521: Olhares e narrativas sobre o trabalho em saúde
Debatedor: Mayana de Azevedo Dantas
Data: 30/10/2020    Local: Sala 14 - Rodas de Conversa    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
6146 EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE COMO FERRAMENTA DE GESTÃO
Ana Paula de Andrade Silva, Priscila Pfaff Coelho, Benedito Carlos Cordeiro

EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE COMO FERRAMENTA DE GESTÃO

Autores: Ana Paula de Andrade Silva, Priscila Pfaff Coelho, Benedito Carlos Cordeiro

Apresentação: Considerando que a Educação Permanente em Saúde (EPS) é uma proposta de aprendizagem no trabalho e (re)pensar o processo de trabalho. Nesse sentido, alguns profissionais de saúde da atenção hospitalar de um município do Médio Paraíba uniram-se para problematizar a necessidade do diálogo entre os trabalhadores, gestores e docentes de uma universidade privada. Estes viram no “movimento das rodas” uma liga potente para dar voz e escuta aos fluxos e demandas dos diversos segmentos participantes da atenção hospitalar, sobretudo para aproximar o ensino da prática cotidiana e construir estratégias para possibilitar mudanças nas relações, nos atos de saúde, nos processos e nas pessoas. Objetivo: apresentar o suporte pedagógico aos setores do ambiente hospitalar e a gestão no desenvolvimento de atividade ligadas a formação profissional a luz da EPS. Método: A metodologia de problematização ancorado no arco de Maguerez, em que a reflexão sobre o processo de trabalho parte da realidade e a ela retorna dialeticamente. Resultado e discussão: Os encontros de EPS seguem os seguintes princípios metodológicos: observação da realidade, elaboração coletiva dos pontos chaves, teorização, hipóteses de solução e, por fim, aplicação à realidade. Aconteceram 30 rodas de EPS no auditório do Conselho Municipal de Saúde totalizando 401 participações nos encontros promovidos pelo Núcleo de Educação Continuada. O movimento estimulou a formação no próprio serviço por meio de rodas de educação permanente, detectando, desta forma, as necessidades singulares de formação na realidade de cada trabalhador, incluindo nas rodas de EPS todos os atores que participam direta ou indiretamente do cuidado ao usuário; apoiara os gestores na identificação/mapeamento das necessidades de formação dos trabalhadores nas diferentes áreas de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), contribuíra ao desenvolvimento do profissional de saúde como um protagonista do cuidado a partir de processos que fomentem reflexão crítica e implicada no próprio local de trabalho por meio de rodas bimensais de EPS e ressignificar a o modelo de gestão nos serviços de saúde por implantação da gestão participativa com ênfase na integralidade do cuidado ancorado na problematização do processo de trabalho por meio da troca de saberes e experiências multiprofissionais, interdisciplinares e interinstitucionais. Considerações finais: A EPS voltada para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores do SUS compreende-se como uma proposta de ação apropriada para contribuir na (trans)formação dos processos formativos, das relações, das práticas pedagógicas e de saúde, envolvendo também a organização dos serviços. Contudo, o encontro promoveu um trabalho articulado entre rede de saúde, em suas esferas de gestão e as instituições formadoras; e, na avaliação dos participantes das rodas, o reverberar refere-se ao espaço de possibilidade de fala sobre os problemas, nós críticos, assim construindo soluções coletivas. Portanto, a (trans)formação do modelo de gestão pressupõe realizar investimento nos trabalhadores para desenvolverem suas ações de forma segura, equânime, integral e universal.

7121 O TRABALHO MULTIPROFISSIONAL E A NOTIFICAÇÃO NO ENFRENTAMENTO DA ZOONOSE LEISHMANIOSE NO CONTEXTO DE SAÚDE ÚNICA
Jaíne Soares de Paula Vasconcellos, Luis Antônio Sangioni

O TRABALHO MULTIPROFISSIONAL E A NOTIFICAÇÃO NO ENFRENTAMENTO DA ZOONOSE LEISHMANIOSE NO CONTEXTO DE SAÚDE ÚNICA

Autores: Jaíne Soares de Paula Vasconcellos, Luis Antônio Sangioni

Apresentação: A Leishmaniose Visceral (LV) é considerada pela portaria de nº 204, de 17 de fevereiro de 2016, do Ministério da Saúde (MS) como uma epizootia de notificação compulsória semanal (NCS) obrigatória, estando presente na Lista Nacional de Notificação Compulsória (LNNC), válida para humanos. Entretanto a mesma portaria não obriga a notificação da doença em animais. A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma doença infecciosa, endêmica no Brasil, causada por Leishmania chagasi e transmitida pelo inseto Lutzomyia longipalpis, conhecido como “mosquito palha”. Esta enfermidade caracteriza-se por representar um grande problema para a saúde pública, sendo o cão o reservatório mais importante para a transmissão da doença ao homem. Ademais, por se tratar de uma antropozoonose de difícil controle, com alta letalidade em indivíduos humanos não tratados, da impossibilidade de erradicação do vetor e da tendência de expansão territorial, cabe destacar que o tratamento de cães com LVC não se configura como medida profilática efetiva em saúde pública. Diante disso, apresentamos a notificação da LVC para os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e o trabalho multiprofissional como mecanismos de controle desta zoonose, no contexto de saúde única. A notificação através de “fichas de notificação” ou por outros mecanismos para os serviços de saúde, é um meio de controle, planejamento e acompanhamento da circulação do agente, em conjunto com a investigação sanitária. Além disso, é a principal forma de monitoramento dos possíveis casos. Dessa forma, é dever do profissional médico veterinário comunicar a Vigilância Sanitária (VS) do município, ou serviços equivalentes, frente às suspeitas ou confirmações destes casos. Entre as funções do médico veterinário na epizootia da doença estão: coletar material para exame sorológico e enviar para a VS, orientar o proprietário e indicar o tratamento do cão suspeito para a doença com coleiras repelentes até que seja concluída a investigação sanitária. Por conseguinte, a autoridade sanitária, do SUS, recebe a notificação de cão suspeito de LVC, devendo proceder a investigação do caso. Estes profissionais devem realizar os exames de triagem dos animais com os testes rápidos, para confirmação da enfermidade, de forma gratuita, em áreas de transmissão da doença e encaminhar o material coletado, adequadamente, para realizar o diagnóstico sorológico e parasitológico confirmatório aos laboratórios credenciados autorizados pelo MS. A ausência desta doença na LNNC, apesar de não isentar da responsabilidade sanitária nenhum profissional da saúde, dificulta um fluxograma de informações sobre a doença. Desta forma, dados relevantes de casos e fatores de risco não chegam ativamente ao MS, freando ações mais resolutivas no enfrentamento da doença e proteção da saúde humana. A criação de sistemas ou mecanismos que possibilitem a notificação de casos de LVC para o SUS torna-se imprescindível no contexto da saúde única, de forma que proporcionariam maior acompanhamento e atuação dos profissionais envolvidos com a doença.

7377 UM OLHAR DESIGUAL: A DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO NO HU/(SEM SUGESTÕES)
ÁDILA NAIADE BRITTO SOUZA COSTA

UM OLHAR DESIGUAL: A DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO NO HU/(SEM SUGESTÕES)

Autores: ÁDILA NAIADE BRITTO SOUZA COSTA

Apresentação: A divisão sexual do trabalho é uma das multifaces da expressão da questão social, oriunda da contradição entre capital e trabalho, matéria-prima do Serviço Social, temática cujos preceitos revelam a complexidade do debate pela sociedade, que nos postos de trabalho ainda é velada e naturalizada, especificamente em ambientes hospitalares. Objetivo: Contribuir para a reflexão dos colaboradores do HU/Univasf sobre a divisão sexual do trabalho a fim de favorecer mudanças no cotidiano profissional. Método: Envolvimento de homens e mulheres, em duas etapas: percepção (introdução da temática com o/a facilitador/a, categorizando o nó de opressão, racista, capitalista e patriarcal, com base no referencial teórico de HeleiethSaffiot, mediante o uso de recursos audiovisuais e exposição dialógica) e prática (através da Oficina de Teatro do Oprimido com técnicas e jogos teatrais de Augusto Boal e enfoque na arte do teatro popular, como alternativa de formação de agentes transformadores da divisão sexual do trabalho, reprodução da sociedade desigual). Desenvolvimento: Através da escuta qualificada coletiva e do método Josué de Castro foi possível favorecer uma avaliação mais acolhedora dos colaboradores sobre o desempenho da atividade. Pertencentes de todo o processo, alegaram o entusiasmo com a metodologia que “saia da instância institucional para uma visão mais social”. Além disso, em curto prazo, os/as colaboradores analisaram o impacto positivo na efetivação do projeto diante a temática exposta, e sugeriram que a mesma atividade fosse discutida ao menos uma vez por mês. O que culminou a oficina acontecer dois meses depois, no mês direcionado a Campanha da Saúde do Homem na mesma unidade hospitalar. Considerações finais: Torna-se cada vez mais necessário á discussão de tais evidências não só no âmbito hospitalar, mas em todos os setores da sociedade, e o mais importante, sair do campo das ideias, e nutrir um mundo de igualdade e justiça social para homens e mulheres.

7871 EDUCAÇÃO PERMANENTE: TRANSFORMANDO PESSOAS ESPECIALIZADAS EM PESSOAS
Ana Paula Santos Morato Emidio

EDUCAÇÃO PERMANENTE: TRANSFORMANDO PESSOAS ESPECIALIZADAS EM PESSOAS

Autores: Ana Paula Santos Morato Emidio

Apresentação: A aproximação com a atenção básica iniciou-se na graduação em Enfermagem e seguiu-me durante minha trajetória acadêmica e profissional. Do contato com a atenção básica, surgiu a inquietação quanto à melhoria da atenção à saúde dos usuários do Sistema Único de Saúde, utilizando a Educação Permanente do Agente Comunitário de Saúde como principal ferramenta. Em 2013 ao assumir a gestão de uma unidade básica de saúde, a inquietação me fez abrir um espaço de diálogo com os profissionais, onde desses diálogos e observações surgiram problemas, conflitos e tensões deixando clara a fragilidade no processo de educação permanente dos Agentes Comunitários de Saúde. A maioria dos profissionais apresentava a mesma inquietação, quanto à carga de atividade, de demandas e de atualizações dos programas e a pouca formação dos agentes comunitários de saúde. A inquietação me moveu a desenvolver ações de educação permanente com esses agentes comunitários de saúde, a partir das necessidades levantadas por eles. Ao longo de três anos, dividi os dezoito agentes comunitários de saúde em dois grupos, a fim de possibilitar um espaço de discussão e troca. A cada semana, um tema proposto por eles, era tratado a partir da realidade deles e apesar do pouco tempo, era notório o desenvolvimento desses profissionais, não só por aumentarem seus conhecimentos, mas por visivelmente se perceberem peça importante dessa engrenagem, que chamamos de Atenção Primária. Esse trabalho local ganhou espaço e foi compartilhado como experiência exitosa em 2015 no Ciclo de Debates da Subsecretaria de Atenção Primária, Vigilância e Promoção da Saúde (SUBPAV), foi apresentado na 1º Mostra de trabalhos desenvolvidos por Agente Comunitário de Saúde na Saúde da Família (2015), em 2016 tive a oportunidade de compartilhar essa experiência no 12º Congresso Internacional da Rede Unida e na 21º Conferência Mundial WONCA de Médicos de Família, além de apresentá-los nas unidades de atenção primária da área programática 32. Compartilhar essa experiência foi importante não só para mim enquanto gestora, mas deu a esses agentes comunitários de saúde a visibilidade que nem sempre é dada, os motivou e um dos reflexos, foi o aumento expressivo da cobertura das mulheres de 25 a 64 anos, pelo exame colpocitopatológico. Antes desse trabalho de educação permanente, esta unidade de saúde, possuía apenas 9% de cobertura, e em apenas dois anos de trabalho, esta unidade atingiu 70% de cobertura. Isso reforça a importância da educação permanente para estes profissionais, não apenas localmente, mas enquanto estratégia. Em Dezembro de 2016 puder participar da implantação de  uma Clínica da Família e assumir a gestão desta unidade, localiza na região central do Méier, próximo ao Hospital Municipal Salgado Filho e a uma das praças tradicionais do bairro, o Jardim do Méier. Superar a repartição do território em áreas político-administrativas de ação em saúde para uma compreensão da dinâmica interna dos territórios, como a vida acontece, como os processos sociais do cotidiano se desenvolvem em um território vivo, é um dos desafios da atenção primária. E para supera-lo lançamos mão do diagnóstico situacional, eu enquanto gestora avaliando os recursos humanos e materiais e a equipe o fazendo no território. Na segunda reunião de equipe, uma fala me chamou a atenção, uma agente comunitária pediu a palavra e disse: É preciso chamar a equipe especializada em “moradores de rua” ! Aqui no Méier tem muito. Era impossível não perceber o aumento das pessoas vivendo em situação de rua, ou em condições precárias, em invasões. E essa fala me fez refletir,  revisitei minha experiência com a Educação Permanente em Saúde em 2013 com a minha primeira equipe.  Naquela mesma reunião convidei os ACS para uma “reunião semanal”, só eu e eles. Imediatamente concordaram. O novo pode causar em nos paralisia ou nos mover, novamente me movia frente ao novo desafio, participar da transformação daquelas equipes recém contratadas, em uma equipe especializada em cuidado. E assim, juntos, fomos seguindo, as reuniões se transformaram em sessões de educação permanente,  e logo os frutos começaram a ser colhidos. A equipe organizou a primeira ação de acolhimento no Jardim do Méier, essa ação tinha como principal objetivo iniciar a aproximação da unidade de saúde com as pessoas vivendo em situação de rua. As estratégias foram as mais variadas e criativas, iniciamos o cadastramento dessas pessoas, ofertamos avaliação imediata pela saúde bucal, ofertamos café da manhã, local para banho na unidade de saúde, fornecimento de kits de higiene, e o principal, o acolhemos, tudo isso com um objetivo maior, diminuir/extinguir o abismo que muita das vezes percebemos entre a unidade de saúde e as pessoas em situação de rua. Essa equipe entendeu o seu papel e o papel da equipe de consultório de Rua. Afinal, não há equipe especializada em “Morador de rua”, todos devemos ser capazes e especializados em pessoas, estejam elas em situação de rua ou não. Foram 8 meses de trabalho, dividido entre as sessões de educação permanente, promovida por mim, enquanto Gerente da unidade, as ações no território, as constantes discussões nas reuniões de equipe e  a identificação de parceiros no território, que fortaleceram este trabalho, como a Delegacia da polícia Civil, a associação de moradores do Cachambi, o Conselho Distrital de Saúde, o Conselho de Segurança, o Batalhão da Polícia Militar, o CREAS, os moradores do território e tantos outros que foram agregados ao longo do caminho. A unidade passou a se destacar pelo trabalho desenvolvido no território, refletindo no cuidado com as pessoas, estivessem elas em situação de rua ou não, cuidado com o território, fortalecimento de vinculo, ações intersetoriais, era a atenção primária cumprindo seu papel. Aquela era uma unidade reconhecida por ofertar cuidado e isso só foi possível graças a Educação Permanente em Saúde, através do uso de tecnologia leve; aproximação ensino-serviço; e formação de espaços coletivos de aprendizagem significativa no cotidiano do trabalho. Os serviços oferecidos fundamentam-se, em sua maioria, nas atividades programáticas e as ações educativas estão mais relacionadas às ações clínicas individuais focadas na doença, com pouca abrangência sobre as condições de vida e os determinantes sociais. As atividades das equipes devem evidenciar orientação à comunidade, evidenciando mudanças nas práticas tradicionais, como este relato de experiência nos trouxe.

8825 ACIDENTES DO TRABALHO FATAIS EM EMPRESA DE PETRÓLEO E GÁS BRASILEIRA: UMA ANÁLISE DAS OCORRÊNCIAS DE 2001 A 2016
Hilka Flavia Saldanha Guida, Marcelo Figueiredo, Elida Azevedo Hennington

ACIDENTES DO TRABALHO FATAIS EM EMPRESA DE PETRÓLEO E GÁS BRASILEIRA: UMA ANÁLISE DAS OCORRÊNCIAS DE 2001 A 2016

Autores: Hilka Flavia Saldanha Guida, Marcelo Figueiredo, Elida Azevedo Hennington

Apresentação: Este trabalho tem como objetivo analisar fatalidades por acidente do trabalho em empresa de petróleo e gás brasileira no período de 2001 a 2016, a partir da categorização dos acidentes e dos acidentados. Compreende-se que o conhecimento aprofundado dos acidentes pode servir como importante instrumento de vigilância no campo da Saúde do Trabalhador e assim contribuir para evitar novas ocorrências e/ou reduzir estes agravos. Desenvolveu-se estudo epidemiológico descritivo, objetivando traçar o perfil de mortalidade por acidente do trabalho em empresa brasileira de petróleo e gás no período de 2001 a 2016. Foi utilizada como principal fonte de informação dados de acidentes de trabalho fatais (ATF) divulgados pela empresa em seus relatórios de sustentabilidade e relatórios anuais. O conceito de ATF adotado neste estudo é o utilizado pela emprea: mortes de trabalhadores próprios ou tercerizados em acidentes típicos, de forma imediata ou posterior, em decorrência de condições ou cirunstância do ambiente de trabalho, não sendo computadas as mortes em decorrência de acidentes de trajeto ou de doenças ocupacionais. (Petrobras, 2016). Foi realizado o levantamento documental dos relatórios sociais e ambientais e relatórios de sustentabilidade de 2005 a 2017, de modo a levantar informação do numero de ATF. A partir da quantificação dos ATF divulgados, foi realizada sua categorização por ano, área de negócio, tipo de instalação e tipo de evento. O perfil dos acidentados inclui as informações sobre: sexo, faixa etária, ocupação, tipo de vínculo empregatício e tempo de trabalho na empresa. Os dados do Relatório de Sustentabilidade foram complementados por meio de informações de outros relatórios sobre acidentes disponibilizados na biblioteca da empresa, das entidades sindicais e da agência nacional de petroleo, além das noticiais de jornais, de modo a obter maior detalhamento das ocorrências. estes materiais serão denominados neste estudo como outras fontes. Para calcular o número de mortes por vinculo empregatício realizou-se levantamento do número absoluto de mortes por ATF por ano e vinculo empregaticio. em seguida, realizou-se levantamento do efetivo de trabalho próprio e terceirizado por ano, sendo calculada a taxa de mortalidade através da formula (numero de obitos por acidentes de trabalho por ano/número medio anual trabalhadores por ano x 100.000 trabalhadores segurados). Para cáclulos de taxa de ocorrência por área, local da ocorrência e ocupação do acidentado buscou-se o número de mortes por área, local, ocupação, causa, respectivamente, dividio pelo nº absoluto de óbitos. Este estudo seguiu as recomendações da Resolução CNS/MS 466/2012 e possui aprovação do comite de etica da ENSP/FIOCRUZ, sob o parecer nº 2.268.682. De acordo com os dados dispníveis a força de rabalho atuante na empresa totaliza 236.546 trabalhadores, sendo 158.056 (66,8%) terceirizados e 78.470 (33,2%) próprios (Petrobras, 2016). Do total de tercerizados, 50,4% dos trabalhadores estão desenvolvidos em atividades operacionais considerada de maior risco. Entende-se por atividades operacionais aquelas desenvolvidas nas unidades operacionais e ligadas diretamente ao processo de operação e manutenção da instalação, portanto expondo os trabalhadores de modo mais explicitio aos riscos industriais, tais com técnico de manutenção e técnico de operação. Ao analisar o periodo de 2001 a 2016 foi identificada a ocorrência de 222 ATF dos quaiss 83,3% (186) envolvendo trabalhadores terceirizados e 16,2% (36) trabalhadores da empresa (Figura 1). Ao calcular a taxa de mortalidade por acidente de trabalho, identificamos maior taxa de trabalhadores terceirizados ao longo do período, sendo os anos com amior incidência de mortes de terceirizados os anos de 2004, 2005 e 2015 (Figura 2). A taxa de mortalidade por AT de tercerizados é, em média, três vezes maior do a que a dos próprios. Não foi possíve realizar a apuração do efetivo de terceirizados no período de 2001 a 2003, pois não havia dados prúblicos disponíveis para este período. Ao correlacionar as ocorrencias por área de atuação, identificamos maior numero de óbitos na área de Exploração e Produção com 55% das mortes de trabalhadores neste setor. (Figura 3). Não foi possíel calcular a taxa de mortalidade por area porque não existiam dados disponíveis do efetivo terceirizado nas respectivas áreas, no período analisado. Quando analisado o número de mortes por tipo de instalação/local, foram identificadas as plataformas como aquelas com o maior número de obitos no periodo analisado (19,4%), seguida das refinarias (14,4%) e pelos poços de petróleo (11,3%). Há um número significativo de acidentes com veículos automotores (15,8%). Em relação à ocupação dos acidentados, identificou-se que as mortes atingiram principalmente: motorista ou ajudante de motorista (14,4%), técnico de manutenção (14,4%), técnico de operação (9,9%), ajudante (6,8%) e operador de equipamento (6,3%). As mortes na indústria de petróleo e gás atingiram principamente trabalhadores tercerizados da área de Exploração e Produção, observando-se também significativo número de óbito durante o transporte da terra à plataforma, corroborando estatísticas internacionais sobre o alto risco do trabalho offshore. A análise dos ATF, no período de 2001 a 2016, identificou a tercerização como um fator importante para a morte de trabalhadores. Assim, faz-se necessário repensar as formas de prevenção para o conjunto dos trabalhadores, dando maior ênfase aos terceirizados, que estão mais vulneráveis, mais expostos aos riscos industriais e à alta taxa de mortalidade por AT. Negar tais diferenças coloca em xeque a eficiencia das politicas de segurança e saúde existentes hoje na empresa e, consequentemente, impacta nos resultados dos indicadores de segurança e saúde. também o papel do movimento sindical precisar ser repensado para enfrentar os desafios de proteger a saúde do conjunto de trabalhadores, independente do vinculo empregaticio. Além disso, a medida que a chance de morrer dos terceirizados é maior que dos próprios é fundamental repensar as formas de proteção social para as famílias destes trabalhadores no caso de ocorrência de fatalidades, garantindo os mesmo direitos dos trabalhadores próprios. Investimentos em medidas de proteção coletiva, atendimento a requisitos legais, implantação de soluções tecnológicas e organizaconais, além da adoção das melhores práticas internacionais de segurança no trabalho, maior participação dos trabalhadores são vistos neste estudo como caminhos necessários para minimização dos agravos. Ao conjunto de medidas sugeridas anteriormente para o enfrentamento dos riscos, seria importante ressaltar também a necessidade de incorporar propostas que contemplem os fatores de cunho organizacional nas análises que tenha como objeto de investigação precipuo os sinais precursores, os incidentes e os acidentes, em afinidade com a análise organizacional da segurança. Nessa linha, é cruciaul que se invista na viabilização dos espaços de debates sobre o trabalho, sobre a atividade, e que estes seja geridos pelos trabalhadores, isto é, sem a interveniência manipulatória da gerência, de modo a aproveitar o retorno da experiencia com mais um elemento chave para auxiliar na identificação precoce dos riscos e da degradaçõ do sistema e do processo.

9115 O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO NÚCLEO AMPLIADO DE SAÚDE DA FAMÍLIA E ATENÇÃO BÁSICA EM PETRÓPOLIS: POTENCIALIDADES E DESAFIOS
luana nunes

O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO NÚCLEO AMPLIADO DE SAÚDE DA FAMÍLIA E ATENÇÃO BÁSICA EM PETRÓPOLIS: POTENCIALIDADES E DESAFIOS

Autores: luana nunes

Apresentação: O Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF AB) atua em Petrópolis desde 2018 com uma equipe formada por Assistente Social, Educador Físico, Farmacêutico, Fisioterapeuta e Nutricionista. Somos uma equipe multiprofissional que atua em conjunto com as equipes de Atenção Primária à Saúde (APS) – com ou sem equipes de Saúde da Família – nos casos mais complexos, que demandam mais atenção das equipes. Nesse resumo, tratarei especificamente do trabalho do Assistente Social. Tal profissional se torna imprescindível nas áreas em que o NASF AB atua em Petrópolis, pois são áreas com populações em situação de extrema vulnerabilidade social. Para além de problemas econômicos, grande parte dessa população reside em locais de risco, distantes de serviços básicos – como escola e unidades de saúdes – e não contam com transporte público. Além disso, há problemas de saúde associados às questões de vulnerabilidade social, principalmente problemas de saúde mental. Cobrimos áreas aonde há um número considerável de idosos, que em alguns casos vivem só, estando em situação de risco. Assim como há casos de evasão escolar e negligência contra a criança e/ou adolescente. Diante do cenário descrito, o Assistente Social atua identificando, juntamente com as equipes de APS, as principais demandas para intervenção. Esse trabalho em conjunto com a equipe de APS é importante para desnaturalizar questões graves, que por não saberem, os mesmos desconsideravam – essa questão é comum em relação a violência contra a mulher por exemplo. Identificados os casos, são utilizados instrumentos como a visita domiciliar, o atendimento individual, o estudo do caso, a discussão do caso com a equipe de APS e a construção do Projeto Terapêutico Singular – um instrumento utilizado para analisar os casos mais complexos, criar intervenções, determinar as funções de cada profissional e metal. Assistente Social atua na garantia dos direitos dos usuários, logo, seu plano de ação será voltado principalmente para essa questão. Mas nunca deixando de compreender as questões sociais que permeiam e condicionam a vida daquelas pessoas. Deve-se compreender sua cultura, conhecer o território em que vive, identificar sua rede de apoio afetiva e intersetorial e buscar junto ao usuário construir meios de garantir a ele e a sua família melhores condições de vida, por meio da ação das políticas sociais. O Assistente Social do NASF AB também apresenta a potencialidade de “desenhar” continuamente a rede intersetorial do território onde atua. É essa rede – assistencial, educacional, associação de moradores, Igrejas, ONGS etc.) – que nos auxilia na busca da garantia dos direitos do usuário. As famílias mais vulneráveis socialmente ou em risco são acompanhadas continuamente, em conjunto com a rede assistencial. O Serviço Social na APS torna-se indispensável, na medida em que tem a potencialidade de atuar em todos os casos de vulnerabilidade social e risco. E essa atuação também pode ser por meio da Educação Permanente, Grupos, Ações coletivas, como realizamos no NASF AB em Petrópolis.

9136 ATENÇÃO BÁSICA E INTEGRALIDADE EM EQUIPE DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA RURAL EM ASSENTAMENTO
Ana Paula Macedo

ATENÇÃO BÁSICA E INTEGRALIDADE EM EQUIPE DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA RURAL EM ASSENTAMENTO

Autores: Ana Paula Macedo

Apresentação: De acordo com o IBGE, 15,6% da população brasileira reside em áreas rurais e apenas 6% (seis por cento) das Equipes de Saúde da Família (ESF) estão localizadas em áreas rurais. As ESF Rurais em Assentamento representam menos de 3% do total de Equipes de ESF de todo o Brasil. As especificidades destas ESF são muitas, e a realidade da grande maioria dos trabalhadores em saúde é de despreparo para este mercado de trabalho. Esse despreparo reafirma que o modelo vigente de práticas e compreensões, mesmo diante dos desafios epistemológicos e operacionais produzidos com o advento do SUS, ainda é aquele da queixa-conduta, ou seja, que se estrutura a partir da compreensão biomédica, inicialmente descrita por Foucault no final do Século XVII e início do Século XVIII. Diante do baixo número de ESF existentes nestes territórios, os poucos dados sobre como é desenvolvido o quotidiano do trabalho e as dificuldades de locais, é extremamente importante a realização de pesquisas para a visualização destes territórios. A pesquisa apresentada neste trabalho foi desenvolvida durante o ano de 2018 na ESF Rural no Assentamento Santa Rita de Cássia II, no Município de Nova Santa Rita (RS). Pretendeu utilizar a relação existente entre a Atenção Básica e Integralidade para responder ao questionamento de como é possível realizar o cuidado integral em uma ESF Rural em Assentamento. A realização desta pesquisa buscou demonstrar como foi realizada a implantação e a manutenção da ESF Rural Mariza Lourenço da Silva, situada em um Assentamento Santa Rita de Cássia II, no Município de Nova Santa Rita (RS). Desenvolvimento: O objetivo principal do estudo foi analisar o que contribui para o debate da integralidade a atenção de uma Equipe de ESF Rural em Assentamento, utilizando os dados do PMAQ como indutor do processo. Tratou-se de um Estudo de Caso que foi realizado com uma pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, de análise temática que foi desenvolvida através da triangulação de métodos, onde foram utilizados análise documental, estudo de campo e entrevistas semiestruturadas, utilizando o PMAQ-AB como indutor do processo de reflexão, através da análise das matrizes de indicadores obtidos pela Equipe de Estratégia de Saúde da Família do Assentamento Santa Rita de Cássia II. Foram realizadas análises de dados dos bancos dos sites do IBGE, INCRA e DAB para possibilitar o embasamento da pesquisa. A Pesquisa foi iniciada com a verificação pela pesquisadora dos indicadores e metas atingidas no PMAQ-AB pela equipe nas avaliações externas que já foram realizadas nos anos de 2013 e 2015. Foi constatado que não houve adesão do Município em 2013, pois não havia a ESF ainda implantada e em 2015 optou-se por não aderir devido a Equipe ter iniciado seus trabalhos somente em setembro de 2014. Após esta análise, foi necessária uma revisão com a equipe juntamente com a gestão municipal em outubro de 2017, para avaliar como havia sido desenvolvido o processo do PMAQ nesta ESF. Foi realizada imersão e observacional no quotidiano da equipe entre os meses de janeiro e março de 2018, que resultou em um diário de campo onde foram registradas as principais percepções e a construção de um desenho cartográfico qualitativo, que possibilitou uma reflexão sobre os processos de trabalho em relação a integralidade as adversidades oriundas do atendimento por uma equipe de ESF Rural. A partir da observação realizada no território, foi constituído um delineamento para realização de entrevistas cinco entrevistas semiestruturadas com representantes da gestão, trabalhadores e usuários que posteriormente foram categorizadas e estruturaram a pesquisa, onde pudemos verificar a importância da ESF Rural em Assentamento como espaço de produção. Resultado: A análise do material empírico permitiu a construção de um diagnóstico das práticas quotidianas da ESF Rural em Assentamento, que são singulares e encontram-se representadas no Quadro 01: Quadro 1 -  Políticas Públicas x Práticas da Equipe e dos Usuários / Políticas públicas em Saúde / Práticas da equipe / Práticas dos usuários / Práticas Integrativas e Complementares / Oficinas de chás, pomadas e shampoos com o uso dos fitoterápicos plantados na própria Unidade, sem agrotóxicos. Distribuição diária de chá na sala de espera elaborado com ervas medicinais cultivadas na Unidade; Atendimento de profissional de acupuntura um turno por semana. / Auxílio no cultivo dos fitoterápicos e manejo da terra; Fornecimento de receitas tradicionais; Acompanhamento e participação efetiva nas Oficinas. Redução do uso de analgésicos e encaminhamentos para especialistas; Participação popular / Promoção de reuniões mensais para construção do Conselho Local de Saúde Abertura da UBS para atividades da comunidade, tais como oficinas de artesanato e salão de reuniões; Utiliza o espaço de reuniões para informações e sugestões de melhoria física e de atendimento; Realiza mutirões de pequenas reformas e manutenções da UBS; Tem a UBS como espaço de promoção de saúde e reuniões da comunidade em geral; Política de Humanização / Atendimento com acolhimento aberto diariamente, onde são acolhidos além da agenda normal, todos os pacientes que procuram; Descentralização do atendimento para outros assentamentos: Sinos e COOPAM. Tem a UBS como primeira opção de atendimento em suas demandas, sendo a referência principal;   Princípios do SUS: Universalidade, Integralidade e equidade Acolhimento à todas as demandas da comunidade, sem distinção de necessidades e/ou condição social; Atendimento aos que mais necessitam por ordem de prioridade; Visão de que a UBS é limitada, porém tem profissionais habilitados que podem encaminhar para o local adequado quando necessário;   Fonte: Caderno de Campo da Pesquisadora. Resultado: A pesquisa realizada em Nova Santa Rita nos amplia o entendimento sobre as equipes de ESF Rural em Assentamento e nos remete aos conceitos de Atenção Básica e Integralidade, onde podemos perceber que é possível a aplicabilidade dos mesmos nesse território, mesmo diante da estrutura física simples e características locais rudimentares. A partir da análise dos dados coletados, é possível perceber que a ESF atua atendendo as premissas da atenção básica, com atendimento integral dos usuários e buscando melhorias continuas através das reflexões propostas pelas reuniões de Conselho Local de Saúde e uso de ferramentas disponíveis tais como as avaliações do PMAQ-AB. Os questionamentos da pesquisa foram atendidos de forma integral, indo muito além das expectativas existentes. A sensação é de que o campo exploratório se amplia em cada fala de usuário ou da própria equipe, que nos remete aos princípios fundamentais do SUS atendendo a todos de forma equânime, integral e universal, com respeito ao território e as características desta comunidade tão singular, que representa a parcela viva da sociedade que luta por direitos dos menos favorecidos. Em um momento histórico de perdas de direitos e valorização do poder econômico como principal modus operandi da administração pública, a reafirmação de que a gestão democrática produz de forma eficiente e eficaz o cuidado em saúde, é fundamental. É necessário refletir sobre qual o tipo de cuidado em saúde queremos produzir e utilizar, pois os resultados desta pesquisa nos levam a refletir de forma muito mais ampla sobre nossos valores e percepções da saúde pública, onde o conhecimento científico é aliado aos saberes tradicionais e os resultados são o bem-estar físico psíquico e emocional desta comunidade, que certamente adoece menos e é exemplo de longevidade e qualidade de vida.

9344 TRABALHO EM REDE E POLITICAS PÚBLICAS: CONTRIBUTO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE COLETIVA
Kerolyn Ramos Garcia, Andrea Pecce Bento, Mauro Karnikowski, Margô Gomes de Oliveira Karnikowski

TRABALHO EM REDE E POLITICAS PÚBLICAS: CONTRIBUTO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE COLETIVA

Autores: Kerolyn Ramos Garcia, Andrea Pecce Bento, Mauro Karnikowski, Margô Gomes de Oliveira Karnikowski

Apresentação: O trabalho em rede vem sendo uma estratégia com potencial efetividade no que diz respeito a construção de políticas públicas para a maturidade, pois impele o esforço individual e coletivo na defesa de uma sociedade melhor. O profissional de saúde coletiva (PSC) tem importante papel nesta caminhada por possuir as habilidades necessárias para ser agente transformador do perfil de saúde em regiões, adequando políticas públicas à práticas de execução. A união de duas áreas sociais, gerontologia e SC, combina aspectos relevantes para a produção de boas práticas, especialmente quanto à promoção e prevenção para o envelhecimento ativo. O PSC considera políticas públicas exequíveis que abarquem uma sociedade para todas as idades, o que constitui um desafio para a saúde pública. Estratégias com ações intergeracionais e que promovam a participação social possuem grande relevância para superar questões como isolamento social e adoecimento, momento no qual as redes de atuação em gerontologia, de âmbito acadêmico, socioeconômico, podem contribuir para ampliação da oferta de serviços e atividades. Para tal, o profissional pode ainda realizar análise e adaptação de experiências exitosas em países com alto índice de envelhecimento populacional, como Itália e Portugal, de modo à replicar estas experiências em outros países. É necessário ampliar a participação do PSC em redes internacionais, de forma que poderes políticos, prestadores de cuidados, academia e centros de investigação, empresas, e representantes dos utilizadores e da sociedade civil, se mobilizem para um objetivo comum que é a promoção de um envelhecimento ativo, saudável e feliz.

8732 INTERDISCIPLINARIDADE NO COMBATE À FEBRE AMARELA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA VIVENCIADO PELO MUNICÍPIO DE RIO CLARO RJ
Reynaldo de Jesus Oliveira Júnior, João Macos Penna Júnior, Rosiane Ferreira Duque, Luiz Henrique dos Santos Ribeiro, Maria Augusta Monteiro Ferreira

INTERDISCIPLINARIDADE NO COMBATE À FEBRE AMARELA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA VIVENCIADO PELO MUNICÍPIO DE RIO CLARO RJ

Autores: Reynaldo de Jesus Oliveira Júnior, João Macos Penna Júnior, Rosiane Ferreira Duque, Luiz Henrique dos Santos Ribeiro, Maria Augusta Monteiro Ferreira

Apresentação: A febre amarela apresenta-se como uma grande ameaça de se tornar de transmissão urbana, a vacinação é a única medida que pode interromper o avanço da doença. O município de Rio Claro é predominantemente banhado por mata atlântica e com uma extensão territorial superior a 800 KM2, como uma vasta zona rural de difícil acesso. No ano de 2018 apresentou 02 óbitos pela doença, desta forma o município foi obrigado a lançar mão de todos os esforços para evitar uma maior repercussão da infecção em seu território, e que a transmissão da Febre amarela avançasse para as áreas urbanas. Assim, a estratégia de vacinar a população por meio de esforços multidisciplinar e intersetorial acabou por se traduzir em uma experiência exitosa vivenciada em Rio Claro diante do risco eminente de um surto de Febre Amarela. Esta modalidade de campanha garantiu a cobertura vacinal de 100% de sua população. Como estratégia a vacinação foi disponibilizada diariamente nos postos de saúde da Rede de Atenção Básica e de forma itinerante nas localidades de difícil acesso e zona rural. Para garantir o acesso as localidades de difícil acesso, foi firmado parcerias intersetoriais com a Defesa Civil municipal e EMATER-RJ. Para sanar o problema da contraindicação vacinal, que era divulgada pelo Ministério da Saúde, o município buscou parceria com a equipe de vigilância em saúde da cidade vizinha e fronteiriça Piraí-RJ, onde foi  desenvolvido um check list que foi aplicado pela equipe de atenção primária e respondido pelo indivíduo a ser vacinado, onde se o usuário possuísse todas as questões do instrumento com respostas negativas seria feita a vacina sem a necessidade de avaliação médica. Deste modo o município vacinou 100% de sua população mais vulnerável. O trabalho orquestrado pela Vigilância em Saúde com apoio irrestrito da Atenção Básica disponibilizando seus técnicos para o trabalho de campo na execução da vacinação e também na divulgação da campanha garantiu o controle da doença no território municipal, não foram, até então, registrado mais nenhum caso de febre amarela em Rio Claro, bem como mais nenhuma caso de epizootia de primata não humanos.

8741 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO IDOSO COM DIAGNÓSTICO CLÍNICO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA, HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E DIABETES MELLITOS EM UM HOSPITAL DO INTERIOR DO AMAZONAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Cliviane Farias Cordeiro, Deyvylan Araújo Reis

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO IDOSO COM DIAGNÓSTICO CLÍNICO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA, HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E DIABETES MELLITOS EM UM HOSPITAL DO INTERIOR DO AMAZONAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Cliviane Farias Cordeiro, Deyvylan Araújo Reis

Apresentação: O processo de enfermagem propicia ordem e direção ao cuidado, sendo a essência, o instrumento e a metodologia da prática de enfermagem, ajudando o profissional enfermeiro a tomar decisões e a prever e avaliar as consequências. Esta pesquisa tem como objetivo de relatar a experiência na aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) a idoso com diagnóstico clínico de Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC), Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus tipo II em um Hospital Regional do Interior do Amazonas. Desenvolvimento: trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência que mostra o quadro clínico de um paciente internado no setor de clínica médica no Hospital Regional de Coari-AM. Resultado: Com o uso da teoria das necessidades humanas básicas que visa assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas e, para isso, busca sempre acumular conhecimentos e técnicas empíricas, relacionadas entre si, que procuram explicar os fatos à luz do universo natural. Através da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), utilizamos os diagnósticos de padrão respiratório ineficaz relacionado a dor evidenciado por dispneia, com a prescrição de monitorar a tolerância do paciente via SaO2, frequência e ritmo respiratórios, ritmo e frequência cardíacos e níveis de conforto, com a meta de melhorar a troca gasosa; volume de líquido excessivo relacionado ao mecanismo regulador comprometido evidenciado por edema, com a prescrição de monitorar a condição hídrica, inclusive ingestão e eliminação, com a meta de obter um equilíbrio hídrico. Considerações finais: Com este estudo, observou-se a importância do processo de enfermagem na assistência ao paciente, nesta perspectiva é fundamental a organização do profissional enfermeiro para que tenha um direcionamento no cuidado e, assim, através do seu conhecimento saiba realizar o tratamento.

8794 GRUPOS DE CESSAÇÃO DE TABAGISMO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE
Alberto Freaza Lobão Bastos, Eduardo Alexander Júlio Cesar Lucas, Jacqueline Fernandes de Cintra Santos, Julio Sergio Verztman, Maria Cristina Dias

GRUPOS DE CESSAÇÃO DE TABAGISMO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE

Autores: Alberto Freaza Lobão Bastos, Eduardo Alexander Júlio Cesar Lucas, Jacqueline Fernandes de Cintra Santos, Julio Sergio Verztman, Maria Cristina Dias

Apresentação: O tabagismo é o único fator de risco com possibilidade de ser completamente abolido na prevenção das doenças cardiovasculares, ao analisar os fatores valorizados pela clínica tradicional, e é considerado como a principal causa evitável de morte no mundo (OMS). O consumo tabaco também é um grave problema de saúde pública no Brasil e configura-se em desafio para gestores e profissionais da equipe de saúde que atuam nos serviços do Sistema de SaúdeObjetivo: Avaliar os resultados dos grupos de cessação de tabagismo realizados em uma unidade de Saúde da Família do Município do Rio de Janeiro e analisar aspectos sociais bem como o perfil clínico epidemiológico dos usuários. Método: Estudo descritivo e analítico realizado em unidade de Atenção Primária à Saúde do município do Rio de Janeiro no período de janeiro a dezembro de 2019. Os grupos de cessação de tabagismo se estruturam em uma abordagem cognitivo-comportamental coordenada por 1-2 profissionais de saúde, com no máximo 15 participantes por grupo, durante 4 sessões, semanais, onde os indivíduos devem chegar a 4ª sessão sem fumar e possuem como suporte terapêutico adesivos de nicotina e/ou bupropiona. A coleta de dados dos pacientes do grupo ocorreu a partir da  “Planilha de coleta de informações do tratamento de tabagismo” e do questionário de “Anamnese clínica para o tratamento do tabagismo, do Ministério da Saúde. Para aferir a adesão aos encontros, observou-se a presença nas sessões do grupo bem como, os usuários que já tinham parado de fumar na quarta sessão. A presença de comorbidades como diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica foi verificada a partir do diagnóstico/uso de medicação prévios e foram considerados sedentários indivíduos que não praticam exercício físico nenhum dia da semana. Os dados foram digitalizados em planilhas do Microsoft Excel e analisados por meio do software SPSS. Resultado: dos 116 usuários, 69,8% era do sexo feminino, 72,4% concentram-se na faixa etária entre 41 e 70 anos, 67,2% procurou o grupo voluntariamente, 19,8% por indicação de amigo/colega e 7,8% por indicação médica, 87% iniciaram o hábito entre 11-20 anos e 68,1% possui até 3 tentativas prévias de cessação. A maioria apresentou graus elevados de dependência pelo teste de Fagerström (65,5%). Comorbidades: 14,7% diabetes mellitus, 35,3% hipertensão arterial. Sedentarismo:  66,4%. A taxa de evasão aumentou ao longo do tratamento, apenas 66,3% dos usuários participaram integralmente da intervenção e destes, somente 27,3% continuaram a fumar. Considerações finais: Entraves relevantes persistem em relação ao programa local de Controle do Tabagismo tais como a taxa de encaminhamento de pacientes por profissionais de saúde inferior a de pacientes que procuraram voluntariamente o grupo e as taxas de abandono mais elevadas do que aquelas referentes à cessação do tabagismo. Portanto, o tabagista em cessação deve ser encorajado a não desistir.  É necessário manter as campanhas de prevenção e tratamento do tabagismo e valorizar a participação dos profissionais de saúde que são fundamentais na condução do projeto terapêutico singular.

9023 SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A AVALIAÇÃO SOCIAL PRÉ-TRANSPLANTE RENAL EM UM HOSPITAL DE FORTALEZA
Raquel Castro

SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A AVALIAÇÃO SOCIAL PRÉ-TRANSPLANTE RENAL EM UM HOSPITAL DE FORTALEZA

Autores: Raquel Castro

Apresentação: A atuação do assistente social, no campo da saúde, tem como finalidade valorizar a dimensão social e subjetiva dos indivíduos nas práticas de atenção e gestão, efetivando os princípios e diretrizes do SUS. No âmbito do transplante renal, campo onde foi realizada a presente pesquisa, verifica-se que a vulnerabilidade social é um dos principais determinantes do processo saúde-doença, configurando-se como obstáculo a adesão ao tratamento de saúde. Este estudo buscou analisar a atuação profissional do assistente social no processo de avaliação social dos usuários que se encontram em acompanhamento pré-transplante renal no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), em Fortaleza, Ceará. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental que analisou o instrumental da entrevista social realizada pelos profissionais de serviço social no ambulatório de transplante renal do HUWC. Utilizou-se a entrevista social como instrumento que subsidia a avaliação social, considerando os contextos socioeconômicos, políticos, culturais e ambientais em que os indivíduos estão inseridos e as possíveis situações de vulnerabilidade social que repercutem sobre o processo de adesão. Descrição da experiência e método de estudo A presente pesquisa caracteriza-se de natureza qualitativa, pois como aponta Minayo (2014, p. 36) esse tipo de pesquisa trás para a análise “o subjetivo e o objeto, os atores sociais e o próprio sistema de valores do cientista, os fatos e seus significados, a ordem e os conflitos”. Vale lembrar, contudo, que cada pesquisador trabalha com os dados conforme a visão de mundo que as sustenta. E neste caso, reflete o olhar das assistentes sociais inseridas no Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Atenção Hospitalar à Saúde, vinculado à Universidade Federal do Ceará. Tratou-se de uma pesquisa bibliográfica e documental que analisou o instrumental da entrevista social realizada pelos profissionais de serviço social residentes no ambulatório de transplante renal do HUWC. A partir do acompanhamento com os pacientes que se encontram no pré-transplante renal, observou-se a relevância da entrevista social no processo de avaliação que antecede o transplante, de modo a conhecer e intervir na realidade social dos pacientes. A entrevista social configura-se, portanto, como instrumento central que subsidia a avaliação social, considerando os contextos sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais em que os indivíduos estão inseridos e as possíveis situações de vulnerabilidade social que repercutem sobre o processo de adesão ao transplante. A entrevista social que representou a base de análise nesta pesquisa, como mencionado anteriormente, é realizada no primeiro contato entre profissional e paciente no período pré-transplante. Inicialmente, a entrevista dispõe de informações referentes à identificação do paciente, como nome completo, idade, religião, filiação, estado civil, nome do cônjuge, naturalidade, endereço de residência, grau de escolaridade, grupo étnico-racial. Em seguida, busca-se conhecer o cuidador principal ou referências de cuidado do paciente, composição e renda familiar, acompanhamento social em instituições vinculadas às políticas setoriais, situação socioeconômica e trabalhista, profissão, recebimento de benefícios sociais, acesso a meios de transporte, condições de moradia (tipo de residência, situação do imóvel, número de pessoas no domicílio, abastecimento de água, saneamento básico, energia elétrica), consumo de álcool e/ou substancias psicoativas (alcoolismo, tabagismo, outras drogas). Consideram-se ainda as situações de vulnerabilidade e risco social (trabalho infantil, exploração sexual, violência física, abuso/violência sexual, violência psicológica, violência patrimonial, negligência, violência contra a mulher, abuso financeiro, homofobia, tráfico de pessoas, adolescente autor de ato infracional, pessoas sem referência familiar) e são apresentadas às notificações para a rede socioassistencial, encaminhamentos e parecer social. Por fim, consta a evolução social, onde são descritas as informações do acompanhamento social, ou seja, as ações, procedimentos, encaminhamentos realizados pelos assistentes sociais. Resultado: e discussões No campo da saúde, o assistente social necessita compreender como os determinantes sociais de saúde podem limitar o acesso ao tratamento continuado dos pacientes e sua intervenção deve pautar-se na garantia do direito à saúde de forma universal e integral. Para isso, é essencial uma visão holística das iniquidades em saúde, entendendo que essas não podem ser desvinculadas da questão social. O trabalho do assistente social, nesse contexto, possui atribuições e competências relevantes para a formação do processo terapêutico construído pela equipe multiprofissional. A práxis desse profissional deve voltar-se para realidade vivida pelo paciente, considerando os fatores sociais, econômicos e culturais, políticos e ambientais que fazem parte do cotidiano dos indivíduos e identificando determinantes que poderão exercer influência sobre o processo saúde/doença. Esses determinantes perpassam os mais diversos aspectos de vida dos usuários. A partir do estudo dessa realidade, o profissional de serviço social pode atuar nas ramificações da questão social, visando à garantia de direitos do indivíduo e as estratégias que favoreçam o seu tratamento de saúde. Percebe-se, assim, que o determinante econômico configura-se como um dos mais importantes para a saúde por ser compreendido como um determinante estrutural, responsável pelo acesso do paciente desde o atendimento de saúde até a obtenção das necessidades básicas à subsistência. Carvalho (2013) argumenta que os determinantes que apresentam mecanismos estruturais tendem a ter repercussões em diversos âmbitos. Assim, quando se vislumbra uma realidade específica que apresenta vulnerabilidade econômica (em relação à renda individual e familiar), sabe-se que existirá perpetuação dessa vulnerabilidade em outros campos de vida do paciente. A condição de moradia também se apresenta como importante para a manutenção de um tratamento adequado, especificamente no período pós-transplante renal. Importa destacar que os cuidados realizados no pós-transplante são de fundamental importância para o êxito do tratamento. Por isso, a situação de moradia, sendo em local insalubre, com ausência de água potável, energia elétrica, saneamento básico, com condições ruins de habitabilidade, pode prejudicar o estado de saúde do paciente, principalmente durante o período posterior a cirurgia. No âmbito do transplante renal do HUWC, as principais expressões da questão social identificadas pelos assistentes sociais reportam-se a pessoas sem referência familiar; população em uso abusivo de álcool e tabaco; desigualdades em relação à área da residência, grau de escolaridade, situação trabalhista não formalizada, renda familiar abaixo de ¼ de salário mínimo, falta de acesso a programas e benefícios sociais, condições de moradia e de saneamento básico insalubres. Vale destacar que se entende que essas manifestações não acontecem apenas em sua singularidade, mas dizem respeito às bases que fundamentam a sociedade capitalista e expressam as contradições entre capital e trabalho. Considerações finais: A avaliação realizada pelo serviço social no período pré-transplante renal, norteada pelo instrumento da entrevista, possui o intuito de pontuar os principais critérios para que o profissional conheça a realidade que permeia as condições de vida do paciente. Assim, é possível compreender a existência de vulnerabilidades que possam influenciar no processo de saúde/doença e criar estratégias de intervenção, em diálogo com as políticas sociais existentes, para garantir o direito à saúde e ao transplante renal. Palavras-chave: Serviço Social, Transplante renal, Determinantes Sociais de Saúde.

9117 A POTENCIALIDADE DO GRUPO DE FAMÍLIA NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
luana nunes

A POTENCIALIDADE DO GRUPO DE FAMÍLIA NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: luana nunes

Apresentação: Esse é um relato de experiência sobre o período em que atuei no grupo de família no Centro de Atenção Psicossocial Fernando Diniz, localizado no Rio de Janeiro. O grupo de família sempre foi um desafio, pois não atuo e não posso atuar numa lógica psicoterápica, pois sou Assistente Social. É um desafio porque os familiares esperam encontrar um Psicólogo no “comando” do grupo. Mas faz parte do trabalho em Saúde Mental romper desafios. O grupo começou em abril de 2019, foi um grupo formado principalmente por mulheres. Em média frequentavam de dez a treze pessoas. A dinâmica criada no grupo foi a de fala livre, desde que todos pudessem falar e respeitar a fala do outro. Eu atuava como uma mediadora muitas vezes. Contudo, após três encontros, resolvi falar minhas impressões. Atentei ao fato de que os familiares apenas falavam dos usuários. Foi quando uma familiar me respondeu: “É porque vivemos eles vinte quatro horas por dia”. Então fizemos um “pacto”: aquele espaço do grupo era exclusivamente deles, dos familiares. Se houvesse alguma questão com o paciente conversaríamos fora daquele espaço. O grupo foi aumentando e se estendendo para outros espaços. Creio que a importância desse relato seja evidenciar – assim como eu evidenciava a todos os familiares – que o CAPS também é um lugar de cuidado da família. Por vezes, entre uma crise e outra dos usuários, nos esquecemos disso. Não podemos abrir mão desse cuidado. Primeiro porque os familiares adoecem ao cuidar, se não forem cuidados. E porque se os familiares dos usuários estiverem bem, os usuários apresentam melhoras. Nos grupos discutíamos os mais diversos assuntos: sexualidade, por exemplo. Muitas mães achavam que nunca mais poderiam namorar porque estavam presos ao cuidado dos filhos. E isso foi mudando. Discutíamos o medo constante que os familiares tinham de morrer e deixar seus filhos sozinhos. Falávamos do “desapego saudável”. Os familiares criaram vínculos entre eles, começaram a passear, sem medo de levar os usuários, ou de deixá-los em casa com alguém cuidando – essa possibilidade para alguns era o pesadelo. Os familiares criaram no grupo a possibilidade de pensar em viver melhor, refletiram que a vida não acaba quando temos que cuidar de um paciente de saúde mental. Por isso, é imprescindível que o CAPS crie espaço para os familiares, eles precisam tanto quanto os pacientes de saúde mental.

9162 LIBERTADOR: UM RELATO SOBRE VIVÊNCIA E ENFRENTAMENTO DA DOR CRÔNICA EM GRUPO
Daphne, Mariana, Tatiana Lourenço, Cabral, Elizabeth

LIBERTADOR: UM RELATO SOBRE VIVÊNCIA E ENFRENTAMENTO DA DOR CRÔNICA EM GRUPO

Autores: Daphne, Mariana, Tatiana Lourenço, Cabral, Elizabeth

Apresentação: O presente relato tem como objetivo contar a vivência de um grupo voltado para pessoas com dor crônica - "libertaDor" - que ocorre na clínica da família Ricardo Lucarelli, no centro da cidade do Rio de Janeiro. O grupo surgiu devido a demanda excessiva em uma das equipes da clínica por consultas onde a queixa principal era dor. O médico dessa equipe decidiu reunir os pacientes com objetivo inicial de fazer agulhamento à seco. Com a saída desse médico, duas médicas residentes assumiram o grupo e optaram por modificar seu formato e abri -lo para todos os usuários da clínica. Ao longo das semanas, em conjunto com os usuários, o formato do grupo foi definido. Inicialmente apenas as duas médicas eram coordenadoras e dividiam os participantes em relação ao local do corpo que estavam com dor para aborda-los individualmente por meio do agulhamento a seco. Notou-se que essa técnica não era efetiva pois os pacientes não estavam satisfeitos e a melhora da dor era mínima, além de gerar nos participantes uma grande frustração quando o agulhamento não era o tratamento indicado para eles. A partir disso, optou-se por fazer uma roda de conversa antes da avaliação individual. Nessa roda o tema central era a dor, como conviver com ela e o que fazer para melhorar. O principal objetivo era estimular a reflexão do papel do indivíduo no manejo da própria dor. A partir das conversas que surgiram, notou-se a importância desse momento e a necessidade de explorá-lo como ferramenta central do cuidado na dor crônica. Após um mês de férias das organizadoras, o grupo retornou em novo formato. Hoje acontece semanalmente, é aberto para todos os usuários da clínica e uma agente comunitária de saúde também se tornou coordenadora das atividades. Existem usuários que são frequentadores fixos mas toda semana pessoas novas participam. O grupo acontece em três etapas: uma roda de conversa, uma atividade física em grupo e uma atividade lúdica para interação. A roda de conversa é um momento de troca de experiências, não só sobre a dor, mas também sobre a vida. A medida que os participantes se conhecem essa troca se mostra mais rica. As coordenadoras entram apenas como moderadoras dessa roda. No segundo momento é feito um alongamento, meditação ou uma sessão de pa tuan chin(?) que é guiada por algum agente comunitário de saúde. No terceiro momento diversas atividades são possíveis, como tenda do conto, corredor do cuidado, automassagem, massagem em duplas, confecção de poemas, entre outras. Ao final do grupo, aqueles que estão com dores conversam individualmente com as médicas e, se necessário, tem consulta marcada para agulhamento em outro dia. Nota-se que um grupo que nasce de uma alta demanda por consultas médicas, após 6 meses de existência e construção coletiva se torna um momento de troca de experiências e reflexão sobre uma vida com dor e apresenta poder terapêutico maior que consultas médicas individuais. Em momento de redução do apoio da atual gestão municipal à atenção primária, equipes com populações inchadas e estímulo à cultura centrada no médico, as práticas integrativas mostram seu poder terapêutico, de educação popular em saúde, com baixo custo e possível solução para a crescente demanda.

9534 ESTRATÉGIAS EXERCIDAS PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM PARA ABORDAR A ESPIRITUALIDADE DE PACIENTES ONCOLÓGICOS E DE SEUS FAMILIARES
João Vitor Andrade, Ana Luiza Rodrigues Lins, Erica Toledo de Mendoça

ESTRATÉGIAS EXERCIDAS PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM PARA ABORDAR A ESPIRITUALIDADE DE PACIENTES ONCOLÓGICOS E DE SEUS FAMILIARES

Autores: João Vitor Andrade, Ana Luiza Rodrigues Lins, Erica Toledo de Mendoça

Apresentação: A dimensão espiritual é intrínseca ao ser humano, não sendo possível o mesmo subsistir sem ela. Tratando-se de indivíduos acometidos por doenças e agravos não transmissíveis, tais como o câncer, frequentemente é percebido que estes expressam necessidades espirituais, e espera-se que os enfermeiros os avaliem e forneçam intervenções adequadas e eficazes para promover o bem-estar espiritual. Objetivo: compreender as estratégias exercidas pela equipe de enfermagem para abordar a espiritualidade de pacientes oncológicos. Método: estudo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa. Foram realizadas entrevistas com profissionais de Enfermagem atuantes no hospital oncológico de uma cidade mineira. Os dados foram analisados pela técnica de Análise de Conteúdo. O estudo respeitou os aspectos éticos. Resultado: A categoria analisada foi: Estratégias da equipe de enfermagem para abordar a espiritualidade na pratica oncológica. Os resultados demonstram que a equipe de enfermagem lança mão de múltiplas estratégias para conseguir realizar a devida abordagem da espiritualidade. Tanto que a presente categoria é dividida em cinco subcategorias: “Estimular a crença em Deus e incentivar o apego a Ele” (tem que se apegar muito a Deus);  “Dialogar sobre a morte e o morrer” (eu converso bastante com os pacientes sobre a hora da morte); “Estar presente e ter compaixão” (ofertamos muito conforto, carinho e afeto); “Agir com naturalidade e ser racional” (foi de uma forma natural que eu falei, foi tranquilo); “Ser humano e encorajar o autocuidado” (Ele sentir que ele tá bem, ele sentir que, no mínimo possível que ele consiga fazer). Considerações finais: A abordagem à espiritualidade deve ser fortalecida na prática do cuidar, visando a valorização do cuidado integral e holístico, para tanto faz-se necessário a manutenção das estratégias relatadas pela equipe, bem como a formulação de novas estratégias pautadas em protocolos e guias a fim de que toda a equipe se envolva sem riscos de viesses individuais.

12311 RELATO DE CASO SOBRE A ADMINISTRAÇÃO DE EXTRATO DE CANNABIS SATIVA NA RESPOSTA CONTRA DOR E ESPASTICIDADE EM PACIENTE COM TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR: UM NOVO DESAFIO PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Renata Bezerra

RELATO DE CASO SOBRE A ADMINISTRAÇÃO DE EXTRATO DE CANNABIS SATIVA NA RESPOSTA CONTRA DOR E ESPASTICIDADE EM PACIENTE COM TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR: UM NOVO DESAFIO PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Autores: Renata Bezerra

Apresentação: O traumatismo raquimedular (TRM) é uma lesão de causa externa na coluna vertebral, incluindo ou não a medula ou raízes nervosas, em qualquer dos seus segmentos. Paciente com Lesão Medular (LM) sofrem múltiplas lesões concomitantes ao trauma raquimedular, contribuindo para os altos índices de complicações durante a fase aguda e de longo prazo do cuidado. As lesões nas estruturas da medula espinhal podem alterar o processamento sensorial, gerando um estado de dor central. A dor neuropática da origem da medula espinhal é uma das principais causas de sofrimento, aumentando o impacto físico, emocional e social da perda ou do comprometimento do movimento motor, da função intestinal, bexiga, digestão e da respiração. As estratégias terapêuticas atuais para tratar a dor neuropática visam reduzir a excitabilidade dos neurônios aumentando a atividade dos canais iônicos ou modulando os tratos inibitórios descendentes endógenos. Na última década, outra opção terapêutica foi reconhecida envolvendo células não neuronais. Alguns estudos relatam a insatisfação com a eficiência de medicamentos analgésicos. Embora os opióides produzissem o maior grau de alívio da dor, esses medicamentos eram interrompidos por causa dos efeitos colaterais. A modulação da ativação das células da glia e o bloqueio das vias de sinalização entre células neuronais e não neuronais oferece novas oportunidades para o tratamento mais eficaz da dor neuropática, sendo a Cannabis uma das alternativas possíveis. Objetivo: Relatar o caso sobre a eficácia terapêutica do extrato da Cannabis sativa no controle da dor e da espasticidade de pacientes com Lesão Traumática da Coluna e da Medula Espinhal. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo de natureza qualitativa na modalidade de relato de caso. O paciente é do sexo masculino, 35 anos de idade, em 2005 ao mergulhar em uma piscina apresentou fratura em coluna cervical na altura de C5, e como sequela desenvolveu o quadro de Tetraplegia. Após esse fato, o paciente  iniciou quadro de dor neuropática e espasmos musculares, o que acarretou  a necessidade do uso relaxantes musculares, antidepressivos, antiepiléticos e sedativos, este último devido a insônia crônica. Em 2006, o paciente foi submetido a uma cirurgia experimental de células-tronco, um processo extremamente doloroso, para tanto o paciente passou a utilizar analgésicos com frequência. Dentre os medicamentos que foram utilizados pelo paciente inicialmente, até iniciar a terapia canabinóide estavam o: Lioresal/Baclofeno (10mg) 2 comprimidos de 8/8 horas; Oxibutinina/Retemic (5mg) 1 comprimido de 8/8h; Torfranil (25mg) 1 vez ao dia; Gabapentina (300mg) 2 vezes ao dia; Tramal  (100mg) 3 vez ao dia; Midazolan (15mg) 1 vez ao dia. Após visita ao anestesista em 2016, foi suspenso o Midazolan e inclui o Pristic (100mg) 1 comprimido 1 vez ao dia; Lamictal/neural (50mg) 1 vez ao dia; Clonazepan (2mg) 1 vez ao dia; E em 2013, através de amigos, realizou a primeira experiência com Cannabis inalada, na qual foi observada pelo próprio paciente redução considerável na dor e quase uma neutralidade total dos espasmos. Em 2016, realizou a consulta com o médico a qual fez a prescrição para o Sativex, porém os custos inerentes a importação do mesmo tornou o acesso impossível, dando início ao auto-cultivo. Para evitar restrição de liberdade pela ilicitude do ato, em 2017 foi impetrado na justiça  um habeas corpus preventivo para o auto-cultivo. Atualmente, após a introdução do extrato de Cannabis 3 vezes ao dia e a Cannabis inalada 3 vezes ao dia, duas medicações de uso diário não são mais utilizadas, são elas a Dormonid (15mg) e o Tramal (100mg). Ainda se mantém o uso das seguintes medicações: Baclofeno (10 mg) 3 vezes ao dia;  Pristiq (100 mg) 2x/dia; Neural/Lamictal (50 mg) 1 vez ao dia;  Ciclobenzapina (10 mg) 1 vez ao dia; e houve a substituição do  Lorazepam (2 mg) 1 vez ao dia pelo  Clonazepan (2mg) 1 vez ao dia. Resultado: A utilização do extrato de Canabidiol reduziu de forma expressiva a intensidade dos espasmos musculares, o que consequentemente resultou na redução das dores e na qualidade do sono. A Escala Visual Analógica (EVA), que era de pontuação 9 (nove) e passou a apresentar pontuação 6 (seis) após a introdução da Cannabis, a frequência e dentre os efeitos adversos relatados pelo paciente estão a boca seca, aumento de apetite e sonolência leve. Demonstrando que a utilização do extrato da Cannabis levou a uma resposta positiva no controle da dor e de espasmos com paciente com diagnóstico de lesão medular, além da redução de medicamentos de controle para dor. Dada à necessidade de avanço terapêutico, no controle da dor e dos espasmos em pacientes com lesão medular, e que o Sistema Único de Saúde (SUS) visa a garantia do direito à saúde de forma integral e equânime. Hoje os medicamentos à base de Cannabis disponíveis no mercado inviabilizam a aquisição e o tratamento por grande parte da população devido seu alto custo, além de existir um pequeno número de médicos prescritores, e os poucos que se dispõe a prescrever, em sua maioria, são médicos particulares. Mesmo após a liberação de medicamentos a base de Cannabis no SUS, fica o seguinte questionamento: os pacientes usuários do SUS, com indicações terapêuticas para o medicamento a base de Cannabis, terão acesso? Considerações finais: O presente relato demonstra que a utilização do extrato da Cannabis pode ser promissora no tratamento de síndromes dolorosas e de espasmos causada por lesões traumáticas em medula espinhal. Sendo necessário o desenvolvimento de mais trabalhos para ser melhor avaliado os vários mecanismos de ação do extrato e sua potencial aplicação no tratamento de pacientes portadores de dor e espasmo secundário a lesão medular. Trata-se de um estudo de relevância, pois a utilização e o entendimento sobre a aplicação do extrato de Cannabis sativa pode contribuir para uma melhoria significativa em múltiplos aspectos da assistência à saúde e qualidade de vida, servindo para reflexão sobre os impactos positivos que este fitofármaco representa  no tratamento dos pacientes.

8122 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SEGURANÇA DO PACIENTE EM CENTRO CIRÚRGICO.
Jessica Paloma Cardoso Bastos

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SEGURANÇA DO PACIENTE EM CENTRO CIRÚRGICO.

Autores: Jessica Paloma Cardoso Bastos

Apresentação: O centro cirúrgico (CC) é o setor mais rentável do hospital e consiste em uma unidade hospitalar restrita de maior complexidade, marcada por intervenções invasivas e ocupa lugar de destaque em um hospital devido seu alto risco decorrente da execução de procedimentos anestésico-cirúrgicos, diagnósticos e terapêuticos que requer uma equipe de profissionais habilitados. A assistência de enfermagem busca promover a saúde e o conforto, a preservação e a proteção da vida, implicando em ações tanto diretas quanto indiretas desenvolvidas para a recuperação e segurança do paciente. No centro cirúrgico, o enfermeiro atua em duas esferas, sendo elas: a coordenação e assistencial, as quais possuem a responsabilidade de acompanhar o paciente desde a entrada ao bloco cirúrgico até em todo o seu período Peri operatório fornecendo a este paciente um cuidado individualizado e integral que visa atender todas as suas necessidades no intuito de promover o conforto e bem-estar do cliente, além de planejar e implementar a assistência ao paciente cirúrgico, possibilitando o andamento das demandas da unidade visando minimizar as intercorrências que possam vir a afetar a segurança do paciente. No decorrer da ultima década com o avanço e aperfeiçoamento da ciência e da tecnologia a segurança do paciente tem sido uma preocupação constante na área da saúde em todas as suas dimensões no intuito de prestar uma assistência de qualidade e segura. O estudo tem por objetivo analisar a importância da assistência de enfermagem na segurança do paciente no centro cirúrgico. Método do estudo: Trata-se de uma pesquisa de cunho  bibliográfico baseada na literatura especializada sobre as ações realizadas na assistência de enfermagem na segurança do paciente no centro cirúrgico que foi realizada em seis etapas: a escolha do tema e as questões norteadoras de pesquisa, estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudo, avaliação dos estudos incluídos, definição das informações a serem extraídas e utilizadas dos estudos selecionados, interpretação dos resultados e a síntese do conhecimento. Para nortear o estudo foi estabelecida a seguinte pergunta: “Qual a importância da assistência de enfermagem na segurança deste paciente no centro cirúrgico?”. A base de dados utilizado na revisão foi a plataforma eletrônica biblioteca virtual em saúde (BVS) utilizando os descritores: “Segurança do paciente”, “Centro cirúrgico”, “Enfermagem” . Os critérios de inclusão estabelecidos nesse estudo foram os trabalhos científicos disponíveis na integra na internet, no idioma português do Brasil publicados no período de 2013 a 2017 e como critério de exclusão os trabalhos indisponíveis na integra, duplicados nas bases de dados, os publicados fora do período determinado para a pesquisa e os que não respondiam a questão norteadora do estudo. O estudo obteve-se 80 artigos e destes apenas 10 foram selecionados a partir dos critérios de inclusão e exclusão, em seguida ocorreu a pré-análise, a exploração do material e a interpretação de todos os artigos selecionados para compor o estudo. Resultado: De acordo com os artigos analisados na pesquisa foram obtidas duas categorias, sendo elas: “A utilização do checklist como ferramenta para a cirurgia segura” e “A adesão dos profissionais ao checklist”. As categorias demonstram a importância da implementação e adesão do checklist para realizar a cirurgia segura de forma adequada, considerando o âmbito hospitalar e o aspecto de cada cirurgia e paciente. No periódico revisado verificou-se a existência do checklist em 60,8% das cirurgias, estando completamente preenchidos em 3,5 delas. Houve a diminuição considerável no número de instrumentos não preenchidos, porém um aumento no número de instrumentos incompletos foi avaliado 400 instrumentos perioperatório. Na segunda revisão do checklist de cirurgia segura em 30 procedimentos anestésico-cirúrgico de oito especialidades cirúrgicas, não houve problemas na parte de revisão de enfermagem nos procedimentos nos quais o checklist foi aplicado, o estudo mostrou a que a maioria dos profissionais já conhecia o checklist, o que torna preocupante alguns profissionais ainda não conhecerem. Porem, ao mesmo tempo em que tinham conhecimento, alguns não estavam cientes dos objetivos, e um número muito maior que este não sabia que é aplicado em três etapas. A terceira revisão de literatura analisou-se a associação de fatores estruturais e socioprofissionais valendo-se de análise de regressão múltipla. Das 375 cirurgias revisadas, 61% tinham checklist, e 4% estavam totalmente preenchidos. Os diversos artigos selecionados buscaram relacionar escore médio e baixo nos métodos de segurança e a necessidade de ações a fim de fortalecer a cultura de segurança do paciente, pois nota-se que às vezes os profissionais não percebem um clima de segurança para executar seu trabalho. Como é abordado na pesquisa, é de fundamental importância para os profissionais de saúde a adesão do checklist para contribuir com a redução de eventos adversos aos pacientes. Foi evidenciado que a rotina e a grande movimentação nos hospitais aumentam risco de erros, a falta de alguns equipamentos também contribui para esses fatores. Pode-se enaltecer que a relevância do conhecimento científico do enfermeiro em relação aos procedimentos corretos e a sua capacitação é de fundamental importância no ambiente de trabalho para a formação da sua conduta. Portanto não basta que instituições imponha protocolo, é preciso que os profissionais façam uso da ferramenta e compreendam a importância que passam despercebidas aos causadores de ricos. Haja vista, que durante a pesquisa não foi encontrada periódicos relacionados à perda ou luto na sala de centro cirúrgico relacionados aos aspectos de enfrentamento pelos enfermeiros durante e pós pesar, que englobe os fatores psicológicos, visando o enfrentamento dos profissionais de saúde durante o luto. A pesquisa mais recente acomete o ano de 2008 com a temática relacionada, durante este estagio de tempo não ocorreu pesquisas semelhantes relacionadas aos enfermeiros no bloco cirúrgico. Considerações finais: Ao final do estudo, conclui-se que ainda há muito a percorrer nos caminhos da segurança do paciente, assim como aspectos a serem avaliados como a ausência de diálogo entre o paciente e a equipe a respeito dos medos, da ansiedade, das dúvidas do pós-operatório, a falta de entendimento entre a equipe multiprofissional, e a não realização do checklist recomendado pela OMS. Concluindo que os estudos sobre a segurança do paciente em Centro Cirúrgico precisam ser aprofundados, necessitando de novos estudos acerca do tema para novas discussões e busca de melhores práticas, para que dessa forma toda a equipe de saúde possa fornecer uma assistência de qualidade e segura ao paciente cirúrgico no pré e pós-operatório, buscando eliminar os possíveis riscos e erros que ocorrem com frequência.

8532 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PORTADOR DE CÂNCER EM TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO
maria luiza pacifico ribeiro, mateus wilian nobre pinheiro, Irene de Jesus Silva

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PORTADOR DE CÂNCER EM TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO

Autores: maria luiza pacifico ribeiro, mateus wilian nobre pinheiro, Irene de Jesus Silva

Apresentação: O câncer constitui-se como um conjunto de mais de 200 doenças em que há a multiplicação anormal das células, surgindo em qualquer tecido e com o potencial de invadir tecidos normais adjacentes. A quimioterapia mostra-se como um dos tratamentos. A SAE é um aparato organizacional que favorece a prática assistencial através de fundamentos teóricos, práticos e clínicos por meio da avaliação completa do paciente, gerando cuidado holístico. Objetivo: descrever a Sistematização da Assistência de Enfermagem, SAE, ao portador de câncer em tratamento quimioterápico. Desenvolvimento: Trata-se de estudo descritivo, tipo relato de experiência, vivenciado por discentes na prática assistencial do curso de graduação de enfermagem da UFPA, em hospital do SUS, referência oncológica em Belém (PA), região Norte do Brasil. J. B. F, 46 anos, portador de doença oncológica, em tratamento quimioterápico. Foi traçado plano de cuidados através da SAE. Os dados foram coletados por meio da anamnese e exame físico, analisados e identificados diagnósticos e intervenções de Enfermagem segundo a taxonomia da NANDA (North American Nursing Diagnosis Association) e NIC (Nursing Interventions Classification). Resultado: Foram identificados os diagnósticos de enfermagem: conforto prejudicado; náuseas; fadiga; integridade da pele prejudicada. E as intervenções: administração de medicamentos para alivio da dor; hidratação periférica prescritas; promover ambiente tranquilo para facilitar o sono; supervisão do sono e repouso; alimentação rica em nutrientes. Considerações finais: A SAE foi decisiva no cuidado integrado ensino-serviço, sob a ótica do trabalho assistencial de recuperação do paciente. A experiência mostrou conhecimentos através da educação em saúde, em âmbito teórico e prático buscando a recuperação da saúde que é vida, através da equidade e resolutividade ao usuário que traça seus caminhos junto aos SUS.

7640 A COBERTURA UNIVERSAL EM SAÚDE: UM OLHAR SOBRE O ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA BAIXADA FLUMINENSE
MARCELI MATOSO

A COBERTURA UNIVERSAL EM SAÚDE: UM OLHAR SOBRE O ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA BAIXADA FLUMINENSE

Autores: MARCELI MATOSO

Apresentação: O presente estudo tem como objetivo compreender a cobertura universal em saúde a partir do Estratégia Saúde da Família na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. Ao analisarmos a cobertura do atendimento, percebemos que o direito à saúde não foi alcançado e identificamos o fortalecimento do setor privado e do capital na área da saúde em detrimento do interesse público do SUS. Ao pensarmos nas dificuldades para o processo de concretização do direito a saúde e a ausência de um debate sobre o território que compreende a Baixada Fluminense do Estado do Rio de Janeiro, cabe trazer algumas reflexões da cobertura universal à saúde neste território, que compõem os seguintes municípios: Belford Roxo, Duque de Caxias, Itaguaí, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Queimados e Seropédica. De acordo com Dados do E-Gestor AB - setembro /2019 é possível verificar um panorama geral da cobertura de saúde na Baixada Fluminense. Não tem como falar em cobertura universal na Baixada Fluminense, considerando que quatro (36%)  municípios (Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri e Queimados) tem mais de 50% da população descoberta por serviços de saúde, como nem mesmo com o dispositivo constitucional, “a saúde é direito do cidadão e dever do Estado”. Mesmo com a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) de 2017 que promove a relativização da cobertura universal, a segmentação do acesso, a recomposição das equipes, a reorganização do processo de trabalho, a situação da Estratégia Saúde da Família na Baixada Fluminense ainda vem em seis (54%) municípios (Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi e Seropédica) com uma cobertura superior a 50% da população, mas é real que vivemos em contexto em favor da ampliação da participação do setor privado na saúde, em detrimento de um sistema que nunca pôde ser inteiramente público. O sistema de saúde brasileiro, em seu componente público, na Baixada Fluminense padece de muitas dificuldades, que podem estar associadas a falta de vontade política pública de maior amplitude em benefício da população, para possibilitar o acesso de milhões de cidadãos, ao direito a saúde de forma universal.

10044 CLIMA DO TRABALHO EM EQUIPE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
Jader Vasconcelos, ALESSANDRO DIOGO DE CARLI, MARCIA NAOMI SANTOS HIGASHIJIMA, LIVIA FERNANDES PROBST, MARA LISIANE DE MORAES DOS SANTOS

CLIMA DO TRABALHO EM EQUIPE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA

Autores: Jader Vasconcelos, ALESSANDRO DIOGO DE CARLI, MARCIA NAOMI SANTOS HIGASHIJIMA, LIVIA FERNANDES PROBST, MARA LISIANE DE MORAES DOS SANTOS

Apresentação: A Atenção Primária em Saúde (APS) contribui para a eficiência dos serviços ofertados, proporcionando uma melhoria da saúde da população atendida e menores custos A importância do trabalho em equipe na APS é ressaltada, principalmente, pelo aspecto da integralidade nos cuidados de saúde, impactando sobre os diferentes fatores que interferem no processo saúde-doença. As ações interdisciplinares e interprofissionais, buscam humanizar as práticas de saúde, objetivando atingir a satisfação do usuário através do estreitamento do relacionamento dos profissionais com a comunidade. Existem vários obstáculos para a construção do trabalho em equipe, dentre eles ressalta-se a valorização social diferenciada entre os trabalhos especializados, o  que leva a  relações de subordinação entre as diferentes áreas de trabalho e os respectivos agentes, dificuldades de organização e processos de trabalho, bem como as falhas no processo de formação dos profissionais, com disciplinas abordadas de forma segmentada, o que compromete o alcance de uma visão ampliada do processo saúde-doença. No início dos anos 1960 surgiram, nos Estados Unidos, os primeiros estudos sobre clima organizacional, com os trabalhos de Forehand e Gilmer sobre comportamento organizacional, dentro de um movimento da Administração denominado Comportamentalismo. Este movimento buscou formas de combinar a humanização do trabalho com as melhorias na produção. A pesquisa de clima organizacional é uma ferramenta objetiva e segura, em busca de problemas na gestão dos Recursos Humanos. Os dados proporcionados pela pesquisa, são valiosos instrumentos para o sucesso de programas voltados para a melhoria da qualidade, aumento da produtividade e adoção de políticas internas. Exixtem vários tipos de pesquisa de clima, variando de acordo com o propósito da investigação, observando-se o desenvolvimento de estudos específicos de acordo com a dimensão do clima, como por exemplo clima para serviço, clima para segurança  e clima para inovação. Anderson e West (1998), construíram e validaram uma escala de clima organizacional voltada para os serviços de saúde, o Team Climate Inventory (TCI), composta por quatro fatores: objetivos da equipe, participação segura, orientação para tarefa e suporte para inovação. Neste mesmo estudo eles apontam que a medida do clima pode prever os processos do trabalho em equipe e os resultados da atenção, levando em consideração percepções compartilhadas sobre a filosofia, política, valores e crenças sobre a organização. Este instrumento foi desenvolvido baseado na teoria dos quatro fatores do clima de equipe para inovação, sendo elas: clareza sobre e comprometimento com os objetivos da equipe, orientação para tarefas ou comprometimento para excelência do trabalho, apoio para ideias novas e participação segura. O TCI original  é composto por 65 itens (6 subescalas) ou 61 itens (4 subescalas), posteriormente várias versões mais curtas foram desenvolvidas e aplicadas, com 44,38 ou 14. O TCI foi adaptado e validado em diversos países  apresentando boas propriedades psicométricas e recentemente foi traduzido para o Português e validado no Brasil no contexto da APS, sendo denominado como Escala de Clima do Trabalho em Equipe (ECTE). Considerando a relação do clima do trabalho em equipe com a qualidade do cuidado e com os resultados obtidos com as ações em saúde, no contexto da APS,  e com  importância do trabalho em equipe na construção de um modelo assistencial pautado na integralidade e na humanização, e nos desafios que permeiam o desenvolvimento de ações interprofissionais e interdisciplinares, este estudo tem o objetivo de realizar uma revisão sistemática da literatura sobre o clima to trabalho em equipe na APS, visando traçar o panorama do clima do trabalho nestas equipes. Objetivo: Objetivo Geral Realizar revisão sistemática da literatura sobre o clima do trabalho em equipe na APS Objetivo Específico Traçar o panorama mundial do clima do trabalho em equipe na APS através de estudos que utilizaram o TCI; Desenvolvimento: Esta pesquisa teve seu protocolo de revisão sistemática registrada na base International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO) sob o nº CRD 42019133389, foram  estabelecidas as seguintes perguntas norteadoras de busca, utilizando-se a estrutura PICO: “Qual é o clima do trabalho em equipes da APS?”, ‘Existe relação da qualidade da atenção à saúde com o clima do trabalho em equipe?”. O levantamento dos artigos foi realizado em cinco bases de dados: Lilacs, PubMed, Scielo, Scopus e Embase. Foram empregados os seguintes termos MESH e seus sinônimos: “Teamwork”, “Primary Health Care”, “Patient Care Team”, “Interprofessional Relations” e “Team Climate”. Foram incluídos estudos, inclusive literatura cinzenta, que analisaram o clima do trabalho em equipe na APS utilizando qualquer versão do TCI, sem restrição quanto à data de publicação, nos seguintes idiomas: espanhol, inglês e português, Após o levantamento bibliográfico, foram excluídos os estudos duplicados e todo o processo de seleção dos estudos e extração dos dados foi realizado por dois pesquisadores de forma independente e com o auxílio do aplicativo Rayyan® desenvolvido pela Qatar Computing Research Institute (QCRI). A lista de referências dos estudos selecionados foi escrutinada a fim de se identificar estudos potencialmente elegíveis que não foram localizados nas buscas em bases de dados. Os estudos selecionados nesta primeira etapa foram avaliados em texto completo, observando-se se de fato atendem aos critérios da pesquisa. Aqueles que foram excluídos nessa etapa tiveram seu motivo de exclusão registrado a fim de serem mencionados nos resultados da revisão. Após estas duas etapas de seleção, a extração dos dados dos estudos selecionados foi executada e a avaliação da qualidade metodológica destes trabalhos será realizada via instrumento Mixed Methods Appraisal Tool (MMAT) -  Versão 2018. Não havendo características semelhantes nos estudos selecionados os resultados serão apresentados em forma de tabela. Havendo pesquisas com características semelhantes será realizada a metanálise (soma estatística dos resultados de cada estudo) e os dados serão calculados via programa estatístico R®. Os achados serão submetidos ao teste do qui-quadrado para avaliar a significância de heterogeneidade, utilizando um nível de significância p 0,10 e ao I-quadrado para averiguar a magnitude da heterogeneidade. A qualidade das evidências encontradas na metanálise será avaliada através do método Grading of Recomendations Assessment, Developing and Evaluation (GRADE) (GRADE, 2014), sendo classificada em quatro níveis: alta, moderada, baixa ou muito baixa. Resultado: Espera-se que os resultados desta revisão contribuam para compreender melhor qual a relação do clima do trabalho em equipe com a qualidade do cuidado em saúde e mensurar o clima do trabalho em equipe da APS levando em consideração a realidade de diversos sistemas de saúde.  Considerações finais: Esta revisão sistemática da literatura encontra-se ainda em processo de confecção, no entanto espera-se que possa contribuir para aprofundar o conhecimento existente sobre esta propriedade do ambiente de trabalho em saúde.