492: A cidade e a interprofissionalidade na formação em saúde
Debatedor: José Carlos da Silvan
Data: 28/10/2020    Local: Sala 05 - Rodas de Conversa    Horário: 16:00 - 18:00
ID Título do Trabalho/Autores
5831 MEIO AMBIENTE NA FORMAÇÃO EM SAÚDE: REFLEXÕES SOBRE HIPERESPECIALIZAÇÃO DO ENSINO
Luana; Cinoélia; Ana Cristina; Elaine. Costa; Leal; Santos; Santos. Ferreira; Souza; Duarte; Silva.

MEIO AMBIENTE NA FORMAÇÃO EM SAÚDE: REFLEXÕES SOBRE HIPERESPECIALIZAÇÃO DO ENSINO

Autores: Luana; Cinoélia; Ana Cristina; Elaine. Costa; Leal; Santos; Santos. Ferreira; Souza; Duarte; Silva.

Apresentação: Percebe-se que a formação dos profissionais de saúde tem sido, de modo geral, historicamente construída sobre a fragmentação de conteúdos e organizada em torno de relações de poder, as quais conferiram ao professor especialista uma posição de centralidade no processo de ensino-aprendizagem. No entanto, para compreendermos a complexidade inerente às questões relativas ao meio ambiente e suas relações com a saúde, deve-se envolver um conjunto de saberes das diversas ciências, enfocada a partir de uma abordagem crítica. A nova concepção de saúde defendida pelo Movimento de Reforma Sanitária a partir dos anos 70, e reafirmada com a construção do Sistema Único de Saúde na década de 90, com grande participação dos profissionais de saúde, não se pode mais considerar a saúde isolada das condições ambientais que cercam o indivíduo, e a coletividade. A instituição de ensino, dentro da Educação Ambiental, deve sensibilizar o estudante a buscar valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente e as demais espécies que habitam o planeta, auxiliando-os a analisar criticamente os princípios que tem levado à destruição inconsequente dos recursos naturais e de várias espécies. Pensando numa formação em saúde crítica e articulada com outras áreas do conhecimento, para promover a saúde das pessoas é pertinente estudar esse processo de formação, com base nas proposições de um dos principais críticos às metodologias de ensino na atualidade, o pensador e filósofo Edgar Morin. Este, propõe que a ideia de “separar para melhor entender o todo” conforme pregava René Descartes, em O discurso do Método, não é um bom recurso para educar a nova geração, pois a hiperespecialização acarreta uma fragmentação tão grande no conhecimento que nos leva a aprender os problemas de forma isolada, sem percebermos as relações existentes com um contexto maior. Objetivo: Discutir as relações existentes entre meio ambiente e saúde na graduação dos profissionais de saúde, a partir da correlação entre as Diretrizes Curriculares Nacionais, programas e ementas dos cursos de saúde com a teoria da complexidade de Edgar Morin. Desenvolvimento: Trata-se de uma investigação de natureza qualitativa descritiva e exploratória, sendo o método que melhor conforma a investigação de grupos e seguimentos delimitados e focalizados, histórias sociais sob a ótica dos atores, das relações e para análises de discursos e documentos. Os dados pertinentes a pesquisa foram coletados em documentos referentes às matrizes curriculares, programas e ementas de disciplinas, solicitadas aos Colegiados dos Cursos de Graduação em saúde nas quatro universidades estaduais da Bahia, com vistas a refletir sobre a formação ambiental na saúde na perspectiva crítica sobre o ensino de Edgar Morin. Os documentos avaliados no estudo foram: Diretrizes Curriculares dos cursos de graduação em saúde; Programas dos cursos de graduação em saúde; Ementas das disciplinas (saúde/ambiente) dos cursos de graduação em Enfermagem. Formam estudados 13 cursos de graduação em saúde, sendo que cada curso possui cerca de cinco anos de duração, numa média de seis disciplinas por semestre. Foram analisados aproximadamente 1020 ementas e programas de disciplinas, para identificarmos 60 ementas e progra­mas de disciplinas por curso com aproximação com a temática ambiental de universidades estaduais da Bahia.   A técnica de análise do conteúdo semântica de Bardin foi utilizada no tratamento dos dados em uma aproximação da perspectiva crítico-analítico, abrangendo a mesma no tratamento de todo material teórico. A pesquisa segue a Resolução 466/12, com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisas da Universidade Estadual de Santa Cruz, sob o Protocolo CAAE: 10817013.5.0000.5526 por meio da plataforma Brasil. Resultado: A categoria de análise discutida abordou sobre “Disciplinas específicas sobre Saúde e Meio ambiente na graduação em saúde e o foco na hiperespecialização”.  Verifica-se que dos 17 cursos de graduação em saúde estudados, 14 apresentam no mínimo uma disciplina específica sobre a temática ambiental na saúde, dois cursos apresentam três disciplinas e quatro cursos não apresentam nenhuma disciplina sobre meio ambiente e Saúde na sua matriz curricular. Dessas disciplinas, em torno de 10 dos cursos de graduação das UEBA estudadas são componentes obrigatórios da matriz curricular; e em apenas um dos cursos estudados é uma disciplina optativa. A presença de uma única disciplina abordando determinado tema, na matriz curricular do curso de graduação em saúde, muitas vezes não é suficiente para garantir que a discussão ambiental esteja presente na formação do profissional em saúde de forma efetiva. Entende-se nesse ponto claramente o risco que se corre ao inserir uma disciplina tal num currículo de graduação em saúde e depositar nessa disciplina toda a necessidade de discussão, aprofundamento e problematização que um tema exija, ressaltando que tanto a saúde quanto a temática ambiental transcendem as fronteiras de qualquer disciplina. Lembrando, que na própria perspectiva de Morin há a ideia de que o retalhamento das disciplinas torna impossível apreender “o que é tecido junto”, o que remete a Teoria da Complexidade, que faz uma crítica sobre a falta de interação entre diferentes áreas do conhecimento. Sabe-se que, a produção de um saber interdisciplinar faz parte dos princípios e diretrizes propostos pela Política Nacional de Saúde Brasileira, operacionalizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que destaca o Meio ambiente como fator determinante e condicionante para a saúde pública. Fica clara a necessidade de continuidade da discussão sobre Meio ambiente e Saúde nos currículos acadêmicos, e que a presença de uma única disciplina passa a impressão de apenas cumprimento de uma obrigação prevista em lei, e não devido a importância de uma discussão interdisciplinar no campo da saúde. Considerações finais: Diante do contexto atual de discussões e ações em prol do meio ambiente, a visão crítica e reflexiva da formação do profissional de saúde é fundamental para a mudança na relação saúde e meio ambiente, pois são profissionais que tem como objetivo o cuidado do indivíduo e da coletividade para a vida. No entanto, o estudo corrobora para a questão de que, mesmo em disciplinas que abordam a relação saúde e meio ambiente na saúde, ainda há uma tendência à hiperespecialização do conteúdo, pois há uma notória dificuldade em integrar as duas áreas de conhecimento, predominando a abordagem de conteúdos separados e sem interligação, fragmentando o conhecimento destes futuros profissionais.

6919 A VISITA DOMICILIAR COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZADO INTERPROFISSIONAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Dayane Abreu Ribeiro, Ítalo Diógenes Gomes da Silva, Arlindo Gonzaga Branco Junior, Katia Fernanda Alves Moreira

A VISITA DOMICILIAR COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZADO INTERPROFISSIONAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Dayane Abreu Ribeiro, Ítalo Diógenes Gomes da Silva, Arlindo Gonzaga Branco Junior, Katia Fernanda Alves Moreira

Apresentação: O trabalho interprofissional é uma forma de integrar diferentes áreas do conhecimento em prol de um mesmo objetivo. Diante disso, a matéria de Saúde Coletiva ministrada no segundo período de Medicina no Centro Universitário São Lucas integra os estudantes de medicina com profissionais de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS) para realizar visita domiciliar e traçar medidas profiláticas para as famílias visitadas, com intuito de incentivar os alunos desde o inicio da graduação ao trabalho interprofissional. Baseado nessa premissa este trabalho tem por Objetivo Relatar o contato de alunos de Medicina com o sistema de saúde publica do Rondônia por meio da matéria de Saúde Coletiva e discutir sua importância na formação do médico generalista. Desenvolvimento: A matéria de Saúde coletiva é ministrada no 2° período da graduação com carga horária de 55 horas semestrais de conteúdo teórico. Iniciaram no semestre de 2019-2, visitas técnicas às Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Porto Velho – Rondônia, com o intuito de correlacionar o ministrado na teoria com a prática médica. As visitas técnicas são realizadas em grupos de 10 pessoas onde os alunos conhecem a equipe que estará inserida e o processo de trabalho da equipe. Após isso os alunos, junto com a equipe conhecem a população assistida fazendo um diagnostico situacional de saúde e discutem com a equipe. Depois desse diagnostico os alunos, planejam duas visitas domiciliares em uma família sendo essa visita realizada com a enfermeira da equipe, o agente comunitário e alunos de medicina. Durante a primeira visita os alunos entrevistam a família baseado na Escala de Coelho e Savassi para traçar o grau de risco da família, como também para conhecer a realidade dos componentes do grupo familiar. Após a vista, em grupo (ACS, enfermeira, médicos e alunos de medicina), os estudantes discutem o caso familiar e planejam uma intervenção a partir dos pontos que coletaram e destacaram durante a entrevista da primeira visita. Após ocorre um retorno com a família e é realizada a intervenção familiar com essa família (o qual estará envolvida no plano que a equipe planejou). Resultado: O ponto positivo dessa proposta é o contato precoce dos acadêmicos com o usuário do sistema de saúde. Com isso os discentes do segundo período, podem observar a importância da saúde coletiva e da visita domiciliar, refletindo sobre a importância do trabalho em equipe. Os alunos acabam utilizando os instrumentais teóricos e metodológicos, aprendidos em sala, na coleta e interpretação dados e veem as suas implicações no planejamento, organização e gestão no cuidado da família. Considerações finais: Com isso, observa-se que o aprendizado torna-se mais direcionado e eficaz, pois insere o acadêmico na comunidade local podendo vir a tornar um profissional generalista mais envolvido com as ações de saúde para sua população.

7087 VISITAS DOMICILIARES PARA A IMPLANTAÇÃO DE UM GRUPO DE GESTANTES E PUÉRPERAS DE UM BAIRRO ASSISTIDO PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM VITÓRIA-ES: UM RELATO DO PET INTERPROFISSIONALIDADE
Glenda Pereira Lima Oliveira, Fabiana dos Santos Paixão, Isabelle Gadiolli Verzola, Elisara Licia Sant’Anna, Gracielle Pampolim

VISITAS DOMICILIARES PARA A IMPLANTAÇÃO DE UM GRUPO DE GESTANTES E PUÉRPERAS DE UM BAIRRO ASSISTIDO PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM VITÓRIA-ES: UM RELATO DO PET INTERPROFISSIONALIDADE

Autores: Glenda Pereira Lima Oliveira, Fabiana dos Santos Paixão, Isabelle Gadiolli Verzola, Elisara Licia Sant’Anna, Gracielle Pampolim

Apresentação: Tendo como foco principal a integração ensino-serviço-comunidade, o Programa de Educação do Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) possibilita um conhecimento integral acerca da atuação de cada profissional na sua singularidade e em equipe, trabalhando habilidades e atitudes e possibilitando a inserção mais efetiva de graduandos na realidade do Sistema Único de Saúde (SUS). A versão atual do programa na Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM), aborda o binômio mãe-bebê, com o intuito de fortalecer os vínculos intra e interpessoais. Dessa forma, esse relato conta a experiência de alunas da fisioterapia e medicina acerca de visitas domiciliares a gestantes e puérperas atendidas na Unidade de Saúde da Família do Bairro de Jesus de Nazareth, em Vitória, no Espírito Santo. Desenvolvimento: Para a idealização de um projeto de intervenção no bairro, foram levantados dados estatísticos que mostraram a necessidade de acolher e orientar gestantes e puérperas sobre o aleitamento materno exclusivo e a continuidade de consultas no pré e pós-parto. Dessa maneira, as acadêmicas, sob devida orientação das preceptoras e tutoras, propuseram a criação de um grupo mensal para troca de experiências e abordagem de temas relevantes para essa fase de grandes transformações na vida das famílias. Com o intuito de criar um vínculo mais íntimo com as pacientes, foram realizadas visitas domiciliares para convidá-las a participar do projeto. Nessa oportunidade, eram explicitados temas de acordo com a necessidade de cada uma no momento, bem como o preenchimento de um questionário para as gestantes e puérperas e uma escala de autoeficácia da amamentação para essas últimas. Resultado: Foi detectada uma repercussão confirmativa na operacionalização de uma atenção integral ao usuário, estabelecendo relações de confiança e comunicação, o qual repercutiu em notável adesão das gestantes e puérperas no grupo proposto, superando as expectativas preestabelecidas. A curiosidade e o desejo de participar de cada mulher presente nos grupos foi surpreendente, e trouxe grande satisfação e alegria às discentes e aos profissionais envolvidos, permitindo a sensação de corresponsabilidade. Tais resultados culminam na prevenção, promoção e educação em saúde, atuando nas singularidades e necessidades desta população, bem como de seus familiares. Considerações finais: Acredita-se que a grande adesão às reuniões mensais ocorreu pelo vínculo estabelecido durante as visitas domiciliares, realizadas pelas alunas, agentes de saúde e preceptoras do PET-Saúde. Tornou-se notório a importância do ato comunicativo e do acolhimento em todos os níveis assistenciais, principalmente quando se refere à atenção básica, principal porta de entrada do SUS.

7671 A VISITA DOMICILIAR NA PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DE MEDICINA DA UFF NO TRABALHO DE CAMPO SUPERVISIONADO II
Uesliz Vianna Rangel, Leandro Marcial Amaral Hoffmann, Marcos Paulo Fonseca Corvino

A VISITA DOMICILIAR NA PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DE MEDICINA DA UFF NO TRABALHO DE CAMPO SUPERVISIONADO II

Autores: Uesliz Vianna Rangel, Leandro Marcial Amaral Hoffmann, Marcos Paulo Fonseca Corvino

Apresentação: Este estudo foi proposto ao se observar entre os discentes uma lacuna em se compreender sua inserção nas atividades de campo junto ao serviço de atenção básica, com enfoque específico na ação da Visita Domiciliar. Considerando que a percepção, entendida como capacidade humana universal de, ao vivenciar acontecimentos e relações, pensá-los, classificá-los e simbolizá-los, e que define a forma de conduzir atitudes, tomar decisões e estabelecer prioridades, decidiu-se por construir este estudo adotando por objetivo a identificação da percepção dos alunos de medicina da UFF quanto aos aspectos da visita domiciliar junto às equipes de Saúde da Família da Prefeitura de Niterói no primeiro semestre 2019. O estudo trata de uma pesquisa descritiva, exploratória, qualitativa com análise de conteúdo, utilizando para coleta de dados a análise do Portfólio – instrumento utilizado para avaliação dos alunos do terceiro período do curso de medicina da UFF, onde registram suas impressões e aprendizados- acessados pela plataforma Google Classroom. Foram selecionados as citações que mencionavam a Visita Domiciliar e seus aspectos, como diagnóstico situacional da família, trabalho multiprofissional, a coordenação do cuidado, acesso aos serviços, entre outros. Foram analisados portfólios de 63 alunos, destes, 48 foram selecionados. Dos 15 não incluídos, 06 não foram encontrados na plataforma e 09 alunos não citaram ou não realizaram a Visita Domiciliar enquanto estiveram no campo. Quanto aos aspectos éticos da pesquisa, este trabalho faz parte do projeto de pesquisa “Revivendo histórias e experiências no Trabalho de Campo Supervisionado II”, aprovado no CEP/CONEPE sob o parecer 978419 de 10/03/2015. A análise resultou na construção de 04 categorias: “Tão importante que me mudou”, “A Equipe Multiprofissional como elo”, “Se está difícil pra mim imagina...” e “Das linhas do caderno para o diafragma do estetoscópio”. O que parecia ser mais uma tarefa escolar acabou tomando formas e repercussões variadas para cada um dos alunos da disciplina. Os relatos variavam de textos emocionados a revoltados, de poéticos a críticas político-sociais, de sonhadores a descritores, mas com muito em comum: a concepção da importância de se extrapolar os muros das faculdades e de ver uma realidade profissional e da população diferente do que se está acostumado. “TÃO IMPORTANTE QUE ME MUDOU” Dentre os relatos, a importância do aluno realizar uma Visita Domiciliar foi das mais citadas, pois acreditam que a experiência de sair a campo e de ver o exercício da profissão na prática contribui para sua formação profissional, consolida os conhecimentos adquiridos e oferece um olhar diferente do rotineiro institucional, confirmado na fala do aluno que assim escreve: “Pude aproveitar e aprender coisas que provavelmente não iria aprender dentro de um hospital” (L1A1). Mas as interferências não se restringiram apenas a vida profissional e acadêmica, pois muitos foram os relatos de que se percebiam acréscimos também na vida pessoal, e que estes haviam mudado algo em sua vida, seja na forma de ver o outro, a sociedade e até mesmo a si próprio pelo que diz: “O que ouvi lá me fez crescer como pessoa, me fez mudar minha visão de vida sobre alguns aspectos” (LM2A5). “A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL COMO ELO” Os alunos demonstraram entender a importância da equipe multiprofissional na Visita Domiciliar e como esta tende a otimizar a assistência em saúde ao usuário, de que as necessidades destes usuários transpassam o alcance do profissional médico, e que o trabalho de toda uma equipe contendo os profissionais das mais diversas áreas da saúde pode garantir a integralidade dessa assistência. Além do médico, foram citados o enfermeiro, o técnico de enfermagem, o dentista, o fisioterapeuta, o psicólogo e o assistente social. Mas o mais citado e tido como de grande importância para a Visita Domiciliar bem sucedida foi o Agente Comunitário de Saúde (ACS), sendo referido como principal elo entre o serviço de saúde e a comunidade, atribuído principalmente por conhecer bem a comunidade, entender as necessidades e carências da população e ter o saber necessário para poder levá-los os serviços de saúde que forem identificados necessários. A importância do trabalho conjunto e coeso da equipe multiprofissional também foi alvo de apontamento por muitos alunos, como visto em um comparativo, onde dizia que “a equipe deve funcionar como a engrenagem de uma máquina que se movimenta em perfeita harmonia”. (M1A2). “SE ESTA DIFÍCIL PRA MIM IMAGINA...” A importância de se avaliar as condições sociais e sanitárias das famílias através de um diagnóstico de realidade local, da identificação de fatores de risco a saúde para as famílias e comunidade mostrou-se presente em alguns dos relatos e, foi bem ressaltada a percepção de diferença em se ver e analisar pessoalmente esses fatores na Visita Domiciliar, diferentemente de apenas coletá-los como dados em uma entrevista de anamnese. A maioria das falas se referia as condições das ruas, descritas como sem pavimentação ou deterioradas, e às formações geológicas das áreas, onde predominavam morros, e que exigia subida e construção de escadas. Citações estas, que associadas ao relato de um aluno dizendo que: “pude fazer uma leitura dos campos por meio do meu próprio ponto de vista e de minhas vivências acumuladas” (LM2A4), permitem inferir que as avaliações desse aspecto foram guiadas por suas concepções pessoais, seus conceitos de idealidade e dos seus significados de importância para estas condições, descrevendo principalmente as situações que os atingiam e causavam incomodo pessoal. Outro contraponto entre ouvir falar e constatar pessoalmente foi observado em relatos quanto a desigualdades sociais e financeiras da população. As principais descrições consistiam em: “choque de realidade”, “sair de sua bolha de realidade” e “cair em si “DAS LINHAS DO CADERNO PARA O DIAFRAGMA DO ESTETOSCÓPIO” Os relatos demonstraram que a oportunidade de realizar a Visita Domiciliar criou um cenário adequado para essa correlação do aporte teórico com a atividade prática, considerado de “extrema importância para nós, estudantes de medicina, entender essa funcionalidade das unidades básicas de saúde e compreender o funcionamento do SUS para que melhore ainda mais com o tempo” (P1A3). Também foram feitas associações com saberes da área biomédica e humanísticas, por entenderem ser “de grande aprendizado poder relacionar o caso com os conhecimentos de anatomia e fisiologia que estava obtendo, em um só momento” (LM1A4), que “Serviu para consolidar através da prática toda a teoria vista ao longo do período” (LM2A3) e que “Essa integração de disciplinas nos permite levar um conhecimento mais duradouro e adquirir experiência para a vida acadêmica” (P1A3). A percepção dos alunos de medicina sobre os aspectos da Visita Domiciliar parece ser bem ampla, e percebeu-se que os principais tópicos que se espera que um aluno atente nessa atividade estão bem descritos e presentes na maioria dos textos produzidos. A compreensão do planejamento e da execução da ação, a importância dos atores, suas representações, o cenário que se estabelece e suas repercussões tiveram descrições que favoreceram uma análise crítica e construtiva, o que demonstra o conhecimento por parte destes da importância de considerar estes fatores no cuidado com o paciente/família que demanda por esta atenção. Para concluir, me lanço da sensação de prazer e gratidão, ora manifestado pelo aluno, que narra sua despedida do paciente, por ter recebido “um grande sorriso, que nos preencheu com o real significado para combinação de saberes e técnicas utilizadas para resolver problemas e atender necessidades de saúde individuais e coletivas” (M1A5).·.

8315 A IMPORTÂNCIA DAS VISITAS DOMICILIARES MULTIDISCIPLINARES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA A PARTIR DO PROJETO MULTICAMPI.
Luana Amorim, Rafael Leite, Anderson Oliveira, Károl Cabral

A IMPORTÂNCIA DAS VISITAS DOMICILIARES MULTIDISCIPLINARES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA A PARTIR DO PROJETO MULTICAMPI.

Autores: Luana Amorim, Rafael Leite, Anderson Oliveira, Károl Cabral

Apresentação: O presente trabalho foi pensado a partir da vivência no Projeto Multicampi Saúde, um projeto da Universidade Federal do Pará cujo objetivo é capacitar alunos da graduação, que podem atuar na área saúde, através de uma experiência na atenção primária com enfoque na saúde da criança. Durante o projeto os alunos passam um mês alocados em unidades básicas de saúde, acompanhando o trabalho da unidade e desenvolvendo atividades propostas nos planos de ação do projeto. Uma das atividades propostas para cada aluno é traçar um plano de ação para uma criança indicada pela equipe da unidade, para alcançar tal objetivo são feitos atendimentos na unidade, encaminhamentos e visitas domiciliares. Além disso, a experiência proporciona aos alunos uma vivência diferente da sala de aula, um momento em que é possível compreender na prática conteúdos aprendidos ao longo da graduação, deparar-se com as possibilidades e desafios do serviço, trabalhar em equipe multidisciplinar, bem como conseguir ter noção da atuação do profissional de determinada área no âmbito da atenção primária. A partir dessas atividades realizadas, o presente trabalho tem como objetivo fazer um relato de experiência de uma estudante de psicologia sobre as visitas domiciliares multidisciplinares realizadas durante o período de dezembro, em uma unidade básica de saúde do município de Abaetetuba, no estado do Pará. Durante a imersão em campo, constatou-se a necessidade de fazer duas visitas a duas crianças da unidade e suas famílias, a fim de conhecer um pouco mais sobre a dinâmica familiar, condições de moradia, além de prestar atendimento multidisciplinar a família e fazer possíveis encaminhamentos dentro da rede de atenção a saúde. As visitas foram coordenadas por mim, estudante de psicologia, uma estudante de enfermagem, um estudante de nutrição e uma agente comunitária de saúde da unidade. Fomos recepcionados pelas famílias em suas casas, onde pudemos conduzir o atendimento de forma dinâmica. Inicialmente nos apresentávamos e explicávamos o projeto, em seguida um de nós três dava início ao atendimento. Quando iniciado pela estudante de enfermagem, ela tentava avaliar aspectos do bem estar físico dos pacientes, perguntava se tinham alguma queixa, se possuíam alguma doença crônica e tentava compreender a dinâmica da casa em relação ao hábitos higiênicos, medicamentosos etc. Dava orientações em relação ao tratamento da água e como em ambas as casas haviam bebês que eram amamentados, ela também fazia orientações sobre o aleitamento materno. No momento das orientações sobre a amamentação, eu ressaltava alguns pontos que estão descritos na caderneta da criança sobre a importância do vínculo afetivo que é criado na hora da amamentação do bebê, e como esse momento é importante e crucial para um desenvolvimento adequado, destacando a importância de olhar nos olhos do bebê, conversar, interagir e trocar afetos, para que seja um momento de acolhimento e prazeroso tanto para mãe quanto para a criança. No atendimento do estudante de nutrição tentei entender e tive a oportunidade de aprender como o aspecto nutricional pode interferir no comportamento das pessoas como, por exemplo, quando a falta de vitaminas pode causar desânimo e apatia, características que podem ser consideradas de ordem psicológica apenas. Durante a visita, percebi a necessidade de enfatizar para as famílias a importância de interagir com os filhos e criar momentos de convívio prazeroso entre os membros, seja através de brincadeiras, leituras de livros, assistindo filmes, na hora das refeições ou alguma atividade que gostem de realizar juntos. Em uma das famílias havia uma criança diagnosticada com transtorno do espectro autista e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, onde observou-se a necessidade de falar sobre o assunto a fim de esclarecer algumas dúvidas em relação a como lidar cotidianamente com essa criança e como  buscar a rede de apoio. A outra família era composta por vários membros com diagnóstico de diabetes e todos relataram dificuldades em seguir a dieta, que consideravam muito restrita, como consequência estavam com a taxa glicêmica acima do esperado para uma pessoa com diabetes. Nesse sentido, eu dei algumas orientações sobre como melhorar a adesão ao tratamento, enquanto o estudante de nutrição tentava adequar a dieta às condições econômicas e aos hábitos alimentares dos pacientes. Durante a visita pôde-se perceber que o atendimento multidisciplinar foi de extrema importância para entender as demandas dos indivíduos em um sentido amplo, permitindo que cada membro familiar pudesse ser compreendido desde o aspecto psicológico até o nutricional, por exemplo, dando mais subsídios e embasamento para a compreensão de uma queixa. A visita domiciliar multidisciplinar para nós, estudantes de graduações diferentes, permitiu entender um pouco sobre as possibilidades de atuação um do outro, o que é de extrema importância na medida em que nos permitiu fazer encaminhamentos corretos. Quando cheguei na unidade, pude perceber que a minha equipe não sabia ao certo quais as contribuições da psicologia durante a visita, nem mesmo a equipe da unidade compreendia, no entanto, ao longo do projeto, eu já era solicitada mais vezes durante o atendimento e após as visitas quando ocorriam as discussões sobre os casos, eu já recebia mais demandas e questionamentos. Pude observar que a visita domiciliar tem também um caráter acolhedor diferente da unidade, onde o paciente fica mais próximo da equipe, parece ser uma relação mais íntima, onde o vínculo e a confiabilidade para relatar certas situações é diferente, além de o paciente encontrar nestes profissionais confiança e de certa forma um apoio e suporte para lidar com alguns contextos. A partir do projeto Multicampi Saúde da UFPA, pode-se observar a necessidade que existe de momentos e projetos que proporcionem trocas entre estudantes da área da saúde. É importante que além do suporte teórico em sala possamos também ter mais momentos em que estejamos inseridos no dia a dia, na prática, principalmente no que se refere a práticas voltadas para a saúde pública. Quando comparado aos demais cursos que participaram do projeto em Abaetetuba, como enfermagem, nutrição, odontologia, pude perceber como nós, estudantes de psicologia, estamos alheios a assuntos relacionados à atenção primária durante a graduação, e que o papel da psicologia nessa área ainda está sendo construído, desmistificado. O papel da psicóloga atendendo em um consultório não pode ser o único a nos definir, principalmente quando o assunto é atenção primária, não que o atendimento individual não seja importante, mas pude perceber que é possível uma psicologia articulada com outras áreas, um atendimento multidisciplinar, um olhar integral para o usuário na tentativa de o compreender como um todo, em vários aspectos de sua vida. Além disso, o projeto Multicampi me permitiu entender a importância de uma universidade pública de qualidade, que promove e incentiva projetos de extensão e pesquisa, criando para os alunos espaços para o diálogo entre saúde pública, multidisciplinariedade e atenção primária a fim de nos capacitar para desenvolver habilidades e proporcionar um atendimento de qualidade a população que busca o serviço público de saúde.  

12171 PET- SAÚDE: A IMPORTÂNCIA DA EQUIPE INTERDISCIPLINAR NA VISITA DOMICILIAR: A EXPERIENCIA COM OS USUÁRIOS IMPOSSIBILITADOS DE ACESSAR A REDE PÚBLICA DE SAÚDE
Bianca dos santos Martins, Bruna Rezende de Oliveira, Rayane Fernades da Silva Machado, Richely Rita Menaguali, Erilis Evelyn Ingrid Fernandes Veiga, Miller Alvarenga Oliveira

PET- SAÚDE: A IMPORTÂNCIA DA EQUIPE INTERDISCIPLINAR NA VISITA DOMICILIAR: A EXPERIENCIA COM OS USUÁRIOS IMPOSSIBILITADOS DE ACESSAR A REDE PÚBLICA DE SAÚDE

Autores: Bianca dos santos Martins, Bruna Rezende de Oliveira, Rayane Fernades da Silva Machado, Richely Rita Menaguali, Erilis Evelyn Ingrid Fernandes Veiga, Miller Alvarenga Oliveira

Apresentação: A inserção das alunas do programa PET-Saúde no Programa Médico da Família de Jurujuba, na cidade de Niterói (RJ), tem por objetivo trabalhar o tema interprofissionalidade na perspectiva da formação e de romper com o ensino tecnicista, a visão unilateral das profissões e suas fragmentações no campo coletivo de trabalho na rede pública de saúde, havendo integração em suas práticas para atender de forma integral o cuidado ao usuário e sua comunidade. Desenvolvimento: Esse estudo descreve um relato verídico vivenciado pela equipe de alunas da UFF- Universidade Federal Fluminense vinculadas ao PET-Saúde Interprofissionalidade dos cursos de Enfermagem, Nutrição, Serviço Social e Odontologia, acompanhando a equipe do Programa Médico de Família composta por uma Enfermeira Preceptora, juntamente com uma Técnica de Enfermagem, uma Agente Comunitária de Saúde e uma Médica. O caso se refere ao Sr. XX, 53 anos, diagnosticado na infância com Hidrocefalia e Epilepsia; reside com irmã AA, 61 anos, aposentada. Após uma queda em sua residência, o mesmo sofreu uma Hemorragia Subaracnóidea apresentando déficit no motor importante necessitando de reabilitação fisioterapeuta. Além disso, o Sr. XX apresenta uma ulcera na região lombo-sacra, bexigomas e infecções do trato urinário de repetição, tendo como consequência a utilização de um cateter vesical de demora. Com isso, gastos excessivos com medicamentos tem sido consumido, já que a maioria a rede pública de saúde não consegue ofertar. Resultado: A partir da visita domiciliar realizada pela equipe, reflexões sobre a complexidade do caso tem chamado a atenção do que é o Sistema Único de Saúde (SUS) na vida dos usuários e sua comunidade. E, como a equipe interdisciplinar pode atuar em casos como esse. A visita domiciliar também possibilitou o contato direto com a família, suas dificuldades, limitações e relações-intrafamiliar, assim como, a convivência com a comunidade e sua rotina. Mas, destacamos como resultado inicial desse processo, a presença e a efetivação do trabalho da equipe interdisciplinar nos cuidados com o Sr. XX, a forma que tem ampliado o saber e as práticas de educação e atuação em saúde, e pensando nas necessidades concretas que essa família demanda. Salientando que, a Sra. AA, irmã do Sr. XX passou a se sentir segura com a presença da equipe de saúde na divisão dos cuidados e compartilhamento de saberes e orientações para dar continuidade a sua recuperação. Considerações finais: As experiências vivenciadas pela equipe, compreende como o desenvolvimento de uma postura profissional, integrando saberes e práticas coletivas, amplia a atuação da equipe no seu pensar e agir em saúde. Ou seja, entendemos que a intencionalidade de trabalhar a interprofissionalidade na formação acadêmica traz consigo propostas pedagógicas, conteúdos e métodos de ensino junto a prática profissional, enriquecendo as relações interpessoais, fortalecendo o trabalho em equipe sem fragilizar as identidades das profissões e rompendo com a lógica individualista no agir profissional. Assim como, atendendo em sua totalidade a necessidade do usuário.  

8653 PROJETO PROTEGER TERESÓPOLIS: INTERPROFISSIONALIDADE E SUAS INTERFACES COM A EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Caio Ramos, Lucas de Almeida Figueiredo, Mariana Salgueiro Braga, Alice Damasceno Abreu

PROJETO PROTEGER TERESÓPOLIS: INTERPROFISSIONALIDADE E SUAS INTERFACES COM A EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Autores: Caio Ramos, Lucas de Almeida Figueiredo, Mariana Salgueiro Braga, Alice Damasceno Abreu

Apresentação: Na última década, a cidade de Teresópolis sofreu uma catástrofe natural por alterações nas condições climáticas, na qual resultaram em emergências e desastres. Em 2011, foi o ano mais emblemático, no que se tange a desastres na cidade. A topografia do município por ser tratar de um vale rodeado por montanhas, faz com que haja construções inadequadas e instáveis, tornando-se moradias com alto índice de vulnerabilidade social e de deslizamentos. O Centro Universitário Serra dos Órgãos  - UNIFESO e a Prefeitura Municipal de Teresópolis por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e  Defesa civil (DC), realizaram uma parceria público-privada que resultou no Projeto Proteger Teresópolis que conta com técnicos da DC, principais discentes dos cursos de graduação dos Centro de Ciência em Saúde (CCS) e Centro de Ciência em Tecnologia (CCT). Este projeto tem como o principal objetivo reduzir a vulnerabilidade dos habitantes dos bairros de risco e traçar estratégias multidisciplinares para as comunidades situadas em áreas de instabilidade geológica. Desenvolvimento: Portanto, são realizadas visitadas domiciliares, semanalmente, pelos estudantes juntamente com os técnicos da defesa civil, preenchendo duas fichas previamente elaboradas. A primeira ficha leva-se em conta toda a questão socioeconômica e de patologias existentes nos moradores da comunidade que por ventura possa dificultar a evasão dos mesmos em momentos de catástrofes. A segunda ficha é técnica e leva em consideração toda a análise geotécnica da localização da residência. Após o mapeamento das comunidades, é realizado instruções dentro das comunidades acerca dos mapas elaborados. Resultado: Apesar do projeto não ser exclusivamente direcionado a saúde pública, os estudantes do Centro de Ciência em Saúde, identificaram a necessidade de instrumentos capazes de acolher e auxiliar alguns moradores com comorbidades importantes. As linhas de cuidado surgiram em paralelo para atender a população, tendo em vista, que os moradores dessas regiões encontravam-se desinformados no que tange às suas necessidades de saúde. Considerações finais: Concluímos que o projeto transcendeu a importância da interprofissionalidade, pois como estudantes do CCS pode aprender a parte mais técnica do terreno em que o individuo mora, assim como os estudantes do CCT aprenderam mais informações da saúde, facilitando nas orientações repassadas aos moradores, realizando então a promoção em saúde, e orientando a importância de ir para um ponto de apoio no caso de acionamento das sirenes.

8780 VISITAS DOMICILIARES: CENÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DA ATUAÇÃO INTERPROFISSIONAL NO PET-SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE
Carla Cecília Rocha, Stella Maris Brum Lopes, Eduarda Fratoni, Daiane de Cesaro, Franciely de Mello Silva, Emanuella Simas Gregorio, Lucas Rodrigues Nunes, Talita Vargas Costa Couto de Souza

VISITAS DOMICILIARES: CENÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DA ATUAÇÃO INTERPROFISSIONAL NO PET-SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE

Autores: Carla Cecília Rocha, Stella Maris Brum Lopes, Eduarda Fratoni, Daiane de Cesaro, Franciely de Mello Silva, Emanuella Simas Gregorio, Lucas Rodrigues Nunes, Talita Vargas Costa Couto de Souza

Apresentação:  A Universidade do Vale do Itajaí (Univali), a partir do programa PET-Saúde Interprofissionalidade, busca enfatizar a atuação de diferentes grupos de acadêmicos, preceptores e tutores em diferentes espaços da saúde pública. Este relato será a respeito de uma das práticas do grupo que atua a partir da atenção básica. Entre as muitas práticas interprofissionais realizadas pelos acadêmicos na unidade, estão as visitas domiciliares no território. Estas são consideradas uma ferramenta de atenção à saúde oferecida à população, e especificamente neste projeto foi também uma estratégia para vinculação dos acadêmicos ao território e junto às equipes. Desse modo, este resumo tem como objetivo relatar a vivência das visitas domiciliares experienciada pelos acadêmicos através do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde. Desenvolvimento:  As visitas ocorreram entre os meses de março a dezembro de 2019. As visitas realizadas pelos acadêmicos sempre aconteciam com a presença da Agente Comunitária de Saúde responsável pela microárea em questão, e com profissionais da Estratégia e Saúde da Família (ESF) e/ou profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Inicialmente as visitas objetivavam acompanhar as equipes e conhecer melhor os usuários e a região, no segundo momento houve o acompanhamento sistemático de alguns casos. Resultado:  Em um primeiro momento, os acadêmicos conseguem estabelecer um vínculo com o usuário que relata a sua história e condição atual, além de permitir conhecer a residência do mesmo, nos aproximando da realidade daquele indivíduo. Diferente do que é proporcionado pela universidade nas clínicas escolas dos diferentes cursos da saúde, em que os usuários comparecem até a clínica, as visitas domiciliares permitem um conhecimento aprofundado para além da condição de saúde e doença relatada pela sujeito, visto que nas visitas, os fatores de saúde e doença como moradia e dinâmica familiar são possíveis de serem observadas na prática pelos acadêmicos. Posterior a visita, acontecem as discussões com a equipe, apresentando o caso e buscando manejo com o mesmo, diante de uma troca de conhecimento entre os diferentes profissionais da unidade de saúde. Os acadêmicos conseguem traçar objetivos que contribuam para melhorar a qualidade de vida a partir da situação encontrada, junto com os demais profissionais. No decorrer do ano foi possível identificar maior autonomia dos alunos, manifestada no aumento das contribuições frente às intervenções planejadas, ampliação do conceito de saúde, desenvolvimento de práticas intersetoriais e interprofissionais. Para as famílias atendidas favoreceu-se a continuidade do cuidado. Considerações finais:  As visitas domiciliares proporcionaram o aprendizado das práticas interprofissionais aos alunos, pois além do que é visto na teoria, percebemos nas vivências que a visita domiciliar funciona como uma ferramenta de assistência onde é possível acompanhar o paciente no cuidado com sua saúde. E também, como ferramenta para o entendimento da cultura local e sua dinâmica, possibilitando o planejamento de ações promoção e prevenção à saúde, que considerem a realidade e o contexto em que o paciente está inserido.

7071 ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE INTERVENÇÃO BASEADO NA MEDICINA CENTRADA DA PESSOA A PARTIR DE VISITAS DOMICILIARES PARA UMA FAMÍLIA ATENDIDA PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Glenda Pereira Lima Oliveira, Felipe Nicoli Souza, Gleica Guzzo Bortolini, Isabelle Gadiolli Verzola, Henriqueta Tereza do Sacramento

ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE INTERVENÇÃO BASEADO NA MEDICINA CENTRADA DA PESSOA A PARTIR DE VISITAS DOMICILIARES PARA UMA FAMÍLIA ATENDIDA PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: Glenda Pereira Lima Oliveira, Felipe Nicoli Souza, Gleica Guzzo Bortolini, Isabelle Gadiolli Verzola, Henriqueta Tereza do Sacramento

Apresentação: O Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) surgiu para que o atendimento médico pudesse abranger as necessidades do paciente segundo suas preocupações e vivências. É formado de orientações para abordagem do paciente e está estruturado em seis componentes. Desses, os que foram aplicados consistem na experiência de saúde e doença do paciente, a fim de entender a pessoa como um todo e formular um plano conjunto de manejo de problemas, intensificando a relação médico-paciente. Este trabalho objetiva relatar a experiência de alunos da medicina e elaborar um plano de intervenção baseado nos dois primeiros componentes do MCCP, por meio da análise dos principais problemas relacionados à saúde da família 335, da microárea 7, do bairro Centro, na Unidade Básica de Saúde Geny Grijó, em Vitória (ES). Desenvolvimento: A partir de cinco visitas domiciliares, foram obtidas informações para o preenchimento das fichas A, Domiciliar, Territorial e Individual, classificando o tipo e o risco (Classificação de Coelho) da família, para que fosse possível construir um genograma, um ecomapa e uma planilha de intervenção. Durante essas visitas, realizou-se a escuta ativa dos integrantes do núcleo familiar de acordo com a necessidade de cada um. A partir disso, foram discutidos temas a respeito da saúde, como acompanhamento médico periódico, necessidade de contato social, solidão e abandono, bem como orientações sobre um estilo de vida mais ativo e saudável. A abordagem foi realizada de forma espontânea, conforme receptividade da família. Resultado: Essa família é classificada como eudemonista de risco R3 (alto). Os dois componentes possuem múltiplos transtornos mentais e são atendidos na UBS de referência, sendo que um realiza acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS - Ilha) e o outro recusa. Foi possível observar negligência por parte dos filhos em relação ao problema da mãe, o que desencadeia crises disfuncionais no núcleo familiar e interfere negativamente no resultado do tratamento proposto pelos médicos. Recomendou-se, então, uma planilha de intervenção com uma análise e diagnóstico situacional, seleção dos principais problemas e as metas para resolvê-los, isto é, a necessidade de acompanhante para as consultas médicas, organização dos medicamentos e possível acompanhamento psicológico para ambos. Considerações finais: Constatou-se o quão importante foram as visitas domiciliares para o aprendizado dos alunos. O contato com a família demonstra a importância do respeito, cuidado e atenção que se deve ter com o paciente, olhando-o sempre de forma abrangente e totalizante, incluindo todos do núcleo familiar para completa promoção da saúde. Espera-se que a planilha de intervenção proposta seja uma ferramenta de auxílio para a atividade da agente comunitária de saúde responsável pela família, de forma a estreitar os vínculos e aumentar a possibilidade de acompanhamento horizontal com profissionais da saúde. O que foi exposto apenas ressalta a ideia de como o adoecer é uma experiência subjetiva e particular; urge, portanto, que a intervenção seja feita de forma individual e direcionada para tornar-se integral e eficaz.

9866 PET-SAÚDE: O PILAR DA INTERPROFISSIONALIDADE E A OPORTUNIDADE DE FORMAÇÃO DIFERENCIADA NA SAÚDE
Larissa Azevedo Santos, Luípa Michele Silva

PET-SAÚDE: O PILAR DA INTERPROFISSIONALIDADE E A OPORTUNIDADE DE FORMAÇÃO DIFERENCIADA NA SAÚDE

Autores: Larissa Azevedo Santos, Luípa Michele Silva

Apresentação: O Programa de Educação para o Trabalho em Saúde, criado em 2010 pelo Ministério da Saúde juntamente com a Organização Pan-Americana da Saúde, que visa fomentar e estabelecer uma ponte entre serviço- ensino-comunidade. E com isso, colabora ampliando o conhecimento de profissionais e graduandos na área da saúde, quebrando fronteiras e paradigmas por intermédio da interprofissionalidade. Com o intuito de articular diversas áreas do conhecimento, a interprofissionalidade tem como objetivo um bem comum, na qual diferentes profissões são capazes de comunicar-se e de estabelecer uma relação mútua, possibilitando uma assistência ampla e de qualidade, sendo capaz de atingir com maior êxito as ações pré-estabelecidas pelo grupo. Com início formal em 2019, o Pet-Saúde da Universidade Federal de Goiás  Regional Catalão é composto por cinco subgrupos com distintas temáticas, que visam a ampliação da saúde, mas todos com foco na interprofissionalidade e no fortalecimento da atenção básica. Com isso, através do trabalho em equipe é possível obter resultados que visem principalmente um acesso de qualidade à saúde e o empoderamento da comunidade. Afim de estabelecer estratégias dentro do serviço e implementar o processo de transição do cuidado no município, o subgrupo 5 aborda o tema "Fortalecimento das Redes em Atenção à Saúde: com foco na transição do cuidado", que articula conhecimentos de diferentes áreas, atuando em nível secundário da RAS, visitou a rede e identificou que o Programa de Atenção Domiciliar precisava de colaboração para uma reestruturação, por estar atualmente fragilizado e sem um fluxograma de atendimento. A Atenção Domiciliar foi criada a partir da portaria 2.527/11 pelo Ministério da Saúde, como uma estratégia de continuidade do cuidado prestado ao paciente, além de promover o desafogamento dos leitos hospitalares, contribuindo para uma melhor logística dentro do sistema de saúde. E dentro da rede evitar que aqueles que precisem do serviço fiquem desassistidos. Objetivo Relatar a vivência, de uma estudante pertencente ao Programa de Educação para o Trabalho em Saúde, referente a interprofissionalidade e o funcionamento da rede de um município do Sudeste goiano. Desenvolvimento: O estudante em período de graduação é preparado quanto as técnicas e condutas éticas e morais que detém sua futura ocupação. Mas infelizmente, o ato da comunicação e do trabalho em equipe com relação a outros ofícios é inexistentes, colaborando para um isolamento das profissões. A partir do projeto PET- Saúde e seu caráter interprofissional, as ações e atividades contam com os cursos de Enfermagem, Medicina, Psicologia e Educação Física, e com os profissionais inseridos na rede de atenção a saúde, possibilitando a ampliação do conhecimento e um debate acerca de um bem comum, favorecendo uma formação peninsular. Historicamente foi construída uma hierarquia dentro das profissões, colaborando para que a comunicação entre as mesmas torna-se quase inerente. Visando a área da saúde, a comunicação tem papel importante para a prestação de um serviço de qualidade. Na tentativa de colaborar com a desconstrução do modelo hegemônico, o programa faz com que distintas esferas criem uma rede de apoio, possibilitando um crescimento individual e profissional. Entretanto, ao se deparar com o serviço prestado na rede, nota-se uma grande deficiência no que se diz à relação interdisciplinar e a comunicação entre os ofícios. Com a inserção no Programa de Atenção Domiciliar, a primeira ação foi a organização dos prontuários, o que possibilitou o acompanhamento das visitas domiciliares e secundariamente as análises dos prontuários dos usuários cadastrados, foi possível identificar diversas lacunas no que se diz respeito a organização e a logística dentro do serviço. Foi constatado que há muitos idosos cadastrados no serviço, dos 195 prontuários analisados, 45,1% estavam sem diagnóstico confirmado. Além de visualizar essa inexistência de diagnósticos, é possível verificar a ausência de informações complementares sobre esses usuários e a falta de controle quanto ao fluxo de usuários cadastrados. Diante deste cenário, o subgrupo 5 interveio na questão organizativa dos prontuários do serviço e tem tentado auxiliar a equipe na busca ativa dos usuários. Outro ponto que vem levantando discussão dentro do subgrupo é a quantidade de pacientes que são incluídos no serviço por estar em cuidados paliativos, o que fere a portaria que deu origem a Atenção Domiciliar, pois o principal intuído do programa é dar continuidade ao cuidado possibilitando maior probabilidade de cura ao usuário. Todavia, o cenário encontrado na Atenção domiciliar do município é voltado ao processo paliativista, fazendo que o percentual de óbitos seja elevado no programa e não há alta do serviço, muitos ficaram até a sua finitude. É possível constatar um influxo da rede no que diz respeito ao nível de complexidade, onde o maior percentual dos usuários deveria ter assistência no nível primário de saúde, entretanto, há uma saturação da média complexidade. Havendo a necessidade de uma Atenção Primária bem estruturada e capacitada para o acolhimento do usuário. Resultado: A partir do compartilhamento de experiências e conhecimentos, possibilitado pelo trabalho interprofissional, enquanto estudante pude aprimorar e amadurecer quanto a importância de se trabalhar em equipe, da comunicação efetiva e ter o usuário como o foco do cuidado. Perceber que a comunicação deve ser pilar de qualquer profissão, é algo de grande valia, pois reflete diretamente no atendimento de qualidade e humanizado como proposto pelo Sistema Único de Saúde. Ademais, desenvolver um olhar crítico perante as condições do serviço prestado a comunidade, fortalece o que é aprendido dentro da academia e possibilita identificar na prática possíveis lacunas durante a assistência, gerando um cuidado que garante a Universalidade, a Equidade e a Integridade do indivíduo. Considerações finais: A relevância da experiência é evidenciada a partir da inserção de um graduando em um serviço acompanhado de diferentes estudantes da área da saúde, que não dialogam durante a formação, devido a falta de integração entre os cursos, o que afeta o atendimento prestado ao cliente e a compreensão da importância do trabalho em equipe. A comunicação como instrumento do cuidar, deve ser algo essencial no cotidiano dos profissionais e deveria ser estimulado dentro da academia, com a criação de disciplinas que estimulem a interdisciplinaridade e o trabalho em equipe. E o reflexo desta formação deficiente foi percebido nos registros dos usuários do PAD, pois a equipe não atenta para informações incompletas e controversas sobre o usuário, sendo um agente em potencial para eventos adversos. A visão interprofissional e o trabalho em equipe proporciona ampliar o olhar e desenvolver o censo crítico do estudante. Tornando possível analisar falhas na assistência e nos serviços, o que irá possibilitar ao profissional propor mudanças no funcionamento do serviço e da equipe, que podem colaborar para um cuidado que fato corresponda as expectativas da comunidade e seja de qualidade.

10712 INTEGRAÇÃO DE SABERES E LUTAS NO MOVIMENTO OCUPAÇÃO DA SAÚDE PELA PAZ NO TERRITÓRIO DO ALEMÃO
José Guilherme Silva Alves, Evellyn Paixão de Oliveira, Francisco José Ferreira Rodrigues, Dâmaris Ramos de Oliveira, Gean Mascarenhas Gomes, Wagner Brito de Ramos, Giselle de Oliveira Figueiredo, Desireé Simões Silva, Mirella Giongo Galvão da Silva, Tatiana Clarkson Mattos, Alfredo de Oliveira Neto, Thiago Benedito Livramento Melício

INTEGRAÇÃO DE SABERES E LUTAS NO MOVIMENTO OCUPAÇÃO DA SAÚDE PELA PAZ NO TERRITÓRIO DO ALEMÃO

Autores: José Guilherme Silva Alves, Evellyn Paixão de Oliveira, Francisco José Ferreira Rodrigues, Dâmaris Ramos de Oliveira, Gean Mascarenhas Gomes, Wagner Brito de Ramos, Giselle de Oliveira Figueiredo, Desireé Simões Silva, Mirella Giongo Galvão da Silva, Tatiana Clarkson Mattos, Alfredo de Oliveira Neto, Thiago Benedito Livramento Melício

Apresentação: A partir do recrudescimento da violência  no Complexo do Alemão onde 4 crianças foram mortas por "balas perdidas" no espaço  de tempo de menos de 3 meses, tendo a culminância na morte de Agatha, cujo acontecimento foi bastante noticiado pela mídia. Buscar saídas para apoiar os usuários  e famílias, principalmente as crianças, tornou-se uma preocupação relevante. Como estratégia de aproximação da comunidade, foi criado o Coletivo Ocupação da Saúde Pela Paz, com o objetivo de  superar o permanente desafio da violência armada no território relativa aos confrontos entre o narcotráfico e agentes de segurança pública. Este coletivo tem a participação da Equipe Programa de Educação  pelo Trabalho sobre Educação Interprofissional PET/EIP, internos e residentes da medicina, residentes de enfermagem, e profissionais de saúde das equipes, principalmente os ACS, profissionais do Centro de Atenção Psicossocial III João Ferreira, lideranças comunitárias, coordenadores de ONGs locais, integrantes dos CRAS e CREAS e outros atores com o objetivo de construir de forma participativa um movimento de promoção de saúde para o território do Alemão. Através deste coletivo foram criados os eventos Ocupa Criançada e Ocupa Mulher onde várias atividades de promoção de saúde, arte e cultura foram desenvolvidas para aproximar a comunidade e promover a escuta qualificada de demandas e necessidades para a troca de ideias e a busca pela superação  dos desafios vividos no cotidiano pela população. Os resultados até o presente momento propiciaram um redesenho na aproximação e relação dos integrantes no coletivo com a comunidade e hoje vivenciamos uma agenda de ações promotoras de saúde integradas às ONGs e Associações de Moradores nos espaços do território do Complexo do Alemão, onde observa -se a otimização de forças através da educação e trabalho interprofissional de forma intersetorial.

8513 CONVERSANDO COM ELAS
EVENYN RENATA SOUZA PINTO, ROSILÉA CLARA WERNER

CONVERSANDO COM ELAS

Autores: EVENYN RENATA SOUZA PINTO, ROSILÉA CLARA WERNER

Apresentação: Relata-se aqui o projeto “Conversando com Elas”, resultado das atividades desenvolvidas entre julho e dezembro de 2018, na disciplina “Linhas de cuidados multiprofissional”, que é uma disciplina oferecida pela Universidade Estadual de Ponta Grossa - PR para estudantes dos cursos de: Educação física, Enfermagem, Farmácia, Medicina, Odontologia e Serviço Social. A disciplina foi criada a partir do envolvimento da Universidade com o PET Saúde, com o objetivo de Compreender a realidade local, planejar, desenvolver e avaliar estratégias ultiprofissionais de intervenção. Foi desenvolvida em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, especificamente com a coordenação de atenção básica do município. E teve o propósito de integrar o serviço de saúde, a universidade e capacitar futuros profissionais para o trabalho em equipe. No decorrer da disciplina estudou-se a política de saúde no Brasil, a construção do Sistema Único de Saúde-SUS e a formação dos profissionais de saúde. Também formou-se equipes multidisciplinares, cada equipe foi orientada por dois professorespara desenvolver projetos para a comunidade usuária dos serviços de uma unidade de saúde. As unidades de saúde foram definidas pelo município, seguindo o critério de ter equipe mínima da estratégia saúde da família, ainda não receberem estudantes da universidade e ter profissionais da residência em saúde coletiva. A princípio os estudantes observaram o cotidiano da unidade de saúde, fizeram reconhecimento do território e participaram de reuniões com a equipe. Assim surgiram demandas de várias naturezas, relacionadas a comunidade e servidores. Para o projeto da disciplina  optou-se em desenvolver sala de espera com as mulheres, pois observou-se que as mulheres usam mais o serviço ou são acompanhantes dos homens e crianças que  utilizam a unidade de saúde. Por isso o nome do Projeto “Conversando com Elas”. Foram realizados quatro encontros com os temas, o que é ser mulher (como ela se vê), violência contra a mulher, métodos contraceptivos, e prevenção ao câncer. Cada encontro foi preparado com antecedência, envolvendo a equipe da unidade de saúde, estudantes e professores, estudando o tema e organizando atividades problematizadoras, para ouvir as demandas, queixas e experiências da usuárias, bem como estimular o debate, assim acabar com estigmas carregados de preconceitos, os quais atrapalham e muito o trabalho e a interação comunidade servidores. Foi importante o tempo de planejamento para a equipe se conhecer e compreender que o papel fundamental não era despejar informações para as mulheres, e sim criar vínculo com a comunidade e possibilitar um espaço de escutaqualificada e de conversa entre a comunidade e os profissionais. As Atividades possibilitaram troca de experiência e vivências, grande oportunidade de ir a campo e ter experiência multiprofissional, seja com acadêmicos e professoresde vários cursos, seja com a integração universidade e serviços. E foi muito significativa relação construída com as mulheres usuárias da unidade de saúde.Inclusive formou-se um grupo de WhatsApp com as mulheres da comunidade, profissionais da Unidade de Saúde, acadêmicos e professores, que permaneceumesmo depois de terminado o projeto da disciplina.

11608 COMO ACOMPANHAR AS AÇÕES DESENVOLVIDAS POR RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS EM SAÚDE MENTAL?
Diógenes Farias Gomes, Tiara Bruna Teixeira Teodósio, Anagécia Sousa Linhares, Ana Cindy de Souza Fonteles, Maria Socorro de Araújo Dias, Lielma Carla Chagas da Silva, Francisco Annielton Borges Sousa, Ana Lígia Assunção Livalter

COMO ACOMPANHAR AS AÇÕES DESENVOLVIDAS POR RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS EM SAÚDE MENTAL?

Autores: Diógenes Farias Gomes, Tiara Bruna Teixeira Teodósio, Anagécia Sousa Linhares, Ana Cindy de Souza Fonteles, Maria Socorro de Araújo Dias, Lielma Carla Chagas da Silva, Francisco Annielton Borges Sousa, Ana Lígia Assunção Livalter

Apresentação: A Residência Multiprofissional em Saúde Mental, vinculada a Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia, em Sobral, Ceará, foi instituída em 2013 e passou a ser um suporte de inovação, e (re)ação, para a Rede de Atenção Integral em Saúde Mental (RAISM) do município. Com o incremento de 10 residentes, distribuídos nas categorias de Educação Física, Enfermagem, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional, hoje encontra-se em desenvolvimento da sua 6ª turma. Considerando as atividades desenvolvidas pelos profissionais-residentes, em 2019, observou-se a necessidade de dimensionar a cobertura assistencial desse programa de residência. Para tanto, este breve relato objetiva descrever a experiência na construção de um instrumento de acompanhamento das ações desenvolvidas pelos residentes multiprofissionais em saúde mental. Desenvolvimento: Durante os alinhamentos pedagógicos realizados pelo programa de residência durante o ano de 2019, foi observada a insuficiência de registros que comprovassem a dimensão das ações desenvolvidas pelos residentes na rede de saúde mental, confundindo, por vezes, como ações estritamente dos serviços. Como forma de identificar e proporcionar registros institucionais que comprovasse o engajamento dos residentes em ações de impacto para o Sistema Único de Saúde (SUS), a coordenação, docentes, preceptores e discentes do programa sistematizaram a Ficha de Registro das Ações da Residência Multiprofissional em Saúde Mental (FRA-RMSM), constituída por três seções: 1) atividades interprofissionais; 2) atividades multiprofissionais; e 3) descrição das ações coletivas. Dos meses de janeiro a junho foi realizado o diagnóstico situacional do programa e das ações do serviço, de agosto a novembro a construção do instrumento, e em dezembro a implantação da ficha como atividade mensal dos residentes, a partir da pactuação em roda ampliada (reunião geral com docentes e discentes). Resultado: A FRA-RMSM repercutiu na qualificação dos registros do programa de residência, como também nas suas práticas pedagógicas. Para os registros possibilitou o dimensionamento de ações como acolhimento, acompanhamento terapêutico, atendimento domiciliar, atividades intersetoriais, acompanhamento da gestão do serviço, realização de ações programáticas em saúde, assembleia dos usuários, atenção à crise, matriciamento, Projeto Terapêutico Singular, e ações coletivas. E para as práticas pedagógicas fortaleceu a realização de feedbacks mensais nas rodas (reuniões) de categoria, realizadas pelo preceptor da categoria profissional, e rodas multiprofissionais, realizado pelo docente (tutor). Considerações finais: Acompanhar as ações dos residentes em saúde mental é fundamental para dimensionar o potencial de inovação e intervenção para o SUS. Os elementos observados nessa experiência permitiram compreender, de maneira pedagógica, as fronteiras assistenciais dos residentes e estimular o desenvolvimento de práticas interprofissionais em saúde mental. Contudo, salientamos que não se pode minimizar a FRA-RMSM a perspectivas quantitativas, mas promover a revisão das práticas a fim de qualificar constantemente o processo de trabalho-formação dos profissionais-residentes. A FRA-RMSM continua em estado de implementação, o que possibilita revisões sobre sua efetividade. É preciso salientar a necessidade de registros desse perfil nos demais programas de residência multiprofissional, com o intuito de fortalecer e dar provas do seu poder de (trans)formação.

11938 DESAFIOS E POSSIBILIDADES NA FORMAÇÃO DE UMA LIGA MULTIPROFISSIONAL DE SAÚDE MENTAL
Oziane Guimarães Braga, Larissa Helena Marineli Pereira, Ana Luísa de Oliveira Lima, Matheus Lemos Rodrigues de Souza, Daniely Quintão Fagundes, Carla Graziela Paes Ladeira

DESAFIOS E POSSIBILIDADES NA FORMAÇÃO DE UMA LIGA MULTIPROFISSIONAL DE SAÚDE MENTAL

Autores: Oziane Guimarães Braga, Larissa Helena Marineli Pereira, Ana Luísa de Oliveira Lima, Matheus Lemos Rodrigues de Souza, Daniely Quintão Fagundes, Carla Graziela Paes Ladeira

Apresentação: Uma liga acadêmica se caracteriza por ser uma organização composta por um grupo de discente com interesses em comum, supervisionada por um ou mais professores, sem fins lucrativos, com o intuito de promover atividades de ensino, articuladas com ações culturais, sociais e científicas. Refere-se a uma iniciativa estudantil motivada pela busca por formação complementar, iniciada no Brasil na década de 1920 na Faculdade de Medicina da USP, tomando alcance nacional durante o período da ditadura militar devido ao conservadorismo curricular que não atendia às demandas de ensino dos alunos. Nesse contexto, em 2013, foi criada a Liga Acadêmica Multiprofissional de Saúde Mental e Psiquiatria da Universidade Federal Fluminense (LiPsi/UFF), movida pela necessidade de criar novas possibilidades de espaços de discussão e construção compartilhada, visando atender o objetivo de complementar a formação universitária formal, sempre com base nos princípios do tripé universitário: ensino, pesquisa e extensão. O objetivo deste trabalho é apresentar, por meio de um relato de experiência, as dificuldades e possibilidades da construção de uma liga acadêmica multiprofissional que, sendo historicamente associada à medicina, perpassa por outros cursos da área da saúde apresentando, inclusive, ligantes de Ciências Sociais e Direito. Entre as dificuldades enfrentadas temos a formação inicial da liga, que apresentava na diretoria exclusivamente alunos de medicina, se mantendo assim até 2015, quando uma aluna de enfermagem foi admitida. Dessa forma, nos anos de consolidação da liga o olhar foi unicamente dos discentes da medicina e suas necessidades, como é possível observar, por exemplo, na escolha do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), campus da medicina, como local das atividades e cursos de introdução para seleção de ligantes  ou até mesmo na escolha do horário das 18 horas para início das atividades, logo após o final das aulas da medicina. No entanto, apesar do tema Saúde Mental ser discutido em todos os períodos da graduação de Psicologia da Universidade Federal Fluminense, são poucos os alunos desse curso que participam do curso introdutório da Lipsi, comparado ao número total de alunos, e menos os que se mantém na liga até o final do ano. No ano de 2019, foram aprovados 33 alunos para serem ligantes, sendo estes: 20 da graduação de medicina (60,61%); 9 de psicologia (27,27%); 1 de enfermagem (3,03%); 1 de farmácia(3,03%); e 2 não identificados (6,06%). Contudo, o curso de psicologia foi o que teve menor adesão dos alunos durante as atividades desenvolvidas pela liga ao longo do ano, visto que apenas um ligante do curso de psicologia (11,11% do total de alunos desse curso) obteve presença suficiente para a emissão de certificado. Nessa perspectiva, pudemos observar como principais empecilhos para o ingresso e permanência dos graduandos de psicologia: 1- Conhecimento pouco difundido do que é uma liga acadêmica, seu papel na formação dos alunos e atividades promovidas; 2- Dificuldade de estar presente nas aulas devido ao horário e deslocamento. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) classifica o curso de Psicologia como integrante da área das Ciências Humanas e, nesse sentido, o Instituto de Psicologia da UFF se localiza no campus Gragoatá — campus que integra a maioria dos cursos dessa área como, por exemplo, Serviço Social e Antropologia — fisicamente distante das unidades de Medicina, Enfermagem e demais cursos da área da saúde. Tal fator contribui com o conhecimento pouco difundido a respeito das ligas devido a pouca interação com os outros cursos da saúde durante a graduação, corroborando com poucas trocas de vivências no que tange ao tema da Saúde Mental e Psiquiatria pelos alunos e professores, sendo estas limitadas à congressos, simpósios e encontros periódicos. Outro obstáculo é o horário, pois as aulas da psicologia costumam acabar às 20h, enquanto a liga, até o momento atual, começa suas atividades às 18h. Também foi possível observar a pouca participação de alunos da enfermagem desde o interesse manifestado em participar do processo seletivo da LiPsi até a formação da mesma ao longo do ano. Com isso, fatores como a falta de informação sobre a liga e sobre a possibilidade de participação de alunos que não sejam da medicina ou psicologia. A ausência de abordagens das possibilidades da enfermagem na saúde mental nos primeiros períodos da graduação também impactam na procura pela liga. Assim, tem-se um grande entrave no interesse e disponibilidade de alunos desses cursos a participarem da liga, pois não possuem contato direto com o projeto de ligas acadêmicas, enfrentam trânsito ou uma longa caminhada até o HUAP, além de muitas vezes perderem aulas para estarem presentes nas atividades. Adiciona-se a esse cenário a conjuntura da discordância entre concepção e prática nas atividades formativas do currículo da Medicina, nas quais são destacadas as premissas da multiprofissionalidade do cuidado em saúde, sem que possam existir oportunidades reais de interação entre estudantes de Medicina e outros estudantes do campo da saúde. Dessa forma, a liga constitui-se como fórum interdisciplinar experimental nas realidades curriculares, ainda que sofra ameaça de reproduzir as tendências espaciais e epistemológicas de separação das diferentes carreiras da saúde. Buscando minimizar essas barreiras,  a LiPsi tem se empenhado em criar possibilidades que se adapte ao seu público multiprofissional, como a divulgação do conceito de liga para diferentes cursos e realização dos cursos introdutórios no campus do Gragoatá e da Enfermagem. Também tem procurado explorar uma construção compartilhada da liga, na busca por atividades que não sejam unicamente biomédicas, como o simpósio de arte e saúde mental, o simpósio de prevenção e manejo do suicídio e as aulas de sono e saúde mental do estudante. Outras estratégias de ampliação das intervenções multiprofissionais no modo de funcionamento da liga ocorrem a partir de parcerias para realização de ações de extensão, tais como as parcerias com o Núcleo de Pesquisa, Ensino, Divulgação e Extensão em Neurociências (NuPEDEN/UFF), cuja composição é de discentes e docentes das áreas de Ciências Biológicas, Biomedicina, Medicina, dentre outros. Nessas parcerias, são propostas atividades de interação com a comunidade e com o próprio planejamento dos eventos, o que permite intercâmbio de diferentes campos científicos e práticas de educação em saúde. Os impactos da experiência da formação multiprofissional da liga foram percebidos por meio de discussões coletivas durante as reuniões da diretoria da LiPsi, formada desde o segundo semestre de 2019 até o momento da escrita deste estudo por 8 estudantes da medicina, 1 da psicologia e 1 da enfermagem,  e observações feitas perante a participação e permanência dos alunos ao longo do ano de 2019. A própria formação do grupo de diretores tornou possível a troca mais direta das experiências de alunos de diferentes cursos e a possibilidade de olhar pela ótica do outro os desafios enfrentados e possibilidades de ação. Dessa forma, acreditamos que a participação ativa e constante dos alunos de variados cursos da área da saúde possa contribuir para uma formação multidisciplinar e interprofissional, fundamental para a prática nos diferentes contextos em Saúde Mental.

10456 A VISITA DOMICILIAR COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE E CONTINUIDADE DO CUIDADO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Giselle Natalina Sousa da Silva, Pamela Lima Dias Lins, Andreza Pereira Rodrigues, Juliana Pereira Domingues

A VISITA DOMICILIAR COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE E CONTINUIDADE DO CUIDADO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: Giselle Natalina Sousa da Silva, Pamela Lima Dias Lins, Andreza Pereira Rodrigues, Juliana Pereira Domingues

Apresentação: O presente resumo é um relato de experiência de acadêmicas de enfermagem sobre visitas domiciliares realizadas no estágio da disciplina Programa Curricular Interdepartamental IV (PCI IV) da Escola de Enfermagem Anna Nery, na Estratégia Saúde da Família (ESF) de um Centro Municipal de Saúde (CMS) no município do Rio de Janeiro. O objetivo é relatar as experiências das visitas domiciliares (VD) sob a ótica de duas acadêmicas de enfermagem, ressaltando a importância da VD como ferramenta para a assistência terapêutica e aproximação ao contexto familiar do paciente, gerando aproximação e adesão aos tratamentos indicados. Essa experiência expressa também a importância da ESF no atendimento multiprofissional ao cliente e evidencia a relevância da aplicação dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) nas práticas de cuidado cotidianas. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado nos meses de abril e maio de 2019 no município do Rio de Janeiro. Foram realizadas 4 VD pelas acadêmicas, a partir do cronograma de trabalho das enfermeiras e dos agentes comunitários de saúde do CMS. Antes de cada visita era realizada a apresentação dos profissionais envolvidos na atividade e da situação atual do caso, bem como o planejamento do atendimento. Ao longo das visitas, foram observados que os pacientes eram em sua maioria idosos e pessoas com doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Essa condição é a principal causa de morte no Brasil e a principal dificuldade é a adesão ao tratamento por se tratar de um quadro crônico. Outro quadro observado em uma das usuárias visitadas é a lesão por pressão, comum em pacientes acamados. Foi realizada as trocas de curativos e a necessária orientação sobre os cuidados com a pele nesses casos. Durante os atendimentos era visível o interesse dos usuários e familiares para as orientações em saúde dadas pelas acadêmicas e os profissionais do CMS. Foi notória a importância do vínculo criado entre os pacientes e profissionais da saúde para conhecer, estabelecer a prioridade e adaptar as orientações em saúde e o tratamento, se necessário. É importante salientar o alcance da VD ao dia a dia dos pacientes que possuem DCNT, reforçando a adesão ao tratamento. O acesso ao domicílio, às suas condições de moradia e sociais, e o conhecimento in loco dos hábitos do usuário e de sua família facilita também o controle de doenças endêmicas comuns no município do Rio de Janeiro, como Dengue, Zika, Chikungunya e Tuberculose. Além disso, vale ressaltar a importância e potencial da Estratégia Saúde da Família como uma das principais ações do SUS para a concretização da promoção e prevenção de saúde. A realização das visitas domiciliares foi importante para despertar um novo olhar das acadêmicas para os determinantes e condicionantes da saúde que vão impactar na melhoria dos cuidados e vínculo de confiança entre usuários e profissionais.

10803 IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DO TERRITÓRIO E DA VISITA DOMICILIAR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE: UMA EXPERIÊNCIA NA ILHA DO COMBU-PA.
Leidiana de Jesus Silva Lopes, Francisco Cezar Aquino de Moraes, Ellen Sabrinna dos Remédios Passos, Lidiane Assunção de Vasconcelos

IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DO TERRITÓRIO E DA VISITA DOMICILIAR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE: UMA EXPERIÊNCIA NA ILHA DO COMBU-PA.

Autores: Leidiana de Jesus Silva Lopes, Francisco Cezar Aquino de Moraes, Ellen Sabrinna dos Remédios Passos, Lidiane Assunção de Vasconcelos

Apresentação: O trabalho apresenta análise da experiência de estudantes e professores do curso de medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA), no território de atuação da Estratégia Saúde da Família (ESF) do Combu, região ribeirinha localizada na Ilha do Combu, município de Belém estado do Pará. A visita domiciliar é uma ferramenta que possibilita às equipes de saúde maior aproximação com o território e as famílias e o reconhecimento dos determinantes sociais da saúde, bem como contribui para o acompanhamento e orientação dos indivíduos e da comunidade, e o planejamento de ações de promoção da saúde e prevenção de doenças. Nesse contexto, objetivou-se relatar a importância do reconhecimento do território e da visita domiciliar realizada pela equipe da ESF Combu em parceria com alunos e docentes da UFPA, bem como destacar aspectos peculiares da realidade do local. Desenvolvimento: A experiência na ilha do Combu, teve seu início com as aulas práticas da disciplina de Atenção Integral a Saúde, onde alunos e professores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará, se inseriram às atividades da ESF para o acompanhamento das visitas domiciliares. As visitas foram mediadas pelos Agentes Comunitários de Saúde e programadas a partir das demandas da comunidade, utilizando-se o principal meio de transporte da região: o barco. Durante o trajeto para as visitas, os estudantes foram orientados a reconhecer os determinantes sociais relacionados à vida no campo, na floresta e nas águas e suas implicações para a saúde e nas visitas domiciliares a reconhecer os vínculos familiares; situação socioeconômico e cultural; autonomia dos sujeitos; condições higiênicas e de saúde, situação de risco, entre outros aspectos. Apesar do empenho da equipe as visitas nem sempre ocorreram como planejado, visto as particularidades climáticas da região, que por influência do clima quente e úmido tem implicação direta na regularidade das marés. Ademais, outro impasse influenciador da periodicidade das visitas domiciliares é manutenção dos barcos, que, não raro, estavam inoperantes devido à falta de recursos da ESF. Resultado: A vivência possibilitou visualizar o território da ESF Combu, identificando os macro e micro determinantes da saúde, tais como as condições de vida e ambiente, além de possibilitar a aproximação dos alunos e professores de forma humanizada com as famílias e oportunizar o planejamento de ações em saúde para a comunidade. O conhecimento do território proporcionou aos envolvidos compreender as especificidades que abarcam a população residente das comunidades inseridas na Ilha do Combu, para a eficiente prestação de serviço por parte da ESF, alunos e professores e a devida adequação dos serviços prestados a realidade local. Considerações finais: O aprendizado sobre o território e a visita domiciliar está relacionado a uma visão holística acerca do processo que envolve o cenário em que a população ribeirinha vive, haja visto que o conhecimento é base para a caracterização da população, das famílias e dos indivíduos e de seus problemas de saúde e para o planejamento das ações em saúde.

9091 CONHECIMENTO DE ACADÊMICOS DE MEDICINA QUANTO A CUIDADOS PALIATIVOS
Camila Feldberg Porto, Ana Carla Nascimento Sales, Gabriela Campelo Freitas de Lima, Juliana Vianna Gonzalez Pazos, Geisy de Andrade Lima, Thiago Batalha Barbosa, Rafaela Amaral de Sousa

CONHECIMENTO DE ACADÊMICOS DE MEDICINA QUANTO A CUIDADOS PALIATIVOS

Autores: Camila Feldberg Porto, Ana Carla Nascimento Sales, Gabriela Campelo Freitas de Lima, Juliana Vianna Gonzalez Pazos, Geisy de Andrade Lima, Thiago Batalha Barbosa, Rafaela Amaral de Sousa

Apresentação: A pesquisa teve como tema cuidados paliativos e objetivou verificar o conhecimento dos alunos de Medicina da Universidade Federal do Amazonas sobre essa abordagem terapêutica. Para isso, realizou-se uma breve descrição dos aspectos socioculturais que permeiam a morte e como isso interfere na experiência do morrer. Fez-se, assim, uma conexão com a relevância dos cuidados paliativos, os quais foram conceituados e cujos princípios foram descritos. Em seguida, foram buscados, na literatura, estudos que tiveram como proposta a identificação do grau de conhecimento de alunos de Medicina a respeito de cuidados paliativos. Essa revisão proporcionou fundamento para realizar um estudo semelhante na UFAM. A pesquisa fez parte de uma avaliação para a obtenção de nota na disciplina de Metodologia Científica, no primeiro período do curso de Medicina da UFAM e, por esta razão, não houve tempo hábil para ser apreciada pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Não obstante, um Termo de Anuência foi assinado pela Coordenadora da Faculdade de Medicina da UFAM, permitindo que o estudo fosse realizado nesta, bem como cada participante concordou com a participação no estudo por meio da leitura e aceitação de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Desenvolvimento: Elaborou-se um questionário com 12 perguntas, o qual foi respondido por 119 alunos de Medicina da UFAM (erro amostral de 6,75% e nível de confiança de 90%), do primeiro ao sexto ano de graduação, no período de outubro e novembro de 2019. Do total de respondentes, 31 estavam no primeiro ano do curso, 22 no segundo, 19 no terceiro, 19 no quarto, 16 no quinto e 12 no sexto.  Das 12 perguntas: uma questionou sobre o ano de Medicina cursado; outra sobre onde o aluno teve contato com o tema; sete foram acerca do conceito, objetivos e princípios dos cuidados paliativos, bem como quais pacientes podem recebê-los, ações e sujeitos responsáveis por esses cuidados; as três perguntas restantes verificaram a percepção pessoal das informações e do preparo que o aluno tem e recebe durante o curso. As perguntas foram fechadas. Das sete perguntas de avaliação do conhecimento, todas permitiram a possibilidade de o respondente marcar “não sei”. Além disso, cinco apresentavam o mesmo número de alternativas certas e erradas, a fim de reduzir o viés de confirmação e de aprimorar a análise dos resultados, conforme o número de acertos; e duas foram de múltipla escolha, com cinco alternativas e apenas uma correta. Das perguntas de caráter pessoal: três perguntas foram no modelo “sim ou não”, para avaliar a percepção pessoal de conhecimento e segurança com relação ao tema; uma permitiu marcar quantas alternativas fossem necessárias, para identificar onde os alunos tiveram contato com cuidados paliativos; e a última era relativa ao ano cursado. Resultado: Foram elaborados gráficos, apresentando um comparativo entre os discentes por ano. Analisaram-se o número de respostas corretas e as respostas subjetivas afirmativas. Os dados demonstraram que os alunos do terceiro e do quarto anos se destacam com os maiores números de acertos. Entretanto, os do quarto ano apresentaram maior autodeclaração de terem recebido informações suficientes no curso e maior autodeclaração de sentirem-se seguros para realizar cuidados paliativos. Isso revela um diferencial na formação desses discentes. Por isso, sugere-se que haja uma disciplina ou docente abordando o tema, mesmo que fora da obrigatoriedade. O resultado do sexto ano, contudo, sugere que esses estudantes não tiveram uma abordagem tão clara sobre a temática, mostrando-se um pouco aquém do esperado para indivíduos que serão médicos em menos de um ano. Em quatro questionamentos sobre a abordagem dos cuidados paliativos, esses discentes ficaram entre os piores resultados. No entanto, destaca-se que o número de participantes do sexto ano foi menor que dos demais. O resultado dos alunos do quinto ano, intermediário aos dois últimos, levanta a possibilidade de ter havido algum estímulo inicial nesse período da graduação, correspondente ao ano de 2015. Isto porque os acertos desses estudantes foram maiores que os dos alunos do sexto ano e menores que os do quarto. Os alunos do segundo ano apresentaram resultados diversificados. Em certas perguntas foram muito bem, mas em outras muito mal, o que não permite avaliar consistentemente o domínio destes sobre o assunto. Contudo, os estudantes do primeiro ano apresentaram resultados predominantemente entre os de menor número de acertos, o que condiz com o período de sua formação. No geral, as respostas sobre a segurança para realizar cuidados paliativos e sobre haver contato com o assunto durante o curso foram negativas. Como mencionado anteriormente, apenas os alunos no quarto ano se diferenciaram. Assim, 53% deles afirmaram receber informações suficientes sobre cuidados paliativos e 37% sentem-se seguros para realizar essa abordagem. Contudo, mais de 80% dos alunos dos demais anos afirmaram o contrário. Por fim, quanto à fonte de informação sobre cuidados paliativos, foram disponibilizadas nove alternativas, das quais uma era “outros”, com a abertura para o respondente compartilhar qual teria sido a outra forma de contato com o assunto. Assim, o resultado evidencia que a maioria dos discentes realizou pesquisas pessoais sobre o assunto (21%). Em segundo lugar, eles tiveram contato através de alguma disciplina obrigatória (17%). Vale ressaltar, contudo, que não há uma matéria dedicada exclusivamente a cuidados paliativos. Portanto, esse resultado representa um seminário ou discussão realizada em sala. Nesse sentido, alguns alunos mencionaram as disciplinas obrigatórias de Seminários Avançados e Saúde do Idoso. Para os alunos futuros, espera-se que o esclarecimento quanto aos cuidados paliativos melhore a partir do terceiro ano de formação, de forma que o conhecimento dos estudantes do primeiro e segundo anos tende a ser aprimorado. Apesar disso, esses dados levantam o questionamento sobre a relevância do cuidado paliativo não estar sendo passada integralmente para os discentes, uma vez que o tema surge em uma disciplina de seminários variados, sem uma obrigatoriedade, bem como atrelada à população na terceira idade. Isso é uma falha grave, visto que o cuidado paliativo não é restrito a nenhuma faixa etária. Considerações finais: O planejamento do ensino de cuidados paliativos no currículo dos acadêmicos de Medicina, bem como as decisões tomadas acerca dessa temática, precisa ser constantemente discutido e avaliado, a fim de aprimorar o conhecimento e consequente preparo dos futuros médicos na implementação dessas práticas de saúde. Essa pesquisa demonstra que esforços vêm sendo realizados na UFAM, embora ainda não haja disciplina obrigatória nem optativa específicas sobre o tema. É perceptível que a pesquisa e o interesse por cuidados paliativos vêm crescendo. A literatura demonstra uma preocupação com a formação dos estudantes de Medicina. Contudo, o estabelecimento de uma nova disciplina para tal ainda parece ser uma meta distante. Apesar disso, nota-se que levantar a discussão sobre esse assunto em disciplinas obrigatórias ou optativas já contribui para melhorar os resultados sobre o conhecimento e a segurança dos alunos com pacientes sem perspectiva de cura. 

9362 EXPERIÊNCIA DE UMA LIGA ACADÊMICA DE UMA ISTITUIÇÃO PUBLICA NO INETRIOR DO AMAZONAS: FUNDAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO
Elisson Gonçalves da Silva, Rodrigo Silva Marcelino, Tatiana Caroline Lima Lobato, Grace Anne Andrade da Cunha

EXPERIÊNCIA DE UMA LIGA ACADÊMICA DE UMA ISTITUIÇÃO PUBLICA NO INETRIOR DO AMAZONAS: FUNDAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO

Autores: Elisson Gonçalves da Silva, Rodrigo Silva Marcelino, Tatiana Caroline Lima Lobato, Grace Anne Andrade da Cunha

Apresentação: A grande quantidade de acidentes causada por incêndio está aumentando de maneira absoluta, causando mortes e traumas em todo o mundo. Este fato é resultado de inúmeros fatores contribuintes, tais como falta: de prevenção à incêndios, de equipamentos de combate à incêndio, de capacitação de pessoas comuns para evacuação e combate à princípios de incêndios. Apesar da grande importância da temática, o treinamento de combate ao incêndio ainda é pouco difundido, prevalecendo o desconhecimento sobre o tema em todos os níveis de ensino. Partindo do pressuposto de que os problemas de segurança aumentam em complexidade, supõe-se que indivíduos capacitados na prevenção e combate à princípios de incêndio, poderão contribuir para minimizar sinistros no combate a princípios de incêndios, na evacuação de pessoas e na diminuição do número de vítimas. Sendo assim, este trabalho teve por objetivo relatar a experiência de acadêmicos de uma universidade pública, do interior do Estado do Amazonas durante a participação em um treinamento de combate a incêndio. Desenvolvimento: Fizeram parte do treinamento 20 acadêmicos de diferentes cursos e de períodos (Graduação em Enfermagem, Graduação em Medicina, Graduação em Nutrição, Graduação em Fisioterapia e de Licenciatura em Biologia e Química) do Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), campus Coari, os quais eram membros de uma Liga Acadêmica de Suporte Básico de Vida (LACAD SBV). A equipe de instrutores foi composta por 01 enfermeira, coordenadora do referido projeto e 02 bombeiros municipais da brigada de incêndio. A LACAD SBV foi um dos projetos aprovados pelo Departamento de Programas e Projetos de Extensão da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Amazonas (DPROEX/PROEXT/UFAM) desenvolvido no ano de 2018 e coordenado por uma professora mestra, enfermeira, especialista em urgência e emergência, lotada no ISB. Contudo, no ano de 2019 os integrantes da LACAD SBV forma convidados a participar do treinamento de combate a incêndio, que contou com a parceria da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Civil de Coari, a qual cedeu os bombeiros e alguns equipamentos para a realização do curso. O treinamento ocorreu em um domingo no mês junho de 2019, com carga horária de 8 horas, sendo dividido em parte teórica (4 horas) no turno matutino, realizada nas dependências da unidade da Defesa Civil e a parte prática (4 horas) no turno vespertino, realizado em um campo aberto, longe da área urbana. Entre os recursos didáticos e materiais disponíveis, foram utilizados: pincel e quadro branco; datashow; caixa de som e microfone; vídeos reais de acidentes e prestação de socorro; botijão de gás; barris de ferro contendo gasolina e diesel; diferentes tipos de extintores de incêndio e mangueiras hidráulicas. O conteúdo programático teórico deu ênfase nos fundamentos do combate a incêndio: teoria do fogo; propagação do fogo; classes de incêndio (A, B, C); prevenção de incêndio; métodos de extinção; agentes extintores (com água pressurizada, com gás carbônico e com pó químico especial); sistemas de combate a incêndio; equipamentos de detecção, alarme e comunicações; abandono da área; análise da vítima; vias aéreas; RCP (reanimação cardiopulmonar); condutas de socorro em casos de hemorragias, de fraturas, de ferimentos e queimaduras. A prática contou com exercícios simulados em ambiente controlado, no qual foram criados diferentes tipos queima de materiais inflamáveis (madeira, papel e combustíveis – diesel e gasolina), técnicas de combate a incêndios (uso de extintores), abandono de área e primeiros socorros. Além disso, também tiveram a oportunidade de aprender a trabalhar em equipe para manusear, utilizar e armazenar a mangueira hidráulica em carro de combate a incêndio, cedido pela secretaria municipal parceira. Os alunos foram divididos em grupos menores para passarem em diferentes estações de combate à incêndio. Sempre acompanhados e supervisionados pelos instrutores. Estratégia que permitiu o maior aproveitamento da aprendizagem e controle das situações de risco pelos instrutores e colaboradores. Resultado: Ao analisarmos o impacto alcançado deste projeto para a comunidade, ressaltamos a grande importância ao entregarmos para sociedade e comunidade acadêmica, 20 alunos da referida universidade capacitados a prestarem o socorro primário e de combate a incêndio em caso de necessidade. O entrelaçamento do conhecimento teórico ao prático permitiu um eficiente aprendizado para os estudantes, visto que durante as atividades práticas o conteúdo anteriormente apresentado foi executado de forma correta e consciente, como por exemplo, durante a escolha do extintor adequado para os diferentes tipos de materiais incendiados, no manuseio e armazenamento da mangueira e durante as simulações de incêndio realizadas pelos participantes da liga. Ao longo do treinamento, os acadêmicos mostraram-se motivados, foram bastante participativos e demonstraram grande satisfação com o nível do aprendizado e com os resultados obtidos. A avaliação foi continua, de acordo com a participação e empenho individual de cada um durante o treinamento. Os acadêmicos apresentaram participação assídua, pontual e de grande empenho nas atividades propostas. Também é possível destacar que foi muito interessante e gratificante ver o espírito colaborador que envolvia todos os integrantes. Considerações finais: Dessa forma, a capacitação de brigada de incêndio para os estudantes da LACAD SBV de uma instituição pública foi indispensável para o crescimento pessoal, profissional e de formação cidadã, pois tendo em vista que a maioria dos agravos causados por incêndio constitui um importante problema na segurança e saúde pública. Sendo assim, com a realização do treinamento em brigada de incêndio visando a promoção e prevenção, os acadêmicos tornaram-se multiplicadores de conhecimento e atuantes como referência no município e na própria unidade de ensino a qual pertencem. Podemos ressaltar, que projetos como este incentivam a participação do indivíduo como integrante modificador e atuante na sociedade e colabora com a melhoria na prestação do serviço de saúde à população, principalmente nas que estão localizadas em áreas rurais muito distante do centro urbano, e que na maioria das vezes não tem acesso a esse tipo de conhecimento. Assim como, podem realizar educação continuada e atuar como recicladores e palestrantes em escolas e na própria universidade a que pertencem, colaborando com a divulgação deste tema, a fim de colaborar com maior segurança do município e de alcançar pessoas que possuem pouca oportunidade para se atualizarem.

9536 CONSTRUÇÃO DE UMA SITUAÇÃO-PROBLEMA: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA FORMAÇÃO EM SAÚDE
Andressa Bruno Noruega, Igor Henrique Gomes dos Santos, Pedro Henrique Cardoso Paulo, Vanessa de Almeida Ferreira Corrêa

CONSTRUÇÃO DE UMA SITUAÇÃO-PROBLEMA: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA FORMAÇÃO EM SAÚDE

Autores: Andressa Bruno Noruega, Igor Henrique Gomes dos Santos, Pedro Henrique Cardoso Paulo, Vanessa de Almeida Ferreira Corrêa

Apresentação: As situações-problema são propulsoras de gatilhos de aprendizagem que estimulam a busca ativa por aspectos explicativos e solucionadores de situações vivenciadas ou que possam ser vivenciadas por discentes nos Cursos de Graduação na área da Saúde. A sistematização das situações-problema promove a construção de conhecimento coletivo; e estimula o diálogo entre discentes e docentes. Assim, este relato tem como objetivo: Descrever a experiência de construção de uma situação-problema vivenciada no campo da Atenção Primária em Saúde (APS) por discentes do 4º período do Curso de Graduação em Enfermagem de uma Universidade Federal. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, baseado no relato de experiência de graduandos do 4º período do Curso de Graduação em Enfermagem de uma Universidade Federal, elaborado a partir do modelo metodológico de situação-problema, através dos seguintes passos: 1ºApresentação: da situação-problema: ausência de esquema vacinal completo, em paciente de 26 meses, em decorrência da recusa de familiares por cumprir as recomendações do Ministério da Saúde. 2º Articulação com literatura científica e contextualização: reflexão em grupo e articulação do cotidiano ao “Movimento anti-vacina”, através da pesquisa bibliográfica e reportagens em diferentes meios de comunicação. 3ºApresentação: do contexto da situação problema e apresentação das estratégias. Resultado: Através da construção da situação problema foi possível identificar as evidências científicas sobre o tema (através da busca por artigos científicos), compreender situação-problema como recorrente em outros locais (reportagens em diferentes meios de comunicação) e estimular a curiosidade em explorar o assunto (conhecer o “Movimento anti-vacina”). Destaca-se, a compreensão quanto à relevância da educação em saúde; e a comunicação entre profissionais de saúde e população, a qual ultrapassa a informação, em um processo de construção individual e coletiva sobre promoção da saúde; e o entendimento da situação-problema, a partir do cotidiano de cada usuário do serviço de saúde. Desta maneira, a sistematização da situação-problema possibilitou desenvolver a percepção dos discentes envolvidos e ampliar a capacidade de reflexão crítica para pensar em estratégias de comunicação em saúde. Assim, foi possível pensar em estratégias de sensibilização da população quanto à importância da imunização; acolhimento das dúvidas quanto ao “Movimento anti-vacina” e não criar “barreiras de comunicação/cuidados” diante das situações-problema; e a manutenção do vínculo para a continuidade do cuidado integral. Considerações finais: O desenvolvimento da construção de uma situação-problema ampliou a visão dos discentes quanto às diferentes perspectivas de vida da população e as possibilidades de estratégias para abordagem da situação. Assim, entende-se a situação-problema como estratégia de pensar a formação em saúde e proporcionar aos discentes preparo às diversas situações de campo que poderão presenciar durante o exercício da profissão, construindo um encontro de qualidade, seguro e humanizado com a população.

9631 RELATO DE EXPERIÊNCIA: ATUAÇÃO DE DISCENTES DE ENFERMAGEM NA PRODUÇÃO DE UM PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA PREVENÇÃO DE SÍFILIS CONGÊNITA
Larissa Chagas Suhett, Rubens José Loureiro, Italla Maria Pinheiro Bezerra, Juliana Maria Bello Jastrow, Ana Carolina Lopes Elbani, Helena Louzada Hell, Raquel Vicentini Oliveira, Caroline Nascimento de Souza

RELATO DE EXPERIÊNCIA: ATUAÇÃO DE DISCENTES DE ENFERMAGEM NA PRODUÇÃO DE UM PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA PREVENÇÃO DE SÍFILIS CONGÊNITA

Autores: Larissa Chagas Suhett, Rubens José Loureiro, Italla Maria Pinheiro Bezerra, Juliana Maria Bello Jastrow, Ana Carolina Lopes Elbani, Helena Louzada Hell, Raquel Vicentini Oliveira, Caroline Nascimento de Souza

Apresentação: A sífilis é uma Infecção sexualmente transmissível, que tem como agente etiológico o Treponema pallidum, tal doença é muito grave, e evolui de forma crônica. A transmissão da infecção se dá através da relação sexual desprotegida, outra forma de transmissão é durante a gestação, através da transmissão vertical, onde a mãe infectada contamina o feto, caracterizando uma doença congênita. Partindo da premissa que a enfermagem é responsável diretamente pelo processo de cuidado, torna-se fundamental que ainda na graduação os futuros profissionais da saúde desenvolvam projetos de intervenção voltados à saúde e o bem-estar da população, a fim de estimular o autocuidado, assim como, prevenir os problemas de saúde pública, atuando para que a realidade da assistência à saúde seja remodelada. Diante do exposto, este estudo objetiva descrever a atuação dos discentes do curso de enfermagem na produção de um projeto de intervenção voltado a prevenção da sífilis congênita (SC). Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência desenvolvido pelos discentes da graduação de enfermagem acerca da produção de um projeto de intervenção cujo o propósito é analisar os melhores métodos de tratamento e prevenção da sífilis congênita, bem como realizar ações de prevenção durante o pré-natal mantendo o foco nas gestantes que realizam consultas de pré-natal numa maternidade de referência no município de Vitória (ES). O projeto de intervenção foi idealizado e desenvolvido por um grupo composto por 5 alunos e 1 orientador durante as aulas da disciplina de metodologia da pesquisa no período de outubro a dezembro de 2019. O documento foi elaborado durante 8 reuniões, onde inicialmente, foi feita a identificação da problemática local e discussão dos objetivos. Ao longo da construção do projeto, alguns assuntos pertinentes à temática foram inseridos no projeto, como, as maneiras corretas de abordagem às mulheres, a forma de tratar sobre sífilis congênita com o público alvo, como ocorreriam os encontros com as gestantes e quais recursos seriam necessários para desenvolver o projeto de intervenção para prevenção da sífilis congênita. Resultado: A partir da elaboração do projeto foi possível compreender a importância de promover educação em saúde com as gestantes, além disso, o grupo pôde compreender a importância da Estratégia de Saúde da Família na prevenção de doenças de alta prevalência. Muitas vezes a equipe de saúde que compõe a atenção primária negligencia os cuidados e assistência prestados às mulheres portadoras de sífilis adquirida, acarretando então, uma sobrecarga na atenção terciaria, pois, além de cuidar da mulher, o hospital terá que custear o tratamento e as intervenções necessárias ao recém nascido para fornecer uma assistência adequada à mãe e ao recém nato. Portanto, espera-se que os profissionais que compõem a equipa da atenção primária estejam empenhados em prevenir a sífilis, tratando-a de forma eficaz, evitando transtornos maiores à mulher e seu filho. Considerações finais: É imprescindível que ainda na graduação, os alunos de enfermagem busquem desenvolver projetos voltados para promover avanços na saúde, como também contribuir na melhoria dos atendimentos prestados por toda equipe de saúde.

11828 EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE EM UM CLÍNICA-ESCOLA INTERPROFISSIONAL
Suelen Beal Miglioransa, Luciana Carvalho Fernandes, Karin Kauffmann, Alessandra Brod

EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE EM UM CLÍNICA-ESCOLA INTERPROFISSIONAL

Autores: Suelen Beal Miglioransa, Luciana Carvalho Fernandes, Karin Kauffmann, Alessandra Brod

Apresentação: A Clínica Universitária Regional de Educação e Saúde - CURES iniciou suas atividades em 2011, sendo um dos serviços-escola da estrutura de saúde da Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES. Seu projeto surgiu a partir da necessidade de se constituir um espaço de saúde que atendesse às mudanças na formação em saúde, com o propósito de ser um serviço-escola comprometido com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde - SUS e das Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos da saúde. O objetivo deste relato de experiência é apresentar como a CURES, conforme seu projeto, em seu propósito assistencial e educacional, usa o embasamento e referência da Educação Permanente em Saúde (EPS) por meio de ações de metodologias ativas que oportunizem diferentes formas de aprendizagens. Os Cursos que realizam atividades práticas de formação em saúde na CURES são: Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição, Odontologia, Pedagogia e Psicologia. No ano de 2019 fizeram parte da composição de equipe de trabalho 164 acadêmicos e 11 profissionais da saúde e educação, conforme os cursos acima citados; além de uma auxiliar administrativa, uma auxiliar de limpeza e uma coordenadora, professora da instituição de ensino superior (IES). Os acadêmicos da saúde são recebidos semestralmente no serviço, permanecendo em média 8h/aula semanais nas dependências da clínica. Cada curso de graduação da IES tem uma ementa específica em seu Projeto Pedagógico de Curso (PPC) com relação aos estágios obrigatórios, e, para a grande maioria, o estágio nesta clínica compõe as práticas previstas em saúde coletiva. O curso de odontologia, em especial, tem seu PPC organizado em módulos que envolvem teoria e prática desde o ingresso dos alunos no curso, por isso, na CURES, os alunos da odontologia são recebidos ainda no seu primeiro semestre, cumprindo, não seu estágio, mas sim, horas práticas do módulo de saúde, sociedade, cidadania e direitos humanos. Os demais estudantes ingressam na CURES já em seus estágios obrigatórios, reservados ao meio ou final do seu período de formação. No ano de 2019 as modalidades de atendimentos registradas na CURES foram: (a) atendimentos individuais realizados por equipes multiprofissionais com abordagem interdisciplinar ou atendimento psicológico individual; (b) atendimentos grupais em grupos de promoção à saúde ou de apoio matricial; e (c) abordagens de sala de espera. As ações de saúde oferecidas na clínica permitem aos estudantes práticas de implementação de cuidado em saúde, com base na interdisciplinaridade, humanização, integralidade e intersetorialidade, por meio da articulação com a rede de serviços de diferentes municípios. Aos usuários propõe-se à oferta de um cuidado integral, onde eles sejam pró-ativos, participantes e capazes de cuidar-se, sendo os profissionais apenas mediadores desse processo. Os usuários chegam ao serviço encaminhados por um documento de referência que descreve seu histórico e equipe de referência da atenção básica. Ao ser recebido o documento, a CURES contata a equipe que referenciou para entender o contexto do encaminhamento e na sequência propor estratégias de acompanhamento conforme acolhimento ofertado ao usuário. Ao longo do acompanhamento a equipe CURES organiza reuniões de rede para discutir a evolução e as estratégias de cuidado. Por vezes o usuário permanece em atendimento na CURES por mais de um semestre. Desenvolvimento: A CURES integra os estudantes conforme calendário acadêmico que habitualmente é organizado da metade de fevereiro a julho (semestre A), e na sequência, final de julho até metade de dezembro (semestre B). Desse modo, a cada semestre letivo a equipe é recomposta, o que exige dos profissionais supervisores a necessidade de oferecer informações e instruções básicas sobre o serviço sempre que se recebe os novos integrantes. As primeiras semanas de estágio são reservadas para, além da aproximação com a proposta do serviço, o estudo dos casos dos usuários que serão atendidos. São temas essenciais à serem trabalhados neste momento: Educação em Saúde; Saúde Coletiva; Acolhimento e Humanização em Saúde; Abordagens multi, inter e transdisciplinares; Ética no cuidado em saúde. Na sequência, entre as atividades de estágio, para além dos atendimentos oferecidos aos usuários do serviço, semanalmente, reserva-se o turno de sexta-feira de manhã (4h/aula semanais) para realização de atividades de envolvimento teórico-prático conforme problematização de demandas e necessidades percebidas pela equipe (acadêmicos-supervisores). Os temas abordados são decididos em conjunto com os estudantes que já demandam, à partir de sua prática no serviço, temas específicos para espaços de aprendizagem, como, por exemplo: ferramentas de cuidado assistencial e/ou gerencial, resgates de conceitos e políticas de saúde, trabalho em equipe, compreensões e estratégias da rede de cuidado; comunicação no trabalho em equipe; reuniões de equipe; grupos de promoção em saúde; manejo de emergências em saúde mental; medicalização; entre outros. As atividades são organizadas tanto pelos profissionais técnicos supervisores e a abordagem metodológica para a exploração dos temas propostos é bastante variada, habitualmente fugindo de práticas de ensino unidirecionais e estruturas tradicionais de sala de aula. Busca-se contemplar, conforme proposto pela política de EPS, a imersão e absorção nas práticas em saúde contextualizadas em movimentos de desejo e implicação dos atores envolvidos no cuidado para um movimento de transformação em ato. Dentre as metodologias envolvidas no ano de 2019 estiveram: realização de palestras e rodas de conversa com convidados especialistas; espaços de leituras científicas em pequenos grupos e posterior discussão em grande grupo; uso de dinâmicas e jogos dramáticos; exploração de espaços do campus da universidade; criação de mapas conceituais, entre outras. Nas manhãs de sexta, ainda reserva-se um horário para que se efetuem as supervisões dos casos e grupos atendidos, ação essencial para a efetivação do propósito de interação ensino-serviço, planejamento e registro de evolução dos casos. Resultado: As ações de EPS desenvolvidas na CURES são essenciais para a garantia do propósito do serviço de constituir um espaço de atenção e formação em saúde. Na sequência da realização das atividades propostas, semanalmente, as mesmas são avaliadas e discutidas pelos profissionais supervisores em sua reunião de equipe, sendo observados aspectos positivos e pontos a qualificar para novos momentos com relação à temática e à metodologia abordada. Na semana seguinte, a avaliação também é proposta nas reuniões de equipe que acontecem com os estudantes em seus respectivos turnos de atendimento. Deste modo, mantém-se a reflexão e problematização constante frente às práticas de ensino-aprendizagem propostas na CURES, possibilitando a criação de estratégias que viabilizem a qualificação constante deste espaço. No decorrer do semestre, observa-se o amadurecimento dos acadêmicos nas suas práticas clínicas, potencializando suas percepções e problematizações sobre o cuidado que ofertam para a garantia de um espaço de produção de saúde, protagonismo e autonomia dos sujeitos envolvidos. Considerações finais: A oferta de espaços de EPS em um clínica-escola da dimensão da CURES torna-se um grande desafio aos profissionais envolvidos especialmente pela reconfiguração semestral da equipe e por sua composição que, em sua maioria, não é de docentes. Deste modo, faz-se necessário a disposição e atualização constante também dos profissionais para o planejamento e avaliação de suas práticas de ensino-aprendizagem. Observa-se que os espaços de EPS são essenciais para que os estudantes apropriem-se da proposta de cuidado ofertada pelo serviço, assim como dos princípios e diretrizes do SUS e qualificando a atenção ofertada aos usuários do serviço bem como sua formação.