517: Formação em Saúde: experiências e desafios
Debatedor: Isabel Cristina de Moura Leite
Data: 30/10/2020    Local: Sala 14 - Rodas de Conversa    Horário: 08:00 - 10:00
ID Título do Trabalho/Autores
5875 RECURSOS PEDAGÓGICOS COM PRINCÍPIOS DE METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO APRENDIZAGEM
Lin Shr Uen, Mônica de Rezende, Caroline Fernandes Santos

RECURSOS PEDAGÓGICOS COM PRINCÍPIOS DE METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO APRENDIZAGEM

Autores: Lin Shr Uen, Mônica de Rezende, Caroline Fernandes Santos

Apresentação: A formação dos profissionais em saúde é um tema de grande relevância no cenário atual. Se faz necessário fornecer uma formação qualificada para quem forma esses profissionais de saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS) é um modelo universal, integral e gratuito de atenção à saúde, que proporciona o acesso a todos os brasileiros, em diferentes níveis de complexidade, desde prevenção e promoção da saúde até os procedimentos mais complexos de atendimento. Em consonância a consolidação do SUS, foi criada na mesma época, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a legislação que regulamenta o sistema educacional brasileiro. A partir disso, o Conselho nacional de Educação (CNE) elaborou as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), que instruem as normas da educação, desde o ensino básico à educação profissional de nível técnico. Essas diretrizes têm como propósito nortear as metas e objetivos de cada curso, dando autonomia para cada instituição montar seu próprio currículo baseadas nesses princípios. A aprovação das DCNs nos cursos de graduação em saúde abriu caminho para um conjunto de políticas públicas voltadas para a orientação da formação profissional em saúde. Na DCN do curso de Fonoaudiologia é preconizado uma formação interprofissional, humanista, técnica e cientifica para atuar no SUS, pautando-se no atendimento das necessidades de saúde das pessoas, garantindo seus direitos e dignidade humana. Além disso, é estabelecido que os cursos devem ter um projeto pedagógico construído coletivamente, centrado no aluno como sujeito da aprendizagem. Nessa perspectiva, o professor passa a ser o mediador do conhecimento, criando pontes para o aluno ter autonomia de buscar o próprio conhecimento. Para tanto, o professor pode utilizar diferentes recursos para alcançar esse objetivo, através de aulas expositivas, práticas, discussão de casos, recursos tecnológicos e outros meios. A partir disso, a motivação para realizar esse trabalho foi pensar em como a formação crítica e reflexiva é capaz de contribuir para a mudança do modelo de atenção à saúde do Brasil, possibilitando mais qualidade no processo de cuidado à saúde. O presente estudo teve como objetivo analisar aspectos da formação em saúde relacionados ao uso de metodologias ativas no processo de ensino-aprendizagem na graduação em Fonoaudiologia do Instituto de Saúde de Nova Friburgo da Universidade Federal Fluminense (UFF), a partir das práticas pedagógicas dos docentes do curso. Partiu-se do pressuposto de que a formação pedagógica dos professores é deficiente, o que dificulta a promoção da autonomia dos alunos em seu processo de ensino aprendizagem. Além disso, a falta de conhecimento sobre estratégias pedagógicas e de metodologias mais ativas poderia resultar em menor engajamento dos alunos, afetando o seu desempenho em sala de aula. Participaram do estudo 17 professores, que aceitaram o convite para responder um questionário autoaplicável e uma entrevista com perguntas abertas sobre as suas percepções da sua prática docente. Os critérios de seleção dos docentes para participação na pesquisa foram professores do quadro permanente da UFF que lecionam para o curso de graduação em Fonoaudiologia do Instituto de Saúde de Nova Friburgo. Foram excluídos do estudo os professores substitutos no período de coleta de dados. Os dados obtidos foram tabulados e as entrevistas gravadas e transcritas para a sistematização e análise do conteúdo, conforme a técnica hermenêutico-dialética proposta por Cecília Minayo (2014). Para este tipo de sistematização, o material da entrevista foi ouvido pela pesquisadora e transcrito em texto corrido, com documentos separados para cada professor. Após a transcrição, foi grifado com cores distintas os trechos que respondiam a cada pergunta da entrevista. Feito isso com todas as entrevistas, utilizou-se o software XMind para a criação de mapas mentais (https://xmind.net), afim de juntar as respostas de cada docente referente à mesma questão. O tópico principal de cada mapa mental foi a questão feita na entrevista e cada subtópico consistiu no código do professor entrevistado (#1 a #17). Ao lado do número de cada docente, foram retirados da entrevista trechos que respondiam à questão e esses discursos foram resumidos em afirmações, buscando-se os sentidos da fala através da hermenêutica e contrapondo com a realidade através da dialética. Desta forma, a síntese dos resultados foi criada, a partir da categorização dos temas que eram semelhantes. A nomeação dos temas foi realizada após o agrupamento de categorias que possuíam sentidos próximos, dando significado ao grupo como um elemento inteiro. Como resultado, foram elencadas as motivações para ser docente, sendo elas: gostar de ensinar, compartilhar conhecimentos e desenvolver pesquisa. Na categoria gostar de ensinar, todos os professores relataram que gostam de dar aula e de estar em sala de aula com os alunos. Nos relatos dos professores, esse contato com os jovens é um dos principais fatores que os motivam a querer aprender e se aperfeiçoar cada vez mais. Outro fator que motiva a ser docente é a possibilidade de transferir e compartilhar conhecimentos. Os professores relataram que ser docente os possibilitam passar toda a sua expertise aos alunos, passando todos os seus conhecimentos. Por outro lado, a construção do conhecimento com os alunos, resgatando o que eles já sabem previamente também foi citado. Essa postura entre professor e aluno é fundamental para se pensar numa relação de ensino aprendizagem dialógica, na qual a troca gera um crescimento para ambos. A última categoria de motivação para ser docente foi desenvolver pesquisa. Os professores citaram que escolheram a carreira docente pelo fato de poder continuar fazendo pesquisa, sendo essa uma das suas paixões da vida universitária. Estes professores relataram que no Brasil, não existe carreira de pesquisador, então seria difícil fazer pesquisa e não virar professor. De fato, o Brasil é um dos maiores produtores de publicações cientificas em nível mundial, e grande parte dessas produções advém das universidades públicas. Os principais recursos educacionais utilizados pelos professores foram subdivididos em cinco categorias: multimídia, gamificação, criação de recursos educacionais, trabalho em grupo e aproximação com a realidade. Nos relatos dos professores, foi possível perceber que apesar de não estarem aplicando um modelo fechado de metodologias ativas, os professores já utilizam alguns dos seus princípios em sala de aula como, por exemplo, a discussão e resolução de casos e atividades em grupo. Essas atividades propostas pelos professores em sala de aula corroboram com os princípios das metodologias ativas de ensino, que se baseiam nos princípios de construtivismo e interacionismo. Sendo assim, os alunos aprendem com os seus pares, trocando ideias e construindo o conhecimento nesse processo. Os principais desafios encontrados na prática docente foram a falta de formação para ser professor, dificuldades em avaliar o aprendizado dos alunos, o uso de tecnologias em sala de aula, o currículo desatualizado e como engajar os alunos em suas disciplinas. Sugere-se que mais estudos sejam realizados neste campo, a fim de compreender a prática docente universitária a partir de outras perspectivas, como por exemplo, a dos alunos. Se faz necessário, também, construir caminhos que viabilizem a capacitação continuada dos professores para tornar o processo de ensino aprendizagem mais prazeroso e eficaz. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o CAAE 08783819.3.0000.5243.

6196 O SEMINÁRIO INTEGRADO COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO CRÍTICO-REFLEXIVO DOS ESTUDANTES DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Nina Lucia Prates, Luciana Maria Borges, Luciane Tavares

O SEMINÁRIO INTEGRADO COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO CRÍTICO-REFLEXIVO DOS ESTUDANTES DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

Autores: Nina Lucia Prates, Luciana Maria Borges, Luciane Tavares

Apresentação: O currículo do Curso de Medicina da UNESA apresenta dois eixos curriculares que perpassam os oito primeiros períodos do curso: Saúde da Família e Seminário Integrado. Este último tem como pressuposto estimular o interesse dos estudantes nas atividades de pesquisa acadêmica e promover o estudo interdisciplinar. É desenvolvido em grupos de aproximadamente 10 alunos, com a presença de professor tutor oriundo das disciplinas do período, que apoia os alunos para tomada de decisões, baseada numa análise crítica a partir de evidências científicas, em conformidade com as diretrizes curriculares nacionais (Art.6/III). Objetivo: Apresentar a experiência do Seminário Integrado como proposta de fortalecimento da formação crítica e reflexiva dos estudantes do curso de medicina da Universidade Estácio de Sá. Relato de experiência: Para cada período a disciplina está estruturada por um eixo científico, um eixo temático e pelas competências que se espera serem atingidas pelos estudantes ao final. No M1/M2 introduz os conceitos-base sobre a metodologia científica; no M3 apresenta tipos de pesquisa; no M4/M5 orienta o desenvolvimento de instrumentos de coleta de dados e no M6/M7/M8 elabora um projeto de pesquisa com ida à campo para coleta de dados. Ao final de cada período os grupos apresentam para uma banca, composta por professores orientadores e convidados, um trabalho de conclusão, na forma de pôster, construção de casos clínicos ou relatório técnico. Reflexão sobre a experiência: Observa-se aumento progressivo da capacidade de produção de material científico de qualidade, melhora na capacidade de busca e análise de artigos científicos, discriminação de senso comum e pensamento científico e integração de diferentes áreas do conhecimento, além do desenvolvimento de habilidades para elaboração de relatórios, material audiovisual, apresentação oral e habilidades pessoais como o desenvolvimento da empatia, do trabalho em equipe e da comunicação. Conclusões e recomendações: O Seminário Integrado contribui para desenvolvimento do pensamento científico e crítico do estudante desde o início do curso.  A diversidade de professores requer investimento em alinhamento de conceitos. 

6523 DIREITOS HUMANOS E CULTURA DE PAZ: Possibilidades de educar enquanto se diverte
Thais Cristina dos Santos, jackson William Pluskota, Patricia Machado Pereira Giardini, Vanessa Denck Colman, Josiane Miranda Vandoski, Daniele Cristina Bahniuk Mendes, Carolina Cristine Goss

DIREITOS HUMANOS E CULTURA DE PAZ: Possibilidades de educar enquanto se diverte

Autores: Thais Cristina dos Santos, jackson William Pluskota, Patricia Machado Pereira Giardini, Vanessa Denck Colman, Josiane Miranda Vandoski, Daniele Cristina Bahniuk Mendes, Carolina Cristine Goss

Apresentação: O presente relato de experiência te como finalidade apresentar o desenvolvimento da oficina Jogos e Educação em Direitos Humanos. Esta oficina ocorreu no mês de outubro na cidade de Ponta Grossa no ano de 2019 com uma equipe multidisciplinar do grupo de estudos Educação para Paz, Direitos Humanos e Sustentabilidade parte do Núcleo de Educação para Paz vinculado a Universidade Estadual de Ponta Grossa. Esta atividade desenvolveu-se com o objetivo de apresentar as Cinco Pedagogias para Paz desenvolvida pelo professor doutor Nei Alberto Salles Filho na Tese “Cultura de paz e Educação para Paz: Olhares a partir da teoria da complexidade de Edgar Morin” (2016); discutir sobre a importância da difusão de informações de qualidade (desconstrução de fake News) e da importância da Educação para Paz e da não violência nas escolas. O objetivo específico da oficina foi levantar questionamentos e discussões quanto as possibilidades de argumentações, as quais podem, segundo Salles Filho (2016) ser vislumbradas com coerência tanto nas salas de aulas, pelas praticas educacionais quanto na sociedade civil. Estas argumentações segundo o autor permitem qualificar as perguntas e respostas aos problemas sociais de cada conjuntura, como por exemplo, as diversas violências do século XXI. Assim, a partir da junção multidisciplinar, foi desenvolvido um jogo de cartas, com a temáticas das cinco pedagogias, sendo estas: os valores humanos; os Direitos Humanos; a Ecoformação; as Vivencias e Convivências e; a pedagogia da Conflitologia. A escola do jogo se deu, devido a compreensão da conjuntura do século XXI, isto é, do crescimento e do desenvolvimento tecnológico, principalmente, porque, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2016 o Brasil possui 116 milhões de pessoas conectadas à internet, o que significa 67% da população. Desta população, ainda segundo o IBGE (2016) 7% são jovens entre nove (9) a dezessete (17) anos, ainda, segundo a pesquisa TIC Kids Online 85% da população nessa faixa etária utilizou a internet ao menos uma vez em três meses, um total de 24,7 milhões de crianças e adolescentes. Logo, levar as crianças e adolescentes, temas condizentes as suas realidade, possibilita uma construção conjunta de conhecimento e de compressão da valorização da dignidade de vida humana. Para esta oficina, foram convidados professores da rede de ensino da cidade de Ponta Grossa/PR, para que, através da mesma, pudessem-se desenvolver formas de ensino, e possibilidades de concretização da Lei de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (2010) a qual prevê o uso de tecnologias como recursos pedagógicos e da Lei 13.663 de 2018 ao qual institui a promoção de medidas de consciência, prevenção e combate a todos os tipos de violência e a promoção da cultura de paz nas escolas. Assim, como resultados destacam-se: que participaram da oficina dezessete (17) pessoas, todas do sexo feminino com idade entre dezoito (18) e cinquenta anos (50). Destas, todas declararam suas profissões como professoras da educação superior 1%, educação básica 40% e magistério 39%, educação infantil – berçário 10% representando 75% da educação pública e 25% da educação privada. No início as participantes apresentaram receio em participar da oficina, visto que dentre as atividades, havia dinâmicas e a realização do jogo em si. Muitos dos professores apresentaram dificuldades de entendimento, ou da lógica do jogo, ou da linguagem utilizada. Visto que o jogo é um Card Came, a linguagem é muito específica de RPG. A realização da dinâmica também apresentou resistência, visto que os professores sentiam-se obrigados a levantarem-se de suas mesas e interagirem com as demais participantes. Desta forma, foi questionado as participantes, se as mesmas possuíam o costume de jogar em seu tempo livre, destas, 66,7% respondeu que sim e 33.3% respondeu que não tem o costume. Para as que tinham o costume de jogo, foi perguntado o tipo de jogo que possuíam maior proximidade, destes, destacou-se o Baralho e o Jogo de Celular. Por estas perguntas, por exemplo, foi possível provocar as participantes sobre a importância do conhecimento do mundo que perpassar as crianças e adolescentes, visto que o jogo, desenvolvido e aplicado na oficina, segue o modelo de baralho, UNO e Magic, e a linguagem, é conhecida no mundo das crianças. Logo, finalizou-se a oficina com a provocação, sobre como trabalhar conceitos sobre Paz, Direitos Humanos, sem compreender o mundo das crianças e adolescentes? E como exigir que os alunos (as) participem de atividades em sala de aula, se ao menos o professor tem interesse ou disposição?. Certamente que a realidade de cada escola, precisa ser levada em consideração na hora da aplicação de uma metodologia de ensino, contudo, não se pode ignorar que as redes sociais do século XXI, tornam-se, a cada dia maiores ferramentas de pesquisas dos alunos, deixando a escola em segundo ou terceiro lugar. Apesar dos pontos positivos como o acesso ilimitado de informações, a internet é também um campo perigoso, quanto não se sabe como apreender as diferentes informações que são levadas aos mesmos, como por exemplo, tipos de violência, exposições e as fake News. Considera-se então, a partir dos participantes que a oficina apresentou-se como “uma boa proposta, pois o mundo atual é digital” (Professora 1), sendo a proposta “necessária” (professora 4) e “super interessante, pois através da ludicidade é possível ter um conhecimento ampliado” (professora 10). Para as professores, a potencialidade do jogo remeteu-se ao fomento da socialização, do meio como instrutor de conhecimentos as crianças e adolescentes e a ludicidade para memorização.

6673 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE Desenvolvimento: DA APRENDIZAGEM DE MARINHO
Suzana da Silva Pereira

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE Desenvolvimento: DA APRENDIZAGEM DE MARINHO

Autores: Suzana da Silva Pereira

Apresentação: A autoavaliação é uma modalidade de avaliação que proporciona ao aluno a possibilidade dele mesmo identificar suas necessidades de estudo, além de facilitar a busca da construção do seu conhecimento durante o processo de ensino-aprendizagem. Neste estudo, propomos a aplicação da autoavaliação, como instrumento de aferição da aprendizagem, e a aplicação da equação utilizada para aferir o Índice de Desenvolvimento da Aprendizagem proposto por Marinho (IDAM). Os objetivos do estudo são: 1- Demonstrar a aplicação do IDAM na aferição da aprendizagem do aluno com base na autoavaliação inicial (diagnóstica) e final; 2- Calcular a Avaliação do Desenvolvimento da Aprendizagem de Marinho (ADAM) e 3- Aplicar e validar uma expressão matemática que auxilia na medida do aprendizado do aluno. Método: Estudo de caráter experimental, onde se aplicou a equação para o cálculo: IDAM = [ ∑ (PA2 - PA1)/ ∑ (PmxR – PA1) ] x  10. Participaram deste estudo, 43 profissionais presentes no curso sobre TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS PARA MELHORIA DOS PROCESSOS DE TRABALHO EM UNIDADE DE SAÚDE ministrado no Maranhão. Sendo a coleta de dados realizada com a aplicação de um instrumento de auto avaliação composto por 45 itens aplicados no início (antes de começar o curso) e no final (após o término do curso). Não são identificados os nomes dos participantes.  Para avaliação do IDAM e do ADAM foi estruturado um quadro de classificação no Programa Microsoft Office Excel, aplicando-se um Likert de 0 a 10, onde o intervalo de 0-2,5 significa “Não Sabe”; de 2,51-5,00 “Sabe menos do que Sabe”; de 5,01-7,50 “Sabe mais do que não Sabe” e de 7,51-10,00 significa que “Sabe”. Resultado: Foram 43 alunos do curso, sendo 26 mulheres e 17 Homens. Em relação a categoria, foram 25 Enfermeiras(os), 6 Fisioterapeuta, 4 Nutricionistas,2 Farmacêuticos, 2 Psicólogos e 4 Administradores. Quanto a aferição do ADAM, antes da aplicação do curso mostrou que 79,1% fora classificados na categoria de ‘’não sabe’’. Depois da ministração do curso, o ADAM evidenciou que 100% dos alunos foram classificados como ‘’Sabe’’. Em relação ao IDAM, evidenciou também que 100% dos alunos foram classificados como ‘’Sabe’’. As medidas de tendência central, de antes da ministração do curso, foram: Média = 2,24; Moda = 2,20 e Mediana= 2,20. Em relação, depois da aplicação do curso foram: Média = 9,09 ;  Moda= 9,20 e Mediana= 9,20. No calculo do IDAM, evidenciou as medidas centrais, sendo: Média = 8,85; Moda = 8,97 e Mediana= 8,87. Considerações finais: Conclui-se que o método do IDAM, auxilia na aferição do quanto o aluno apreendeu, favorecendo uma avaliação mais transparente sobre a retenção e aprendizado de novos conhecimentos. Além disso, mostrou ser uma ferramenta que contribui para que o docente/ instrutor/ Tutor identifique conteúdos de mais dificuldade dos alunos. Com o IDAM pode-se avaliar o crescimento individual no início e no fim de um curso. Sugere-se utilizar o IDAM na avaliação do aprendizado na enfermagem, uma vez que mostrou-se uma ferramenta útil para a estruturação de conteúdos que atendam às necessidades dos estudantes/ profissionais da enfermagem.

6843 COMPONENTES CURRICULARES: UMA APROXIMAÇÃO AO QUE CONTA COMO CONHECIMENTO NA FORMAÇÃO DE GESTORES DA SAÚDE
Maria Luiza Silva Cunha

COMPONENTES CURRICULARES: UMA APROXIMAÇÃO AO QUE CONTA COMO CONHECIMENTO NA FORMAÇÃO DE GESTORES DA SAÚDE

Autores: Maria Luiza Silva Cunha

Apresentação: A descentralização do SUS, que tomou os municípios como centro da política, significou a preocupação com a capacidade de gerenciamento dos sistemas de saúde e com a formação de profissionais para fazer frente aos novos desafios de condução da política de saúde. No que se refere à esta formação, aponta-se a oferta crescente de cursos por meio de instituições acadêmicas em nível nacional. Objetivo: Analisar a formação em gestão em saúde nos valendo de elementos de organização de cursos em dois países: Brasil e Espanha. Método Adotou-se uma abordagem qualitativa da realidade a partir do método comparado. Utilizou -se como fonte de dados, a bibliografia científica, os documentos oficiais e a entrevista semiestruturada. As entrevistas foram realizadas com coordenadores de cursos de diferentes níveis de ensino, totalizando nove coordenadores brasileiros e seis espanhóis. Resultado: O nível de ensino não foi um fator determinante na definição de componentes curriculares pelos cursos. Em relação a estes, uma diferença foi verificada já que somente no Brasil os cursos são oferecidos como habilitação técnica e graduação. Quanto à organização do currículo, foi possível verificar nos dois países a estreita relação existente com o contexto institucional, no qual a coordenação do curso possui um papel relevante. Entendemos que esse fato tem relação com a inexistência de uma política para a área. No geral, o processo decisório de organização curricular nas instituições públicas tomou a forma colegiada, com participação de coordenadores e docentes e, em alguns casos, incluiu os gestores do sistema de saúde. A vinculação com as necessidades dos serviços foi considerada pelos entrevistados como base para a organização e atualização do currículo. Observamos, entretanto, que a forma com que essas necessidades são apreendidas diferem entre os cursos estudados. Em alguns foram mencionados a interface com os serviços que são campo de estágio, o contato com egressos, em outros, ainda, a realização de pesquisas. Das experiências relatadas, ressaltamos aquela alcançada na experiência espanhola, em que constatamos uma maior integração a partir do arranjo institucional das CCAAs. Nesse contexto, o planejamento anual do curso considera os objetivos e metas traçados pela Administração Regional relativa à política de saúde. Outro ponto comum é aquele em que aos eixos curriculares iniciais dos cursos foram incorporados diferentes conteúdos para atualização do currículo frente às mudanças observadas na política de saúde. Nesse processo de incorporação de novos conteúdos ficou mais evidente a participação não apenas dos coordenadores e docentes, mas também de alunos, de egressos e dos serviços. Uma das formas de atualização do currículo se relacionou a processos avaliativos. Esses foram referidos, especialmente, pelos coordenadores dos cursos da Espanha. Nesse país, as avaliações foram apontadas como forma de subsidiar o coordenador ou a equipe de coordenação ou o Conselho Acadêmico sobre as alterações necessárias ao curso. No Brasil, essa relação foi mencionada em apenas um curso, ainda que existam processos e instrumentos de avaliação previstos. A concepção de que a gestão em saúde é distinta da gestão de outros setores esteve presente na fala de entrevistados no Brasil e na Espanha. Os mesmos sinalizaram que as organizações de saúde se caracterizam pela autonomia sendo, conforme Mintzberg, organizações profissionais. A inserção em um sistema nacional de saúde e o entendimento da saúde como conquista de direitos da sociedade também foram enfatizados, principalmente, pelos entrevistados das instituições públicas de ensino. De forma geral, a gestão foi entendida como o exercício de múltiplas funções como coordenar, articular, negociar, planejar, acompanhar, controlar, avaliar e auditar, em consonância à definição presente na NOB SUS 96. Entendemos que essa concepção guarda estreita relação com aquela proposta pela Teoria Clássica da Administração, na qual Fayol define o ato de administrar a partir de cinco funções administrativas: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Todos os cursos pesquisados nos dois países apresentaram componentes curriculares dos grupos temáticos de ‘Política, Planejamento e Gestão’ e ‘Administração’. Na Espanha, além desses grupos, todos os cursos envolveram a realização de estratégias como seminários, atividades práticas, conferências e visitas, assim como componentes curriculares do grupo temático de ‘Gestão clínica’. Em relação a esse último, constatamos uma diferença com o Brasil, em que somente quatro cursos apresentaram componentes curriculares relativos a esse grupo. Ainda que todos os cursos estudados tenham componentes curriculares do grupo temático de ‘Administração’, observamos uma significativa diferença entre os cursos do Brasil e da Espanha. No nosso país esse grupo apresentou o maior peso no currículo de quatro cursos, alcançando 43% do total da carga horária no curso técnico de gerência em saúde. Ao somarmos esse grupo com o de ‘Gestão da Qualidade’ e compararmos com o somatório dos grupos temáticos ‘Processo Saúde-Doença’, ‘Epidemiologia e Vigilâncias’ e ‘Gestão Clínica’, observamos que no Brasil existe um predomínio, na maior parte dos cursos, dos primeiros, que entendemos como mais afeitos à administração. Já na Espanha, o peso da distribuição da carga horária pelos grupos de temas citados apresentou um certo equilíbrio entre os grupos que consideramos mais afeitos à saúde e àqueles tidos como mais afeitos à administração. Os componentes curriculares voltados ao grupo temático ‘Saúde, sociedade e ética’ foram constatados em apenas dois cursos no Brasil. Na Espanha identificamos esse grupo temático impacta em 10% da carga horária total em um curso de especialização e em 1,5% da carga horária de um curso de mestrado, oferecido por uma instituição privada. Em um outro curso de mestrado, o qual tivemos acesso ao material didático, encontramos extenso conteúdo de ética relacionada ao tema do ‘Bom governo’. No Brasil, ao tomarmos como referência os componentes da Formação Paidea, constatamos a partir das ementas das disciplinas o desenvolvimento de temas como cogestão e trabalho em equipe em dois cursos de graduação e um de especialização em gestão hospitalar. No mestrado profissional, vinculado à uma instituição pública, outros temas como clínica ampliada; projeto terapêutico singular; equipes de referência e de apoio matricial, interdisciplinaridade, gestão da atenção em saúde e rede de cuidados, estavam igualmente presentes. Considerações finais: Consideramos que a formação em gestão deve incorporar no currículo conhecimentos de diferentes campos, sendo imprescindível associar saberes administrativos àqueles das ciências sociais e da saúde. Ao termos presente o princípio doutrinário de participação social inscrito no SUS, entendemos como fundamental maior ênfase no ensino da gestão participativa, pouco evidenciada no estudo realizado. As considerações realizadas nos fazem acreditar na necessidade de revisitar os cursos e programas formativos. A construção dessa possibilidade, no entanto, é vista por nós como um processo coletivo, que possa envolver um conjunto de agentes organizados em uma rede de ensino e pesquisa.

7043 APOIO EMOCIONAL PARA ESTUDANTES DE ENFERMAGEM: NOVAS DEMANDAS DA COORDENAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO
ELAINE FRANCO DOS SANTOS ARAUJO, MARIA DA SOLEDADE SIMEÃO DOS SANTOS

APOIO EMOCIONAL PARA ESTUDANTES DE ENFERMAGEM: NOVAS DEMANDAS DA COORDENAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO

Autores: ELAINE FRANCO DOS SANTOS ARAUJO, MARIA DA SOLEDADE SIMEÃO DOS SANTOS

Apresentação: Trata-se de um relato de experiência das Coordenadoras do Curso de Graduação em Enfermagem de uma Universidade pública, de grande porte, do Rio de Janeiro que vivenciaram no período de 2018 até o momento atual, diversas experiências relacionadas ao adoecimento mental dos estudantes. Este adoecimento, por diversas vezes, afeta o rendimento acadêmico dos estudantes e vem provocando retenções e atrasos na conclusão do curso, quando não levam à desistência do mesmo. Diante desta nova demanda que tem se apresentado e crescido ferozmente, a Coordenação do Curso de Graduação em Enfermagem está implantando um projeto liderado por um grupo de docentes das disciplinas de saúde mental do próprio curso, destinado ao atendimento e acompanhamento de estudantes, com vistas a oferecer suporte emocional a estes. Os estudantes chegam até este atendimento por livre demanda ou por indicação de colegas da turma que, ao perceberem as dificuldades e comportamentos diferentes dos usuais s, notificam aos professores, aos dirigentes do Centro Acadêmico ou diretamente às Coordenadoras. Dentre as principais dificuldades encontradas, destacamos diversos casos de estudantes com ideações suicidas, com crises de ansiedade em cenários de prática e em ambientes de avaliação, outros com transtornos de pânico, que os impede de sair de casa para irem às aulas, dentre outras. Nos atendimentos e acompanhamentos têm sido identificados fatores desencadeantes como questões relacionadas a desordens familiares diversas: divórcios, violência doméstica e falecimentos; dificuldades financeiras para estudar e se sustentar; elevado grau de autoexigência por resultados e notas, aliado a um baixo grau de resiliência e frustração; alguns estudantes referem também, dificuldades para acompanhar o ritmo intenso de aulas, em tempo integral e, de conteúdo extenso. O acompanhamento para suporte emocional dos estudantes é realizado nas próprias dependências da Universidade, assegurando um espaço privativo para que o estudante sinta-se confortável e, em média, acontecem uma vez por semana. O objetivo principal é o acolhimento do estudante e posterior encaminhamento para um serviço ou profissional que possa dar o atendimento adequado, a partir da avaliação inicial feita pelo docente. Este docente que realiza o atendimento inicial continua sendo referência para este estudante mesmo quando ele é absorvido por outro profissional ou serviço, tentando-se estabelecer um vínculo entre o estudante e o docente para que o acompanhamento possa ser mais eficaz, de modo a possibilitar que o estudante acesse o docente sempre que sentir necessidade. Um dos desafios da coordenação, hoje, é o de obter os relatórios dos acompanhamentos realizados pelos docentes para assegurar a continuidade dos mesmos. Enfim, pode-se afirmar que, atualmente, há a necessidade de que as coordenações de cursos de graduação se atentem para estes fatos e envidem esforços na busca de planos de intervenção e de ações preventivas para que estes alunos sejam alcançados, incluídos e recuperados.

7048 ESTRATÉGIAS E RECURSOS PARA ATUAR FRENTE ÀS MULTIFACETADAS ATRIBUIÇÕES DA COORDENAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
ELAINE FRANCO DOS SANTOS ARAUJO, MARIA DA SOLEDADE SIMEÃO DOS SANTOS

ESTRATÉGIAS E RECURSOS PARA ATUAR FRENTE ÀS MULTIFACETADAS ATRIBUIÇÕES DA COORDENAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Autores: ELAINE FRANCO DOS SANTOS ARAUJO, MARIA DA SOLEDADE SIMEÃO DOS SANTOS

Apresentação: Ao iniciar o trabalho na Coordenação do Curso de Graduação em Enfermagem, em uma Universidade pública de grande porte no Rio de Janeiro, onde estudam cerca de 530 estudantes, encontramos um cenário bastante desafiador e diverso. Este relato de experiência busca provocar uma reflexão sobre as muitas atividades que são requeridas aos docentes que assumem o gerenciamento acadêmico de um curso de Graduação, principalmente, se considerarmos que não existe uma preparação para esta função. Dentre as atividades que a Coordenação de um curso de graduação desenvolve, pode-se enumerar: atender estudantes em questões acadêmicas, relativas a trancamentos, destrancamentos e cancelamentos de matrícula, inscrição em disciplinas e elaboração de planos de estudos; oferecer apoio pedagógico para os estudantes que apresentam baixo rendimento em alguma disciplina; atuar no processo seletivo de monitores para as disciplinas do curso a partir de editais lançados pela pró-reitoria de graduação; atender a solicitações de revalidação de diplomas de enfermeiros que estão ingressando no país, bem como as exigências das agências de outros países que validam os diplomas emitidos pela instituição brasileira da qual pertence o enfermeiro egresso do curso; organizar toda a documentação relativa aos estágios e convênios com outras instituições e Secretarias para garantir campos práticos para os estudantes; organizar o processo de trabalho do Núcleo Docente Estruturante (NDE), do qual a Coordenação participa ativamente das reuniões e atividades; auxiliar a Comissão de Orientação Acompanhamento e Acadêmico (COAA) no apoio às demandas dos estudantes, no caso de risco de jubilamento e demais dificuldades apresentadas por estes; organizar as atividades da semana de recepção dos calouros, a cada início de semestre, assim como as de finalização das turmas com o cerimonial de formatura, a cada final de semestre; realizar reuniões com docentes do curso, tanto da Escola de Enfermagem, como com os das Unidades que são responsáveis pelas disciplinas das ciências biológicas e sociais, a fim de afinar os processos e objetivos, dentre outros. Estas são as atribuições que consideramos mais significativos, porém existem muitas outras atividades da Coordenação de um Curso de Graduação, como a organização dos processos avaliativos, como o ENADE e a visita do INEP. Há quase dois anos à frente desta Coordenação, as professoras responsáveis têm trabalhado em duas frentes principais: a primeira, buscando uma aproximação maior com o corpo discente, através de reuniões regulares com as turmas e seus representantes e, a segunda, investindo na integração docente, através de diversas Comissões, que partilham as agruras e as realizações do curso. Acreditando nesta estratégia inclusiva, a Coordenação tem possibilitado um compartilhamento real de responsabilidades para conseguir dar conta da sua ampla lista de atribuições. Há que se ressaltar que ambas as estratégias exigem das Coordenadoras um trabalho árduo para o gerenciamento de conflitos, a elaboração de planejamentos e a realização de avaliações periódicas. Contudo, os resultados alcançados têm sido seguramente recompensadores e animadores, atestando que o caminho escolhido tem sido acertado e é promissor.

7072 IMPORTÂNCIA DO RECONHECIMENTO DOS CENÁRIOS DE PRÁTICA DE ATUAÇÃO DE UM GRUPO PET-SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Priscila Alves Torreão, Karina Maia Cunha, Cláudia Cerqueira Graça Carneiro

IMPORTÂNCIA DO RECONHECIMENTO DOS CENÁRIOS DE PRÁTICA DE ATUAÇÃO DE UM GRUPO PET-SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Priscila Alves Torreão, Karina Maia Cunha, Cláudia Cerqueira Graça Carneiro

Apresentação: Tendo a inserção dos estudantes de graduação nos possíveis cenários de atuação interprofissional como premissa do PET-Saúde, o presente trabalho tem como objetivo trazer um relato de experiência sobre aplicação de um instrumento de diagnóstico situacional ressaltando a importância do reconhecimento dos cenários de prática. Desenvolvimento: A primeira etapa no reconhecimento dos cenários de prática consistiu na leitura do instrumento de diagnóstico elaborado pela coordenação do programa, e com a realização do levantamento de dados sobre os serviços no CNES previamente às visitas. A segunda etapa consistiu na realização das visitas aos respectivos cenários (Unidade de Saúde da Família Feira VI e a Secretaria Municipal de Saúde, ambos localizados no município de Feira de Santana-BA), onde os alunos dos grupos tutorais, tendo os preceptores como facilitadores do processo de inserção nesses cenários, se dividiram conforme a disponibilidade de horário em grupos menores para realizar a coleta dos dados. Esses, foram coletados de forma observacional através de entrevistas com profissionais da unidade e registro fotográfico de informações fixadas na mesma, como mapa da área de abrangência, perfil epidemiológico, equipe de saúde e cronograma de atendimento. Para facilitar o compartilhamento das informações coletadas com todo o grupo, o instrumento de diagnóstico era atualizado de forma online na plataforma Google Drive, assim como o compartilhamento dos registros fotográficos, abrindo para discussão entre todo o grupo de forma a abranger o ponto de vista de todos estudantes. Através do instrumento de diagnóstico e das informações coletadas foi possível realizar discussões, presenciais através de reuniões e online, que facilitaram juntamente com uma breve revisão de literatura, na construção do relatório. Resultado: A partir da aplicação do roteiro de diagnóstico situacional no cenário de prática em que atuaremos, foi possível conhecer o funcionamento da Unidade de Saúde da Família, o perfil dos profissionais de saúde que ali atuam e seus processos de trabalho, o perfil epidemiológico da área de abrangência da referida unidade, assim como os principais agravos que acometem a população adscrita. Dados esses que servem como subsídio para integração ensino, serviço e comunidade, nos permitindo a identificação de problemáticas, as quais iremos eleger as mais relevantes para propor soluções durante o período do PET-Saúde. Considerações finais: Por fim, concluímos que o reconhecimento dos cenários de prática é importante na caracterização dos serviços de saúde selecionados como cenário de prática, além de possibilitar a identificação de situações problemas passíveis de resolução pelo grupo PET-Saúde Interprofissionalidade.

7857 O TEATRO DO OPRIMIDO COMO CAMINHO PARA UMA EDUCAÇÃO LIBERTÁRIA: RELATO DE UM ESTÁGIO CURRICULAR NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Samara de Castro Milhomem, Sabrina Lopes Farias, Andreza Teixeira Miranda, Angelina Sousa Pinheiro, Polyana Oliveira Gonçalves, Vitória Lacerda Cançado Schneider

O TEATRO DO OPRIMIDO COMO CAMINHO PARA UMA EDUCAÇÃO LIBERTÁRIA: RELATO DE UM ESTÁGIO CURRICULAR NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Autores: Samara de Castro Milhomem, Sabrina Lopes Farias, Andreza Teixeira Miranda, Angelina Sousa Pinheiro, Polyana Oliveira Gonçalves, Vitória Lacerda Cançado Schneider

Apresentação: As linhas deste trabalho são construídas a partir da experiência de um grupo de graduandas de psicologia no estágio curricular em educação, desenvolvido durante o primeiro semestre de 2019 em uma escola estadual de Belém (PA). Durante o período do estágio, o referido grupo se inseriu em três turmas do quarto período do Educação de Jovens e Adultos, doravante EJA, com o objetivo de produzir uma intervenção coletiva, alinhada com os temas e pontos que os discentes consideravam relevantes. Existe uma particularidade na modalidade EJA, que diz respeito ao grupo de jovens e adultos que nela ingressam. Estes discentes, em algum momento de sua trajetória educativa, tiveram que abandonar o percurso de escolarização formal, adiando esta etapa formativa, para futuramente integrarem-se a EJA. A vulnerabilidade social, a necessidade de sobrevivência, a inflexibilidade do modelo de ensino, são, em larga escala, as questões que fazem com que muitos acabem deixem em segundo plano sua educação. Nesse contexto, não pretendíamos repetir a educação bancária. Assim, buscamos utilizar metodologias participativas, bem como desenfileirar as cadeiras e circularizar as atividades, construindo momentos onde as pessoas possam falar o que sentem, o que desejam e o que esperam de sua vida. O grupo desempenhou 3 encontros para levantamento de demandas, sendo um em formato de conversa, outro com uma atividade que os estimulava a refletir sobre percepção que cada um tinha de si e outra de construção de personagens, que foi permeada de jogos lúdicos, brincadeiras. Essa experiência nos trouxe a ideia de uma intervenção que articulasse a educação popular freireana com o teatro do oprimido de Boal, buscando instaurar uma pedagogia autônoma, onde todos podem falar e refletir a respeito de sua realidade. Romper com o padrão educacional bancário (onde o educador é o depositante - do conhecimento e o educando e o depósito) não é fácil. São tantos anos vivenciando um modelo educativo de memorização, de passividade que os educandos tiveram dificuldade de se posicionar diante das demandas que apresentamos, produziu-se, inicialmente, um estranhamento. É como se não fosse real a possibilidade de se expressar sem ter que cumprir com as expectativas dadas pela escola, pela família e por eles próprios. Em cada ato, produzimos cenas que versavam sobre temas como amizade, família, relação professor-aluno, depressão e a partir das discussões sobre os pontos que mudariam em cada ato, produzimos juntos um campo de reflexão coletiva. A partir do que vivenciamos, percebemos que o teatro do oprimido potencializa a problematização da realidade, principalmente pela possibilidade de vivenciar vários personagens e assim, propiciando que os discentes saiam de um lugar de passividade, nesse campo, abrem-se caminhos para que cada um experimente uma aproximação maior com os próprios anseios e o sentir do personagem que se representa. Nesse circuito de afeto e criação, os saberes são ali colocados em pé de igualdade, valorizando a pluralidade dos discursos. Potencializar o encontro com a alteridade, favoreceu a criação do próprio encontro, da intervenção e, fundamentalmente, de outros futuros possíveis para todos os envolvidos.

7859 AÇÕES DE REORIENTAÇÃO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL: ATIVIDADES PRÁTICAS DESENVOLVIDAS EM UM CURSO DE NUTRIÇÃO
Vivian Breglia Rosa Vieira, Carla Rosane Paz Arruda Teo, Fatima Ferretti

AÇÕES DE REORIENTAÇÃO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL: ATIVIDADES PRÁTICAS DESENVOLVIDAS EM UM CURSO DE NUTRIÇÃO

Autores: Vivian Breglia Rosa Vieira, Carla Rosane Paz Arruda Teo, Fatima Ferretti

Apresentação: É dever das instituições formadoras fomentar os meios eficazes para a formação de profissionais que contribuam para o desenvolvimento do SUS. Para que isso aconteça, as práticas de saúde e as práticas pedagógicas precisam estar alinhadas. A realização de atividades práticas deve ser exercitada de maneira a permitir que os estudantes, ao se formarem, já tenham tido contato com situações reais. Espera-se que as ações práticas sejam desenvolvidas ao longo do processo de formação, não apenas de forma pontual e isolada. Além disso, é importante que a complexidade das ações seja crescente. Nessa perspectiva, os estudantes podem desenvolver competências e habilidades para atender às demandas de saúde da comunidade. Um dos objetivos do curso de Nutrição envolvido nesse estudo é articular teoria e prática pelo confronto das proposições teóricas com as experiências práticas, ao longo de todo o curso. Nesse contexto, buscou-se conhecer quais são as ações que vêm sendo desenvolvidas com o propósito de atingir essa meta. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo do tipo exploratório descritivo, com abordagem qualitativa, realizado com estudantes e professores de um Curso de Nutrição de uma universidade comunitária de Santa Catarina. Para a coleta de dados foram utilizadas as técnicas de grupo focal e de entrevista semiestruturada. A elaboração dos instrumentos de pesquisa baseou-se, principalmente, no eixo cenários de práticas do documento que regulamenta o Pró-Saúde. Os participantes foram questionados sobre as ações práticas e sobre os cenários dessas práticas durante o processo de formação. A interpretação dos dados foi realizada a partir da técnica análise de conteúdo temática. O Projeto Pedagógico do Curso (PPC) foi utilizado como fonte de informações para qualificar a análise dos dados. Procurou-se, neste contexto, estabelecer, sempre que possível, uma relação entre o descrito no documento e os achados desta pesquisa. Para garantir que todos os aspectos éticos fossem atendidos, o projeto que deu origem a este estudo foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ), sob o protocolo n. 194/14. Participaram da pesquisa nove professoras nutricionistas e nove estudantes. As professoras tinham idade entre 26 e 54 anos. O tempo de formação em Nutrição era de quatro a 30 anos, sendo que a maioria (sete professoras) era formada há mais de 10 anos. As estudantes tinham idade entre 18 e 25 anos. Na época da coleta de dados, uma cursava o 4º período do curso de Nutrição, três cursavam o 6º período, duas estavam no 7º período e as outras três frequentavam o 8º período do curso. Resultado: De acordo com as professoras do curso, poucas disciplinas da matriz curricular têm carga horária destinada explicitamente para o desenvolvimento de atividades práticas. O projeto pedagógico do curso corrobora essa informação, ao trazer, nos princípios fundamentais orientadores para o processo de formação, que é importante inserir o acadêmico na realidade de saúde da população, através do conhecimento tanto teórico quanto prático, no desenvolvimento das disciplinas de Tópicos em Nutrição e dos estágios supervisionados, nos diferentes campos de atuação do profissional Nutricionista. O próprio PPC, portanto, indica que somente nas disciplinas de Tópicos em Nutrição (I a V), que são disciplinas dispostas do primeiro ao quinto períodos, e nos estágios, que são realizados nos três últimos semestres do curso, sejam realizadas atividades em cenários de prática. As demais disciplinas da matriz curricular não explicitam a necessidade de desenvolvimento de atividades práticas. Todavia, é importante considerar que o fato de não haver determinação de carga horária para ações práticas nas demais disciplinas, pode ser oportuno no sentido de não limitar o tempo para o desenvolvimento de ações que coloquem os estudantes em contato com a realidade. Ou seja, as professoras teriam flexibilidade para utilizar quanto tempo fosse necessário, de acordo com a dinâmica do componente curricular, para desenvolvimento de atividades práticas. Quando questionadas sobre a importância de fazer atividades práticas durante a graduação, as estudantes referiram enxergar este tipo de oportunidade como forma de ganhar confiança. Entretanto, apesar de referirem que as atividades práticas as instrumentalizam, as estudantes demonstraram insegurança com relação à sua própria prática por citarem que a compreensão de saúde da população está centrada na figura do médico. A prática simulada, através de estudos de documentos ou casos reais, e a utilização de recursos audiovisuais dentro da sala de aula foram referidas, pelas professoras, como estratégias de articulação entre a teoria e a prática. Tais métodos são utilizados com o objetivo de aproximar os estudantes das situações reais sem sair da sala de aula. Estas estratégias são viáveis no processo de aproximação entre teoria e prática. Aqui, cabe mencionar que o vetor 9 do Pró-Saúde aponta as análises de casos reais e simulações como evidências de mudança metodológica, no sentido de qualificar a orientação pedagógica. Entretanto, quando se pensa na integração com cenários de prática, é necessário que estas estratégias sejam consideradas como alternativas e não como únicas – ou predominantes – metodologias de prática, uma vez que o contato direto com a realidade é essencial para a formação, especialmente de profissionais da saúde, que estarão em conexão permanente com pessoas e casos concretos. A esse propósito, o documento de referência do Pró-Saúde reforça que, na formação profissional, deve ser conferida prioridade ao trabalho com a realidade, evitando-se perpetuar práticas de simulação, que quando muito imitam a realidade, sem chegar a reproduzi-la na dimensão complexa da integralidade humana. É importante pontuar que nenhuma estudante referiu as atividades de prática simulada e a utilização de recursos audiovisuais dentro da sala de aula como atividades práticas e nem mesmo como atividades que buscam aproximar a teoria da prática. Este fato nos leva a sugerir que elas não valorizem ou reconheçam estes tipos de estratégias como metodologia prática de ensino. Nesta perspectiva, é necessário que as professoras evidenciem, durante a realização desse tipo de atividade, que elas são sugeridas como forma de aproximação da teoria com a prática, guardadas as proporções e relações entre os diferentes níveis de complexidade. As estudantes e as professoras citaram algumas atividades extracurriculares, especialmente de educação nutricional envolvendo a comunidade, como mecanismos de articulação entre a teoria e a prática em saúde. Considerações finais: O grupo de professoras do curso vem fazendo um movimento no sentido de tentar articular a teoria com a prática em saúde. Entretanto, as atividades práticas relatadas nem sempre são reconhecidas pelas estudantes e não se desenvolvem de maneira integrada e contínua, desfavorecendo o pressuposto do encadeamento de graus crescentes de complexidade para um cuidado integral em saúde. Além disso, muitas das atividades referidas apresentam características que se distanciam da meta do Pró-Saúde, que é a interação ensino-serviço. Nesta perspectiva, é importante criar mecanismos que favoreçam o reordenamento das atividades envolvendo cenários de práticas no âmbito do curso.

7870 AVALIAÇÃO DA REORIENTAÇÃO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL, DE ACORDO COM O EIXO CENÁRIOS DE PRÁTICAS DO PROGRAMA NACIONAL DE REORIENTAÇÃO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM SAÚDE (PRÓ-SAÚDE), EM UM CURSO DE NUTRIÇÃO DO INTERIOR CATARINENSE
Vivian Breglia Rosa Vieira, Carla Rosane Paz Arruda Teo, Fatima Ferretti

AVALIAÇÃO DA REORIENTAÇÃO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL, DE ACORDO COM O EIXO CENÁRIOS DE PRÁTICAS DO PROGRAMA NACIONAL DE REORIENTAÇÃO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM SAÚDE (PRÓ-SAÚDE), EM UM CURSO DE NUTRIÇÃO DO INTERIOR CATARINENSE

Autores: Vivian Breglia Rosa Vieira, Carla Rosane Paz Arruda Teo, Fatima Ferretti

Apresentação: O Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde) incentiva a aproximação entre o ensino e o serviço. Sua essência diz respeito à aproximação da academia com os serviços básicos de saúde, mecanismo fundamental para transformar o aprendizado. O incentivo a essa aproximação é tão evidente que existe um eixo do programa que trata exclusivamente de questões referentes aos cenários de práticas. O eixo cenários de prática, do Pró-Saúde, divide-se em 3 vetores: interação ensino-serviço, diversificação dos cenários do processo de aprendizagem e articulação dos serviços universitários com o Sistema Único de Saúde (SUS). O documento que regulamenta o Pró-Saúde orienta a prática de avaliação dos cursos de formação em saúde, a partir dos vetores, como forma de verificar, sistematicamente, se o nível de cumprimento das metas e objetivos dos cursos estão em consonância com os eixos e vetores do Pró-Saúde. Foi com base nessa afirmativa que se buscou identificar as evidências de reorientação da formação profissional em um curso de Nutrição, segundo os vetores do eixo cenários de práticas do Pró-Saúde. Desenvolvimento: As evidências de reorientação da formação profissional, nesse estudo, foram exploradas a partir da percepção de professores e estudantes de um curso de Nutrição do interior catarinense. Trata-se de um estudo do tipo exploratório descritivo, com abordagem qualitativa. Para a coleta de dados foram utilizadas as técnicas de grupo focal e de entrevista semiestruturada. A elaboração dos instrumentos de pesquisa baseou-se, principalmente, no eixo cenários de práticas do documento que regulamenta o Pró-Saúde. Os participantes foram questionados sobre as ações práticas e sobre os cenários dessas práticas durante o processo de formação. A interpretação dos dados foi realizada a partir da técnica análise de conteúdo temática. Para garantir que todos os aspectos éticos fossem atendidos, o projeto que deu origem a este estudo foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ), sob o protocolo n. 194/14. Participaram da pesquisa nove professoras nutricionistas e nove estudantes. As professoras tinham idade entre 26 e 54 anos. O tempo de formação em Nutrição era de quatro a 30 anos, sendo que a maioria (sete professoras) era formada há mais de 10 anos. As estudantes tinham idade entre 18 e 25 anos. Na época da coleta de dados, uma cursava o 4º período do curso de Nutrição, três cursavam o 6º período, duas estavam no 7º período e as outras três frequentavam o 8º período do curso. Resultado: No vetor integração ensino-serviço foram encontradas evidências de desarticulação com os serviços de saúde, no entanto, observou-se que as professoras dos cursos vêm buscando estratégias que permitam alguma articulação da programação teórica com a prática. Apesar de as professoras referirem que poucas disciplinas da matriz curricular têm carga horária explicitamente destinada para o desenvolvimento de atividades práticas, ficou evidente que elas buscam propor atividades que simulam as práticas, que aproximam os estudantes de profissionais de outras áreas, atividades que se desenvolvem a partir do diagnóstico prévio da realidade, entre outras. De maneira geral, as ações acontecem em poucas áreas disciplinares. As disciplinas que mais associam a teoria com a prática são aquelas elencadas nas áreas de Nutrição Social. Não foram referidas articulações efetivas de duas ou mais disciplinas com o objetivo de otimizar as práticas, ou de conferir-lhes uma perspectiva interdisciplinar. Além disso, as ações práticas não parecem oferecer um grau crescente de complexidade. Este é um dos pontos que mais fragiliza o curso com relação ao vetor integração ensino-serviço. Um aspecto positivo é que não foram encontradas evidências de que as práticas realizadas no curso sejam predominantemente de caráter curativo. De acordo com participantes da pesquisa, as ações práticas, em sua maioria, têm caráter de promoção da saúde. Foram encontradas evidências de que os professores buscam ajustar o cronograma das disciplinas à lógica do serviço, entretanto a participação dos estudantes quando as atividades precisam acontecer no contra turno da matriz curricular é baixa. No vetor diversificação dos cenários do processo de aprendizagem identifica-se que são realizadas atividades extramurais muito isoladas e quantitativamente insuficientes, em unidades do SUS e até mesmo fora delas, durante todo o curso. Um projeto de vivência interdisciplinar e multiprofissional, desenvolvido com estudantes do terceiro semestre do curso, foi referido como única oportunidade de prática dentro de unidades do SUS antes do estágio curricular. Muitas das atividades práticas referidas são propostas a partir da iniciativa dos professores, isoladamente, e acontecem fora dos espaços do sistema de saúde. Poucas delas envolvem equipamentos sociais ou outros espaços que coloquem o estudante em contato frequente e contínuo com a realidade dos serviços e com a comunidade. No vetor articulação dos serviços universitários com o SUS ficou evidenciado que nem mesmo o ambulatório de nutrição da instituição é utilizado como cenário de prática ao longo da formação. Se o ambulatório de nutrição da instituição de ensino fosse articulado com o SUS traria benefícios tanto para a formação acadêmica, pela experiência prática com a realidade do serviço, como para o próprio sistema, que poderia ter suas demandas por atendimento nutricional diminuídas. Considerações finais: Para alcançar o preconizado pelo Pró-Saúde no eixo cenários de práticas, o curso precisa avançar significativamente, principalmente, incrementando ações nos serviços públicos de saúde e em equipamentos sociais, com a participação de todas as áreas disciplinares nessas práticas. É preciso fomentar estratégias de ensino que estabeleçam a relação dos acadêmicos com os locais de práticas, nos diferentes níveis de atenção e em todas as disciplinas do curso, de forma contínua e duradoura. Uma das estratégias que pode ser adotada para que o curso avance no processo de reorientação da formação é a aplicação de uma atividade educativa que envolva todas as disciplinas do semestre e que seja continuada, aumentando sua complexidade, nos semestres subsequentes. O planejamento deste tipo de ação poderia ser centralizado em uma disciplina, com ramificações nas outras disciplinas do semestre. Neste contexto, o acadêmico pode ser incentivado a ter contato com os serviços de saúde, com a comunidade, com equipamentos sociais para desenvolver atividades, por exemplo, a partir de observações participante ou não participante. Posteriormente, os achados trazidos pelos estudantes, poderiam ser trabalhados sob os mais diversos pontos de vistas, nas diversas áreas que envolvem a Nutrição, de maneira organizada e articulada.

7882 POTENCIALIDADES E DESAFIOS VIVENCIADOS POR ESTUDANTES E PROFESSORES NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE NUTRICIONISTAS
Vivian Breglia Rosa Vieira, Carla Rosane Paz Arruda Teo, Fatima Ferretti

POTENCIALIDADES E DESAFIOS VIVENCIADOS POR ESTUDANTES E PROFESSORES NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE NUTRICIONISTAS

Autores: Vivian Breglia Rosa Vieira, Carla Rosane Paz Arruda Teo, Fatima Ferretti

Apresentação: Mesmo após o estabelecimento das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de Nutrição encontram-se, na literatura científica, estudos que apontam evidências de que a formação não contempla as necessidades sociais da saúde, com ênfase no Sistema único de Saúde (SUS). Dados apontados por muitos estudos realizados no Brasil sustentam a premissa de que a reorientação da formação profissional de nutricionistas faz-se necessária. É irrefutável a necessidade de qualificação da formação para fortalecer uma atuação comprometida e competente no sistema de saúde vigente. O presente estudo se construiu, buscando descrever as potencialidades e os desafios, vivenciados por professoras e estudantes, no processo de reorientação da formação profissional, a partir da articulação do ensino com o sistema de saúde brasileiro. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo do tipo exploratório descritivo, com abordagem qualitativa, realizado com estudantes e professores de um Curso de Nutrição de uma universidade comunitária de Santa Catarina. Para a coleta de dados foram utilizadas as técnicas de grupo focal e de entrevista semiestruturada. A elaboração dos instrumentos de pesquisa baseou-se, principalmente, no eixo cenários de práticas do documento que regulamenta o Pró-Saúde. A interpretação dos dados foi realizada a partir da técnica análise de conteúdo temática. Para garantir que todos os aspectos éticos fossem atendidos, o projeto que deu origem a este estudo foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ), sob o protocolo n. 194/14. Participaram da pesquisa nove professoras nutricionistas e nove estudantes. As professoras tinham idade entre 26 e 54 anos. O tempo de formação em Nutrição era de quatro a 30 anos, sendo que a maioria (sete professoras) era formada há mais de 10 anos. As estudantes tinham idade entre 18 e 25 anos. Na época da coleta de dados, uma cursava o 4º período do curso de Nutrição, três cursavam o 6º período, duas estavam no 7º período e as outras três frequentavam o 8º período do curso. Resultado: A análise das falas dos participantes resultou nas seguintes categorias empíricas, que indicam as potencialidades e os desafios identificados: recepção e acolhimento; burocracia na relação ensino-serviço; saturação dos cenários de práticas; participação dos estudantes; ausência de nutricionista nos cenários de práticas; multidisciplinaridade e interdisciplinaridade; utilização do ambulatório de nutrição como cenário de prática e fragmentação dos saberes. Caracterizaram-se como potencialidades: o acolhimento dos estudantes nos cenários de práticas dos municípios da região de inserção da instituição de ensino; a boa receptividade dos estudantes provocada pela ausência de nutricionista na área da nutrição coletiva; além da interdisciplinaridade e multidisciplinaridade promovidas pelos programas e projetos de reorientação da formação profissional e de extensão desenvolvidos na universidade. Os desafios identificados, a partir das falas das professoras e estudantes, foram: a recepção e o acolhimento dos estudantes nos cenários de práticas no município onde a instituição está instalada; o acolhimento da comunidade e de profissionais com relação às orientações técnicas dadas pelos estudantes, principalmente no âmbito da educação alimentar e nutricional; a burocracia e os prazos estabelecidos pelos locais de prática para receber estudantes; a saturação dos cenários de práticas, provocado pela alta demanda de estudantes, de diversos cursos, das diversas faculdades e universidades existentes no município; a baixa participação de estudantes nas atividades propostas pelas professoras em horários diferentes aos do cronograma regular de aulas; a ausência de nutricionistas nos campos de prática da nutrição clínica e social; as concepções limitadas dos conceitos de interdisciplinaridade e multidisciplinaridade apresentadas pelos estudantes; e a fragmentação de saberes provocada pela desarticulação entre as disciplinas do curso. Cabe ressaltar que a recepção e o acolhimento dos estudantes nos locais de prática, pelos profissionais que ali trabalham, foram citados, pelas professoras, como o principal desafio para o desenvolvimento de atividades práticas contínuas, com grau crescente de complexidade. Foi referido que muitas vezes os estudantes são vistos como pessoas que atrapalham o andamento do serviço. Este fato torna evidente a necessidade de qualificar e fortalecer o comprometimento de profissionais da rede com a formação de estudantes. Outro fator interessante apontado pela pesquisa, e que merece ser reforçado, foi que ausência de nutricionista nos cenários de práticas, curiosamente, foi citada como uma potencialidade relacionada à receptividade dos estudantes, em atividades da área da Nutrição Coletiva. Talvez a demanda pelas contribuições técnicas dos estudantes possa estar relacionada com a boa recepção apontada. Os estudantes, neste contexto, podem estar sendo vistos como força de trabalho mais do que como sujeitos implicados em um processo de aprendizagem. Já na área clínica, a ausência de nutricionista nos espaços de prática foi referida como uma dificuldade para a realização de atividades, indicando que, neste contexto, constitui um desafio. Na atenção primária à saúde, o número insuficiente de nutricionistas para acompanhamento de atividades práticas foi também referido como um desafio, especialmente no contexto do estágio. Parece evidente, quando se examinam as potencialidades e desafios percebidos no processo de reorientação da formação profissional, que não são estabelecidas aproximações entre as áreas disciplinares do curso. A formação voltada para o SUS é esperada e precisa estar contemplada em todo o contexto de formação. Para que isso aconteça, todas as áreas disciplinares devem estabelecer vínculo com o sistema público de saúde, além de estarem articuladas entre si. O compromisso, neste sentido, não é apenas de uma área disciplinar, e sim de todas. A fragmentação dos saberes provoca o distanciamento com relação à formação pretendida. Considerações finais: É preciso buscar estratégias para superar os obstáculos encontrados. Avanços são necessários no sentido de vencer, principalmente, as barreiras que tolhem o processo de articulação do ensino com os cenários de práticas, impedindo que o processo de reorientação da formação profissional em saúde aconteça de maneira eficaz. Uma das estratégias essenciais para que isso aconteça está relacionada com o fortalecimento das parcerias e vínculos entre as instituições de ensino e saúde. Ademais, é necessário deixar claro que todas as estratégias criadas devem ser efetivas e duradouras, no sentido de possibilitar que as potencialidades prosperem e se consolidem.

8093 DESAFIOS NA CONSTRUÇÃO DE UMA ENTIDADE DE REPRESENTATIVIDADE ESTUDANTIL EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PRIVADA DE MANAUS (AM) – RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Tarcizio Nascimento Situba, Adriana Duarte de Sousa

DESAFIOS NA CONSTRUÇÃO DE UMA ENTIDADE DE REPRESENTATIVIDADE ESTUDANTIL EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PRIVADA DE MANAUS (AM) – RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Autores: Tarcizio Nascimento Situba, Adriana Duarte de Sousa

Apresentação: Descrever a experiência de um acadêmico do Curso de Graduação em Enfermagem sobre uma vivência em um Centro Universitário, junto a docentes e discentes, no processo de criação do primeiro Centro Acadêmico de Enfermagem e a censura impostas pela instituição na organização do movimento estudantil. Desenvolvimento: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência das ações e dificuldades de consolidar um centro acadêmico sobre o olhar da coordenação do curso diante das políticas estudantis. O acadêmico reuniu informações da importância do movimento estudantil na Universidade, regulamentado pela lei federal nº 7.395 de 31 de outubro de 1985 e orientado pela União Nacional dos Estudantes – UNE no 9º Congresso da UEE Amazonas e mobilizou os estudantes do curso de enfermagem do Centro Universitário do Norte para uma Assembleia Extraordinária, que ocorreu no segundo semestre de 2019 e teve como pauta as problemáticas que o curso enfrentava e a necessidade de ter uma representatividade estudantil no Colegiado da Coordenação da Escola de Saúde da instituição, onde nesta mesma assembleia o acadêmico foi eleito Presidente do centro acadêmico de Enfermagem. O curso possui aproximadamente 2.500 alunos matriculados e na coleta de dados sobre a satisfação com a metodologia de ensino, foram evidenciadas o não cumprimento do plano de ensino, a deficiência na grade curricular, iniciação científica e incentivo à pesquisa-extensão, o aumento de disciplinas EaD, o aumento abusivo na cobrança de mensalidades, a falta de aulas práticas em ambiente clínico-hospitalar impedindo que os estudantes tenham contato com o campo de estágio e visitas técnicas limitando o conhecimento e a formação desses estudantes. Em oposição a organização dos estudantes, a coordenação do curso confessou não ter conhecimento a respeito das organizações estudantis e intimidada impediu que os estudantes entrassem em sala de aula, realizassem reuniões e qualquer atividade dentro da instituição em nome do centro acadêmico democraticamente eleito e com as documentações devidamente regularizadas, alegando que o regulamento institucional não prevê a criação de diretório acadêmico. Resultado: Insatisfeitos com a decisão da coordenação da instituição e em solidariedade, o centro acadêmico recebeu apoio direto do Conselho Regional de Enfermagem-Am, do Comitê Estudantil da ABEn – Seção Amazonas e de todos os centros acadêmicos de enfermagem das outras instituições de Ensino Superior do Amazonas que fizeram atos públicos e notas solicitando que a Intuição corrija-se e retrate-se. A Reitoria do Centro Universitário reformulou seu regulamento institucional e acrescentou a importância do CA, DA e DCE na instituição, o reconhecimento demorou 7 meses para acontecer. Considerações finais: Reiterando que tal vivência enriqueceu a construção política-estudantil do relator e envolvidos, incentivando a defender a Educação de qualidade pensando nos futuros profissionais, lutando por um ambiente universitário livre de intolerância, discriminação e qualquer tipo de preconceito tornando-se um estudante mais politizado e consciente de seus direitos e deveres.

8101 METODOLOGIAS ATIVAS NA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DE ENFERMAGEM
RUHENA KELBER ABRAO FERREIRA, Diogo Amaral Barbosa, Raylton Aparecido Nascimento, Kauanna Kelly Barbosa

METODOLOGIAS ATIVAS NA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DE ENFERMAGEM

Autores: RUHENA KELBER ABRAO FERREIRA, Diogo Amaral Barbosa, Raylton Aparecido Nascimento, Kauanna Kelly Barbosa

Apresentação: Este artigo avalia a utilização das metodologias ativas no ensino de Enfermagem e a capacidade destas de desenvolver habilidades e competências preconizadas pelos dispositivos que regem a atuação profissional e as estratégias de assistência à saúde em Enfermagem. Objetivo: Identificar qual a metodologia ativa mais utilizada e como ela contribui ao ensino de Enfermagem. Método: Trata-se de uma revisão de literatura integrativa de abordagem qualitativa realizada a partir de pesquisa bibliográfica nas bases de dados Scielo, Medline e LILACS, selecionados os relatos de experiência. Resultado: Conforme levantamento bibliográfico realizado, o estudo demonstrou que a metodologia ativa mais utilizada é a Metodologia da Problematização (MP), com 40% dos relatos de experiência encontrados, seguida por simulação realística (n=2; 20%), os recursos audiovisuais e softwares (n=2; 20%) e as rodas de conversa (n=2; 20%). A MP propicia o desenvolvimento de habilidades e competências importantes para a formação acadêmica e profissional em Enfermagem, sendo considerada uma das metodologias ativas mais amplas e mais completas, pois contém ferramentas e métodos voltados tanto para o ambiente da sala de aula quanto para a própria atuação do enfermeiro. Considerações: As experiências relatadas nos estudos demonstram que o uso de metodologias ativas tem muito a somar no desenvolvimento de habilidades e competências importantes aos egressos do ensino superior e pós-graduandos. Ressalte-se que os métodos ativos são de fundamental importância na formação ética-profissional e humanística dos enfermeiros.

8109 MONITORIA NA ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA E COMUNIDADE: UM OLHAR SOBRE AS EXPERIÊNCIAS NAS COMUNIDADES TRADICIONAIS
Dejayne Oliveira de Sousa, Eluane Katriny Silva de Sousa, Sílvia Letícia Gato Costa

MONITORIA NA ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA E COMUNIDADE: UM OLHAR SOBRE AS EXPERIÊNCIAS NAS COMUNIDADES TRADICIONAIS

Autores: Dejayne Oliveira de Sousa, Eluane Katriny Silva de Sousa, Sílvia Letícia Gato Costa

Apresentação: A monitoria é uma metodologia de ensino-aprendizagem que contribui para a formação do discente, proporcionando-l um instrumento que lhe permite perceber o elo entre ensino, pesquisa e extensão, além de poder despertar-lhe o interesse pela docência. Permite, ainda, que o monitor desenvolva autonomia, enriquecimento do saber e práticas pedagógicas, por meio do acompanhamento das atividades realizadas. O objetivo deste resumo é relatar a experiência da monitoria na Especialização em Saúde da Família e Comunidade. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência de monitoria, com abordagem reflexiva, de cunho descritivo. A monitoria ocorreu durante o período de um ano, em uma turma de Especialização em Saúde da Família e Comunidade, do Programa Nacional de Reforma Agrária (PRONERA), por meio da Universidade Federal do Pará. A Especialização em Saúde da Família e Comunidade foi voltada para as populações do campo, da floresta e das águas do Oeste do Pará, sendo que grande parte dos discentes era proveniente de comunidades pertencentes a áreas abrangidas por reforma agrária. As atividades realizadas ocorreram em dois momentos: Tempo Escola, desenvolvidas na Universidade; e Tempo Comunidade, desenvolvidas, como o próprio nome diz, nas comunidades dos respectivos alunos. A monitoria consistia no acompanhamento dos alunos ao longo das atividades na universidade e nas comunidades, orientação aos pós-graduandos e organização de fóruns. Resultado: Durante a vigência da monitoria, foi possível auxiliar as atividades realizadas pelos pós-graduandos nas comunidades em que estavam inseridos. Eles utilizavam como metodologia de trabalho o Planejamento Estratégico Situacional (PES) nas comunidades,  ferramenta que permite fazer um diagnóstico situacional sobre um território, de modo a permitir  a identificação, o levantamento, a priorização e a explicação dos problemas das comunidades. O PES ainda possibilitou que os problemas fossem resolvidos em suas raízes a fim de eliminá-los completamente, além de permitir que diversos atores participem desse processo. A Especialização em Saúde da Família e Comunidade proporcionou, ainda, a realização de quatro fóruns de Atenção Básica, nas cidades de Santarém, Oriximiná, Juruti e Óbidos, na região do Oeste do Pará. Nesses fóruns foi discutida a realidade das populações do campo, da floresta e das águas, possibilitando aos alunos da especialização apresentarem o diagnóstico realizado nas comunidades, abordando problemas relacionados a saúde, educação, saneamento básico, meio ambiente, os quais impactam diretamente a saúde das populações. Dessa forma, os fóruns provocaram discussões, entre diversos setores das cidades, sobre os determinantes em saúde e  sua importância para a saúde da população, além de proporcionar o entendimento de que saúde não é apenas a ausência de enfermidades, mas um conceito bem mais ampliado. Considerações finais: A vivência nas atividades da Especialização promoveu o conhecimento da realidade das comunidades do campo, da floresta e das águas, levando ao entendimento das peculiaridades e especificidades dessas populações. Promoveu, ainda, um aprendizado maior sobre a região amazônica e sua pluralidade, com troca de experiências entre professores, monitores e, em especial neste relato, com as populações das comunidades, sendo enriquecedora para o crescimento pessoal, intelectual, humano e profissional. Algo que, dificilmente, os muros da universidade proporcionariam.

8322 A INTERDISCIPLINARIDADE COMO UM DESAFIO NA FORMAÇÃO DE RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS EM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA AMAZÔNIA
ana beatriz pedroso brito, rui massato harayama, Irla Nogueira dos santos, Marina Smidt Celere Meschede

A INTERDISCIPLINARIDADE COMO UM DESAFIO NA FORMAÇÃO DE RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS EM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA AMAZÔNIA

Autores: ana beatriz pedroso brito, rui massato harayama, Irla Nogueira dos santos, Marina Smidt Celere Meschede

Apresentação: A interdisciplinaridade é um desafio dentro do sistema de saúde por se tratar de ações que devem ser desenvolvidas por todos os profissionais de saúde para assim oferecer serviços de saúde aos usuários assim como previstos na Lei 8080/1990 do Sistema único de Saúde. No entanto, por falta de incentivos gestores, altas demandas de trabalho, falta de profissionais, entre outros percalços no processo de trabalho, acabam havendo dificuldades na implementação dessa modalidade de atuação dos profissionais de saúde. Diante de tamanha importância deste assunto, esse trabalho tem como objetivo relatar a experiência como residente multiprofissional em estratégia saúde da família frente a interdisciplinaridade. Estudo observacional e descritivo tipo relato de experiência, com abordagem crítico-reflexivo sobre a vivência no Programa de Residência Multiprofissional em estratégia Saúde da Família pela Universidade Federal do Oeste do Pará, no município de Santarém-Pará, realizado no contexto de uma unidade básica de saúde da família. Ao adentrar ao serviço de saúde estando numa linha tênue entre ser profissional e aluno é possível observar de diferentes formas o processo de trabalho das equipes de saúde. No primeiro ano da residência os residentes do programa realizam atividades em conjunto conhecendo o ambiente de prática no qual estão inseridos. Durante essa etapa observou-se a atuação bastante delimitada entre as profissões que são um tanto que diversas, assim como propõe a Política Nacional de Atenção Básica (2017), (PNAB). No entanto, a interprofissionalidade é um grande desafio dentro das equipes, pois diante das altas demandas no serviço de saúde os profissionais acabam voltando suas atividades à assistência concentrando-se em suas condutas específicas, o que limita inclusive a implementação da PNAB, a qual traz como atribuição comum aos profissionais a prática de consultas compartilhadas, clínica ampliada, matriciamento entre outras práticas que estejam de acordo com as necessidades da população. A formação de residentes multiprofissionais em estratégia saúde da família possui um desafio voltado a interprofissionalidade por conta do cenário de prática, porém esse desafio pode ser superado através de atividades propostas pela residência como discussão de casos, visitas domiciliares com toda a equipe, entre outras ações de acordo com a necessidade da população e a disponibilidade da equipe para fortalecerem os serviços de saúde e por consequência suas formações. Além disso, observa-se a necessidade de capacitações que abordem essa temática para instigarem os profissionais de saúde a inserirem em seu cotidiano a interdisciplinaridade que pode ser desafiadora por conta do envolvimento de toda a equipe, mas que fortalecerá ainda mais o sistema único de saúde.

8951 ABRAÇOS GRÁTIS - AÇÃO HUMANIZADA DE ACOLHIMENTO NO CONTEXTO ACADÊMICO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Jessica Paloma Cardoso Bastos, Ewellin Beatriz Galhardo Rego, Victoria Sophia Alves Silva, Beatriz Pereira Malcher, Bárbara Alves Ruela de Azevedo Ruivo

ABRAÇOS GRÁTIS - AÇÃO HUMANIZADA DE ACOLHIMENTO NO CONTEXTO ACADÊMICO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Jessica Paloma Cardoso Bastos, Ewellin Beatriz Galhardo Rego, Victoria Sophia Alves Silva, Beatriz Pereira Malcher, Bárbara Alves Ruela de Azevedo Ruivo

Apresentação: No ambiente acadêmico, o resolver dos problemas se faz imperioso. Podemos destacar que os acadêmicos passam por momentos de mudança, desenvolvimento, frustração, crescimento, temores e angústias. Assim, o ambiente que contribuiria na evolução do saber e ser a base para as suas experiências de formação profissional se torna, por vezes, o desencadeador de patologias psíquicas, quando ocorre uma extrapolação do problema do estresse acadêmico nós estudantes. Parte-se do fato que nos tempos atuais grande parte dos estudantes do ensino superior se adequam a jornadas extensas e cansativas, devido ao fato de que em sua maioria os mesmos trabalham, estudam e possuem afazeres pessoais, desse modo desencavando problemáticas relacionadas ao estresse, tais como irritação, impaciência, desmotivação, queda de produtividade etc. (MONTEIRO; 2007). A ansiedade é identificada por um padrão de incondicionamento destacado por uma gama de reações fisiológicas referentes à emissão de comportamentos de luta e fuga, diante de situações de perigo geradas por diversos fatores estressores. Tais fatores podem desencadear diferentes reações organicas e psíquicas, sendo que essas vêm a tona frente a um "gatilho" de estresse. A psicoterapeuta Virgínia satir têm uma famosa frase que diz: precisamos de 4 abraços por dia para sobreviver, 8 abraços por dia para nós manter e 12 abraços por dia para crescer. A simples conexão física do abraço libera ocitocina suficiente para relaxar os músculos e aliviar dores, reduzindo também a pressão arterial e diminuindo os níveis de cortisol, conhecido como hormônio do estresse. A saúde do celebro também é significativamente melhorada em pessoas que abraçam mais porque a ocitocina é liberada aumentando o poder de memória e ajudando o cérebro a encontrar equilíbrio e serenidade. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada em uma ação humanizada em alusão ao dia do abraço realizada com os acadêmicos em uma instituição privada de ensino superior em Belém. Descrição da Experiência: consiste em um relato de experiência desenvolvido por acadêmicas de enfermagem do oitavo período e participantes da Liga Acadêmica de Educação em Saúde – LAES, a partir da vivência durante a ação humanizada realizada pela LAES em alusão ao dia do abraço comemorado no dia 21 de maio. A ação foi realizada no dia 21 de maio de 2019 com os acadêmicos em uma instituição de ensino superior privada. A atividade foi pensando após conversa e debates sobre os benefícios do abraço e seu impacto na saúde, foi discutida a possibilidade de realizar a atividade do Abraço Grátis a fim de estabelecer acolhimento e vinculo afetivo entre aos alunos. Inicialmente foram produzidos plaquinhas e cartazes com os dizeres “Abraço Grátis” posteriormente também foram feitos brindes para ser dado as pessoas que tiverem a iniciativa de dar um abraço no intuito de promover reações positivas que remetessem ao sentimento de recompensa ao acolher uma pessoa desconhecida. Com isso, a fim de abranger a maior quantidade e diversidade de pessoas, os integrantes da LAES foram divididos em grupos que atuariam nos turnos matutino, vespertino e noturno. Dessa forma, apesar de gerar estranheza em algum dos participantes, o experimento foi com sucesso iniciado e, obteve uma ótima recepção da maioria dos estudantes. Alguns acadêmicos além de apresentarem a reação de surpresa, agradeceram o abraço e relataram que estavam precisando dessa demonstração de afetividade, pois estavam passando por momentos difíceis tanto dentro de casa como na própria instituição de ensino, que além das avaliações semestrais há as extensões do curso, acarretando em  ansiedade, estresse e até mesmo idealizações suicidas em casos mais avançados. Infelizmente as doenças mentais estão cada vez mais presentes conforme o passar dos anos, o ritmo frenético da sociedade atual, trás suas consequências e os jovens estudantes do ensino superior não escapam delas, outros em uma conversa após a experiência do abraço se abriram contando da frustração vivenciada no ambiente familiar e que além da família não apoiar a graduação no ensino superior privado, crítica toda e qualquer ação desempenhada pelo acadêmico. Resultado: A atividade teve uma excelente aceitação por parte da maioria das pessoas, alguns dos individuals que no primeiro momento demonstraram estranheza acabaram aderindo ao abraço e ficaram satisfeitos com a ação e debateram sobre a importância da atividade no ambiente universitário. Pode-se observar que não há muitos relatos de ações humanizadas direcionadas a estudantes que estão fazendo a graduação e que é preciso haver um olhar mais específico na saúde mental desta classe. Contudo as manifestação de atenção precisam ser tomadas pelas instituições por completo e não somente por grupos organizados de apoio vinculados ou não as entidades de ensino. Os próprios integrantes da ação, afirmaram sentir um grande bem estar depois da demonstração de afeto, a maioria agradeceu ao afirmar que no momento em que estava vivendo, precisava de um abraço, para se sentir acolhido em meio as grandiosas exigências do mundo, mesmo sendo de uma pessoa desconhecida. Os funcionários da instituição acabaram se envolvendo na ação, houve relatos de que na maioria das vezes não recebem um cumprimento como: “Bom dia” e se sentem excluídos no seu próprio ambiente de trabalho. A ação repercutiu de tal modo positivamente, que os participantes sugeriram que fossem feitas mais mobilizações no sentindo de amparar o lado emocional e psicológico dos estudantes universitários de modo geral e ainda apontaram a importância do mesmo no contexto atual no qual os acadêmicos do Brasil inteiro estão imersos. Considerações finais: A entrada em uma instituição de ensino superior por si mesma ocasiona desconforto, para muitos é a primeira vez morando longe de casa, afastado de familiares e amigos. A mudança pode afetar mais uns alunos do que outros, já que uma parte deles tem dificuldade em socializar ou em atender todas as exigências de uma graduação. Mesmo com todos os apelos sobre a inegável necessidade da humanização, do cuidado em relação a saúde dos acadêmicos, são poucas as referencias e técnicas, encontradas nos acervos científicos. Crises econômicas, familiares, preconceito e falta de apoio, refletem espantosamente no rendimento dentro e fora de sala de aula, piorando ainda mais a falta de autoestima e a ansiedade comumente presente na vida dos estudantes acadêmicos. As ações humanizadas são extremamente importantes dentro das entidades de ensino superior, não apenas em época de alusão a prevenção do suicídio, mas como em diversos períodos do ano. Plantões de assistência psicológica poderiam ser vistas como uma alternativa complementar de grande peso e o treinamento dos docentes e funcionários para com o acolhimento dos estudantes do início do curso até seu término. 

8978 METODOLOGIA ATIVA NO ENSINO SUPERIOR: A ELABORAÇÃO COMO MEIO DE APRENDIZADO
Thiago Bentes de Souza, Ana Francisca Ferreira da Silva, Danilo Esteves Gomes, Ligia Rebecca Mota Amorim, Karina Cristina Carvalho Dos Santos, Marcos Rossi da Silva

METODOLOGIA ATIVA NO ENSINO SUPERIOR: A ELABORAÇÃO COMO MEIO DE APRENDIZADO

Autores: Thiago Bentes de Souza, Ana Francisca Ferreira da Silva, Danilo Esteves Gomes, Ligia Rebecca Mota Amorim, Karina Cristina Carvalho Dos Santos, Marcos Rossi da Silva

Apresentação: As metodologias ativas de ensino-aprendizagem, surgem decorrentes do cenário de evolução da educação, sendo utilizadas várias estratégias para obter a máxima performance do aluno. Objetiva-se descrever a experiência de discentes do 3º período no curso de Medicina da Universidade Federal do Amazonas, por meio de uma metodologia ativa aplicada a um assunto da embriologia, como método de levar o acadêmico a desenvolver a pesquisa e o aprendizado consequentemente. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência do projeto de criação de um recurso didático acerca de um tema na matéria de “Embriologia”. Com o propósito de assegurar o acesso do conhecimento e o seu próprio entendimento do assunto de maneira mais simplificada, seguindo assim uma metodologia ativa descrita principalmente como “técnica de grupo operativo”. Dividimos a produção desse relato em etapas para que pudéssemos enfatizar pontos importantes no decorrer dessa experiência. Em um primeiro momento, o grupo teve em sua posse tópicos sobre o tema “imunidade da placenta”, sendo então divididos entre os integrantes para uma pesquisa mais aprofundada. Em seguida, houve uma reunião dessas informações para que todos os componentes das equipes estivessem ao mesmo nível de conhecimento básico sobre a asserção. Em um segundo momento, o grupo se reuniu com a prerrogativa de escolher um material didático a ser confeccionado. Buscando abranger duas características essenciais: estética e facilidade de manuseio, possuindo conteúdo complexo de forma mais acessível para obter  a sensibilização e atenção do público-alvo do material. Sendo assim, foi decidido a confecção do livro interativo em conjunto com um roteiro completo no final deste, permitindo que o público alvo tenha, além da interatividade do livro, um acervo de revisão dos conceitos contidos na obra. Em um terceiro momento na produção do material, o livro foi confeccionado inteiramente de forma artesanal, com a utilização principal de papel cartão e papel EVA, entre outros materiais. Sendo assim exigido da habilidade manual e criatividade dos alunos, especialmente no que diz respeito à assimilação de um conteúdo teórico com a criação de ilustrações. Os conceitos foram adicionados ao trabalho de forma que um acadêmico, folheando o calhamaço, pudesse relacionar aquela informação ao conteúdo inteiro. Foram confeccionados também “gatilhos de surpresa”, os quais são fichas descritivas com posicionamento estratégico em áreas com movimento (em uma forma artística em técnica pop-up), os quais vieram a contribuir para a apresentação do material à docente e aos outros discentes. Esta apresentação oral, com caráter avaliativo, exigido pela matéria, completou a experiência da elaboração do material didático, onde os alunos puderam de fato colocar em prova a relevância da elaboração desta técnica de metodologia ativa, sendo o material então utilizado como forma de explicar o tema aos outros discentes da matéria. Resultado: E RELEVÂNCIA: A experimentação na construção de um material didático configurou-se, para os discentes, como um meio para aprofundar conhecimentos acerca das concepções teóricas do tema (Imunologia Gestacional), além de proporcionar o entendimento e compreensão quanto ao funcionamento e benefícios da Metodologia Ativa, favorecendo, dessa forma, o processo de ensino-aprendizagem. Inicialmente, na fase de pesquisa e seleção dos tópicos abordados, os discentes identificaram certa dificuldade na compreensão dos conteúdos. No entanto, ao iniciarem a confecção do material didático escolhido, foi unânime a percepção de uma melhora significativa no entendimento dos assuntos. Tal fato evidenciou que práticas didáticas utilizando estratégias tradicionais, como trabalho escrito e apresentação formais, já não suprem completamente as necessidades dos estudantes do ensino superior, cujos conteúdos apresentam-se de forma bastante complexa. Além disso, a motivação foi outro fato observado pelos discentes durante a confecção do livro didático. Ao contrário de práticas didáticas tradicionais, a utilização da metodologia ativa, através da construção do livro, motivou os estudantes a atender novos desafios e exigências, uma vez que se sentiram incentivados durante o processo de criação, visto que diversas habilidades, como as artísticas, foram descobertas e/ou exploradas. Ademais, devido a motivação proveniente da construção do material didático, os alunos se sentiram estimulados a pesquisar teorias e a discutir entre si o conteúdo, comprovando que quando os estudantes se sentem incentivados, eles se comprometem com o próprio aprendizado, tornando-se mais ativos, despertando o desejo de participação. Com relação a apresentação oral, também se constatou grandes benefícios ao se escolher um método menos formativo. O uso da metodologia ativa mostrou-se eficaz não somente como sendo uma via de construção de conhecimento teórico, mas também de interação. Como o processo criativo foi essencial para que os alunos compreendessem e se familiarizassem com o conteúdo, eles se sentiram mais seguros e confiantes para apresentar. A produção  do livro didático não apenas dinamizou a apresentação, mas atraiu a atenção e facilitou o aprendizado dos ouvintes. Em suma, observa-se que a aquisição de um conhecimento teórico pode ocorrer de diversas maneiras, expandindo-se muito além dos métodos tradicionais de ensino. Para os estudantes de medicina do terceiro período da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a confecção e a apresentação do livro didático configuraram-se como um método ativo e criativo na aprendizagem da disciplina de embriologia, bem como direcionou os alunos para o estudo e organização das ideias, expondo-os à uma situação de aprendizagem. Considerações finais: É possível compreender que são vastas as alternativas implementadas no ensino para otimizar o aprendizado escolar. Tais artifícios se fazem presentes em muitos níveis da graduação, em especial no curso de Embriologia Médica na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), através das escolhas progressivas que resultou em uma compreensão do assunto e, deste modo mostrou-se a eficácia de um ensino personalizado. Toda essa experiência foi de suma importância para todos nós integrantes, pois a prática pedagógica democrática baseada nos pilares da metodologia ativa que são a autonomia, liberdade, coletividade e pro atividade, nos permitiu um lugar de agente principal do nosso aprendizado, bem como ao professor uma relativização na hierarquia. Criando uma atmosfera horizontal, onde o saber pode ser encabeçado por qualquer uma das partes envolvidas. Dessa forma, o resultado mostrou-se positiva para todos. A preferência por metodologias ativas é um dos caminhos que uma instituição pode adotar para superar entraves antigos e evoluir, junto a sua parte viva, os alunos e mestres, para construção de um futuro promissor.

9234 SOBRE AFETOS E OLHARES DO ENCONTRO COM A RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL
Letícia Maísa Eichherr, Marina Medeiros Pombo

SOBRE AFETOS E OLHARES DO ENCONTRO COM A RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL

Autores: Letícia Maísa Eichherr, Marina Medeiros Pombo

Apresentação: Esta escrita-manifesto traz olhares de duas psicólogas que vivenciaram, em tempos diferentes, a Residência Multiprofissional em Saúde da Criança, com transversalidade em violências e vulnerabilidades, do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e que seguem sendo afetadas por esta formação transformadora, mas temerosas com o desmonte das políticas públicas e seus efeitos na vida cotidiana e em espaços de educação em saúde, como a Residência. Já dizia Eliane Brum, “o mundo é salvo por um olhar”. No caso desta Residência, o sentido da formação foi de construir um olhar sensível e atento às complexidades de mundos infantis, em contextos de vulnerabilidades e em situações de violências, sem utopia de salvar o mundo, mas possibilitando tecer redes capazes de olhar e acompanhar a singularidade das trajetórias de vidas. Para isto, foi essencial a inserção em serviços de diferentes níveis de complexidade do SUS (hospital, serviço especializado, atenção básica) e da rede intersetorial (Sistema Único de Assistência Social), corroborando com a ideia de itinerância e do cuidado no território, onde acompanhamos crianças e suas famílias e seus passos e encruzilhadas nos caminhos para o acesso às políticas públicas após situações de violência ou da necessidade de garantia de direito. Entendemos, assim como diversos autores, que a violência deve ser pensada na sua complexidade e multicausalidade, sendo muito importante, enquanto residentes, a experimentação em diferentes serviços com diferentes profissionais e áreas de conhecimentos. O olhar sensível se construiu na possibilidade de comunicação entre os serviços e na efetivação de um trabalho em rede, nos dando conta das limitações e das possibilidades de cada espaço e das sutilezas dos atravessamentos ético-políticos no cotidiano do trabalho com situações de violações de direitos das crianças. Passados alguns anos do término da Residência Multiprofissional, percebemos que até pouco tempo o aprendizado desta formação em saúde nos possibilitava a prática fora dela como equilibristas nas redes da cidade porém, atualmente, Porto Alegre, assim como boa parte do país, vive o desmonte de seus serviços públicos - em especial de saúde mental infantojuvenil - dificultando o olhar sensível e um encaminhamento respeitoso às histórias de vida que chegam aos nossos atuais locais de trabalho. Nosso olhar clama resistência. Nosso olhar clama acolhimento - tal qual preconizado na Política Nacional de Humanização. Um olhar que preza pelo cuidado nas diferenças e que vê que a ascensão do neoliberalismo tem deixado bem explícito aqueles que as políticas públicas (não)olham. Nos manifestamos para que as Residências Multiprofissionais sigam como espaços de resistência e de formação em saúde que considerem a conjuntura e o impacto social dos desmontes e as expressões da questão social que se complexificam com os marcadores sociais da diferença que interseccionam os corpos dos sujeitos crianças, adolescentes e adultos que se encontram conosco nos espaços que ocupamos como profissionais. Que as Residências Multiprofissionais se proponham à intersetorialidade e interprofissionalidade para além de especialismos que fomentam corte e recorte de saberes e fazeres. Que sigamos refletindo sobre as micropolíticas possíveis em tempos sombrios.