Denise Antunes de Azambuja Zocche, André Lucas Maffissoni, Kátia Jamile Silva, Leticia Lima Trindade, Edlamar Kátia Adamy, Fernanda Karla Metelski

Introdução: os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram criados pelo Ministério da Saúde em 2008 no intuito de apoiar a consolidação da Atenção Primária à Saúde no Brasil e expandir a resolubilidade e abrangência de ações tanto na assistência como na educação. Por meio do apoio matricial às equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), os NASF fortalecem o Sistema Único de Saúde (SUS) e promovem ações interdisciplinares, a partir de discussões de caso realizadas periodicamente e discussões frente as abordagens e atuação. São formados profissionais com diferentes especialidades que contribuem para a atenção às necessidades dos usuários, promovendo, sobretudo, atividades de educação, prevenção e promoção à saúde dos diversos grupos populacionais.  Neste contexto, a política de educação permanente do Ministério da Saúde postula que trabalhadores e gestores partilhem das discussões sobre as necessidades sociais do processo de trabalho, desde diagnóstico situacional, de demandas, educacionais, até a construção coletiva de propostas para gestão e organização dos mesmos.  Objetivo: conhecer as ações/estratégias de Educação Permanente em Saúde (EPS) ofertadas às equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família no Estado de Santa Catarina (SC). Desenvolvimento do trabalho: pesquisa de métodos mistos, com delineamento descritivo-exploratório e de abrangência multicêntrica. Pertencem ao estudo cinco Instituições de Ensino Superior (IES) e representantes da Secretaria de Estado da Saúde, ambas do estado de Santa Catarina. A primeira etapa foi desenvolvida por meio da abordagem quantitativa e teve os dados coletados junto a oito macrorregiões de saúde deste estado, envolvendo 267 equipes de NASF. Os resultados revelados neste estudo correspondem a esta etapa, na qual contou com a participação de aproximadamente 450 profissionais do NASF, sendo que destes 353 responderam a um questionário tipo survey, enviado via e-mail pela Secretaria de Estado. O procedimento analítico utilizou um software de análise estatística descritiva. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da Universidade do Estado de Santa Catarina mediante parecer n. 1.812.835/2016. Resultados e/ou impactos: embora todos os 353 profissionais que responderam ao questionário atuem nas equipes de NASF há mais de um ano, apenas 176 profissionais (49,7 %) referem ter recebido alguma qualificação para atuar junto ao programa. Destes que realizaram algum tipo de capacitação, 103 (58,1%) a tiveram por meio do Telessaúde, 42 (23,7%) via iniciativa do município e os demais mediante outras estratégias. Os resultados sugerem incipiência nos movimentos de Educação Permanente em Saúde para os profissionais do NASF, dado que um número significativo deles atua no serviço sem ter participado de processos dessa natureza.  É importante destacar que o trabalho em saúde está fortemente atrelado ao uso de tecnologias leves as quais são aquelas vinculadas ao campo das relações interpessoais e que se revelam por meio de diferentes experiências de comunicação com o usuário, na produção de vínculo e na efetivação do acolhimento. Os Núcleos foram criados pelo Ministério da Saúde para superar fragilidades da Atenção Primária à Saúde assim como potencializar a assistência e o cuidado nesse âmbito e consequentemente fortalecer as práticas assistências e reduzir intervenções desnecessárias. Dessa forma, julga-se de mister relevância o investimento em habilidades técnicas e relacionais capazes de sensibilizar e qualificar as ações desempenhadas pelos profissionais que atuam nas equipes de Estratégia Saúde da Família, equipes de Atenção Básicas (AB) assim como nas equipes de NASF. Levando em consideração a complexidade desse processo, entende-se que ele pode se estabelecer como um desafio no cotidiano de trabalho dos NASF. Dessa forma, sugere-se o repensar dos gestores municipais e estaduais frente ao apoio e alavancar de movimentos favoráveis a Educação Permanente em Saúde, oferecendo elementos para o aperfeiçoamento constante dos profissionais e da assistência realizada nos Núcleos. Destaca-se ainda que a EPS segue pressupostos pedagógicos fomentados pela Organização Pan-Americana de Saúde e Organização Mundial da Saúde (OPAS/ OMS), de aprendizagem reflexiva, horizontal e dialógica mediante elementos que apresentem significância para os sujeitos e os coloquem em posição de agentes de mudança e reais protagonistas na gestão e reordenação do processo de trabalho, aptos a promover diferentes práticas, estimulando mudanças no seu processo de trabalho, e por consequência, no trabalho das equipes de ESF/AB. O Telessaúde se apresentou como dispositivo importante de qualificação das equipes de NASF em Santa Catarina, entretanto, chamou atenção a escassez de oportunidades educativas oriundas do próprio Estado ou Município em que o NASF situa-se. Esse dado é preocupante quando se considera a lógica da Política de EPS que prioriza a troca de saberes e experiências a partir do cotidiano de trabalho. Deste modo, é fundamental que novas oportunidades de qualificação, na ótica da EPS, sejam oferecidas para os profissionais dos NASF, a fim de facilitar o reconhecimento das particularidades do território adscrito e de suas próprias atribuições, para que desenvolvam suas atividades de forma efetiva e com concordância às necessidades e demandas comunitárias. Considerações Finais: as possibilidades de atuação do NASF são diversificadas, pois há singularidades de competências a serem consideradas entre os profissionais, bem como quanto às necessidades nos diferentes territórios. Isso auxilia a organizar a atenção a saúde de forma a considerar também as especificidades e as diferenças e a não homogeneizar a atuação dos membros da equipe. Mudanças tanto na formação como nas práticas são desafios a serem superados em várias instâncias, pois implica transformações de paradigmas já estruturados nos serviços, nas instituições de ensino, na gestão e nas relações interpessoais. Percebe-se com isso a importância do diálogo nos processos de trabalho como ferramenta de aproximação das práticas e das concepções vigentes de atenção à saúde, podendo sim minimizar o descompasso entre políticas e a realidade concreta dos serviços. Como recomendação, o Telessaúde apresentou-se como dispositivo importante de qualificação das equipes de NASF de SC, no entanto, observou-se fragilidades no incentivo de oportunidades aos profissionais e ainda carência de espaços dialógicos de trocas e educação permanente, na lógica da Política de EPS. Sugere-se um fortalecimento das equipes por meio do repensar de propostas de atuação bem como de espaços de crescimento e amadurecimento das práticas cotidianas e consequentemente mecanismo potencializador do cuidado na Atenção Primária à Saúde.        

5195 Pesquisa com Profissionais do NASF e suas Percepções sobre Educação Permanente em Saúde: um relato de experiência
Kellinson Campos Catunda, Lucia Conde de Oliveira, Braulio Nogueira de Oliveira, Ingrid Freire Silva

Pesquisa com Profissionais do NASF e suas Percepções sobre Educação Permanente em Saúde: um relato de experiência

Autores: Kellinson Campos Catunda, Lucia Conde de Oliveira, Braulio Nogueira de Oliveira, Ingrid Freire Silva

Introdução: Educação Permanente é uma proposta de intervenção que tem como bases os pressupostos da educação, favorecendo a construção de espaços coletivos que transformam o processo de trabalho de uma determinada equipe de saúde por meio de reflexões e avaliações das ações no momento em são produzidas. A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde difundida pelo Ministério da Saúde, através da Portaria 198, de fevereiro de 2004, possibilita a identificação das necessidades de formação e de desenvolvimento dos trabalhadores da área da saúde e a construção de estratégias e processos que promovam a qualificação da atenção e a gestão em saúde, desencadeando um controle social mais robusto com o objetivo de produzir construções positivas e fecundas sobre a saúde individual e coletiva da população. Em 2016, com intuito de conhecer a percepção de profissionais da equipe multiprofissional sobre os pressupostos da Educação Permanente em Saúde foi realizada a pesquisa: A Política de Educação Permanente em Saúde no Contexto do Núcleo de Apoio à Saúde da Família/NASF: uma ação transformadora? a qual obedeceu as normas e princípios éticos de acordo com a resolução 466/2012 e foi aprovada  pelo comitê de ética e pesquisa da Universidade Estadual Vale do Acaraú (CEP/UVA) sob nº do CAAE 55245116.7.0000.5053. Os resultados da pesquisa estão sendo compartilhados por meio de artigos e capítulos. Para tanto, foram feitas entrevistas com os profissionais que além de ser uma técnica de coletar informações e dados, foi um momento enriquecedor para todos os participantes envolvidos no processo. Desse modo, objetivo deste trabalho é relatar a experiência em realizar uma pesquisa com a temática da Educação Permanente em Saúde com profissionais do Núcleo de Apoio a Saúde da Família.  Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência de natureza qualitativa.  As abordagens qualitativas se adequam melhor a investigações de grupos e segmentos delimitados e focalizados, de histórias sociais sob a ótica dos atores, de relações e para análise de discussão e de documentos (MINAYO, 2014). Este trabalho compõe a experiência em realizar uma pesquisa com profissionais do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) do município de Sobral-Ce, tendo como temática a Educação Permanente em Saúde. A vivência iniciou com as escolha dos profissionais para participar da pesquisa, estes foram selecionados por meio de sorteio. Foram escolhidos quatorze profissionais, dois de cada equipe de NASF, no período o município era contemplado com o total de sete equipes. Mas de fato, a experiência se concretizou a partir da aproximação com os profissionais e o inicio das entrevistas. É importante ressaltar o fato de a pesquisadora ser uma profissional do NASF, a qual teve interesse em conhecer a percepção de seus colegas nasfianos sobre o processo de Educação Permanente desenvolvido no município. Durante os encontros com os profissionais foi possível perceber receptividade de alguns em participar da pesquisa, porém uma parte do grupo entrevistado demonstrou receio em relatar pontos negativos que pudessem comprometer seus vínculos empregatícios. Diante do contexto, a pesquisadora informou sobre a minimização dos riscos e confidencialidade do estudo. O receio foi um sentimento presente durante o processo, no entanto, nenhum profissional se negou a participar, eles queriam ser ouvidos. A experiência era nova para todos, tanto a pesquisadora quanto os profissionais não tinham participado de pesquisas realizadas por membros do grupo.  Contudo, os momentos de entrevistas foram uma conversa, na qual anseios, desejos e inquietações semelhantes emergiram. Em algumas ocasiões, os profissionais falavam das dificuldades, mas faziam uma autocrítica relacionada aos seus modos de agir em determinadas ocasiões durante o trabalho. Esse espaço foi de troca de experiências, pois à medida que um profissional fala sobre sua prática, de como a educação permanente em saúde contribuí para o desempenho, da colaboração interprofissional inerente ao trabalho do NASF, os participantes faziam reflexões a cerca das potencialidades e desafios que se encontram e desencontram na seara da saúde. Resultados e/ou impactos: A realização da pesquisa permitiu a pesquisadora um amadurecimento acadêmico potente para futuras atividades relacionadas ao campo da pesquisa em saúde. Os momentos vivenciados durante as entrevistas foram trocas de experiências enriquecedoras para todos os envolvidos, foi um momento de aprendizado, e aprendendo em duas perspectivas; a pesquisadora a cada entrevista se moldava melhor ao entrevistado, conseguia informações cada vez mais relevantes, por outro lado aprendia com prática relatada, com as experiências exitosas desenvolvidas dos territórios de atuação da cada profissional. Os profissionais puderam fazer uma reflexão sobre os aspectos da Educação Permanente em Saúde para os processos de trabalho do NASF, falar sobre essa temática permitiu uma discussão sobre inúmeras questões incorporadas á rotina de trabalho, as quais muitas vezes, não são priorizadas, em decorrência da imersão contínua no trabalho e pouco reflexiva. Temas relacionados ao trabalho interprofissional, apoio matricial, potencialidades da Educação Permanente emergiram nas entrevistas, os quais desencadearam a construção de artigos e capítulos de livros, e que possibilitarão o compartilhamento dos resultados do estudo, beneficiando tanto comunidade acadêmica quanto a usuária dos serviços de saúde, além de fortalecer a pesquisa em saúde. Conclusão e considerações finais: É importante que profissionais da saúde sejam incentivados a participar de pesquisas, assim como, serem os próprios pesquisadores, pois a proximidade com o campo de trabalho possibilita o reconhecimento os desafios prioritários a serem enfrentados, possibilitando a transformação das práticas de trabalho na saúde. No caso, específico da pesquisa, embora este resumo relate a experiência em realizá-la, não trazendo seus resultados foi possível evidenciar a importância da Educação Permanente para o trabalho do NASF, pois esta se configura como uma ferramenta para construção da colaboração interprofissional, para melhoria do desempenho profissional, fortalecimento de vínculos com a equipe e para o cuidado em saúde. Certamente, os processos que envolvem a Educação Permanente são repletos de desafios, fragilidades e potencialidades, os quais puderam ser analisados nos resultados pesquisa.  A experiência foi fundamental para superação dos receios da pesquisadora e dos participantes e permitiu a análise crítica dos aspectos relacionados à temática abordada como também favoreceu uma ruptura de pensamentos hegemônicos que afastam os profissionais do meio acadêmico e os imergem cada vez mais numa prática alienadora. A vivência serviu como um convite para os profissionais se arriscarem a produzir novas maneiras de compartilhar seus conhecimentos.    

3972 Formação contínua de professores na educação em saúde: relato de experiência
Darclé Cardoso, ROSELITA SEBOLD

Formação contínua de professores na educação em saúde: relato de experiência

Autores: Darclé Cardoso, ROSELITA SEBOLD

O município de Rio do Sul,SC, por meio do Departamento de Odontologia da Secretaria Muncipal de Saúde, desenvolve desde 1991 um programa de Educação em Saúde denominado ProEsaSul.  O programa realiza encontros de formação contínua com professores da rede pública de ensino em parceria com a Educação, envolvendo equipe interprofissional. As formações contínuas do ProEsaSul sofreram reformulações ao longo dos 26 anos e será aqui apresentado um relato de experiência da evolução do conteúdo didático programático com o intuito de abordar a perspectiva da Promoção da Saúde. O programa na atualidade busca trazer as informações do ponto de vista da saúde positiva/salutogênese e do conhecimento em saúde ser contextualizado e atrelado ao processo de aquisição da língua falada à escrita desde à educação infantil. No início do Programa em 1991 as ações eram centradas nos profissionais cirurgiões dentistas e no repasse das informações técnicas, então ocorreram encontros por especialidades ainda muito centradas na doença, e apartir de 2001 foram realizadas as oficinas psicopedagógicas centradas nos processos de aprendizagem, em 2005 iniciaram os projetos pilotos para formação com professores e 2008 em diante a participação mais efetiva de equipe interprofissional, tais como fonoaudiologos, nutricionistas e psicólogos além de médicos, farmacêuticos, enfermeiros ,   dentistas e pedagogos, que persite atualmente com enfoque na Lieracia para a saúde. E em 2017 ocorreu um ciclo de formação contínua com professores da educação infantil municipal envolvendo as areas da odontologia, nutrição e farmácia com premissa na Literacia para a saúde. Os resultados são socializados em seminários no final do projeto anual que ocorre em três encontros de formação onde são avaliados os aspectos de interdisciplinaridade, transversalidade, promoção da saúde e atualmente  Literacia para a saúde. Nas formações as oficinas são participativas onde são refletidas as práticas de sala de aula para serem transformados em projetos de ação. A análise de conteúdo dos registros revelam a  apropriação do conceito ampliado de saúde, a contextualização da saúde nas histórias de vida, nas formações houve uma transposição do modelo hegemônico para um espaço de construção social da saúde, de consolidação de conhecimentos para a aquisição de habilidades, autoconhecimento, empoderamento e a apresentação nos seminários revelaram a interpretação das reflexões em projetos pedagógicos que envolvem os aspectos da promoção da saúde e da literacia para a saúde. A formação contínua de professores vem ao encontro dos serviços de saúde que tenham sua inserção na escola e que dialogam com a educação. Por meio de equipe interprofissional é possível fazer um planejamento transversal da saúde do ponto de vista salutogênico de modo que uma ação atua em diversos fatores de várias infermidades. A literacia para a saúde como um campo recente lida com a capacidade de interpretação das informações em atitudes saudáveis no cotidiano das pessoas e pode ser um meio para se conseguir efetividade nas ações educativas nas unidades de saúde, nas ações de promoção da saúde e de melhor comunicação entre equipe de saúde e usuários.

1933 Apoio Matricial : ferramenta para o atendimento compartilhado
Kellinson Catunda, Lucia Conde de Oliveira, Aline Ávila Vasconcelos, Jordana Rodrigues Moreira, Fátima Café Ribeiro dos Santos, Gustavo Fonteles Arcanjo

Apoio Matricial : ferramenta para o atendimento compartilhado

Autores: Kellinson Catunda, Lucia Conde de Oliveira, Aline Ávila Vasconcelos, Jordana Rodrigues Moreira, Fátima Café Ribeiro dos Santos, Gustavo Fonteles Arcanjo

Introdução: O modelo assistencial brasileiro foi reorientado em 1994 com a implantação do Programa Saúde da Família (PSF), que em 2006 foi aprimorado com as proposições da Estratégia de Saúde da Família (ESF), que definiu áreas estratégicas para sua atuação no território nacional dentre elas, a Saúde da Criança. Neste contexto o cuidado prestado em puericultura visa à promoção da saúde e à prevenção de agravos, impactando em melhor qualidade de vida tanto para a criança, como para a família (COSTA et al., 2012).A reorientação do novo modelo sugere que as equipes de saúde realizem um acompanhamento longitudinal de seus pacientes, desse modo, emergem necessidades de apoio de caráter especializado. De modo que o Ministério da Saúde (MS) cria a partir da Portaria GM nº 154/2008 os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), “com o objetivo de ampliar a abrangência e a resolutividade das ações da atenção básica, apoiando a inserção da ESF na rede de serviços e o processo de territorialização e regionalização (BRASIL. 2008). Esse cenário favoreceu que as equipes multiprofissionais trabalhassem de forma integrada com ESF, na perspectiva do apoio matricial (AM). O AM é uma possibilidade de ampliar as articulações entre os profissionais na atenção básica, pois opera como dispositivo pedagógico e assistencial, favorecendo uma maior resolutividade das ações da ESF, além de valorizar o trabalho fortemente direcionado ao cuidado longitudinal, acolhimento e vínculo. Desse modo, objetivo deste trabalho é relatar as experiências de terapeutas ocupacionais,  nutricionistas e enfermeiros atuantes na Estratégia Saúde da Família, mediante a atuação no Núcleo de Apoio a Saúde da Família, nos atendimentos de puericultura, utilizando como ferramenta o apoio matricial. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência de natureza qualitativa.  As abordagens qualitativas se conformam melhor a investigações de grupos e segmentos delimitados e focalizados, de histórias sociais sob a ótica dos atores, de relações e para análise de discussão e de documentos (MINAYO, 2014). Este trabalho foi desenvolvido em um Centro de Saúde da Família(CSF) do município de Sobral-Ce, como parte das atividades realizadas pelos profissionais do Núcleo de Apoio a Saúde da Família. A vivência trata dos atendimentos compartilhados, na perspectiva do apoio matricial, nas consultas de puericultura com terapeuta ocupacional, nutricionista e enfermeiro. Buscando ampliar o escopo dos serviços oferecidos pela ESF, os profissionais do NASF se organizaram de modo que pudessem compartilhar atendimentos com os enfermeiros. Neste contexto a terapeuta ocupacional e a nutricionista se propuseram a participar das consultas de puericultura a fim de melhorar a adesão dos pais, pois é um dos atendimentos com menor assiduidade da comunidade. Foi desenvolvido um cronograma de atendimentos compartilhados, no qual cada profissional, com seu conhecimento de núcleo iria contribuir no atendimento oferecido ao usuário, porém foi estabelecido um acordo entre a equipe, que o primeiro momento seria a escuta qualificada, para que se pudesse conhecer os desejos e expectativas dos responsáveis pela criança levada à puericultura. A ideia era fortalecer o vínculo e as relações entre profissionais e usuários.  Resultados e/ou impactos: Os atendimentos compartilhados permitiram uma troca de saberes das três categorias envolvidas, além dos saberes das próprias mães que enriqueceram as consultas. O profissional de enfermagem percebeu a diminuição da sobrecarga de trabalho e sentiu-se  mais seguro,  pois em alguns momentos, relatava que não tinha segurança em responder algumas perguntas das mães ou responsáveis, por não se tratar de uma demanda pouco específica da enfermagem.  A atuação do terapeuta ocupacional na puericultura fomentou um olhar mais aprofundado e fundamentado sobre as características desenvolvimento infantil considerando as faixas etárias e os aspectos sensoriais, cognitivos, psicomotores, emocionais e sociais das crianças. As mães sentiam-se mais confiantes em questionar sobre as atitudes dos filhos, em relação aos seus comportamentos e, principalmente, sobre a alimentação.  A nutricionista proporcionou aos envolvidos no processo, pais e profissionais, orientações oportunas sobre introdução de alimentos, desmame, dificuldades de aceitação e riscos de consumo precoce de alguns alimentos. Diante da experiência vivenciada, percebeu-se uma ampliação do cuidado ao sujeito pois os profissionais evidenciaram uma prática que se distanciava dos modos curativistas, biologizantes, os quais, muitas vezes, não suprem as demandas dos usuários dos serviços de saúde. A proposta do apoio matricial contribui para a superação dessa lógica fragmentada de trabalho e, nesse sentido, a equipe multiprofissional que trabalha na perspectiva da interdisciplinaridade, o usuário é contemplado com um conjunto de saberes, que irá constituir um saber coletivo potente com capacidade de oferecer resolutividade às diversas demandas que o sujeito traz ao serviço. Conclusão e considerações finais: No Brasil, a ferramenta do apoio matricial e a lógica de trabalho do NASF tangenciam-se consideravelmente das práticas e das relações tradicionais estabelecidas entre médicos e enfermeiros da saúde da família e os profissionais de outras formações. São novos modos de organizar o trabalho, novas perspectivas nas relações interprofissionais e nova maneira de responsabilização pelos usuários. As observações realizadas nos atendimentos compartilhados da puericultura semearam reflexões com os profissionais de referência e da equipe matricial, trazendo à tona a importância da experiência como uma alternativa interessante para contemplar as consultas de puericultura da unidade de saúde, no entanto, os profissionais da ESF, geralmente, não estão disponíveis para compartilhar esse tipo de atividade no CSF, devido uma agenda concentrada em consultas e demanda espontânea, o que dificulta a propagação da atividade. Esta situação é decorrente do modelo de formação no país um modelo de formação, no cada profissional é responsável por um segmento do corpo do indivíduo, valorizando a logica fragmentada sem a devida  importância do trabalho interdisciplinar.  Embora, reconhecendo a fragilidade do trabalho interprofissional e interdisciplinar, os atendimentos compartilhados permitiram a ruptura de uma prática ancorada em protocolos e técnicas, evidenciando, o protagonismo dos usuários. Desse modo, foi possível conhecer e compreender as principais dificuldades que os afastam da consulta da puericultura, possibilitando a construção de conjunta de novas possibilidades para oferecer o serviço. O momento foi essencial também para que os usuários compreendessem a importância das consultas para o desenvolvimento dos seus filhos e filhas.  É necessário se pensar em novas estratégias para que experiências com resultados satisfatórios superem as dificuldades relacionadas à organização de fluxos e serviços das unidades de saúde e  que possam ocorrer respeitando o princípio da integralidade do sus.