483: Rumos da participação por todo lugar: na defesa da Educação Popular
Debatedor: Alessandra Cristina Azevedo da Conceição
Data: 31/10/2020    Local: Sala 08 - Rodas de Conversa    Horário: 16:00 - 18:00
ID Título do Trabalho/Autores
6075 A EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE COMO BASE DA MONITORIA NA GRADUAÇÃO EM SAÚDE. A EXPERIÊNCIA DA MONITORIA COM BASE NA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE PARA CURSOS DE GRADUAÇÃO EM SAÚDE
MAYARA BARROSO QUINTANILHA, ANA PAULA MASSADAR MOREL

A EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE COMO BASE DA MONITORIA NA GRADUAÇÃO EM SAÚDE. A EXPERIÊNCIA DA MONITORIA COM BASE NA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE PARA CURSOS DE GRADUAÇÃO EM SAÚDE

Autores: MAYARA BARROSO QUINTANILHA, ANA PAULA MASSADAR MOREL

Apresentação: Este relato se baseia na experiência de monitoria em disciplinas da área de Educação e Saúde para os cursos de Nutrição, Biomedicina e Licenciatura em Enfermagem, na Universidade Federal Fluminense (UFF). As atribuições da monitoria foram acompanhar as atividades dentro da sala de aula, estando assim ao lado dos discentes para retirar as possíveis dúvidas sobre os conteúdos das disciplinas, objetivando facilitar o processo ensino-aprendizagem. Em relação às disciplinas do curso de Enfermagem, em que os discentes elaboram e executam projetos educativos em saúde nas escolas, a monitora apoia a professora no acompanhamento desses dois momentos. Primeiramente, coube também ler e revisar os anteprojetos, incentivando os alunos a construírem sua atuação a partir da EPS. E, em um segundo momento, e junto à professora orientar os discentes ajudando a articular os períodos de prática e pesquisa de campo com as discussões teóricas a monitora e acompanha diretamente os discentes na execução prática dos projetos de educação em saúde nas Escolas (fora da sala de aula), procurando assim  ajudar a articular os períodos de prática e pesquisa de campo com as discussões teóricas e estar em pelo menos um dia de atividade de cada grupo estando ao lado dos discentes. Buscaremos realizar uma “sistematização de experiência” que nos possibilite uma interpretação crítica da monitoria e da formação em saúde, tendo como mote de reflexão a dimensão educativa do trabalho em saúde. As ações educativas em saúde comumente partem de uma perspectiva vertical, tecnicista, informativa e curativa, onde a saúde é tratada como ausência de doença. Essas ações acabam muitas vezes, por culpabilizar o indivíduo por seus problemas de saúde, sem considerar os determinantes e condicionantes sociais da saúde. Em sentido diferente a educação popular em saúde (EPS), que tem como referência as ideias sistematizadas por Paulo Freire, parte de uma perspectiva horizontal e participativa centrada na integralidade do indivíduo e do cuidado. A EPS busca construir ações com a participação ativa da população visando à transformação social, ampliar sua autonomia frente a seus direitos, a partir de princípios como solidariedade, justiça e equidade. De forma contrária a formação e atuação de profissionais em saúde ainda mantêm um caráter tecnicista, de forma vertical e centrada na prevenção da doença. E neste cenário tem-se a EPS sendo apresentada em disciplinas durante a graduação, que trabalham com essa temática constituindo a base do conhecimento da educação dos cursos da área de saúde, sendo muitas vezes o primeiro e único contato dos discentes, trabalhando a valorização da dimensão educativa dos profissionais de saúde, e com isso inspirando que seja uma futura prática tendo em consideração esses aspectos. Desenvolvimento: Essa experiência da EPS no contexto da formação de profissionais de saúde é fruto da atuação da monitoria, da graduanda em Nutrição, nas disciplinas de Fundamentos Didáticos para os cursos de Nutrição e Biomedicina e Pesquisa e Prática em Ensino, que são ministradas pela docente da Faculdade de Educação, na Universidade Federal Fluminense (UFF) Campus Gragoatá, na Cidade de Niterói (RJ). São realizados durante os períodos letivos de 2019.1 e 2019.2, no período de abril a dezembro de 2019, durante os horários das aulas das disciplinas. Sendo os momentos onde a EPS é apresentada e um dos poucos momentos em que se discute práticas educativas em saúde, considerando uma visão holística do ser humano e se discute acesso à saúde, educação e a sociedade. Resultado: O diálogo entre a EPS e a formação em saúde durante a graduação ainda é um desafio a ser enfrentado. Isto porque o debate teórico ainda é muito escasso e também pela formação tecnicista ainda estar muito presente e enraizada no cotidiano e na formação da Universidade. Durante as aulas, percebe-se o quanto é difícil o estudante de graduação pensar que quando se graduar ele também será um educador visto que profissional de saúde tem ação educativa, que a educação estará presente em sua prática profissional e não será uma atribuição a mais a ser realizada, mas sim em pensar na dimensão educativa como parte de toda sua atuação profissional. Discute-se também o fosso que existe entre a ciência, os serviços de saúde e a população. Com isso, vemos como há pouca preocupação de diálogo e popularização dos conhecimentos científicos, que ficam restritos ao âmbito acadêmico logo, o Ensino é verticalizado e a população é colocada em um lugar passivo onde não se quer atingir e acolher. A vivência da monitoria se tornou um momento para pensar no próprio sentido da prática profissional, que a partir da EPS pode ter um viés de transformação social e contribui de forma positiva para o processo de formação da aluna monitora, tanto do ponto de vista acadêmico quanto prático. Os conhecimentos adquiridos durante a monitoria contribuíram para a formação de uma futura profissional que buscará integrar saberes científicos e populares e empoderar a população a ter autonomia de escolha e decisão. Visto que o profissional em saúde deve ter amplo conhecimento sobre alimentação adequada e saudável, forma de acesso aos alimentos levando em conta o ambiente alimentar, social, político e econômico em que se encontra o indivíduo. No momento da construção e da prática dos projetos nas Escolas, foi uma oportunidade que trouxe a reflexão sobre como se dá a relação da população com a saúde e com a educação e dessa forma  os projetos educativos devem ser de promoção da saúde e não de prevenção, que é o que muitas ocorrem, as práticas tendem a excluir os saberes populares e são em sua maioria informativas e verticalizadas que vai de modo contrário do que é Educação e a EPS. E essa é uma dificuldade para os alunos em como planejar os projetos considerando os saberes populares, os determinantes sociais e a transformação social justamente por não ser muito presente no currículo da Graduação. Considerações finais: Foi possível concluir que os currículos na graduação em saúde são ainda pouco voltados para experiências de Educação Popular em Saúde, partindo de uma visão biologicista da saúde. Embora a saúde seja considerada como tema transversal ela não é tratada efetivamente dessa forma e se reflete em práticas verticalizadas sem pensar no sujeito como protagonista e sem pensar nos diversos fatores que envolvem sua vida. As disciplinas relatadas constituem a base do conhecimento da educação dos cursos da área de saúde, sendo muitas vezes o primeiro e único contato dos discentes com a temática, por esse motivo são importantes para apresentar a EPS na graduação, discutir determinantes sociais da saúde, reconhecer a dimensão educativa do profissional de saúde e como através dela o profissional tem o poder de trabalhar com a população para o despertar da consciência crítico-reflexivo. E ainda se faz necessária à continuidade destas discussões ao longo da Graduação a fim de que se consiga formar profissionais sensíveis às realidades da população e que defendam o direito e o acesso à saúde.

7880 O PAPEL DA EDUCAÇÃO POPULAR NA TROCA DE SABERES DO ENSINO E APRENDIZAGEM SOB A EMPODERAMENTO SOCIOCULTURAL NA CONTEMPORANEIDADE DA MARGINALIZAÇÃO URBANA
HELEN Brito Costa, Isabella Piassi Gódoi

O PAPEL DA EDUCAÇÃO POPULAR NA TROCA DE SABERES DO ENSINO E APRENDIZAGEM SOB A EMPODERAMENTO SOCIOCULTURAL NA CONTEMPORANEIDADE DA MARGINALIZAÇÃO URBANA

Autores: HELEN Brito Costa, Isabella Piassi Gódoi

Apresentação: Projeto socioeducadivo da associação de mulheres Arco Iris da justiça do bairro laranjeiras no municípios de marabá - Pará, iniciado no ano de 2017, objetivando a promoção empoderadora educacional popular da população socioeconômica marginalizada, em adentrar na carreira acadêmica e ocupações ao serviço público através do preparo de candidatos ao vestibular e concursos públicos, tendo respaldo a apoio de professores voluntários em parceria da presente associação de moradores com o fórum permanente de mulheres e a rede de mulheres de negocio, abrangendo em foco o empoderamento feminino e a toda população presente na comunidade. Desenvolvimento: O presente estudo refere-se à categoria empírica qualitativa do trabalho voluntário como professora e coordenadora no cursinho popular arco íris da justiça associação voltada para o empoderamento feminino sob vertente da educação popular e a inserção no mercado de trabalho, tal relato se faz em mão ao ensino popular em prol da capacitação do público presente ao Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e preparatório para concursos públicos. O cenário educacional vivenciado no municio de marabá é perceptível em déficit desde o ensino básico como mostrado pelo Ideb de 2017 nos anos iniciais da rede municipal já atingiu a meta, mas teve queda e não alcançou 6,0 tendo a media 4,4 alocando ao desafio de buscar garantir mais alunos aprendendo e com um fluxo escolar adequado. Resultado: A partir da instalação do cursinho na comunidade a partir de 2017 os resultados obtidos foram de 24 aprovados no ENEM e 5 aprovados em concurso público da prefeitura da cidade em 2018, as abordagens e estratégias educacionais utilizadas resaltam o meio sociocultural que a população está inserida em foco ao reconhecimento como indivíduos dotados de conhecimento cultural e que agregado a ciência se faz seres multiplicadores do saber que viabiliza as percepções obtidas até o momento em descentralização bancaria do saber-ensinar e adentrar as necessidades reais em que os discentes estão inseridos. Considerações finais: O papel do educador popular, com diz Paulo Freire em sua obra educadores de rua, uma abordagem crítica – Alternativas de atendimento aos meninos de rua, que trás a vigência pratica ao que se remete na teoria da atuação do educador popular. Como resultante do trabalho desenvolvido na presente unidade enquanto voluntaria, foi notório e perceptível pelas entrevistas abertas realizadas com as discentes que compõe o quadro da população presente composta maioria por mulheres, donas de casa e marginalizadas economicamente ascendeu socialmente em categoria empregatícia em decorrência do acréscimo a educação.

6768 IX FEIRA DE SAÚDE PÚBLICA EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO AMAZONAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Daniela Gomes de Souza, Helen Débora Guedes de Souza, Rodrigo Silva Marcelino, Elisson Golçalves da Silva, Juliberta Alves de Macêdo

IX FEIRA DE SAÚDE PÚBLICA EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO AMAZONAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Autores: Daniela Gomes de Souza, Helen Débora Guedes de Souza, Rodrigo Silva Marcelino, Elisson Golçalves da Silva, Juliberta Alves de Macêdo

Apresentação: A Feira de Saúde Pública é realizada anualmente no município de Coari, localizado no interior do Amazonas, em um bairro chamado Pera. O evento é organizado pelos estagiários de Fisioterapia em Saúde Pública do Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e tem como objetivo promover a saúde da população dessa região através de atendimentos e palestras de prevenção e cuidados. Desenvolvimento: Em sua nona edição, a Feira de Saúde Pública ocorreu no dia 09 de novembro de 2019 no Ginásio Poliesportivo Pedro Padilha. Os atendimentos foram ofertados em diversos stands no ginásio e contaram a participação de acadêmicos dos cursos de Fisioterapia, Enfermagem e Nutrição do ISB/UFAM, além de alunas de embelezamento pessoal do SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e CETAM (Centro de Educação Tecnológica do Amazonas). A programação também contou com entrega de kits de higiene bucal para crianças, bem como sorteios de 40 cestas básicas para os adultos que compareceram. Resultado: A IX Feira de Saúde Pública atendeu aproximadamente 140 adultos, além de crianças e adolescentes. O mesmo contou com atendimento ao público nas seguintes áreas: aferição de pressão arterial, circuitos de exercícios em pediatria, educação em saúde e entregas de kits de higiene bucal para crianças, palestras e exercícios para gestantes, educação em Saúde da Mulher e exercícios para o períneo, palestras e exercícios com idosos, mensuração do Índice de Massa Corporal (IMC), educação sobre infecções sexualmente transmissíveis, distribuição de preservativos, avaliação da acuidade visual e embelezamento pessoal (depilação, design de sobrancelhas, massagem relaxante, limpeza de pele, maquiagem e corte de cabelo). No final do evento foi realizado uma sessão de alongamento com todos os presentes no local. A feira ocorreu de maneira satisfatória tanto para os acadêmicos quanto para a população que foi atendida. Considerações finais: A ação realizada no bairro Pera movimentou muitos moradores, principalmente idosos e crianças. A população mostrou-se colaborativa, animada e agradecida. O evento teve muita relevância tanto para quem estava atendendo, quanto para quem estava sendo atendido. Aos acadêmicos, foi uma experiência inovadora, pois permitiu que mesmo os alunos que estão nos períodos iniciais da graduação pudessem ter o contato com o público e ver a realidade do local. Por se tratar de uma região que até alguns anos atrás era um pouco afastada da cidade e de difícil acesso, o bairro é bastante humilde e algumas pessoas passam necessidades básicas. Sendo assim, a feira proporcionou à população informações precisas e atualizadas e possibilitou aos moradores oportunidades para os cuidados necessários com a saúde. Participar do evento foi de grande importância para os alunos e impactou de forma significativa na vivência acadêmica dos mesmos. 

7282 CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO SOBRE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS NO INTERIOR DA AMAZÔNIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Alana Carvalho, Marco Antonio Barros Guedes, Adriane Cristina Vieira dos Santos, Emanuel Pinheiro Espósito

CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO SOBRE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS NO INTERIOR DA AMAZÔNIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Alana Carvalho, Marco Antonio Barros Guedes, Adriane Cristina Vieira dos Santos, Emanuel Pinheiro Espósito

Apresentação: O transplante de órgãos é a última alternativa terapêutica em que recorre-se quando nenhum outro tratamento pode manter seguramente a vida do paciente com uma doença terminal. As causas da falência de órgãos, quando se faz necessária a realização dos transplantes, são doenças muito comuns na população brasileira, a exemplo do diabetes mellitus, da hipertensão arterial sistêmica, da doença hepática alcoólica e das hepatites virais. Para que seja realizado o transplante, é necessário que haja um doador de órgãos, podendo ser em vida ou post mortem. Este último é mais frequente e deve ser diagnosticado como paciente em morte encefálica (ME). A taxa de doadores de órgãos, no Brasil, está crescendo nas últimas décadas. No início do século 21, o número total de doadores não ultrapassava 700. Já, em 2017, houve quase 11 mil potenciais doadores, 3.415 doadores efetivos e ocorreram aproximadamente 7.500 transplantes de órgãos. No entanto, apesar de o número de doações estarem cada vez maior, a quantidade total da lista de espera no primeiro semestre de 2018, no Brasil, superava 24 mil órgãos, evidenciando que ainda há uma grande desproporção entre doadores e receptores. Para que haja redução no tempo de espera e melhores resultados nos implantes é necessária atenção em três pilares: doação, transplante e lista de espera. Desenvolvimento: Trata-se de uma ação socioeducativa realizada no mês de setembro de 2019, no município de Santarém, em alusão ao dia 27 de setembro- Dia Nacional de Doação de Órgãos, em que se realizou um questionário acerca do conhecimento sobre doação de órgãos, além do conhecimento sobre morte encefálica, com os transeuntes de dois Shopping Center da cidade. Em seguida, houve uma abordagem explicativa sobre os temas questionados com entrega de panfletos informativos. Resultado: foram entrevistados 40 transeuntes, nesse contexto, houve predomínio do sexo feminino (27; 67,5%). A faixa etária mais presente foi 15 – 25 anos (14; 35%), sendo menos frequente em 66 – 75 anos (3; 7,5%). No que diz respeito ao conhecimento da população, apenas (5; 12,5%) conhecem a Legislação Brasileira. No entanto, (26; 65%) sabem os órgãos a serem doados entre doadores e receptores vivos e (33; 82,5%) conhecem os tipos de doadores e, também, o conceito aproximado de morte encefálica. No que tange à participação dos indivíduos e /ou familiares na doação de órgãos, (10; 25%) é doador de órgãos, (2; 5%) já doou algum órgão e (3; 7,5%) com alguém da família está /esteve aguardando órgãos. Em vista disso, nota-se que uma grande parcela tem demonstrado conhecimento considerável a respeito de tal assunto, fato explicado devido a maior divulgação das campanhas acerca do tema. Considerações finais: é notório que a maioria dos entrevistados possuem um conhecimento relevante acerca da temática, e que, dentro desse montante, vários indivíduos participam direta ou indiretamente do processo de doação de órgãos. Dessa forma, vale ressaltar a importância de se ampliar as campanhas acerca da problemática em todo país com o fito de se aumentar o número de doadores e, consequentemente, reduzir a fila de espera no Brasil.

10101 NECESSIDADES EM SAÚDE E AÇÕES EM ESPAÇOS EDUCACIONAIS EM UM TERRITÓRIO DA ROCINHA, RIO DE JANEIRO - RELATO DE EXPERIÊNCIA
Izabel de Aguiar Alves Peixoto, Keyla Taiani Terra Assunção, Mary Ann Menezes Freire, Drielle dos Santos Louredo

NECESSIDADES EM SAÚDE E AÇÕES EM ESPAÇOS EDUCACIONAIS EM UM TERRITÓRIO DA ROCINHA, RIO DE JANEIRO - RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Izabel de Aguiar Alves Peixoto, Keyla Taiani Terra Assunção, Mary Ann Menezes Freire, Drielle dos Santos Louredo

Apresentação: O Programa Saúde na Escola (PSE), é uma política intersetorial entre os Ministérios da Educação e da Saúde, foi instituído pelo decreto 6.286 de 2007 e construído com o intuito de contribuir para a formação integral dos estudantes da rede pública de educação básica por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde. A promoção da saúde, prioriza a ação coletiva dos sujeitos, favorecendo os diálogos e possibilitando a troca de saberes (técnico e popular) na construção do conhecimento e promovem a colaboração. Os espaços educacionais, devido a sua capilaridade, abrangência e potencialidade, são ambientes excepcionais para a atuação de programas, como o PSE, que promovam saúde das mais diversas formas, principalmente em territórios vulneráveis, que, normalmente, são desprovidos de diversas políticas públicas. Estas são realizadas pelas equipes da Estratégia da Saúde da Família (ESF) em parceria com os funcionários das escolas. Um dos papéis principais do PSE é promover o diálogo entre escolas e unidades de saúde, garantindo que exista uma permutação de informações sobre as condições de saúde. Compete a ESF realizar visitas regulares às escolas do território de adstrito e definir e realizar ações que sejam de interesse de todos atores envolvidos no processo, visando um impacto positivo na saúde dos alunos, seja no âmbito psicológico, social ou físico. O agir articulado entre saúde e educação, além da comunidade, favorecem práticas em que os atores envolvidos são sujeitos ativos do desenvolvimento e aprendizagem. Sendo assim, é imprescindível que a realização do PSE seja de caráter multiprofissional. Pois, dessa forma, consegue-se produzir um cuidado de forma completa e contempla um dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), a integralidade. Portanto, os profissionais da saúde envolvidos na realização do PSE, devem ser os  enfermeiros, médicos, agentes comunitários de saúde, dentistas, psicóloga, assistente social e entre outros. Estes devem possuir um manejo adequado ao dialogarem com os estudantes e também com os profissionais da educação, colocando-os em posição de destaque. Dessa forma, o objetivo do trabalho é discutir sobre as necessidade em saúde dos diferentes grupos populacionais e a importância do Programa Saúde na Escola (PSE). Desenvolvimento: Relato de experiência, de natureza qualitativa, do tipo descritivo, com inserção dos discentes de enfermagem da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), em um Centro Municipal de Saúde (CMS), localizado no bairro/comunidade da Rocinha, na zona sul do município do Rio de Janeiro. O período de vivência foi de abril à agosto de 2019, e se deu início a partir de um projeto de extensão que tem como metodologia a pesquisa ação, que o objetivo é decidido a partir do interesse de um grupo de pessoas e a finalidade é a transformação da realidade que afeta as pessoas envolvidas. O público atingido foi adolescentes, entre 11 a 16 anos, e profissionais da educação. Resultado: Durante o período da vivência, foi possível realizar ações em escolas de fundamental II e creches. Foi utilizado metodologia ativa com temas não fechados, onde os alunos e profissionais sugeriam os temas, a partir de suas necessidades pessoais e coletivas. A abertura da escolha dos temas buscava uma adaptação da vivência dos alunos e dos professores, com forte influência na situação sócio-econômico do território inserido. Dessa maneira, realizamos jogos e elaboramos formas didáticas de abordar os mais diversos assuntos escolhidos e assim, conseguimos realizar ações que prendiam a atenção, que rompiam com as ideias normativas de educação em saúde e promoviam o cuidado, o debate e a reflexão. Os assuntos mais abordados com os profissionais da educação foram o estresse, principalmente de trabalhar em um território vulnerável e a dificuldade de lidar com os próprios filhos depois de passar o dia todo com crianças. Com os adolescentes o assunto mais abordado foi sexualidade e Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), temas que, normalmente, são abordados para faixa etária, e mesmo assim, se reinventam devido a alta incidência de infecções e necessidade de adaptação na linguagem e postura dos profissionais da saúde e educação. Os  grupos mostraram bastante interesse nas temáticas e conseguiram tirar dúvidas que, normalmente, são guardadas devido a vergonhas ou receios. Paralelamente, os alunos mostravam conhecimento pelas vivências existentes na comunidade, importante momento de trocas e valorização do que é realizado/praticado do/nos espaços. Alinhar o conhecimento popular, historicamente construído no território, e a forma de transmissão de conhecimento se mostra como importante aspecto a ser explorado e desenvolvidos. Além disso, houve um maior diálogo entre escolas e a unidade de saúde, garantindo que exista uma permutação de informações sobre as condições de saúde dos alunos e/ou profissionais da área. Ou seja, as ações podem também se mostrar como um início de um processo de encaminhamentos e matriciamentos de demandas que possuem impacto na rotina dos alunos e dos profissionais. Um exemplo concreto disso, é a percepção de déficits cognitivos ou de doenças como depressão. Uma dificuldade clara que se mostrou durante a vivência foi a divergência de adaptação de agendas entre os profissionais de saúde e educação e suas respectivas ações programáticas. Mesmo as ações do PSE sendo reconhecidas como essenciais no planejamento semestral/anual, a sobrecarga dos profissionais, inevitavelmente, a violência do território, influencia na realizamção das atividades. Considerações finais: Estar inserido e atuar em territórios vulneráveis é um desafio diário. Para realizar ações de saúde em espaços educacionais pertencentes a esses espaços, faz se fundamental planejar ações fora dos muros da Unidade e além disso, pensar nas necessidades em saúde de cada grupo e a melhor forma de abordá-los. Os problemas encontrados e as necessidades evidenciam a complexidade do Programa Saúde na Escola, e o quanto trabalhar também em cima das demandas pode permitir uma maior inserção nas escolas e no território adscrito da mesma. Ao longo do tempo, o PSE mostrou-se como uma ferramenta fundamental para produção do cuidado e se fortalece, apesar políticas de austeridade fiscal e de cortes de políticas sociais. Ademais, há um rompimento com a ideia de saúde ser somente a presença ou ausência de doença, colocando a promoção de saúde, nos territórios vulneráveis, como um pilar fundamental nas práticas.

10496 EDUCAÇÃO POPULAR, PROMOÇÃO DA SAÚDE E EXERCÍCIO FÍSICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA ATIVIDADE DO GRUPO MEXA-SE
Fernanda Mariany de Almeida Menezes Freire, Antônia Suellen Fernandes Dantas, Bianka Andressa de Oliveira Medeiros, Camila Mesquita Soares, Maria Bianca Brasil Freire

EDUCAÇÃO POPULAR, PROMOÇÃO DA SAÚDE E EXERCÍCIO FÍSICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA ATIVIDADE DO GRUPO MEXA-SE

Autores: Fernanda Mariany de Almeida Menezes Freire, Antônia Suellen Fernandes Dantas, Bianka Andressa de Oliveira Medeiros, Camila Mesquita Soares, Maria Bianca Brasil Freire

Apresentação: A Atenção Primária à Saúde (APS) configura-se como o contato preferencial do usuário com o sistema de saúde e o local responsável pela organização do cuidado à sua saúde. Mesmo com o fortalecimento da APS, as internações por agravos, que sob a ação da Atenção Primária (AP) poderiam ser controlados, continuam ocorrendo, a exemplo da hipertensão. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é definida como uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Este trabalho tem como objetivo relatar experiência sobre a realização de uma ação de educação em saúde sobre a Hipertensão a integrantes de um grupo de atividades semanais. Foram realizados 2 encontros, com espaço de uma semana entre eles, com integrantes do grupo Mexa-se que é realizado na UBS Dr. Cid Salem Duarte. No primeiro encontro foi entregue uma atividade para que os mesmos realizassem em casa. Tal atividade consistia em preencher um caça palavras e a ler um cordel, onde ambos falavam sobre a hipertensão. No segundo encontro, foi feita a discussão e troca de informações sobre o que relatava o cordel, o caça palavras e a ligação entre eles, o que eles compreendiam sobre a hipertensão e como preveni-la, se possuíam a doença ou conheciam alguém que possuísse e o que os mesmos haviam entendido sobre a atividade. Ao final do encontro, foi feita a entrega de uma cartilha educativa para cada participante, onde a mesma continha 14 (catorze) passos para prevenção e controle da Hipertensão. Após a realização dessa atividade, foi possível verificar uma maior realização de atividade física pelos participantes assim como também a adoção de hábitos mais saudáveis, conscientização sobre a importância de um acompanhamento de um profissional de saúde e controle da medicação para aqueles que faziam uso. Podemos então concluir que, os ganhos através do trabalho de educação em saúde na atenção básica, foram positivos e  facilitaram a construção coletiva de conhecimento, a quebra da relação vertical (profissional-paciente) e proporcionaram aos participantes o desenvolvimento de um papel participativo e crítico, importante para a promoção da saúde e autocuidado.

11078 EXTENSÃO POPULAR EM SAÚDE E CARREIRA DOCENTE: UMA ANÁLISE DO PROEXT
Marília Cintra, Nelson Felice de Barros

EXTENSÃO POPULAR EM SAÚDE E CARREIRA DOCENTE: UMA ANÁLISE DO PROEXT

Autores: Marília Cintra, Nelson Felice de Barros

Apresentação: O presente estudo trata da extensão popular em saúde, se atendo em especial a um de seus atores, o corpo docente. Por meio do Art. 207 da Constituição Federal foi estabelecido o tripé Universitário composto pelo Ensino, Pesquisa e Extensão, sendo estas indissociáveis. Neste sentido, a extensão universitária deve ser compreendida enquanto uma tarefa a ser exercida pelo corpo docente por meio da  elaboração, coordenação, execução e avaliação de ações de extensão, sejam elas programas ou projetos. Sendo assim, o docente extensionista na qualidade de propositor viabiliza e experiência a relação dialógica entre os saberes acadêmicos e populares. Desta forma, o presente estudo objetiva compreender a forma com a qual a extensão popular em saúde se apresenta na carreira dos docentes graduados em medicina que tiveram ações de extensão fomentadas pelo Programa de Extensão Universitária (PROEXT). Programa instituído pelo Governo Federal a partir do decreto nº6.495 de 30 de junho de 2008, e que teve sua origem a partir da articulação entre o Fórum de Pró Reitores de Extensão (FORPROEX) com o Departamento de Políticas de Ensino Superior- DEPES/SESu/MEC-, tendo por objetivo apoiar e fomentar as ações de Extensão, sejam elas Projetos ou Programas que contribuam para o fortalecimento de políticas públicas, estes executados por Instituições de Ensino Superior (IES). Nesse sentido, foi tomado como base os objetivos, bem como as diretrizes presentes no Plano Nacional de Extensão Universitária de 2012, bem como na Política Nacional de Educação Popular em Saúde. De acordo com Giddens, existem dois enquadramentos metodológicos em pesquisa social: A análise institucional, onde as propriedades estruturais são tratadas como características cronicamente reproduzidas de sistemas sociais, e a análise da conduta estratégica, onde o foco incide sobre os modos como os atores sociais se apóiam nas propriedades estruturais para a constituição das relações sociais, o se que produz uma visão dicotômica, dividindo a estrutura e a ação. Nesse sentido, o mapeamento dos agentes envolvidos em políticas públicas implica no seu posicionamento tempo espaço e na compreensão dos seus mecanismos de interação. Os pontos perceptíveis nesse processo são a comunicação e a política e sua manifestação prática são os normativos e o controle, mediados pela burocracia hierarquizada.(...) O fato é que as relações comunicacionais são complexas, envolvem muitos agentes, com posições, significados e história diferenciados e a política se dá através de interação e trocas que muitas vezes não são percebidas. Não se pode dizer que a burocracia e o controle não sejam úteis no processo de gestão, mas são dimensões restritas dos agentes e suas relações. O PROEXT, após a sua implementação em novo formato a partir do Decreto n 6.495/2008, já contou com seis edições e pretendemos nos ater às iniciativas de participação por parte dos docentes médicos observando a forma com a qual a extensão popular em saúde se apresenta em seu percurso profissional. A Extensão Universitária nesse aspecto, se apresenta como um elemento que se localiza dentro de um estrutura que por vezes é vista como promotora da reprodução de uma lógica hegemônica, sendo assim, conforme apresentado por Mello em 2002,, ela é um espaço de resistência. Nesse sentido, devemos compreender que a extensão Universitária possui então um caráter formativo, tanto para os alunos quanto para  os grupos aos quais se estabelece a relação por intermédio da extensão. Considerando que as atividades de extensão assim como as demais linhas de atuação da Universidade -Ensino e Pesquisa- necessitam de fomento para que suas atividades possam ser viáveis, compreendemos a importância de nos atermos ao perfil docente que acessou o PROEXT, sendo esta uma das mais abrangentes políticas públicas de fomento à Extensão Universitária de caráter federal. Objetivo: Analisar quantitativamente a presença e os impactos da extensão popular em saúde em docentes médicos que tiveram ações de extensão fomentadas pelo PROEXT, por meio da linha Promoção da Saúde em suas seis  edições de seleção, dialogando com as diretrizes presentes na Política Nacional de Educação Popular em Saúde. Método: Com a intenção de se alcançar os objetivos propostos optou-se pela adoção da análise descritiva como metodologia, observando a distribuição geográfica da docência médica extensionista contemplada pelo PROEXT, número de ações aprovadas, modalidade e valor do repasse, sendo esta a amostra documental primária. Após mapeados os docentes, foi realizada a análise dos dados sobre extensão popular presentes em seus currículos da plataforma Lattes/CNPQ, sendo esta a amostra documental secundária, observando o tempo de formação, a experiência com extensão seja ela durante a graduação ou já na docência, principais  fontes de fomento, número de alunos envolvidos e publicações sobre extensão. Relacionou ainda os resultados obtidos acima com os estudos existentes relativos a Extensão Universitária, visando problematizar a noção de Trabalho Social Útil e Comunicação. Resultado: A partir da revisão bibliográfica inicial para a elaboração deste estudo, identificamos que a produção acadêmica acerca da temática da Extensão Universitária, bem como das Políticas Públicas que as fomentam, apresentam uma lacuna no que se refere à atuação de uma de suas/seus agentes, as/os docentes propositores. A pesquisa documental permitiu identificar o perfil institucional da Extensão Universitária através da leitura das leis e decretos, em especial, aos editais (2010, 2011, 2013, 2014, 2015 e 2016), bem como aos seus respectivos resultados publicados. No que tange ao perfil docente médico extensionista, concluíram a graduação entre 15 a 49 anos e tendo cada docente  em média 4,9 experiências com ações de extensão, sendo que apenas 5 docentes não possuíam nenhuma experiência. Já no que se refere às fontes de fomento, 142 projetos de 25 docentes não tiveram ou incluíram o financiamento. Dos 18 docentes que apresentam a fonte de fomento, 11 docentes tiveram 21 projetos fomentados com recursos federais, 5 docentes tiveram 10 projetos fomentados pela própria IES e 2 docentes tiveram 2 projetos financiados pela iniciativa privada (Fundação Ford). No que se refere ao corpo discente, 2304 alunos atuação em ações de extensão coordenadas por estes docentes, distribuídos entre 1959 graduandos, 315 mestrandos e 30 doutorandos. Embora os docentes pesquisados são os que tiveram propostas fomentadas pelo PROEXT, 31 não fazem nenhum tipo de menção a referida política pública, sendo que 6 não apresentam nenhuma informação sobre qualquer atividade de extensão no currículo Lattes. Considerações finaisDiante dos dados obtidos, caracterizou-se um possível descompasso entre as ações de extensão executadas e os dados apresentados no currículos dos docentes estudados. Estes que podem ser observados no não preenchimento adequado da plataforma, cabe neste ponto questionar a quê se deve tal fenômeno, bem como  que em medida pode se apresentar como um sinal da desvalorização do peso da extensão em relação ao ensaio e a pesquisa na avaliação docente, por exemplo. Este aspecto se apresenta de forma crítica, considerando que o currículo do docente propositor também é examinado no processo de seleção de ações a serem contempladas pelo fomento. O que poderia, em certa perspectiva, se cristalizar como prejudicial ao determinado no Plano Nacional da Extensão Universitária (2012), uma vez que expressa que ¨o fortalecimento da Extensão Universitária depende também de mudanças em seu processo de financiamento, de forma a garantir não apenas o necessário aumento quantitativo dos recursos, mas também maior estabilidade, solidez e transparência destes, assim como sua focalização em áreas prioritárias.¨

9250 PERCEPÇÃO E PRÁTICAS DE SAÚDE BUCAL EM USUÁRIOS DO SUS NO RIO DE JANEIRO
Juliana Cardoso da Silva Bigonha, Luciana Freitas Bastos, Celso da Silva Queiroz, Fernanda Nunes de Souza, Rhayany de Castro Lindenblatt Ribeiro, Fátima Cristina Natal de Freitas, Andréa Lanzillotti Cardoso

PERCEPÇÃO E PRÁTICAS DE SAÚDE BUCAL EM USUÁRIOS DO SUS NO RIO DE JANEIRO

Autores: Juliana Cardoso da Silva Bigonha, Luciana Freitas Bastos, Celso da Silva Queiroz, Fernanda Nunes de Souza, Rhayany de Castro Lindenblatt Ribeiro, Fátima Cristina Natal de Freitas, Andréa Lanzillotti Cardoso

Apresentação: As salas de espera dos serviços de saúde são ambientes favoráveis para desenvolver atividades de educação em saúde bucal. Isto denota criar condições para a obtenção de conhecimentos, o desenvolvimento de atitudes e valores que levem os usuários a serem coresponsáveis pela sua saúde. Esse estudo tem investigado as percepções e práticas de saúde bucal em usuários do SUS no Rio de Janeiro. Trata-se de uma pesquisa exploratória, de natureza descritiva. Os dados são colhidos através de um questionário semiestruturado respondido por usuários adultos presentes nas salas pré-clínicas médicas da Policlínica Piquet Carneiro/UERJ, escolhidos aleatoriamente após atividades educativas, com início em julho de 2019. Essa instituição foi escolhida como campo de coleta de dados porque se trata de um espaço de referência estadual com 23 especialidades médicas e apoio diagnóstico/terapêutico. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HUPE/UERJ sob o no. 3.416.024. Resultado: parciais demonstram que 57% eram mulheres, cuja faixa etária predominante foi de 45 a 64 anos; com relação ao grau de escolaridade a maior percentagem possuía ensino médio completo (37,4%). Com relação à percepção de saúde bucal: 75,7% respondeu ser importante ter dentes sadios para melhorar a saúde como um todo, já 12,2% credita essa importância à estética; 61% acredita não ter cárie atualmente, mas 88% revela já ter tido lesão de cárie. Quando questionados sobre as práticas de higiene oral 90,6% afirmou escovar duas ou mais vezes por dia; 40,5% dos respondentes alegou utilizar fio dental além da escova de dentes para higienizar a boca; 46% declarou trocar a escova de dentes entre três e seis meses de uso; ademais, 52,7% disse não ter qualquer dificuldade para higienização. Considera-se que a população estudada, por conta da idade da maioria dos respondentes, apresenta vestígios do modelo cirúrgico restaurador na odontologia. No entanto, espera-se que a partir das práticas de higiene oral desempenhadas pela maioria atualmente, aliada à educação permanente em salas de espera, se traduza em desfechos positivos para a sua própria saúde. Ratificando, dessa forma, que todos os cenários em que se produz saúde são ambientes relevantes de empoderamento popular.

10070 COLETIVO DE ATIVIDADES PSICOSSOCIAIS: UMA REDE SERVIÇO-USUÁRIO-ACADEMIA
Thaina Ramos Freire, Tiago Braga do Espírito Santo, Letícia Ramos da Silva, Fabiane Dias de Mendonça, Desirée Carvalho, Clarissa Terenzi Seixas, Jonathan Guedes da Silva

COLETIVO DE ATIVIDADES PSICOSSOCIAIS: UMA REDE SERVIÇO-USUÁRIO-ACADEMIA

Autores: Thaina Ramos Freire, Tiago Braga do Espírito Santo, Letícia Ramos da Silva, Fabiane Dias de Mendonça, Desirée Carvalho, Clarissa Terenzi Seixas, Jonathan Guedes da Silva

Apresentação: O objeto do presente estudo é o grupo composto por trabalhadores, docentes, graduandos e usuários de saúde mental, denominado Coletivo de Atividades Psicossociais - CAPS-OCUPA. Criado a partir do desejo de ativar uma rede serviço-usuário-academia, no intuito de mobilizar atividades voltadas para o campo da saúde mental, em seu território de pertencimento, a saber: a Área Programática 2.2, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O objetivo deste texto é relatar o processo de construção do referido coletivo, bem como identificar as atividades realizadas no decorrer de seu funcionamento. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo qualitativo-descritivo, do tipo relato de experiência, delimitado temporalmente pelo período de junho a dezembro de 2019. Os dados aqui apresentados foram coletados no decorrer das atividades realizadas, tendo sido utilizado também anotações e atas das reuniões e eventos desenvolvidos no período. Resultado: As primeiras aproximações realizadas  foram mobilizadas pela organização das atividades para comemoração do Dia Nacional da Luta Antimanicomial (18 de maio). O projeto de extensão denominado Liga Acadêmica de Saúde Mental de Enfermagem da UERJ (LIASME UERJ), voltado à formação em Saúde Mental, a partir da Reforma Psiquiátrica Brasileira Antimanicomial, promoveu reuniões com três dispositivos: o Núcleo Estadual do Movimento da Luta Antimanicomial (NEMLA RJ) e os trabalhadores e usuários de dois Centro de Atenção Psicossocial II, o UERJ (CAPS UERJ) e o Mané Garrincha (CAPS AD Mané Garrincha). Essas reuniões produziram a Semana da Luta Antimanicomial, na qual foram realizados debates, na modalidade "sala de espera", acerca do tema em Clínicas da Família próximas à Faculdade de Enfermagem da UERJ. Além disso, foi realizado uma atividade no campus Maracanã da UERJ denominada “Você sabe o que é Luta Antimanicomial?”, que promoveu oficinas de cartazes, roda de samba e diálogo com a comunidade uerjiana. Encerradas as atividades, o grupo permaneceu planejando intervenções que trouxessem o tema da Luta Antimanicomial e Saúde Mental para a população da região. A mobilização seguinte centrou forças na organização de uma Festa Junina, no ano de 2019. Naquele momento, o desejo era de realizar um evento que efetivamente integrasse as duas unidades - CAPS UERJ e CAPS AD Mané Garrincha - tendo em vista que, historicamente, realizavam seus eventos de forma isolada, com apenas algumas aproximações como convidados nas festas um do outro. Mobilizados pelo desejo de radicalizar a ocupação territorial e, desta forma, (re)ativar a rede intra e intersetorial, encontros passaram a ser realizados com a presença de trabalhadores dos dois dispositivos e da LIASME UERJ. No processo, foram disparados novas reuniões, com encomendas que, centradas na organização do evento, reverberaram ações internas aos serviços. As trabalhadoras dos CAPS, envolvidas na organização do evento, passaram a levar para suas assembleias locais o que estava sendo debatido, a fim de mobilizar os demais trabalhadores e usuários acompanhados pelas instituições. Desta forma, a ativação da rede mobilizada por este coletivo, denominado à época de “Grupo Operativo”, passou a contar com encontros realizados com todo o grupo na FACEnf e nas assembléias locais de suas unidades de origem (CAPS UERJ E CAPS Mané Garrincha). Como estratégia de mobilização deliberada coletivamente, trabalhadores e usuários de um serviço passaram a integrar a assembleia do outro dispositivo, resultando em encontros que, organicamente, uniu trabalhadores e usuários dos dois CAPS do território. Esse movimento de mobilizações também provocou tensionamentos em ambos os serviços, seja nas práticas de cuidado direcionadas pela atenção psicossocial, seja na reorganização das equipes para dispor de trabalhadores para compor as atividades na região e fora dos limites das paredes do CAPS, ou ainda refletir sobre o papel e o impacto das práticas territoriais para esses dispositivos que são desenhados para trabalharem em rede e apostarem no território como clínica ampliada. A identificação da potência da rede viva que estava sendo aquecida a partir do evento “Festa Junina” produziu desdobramentos: após finalização do projeto, decidiu-se pela continuidade do coletivo, que desenvolveria nas semanas seguintes uma agenda de atividades que, desta vez, extrapolaram os limites institucionais. A partir de então, novas frentes de trabalho foram ativadas, das quais destacam-se: os seminários temáticos realizados na Faculdade de Enfermagem da UERJ e a ocupação mensal na Praça Maracanã, com o evento “Você sabe o que é um CAPS?”. Nesse período foram realizados dois Seminários, com os temas: “Reforma da Previdência: o que a saúde mental tem a ver com isso” e “Racismo e Saúde Mental”. Foi tirado pelo grupo três horizontes inegociáveis para a realização dos eventos: os temas eram decididos coletivamente em assembleia nos serviços, fazendo assim com que a universidade respondesse a uma demanda do cotidiano institucional; com o intuito de provocar a ocupação da universidade pela população, os seminários seriam sempre realizados nas dependências da UERJ, proporcionando assim a inserção de pessoas que nunca tinham antes circulado em uma instituição de ensino superior; a composição das mesas deveriam sempre contar com um docente-pesquisador do tema, um trabalhador da área, um acadêmico-residente da área e um usuário do serviço de saúde mental. Em paralelo a essas atividades, era promovido pelo CAPS-OCUPA, mensalmente, a ocupação da Praça Maracanã. Toda segunda quinta-feira do mês eram realizadas atividades públicas como oficinas de cartazes e distribuição de folders. Este material gráfico foi construído pelo coletivo e abordava o tema da ocupação: “você sabe o que é um CAPS?”. O folder era entregue à população que transitava pelo território, além de serem ofertado espaços de conversas sobre o tema. Destaca-se que esta última atividade foi, majoritariamente, realizada pelos usuários, o que nos leva a reflexão sobre o mútuo impacto do evento. Por um lado, a população atingida passou a participar de atividades de formação a partir do compartilhamento de informações acerca da saúde mental, por outro lado, a maioria dos os usuários puderam vivenciar uma mudança de lugar social, ocupando um papel de (re)conhecimento e de possibilidade de troca com a sociedade. Constrói-se assim, em ato, na amálgama da clínica e da vida, outras formas de cuidar, de ocupar e (re)significar o território existencial e a visão de mundo. As ocupações abordavam, em média, 100 pessoas por evento. O último, realizado em novembro de 2019, foi realizado em torno do tema “semana da consciência negra”. Considerações finais: A construção do grupo foi possível, disparado pelo desejo dos atores envolvidos na construção da rede, que se deu a partir das conexões-encontros. A potência da rede possibilitou uma via de o diálogo entre serviço-academia-população, com o intuito de desconstruir o imaginário social de periculosidade acerca da loucura e proporcionar aos usuários, mas também à academia e ao trabalhador, um pertencimento do território que circulam. Essa organização desencadeou mudanças no cotidiano dos serviços de saúde mental, que passaram a pensar coletivamente sobre as decisões dos CAPS OCUPA, implicando todos os sujeitos no processo de deliberação e organização. Portanto, permite aos usuários ampliação da autonomia, da sociabilidade e da produção de vida, a partir das conexões existenciais que vão se construindo pelos encontros. A sociedade, por sua vez, se envolve no debate sobre a loucura, problematizando qual modelo societário busca-se construir: se será uma sociedade excludente e desigual ou se garantirá justiça social.

10111 A (RE)EXISTÊNCIA DA FEIRA INTERINSTITUCIONAL DA AGRICULTURA FAMILIAR DE BASE ECOLÓGICA: UMA EXPEERIÊNCIA EXITOSA
Ariandeny Silva de Souza Furtado, Maria Marciana De Sousa Canedo, Marília Bohnen Barros, Stefanny Da Cruz Nóbrega, Thaísa Anders Carvalho Souza, Tânia Maria Sarmento da Silva, Moacir Amorim, Raissa Picasso

A (RE)EXISTÊNCIA DA FEIRA INTERINSTITUCIONAL DA AGRICULTURA FAMILIAR DE BASE ECOLÓGICA: UMA EXPEERIÊNCIA EXITOSA

Autores: Ariandeny Silva de Souza Furtado, Maria Marciana De Sousa Canedo, Marília Bohnen Barros, Stefanny Da Cruz Nóbrega, Thaísa Anders Carvalho Souza, Tânia Maria Sarmento da Silva, Moacir Amorim, Raissa Picasso

Apresentação: As modificações nos padrões demográficos e sociais contribuíram para o consumo de alimentos industrializados, diminuição do esforço físico e redução do gasto calórico. Esses fatores contribuem para o aumento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que representam um problema de saúde pública e são as principais causas de morte entre adultos. Entre os principais fatores de risco destacam-se a inadequação alimentar. Os hábitos alimentares da população brasileira são caracterizados pelo alto consumo de alimentos industrializados em detrimento dos alimentos in natura. Estudos realizados na UFG/IFG/IF Goiano sobre o estado nutricional e o perfil alimentar da comunidade institucional (2015/2016) apresentaram resultados similares aos da população brasileira. O que evidencia a necessidade de desenvolver no ambiente institucional ações que versam pela alimentação saudável, capazes de intervir nesse cenário epidemiológico e na melhoria da capacidade laborativa, conforme preconizado pela Política de Atenção à Saúde e Segurança do Trabalho e as Diretrizes para a Promoção da Saúde e da Alimentação Saudável em Instituições Públicas Federais; sendo o SIASS a referência para a implementação. Diante esse contexto, a Feira Interinstitucional Agroecológica da Agricultura Familiar surge da necessidade de trazer para o ambiente institucional vivências prol alimentação saudável, soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) de forma colaborativa e interdisciplinar com as/os agricultoras/es familiares. Em 2019 através da aprovação do projeto de extensão no IFG “Feira Institucional Agroecológica da Agricultura Familiar: uma estratégia para a SAN das/os servidoras/es do IFG/IF Goiano”, foi publicada a Chamada Pública 01/2019/COEXT/DAS/PROEX/IFG, que selecionou as/os Agricultoras/es Familiares do Estado de Goiás, que possuíam a Declaração de Aptidão ao Pronaf/DAP, um Projeto de Venda de Gêneros Alimentícios (sendo até 5 alimentos para a DAP/Física e 15 para a DAP/Jurídica); a Autodeclaração de Produção de Base Ecológica de Gêneros Alimentícios; e disponibilidade em participar de encontros mensais durante as edições; sendo selecionadas/os 15 agricultoras/es e 2 cooperativas. A Equipe envolvida teve mais de 2.000 horas disponíveis para a execução do projeto, que culminou na realização de 37 Feiras distribuídas no IFG, UFG, IF Goiano e CONAB. Tiveram 3 Edições Extras na “Audiência Pública prol Agricultura Familiar” na ALEGO, IV ENPSSAN e no 16º Conpeex/UFG. As Feiras aconteciam sempre nas primeiras e segundas quartas-feiras de cada mês; das 8:00 às 10:00, 11:00 às 13:00 e das 15:00 – 17:00. As/os agricultoras/es optaram por esse formato dada a contenção de gastos com o deslocamento e a otimização do tempo. As edições contaram com o apoio das Equipes Locais descentralizadas, comunidade institucional, movimentos populares e sindical. As edições na UFG tiveram o auxílio da ADUFG e do Sint-ifesgo para o deslocamento. As vivências nas propriedades das/os agricultoras/es o IFG e o IF Goiano disponibilizaram os carros oficiais e para as edições extras e/ou participação em eventos foram disponibilizadas as diárias para as/os agricultores/as. As instituições foram corresponsáveis pela divulgação, acolhimento, ambientação e limpeza do espaço. Cabe destacar que esse projeto foi desenvolvido no decorrer de 2018 tendo como referência a PROEX/Procuradora/Equipe da Engenharia do IF Goiano, lideranças do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Assentamento de Canudos (Palmeiras/GO), Movimento Camponês Popular (MCP) Comunidade João de Deus (Silvânia/GO) e a Equipe de Promoção da Saúde do SIASS IF Goiano/IFG. O projeto foi submetido e aprovado pela PROEX/IFG em 2019 e posteriormente transformou-se em um Programa Interinstitucional entre o IFG e a UFG. Para a realização das edições aconteceram: 6 encontros nas propriedades de agricultores/as do MCP e 3 do MST, 4 atividades com os Núcleos de Agroecologia do IF Goiano e IFG, 15 Rodas de Conversas, 8 Oficinas, 4 falas compartilhadas em eventos institucionais com as/os agricultores/as, 2 participações na mídia televisiva e 2 entrevistas no rádio; 4 apresentações de trabalhos em eventos científicos; 1 Banca de TCC, 16 reuniões intersetoriais, 25 reuniões insterinstitucionais e 17 reuniões de acompanhamento das feiras. Os (re)encontros oportunizaram a horizontalidade das trocas e diálogos de saberes com as/os agricultoras/es e a comunidade institucional prol cumprimento dos objetivos, intersecção entre o ensino-pesquiso-extensão e efetivação das políticas públicas/institucionais. Com a geração de renda e observando as especificidades do público alvo, foi impulsionado o potencial agrícola local, o desenvolvimento de diferentes agroecossistemas e maior variedade de alimentos “in natura” e quitandas. Foi perceptível o avanço do cooperativismo, desenvolvimento local e o empoderamento dos movimentos populares. Foram ofertados aproximadamente 100 tipos de alimentos de origem animal, frutas, folhosos, verduras, legumes, doces, quitandas, farináceos, temperos, alimentos desidratados, leite e derivados, conservas e bebidas. Houve a necessidade de criar o “Grupo Interinstitucional de Referência” responsável pela coordenação e as intersecções do tripé acadêmico. As/os servidoras/es passaram a ter um espaço institucional de promoção da alimentação oportunizando não apenas a prevenção das DCNT mas a vivência dos diferentes significados envoltos da alimentação, como afetividade, socialização, humanização, solidariedade, lembranças, prazer, trocas de saberes,  aproximação do “campo à cidade” em todo o processo “da produção ao consumo”, olhar sociopolítico da “alimentação enquanto ato político”, regionalismo e o resgate da identidade alimentar; conforme os relatos das/os servidores/as: “(...) esse bolo me remete a infância”, “(...) eu julho eu sinto muita falta da feira”, “(...) torna o ambiente de trabalho mais feliz”, “(...) eu deixo para comprar as coisas aqui”, “(...) eu junto vidros para doar aos agricultores/as”, “(...) já aprendi que as frutas, temos que consumir por época”, “(...) trazer os agricultores é um papel social da instituição”, “(...) me dá mais ânimo a trabalhar”, “(...) aqui os alimentos não têm agrotóxicos”, “(...) é tudo fresquinho”, “(...) as vezes compro fiado”. “(...) é uma inciativa maravilhosa”, (...) eu sempre compro, temos que fortalecer a feira”. Os relatos das/os agricultores/as dialogam com o da comunidade institucional: “(...) essas feiras é a nossa principal fonte de renda”, “(...) a gente tá tentando se organizar melhor, pois produzir a gente sabe”, “(...) a gente nunca foi tão bem tratada”, “(...) tanto come o nosso povo (como o motorista) e o chefe dele (servidor) e isso pra gente é mais importante do que a própria venda”, “(...) tem lugares que somos vistos como terrorista aqui o MST pode colocar a bandeira”, “(...) eu aprendo muito”, “(...) muita gente querendo meus produtos eu fico muito feliz”. Em cada espaço há especificidades que foram compreendidas e adequadas: “(...) a gente já consegue produzir a quantidade certa, volta pouca coisa”; “(...) na reitoria do IFG as pessoas gostam mais do suco sem açúcar, lá a gente vende tudo”, “(...) no Câmpus Goiânia os estudantes preferem o mané pelado, já na reitoria do IF Goiano se compra muita carne na lata e requeijão”. Entre os desafios encontrados há o de estimular o consumo de alimentos “in natura”, ampliar a feira para os demais câmpus/espaços, custear o deslocamento das/os agricultores/as e potencializar o cooperativismo entre os movimentos populares. Foi uma experiência exitosa de vivências da “comida de verdade do campo à cidade” que refletiu na promoção da saúde da comunidade institucional; no protagonismo das/os agricultoras/es e empoderamento dos movimentos populares; nas intersecções do tripé acadêmico para a implementação da Política e Diretrizes de Promoção da Saúde e da Alimentação Saudável em Instituições Públicas Federais, soberania alimentar, SAN e agroecologia.

10847 O PROCESSO DA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE PARA A PREVENÇÃO DO CÂNCER DE BOCA EM ESPAÇOS DE VIDA COTIDIANOS DO MUNICÍPIO DE BELÉM
Ramom Breno Tavares Leite dos Santos, Márcia Juliana da Silva Sampaio, Amanda Thayse Silva, Gabriel Mácola Almeida, Victor Brendon Kodani dos Santos, Mayra Emanuele Magalhães Alves, Raquel Rodrigues Bastos, Liliane Silva Nascimento

O PROCESSO DA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE PARA A PREVENÇÃO DO CÂNCER DE BOCA EM ESPAÇOS DE VIDA COTIDIANOS DO MUNICÍPIO DE BELÉM

Autores: Ramom Breno Tavares Leite dos Santos, Márcia Juliana da Silva Sampaio, Amanda Thayse Silva, Gabriel Mácola Almeida, Victor Brendon Kodani dos Santos, Mayra Emanuele Magalhães Alves, Raquel Rodrigues Bastos, Liliane Silva Nascimento

Apresentação: O câncer pode ser definido como a proliferação desordenada de células atípicas, que não são debeladas, totalmente, pelo sistema imunológico, por razão ainda desconhecida. É uma doença de alta incidência mundial que possui comportamento agressivo, sendo o Brasil um dos países com índice mais alto no mundo. Os cânceres de cabeça e de pescoço são neoplasias malignas que, na sua maioria, se iniciam no epitélio de revestimento oral por multiplicação celular desenfreada e acometem as vias aerodigestivas superiores. Na região Norte, a situação mais preocupante é observada no Estado do Pará, onde estima-se diagnóstico de 2/3 dos casos das  neoplasias malignas de boca desta região brasileira. O câncer de boca é o quinto tipo de câncer mais comum no mundo, e está fortemente relacionado com o fumo e o álcool. Estudos realizados apontam que a falta de conhecimento da população e a resistência em realizar o autoexame bucal para diagnóstico de lesões ou qualquer alteração na boca, aumentam o risco de diagnóstico tardio, diminuindo as chances de cura, piorando assim o prognóstico. A ação de proposta deste projeto é dialogar sobre o câncer em espaços de vida das pessoas dentro de seus cotidianos, bem como estimular o autoexame bucal, o que caracteriza uma integração do cuidado técnico da odontologia com saúde pública. Estudos em todo o mundo revelam que em metodologia de exame visual durante campanha de prevenção do câncer bucal é constatada a diminuição considerável dos efeitos negativos da desigualdade social sobre a saúde. Nosso objetivo é discutir e relatar sobre as experiências de promoção do autoexame bucal dentro dos coletivos do município de Belém e estimular a disseminação do conhecimento dos fatores de risco do câncer de boca. Esse resumo trata-se de um relato de experiência sobre planejamento e realização de ações educativas sobre o câncer de boca, como exemplos de manifestações iniciais, alguns sinais e sintomas, autoexame bucal e fatores de risco. O projeto em questão foi idealizado pela Profa. Dra. Liliane Silva do Nascimento, que selecionou 2 bolsistas, que realizaram uma seleção entre os alunos da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Pará para somar mais 8 voluntários para montar a equipe de trabalho. Nas reuniões iniciais no Laboratório de Monitoramento e Avaliação em Saúde do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA foram definidos os materiais e métodos das ações. Inicialmente, com base na proposta do projeto, seriam realizadas ações somente nos transportes públicos da cidade de Belém e, posteriormente, nas feiras de Belém. Após aprovação, e com a ajuda dos discentes da Residência Multiprofissional da Estratégia da Saúde da Família (coorientadores), o banner para as ações educativas foi confeccionado, com fotos de leões, autoexame em passo a passo, sinais e sintomas e fatores de risco. As reuniões seguintes com todos os integrantes do projeto foram realizadas com a finalidade de determinar os pontos-chave para a divulgação das informações, definindo uma linguagem acessível para todos os níveis socioeconômicos dos passageiros que estivessem presentes nos coletivos. As atividades nos coletivos tiveram início ás 8 horas da manhã de 2 dias semanais escolhidos de acordo com a agenda dos participantes, as linhas de ônibus são aleatórias e tem duração de 4 horas por dia, sendo irrelevante a quantidade dos coletivos mas levando em consideração a quantidade mínima de mais ou menos 20 pessoas dentro deles. Nas feiras foi inviável o uso dos banners, por serem grandes, então foi produzido outro material, idêntico, no tamanho de papel A4 com 10 exemplares para abordagem individual com os trabalhadores. De início foi realizada uma abordagem sobre a incidência dessa patologia no Brasil, na região Norte e no Estado do Pará; posteriormente foram apresentadas algumas imagens, coletadas no banco de imagens do complexo universitário da UFPA/HEBSERH – Hospital Universitário João de Barros Barreto, cujas imagens possuíam características de lesões cancerígenas nos seus estágios iniciais. Posteriormente, foi apresentado aos ouvintes o autoexame bucal, o qual foi orientado a visualização e tato dos lábios, mucosa jugal, pescoço, palato mole, duro e ventre lingual; esse autoexame é indicado uma vez no mês. Após isso foi repassado algumas características dessas lesões, como feridas com longa duração (mais de 3 semanas), manchas brancas, vermelhas ou escuras, e nódulos na região de boca e pescoço. Finalizando a apresentação do tema com alguns fatores que podem ser predisponentes do câncer bucal, como exposição solar, má higiene bucal, o fumo e ingestão de bebidas alcoólicas – sendo que a combinação destes últimos pode elevar os riscos. Com aconselhamento ao usuário de se procurar qualquer unidade de saúde básica, pra receber um atendimento inicial e/ou ser encaminhado pra um serviço mais especializado. Os resultados obtidos foram observados pela forma com a qual as pessoas que foram alcançadas pelo projeto receberam as informações e reagiram a elas. Nos coletivos muitas pessoas paravam os integrantes para agradecer pela informação passada, dizendo não ter tido nenhuma informação anterior sobre o assunto, se comprometendo em repassar a informação aos familiares e relatando casos na família onde um diagnóstico precoce resultaria em um prognóstico melhor. No primeiro dia, um usuário do transporte público fez uma foto e postou em uma rede social alcançando mais de 10 mil compartilhamentos, em poucas horas. Pessoas de outros estados entraram em contato parabenizando e relatando ter buscado informações sobre o câncer de boca após ver a publicação da rede social. Um jornal fez uma publicação, na sua plataforma virtual, sobre o projeto, sua importância e repercussão. Tendo o projeto alcançado de forma presencial, aproximadamente 500 pessoas em 25 linhas de ônibus. Após relato dos ouvintes nos coletivos, nota-se a falta de conhecimento da população sobre o tema e campanhas que promovam informações quanto a importância de saber a incidência de casos locais, quais as manifestações iniciais da patologia, como fazer o autoexame, o que visualizar como sinais e quais os fatores predisponentes da doença. E fica evidente a necessidade de levar a informação a população, mesmo que no seu momento de locomoção no transporte público, e assim reduzir o desconhecimento. Percebe-se também como um projeto de extensão, que atua além dos muros da Universidade, é de extrema importância para uma atenção à saúde pública de qualidade. Quanto aos acadêmicos, é evidente o apreço ao trabalho em equipe, e em prol da sociedade cuja não tem acesso à informação. Portanto pode-se concluir que as ações educativas dentro dos coletivos de Belém alcançaram seus objetivos gerando entendimento e questionamento do público alvo, e um benefício mútuo entre estudantes e comunidade.

10962 EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE PARA PREVENÇÃO DO CÂNCER ORAL NO NORDESTE PARAENSE
Gustavo Bezerra dos santos Lira, Mayra emanuele magalhães alves, Marcio Vinicius de gouveia affonso, Ramom breno leite, Victor brendon kodani dos santos, Liliane silva do nascimento, Gabriel Mácola de almeida, Raquel rodrigues bastos

EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE PARA PREVENÇÃO DO CÂNCER ORAL NO NORDESTE PARAENSE

Autores: Gustavo Bezerra dos santos Lira, Mayra emanuele magalhães alves, Marcio Vinicius de gouveia affonso, Ramom breno leite, Victor brendon kodani dos santos, Liliane silva do nascimento, Gabriel Mácola de almeida, Raquel rodrigues bastos

Apresentação: O câncer de boca caracteriza-se como uma das neoplasias mais recorrentes na população brasileira. Possui etiologia multifatorial que envolve fatores extrínsecos e intrínsecos aos indivíduos. As altas taxas de incidência dessa neoplasia trazem à tona discussões acerca dos fatores de risco relacionados ao câncer de boca, levantando hipóteses que apontam à ausência de informações acerca da interação entre esses fatores. A atividade popular em saúde constitui-se como uma solução para essa problemática, onde acadêmicos e profissionais da saúde atuam em conjunto para garantir a integração ensino-serviço, promovendo saúde por meio da sensibilização acerca do autocuidado; tornando o indivíduo protagonista da própria saúde. O objetivo deste trabalho é descrever a experiência de acadêmicos do curso de odontologia da Universidade Federal do Pará, a partir de uma atividade popular em saúde realizada na cidade de Bragança, localizada na região nordeste do  Estado do Pará e proposta pelo projeto extensionista “Prevenção do câncer de boca: de ponto em ponto, de vila em vila na Amazônia”. Desenvolvimento: Um dos objetivos deste projeto é o de compartilhar este conhecimento para os locais mais afastados da capital principalmente aqueles em que os fatores de risco são mais exacerbados, que é o caso da Vila dos Pescadores no nordeste paraense. Comumente as pessoas desta vila provém o sustento das suas famílias a partir da pescaria na região, o que condiciona esses indivíduos à exposição excessiva à radiação Ultravioleta, sendo a principal responsável pelo câncer de lábio inferior. Detectada essa condição, a coordenação do projeto, junto aos integrantes e secretaria municipal do município de Bragança se articularam para realizar uma atividade de educação popular no dia 16 de novembro de 2019. Duas agentes comunitárias de saúde acompanharam os alunos e residentes pela Vila de Pescadores, com o intuito de dialogar com a população local, viabilizando um  diálogo bilateral sobre formas de proteção  e como realizar o autoexame de boca, buscando sempre ouvir e discutir o assunto para construção de um saber mais dinamizado, pautado pela união entre o conhecimento científico e o popular; sempre atentando-se a adequação da fala. Foi possível incluir e debater assuntos relacionados à realidade daquela comunidade, o que configurou um assunto de interesse para os indivíduos. Resultado: Os resultados desta experiência se mostraram bastante positivos, uma vez que muitos no local nunca tinham tido contato com a palavra câncer. A forma como as pessoas receberam as informações e sentiram a necessidade de tomar medidas para precaver um câncer bucal, ou mesmo amenizar os fatores de risco, mostrou-se como um dos pilares que resultaram desta atividade. Considerações finais: Tendo isso como base, percebeu-se a importância da realização de mais momentos como esse, ao passo que existem muitas comunidades localizadas em várias regiões do Brasil que necessitam ser assistidas pelas políticas de saúde pública. Além disso, essa perspectiva é capaz de tornar os alunos mais atuantes e os transforma em agentes de transformação social; levando os preceitos da universidade para o ambiente extra muro.

11081 MEDIAÇÃO EM EVENTO DE PARTICIPAÇÃO POPULAR - RELATO DE EXPERIÊNCIA
Natália da Silva e Silva, Russell Santiago Correa, Flavia Carolina da Silva Oliveira, Josildo Ribeiro Brasil Jr, Camila de Cassia da Silva de França

MEDIAÇÃO EM EVENTO DE PARTICIPAÇÃO POPULAR - RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Natália da Silva e Silva, Russell Santiago Correa, Flavia Carolina da Silva Oliveira, Josildo Ribeiro Brasil Jr, Camila de Cassia da Silva de França

Apresentação: Este relato busca descrever a experiência de ser facilitador durante a elaboração de propostas na II Plenária Municipal de Saúde de Ananindeua – PA. Desenvolvimento: A plenária teve como tema “Democracia e Saúde: saúde como direito e consolidação e financiamento do SUS”. O tema escolhido remete a 8ª Conferência Nacional de Saúde, ocorrida em 1986, evento crucial para a criação do Sistema Único de Saúde, devido à grande mobilização da sociedade civil em um momento de redemocratização política. Hoje, diante de tantas mudanças que o sistema público vem sofrendo, em especial a Atenção Primária em Saúde, se faz necessária a reafirmação de que saúde é sim democracia. Com o intuito de elaborar propostas que seriam levadas para a Conferência Municipal de Saúde, a plenária contou com representantes de movimentos sociais, usuários e profissionais de saúde, que como delegados possuíam direito a voz e voto na definição das propostas. O eixo principal da plenária foi dividido em quatro eixos temáticos: I – Democracia e Participação Social na saúde; II – Saúde como Direito; III – Consolidação dos princípios do Sistema Único de Saúde; e IV – Financiamento adequado e suficiente para o SUS. Tendo como base um documento orientador os presentes se dividiram em quatro grupos, de acordo com os eixos temáticos, para discussão e exposição de ideias. O eixo “Democracia e participação social na saúde”, que se trata este relato, contou com treze participantes, dentre eles as presidentes dos  conselhos municipais da Pessoa Idosa e da Mulher, profissionais da saúde e usuários, e como facilitadoras a Coordenadora municipal da Saúde da mulher, e duas residentes do Programa Estratégia Saúde da Família da Universidade do Estado do Pará. Após exposição do tema, onde todos tiveram direito a fala, foram elaboradas pelo grupo seis propostas, que visavam estimular e facilitar participação social. Resultado: Do eixo I resultaram as seguintes propostas: 1. Criar um veículo/instrumento de publicização (com linguagem acessível) para o planejamento dos investimentos à saúde municipal, a curto, médio e longo prazo, com recursos e prazos pré-definidos; 2. Criação de comitês setoriais que tenham cunho consultivo e propositivo para aplicação dos recursos da saúde, com calendário permanente e quadrimestral com vínculo com o conselho municipal; 3. Promover uma formação continuada sobre financiamento público da saúde para a comunidade; 4. Ampliar a divulgação do canal de ouvidoria – 196; 5. Promover durante o acolhimento e/ou espera nas unidades de saúde momentos para orientação, informação e coleta de sugestões sobre os serviços e a rede de atendimento, direitos sociais, humanos e participação social; 6. Publicização do repasse tripartite do financiamento a saúde. Após o fim dos debates intragrupos temáticos ocorreu a exposição das propostas desenvolvidas para toda a assembleia para a aprovação ou reprovação. Considerações finais: Observou-se com a experiência que a participação popular está ainda longe do ideal e do que é preconizado nas diretrizes do SUS, o usuário final ainda não tem de fato acesso aos meios democráticos de controle social que o permitem deliberar sobre o sistema e ser agente atuante na democracia participativa direta.

11124 AS POTENCIALIDADES DA EXISTÊNCIA DO “ESPAÇO ACOLHE MANGUINHOS” NO TERRITÓRIO DE FAVELA
Renan Vicente da Silva, Camilly Vitoria Barros Silva, Fabiana Barbosa, Cleysson Costa, Luigi Sanci, Gustavo Figueiredo

AS POTENCIALIDADES DA EXISTÊNCIA DO “ESPAÇO ACOLHE MANGUINHOS” NO TERRITÓRIO DE FAVELA

Autores: Renan Vicente da Silva, Camilly Vitoria Barros Silva, Fabiana Barbosa, Cleysson Costa, Luigi Sanci, Gustavo Figueiredo

Apresentação: A promoção da saúde é um exercício de cidadania, na qual os saberes populares e acadêmicos são transmitidos de maneira horizontal. Esse relato advém de um desdobramento do projeto de extensão: “Educação, Saúde e Cultura em Periferia Urbana” do Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde (NUTES/ UFRJ), no qual obtivemos primeiro contato com o Centro de Referência da Juventude (CRJ). Esse equipamento possuía uma sala desativada, nesse sentido, nos sensibilizamos diante da necessidade de ocupação desse espaço. Essa ação estratégica foi nomeada de “Espaço Acolhe Manguinhos” que trabalha no caminho da educação popular em saúde para construção de um espaço de acolhimento em Manguinhos. A ação perpassou por uma fase experimental, sempre visando construir um processo de trabalho de maneira coletiva. Nossa equipe é composta por 5 alunos do curso de Fisioterapia da UFRJ que atuam todas às quartas no CRJ. Dessa forma, construímos um grupo com 8 participantes, sendo composto por pessoas adultas que possuem interesse em compartilhar suas vivências nas rodas de conversa. Além disso, realizamos dinâmicas, consciência corporal e relaxamento para movimentação desses corpos. Essas intervenções decorrem da importância de trabalhar todas as dimensões desses sujeitos com dor no modelo biopsicossocial-espiritual. Ao longo desses meses estamos observando o quão importante é a escuta qualificada e o acolhimento, sendo terapêuticas que transcendem toda tecnologia em saúde e são formas de expressão das subjetividades. A construção de vínculos, também, é algo muito potente que estamos observando o quanto essencial é na relação profissional-usuário, pois fornece uma consciência de si para essas pessoas. Dessa maneira, elas constroem uma autonomia do cuidado em saúde e entendem a carga de protagonismo que possuem nessa relação. Uma outra aprendizagem foi a ruptura com um processo de formação técnico-científico e setorizado. No presente momento nos deparamos com a necessidade de compreender as relações de poder no território por meio de um processo de formação crítica da equipe. Diante do atual contexto de segurança pública de legitimação do genocídio da população favelada, preta e pobre estão ocorrendo uma intensa realização de operações policiais violentas e assassinas que provocam o fechamento do CRJ, assim, não conseguimos realizar nossas atividades semanalmente. Uma outra questão são as demandas específicas que surgem devido um processo de desmonte da assistência no território, assim, iremos promover uma intensificação da construção de diálogo com a rede de saúde. Devemos repensar de forma crítica, também, como iremos desenvolver uma adesão longitudinal dos participantes. Essa oportunidade de poder ocupar um espaço inutilizado e torná-lo um meio de potencialização dos diversos atores sociais, considerando as várias dimensões que afetam sua saúde é uma verdadeira militância. Além de ser urgente uma mudança no processo de deformação dos profissionais da área da saúde através da desconstrução do modelo hierárquico biomédico existente. Dessa forma, é assim que consideramos que haverá uma mudança desse paradigma que enfrentamos, por meio da universidade indo ao encontro da sociedade, uma vez que é nela que está a esperança, resistência e resiliência para construção de uma justiça social.

5911 EDUCAÇÃO NUTRICIONAL EM IDOSOS DO SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS DO MUNICÍPIO DE SANTANA DO CARIRI-CE
Ingrid Jaqueline Fonseca Leopoldino

EDUCAÇÃO NUTRICIONAL EM IDOSOS DO SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS DO MUNICÍPIO DE SANTANA DO CARIRI-CE

Autores: Ingrid Jaqueline Fonseca Leopoldino

Apresentação: O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que está ocorrendo de maneira rápida principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil. Estima-se que entre os anos de 2000 a 2050 o número de indivíduos com 60 anos ou mais passe de 600 milhões para 2 bilhões, sendo a maior parte desse aumento observada em países em desenvolvimento, onde o número de indivíduos mais velhos passará de 400 milhões para 1,7 bilhão. Atualmente, no Brasil, 15 milhões de pessoas (8,6% da população total) já passaram dos 60 anos de idade, sendo que as estimativas indicam que, em 2025, o país terá mais do que o dobro do número de idosos existentes na atualidade, ou seja, 35.148.000 de pessoas idosas (15,4% da população total) versus 16.488.000 (8,8% da população total), em 2005. O envelhecimento da população mundial traz à tona para a sociedade uma questão que antes foi considerada, por muito tempo, exclusiva da esfera familiar. Hoje, o idoso deixou de ser um assunto familiar para torna-se uma questão inerente a toda sociedade e ao Estado, uma vez que eles têm direitos e necessidades que reclamam por respostas através de políticas públicas. Ao longo de todo o processo de envelhecimento, diversos fatores influenciam a saúde. Entre esses aspectos que contribuem para um estilo de vida saudável, a atividade física e a nutrição se mostram fundamentais e colaboram de maneira significativa para a saúde e a qualidade de vida. O padrão alimentar e o perfil nutricional sofreram mudanças ao longo da história, o que se evidencia pela redução da desnutrição e aumento significativo da obesidade e Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) considerado um dos graves problemas de saúde pública. O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) é um serviço que materializa as ações da proteção social básica da Política de Assistência Social. Trata-se de um serviço organizado em grupos, como forma de ampliar a convivência das diferentes culturas e das vivências entre os usuários, promovendo com isso o desenvolvimento do sentimento de pertença e de identidade. Ao realizar a inserção do idoso no serviço, deve-se levar em conta a limitação da capacidade física, a redução do convívio social ou, ainda, quando o indivíduo ou sua família reconhece o processo de envelhecimento de uma forma negativa ao ponto de limitar a participação em atividades coletivas, ocasionando o isolamento social. Além disso, a identificação do usuário com as atividades propostas no grupo também deve ser um fator relevante. O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos com o idoso tem por foco o desenvolvimento de atividades que contribuam no processo de envelhecimento saudável, no desenvolvimento da autonomia e de sociabilidades, no fortalecimento dos vínculos familiares e do convívio comunitário e na prevenção de situações de risco social. Para envelhecer com saúde e qualidade de vida, como também em todas as fases da vida, a alimentação deve ser variada e equilibrada, referenciada pela cultura alimentar, harmônica em quantidade e qualidade, naturalmente colorida e segura do ponto de vista da higiene. É importante estabelecer rotinas saudáveis de vida, mesmo nas idades mais avançadas, para poder manter o corpo, a mente o espírito em equilíbrio. Objetivo: Contribuir para o processo de envelhecimento ativo, saudável e autônomo. Método: Foram convidados a participar das atividades de educação nutricional 28 idosos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos do Município de Santana do Cariri- CE. Foram ofertados três palestras com dinâmicas relacionadas à alimentação. A primeira palestra o tema abordado foi Alimentação Saudável com a dinâmica do semáforo dos alimentos, a cor verde é ANDAR SEMPRE, alimentos que podem ser consumidos sempre (frutas, legumes, verduras), a cor amarela é PRUDÊNCIA, alimentos que podem ser consumidos mais do que uma vez por semana (manteiga, ovos, cereais) ou diariamente (carne ou peixe) com moderação, a cor vermelha é PARAR E PENSAR, alimentos ricos em (açúcares, gorduras, conservantes), devendo ser consumidos com cautela. Após a explicação foram entregues figuras de alimentos in natura, alimentos minimamente processados e ultraprocessados e os participantes iam até o semáforo e colavam as imagens correlacionando os alimentos e as cores. A segunda palestra o tema abordado foi Diabetes com a dinâmica de sacos de açúcar, escolhi dois produtos industrializados (suco em pó, achocolatado em pó que continha na sua composição bastante açúcar e do uso constantes dos participantes e levamos para mostrar quanto àqueles alimentos têm de açúcar através de saquinhos transparentes. A ultima palestra o tema abordado foi Hipertensão com a dinâmica de Mito x Verdade, eram perguntado a eles coisas do dia a dia sobre a hipertensão e eles levantavam a plaquinha vermelha (Mito) e verde (Verdade). Após a ultima palestra foi entregue uma ficha de avaliação para cada um dos participantes, com as perguntas: Qual das temáticas gostou mais?, ou se gostou de todas?,  Gostaria que a nutricionista continuasse trabalhando educação nutricional?. Resultado: No inicio da primeira apresentação observei que ficaram um pouco receosos, mas com o passar da palestra e durante a dinâmica foram bem participativos e relataram que gostaram muito da temática, foi tão positiva que antes de anunciar que iria retornar com outros temas, me convidaram para voltar outras vezes e levar outras dinâmicas. Em todos os encontros os idosos participaram ativamente das brincadeiras. Os resultados através das fichas de avaliação foram: Gostou de qual  temáticas ou todas? Temática 1º Alimentação Saudável (0,0%), Temática 2º Diabetes (3,57%), Temática 3ºHipertensão (17,85%), Todas as temáticas (78,57%). Mostrando um resultado bastante positivo. A nutricionista continua com a educação nutricional (100%), A nutricionista não continua com a educação nutricional (0%). Resultado: Com o aumento no ritmo de envelhecimento da população brasileira, torna-se fundamental planejar e desenvolver ações de saúde na assistência social que possam contribuir com a melhoria da qualidade de vida dos idosos brasileiros. Dentre essas ações, estão as medidas relacionadas a uma alimentação saudável, que devem fazer parte das orientações trabalhadas pelo profissional o nutricionista para à pessoa idosa. A intervenção nutricional/social com os idosos deve estar pautada nas características, interesses e demandas dessa faixa etária e a convivência em grupo contribuindo para a interação e proteção nutricional/social.

6740 A CONTRIBUIÇÃO DOS GRUPOS DE GERAÇÃO DE RENDA NA SAÚDE MENTAL DA PESSOA IDOSA
Bruna Fernanda Itaoui

A CONTRIBUIÇÃO DOS GRUPOS DE GERAÇÃO DE RENDA NA SAÚDE MENTAL DA PESSOA IDOSA

Autores: Bruna Fernanda Itaoui

Apresentação: O presente resumo, por meio de uma pesquisa qualitativa, compreende como um grupo gerador de renda por meio de bordados é interpretado por idosas frequentadoras de uma Instituição espírita socioassistencial, promotora de geração de renda. Atualmente, 17 idosas que frequentam ao grupo por diversos motivos. O grupo é composto por 40 idosas e, destas, foram entrevistadas 17. A pesquisa mostrou o benefício para além da geração de renda, mas também para a saúde mental e para o empoderamento da pessoa idosa, a partir do olhar das mesmas que frequentam a instituição. Desenvolvimento: Em uma instituição espírita socioassistencial e filantrópica do município de Ponta Grossa, no Paraná, há um grupo de geração de renda e convivência. Na segunda-feira, o grupo de bordado une, no mínimo, cerca de 40 mulheres por encontro. Apesar dos números variarem com a frequência, metade dessa quantidade de mulheres são acima dos 60 anos, portanto idosas. No período de junho de 2019 foi utilizado um roteiro para entrevistar as idosas. Digitalmente gravada, a conversa foi posteriormente transcrita para facilitar a tabulação e a análise dos dados. O instrumento para coleta de dados das idosas foi uma entrevista com roteiro semiestruturado, realizada com 17 idosas da Instituição que frequentam o grupo de bordados na segunda-feira. A mesma foi elaborada para compreender como o grupo beneficiava a saúde mental das idosas da Instituição, bem como a emancipação que as usuárias a partir da melhora na saúde mental. Resultado: Foram entrevistadas 17 idosas de 60 até 78 anos. Todas as idosas são usuárias de programas do governo (bolsa família, BPC, aposentadoria e pensão por morte). No que tange ao tempo de participação no grupo, há idosas que frequentam o grupo há mais de 8 anos e também que chegaram a pouco tempo. No dia da entrevista, havia uma idosa que tinha chegado há 2 semanas na instituição e apontava que estava participando do grupo pela segunda vez. Disse que estava aprendendo muito, que o material gratuito que o curso oferece facilita muito. Na categoria que visa compreender o motivo de participarem do grupo, 80% das idosas responderam que era devido ao fato do acolhimento que o grupo proporciona, bem como o aprendizado. Destaca-se a fala da Idosa 1: “frequento a casa por causa da companhia das colegas e relação de ajuda” e também a fala da Idosa 2: “venho na casa porque me sinto valorizada, amo ensinar e o que aprendo lá fora sobre bordados eu ensino aqui, é uma troca de conhecimento”. Ainda no que tange o motivo de participar do grupo, a Idosa 4 apontou que “quando alguém aprende bem a bordar, volta como ajudante para ensinar as outras e assim nos apoiamos. Ensino há anos”. No grupo, prevaleciam vários comentários positivos sobre amizade e muitas vezes o acolhimento foi repetido. Na categoria de análise sobre a geração de renda que o grupo proporcionava. as idosas não se ativeram a pergunta e disseram que a renda dava uma ajuda, porém não era por isso que frequentavam a casa. Conforme a resposta da Idosa 3: “sou aposentada e me achei na Instituição mais por causa do aprendizado do que pelo dinheiro”. No cerne da categoria sobre os benefícios para a saúde mental, várias idosas responderam que o grupo de geração de renda ajudou com a depressão. Também disseram que o grupo ajuda no combate de doenças para além dos problemas psicológicos pois o tempo todo o grupo as desafia com novos aprendizados. Destaca-se a fala da Idosa 4: “Meus filhos se casaram e têm suas vidas agora, o grupo faz eu me sentir tranquila”, a fala da Idosa 5: “É um antidepressivo para mim, era depressiva antes de visitar aqui devido a morte do meu marido. Mesmo tendo que usar remédio ainda, ajuda muito”, Idosa 6: “há um ano atrás estava depressiva e fui convidada para participar daqui, desde então venho sempre. Antes eu não saia de casa” e a fala da Idosa 7: “me trás alegria, passa a tarde e eu nem percebo. O único problema é que tinha que ser mais tempo de grupo”. Por fim, a última pergunta se tratava sobre a ocorrência de problemas que impediam as idosas de chegar a Instituição, bem como a acessibilidade dentro da mesma. 100% das idosas disse que não, conforme a fala da Idosa 8: “eu consigo chegar aqui porque tem um ponto de ônibus bem na frente”. Ressalta-se, ainda, a fala da Idosa 9, a qual ela diz que gostaria que mais mulheres participassem da instituição. Sabe-se que a Instituição tem seu ideal espírita. Quando questionadas se ocorria algum tipo de opressão religiosa, todas as idosas responderam que não. Destaca-se a fala da Idosa 10: “Eu gosto porque é espírita mas mesmo assim acolhe a todos sem impor religião”. Considerações finais: A referida pesquisa abordou a importância do convívio e do estímulo do espírito gregário na vida das idosas, que são vulneráveis a doenças mentais devido aos diversos fatores naturais e externos. A pesquisa mostrou, por meio da fala das idosas, o quanto é importante para a vida delas a convivência entre si e o estímulo de suas capacidades mentais. A saúde mental das mesmas melhorou completamente após participação do grupo e também foi identificado um grande aproveitamento de aprendizado das mesmas. Os grupos de convivência se fazem muito importantes na vida das pessoas idosas. Para o Serviço Social, é muito importante a emancipação do indivíduo através das políticas públicas e elaboração de projetos e, no que tange a pessoa idosa, a atenção nessa idade é fundamental para que o envelhecimento seja com saúde. A pesquisa foi elaborada com o intuito de compreender a situação da saúde mental das idosas, se sentiam-se bem e de que maneira o bordado contribuía na vida das mesmas. Todas elas têm suas vulnerabilidades e o artigo mostrou que o grupo impacta, de fato, na vida das mesmas. Entende-se, pelos resultados analisados, que o grupo de geração de renda beneficia na vida das idosas, porém vai muito além disso, sendo de fato um grupo de convivência que vem a estimular o instinto gregário e a prevenção de doenças de cunho mental na idade avançada. O envelhecimento é um processo de transformações de acordo com o avançar da idade. É natural do ser humano. A saúde mental da pessoa idosa merece ser estudada, pois é um período de mudanças na vida do sujeito. Para que flua de maneira natural e tranquila, vários grupos de convivência, como esse de bordados ou outros demais, são extremamente importantes para a qualidade de vida do idoso e também para não prejudicar suas relações interpessoais. Há importância de lembrar, também, que os fatores de riscos são muitos, como a perda das funções sociais, perda da autonomia, morte de familiares ou amigos, comprometimento com a saúde, problemas financeiros, demências, Alzheimer etc. Em todos esses pontos, o grupo de convivência o qual as idosas fazem bordados ajudou e fortaleceu ainda mais na saúde mental das mesmas.  

12263 MOVIMENTO POPULAR DE SAÚDE E AS TENDAS DO AFETO POPULAR: ESPAÇO DE CUIDADO E DIÁLOGO COLETIVO.
Michele Neves Meneses, Maria da Conceição Moreira Dos Santos, Eliane Duarte Cunha, Thais Wanglon Martins, Roberta Medeiros da Costa, Margarete Paz Cavalheiro

MOVIMENTO POPULAR DE SAÚDE E AS TENDAS DO AFETO POPULAR: ESPAÇO DE CUIDADO E DIÁLOGO COLETIVO.

Autores: Michele Neves Meneses, Maria da Conceição Moreira Dos Santos, Eliane Duarte Cunha, Thais Wanglon Martins, Roberta Medeiros da Costa, Margarete Paz Cavalheiro

Apresentação: Inspirada em movimentos anteriores, como a Tenda Paulo Freire, a Tenda do Afeto Popular surge da fusão do desejo de profissionais e pessoas implicadas em diferentes militâncias, dentre elas a defesa do SUS, dos direitos humanos e o reconhecimento das práticas populares, com o anseio por um mundo mais justo e igualitário, onde todo sujeito possa “existir”, tendo vez e tendo voz. É baseada nos princípios da Educação Popular e do Bem Viver e entendida como forma de fomentar a Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEP-SUS). É uma ação intersetorial e do Movimento Popular de Saúde (MOPS). Acontece a partir da contribuição de cada sujeito que chega e compartilha sua singularidade, onde vai trazendo forma em ato da Tenda do Afeto, sendo a mesma identificada como um espaço que, de forma autêntica e leve, pudesse contemplar variadas demandas. A arte, a música e a poesia são tidas como ingredientes fundamentais para que as trocas que acontecem nas tendas possam ocorrer com a leveza e comprometimento social. Objetivo: Relatar a experiência da Tenda do Afeto Popular na cidade do Rio Grande, estimulada pelo Movimento Popular de Saúde, enquanto cocriador, no processo de construção e execução da mesma, a fim de compartilhar e possibilitar novos fazeres no que se refere a formas de cuidado humanitário, construção coletiva de saberes, participação social, busca do bem viver e luta pela vida. Método: Relato de experiência do vivido a partir da realização das Tendas do Afeto Popular nos mais diversos espaços institucionais, eventos e nas comunidades do município do Rio Grande nos anos de 2018 e 2019. Resultado: Produzem-se, no acontecimento, novas formas de afetamentos, compartilhamentos, reflexões e encontros. Dentre as atividades que ocorrem, estão rodas de conversa sobre temas como saúde, lutas, controle social, políticas públicas, entre outros, caracterizando um espaço para que as pessoas possam expressar livremente seus questionamentos com o que lhes afeta. São realizadas, ainda, práticas de cuidado, como massagem, Reiki, dança circular, na intenção de que as práticas integrativas e populares ganhem força e reconhecimento. Outras oficinas e vivências também acontecem, como o corredor do cuidado, mandalas, entre outras, levando em conta a ideia da aprendizagem significativa, a qual não se dá apenas “com a cabeça”, mas também pela via do corpo. Resultado: Percebe-se a Tenda como um dispositivo agenciador de movimentos com o trabalho na saúde que viabiliza, em ato, momentos de reflexão e cuidado, onde os participantes percebam e experienciem novas formas de agir e cuidar de si, do outro e da vida. A Tenda circula pelos mais diversos espaços, eventos e comunidades propiciando a construção de caminhos que desencadeiam processos e trocas. Ainda, como fomentadora de diálogos entre o espaço governamental e à população na formulação e implementação das políticas públicas.

12271 EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE HANSENÍASE PARA USUÁRIOS DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM DERMATOLOGIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Lucas da Silva Alves, Maria Caroline Silva Barreira, Larissa Rodrigues da Silva, Nayara Lourenço Rocha, Lídia Jamille da Costa Silva, Mayenne Myrcea Quintino Pereira Valente, Maryanna Santos Bezerra, Francisca Beatriz de Vasconcelos Oliveira

EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE HANSENÍASE PARA USUÁRIOS DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM DERMATOLOGIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Lucas da Silva Alves, Maria Caroline Silva Barreira, Larissa Rodrigues da Silva, Nayara Lourenço Rocha, Lídia Jamille da Costa Silva, Mayenne Myrcea Quintino Pereira Valente, Maryanna Santos Bezerra, Francisca Beatriz de Vasconcelos Oliveira

Apresentação: A hanseníase, conhecida antigamente como Lepra, é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória e investigação obrigatória em todo território nacional. Possui como agente etiológico o Mycobacterium leprae, bacilo que tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos, e atinge principalmente a pele e os nervos periféricos. A hanseníase continua sendo mundialmente um importante problema de saúde, exigindo o desenvolvimento de estratégias para o seu controle. Dentre estas, tem-se as atividades educativas em saúde que se caracterizam por ações voltadas para a promoção da saúde, utilizadas para enfrentar os problemas de saúde existentes, por meio da articulação técnica e popular, visando conduzir não apenas conhecimentos cognitivos lineares, mas comportamentos e atitudes. Este estudo teve como objetivo relatar a experiência de acadêmicas de enfermagem na realização de uma educação em saúde sobre hanseníase, em uma unidade de referência em dermatologia do Estado do Ceará. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência, com ênfase no diagnóstico, na adesão ao tratamento da hanseníase e na avaliação dos contatos realizado em um centro de referência em dermatologia no município de Fortaleza-Ceará. A atividade educativa utilizou como recursos flipcards e panfletos que foram distribuídos entre os participantes. Foi realizada no mês de agosto de 2019. Participaram 06 pacientes em tratamento de Hanseníase. Resultado: Foi realizada uma pequena palestra, dando ênfase em como o diagnóstico é realizado, a importância do tratamento da doença citando os medicamentos e seus efeitos colaterais e a avaliação dos contatos. Notou-se a participação ativa dos participantes com a retirada de dúvidas e perguntas sobre o assunto, percebendo assim a carência de conhecimentos. Considerações finais: Ao final da educação em saúde observou-se o quanto foi benéfico o interesse dos participantes em aderir às informações. Com isso confirmou-se a importância da realização de atividades educativas fornecendo as informações primordiais para os participantes sensibilizando-os sobre a temática e contribuindo no controle da doença e na redução de complicações.

12277 O DIAGNÓSTICO RURAL PARTICIPATIVO COMO FERRAMENTA DE PARTICIPAÇÃO POPULAR EM SAÚDE
Francisca Maria Carvalho Nascimento, Camila Lima Nogueira, Etel Matielo, Jéssica Almeida Pereira, Andreia Gussi de Oliveria, Lura Machado Costa

O DIAGNÓSTICO RURAL PARTICIPATIVO COMO FERRAMENTA DE PARTICIPAÇÃO POPULAR EM SAÚDE

Autores: Francisca Maria Carvalho Nascimento, Camila Lima Nogueira, Etel Matielo, Jéssica Almeida Pereira, Andreia Gussi de Oliveria, Lura Machado Costa

Apresentação: O Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família com Ênfase em Saúde da População do Campo ofertado pela Escola de Governo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Brasília propõe aos residentes que a inserção no território se dê a partir de um profundo conhecimento dele. A construção e desenvolvimento deste Programa de Residência teve como base a Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas, que possui como um dos seus objetivos principais, a promoção da saúde a essas populações através do reconhecimento dos trabalhadores rurais, crianças, adultos, idosos e indivíduos que vivem nesses territórios, levando em conta suas particularidades, sem discriminação de raças, gêneros, classes, orientação sexual. Objetivo: Este trabalho busca relatar uma experiência referente à atuação profissional dentro uma residência, que considera especificidades da saúde no contexto do campo. Nesse sentido, um processo de trabalho voltada para a população do campo, requer um vínculo mais aproximado da comunidade, uma vez que o território possui características específicas que colocam essas populações em situações de mais vulnerabilidade do que os usuários que habitam em áreas urbanas. Uma das atividades iniciais do Programa de Residência, é o reconhecimento do território, suas potencialidades e limites, através do processo de territorialização. As residentes inseridas na Unidade Básica de Saúde número 04, da região rural Rota do Cavalo, localizada em Sobradinho, através deste processo de territorialização, conheceu e criou vínculos com a comunidade do acampamento Nelson Mandela, pertencente ao movimento social Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL). Os seus limites territoriais são delimitados pelo Assentamento das Populações Ciganas e chácaras. A área do acampamento é de aproximadamente 2,93 hectares, onde existem 130 barracos que residem 111 famílias, sendo aproximadamente 100 crianças. O espaço do acampamento foi ocupado há um ano e cinco meses por 60 famílias e desde então estão em processo para assentar a terra. A coordenação local é composta por 3 mulheres e 2 homens. Com o objetivo de promover a participação ampla da população na reflexão sobre as situações existentes no território e de permitir uma discussão sobre as diversas possibilidades de solução dos problemas identificados, a equipe multiprofissional de residentes construiu junto aos moradores do acampamento Nelson Mandela, o instrumento do Diagnóstico Rural Participativo (DRP). O DRP permite a análise de situações e a visualização de diferentes opções de solução partindo de um olhar amplo da comunidade visto pelos próprios participantes. A partir das discussões a população organiza, planeja e desenvolve ações de melhorias como sujeitos ativos durante todo o processo. Em nossas discussões de como iniciar o DRP na comunidade optamos por aplicar a dinâmica que denominamos de "Árvore Comunitária", pois esta representaria a comunidade vista com os próprios olhos. A árvore tem como objetivo identificar, analisar e visualizar a situação atual da comunidade. Este momento se iniciou com a distribuição de folhas de papel em formato de folhas de árvore nas cores verdes (representando folhas vivas) onde deveriam escrever o que promove vida na comunidade e folhas marrons (representando folhas secas) onde deveriam escrever o que ameaça e enfraquece a vida na comunidade. Cada ideia foi exposta pelos moradores e colada na árvore de forma que as folhas verdes ficassem nos galhos formando a copa e as folhas marrons no pé da árvore. Como estiveram presentes cerca de cinquenta pessoas, incluindo as crianças, a Árvore Comunitária pôde mostrar visualmente a dimensão da força que uma comunidade tem dentro de seu território. Na identificação do que foi escrito pelos moradores do acampamento em relação ao que fortalece e produz vida na comunidade, destacou-se a liberdade para morar, plantar livremente e construir boas relações. Sobre o que ameaça e enfraquece a vida, a comunidade elencou o descarte inadequado do lixo, o armazenamento incorreto da água e o transporte público precário como os que mais incomodam, dentre os citados. A Árvore Comunitária possibilitou à equipe de residentes e à equipe da UBS identificar diversos fatores presentes nesse território, que refletem na determinação social da saúde, uma vez que a forma como se descarta o lixo ou até mesmo a sua falta de descarte, além da forma como a água é armazenada representam, por exemplo, fatores geradores de doenças como a dengue, interferindo diretamente no processo saúde-doença da população, e, consequentemente na qualidade de vida dos que ali residem. Na continuidade do DRP, a equipe de residentes esteve reunida com alguns integrantes do acampamento para apoiá-los na priorização dos problemas elencados na Árvore Comunitária e pensar em alternativas e soluções construídas com o que foi destacado de potencialidade no acampamento, principalmente no que se refere à coletividade. Um dos problemas mais discutidos foi a questão do lixo. Uma vez discutidas as causas, foi proposto a eles que pensassem em soluções que se encaixassem na realidade em que vivem. Dessa forma, as ideias surgiram da própria comunidade, tais como: montar cestos de lixos suspensos em cada espaço do acampamento; fazer um abaixo-assinado para levar ao órgão público responsável pela coleta de lixo com o objetivo de conseguir que o acampamento seja rota do caminhão de limpeza urbana; pagar para uma pessoa recolher o lixo e levar até o local destinado para descarte de lixo; assim como organizar um espaço para compostagem coletiva e o reaproveitamento de alimentos ainda consumíveis. A proposta do Diagnóstico Rural Participativo contribui para uma maior aproximação e fortalecimento da relação entre serviço, programa de residência e comunidade. É de extrema importância inserir os usuários no processo de identificação e resolução dos problemas, pois todos as situações, vulnerabilidades e potencialidades são melhores identificadas por aqueles que as vivem diariamente. É importante entender que o Diagnóstico Rural Participativo é também um processo continuado, que requer atenção de todos os participantes, de todos os seguimentos. Como profissionais da saúde, as residentes tiveram a oportunidade de vivenciar e experimentar o “fazer saúde” além dos consultórios e vivências ambulatoriais, por meio de ferramentas que auxiliam os moradores a visualizarem e refletirem sobre as situações do local em que vivem, e se enxergarem enquanto sujeitos protagonistas da própria saúde.

8914 EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE COMO INSTRUMENTO DE CUIDADOS PARA ADOLESCENTES GRÁVIDAS
Sarah Bianca Trindade, Izabele Grazielle Da Silva Pojo, Viviane De sousa Bezerra, Hiago Rafael lima, Márcia Eduarda Dias Conceição, Dheise Ellen Correa Pedroso, Nely Dayse Santos Da Mata, Tatiana Do Socorro Dos Santos Calandrini

EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE COMO INSTRUMENTO DE CUIDADOS PARA ADOLESCENTES GRÁVIDAS

Autores: Sarah Bianca Trindade, Izabele Grazielle Da Silva Pojo, Viviane De sousa Bezerra, Hiago Rafael lima, Márcia Eduarda Dias Conceição, Dheise Ellen Correa Pedroso, Nely Dayse Santos Da Mata, Tatiana Do Socorro Dos Santos Calandrini

Apresentação: A educação popular em saúde visa à integralidade do cuidado pelos profissionais da saúde com o intuito de democratizar o acesso à informação, visando trabalhar em conjunto os conhecimentos equivocados sobre determinada prática popular nas adolescentes grávidas. A adolescência é o período de transição entre a infância e a vida adulta. E a gravidez, é uma realidade social e da responsabilidade dos serviços de saúde pública. É no período gestacional, as dúvidas, as dificuldades familiares, as informações tendem aparecer e interagir ao longo dos nove meses de gravidez. Objetivo: Descrever as principais ações de educação em saúde através das experiências vivenciada dos autores como membros participantes de um grupo de extensão para adolescentes primigestas considerando o saber e o aprender de cada um. Método: Estudo descritivo, de caráter qualitativo, no formato de relato de experiência, vivenciado pelos acadêmicos de enfermagem do quarto semestre, participantes do Grupo de extensão e Apoio a Grávidas Adolescentes/GEAGA, da Universidade Federal do Amapá no desenvolvimento das oficinas no período de 17 de agosto a 21 de dezembro de 2019, em parceria com a unidade Policlínica da UNIFAP e com o hospital de Maternidade Mãe Luzia do Estado do Amapá. As observações foram desenvolvidas através de oficinas temáticas com as adolescentes, multiprofissionais e acadêmicos de enfermagem. De acordo com o cronograma, as oficinas são realizadas quinzenalmente com aviso prévio, (contato telefônico), sendo realizado no laboratório materno infantil no prédio de enfermagem da Universidade aos sábados pelo turno da manhã. Desenvolvimento: O grupo por meio de suas oficinas trabalha um cenário repleto de temáticas através de debates e rodas de conversas. Busca-se por meio da inovação tornar a participante um ser crítico capaz de auto cuidar-se não somente para o parto, como também, para os cuidados com seu recém nascido. O conhecimento, a cultura de vida de cada gestante interagem com o cientifico gerado pelo grupo. Nas temáticas trabalhadas sobre importâncias da realização do pré-natal,  através dos relatos de cada participante que interage com  as angústias da rejeição da família, do companheiro, as modificações, as alterações de humor, os costumes  para tratar seus sintomas, além de elucidar essas dúvidas é importante esclarecer que não é somente pegar o cartão de gestante. A percepção nesta fase sobre gravidez flutua entre o imaginário e o real. É preciso dialogar sobre as novas necessidades que seu corpo precisa para o bom desenvolvimento do embrião e nascimento. Assim, falar sobre a  realização dos exames solicitados pelos profissionais, que ela consiga perceber a importância de cada retorno, as modificações que seu corpo vem apresentando, de realizar a imunização, o uso de preservativo durante a relação sexual no período gravídico, pois não está isenta a infecção sexualmente transmissível, de poder identificar intercorrências  que possam ser previamente diagnosticada e sua intervenção não seja tardia e procurar assistência ambulatorial e ou hospitalar. Ressaltando também a importância de desmistificar as práticas populares sem cunho científico e que acarretariam prejuízo ao trabalho de parto prematuro, a exemplo: mamilos planos, precisam ser estimulados para ficar protusos, caso contrário, na visão das famílias, a adolescente terá dificuldade de alimentar seu filho; a mesma situação está no primeiro jato do leite, o colostro, por ser claro, não o sustenta; gerando o desmame precoce; outra situação é a prática de “puxar a barriga” em qualquer idade gestacional, pois acredita-se que com esse ato, consegue-se manter o feto na melhor posição  para o nascimento. Portanto, o grupo subsidia aporte para que as adolescentes primigestas possam se empoderar durante os nove meses e tenha condições para que sua gestação ocorra sem intercorrência e que encaminhe para um parto ecologicamente natural. Resultado: A educação popular em saúde ganha destaque em sua metodologia por ser um importante instrumento na assistência de enfermagem principalmente no cuidado materno infantil; onde concomitantemente convida as participantes a interagirem de forma que compartilhem suas experiências que, por meio de encontros, proporcionam momento que possibilitam a criação do vínculo e uma maior troca de conhecimento entre as participantes e a equipe. Entretanto, é importante salientar que o grupo utilizou praticas integrativas com objetivo de melhorar o equilíbrio emocional das participantes, promovendo sessões de aromaterapia (que consiste no uso de óleos essenciais) Massagem, cromoterapia, musicoterapia, visto que muitas delas acabam entrando em diversas crises emocionais por se tratar de uma fase transitória e cheia de incertezas, onde observa-se que nem todas apresentam o apoio familiar/ou do parceiro. A realidade das adolescentes, em suma quando chegam às oficinas grávidas é serem expulsas de casa, abandonarem seus estudos, insegurança em relação ao nascimento com medo de que nasça com alguma incapacidade ou se irão conseguir sustentar financeiramente o filho e ou desistir da gravidez. Através da oficina o grupo gerencia disciplina e assiduidade nas consultas do pré-natal. Para que assim, muitas não desenvolvam ansiedade, transtornos puerperais e baixa autoestima, diminuindo assim, o impacto da gravidez não planejada no cotidiano da adolescente. CONSIDERAÇÔES FINAIS: Os acadêmicos através do grupo de apoio as gravidas adolescentes solidifica sua importância decorrente de sua atuação desde a captação da grávida na UBS Policlínica até seu acolhimento nas oficinas, pois engloba de forma holística e íntegra cada ciclo da gestante, desde sua fase pré-concepcional, concepcional e pós-concepcional além de fatores socioeconômicos que as rodeiam, visto que adolescentes de vulnerabilidade social estão mais suscetíveis à gravidez não planejada, pois englobam valores e fatores, como o não conhecimento ou a não adesão do Programa de Saúde Sexual e Reprodutiva disponíveis nas unidades básicas de saúde, moradia, renda e a falta de perspectiva de vida. Contudo, nota-se a relevância de projetos como o GEAGA que de forma totalmente gratuita proporciona educação em saúde para adolescentes primigestas, assim como a educação popular, é fortalecer o saber de todos em prol de uma saúde biológica e mental em todos os ciclos vitais do ser humano. Diante deste contexto, o grupo GEAGA conta com uma equipe multiprofissional disposta a fornecer um pré-natal de qualidade. A relevância que se tem em participar de grupo como esse, é ressignificar saberes e práticas trabalhando desde cedo o contato de profissional e paciente.

10650 A EXPERIÊNCIA DA ASSOCIAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE PERNAMBUCO (APEF-PE) NO CONTROLE SOCIAL NA CIDADE DO RECIFE
Liana de Lisboa Pereira Emerenciano

A EXPERIÊNCIA DA ASSOCIAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE PERNAMBUCO (APEF-PE) NO CONTROLE SOCIAL NA CIDADE DO RECIFE

Autores: Liana de Lisboa Pereira Emerenciano

Apresentação: Este trabalho busca relatar a experiência de organização e mobilização dos Profissionais de Educação Física (PEFs) que atuam no Programa Academia da Cidade (PAC), para o fortalecimento e em defesa do SUS, bem como, de engajamento dos usuários do serviço nos espaços de controle social. No ano de 2002, o PEF foi inserido no serviço público de saúde no Recife, especificamente no PAC, e, desde das primeiras atuações, estes profissionais laboram em estratégias e frentes de trabalho; organização do serviço como lugar de promoção da saúde; e educação/atuação cidadã em defesa do SUS. Nesse contexto, em 2009, foi fundada a Associação dos Prossionais de Educação Física (APEF)-PE, que consolida/amplia a atuação dos PEFs e do PAC e CAPS que tenham vínculo com tais profissionais, nas conferências de saúde (municipal e estadual). Como resultados observou-se que os PEFs vêm compondo o maior número dos profissionais de nível superior no segmento trabalhador das conferências; ocorreu a inserção dos PEFs nos conselhos de saúde distritais, municipal; foi criado o primeiro conselho de unidade no PAC, sendo pioneiro no Brasil; houve a inserção da pauta da promoção da saúde e da educação física nas mesas de negociação da Secretaria de Saúde de Recife e Câmara Municipal do Recife via audiências e reuniões públicas; e garan$u-se mudanças estruturais para melhorar o funcionamento do serviço, e processos de educação permanente dos PEFs, com curso de especialização e mestrado prossional, este úl$mo em vias de realização. De tal modo, a permanente atuação da APEF-PE vem viabilizando vigilância, organização e espaço de discussão e luta para promoção da saúde no SUS