516: Educação Permanente: a energia que transforma realidades
Debatedor: KENIA LARA DA SILVA
Data: 29/10/2020    Local: Sala 14 - Rodas de Conversa    Horário: 16:00 - 18:00
ID Título do Trabalho/Autores
5622 EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL OBSTÉTRICA E NEONATAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Anderson Lima Cordeiro da Silva, Diorges Boone da Silva, Heriederson Sávio Dias Moura, Claucione de Queiroz Izel

EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL OBSTÉTRICA E NEONATAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Anderson Lima Cordeiro da Silva, Diorges Boone da Silva, Heriederson Sávio Dias Moura, Claucione de Queiroz Izel

Apresentação: Compreende-se como Educação Permanente em Saúde um conjunto de estratégias com finalidade de transformar o processo de trabalho, a fim de torna-se um lugar de atuação crítica, reflexiva, propositiva, compromissada e tecnicamente competente. O presente relato objetiva-se em descrever a experiência vivenciada por acadêmicos de enfermagem frente a coordenação de educação permanente em saúde em Manaus. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência vivenciado por um período de um ano e oito meses em uma Maternidade de Referência situada na cidade de Manaus/Amazonas. Resultado: A vivência da educação permanente proporcionou conhecer a rotina do setor, entender sobre qualidade assistencial em saúde e sobre gerenciamento e administração hospitalar. Em um primeiro momento realizou-se uma avaliação diagnostica para identificar as problemáticas da maternidade. Com isso, pôde ser realizado a elaboração do plano de ações para os problemas enfrentados. Sendo assim, deu-se início a realização de capacitações aos servidores da unidade, do tipo: comemoração à semana de enfermagem e mostra cientifica com finalidade de integrar acadêmicos e profissionais, e para fomentar a elaboração de projetos de pesquisa, visto que a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza uma assistência baseada nas mais atuais evidências cientificas. Posteriormente, foi realizada a oficina de diversidades étnicas, culturais e vulnerabilidade social a fim de capacitar a equipe multiprofissional para a compreensão e manejo das usuárias de acordo com a peculiaridade de cada indivíduo, tendo em vista que a experiência ocorreu no Estado do Amazonas, onde há uma vasta diversidade de povos quilombolas, indígenas, imigrantes etc. Também foi realizado o workshop de classificação de Robson, corroborando para a tentativa de minimizar as incidências de cirurgias cesarianas. Houve a realização da capacitação profissional: acolhimento e classificação de risco em obstetrícia, objetivando a melhoria a forma que a usuária seria acolhida e classificado de acordo com a sua necessidade de atendimento. Sendo assim, houve outras capacitações profissionais que tinham como propósito melhor a qualidade assistencial obstétrico e neonatal. Considerações finais: Após a realização das ações foi possível observar o desenvolvimento do processo de trabalho e a melhoria do modelo assistencial. Com isso, houve o alcance dos resultados esperados. No entanto, nem todas as ações obtiveram aceitações positivas de algumas categorias profissionais, que se faziam irredutíveis e inflexíveis as mudanças. Porém, ainda assim a educação permanente é um instrumento fundamental para a mudança das práticas desnecessárias, favorecendo o protagonismo e satisfação da mulher assistida na unidade.

5916 PROMOVENDO SAÚDE SOBRE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL PARA FUNCIONÁRIOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR E TRABALHADORES DE UMA EMPRESA AUTOMOBILÍSTICA DO RECIFE: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Maria Eduarda Soares Viana

PROMOVENDO SAÚDE SOBRE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL PARA FUNCIONÁRIOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR E TRABALHADORES DE UMA EMPRESA AUTOMOBILÍSTICA DO RECIFE: RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Autores: Maria Eduarda Soares Viana

Apresentação: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a doença que mais leva a óbito os brasileiros, sendo considerada a principal causa de incapacidade e internações no mundo1. Ocorre quando os vasos que levam sangue ao cérebro obstruem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea e consequentemente, sem oxigênio. É uma doença que acomete mais o sexo masculino e atinge com mais frequência indivíduos com idade superior a 60 anos. Quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento do AVC, maiores serão as chances de recuperação completa. O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos, já o hemorrágico é responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico2. Objetivo: Compartilhar a experiência da ação de um projeto de extensão sobre o Acidente Vascular Cerebral (AVC) para funcionários da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) e trabalhadores de uma empresa automobilística do Recife. Método: Trata-se de um relato de experiência sobre ações de conscientização e prevenção realizadas por estudantes de áreas interdisciplinares através do projeto de extensão Pense Bem AVC. Resultado: O projeto de extensão intitulado como “Pense Bem AVC – FPS” tem como objetivo trazer para a população conhecimentos gerais sobre a doença, com foco maior na explanação da prevenção baseada nos fatores de risco bem como a identificação dos sinais e sintomas para um rápido socorro da vítima. Todas as ações eram supervisionadas por algumas das coordenadoras e monitoras do projeto. As atividades prosseguiam-se com distribuição de um breve questionário contendo algumas perguntas sobre o tema com o objetivo de analisar o nível de conhecimento e dúvidas os ouvintes. Notou-se que com esse formato de abordagem, ouve uma maior interação entre o público-alvo e os estudantes ali presentes, tornando-se uma apresentação mais dinâmica e de grande interesse por parte dos ouvintes. Nas ações realizadas, foi observado um considerado número de participantes que declararam conhecer pessoas que tenham sofrido AVC, o que só confirma os dados alarmantes de casos ocorrentes de acidente vascular cerebral, além da grande importância de promover cada vez mais educação em saúde sobre essa patologia e orientar para as prevenções necessárias. Resultado: O AVC pode ser prevenido através da redução dos fatores de riscos causador do mesmo, por isso a importância da equipe multidisciplinar como propagador dessa informação. Tendo em vista que existe uma escassez de informações consolidadas pelos cidadãos sobre o tema AVC, de acordo com as dúvidas frequentes apontadas pelo público-alvo alcançado pelo projeto, é considerada importante então, a divulgação dos fatores de risco, sinais e sintomas, prevenção, além de transmitir informações sobre o socorro, hospitais de Referência e reabilitação. Com a propagação dessas informações, acredita-se que as ações interdisciplinares proporcionadas por estudantes da FPS, obtiveram positivamente, grande impacto na aquisição de conhecimentos e informações por parte dos ouvintes.

6903 A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NOS TERRITÓRIOS SUL-AMERICANOS: CONSTRUINDO REDES ENTRE PERNAMBUCO - BR E MONTEVIDEO – UY.
Flaviano Palmeira

A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NOS TERRITÓRIOS SUL-AMERICANOS: CONSTRUINDO REDES ENTRE PERNAMBUCO - BR E MONTEVIDEO – UY.

Autores: Flaviano Palmeira

Apresentação: Esse estudo tem como objetivo analisar minha vivência enquanto residente brasileiro no sistema de saúde publica do Uruguai e, assim, contribuir para a reflexão da área no sentido do fortalecimento de sua produção, e, ainda, estimular outros profissionais em processo de formação a realizarem intercâmbio na América Latina. Trata-se de um estudo qualitativo de inspiração cartográfica, com uso de mapa analítico. O cenário do estudo foram os processos formativos em saúde, durante as experiências no programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva da Prefeitura da Cidade do Recife e no intercâmbio vivenciado no Sistema de Saúde Publica na Cidade de Montevideo-Uruguai. A elaboração desse artigo seguiu em três etapas, a saber: a) revisitar os diários de campo contendo elementos das atividades e experiências vivenciadas, b) problematização dos conteúdos que foram mais significativos, que apontavam para vivências significativas; que culminaram na  construção de mapa analítico, contendo três planos ou platôs  - momento de preparação, chegada ao território e trocas-, e d) a análise de inspiração cartográfica do mapa, com escolha dos conceitos-ferramenta com a e produção do texto. Para o desenvolvimento e reflexão dos escritos, utilizo alguns conceitos que fui me aproximando durante minhas caminhadas formativas, são eles: Formação e Educação Permanente em Saúde articulados à Micropolítica e gestão do cuidado em saúde, com destaque para conceitos de afecção e desterritorialização. Experiências como essa reforça a importância da aproximação e integração de estudantes e trabalhadores a estarem vivenciando outros processos formativos de produções de cuidado, principalmente no cenário latino-americano, garantindo a ampliação das trocas de saberes e produzindo novos olhares. São nesses encontros, com o outro e outras, que podemos convocar em nós a possibilidade de aprender e produzir coisas novas. Palavras-chaves: Educação permanente na saúde, Micropolítica, afecção e desterritorialização.

6995 CONVERSANDO SOBRE EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE E PRÁTICAS COLABORATIVAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PET-SAÚDE/INTERPROFISSIONALIDADE
Manuela Valverde Fernandes

CONVERSANDO SOBRE EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE E PRÁTICAS COLABORATIVAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PET-SAÚDE/INTERPROFISSIONALIDADE

Autores: Manuela Valverde Fernandes

Apresentação: A Educação interprofissional em saúde (EIP) envolve dois ou mais profissionais que aprendem juntos de modo interativo para melhorar a colaboração e qualidade da atenção à saúde. A prática colaborativa ocorre quando profissionais de saúde de diferentes áreas prestam serviços com base na integralidade da saúde, envolvendo os pacientes, suas famílias e comunidades para atenção à saúde da mais alta qualidade. A atual edição do PET – Saúde tem tema a interprofissionalidade. Assim, para aproximação dessa temática com os profissionais de um dos cenários do PET-Saúde/Interprofissionalide-UEFS, foi realizada uma roda de conversa. O objetivo do presente trabalho é relatar a experiência da roda de conversa com profissionais de uma equipe de saúde da família e o Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica-NASF-AB, sobre Educação Interprofissional e práticas colaborativas. Desenvolvimento: A roda de conversa com a equipe e o NASF-AB de uma unidade de saúde da família do município de Feira de Santana foi dividida em 4 etapas. No primeiro momento, foi solicitado aos participantes que escrevessem o que entendem sobre interprofissionalidade e práticas colaborativas. Em um cartaz foi colocado as respostas de cada participante. As definições foram lidas e esclarecidas. O segundo momento, iniciou-se com uma dramatização com cenas do trabalho em saúde com objetivo de exemplificar os conceitos de multiprofissionalidade, interprofissionalidade, interdisciplinaridade. As histórias dramatizadas tiveram como fonte o módulo do curso do AVASUS de educação interprofissional em saúde. Na primeira cena foi apresentado um diálogo entre usuários na sala de espera de uma unidade de saúde trazendo o exemplo do conceito de multiprofissionalidade. A segunda cena foi uma reunião da equipe de saúde de saúde da família sobre aleitamento materno, para trazer o exemplo de interprofissionalidade, e por último, a terceira cena em um hospital, trouxe uma reunião de equipe para discussão de um caso de uma paciente diabético, para exemplificar como ocorre a interdisciplinaridade. Após das dramatizações foi questionado aos participantes qual cena exemplificaria cada conceito e exemplificado cada um através de um banner. Na quarta etapa, abriu-se para a discussão, e para que os participantes falassem sobre o que aprenderam com a dinâmica. Resultado: Observou-se que alguns conceitos apresentados eram familiares para a equipe, porém outros haviam duvidas e dificuldades de diferenciação. Com essa experiência a equipe pode refletir sobre as suas práticas e como tem sido as relações interpessoais entre seus membros.  Considerações finais: O conhecimento dos conceitos interprofissionalidade em saúde e práticas colaborativas é importante para todos profissionais, para que os mesmos possam refletir sobre suas competências e a atitudes junto a outros profissionais de saúde de modo a assegurar a qualidade do cuidado e a segurança do paciente. Percebe-se a necessidade de formação de profissionais mais aptos para o trabalho em equipe a partir da educação interprofissional em saúde.

7756 PET SAÚDE: A VIVÊNCIA DA INTERPROFISSIONALIDADE NO CENÁRIO DE DESMONTE DA APS NA CAPITAL BRASILEIRA
Lígia Maria Carlos Aguiar, Anne Caroline Nunes Carmo, Davilla Gonçalves de Souza, Mônica Caixeta dos Santos

PET SAÚDE: A VIVÊNCIA DA INTERPROFISSIONALIDADE NO CENÁRIO DE DESMONTE DA APS NA CAPITAL BRASILEIRA

Autores: Lígia Maria Carlos Aguiar, Anne Caroline Nunes Carmo, Davilla Gonçalves de Souza, Mônica Caixeta dos Santos

Apresentação: Trata-se de um relato de experiência vivenciada no contexto do PET Saúde: Interprofissionalidade. Objetivo: Refletir acerca da contribuição do aprendizado adquirido no programa para a formação em saúde, bem como sobre a influência da atual conjuntura do Sistema Único de Saúde (SUS). Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, elaborado no contexto das vivências concernentes à vigência do ano de 2019 do Programa de Educação para o Trabalho- Saúde: Interprofissionalidade (PET Saúde: Interprofissionalidade), do Ministério da Saúde em parceria entre a Universidade de Brasília (UnB), Faculdade de Ceilândia (FCE), e a Escola Superior de Ciências da Saúde do Distrito Federal (ESCS DF). Resultado: A vivência nos contextos da Equipe de Saúde da Família e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) permitiram a construção de um perfil profissional mais comprometido com a construção ativa do SUS dentro da perspectiva interprofissional na assistência em saúde. As fragilidades do programa se impuseram como adversidade, em muitos momentos, mas, ainda assim, não impediram a edificação de experiências enriquecedoras em uma comunidade periférica e em uma equipe dedicada que enfrenta um contexto de desmonte e precarização do serviço em favor da lógica neoliberal. O grupo finaliza o primeiro ano de projeto satisfeito com a ampliação de seus horizontes de formação profissional a partir da compreensão mais completa e assertiva sobre a saúde coletiva e o sistema único de saúde. Considerações finais: O projeto nos propôs uma visão ampla sobre a realidade do sistema e ratificou nosso posicionamento de que é necessário organização popular em colaboração com iniciativas governamentais para possibilitar a realização da saúde universal dentro de seus princípios e diretrizes. O PET Saúde contribuiu não apenas com nossa vida acadêmica, mas com nossas pessoalidades e, sobretudo, com a consolidação de uma cidadania mais consciente e do ímpeto de construção ativa e defesa do sistema único de saúde.

8008 UMA VISÃO DO PET- INTERDISCIPLINARIDADE DAS REDES DE SAÚDE E MATRICIAMENTO NA CIDADE DE SÃO JOÃO DEL REI (MG)
Tatiana Teixeira de Miranda, Isabela Saraiva de Queiroz, Laura Isadete Dutra Pereira Batista Lopes, Karla de Paula Carvalho, Nathalia Julie Soares Resende, Larissa Arantes Rocha, Pedro Luiz Rocha Rodrigues, Bárbara Reis Mauro Maia

UMA VISÃO DO PET- INTERDISCIPLINARIDADE DAS REDES DE SAÚDE E MATRICIAMENTO NA CIDADE DE SÃO JOÃO DEL REI (MG)

Autores: Tatiana Teixeira de Miranda, Isabela Saraiva de Queiroz, Laura Isadete Dutra Pereira Batista Lopes, Karla de Paula Carvalho, Nathalia Julie Soares Resende, Larissa Arantes Rocha, Pedro Luiz Rocha Rodrigues, Bárbara Reis Mauro Maia

Apresentação: O PET- Interdisciplinaridade busca pelo fortalecimento do trabalho interprofissional na rede a partir do processo de integração ensino-serviço-comunidade, do reconhecimento dos apoios matriciais existentes no serviço de saúde de SJDR e do desenvolvimento de políticas públicas específicas. Foi constatado a necessidade de realizar a caracterização da rede existente, através da exploração das formas como são realizados os fluxos dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) em São João Del Rei (SJDR) e a identificação das estratégias de apoio matricial realizados nos pontos da rede de atenção do município. Para alcançar os objetivos propostos a presente pesquisa, que se caracteriza como um estudo qualitativo de caráter exploratório, visa conhecer essas formas de trabalho, tendo em vista a interprofissionalidade e o trabalho colaborativo, no campo de prática do SUS da cidade de São João del Rei. Sendo que, de acordo com dados do mês de setembro de 2019 da Secretaria Municipal de Saúde, o município de São João del Rei possui 24 UBSs, das quais 18 dispõem de Equipes de Saúde da Família, correspondendo a 73% de cobertura do ESF. Ainda em termos de Atenção Básica, a cidade conta com um CAPS AD, um CAPS Saúde Mental e um CAPS Del Rei, assim como clínicas especializadas: a policlínica central, o centro de testagem e aconselhamento (CTA), uma clínica de fisioterapia, um núcleo de ortopedia e um núcleo de antroposofia. Além disso, a rede também possui centros voltados à saúde da mulher e da criança, que são o Núcleo Materno Infantil, o Centro Estadual de Atenção Especializada (CEAE Viva Vida) e o Projeto Mulher. Então, com essa premissa os atores elaboraram um roteiro de entrevista semiestruturada, que passou a ser utilizado em visitas de campo para diagnóstico dos pontos de acolhimento e assistência à saúde identificando as intervenções interprofissionais. Associada a investigação sobre conceitos e formas de realização de apoio matricial nos pontos da rede.  Estas ações potencializam a oportunidade de se ter um novo olhar sobre as vivências dos profissionais nos pontos da rede de SJDR, além de viabilizar o mapeamento da rede local. Como constructo dessas atividades foi proposto a elaboração de um catálogo informativo sobre a rede e os fluxos de acolhimento e assistência no SUS de SJDR, que possibilite maior conhecimento da população e servidores locais sobre serviços prestados no SUS do município. E espera-se que com essas ações o trabalho interdisciplinar seja fomentado através de encontros regulares de apoio matricial, atuando, assim, como elo para o fortalecimento da rede de saúde local.

8503 A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO INTERPROFISSIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Yuri Henrique Andrade de Oliveira, Ianny Ferreira Raiol, Giovanna Christine Cordeiro de Sousa, Thales Roberto de Souza Sodré

A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO INTERPROFISSIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Yuri Henrique Andrade de Oliveira, Ianny Ferreira Raiol, Giovanna Christine Cordeiro de Sousa, Thales Roberto de Souza Sodré

Apresentação: A atenção básica (AB) é definida como porta de entrada devido a facilidade de acesso da população, ou seja, é o primeiro nível de contato da população com o sistema de saúde, essa facilidade de acesso com AB é devido a localização da Estratégia Saúde da Família (ESF), e Unidade municipal de saúde (UMS) que são localizadas em regiões periféricas aproximando-se da população com baixas condições socioeconômicas. Nesse contexto, há uma crescente complexidade dos problemas de saúde e além disso, uma fragmentação da atenção à saúde prestada, tornando-se necessário a inserção da prática colaborativa interprofissional que é cada vez mais requerida para tornar a atenção à saúde mais efetiva, segura e integral. A ação profissional parece ser marcada por uma lógica caracterizada pela delimitação estreita de territórios de cada categoria, conformando um quadro de disputa entre as lógicas contraditórias da profissionalização e da interprofissionalidade. A partir disso, surge a necessidade de se enfatizar e analisar a importância desta prática interprofissional na AB, que é fundamental para a orientação da equipe multiprofissional no processo de trabalho da atenção primária. A atuação interprofissional remete ao trabalho em equipe por parte de diferentes profissionais da área da sáude, sendo isso uma construção, um processo dinâmico no qual os profissionais se conhecem e aprendem a trabalhar juntos para reconhecer o trabalho, conhecimentos e papéis de cada profissão, conhecer o perfil da população adscrita, ou seja, as características, demandas a definir de forma compartilhada, objetivos comuns da equipe e planejamento das ações e dos cuidados de saúde. Objetivo: Identificar e ressaltar a importância do trabalho interprofissional na atenção primária em saúde. Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa do tipo relato de experiencia realizado pelas vivência no programa de educação tutorial (PET) em uma Estratégia Saúde da Família do bairro do mangueirão, Belém (PA). O relato foi realizado por meio de 4 momentos. Para melhor operacionalização da pesquisa foi realizada uma leitura interativa entre os participantes com artigos indexados na integra. Resultado: No primeiro momento foi realizado o reconhecimento da unidade, bem como os serviços prestados à população, número de profissionais e território. No segundo momento foi ressaltado pela preceptora por meio de artigos a importância do trabalho interdisciplinar para promoção, prevenção, recuperação e reabilitação dos usuários. No terceiro momento foi realizado um novo encontro para discussão das competências e habilidades de cada um na unidade utilizando como base a portaria da PNAB. No quarto momento foi marcado um novo encontro para realizar o atendimento de uma transexual portadora de tuberculose para melhor entendimento da operacionalização do trabalho interprofissional. Considerações finais: Dentre várias habilidades e competências adquiridas na graduação para médicos, enfermeiros e biomédicos é de fundamental importância destacar a interprofissionalidade, principalmente quando se trata de atenção primária, pois essa perspectiva junto com os princípios e diretrizes do SUS acaba se tornando um antagonista para que o usuário venha sofrer um agravo, trazendo então satisfação para o usuário e para a equipe da unidade.

8608 PRÁTICAS INTEGRADAS EM SAÚDE E VER-SUS: educação permanente em saúde como forma de resistência em tempos de sucateamento do SUS
Elisiane Wolf de Fraga, Maria Luiza Mendo

PRÁTICAS INTEGRADAS EM SAÚDE E VER-SUS: educação permanente em saúde como forma de resistência em tempos de sucateamento do SUS

Autores: Elisiane Wolf de Fraga, Maria Luiza Mendo

Apresentação: O Sistema Único de Saúde (SUS) é o sistema público de saúde brasileiro inspirado no sistema britânico da mesma área (National Health Service). Gestado em meio a uma encarniçada luta de classes, o SUS é um direito, conquistado pelos trabalhadores através de um intenso movimento de luta por reforma sanitária, e não uma benesse ou favor de quaisquer governos. Fora instituído em 1988 na Constituição Federal brasileira e regulamentado em 1990 na lei 8080. Passados 30 anos da criação do SUS, a classe trabalhadora passa por diversos desafios para a implementação de um sistema único que seja público, estatal, universal e de qualidade à classe trabalhadora brasileira – seja esta trabalhadora ou usuária do mesmo.“O Sistema Único de Saúde (SUS) é interprofissional, construído e consolidado como espaço de atenção à saúde, educação profissional, gestão e controle social, orientado pelos princípios de integralidade, equidade, universalidade e participação” (PEDUZZI, 2015, p. 200). Nesse sentido, a Educação Interprofissional mostra-se essencial, pois oferece às e aos estudantes oportunidades para o aprendizado em conjunto com outros profissionais para desenvolver atributos e habilidades necessárias no trabalho coletivo, tendo por centralidade de atendimento um dos princípios do SUS que é a integralidade. Diante destes desafios, em 2002 nasce o VER-SUS (Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde), que é uma proposta de imersão dentro da realidade do SUS, com foco em capacitar as e os trabalhadores e futuros trabalhadores da área da Saúde – mas não somente – para atuarem no sistema único, de forma a melhor qualificar tanto trabalhadores, quanto o próprio SUS, a fim de ofertar à população usuária o máximo de qualidade possível na prestação dos serviços. Além de conhecer os espaços de atuação do SUS, o VER-SUS propõe-se a criar espaços formativos nos diversos campos da promoção da saúde e da compreensão do conceito de saúde de forma ampliada. De semelhante modo, em 2010, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a COOR-SAÚDE (Coordenadoria de Saúde), em parceria com a PROGRAD (Pró-Reitoria de Graduação da UFRGS) e as COMGRADs (Comissões de Graduação), oferta uma disciplina eletiva às e aos estudantes da área da saúde denominada “Práticas Integradas em Saúde” (PIS). Tanto pelo VER-SUS quanto pela PIS há a proposição em ser um espaço de estudos e vivências multiprofissionais e interdisciplinares, a qual visa unir teoria e prática por meio de experiências no Sistema Único de Saúde, especificamente na Estratégia Saúde da Família (ESF – antiga USF). O conhecimento e a análise do território e dos serviços de saúde, acompanhado de ações compartilhadas em saúde a partir das necessidades identificadas na e pela comunidade apresentam-se como pilares para a concretização dos objetivos propostos. Com o intuito de remontar uma equipe de saúde, as e os estudantes de diferentes cursos formam pequenos grupos, os quais são orientados por professores tutores (no caso da PIS) e diretamente por trabalhadoras e trabalhadores da rede pública de saúde (no caso do VER-SUS), sendo encaminhados para Unidades Básicas de Saúde de diferentes territórios que os recebem e acolhem para experienciar o cotidiano de trabalho e desenvolver as atividades propostas. Sendo assim, o espaço se mostra uma potência de encontros, pois promove uma articulação com diversas áreas de ensino - um espaço intercultural de saberes - práticas para além da academia e momentos de aprendizados e reflexões que contribuem para a formação pessoal e profissional das e dos estudantes envolvidos. Cabe ressaltar que em um momento de desmonte de políticas públicas, privatizações, terceirizações e aprofundamento da precarização do trabalho, experiências como essas podem servir como impulsionadores para o resgate da luta por parte dos movimentos sociais, como, por exemplo, o Movimento da Reforma Sanitária (que foi o principal farol na luta por saúde pública no Brasil na década de 70), e como fortalecedora do protagonismo de trabalhadores, estudantes, e usuários na luta pela pelo SUS. Essas experiências proporcionam um maior aprofundamento sobre o Sistema Único, como esse se constituiu e os programas que o compõem; dialoga com o conceito de saúde, território, mas, para além desses, questões sobre classe, raça, criminalização da pobreza, entre outras temáticas circularam as rodas de conversa. O processo de aprendizagem se constitui como um movimento dialético entre a reflexão e a análise crítica da realidade, com base na teorização, nas trocas, nas vivências e nos debates realizados. Enquanto futuras assistentes sociais e compreendendo a saúde de forma ampliada, com base em seus aspectos biopsicossociais, para além da ausência de doença e não apenas numa via curativa e médico/hospitalocêntrica, buscamos compreender a luta pela defesa e consolidação do SUS de forma associada à luta pela defesa e consolidação do projeto ético-político do Serviço Social. Para Costa (2009), “o assistente social se insere, no interior do processo de trabalho em saúde, como agente de interação ou como um elo orgânico entre os diversos níveis do SUS e entre este e as demais políticas sociais setoriais, o que nos leva a crer que o seu principal papel é assegurar a integralidade das ações”. Contudo, inúmeros são os desafios no campo da saúde como a concretização do trabalho interdisciplinar, a superação do pragmatismo da ação profissional para além de meros consultores, a superação da visão conservadora presente no miúdo do cotidiano, a disputa de projetos societários, as privatizações e precarizações. Logo, mostra-se extremamente importante que direção da atuação esteja pautada na  universalidade, na integralidade, na equidade em saúde, na participação democrática e no controle social. O Serviço Social enquanto profissão tem como compromisso ético e político a defesa intransigente dos direitos sociais e da classe trabalhadora no processo da luta de classes. Nesse sentido, faz-se necessária a presença desses profissionais nas discussões propostas para o fortalecimento do Projeto de Reforma Sanitária, o qual está afinado ao Projeto Ético-Político Profissional, cuja principal característica é seu caráter emancipatório. Neste sentido, através de nosso relato de experiência, reafirmamos, mais uma vez, a necessidade de políticas como a de Educação Permanente em Saúde (PNEMPS, 2004), cujo foco é garantir a qualificação e a abrangência de conhecimento de direitos no SUS por parte de trabalhadores e usuários, gerando projetos impactantes e únicos como o VER-SUS e a disciplina PIS. Diante do atual cenário econômico-político, vemos a educação permanente (ou educação continuada) apresentando-se como uma forma de resistência aos processos de sucateamento e de fragmentação do exercício profissional em saúde, uma vez que tem por objetivo mesclar equipes e profissões, garantindo um aproveitamento e aprendizado coletivo e integral, não apenas voltado às áreas específicas de formação (ainda que muitas dessas profissões, tal qual o Serviço Social, tenham caráter generalista), fortalecendo, assim, a luta por um SUS público, estatal, gratuito e de qualidade.

8673 A RODA DE CONVERSA COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE E PRODUÇÃO DE CUIDADO AOS USUÁRIOS DA REDE DE SAÚDE MENTAL DE SÃO GONÇALO
Arlete Inacio dos Santos, Vinicius Souza Lima Ramos, Daniela da Silva Peixoto

A RODA DE CONVERSA COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE E PRODUÇÃO DE CUIDADO AOS USUÁRIOS DA REDE DE SAÚDE MENTAL DE SÃO GONÇALO

Autores: Arlete Inacio dos Santos, Vinicius Souza Lima Ramos, Daniela da Silva Peixoto

Apresentação: Este resumo tem como objetivo apresentar as Rodas de Conversa  realizadas pelo Centro de Atenção Psicossocial álcool e drogas III Alcântara. Elas se constituem em espaços de troca e compartilhamento de saberes e informações sobre as questões de saúde mental e atenção psicossocial com ênfase na problemática do uso prejudicial de álcool e outras drogas. O público alvo são os profissionais de diversas áreas, especialmente as equipes que atuam na atenção básica, assistência social e educação. Temos como objetivo qualificar os profissionais nas questões relativas a esta temática, desconstruir com estes profissionais o estigma sobre os usuários de álcool e outras drogas, além de utilizar a roda como uma ferramenta de aproximação com os serviços para implementação do apoio matricial, sustentando a importância do cuidado intersetorial aos usuários. Desenvolvimento: As rodas ocorrem em qualquer local disponível para no máximo de 25 pessoas e onde os participantes possam se dispor em formato de círculo para que todos possam se ver. Elas acontecem preferencialmente em três encontros com carga horária mínima de 3 horas. Os profissionais dos CAPS AD III Alcântara são os mediadores das rodas (estes são rotativos, mas contam sempre com a presença nos três encontros da articuladora de rede do serviço), contando com a presença de  profissionais dos outros serviços de saúde mental quando estes possuem disponibilidade para tal. Os mediadores estimulam o levantamento das questões e dúvidas sobre o tema, solicitam que os participantes da roda que levem casos emblemáticos com os quais lidam em seus serviços e depois é dado continuidade ao contato na unidade de trabalho de cada pessoa presente. Os principais temas levantados são: "Breve Histórico e a Importância da Reforma Psiquiátrica"; "Entendendo a RAPs - Rede de Atenção Psicossocial"; "Apresentação: da Rede de Saúde Mental de São Gonçalo"; "Breve História das Políticas e Programas da Redução de Riscos e Danos ao uso prejudicial de álcool e outras drogas e Compartilhando as Estratégias de Redução de Riscos e Danos ao Uso Prejudicial de álcool e outras drogas". Resultado: Até o momento tivemos cinquenta e três pessoas que participaram das rodas de conversa, realizamos uma em um Centro de Referência de Assistência Social, uma no Centro de Referência a População em Situação de Rua e três com equipes da atenção básica. Temos notado uma maior aproximação dos profissionais da atenção básica com o CAPS AD, discutido casos em conjunto, entendendo melhor como é possível que eles também cuidem dos usuários que também são da saúde mental, de maneira que não seja apenas encaminhando ao CAPS. Considerações finais: De modo geral, o número de participantes foi mais abaixo do que o esperado, no entanto temos tido uma boa resposta acerca do trabalho. Acreditamos, portanto, que é preciso manter a atividade e sustentar este espaço, para que com o tempo haja mais participantes. Temos notado que por vezes os profissionais deixam de comparecem não por falta de interesse, mas pelo número reduzido de profissionais nos serviços, o que acaba impossibilitando a liberação para estar nas rodas.

10795 IMERSÃO NA REDE DE ATENÇÃO DE SAÚDE DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE CÂNCER DE COLO DE ÚTERO NA CIDADE DE MANAUS - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
thiago bentes de souza, Karina Cristina Carvalho dos Santos, Anna Luisa oliveira dos santos

IMERSÃO NA REDE DE ATENÇÃO DE SAÚDE DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE CÂNCER DE COLO DE ÚTERO NA CIDADE DE MANAUS - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: thiago bentes de souza, Karina Cristina Carvalho dos Santos, Anna Luisa oliveira dos santos

Apresentação: As Redes de Atenção à Saúde (RASs) foram instituídas através da Portaria n 4.279 de dezembro de 2010 do Ministério da Saúde sendo definidas como “arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado”. As RASs levam em conta as diversidades regionais  a fim de suplantar iniquidades sociais e melhorar os indicadores de saúde. Nesse sentido, durante as aulas de Saúde Coletiva II, os alunos de Medicina da Universidade Federal do Amazonas tiveram a oportunidade de conhecer e se deslocar por algumas das Redes de Atenção à Saúde, dentre elas a de Prevenção e Controle do Câncer de Colo de Útero. A vivência em tal RAS é de muita valia uma vez que o câncer de colo de útero é a 3ª maior causa de morte por câncer em mulheres no Brasil, especialmente para alunos da região Norte, pois dentre as cinco regiões do Brasil, esta é a que apresenta a maior taxa de mortalidade pela doença. Desenvolvimento: Durante o processo de aprendizagem foram feitas 5 visitas, em média uma por semana, na qual os alunos puderam vivenciar, na prática, todo o caminho que o usuário percorre na rede, desde a prevenção, diagnóstico e o tratamento – passando por Unidade Básica de Saúde, Laboratório, Policlínica, Centro de Oncologia e Hospital. As visitas eram acompanhadas de um docente e de pelo menos um profissional responsável pela unidade de saúde, o qual explicava o funcionamento da rede. Além disso, os acadêmicos  elaboravam uma entrevistas para fazer com os usuários, gestores e profissionais de cada lugar visitado. Ao final da experiência, era formado uma roda de conversa, para que se criasse um espaço de diálogo em que os alunos pudessem se expressar e, sobretudo, tirar dúvidas e, dessa forma, formar um conhecimento concreto. Resultado: As práticas educativas aliadas foram fundamentais para alicerçar os assuntos abordados nas aulas teórica acerca princípios e diretrizes do SUS, principalmente no que diz respeito à integralidade e hierarquização, e do funcionamento das Redes de Atenção à Saúde. Além disso, o seminário final da matéria apresentado para representantes da Secretaria Municipal da Saúde em Manaus (SEMSA), onde podemos expor nossas impressões e sugestões acerca do sistema foi muito importante para evidenciar que o controle social é fundamental para garantir o bom funcionamento do SUS. Considerações finais: Para os acadêmicos, a experiência foi essencial, pois proporcionou um crescimento pessoal e profissional, como futuros médicos, através da aproximação com o SUS, estabelecendo uma interação formal e direta com os profissionais e com as unidades de saúde. Assim, foi possível, com êxito, não somente adquirir conhecimentos da rede, como também acerca do câncer de colo de útero e vivenciar na prática a eficiência e os obstáculos enfrentados no sistema. Desta forma, foram criados um leque de possibilidades para a construção de um futuro promissor. 

11501 EDUCAÇÃO PERMANENTE COMO ESTRATÉGIA DE QUALIFICAR PROFISSIONAIS DA REDE DE SAÚDE PARA O ACESSO, ACOLHIMENTO, ATENÇÃO E CUIDADO INTEGRAL À SAÚDE DA POPULAÇÃO LGBT
Danilo Martins

EDUCAÇÃO PERMANENTE COMO ESTRATÉGIA DE QUALIFICAR PROFISSIONAIS DA REDE DE SAÚDE PARA O ACESSO, ACOLHIMENTO, ATENÇÃO E CUIDADO INTEGRAL À SAÚDE DA POPULAÇÃO LGBT

Autores: Danilo Martins

Apresentação: O Núcleo de Saúde Integral da População LGBT (NSIPLGBT) foi instituído em 16 de julho de 2018 na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Jaboatão dos Guararapes (PE) e tem dado passos significativos nas respostas às demandas do público de Lésbicas, Gays,  Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) e no fortalecimento da construção de um SUS mais equânime, universal e integral, de forma a atender as especificidades deste grupo nos serviços de saúde, a partir das pautas trazidas pelo controle social, dando enfrentamento as iniquidades e desigualdades em saúde, como preconizado pela Política Nacional de Saúde Integral da População LGBT (PNSIPLGBT). Atualmente, o NSIPLGBT está alocado na Gerência de Políticas Estratégicas e Programas (GPEP) da SMS – facilitando a transversalidade na construção da política pública junto as demais coordenações, a exemplo do núcleo de saúde da mulher, do homem, idoso, saúde mental, programa saúde na escola, entre outros. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo compartilhar a experiência das oficinas de sensibilização sobre acesso, acolhimento, atenção e cuidado à saúde integral LGBT direcionada a profissionais de saúde do município como estratégia de qualificação profissional. Desenvolvimento: O processo de sensibilização foi iniciado no segundo semestre de 2018, posteriormente a criação do NSIPLGBT, conforme a necessidade de implantar práticas educativas na rede de serviço do SUS, no âmbito municipal, para dar visibilidade as especificidades da população LGBT de acordo com as atribuições previstas na PNSIPLGBT. As oficinas aconteceram no formato de roda de conversa, facilitando o diálogo sobre a temática e foi utilizado como recurso didático uma apresentação em Datashow, o material didático foi elaborado pela área técnica, a fim de estimular a discussão e trazer elementos conceituais. Foram abordados temas como identidade de gênero, orientação sexual, vulnerabilidades, direito ao uso e registro no cartão SUS do nome social, LGBTfobia, importância do preenchimento correto dos quesitos orientação sexual e identidade de gênero na ficha de notificação de violência interpessoal e autoprovocada e durante o cadastro domiciliar que são realizados pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), assim como foram apresentados os principais serviços de referência no município. Optou-se por realizar oficinas, inicialmente, com as equipes de atenção básica, por Regional de Saúde, priorizando as equipes do Núcleo de Ampliado de Saúde da Família (NASF), considerando que estes poderiam replicar o momento vivenciado nas reuniões junto as Equipes de Saúde da Família e comunidades. Nesse período, participaram das oficinas 96 (noventa e seis) profissionais, entre assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogos, enfermeiros, médicos e ACS. No segundo semestre de 2019, com o objetivo de promover um diálogo mais próximo das Equipes de Saúde da Família (eSF), partindo da perspectiva de que a mudança no processo de trabalho só ocorre através do diálogo com todos os profissionais que a compõe, estivemos nas Unidades de Saúde da Família (USF). Nesse intervalo, foram realizadas discussões sobre o tema em um total de 9 (nove) eSF. Sentindo a necessidade de se aproximar da rede de atenção especializada, foram realizadas 07 (sete) oficinas no primeiro semestre do ano de 2019, com a participação de 128 (cento e vinte e oito) trabalhadores da saúde, entre residentes do Programa Municipal de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e atenção básica e residência médica, profissionais de nível superior e médio. No segundo semestre de 2019, se sucederam as formações no Serviço de Atenção Especializada em HIV/AIDS (SAE) e UPA de Barra de Jangada junto a Coordenação de Saúde LGBT do Estado de Pernambuco. Ao final de cada encontro, foram realizadas breves avaliações pelo grupo, assim com sugestões de datas para abordagem sistemática do tema nas reuniões ou atividades de rotina dos serviços e posterior envio do planejamento no formato de relatório das atividades desenvolvidas nas unidades de saúde para monitoramento da área técnica. Resultado: Esses espaços de diálogo foram de trocas, esclarecimentos, questionamentos e inquietações, visto que anteriormente não se tinha registro de formações no município que trouxesse para o debate as questões relativas à saúde LGBT. Durante os encontros foi perceptível a necessidade de aprofundamento na discussão, visto que, grande parte dos profissionais não tinham a compreensão de muitos aspectos importantes, a exemplo do uso e respeito do nome social por travestis e transexuais, para promover um acesso e acolhimento deste público aos serviços de saúde livre de preconceitos e discriminação por orientação sexual e identidade de gênero de forma a atender suas especificidades na saúde. Nessa interlocução foi possível identificar, também, profissionais que pudessem atuar como referências para atendimento da população LGBT em seus serviços de lotação municipais, principalmente, no que se diz respeito ao acesso à hormonioterapia por transgêneros – uma das principais demandas de saúde deste grupo no município. Com o intuito de identificar a realização de ações educativas nas rotinas dos serviços de saúde voltadas a promoção da saúde da população LGBT após o processo formativo, realizamos o monitoramento e identificamos três ações em diferentes regionais de saúde, apenas no segundo semestre do ano de 2019. A concretização desses espaços, promovido pelas eSF, é reflexo da inserção da temática no processo de trabalho a partir das oficinas realizadas junto aos profissionais da rede, sensibilizando e fornecendo subsídios, para que possam trabalhar a temática, a exemplo das atividades realizadas pelas USF Praia do Sol, Massaranduba e Curado 2.1. Considerações finais: A experiência desenvolvida, até o momento, nos mostra que é possível promover uma mudança, em âmbito municipal, no que se diz respeito a modificação do processo de trabalho dos serviços de saúde de forma a torna-lhe inclusivo, também, para a população LGBT. Para tanto, é necessário fortalecer e dar continuidade aos processos de educação permanente, principalmente, junto as equipes da atenção básica que funcionam como coordenadoras da rede de atenção à saúde. Além disso, é fundamental fortalecer o vínculo de usuários LGBTs com os serviços de saúde e enfrentar os preconceitos institucionais – que se expressam desde o desrespeito ao nome social às restrições para adequação de rotinas que possam assegurar o acesso desta população aos serviços de saúde, a exemplo de flexibilização de horários para atendimento, coleta de sangue, entre outros. Por fim, o município tem conquistado espaços importantes, no entanto, é preciso avançar na implantação do atendimento à saúde integral LGBT em todos os níveis de atenção, tanto no compartilhamento de ações para garantir o acesso como no reconhecimento de suas especificidades na saúde e aos cuidados a serem providos pelos profissionais.

10283 GRUPO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA: O EMPODERAMENTO DOS TRABALHADORES DA ÁREA DA SAÚDE
Inara Pereira da Cunha, Marcia Naomi Santos Higashijima, Deisy Adania Zanoni

GRUPO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA: O EMPODERAMENTO DOS TRABALHADORES DA ÁREA DA SAÚDE

Autores: Inara Pereira da Cunha, Marcia Naomi Santos Higashijima, Deisy Adania Zanoni

Apresentação:  Desde a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), muito se tem avançado no âmbito da saúde para a população brasileira, mas ainda se faz necessário diversos movimentos pelo o seu fortalecimento, o que é um desafio aos atores desse processo diariamente. Nesse cenário, a formação para o SUS, conforme preconizado na Lei Orgânica, torna-se um importante aliado para as modificações que urgem para o seu aprimoramento. Com a criação da Política de Educação Permanente em Saúde, em 2004, e a sua implantação em 2007, o Ministério de Saúde disparou movimentos e estratégias, com incentivos financeiros pontuais, que visaram a incorporação de mudanças nos processos formativos dos profissionais da saúde, na tentativa de atendar a demanda por profissionais com as competências necessárias para atuar nos serviços públicos de saúde. Para se discutir a formação, com ênfase na mudança de uma realidade e a articulação quadrilátera na educação permanente em saúde, composta por ensino, gestão setorial, práticas de atenção e controle social, é necessário convidar os trabalhadores da saúde a refletirem sobre os ruídos do cotidiano dos serviços, utilizando as evidências científicas e colegiadamente reorganizarem o processo de trabalho. Apesar das tentativas, a formação dos profissionais de saúde, por vezes, ainda tem permanecido alheia ao debate crítico da estruturação e mudanças constantes do Sistema Único de Saúde. A atualização técnico-científica é apenas um dos aspectos da qualificação dos trabalhadores, outras habilidades devem ser desenvolvidas como a capacidade de visualizar e intervir nas reais necessidades do trabalho, para que exerçam maiores poderes de resolução, e tenham maior influência na formulação de políticas de cuidado. O empoderamento é um processo social multidimensional que leva ao aumento da autonomia pessoal. O empoderamento termo traduzido diretamente do inglês, empowerment, pode ser definido como um maior controle que um grupo tem sobre as decisões e ações que afetam a sociedade, por meio da conscientização das situações problemáticas do seu entorno, e da capacidade de decisão e intervenção de forma participativa e crítica. Considerando que não é possível empoderar o outro, mas sendo possível propiciar condições, subsídios para que ocorra o empoderamento pelo próprio indivíduo, a educação permanente em saúde pode se tornar ferramenta potente para tal, desde que alinhada aos seus princípios norteadores, tendo sempre em mão os seus analisadores. A Escola de Saúde Pública Dr. Jorge David Nasser (ESP/MS)  tem como missão fomentar atividades de formação, educação permanente, pesquisa e extensão dos trabalhadores da área de saúde pública, visando à inovação e produção tecnológica a partir das necessidades locorregionais, norteados pelos princípios doutrinários do SUS no Estado do Mato Grosso do Sul. E reafirmando o compromisso com a educação permanente em saúde e na transformação das práticas de saúde, na perspectiva da aprendizagem significativa, a ESP/MS elaborou um projeto de extensão tendo como objetivo construir um grupo de estudo que possibilite discutir com esse segmento as informações produzidas para o campo da saúde coletiva, e ser um espaço para problematizar o cotidiano laboral.  Desenvolvimento:  O projeto de extensão, em andamento, é uma parceria entre a Escola de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul, a Escola Técnica do SUS “Ena de Araújo Galvão” e a Comissão Permanente de Integração Ensino-Serviço (CIES), vinculada ao Estado de Mato Grosso do Sul. Com um cronograma de duração para dez meses, o público alvo são profissionais da saúde atuantes nos municípios do Estado e na Secretária de Estado da Saúde de Mato Grosso do Sul. Os encontros serão realizados mensalmente, com duração máxima de duas horas. As datas para as reuniões ocorrerem foram estrategicamente pensadas para ser no dia da reunião da CIES, pois tem-se a presença de profissionais que atuam no interior do Estado. É interessante falar que a CIES é marcada em data próxima das reuniões da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e Comissão Intergestores Regionais (CIR) para otimizar agenda, recursos humanos e financeiros. O local escolhido também foi estratégico, pois, preferencialmente, é realizado na sede da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MS), onde a maioria dos profissionais se encontram, facilitando o acesso e consequentemente a participação. Para viabilizar a maior participação daqueles que residem no interior, analisa-se a possibilidade de realizar web conferência, aumentando o alcance da proposta. O convite para participar das atividades fora feito junto à CIES e às Diretorias da SES/MS, sendo solicitado que, na medida do possível, pudesse ter a participação de pelo menos um profissional de cada coordenação. Os temas e materiais sugeridos partem da demanda dos profissionais, dos serviços e do próprio ministério da saúde, que traz modificações nas políticas do SUS. Fora estabelecida a condição que para participar faz-se necessária a leitura prévia dos materiais, devendo o mesmo ser encaminhado com, pelo menos, quinze dias de antecedência do encontro. A cada encontro um trio ou dupla fica responsável pela condução do grupo, devendo fazer o uso de metodologias problematizadoras, que possibilitem o diálogo e a reflexão do conteúdo a ser trabalhado, contextualizado com os processos de trabalho. Como produto de cada encontro, a equipe condutora elabora uma síntese reflexiva sobre a discussão e a temática, contendo os principais entendimentos do debate, e sua aplicabilidade e/ou impacto no processo de trabalho dos profissionais. Esta nota, após ser dada ciência de todos os participantes, é publicada no site da Escola de Saúde Pública e da Secretaria de Estado de Saúde, e divulgada nas plataformas sociais do Programa Telessaúde Redes Brasil - MS, como uma das formas de democratizar o acesso à informação em saúde  Resultado: Espera-se que ao final desta primeira etapa os profissionais possam ter desenvolvido competências e habilidade para analisarem as informações no campo da saúde coletiva de forma crítica e contextualizada com os serviços do SUS e trabalhos desenvolvidos pelos municípios e pela SES/MS, e utilizem os conhecimentos adquiridos para intervirem e proporem melhorias nos processos de trabalho. Considerações finais:  O projeto de extensão vai de encontro com a necessidade de qualificar os profissionais da saúde quanto às informações recentes no campo da saúde coletiva, assim como desenvolver a capacidade de problematizar o cenário de trabalho e incorporar essas informações para a melhoria dos serviços realizados e propostos.

12158 VER-SUS SANTA MARIA 2020 EDIÇÃO VERÃO: UMA EXPERIÊNCIA DE RESISTÊNCIA EM TEMPOS DE GUERRA A SAÚDE E EDUCAÇÃO
Maira Larissa Ramos da Rosa, Natália Roós Deponti, Augusto Picolo Furini, Taciane Nicolai, Rafael da Silva Nascimento, Lisiane Bôer Possa

VER-SUS SANTA MARIA 2020 EDIÇÃO VERÃO: UMA EXPERIÊNCIA DE RESISTÊNCIA EM TEMPOS DE GUERRA A SAÚDE E EDUCAÇÃO

Autores: Maira Larissa Ramos da Rosa, Natália Roós Deponti, Augusto Picolo Furini, Taciane Nicolai, Rafael da Silva Nascimento, Lisiane Bôer Possa

Apresentação: O Projeto de Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) trata-se de um dispositivo criado pelo Ministério da Saúde e pelo Movimento Estudantil vinculado a área de ciências da saúde, com o propósito de apresentar e aproximar as e os estudantes universitárias(os) do Sistema Único de Saúde (SUS), dos seus princípios, desafios, dificuldades, fragilidades e valorizar as suas boas experiências. O VER-SUS busca provocar e intensificar o compromisso das(os) estudantes com o SUS, considerando-os agentes transformadores da realidade social, e apostando na interdisciplinaridade do cuidado em saúde. Desenvolvimento: Este relato expõe a vivência em um estágio VER-SUS, realizado em Santa Maria - RS no Verão/2020. O estágio foi realizado durante 10 dias em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), em formato de imersão. Além das vivências em serviços de saúde da região, o estágio buscou por meio de palestras e dinâmicas despertar nas(os) estagiárias(os) a vontade de lutar por melhores condições de assistência à saúde e ampliar os conceitos de saúde, para assim potencializar os saberes acadêmicos. A prática pedagógica utilizada baseou-se no método utilizado pelas escolas de formação vinculadas ao MST, com a intenção de promover a coletividade, ampliar o conceito de cuidado em saúde e estimular que as(os) estudantes movimentem a pauta do SUS em todos os territórios que ocupam. Resultado: Para não concluir aponta-se o potencial do estágio enquanto formador de trabalhadores/as do SUS comprometidos com o direito à saúde e a justiça social bem como evidencia-se o protagonismo estudantil em todas as etapas da construção do projeto. Considerações finais: Assim, é de extrema importância que se faça a defesa do projeto assim como sua articulação em nível nacional com a devida dimensão de transformação.

12333 O CAMPO DA SAÚDE E O ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA DE GÊNERO EM TERRITÓRIOS DE EXCEÇÃO
Ariana Kelly dos Santos

O CAMPO DA SAÚDE E O ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA DE GÊNERO EM TERRITÓRIOS DE EXCEÇÃO

Autores: Ariana Kelly dos Santos

Apresentação: No Brasil, os territórios de favela têm classe, gênero e raça, são habitados em maioria por mulheres negras, empobrecidas. A violência de gênero no país é alarmante, mundialmente ocupamos a 5º posição em número de feminicídios, historicamente vem ocorrendo o aumento de assassinatos de mulheres negras e a redução do de mulheres brancas. Através da pesquisa realizada para analisar sobre como as mulheres residentes em territórios de favela acessam a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres-PNEV(2011), se identificou a ausência de dados e consequentemente a invisibilização das violências que atingem essas mulheres. O campo da segurança pública é um dos eixos da PNEV(2011), mas é o que as mulheres residentes nesses territórios menos acessam, e no Rio de Janeiro, atualmente é o campo que produz e dá visibilidade aos dados de violência. O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre a importância do campo da saúde na produção de dados para o enfrentamento à violência de gênero contra mulheres em territórios de favela, concebidos aqui, como territórios de exceção, a partir da implementação da Ficha de Notificação Compulsória de Violência Doméstica Sexual e/ou Outras Violências, estabelecida pela lei 10.778 de 24 de novembro de 2003, compreendendo que os equipamentos de saúde, são por necessidade os primeiros a receber essas mulheres após as violências. Método: A metodologia utilizada foi a análise bibliográfica e documental do território de Manguinhos, território de favela na zona norte do Rio de Janeiro, entre os anos de 2010 a 2018, que em 2010 teve inaugurado a Casa da Mulher de Manguinhos, primeiro equipamento especializado no atendimento as mulheres do governo estadual em um território de favela. Foram utilizados materiais produzidos por governos, organizações não governamentais e por movimentos sociais. Chamamos a atenção para a importância de levar em consideração o território na elaboração/implementação de uma política pública, as relações sociais construídas nele, além disso, quando falamos em mulheres, não estamos falando de um sujeito universal, onde todas as mulheres vivenciam condições iguais de existência, atender mulheres residentes em favelas é atender mulheres negras em condição de pobreza e que vivenciam no cotidiano a agudização das relações de violência, especialmente as perpetradas pelo Estado. Segundo o Data Favela (2015) residem em favelas 12,3 milhões de pessoas, sendo 67% destas negras/os, mais da metade, 6,3 milhões sendo de mulheres, dessas 69% são de mulheres negras. Em Manguinhos, o perfil das 509 mulheres que realizaram o primeiro atendimento na Casa da Mulher de Manguinhos no ano de 2014, 74% eram negras, 35% recebiam menos que um salário mínimo que era de R$ 724,00, 33% não tinham renda e 30% recebiam de 1 a 3 salários mínimos, nenhuma mulher atendida naquele ano recebia mais que 3 salários mínimos (Subsecretaria de Políticas para as Mulheres do Estado do Rio de Janeiro, 2015). Também são essas mulheres que perdem seus/as filhos/as e companheiros para a violência do Estado, em 2017 foram 1124 casos de assassinatos de civis realizados pela polícia do Estado do Rio de Janeiro, justificados em decorrência de suposta resistência. Os dados no Brasil em relação à violência contra as mulheres revelam qu, foram assassinadas 4.936 mulheres em 2017, sendo destas 66% negras. Após 1988, quando o Brasil ampliou formalmente os direitos através da promulgação da Constituição Cidadã, ocorreram episódios que demonstraram que os direitos civis para a população residente em favela não estavam garantidos, em 1990 ocorreu a chacina de Acari, no qual 11 pessoas desapareceram e em 1993 a chacina de Vigário Geral, onde 21 pessoas moradoras da favela foram assassinadas, todas envolveram a ação de policiais. Em ambos os casos você tem o direito à vida, sendo violado, muito claramente por agentes estatais; em 2018, no período da Intervenção Federal no estado, a Ouvidoria da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro percorreu 30 favelas, documentando as violações realizadas pelos agentes estatais, inúmeras são as violências de gênero institucionais expostas. Essas configurações dos territórios de favela na relação com o Estado, evidenciam a existência de um Estado de exceção, em que configura-se como uma ideia de “suspensão da Constituição”. O “estado de exceção apresenta-se como a forma legal daquilo que não pode ter forma legal”, ele permite realizar ações que não estão nas leis, por que se concebe que ocorram situações inusitadas que a lei não se aplica, mas ao mesmo tempo, a criação da possibilidade de um estado de exceção está na lei, ou seja, é legitimada pelo direito público. De acordo com a PNEV (2011) existem três formas de violência de gênero, a violência doméstica e familiar, a violência comunitária e a violência institucional, através da pesquisa identificamos que as violências comunitárias e institucionais não estão sendo reconhecidas pela rede de atendimento à mulheres em situação de violência do estado, sendo abarcadas somente a violência doméstica e familiar, tal fato, invisibiliza as violências e condições sociais vivenciadas pelas mulheres residentes em favelas, que são vítimas das violências institucionais e comunitárias. Nesse sentido chamamos a atenção dos profissionais sobre a importância da capacitação sobre as relações étnico-raciais, pois, para atender mulheres residentes em territórios de favela, é primordial compreender como o racismo, junto com a classe e o gênero, são estruturantes das opressões que atingem a vida delas, entendendo que a não documentação das formas de violências que as atinge, que podem ser diferentes das formas que atingem outras mulheres, como as que residem por exemplo nas zonas mais ricas da cidade ou fora de territórios de exceção, pode se constituir também como uma violência de gênero institucional, compreendendo que esta se caracteriza como toda violência perpetrada pelo Estado ou seus agentes. Resultado: Identificamos a ausência de dados no que diz respeito a violência contra às mulheres, que deveria ser produzida a partir do preenchimento da Ficha de Notificação Compulsória de casos de violência doméstica, sexual e/outras violências, o que significa invisibilizar a violência vivenciada contra as mulheres e dificultar a elaboração de formas para seu enfrentamento. Considerações finais O campo da saúde pode e deve ser um aliado no enfrentamento a violência de gênero, a PNEV (2011) é realizada através de quatro eixos, sendo dois deles a prevenção e a assistência, campos importantes de atuação da saúde. Além disso, é possível colaborar na visibilização de formas de violência contra as mulheres que não são criminalizadas e devido ao fato da política para às mulheres ser uma política estruturada em uma lógica punitivista, não vem reconhecendo as demais formas de violência previstas na PNEV e que atingem as mulheres residentes em favelas, como a violência institucional e comunitária, proporcionando assim, violação a essas. 

6198 EXPERIÊNCIA DE UM GRUPO DE ESTÁGIO A PARTIR DE VIVÊNCIAS EM LEITURA E ESCRITA
Julia Batista Correa Gomes, Andressa Amorim da Silva, Luciana Furtado Seacero Granja

EXPERIÊNCIA DE UM GRUPO DE ESTÁGIO A PARTIR DE VIVÊNCIAS EM LEITURA E ESCRITA

Autores: Julia Batista Correa Gomes, Andressa Amorim da Silva, Luciana Furtado Seacero Granja

Apresentação: Ao passar pelo processo de aprendizagem escolar, a criança pode enfrentar dificuldades. Tais dificuldades são decorrentes de fatores psicossociais, familiares, institucionais e às vezes, inerentes à própria criança (1,2). Para que o indivíduo domine a leitura e escrita, é necessário um bom desempenho nas habilidades de consciência fonológica, análise e síntese textual, decodificação e armazenamento da mensagem. Quando há alguma intercorrência em algum desses processos, a criança irá manifestar dificuldade de aprendizagem (1,3). Muitas vezes essa dificuldade de aprendizagem é tida como decorrente de alguma patologia orgânica, o que torna o sujeito unicamente responsável por seu problema (2). Com intuito de facilitar o aprendizado das habilidades necessárias para a aquisição da leitura e escrita de um grupo de crianças com dificuldades escolares atendidas em uma Clínica-Escola, alunas de uma Universidade do interior de São Paulo elaboraram uma visita em grupo ao biotério, à horta e ao hospital veterinário da Universidade, buscando propiciar aos pacientes uma vivência significativa. Objetivo: Descrever o processo de aprendizagem de leitura e escrita a partir de vivências práticas. Público-alvo: Grupo de pacientes em idade escolar com dificuldades em leitura e escrita e discentes. Descrição das atividades desenvolvidas: Os pacientes foram à uma visita ao biotério, à horta e ao hospital veterinário da Universidade, juntamente com os discentes do estágio e a docente responsável, e a partir da vivência, construíram materiais como livro e atividades em grupo. Resultado: Quando observadas as pesquisas dos escolares sobre os animais e plantas escolhidos, a elaboração do livro e as atividades realizadas em grupo após a visita, foi constatada uma diminuição na incidência de erros na escrita. Considerações finais: Ao vivenciarem uma situação de aprendizado e atribuírem função social à escrita, os pacientes manifestaram interesse em relatar suas experiências, obtendo um número menor de erros em suas produções de escrita. Isso evidencia a importância de experiências durante a aquisição da leitura e escrita, pois, ao compreender a importância dessas habilidades e conceber para si um significado, a criança tornará o processo de aprendizado mais prazeroso e eficaz. A relevância que o indivíduo atribuirá a essas competências irá contribuir para o seu desenvolvimento como pessoa e como cidadã

7147 A CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO POPULAR NA FORMAÇÃO DO RESIDENTE EM SAÚDE COLETIVA NA RESIDÊNCIA INTEGRADA EM SAÚDE
antonio charles de oiveira nogueira nogueira

A CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO POPULAR NA FORMAÇÃO DO RESIDENTE EM SAÚDE COLETIVA NA RESIDÊNCIA INTEGRADA EM SAÚDE

Autores: antonio charles de oiveira nogueira nogueira

Apresentação: Trata-se de um relato de experiência do curso de Educação Popular em Saúde- RODA GIRA, MUNDO É RODA: a educação popular e os territórios da Residência Integrada em Saúde, da Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS-ESP/CE)RIS, ocorrido durante a formação do residente em saúde coletiva, no período de abril de 2017 a março de 2018. A RIS-ESP/CE é uma estratégia de Educação Permanente Interprofissional em Saúde, cuja formação se dar majoritariamente em serviço. Ela iniciou a sua primeira turma no ano de 2013. Esse programa de Residência conta com o componente comunitário com três ênfases: saúde da família, saúde mental coletiva e saúde coletiva. Desenvolvimento Com o objetivo de fomentar educação popular em saúde como estratégia de promoção e recuperação da saúde das pessoas e a sua aplicação na gestão do cuidado. O texto aponta para as práticas, os obstáculos, desafios, avanços e principalmente as experiências vividas e compartilhadas no processo de formação dos educadores populares-residentes. O curso RODA GIRA, MUNDO É RODA se baseia na perspectiva de desenvolver macro competências com propósito de formar sujeitos para potencializar a implantação e implementação da Educação Popular em Saúde nos municípios do Ceará, que foram cenários de prática da RIS ESP-CE. A proposta pedagógica e metodológica teve como temática central a educação popular em saúde, que parte das premissas da aprendizagem significativa, valorização da cultura e do saber popular. Propõe que a transformação das práticas profissionais seja pautada na reflexão crítica sobre a práxis materializada nas Rede de Atenção à Saúde- RAS e intersetorial. O curso fundamenta-se nos princípios da Política Nacional de Educação Popular em Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (PNEP-SUS). O presente texto consiste na modalidade relato de experiência do processo de ensino-aprendizagem, do residente em saúde coletiva, participante do curso e da aplicabilidade dele no cenário de prática da RIS-ESP/CE, no município de Tauá. Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo, transversal, observacional do tipo relato de experiência do residente em saúde coletiva no curso de capacitação em educação popular em saúde, RODA GIRA, MUNDO É RODA, ofertado pela Escola de Saúde Pública do Ceará e facilitado pelo tutor responsável. Utilizou-se da pesquisa documental, bibliográfica e do diário de campo. A RIS-ESP/CE, ofertou este curso com os objetivos de identificar, desencadear e qualificar espaços e estratégias que promovam a participação popular nos territórios/cenários de prática da RIS-ESP-CE, a partir do universo teórico-metodológico da Educação Popular em Saúde. Teve Carga Horária: 80 horas/aula (64 horas de sala de aula e 16 horas em atividades de dispersão) e seu Corpo Docente foram: Rafael Rolim, Vera Dantas, Ray Lima, Johnson Soares e convidados, que são referências em Educação Popular no Brasil. As principais Estratégias Pedagógicas: Círculo de Cultura, Roda de Conversa, Vivências, Oficinas, Cenopoesia, Dança, Música, Teatro, Artes Manuais. O curso teve a duração de 13(treze) meses, com 8 (oito) encontros presenciais. Tratou-se de uma proposta de formação teórico-empírica, que buscava trabalhar os princípios da educação popular em saúde em diálogo com as práticas dos profissionais de saúde nos territórios/cenários de prática. O curso foi estruturado em módulos presenciais (atividades de concentração) e atividades de dispersão. De modo que, em cada encontro eram vivenciados de forma prático-conceitual os princípios e diretrizes da PNEP-SUS, tais como: o diálogo, a amorosidade, a problematização, a construção compartilhada do conhecimento, a emancipação e o compromisso com a construção do projeto democrático e popular. A pesquisa abrangeu todas as etapas do curso EPS-RIS, tanto atividades de concentração como as atividades de dispersão executadas no município de Tauá (cenários de prática do residente). Resultado: e Discussão A vivencia do curso Roda Gira, Mundo é Roda: a educação popular e os territórios promoveu um reflexão e autoconhecimento dos trabalhadores e gestores ao se perceberem detentores de um saber científico descomprometido e desvinculado do saber popular e da gestão democrática do SUS. A trajetória atual vivenciada pelos gestores e profissionais da saúde requer processos formativos que lhes permitam a aquisição de competências para desenvolver o modo de promoção e gestão da saúde. Precisa-se manter o foco na garantia da saúde como um direito social dos cidadãos brasileiros, sobretudo o direito de participar ativamente do seu plano de cuidado integral. Neste aspecto os trabalhadores e gestores também se viam desconectados dos seus planos de cuidado e da promoção e gestão da saúde pessoal e familiar. Caso ocorram as mudanças necessárias na formação dos gestores e profissionais da saúde, a Educação Popular em Saúde poderá ser vista como prática necessária à integralidade do cuidado, à qualificação da participação e do controle social na saúde. A práxis da Educação Popular, no campo da saúde pública, caracteriza-se como estratégia singular para os processos que buscam o cuidado, a formação, a intersetorialidade e a democratização do SUS. As atividades e práticas da Educação Popular em Saúde na RIS-ESP-CE aproximou os gestores e trabalhadores dos territórios das áreas de abrangência da atuação dos residentes em Tauá, promovendo encontro não só de corpos, mas de almas, uma vez que a maioria das práticas coletivas, tais como: Tenda do Conto, Escalda-Pés, Roda de Conversa, Círculo de Cultura, Terapia Comunitária Integrativa, Cursos, Oficinas e Encontros estimulavam a troca de saberes numa perspectiva de horizontalidade do poder. Nesse sentido, cabe destacar que as rodas de conversa passaram a fazer pare da agenda coletiva dos serviços, tais como: UBS’s, CAPS e CRAS, onde se desenvolveu as ações da Educação Popular. E especificamente na UBS Aldeota implantou-se o cultivo de plantas medicinais e hortaliças e árvores frutíferas e ornamentais: nascendo o HORTO da UBS. A condução das atividades da educação popular nos cenário de prática contribuiu também para qualificar e ampliar o acesso e a resolutividade na Atenção Primária à Saúde do município de Tauá, pois a equipe de residentes esteve comprometida em atender a demanda dos usuários, com a visão da clínica ampliada e do projeto terapêutico singular. Considerações finais Do ponto de vista formativo e político-pedagógico acredita-se que esta experiência proporcionou uma aprendizagem significativa, que contribuiu efetivamente para o aperfeiçoamento das competências requerida na formação do residente- educador popular gestor. Notou-se ainda que as premissas da ESP-CE se aplicaram oportunamente nas situações problema que se enfrentou no dia a dia. Houve um ganho na capacidade de gerenciar crises e agir proativamente em busca de soluções inovadoras e criativas objetivando alcançar o inédito viável. O tema educação popular em saúde, embora não seja tão recente no cenário do SUS, demanda novos investimentos em pesquisas que possam subsidiar trabalhadores e gestores na gestão estratégica do SUS, no que se refere a prática da educação popular em saúde como estratégia de promoção e recuperação da saúde na gestão do cuidado. Disso, suscita a aposta na educação popular como mecanismo de fomento à solidariedade, amorosidade e protagonismo entre os usuários, profissional e gestores, uma vez que a mesma põe em pauta a valorização da cultura popular como fonte de identidade e processo emancipatório com vistas a contribuir na conquista de cidadania, saúde e qualidade de vida. Por fim, a construção do SUS não está plenamente consolidada nem garantida. Portanto novos arranjos políticos, de gestão, de participação e educação popular são indispensáveis para sermos o SUS que queremos ter.