| 499: Experiências da graduação: as vivências nos serviços de saúde SUS | |
| Debatedor: Marcia Naomi Santos Higashijima | |
| Data: 28/10/2020 Local: Sala 06 - Rodas de Conversa Horário: 16:00 - 18:00 | |
| ID | Título do Trabalho/Autores |
| 8919 | RELATO DE EXPERIÊNCIA DE DISCENTES SOBRE MÓDULO DE POLÍTICAS DE ATENÇÃO A SAÚDE DA MULHER E GÊNERO NA GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM E AS REPERCUSSÕES NA VIVÊNCIA DA PRÁTICA PROFISSIONAL Alessandra Aparecida de Saldes, Tuanny Caroline Pereira de Santana, Caroline Nascimento de Souza, Italla Maria Pinheiro Bezerra, Jaçamar Aldenora dos Santos, Joanna Francyne Silva de Barros RELATO DE EXPERIÊNCIA DE DISCENTES SOBRE MÓDULO DE POLÍTICAS DE ATENÇÃO A SAÚDE DA MULHER E GÊNERO NA GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM E AS REPERCUSSÕES NA VIVÊNCIA DA PRÁTICA PROFISSIONALAutores: Alessandra Aparecida de Saldes, Tuanny Caroline Pereira de Santana, Caroline Nascimento de Souza, Italla Maria Pinheiro Bezerra, Jaçamar Aldenora dos Santos, Joanna Francyne Silva de Barros
Apresentação: A discriminação e o preconceito infligidos à mulher e ao público LGBTQ+ e ainda as relações de poder da cultura machista, são marcadores sociais que podem levar a incapacidades para o desenvolvimento das atividades do cotidiano e comportamentos insalubres que afetam de forma direta a saúde das vítimas. A partir de situações de vulnerabilidade, a equidade como princípio doutrinário do SUS tenta garantir um atendimento focado nas necessidades de quem demanda por mais, com o auxílio de políticas públicas específicas para o acolhimento desses usuários. Nesse sentido, as competências e habilidades necessárias para a formação do enfermeiro no Brasil dispostas nas Diretrizes Curriculares do curso - Resolução CNE/CES Nº 3/2001 - consta entre outros, que para o exercício da profissão é requerido o conhecimento da estrutura e organização da sociedade, suas transformações e expressões. O objetivo desse resumo foi descrever a experiência de acadêmicos na abordagem das políticas de atenção à saúde da mulher e de gênero, bem como seu impacto na vivência da prática profissional. Trata-se de um relato de experiência desenvolvido por discentes da graduação de enfermagem em relação aos feedbacks da turma ao final do módulo incluso na ementa do curso e da vivência da prática profissional do período letivo entre os meses de agosto a dezembro de 2019 em uma Faculdade de Saúde em Recife - Pernambuco que utiliza a metodologia ABP como abordagem educacional. Durante a atividade, os alunos compartilharam seus conhecimentos prévios através de um debate sobre as crenças e paradigmas que cercam os assuntos abordados e o discernimento obtido. Resultado: através dos entendimentos alcançados, foram identificadas as demandas de saúde desses grupos e os impactos diretos e indiretos na assistência quando não há o acolhimento adequado, o que caracteriza a injustiça. São parcelas da população asseguradas por políticas públicas, mas por esses direitos serem pouco disseminados, carecem de maior esforço na divulgação. A ignorância impacta na manutenção de desigualdades no SUS. O espaço acadêmico é estratégico para a promoção e conscientização a respeito das políticas que contemplam esses indivíduos. Na interação no final do módulo, foram compartilhadas suas percepções e competências adquiridas, expostos reflexões sobre a urgência em disseminar os entendimentos adquiridos naquele ambiente de ciência. O emprego destes saberes durante a vivência no campo de prática profissional foi primordial para um novo olhar sobre a prestação de um cuidado humanizado à mulher e ao público LGTQ+. A turma se fundiu em um grupo coeso e empenhado como agentes da saúde em formação que levam transformação na forma de acolher, atender e cuidar, além de partilhar essas atitudes no espaço de trabalho. Considerações finais: O debate sobre as políticas públicas de saúde quando instigado no espaço acadêmico transpõe barreiras culturais equivocadas, gera conhecimento necessário para uma assistência à saúde empática e integral. Para a composição de um enfermeiro isso o prepara para o cotidiano da vida profissional como semeador da inclusão e contribuidor para um SUS mais justo e acessível a todos os cidadãos brasileiros. |
| 10285 | PRÁTICAS DE ENFERMAGEM PARA A MELHORIA DA QUALIDADE EM SAÚDE: REVISÃO INTEGRATIVA Márcia Reis, Suane Antunes, Cíntia Gomes, Dandarah Sousa, Euzalice Silva, Gabriela Neves, Miriam Silva, Natália Prazeres PRÁTICAS DE ENFERMAGEM PARA A MELHORIA DA QUALIDADE EM SAÚDE: REVISÃO INTEGRATIVAAutores: Márcia Reis, Suane Antunes, Cíntia Gomes, Dandarah Sousa, Euzalice Silva, Gabriela Neves, Miriam Silva, Natália Prazeres
Apresentação: Estudos nacionais e internacionais expressam que em todo mundo, após erros ou falhas da equipe de saúde hospitalar, milhões de pessoas sofrem algum tipo de evento adverso e ficam incapacitados ou morrem. Objetivo: Analisar através da literatura, as práticas de enfermeiros para a melhoria da qualidade gerencial e assistencial no ambiente hospitalar, com foco nos indicadores de qualidade da assistência em saúde, nas potencialidades e nos entraves vivenciados por esses profissionais. Método: Trata-se de uma revisão integrativa baseada em artigos publicados nas bases de dados SciELO, LILACS e BDENF entre os anos de 2015 e 2019. A busca seguiu os seis passos para a elaboração de uma revisão integrativa, ao fim da busca foram selecionados seis estudos completos. Para a coleta de dados foi utilizado o instrumento validado por Ursi. Os critérios de inclusão foram artigos completos, grátis, publicados em português, inglês e espanhol e que abordavam a temática de forma individual ou em conjunto a outros assuntos. Os critérios de exclusão foram apostilas, cartas, editoriais, revisões, estudo/relato de caso, dissertações, teses, livros e documentos. Logo, a fim de garantir melhor compreensão dos resultados, criou-se duas categorias empíricas: indicadores de qualidade para a melhoria da assistência de Enfermagem; Potencialidades e dificuldades assistenciais e gerenciais frente aos serviços de Enfermagem. Resultado: As práticas de Enfermagem para garantir a melhoria da qualidade abordam as discussões sobre os indicadores de saúde para a avaliação de desempenho dos serviços realizados pelos enfermeiros e sua equipe, assim como suas potencialidades e fragilidades que constituem a realidade gerencial e assistencial desses profissionais. Diante disso, ressalta-se que as opiniões dos profissionais, a conscientização sobre os problemas que dificultam a qualidade do cuidado é pauta importante observada nessa pesquisa. Ademais, observou-se que a interação com a equipe e a integração com o ambiente de trabalho são as principais potencialidades informadas pelos enfermeiros, por outro lado, a insegurança, a comunicação ineficaz, a dificuldade em solucionar conflitos, as dificuldades em organizar o trabalho dos outros profissionais, as dificuldades na tomada de decisão e a falta de experiência, se caracterizam como as fragilidades que constroem barreiras entre o exercício dos gestores e o funcionamento correto da instituição. Considerações finais: Por fim, destaca-se que os enfermeiros realizam suas atividades pautadas na qualidade assistencial, entretanto, por mais que esses profissionais se esforcem, ainda há obstáculos institucionais, políticos e organizacionais que precisam ser superados. |
| 10360 | A EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NA VIVÊNCIA DO CUIDADO VOLTADO A FAMÍLIA Adriele Cristine Sacramento da Silva, Ana Gabrielle Pinheiro Cavalcante, Leonardo Rodrigues Taveira, Michelle Beatriz Maués Pinheiro, Sandra Helena Isse Polaro A EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NA VIVÊNCIA DO CUIDADO VOLTADO A FAMÍLIAAutores: Adriele Cristine Sacramento da Silva, Ana Gabrielle Pinheiro Cavalcante, Leonardo Rodrigues Taveira, Michelle Beatriz Maués Pinheiro, Sandra Helena Isse Polaro
Apresentação: A reforma sanitária brasileira mudou a forma de se fazer saúde no país, assim a Atenção Primária a Saúde (APS) no Brasil foi articulada com o intuito de integralizar o cuidado a população assegurando os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), desse modo foi formulada a partir da visão multiprofissional para que desta forma tal objetivo fosse alcançado. Nesse viés a APS também conhecida como atenção básica adotou práticas não só de cuidado, mas também de prevenção através da educação em saúde e vacinação, além de implementar em seu itinerário ações nutricionais e comunitárias. Cabe ressaltar que todas essas facetas constituem o cuidado primário a comunidade e estão descritas na Declaração de Alma-Ata, um dos mais importantes marcos para a saúde evidenciando a influência dos acontecimentos internacionais nos modos de construção nacional e da nova visão de saúde. Em 2008 outra medida importante para o cuidado integral realizado pela APS foi implementada, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), está nova iniciativa do Ministério da Saúde visava incorporar ao atendimento profissionais que ainda não existiam no serviço como forma de seguir um caminho horizontal no cuidado às famílias da comunidade, visando um atendimento eficiente das lacunas ainda existentes no atendimento à população, oferecendo serviços de profissionais como educador físico, nutricionista, fonoaudiólogo, pediatria entre outras especialidades que possam atender as demandas e particularidades de cada comunidade. Assim, a atenção básica torna-se a porta de entrada dos usuários no SUS e é a principal medida para sanar problemas com resolutividade ambulatorial, trabalhar a prevenção de doenças e seus agravantes, além de ser ponte para os demais níveis de atenção. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem na vivência do cuidado voltado a família. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, realizado em novembro 2019 em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em Belém do Pará. O estudo foi executado por acadêmicos de enfermagem participantes do Programa de Capacitação em Atenção à Saúde da Criança (Estágio Multicampi Saúde), o qual é composto por acadêmicos de diversos cursos da área da saúde da Universidade Federal do Pará (UFPA). O estudo foi realizado com uma família usuária do SUS que é assistida em uma UBS. Encontramos a família durante as consultas de enfermagem que visam a realização do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil, desse modo durante a consulta percebemos algumas demandas que a família necessitava, logo a mãe da criança foi convidada a participar do estudo e marcamos outro encontro com toda família. No encontro realizamos a coleta de informações de todos os membros da família, assim coletamos os dados socioeconômicos, antecedentes familiares, antecedentes obstétricos, situação de saúde atual e dados referentes a cada uma das crianças. Após a realização da coleta de dados elaboramos os principais diagnósticos e intervenções de enfermagem de acordo com a Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva (CIPESC). Resultado: A família acompanhada é composta de mãe e três filhos, sendo que estes moram em uma casa com mais três pessoas. As crianças apresentam cartão vacinal atualizado e realizam acompanhamento do crescimento e desenvolvimento de acordo com a faixa etária do programa. Durante a avaliação as crianças de 2 anos e 6 anos apresentaram atraso no desenvolvimento. A mãe apresentou diversas complicações durantes todas as gestações (hipertensão, anemia, plaquetopenia e infecção urinaria). Destaca-se que a última gestação foi há dois meses, está realizando amamentação em tandem (amamenta a filha de 2 anos e a de 2 meses). Possui companheiro fixo, porém não residem na mesma casa, refere relação conturbada devido ao uso abusivo de bebida alcóolica pelo companheiro. Não utiliza o anticoncepcional prescrito e nem preservativo. Refere está em uso de medicações para tratar anemia e hipertensão, não soube relatar o nome dos medicamentos. Durante a entrevista foi perceptível a vulnerabilidade socioeconômica da família. Diante disso, foi realizado um planejamento com as principais intervenções de enfermagem voltadas para a mãe das crianças, haja vista que foram encontrados diversos problemas com a mãe que interferem na saúde das crianças. Assim, o foco principal foi a mãe das crianças com a qual foi possível realizar algumas intervenções, e as que não foram realizadas durante o Estágio do Multicampi Saúde foram deixadas como demanda para os profissionais da UBS. As crianças de 6 anos e 2 anos que estavam com atraso no desenvolvimento foram encaminhadas para acompanhamento com a Terapeuta Ocupacional da UBS. O planejamento da mãe foi composto pelos seguintes diagnósticos e suas respectivas intervenções. Amamentação inadequada: orientar sobre a amamentação em tandem e sobre o desmame conduzido da filha de 2 anos de acordo com o desejo da mãe; priorizar a amamentação em livre demanda da criança de 2 meses; demonstrar técnica correta de amamentação; encorajar a paciente a explicitar suas dúvidas, anseios e dificuldades relacionadas à amamentação; estimular o aleitamento materno exclusivo até o 6º mês e o vínculo mãe/filho durante o aleitamento materno; e estimular a ingesta hídrica da mãe. Emagrecimento: encaminhar para nutrição; investigar hábitos alimentares individuais e familiares; monitorar peso corporal; orientar ingestão de alimentos adequados; estimular a ingesta hídrica, no mínimo 2 litros por dia; e programar visita domiciliar. Uso de contraceptivo inadequado: realizar acompanhamento através do planejamento familiar; dispensar método contraceptivo; esclarecer dúvidas quanto aos métodos contraceptivos; e executar ações de prevenção do câncer de mama e colo de útero. Controle do regime terapêutico inadequado: estimular o autocuidado; realizar rastreio de Hipertensão Arterial Sistêmica e Anemia; realizar exames de rotina; investigar o uso das medicações e orientar o uso correto das medicações. Vínculo conflituoso: estimular o amor próprio; encaminhar para acompanhamento com o psicólogo; e levantar as dificuldades frente a situação relatada. Considerações finais: A partir da experiência proporcionada pelo projeto, foi possível reafirmar a importância da APS a partir do olhar holístico e integral visando abranger na aplicação do cuidado ao indivíduo e a família como um todo. É essencial que os profissionais e acadêmicos possuam um olhar crítico aliado a investigação para se entender as dinâmicas familiares da população, para que desse modo haja a compreensão das comorbidades de cada núcleo familiar para elaborar-se planos de cuidados adequados, evidenciando a importância do planejamento do cuidado na atenção básica como pilar de resolutividade em conjunto com as iniciativas de educação em saúde como ferramenta de orientação a comunidade e prevenção. |
| 10385 | LIMITES E POSSIBILIDADES DA SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA EXPERIÊNCIA DE ABORDAGEM FAMILIAR VIVENCIADA POR ACADÊMICOS DE MEDICINA Allana Oliveira Lima, Cláudia Du Bocage Santos-Pinto, Bárbara Sarni Sanches, Andressa Volcov Conte, Morgana Massaroli, Jenneph Félix dos Santos Silva LIMITES E POSSIBILIDADES DA SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA EXPERIÊNCIA DE ABORDAGEM FAMILIAR VIVENCIADA POR ACADÊMICOS DE MEDICINAAutores: Allana Oliveira Lima, Cláudia Du Bocage Santos-Pinto, Bárbara Sarni Sanches, Andressa Volcov Conte, Morgana Massaroli, Jenneph Félix dos Santos Silva
Apresentação: A Medicina da Família é especialidade cujas ferramentas possibilitam maior aproximação com a realidade dos indivíduos, sendo a abordagem familiar uma delas. Esta proporciona um panorama amplo das condições biopsicossociais dos membros. Aborda aspectos assistenciais, mas sobretudo a prevenção e a promoção da saúde. Esse trabalho descreve a experiência vivenciada na disciplina deApresentação: à Medicina de Família e Comunidade do curso de medicina da UFMS, em 2019, por meio da integração ensino-serviço entre UFMS e Secretaria de Saúde (Campo Grande-MS). Desenvolvimento: A atividade se deu ao longo de 5 encontros, onde grupos de alunos visitaram famílias previamente selecionada, na companhia de um ACS. As visitas foram delineadas com 2 dias de aproximação e abordagem dos problemas, 1 dia de planejamento, 1 dia de intervenção e 1 dia de apresentação para a equipe da UBSF. Na abordagem familiar os alunos ouviam queixas dos indivíduos, que não se restringiam a problemas clínicos. Esta foi orientada pelos eixos: família nuclear e desafios para qualidade de vida; relações com a comunidade; contexto socioeconômico. Resultado: No presente caso, a família selecionada era de baixa renda, vivendo na periferia de Campo Grande. Composta por homem, 74 anos, sem escolaridade, com diabetes; mulher, 35 anos, ensino fundamental incompleto, hipertensa, fumante, e 2 filhas. O homem apresentava grande relutância à condição de diabético e ao tratamento da doença, sendo refratário às orientações relacionadas a seu autocuidado. A mulher demonstrava interesse em parar de fumar, mas não realizava tratamento correto para hipertensão. Ambos pareciam afastados do contexto social da comunidade e da UBSF. Buscou-se elaborar intervenções condizentes com as possibilidades dos alunos. Considerou-se prioritária a abordagem educativa, estruturando-se em: alimentação saudável; melhoria do contexto social; cessação tabagista; hipertensão e diabetes. Elaborou-se um rol de informações com o cronograma do HIPERDIA e do educador físico na UBSF, informações sobre o Programa Nacional de Controle ao Tabagismo, e informações sobre alimentação saudável em vista do diabetes e hipertensão. Na visita para aplicação da proposta apenas o homem estava presente, e este mostrou-se novamente resistente. Apesar do distanciamento, recolheu as informações e comprometeu-se a repassá-las à esposa. No último dia houve troca de experiências com a equipe da UBSF. O resultado foi considerado positivo pelo ACS e, segundo ele, as visitas contribuíram para a integração do casal à UBSF e também para um maior contato dele com o contexto social da família. A intervenção de caráter educativo realizada ressaltou a importância da prevenção e promoção da saúde. Ainda assim, houve um sentimento de frustração no grupo, mas que foi considerado também um aprendizado ao ilustrar limites e dificuldades da atuação em Atenção Primária. Considerações finais: Cada indivíduo é um ser, historicamente, socialmente e fisiologicamente único. Por meio dessa reflexão, concluiu-se que para o exercício da medicina, é peça fundamental o comprometimento mútuo de todas as partes envolvidas. É fundamental, então, a capacidade do profissional de se adaptar a todos os contextos, mas sempre mantendo em mente que, tanto o médico, quanto pacientes devem participar ativamente do processo de cuidado. |
| 10416 | PROPOSTA DE PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE GRADUANDOS DE MEDICINA EM DISCIPLINA DO CURSO DE MEDICINA DA UFRJ/MACAÉ. Larissa Santiago de Freitas, Bruna Vago, Daniel Emílio da Silva Almeida, Karla Santa Cruz Coelho, Helvo Slomp Júnior PROPOSTA DE PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE GRADUANDOS DE MEDICINA EM DISCIPLINA DO CURSO DE MEDICINA DA UFRJ/MACAÉ.Autores: Larissa Santiago de Freitas, Bruna Vago, Daniel Emílio da Silva Almeida, Karla Santa Cruz Coelho, Helvo Slomp Júnior
Apresentação: A humanização da saúde e o atendimento integral aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) são metas atuais dos profissionais da saúde pública. Para tanto, são repensadas estratégias de ação e produção do cuidado que coloquem o usuário no centro da atenção e tenham a sua saúde como fim, a exemplo do Projeto Terapêutico Singular (PTS), um instrumento que visa suprir as demandas objetivas e subjetivas dos usuários, com o propósito de fomentar a sua autonomia e a apropriação de seu processo de cuidado. O presente trabalho é fruto da proposta de PTS feito pelas autoras, graduandas de medicina, atividade requisitada pela disciplina de Saúde da Comunidade III, do terceiro período do curso de Medicina da UFRJ - campus Macaé, e objetiva ampliar o entendimento da complexidade singular do sujeito e de seu caminho no SUS, em especial na rede de saúde pública de Macaé. Mediante o uso de metodologias ativas de ensino-aprendizagem, foram realizadas várias visitas em uma estratégia de saúde da família (ESF), nas quais as estudantes alternavam entre conversas com os profissionais de saúde envolvidos no cuidado de R., a usuária estudada neste trabalho, e a análise dos seus prontuários além de visitas domiciliares, atividades que possibilitaram uma maior compreensão do usuário e de suas necessidades, entendendo-o não só como um paciente, e sim como um sujeito inserido em diversos grupos sociais e com implicações decorrentes dessas inserções. Tais atividades favorecem o estabelecimento de um vínculo com R., otimizando as percepções de suas vulnerabilidades e potencialidades em seus processos existenciais, e promovendo a assimilação das problemáticas de saúde relacionadas ao seu caso somando-se o conteúdo teórico estudado na disciplina. Paralelamente foram realizadas tutorias com os docentes, essenciais para o esclarecimento de dúvidas e definição de pontos chaves a serem abordados na proposta de PTS, além de outras pactuações processuais na construção do trabalho em equipe. Por fim, as apresentações das propostas de intervenções foram feitas coletivamente, fomentando o debate e a ampliação do olhar crítico dos estudantes, em particular no que concerne à construção coletiva de um projeto terapêutico, e a potencialidade deste de melhorar a qualidade de vida do usuário, mesmo diante de diversas dificuldades. Por certo, o presente trabalho foi bastante enriquecedor; sendo finalizado concomitantemente ao término da disciplina, culminando com a aceitação da usuária as propostas de intervenção pactuadas, com um aprendizado certamente aprimorado e com um retorno positivo dos profissionais de saúde da ESF. Em suma, a partir da construção da proposta de PTS, a disciplina de Saúde da Comunidade permitiu a construção de uma visão acadêmica que ultrapassa os aspectos clínicos e alcança o “eu” do indivíduo, em suas subjetividades e complexidades, e de suas conexões familiares e sociais. Dessa forma, conhecer R. e a maneira como esta percorreu a rede de serviços do SUS local foi enriquecedor e estimulante. A partir disso, a disciplina permitiu o entendimento de que o usuário não deve ser considerado como um objeto, e sim, ator de seu próprio processo de cuidado. |
| 10420 | O CONHECIMENTO DE GRADUANDOS EM ENFERMAGEM SOBRE ALEITAMENTO MATERNO Patricia Lima Pereira Peres, Carolina Almeida Braga, Daniel Barbosa Guimarães O CONHECIMENTO DE GRADUANDOS EM ENFERMAGEM SOBRE ALEITAMENTO MATERNOAutores: Patricia Lima Pereira Peres, Carolina Almeida Braga, Daniel Barbosa Guimarães
Apresentação: O leite materno é o alimento ideal para o crescimento e o desenvolvimento infantil. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) há muito reconhecem sua importância e seus benefícios para o bebê, mulher, família e para a sociedade. Dentre as estratégias que têm potencial para a redução da mortalidade infantil podemos citar a vacinação, o saneamento básico, a suplementação vitamínica e de sais minerais, as unidades de terapias intensivas neonatais e o alojamento conjunto. Entre todas elas, o aleitamento materno é considerado a estratégia isolada com maior efetividade na redução da mortalidade infantil e melhora na qualidade de vida nos primeiros anos da criança e se constitui como prática indispensável para a promoção da saúde da criança a curto e a longo prazo, assegurando sua sobrevivência com qualidade de vida futura. Entretanto, apesar de todos os estudos comprovando a sua importância para o crescimento e desenvolvimento da criança, dados apontam índice de 52,2% de desmame precoce antes do quarto mês de vida. Embora a existência de uma legislação de proteção, de campanhas de promoção do aleitamento materno sejam extremamente necessárias e oportunas, para o alcance de melhores índices de aleitamento materno, é no profissional de saúde que mais se concentra a necessidade de investimento para o apoio da mãe/bebê/família que vivenciam a prática da amamentação. Enfermeiros capacitados para o manejo clínico e aconselhamento em amamentação, contribuem para a redução do desmame precoce e ajudam nutrizes a terem uma vivência positiva desse processo. Objetivo: Identificar o conhecimento de estudantes de graduação em enfermagem sobre AM; classificar e analisar os escores de conhecimento sobre AM dos graduandos em enfermagem do primeiro e do último ano. Método: Trata-se de um estudo de uso de base secundária, transversal, descritivo com abordagem quantitativa. Foram utilizados dados dos estudantes de graduação em enfermagem de uma universidade pública no Estado do Rio de Janeiro, que tiveram seus dados coletados pela pesquisa “Conhecimentos e práticas sobre aleitamento materno na formação de profissionais de saúde”. Foram utilizadas neste estudo as informações coletadas dos três grupos de perguntas do questionário A) Caracterização dos participantes; B) Ensino da temática AM no currículo e nas atividades extracurriculares; C) Conhecimento do estudante. Neste bloco, foram analisados os aspectos socioculturais; aspectos biológicos; manejo do AM; política de aleitamento materno (nacional e internacional); alimentação complementar saudável e legislação de proteção ao aleitamento materno. A pontuação foi dada a partir do grupo C, composto por 60 questões, divididas em seis blocos, no qual cada questão recebeu o valor “1” quando corretamente respondida, ou “0”, para aquelas não respondidas corretamente ou que a resposta foi “não sei”. Dada essa pontuação, foram criados escores de acordo com o desempenho do participante. Para 9 – 10 pontos, escore excelente; 8 – 9 pontos, escore bom; 6 – 7 pontos, escore regular; 4 ou menos pontos, escore insuficiente. A análise dos dados se deu por meio de estatística descritiva. A pesquisa “Conhecimentos e práticas sobre aleitamento materno na formação de profissionais de saúde”, foi submetido e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Sub-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (COEP/SR2/UERJ) sob o número do parecer: 3.150.993, atendendo aos preceitos estabelecidos pelas Resoluções nº 466/12 e 510/16 do Conselho Nacional de Saúde, que dispõem sobre a autonomia, não maleficência, beneficência, justiça, equidade, e visam a assegurar os direitos dos participantes de pesquisas e deveres do pesquisador. Resultado: Participaram deste estudo 88 alunos da graduação em enfermagem do Curso de Enfermagem, sendo 60 do primeiro ano e 28 do último ano do curso. A maioria dos participantes era do sexo feminino (85,2%). A idade variou entre 18 a 48 anos, com uma média de 21,8 anos. 13 (14,8%) participantes disseram já ter alguma formação na área da saúde, sendo 12 como técnico em enfermagem e um na área da biologia. 12 (13,6%) participantes disseram ter filhos e quatro deles disseram não ter recebido orientação sobre aleitamento materno. Os participantes do 1º ano apresentaram melhor desempenho no subgrupo sobre alimentação complementar saudável, 78,3% acertaram cinco ou mais questões, e pior desempenho no subgrupo referente ao manejo do aleitamento materno, 81,7% dos alunos apresentaram escore insuficiente. Já os alunos do último ano tiveram melhor desempenho no subgrupo acerca dos aspectos socioculturais, todos os participantes obtiveram cinco ou mais pontos, e apresentaram pior desempenho no subgrupo sobre legislação do aleitamento materno, 46,4% tiveram score insuficiente. Tendo em vista a importância do papel que os enfermeiros desempenham, esse profissional deve ser bem capacitado durante formação. Considerações finais: O aleitamento materno é uma prática multidimensional e por essa razão, a formação profissional necessita abarcar todas as dimensões sob o risco do não aleitamento materno. Ao buscar avaliar o conhecimento de estudantes de graduação em enfermagem nos anos iniciais (ingressantes) e finais (concluintes), o que se buscou não foi gerar comparação entre os estudantes, mas sim, ter condições de identificar qual a bagagem de conhecimento que esse estudante traz ao chegar à universidade, quais as experiências ele adquire ao longo da formação e que profissional estamos entregando à sociedade. Observou-se que os estudantes ingressantes possuem dificuldade de inserção em práticas extracurriculares devido à adaptação ao universo acadêmico e à carga horária exaustiva de disciplinas teóricas dos períodos iniciais. Os estudantes concluintes têm a seu favor a diversidade de oportunidades que a universidade proporciona em projetos de extensão, pesquisa, estágio interno, cursos e eventos sobre o tema. Contudo, é importante avaliar quais as dimensões do aleitamento materno estão sendo contempladas e se a perspectiva do ensino sobre aleitamento materno é meramente biologicista. Quando se fala em uma política de aleitamento materno que contemple a promoção, proteção e apoio nenhuma das dimensões estudadas no estudo pode ser reduzida. Concluímos que é importante que os alunos busquem outras formas de se inserir nas atividades com vista à aquisição de conhecimento acerca da temática, visto que a universidade oferece modalidades diversas de aprendizagem, além do ensino curricular. Do mesmo modo, a instituição de ensino precisa rever o seu conteúdo curricular, visando trazer para o início do curso disciplinas que abordem o aleitamento materno, fazendo com que o aluno se aproxime do tema ainda no início da graduação, ou que pelo menos, estimular o aluno a fazer as conexões entre as disciplinas dos períodos iniciais com a temática aleitamento materno e criar estratégias que atraiam os alunos a estarem participando das atividades extracurriculares voltadas para a amamentação. |
| 10509 | A COMUNICAÇÃO DE NOTÍCIAS DIFÍCEIS: UM OLHAR DO ESTUDANTE Amanda Aparecida da Silva Machado, Barbara Dias de Souza, Esther Silva de Paula, João Pedro Silva Tonhá, Renata da Silva Fontes Monteiro A COMUNICAÇÃO DE NOTÍCIAS DIFÍCEIS: UM OLHAR DO ESTUDANTEAutores: Amanda Aparecida da Silva Machado, Barbara Dias de Souza, Esther Silva de Paula, João Pedro Silva Tonhá, Renata da Silva Fontes Monteiro
Apresentação: Observando a presença de padrões semelhantes em diferentes sociedades e culturas, pensando nas questões que envolvem a formação médica e querendo compreender como o tema de comunicação de notícias difíceis é abordado na graduação de medicina é que se idealizou este estudo, que tem como objetivos: analisar a forma que a comunicação de notícias difíceis é feita na formação médica; compreender o que os alunos entendem sobre o tema, bem como os preparos técnico e emocional para essa tarefa e o que acham que poderia melhorar na graduação em relação ao tema. Desenvolvimento: Pesquisa descritiva quali/quantitativa, cujos dados foram coletados através de questionário eletrônico com perguntas estruturadas fechadas sobre comunicação de notícias difíceis, respondido por estudantes matriculados no curso de medicina em território nacional. O questionário ficou disponível por dez dias no site do Google Forms e foi divulgado através de redes sociais. O embasamento teórico foi feito através de revisão de literatura com artigos proveniente das bases de dados disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde, PubMed e Scielo. Resultado: Setenta e nove estudantes responderam ao questionário utilizado. Destes, 93,6% responderam saber o que é comunicação de notícias difíceis. Em relação à questão técnica, sobre se acharem aptos a comunicar, 51,3 % responderam que não e 48,7% que sim. Sobre o aspecto emocional da comunicação, 65,4% responderam não se sentirem preparados para tal tarefa e 34,6% que sim. Quando questionados se tiveram algum contato com o tema comunicação de notícias difíceis ao longo da formação, 66,7% dos alunos responderam que sim e os outros 33,3% que não. Na última pergunta deram as seguintes sugestões para melhor preparação na graduação quanto à comunicação de notícias difíceis: vivenciar experiências nas práticas hospitalares; reforma curricular; abordagem precoce na graduação; aulas teóricas e grupos de discussões para o preparo técnico; treinamento prático com oficinas de dramatização; disciplinas que abordem técnicas de Medicina Centrada no Paciente e Narrativa. Considerações finais: A comunicação de notícias difíceis não é uma prática fácil na área médica e a partir deste estudo pode se entender melhor os tópicos que mais afligem os estudantes do curso de medicina e os profissionais já formados. Dentre eles, o que mais é levado em consideração é a compreensão do outro que receberá a notícia, pois dependendo de como ele a recebe, terá sua vida reestruturada de acordo com o que tiver recebido. Portanto além do caráter individual de cada um, a comunicação de notícias difíceis é tarefa árdua e exige uma formação que incentive o relacionamento interpessoal e as habilidades de comunicação da forma mais abrangente possível. Sendo assim as universidades têm papel fundamental nesse processo e devem proporcionar atividades lúdicas, debates e processos formativos que tornem os alunos aptos para comunicarem todas as informações necessárias inerentes à vida daqueles que venham a assistir ao longo de suas carreiras. |
| 10569 | PROCESSO DE CRIAÇÃO DA LIGA ACADÊMICA DE ATENÇÃO À SAÚDE COLETIVA - LAASC Matheus Veras Martins, Rebeca de Araujo Duarte, Vinícius Ferreira dos Santos, Annanda da Silva Pereira Mattos, Mary Ann Menezes Freire PROCESSO DE CRIAÇÃO DA LIGA ACADÊMICA DE ATENÇÃO À SAÚDE COLETIVA - LAASCAutores: Matheus Veras Martins, Rebeca de Araujo Duarte, Vinícius Ferreira dos Santos, Annanda da Silva Pereira Mattos, Mary Ann Menezes Freire
Apresentação: As ligas acadêmicas (LA) são entidades formadas por grupos de alunos de diferentes períodos da graduação sob a supervisão de profissionais e professores vinculados a Instituição de Ensino Superior ou Hospitais de Ensino. No cenário acadêmico brasileiro, as ligas estão em ascensão e caracterizam um fenômeno oriundo de fatores como a deficiência na grade curricular dos cursos, necessidade de aprofundamento em determinado tema e a importância de ter um diferencial no currículo decorrente da competitividade do mercado de trabalho. Além disso, as ligas acadêmicas possibilitam a troca entre profissionais e acadêmicos ainda no processo de formação. Cada liga acadêmica possui um tema norteador, na qual os alunos-ligantes possuem o interesse em pesquisar, desenvolver atividades e aprofundar seus conhecimentos. As atividades das LA são fundamentadas na tríade ensino, pesquisa e extensão que incluem aulas teóricas, discussão de casos clínicos, seminários, minicursos e atividades práticas. Diante disso, um grupo de alunos da graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) em conjunto com professores da instituição fundaram a Liga Acadêmica de Atenção à Saúde Coletiva (LAASC) que tem por objetivos: Abrir espaço para discussões sobre temas referentes à Saúde Coletiva; Complementar a vivência teórico-prática dos discentes; Desenvolver pesquisa científica na área de Saúde Coletiva; Divulgar resultados em eventos científicos e/ou publicação em periódicos em âmbito nacional e internacional; Contribuir em eventos científicos ligados à ensino, extensão e pesquisa na área de Saúde Coletiva. Desenvolvimento: Este é um relato de experiência sobre o processo de criação da LAASC fundada na Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP/UNIRIO) em outubro de 2018. Nesse sentido, tornou-se o produto de uma iniciativa de dezessete alunos de graduação em Enfermagem, sob a supervisão de um professor orientador e um professor coorientador, estando vinculada ao Departamento de Enfermagem de Saúde Pública e ao Observatório de Políticas Públicas em Saúde e Educação em Saúde, ambos situados nas instalações da EEAP/UNIRIO. Além disso, o processo de fundação da LA transcorreu a partir de reuniões ordinárias dos membros fundadores para formulação do Estatuto e regimento interno da LAASC sob consulta à base comum do estatuto geral das ligas da EEAP/UNIRIO, estando devidamente regulamentada e aprovada. Logo, com o Estatuto finalizado, foram recolhidas as assinaturas do professor orientador e diretor da EEAP/UNIRIO a fim de oficializar a fundação. Resultado: A Definição do Tema: A proposta de formação de uma liga, emergiu da necessidade em se discutir os fenômenos do Sistema Único de Saúde (SUS), visto que a grade curricular do curso centralizava as disciplinas com foco no SUS em apenas dois semestres. Além disso, o contexto político, de sucateamento do SUS, vivenciado sobretudo nos campos de prática, despertou o interesse dos membros fundadores para a criação de um ambiente de aprendizagem e aprimoramento dos conhecimentos relacionados ao SUS. Inicialmente nas reuniões de formação da liga, pairava uma dúvida a respeito do tema central, discutia-se conceitos, e chegou-se a três temas principais: saúde pública, atenção primária à saúde e saúde coletiva. Através de um pleito de votação, o tema Saúde Coletiva foi definido como tema a ser discutido dentro da liga. Os membros compreendiam que o conceito de Saúde Coletiva englobava todas as esferas do SUS, além de se enquadrar nos diversos campos de atuação, desde as Unidades Básicas de Saúde até os Institutos Federais, de alta especialidade. Entendiam também que a saúde coletiva envolve as relações dos seres humanos com o território em que vivem, sendo assim é essencial ações preventivas e de promoção da saúde, visto que um desequilíbrio entre os dois podem ocasionar problemas, impactando na sociedade como um todo. Elaboração do Estatuto: Após a definição do tema, os membros fundadores buscaram estatutos das ligas já fundadas na própria e demais instituições, que serviram de modelo para a construção do estatuto da LAASC. Foram realizadas duas reuniões para debater especificamente elementos do estatuto, sendo assim através do sistema de votação entre os membros fundadores ficou estabelecido, os objetivos principais, a forma de ingresso, os cargos administrativos, os desligamentos entre outros aspectos do estatuto. Neste momento, utilizando como base os princípios e diretrizes do SUS, foi definido que seria uma liga multiprofissional e interdisciplinar. Assim, os membros fundadores entendem que o conhecimento é construído através de diálogos e que a comunicação entre os diferentes profissionais é essencial para ofertar um cuidado integral, universal e com equidade à população. Após, o estatuto foi encaminhado à professora orientadora que analisou e junto aos membros fundadores corrigiu possíveis informações contraditórias. Neste momento também realizou-se a formatação do texto. Sendo assim, o estatuto foi encaminhado no dia 18 de outubro de 2018 à direção da EEAP/UNIRIO para que tomasse ciência. A inauguração da Liga: Em paralelo a aprovação do estatuto, os membros fundadores discutiram a Inauguração da LAASC perante a sociedade, em especial dentro da academia. Ficou definido a realização de um evento em comemoração a aprovação do estatuto e inauguração da liga. Com base no cenário apresentado no momento da fundação, discutia-se dentro da área acadêmica, sobretudo no contexto do SUS, os 30 anos da aprovação da Lei nº 8.080/90, sendo esse o tema definido para o primeiro evento oficial da LAASC. A partir da definição do assunto do evento, foi selecionada a metodologia de mesa redonda, mediada pela orientadora da liga com participação de duas profissionais convidadas que possuem experiências de atuação dentro do SUS. O evento foi marcado para o dia 25 de outubro de 2018 às 16 horas no auditório da EEAP/UNIRIO e recebeu o título de “I Mesa Redonda LAASC: 30 anos de SUS. Perspectivas em tempos de multiplicidades, desigualdades e diferenças. O evento foi divulgado via redes sociais, além de divulgação presencial pelos corredores da instituição, as inscrições eram gratuitas e não havia nenhuma restrição para participar. Participaram do evento aproximadamente 40 pessoas, entre profissionais, acadêmicos e professores. Ocorreu um ambiente de reflexão a respeito da história do SUS, ainda em formação, com desafios na conjuntura atual onde o Estado promoveu medidas que acabaram contribuindo para o sucateamento do SUS. Também se discutiu a respeito da importância da fundação da liga e como o seu alinhamento junto à grade curricular pode favorecer a capacitação dos futuros profissionais que irão atuar em maioria no SUS. Considerações finais: A partir do processo de ensino-aprendizagem, a LAASC mostra-se fundamental na formação diferenciada do discente, não apenas na visão crítica, mas também sobre seu papel na sociedade em transformação. Uma iniciativa como essa contribui na formação humanizada dos profissionais de saúde, promove a interdisciplinaridade e valoriza o interesse pela pesquisa e pela especialidade, assim como a educação permanente, conforme recomendam as Diretrizes Curriculares Nacionais. Justifica-se por estar dentro dos princípios do SUS, e atenta para a nova atmosfera da necessidade da população, que busca atendimento de saúde como sujeito integral e não simplesmente como um corpo orgânico fragmentado. |
| 10873 | APLICAÇÃO DA TEORIA DE INTERVENÇÃO PRÁXICA DA ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Helena Marcia Dias, Andréa Carvalho Araújo Moreira, Kássia Carvalho Araújo, Marília Aparecida de Araújo Holanda, Cassio da Silva Sousa, Eveline Carneiro de Oliveira, Thalia Milena Lopes da Rocha APLICAÇÃO DA TEORIA DE INTERVENÇÃO PRÁXICA DA ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Helena Marcia Dias, Andréa Carvalho Araújo Moreira, Kássia Carvalho Araújo, Marília Aparecida de Araújo Holanda, Cassio da Silva Sousa, Eveline Carneiro de Oliveira, Thalia Milena Lopes da Rocha
Apresentação: O processo de envelhecimento é um percurso progressivo que ocorre durante a vida afetando todos os organismos, resultando em alterações dos padrões fisiológicos de um indivíduo, em uma relação mútua de fatores sociais, culturais, biológicos e psicológicos. As ações de enfermagem no cuidado com o idoso, devem abranger toda a rede de atenção, e não se limitarem somente na esfera de saúde, mas atuarem juntamente com os serviços sociais. Uma configuração existente para a materialização do encontro deste público são os grupos de convivência que por sua vez são direcionados a atividades educativas, de autocuidado, ou atividades físicas, sendo muitas vezes denominados como grupo de idosos, grupos de hipertensos ou diabéticos, dentre outras terminologias utilizadas. Nesse contexto, o módulo de Práticas Interdisciplinares em Ensino, Pesquisa e Extensão III - PIEPE III do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú, com conteúdo e vivências de extensão voltadas para o público idoso permite que o estudante de enfermagem faça uma imersão nos grupos de idosos, de modo a integrar atividades de ensino, pesquisa e extensão. Esse tipo de experiência repercute diretamente na formação estudantil bem como na sociedade. O acadêmico vivencia de perto o envelhecimento e enxerga as necessidades desse público, assim corroborando com o perfil rematado do futuro profissional. Portanto, as ações vivenciadas pelos estudantes de enfermagem junto ao grupo de idoso em um contexto local pode favorecer estudantes, profissionais e gestores de outras realidades a deflagrar estratégias exitosas para a promoção da saúde do idoso. Possuindo então como objetivo o desenvolvimento de estratégias em saúde com embasamento teórico e científico para atender as necessidades peculiares da pessoa idosa por meio da Teoria da Intervenção Prática em Saúde Coletiva (TIPESC). Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência, de abordagem qualitativa. Elaborado no módulo: Práticas Interdisciplinares em Ensino Pesquisa e Extensão, durante o sexto semestre do curso de Enfermagem Bacharelado da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Foi utilizada a Teoria da Intervenção Práxica de Enfermagem em Saúde Coletiva, onde observou-se a realidade de um grupo de idosos. A população deste estudo compreendeu pessoas com 60 anos ou mais que residiam em um território de um determinado Centro de Saúde da Família da região Norte do Ceará, durante os meses de maio a agosto do ano de 2019 totalizando nove encontros. Para criação e organização das intervenções utilizou-se o referencial teórico metodológico TIPESC, onde contemplando a primeira etapa que é a captação da realidade os acadêmicos assumiram a posição de observadores a fim de identificar as características físicas, estruturais, econômicas, políticas, sociais e culturais do grupo considerando também a avalição multidimensional que refere-se ao processo de avaliação, tratamento e cuidado do idoso; tendo em vista que estes aspectos contribuíram para a Interpretação da realidade, que foram de encontro com a segunda etapa, tornando possível a realização do diagnóstico situacional e estabelecimento dos objetivos a serem trabalhados no grupo que repercutiram diretamente na elaboração das intervenções realizadas a partir da construção do plano de trabalho baseada no reconhecimento da questão que foi a capacidade cognitiva dos idosos., caracterizando-se como a terceira etapa. No que se refere a quarta etapa que caracteriza-se na execução das intervenções utilizou-se de metodologias ativas a partir dos achados como a tenda do conto, circuito coordenativo, caixa mágica, e texto dos comandos. Na quinta etapa a transformação da realidade objetiva se fez presente pela devolutiva do público alvo supracitado. Resultado: No que se refere as categorias dimensionais propostos a partir do referencial foi perceptível numerosos achados; as políticas públicas existentes destinadas a tal público ao decorrer dos anos vem se sedimentando através das práticas coletivas; mas um contraponto é que mobilização e a promoção de saúde desta população é feita muitas vezes de maneira superficial, sem o devido olhar singular que deveria ser levado em consideração; os grupos de convivência muitas vezes são bem produtivos mas organizado de maneira empírica; sem a participação dos profissionais da saúde. Quanto a operacionalização da TIPESC; na captação e interpretação da realidade objetiva, a falta de recursos humanos fragiliza consideravelmente a assistência prestada aos idosos; principalmente na atenção básica onde lá deveria realmente ocorrer uma clínica ampliada suprindo as necessidades deste público; indo em desencontro aos verdadeiros objetivos do grupo de idosos que seria tal engajamento da equipe de saúde; mas que fragilizada por imposições históricas e políticas se encontram impossibilitados de intervir holisticamente nos sujeitos. A proposta de intervenção na realidade objetiva foi baseada a partir da constatação das necessidades de atividades mais elaboradas e com rigor científico para uma consequente abordagem de qualidade refletindo em um cuidado de saúde mais eficaz. A intervenção propriamente dita teve enfoque nas funções cognitivas adotada na avaliação multidimensional que tangem atividades voltadas para a manutenção dos domínios como a memória, função executiva, linguagem e práxia. O propósito era que todos os membros do coletivo conseguissem realizar as atividades voltada para a manutenção da cognição do idoso e por conseguinte o alcance de bem-estar, e saúde previsto na esfera política. Na reinterpretação da realidade foi perceptível o quão proveitoso foi para o grupo o engajamento dos acadêmicos de enfermagem; as contribuições foram observadas ao decorrer dos encontros; estimulando as funções cognitivas dos participantes e os provocando enquanto suas experiências exitosas ou não no decorrer das atividades. A confiança que os idosos continham em si mesmos foi aprimorada de forma que a cada desafio como a memória recente ou remota, a percepção espacial entre outras ações era alcançada com êxito. As estratégias utilizadas com embasamento científico deram auxílio para as intervenções tornando-as efetivas e pautadas na lógica das necessidades, historicidade, e dinamicidade do grupo. Considerações finais: As práticas ao mesmo tempo que desafiadoras foram de cunho engrandecedor, tendo em vista a importância das ações por meio da extensão universitária, que possibilitou conhecimentos e experiências. As atividades foram exitosas pois visto que as temáticas planejadas eram realmente importantes pautadas na necessidade do público alvo contribuíram de maneira satisfatória na vida de cada idoso ali presente e promovendo a transformação dos envolvidos. Com isso, foi criado um vínculo extremamente importante, não só de maneira individual, mas de maneira coletiva, gerando um bom desenvolvimento grupal e melhorando o nível de cada encontro. |
| 10879 | PROMOÇÃO DA SAÚDE NA COMUNIDADE: UM EXPERIÊNCIA DE UMA LIGA ACDÊMICA DE ENFERMAGEM Luis Claudio dos Santos Tavolaro, Carolina de Souza Silva, Andreza Andrade de Azevedo, Greyce Trindade do Bomfim Pereira, Erick da Silva Freire, Stefani Schuambach do Nascimento, Karine Melo Lucas Correio, Carla Oliveira Shubert PROMOÇÃO DA SAÚDE NA COMUNIDADE: UM EXPERIÊNCIA DE UMA LIGA ACDÊMICA DE ENFERMAGEMAutores: Luis Claudio dos Santos Tavolaro, Carolina de Souza Silva, Andreza Andrade de Azevedo, Greyce Trindade do Bomfim Pereira, Erick da Silva Freire, Stefani Schuambach do Nascimento, Karine Melo Lucas Correio, Carla Oliveira Shubert
Apresentação: As Ligas Acadêmicas (LA) foram idealizadas no Brasil durante o período da ditadura militar, favorecendo para o despertar dos questionamentos relacionados à essência dos ensinamentos realizados pelas universidades, o seu direcionamento e aplicabilidade da expansão do conhecimento intelectual teórico-prático. A primeira liga a ser criada, foi na área da saúde, a Liga de Combate a Sífilis, entidade pertencente ao Centro Acadêmico Oswaldo Cruz, criada em 1920, que até hoje desenvolve projetos para melhoria no tratamento e prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O sistema de ensino superior exerce grande influência sobre a sociedade, ao mesmo tempo em que é influenciado e determinado por condições histórico-sociais, além de ter relevância nos processos de modernização e melhoria da sociedade. Neste contexto, inserem-se as Ligas Acadêmicas (LA), aproximando o estudante da prática de atenção à saúde, fazendo-os alcançar a indissociabilidade do tripé da formação, oferecer diversidade de cenários, formar para a saúde, aprender a fazer e aprender a cuidar do outro. Diante disso, destaca-se a importância das LA para a formação em saúde, visto que a participação dos acadêmicos cria profissionais diferenciados, com uma visão ampliada do cuidado em saúde, e sua importância para o meio social, graças às atividades que desenvolvem. As Ligas Acadêmicas de Enfermagem são possibilidades de aprimoramento científico que possibilitam a promoção de saúde e de espaços de discussão e reflexão entre os alunos e profissionais sobre temas relacionados ao protagonismo da enfermagem na sociedade. A LACENF – Univeritas Rio – Liga Acadêmica do Cuidado de Enfermagem, através do projeto de extensão chamado LACENF Solidária, desenvolve ações de saúde na comunidade do entorno da Instituição de Ensino, através do reconhecimento das vulnerabilidades apresentadas. Esta atividade tem o objetivo de proporcionar ao acadêmico contato com a sociedade e/ou comunidades promovendo saúde e desenvolvendo o senso crítico e o raciocínio científico. Este estudo objetivou relatar a experiência de acadêmicos da LACENF na realização do projeto de extensão LAcenf Solidária. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado após as primeiras atividades do projeto de extensão LACENF Solidária. Resultado: A criação do projeto de extensão surgiu a partir da necessidade de desenvolver ações de promoção de saúde junto a comunidade, disponibilizando ao público o conhecimento adquirido através do ensino e da pesquisa desenvolvidos dentro da universidade. Num projeto ideal de desenvolvimento integral, enquanto a ação concreta está envolvida em direção à melhoria visível de certos aspectos da vida, o sucesso é medido pelo impacto que estas ações têm sobre a capacidade da comunidade e das suas instituições em tratar de questões de desenvolvimento a níveis cada vez maiores de complexidade e eficácia. Contribuir no processo de melhoria contínua de uma comunidade é fundamental. Os acadêmicos têm, desde o início dos trabalhos, contato direto com os representantes das comunidades para obter todas as informações necessárias para o desenvolvimento dos projetos, além de pesquisas na Biblioteca da Universidade, palestras técnicas e orientação de professores. Dentre as atividades, a LACENF, desenvolveu atividades de educação em saúde em uma escola localizada em uma comunidade do Rio de Janeiro. Nesta oportunidade, através de forma lúdica. Foi desenvolvida uma ação teatral para transmitir informações de prevenção a pediculose bem como, a transmissão do parasita, ciclo de vida e ainda, desmistificar o senso comum. Além disso, sensibilizados com a importância do tema, foi realizada em uma escola de ensino médio, ações de prevenção ao suicídio, temática do Setembro Amarelo. Nesta experiência, foi possível a troca de conhecimentos e aprendizado sobre as vivências da adolescência e como eles absorvem suas experiências, suas frustrações, podendo assim contribuir com estes oferecendo ferramentas de como lidar com seus sentimentos de maneira mais tranquila e saudável. No mês de outubro os acadêmicos foram até uma escola pública localizada na região Metropolitana do Rio de Janeiro, esclarecer dúvidas sobre o câncer de mama para alunos do ensino médio e professores ali presentes. Foi realizada uma palestra sobre a campanha do outubro rosa, seus objetivos e finalidades, e em seguida foi proposto uma dinâmica de mitos e verdades sobre o câncer de mama como meio de intervenção lúdica sobre o tema. Uma intervenção é eficaz quando atinge os resultados esperados. Nesse sentido, intervenções lúdicas para a educação em saúde devem promover a aprendizagem e aspectos mais abrangentes, como a mudança de comportamentos e melhora na qualidade de vida. Essas ações favorecem o aprimoramento das pessoas envolvidas, não apenas no aspecto pessoal como também no profissional, por meio da valorização dos diversos saberes e da possibilidade de intervir criativamente no processo saúde-doença. Considerações finais: Com esse projeto de extensão os acadêmicos, através da identificação de vulnerabilidade e necessidades sociais, foi possível sensibilizar, através de estratégias de educação em saúde, diversos indivíduos, orientado sobre o auto cuidado, atividades de prevenção, dentre outros. Nesse sentido, o projeto de extensão, despertou nos acadêmicos de enfermagem, suas responsabilidades profissionais. As atividades extensionistas, proporcionam para a comunidade a integração do ensino com o serviço, e garante ao acadêmico ampliação de seu saber clínico com a incorporação de conceitos e de ferramentas originários da saúde coletiva, saúde mental, ciências sociais e de outros campos de conhecimento para que possa lidar com a complexidade do processo saúde e doença. Assim, permite a complementação do saber teórico adquirido na graduação com o saber prático exercido nos projetos de extensão. A extensão universitária possibilita a formação do profissional cidadão e se credencia, cada vez mais, junto à sociedade como espaço privilegiado de produção do conhecimento significativo para a superação das desigualdades sociais existentes, influencia e também é influenciada pela comunidade, ou seja, possibilita uma troca de valores entre a universidade e o meio. A extensão universitária deve funcionar como uma via de duas mãos, em que a Universidade leva conhecimentos e/ou assistência à comunidade e também aprende com o saber dessas comunidades. Portanto, se nas práticas de cuidado integral fundamentadas em diálogos o cuidar tem o lado racional (técnicas, teorias) e o sensitivo (emoções, amor), as ações extensionistas na formação em saúde favorecem o entendimento da e a compreensão do sujeito. Pois ocorrem questionamentos de práticas e vivências, devido ao confronto teoria x prática, que provocam reflexões acerca de valores, costumes e crenças. |
| 10897 | REARTICULAÇÃO DA DIRETORIA EXECUTIVA NACIONAL DE ESTUDANTES DE FONOAUDIOLOGIA: UM ESPAÇO FORMATIVO Deborah Melo, Marcos Oliveira Sousa, Viviane Pires, Hannah Shiva Farias Ludgenro REARTICULAÇÃO DA DIRETORIA EXECUTIVA NACIONAL DE ESTUDANTES DE FONOAUDIOLOGIA: UM ESPAÇO FORMATIVOAutores: Deborah Melo, Marcos Oliveira Sousa, Viviane Pires, Hannah Shiva Farias Ludgenro
Apresentação: Parte significativa dos graduandos iniciam sua trajetória universitária sem contato com espaços de formação crítica, e é no movimento estudantil que encontram a primeira inclinação para inserção nas temáticas pautadas pela coletividade. Neste contexto, o objetivo do trabalho é relatar a experiência do processo de rearticulação da Diretoria Executiva Nacional dos Estudantes de Fonoaudiologia (DENEFONO), refletindo sobre suas contribuições como instrumento formativo e político. Desenvolvimento: Relato de experiência sobre o processo de rearticulação da entidade nacional dos estudantes de fonoaudiologia, sob a ótica de alguns membros que participaram ativamente da construção. As atividades ocorreram entre junho de 2014 a julho de 2016, período no qual a primeira gestão de rearticulação da DENEFONO foi finalizada. Inicialmente, houve o mapeamento dos Centros Acadêmicos e Diretórios Estudantis dos cursos de fonoaudiologia de todo Brasil. Em seguida, foram realizadas reuniões virtuais com estudantes independentes e representantes das entidades mencionadas, objetivando construir o Encontro Nacional dos Estudantes de Fonoaudiologia (ENEFON), concomitante com o regimento interno da executiva. Encontros microrregionais foram desenvolvidos como etapas preparatórias para o encontro nacional, que aconteceu no ano de 2015. Resultado: O anseio por uma rearticulação política por parte de alguns estudantes foi fundamental para o processo de retomada da DENEFONO. A internet apresentou-se como uma ferramenta fundamental para identificar as entidades locais e aproximar os pares, facilitando o processo de construção. A lógica de encontros preparatórios entre os estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba destacou a forte militância presente na região Nordeste e contribuiu para levar ao encontro nacional pautas organizadas. Durante o ENEFON, ocorrido na cidade de Vitória – ES, foi observado o processo de compreensão entre os estudantes do que era um encontro estudantil, seus espaços de formação política e o porquê enquanto estudante era importante fortalecer o espaço e dar continuidade à militância. Além dos debates ocorridos, foi formada a gestão da DENEFONO, cronograma de reuniões, e preparação do Conselho de Entidades de Base da Fonoaudiologia (CONEFON), ocorrido em 2016 na cidade de Salvador, todos estes espaço foram geradores de debates em defesa do SUS, fonoaudiologia e a Saúde pública, movimento estudantil e movimentos sociais, possibilitando compreensão política aos estudantes presentes. Considerações finais: Observa-se que a comunidade estudantil da fonoaudiologia apresenta um distanciamento das questões políticas, sociais e de auto-organização. Em geral, os espaços ocupados pelos estudantes são atividades acadêmicas científicas. Essa lacuna reflete de forma sintomática na falta de politização na formação e distanciamento da compreensão das demandas da sociedade, nesse sentido, indo de contramão ao que é preconizado pelo SUS. Pautar a importância da rearticulação do movimento estudantil traz a fonoaudiologia possibilidade de ampliação na formação política em saúde e sociedade, olhar diferenciado para o SUS e possibilidades de atuação para a transformação social. Por fim, é fundamental que os estudantes possam retomar seu protagonismo político a partir da articulação com seus pares, sobretudo em tempos de criminalização aos movimento sociais e desmonte do SUS. |
| 10922 | PERCEPÇÃO DE ACADÊMICOS DE MEDICINA SOBRE A INTERIORIZAÇÃO DO CURSO NA AMAZÔNIA Larissa Rachel Príncipe Azevedo, Kerolaine da Cruz Rodrigues, Miguel Reis Caldeira, Maria Eliza Caldas dos Santos, Brenner Kassio Ferreira de Oliveira PERCEPÇÃO DE ACADÊMICOS DE MEDICINA SOBRE A INTERIORIZAÇÃO DO CURSO NA AMAZÔNIAAutores: Larissa Rachel Príncipe Azevedo, Kerolaine da Cruz Rodrigues, Miguel Reis Caldeira, Maria Eliza Caldas dos Santos, Brenner Kassio Ferreira de Oliveira
Apresentação: Em 2016, foi instituído o curso de Medicina da Universidade Federal do Amazonas no município de Coari, localizado há 363 km de Manaus. A implantação deste curso fez parte da política de interiorização do Programa Mais Médicos, com o objetivo de democratizar e proporcionar melhor oportunidade de acesso ao ensino superior público e de qualidade à população interiorana. Esse trabalho tem como objetivo relatar a experiência de acadêmicos de Medicina em uma universidade no interior do Amazonas. Desenvolvimento: O curso de Medicina em Coari foi implantado sem uma organização prévia: a estrutura física não é suficiente, uma vez que estava prevista a construção de um prédio que atendesse as necessidades dos cursos da área da saúde, entretanto, até o momento este se encontra inacabado. O corpo docente ainda é incompleto, principalmente porque o município possui poucos médicos especialistas, visto que os casos mais complexos são encaminhados à capital – com recursos suficientes para lidar com serviços de alta complexidade. Além disso, por ser uma área de difícil acesso, há dificuldade em atrair médicos para a região e o instituto não oferece uma remuneração adequada aos padrões da classe médica, dependendo do apoio da prefeitura para a fixação dos médicos no município. Quanto aos serviços para prática dos conhecimentos do curso, os acadêmicos contam com as Unidades Básicas de Saúde, uma policlínica e um o hospital municipal, que abrangem apenas a atenção primária e secundária, dificultando o contato dos acadêmicos com serviços de alta complexidade, como Unidades Intensivas. Vale ressaltar que, a despeito dos desafios relatados, o processo de interiorização também apresenta pontos positivos, como: a descentralização dos médicos em formação em áreas remotas da capital para os municípios do interior, tendo em vista que o Amazonas é um estado de dimensões continentais e as comunidades rurais têm dificuldade de acesso à saúde. Ademais, a universidade tem uma proposta de inserção precoce dos acadêmicos na prática médica na atenção básica, vivenciando os casos mais comuns do cotidiano de um médico generalista. Resultado: Os desafios descritos no processo de implantação do curso repercutem em descontentamento dos discentes, que refletem em altos índices de evasão da universidade, impactos na saúde mental dos acadêmicos e manifestações em prol de condições mínimas ao curso. Considerações finais: A proposta de interiorização do curso de Medicina em Coari é válida, já que prevê a descentralização de médicos formados ao reconhecer a necessidade do interiorano a um melhor acesso à saúde. Todavia, a inserção de cursos em áreas remotas necessita de melhor organização da estrutura física, recursos humanos e de uma rede de saúde ampla, que atenda todas as complexidades. |
| 10934 | AÇÃO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE: A CONTRIBUIÇÃO DA ACADEMIA PARA A COMUNIDADE Geovana Fabá Silva, Cristiane Vieira Soares, Maria Gláucia Silva Lima AÇÃO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE: A CONTRIBUIÇÃO DA ACADEMIA PARA A COMUNIDADEAutores: Geovana Fabá Silva, Cristiane Vieira Soares, Maria Gláucia Silva Lima
Apresentação: É evidente a importância que a educação em saúde proporciona na vida das pessoas, principalmente na prevenção de doenças e agravos, pois na atuação está atrelada a melhores condições de vida e saúde da população. Por meio do projeto de extensão denominado “Saúde na Comunidade”, formado por acadêmicos de enfermagem, biomedicina, farmácia, nutrição, fisioterapia, educação física e professores como coordenadores, foi estabelecida a parceria entre a universidade e a escola, objetivando a participação social dos acadêmicos e a contribuição da academia com a comunidade. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada no Programa de Atividades Curricular de Extensão, contribuindo assim, com o serviço de saúde através da universidade. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência das atividades desenvolvidas em uma comunidade do Município de Iranduba, Estado do Amazonas, por acadêmicos da área de saúde, no segundo semestre de 2019. Durante as atividades foram realizados testes rápidos, dosagem de glicemia capilar, aferição de pressão arterial, coleta de sangue para exames laboratoriais, realizados parte na própria escola e parte em laboratórios parceiros em Manaus, palestras, consultas farmacêuticas, atendimento nutricional, avaliações fisioterápicas e serviços estéticos. Além de serviços de animação e atividades físicas para crianças. Também foi construída uma horta alimentícia para a comunidade. Todos os serviços visavam um atendimento humanizado aos usuários. Resultado: As atividades proporcionaram aos acadêmicos um melhor aperfeiçoamento da habilidade em realizar atividades básicas em suas áreas, da importância de seu papel como educador em saúde, da contribuição para a sociedade, da participação social na saúde, da oportunidade de dialogar, atendendo e respeitando as necessidades de cada pessoa, do mesmo modo, dando mais segurança e sapiência aos mesmos. Adquirindo também um conhecimento prático que permitiu conhecer a realidade da comunidade. Considerações finais: Observou-se, que a comunidade aprovou a participação dos acadêmicos na realização das ações em educação em saúde. Além de ter permitido aos acadêmicos a vivência em realizar ações de atenção integral a saúde de forma equânime, fazendo valer a lei e garantindo a participação social da população. |
| 10937 | CAPACITAÇÃO DE BRIGADA DE INCÊNDIO PARA ACADÊMICOS DA ÁREA DA SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Grace Anne Andrade de Cunha, Miguel Reis Caldeira, Larissa Rachel Príncipe Azevedo, Maria Eliza Caldas dos Santos CAPACITAÇÃO DE BRIGADA DE INCÊNDIO PARA ACADÊMICOS DA ÁREA DA SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Grace Anne Andrade de Cunha, Miguel Reis Caldeira, Larissa Rachel Príncipe Azevedo, Maria Eliza Caldas dos Santos
Apresentação: Brigada de incêndio é um grupo organizado de pessoas treinadas e capacitadas para atuar na prevenção, combate a um princípio de incêndio, abandono da área e primeiros socorros, visando proteger a vida e o patrimônio e reduzir as consequências sociais do sinistro e os danos ao meio ambiente. Ter conhecimentos básicos sobre como agir em situações de emergência, como no caso de incêndios, é fundamental para colaboradores de qualquer instituição, sobretudo para acadêmicos da área de saúde que futuramente atuarão em ambientes com indivíduos em situação de vulnerabilidade. Esse trabalho tem como objetivo relatar as experiências vivenciadas por acadêmicos de Medicina da Universidade Federal do Amazonas – ISB/Coari durante a capacitação de brigada de incêndio. Desenvolvimento: Optou-se por um estudo descritivo do tipo relato de experiência. A capacitação foi idealizada pela docente Grace Anne Andrade da Cunha e concretizada no dia 16 de Junho de 2019, com a participação do Corpo de Bombeiros do município de Coari – Amazonas. O treinamento consistiu em duas etapas: Na primeira, foi realizada uma capacitação teórica intensiva sobre temas importantes para brigadistas, como métodos de extinção e manejo adequado de agentes extintores, utilização adequada de equipamentos de proteção e sobre a importância da evacuação organizada do local do incêndio, dentre outros. Na segunda etapa, houve uma capacitação prática dos conhecimentos adquiridos, onde foram feitas simulações de situações reais de incêndio, vazamento de gás e treinamento quanto ao uso de extintores. Resultado: A capacitação permitiu aos acadêmicos melhor reconhecimento de locais vulneráveis a incidentes, bem como a atuar nestes cenários. Enquanto futuros profissionais da área da saúde, o projeto foi ainda mais importante por diminuir a mortalidade das vítimas, principalmente em ambientes hospitalares por serem locais com aglomeração de pessoas, sendo muitas delas debilitadas e com mobilidade reduzida. Ademais, o projeto foi importante por possibilitar a disseminação do conhecimento básico sobre o tema com a população. Considerações finais: A realização da capacitação foi importante para os estudantes saberem como atuar em um primeiro momento em uma situação de perigo, visto que o município de Coari carece ainda de profissionais para atender toda a população. Sendo assim, o conhecimento transmitido buscou auxiliar os acadêmicos para que ficassem aptos a agir em ações de prevenção, assim como em situações de incêndio ou acidentes, a fim de evitar maiores danos e garantir um ambiente mais seguro. |
| 10999 | O DESAFIO DA APLICAÇÃO DA ANTIPSIQUIATRIA NO ENSINO EM ENFERMAGEM Marcela Pimenta Guimarães Muniz O DESAFIO DA APLICAÇÃO DA ANTIPSIQUIATRIA NO ENSINO EM ENFERMAGEMAutores: Marcela Pimenta Guimarães Muniz
Apresentação: Nos processos de redemocratização a nível mundial a partir da década de 60, surgiram 2 (dois) importantes movimentos na abordagem ao sofrimento psíquico, a saber: a Reforma Psiquiátrica (RP) e a Antipsiquiatria. A primeira trata da substituição dos manicômios por serviços psiquiátricos “humanizados” ou da substituição do hospital psiquiátrico por serviços de atenção psicossocial no território (não hospitalares). Enquanto isso, a Antipsiquiatria, com menos adeptos do que RP, veio relativizar a noção de transtorno mental e contestar a própria Psiquiatria como um todo, entendendo a loucura como modo existencial e não como doença e, por isso, não demandando serviços psiquiátricos (“humanizados” ou não) ou setores de atenção psicossocial e sim de movimentos ético-estéticos, de fluxos imanentes à própria vida, de “contornos” que tenham parâmetros construídos pelo próprio sujeito e não pelo profissional de saúde. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo refletir a respeito do desafio de se aplicar as noções da Antipsiquiatria no ensino de saúde mental na formação das enfermeiras. Desenvolvimento: A metodologia do estudo foi de abordagem qualitativa do tipo reflexão teórica. Resultado: A formação da enfermeira ainda é preponderantemente biomédica. Trabalha-se com a noção ampliada de saúde proposta pela Organização Mundial de Saúde como não sendo somente a ausência de doenças e sim a multifatoriedade de determinantes sociais da saúde, englobando sensação de bem estar e qualidade de vida. No entanto, a realidade é um processo de formação mais biomédico do que holístico; mais focado no sintoma/doença/diagnóstico do que no sujeito como um todo. Assim como a abordagem às doenças orgânicas crônicas ou agudas, infecciosas ou degenerativas está contida em um raciocínio clínico mecanizado ou circunscrito aos sintomas descritos no livro, assim também o é nos processos de ensino-aprendizagem em saúde mental. A questão da Psiquiatria, apesar de não ser alvo de interessa para a atuação da maioria das estudantes, também é cotejada sob o ponto de vista dos sintomas, da busca pela etiologia orgânica, dos possíveis neurotransmissores envolvidos, da busca pelos fármacos capazes de silenciar os sintomas. Entretanto, ao indagar a noção tradicional de loucura enquanto um problema e ao romper com a própria Psiquiatria enquanto saber científico, a Antipsiquiatria deslegitima qualquer nuance que relacione a loucura à ideia de sintoma, problema ou doença, entendendo como problemático não o sujeito que vive na pele a existência na diferença e sim o olhar da sociedade e da própria Psiquiatria que se posicionam de forma a enxergar a loucura somente sob o ponto de vista do desvio e não da potência. Considerações finais: Dessa forma, faz-se necessário rever permanentemente as formas de se pensar saúde e existência humanas na formação das enfermeiras. Não se pode relativizar a perspectiva hegemônica de doença somente na saúde mental. Há que se fazê-lo durante todo o processo de formação dessas profissionais para que elas tenham “óculos” para ver a existência humana e não apenas o corpo humano, seja nas diferenças orgânicas, seja nas diferenças mentais e emocionais. |
| 11193 | JOGO SÉRIO DE REALIDADE VIRTUAL NO ENSINO DO RACIOCÍNIO CLÍNICO EM ENFERMAGEM Daniele Ferreira Barbosa Rodrigues, Ana Luiza Coelho Fernandes, Beatriz Fernandes Dias, Raphael Silva de Abreu, Esteban Walter Gonzalez Clua JOGO SÉRIO DE REALIDADE VIRTUAL NO ENSINO DO RACIOCÍNIO CLÍNICO EM ENFERMAGEMAutores: Daniele Ferreira Barbosa Rodrigues, Ana Luiza Coelho Fernandes, Beatriz Fernandes Dias, Raphael Silva de Abreu, Esteban Walter Gonzalez Clua
Apresentação: O raciocínio clínico em enfermagem é essencial para um cuidado eficaz e seguro. Guia a tomada de decisão que pode ser diagnóstica ou terapêutica. As habilidades e competências envolvidas neste processo determinam as ações e decisões na execução das etapas do processo de enfermagem. A formação do enfermeiro tem o desafio de estimular o aluno a desenvolver habilidades e competências clínicas que sejam empregadas com segurança no campo prático, sendo esse um grande desafio. Assim, é necessário investir em estratégias que desenvolvam e auxiliem o processo de pensar clínico. Nesse contexto, recursos tecnológicos têm sido cada vez mais integrados aos espaços pedagógicos. O objetivo do presente trabalho é desenvolver protótipo de aplicação em realidade virtual 3D no formato de jogo sério para desenvolvimento do raciocínio clínico no processo de enfermagem para cuidado de lesões de pele. Desenvolvimento: Estudo descritivo aplicado e metodológico. As etapas foram: reuniões com grupo de estudo multiprofissional, seleção dos elementos tecnológicos (formato do jogo, funcionalidade, cenário e ferramentas para transposição em realidade virtual). Pré́-produção e prototipagem com elaboração de situação problema e perguntas seguindo o conceito de aprendizado por jogos (game-based learning). Resultado: O protótipo foi desenvolvido em ambiente de realidade virtual contendo situação problema de lesão por queimadura. Nesta ambientação, o jogador-aluno responde oito perguntas que constroem o processo de enfermagem em formato de quiz, com três opções de resposta e apenas uma correta. Quando o aluno seleciona uma opção incorreta, imediatamente, aparece a justificativa da opção correta. E ao fim, sua pontuação. Considerações finais: É relevante o ensino diferenciado que estimule uma aprendizagem interativa. Recursos tecnológicos são dinâmicos, inovadores e surgem como excelentes ferramentas para o ensino do raciocínio clínico dentro do processo de enfermagem. A realidade virtual permite cenários controlados e nenhum dano ao paciente, sendo a imersão em ambiente não ameaçador uma potencialidade para aprendizado eficiente. O jogo sério proporciona aprendizado lúdico, fazendo o aluno mobilizar conhecimentos adquiridos em aula por meio de exercício cognitivo em abordagem alternativa, aprimorando o desenvolvimento do raciocínio clínico para segurança em campo prático. O aplicativo estimula construção do processo de pensamento para a tomada de decisão, ações estas primordiais que baseiam o processo de enfermagem. |
| 11198 | PROMOÇÃO DE SAÚDE NO NOVEMBRO AZUL: UMA AÇÃO DE ALUNOS DA GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM EM UMA CLÍNICA-ESCOLA DO RIO DE JANEIRO. Haryel Ferreira da Silva Martins, Karine Melo Lucas, Carla Oliveira Shubert, Thiago Barbosa Souza, Rayssa Lemos Giglio Dantas, Alexandre Angelo Frias da Silva, Rana Cristina Fernandes dos Santos Torres PROMOÇÃO DE SAÚDE NO NOVEMBRO AZUL: UMA AÇÃO DE ALUNOS DA GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM EM UMA CLÍNICA-ESCOLA DO RIO DE JANEIRO.Autores: Haryel Ferreira da Silva Martins, Karine Melo Lucas, Carla Oliveira Shubert, Thiago Barbosa Souza, Rayssa Lemos Giglio Dantas, Alexandre Angelo Frias da Silva, Rana Cristina Fernandes dos Santos Torres
Apresentação: No mês de novembro, diversas comunidades da área da saúde promovem o “novembro azul”, com o intuito de orientar a população masculina conscientizar o público masculino sobre o câncer de próstata. Segundo dados do instituto Lado a Lado Pela Vida acontem cerca de 68 mil novos casos e 15 mil mortes casos de câncer de próstata no Brasil. Muitos casos poderiam ser evitados através de educação e saúde e outras estratégias de prevenção, como a detecção precoce. Nesse sentido, desde 2012, o instituto Lado a Lado Pela Vida em conjunto com a Sociedade Brasileira de Urologia, incentivam ações à promoção da saúde masculina com um foco especial no mês de novembro. Considerando este panorama, o Curso de Graduação em Enfermagem da faculdade Bezerra de Araújo, através do seu programa de monitoria acadêmica e da sua clínica-escola, promoveu uma atividade denominada “quintas de conscientização masculina”, cujo objetivo reside na prevenção e promoção da saúde dos homens e em especial, à prevenção da câncer de próstata. Desenvolvimento: Relato de experiência de um aluno do oitavo período de enfermagem em uma clínica-escola da zona oeste do Rio de Janeiro, durante o mês de novembro de 2018, cujo o objetivo relatar a experiência vivida de um aluno em seu momento de educação popular sobre a saúde masculina. foi Os alunos monitores da clínica-escola, do Curso de Graduação em Enfermagem, da faculdade Bezerra de Araújo, desenvolveram um projeto de orientação sobre a saúde masculina e o câncer de próstata, assuntos englobados na temática do novembro azul. As atividades foram planejadas durante o mês de outubro e durante as quintas feiras do mês de novembro, foram desenvolvidas consultas de enfermagem e ações de educação em saúde com foco na temática apresentada. Na sala de espera, os acadêmicos monitores tiveram a oportunidade de realizar roda de conversa como atividade prévia a consulta a ser realizada. Nesta atividade, os acadêmicos ainda distribuíram material informativo para os usuários. Resultado: foi possível perceber que, após o mês de novembro, aonde as atividades voltadas ao público masculino foram realizadas, houve um aumento na procura deste público pelos serviços oferecidos. Cabe destacar, que com este aumento, foi possível ampliar as atividades de educação em saúde bem como, às consultas de enfermagem destinadas a este público. Considerações finais: A consulta de enfermagem como parte fundamental da prática interdisciplinar de saúde tem ganhado grande importância no âmbito da assistência, principalmente na rede básica de saúde, causando a promoção e a prevenção de saúde. Permitir os alunos de graduação experimentarem, durante a graduação, a prática junto à população é imprescindível para uma boa formação profissional. |
| 11230 | OUTUBRO ROSA NO TERREIRO DE UMBANDA: UTILIZANDO AÇÃO EXTRAMUROS COMO UMA IMPORTANTE FERRAMENTA DE ENSINO Belisa Maria Santos da Silva, Maria Anunciação Silva, Maithê de Carvalho e Lemos Goulart, Isabel Cristina Ribeiro Regazzi, Jane Baptista Quitete, Brenda Freitas Pontes, Roberto Ferreira dos Reis, Mara Dayanne Ramos Alves de Cerqueira OUTUBRO ROSA NO TERREIRO DE UMBANDA: UTILIZANDO AÇÃO EXTRAMUROS COMO UMA IMPORTANTE FERRAMENTA DE ENSINOAutores: Belisa Maria Santos da Silva, Maria Anunciação Silva, Maithê de Carvalho e Lemos Goulart, Isabel Cristina Ribeiro Regazzi, Jane Baptista Quitete, Brenda Freitas Pontes, Roberto Ferreira dos Reis, Mara Dayanne Ramos Alves de Cerqueira
Apresentação: A educação tem sido desafiada a se reinventar constantemente e com isso importantes métodos de aprendizagem vem ganhando força e espaço dentro da academia. O Consultório de Enfermagem foi inaugurado em maio de 2017, durante a Semana Brasileira de Enfermagem, com intuito de qualificar a formação dos discentes do Curso de Graduação em Enfermagem/Campus de Rio das Ostras/UFF, visto que é um laboratório de ensino, pesquisa e Extensão. A aprendizagem por meio da vivencia/experiência ganha espaço nas ações extramuros, contendo a pluralidade da sociedade e explorando o conhecimento teórico. O Consultório de Enfermagem possibilitou através de seus projetos, no ano de 2019, levar as ações de saúde realizadas no Consultório a outras áreas externas ao Campus Universitário, acolhendo outros grupos populacionais e promovendo tenras experiências aos alunos envolvidos. Vale ressaltar que o Consultório de Enfermagem é multidisciplinar e pretende atender as diversas especificidades vinculadas as diversas disciplinas do Curso de Graduação em Enfermagem. O objetivo deste manuscrito é relatar os resultados desta atividade acadêmica. Desenvolvimento: O projeto foi iniciado em maio de 2019 tendo como objetivo principal o planejamento do evento ‘’Outubro Rosa no Consultório de Enfermagem’’. Foi proposto pela discente bolsista um novo cenário para realização do evento, visto que a ação, que acontece anualmente, se propõe a ser realizada extramuros, já que reconhecemos as adversidades e diferenças de cada área geográfica da cidade de Rio das Ostras (RJ). Nos anos anteriores a ação foi realizada na Igreja Católica Nossa Senhora da Conceição, localizada no centro da cidade de Rio das Ostras (RJ). Sendo assim, para o ano de 2019, foi proposto sairmos da região central e alcançarmos áreas periféricas do município. A docente coordenadora do projeto aceitou a proposta e iniciamos prontamente a idealização e organização de diversas atividades dentro e fora da universidade, alcançando uma nova população e expandindo nossa interação com a comunidade. O Outubro Rosa no Consultório de Enfermagem da UFF, foi realizado no Terreiro dia 05 de outubro de 2019 das 8 às 17 horas, no Terreiro de Umbanda Casa das Almas, localizado no bairro Balneário das Garças, e se propôs a realizar as seguintes atividades: avaliação em saúde (verificação de pressão arterial e glicemia, mensuração de estatura, peso e circunferência abdominal, cálculo de IMC), rastreamento do câncer de mama (exame clínico das mamas), rastreamento do câncer do colo do útero (exame papanicolau), teste rápido para hepatite B, práticas integrativas (auriculoterapia na redução do estresse e constelação familiar), rodas de conversa temática (conversando sobre câncer de mama e colo do útero; mitos e verdades sobre DIU, diafragma e métodos hormonais, o ciclo da vida e a regulação da fertilidade feminina; sexualidade feminina: visibilidade e vulnerabilidade). Todas as citadas atividades realizadas por alunos, com adequada supervisão e acompanhamento docente. A ação teve apoio do Programa de Atenção à Saúde da Mulher do município de Rio das Ostras. Resultado: do trabalho: Estima-se que mais de 50 mulheres passaram pelas diversas estações montadas no dia do evento, ao todo mais de 40 submeteram-se aos rastreamentos de câncer de mama e câncer de colo de útero (17 exames citopatológicos foram colhidos, 11 solicitações de ultrassonografia das mamas e 7 encaminhamentos para mamografia). Referente ao número de alunos voluntários: 7 alunos de semiologia I, 11 alunos de diferentes períodos em sistema rotativo pelas estações, monitor da disciplina de saúde da mulher e comissão organizadora. Mas sem dúvida, o maior resultado veio por meio da resposta dos alunos envolvidos. Pela primeira vez uma atividade acadêmica foi realizada dentro de um Terreiro de umbanda, e os feedbacks foram além de quaisquer expectativas. A mudança de cenário de cuidado proporcionou uma experiência enriquecedora para os discentes e docentes da universidade, com a quebra de rótulos e estigmas enraizados em nossa sociedade. Muitos estavam naquele espaço pela primeira vez, colocando seus os saberes acadêmicos em pratica, desfrutando e externando seus conhecimentos. Alunos de diversos períodos lidando com as emoções no atendimento ao público em área carente destes serviços, lidando com o desprendimento dos pré-conceitos, estando ali como profissional que exerce um trabalho ético, desabitado de seus valores morais, exercitando a escuta ativa, e reconhecendo o outro como sujeito. Aos escutar o retorno dos discentes foi possível compreender o quão indispensável é pensar numa formação ampla de vivencias, já que a base de todo futuro profissional está em sua formação. A vasta diversidade populacional, explorando as particularidades dos indivíduos seja por questões de credo, raça, gênero ou acesso à informação, aprimoram o olhar do aluno nas suas atividades ocupacionais. Considerações finais: Levar a pratica da enfermagem, em uma das datas mais conhecidas na agenda da saúde, como é o caso do Outubro Rosa, foi de grande aprendizado a todos que ali estiveram. O desenvolvimento dos alunos, ultrapassando barreiras sociais, levando atendimento além dos muros da universidade foi notório. Estamos convictos da importância e relevância que a aproximação social, ainda na graduação, tem na construção da ética e técnica profissional. Uma ação construída no coletivo, de maneira horizontal, estabelecendo parcerias e evidenciando a todos que participaram da atividade o papel de aproximação, acolhimento, cuidado e comprometimento trabalhado dentro da enfermagem. O dialogo continuo com a população, transmitindo diretamente os saberes acadêmicos nas mais diversas realidades, ou seja, conseguimos colocar a teoria de forma pratica. Alcançamos também o grande desafio: a conscientização sobre o câncer de mama e de útero. E isso só foi possível pela democratização de acesso às informações e pela construção de uma retórica acessível e pertinente. É preciso estar perto da população, falar suas variantes línguas, entender suas diversas realidades, suas inúmeras adversidades para assim vislumbrar uma saúde igualitária. |
| 10835 | VIVÊNCIA NO ATENDIMENTO DE PACIENTES COM DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES E DORES OROFACIAIS COM EQUIPE TRANSDISCIPLINAR DE SAÚDE BUCAL PELA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UFPA KAIO SILVA ARAUJO, Sidney Saint Clair Santos VIVÊNCIA NO ATENDIMENTO DE PACIENTES COM DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES E DORES OROFACIAIS COM EQUIPE TRANSDISCIPLINAR DE SAÚDE BUCAL PELA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UFPAAutores: KAIO SILVA ARAUJO, Sidney Saint Clair Santos
Apresentação: A dor, cada dia mais, encontra-se entre as principais queixas de grande parte dos pacientes que procuram os diversos tipos de profissionais da área da saúde. Isso se torna ainda mais evidente nas disfunções temporomandibulares (DTMs) ou em qualquer outro tipo das denominadas disfunções orocraniofaciais. O termo disfunção temporomandibular (DTM) é utilizado para reunir um grupo de doenças que acometem os músculos mastigatórios, articulação temporomandibular (ATM) e estruturas adjacentes. As DTMs podem ser classificadas em dois grandes subgrupos: as de origem articular, ou seja, aquelas em que os sinais e sintomas estão relacionados à ATM e as de origem muscular, as quais os sinais e sintomas estão relacionados com a musculatura estomatognática. Sendo está de etiologia multifatorial estando relacionada com fatores estruturais, neuromusculares, oclusais, psicológico, hábitos parafuncionais e lesões traumáticas ou degenerativas da ATM. Desta maneira a clínica de atendimento para pacientes com disfunções temporomandibulares na Universidade Federal do Pará, iniciada em 2013 com iniciativa do professor doutor Sidney Saint Clair Santos, tem como objetivo o atendimento e tratamento de pessoas com DTM e dores orofaciais, identificação precoce e diagnóstico diferencial dos distúrbios orofaciais, por meio de equipe transdisciplinar, aprofundamento do conhecimento sobre a disfunção temporomandibular entre os discentes com auxílio dos docentes, execução de pesquisas científicas nas áreas de epidemiologia, tratamento e controle das disfunções temporomandibulares. Neste sentido o desenvolvimento do projeto DTM atua de maneira ímpar pelo serviço de triagem da faculdade envolvendo todos os seguimentos dos serviços disponíveis para as pessoas que buscam atendimento, sendo estes moradores das proximidades do campus (Guamá) e outras regiões de Belém, todavia em sua maioria são alunos da universidade (o que levanta um questionamento sobre a experiência universitária e os fatores psicológicos que afeta a ATM). No primeiro atendimento é realizado o preenchimento das fichas clínica e anamnese, com os esclarecimentos sobre o projeto, sintomatologia do paciente ou quaisquer outras dúvidas que possam surgir, seguido da assinatura do termo de consentimento livre pelo paciente ou seu responsável legal. Para os casos de pacientes diagnosticados com DTM de origem muscular, as terapias que serão utilizadas são a cinesioterapia, termoterapia, terapia medicamentosa, terapia cognitiva comportamental e uso do TENS (Transcutaneous electrical nervous stimulation). Para casos, em que os pacientes são diagnosticados com DTM articular e necessidade de tratamento com aparelho oclusal plano (AOP), o planejamento inicial consiste na moldagem das arcadas dentárias dos pacientes, montagem em articulador semi-ajustável (ASA) e enceramento. Estes modelos são enviados ao laboratório de prótese dentária (LPD) para confecção do AOP. Após a confecção do aparelho é feita a instalação em uma das arcadas do paciente, em seguida o paciente e seus acompanhantes são devidamente orientandos quanto à frequência de uso diário e aos cuidados necessários para a higienização do AOP. Ao final do primeiro encontro são marcados os retornos semanais durante os primeiros 30 dias para ajuste do aparelho, confecção das guias canina e incisal e acompanhamento em relação à regressão dos sintomas. Em casos de pacientes que ainda apresentam sintomatologia dolorosa de origem articular, ou quadro de urgência de travamento articular, outras terapias são utilizadas em parceria com o serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial da faculdade, tais como: artrocentese, terapia medicamentosa, infiltração intra-articular com corticosteroides ou ácido hialurônico (viscossuplementação), agulhamento seco e/ou bloqueio anestésico. A experiência vivenciada no projeto e a atuação da equipe transdisciplinar de saúde bucal pela faculdade de odontologia da UFPA, sob o ponto de vista de estudantes de odontologia tem se mostrado extremamente engrandecedor possibilitando uma prática multidisciplinar ainda na faculdade o que auxilia na capacitação dos alunos para o vasto mercado de trabalho que os espera. A organização estrutural de atendimentos voltada para os pacientes busca superar o modelo hospitalocêntrico, tendo uma visão holística do usuário, por compreender que, para além da demanda que este traz, existe um ser biopsicossocial que necessita ser atendido integralmente. As atividades do projeto em questão são desenvolvidas na Clínica de Atendimento do Sétimo Semestre da faculdade funcionando das 08:00 ás 12:00 somente as segundas-feiras com o agendamento de 4 pacientes na primeira consultada com 1h de atendimento para as avaliações oportunas e remarcado o retorno para a próxima semana, após o diagnóstico preliminar, quando é solicitado pelos discentes com o acompanhamento dos colaboradores (docentes), exames complementares de imagens (radiografia panorâmica boca toda e planigrafia bilateral) para o diagnóstico final, discursão e aprofundamentos da patologia em questão com a elaboração de um plano de tratamento (PT), por conseguinte após uma semana são feitas as devidas observações para o paciente sobre seu caso juntamente com PT (sendo que na semana intercalar é feita a avaliação de novos 4 pacientes de primeira consulta), em seguida com a autorização do indivíduo em questão dá-se prosseguimento no PT com a confecção do modelo de estudo, a montagem em ASA e enviado ao LPD para a confecção da AOP. Após as avaliações, orientações e confecção do AOP dos dois grupos iniciais é feita a junção na semana subsequente destes 8 pacientes para os ajustes do AOP e avaliação da sintomatologia assim como sua adaptação, com 30 min de atendimento cada. É importante pontuar que o tempo de tratamento é variável, dependendo do quadro clínico apresentado pelo usuário, bem como das DMTs e associações, podendo durar um ano ou perdurar por tempo indeterminado. Mediante o exposto e dada a complexidade das DTMs é necessário salientar a importância do cirurgião dentista pelo papel fundamental no processo de avaliação, diagnóstico prematuro e preciso o que favorece um melhor prognóstico em cada caso. Neste sentido o projeto DTM com sua junta de discentes e docentes envolvido em um trabalho trans e multidisciplinar, visa não só a melhora das sintomatologias de cada caso, mas também a melhora das relações interpessoais com cada paciente, uma vez que, em muitos casos o indivíduo apresenta dificuldades de comunicação devido os sintomas de dor ao falar ou até mesmo ao deitar. Portanto, criar meios que possam ajudar inúmeras pessoas é o papel de qualquer profissional da área da saúde assim como é visto neste projeto em questão. |
| 12110 | A MUDANÇA DO CONCEITO DE SAÚDE TRANSFORMANDO O PROCESSO DE FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO DENTISTA Ana Caroline Alves da Silva, Francine Ramos de Oliveira Moura Autonomo, Isadora Therezinha do Couto Neves Therezinha do Couto Neves A MUDANÇA DO CONCEITO DE SAÚDE TRANSFORMANDO O PROCESSO DE FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO DENTISTAAutores: Ana Caroline Alves da Silva, Francine Ramos de Oliveira Moura Autonomo, Isadora Therezinha do Couto Neves Therezinha do Couto Neves
Apresentação: O serviço odontológico no Brasil, compreende uma atuação majoritariamente de cunho curativo. Na Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, realizada pelo Ministério da Saúde em 2010, verificou-se, a partir da média do índice CEO-D (5 anos), CPO-D (demais idades) e da proporção dos componentes em relação ao CEO-D ou CPO-D total segundo o grupo etário e as regiões, o alto percentual de elementos cariados na faixa etária inicial em contraposição ao alto percentual de dentes perdidos nos grupos de 65 a 74 anos de idade, refletindo um serviço de complexa necessidade, com um panorama onde as práticas preventivas ainda não se mostram com expressiva eficácia para um grande número de pessoas. Desta forma, nos perguntamos: No Brasil, quais são os impasses que dificultam a prestação do serviço público odontológico de qualidade? Desenvolvimento: O presente trabalho tem como objetivo analisar os impactos da mudança do conceito de saúde na formação do cirurgião dentista e nos serviços de saúde, a partir da revisão bibliográfica das publicações que versam sobre o tema e de minha experiência quanto acadêmica da graduação de Odontologia, tratando-se de um estudo de natureza qualitativa, descritiva. Foi realizada um levantamento de artigos e documentos oficiais nas principais bases de dados (BVS, Scielo, Lilacs, site do Ministério da Saúde). Resultado: A partir da leitura das publicações foi possível observar que a mudança do conceito de saúde e da visão do processo saúde-doença, que compreende o bem-estar para além da simples ausência de doença, induziu um novo modelo que exige do profissional um olhar amplo que compreende mais que as necessidades físicas dos pacientes e preocupado com os diversos fatores que compõem o sujeito. Sendo assim, faz-se imprescindível uma educação pautada nas necessidades sociais, econômicas, psicológicas e culturais das pessoas. A Constituição Federal (CF) declara que é competência do Sistema Único de Saúde (SUS) ordenar a formação de recursos humanos da área da Saúde, assim como estabelece para as Instituições de Ensino que a formação acadêmica deve ser pautada em um ensino que qualifique o futuro profissional para atuar no sistema público de saúde, além de elencar os serviços públicos de saúde como campo prioritário de estágio, por permitir contato com as vivências profissionais culminando, em 2002, com as modificações nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de graduação em Odontologia, tendo como objetivo a construção de um perfil acadêmico e profissional com base em competências, habilidades e conteúdos contemporâneos, que possibilite o discente sair da graduação apto a perceber o paciente em suas principais demandas, saber lidar com as dificuldades existentes no sistema de saúde e a buscar o cuidado ampliado, integral e longitudinal. De acordo com as publicações, é possível observar que embora as novas DCN tenham sido publicadas há quase 20 anos o curso de Odontologia ainda possui dificuldade no ajuste do plano proposto, tendo em vista um currículo dividido por especialidades distintas e que não permite a visualização do indivíduo como um todo, dificultando inclusive a associação no cuidado do paciente com os demais profissionais da saúde. Em outra observação, é possível perceber que os dados presentes na Pesquisa Nacional de Saúde Bucal em 2010 não correspondem ao panorama esperado de profissionais que passaram pela mudança curricular em 2002. Isso sugestiona que as modificações curriculares dos cursos de Odontologia não ocorreram em número expressivo, estando ainda muitas instituições pautadas no modelo antigo de formação. Uma forma de pensar no problema, seria uma análise referente às condutas dos profissionais, pautadas no modelo biomédico, a partir do qual o entendimento de saúde torna-se sinônimo para a ausência de doença, dor ou defeito. Ainda nesta linha de raciocínio, é importante analisar os preceitos que norteiam a formação acadêmica desses profissionais, sendo bastante comum uma graduação voltada para o serviço privado especializado. A partir de minha experiência enquanto aluna da graduação de Odontologia pude perceber as carências que cercam o ensino sobre o SUS na grade curricular. Em minha vivência o departamento de Saúde Coletiva é em toda a faculdade o único que possui em sua ementa matérias voltadas para o sistema público de saúde, e também o único que oferece Estágio Supervisionado dentro deste espaço. Além disso, os alunos só têm acesso a disciplina já próximo à conclusão do curso, dificultando a apreensão sobre os princípios que devem nortear as práticas corretas de um profissional de saúde, uma vez que já construíram, até ali, uma graduação baseada em especialidades odontológicas. Existem hoje dentro dos cursos de graduação projetos que visam o ensino através de vivências no próprio espaço de trabalho, como por exemplo o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) que trata-se de um programa entre os Ministérios da Saúde e da Educação, que envolve estudantes das diversas graduações da área da saúde, docentes dos respectivos cursos e preceptores que atuem no serviço público de saúde. A proposta do programa é tornar o aprendizado viável a partir de vivências no próprio serviço, viabilizando a integração entre serviço-ensino-comunidade através de práticas que compreendam a pesquisa, o ensino, a participação social e a extensão universitária. Apesar de possuir uma abordagem facilitadora e ser um potencial instrumento para a implementação das propostas das DCN de 2002, algumas implicações dificultam que o programa tenha resultados de maiores proporções como por exemplo a escassa divulgação do mesmo no meio acadêmico, além do pequeno número de vagas disponíveis para os alunos da graduação. Considerações finais: Para além das mudanças curriculares, é importante que as Instituições de Ensino se comprometam com a adaptação de seus programas, com a incumbência de formar profissionais que estejam aptos a integrarem o sistema público de saúde, espaço esse que tem cada vez demandado a presença de Cirurgiões-dentistas em seus diversos níveis de atenção. Além de fornecer durante toda a graduação a base necessária para o conhecimento dos princípios que direcionam para o cuidado do paciente de forma integral. Também se torna importante a implementação de projetos que permitam aos acadêmicos as vivências no serviço para conhecimento das competências que vão além do ensino técnico e das dificuldades que giram em torno do serviço. Tais projetos também oportunizam aos profissionais dos serviços um processo de educação continuada por meio da revisão de conceitos e práticas que é sugerida a partir da presença dos alunos da graduação nesses meios, possibilitando ainda um olhar crítico de ambos os lados para com o serviço. Mudanças nas perspectivas de ensino e serviço são desafios que demandam esforços constantes para serem experiências exitosas. Nesse sentido, é importante a compreensão de que as transformações na formação acadêmica, são potencializadoras para a melhora significativa dos índices de saúde bucal no Brasil. |