491: Desafios e Potencialidades da Formação Profissional para a Saúde: Experiências em Percurso
Debatedor: Lorrany Santos Rodrigues
Data: 31/10/2020    Local: Sala 04 - Rodas de Conversa    Horário: 16:00 - 18:00
ID Título do Trabalho/Autores
8170 ATENÇÃO INTEGRAL E INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE: REFLEXÕES ACERCA DA INSERÇÃO DE NOVA UNIDADE CURRICULAR PARA A FORMAÇÃO MÉDICA
Simone de Pinho Barbosa, Maria Gabriela Parenti Bicalho

ATENÇÃO INTEGRAL E INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE: REFLEXÕES ACERCA DA INSERÇÃO DE NOVA UNIDADE CURRICULAR PARA A FORMAÇÃO MÉDICA

Autores: Simone de Pinho Barbosa, Maria Gabriela Parenti Bicalho

Apresentação: Esse relato de experiência está vinculado ao Curso de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), campus de Governador Valadares. Aborda a inserção de nova unidade curricular, no quinto período, denominada Atenção Integral e Interdisciplinar em Saúde (AIIS), com carga horária de 60 horas, coordenada por duas professoras adjuntas do Departamento de Medicina da referida instituição. A modificação da matriz curricular se traduz em tentativas de construção de uma formação cada vez mais qualificada e próxima das necessidades da população de uma determinada região. O exercício do magistério superior apresenta os desafios ao estímulo do pensamento crítico e reflexivo do aluno, para a discussão de temas relevantes para o campo de conhecimento da Medicina e de interesse dos cenários de prática. Desenvolvimento: A disciplina prevista pelo Projeto Pedagógico do Curso de Medicina da UFJF-GV aprovado em 2017, finaliza o eixo transversal de inserção nos cenários do SUS, vivenciado do primeiro ao quinto períodos. Objetiva garantir e fortalecer a integração ensino serviço e preparar os discentes para a interprofissionalidade. Propõe o desenvolvimento de projetos para o setor público, relacionados às demandas de saúde da região, apoiando os serviços na promoção da saúde e prevenção de doenças. Resultado: A execução da disciplina se deu de forma planejada e em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Governador Valadares, a partir de demandas identificadas em reuniões com a coordenação de Atenção Primária a Saúde e Diretoria de Atenção à Saúde. Foram propostas duas ações para o semestre, desenvolvidas sob a supervisão das docentes: a) ciclo de 5 oficinas para os Agentes Comunitários de Saúde das equipes de Saúde da Família do município sobre sífilis e descentralização e ampliação do acesso ao tratamento pelo Sistema Único de Saúde, e b) levantamento de dados junto aos enfermeiros integrantes das equipes da Estratégia Saúde da Família do referido município sobre as ações de prevenção e tratamento da sífilis. A partir dessa demanda, os discentes elaboraram propostas de intervenção, atendendo a um "Edital" elaborado pelas professoras, simulando uma situação de concorrência, as quais, depois de aperfeiçoadas, foram executadas. Considerações finais: A integração com a rede de saúde é preconizada pelas Diretrizes Nacionais para o curso de Medicina como elemento fundamental da formação médica, e está contemplada no Projeto Pedagógico do curso da UFJF-GV. Propicia aos estudantes o contato com a realidade da gestão em saúde e da assistência em saúde, e permite a compreensão mais aprofundada de conceitos teóricos estudados. As atividades foram desenvolvidas a partir de demanda específica da Secretaria Municipal de Saúde, relativa a um problema que preocupava o município: o aumento dos casos de sífilis. Os discentes engajaram-se nas atividades de forma ativa e responsável, entendendo a importância da parceria e da elaboração de ações de enfrentamento aos desafios colocados ao sistema público de saúde. Os objetivos das ações foram alcançados, revelando os motivos do aumento de casos de sífilis no município sob a perspectiva do enfermeiro e propiciando a capacitação da maioria dos agentes comunitários de saúde.

8171 A FORMAÇÃO EM SAÚDE EM TEMPOS DE (A)DIVERSIDADES: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE O APRENDIZADO DE NOVAS FORMAS DE RESISTÊNCIA
Rosana dos Santos Silva, Gabriel Leal Ribeiro dos Santos, PEDRO Rafael Santos Costa, Emily Oliveira da Silva, Carla Danielle Viana de Souza, Déborah de Jesus, Laíse Helena Teixeira de Jesus, Vanessa Oliveira Cordeiro Silva

A FORMAÇÃO EM SAÚDE EM TEMPOS DE (A)DIVERSIDADES: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE O APRENDIZADO DE NOVAS FORMAS DE RESISTÊNCIA

Autores: Rosana dos Santos Silva, Gabriel Leal Ribeiro dos Santos, PEDRO Rafael Santos Costa, Emily Oliveira da Silva, Carla Danielle Viana de Souza, Déborah de Jesus, Laíse Helena Teixeira de Jesus, Vanessa Oliveira Cordeiro Silva

Apresentação: A formação de recursos humanos em saúde, alinhada aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), em tempos de desmontes das políticas públicas, apresenta-se como um dos desafios postos à educação de profissionais deste campo no Brasil. O objetivo geral deste trabalho, submetido ao eixo temático Educação, é discutir a formação em saúde a partir da experiência dos extensionistas do Núcleo de Estudos e Formação em Saúde (NEFES) em um serviço estadual de atenção integral à população LGBT, o Casarão da Diversidade, que tem como eixos fundamentais de atuação a promoção da saúde e a busca da garantia dos direitos sociais. O Núcleo de Estudos e Formação em Saúde (NEFES) é um projeto de extensão que visa a construção de uma formação em saúde alinhada aos objetivos do SUS e ao compromisso ético-política da psicologia com a transformação social. A articulação entre o NEFES e o Casarão da Diversidade se deu a partir de uma colaboração técnico-pedagógica, visando ampliar o efeito das ações desenvolvidas neste serviço: assistência psicológica, social e jurídica aos usuários; articulação às redes socioassistenciais; fomento das políticas LGBTs e monitoramento de denúncias de LGBTfobia. Desta parceria foi estruturado um plano de intervenção que incluía: 1 observação  participante, 2- diagnóstico situacional, 3-acolhimento dos trabalhadores, 4-mapeamento da rede de saúde e assistencial social e 5-construção das reuniões de PTS. No período de 1 ano, entre janeiro de 2019 e janeiro de 2020, foram realizadas as 3 primeiras etapas do plano de intervenção. A imersão dos extensionistas no serviço possibilitou a compreensão dos determinantes sociais que influenciam diretamente a saúde da população LGBT+; a identificação das iniquidades e a repercussões deste cenário de desigualdades na saúde mental dos trabalhadores; os desafios para tornar a política integral de atenção a população LGBT+ uma prática viva, contra-hegemônica e de defesa da alteridade; e o aprendizado de novas formas de luta que conjugam existir e resistir, uma vez que a afirmação da vida de pessoas LGBT+ é uma frente de resistência em um estado (Bahia) com o mais alto índice de homicídio desta população. A experiência de formação em saúde a partir das práticas no Casarão da Diversidade fez ganhar corpo um projeto pedagógico de formação em saúde que extrapola a educação para o domínio técnico-científico da profissão, para colocar em análise o ordenamento da realidade, ampliando a capacidade dos extensionistas de pensar o contexto social e construir alternativas. Uma convocação pedagógica para desenhar um cuidado democrático que não se constrói sem luta social, sem manter viva a aposta na mudança e a esperança no futuro.

8175 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E A ENFERMAGEM: IMPORTÂNCIA DO DEBATE SOBRE O TEMA NA GRADUAÇÃO
Manuela Cristina Gouveia do Amaral, Carla Camilly Pontes dos Santos, Fernanda Tainá da Cruz, Larissa Jhenifer Costa Tavares, Georgia Helena de Oliveira Sotirakis, Dione Seabra de Carvalho

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E A ENFERMAGEM: IMPORTÂNCIA DO DEBATE SOBRE O TEMA NA GRADUAÇÃO

Autores: Manuela Cristina Gouveia do Amaral, Carla Camilly Pontes dos Santos, Fernanda Tainá da Cruz, Larissa Jhenifer Costa Tavares, Georgia Helena de Oliveira Sotirakis, Dione Seabra de Carvalho

Apresentação: A violência contra a mulher pode ser física, verbal, moral, sexual, psicológica ou financeira e, segundo a Central de Atendimento à Mulher em situação de Violência¸ apenas no ano de 2018 foram registradas cerca de 92 mil denúncias desses tipos. Além disso, destaca-se o crescimento das notificações vindas dos postos de atendimento de saúde de todo caso de violência contra a mulher no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), principalmente, em estados das regiões norte e nordeste, o que amplia a discussão sobre a importância da equipe de saúde, destacando-se a enfermagem, nesse contexto de atenção à mulher em situação de violência. Assim, o presente trabalho tem como objetivo descrever a vivência das discentes em um debate sobre os diversos tipos de violência contra a mulher. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência ao descrever a vivência das autoras em uma atividade desenvolvida pela Liga Acadêmica de Enfermagem em Saúde da Mulher e Obstetrícia acerca do tema violência contra a mulher e seus tipos. Esta se deu através da metodologia do photovoice, onde uma imagem era apresentada e as pessoas presentes expunham sua opinião sobre o que esta retratava, iniciando assim uma série de relatos e visões sobre o que é a violência contra mulher, que eram então complementadas pelo que diz a lei 11.340/2006 e Organização Mundial da Saúde. Resultado: A abordagem do tema violência contra mulher na graduação de enfermagem é importante, pois é uma situação frequentemente presente durante atendimentos no serviço de saúde, contudo, ainda há uma dificuldade na detecção e intervenção dos profissionais deste setor frente a esta situação, isto porque, há uma deficiência na formação desses profissionais, evidenciando a necessidade de os estudantes de enfermagem em adquirir, durante sua formação, conhecimentos e competências adequadas. Os estudantes por vezes não têm o conhecimento sobre os sintomas que as mulheres podem apresentar além de perceber que estes não se sentem preparados para lidar com esta situação. Isto foi visto durante o debate proporcionado pela liga acadêmica, quando as acadêmicas compartilharam suas vivencias sobre o tema, percebendo algumas inseguranças sobre cada tipo de violência, que foram abordadas no decorrer da atividade. Considerações finais: Dessa forma, ratifica-se a importância do debate sobre os tipos de violência contra a mulher, destacando, principalmente, o papel da enfermagem nesse contexto, a fim de ampliar os conhecimentos sobre o assunto desde a graduação e assim contribuir com futuros profissionais habilitados para lidar com os mais diversos tipos de situações que envolvam a violência. 

8182 USO DO PORTFÓLIO REFLEXIVO COMO FORMA DE AVALIAÇÃO DE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVATES
Marcus Cristian Muniz Conde, Paula Suséli Silva de Bearzi, Andreas Rucks Varvaki Rados, Maurício Fernando Nunes Teixeira

USO DO PORTFÓLIO REFLEXIVO COMO FORMA DE AVALIAÇÃO DE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVATES

Autores: Marcus Cristian Muniz Conde, Paula Suséli Silva de Bearzi, Andreas Rucks Varvaki Rados, Maurício Fernando Nunes Teixeira

Apresentação: A inserção dos estudantes de Odontologia na Clínica Universitária Regional de Educação e Saúde (CURES) acontece no primeiro módulo - Eixo Educação Permanente I, momento em que os estudantes tem seus primeiros contatos com a Universidade. Essa vivência inicial traz muitas potencialidades para o aprendizado em saúde, mas também muitos desafios, uma vez que é o primeiro contato com os(as) usuários(as) e com a Rede de Atenção à Saúde. Nesse contexto, o Portfólio Reflexivo tem sido um instrumento/ferramenta e uma estratégia para avaliação e potencialização da aprendizagem a fim de possibilitar uma aprendizagem significativa. O Portfólio Reflexivo pode ser entendido como um método didático de ensino, aprendizagem e avaliação que permite a aquisição e exercício de competências podendo ser estruturado de diferentes maneiras e composto por diversos materiais, como anotações e reflexões pessoais, relatórios, pesquisas, fotografias, músicas, reportagens, conexões com outros temas, representações visuais, entre outros documentos que evidenciem como o conhecimento está sendo construído e as estratégias utilizadas na busca desse conhecimento. É constituído por um processo de descrição-narração-reflexão das vivências, relacionadas com a teoria, que ajuda a construir e reelaborar o processo de ensino, de acordo com as singularidades e necessidades de cada estudante, incluindo este como responsável por seu processo de aprendizagem e permitindo que o professor possa trabalhar de forma processual e colaborativa. Não há um modelo a ser seguido, cada estudante vai expressar-se de forma particular e é importante que as características individuais estejam presentes, no entanto, esse processo precisa ser direcionado a partir do estabelecimento dos objetivos a serem alcançados. Desenvolvimento: Num primeiro momento são apresentados aos estudantes as habilidades que devem desenvolver por meio dos objetivos de aprendizagem do Eixo Educação Permanente I que são: 1) Conhecer da importância do acolhimento e do vínculo na interação com o usuário dos serviços; 2) Identificar das necessidades individuais e coletivas de saúde da população, seus condicionantes e determinantes; 3) Estabelecer relações com o contexto social, reconhecendo a estrutura e as formas de organização social, suas transformações e expressões; 4)  Identificar a Odontologia como parte integrante do cuidado em saúde; 5) Utilizar a comunicação com a equipe, os usuários, os trabalhadores da área da saúde, os grupos e as organizações; 6) Colaborar para a construção de um bom ambiente de trabalho e 7) Entender a importância da humanização do cuidado, identificando seus mecanismos de desenvolvimento. Além destes, são apresentados objetivos a serem alcançados a partir da elaboração do Portfólio Reflexivo: 1) Aprender a fazer buscas bibliográficas e desenvolver autonomia na busca de referencial teórico; 2) Produzir textos reflexivos sobre a prática na CURES; 3) Integrar os conteúdos trabalhados em todos os eixos ao longo do semestre; 4) Desenvolver a criatividade e 5) Exercitar o processo de autoavaliação e identificação de pontos fortes e frágeis. A fim de dar um maior suporte para a construção dos Portfólios, sugere-se que os estudantes sigam algumas etapas, iniciando com a apresentação do pacto de trabalho, da trajetória individual e construção do conceito de Portfólio a partir da busca de referencial teórico e discussão no grupo. O processo de aprendizagem deve ser evidenciado a partir de resumos e relatos de prática sobre os atendimentos, espaço conviver, grupos e atividades de educação permanente, acompanhados de reflexões e busca de referenciais. Posteriormente, podem ampliar o olhar sobre os temas no espaço criatividade através de poemas, músicas, desenhos, charges ou outras manifestações artísticas, pessoais ou não, que se articulem com a vivência na CURES. Por último, devem realizar a autoavaliação para expor as reflexões sobre o seu processo de aprendizagem e analisar seus pontos fortes e frágeis. Resultado: Essa metodologia tem permitido uma aproximação entre teoria e prática, a partir da reflexão sobre os atos cuidadores que ocorrem no encontro entre estudantes e usuários(as). Muitas vezes o que é planejado não pode ser executado ou os(as) usuários(as) não apresentam as respostas esperadas, trazendo angústias e questionamentos que são expressados no Portfólio. A vivência está sempre em mudança, e esta é uma experiência do que é o trabalho vivo em ato, em que o(a) profissional de saúde utiliza sua “caixa de ferramentas” para ampliar a escuta, construir vínculos e criar novas alternativas de intervenção. Muitas são as expectativas em relação ao “ser dentista”, assim como quanto ao ensino universitário, e esse processo de reflexão na CURES por vezes gera dúvidas e desconforto quanto aos temas abordados. No entanto, também constrói possibilidades para ver e atuar em equipe a partir da integralidade e intersetorialidade, constituindo redes de cuidado humanizado e rompendo com a formação tecnicista e isolada. Os atendimentos são realizados a partir dos referenciais da interdisciplinaridade, integralidade e intersetorialidade, mobilizando experiências prévias e construção de autonomia na busca de referencial teórico relativo às demandas e necessidade envolvidas nos atendimentos. Os estudantes tem oportunidade de interagir com os(as) profissionais da rede de serviços (Unidades Básicas de Saúde, APAE, Escola, CRAS, entre outros) e estas articulações favorecem o reconhecimento dos conceitos de saúde e assistência à saúde, de coordenação do cuidado, além de fortalecer a comunicação entre os pontos da rede na busca da implementação do princípio da integralidade. Os critérios de avaliação foram baseados nos apontamentos levam em conta: 1) a comunicação escrita e oral; 2) a gestão da informação quanto à busca/pesquisa de conhecimento em diferentes âmbitos de estudo e fontes; 3) as reflexões sobre o conteúdo pesquisado e as conexões entre o conhecimento adquirido e suas vivências; 4) o trabalho de forma autônoma, criativa e com iniciativa, avaliando diferentes pontos de vista e possibilidades e 5) autoavaliação com identificação de pontos fortes e frágeis com propostas de superação das dificuldades. Os limites no uso da ferramenta referem-se aos estudantes estarem mais acostumados com a avaliação que categoriza em “certo” e “errado”, frequentemente comparando-se aos colegas e questionando as notas apresentadas. O entendimento do que deveria ser feito também foi diferente entre os estudantes, alguns tem mais facilidade na escrita para expressar-se, outros construíram o Portfólio como um diário, trazendo relatos de forma protocolar, e alguns não trouxeram referenciais teóricos. A maioria apresentou dificuldades em fazer a autoavaliação e reconhecer quais eram os pontos frágeis, o que está sendo constantemente trabalhado e revisto com eles. O critério que avalia criatividade foi o menos desenvolvido pela turma e aponta para a necessidade de pensar estratégias para desenvolver essa habilidade. Outra dificuldade foi a escala de notas, que categoriza em: Claramente contemplado (10), Geralmente contemplado (7), Geralmente não contemplado (3,5) e Claramente não contemplado (0), possuindo uma margem muito grande entre um conceito e outro, o que possivelmente terá que ser revisto. Considerações finais: O Portfólio Reflexivo é dinâmico e está em constante construção, sendo muito potente para que o estudante possa refletir sobre o seu progresso na compreensão do conteúdo e da realidade, mostrando-se um instrumento relevante para utilização na CURES. Através dele é possível perceber a trajetória e a transformação de cada um apropriando-se de sua autonomia na aprendizagem, possibilitando uma avaliação capaz de captar esse desenvolvimento.

8183 O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO NA CONSULTA DE ENFERMAGEM EM PUERICULTURA
Luciana Rodrigues da Silva, Thayane da Silva Pereira, Márcia Valéria Ratto Guimarães, Ana Luiza Dorneles da Silveira, Maria Estela Diniz Machado

O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO NA CONSULTA DE ENFERMAGEM EM PUERICULTURA

Autores: Luciana Rodrigues da Silva, Thayane da Silva Pereira, Márcia Valéria Ratto Guimarães, Ana Luiza Dorneles da Silveira, Maria Estela Diniz Machado

Apresentação: A puericultura se faz importante como prática de acompanhamento das crianças, ainda no período pré-natal, até a fase de dois anos de idade, preconizando sua saúde física a partir das condições da sua alimentação, da exposição a doenças e outras possíveis vulnerabilidades. O objeto deste estudo é o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento dos recém nascidos e lactentes na consulta de enfermagem em puericultura. Tem como objetivo principal acompanhar o crescimento e desenvolvimento do recém nascido e lactente através da consulta de enfermagem em puericultura no ambulatório de um Hospital Universitário. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo retrospectivo com abordagem quantitativa onde as crianças de 0 a 2 anos serão acompanhadas através da caderneta de saúde da criança quanto ao seu crescimento e desenvolvimento no ambulatório de um hospital universitário no Estado do Rio de Janeiro a partir dos dados da consulta de enfermagem em puericultura. O critério de inclusão foi ser criança de 0 a 2 anos. O critério de exclusão foi a criança ser pré-termo (com idade gestacional menor que 37 semanas no nascimento). Resultado: A amostra foi composta por 18 crianças. Os dados coletados foram organizados e tratados em forma de tabelas e gráficos mediante utilização de estatística descritiva básica para a compreensão das informações obtidas. Quanto ao acompanhamento das três consultas, no quesito alimentação foi evidenciado que o aleitamento materno exclusivo destacou-se em todas as consultas e a presença da alimentação complementar, em crianças abaixo de seis meses, o que não é recomendado segundo as orientações dos principais órgãos de saúde. Nas intercorrências ao longo das três consultas, observamos um aumento das mesmas, relacionado com a diminuição do aleitamento materno exclusivo. Quanto as medidas antopométricas foram mensuradas e registradas em todas as consultas. O crescimento de todas as crianças não apresentou nenhuma irregularidade. Considerações finais: A caderneta de saúde da criança é capaz de conduzir com êxito e atender ao terceiro eixo estratégico da política de atenção integral a saúde da criança, que preconiza a promoção e acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento integral devendo ser usada como uma ferramenta de monitorização.

8188 ASSISTÊNCIA À POPULAÇÃO RIBEIRINHA NA BASE DE ESTUDOS DO PANTANAL – UFMS
Amanda Alves Rezende, Débora Thomaz

ASSISTÊNCIA À POPULAÇÃO RIBEIRINHA NA BASE DE ESTUDOS DO PANTANAL – UFMS

Autores: Amanda Alves Rezende, Débora Thomaz

Apresentação: O projeto de Extensão Multidisciplinar na Base de Estudos do Pantanal da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul na localidade Passo do Lontra, no município de Corumbá – MS,  foi criado em 2009 a fim de desenvolver vivência em atenção primária à saúde a partir da imersão na realidade da comunidade ribeirinha desse local. O presente resumo tem como objetivo relatar experiência de acadêmica da graduação de medicina da FAMED/UFMS sobre o projeto de Extensão Multidisciplinar na Base de Estudos do Pantanal – UFMS. O Passo do Lontra está localizado no Pantanal Sul, às margens do Rio Miranda, uma parte riquíssima da maior planície alagada do planeta. A comunidade ribeirinha que habita esse local é composta por cerca de 264 pessoas, ocupando em torno de 30 moradias. Possui como principais atividades econômicas a pecuária, a pesca e o ecoturismo, impulsionado pela Estrada-Parque Pantanal – que reordenou as relações de trabalho da comunidade e promoveu a exposição no próprio território vivido, a encontros e contatos com pessoas de diversas origens socioculturais. Distante 130 quilômetros de Corumbá e 113 quilômetros de Miranda, a comunidade permanece em situação de relativo desamparo, especialmente no acesso à infraestrutura de serviços coletivos básicos. Diante desse contexto, tem-se a promoção à saúde por meio do projeto de Extensão. A Base de Estudos do Pantanal está localizada na margem direita do Rio Miranda, na região do Passo do Lontra. O acesso é por meio da Rodovia BR-262 (Campo Grande Corumbá), estrada asfaltada, até o posto da Polícia Militar Ambiental, denominado Buraco das Piranhas, distando aproximadamente 300 Km de Campo Grande e 130 Km de Corumbá. O projeto ocorreu durante todo o ano de 2019 com a metodologia de viagens mensais durante um final de semana, nas quais alunos dos cursos de enfermagem, medicina, odontologia, farmácia e nutrição participavam acompanhados de seus professores supervisores. O objetivo geral é realizar acolhimento e atendimento à saúde de residentes na comunidade Passo do Lontra e regiões circunvizinhas do município de Corumbá, por uma equipe multidisciplinar da UFMS, formadas por docentes, discentes e técnicos administrativos, tentando, dessa forma, colocar em prática atributos em saúde descritos e defendidos pela Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas (instituída pela portaria nº 2.311, de 23 de outubro de 2014). Os atendimentos no posto médico são realizados uma vez por mês,  durante todo o sábado e domingo pela manhã, e atendimento a todos os ciclos de vida e incluem exames de saúde da mulher, como o Papanicolau, hemograma, exame bioquímico, glicemia capilar, teste de gravidez, acompanhamento pré-natal, medição do IMC (índice de massa corporal) para instruções alimentares, raspagem dentária, tratamento e remoção de cáries, controle de pressão arterial, acompanhamento de pacientes diabéticos e hipertensos, além da distribuição de medicamentos para aqueles que já estão em tratamento médico. Além disso, a equipe multidisciplinar faz atividades educacionais sobre tabagismo, parasitoses, nutrição saudável, tratamento da água de consumo, higiene pessoal e coletiva, campanha de outubro rosa e novembro azul. Assim, promove-se a educação em saúde e o empoderamento desses pacientes na tentativa de colocá-los como protagonista da promoção de sua própria saúde. Para os moradores do Passo do Lontra, o projeto significa acesso local à informação e à saúde. Segundo depoimentos, para o morador do vilarejo Vila Margarida e trabalhador GD, o atendimento na Base de Estudos do Pantanal evita os grandes, e muitas vezes caros, deslocamentos à procura de serviços de saúde. “É muito bom pra gente que mora longe, porque a distância até a cidade de Miranda é de 110 quilômetros. Trago todo mês minha família para se consultar”. A ribeirinha CM trabalha em um hotel próximo à BEP e se beneficia dos serviços oferecidos desde 2012. Ela realizou o pré-natal da filha, hoje com três meses, no posto médico. “Eles acompanharam minha filha até os sete meses. Minha irmã vem aqui, minha mãe, meu padrasto, minha sobrinha. E agora eu trago ela também”, afirma.  Se o paciente necessitar de procedimentos mais complexos ou os diagnósticos apontarem problemas graves, ele é encaminhado para as unidades de saúde da cidade de Miranda. MR é atendida pelo projeto desde que mora no entorno, há nove anos. Ela destaca a importância dos exames e consultas realizados na Base, como o preventivo feminino, que seria de difícil acesso nas unidades de saúde. “É muito bom. Se fosse na cidade teríamos que enfrentar filas enormes, correndo risco de nem ser atendidos”. Para os acadêmicos, nota-se que o projeto é um laboratório vivo de experiências únicas que fornece oportunidades de discussões teóricas de suas áreas específicas e capacidade de trabalho em equipe, busca de soluções para problemas reais e gerenciamento do cuidado pautado na ciência, evidência e humanismo. Tal vivência, tem o poder de gerar mudanças concretas no futuro do pesquisador e  profissional de saúde. Além de visões da própria população e dos acadêmicos, como efeito decorrente da experiência, nota-se os inúmeros desafios no tratamento dessa população. Possuem hábitos alimentares diferentes: café da manhã reforçado – já que não sabem o próximo horário de refeição, apenas 3 refeições diárias, dificuldade no cultivo de frutas e hortaliças – portanto, baixo consumo de alimentos orgânicos, excesso de sódio, lipídios e carboidratos. Utilizam medicação somente quando sentem os sintomas, então, não se tem um tratamento eficiente de Hipertensão Arterial, por exemplo. Soma-se a isso, a dificuldade de mudanças dos hábitos, incluindo atividade física regular. Na saúde de criança e adolescente, tem-se muitos casos de parasitoses e gravidez na adolescência. Na saúde da mulher, a questão da anticoncepção, infecções sexualmente transmissíveis, hipotireoidismo e depressão são as grandes demandas. Na saúde do homem, predominam queixas de dores musculares, tabagismo e alcoolismo. Então, nota-se a demasiada importância da continuação do cuidado com essa negligenciada população. Dessa forma, o presente resumo destaca a dimensão e a importância de um projeto de extensão universitária para os acadêmicos enquanto futuros profissionais de saúde e para toda uma comunidade historicamente esquecida e negligenciada pelo município que deveria fornecer serviços constitucionais mínimos. O projeto permite a percepção de que o fazer saúde vai muito além de ambulatórios de hospitais públicos e consultórios clínicos particulares. O fazer saúde está em consultas em posto médico de palafita e em informar e empoderar populações negligenciadas. Para tanto, é substancial o fomento público estrutural e intelectual às universidades federais para a promoção de projetos de Extensão como o referido no trabalho. Lutar por financiamento de universidades públicas é uma tentativa de promover maior igualdade social e minimizar seus muros de segregação, promovendo, assim, uma eficiente interação ensino/serviço/comunidade.

8191 IMPORTÂNCIA DA MONITORIA ACADÊMICA NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOCENTE
Ana Carolina Almeida Pimentel Pinto, Nataly Yuri Costa, Sávio Felipe Dias Santos, Armando Sequeira Penela, Breno Augusto Silva Duarte, Camila Andresa Monte Bezerra, Catharina das Graças de Almeida Martins, Fernanda Gomes Gatinho, Raquel Gomes da Silva

IMPORTÂNCIA DA MONITORIA ACADÊMICA NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOCENTE

Autores: Ana Carolina Almeida Pimentel Pinto, Nataly Yuri Costa, Sávio Felipe Dias Santos, Armando Sequeira Penela, Breno Augusto Silva Duarte, Camila Andresa Monte Bezerra, Catharina das Graças de Almeida Martins, Fernanda Gomes Gatinho, Raquel Gomes da Silva

Apresentação: A graduação proporciona oportunidades ao discente que permeiam a tríade ensino, pesquisa e extensão e, dentre esses cenários, a monitoria acadêmica se apresenta como uma modalidade de ensino e aprendizagem que contribui para o desenvolvimento de habilidades técnicas e didáticas ao graduando, favorecendo maior conhecimento acerca da disciplina monitorada. A participação e colaboração do discente em aulas junto ao professor possibilita a construção de novas práticas e experiências pedagógicas, que fortalecem a capacidade da disseminação de conhecimentos, mediante a articulação da teoria e prática. Esse trabalho tem o objetivo de relatar a experiência de monitores do componente Histologia Humana na perspectiva da formação profissional docente, em uma universidade pública. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado a partir da vivência dos monitores da disciplina Histologia Humana, ministrada em uma Universidade Pública, localizada em Belém do Pará, abordada no primeiro semestre no curso de graduação em Enfermagem, durante os anos de 2018 e 2019, monitorando três turmas: 2018.2, 2019.1 e 2019.2. A princípio os monitores realizaram o acompanhamento do docente, seja nas aulas teóricas ou práticas, realizadas em sala de aula e no laboratório, colaborando com a redução de dúvidas dos alunos acerca do conteúdo programático e visualização das lâminas no laboratório. Foi preparado materiais didáticos, como exercícios de fixação e materiais teóricos, utilizados como instrumento metodológico de ensino; realizado revisões para os processos avaliativos; orientações sobre pesquisas bibliográficas necessárias para o entendimento do conteúdo ministrado e auxílio na correção das atividades propostas. Resultado:S: A partir das experiências na monitoria foi percebida sua importância no desenvolvimento de habilidades inerentes à docência como, ministrar aulas de modo que o conhecimento seja repassado de forma clara e concisa; organização do processo ensino-aprendizagem, liderança em sala e a tomada de decisão frente as necessidades dos alunos. Com isso, foi evidenciado não somente troca de experiências entre o docente e os monitores, como também um ensaio para uma futura carreira no magistério superior, tornando a prática docente acessível, possibilitando que os monitores desempenhassem atividades vinculadas ao ensino e pesquisa, expandindo seus conhecimentos teóricos e práticos. Considerações finais: A monitoria acadêmica instiga e capacita o monitor a conhecer e entender o processo de ensino-aprendizagem, fortalecendo técnicas e práticas que contribuem para seu desempenho enquanto futuro profissional, percebendo assim, a relevância dessa área na formação acadêmica e profissional, aperfeiçoando o modelo de aula e repasse de informações, em prol da prática de metodologias ativas de ensino e aprendizagem dinâmica e eficaz.

8248 CONTRIBUIÇÃO DA LIGA DE SAÚDE PUBLICA INTERDISCIPLINAR NA FORMAÇÃO ACADÊMICA E A NA PROMOÇÃO A SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Haryel Ferreira da Silva Martins, Karine Melo Lucas, Vagner Luis Garrido Bonifácio, Alexandre Angelo Frias da Silva, Rana Cristina Fernandes dos Santos Torres, Priscilla Dias Fernandes, Marcella Ramos Machado, Luciana Santos Braz

CONTRIBUIÇÃO DA LIGA DE SAÚDE PUBLICA INTERDISCIPLINAR NA FORMAÇÃO ACADÊMICA E A NA PROMOÇÃO A SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Haryel Ferreira da Silva Martins, Karine Melo Lucas, Vagner Luis Garrido Bonifácio, Alexandre Angelo Frias da Silva, Rana Cristina Fernandes dos Santos Torres, Priscilla Dias Fernandes, Marcella Ramos Machado, Luciana Santos Braz

Apresentação: De acordo com Camará (2012), as Ligas Acadêmicas são entidades sem fins lucrativos com duração ilimitada, criadas e organizadas por acadêmicos, professores e profissionais que apresentam interesses em comum. Constituem-se por atividades extraclasse e devem ter ações voltadas para o ensino e para a educação relacionada à saúde. A Liga Interdisciplinar de Saúde Pública – LAISP é um projeto extensionista, com o propósito de aprofundamento no estudo da Saúde Pública, sendo composta por um grupo de estudantes do curso de Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição da Faculdade Bezerra de Araújo e coordenado por uma professora doutorando em enfermagem especializada em saúde publica, interagindo com todos os níveis de complexidade, a fim de aprimorar a formação acadêmica e identificar as demandas da população. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado após as primeiras atividades da Liga Acadêmica Interdisciplinar de Saúde Pública – LAISP. Com objetivo de relatar a importância da liga acadêmica na formação profissional, sua interface na promoção a saúde e a experiência vivenciada pelos ligantes. Os dados foram coletados durante 2 ações vivenciadas pelos ligantes no ano de 2019. Resultado: A criação da LAISP surgiu a partir da necessidade de desenvolver ações promoção de saúde junto à comunidade e aprofundar o conhecimento dos acadêmicos durante a pratica, disponibilizando ao público o conhecimento adquirido através do ensino e da pesquisa desenvolvidos dentro da universidade. Dentre as atividades, a LAISP esteve participando do projeto roda-hans, que teve como objetivo capacitar profissionais da atenção básica a diagnosticar precocemente a Hanseníase em sua passagem pelo bairro de Irajá na zona norte do Rio de Janeiro, no qual envolveu grande parte da população do bairro e adjacências. Além disso, a LAISP esteve participando do projeto “Juntos pela Amamentação” em comemoração do agosto dourado, que ocorreu no parque de Madureira na zona norte do Rio de Janeiro, desenvolvendo rodas de conversas com a população, uma tenda exploratória com o intuito de apresentar os benefícios da amamentação respeitando o tempo determinado pela OMS, com panfletagem e orientações. Dessa forma, destacamos a troca de conhecimentos e aprendizado proporcionado pela presença de outros cursos na realização das atividades de promoção a saúde da população assistida. Considerações finais: As práticas de promoção a saúde desenvolvidas pela liga contribuíram de maneira rentável para a construção de um maior conhecimento tanto para a comunidade quanto para os ligantes, promovendo a interação entre o usuário e os futuros profissionais da saúde, contribuindo para que as pessoas tenham orientação sobre a saúde e melhor qualidade de vida. Por fim, as atividades realizadas contribuíram para o crescimento do acadêmico, pois com todas as experiências vivenciadas auxiliou com que o ligante aprimorasse a sua visão crítica e reflexiva.

8263 A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA DE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM EM AÇÕES DE SAÚDE EM COMUNIDADES RIBEIRINHAS DURANTE A GRADUAÇÃO
Paula Andreza Viana Lima, Rodrigo Damasceno Costa, Tainan Fabrício da Silva, Mariana Paula da Silva, Vanessa de Oliveira Gomes, Esmael Marinho da Silva, Yasmim de Souza Gomes, Abel Santiago Muri Gama

A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA DE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM EM AÇÕES DE SAÚDE EM COMUNIDADES RIBEIRINHAS DURANTE A GRADUAÇÃO

Autores: Paula Andreza Viana Lima, Rodrigo Damasceno Costa, Tainan Fabrício da Silva, Mariana Paula da Silva, Vanessa de Oliveira Gomes, Esmael Marinho da Silva, Yasmim de Souza Gomes, Abel Santiago Muri Gama

Apresentação: O Amazonas é um estado com grande extensão territorial conhecida mundialmente por suas riquezas naturais e culturais. Dentre os povos que o habitam destacam-se as populações ribeirinhas que vivem as margens dos rios e florestas, do qual retiram o seu sustento.  Estes indivíduos, devido às condições geográficas, políticas e econômicas, possuem limitações quanto ao acesso à educação, informação e serviços de saúde estando expostos às iniquidades sociais. Sobre a saúde, levando em consideração as dificuldades de acesso por esta população, ações de saúde voluntárias em comunidades ribeirinhas são realizadas com intuito de levar assistência e educação em saúde para este público. Em Coari, várias ações de saúde voluntárias são realizadas nas comunidades ribeirinhas do Médio Solimões através do apoio da Secretária Municipal de Saúde de Coari e a participação voluntária de estudantes e professores dos cursos da saúde da Universidade Federal do Amazonas presente no município. A respeito do voluntariado esta é uma iniciativa que provê grandes benefícios aos estudantes, onde é possível conhecer um pouco da realidade da futura área de trabalho e conseguir experiências para o currículo profissional. Partindo desse contexto este trabalho apresenta as experiências de acadêmicos de enfermagem e contribuições das participações voluntárias em ações de saúde realizadas em comunidades ribeirinhas de Coari - Amazonas para sua formação. Dessa forma este trabalho tem como objetivo descrever as vivências e percepções de estudantes de enfermagem sobre a relevância da participação voluntária em ações de saúde realizadas em comunidades ribeirinhas de Coari- Amazonas durante a graduação. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por discentes de enfermagem, entre 2017 e 2019, durante as ações de saúde do Projeto “Clínica de Atendimento Multidisciplinar ao Ribeirinho” (CAMURI) e “CINE RIBEIRINHO” realizadas nas comunidades São Pedro da Vila Lira, Esperança I e São Pedro do Tauana localizadas no interior do município de Coari no Estado do Amazonas. As ações eram realizadas nas escolas ou centros comunitários das respectivas comunidades, no qual pelo projeto CAMURI foram feitas atividades recreativas, triagem, consulta médica, atendimentos fisioterápicos, coleta de Papanicolau e administração de medicamentos e pelo CINE RIBEIRINHO foram executadas as atividades educativas durante a noite através da exibição de  filmes do cinema mundial, intercalados com vídeos de educação em saúde, confeccionados por enfermeiros e acadêmicos do curso de graduação em enfermagem. Nas ações os discentes e professores de enfermagem ficaram responsáveis pelo setor da triagem, coleta de Papanicolau, administração de medicamentos e educações em saúde. O relato foi baseado conforme as observações diretas e anotações dos discentes de enfermagem feitas durante as ações nas comunidades ribeirinhas. O estudo não foi submetido à apreciação em Comitê de Ética em Pesquisa, por se tratar de um relato de experiência, porém foram assegurados e respeitados os preceitos éticos na apresentação dos dados. Resultado: A participação voluntária dos discentes de enfermagem nas ações de saúde realizadas nas comunidades ribeirinhas foi vista pelos mesmos como uma iniciativa enriquecedora na sua formação, uma vez, que elas possibilitaram aos alunos conhecer a realidade local dos ribeirinhos e prestar assistência de enfermagem para essa população ainda na graduação. A colaboração dos estudantes desde o planejamento das viagens até a execução das ações, foram consideradas pelos alunos como atividades complementares somativas à sua formação, pois auxiliaram estes a compreender a complexidade, os desafios e os custos de prestar serviços de  saúde a estas populações pelo Sistema Único de Saúde (SUS), bem como, oportunizou que estes pudessem adquirir experiências de organizar e executar atividades deste porte para esse público específico da região Amazônica. O voluntariado nas ações de saúde nas comunidades ribeirinhas foi percebido pelos estudantes como uma forma de crescimento pessoal e profissional, já que os alunos podem auxiliar o próximo e aperfeiçoar habilidades  valiosas a sua futura atuação, como trabalhar em equipe, utilizar a comunicação adequada com os pacientes, tornar os discentes mais autoconfiantes para prestar os seus serviços de enfermagem e a serem criativos ao promoverem as atividades de educação em saúde fora do padrão e enfrentarem as limitações de infraestrutura ou pessoal que pudessem comprometer a assistência aos ribeirinhos. O aprendizado e o aprimoramento das técnicas nos setores da triagem, coleta de Papanicolau, administração de medicamentos e educações em saúde foram elegidos pelos alunos como um dos principais benefícios obtidos nestas participações voluntárias para sua formação, tendo em vista, que os discentes de enfermagem adquiriram novos conhecimentos nas ações e colocaram em prática os conteúdos teóricos adquiridos em sala de aulas, onde vale ressaltar que estas vivências tornaram melhor a assimilação das informações adquiridas no âmbito universitário ao conciliar a teoria e a prática. As novas experiências em cada viagem e o reconhecimento do trabalho pelos comunitários tornaram-se as motivações para que os alunos permanecessem ou entrassem nos projetos já que as atividades não são parte obrigatória da grade curricular do curso de enfermagem. Além disso, para alguns estudantes de enfermagem o voluntariado despertou o interesse nestes em seguir linhas de pesquisas que trabalhassem com esse grupo, como também tornou a atenção primária voltada a esta população como um dos campos de atuação profissional almejado pelos alunos. Dessa forma, as ações de saúde voluntárias voltadas para populações ribeirinhas de Coari, foram percebidas pelos estudantes de enfermagem como um importante complemento a sua formação, onde através das vivências foi possível se aproximar da realidade de uma das áreas de sua futura prática profissional. Considerações finais: A partir desse relato, evidenciam-se as contribuições e a relevância que o voluntariado em ações de saúde nas comunidades ribeirinhas tem para a formação profissional dos estudantes de enfermagem de Coari – Amazonas, no qual este além de prepararem estes futuros profissionais a atuarem de acordo com as especificidades regionais, também trazem benefícios aos moradores das comunidades ribeirinhas ao levar saúde aos indivíduos que necessitam desses serviços. Portanto, através desse relato espera-se que os estudantes de graduação leiam e conheçam a importância do voluntariado durante sua a formação e com isso, seja despertado entre estes o interesse e o apoio por esse tipo de iniciativa para que as ações tenham continuidades nas comunidades e que os alunos possam se beneficiar das vantagens dessa experiência.

8269 EDUCAÇÃO EM SAÚDE APLICADA NA RODA DE CONVERSA: DESAFIOS DA AMAMENTAÇÃO NA SAÚDE DA CRIANÇA
Luanna Barci Dutra da Costa, Juliane dos Santos da Silva, Jordana Jacira Ignácio, Vitória Meireles Felipe de Souza, Nathália Salazar Coelho Calegário, Ana Karine Ramos Brum

EDUCAÇÃO EM SAÚDE APLICADA NA RODA DE CONVERSA: DESAFIOS DA AMAMENTAÇÃO NA SAÚDE DA CRIANÇA

Autores: Luanna Barci Dutra da Costa, Juliane dos Santos da Silva, Jordana Jacira Ignácio, Vitória Meireles Felipe de Souza, Nathália Salazar Coelho Calegário, Ana Karine Ramos Brum

Apresentação: A saúde da criança demanda atenção desde o nascimento, com a importância do leite materno como alimento primordial para o crescimento e desenvolvimento. A crescente inserção da figura materna no mercado de trabalho, ao longo do século XXI, torna-se um desafio para garantir a amamentação, tendo consequentes prejuízos à saúde da criança. Objetivo: Descrever a importância da troca de experiências sobre os desafios da amamentação entre acadêmicos de enfermagem durante a roda de conversa na disciplina de Educação Aplicada no Campo da Saúde. Método: Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo do tipo relato de experiência, relacionada a roda de conversa sobre os desafios de manter a amamentação, garantindo a saúde da criança, no contexto da mãe trabalhadora. O público alvo foram 23 acadêmicos do quinto período do curso de enfermagem da UFF. Ocorreu no segundo trimestre de 2019, em um encontro único na EEAAC. Resultado: Foi observado que a metodologia ativa aplicada torna-se eficaz para trabalhar educação em saúde. Os graduandos participantes relataram questões relacionadas a dúvidas que a população normalmente apresenta sobre cuidados a criança, sobretudo, como garantir a amamentação mesmo no contexto de mãe -trabalhadora. Os pontos relatados pelos graduandos na atividade foram: Falta de conhecimento da lactante sobre prática de ordenha, estímulo a busca e sucção do bebê ao peito. E a dificuldade das mães e da família a compreenderem que o leite materno supri integralmente as necessidades da criança até os 6 meses de idade. Considerações finais: Portanto, medidas educativas podem incentivar a permanência da amamentação de forma que contribua para crescimento e desenvolvimento da criança. Além disso, os graduandos, tiveram potencial para serem replicadores dos saberes adquiridos na atividade, seja na família ou comunidade. Desse modo, a atividade desenvolvida auxilia o trabalho da enfermagem, a proporciona autonomia, por meio de ações de educação no campo da saúde.

8276 PROGRAMA ENFERMAGEM DIGITAL: FORMAÇÃO DE FUTUROS PSICÓLOGOS SOBRE RISCO DE SUICÍDIO EM USUÁRIOS DE DROGAS ATRAVÉS DE UMA WEB RÁDIO
Josenice Vasconcelos, Raimundo Augusto Martins Torres, Karlla da Conceição Bezerra Brito Veras, Leidy Dayane Paiva de Abreu, Edine Dias Pimentel Gomes, Ana Rosa Braga de Souza, Breno da Silva Albano, Joana Darc Martins Torres

PROGRAMA ENFERMAGEM DIGITAL: FORMAÇÃO DE FUTUROS PSICÓLOGOS SOBRE RISCO DE SUICÍDIO EM USUÁRIOS DE DROGAS ATRAVÉS DE UMA WEB RÁDIO

Autores: Josenice Vasconcelos, Raimundo Augusto Martins Torres, Karlla da Conceição Bezerra Brito Veras, Leidy Dayane Paiva de Abreu, Edine Dias Pimentel Gomes, Ana Rosa Braga de Souza, Breno da Silva Albano, Joana Darc Martins Torres

Apresentação: Considerando a dependência de drogas como problema complexo e de Saúde Pública, bem como a alta incidência de uso, abuso e dependência por jovens em situação de vulnerabilidade, torna-se extremamente relevante entender a relação entre os determinantes sociais e o risco ao consumo dessas substâncias, assim como suas consequências para a saúde mental desses usuários, uma vez que tal compreensão possibilita o desenvolvimento de estratégias de prevenção e promoção em saúde, bem como a formulação de políticas públicas em uma perspectiva intersetorial. Assim, O Programa Enfermagem Digital surge como um canal digital online de educação em saúde articulado por uma internet Rádio, que apresenta o intuito de veicular programa na área de comunicação, educação, saúde, cultura, lazer, arte, literatura, entre outros. O conteúdo “Risco de suicídio em usuários de drogas”, foi realizado com uma entrevista por uma convidada especialista na área, onde o programa foi filmado, e transmitido de forma online para os estudantes de graduação do curso de psicologia, em uma instituição de nível superior através do link www.uece.ajir.com.br. Desta forma, acadêmicos de Psicologia da Faculdade Luciano Feijão – FLF utilizaram da experiência do uso de uma tecnologia digital como mecanismo de comunicação dialógica para cuidados em saúde, abordando temáticas relevantes para seu percurso. Com a possibilidade de imersão na virtualidade, a experiência acadêmica dos estudantes de Psicologia, visa novas maneiras, práticas e saberes que possibilitam ampliar o debate na perspectiva das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) como forma de promoção, prevenção e educação em saúde para o cuidado através da internet. Desse modo, o estudo possui como objetivo analisar os discursos dos estudantes de graduação em psicologia, acerca do tema “Risco de Suicídio em Usuários de Drogas” com as experimentações das tecnologias digitais na formação, produzidos após dialogarem no Programa Enfermagem Digital, transmitido através do canal digital da web rádio AJIR (Associação de Jovens de Irajá). Desenvolvimento: O estudo trata-se de uma pesquisa documental de abordagem qualitativa, realizada a partir dos registros virtuais armazenados no banco de dados da internet Rádio AJIR. O programa ocorreu em 29/07/2019, online às 16h com duração de 1h, através do site: www.uece.ajir.com.br. A internet Rádio é produzida através do Laboratório de Práticas Coletivas em Saúde – LAPRACS/CCS da Universidade Estadual do Ceará (UECE), com apoio da Pró-Reitoria de Extensão – PROEX. A amostra do estudo constituiu-se por 40 acadêmicos do curso de graduação em Psicologia, da Faculdade Luciano Feijão (FLF), localizada na cidade de Sobral, Ceará. A análise dos dados foi realizada através das perguntas - discursos dos estudantes através dos canais da web rádio: Facebook e WhatsApp, através da Análise Temática de Minayo (2014). E como procedimentos éticos a pesquisa adotou a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que garante a proteção aos seres humanos participantes de pesquisas científicas no respeitante a sua dignidade. A pesquisa se integra ao projeto de extensão: Uso da internet Rádio na formação e no cuidado em saúde, que apresenta como objetivo analisar os saberes, práticas e discursos dos estudantes acerca de educação em saúde, através do uso e desenvolvimento de tecnologias para o cuidado clínico e educativo, a partir das temáticas produzidas na web rádio. A pesquisa obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP- UECE: sob o Nº 3.478.945/2019 do Comitê de Ética em Pesquisa da UECE). Resultado: O programa Enfermagem Digital compôs de estratégia didática e o processo interativo entre os estudantes e o convidado-debatedor iniciou de forma online através do acesso ao site da internet Rádio: www.uece.ajir.com.  No início da transmissão do programa, foi realizada a produção de uma pergunta âncora. A pergunta âncora funciona como estimulante para os estudantes pesquisarem na internet sobre o tema e está relacionada com a temática abordada no programa, onde ajudou os estudantes a enviarem seus questionamentos. A pergunta âncora lançada no dia do programa foi: Identificar qual filósofo citou a seguinte frase: “Eliminar toda e qualquer raiz negativa significa sufocar os elementos positivos que podem brotar desta mesma raiz e florescer em um galho mais alto da planta”. Assim, os estudantes realizaram a pesquisa durante a transmissão do programa, e 35 estudantes responderam a pergunta âncora corretamente, que foi: Friedrich Nietzsche.  Durante a transmissão do programa, os estudantes também foram estimulados a enviaram várias perguntas- discursos/questionamentos para a convidada, sendo as principais dúvidas dos estudantes: “Principais fatores que levam um adolescente ao uso indevido de drogas”; “Formas de lidar com um familiar usuário de drogas”; “Maneiras de atrair os familiares de usuários de drogas aos serviços de saúde”; “Tratamento ideal para usuário de drogas”; “Formas de prevenção ao suicídio nesses usuários” e “Faixa etária mais acometida de suicídio nos usuários de drogas”. Os estudantes também enviaram várias perguntas: Estudante 05: “Qual a melhor forma de lidar com um conhecido que faz o uso indevido de drogas?”; Estudante 14: “Como é o tratamento do dependente de drogas?”; Estudante 22: “Como atrair famílias aos serviços de saúde com a finalidade de promover o fortalecimento de vínculos com o familiar dependente químico, tendo em vista que muitas vezes os laços familiares tendem a se fragilizar bastante e muitos dependentes químicos saem de casa?”; Estudante 29: “Dados da OMS mostram que casos de suicídio são mais comuns entre idosos e têm crescido muito entre jovens, o que acontece nessas idades que levam as pessoas a tirarem a própria vida?”; Estudante 35: “Por que as pessoas de determinado sexo, idade, raça e classe tentam suicídio?”; Estudante 39: “Quais serviços de saúde os familiares devem procurar em momentos de crises?”. Os questionamentos foram respondidos e debatidos ao vivo para os estudantes, durante a uma hora de programa, levantando possibilidades de discursões sobre o tema. Assim, os estudantes de psicologia multiplicam seus saberes e o desenvolvimento do cuidado de si para os envolvidos nessas práticas. Considerações finais: A vivência dos estudantes de psicologia com o uso das tecnologias digitais da informação e comunicação como facilitadora do processo de ensino-aprendizagem, através da internet Rádio AJIR, no Programa Enfermagem Digital, apresentou resultados positivos, pois a troca de experiências entre profissionais de enfermagem com a explanação de uma especialista no assunto, junto aos discentes, motivou os alunos ao aprofundamento das questões envolvidas na assistência aos envolvidos com o suicídio, de forma técnica ética e compromissada com a sociedade, levando-os futuramente a serem profissionais capacitados para identificar os sintomas e intervir no processo antecipadamente. O canal digital tornou-se um meio para esclarecer dúvidas existentes pelos estudantes, que não são esclarecidas dentro de sala de aula, sendo um ambiente de troca mútua, proporcionando um espaço que desenvolve o pensamento crítico e reflexivo, potencializando a formação dos discentes de psicologia sobre risco de suicídio em usuários de Drogas através de uma internet Rádio.

8286 INCENTIVO A ALIMENTAÇÃO INFANTIL SAUDÁVEL: UMA PROPOSTA EXTENSIONISTA
Thainá Miranda Godoy, Thaina do Nascimento de Barcelos, Suelen Alves Simão, Fernanda da Motta Afonso, Maria Elisa Barros, Haydée Serrão Lanzillotti, Claudia Machado Paz da Silva, Valeria Gomes Alves Rodrigues

INCENTIVO A ALIMENTAÇÃO INFANTIL SAUDÁVEL: UMA PROPOSTA EXTENSIONISTA

Autores: Thainá Miranda Godoy, Thaina do Nascimento de Barcelos, Suelen Alves Simão, Fernanda da Motta Afonso, Maria Elisa Barros, Haydée Serrão Lanzillotti, Claudia Machado Paz da Silva, Valeria Gomes Alves Rodrigues

Apresentação: A amamentação tem papel fundamental para o desenvolvimento cognitivo e físico do bebê além de estreitar a relação da dupla mãe e filho. O aleitamento materno deve ser mantido exclusivamente até o sexto mês de vida da criança, quando então, é iniciada a introdução a alimentação complementar, segundo recomendação da Organização Mundial de Saúde. De acordo com o Plano Municipal de Saúde do Município do Rio de Janeiro, uma das principais metas é a diminuição da mortalidade infantil. Em nível local, as ações de incentivo ao aleitamento materno e assistência ao pré-natal, parto e puerpério de qualidade são fundamentais para atingir essas metas, tanto na maternidade quanto no atendimento nas unidades básicas de saúde (UBS). Tendo em vista essa temática, em 2016 foi concebido o projeto de extensão “Alimentação Infantil: Do peito à comida caseira”, proposta de parceria do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (INU/UERJ) e a Coordenadoria de Atenção Primária (CAP 3.2) que abrange uma parte da zona norte do município do Rio de Janeiro e Hospital Maternidade Carmela Dutra (HMCD). Esse projeto tem o objetivo de incentivar a alimentação infantil saudável no binômio Hospital Amigo da Criança e UBS sob duas vertentes: o incentivo ao aleitamento materno e a introdução da alimentação complementar adequada para crianças menores de dois anos de idade. O projeto consiste em envolver alunos de Nutrição, bolsistas e voluntários do projeto, em participar de eventos, encontros e apresentações na área de aleitamento materno, estimulando um processo de Educação continuada para a sua formação. Para isso auxiliam em divulgar e estimular a doação de leite humano através da captação de potes de vidro com tampa plástica no HMCD, Universidade e UBS; realizar oficinas junto aos profissionais das equipes de Estratégia Saúde da Família das UBS sobre manejo da amamentação, aspectos nutricionais, ordenha e doação de leite humano eApresentação: da Alimentação complementar saudável, através de rodas de conversa e dinâmicas utilizando como suporte materiais didáticos (mama de crochê, boneca e álbum seriado). A realização dessas oficinas têm sido de grande importância para o desenvolvimento das alunas, favorecendo e estimulando a formação, criatividade, oratória e relacionamento interpessoal como também contribuem para troca de conhecimento e experiências entre os profissionais e as mesmas. Além disso, o projeto possibilitou às alunas mostrarem e compartilharem com a comunidade externa o trabalho realizado através da 28a e 29a UERJ SEM MUROS, sendo vivências bastantes marcantes. O projeto vem ao encontro das políticas públicas de redução da mortalidade infantil, redução da anemia ferropriva, hipovitaminose A, desnutrição, diabetes, hipertensão, hipercolesterolemias e do sobrepeso/obesidade no público infantil, favorecendo a integração entre os equipamentos em nível local. Acredita-se que as estratégias extensionistas contribuem muito na formação dos profissionais da área da saúde, além de favorecer a formação dos alunos de graduação que participam no projeto.

9229 EXPERIÊNCIA PRÁTICA DA LIGA ACADÊMICA DE SAÚDE MENTAL: O TRABALHO INTERDISCIPLINAR NO ACOLHIMENTO
Carolina Serrati Moreno, Raiane Silva Sousa

EXPERIÊNCIA PRÁTICA DA LIGA ACADÊMICA DE SAÚDE MENTAL: O TRABALHO INTERDISCIPLINAR NO ACOLHIMENTO

Autores: Carolina Serrati Moreno, Raiane Silva Sousa

Apresentação: Para proporcionar uma experiência profissional prática aos estudantes, a Liga Acadêmica de Saúde Mental (LASM) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) possibilita a colaboração da realização de acolhimentos na Unidade Saúde-Escola (USE) da UFSCar. A USE é uma unidade acadêmica multidisciplinar de média complexidade, que tem como objetivo formar os estudantes por meio da assistência interprofissional, atendendo a comunidade de São Carlos e região, articulada com a rede de saúde. O acolhimento no serviço é realizado de forma multidisciplinar, assim como as outras áreas da unidade. O acolhimento nos serviços vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS) são preconizados pela Política Nacional de Humanização (PNH). Trata-se uma atividade que compõe a entrada do usuário do SUS ao serviço em que ele se dirige. Nesse momento, algumas perguntas são feitas para que se tenha a compreensão integral da situação do usuário, indo além da queixa apresentada. O acolhimento, segundo as definições, não se trata da aplicação de questionários ou protocolos, na verdade, diz respeito a uma escuta qualificada, para que haja uma construção da confiança e assim, vinculação, do usuário com o profissional e o serviço. Desenvolvimento: Neste trabalho pretendemos compartilhar a experiência da interação ensino/serviço/comunidade sob a ótica de graduandos inseridos no eixo de acolhimento em uma Unidade Saúde-Escola. O acolhimento na USE-UFSCar é realizado por profissionais com formação nas áreas de Enfermagem, Psicologia e Serviço Social. Esses profissionais organizaram por conta própria o serviço de acolhimento a partir da PNH por entenderem a importância da humanização do cuidado desde o início do contato dos usuários com a unidade. Os alunos da LASM que demonstraram interesse e disponibilidade, realizaram as atividades no acolhimento, que foram organizadas de forma que cada um pudesse estar presente uma vez por semana, no período da manhã, durante um mês. Desta forma, acompanhavam os profissionais realizando as atividades de acolhimento, que consistiam inicialmente no próprio acolhimento dos usuários da rede, encaminhados por unidades de saúde para um atendimento especializado. Os estudantes também auxiliaram no levantamento de dados da unidade, para entender sobre os usuários que passaram pelo acolhimento no ano de 2019 e se esses receberam os atendimentos na USE. Resultado: Durante o período que os estudantes acompanharam as atividades no acolhimento, as mesmas não se restringiam ao campo da saúde mental, por se tratar de uma unidade geral. Mesmo assim, notou-se a importância da visão da saúde mental e principalmente da humanização, pelos usuários se tratarem de pessoas com necessidades individuais, sendo importante uma recepção única para cada, com foco não apenas nos pontos ligados às afecções físicas que os levou até a unidade, mas também em outros apoios que os mesmos poderiam receber dos profissionais. Considerações finais: Deve-se manter a compreensão de que o processo formativo extrapola às salas de aulas, e em campo se consolida. Por meio do compartilhamento de experiência com profissionais e estudantes de áreas diversas, concluímos o período na USE entendendo que para a efetivação da PNH, a interprofissionalidade é indispensável.

7380 JOGO SÉRIO SOBRE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE: DA ELABORAÇÃO À AVALIAÇÃO
Fabiane Elizabetha de Moraes Ribeiro, Cleidilene Ramos Magalhães, Júlia Campos Galmperim

JOGO SÉRIO SOBRE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE: DA ELABORAÇÃO À AVALIAÇÃO

Autores: Fabiane Elizabetha de Moraes Ribeiro, Cleidilene Ramos Magalhães, Júlia Campos Galmperim

Apresentação: O cenário da saúde no Brasil é complexo e encontra-se em constante transformação. Nesse sentido é importante que a formação dos profissionais que nele atuam esteja alinhada com as mudanças e diferentes arranjos organizativos do Sistema Único de Saúde (SUS). É estratégico considerar os avanços tecnológicos das últimas décadas como aliados nos processos formativos, quando pensamos em novas metodologias de ensino-aprendizagem. Este trabalho apresenta o produto de um mestrado em Ensino na Saúde, descrevendo as etapas de elaboração de um jogo sério digital sobre Redes de Atenção à Saúde (RAS) - Jogo RedeSUS - para ser utilizado como ferramenta na formação e/ou qualificação dos profissionais de saúde. Foi realizada uma pesquisa descritiva, de método misto com estratégia de triangulação concomitante. O jogo foi desenvolvido em duas etapas distintas: apropriação teórica, criação e validação do conteúdo do jogo por especialistas (Fase 1); e elaboração do jogo, aplicação e avaliação da experiência de jogar por profissionais atuantes nos diversos níveis de atenção à saúde (Fase 2). Ao todo participaram quatro especialistas (4) na primeira fase e dezenove (19) profissionais de saúde (mestrandos) na segunda. O jogo apresentou conteúdo consistente, atual e potente para trabalhar aspectos organizativos, de referência e contra-referência, entre outros assuntos que dialogam com a temática de redes de atenção à saúde. O recurso pedagógico elaborado foi avaliado de maneira positiva quanto a jogabilidade, principalmente no que diz respeito à melhoria do conhecimento, feedback e clareza dos objetivos do jogo. Estão previstos aprimoramentos na versão do jogo para PC e lançamento de versão móbile, facilitando a divulgação e usabilidade do produto como material educativo. Acredita-se que o Jogo RedeSUS possa ser utilizado como ferramenta no contexto da educação permanente e/ou para qualificação da atuação profissional no e para o SUS. 

7563 TECENDO REDES DE EDUCAÇÃO CONSTRUTIVISTA EM DEONTOLOGIA FARMACÊUTICA: FORMAÇÃO E DISPOSITIVOS ATIVOS NA PRÁTICA DE ENSINAR
Mússio Pirajá Mattos, Hudson Manoel Nogueira Campos, Elmo José dos Santos, Bruna de Figueredo Queiroz, Raisa da Silva Barreto Cunha, Daiene Rosa Gomes

TECENDO REDES DE EDUCAÇÃO CONSTRUTIVISTA EM DEONTOLOGIA FARMACÊUTICA: FORMAÇÃO E DISPOSITIVOS ATIVOS NA PRÁTICA DE ENSINAR

Autores: Mússio Pirajá Mattos, Hudson Manoel Nogueira Campos, Elmo José dos Santos, Bruna de Figueredo Queiroz, Raisa da Silva Barreto Cunha, Daiene Rosa Gomes

Apresentação: A formação construtivista propõe que o conhecimento é construído de forma natural por cada educando onde ele próprio constrói sua aprendizagem, sendo assim o professor facilita esse processo. Nessa direção, as metodologias ativas apoiadas em abordagens construtivistas de educação são importantes ferramentas que permitem tecer redes de formação individual e coletiva. A metodologia ativa problematizadora fundamenta-se no referencial teórico de Paulo Freire, cuja concepção é baseada em uma educação libertadora, dialógica, reflexiva, conscientizadora, transformadora e crítica. Nesse contexto, na metodologia da problematização, destacam-se a confecção de portfólios críticos-reflexivos construído pelos educandos a partir de suas vivências em facilitação com o educador. Nessa perspectiva, a utilização dos blogs como o webfólio, representa uma grande estratégia na ampliação das informações no mundo atual, e de maneira geral, esse instrumento facilita no contato com o ambiente virtual, tendo em vista que, atualmente, apresenta um maior público de leitores e por isso a propagação do conhecimento nesse meio torna-se mais acessível pelas pessoas, ampliando a rede de (in)formação. Dessa forma, foi assumido o webfólio como um importante dispositivo de reorientação da formação e de uma necessidade pessoal de propor mudanças educativas na aprendizagem dos educandos do curso de Farmácia em Deontologia e Introdução à Farmácia. Assim, esse artigo refere-se ao relato de experiência, tendo como objetivo relatar a vivência do uso de metodologias ativas de ensino-aprendizagem e do webfólio como ferramentas de formação construtivista em saúde, visando contribuir com um dispositivo educativo em redes para o ensino da Deontologia Farmacêutica. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência entre educador e educandos do curso de farmácia de uma Universidade pública no oeste da Bahia no período de março a junho de 2018 e 2019. Sendo assim, serão explanadas as principais iniciativas que compuseram a construção desse ambiente de aprendizagem: internetfólios: Construindo a aprendizagem através do ambiente virtual - A elaboração do internetfólio seguiu um plano em que o educando, virtualmente, reflete e explica como é construída sua aprendizagem, vencendo as barreiras da sala de aula. Dessa forma, foi elaborado um plano de trabalho onde foram destacados os marcos regulatórios sanitários e profissionais discutidos em sala a partir do uso de metodologias ativas de ensino-aprendizagem; Acolhimento: O Colar Diversidade – Nesse processo, decidiu-se iniciar o diálogo com os educandos, a partir do processo de acolhimento a fim de que houvesse uma aproximação e consequentemente a criação de um vínculo, sendo um aspecto extremamente importante para pactuação do processo educacional. Nessa perspectiva, os educados deveriam escrever em tarjetas coloridas: nome, cidade natal, passatempo e uma área que gostaria de atuar na profissão farmacêutica e, em seguida, houve a exposição dessas informações em forma de um “colar”. Posteriormente, os educandos deveriam se movimentar em sala de aula, ao som de uma música, em busca de formar grupos com características diferentes; Deontocinéfilos: Viagem educacional e a formação construtivista - Os educandos chamados carinhosamente de Deontocinéfilos, foram sensibilizados, inicialmente, com a viagem educacional (VE), realizada em grande grupo, com a exposição do filme Amor & outras drogas (2011), onde a sinopse gira em torno de um representante comercial que tem a função de abordar médicos e convencê-los a prescrever os produtos da empresa para os pacientes; Compartilhamento dos significados percebidos: Quero olhar pelo seu olhar - Para haver o compartilhamento dos significados percebidos, eles foram convidados a jogar as bexigas para o alto, onde conquistaram outra bexiga, sendo desafiados a associar as suas percepções com o olhar do outro. Ou seja, olhar com o olhar do seu colega e com o seu próprio; Plenária Ética Simulada: Construindo a ética profissional farmacêutica - os educandos foram desafiados a construir a Plenária Ética Simulada (PES) e utilizar personagens com a dramatização necessária para atingir os objetivos propostos. Para trabalhar o desenvolvimento de equipes, optou-se por utilizar a técnica do psicodrama; Uso de mapas conceituais como dispositivo de aprendizagem - Com objetivo de estimular os educandos a aprender e a pensar de uma maneira mais plena, interligando o pensamento analítico e racional ao imaginativo e holístico, estimulando a criatividade e tomada de decisão foi utilizado mapas conceituais. Resultado: O ensino tradicional, que ao mesmo tempo forma e deforma, tem norteado há tempos os processos educativos dos profissionais de saúde. O que se observa é que o ensino “bancário” referido por Freire tenta convencer de que a realidade é reta e imutável e não passível de transformação, por isso tem, no treinamento, a saída para sobreviver a essa realidade e, no conformismo, o meio de adaptação. Além disso, destaca-se a liberdade na construção do webfólio no registro das imagens, reflexões e interações no ambiente virtual. Dessa forma, essa prática permitiu maior clareza e absorção dos conteúdos teóricos, pois, a proximidade educador-educandos contribuiu para o reconhecimento das fragilidades e potencialidades nesse processo. Assim, o webfólio “Alma do Farmacêutico” foi construído de forma que o leitor não encontrasse só textos, mas sim imagens que complementavam os conteúdos abordados em sala de aula. Ainda mais, houve a adição de links que direcionavam os internautas/público/participantes para os decretos, resoluções, leis e tirinhas que foram utilizadas. A VE permitiu atribuir alguns significados referentes à imoralidade e desonestidade, quando algumas indicações de medicamentos não eram comprovadas. A partir da construção desse conhecimento em consonância com o webfólio e de mãos dadas com Rubem Alves, a palavra surge novamente com seu poder mágico, onde é determinante para a metamorfose do corpo e mente, corroborando para a formação da nossa educação. A PES contribuiu para o desenvolvimento de equipes onde precisaram unir esforços para realizar o trabalho em comum e resolver conflitos. Ou seja, foi gerado um espaço de estímulo ao desenvolvimento e ao crescimento profissional e pessoal. Assim, através do psicodrama as equipes apresentaram a situação-problema com a dramatização necessária a partir de um processo ético disciplinar. É importante que nesse caminho de desafios por uma formação construtivista o facilitador desempenhe a tarefa da educação de ensinar a ver. Os saberes ensinam e os sabores que despertam, ainda assim, não é obrigatório que os educandos gostem do que veem. Mas é importante que seus horizontes se alarguem. Diante disso, identificamos, em sala de aula, a partir da construção do mural de competências pelos dos educandos, as potencialidades em que as ferramentas educacionais trouxeram em consonância com o uso do webfólio no desenvolvimento de uma rede de formação construtivista em deontologia farmacêutica. As competências adquiridas foram: liderança, interdisciplinaridade, planejamento, tomada de decisões, resolução de problemas, criticidade, reflexão, proatividade, utilização de tecnologias, humanização, apropriação de conhecimento, trabalho em equipe, criatividade, responsabilidade, uso de ambiente virtual inclusão digital, comunicação interativa, expressividade, empatia, olhar ampliado, interação audiovisual, dinamicidade, ética profissional, formação profissional, autoconhecimento, autogestão, autoavaliação, compromisso e motivação. Considerações finais: Ao tecer redes de educação construtivista para desenvolvimento do conhecimento em acordo com uma formação libertadora, a autonomia ganhou espaço em uma disciplina que poderia ser regida na perspectiva de marcos regulatórios endurecidos. Diante disso, a utilização de metodologias ativas e do webfólio como ferramenta educacional que possibilitou acompanhar a construção dos saberes, representou um método com grande potencial do desenvolvimento da aprendizagem.

8146 O COTIDIANO DO ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Raphael Gabriel Costa do Nascimento, Andréa de Sant’Ana Oliveira, Karine Melo Lucas, Kainan Carlos Machado Silva, Carolina de Souza Silva, Renato Matos da Silva, Carlos Freitas Lisboa, Maria Manuela Vila Nova Cardoso Correio

O COTIDIANO DO ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Raphael Gabriel Costa do Nascimento, Andréa de Sant’Ana Oliveira, Karine Melo Lucas, Kainan Carlos Machado Silva, Carolina de Souza Silva, Renato Matos da Silva, Carlos Freitas Lisboa, Maria Manuela Vila Nova Cardoso Correio

Apresentação: O ingresso no Curso de Graduação em Enfermagem no contexto universitário representa, na maioria das vezes, a primeira tentativa importante de implementar um senso de identidade por meio da escolha da profissão, proporcionando aos estudantes novos espaços, novas demandas e novas responsabilidades. Muitos estudantes de enfermagem deixam seus grupos de amizade de origem na saída do ensino médio, muitos outros obrigam-se a deixar os ambientes familiares para uma moradia de maior proximidade com a instituição de ensino superior e a maioria necessita de apoio financeiro permanente para garantir os gastos com a alimentação, com transporte, que viabilize o deslocamento para diferentes cenários de prática e unidades de ensino onde ocorrem os conteúdos teóricos e os laboratórios de aprendizagem, com roupas de estágio, jaleco e materiais para o desenvolvimento da prática de enfermagem, além de gastos com material escolar, livros, dentre outras necessidades. Neste sentido, ingressar no contexto universitário poderá desencadear potenciais repercussões no desenvolvimento psicológico dos estudantes, pois, além dos problemas de cunho pessoal e social, passam a enfrentar pressões próprias do contexto acadêmico. Face ao exposto, o objetivo deste estudo é relatar a experiência de estudantes de graduação em enfermagem acerca do cotidiano acadêmico. Desenvolvimento: Estudo descritivo, tipo relato de experiência, elaborado a partir das vivências de seis estudantes que integram o Comitê Estudantil da Associação Brasileira de Enfermagem, Seção Rio de Janeiro (ABEn-RJ), que cursam a graduação em enfermagem em instituições de ensino públicas e privadas do Estado do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados durante duas reuniões do Comitê Estudantil e Diretoria da ABEn-RJ, realizadas na sede da entidade em dezembro de 2019 e mediadas por uma enfermeira associada e uma enfermeira docente membro da Diretoria da ABEn-RJ. Os dados foram coletados por meio de Rodas de Conversa, onde se dava a ativação da discussão pelas mediadoras, sendo utilizada a Metodologia da Problematização de Neusi Aparecida Navas Berbel. Os dados foram gravados em mídia MP-4 e posteriormente transcritos, organizados, analisados e discutidos. Resultado: Os participantes relatam que as experiências de estudantes graduação em enfermagem de instituições de ensino públicas são diferentes das experiências de estudantes de instituições privadas. Registram que muitas vezes a felicidade de conquistar o ingresso à Universidade é acompanhada por anseio de boas oportunidades e pelo medo de enfrentamento do desconhecido e dos desafios do cotidiano acadêmico. Estudantes que reduziram o convívio familiar e social, muitas vezes em razão da distância, têm mais dificuldades no processo de formação e podem vivenciar mais facilmente o estresse e estão mais susceptíveis a vir a sofrer de transtornos psicológicos. Em instituições de ensino públicas, desde o primeiro período de graduação em enfermagem se apresentam ao estudante diferentes possibilidades, tais como: Projetos de Extensão, Monitorias, Grupos de Pesquisa, Iniciação Científica, Estágios Extra Curriculares, dentre outros. Esta não é a realidade de estudantes de graduação em enfermagem de instituições de ensino privadas, onde os estudantes registram pouco investimento dos docentes e estímulo à prática da extensão e da pesquisa científica. À medida em que os estudantes avançam da condição de calouros para veteranos, as responsabilidades aumentam, pois as demandas acadêmicas passam a exigir mais dedicação, havendo concomitantemente uma constante preocupação com a aquisição de competências cognitivas, psicomotoras e psicoafetivas, no desenvolvimento de aulas práticas, nas práticas em diferentes cenários do Sistema Único de Saúde e nos estágios curriculares. Por outro lado, a aproximação da colação de grau e o ingresso no mercado de trabalho também gera preocupação. Os estudantes registraram que o estudante de graduação em enfermagem de instituições privadas de ensino, ainda enfrenta a redução de atividades de ensino prático, muitas das quais só vivenciadas nos dois últimos períodos de graduação, no desenvolvimento do estágio curricular, o que causa ansiedade, frustração e medo do despreparo para a vida futura profissional. Acerca da carga horária dos cursos, os estudantes de enfermagem registram que em muitos cursos a carga-horária é integral e extensa, exigindo um tempo de permanência maior dos estudantes no cenário universitário, o que muitas vezes interfere no desenvolvimento de atividades da vida diária, tais como alimentação, higiene, atividade física, sono, repouso, dentre outras. Da mesma forma, a necessidade de desenvolver várias disciplinas por período letivo e conciliar as demandas de muitos trabalhos acadêmicos, artigos, pesquisas e leituras preocupam os estudantes de graduação em enfermagem no que se refere ao bom desempenho acadêmico. Na perspectiva dos estudantes de graduação em enfermagem, o enfrentamento de tais situações pode desencadear uma demanda de desconfortos, adaptações e complicações que refletem diretamente na qualidade de suas vidas e na sua própria saúde. Os estudantes refletem que, ainda que o processo de formação do estudante de graduação em enfermagem seja influenciado pelos preceitos da prática da humanização, os docentes e preceptores do curso dão ênfase à dimensão cognitiva e psicomotora, em detrimento quase que total das dimensões emocional e social. Por fim, os estudantes relatam que o espaço acadêmico proporciona novas formas no modo de viver, de pensar, de refletir e de agir, proporcionando-lhes momentos também de satisfação, fortalecimento e maturidade no enfrentamento de novas responsabilidades e reconhecem a importância do curso de graduação em enfermagem em despertar do senso crítico e favorecer a ampliação os olhares sobre a saúde das populações em diferentes contextos e o entendimento da enfermagem como prática social. Considerações finais: Entende-se que as experiências de inserção e vivência no mundo acadêmico gera mudanças significativas no cotidiano dos estudantes de enfermagem, permeadas por diferentes expectativas, objetivos e preocupações, desencadeadas pelo enfrentamento de uma nova realidade com inúmeras demandas, que lhes exigirá novas posturas e mudanças de comportamento. Ainda que todos os participantes desenvolvam o curso de graduação em enfermagem, constata-se que entre instituições de ensino públicas e privadas não há equidade no desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão, tendo os estudantes de cursos de instituições de ensino público mais oportunidades que aqueles que cursam a graduação em enfermagem em instituições de ensino privadas. Há ainda necessidade de valorizar os pensamentos e sentimentos dos estudantes de graduação em enfermagem, pois estes necessitam de cuidado para que possam, efetivamente, cuidar de outros. Além disso, destaca-se um investimento dos cursos de graduação em enfermagem em estimular os estudantes a expressarem as dificuldades enfrentadas no processo de formação e realizar intervenções necessárias para favorecer o processo de formação.

8529 ANÁLISE DA INSERÇÃO E TRAJETÓRIA PROFISSIONAL DE EGRESSOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO EM SISTEMAS E SERVIÇOS DE SAÚDE DA UNIVERSADADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL
Frederico Fonini Faviero Fonini Faviero, Rosane Machado Rollo, Carla Garcia Bottega

ANÁLISE DA INSERÇÃO E TRAJETÓRIA PROFISSIONAL DE EGRESSOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO EM SISTEMAS E SERVIÇOS DE SAÚDE DA UNIVERSADADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL

Autores: Frederico Fonini Faviero Fonini Faviero, Rosane Machado Rollo, Carla Garcia Bottega

Apresentação: As escolhas profissionais ocorrem por diversos motivos, sejam referentes à remuneração financeira, dificuldade de inserção devido à falta de oferta, vocação ou até mesmo por não desejarem trabalhar na área, nesse sentido muitas pessoas exercem profissões que não condizem com o planejado ou sua formação acadêmica. Ainda, deve-se levar em conta que grande parte da sociedade, ao escolher o curso que deseja, não busca um conhecimento aprofundado acerca das possíveis dificuldades profissionais que poderá enfrentar. Com o subfinanciamento e as dificuldades na gestão enfrentados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) percebe-se como fundamental para a sobrevivência do SUS a qualificação dos profissionais inseridos nessa área. O SUS surgiu em um contexto de mobilização popular, uma luta não apenas por uma política específica, mas pela busca dos direitos e da democracia. Apesar da conquista legal, através da Constituição Cidadã de 1988, e dos grandes avanços em relação ao acesso à saúde pública, o SUS continua enfrentando muitos obstáculos. Dessa forma, verificamos como fundamental para a atenção do sistema, bem como para dar seguimento aos princípios do SUS, a qualificação e profissionalização dos gestores em saúde. Assim, esse estudo teve como principal objetivo fazer uma análise da inserção e trajetória profissional dos alunos que concluíram a graduação em Administração em Sistemas e Serviços de Saúde, da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), desde a criação do curso em 2002 até o primeiro semestre de 2019. Ainda, verificou-se onde estão trabalhando, quais suas experiências profissionais, como foram feitas as escolhas, quais as perspectivas e os principais desafios enfrentados. Para tanto, a pesquisa utilizou-se da coleta de dados primários, através de um questionário enviado aos e-mails de todos egressos, onde foi constatada a situação profissional, a percepção sobre a formação acadêmica e sobre o seu desempenho e dedicação ao longo do curso. O Projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da UERGS e, para fazer parte da pesquisa, todos os participantes precisaram aceitar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva no software Excel. Dos 191 concluintes, conseguiu-se enviar o formulário de pesquisa efetivamente para 93 (devido a retorno de e-mail ou endereço não encontrado), destes, 32 foram os respondentes. Estes tinham em sua maioria entre 27 e 29 anos e 65,6% eram do sexo feminino. A maior parcela (31,2%) dos egressos iniciou o curso entre os anos de 2009 e 2010, bem como concluíram sua formação no segundo semestre do ano de 2014 (15,6%). Constatou-se que dos egressos participantes, 90,6% estão inseridos no mercado de trabalho, sendo que 43,8% atuam na área de formação. Verificando como foram feitas as escolhas profissionais, percebemos que 21,9% encontraram oportunidade melhor em outra área e para 18,8% o mercado de trabalho está saturado, procurando, assim oportunidade de trabalho em outras áreas. Ainda, 15,6% dos egressos não estão atuando na área de formação por motivos particulares. Buscando entender onde estão inseridos profissionalmente os egressos analisados, foi realizado um levantamento do tipo de organização que trabalham atualmente. Descobriu-se que 15 atuam em empresas públicas, oito em empresas privadas, três tem empresa própria registrada e dois são autônomos. Analisando a compreensão dos egressos, observamos que 21 pessoas consideram boa ou ótima a perspectiva profissional nessa área de formação, seis consideraram razoável e apenas quatro classificaram como ruim. De acordo com os dados obtidos no segundo trimestre de 2019, através do PNAD Contínua, realizada pelo IBGE, a taxa de desocupação no Brasil caiu 0,7% referente ao primeiro trimestre (12,7%), mantendo-se ainda 2,6% acima da taxa de desocupação do egresso de Administração em Saúde, da UERGS. Verifica-se também que, se comparado à taxa nacional de desocupação de pessoas com nível superior, os alunos que concluíram o curso têm 3,3% mais dificuldade de se inserir no mercado de trabalho. Esse indicador é ainda mais alarmante se comparado a taxa regional de 3,7% de desocupação de pessoas com nível superior, ficando 2,5 vezes maior a dificuldade de inserção profissional dos que concluíram o curso observado. Cabe ressaltar aqui, que ao concluir a graduação o egresso muitas vezes opta por não se inserir no mercado de trabalho, buscando muitas vezes realizar atividades que não pôde fazer ao longo do curso como viagens, intercâmbio ou até mesmo seguir a trajetória acadêmica e permanecer apenas estudando. A formação acadêmica empreendida pelos egressos do curso constitui um fator determinante na empregabilidade, atribuindo maior conhecimento teórico da área e potencializando o desenvolvimento pessoal. Pode-se observar o quanto as pessoas estavam preparadas, ao finalizar o curso, para ingressar no mercado de trabalho. Ainda é possível verificar a quantidade de egressos que seguiram estudando e adquirindo mais conhecimento, bem como a formação alcançada até o momento da pesquisa. Dentre os principais desafios enfrentados pelos egressos, observamos nas respostas abertas que a falta de experiência é um dos fatores que influenciam bastante na hora de conseguir um emprego. O presente estudo mostra-se essencial para compreender a efetividade do curso. Nesse sentido, para analisar o processo de inserção profissional, que abrange toda a trajetória percorrida pelo egresso, foi fundamental observar os aspectos acadêmicos e de mercado que influenciam diretamente na conquista deste objetivo. Os egressos analisados concluíram a graduação em diferentes períodos do curso e para verificar se a formação acadêmica contribuiu para a inserção profissional é necessário observar o ano de conclusão, já que a universidade passou por diferentes mudanças político pedagógicas ao longo do tempo e este fator refletiu extremamente na forma que os egressos percebiam o curso. Conforme as melhorias e quantidade de docentes qualificados foram sendo incrementados ao curso, as percepções sobre a formação acadêmica e o nível de aprendizado foi melhorando. Atualmente, de acordo com os resultados do último ENADE (2018), os egressos do curso de Administração em Sistemas e Serviços de Saúde estão saindo qualificados para inserir-se no mercado de trabalho. Este estudo buscou proporcionar retorno social através de melhorias no currículo do curso e trazer benefícios para os atuais alunos e alunas, bem como para o corpo docente, para a discussão do Projeto Político Pedagógico, a partir da discussão dos resultados. Ainda, leva-se em consideração a escassez de trabalhos publicados que discutam a temática abordada, especificamente no que diz respeito à área de administração em sistemas de saúde, portanto a produção de conhecimento a partir dos elementos e informações originadas desta pesquisa se fazem de grande valia para orientação e o delineamento de propostas que implementem progressos no currículo do curso analisado.  

8535 EQUIDADE EM ODONTOLOGIA - CONCEITO FUNDAMENTAL PARA A FORMAÇÃO DE UM PROFISSIONAL GENERALISTA
Marcus Cristian Muniz Conde, Luiza Dietrich Loch, Thayná Cardoso Hieger, Andreas Rucks Varvaki Rados, Luiz Alexandre Chisini, Maurício Fernando Nunes Teixeira

EQUIDADE EM ODONTOLOGIA - CONCEITO FUNDAMENTAL PARA A FORMAÇÃO DE UM PROFISSIONAL GENERALISTA

Autores: Marcus Cristian Muniz Conde, Luiza Dietrich Loch, Thayná Cardoso Hieger, Andreas Rucks Varvaki Rados, Luiz Alexandre Chisini, Maurício Fernando Nunes Teixeira

Apresentação: No Sistema Único de Saúde (SUS) o conceito da equidade se evidencia no atendimento aos indivíduos de acordo com suas necessidades, oferecendo mais a quem precisa e menos a quem requer menos cuidados. Na odontologia, as iniquidades em saúde interferem em grande escala na condição bucal da população, regiões com menor saneamento básico apresentam mais problemas e doenças bucais, como cáries, doenças periodontais etc. O objetivo deste trabalho é descrever a realização de um experimento pedagógico, com estudantes do curso de Odontologia da Universidade do Vale do Taquari – Univates, que buscou discutir o racismo visando a conscientização sobre a iniquidade racial gerada durante o tratamento odontológico. Desenvolvimento: A atividade iniciou com uma breve reflexão acerca de preconceitos existentes quando os estudantes descreveram se acreditavam ter preconceitos. Após, foram divididos em dois grupos sendo convidados a indicarem um tratamento para um caso clínico. A única diferença entre os casos era a cor da pele do usuário: Caso A, cor de pele preta; caso B branca. Os estudantes podiam escolher qualquer opção de tratamento. Desta maneira, foram questionados sobre qual a seria a sua decisão de tratamento de um dente com ampla destruição coronária por cárie e de uma restauração de amálgama com sobrecontorno. Resultado: Com relação à restauração de amálgama, os estudantes escolheram opções mais conservadoras para o usuário branco. Para o usuário preto, 54,5% indicaram substituição por resina, seguido de acabamento (36,4%); enquanto isso, para o usuário branco acabamento e polimento foi o tratamento mais indicado (75%). A porcentagem de estudantes que escolheu “nenhum tratamento” foi baixa e semelhante para os dois usuários. Posteriormente, refletiram sobre o que tinham anotado no papel e contrastar com os resultados apresentados. Considerações: Os resultados ratificam a importância de discussões sobre discriminação racial dentro dos cursos de odontologia. A metodologia apresentada pode ser uma importante ferramenta para problematização visando a minimização dos preconceitos existentes na sociedade brasileira.

7580 DESAFIOS E DIFICULDADES ENFRENTADAS NO CURSO DE ENFERMAGEM EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA FEDERAL LOCALIZADA NO INTERIOR DO AMAZONAS
Amanda da Silva Melo, Deyvylan Araújo Reis, Andreina Maciel de Sena dos Santos, Cliviane Farias Cordeiro

DESAFIOS E DIFICULDADES ENFRENTADAS NO CURSO DE ENFERMAGEM EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA FEDERAL LOCALIZADA NO INTERIOR DO AMAZONAS

Autores: Amanda da Silva Melo, Deyvylan Araújo Reis, Andreina Maciel de Sena dos Santos, Cliviane Farias Cordeiro

Apresentação: Nas últimas décadas houve um crescente número de universidades e ingressantes, salto esse não significa e nem assegura qualidade de ensino, nem que os números de alunos matriculados sairão formados, tornando-se questionável que tipo de profissional será oferecido para a sociedade. Esta investigação tem como objetivo: Descrever os desafios e dificuldades enfrentadas no curso de enfermagem ofertado em uma Universidade Federal no interior do Amazonas. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, vivenciado por acadêmicos de enfermagem do 6ª período do Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). O Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB) da UFAM está presente no município de Coari desde o ano de 2005 e é o resultado do Programa de Expansão do Ensino Superior, promovido pelo Governo Federal, abrangendo sete cursos de graduação, dentre eles o curso de bacharel em Enfermagem, que teve o início em 19 de setembro de 2006, desde então já foram formadas nove turmas, e todas apresentaram em algum momento da graduação as dificuldades e os desafios. Resultado: Esta pesquisa foi organizada em três tópicos com finalidade de relata a experiência vivência, a saber: 1. Dificuldades e os desafios quanto ao número de docentes efetivos no curso: a deficiência é notória quanto ao quadro de professores da área especifica, para o desenvolvimento do ensino, pesquisa, extensão e administrativo, sendo diferente em comparação as outras instituições de ensino superior; 2. Dificuldades e desafios em relação ao acervo bibliográfico: apresenta poucos acervo bibliotecário e com um espaço físico limitado para o acesso de todos alunos que dependem do setor; 3. Dificuldade e desafios com relação a internet e laboratório:  o acesso à internet é um das grandes impasses, dificultando a realização de pesquisas e outras atividades acadêmicas, afetando alunos, professores e os técnicos administrativos. Com relação aos laboratórios de Enfermagem, os mesmos enfrentam deficiência principalmente quanto aos materiais para realização do ensino laboratorial em algumas atividades exigidas da disciplina que requerem aulas práticas. O principal desafio é relacionar o aprendizado teórico com a realidade encontrada nos setores de trabalho, uma vez que as práticas extracurriculares são inseridas somente ao iniciar os estágios no quarto período. Considerações finais: A somatória das dificuldades e os desafios descritas pode ocasionar ao aluno ansiedade, insegurança, interferindo na postura e o aprendizado, e podendo gerar evasão do curso. Essas dificuldades geram dois tipos de alunos, os que aceitam, e os que lutam para modificar a realidade e buscam uma melhoria na qualidade de ensino. Contudo, apesar de todas as dificuldades enfrentadas no referido instituto, os servidores ainda lutam por uma educação melhor. Logo, torna-se evidente e urgente a melhoria na qualidade e uma maior valorização do ensino nas universidades interioranas.

6813 A IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO DOMICILIAR EM UMA COMUNIDADE DE VITÓRIA – ES
Rafaela Guio Suzana, Alaércia de Melo Recla

A IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO DOMICILIAR EM UMA COMUNIDADE DE VITÓRIA – ES

Autores: Rafaela Guio Suzana, Alaércia de Melo Recla

Apresentação: A saúde e a funcionalidade física são importantes para o bem estar de qualquer indivíduo, entretanto, alguns fatores podem dificultar essas condições. As limitações em vários âmbitos da saúde populacional são visíveis e, em grande parte, por falta de orientação ou conhecimento do indivíduo são exacerbadas e podem desencadear a piora do quadro clínico. Sendo assim, o estágio supervisionado na comunidade tem o intuito de avaliar e atender a população que reside em Itararé, bairro de Vitória – ES, oferecendo visitas domiciliares às pessoas que por motivos de limitação funcional, difícil deslocamento, entre outros, não conseguem comparecer à unidade de saúde para obter o serviço de fisioterapia. O objetivo deste trabalho é descrever a experiência de alunas do curso de fisioterapia em um estágio supervisionado realizado com a população residente da comunidade de Itararé em Vitória (ES). Desenvolvimento: O estágio supervisionado foi composto por discentes do curso de fisioterapia e teve como parte da disciplina o atendimento domiciliar à população que reside na comunidade de Itararé em Vitória (ES), onde os alunos realizam visitas domiciliares e fazem uma pré-avaliação, coleta de dados para preenchimento do prontuário, atendimento em fisioterapia e orientações para os pacientes e seus familiares, visando a promoção de saúde. O atendimento foi feito a partir da detecção da necessidade individual do paciente, portanto, de uma forma geral, foram feitos exercícios de mobilidade, exercícios com elástico e de fortalecimento muscular, orientações para evitar o risco de quedas, principalmente para os idosos, orientações sobre uso de muletas, entre outros. Resultado: A participação nesta disciplina permitiu a inserção das acadêmicas na realidade da população de uma comunidade, buscando melhorar a qualidade vida e entendendo suas necessidades e dificuldades, não apenas a partir do atendimento fisioterápico, mas também ao escutar suas insatisfações com o cotidiano, ao ouvir suas histórias e relatos de vida e, dessa forma, perceber o quanto essa população necessita de uma atenção especial, qualificada e direcionada para suas necessidades individuais e coletivas. Considerações finais: Com o atendimento fisioterapêutico ficou claro o quanto essas pessoas precisam de orientações de várias áreas profissionais que se proponham a recuperar não apenas a saúde física, mas também a mental. Sendo assim, a inserção precoce no serviço a partir de visitas domiciliares permitiu as acadêmicas uma vivência significante para a formação profissional, porque concede a oportunidade de conhecer este campo de trabalho que vai além da atenção fisioterapêutica convencional. Sendo assim, é indispensável o aconselhamento regular, coletivo e aprimorado de todos com o intuito de participar ativamente de problemas, limitações e possibilidades encontradas no cotidiano dessa população e, dessa forma, promover e contribuir de forma mais eficaz, com a qualidade de vida e saúde dessas pessoas.

10940 SAÚDE MENTAL PARA A ATENÇÃO BÁSICA: CONSTRUÇÃO DE UM PORTFÓLIO DE PRÁTICAS INSPIRADORAS
Nina Soalheiro, Elaine Rabelo, Elaine Rabelo, Amanda Linhares, Amanda Linhares, Augusto César Rosito, Augusto César Rosito, Heloisa Passos Martins, Heloisa Passos Martins, Karina Caetano, Karina Caetano, Raquel Tavares, Raquel Tavares, Danúbiah Mendes Pereira, Danúbiah Mendes Pereira

SAÚDE MENTAL PARA A ATENÇÃO BÁSICA: CONSTRUÇÃO DE UM PORTFÓLIO DE PRÁTICAS INSPIRADORAS

Autores: Nina Soalheiro, Elaine Rabelo, Elaine Rabelo, Amanda Linhares, Amanda Linhares, Augusto César Rosito, Augusto César Rosito, Heloisa Passos Martins, Heloisa Passos Martins, Karina Caetano, Karina Caetano, Raquel Tavares, Raquel Tavares, Danúbiah Mendes Pereira, Danúbiah Mendes Pereira

Apresentação: O presente trabalho relata o desenvolvimento de um dos produtos da pesquisa “Desafios para a saúde mental na atenção básica: construindo estratégias colaborativas, redes de cuidado e abordagens psicossociais na ESF (RJ)”. A pesquisa trabalha na perspectiva do diálogo e defesa da função estratégica de ambas as políticas, partindo dos seus princípios convergentes: integralidade e territorialização do cuidado. Apresentamos aqui um recorte do tema, um Portfólio de Práticas potencialmente inspiradoras, que tem como objetivo fortalecer a atuação de trabalhadores do SUS e estimular a qualificação de práticas e ações de saúde na Atenção Básica. A saúde mental, para além de uma especialidade que demandaria ações específicas à equipe básica, seria aquela que vai contribuir para o reconhecimento e acolhimento do sofrimento psíquico em sua relação com o território social, existencial e biográfico dos pacientes. Uma compreensão do processo saúde-doença-cuidado, onde o sofrimento mental é uma manifestação particularizada, mas indissociável do contexto social. A dimensão do território se incorpora definitivamente na compreensão dos processos de adoecimento, como determinante das condições de vida e saúde, em meio a relações de poder, leia-se forças antagônicas. O desafio é avançar na perspectiva de entendimento desses processos, na sua complexidade. Sendo indispensáveis, portanto, abordagens psicossociais que conectem diferentes saberes e práticas interdisciplinares. Num contexto de reafirmação do território como lócus das ações de saúde, pretendemos dar visibilidade às práticas já constituídas na ESF, nas quais identificamos potência e características de abordagens integrais, territoriais e interdisciplinares. O nosso objetivo é sistematizar e disponibilizar práticas exemplares que possam ser identificadas como abordagens psicossociais que superem diretrizes biomédicas, especialismos iatrogênicos e características medicalizantes. No formato de um portfólio de práticas estamos construindo um instrumento de pesquisa acessível aos trabalhadores da ESF e pensado como uma mídia que permita conectar práticas e saberes. Os pesquisadores envolvidos, originários de diferentes campos, trabalham na seleção e organização dessas práticas identificadas como abordagens potentes para a Atenção Psicossocial. Para além dos relatos descritivos, o portfólio inclui contextualização teórica e análises das práticas e ações coletivas escolhidas pelos especialistas como exemplares: práticas grupais, rodas comunitárias, iniciativas culturais, ações educativas e de participação política. A construção do Portfolio de Práticas permite constatar um cenário de grande vitalidade e criatividade das experiências na atenção básicaESF, apesar da conjuntura política adversa. Há um campo fértil a ser explorado pela pesquisa com evidente fortalecimento do uso de saberes não biomédicos, apesar da hegemonia deste no campo da saúde em geral. O foco do conjunto do nosso estudo é construir coletivamente e de forma colaborativa com os trabalhadores do SUS produtos voltados para o campo da atenção e construir subsídios para difusão científica e renovação das práticas em saúde. Objetivo: Objetivo Geral Contribuir para o debate e o desenvolvimento de ações e práticas coletivas para a articulação entre Saúde Mental e Atenção Básica na ESF Objetivos Específicos -       Investigar os desafios para a articulação entre saúde mental e atenção básica na ESF. -       Identificar os conceitos fundamentais que sustentam o diálogo entre os dois campos -     Identificar práticas de cuidado integrais, territoriais e interdisciplinares que possam ser reconhecidas e potencializadas como abordagens psicossociais orientadas para a perspectiva da desinstitucionalização em saúde mental. - Construir e disponibilizar uma mídia interativa no formato de portfólio para disponibilizar aos trabalhadores da ESF um conjunto de práticas exemplares, originárias de vários campos de saber (educação profissional, processos formativos; educação popular, praticas integrativas, experiências comunitárias) e com diferentes metodologias (práticas corporais, grupais, terapêuticas naturais, e  tradicionais) Metodologia a - Revisão da litçeratura brasileira sobre o tema daõess ações de saúde mental na Atenção Básica, com ênfase em artigos no formato de relatos de experiências e estudos de caso nas principais bases de dados em saúde: BIREME, LILACS, COCHRANE, SciELO , PEPSIC, CAPES E PUMED. - Investigação documental nos anais dos principais congressos brasileiros de Saúde e Saúde Mental. Após uma fase exploratória foram escolhidos como fonte o 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (ABRASCO) e o 6º Congresso Brasileiro de Saúde Mental (ABRASME), ambos realizados em 2018. A seleção também conta com a inclusão de práticas convidadas, cujos autores são referência no seu campo de atuação e dialogam intensamente com a proposta do portfólio, entendendo a importância política da articulação e da construção de um processo não engessado. Como recurso complementar à revisão foi feita uma busca em mostras nacionais em Saúde da Família (mostras de governo, comunidade de práticas, relatos premiados) e plataformas virtuais de compartilhamento dessas práticas. - Após a seleção, esta sendo realizado o contato com os autores via e-mail, ou telefone, para parabenizar, comunicar o convite e quando necessário complementar informações, como local de oriogem; realização; profissionais envolvidos; público-alvo; descrição; resultados; observações. - Através do preenchimento de um formulário (carta convite enviada por e-mail), desenvolvido por profissionais com grande experiência em coleta de dados, sistematização e comunicação, são salvos os registros das práticas, e posteriormente organizados para a equipe de desenvolvimento mídia digital. - Resultado: Durante o desenvolvimento da pesquisa pudemos constatar a vitalidade das experiências em curso na ESF em âmbito nacional, apesar de uma conjuntura política já adversa e de desmonte das políticas públicas e do SUS. Estamos ainda em fase de coleta e análise dos dados que incluem atividades coletivas e práticas terapêuticas de diversas origens e campos temáticos. Os pesquisadores indicam e analisam suas características e potenciais terapêuticos para serem replicadas e apropriadas como abordagens psicossociais voltadas aos usuários com sofrimento psíquico. No momento está sendo feita a discussão e planejamento sobre a mídia a ser utilizada para esses trabalhadores, considerando toda a sua estrutura, de tal maneira que seja facilmente acessível, estimulante e representativa para esta classe. Realizou-se um encontro com especialistas para apresentação e validação do portfólio através do método Sprint. O Portfólio será organizado por links de acesso aos eixos temáticos: práticas corporais, práticas grupais, terapias naturais e tradicionais, experiências de processos formativos, experiências comunitárias, e outros ainda em construção. As práticas também serão organizadas pela indicação aos diversos grupos vulneráveis: pessoas com histórico de psiquiatrização, vítimas de violência, dependentes de psicofármicos, usuários de álcool e drogas, idosos em situação de abandono, crianças e adolescentes em sofrimento psíquico, potenciais suicidas e pessoas em intenso sofrimento psíquico. - Conclusões/considerações finais. A pesquisa trabalha com a perspectiva de um cuidado integral, territorial e promotor de saúde e autonomia. O Portfólio de Práticas tem como objetivo oferecer instrumentos para enfrentar o desafio de construir abordagens alternativas ao modelo biomédico para as pessoas com sofrimento psíquico intenso advindo de condições sociais e subjetivas adversas. Nesse sentido reconhecemos na atenção básicaESF um espaço privilegiado para ações promotoras de saúde e autonomia, pensadas a partir do reconhecimento e incorporação dos determinantes subjetivos e sociais, advindos das condições de vida nos territórios. O nosso estudo pretende se somar a outros que buscam o reconhecimento da potência do seu próprio trabalho pelos profissionais da ESF; o estímulo à valorização de práticas e saberes locais, e o desenvolvimento nos indivíduos e comunidade do interesse pela coletivização do sofrimento, acolhimento solidário e comportamentos saudáveis.

11652 PORTFÓLIO DE PRÁTICAS INSPIRADORAS EM ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
Amanda Linhares, Nina Soalheiro, Heloisa Passos e Martins, Karina Caetano, Raquel Tavares, Augusto César Rosito, Danúbiah Mendes Pereira

PORTFÓLIO DE PRÁTICAS INSPIRADORAS EM ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

Autores: Amanda Linhares, Nina Soalheiro, Heloisa Passos e Martins, Karina Caetano, Raquel Tavares, Augusto César Rosito, Danúbiah Mendes Pereira

Apresentação: A nossa pesquisa trabalha estabelecendo conexões entre a Política Nacional de Saúde Mental e a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), num contexto de reafirmação do território como lócus das ações de saúde e da superação dos especialismos iatrogênicos e abordagens medicalizantes. Procuramos avançar na perspectiva de compreensão do sofrimento psíquico e do processo de doença-saúde-cuidado como processos complexos, sendo estes, indissociáveis das condições sociais que os produzem e passíveis de abordagens psicossociais capazes de conectar saberes e práticas interdisciplinares. No decorrer desse ano, um desafio que já era enorme tornou-se ainda maior, considerando que tanto a Atenção Básica/ESF, quanto a Saúde Mental e a Atenção Psicossocial foram objeto de reformulações, intervenções e grandes retrocessos, com a precarização do SUS e o desmonte das Políticas Sociais. Um direcionamento que fragiliza conquistas e revoga a centralidade das duas políticas no âmbito do SUS, ameaçando a sustentabilidade do processo de trabalho das equipes e do modelo territorial. Um enfrentamento para o qual a pesquisa se propõe com a inclusão da dimensão psicossocial nas ações da Saúde da Família. Na nossa perspectiva o território vai além de um espaço geográfico, consistindo em um conjunto de recursos imbricados em relações de poder que envolvem diferentes forças sociais. A saúde mental, para além de uma especialidade que demandaria ações específicas à equipe básica, seria aquela que vai contribuir para o reconhecimento e o acolhimento do sofrimento psíquico em toda a sua relação com o território social e existencial. Nossos produtos priorizam estrategicamente a relação entre o campo da atenção e da formação, num contexto de interação e colaboração entre a equipe de pesquisadores, trabalhadores, comunidade, gestores e alunos das instituições parceiras. Trata-se da defesa intransigente do saber construído coletivamente e do reconhecimento da importância de compartilhar experiências, enquanto meio potente de enfrentamento a segmentação. Com o nosso Portfólio de Praticas inspiradoras em Atenção Psicossocial queremos dar visibilidade às experiências de escuta e acolhimento tal como tem sido praticados na ESF e contribuir para a reflexão, discussão teórica e análise crítica das ações coletivas que podem se constituir como abordagens psicossociais: práticas grupais, rodas comunitárias, iniciativas culturais, ações educativas e de participação política. Objetivo Geral Contribuir para a articulação entre Saúde Mental e Atenção Básica na ESF. Objetivo: Específicos - Investigar os desafios para a articulação entre Saúde Mental e Atenção Básica na ESF; Identificar os conceitos fundamentais que sustentam o diálogo entre os dois campos; Identificar práticas de cuidado integrais, territoriais e interdisciplinares que possam ser reconhecidas e potencializadas como abordagens psicossociais na perspectiva da desinstitucionalização em saúde mental. - Construir e disponibilizar uma mídia no formato de portfólio para disponibilizar aos trabalhadores da ESF. Desenvolvimento e metodologia No decorrer de mais um ano de trabalho desenvolvemos produtos de natureza pedagógica, voltados para o campo teórico/ prático da atenção em saúde e saúde mental. São produtos que estão interconectados, voltados para a formação de trabalhadores e para a qualificação das abordagens e práticas em atenção psicossocial no SUS. Neste momento segue o recebimento das práticas e encontra-se em processo de construção a mídia digital. Constituem fontes da pesquisa e instituições parceiras: ABRASCO, Anais/2018; ABRASME, Anais/2018; CONASEMS através da “Mostra Brasil Aqui tem SUS” e o Banco de Práticas e Soluções em Saúde e Ambiente/ IdeiaSUS/Fiocruz. Até o momento se inscreveram no nosso portfólio cerca de 130 práticas (muitas ainda estão sendo enviadas) o que nos coloca em contato com autores de várias regiões do país, os quais vêm respondendo ao nosso convite com grande satisfação e entusiasmo. Incluímos para além das práticas selecionadas nesses bancos, uma categoria denominada “Práticas Convidadas”, através da qual sistematizamos as experiências indicadas por diversos profissionais que coordenam grupos de pesquisa importantes no contexto nacional e trabalham em conexão com serviços no campo da Atenção Psicossocial. Critérios de INCLUSÃO/ EXCLUSÃO: Experiências desenvolvidas na atenção básica ou em conexão direta com esta; práticas desenvolvidas em espaços comunitários; experiências interdisciplinares nos casos em que isso se aplica; práticas territoriais com características de integralidade e perspectiva desinstitucionalizante. As experiências selecionadas estão sendo sistematizadas em dois grandes eixos: EIXO I - Campos de saber: Promoção da saúde; Atenção às pessoas em uso de Álcool e outras drogas; Direitos Humanos, racismo e violências; Saberes tradicionais e Educação Popular; Formação. EIXO II - Campos de práticas Práticas grupais; Práticas corporais e Atividade física; Rodas comunitárias e ações políticas; atividades artístico/culturais; Práticas Integrativas; Processos formativos; Práticas de gestão e construção de redes. Consistem os públicos alvo priorizados: Usuários com histórico de psiquiatrização; Pessoas em uso crônico de psicofármaco; Vítimas de violência e violação de Direitos Humanos; Usuários de álcool e drogas; Crianças e adolescentes; Pessoa idosa; Estudantes e Trabalhadores em sofrimento; Estudantes e Trabalhadores em formação. Nosso Portfólio de Práticas será uma mídia digital a ser publicada e amplamente divulgada, com o objetivo de se constituir como um instrumento de pesquisa e de acesso para os trabalhadores do SUS. No interior do portfólio essas experiências selecionadas serão apresentadas, descritas e contextualizadas de acordo o campo de saber do qual é originária (EIXO I) as suas diferentes modalidades (EIXO II) e seu potencial como abordagem psicossocial e/ou terapêutica em saúde e saúde mental. Para isso convidamos profissionais de referência e pesquisadores com trabalho destacado nos diversos campos para introduzir através de uma breve videoaula, os conceitos, contextos e suas características fundamentais. Dessa forma buscamos a construção de um produto pedagógico e instrumento de pesquisa pensados para trabalhadores, no sentido de contribuir para a qualificação das suas práticas. Além de esperarmos contribuir com o trabalho dos mais diversos atores sociais envolvidos na construção do sistema público de saúde. Resultado: Durante o desenvolvimento da pesquisa pudemos constatar a vitalidade das experiências em curso na ESF em âmbito nacional, apesar de uma conjuntura política já adversa e de desmonte das políticas públicas e do SUS. Estamos ainda em fase de coleta e análise dos dados que incluem atividades coletivas e práticas terapêuticas de diversas origens e campos temáticos. Os pesquisadores indicam e analisam suas características e potenciais terapêuticos para serem replicadas e apropriadas como abordagens psicossociais voltadas aos usuários com sofrimento psíquico. No momento está sendo feita a discussão e planejamento sobre a mídia a ser utilizada para esses trabalhadores, considerando toda a sua estrutura, de tal maneira que seja facilmente acessível, estimulante e representativa para esta classe. Realizou-se um encontro com especialistas para apresentação e validação do portfólio através do método Sprint. Conclusões/considerações finais A pesquisa trabalha com a perspectiva de um cuidado integral, territorial e promotor de saúde e autonomia. O Portfólio de Práticas tem como objetivo oferecer instrumentos para enfrentar o desafio de construir abordagens alternativas ao modelo biomédico para as pessoas com sofrimento psíquico intenso advindo de condições sociais e subjetivas adversas. Nesse sentido reconhecemos na atenção básicaESF um espaço privilegiado para ações promotoras de saúde e autonomia, pensadas a partir do reconhecimento e incorporação dos determinantes subjetivos e sociais, advindos das condições de vida nos territórios. O nosso estudo pretende se somar a outros que buscam o reconhecimento da potência do seu próprio trabalho pelos profissionais da ESF; o estímulo à valorização de práticas e saberes locais, o acolhimento solidário e a promoção da saúde em amplo sentido.