476: Adolescentes e jovens: das vivências ao aprendizado com a participação.
Debatedor: Ana Carolina Silva Martins
Data: 31/10/2020    Local: Sala 08 - Rodas de Conversa    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
6210 A ENFERMAGEM COMO PROTAGONISTA DO CONTROLE SOCIAL PARA O FUNCIONAMENTO DO SUS.
Kawê Guilhermy Andrade Cardoso, Pamela Farias Santos, João Lucas Dornelles Vicente Ramos, Ihoranna Trindade Barbosa, Ana Clara Soares Pereira, Ricardo Luis Saldanha da Silva, Maisa dos Santos Viana, Beatriz Ferreira de Assunção

A ENFERMAGEM COMO PROTAGONISTA DO CONTROLE SOCIAL PARA O FUNCIONAMENTO DO SUS.

Autores: Kawê Guilhermy Andrade Cardoso, Pamela Farias Santos, João Lucas Dornelles Vicente Ramos, Ihoranna Trindade Barbosa, Ana Clara Soares Pereira, Ricardo Luis Saldanha da Silva, Maisa dos Santos Viana, Beatriz Ferreira de Assunção

Apresentação: O enfermeiro assume um papel cada vez mais decisivo e pró ativo no que se refere à identificação das necessidades de cuidado da população, bem como na promoção e proteção da saúde dos indivíduos em suas diferentes dimensões. Para refletirmos sobre a importância do Controle Social para o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) devemos nos remeter ao protagonismo dos trabalhadores e usuários deste serviço, que na década de 1970 atuaram no movimento de Reforma Sanitária no Brasil, com a finalidade de promover mudanças, fazer defesa e tornar equânime a oferta de serviços da saúde coletiva. A partir desse pressuposto, os ideias de participação e deliberação que foram aplicados nos novos espaços da democracia começaram a ser vistos como essenciais para o fortalecimento do sistema democrático e o tornar mais inclusivo. Assim, compreende-se controle social como um mecanismo de participação direta da sociedade civil nos processo de gestão da coisa publica, a apropriação pela sociedade organizada, dos meios e instrumentos de planejamento, fiscalização e análise das ações e serviços de saúde sendo estas ações de controle social sendo estruturadas e amparadas tanto pela lei 8.142/90 que destaca no §2°  os Conselhos de Saúde, como espaços democráticos em caráter permanente e deliberativo órgão colegiado devendo ser representados por indivíduos do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, no que tange a formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde, quanto pela Constituição Federal (CF) de 1988, que preconiza o direito e o acesso aos serviços de diversas áreas, entre elas a saúde. Objetivo: Analisar a importância da enfermagem como protagonista do Controle Social que possibilita e auxilia na implantação e implementação das políticas publicas para o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Desenvolvimento: A participação popular e o controle social tem se destacado ao longo dos anos, sobretudo para a enfermagem, pois no contexto brasileiro acontece na maioria das vezes sem que as pessoas percebam a ação que esses profissionais desenvolveram e qual é o potencial para implantação, manutenção e desenvolvimento de políticas de saúde tanto em nível curativo quanto preventivo e agora com a nova geração da enfermagem, também atuante na formação política da sociedade. Considerando a importância dessa temática, optou-se por realizar uma pesquisa bibliográfica, com estudo descritivo que analisou teses, dissertações e artigos científicos sobre o tema, produzi­dos no Brasil, inicialmente os artigos referentes à temática abordada foram pes­quisados no banco de dados das bibliotecas eletrônicas SciELO, Google Acadêmico,LILACS e Medline. Para tanto, utilizou-se os seguintes descritores: participação popular, controle so­cial em saúde, participação comunitária no SUS. Resultado: A enfermagem atuante é de suma importância para a participação popular e controle social, podemos observar que os indivíduos coletivamente organizados ou individualmente instrumentalizados, conseguem se apropriarem do SUS e exercer sua cidadania, usufruindo do sistema o qual a própria sociedade democraticamente deve participar da construção. A mudança do modelo assistencialista para o modelo democrático sanitarista do SUS é sem duvidas um grande caminho para refutar a ideia de reverter sempre o modelo de saúde curativo para o preventivo. A participação do enfermeiro como protagonista esta diretamente ligada no fato de que exige uma reflexão sobre a legitimidade de sua atuação e o desenvolvimento e construção de novos horizontes para o país, que deve ser crítica e, compromissada com seu papel social, contribuindo para a oferta de uma atenção à saúde efetiva e de qualidade e para a consolidação do SUS em seus princípios de universalidade, equidade e integralidade. Os conselhos e conferências devem ser amplamente divulgados e a sociedade incentivada a contribuir de forma ativa, para que dessa maneira todos tenham a capacidade de compreensão e possam fazer uso dos seus direitos e consigam expor suas opiniões de forma a propiciar para as comunidades devolutivas eficazes e que supram a necessidade do público-alvo. Outro ponto que foi analisado é que o controle social na gestão do SUS ele pode ser ampliado grandiosamente pela interação com a comunidade permitindo identificar de forma mais clara o lado oposto ao dos profissionais, garantindo assim os direitos de cidadania, diminuindo a desigualdade social. Sendo assim, pode se afirmar que uma das formas de garantir o direito à saúde e manter a dignidade do sujeito, inerentes ao cuidado de enfermagem, pode ser o exercício do controle social sobre as políticas de saúde e apesar de ainda existir muito a ser alcançado principalmente em relação à informação, a enfermagem está no caminho certo para realização do cuidado. Fazer controle social também é fazer saúde e a enfermagem tem tudo para se destacar nesse cenário que possibilita uma certa autonomia para exercer o seu papel com a referida importância. Considerações finais: Portanto, a participação efetiva da sociedade no controle social é de suma importância para o melhor andamento das ações fornecidas para a sociedade, tendo em vista a otimização e o planejamento das ações, promoção da saúde, fortalecimento dos princípios e diretrizes dos SUS favorecendo uma assistência de qualidade, mas não devemos nos esquecer que o Brasil precisa avançar muito, principalmente pela falta de informações e a existência de interesses múltiplos para que a população não saiba que possui direitos e que pode exigi-los. A participação social só irá se fortalecer com a comunidade agindo de forma concreta e incisiva nos seus espaços fornecidos e estabelecidos pela lei, então cabe a nós, enquanto cidadãos de direitos, e também de “deveres” nos posicionarmos sem distanciamento e indiferença, frente à luta que homens e mulheres corajosos encamparam, com vistas a mudanças significativas na saúde coletiva. Portanto, pode- se apreender que atualmente a principal ferramenta que a sociedade possui de forma direta e que demonstra ter uma resposta eficaz é a sua atuação ativa frente às questões governamentais estruturando as opiniões e conceitos favorecendo o desenvolvimento dos direitos dos cidadãos e dando voz para os usuários que em alguns pontos podem estar desprovidos desses serviços. Os movimentos sociais organizados a partir dessas participações comunitárias ficam cada vez mais fortalecidos à medida que a população torna-se consciente sobre o seu papel na sociedade e no ambiente em que atua. A Executiva Nacional dos Estudantes de Enfermagem tem um grande potencial em trazer para os futuros enfermeiros a formação política pautada na exigência dos direitos e da propagação desse direito de controle social. Conclui-se também que a enfermagem por meio da participação nas entidades deliberativas também está sendo atuantes na promoção da saúde da população, pois a formação política também é saúde, a informação é saúde e isso deve ser priorizado.

8291 ENCONTRO DAS LIGAS ACADÊMICAS – UFG: AÇÃO INTEGRADORA DOS ACADÊMICOS DA ÁREA DE SAÚDE
Giovana Caroline Silva Rocha, André Luís dos Santos, Mariana Siqueira Campos de Deus, Mariana Braga Teixeira, Luis Henrique Akutsu Hirako, Bruna Ferreira Santana, Matheus Albernaz de Resende

ENCONTRO DAS LIGAS ACADÊMICAS – UFG: AÇÃO INTEGRADORA DOS ACADÊMICOS DA ÁREA DE SAÚDE

Autores: Giovana Caroline Silva Rocha, André Luís dos Santos, Mariana Siqueira Campos de Deus, Mariana Braga Teixeira, Luis Henrique Akutsu Hirako, Bruna Ferreira Santana, Matheus Albernaz de Resende

Apresentação: Historicamente, a atenção à saúde no Brasil tem investido na formulação, implementação e concretização de políticas de promoção, proteção e recuperação da saúde. Desse modo, surge, em 2002, o Encontro das Ligas Acadêmicas (ELA) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (FM-UFG), um evento realizado pelas ligas acadêmicas dessa instituição, com participação de estudantes das diversas faculdades da área de saúde do Estado de Goiás. O presente trabalho tem como objetivo relatar a atuação dos acadêmicos da área da saúde na sociedade, por meio do ELA. Desenvolvimento: O Encontro das Ligas Acadêmicas (ELA) ocorre anualmente, sendo realizada pelo terceiro ano da Faculdade de Medicina, com apoio da UFG e da Secretaria de Saúde da cidade selecionada, localizada na região metropolitana de Goiânia. O projeto visa oferecer atendimentos médicos no regime de mutirão, bem como espaços de conscientização e educação em saúde. Em vista disso, as ligas interessadas apresentam um projeto descrevendo a ação em saúde que se propõe a realizar no dia do evento. Em seguida, a comissão organizadora seleciona 20 projetos que participarão do evento e, por fim, avalia a execução do projeto, premiando as 3 ligas que mais pontuaram. Portanto, o ELA consegue levar para as cidades do interior: aferição de pressão e glicemia; avaliação antropométrica; testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites B e C; espirometria; exame de fundo de olho; cadastro de doadores de medula óssea; atendimento odontológico; pediatras para atendimento especializado e muito mais. Resultado: A Medicina atual ainda prioriza muito o aspecto curativo, sempre buscando o diagnóstico da doença e o tratamento farmacológico ou procedimento mais indicado para a cura, todavia o Encontro das Ligas Acadêmicas vem reforçar a Medicina preventiva, criando estratégias, tais como palestras, minicursos, exames gratuitos, para a promoção de saúde. Além disso, os acadêmicos da área da saúde se unem na multidisciplinaridade, migrando do ambiente universitário para a interação com a comunidade, com o intuito de compartilhar o saber técnico, confrontando-o com o saber popular, criando condições para a tomada de consciência das situações de saúde. Considerações finais: O Encontro das Ligas Acadêmicas é um importante instrumento de integração entre os cursos da área da saúde do Estado de Goiás. Ele é eficiente ao levar à população os conhecimentos adquiridos durante as aulas e ao prestar serviços de saúde para toda a comunidade, desde crianças até idosos. Portanto, o ELA garante amparo à população mais carente e possibilita o desenvolvimento da arte médica pelos alunos.

9936 CONTEXTO HISTÓRICO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL BRASILEIRO E CONTRIBUIÇÕES DOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Karine Melo Lucas, Andréa de Sant’Ana Oliveira, Carolina de Souza Silva, Kainan Carlos Machado Silva, Ligia Maria Carlos Aguiar, Maria Manuela Vila Nova Cardoso, Raphael Gabriel Costa do Nascimento, Eloiza Jordão Domingos

CONTEXTO HISTÓRICO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL BRASILEIRO E CONTRIBUIÇÕES DOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Autores: Karine Melo Lucas, Andréa de Sant’Ana Oliveira, Carolina de Souza Silva, Kainan Carlos Machado Silva, Ligia Maria Carlos Aguiar, Maria Manuela Vila Nova Cardoso, Raphael Gabriel Costa do Nascimento, Eloiza Jordão Domingos

Apresentação: O Movimento Estudantil (ME), como movimento social e de massa de caráter transitório, é iniciado em uma escola ou universidade, por um grupo social integrado por estudantes que vivenciam necessidades especificas, a partir de realidades sociais limitadas e concretas, determinando na criação de organizações com prospecção a proposição de intervenções educacionais. Dentre tais organizações, estão as entidades de bases, conhecidas como diretórios e centros acadêmicos (DA ou CA), que são os órgãos criados no contexto universitário, responsáveis pela representação estudantil de determinados cursos. Além da representação estudantil, os DAs e CAs têm como propósito tramitar reivindicações e organizar movimentos de defesa e lutas em prol dos direitos estudantis. A organização de DAs ou CAs é prevista nos artigos 4º e 5º da Lei Federal n. 7.395 de 1985, que assegura aos estudantes de cada curso de nível superior o direito à organização de Centros Acadêmicos ou Diretórios Acadêmicos como suas entidades representativas. Dentro do movimento estudantil ocorrem as organizações políticas estudantis de área ou movimento de área, que são entidades de representação máxima de um determinado curso de nível superior, denominadas de Executivas e que têm representatividade de âmbito nacional. Na Enfermagem o movimento estudantil tem duas frentes de atuação: a Executiva Nacional de Estudantes de Enfermagem (ENEEnf) que tem como característica envidar esforços em lutas que contextualizam importantes pautas sociais; e o Comitê Estudantil da Associação Brasileira de Enfermagem (CoEst ABEn) que tem como objetivo pautar a educação na enfermagem, representando os estudantes associados tanto de nível técnico quanto de nível superior. O objetivo deste estudo é contextualizar o movimento estudantil no Brasil, com foco no movimento dos de estudantes de enfermagem e destaque à atuação destes estudantes no Estado do Rio de Janeiro. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo qualitativo desenvolvido por meio de uma pesquisa documental para a compreensão da realidade social e produção de conhecimento por meio da análise de vários tipos de documentos. A pesquisa documental foi realizada por meio dos dados do fornecidos pela Associação Brasileira de Enfermagem Seção Rio de Janeiro e por documentos que constam no sítio eletrônico da ENEEnf, sendo utilizadas como fontes de evidência atas de reuniões, deliberações, moções, cadernos de texto, boletins informativos, material de fóruns, notas e projetos. Após a seleção das fontes de evidência os dados foram organizados, analisados e discutidos. Resultado: Foi no século XIII, na Europa, que os estudantes viram a necessidade de se movimentarem em virtude das adversidades da comunidade universitária, a partir destas circunstâncias eles se organizam em grupos para defender questões da própria instituição de ensino. No Brasil, a juventude em luta dentro do movimento estudantil passa por diversos momentos históricos, como setor organizado de oposição, resistência e potência de conquista de direitos sociais. O movimento estudantil tem seus primórdios em 1901, quando foi criada a Federação dos Estudantes Brasileiros, que teve pouco tempo de atuação. A partir da Revolução de 1930, a politização do ambiente nacional levou os estudantes a atuar firmemente em organizações como a Juventude Comunista e a Juventude Integralista. Em agosto de 1937, na Casa do Estudante do Brasil, no Rio de Janeiro, o então Conselho Nacional de Estudantes conseguiu consolidar o desejo de criação de uma entidade máxima do estudantes, criando a União Nacional dos Estudantes (UNE), órgão máximo de congregação e representação dos estudantes brasileiros, que se organiza em congressos anuais e busca articulação com outras forças progressistas da sociedade.  Atualmente, o movimento estudantil brasileiro se concretiza de maneira formal em entidades de representação estudantil. No ensino fundamental e ensino médio, temos: nacionalmente, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas; nas unidades federativas, as União Estaduais dos Estudantes Secundaristas; nos municípios, as União Municipais dos Estudantes Secundaristas; nas instituições de ensino, os grêmios estudantis; nas turmas, os representantes de turma. No ensino superior, temos: nacionalmente, a União Nacional dos Estudantes; nas unidades federativas, as uniões estaduais dos estudantes; nas instituições de ensino, os diretórios centrais dos estudantes; nos cursos nacionalmente, as executivas e federações de curso; nos departamentos, a representatividade estudantil; nos cursos das instituições, os diretórios e centros acadêmicos; nas turmas, os representantes de turma. Na pós-graduação, temos: nacionalmente, a Associação Nacional de Pós-graduandos; nas instituições de ensino, as Associações de Pós-graduandos. As executivas de curso surgem a partir de 70, quando os estudantes sentiram a necessidade de se organizar para assuntos mais coorporativos e poder dar respostas às questões que a UNE não abarcava mais, ou seja, as executivas surgiram por causa da necessidade de representação. Com o tempo as executivas foram se fortalecendo em torno de temáticas específicas dos cursos, tais como currículos, avaliação, questões da universidade, qualidade dos cursos, dentre outros, e questões políticas mais gerais que se aproximavam do cotidiano dos estudantes. Em 1977 foi criada a Executiva Nacional dos Estudantes de Enfermagem (ENEEnf) que é um espaço onde ocorre articulação, integração, troca de vivências/experiências e construção coletiva entre estudantes de todo o país. A ENEEnf se organiza, dividindo-se em locos regionais que se dão a partir do número de escolas em cada estado. A loco Sudeste I era integrada pelos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo e com a reformulação estatutária em 2016 passou a ser integrada somente pelo Estado do Rio de Janeiro. No Rio de Janeiro, o movimento estudantil se destaca nas ações de enfrentamento no cenário nacional, entre os anos de 2015 a 2019. A participação específica da ENEEnf e do CoEst ABEn Rio no cenário político social estadual foi protagonizada por atuações marcantes em sua trajetória espelhando em uma participação em diversos momentos históricos, bem como, os principais fóruns de debates nos espaços acadêmicos e institucionais acerca da educação e da conjuntura política. Uma das maiores atuações expressivas do movimento estudantil em nível estadual foi a quebra da concentração e atuação nos grandes centros urbanos e nas universidades públicas, inserindo os estudantes geograficamente afastados e de instituições de ensino privadas. Para esses atores, a inserção nas atividades das instituições de ensino superior e a participação no movimento estudantil com representatividade, se tornou necessária para a discussão de questões de interesse e a construção de pensamento crítico, facilitando a problematização e reflexão sobre situações específicos de cada localidade. A integração entre ENEENf e CoEst ABEn no Estado do Rio de Janeiro viabilizou ainda espaços de entrosamento e interação entre os estudantes de todo o estado. Neste sentido, tal integração tem relevado a participação dos estudantes no movimento estudantil, agregando estudantes que de outra forma não se organizariam. Considerações finais: Quando nos referimos ao movimento estudantil de enfermagem  estamos nos referindo a  uma luta em conjunto com trabalhadores e usuários pela conservação dos direitos e conquistas  junto a sociedade  e assim dando continuidade a um novo modelo de gestão e atuação da união  de diversas escolas, públicas e privadas que formaram as representações em anos  anteriores  e o que vem dando uma característica cada vez mais impactante em prol de uma saúde pública e de qualidade.

7095 CRIAÇÃO E ATUAÇÃO DO COMITÊ ESTUDANTIL DA ABEN-RJ NA CONSTRUÇÃO DO PAPEL POLÍTICO-SOCIAL DO ESTUDANTE DE ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Karine Melo Lucas, Kainan Carlos Machado Silva, Carolina de Souza Silva, Larissa Souza Silva, Andréa de Sant’Ana Oliveira, Maria Manuela Vila Nova Cardoso, Sônia Maria Alves, Raphael Gabriel Costa do Nascimento

CRIAÇÃO E ATUAÇÃO DO COMITÊ ESTUDANTIL DA ABEN-RJ NA CONSTRUÇÃO DO PAPEL POLÍTICO-SOCIAL DO ESTUDANTE DE ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Karine Melo Lucas, Kainan Carlos Machado Silva, Carolina de Souza Silva, Larissa Souza Silva, Andréa de Sant’Ana Oliveira, Maria Manuela Vila Nova Cardoso, Sônia Maria Alves, Raphael Gabriel Costa do Nascimento

Apresentação: Durante muito tempo, a história dos movimentos estudantis brasileiros foi tratada pela historiografia como secundária no cenário dos movimentos sociais. Contudo, com a criação da União Nacional dos Estudantes (UNE), como entidade em 1937, as formas de envolvimento estudantil em debates e decisões passaram a ser consideradas parte dos movimentos sociais. No Brasil, a trajetória do Movimento Estudantil remonta-se a grandes momentos históricos, bem como, aos principais fóruns e debates acerca da educação e dos modelos de Universidade. No movimento estudantil de enfermagem tem-se a Executiva Nacional dos Estudantes de Enfermagem (ENEEnf) como entidade máxima de representação dos estudantes da categoria. Sua criação se deu em 1976, durante o XXVIII Congresso Brasileiro de Enfermagem, no Rio de Janeiro, promovido pela Associação Brasileira de Enfermagem Nacional e Seção Regional RJ. Este evento motivou a organização e realização do I Encontro Nacional dos Estudantes de Enfermagem (ENEEn) em 5 a 9 de julho de 1977, na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP). Conforme registros documentais, a ABEn sempre teve ligação direta com o corpo estudantil de enfermagem e sempre promoveu aproximação com os estudantes por meio da inserção e participação dos mesmos em seus eventos e espaços. Como entidade criada para fortalecer e lutar pela profissão, atuando não só de forma política, mas pautando a educação em enfermagem, primando sempre pela qualidade da formação, a ABEn traz para seus espaços os estudantes de Enfermagem sempre lhe dando voz e os inserindo nas discussões. Em 2013, na reformulação de seu estatuto foi aprovada a criação dos Comitês Estudantis nas seções estaduais da entidade, o que fortaleceria a parceria com a ENEEnf e seria um grupo agregador na militância estudantil somando forças nas reivindicações das pautas estudantis. Este estudo objetiva relatar a experiência da criação e atuação do Comitê Estudantil da Associação Brasileira de Enfermagem - Seção Rio de Janeiro (ABEn-RJ). Desenvolvimento: Estudo descritivo, tipo relato de experiência, elaborado a partir de experiências de estudantes que integram o Comitê Estudantil da ABEn-RJ, de enfermeiros que integraram o mesmo Comitê e de membros da Diretoria da ABEn-RJ, gestão 2016 a 2019. Os dados foram coletados durante três reuniões entre o Comitê Estudantil e Diretoria da ABEn-RJ, realizadas na sede da entidade, no segundo semestre de 2019, por meio de Rodas de Conversa, onde se dava a ativação da discussão utilizando-se a Metodologia da Problematização de Neusi Aparecida Navas Berbel. As reuniões foram mediadas pela Diretoria de Educação da ABEn RJ, sendo abordadas seguintes temáticas: criação do Comitê Estudantil do Rio de Janeiro, organização de atividades, metas alcançadas, ações estratégicas adotadas e alcance das Escolas de enfermagem, tanto de nível médio quanto de graduação em enfermagem. Os dados foram gravados em mídia MP-4, transcritos, organizados, analisados e discutidos. Resultado: O Comitê Estudantil da ABEn RJ (COEST RJ) foi criado em 15 de novembro de 2016 durante a Assembleia da Plenária Final do I Encontro Regional dos Estudantes de Enfermagem (EREEn), realizado na Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Desde a sua criação o COEST RJ se articula à Diretora de Educação da ABEn-RJ de forma a contribuir com a elaboração de cronograma de planejamento estratégico anual, a fim de integrar a ABEn às Instituições de Ensino Superior e de Ensino Técnico. Sua composição integra cinco estudantes de universidades públicas e privadas do Estado do Rio de Janeiro. Ao longo de sua criação, além da participação e representação em atividades da agenda anual da ABEn-RJ, o COEST RJ propôs e promoveu diferentes atividades com os objetivos de: difundir a produção de conhecimento na formação em enfermagem; congregar Estudantes de Enfermagem, outros estudantes da área da saúde e a sociedade para debater temas como “As Implicações da Cientificidade do Saber na Prática Profissional”, “Exame de Suficiência”, “O movimento estudantil: suas conquistas e avanços”; propiciar o intercâmbio técnico, científico, político e cultural entre os estudantes de Enfermagem e da área da Saúde; constituir-se em um espaço de expressão social e política dos estudantes de Enfermagem do Rio de Janeiro; refletir sobre as tendências, desafios, tecnologias e inovações do exercício da enfermagem face ao mundo globalizado; e estimular a reflexão sobre a inserção da Enfermagem na sociedade. Dentre tais atividades destacam-se a I Mostra Científica Estudantil da ABEnRJ – MCEABEn, Fórum dos Estudantes de Enfermagem, Rodas de Conversa e/ou Reuniões em Eventos Científicos, na sede estadual e em Escolas de Enfermagem das Universidades públicas e privadas, minicursos sobre temas escolhido pelos estudantes em eventos da ABEn-RJ ou na sede estadual e I Simpósio do Comitê Estudantil da ABEn. Os impactos de tais atividades refletem-se na inserção e participação de estudantes junto a uma entidade representativa da categoria profissional, promovendo experiências e aprendizado na realização de atividades traçadas por meio do planejamento estratégico, resultando em crescimento político e contribuindo para a formação em saúde, tendo em vista que proporciona inúmeras trocas de saberes. Os estudantes passaram a ter voz ativa e contribuição significativa no processo de avanço do ensino, da pesquisa, da saúde e da profissão. A criação em nível estadual do Comitê Estudantil, com representatividade de instituições públicas e privadas, propiciou ainda a integração de todas as representações estudantis e a criação de Centros e Diretórios Acadêmicos, facilitando o intercâmbio das pautas e ações com as atividades políticas, educativas e profissionais. Por fim, a atuação junto ao COEST RJ, desempenhando atividades de cunho político relativas à profissão durante o desenvolvimento da graduação em enfermagem permitiu ainda ativação e incentivo dos estudantes a lutarem prol da enfermagem, melhoria da difusão tecnológica de informações em torno das programações e atividades, potencialização da aprendizagem de habilidades, com apoio às Ligas Acadêmicas, e inserção do jovem profissional no mercado de trabalho com o olhar mais crítico e reflexivo. O COEST do Rio de Janeiro vem se destacando ainda pela proposição, organização e realização de atividades que aproximam estudantes em torno de pautas e lutas do movimento estudantil, sendo as mesmas propagadas por meios digitais, servindo de incentivo para que estudantes associados de outros estados se organizassem e criassem outros comitês em sete estados do Brasil. Considerações finais: A atuação do COEST RJ, por meio da construção de espaços de debate e consolidação de saberes, contribuiu para aproximar estudantes associados e não associados no debate sobre a formação dos futuros profissionais, instigando reflexões sobre o comprometimento com as pautas da enfermagem, da sociedade e da prática profissional. A atuação como membros do COEST RJ proporcionou ainda aos discentes a realização de palestras e círculos de debates em vários espaços em eventos científicos por todo o território nacional, permitiu a troca de experiências, conceitos e práticas entre os sujeitos e a disseminação das atividades da ABEn-RJ, bem como as suas finalidades, incentivando assim, a adesão de novos estudantes associados, empoderando o Movimento Estudantil e a própria Associação.

7500 RELATO DE EXPERIÊNCIA: A PARTICIPAÇÃO POPULACIONAL NO SUS ATRAVÉS DO DIRETÓRIO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM NO MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS – RJ
Caio Ramos, Lucas de Almeida Figueiredo, Grasiela Duarte Rocha Ferreira, Gabriel de Farias Vergaças, Erika Luci Pires de Vasconcelos, Alice Damasceno Abreu, Fernanda Ilhéu Pereira Custódio, Isabella Rocha Travassos de Oliveira

RELATO DE EXPERIÊNCIA: A PARTICIPAÇÃO POPULACIONAL NO SUS ATRAVÉS DO DIRETÓRIO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM NO MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS – RJ

Autores: Caio Ramos, Lucas de Almeida Figueiredo, Grasiela Duarte Rocha Ferreira, Gabriel de Farias Vergaças, Erika Luci Pires de Vasconcelos, Alice Damasceno Abreu, Fernanda Ilhéu Pereira Custódio, Isabella Rocha Travassos de Oliveira

Apresentação: Na década de 70 deu-se início ao movimento sanitarista, formado por técnicos de saúde, intelectuais, partidos políticos e organizações sociais, com o objetivo de lutar pela democracia em meio a ditadura militar e principalmente para que ocorre-se mudanças na área de saúde. Com isso em 1986 ocorreu a 8ª Conferência Nacional de Saúde emergindo a proposta do nascimento do Sistema Único de Saúde, onde dois anos depois, foi oficializado a criação do Sistema Único de Saúde. O SUS é regido sob princípios e diretrizes, sendo um deles, a participação social, garantida pela lei 8.142/90, em que fica estabelecia também a obrigatoriedade da criação de Conselhos de Saúde de caráter permanente e deliberativo. No ano de 2014, foi criado o decreto Nº 8.243/14, pelo governo federal, onde foi instituída a Política Nacional de Participação Social (PNPS), fazendo-se cumprir a diretriz do SUS. O Diretório Acadêmico de Enfermagem Professor Luís Claudio da Rocha Fraga – DAENF, por participação efetiva na XIV Conferência de Saúde do município de Teresópolis, por meio da votação, foi adequado e apto a assumir a cadeira no Conselho de Saúde do município de Teresópolis-RJ, garantindo a participação dos estudantes de Enfermagem do Centro Universitário Serra dos Órgãos na condição de fomentar a participação e ampliar os conhecimentos e transparência dos binômio gestão- graduação e monitoramento de avaliação das políticas públicas. Objetivo: Destacar o impacto desse movimento social na formação acadêmica, preparando os discentes de maneira crítica e reflexiva para atuar no sistema único de saúde, dando ênfase a um conhecimento específico sob as demandas de Leis de diretrizes, prioridades e metas da administração pública. Agregar saberes e conhecimentos acerca das políticas públicas e gestão municipal no âmbito da saúde, toda via também, entender e participar de afins que tragam estratégias que incluam a sociedade civil no processo de debates e obras públicas. Desenvolvimento: Para entender e compreender a real demanda de saúde do município, temos que atentar para os vários instrumentos e leis orçamentárias dos mesmos. Vimos que a realidade diverge muitas vezes do núcleo de um sistema, onde como graduandos tentamos aprender dia a dia, para que em um futuro bem próximo sejamos um profissional qualificado e conhecedor de abordagens de melhoria para o município.Resultado: Após a vivência com os Conselheiros, poderemos absorver o conhecimento e a prática das necessidades especiais de saúde como um sistema integrado dos serviços, funções e responsabilizações da assistência ao cuidado, sob o olhar da Enfermagem. Considerações finais: Assim os graduandos de Enfermagem e até mesmo as outras áreas da saúde devem estar capacitados para promover a qualidade do cuidado, diante a participação nos cenários de políticas públicas do município. Na história da humanidade, o primeiro cuidado é aquele que condiz ao social e devemos veementemente observar esta estrutura no sentido da aprendizagem.

7968 RELATO DE EXPERIÊNCIA: A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL DO ESTUDANTE DE MEDICINA COMO INSTRUMENTO PARA O FORTALECIMENTO DA LUTA EM DEFESA DO SUS
Mahéli Giovanna Amaro dos Santos Galvão, Carlos Gabriel de Souza Soares, Sônia Maria Lemos, Eduardo Jorge Sant´ana Honorato

RELATO DE EXPERIÊNCIA: A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL DO ESTUDANTE DE MEDICINA COMO INSTRUMENTO PARA O FORTALECIMENTO DA LUTA EM DEFESA DO SUS

Autores: Mahéli Giovanna Amaro dos Santos Galvão, Carlos Gabriel de Souza Soares, Sônia Maria Lemos, Eduardo Jorge Sant´ana Honorato

Apresentação: A participação popular se tornou um instrumento fundamental para o controle social das políticas públicas de saúde, que durante a 8ª Conferência Nacional de Saúde de 1986 contribuiu para a inclusão do capítulo de saúde na Constituição Federal, que garantia que o sistema de saúde seria universal, integral e equânime, garantido pelo Estado e um direito do cidadão. A participação e o controle social são a garantia de que a população, através de entidades representativas, possui voz ativa nos espaços de formulação, efetivação e controle das políticas públicas de saúde nos níveis, municipal, estadual e federal. Essa participação pressupõe a democratização da compreensão das determinações sociais do processo saúde-doença e da organização dos serviços, estimulando a comunidade para o efetivo exercício do controle social na gestão do SUS, bem como a corresponsabilidade advinda de suas ações e impactos sobre a saúde pública. O presente trabalho constitui-se de uma narrativa da experiência vivenciada por 02 estudantes de medicina da Universidade do Estado do Amazonas, durante a participação na 16ª Conferência Nacional de Saúde e buscou refletir sobre a sua importância e impactos na formação dos futuros profissionais. Desenvolvimento: Entre os dias 04 a 07 de agosto de 2019 ocorreu em Brasília/DF a 16ª Conferência Nacional de Saúde, que trouxe como proposta o resgate histórico da 8ª CNS, que deu origem ao Sistema Único de Saúde (SUS), vigente no país. Diante da convocação para a conferência nacional, em fevereiro do mesmo ano iniciaram as etapas municipais e estaduais de preparação e eleição dos delegados que levariam as demandas e propostas regionais para a plenária nacional. A 16ª CNS reuniu mais de 5.000 pessoas na defesa do SUS. O evento foi grandioso e fez discussões sobre o caminho do SUS e as políticas públicas de saúde para os próximos anos. Os estudantes de medicina atuaram nos grupos de trabalho de acordo com os eixos debatidos em cada ambiente, se posicionando fortemente defendendo propostas para a região Norte, ressaltando suas particularidades geográficas, e argumentando a respeito de propostas nacionais que melhorem as políticas públicas de saúde em todo território brasileiro. Durante as etapas que levaram os participantes até a nacional, foi perceptível a importância da participação social para a construção do SUS e principalmente de estimular a atuação dos estudantes de medicina nesses espaços. As intercorrências na organização das conferências, conflitos com outros participantes e a falta de auxílio governamental no tocante a viabilização da ida dos delegados para Brasília, no caso a emissão de algumas passagens em data pós início da conferência. São fatores que servem para alertar da necessidade de transformações sociais e melhorias estruturais nas entidades que gerenciam o evento de maior importância para o controle social na saúde. Resultado: A partir da vivência, é possível afirmar que a universidade pública tem um papel fundamental na formação crítico-social de graduandos dos cursos da área da saúde. É necessário formar profissionais comprometidos com o exercício da cidadania, que se apropriem de seu dever social frente à defesa do SUS, ocupando espaços de discussões e se construindo atores sociais. A formação para o SUS está prevista na Lei 8080/1990, é regimentada pelo Conselho Nacional de Saúde, por meio das Resoluções 350/2005 e 569/2017, que estabelecem as diretrizes para a formação na área da saúde no Brasil. Na compreensão de que, o indivíduo deve ser sujeito social ativo, torna-se, imprescindível que o estudante de medicina se posicione nos espaços de participação popular e controle social de modo a compreender o compromisso social que lhe compete ao acessar a universidade. Nesse contexto, deve-se discutir a formação de estudantes de Medicina onde o ensino precisa estar associado às discussões sociais, implicada com a promoção da saúde pública. Na prática, nos parece que a graduação afasta-os de seu papel social, voltando suas atenções para o crescimento profissional baseado em especializações técnicas. A graduação de medicina deve desenvolver no acadêmico um olhar ampliado de saúde, que possibilite compreender as problemáticas da visão biomédica da doença e perceber que há uma construção histórica que determina condicionantes que refletem no processo saúde-doença das pessoas de acordo com classes sociais. Foi possível perceber uma falha importante dos Conselhos de Saúde quanto à propagação de informações sobre sua atuação, atividades desenvolvidas e espaços de construção social, que dificultam o acesso de mais pessoas a estes dispositivos, em específico, aos estudantes da área da saúde que visivelmente possuem baixo índice de participação e envolvimento nas Conferências. Os estudantes de medicina que vivenciaram a conferência de 2019 lidaram constantemente com uma visível banalização e desrespeito, críticas e juízo de valor em relação à veracidade de suas idades, por serem muito jovens. O que nos leva a pensar sobre a importância dada aos jovens como atores sociais. Aponta-se ainda, uma necessidade de reavaliar e reformular o mecanismo de votação para eleição dos delegados, que ocorre por meio do voto aberto e fere o livre arbítrio individual de escolha de representantes. Existiu arbitrariamente uma articulação “política” para conseguir votos que resultassem na eleição dos delegados, com isso há uma pressão de “grupos articulados” para a consolidação de envio dos delegados “escolhidos” a partir dos seus interesses. Durante os intervalos houve a socialização dos presentes nas conferências e, neste momento além da articulação “política”, os indivíduos conversam sobre suas trajetórias em cada etapa, sua história na defesa do sistema único de saúde e as perspectivas de chegar até a fase da conferência nacional e aqui, muitos confessam que utilizam a viagem também para “turismo” desviando o caminho do objetivo principal de sua presença em Brasília. A competitividade entre representantes que residem na capital e no interior do Amazonas tornou a plenária de eleição de delegados na Conferência Estadual um campo de batalha, onde o popular “voto de cabresto” predominava no ambiente de maneira normalizada e aquele que recusasse contribuir com o grupo, era classificado como desleal. Considerações: A universidade tem papel fundamental no desenvolvimento do pensamento crítico do estudante da área da saúde, nesse caso, trata-se do acadêmico de medicina, que no decorrer de sua formação precisa compreender o processo histórico da determinação social do processo saúde-doença para fazer uma leitura da sociedade em que vive e ter condições de compreender o seu papel no processo de transformação social. Por meio da experiência vivenciada, verificou-se a necessidade de ampliar os espaços de discussão nos Cursos de Saúde, tendo em vista, a não participação dos estudantes no processo de luta pela saúde pública e falta de engajamento dos mesmos. Uma vez que, uma formação comprometida com o exercício da cidadania oferece subsídios para a compreensão das necessidades e demandas das políticas públicas para a saúde no Brasil. Exercer o papel social, por meio da participação na 16ª CNS, possibilitou aos estudantes de medicina, vivências e questionamentos que se materializam diretamente em sua construção social, pessoal e profissional. Enriqueceram a compreensão sobre a importância de defender e lutar pelo SUS através da participação nos conselhos, conferências, entidades e movimentos sociais ou, enquanto profissionais dos serviços, além da ampliação de suas atividades agora, difundindo as informações e multiplicando a semente de luta a comunidade acadêmica. 

10026 SEMINÁRIO VER-SUS CARIRI: UMA EXPERIÊNCIA EM EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE
Airton Guerreiro Vidal Filho, Samuel Átila Rodrigues Nogueira, Larissa Lima Barros, Roana Bárbara de Almeida Gouveia, Emille Sampaio Cordeiro

SEMINÁRIO VER-SUS CARIRI: UMA EXPERIÊNCIA EM EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE

Autores: Airton Guerreiro Vidal Filho, Samuel Átila Rodrigues Nogueira, Larissa Lima Barros, Roana Bárbara de Almeida Gouveia, Emille Sampaio Cordeiro

Apresentação: O VER-SUS Brasil é um programa idealizado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Rede Unida e a Organização Panamericana de Saúde que objetiva fomentar espaços de diálogo entre agentes engajados na luta em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência exitosa da construção e realização do Seminário VER-SUS Cariri 2019 enquanto evento de incentivo ao debate em saúde e de reafirmação da participação popular como mecanismo de defesa do SUS frente a seu desmonte. Desenvolvimento: O Seminário VER-SUS Cariri 2019 surgiu do desejo de prosseguir com as propostas introduzidas a partir da Vivência VER-SUS Cariri 2018.1, interligando a experiência acadêmica e o saber popular na perspectiva de abrangência de um maior número de pessoas. O evento aconteceu da Universidade Regional do Cariri (URCA), durante quatro turnos. Visou unir profissionais da saúde, estudantes, movimento estudantil e social e usuários para instrumentalizá-los na luta em defesa do SUS, bem como desenvolver uma visão crítica acerca das competências e limitações dentro dos serviços e redes de saúde da região. Buscou-se mostrar aos participantes aspectos do SUS que por vezes passam despercebidos, a exemplo das Práticas Integrativas e Complementares (PICs) em saúde; além de explanar a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast), os aspectos constitutivos das políticas de atenção à saúde do estudante nas redes de saúde e os movimentos de resistência e autocuidado da região do Cariri. A programação foi organizada entre atividades teóricas e práticas, com mesas redondas, rodas de conversa, vivências das PICs e devolutivas por parte dos viventes, estas recebidas na forma de produtos artísticos e culturais, além dos próprios relatos orais das vivências pessoais. Resultado: Na perspectiva de desmonte do Sistema Único de Saúde, o VER-SUS mostra seu impacto singular para aqueles que se propõem a lutar pelo SUS. O seminário abrangeu diversas áreas de atuação, movimentos e setores como reforço para a continuidade do VER-SUS e outras iniciativas na região e torna-se ponto de partida para colher e integrar pessoas na construção de um projeto de sociedade includente, democrática e plural, reafirmandoa saúde como direito universal. Considerações finais: Contando com uma diversidade de atores, incluindo profissionais, estudantes da saúde, membros de movimentos sociais e usuários do SUS, dentre muitos um público em idade jovem, o Seminário VER-SUS Cariri 2019 conseguiu, de forma interdisciplinar e através da interdependência teoria-prática em um ambiente facilitador de diálogo, reafirmar a necessidade e a urgência da unidade e do protagonismo em frente a defesa da saúde pública, na idealização de um futuro melhor e na construção de alternativas de saúde e bem viver a partir da riqueza das práticas regionais de cura e promoção da saúde, ratificando o pensamento de coletividade enquanto usuários do SUS.

7373 RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM COM A EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE: PROJETO “OS CAÇA-VIBAC’S
Pedro de Oliveira Nogueira, Fabrício Sidnei da Silva

RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM COM A EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE: PROJETO “OS CAÇA-VIBAC’S

Autores: Pedro de Oliveira Nogueira, Fabrício Sidnei da Silva

Apresentação: O projeto “Os Caça-Vibac’s”, foi desenvolvido no dia 19 de março de 2019, a ideia surgiu em sala de aula, baseando-se na necessidade de conscientizar e promover a saúde individual e coletiva, por meio da higienização das mãos.  O nome do projeto advém da analogia com o filme Os Caça-Fantasmas (1984), trazendo consigo a ideia de detecção e combate aos Vírus e Bactérias. Após reuniões em sala de aula, definiu-se que o foco temático seria diretamente relacionado com as Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde (IRAS), pois de acordo com estudos, vem apresentando não somente a precaução padrão, aquela comum a todas as áreas, mas também a precaução de contato associada à precaução respiratória por gotículas. Diz-se “nessa etapa”, pois essa é a etapa de continuação de um projeto que se iniciou no primeiro semestre de 2019. Com o aumento nos números de incidência, as infecções relacionadas à assistência à saúde em diversas regiões do mundo, leva à uma reflexão crítica sobre o preparo do profissional e até mesmo, o modo de disseminação de informação e compartilhamento de informação sobre as medidas profiláticas, que até hoje tem baixa adesão e são deixadas de lado por muitos profissionais aumentando a incidência de infecções cruzadas. Para tanto, o projeto visou a abordagem da higienização das mãos, uma prática simples e assertiva, que atua na prevenção de comorbidades para o corpo humano, e constantemente é negligenciada ou realizada de forma incorreta, e ainda as precauções de contato e respiratória por gotículas. Metodologia Trata-se de um relato de experiência descritivo sobre o projeto “Os Caça-Vibac’s” realizado de forma interativa por acadêmicos de enfermagem do 2º período da Universidade Paulista – UNIP – campus Manaus (AM), no dia 01 de novembro de 2019, no hall da própria instituição. Essa atividade é integralização curricular do curso de bacharelado em enfermagem, remetente a disciplina de atividades práticas supervisionadas, associada a prevenção contra infecções em instituições de saúde. O público alvo eram todos aqueles circulantes da universidade, enfatizando os graduandos de outros cursos e rede de funcionários, e o horário pré-definido foi idealizado pelos alunos foi o momento de intervalo de aula das turmas, para assim, alcançar o maior público possível. Os alunos promotores do projeto se dividiram em subequipes dos quais se exemplificam na equipe responsável por chamar atenção do público para o projeto visto que a execução dele não seria pré-anunciada, denominada equipe caça, e na equipe banca, que ficou no stand acolhendo e explanando a temática ao público. Toda essa divisão foi estabelecida a fim de todos os integrantes desempenharem as funções de maneira igualitária e consensual. A priori, a equipe caça realizou uma apresentação performática que contou com o apoio de elementos teatrais, onde os integrantes personificados de super-heróis faziam alusão a heróis da informação e do combate aos micro-organismos transmissores de infecções, e musicais, no qual foi feita uma coreografia com os integrantes citados anteriormente. As músicas que foram escolhidas fazem parte de um contexto de interação jovem. A posteriori, a equipe banca utilizou para a realização desse projeto equipamentos de proteção individual, a fim de exemplificar e demonstrar a temática na prática profissional, além de banners explicativos e folders ilustrativos. Ainda também, como forma de dinamizar, apropriou-se da canção popular “Parabéns pra você” para ensinar o tempo correto de higienização das mãos. Resultado: Durante a apresentação inicial, observou-se a reação e aprovação dos membros integrantes e público de espectadores, por meio da vibrante ovação, assim que chegamos o seu término. Vale lembrar que o público não esperava quaisquer atividades naquele momento, e foram surpreendidos. Ao citar as apresentações teóricas, notou-se que a grande interação em números de pessoas, bem como sua diversidade, foi de suma importância no aprendizado de todos. Por fim, de maneira geral foi observado que a efetivação das abordagens proativas aguçou a curiosidade do público, que por vezes, procuraram integrantes do projeto para obtenção de mais conhecimento. Dessa forma, mesmo estando em períodos iniciais do curso, percebe-se por meio do retorno participativo do público, a importância da educação em saúde como precursora de indivíduos autônomos. Considerações finais: No início do trabalho verificou-se os elevados índices de doenças relacionadas as faltas de precauções no âmbito público e nosocomial, por isso, fez-se importante realizar pesquisas e estudos sobre a higienização das mãos e precauções de contato e respiratório por gotículas. Diante do apresentado, o objetivo do projeto foi o resgate de informações ao público e aos futuros profissionais da saúde. Contata-se que o objetivo foi atendido, pois efetivamente o trabalho conseguiu transmitir as informações com o interesse despertado no público. A elaboração do projeto partiu da hipótese de que as informações não estariam sendo devidamente valorizadas e difundidas nos meios de socialização, isso se deu porque a incidência de problemas evitáveis relacionadas aos métodos de precaução é grande. Durante o desenvolvimento do projeto, verificou-se que a maioria das pessoas ainda não tinha de fato conhecimento do tema, contudo não foram realizados quaisquer testes ou pesquisas de avaliação do conhecimento do público, reiterando assim o objetivo que era frisar o assunto e não o colocar em questão frente ao domínio dele pelas pessoas. Assim, em grupo preparou-se para a realização das atividades do projeto, no dia pré-determinado pelo professor orientador da disciplina, nas dependências da própria universidade, com pesquisas mais detalhas, divisão de funções dentro das equipes, aquisição de materiais de apoio, confecção dos banners e folders, bem como, ensaios para a apresentação inicial. Diante da metodologia proposta percebe-se que o trabalho poderia ter sido realizado com maior amplitude de pesquisa bibliográfica, para assim não somente apresentar o assunto, mas também coletar e analisar dados sobre os aspectos envoltos dos problemas e hipóteses levantadas. Além disso, a limitação de tempo e geográfica de todos integrantes, dificultaram a execução plena dos preparativos em grupo, sendo necessário reduzir o tempo de algumas tarefas, consequentemente resultando na sua simplificação. Portanto, para trabalhos futuros recomenda-se questionar o público, coletando as informações por eles fornecidas e ainda procurar metodologias de grupo para serem trabalhadas com os promotores de projeto.

7793 OFICINA DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO EM UMA ESCOLA PÚBLICA EM BELÉM DO PARÁ: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
EMILLY CANELAS DE SOUZA, Kamille Giovanna Gomes Henriques, Anne Caroline Apinagés de Oliveira, Laura Samille Lopes Meneses, Elyade Nelly Pires Rocha Camacho

OFICINA DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO EM UMA ESCOLA PÚBLICA EM BELÉM DO PARÁ: RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Autores: EMILLY CANELAS DE SOUZA, Kamille Giovanna Gomes Henriques, Anne Caroline Apinagés de Oliveira, Laura Samille Lopes Meneses, Elyade Nelly Pires Rocha Camacho

Apresentação: A completa obstrução das vias aéreas não permite que a pessoa fale ou respire ou tussa, caso não seja tratado imediatamente pode resultar em morte, é considerada uma emergência clínica e o atendimento deve ser imediato, geralmente, a vítima se comunica com as mãos ao redor do pescoço o que significa um sinal de dificuldade respiratória onde não há passagem de ar. A obstrução de via aérea por corpo estranho deve ser considerada causa de parada cardiopulmonar em qualquer vítima, especialmente crianças que subitamente param de respirar, ficam cianóticas e perdem a consciência sem causa aparente. O socorrista deve perguntar à vítima se ela pode falar; caso a vítima não possa falar ou tossir, isso indica completa obstrução das vias aéreas e o socorrista deve agir imediatamente. A parada cardiorrespiratória (PCR) é definida como a cessação da atividade mecânica do coração, confirmada pela ausência de sinais de circulação. O atendimento inicial de situações de emergência é conhecido como Suporte Básico de Vida (SBV), e sua aplicação é fundamental para salvar vidas e prevenir sequelas, até que uma equipe especializada possa chegar ao local do acontecimento. O SBV inclui as manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) nas vítimas em Parada Cardiorrespiratória (PCR), a desfibrilação por meio dos Desfibriladores Externos Automáticos (DEA) e as manobras de desobstrução de vias aéreas devido a corpo estranho. A manobra de Heimlich é uma técnica de primeiros socorros utilizada em casos de emergência por asfixia, provocada por um pedaço de comida ou qualquer tipo de corpo estranho que fique entalado nas vias respiratórias, impedindo a pessoa de respirar. Nesta manobra, utilizam-se as mãos para fazer pressão sobre o diafragma da pessoa engasgada, o que provoca uma tosse forçada, que faz com que o objeto seja expulso dos pulmões. O reconhecimento dessas situações e o atendimento básico imediato podem ser realizados por leigos, desde que devidamente informados e capacitados. Sendo assim, é necessário orientar a comunidade sobre as medidas de primeiros socorros que preservem o bem-estar e a vida, até a chegada de profissionais especializados para atendimento de urgência e emergência. Objetivo: Relatar experiência de membros efetivos da Liga Acadêmica Multidisciplinar de Cardiologia (LAMCARD) como facilitadores do conhecimento em uma palestra realizada em uma escola de ensino médio, localizada em Belém – Pará, sobre suporte básico de vida (SBV). Descrição da Experiência: Trata-se de um estudo descrito de natureza relato de experiência realizado por membros efetivos da Liga Acadêmica Multidisciplinar de Cardiologia (LAMCARD), em parceria com os discentes do curso de enfermagem da Universidade da Amazônia (UNAMA) e o Projeto de Extensão em Simulação realística (PESR), a palestra foi realizada em uma escola pública estadual de tempo integral, localizada no bairro da Campina em Belém – Pará, para alunos do ensino médio, na primeira semana de setembro de 2019, sendo subvisionada pela coordenadora da LAMCARD e pela coordenadora do curso de enfermagem da UNAMA. Na ação foram utilizados banners, folders, músicas, brindes e outras metodologias ativas como estratégias de retenção da atenção dos alunos. Realizada no período da manhã, os alunos se aproximavam em grupos pequenos, com certa timidez inicial e interagiam com mais avidez ao longo da dinâmica e os alunos do sexo masculino demonstravam mais resistência para participar das atividades. A teoria foi apresentada através de falas e gestos com o corpo dos próprios acadêmicos e reproduzido pelos alunos, mostrando como identificar a PCR, a realizar o ABCDE da corrente de sobrevivência (AHA), o posicionamento das mãos no apêndice xifoide e como realizar as manobras no tempo certo, tanto em vítimas de PCR em vias urbanas quanto em vítimas em áreas como praias e igarapés. Eles respondiam bem ao serem perguntados acerca dos temas, muitos repetiam as simulações de preparação e acrescentavam com perguntas, seus saberes cotidianos e exemplos que vivenciavam. Após a teoria de PCR e RCP, foi demonstrada a prática em bonecos onde puderam simular uma realidade de parada cardíaca. Quando solicitado para que eles participassem, havia risos e negações, porém depois de estimulados, eles iam praticar. Aplicando o protocolo de SBV, os alunos ajoelhavam próximo ao boneco e realizavam a atividade, sempre com um acadêmico como supervisor da atividade. Eles afirmaram o quanto era cansativo realizar a manobra até o tempo que o socorro chegasse, principalmente se o mesmo demorasse. No segundo momento, os monitores explicaram como identificar uma obstrução das vias aéreas e como agir em tempo eficaz. O passo a passo da manobra de Heimlich em adultos foi demonstrado entre os acadêmicos, mostrando como socorrer outra pessoa e a si mesmo nessa eventualidade, e, em seguida, como socorrer bebes e crianças. Os estudantes demonstravam muito interesse e questionavam sobre a prática. No final, foram distribuídos os brindes e os alunos agradeceram pela oficina. Resultado: Revelou-se que a maioria dos alunos carregava o conhecimento empírico sobre parada cardíaca, técnicas de reanimação cardiopulmonar e manobra de Heimlich e demonstravam grande interesse e empolgação em aprender como aplica-las na realidade. Obtivemos resultado positivo na ação, os alunos mostraram estar satisfeitos com os aprendizados. Considerações finais: Percebeu-se que os estudantes têm interesse em aprender a identificar situações de risco e realizar os primeiros socorros. Conclui que é de extrema importância a educação em saúde sobre Suporte Básico de Vida para alunos de todas as series do colegial para, em casos de emergência, os mesmos estarão capacitados para agir em determinadas situações e ajudar a salvar vidas enquanto a equipe de socorrista não estiver presente no local. Muitas das vitimas de PCR em meio urbano evoluem para óbito por não ter tido um atendimento rápido, e é Necessário ressaltar a importância de uma sociedade com conhecimentos básicos de suporte de vida, começando a inserir esses conhecimentos em idades mais baixas e até mais avançadas, como forma de melhorar o serviço prestado.

8247 O PROTAGONISMO DO ALUNO DO CURSO DE ENFERMAGEM – ACONTECE NA ENFERMAGEM UNISUAM
Daniele Durval dos Santos, Alessandra da Terra Lapa, Igor Ramathur Telles de Jesus, Julia Cristina Correa Siqueira, Beatriz Amaro de Castro, Tatiana dos Anjos Marques, Patricia Ferraccioli Siqueira Lemos

O PROTAGONISMO DO ALUNO DO CURSO DE ENFERMAGEM – ACONTECE NA ENFERMAGEM UNISUAM

Autores: Daniele Durval dos Santos, Alessandra da Terra Lapa, Igor Ramathur Telles de Jesus, Julia Cristina Correa Siqueira, Beatriz Amaro de Castro, Tatiana dos Anjos Marques, Patricia Ferraccioli Siqueira Lemos

Apresentação: Estudiosos relatam que o protagonismo no processo de construção dos conhecimentos será o personagem principal na vida de um discente. No passado o aluno era avaliado unicamente por seu desempenho em matérias como português, matemática e outras 1-5. Hoje os professores partem do princípio onde a criatividade é avaliada, o trabalho em equipe é um diferencial, empatia e a capacidade de ser protagonista do seu futuro mudam positivamente as suas chances frente ao seu avaliador 1; 2. Com base nesse conteúdo, o presente estudo tem como objetivo: Relatar a experiência do Projeto de Extensão AconTECE na Enfermagem UNISUAM. Desenvolvimento: Segundo a política de educação permanente todos os atores são protagonistas, agentes ativos do conhecimento¹. Cada um com seu saber, o que possibilita construir novos significados para velhos problemas 1-5. Desde a rede básica de ensino no Brasil é possível trabalhar o tema, ainda há passos curtos existe o Projeto Escolas Transformadoras onde temos 18 escolas reconhecidas, entre rede públicas e privadas conectando as escolas com os empreendedores sociais e especialistas em educação visando a proatividade dos alunos ao decorrer da vida acadêmica¹. Método: trata-se de um relato de experiência vivenciado pelos integrantes do projeto de extensão AconTECE na Enfermagem UNISUAM. Resultado: Todos possuem o poder de serem protagonistas, mas nem sempre é colocado em ação. Ser protagonista é defender o que se considera como certo, expor pensamentos e opiniões, ter a liberdade de discutir e debater, tendo voz e não deixar de emitir uma opinião por insegurança. Dessa forma o aluno assume voz ativa e age diante de uma temática a ser debatida e ideais a serem discutidas. O discente da UNISUAM vivencia a visão educacional voltada para o incentivo do protagonismo do aluno. Sendo esta atualmente, uma das exigências do mercado de trabalho. A participação dos discentes ocorre por meio da aplicação de metodologias ativas, participação nos projetos de extensão, iniciação científica e eventos. Apesar dos novos caminhos para uma educação que conduza o estudante a desvendar seus papéis sociais, junto com o desenvolvimento da capacidade de solucionar problemas e assumir um papel de sujeito no desenvolvimento das ações. Essa capacidade demanda uma necessidade de pensamento e ação, fomentando ações criativas e transformadoras 5. Dessa maneira, a mudança de paradigmas no processo educativo, com o uso metodologias ativas, vêm para estimular o aluno a confrontar os seus saberes e refletir sobre novos métodos de ensino, por meio da problematização das temáticas a serem abordadas 1-3. O corpo docente do Curso de Enfermagem da UNISUAM promove de forma ativa o protagonismo estudantil. A proposta deste projeto é incentivar, divulgar e consolidar as ações e projetos desenvolvidos por acadêmicos do curso de Enfermagem da UNISUAM. O Projeto de Extensão AconTECE na Enfermagem UNISUAM teve início em novembro de 2018, tendo como objeto de estudo o incentivo ao protagonismo dos acadêmicos do curso de enfermagem da UNISUAM. O Projeto tem como objetivo geral fomentar atividades acadêmicos que incentivem o protagonismo dos acadêmicos de enfermagem durante a formação no curso de enfermagem. E como objetivos específicos: Apoiar os discentes na construção e no desenvolvimento de atividades e projetos acadêmicos durante a formação no curso de enfermagem da UNISUAM; Estimular o graduando de enfermagem ao protagonismo nas atividades acadêmicas realizadas durante a formação; e dar visibilidade as atividades acadêmicas desenvolvidas pelos discentes nas diferentes etapas de formação no curso de enfermagem da UNISUAM. O Projeto de extensão AconTECE na Enfermagem UNISUAM tem como objeto de estudo o incentivo ao protagonismo dos acadêmicos do curso de enfermagem. De modo que ele fomenta atividades acadêmicas que incentivem o protagonismo dos acadêmicos de enfermagem durante a formação no curso. Por meio do projeto, os alunos do curso obtiveram maior visibilidade no desenvolvimento de suas atividades nas suas diferentes etapas da formação em enfermagem, com o apoio das mídias sociais. Por meio da conta do Instagram do projeto - @acontece na enfermagem, são divulgados os trabalhos desenvolvidos em salas de aula, seminários, dinâmicas, sala invertida, gameficação, produção de artigos e livros, dentre outras produções. Todos os trabalhos são produzidos pelos discentes, com a orientação dos docentes, onde a equipe do projeto de extensão tem o objetivo de dar visibilidade as produções dos discentes, sendo estas de excelentes qualidades. O projeto também fomenta com seus integrantes todos os incentivos apresentados anteriormente. Desta forma, podemos trabalhar também os dilemas éticos e problematização de alguns casos onde o acadêmico de enfermagem aprende a gerenciar conflitos lançando mão de vários gêneros discursivos. São realizados encontros semanais para montarmos trabalhos para eventos, que estão por vir, fazemos divulgação e registro das atividades e eventos desenvolvidos pelos alunos dentro e fora instituição. Nós acadêmicos, realizamos muitas ações. Este projeto nos proporcionou entender o quanto somos importantes e como a educação é direcionada para o aluno. O projeto tem proporcionado experiências antes não vivenciadas por alguns alunos. De modo que eles têm realizados relatos sobre as contribuições realizadas pelo projeto de extensão, que tem levado oportunidades, visibilidades e incentivos para os acadêmicos de enfermagem da UNISUAM. Considerações finais: Observamos que durante a implementação do fortalecimento do papel do aluno, os discentes relatam tais mudanças consideráveis no seu contexto pessoal como incentivo a leitura, promoção de debates, pensamento crítico ativado, despertaram para a importância da escrita e publicações de seus trabalhos, enriquecimento do seu currículo Lattes, conhecimento da ética e autonomia. Em virtude dos fatos mencionados viabiliza-se a proficiência do aluno e reflexões multidisciplinares mantendo assim aprendizado alicerçado em conhecimento. Neste sentido a universidade colabora para um aprendizado inovador, atual e humanista contribuindo de forma positiva e agregadora a formação de seus discentes. Esperamos contribuir para a formação crítica e reflexiva desses graduandos, e com a nossa, com capacidade de realizar suas próprias atividades e assim nos preparar para o tão concorrido mercado de trabalho ao qual a comunicação interpessoal abre portas e aqui na universidade, já somos incentivados desde cedo.

10575 A COLABORAÇÃO DA LIGA ACADÊMICA NA EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM IDOSOS NAS UNIDADES PRIMÁRIAS DE SAÚDE EM BELÉM (PA)
Carla Sena Cunha, Ivone de Melo Sousa, Abigail das Mercês do Vale Batista, Dayara de Nazaré Rosa Carvalho

A COLABORAÇÃO DA LIGA ACADÊMICA NA EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM IDOSOS NAS UNIDADES PRIMÁRIAS DE SAÚDE EM BELÉM (PA)

Autores: Carla Sena Cunha, Ivone de Melo Sousa, Abigail das Mercês do Vale Batista, Dayara de Nazaré Rosa Carvalho

Apresentação: As Ligas Acadêmicas (LA) são entidades formadas por estudantes de graduação, com a orientação de um professor da instituição a qual está vinculada, objetivando vivenciar a integração do tripé universitário denominados: ensino-pesquisa-extensão, uma vez que as lacunas do conhecimento que estavam aliadas às novas necessidades de aprendizagem eram identificadas. As extensões universitárias tem um legado de direcionar a sociedade à promoção da educação continuada em saúde, através dos projetos que objetivam estabelecer uma relação entre a comunidade para o cumprimento de um dever social que possibilita adquirir conhecimentos para ambas às partes. Já nas áreas de ensino e pesquisa os estudos quem abordem o tema ligas acadêmicas mostram que além de um meio transformador também possibilitam evolução do ensino e pesquisa promovendo maior envolvimento entre estudantes, professores e comunidade. As ações de educação em saúde são fundamentais para a promoção da saúde e essenciais para garantir a prevenção de doenças e reabilitação do indivíduo, bem como, despertar nas pessoas o ato de cidadania, a corresponsabilidade em relação ao processo saúde-doença e a integralidade. A integralidade, aqui compreendida em duas dimensões, quer na perspectiva de articulação entre ações de promoção à saúde, preventivas e curativas, quer na visão holística do ser humano biopsicossocial, a qual precisa ocupar lugar de destaque na oferta dos cuidados em saúde. Deve-se, ainda, considerar a sua operacionalização em proposições práticas, cuja indução deve ser desempenhada no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), sobretudo pela Atenção Primária à Saúde (APS), que serve como principal porta de entrada do sistema. É importante salientar que as atividades lúdicas também estão relacionadas intimamente com a viabilidade de permitir que haja momentos de bem-estar físico, mental e de interação interpessoal, podendo propiciar melhora significativa na qualidade de vida de idosos, além do fortalecimento da autonomia, autoestima, descontração, reflexão e melhor compreensão do tema em discussão. Nesse contexto, em 2015, foi criada a Liga Acadêmica de Enfermagem em Saúde do Idoso (LAESI), formada por acadêmicos e docentes da Faculdade Paraense de Ensino (FAPEN) e Faculdade Pan Amazônica (FAPAN) com o objetivo de despertar o interesse pelo estudo de temas relevantes a Geriatria e Gerontologia, por meio da integração de teorias e práticas voltadas ao processo do envelhecimento humano e seus diferentes aspectos, visando complementar a formação acadêmica e oferecer serviços direcionados para a atenção ao idoso.  Objetivo: É relatar as experiências dos acadêmicos de enfermagem, membros da (LAESI), na atuação de educação em saúde nas unidades primária de saúde com idosos. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, baseado nas vivências dos acadêmicos de enfermagem, membro da liga acadêmica de enfermagem em saúde do idoso (LAESI), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), durante o período de agosto a dezembro de 2019. Que retrata apresentações de palestras, atividades lúdicas, dinâmicas, rodas de conversa, distribuição de materiais informativos para orientações e incentivo Do envelhecimento ativo. Foram realizadas em três unidades básicas de saúde localizadas no município de Belém (PA), onde as atividades são separadas semanalmente, e são divididas em três etapas. A Primeira refere-se as matérias com ilustrações visuais através de cartazes e Datashow. A segunda, pelas dinâmicas com perguntas e respostas, para observar o conhecimento adquirido. E, a terceira utiliza-se as metodologias ativas, que são caracterizadas por brinquedos adaptados para os idosos, feitos com produtos recicláveis, com o intuito de avaliar aspectos cognitivos, mobilidade, estado funcional e social. Resultado: A apresentação das palestras, rodas de conversas e as distribuição de matérias informativos, teve o intuito de promover uma aproximação do diálogo e o conhecimento repassado, entre os participantes e acadêmicos. Dessa forma, cada integrante identificou para o grupo suas perguntas e questionamentos sobre os temas proporcionados após isso observou-se uma interação significativa entre os idosos. A dinâmica de perguntas e respostas refletiu na repercussão de alguns déficits, como falta de atenção, dificuldades no raciocínio lógico e perda da memória temporariamente. A aplicação das metodologias ativas, possibilitaram a avaliação do aspecto cognitivo, sobre os reflexos oculares dos idosos, fatores de esquecimentos nas atividades de memorização. Na mobilidade foi averiguado o fator de quedas, o fortalecimento dos membros inferiores e superiores. A análise da dinâmica grupal foi efetuada durante todo o período da atividade e viabilizou observar uma boa integração entre os próprios idosos, pois propiciaram uma ativa participação dos idosos, fazendo com que os mesmos se tornassem corresponsáveis pelo processo saúde-doença e destes com a equipe, a participação ativa foi perceptível meio de questionamentos e relatos de vivências pessoais. Nas análises foi considerada a diminuição de depressão, ansiedade e tristeza relacionada á solidão. Constatamos que o uso das atividades em gerais com idosos favorece a melhoria da qualidade de vida dessa população e que os estímulos por meio da ludicoterapia visam diminuir as resistências ao contato, ao movimento e dar mais sentido a vida, além de aumentar a possibilidade de adoção de hábitos saudáveis e fortalecimento da autonomia destes indivíduos. Considerações finais: O desenvolvimento da LAESI, evidenciou que os idosos tiveram fatores positivos como a interação social, a importância da autonomia, e o embasamento da educação saúde para o seu bem está. Logo, é fundamental salientar que para a educação em saúde ser efetiva, é necessário respeitar a cultura e os saberes de cada um dos participantes, além de tentar envolvê-los no processo com uso das metodologias ativas, com base em sua realidade. Acreditamos que este tipo de estratégia favorece a aprendizagem significativa e a interação social, além de propiciar a manutenção do estado cognitivo e funcional. Acrescentamos ainda que o desenvolvimento da promoção da saúde com a utilização de atividades lúdicas para idosos se mostrar ou eficaz, sendo recomendada a utilização dessas atividades com essa população. Portanto, no espaço do Sistema de Primário de Saúde e importante promover a formação de profissionais qualificados, que possuam interação humanizada e troca de informações essenciais para o atendimento integral e digno a esse idoso é um dos principais desafios no ramo da Gerontologia e geriatria, por isso as ligas voltadas a esse propósito possuem papel fundamental para mudar esse cenário.

10915 CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DE MOVIMENTOS E CAMINHOS NAS CARTAS FINAIS DOS ENCONTROS NACIONAIS DE RESIDÊNCIAS EM SAÚDE
Lorrany Santos Rodrigues, Thaís Barbosa de Oliveira, Sara da Silva Meneses, Kleverson Gomes de Miranda, Gabriel Franke Viégas, Maurício Yukio Hirata, Nayara da Silva Lisboa

CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DE MOVIMENTOS E CAMINHOS NAS CARTAS FINAIS DOS ENCONTROS NACIONAIS DE RESIDÊNCIAS EM SAÚDE

Autores: Lorrany Santos Rodrigues, Thaís Barbosa de Oliveira, Sara da Silva Meneses, Kleverson Gomes de Miranda, Gabriel Franke Viégas, Maurício Yukio Hirata, Nayara da Silva Lisboa

Apresentação: O Sistema Único de Saúde (SUS) conta com vários níveis de formação em serviço, dentre eles, as residências em saúde, que surgiram mediante a necessidade da qualificação de trabalhadores para esse sistema. Um dos pilares desta modalidade é uma formação que associa a complexidade e diversidade das demandas de saúde à prática qualificada e subsidiada por um processo contínuo de educação permanente, visando a integração ensino-serviço-comunidade. Os eventos científicos em saúde, tais como encontros, congressos e seminários, constituem-se espaços de diálogo e estímulo para a produção e divulgação de conhecimento, bem como para o reconhecimento de problemas relacionados aos cenários de atuação dos participantes e o debate qualificado sobre os mesmos. Nesse contexto, inserem-se os Encontros Nacionais de Residências em Saúde (ENRS) como movimento político das residências. Diante disso, objetivou-se, neste estudo, analisar o conteúdo relativo às cartas finais dos ENRS, dos anos de 2012 a 2019. Método: Realizou-se um estudo qualitativo e descritivo com base nas referidas cartas, estudadas por meio da Análise de Conteúdo (AC). Trata-se de um método que facilita a leitura e interpretação de documentos, contando obrigatoriamente com três fases: pré-análise e estabelecimento de unidade de análise; exploração do material com determinação de categorias; e resultados por meio da seleção de conteúdo para compor as categorias. Neste estudo, as categorias foram definidas a posteriori, ou seja, após a finalização da leitura das cartas. Logo, após uma leitura exaustiva dos documentos, identificou-se os temas mais frequentes para comporem as categorias e selecionou-se seus conteúdos. Os resultados foram discutidos em acordo com a literatura científica. Resultado: Encontrou-se oito cartas que foram publicadas nos anos de 2012 a 2019,  a carta do II ENRS não encontrava-se disponível. A AC permitiu a identificação de seis categorias: Participação e Representação Social (n=111), Estruturação das Residências (n=84), Residências e o SUS (n=57),  Parceiros de Formação (n=18), Direitos dos residentes (n=16) e Avaliação dos programas (n=13). Existem vários espaços de participação social no âmbito das residências em saúde. Uma vertente refere-se a movimentos políticos como o próprio ENRS e à organização em fóruns de segmentos. Outra vertente refere-se à Comissão Nacional de Residências Multiprofissional em Saúde (CNRMS), instância que normatiza a estrutura e o funcionamento das residências. Identificou-se 111 conteúdos referentes à categoria “Participação Social”, com maior frequência (36,93%, n=41) na IX carta, em 2019. A construção dos espaços de participação social das residências se deu a partir dos fóruns de segmentos (residentes, tutores, preceptores e coordenadores). Em 2006 formou-se o Fórum Nacional de Residentes em Saúde (FNRS) e o Fórum Nacional de Tutores e Preceptores (FNTP). Durante o II Seminário Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde a partir do movimento de residentes  se propôs o texto da CNRMS. A participação social é um dos eixos transversais desde o início da construção dos movimentos de residências, refletindo na alta apresentação nas cartas. Dois pontos assumiram grande relevância: a solicitação da realização do V Seminário de Residências em Saúde e a criação de Comissões Estaduais de Residências em Saúde, o primeiro visando a formulação da política nacional das residências e, o segundo, apostando na descentralização da normatização e regulação dos programas. A categoria “Estruturação das Residências” dialoga intensamente com reivindicações da realização do V Seminário Nacional de Residências em Saúde e da manutenção e efetivação da CNRMS. Esta categoria aparece nas cartas 84 vezes, com preponderância na IX carta (35,7% n=30), 2019. Esta categoria relaciona-se com as temáticas de: qualificação dos Projetos Políticos Pedagógicos dos programas de residência, alinhados com uma normativa nacional; redução e requalificação da carga horária semanal dos profissionais de saúde residentes (PSR); valorização do PSR egresso por meio de titulação diferenciada de outras modalidade de pós graduação; valorização das funções de preceptoria, tutoria, docência e coordenação dos programas; e da participação social na formação de residentes, envolvendo desde instâncias deliberativas do SUS - conselhos e conferências - até participação em movimentos sociais. Acerca da categoria ‘Residências e o SUS’’, identificou-se 57 conteúdos, com predominância na IX carta (28%, n=16), 2019. O cenário político e seus desdobramentos afetam a lógica de trabalho e organização do SUS, tal como  dos programas de residência. Isso torna evidente a necessidade de defesa de ambos frente aos desmontes e retrocessos, igualmente, na consolidação de seus princípios. As residências em saúde assumem papel estratégico e intercessor na disseminação da educação permanente nos serviços, mas é fundamental a institucionalização dessa prática independente das residências. Os conteúdos apontam a necessidade de fortalecer a dimensão política e a defesa do SUS como eixo estruturante do trabalho e da formação em saúde, contemplados tanto no fazer diário, como nos espaços educativos formais da residência, além da absorção dos PSR egressos, considerando a competência prática e teórica para atuação no SUS. Considerando o desenvolvimento e implementação de diversos programas de residências em saúde, identificou-se a categoria “Parceiros de Formação”, que remete a todo o processo formativo do PSR inserido no âmbito do SUS. Identificou-se 18 conteúdos nas cartas, com predominância na carta do IX ENRS (55,% n=10), 2019. Observa-se que, apesar de ser um tema emergente, ainda é um desafio para os próximos encontros e, consequentemente, para a implementação nos programas de residência, sendo a interdisciplinaridade e a formação em rede um objetivo ainda a ser alcançado. As cartas trazem queixas de negligência de direitos nos serviços e cenários de inserção das residências. A categoria “Direitos dos Residentes”, apresentou 16 conteúdos, com maior frequência na IX carta (56% n= 9), 2019. Assédio e precarização do trabalho estão historicamente relacionados à prática das residências em saúde, associado ao entendimento ou falta dele do papel do PSR. Em consequência disso, as cartas, em sua maioria, sugerem a criação de uma Política Nacional de Residências, para alinhamento e construção de espaços de acolhimento e uma legislação que proteja o PSR, supere o processo de adoecimento gerado pelos processos de trabalho e consolide respostas para os grandes desafios levantados nas mais diversas realidades brasileiras. Um dos eixos que corroboram com essa lógica é o de ‘‘Avaliação dos Programas’’, com 13 conteúdos, dentre os quais houve predominância também na IX carta (38%, n=5), 2019. As encíclicas desta categoria demandaram a efetivação do processo de avaliação dos programas como uma promoção do controle social, transparência e manutenção da qualidade da formação em saúde. Por meio da autoavaliação e da avaliação externa, torna-se possível propagar uma cultura avaliativa democratizada e ética para a transformação e reestruturação dos programas de residência multiprofissional em saúde, em acordo com a realidade de seus cenários. Considerações finais: A participação social aparece expressivamente nas cartas, o que condiz com o objetivo dos ENRS. O ano de 2019 apresentou a maior quantidade de conteúdos na maioria das categorias levantadas por este estudo. Esse achado pode ser explicado pelo momento de insegurança política no Brasil, igualmente, das necessidades apontadas pelos residentes, em anos anteriores, ainda não atendidas. Considerando a importância dos ENRS como movimento político e espaço de compartilhamento e construção de saberes, é de extrema relevância a análise dessas cartas, que pode tornar-se um norteador para futuros encontros, assim como dos caminhos já percorridos e dos que ainda necessitam de continuidade.

10009 A PERCEPÇÃO DO ADOLESCENTE PORTADOR DA AIDS SOBRE A DISCRIMINAÇÃO
Juliana de Souza Fernandes, Inez Silva de Almeida, Andréia Jorge da Costa, Letícia Weltri de Andrade, Janaina Loreiro da Costa, Emylle Macruz Martins, Karine do Espirito Santo Machado, Nizélia Ferreira da Silva Floro Rosa

A PERCEPÇÃO DO ADOLESCENTE PORTADOR DA AIDS SOBRE A DISCRIMINAÇÃO

Autores: Juliana de Souza Fernandes, Inez Silva de Almeida, Andréia Jorge da Costa, Letícia Weltri de Andrade, Janaina Loreiro da Costa, Emylle Macruz Martins, Karine do Espirito Santo Machado, Nizélia Ferreira da Silva Floro Rosa

Apresentação: A AIDS é considerada um dos grandes problemas enfrentados pela Saúde pública devido ao caráter pandêmico e de gravidade da doença. Os adolescentes portadores de HIV/AIDS organizam seu cotidiano na expectativa de manterem uma qualidade de vida satisfatória, ruptura de suas relações interpessoais e isolamento social tendo como causa a discriminação. Está problemática pode ser entendida como a percepção de depreciação e/ou exclusão, o que acarreta sentimentos prejudiciais como vergonha, medo, ansiedade, depressão. Já o estigma sofrido se refere às ações, atitudes ou omissões concretas que provocam danos ou limitam benefícios às pessoas estigmatizadas. O objeto do estudo é a percepção do adolescente portador de AIDS acerca da discriminação, tendo como objetivo compreender o modo como esse público vivencia esse processo. Método: Trata-se de um recorte tese de doutorado, com método descritivo e abordagem qualitativa. O cenário de pesquisa foi um ambulatório de infectologia no Rio de Janeiro. Sete adolescentes participaram da entrevista respeitando os critérios éticos. As entrevistas só foram realizadas. após o parecer aprovado, sob o número CAAE nº1.963.852. O estudo foi desenvolvido no ano de 2017. Resultado: Os depoimentos mostraram que os adolescentes realmente vivenciam o sofrimento psíquico intenso por conta de seu diagnóstico, que leva à discriminação. Nesse sentido, evitam contar para os amigos, familiares e companheiros. Considerações finais: Torna-se imprescindível o acolhimento com a escuta sensível pela enfermeira, favorecendo a adesão ao tratamento. É importante que o profissional conheça valores, cultura e estilos de vida destes pacientes, a fim de um cuidado efetivo e eficiente.

10154 DESMITIFICANDO O BULLYING ENTRE ADOLESCENTES: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Maxwell Arouca da Silva, Cliviane Farias Cordeiro, Andreina Maciel de Sena dos Santos, Gezebel Vasconcelos da Costa, Alessandra da Silva Carvalho, Rosa Mary Oliveira e Oliveira, Fernanda Freitas dos Santos, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira

DESMITIFICANDO O BULLYING ENTRE ADOLESCENTES: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Maxwell Arouca da Silva, Cliviane Farias Cordeiro, Andreina Maciel de Sena dos Santos, Gezebel Vasconcelos da Costa, Alessandra da Silva Carvalho, Rosa Mary Oliveira e Oliveira, Fernanda Freitas dos Santos, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira

Apresentação: Os cursos da área da saúde das universidades em sua atuação educadora podem atuar perante o público infantojuvenil e adolescente, em escolas e locais de frequentação, com intuito de falar de saúde de um modo diferente, a prevenção ao bullying, é uma maneira de contribuir com a saúde mental dessa população. Objetivo: Relatar a experiência durante a implementação de um projeto de extensão sobre prevenção ao Bullying. Desenvolvimento: Estudo descritivo, tipo de relato de experiência, em uma extensão universitária sobre a prevenção ao Bullying em um município do interior do Amazonas, voltada aos juvenis e adolescentes de clubes de desbravadores. Os clubes de desbravadores de Coari (AM) é uma atividade sem fim lucrativo, que atendem juvenis e adolescentes de 10 a 15 anos, a maioria advinda de áreas carentes da cidade.  Resultado: Com isso, trabalhou-se o tema, desmitificando o significado do bullying, como este pode acontecer nas escolas e quais são as consequências de quem pratica e de quem o sofre, além de maneiras de contribuir com as escolas para superação do problema. Para abordagem do tema os acadêmicos elaboraram uma peça teatral, onde encenaram situações que podem acontecer em uma escola, através das cenas os participantes foram incentivados a debater sobre o assunto, apontando erros e acertos e quais as consequências do bullying no cotidiano. Assim, através da atividade, procurou-se incentivar a adoção de atitudes de respeito com o próximo, para que este possa perceber a importância de ter um bom convívio social, de conhecer valores e regras. Considerações finais: O bullying ainda é prática contínua entre os jovens, alguns dos que sofrem, podem ser afetados negativamente, levando ao isolamento social e problemas psicológicos. Abordar o assunto com juvenis é uma forma de quebrar estigmas e de conscientizar para um modo saudável de convívio social.

11429 AÇÃO SOBRE LAVAGEM DAS MÃOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA AABB (ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA BANCO DO BRASIL) DE TUCURUÍ- PA, NO DIA INTERNACIONAL DE LAVAGEM DAS MÃOS
Zayra Elizandra Sena, Yan Silva Moraes, Ana Beatriz Capela Cordovil, Cristália de Melo da Silva, Letícia Sousa do Nascimento, Amanda Ouriques de Gouveia, Luana Gomes de Lima Martins, Rebeca Prata mireles

AÇÃO SOBRE LAVAGEM DAS MÃOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA AABB (ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA BANCO DO BRASIL) DE TUCURUÍ- PA, NO DIA INTERNACIONAL DE LAVAGEM DAS MÃOS

Autores: Zayra Elizandra Sena, Yan Silva Moraes, Ana Beatriz Capela Cordovil, Cristália de Melo da Silva, Letícia Sousa do Nascimento, Amanda Ouriques de Gouveia, Luana Gomes de Lima Martins, Rebeca Prata mireles

Apresentação: O dia 15 de outubro é considerado o Dia Mundial de Lavar as Mãos. A data é utilizada para incentivar a lavagem das mãos e prevenção de doenças através da mesma, como gripe e outras viroses, infecções bacterianas e por parasitos, e até a morte causada por doenças infecciosas, dentre outros. Dessa forma, a lavagem das mãos é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como um dos principais meios contra epidemias. Assim este trabalho tem como objetivo relatar a ação realizada para sensibilizar e conscientizar crianças e adolescentes da AABB de Tucuruí sobre a importância da lavagem das mãos para prevenção de doenças, sua frequência e técnica correta. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por acadêmicos de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará, que se desenvolveu na Associação Atlética Banco do Brasil em Tucuruí (PA). Realizou-se Educação em Saúde utilizando métodos didáticos como brincadeiras e jogos para o melhor entendimento do público de 7 a 16 anos. No primeiro momento, foi realizada uma breve introdução a respeito da temática retratada. No segundo momento, foram distribuídas placas com símbolos de afirmativas como “Verdadeiro” e “Falso”, em faces diferentes das placas, visto que, eram feitas perguntas sobre a temática, e deveriam responder se a afirmativa era verdadeira ou não. No terceiro momento, foi utilizada a metodologia da EDUKATU (Rede de Aprendizagem para o Consumo Consciente), que possui uma brincadeira que utiliza purpurina nas mãos para demonstrar às crianças e aos adolescentes como as bactérias se disseminam pelo aperto de mãos, se não lavadas adequadamente. No quarto momento, foi cantada uma paródia sobre lavagem adequada das mãos. No quinto momento, foi utilizado quebra-cabeças para as crianças montarem a sequência correta da lavagem. E por fim, foram realizadas novamente as perguntas feitas no início, para captar se houve absorção do conteúdo transmitido. Resultado: Pôde-se perceber que as metodologias utilizadas foram essenciais para a interação e entendimento do público, pois houve uma grande participação das crianças e dos adolescentes nos momentos das dinâmicas. A realização das perguntas no início e fim da ação proporcionaram inferir que a ação foi efetiva, pois no final as crianças e os adolescentes sabiam responder os questionamentos feitos, além de saberem montar a sequência correta da lavagem das mãos ou próximo da mesma, através do quebra- cabeça. Considerações finais: Logo, ficou notório como a utilização de brincadeiras e jogos para um boa aprendizagem são efetivos nos seus objetivos, especialmente, no que diz respeito à conscientização para uma boa higienização das mãos, principalmente levando-se em consideração o público alvo.

12227 CONTROLE SOCIAL NA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR: EDUCAÇÃO PARA SAÚDE
Elaine Zanazi de Almeida

CONTROLE SOCIAL NA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR: EDUCAÇÃO PARA SAÚDE

Autores: Elaine Zanazi de Almeida

Apresentação: Esta experiência pretendeu uma reflexão acerca da participação do Controle Social do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) no Estado da Bahia no quadriênio 2017-2020, que foram realizadas alinhadas à cooperação do protagonismo estudantil em prol de benefícios na alimentação escolar e consequentes mudanças na saúde do estudante. As condutas do Conselho de Alimentação Escolar daquele Estado (CAE Bahia) caracterizaram-se por estabelecer ações de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) que instrumentalizaram a comunidade, colegiado escolar e líderes de classe com o conhecimento sobre o PNAE como um direito alicerçado pela Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). As ações de EAN realizadas nas escolas convidaram os estudantes ao despertamento da consciência de sua titularidade sobre o direito à alimentação escolar adequada e saudável, numa perspectiva da saúde, a partir das práticas alimentares vigentes. Inicialmente, as vivências realizadas sustentaram-se através de atividades lúdicas e dialógicas, e, posteriormente, através da escrita narrativa dos jovens. Procedeu-se a diálogos sobre alimentos in natura, minimamente processados, processados e ultraprocessados, ingestão de óleos, gorduras, sal e açúcar, utilizando como suporte as informações do Guia Alimentar Para A População Brasileira, do Ministério da Saúde (MS). Os estudantes ainda foram capazes de associar a compreensão da ingestão de alimentos industrializados com o aparecimento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Dessa forma, o controle social fundamentou ações de EAN que estimularam os jovens ao entendimento da prática de hábitos alimentares saudáveis também nas escolas e a realização de atividades físicas para desenvolvimento da consciência da alimentação e de hábitos protetores à saúde. Assim, os alunos vislumbraram a si mesmos como cidadãos detentores de um direito atendido por um Programa que precisava de vigilância e monitoramento participativo de todos da comunidade. Ao compreender a dimensão da relação alimentação escolar - saúde, aconteceu um despertar do estudante para atuar também como controle dentro de sua própria escola, fortalecendo vínculos relacionais entre comida da escola, promoção de saúde e a importância do controle social. Num segundo momento, solicitou-se aos estudantes narrativas sobre a alimentação escolar e sua relação com a saúde e o controle social. Desejou-se, com as narrativas, apreender a dialogicidade compreensiva-hermenêutica do sentido das experiências alimentares na escola e seu impacto na saúde, com base nos autores Hans-Georg Gadamer e Paul Ricoeur. A análise dessas manifestações escritas mostrou que para o aluno não existe uma naturalização do risco de estar sem a alimentação escolar ou que a mesma seja servida de modo inadequado ou mesmo transferindo riscos à sua saúde. A conclusão da experiência mostrou que, a partir das ações de EAN realizadas pelo controle social, existe a possibilidade de sensibilização do educando para que o mesmo descubra-se o detentor titular do direito subjetivo ao PNAE. Os impactos percebidos com essas experiências demonstram que importa aos estudantes o senso de coletividade e comunidade para assegurar saúde através da alimentação escolar. No entanto, também alerta para a vulnerabilidade do protagonismo juvenil, desde que necessita do empenho da participação da comunidade escolar, quando ciente de que a alimentação escolar vincula-se à promoção da saúde.

8394 PROJETO CLUBINHO DE LEITURA DO BAÚ: DESCREVENDO A EXPERIÊNCIA SOBRE A PROMOÇÃO DE UMA INFÂNCIA E JUVENTUDE COM CULTURA DE PAZ E DIREITOS HUMANOS
Leidy Dayane Paiva de Abreu, Raimundo Augusto Martins Torres, Maria Denise Paulino da Silva, Maria Ivanilce Pereira dos Santos, Adriana Oliveira Ângelo, Antonio Cleilton de Paiva, Antônia Lis de Maria Martins Torres, Joana Darc Martins Torres

PROJETO CLUBINHO DE LEITURA DO BAÚ: DESCREVENDO A EXPERIÊNCIA SOBRE A PROMOÇÃO DE UMA INFÂNCIA E JUVENTUDE COM CULTURA DE PAZ E DIREITOS HUMANOS

Autores: Leidy Dayane Paiva de Abreu, Raimundo Augusto Martins Torres, Maria Denise Paulino da Silva, Maria Ivanilce Pereira dos Santos, Adriana Oliveira Ângelo, Antonio Cleilton de Paiva, Antônia Lis de Maria Martins Torres, Joana Darc Martins Torres

Apresentação: A associação foi construída com o desejo de jovens implantarem uma biblioteca comunitária no distrito de Hidrolândia, Ceará, conhecido como Irajá, nos anos 80. Logo a juventude fez a ocupação permanente do espaço doado pela Prefeitura e fundam a Biblioteca 21 de Abril, denominada assim, por ser criada nesta mesma data em que realizam a sua reforma e organização do espaço a qual passa a se tornar sede da associação. Neste ambiente os jovens e crianças irajaenses se reúnem até hoje para planejar e executar as atividades culturais, de leitura com a Implantação do Baú da Leitura e diálogos sobre cultura, educação e saúde por meio do projeto Clubinho de Leitura do Báu-CLB, que tem como meta produzir “criações e narrações” de histórias e leituras das realidades e experimentações de vidas locais. Logo, a vivência objetiva descrever a experiência sobre a promoção de uma infância e juventude com a Cultura de Paz e Direitos Humanos, junto aos participantes do projeto pedagógico “Clubinho de Leitura do Baú: narradores do sertão”. Desenvolvimento: Relato de experiência realizado na Associação dos Jovens do Irajá-AJIR/Biblioteca 21 de Abril junto a crianças e jovens. Utilizou-se o conceito de jovens e juventudes ao invés de adolescentes e adolescências em todo texto, uma vez que podem não se referir estritamente a uma faixa etária específica ou a uma série de comportamentos reconhecidos biologicamente. A escolha do termo jovens e juventudes decorre do fato desse público estar imerso em cenários culturais diversos, produzindo suas vidas mediadas pelos cotidianos de suas experimentações e vivências em grupos e em outros territórios. A vivência aconteceu de 8h às 11h, 28 de outubro de 2019. Foi desenvolvida uma oficina em alusão aos dias das crianças com a temática promoção de uma infância e juventude com a Cultura de Paz e Direitos Humanos, com crianças e jovens do projeto CLB da Biblioteca 21 de Abril (B21). O momento foi realizado pela facilitadora pedagógica doutoranda e professor doutor docente do curso de enfermagem da Universidade Estadual do Ceará – UECE, e quatro monitores com acompanhamento pedagógico e logística das atividades, ressalta-se que todos fazem parte da associação. Os atores sociais envolvidos são trinta e uma (31) crianças e jovens, com faixa etária de 05 a 25 anos, cadastrados na AJIR. A oficina foi dividida em acolhimento, desenvolvimento e avaliação. Utilizou-se do diária de campo nas ações realizadas e foram analisadas e fundamentadas no “Círculo de Cultura” de Paulo Freire. A experiência atende a Resolução nº. 466/12, com Parecer sob o Nº 3.478.945/2019 do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará. Resultado: As estratégias educativas foram definidas com apoio no Círculo de Cultura de Paulo Freire. Logo, o Círculo de Cultura incentiva e estimula à utilização e à expressão de diferentes formas de linguagem e representação da realidade. Para isso, participaram vinte e cinco (25) crianças e jovens. Na etapa de acolhimento foi realizada a dinâmica “Significado do Meu Nome”. Os participantes desenhavam suas caricaturas e seus nomes e falavam o significado ou quem escolheu e porque. A dinâmica teve como finalidade promover, interação, descontração e vínculo. Já na etapa de desenvolvimento, realizou-se a dinâmica da bola quente com perguntas sobre a história da AJIR/Biblioteca 21 de Abril, Cultura de Paz e Direitos Humanos. Todos os participantes acertaram sobre a história da AJIR e Biblioteca 21 de Abril. Já em relação a Cultura de Paz a maioria não sabia o que significava. Com isso, os facilitadores por meio de uma roda de conversa dialogaram sobre o conceito e as dúvidas em relação ao tema. E ao entenderem a temática os participantes mencionaram que existe violência em seus territórios e que todos podem contribuir para a cultura de paz, pois a violência contra as crianças e jovens não se justifica. A atividade permitiu uma rica discussão, os facilitadores ainda ressaltaram que a Biblioteca 21 de Abril pode promover a Cultura de Paz por meio de passos primordiais, que são: promover ações de sensibilização e mobilização na defesa de tão importante causa; conversar com crianças e adolescentes orientando-os sobre os riscos da violência no cotidiano e suas formas de prevenção; adotar posturas proativas frente a qualquer situação de violência; e debater o assunto nas escolas, comunidades, família, serviços de saúde, dentre outros setores da sociedade. E na etapa de avaliação foi utilizada uma pergunta norteadora: “Como vocês estão saindo desse encontro?” As crianças e jovens receberam de forma positiva as atividades propostas, por entenderem que o desenvolvimento das ações ocorre a partir deles como atores principais do processo de ensino-aprendizagem. Observou-se que a liberdade dos diálogos no grupo proporcionou o estabelecimento de vínculos e troca de saberes acerca do tema. O momento de oportunidade, de promoção do diálogo e cultura junto a crianças e jovens no sertão cearense requer novos olhares, novos desafios e atitudes de construção por parte de atores sociais corresponsáveis diante de movimentos sociais e estímulos comunitários, produzindo significados nesses territórios emergentes, com possibilidade de melhorias para essas localidades, reescrevendo páginas de uma história, nas quais todos são agentes de um contexto em transformação, no ideário da educação emancipatória, com justiça social. Considerações finais: O uso de outros espaços como a Biblioteca 21 de Abril, ressalta a expressão cultural e artística no campo da cultura, saúde e educação por meio da promoção da saúde e da educação popular em saúde na formação de crianças e jovens se configura como uma abordagem inovadora e criativa, pois motiva a participação do público, de forma dinâmica e interativa sobre sua saúde ao responder e retirar suas dúvidas em “perguntas” acerca do tema ligado a seus contextos de vida, deixando em evidência a experiência em campo como processo de construção coletiva da cultura, educação e cuidado em saúde. Portanto, o diálogo sobre Cultura de Paz junto as crianças e juventudes gera a promoção da segurança pública, dos direitos humanos, da educação e da saúde Nesse sentido, esse projeto busca considerar e sensibilizar a extensão na universidade, com vistas a contribuir para a discussão sobre esses cenários e sujeitos, considerando a cultura e o lazer como produções de vida, histórias e relações como possibilidades de realizar experiências coletivas.

8444 ADOLESCENTE E CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA: PESQUISA AÇÃO NA PARCERIA SAÚDE-ESCOLA
Maria Aparecida Bonelli, Gabriele Petruccelli, Jônatas Sneideris, Ana Izaura Basso de Oliveira, Bárbara de Souza Coelho Legnaro, Larissa Fernandes Franco, Maria Izabel Sartori Claus, Monika Wernet

ADOLESCENTE E CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA: PESQUISA AÇÃO NA PARCERIA SAÚDE-ESCOLA

Autores: Maria Aparecida Bonelli, Gabriele Petruccelli, Jônatas Sneideris, Ana Izaura Basso de Oliveira, Bárbara de Souza Coelho Legnaro, Larissa Fernandes Franco, Maria Izabel Sartori Claus, Monika Wernet

Apresentação: A população brasileira ultrapassa 207 milhões de pessoas, e os adolescentes representam mais de 17% deste todo. Os apontamentos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens são de investimento no fortalecimento da identidade destes indivíduos, com vistas a autonomia e empoderamento para questões da saúde e vida. Isto se deve de ocorrerem, ao longo da adolescência, transformações biológicas, sociais e psicológicas que dão suporte e são essenciais ao desenvolvimento da identidade. As relações e vínculos vivenciados em família, em pequenos grupos e sociedade integram e são determinantes do processo de desenvolvimento da identidade pessoal e social, influenciadas por questões sociais, econômicas e culturais do contexto de vida.  Ainda, a construção da identidade tem íntima relação com o desenvolvimento da autonomia, a qual influi na liberdade de ação e de pensamento. Neste cenário, é imprescindível a valorização da escola enquanto espaço social de contribuição à vida e saúde de adolescentes, com valorização e exploração da parceria do setor saúde com o da educação. A inclusão e inserção do adolescente em ações de caráter preventivo, educativo e/ou de promoção da vida e saúde são de suporte para este processo. O empoderamento social está refletido na construção da identidade pessoal e social, bem como no aprimoramento da autonomia, questões pouco exploradas nas pesquisas cientificas nessa população, apesar dos apontamentos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens, justificando assim a importância do estudo aqui relatado. Objetivo: Analisar o processo vivenciado por adolescentes integrantes de atividade de intervenção para o constructo da identidade pessoal e social, desenvolvido em espaço escolar. Método: Trata-se de um estudo qualitativo pautado na Pesquisa-ação e apoiado no referencial da Teoria da Identidade Social. Desenvolvido em uma escola estadual de ensino localizada em distrito rural de município do interior paulista, no período de agosto à dezembro de 2019, com adolescentes do oitavo ano do ensino fundamental, os quais têm idade de treze à quatorze anos. As atividades foram realizadas quinzenalmente, com duração média de 90 minutos. Para o desenvolvimento destas, os adolescentes foram divididos em dois grupos, cada qual coordenado por uma facilitadora com formação em enfermagem, com média de 8 participantes, de acordo com a escolha deles, visando intensificar as relações, e, dessa forma, potencializando a comunicação grupal.  A coleta dos dados deu-se por meio da transcrição do verbalizado em grupo, da observação participante e do diário de campo. Resultado: A intervenção contemplou as três fases propostas pela pesquisa-ação: exploratória e de planejamento; execução e avaliação. Na fase exploratória buscou-se conhecer a realidade a ser pesquisada, aproximando-se dos educadores e adolescentes, coma tenção aos significados da atividade e das relações sociais, visto a importância dessas para a atividade proposta. A fase de execução, compreendeu cinco oficinas, adotando como estratégia para seu desenvolvimento o Círculo de Cultura de Paulo Freire, composto pelas fases de vocabulários; dinâmica de sensibilização; problematização; fundamentação teórica; reflexão crítica e elaboração coletiva de respostas; síntese e avaliação. O trabalho com estes círculos permite o diálogo, a partilha de experiências e saberes em que o participante é ativo. As experiências de vida são participativas e contextualizadas, provocando reflexões individuais e coletivas, que geram consciência crítica e posturas ativas por meio do compartilhamento de vivências, percepções e opiniões. A fase da avaliação permitiu apreender a construção coletiva das atividades para assim nortear a próximo encontro, resgatando o conhecimento produzido no decorrer de cada oficina e delas como um todo. Identificou-se a relevância das relações de amizade, em especial o quesito confiança e apoio nos enfrentamentos de vida. As relações em família também foram tomadas em discussão à luz da confiança e suporte a enfrentamentos, mas obtiveram uma relevância menor ao compará-las com as de amizade. No bojo das discussões os adolescentes debateram relações abusivas e violentas vivenciadas no contexto das amizades e família, quando os determinantes uso abusivo de substâncias psicoativas, violências de gênero e sexuais estiveram tematizadas. Foi possível identificar que trazem sofrimentos e são responsáveis por projeções negativas em relação à adultez.  Considerações finais: A inserção dos círculos de cultura mediado por enfermeiro no cenário escolar é potente, permite diálogos acerca da vida de adolescentes e seus projetos, empodera os mesmos para suas escolhas e no desenvolvimento da autonomia, assim como revela determinantes que afetam o processo de construção da identidade pessoal e social. No cenário da escola deparou-se, inicialmente com uma falta de receptividade da atividade por parte de alguns educadores, os quais detinham a crença de que educação em saúde à adolescentes no contexto da escola está voltada sobretudo a conversas relacionadas com sexo, sexualidade e drogas. Destaca-se, ainda, que alguns educadores não depositaram credo na potencialidade dessa parceria, e atuaram com pouco incentivo. A maioria dos adolescentes convidados e seus pais aceitaram a participação no estudo e nas atividades, as recusas estiveram relacionadas às mesmas crenças dos educadores. As atividades propostas efetivaram o diálogo em grupo, estiveram ancoradas no respeito à diversidade de concepções de modos de vida e de ser adolescente. A vinculação entre os adolescentes e as facilitadoras ocorreu em um crescente, com pactuação de novo ciclo de atividade para o ano de 2020. A experiência permite recomendar atividades pautadas no círculo de cultura para a parceria entre saúde e educação e, nesta direção, as formações de profissionais da saúde e educação,  tanto acadêmica quanto permanente, carecem de apostas na pessoa do adolescente e no diálogo igualitário, além tematização da parceria intersetorial escola-saúde para que adolescentes tenham maiores oportunidades de efetivarem autonomia na construção de sua identidade pessoal e social. Como limite, apontamos o fato da atividade ter sido desenvolvida em um único cenário, apesar disto, a literatura referenda as revelações obtidas, as quais foram a partir de um ativo e longitudinal, derivando apontamentos e reflexões passíveis de serem tomados na qualificação da parceria saúde e educação. Sugere-se que estudos futuros explorem a percepção negativa do adolescente acerca da vida na adultez, aspecto relevante às discussões de empoderamento e suporte ao adolescente e jovem.

11037 DIÁLOGOS ENTRE A ADOLESCÊNCIA E O SUS - O PAPEL DA EDUCAÇÃO POPULAR PARA O PROTAGONISMO DOS ADOLESCENTES NO ACESSO AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE.
Camila Gomes da Silva, Rebeca Ribeiro da Silva, Yasmim Manuelly Carvalho Marques Marinho

DIÁLOGOS ENTRE A ADOLESCÊNCIA E O SUS - O PAPEL DA EDUCAÇÃO POPULAR PARA O PROTAGONISMO DOS ADOLESCENTES NO ACESSO AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE.

Autores: Camila Gomes da Silva, Rebeca Ribeiro da Silva, Yasmim Manuelly Carvalho Marques Marinho

Apresentação: O presente trabalho é resultado de experiências coletivas apreendidas e construídas durante o período de estágio supervisionado em Serviço Social no Centro de Referência do Adolescente - CRA, equipamento de saúde localizado no município de Macaé, no Estado do Rio de Janeiro.  Demonstraremos, a partir de experiências do cotidiano profissional de forma geral e da implementação de um projeto de intervenção do estágio, intitulado “Direitos e controle social: democratizando informações e fortalecendo o protagonismo juvenil através da participação democrática no SUS”, a importância e os resultados de uma educação em saúde realizada para e com a participação da população adolescente. A visão adultocêntrica hegemônica na nossa sociedade tende a negar a autonomia dos adolescentes e a estigmatizá-los como rebeldes, irresponsáveis e inconsequentes, justificando assim a falta de cuidado e atenção aos jovens dentro das políticas públicas, especialmente na área da saúde. O sistema educacional brasileiro também não contribui para a emancipação social e política destes cidadãos, tão pouco para um debate sobre educação em saúde, pelo contrário, adota-se um ensino normatizado, ao invés de indivíduos conscientes e críticos da realidade. Ademais, os pais enfrentam dificuldades para conversar sobre alguns assuntos com seus filhos, seja por falta de conhecimento ou por constrangimento moral. Através de atividades do CRA, observamos que há uma necessidade de informar sobre os direitos dos adolescentes, sobre a Política de Saúde e a participação democrática e mais efetiva destes nas instituições públicas. Diante desta realidade, a equipe do CRA, pautada pelas diretrizes do ECA e do SUS, adotando uma abordagem sem conceituações moralizantes e padronizadoras, busca ativamente promover um modelo de saúde associado aos conceitos de cidadania e democracia, em que adolescentes ocupem os seus lugares enquanto sujeitos de direitos, e tenham suas vozes e demandas ouvidas, conheçam e acessem os seus direitos - que são historicamente violados - rompendo assim, uma cultura de silenciamento dessa população. A equipe de profissionais de serviço social, busca desenvolver no cotidiano de trabalho - seja nos atendimentos individuais ou em grupo - um modelo de educação popular em saúde que seja integral e participativo, em que os adolescentes são incentivados por meio de distintas ferramentas, a conhecer, questionar e debater sobre a sociedade, direitos de forma geral, em especial sobre direitos sexuais e reprodutivos, rompendo com a ideia de que saúde é somente ausência de doença, mas fomentando o entendimento de que para além disso, está diretamente ligada à qualidade de vida, envolvendo a questão social e suas expressões. Criamos um projeto de intervenção que, baseado na educação popular, visasse estimular a ampliação e consolidação da cidadania, através da democratização de informações quanto aos direitos do adolescente, a fim de se promover o protagonismo juvenil, além de impulsionar a participação democrática destes na Política de Saúde. Pretendia-se também fomentar uma maior interação dos adolescentes com o CRA e as demais instituições de saúde. Desenvolvimento: Em conjunto com a nossa supervisora e as demais assistentes sociais, optamos por intervir através de ações socioeducativas, realizando oficinas no 2º semestre de 2019, com duração média de uma hora e meia, em dois grupos de discussão coletiva do CRA, o Grupo de Gestantes e o Grupo Liberdade, este último formado por adolescentes em conflito com a lei que cumprem medida socioeducativa em semiliberdade no CRIAAD, em Macaé. Com o Grupo das Gestantes, realizamos 4 encontros dentro do CRA, em que abordamos temas como o ECA, SUS, a participação no CRA e demais espaços públicos. Além disso, fizemos um debate sobre direitos sob a perspectiva de gênero, conversamos sobre direitos sexuais e reprodutivos, além da importância do Pré-natal do(a) Parceiro(a). Com o Grupo Liberdade, foram feitas três oficinas no espaço do CRIAAD, nas quais optamos por abordar temáticas voltadas para o âmbito da sexualidade, saúde, respeito às diversidades e perspectiva de futuro. Tentamos trazer os debates da forma mais interativa possível, através de vídeos, músicas, jogos, construção de cartazes informativos sobre os temas propostos, dinâmicas, produção de fanzines, utilização de cartilhas informativas, materiais práticos, porém capazes de transmitir as informações propostas. Optamos por estratégias que dialogassem com as demandas dos usuários, que estimulassem uma boa interação dos adolescentes, contando com o apoio da equipe multidisciplinar do CRA. Resultado: Durante a exposição das temáticas, principalmente na oficina sobre saúde sexual e reprodutiva, houve bastante interação dos adolescentes, apesar da vergonha deles por se tratar de assuntos tabus. Os jogos sobre sexualidade, ISTs e métodos contraceptivos, adaptado por nós estagiárias, tiveram uma boa adesão, possibilitando a socialização das informações através da diversão e aprendizado. Na última oficina que abordou o tema sobre “Perspectivas de Futuro”, os adolescentes do CRIAAD confeccionaram um fanzine sobre o assunto. Nas produções percebemos que a maioria dos adolescentes almejavam por bens materiais, além de manifestaram o desejo de viajar, construir uma família, concluir os estudos, dentre outros. Para os meninos cumprindo medida em semiliberdade estas conquistas materiais têm um elevado significado sobre o futuro, diante da precariedade das condições de vida. Contudo, também percebemos que as falas em comum verbalizadas pelos adolescentes, tinham o foco de uma melhor perspectiva de futuro pelo âmbito da educação. No Grupo das Gestantes, conseguimos estimular um debate sadio entre as adolescentes. Elas, seus familiares e companheiros compartilharam experiências, questionaram, expuseram suas opiniões, dialogaram entre si e se identificaram com o debate que trouxemos, conseguindo fazer uma associação com a realidade deles. No questionário que elaboramos para avaliar nosso projeto de intervenção e que aplicamos somente com o Grupo Liberdade, alegaram ter aprendido muito com as oficinas, sendo abordado assuntos que não costumam debater e termos que nunca tinham visto até então. Sinalizaram que os assuntos que mais lhes chamaram a atenção foram sexualidade, ISTs e métodos contraceptivos. Consideraram importantes os temas trabalhados, a forma como explicamos, atribuíram nota 10 para as atividades e manifestaram interesse em participar de mais oficinas como estas. Resultado: Uma intervenção em saúde pautada na educação popular é muito mais eficaz do que os atendimentos burocratizados, padronizados e normatizados, pois aproxima o profissional ao usuário, levando em consideração o conhecimento e sabedoria da população, que também tem muito a nos ensinar. Acreditamos que a capacidade de converter o conhecimento numa linguagem acessível e adequada é tarefa primordial para que os adolescentes se apropriem dele, se informem tomem consciência da realidade e também sejam agentes ativos da transformação social, para garantir o acesso a um SUS democrático e de qualidade, afinal a falta de informação ou o não esclarecimento dessa é uma violação de direitos. Para o incentivo à participação democrática dos adolescentes na Política de Saúde, devemos adotar estratégias criativas que estimulem a interação deles nos debates propostos, ações que os façam sentir acolhidos e ouvidos. Concluímos que só assim, iremos reforçar o espaço do adolescente, sujeito de direito, em nossa sociedade, um espaço que deve ser de fala, de ação e relevância. Ouvi-los é essencial, afinal, se estamos discutindo sobre a saúde e direito dos adolescentes, ninguém melhor do que eles próprios para conhecerem a realidade em que estão inseridos, reconhecerem suas necessidades e junto aos profissionais, pensarem em estratégias de mudança, mostrando sua autonomia.

10618 PROTAGONISMO JUVENIL NA EFETIVAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Helena Marcia Dias, Letícia Menoita Pinto, Cassio Silva Sousa, Kassia Carvalho Araújo, Marília Aparecida de Araújo Holanda

PROTAGONISMO JUVENIL NA EFETIVAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Helena Marcia Dias, Letícia Menoita Pinto, Cassio Silva Sousa, Kassia Carvalho Araújo, Marília Aparecida de Araújo Holanda

Apresentação: Tendo em vista as vulnerabilidades nas quais determinados jovens e adolescentes estão contextualizados, a desigualdade social é um ponto que demarca e caracteriza o futuro deste público ao longo da história que se materializa pela alta prevalência de homicídios. A violência é um fator presente na vida destes jovens; no Ceará por exemplo o número de jovens mortos por tal causa é significativo, o que desperta o ensejo por mudança e o conhecimento pelas trajetórias dos acometidos por tal fenômeno. Considerando tal fato, o objetiva-se descrever a experiência de uma jovem na participação de um Comitê Interinstitucional de estudo e prevenção de violências da região Norte do Ceará. Desenvolvimento: Refere-se à um relato de experiência vivenciado em uma cidade da Região Norte do estado Ceará, no período de março a julho de 2019. As atividades no Comitê eram realizadas em patrimônios públicos da cidade; com a iniciativa da Unidade de Gerenciamento de Projetos de Prevenção de Violências (UGP-PV) -  órgão vinculado à prefeitura local; as atividades consistiram em cinco encontros com várias representações (mediação comunitária, mídia local, agentes públicos do município, e jovens que residiam nas periferias). Nas reuniões foram debatidas as questões: Feminicídio, machismo e papel da mídia; número de homicídios no Brasil e no Ceará; intolerância religiosa e as religiões brasileiras de Matriz africana; trajetória da juventude periférica- exposição as dinâmicas de violência e papel das políticas públicas e por fim Mídias alternativas e novas dinâmicas de comunicação. Resultado: A participação social mediante aos fenômenos como a violência é de total importância para os órgãos públicos; pois o olhar de quem vivencia as imposições sociais diverge bastante de um pressuposto embasado em estereótipos ou supostas melhorias para classes sociais mais baixas. O diálogo horizontal se faz potentes em tais iniciativas pois permite que as políticas públicas já existentes sejam mais  exitosas. Ter a percepção muitas vezes de um sistema que oprime não é fácil, os percalços para ter acesso a saúde, educação, moradia, transporte são fatores que estão indiretamente ligados às taxas de mortalidade da população jovem cearenses. Iniciativas como a do Comitê são essenciais para a luta das minorias que morrem pelo não acesso ao direito da vida. Considerações finais: Ofertar o protagonismo dos jovens em ações de cunho social e público se delineia como uma potência para mudança e um futuro com direitos a mais acesso; projetos como os tais fomentam a transformação de cultura de não violência e paz.

6816 EXPERIMENTANDO SABORES E CONSTRUINDO SABERES COM ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO: A OFICINA CULINÁRIA COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO POPULAR PARA A PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Jessica Roque Souza da Silva, Giovana Fonseca Machado, Nathalia Soares Argemil, Vanessa Schottz Rodrigues, Jorge Luis R. Santos

EXPERIMENTANDO SABORES E CONSTRUINDO SABERES COM ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO: A OFICINA CULINÁRIA COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO POPULAR PARA A PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Autores: Jessica Roque Souza da Silva, Giovana Fonseca Machado, Nathalia Soares Argemil, Vanessa Schottz Rodrigues, Jorge Luis R. Santos

Apresentação: A disciplina de Educação Alimentar e Nutricional II (EAN II),  ministrada no curso de Nutrição da  UFRJ Macaé, adota a Educação Popular (EP) como  referencial teórico-metodológico. A construção coletiva do conhecimento a partir da interação horizontal entre educandos e educadores e o desenvolvimento de metodologias ativas que contribuam para formar indivíduos e coletivos críticos e autônomos são alguns princípios da EP que orientam as práticas educativas desenvolvidas pelos discentes de EAN II junto a grupos populares. Durante o 1º semestre de 2019, o Colégio Estadual Jacintho Xavier Martins (município de Rio das Ostras) foi um dos campos práticos da disciplina. O objetivo deste trabalho é apresentar as atividades de EAN desenvolvidas por graduandos/as de nutrição com adolescentes de Ensino Médio, buscando refletir sobre a oficina culinária como ferramenta educativa de promoção da alimentação saudável, a partir do incentivo ao autocuidado e ampliação da autonomia. Desenvolvimento: A elaboração e realização das atividades educativas foram guiados pelo arco de magoeis, que compreende cinco etapas: i)  observação da realidade: foi servido um café da manhã e realizada a dinâmica da “batata quente” como formas de aproximação da realidade e de criar empatia. ii) identificação dos pontos-chave: a falta de autonomia foi a principal problemática destacada pelos adolescentes; iii) teorização: foi realizada uma roda de conversa para apresentar o Guia Alimentar para a População Brasileira (GAPB) e refletir, a partir da problematização, sobre os dez passos para uma alimentação saudável; iv) hipótese de solução: em diálogo com os adolescentes foi planejada a realização de uma oficina culinária v) aplicação à realidade: realização da  oficina culinária. Resultado: A oficina teve como objetivo central estimular os adolescentes a desenvolverem habilidades culinárias como estratégia de incentivo ao autocuidado e exercício de autonomia. Buscou-se também, estimular o hábito de cozinhar coletivamente e o contato sensorial com alimentos saudáveis que estavam na safra, bem como criar receitas que pudessem ser facilmente reproduzidas em casa e criar uma vivência subjetiva, tornando a comida como forma de trazer valores, sentimentos e experiências. Foram elaboradas as seguintes preparações: suco de acerola, sorbet de morango com banana e açaí batido com banana, sendo todos esses itens acessíveis já que um processo educativo deve ser construído a partir da realidade de um grupo. Considerações finais: Com isso, todas as preparações foram realizadas com sucesso, sendo os alunos os principais protagonistas na atividade e, com isso, estimulando a autonomia de cada um. O uso do arco de magoeis e a adoção de metodologias ativas possibilitaram a realização de práticas educativas mais próximas da realidade dos adolescentes capazes de produzir reflexão crítica sobre alimentação saudável e autonomia e de despertar interesse pela culinária como forma de autocuidado.  

10093 MEU LUGAR NO MUNDO: TRAJETÓRIAS DE VIDA E ASPIRAÇÕES DE ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE FRAGILIDADE - ENTRE O MUNDO ADULTO E AS INSTITUIÇÕES.
Mírian Ribeiro Conceição, Vanessa Vivoli

MEU LUGAR NO MUNDO: TRAJETÓRIAS DE VIDA E ASPIRAÇÕES DE ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE FRAGILIDADE - ENTRE O MUNDO ADULTO E AS INSTITUIÇÕES.

Autores: Mírian Ribeiro Conceição, Vanessa Vivoli

Apresentação: O objetivo deste resumo é a apresentação da pesquisa “As Comunidades Educativas hoje: entre preocupações e possibilidades de desenvolvimento”, tendo como foco a metodologia utilizada e os resultados obtidos pelo estudo. Para o desenvolvimento de políticas de proteção aos adolescentes em situação de vulnerabilidade foi proposta uma pesquisa de caráter interventivo dentro das comunidades socioeducativas no contexto da Região Emilia-Romagna (RER). Em seu papel de gestão regional, a RER, considerou oportuno promover um trabalho de investigação-ação sobre o tema do acolhimento fora da família para crianças ou adolescentes em situações de particular fragilidade e vulnerabilidade, ou seja, que precisam te suporte e proteção em estruturas residenciais – comunidades socioeducativas. A necessidade de um estudo qualitativo se desenvolveu a partir Coordenação Regional de Comunidades de Atenção Residencial, para aprofundar e compreender o aumento de casos "complexos", com a finalidade de desenvolver estratégias inovadoras para um melhor atendimento pelo sistema de serviços de adolescentes em extrema vulnerabilidade e para fortalecer sua autonomia. O estudo foi desenvolvido em colaboração com a área de Inovação Social da Agência Social e Sanitária Regional, instituição que opera como uma agência de apoio técnico e regulamentar em sustentação ao Serviço Regional de Saúde e à Rede Integrada de Serviços Sociais da Direção Geral de Cuidados da Pessoas, Saúde e Bem-Estar. Desenvolvimento: O caminho do estudo, baseado na metodologia da teoria fundamentada, desenvolveu-se por meio da ativação de um diálogo constante entre questões e hipóteses de pesquisa e a imersão no campo, ou seja, nos contextos que eram o objeto da análise. A factibilidade do estudo foi possível pela a implementação de uma coordenação mista, espaço de reflexão, que envolveu não apenas os investigadores, mas também representantes das comunidades socioeducativas, técnicos e decisores políticos. O desenvolvimento da pesquisa abrangeu oito comunidades socioeducativas selecionadas de modo a representar todo o território regional e foi realizado em duas fases consecutivas. A primeira fase aconteceu diretamente nas comunidades com a técnica dos Grupos Focais. Teve como objetivo mapear e aprofundar as preocupações dos profissionais protagonista da gestão da vida cotidiana das crianças e adolescentes. O método dos grupos focais, partindo da questão central “Descreva uma situação que o preocupa e avalie a sua intensidade", clarificou que a percepção do aumento da complexidade não estava somente ligada aos agravos e vulnerabilidade social dos casos assinalados, mas em boa parte se relacionavam às dinâmicas e interfaces da rede de cuidado, constituída por todos os serviços e atores envolvidos na vida e no quotidiano das crianças. Em decorrência desta análise, na segunda fase do estudo, foi proposto como instrumento de investigação a utilização do fluxograma descritor, em modo a explodir a natureza poliédrica desta dimensão de complexidade. Foram realizados oito encontros com a rede de referência em cada uma das comunidades socioeducativas do estudo. O instrumento foi aplicado por meio da reconstrução narrativa dos atores da rede que contribuíram para cuidado das crianças ou do adolescente em situação de vulnerabilidade. O diagrama de fluxo, por meio da análise dos processos de tomada de decisão, das ações e de atores e serviços envolvidos, permitiu tornar visível os movimentos realizados pela rede, e identificar os elementos que interrompiam ou bloqueavam fluxos e os mecanismos favoráveis ao acompanhamento da criança e do adolescente em direção a sua maior própria autonomia. Em seu caráter interventivo, o estudo propiciou encontros que constituíram tempo e espaço de diálogo horizontal, em que por meio de narrativas, trocas e da construção de uma memória coletiva, os atores se reconheceram como um grupo. Na análise do diagrama de fluxo perceberam quantas ações tinham colocado em prática em proteção e apoio aos adolescentes, mas também quantas vezes eram ações redundantes, lineares, focalizadas na resolução de problemas contingentes desenvolvidos em programação estática e não viva ou não dialogada com o próprio usuário, portanto, não emancipadora para o próprio adolescente. Além disso, o instrumento permitiu destacar o campo micropolítico operante no cotidiano das práticas, mostrando como a complexidade era gerada na interação entre o indivíduo (criança/adolescente) e o ambiente (comunidade), e também, concomitantemente gerada nas relações de interdependência destes com os diferentes contextos atuantes no campo da Proteção de Menores, ampliando assim seus efeitos. Resultado: Na análise dos dados, foi possível identificar uma ambivalência estrutural do sistema como a centralidade da complexidade, que se traduziu numa escolha de posicionamento polarizado que não corresponde às necessidades reais da adolescência. Esta ambivalência foi expressa na narrativa dos sujeitos entrevistados e declinou num enfoque muito preciso em interrogações reflexivas não passíveis de repostas, mas promotoras de reflexões e transformações. A Comunidade está na vida das crianças e dos adolescentes, e na rede de serviços, vivenciada como ponto de passagem ou lugar de vida e enraizamento, é um ponto de chegada ou um ponto de partida? A Comunidade está dentro da rede de serviços ou está fora dela? A proteção das crianças e dos adolescentes é diretamente proporcional a mantê-los seguros em uma estrutura onde possam gerir e controlar o maior número possível de variáveis do ambiente e das situações e a quebra deste limite só pode aumentar os riscos para eles? Quão importante é construir a resposta de apoio para chamar a fragilidade que a criança carrega, categorizando-a? Em que medida a categorização é um elemento facilitador para identificar soluções pré-estabelecidas e consolidadas? Até que ponto as crianças podem ser protagonistas na construção da sua própria trajetória de vida? Até que ponto as instituições dentro desta política conseguem proteger, não silenciando os desejos e potências das crianças, ou os silencia em justificativa pelo discurso da proteção?  O quanto o exercício da autonomia expandindo sua liberdade de viver com suas próprias leis (auto-nomos) é colocado em ato e não submetido a organização e regras institucionais? Considerações finais: A linha tênue entre proteção, acolhimento, institucionalização é constante ponto atenção no cuidado de crianças e adolescentes no âmbito da Proteção de Menores. A complexidade da vida expressa tanto na fragilidade como na potencialidade de cada um, realiza-se no movimento oscilatório e na capacidade de se transformar circulando entre os diferentes pólos, de se afastar e se aproximar deles na busca contínua de um ponto de equilíbrio e da criação de novas possibilidades. O proteger pode se efetuar pelo o acolhimento, mas o ponto de equilíbrio na oscilação de alguns desses pólos está na capacidade de serviços e profissionais de se interrogarem e darem voz a centralidade da questão, a pessoa frágil. É ‘o fazer’ com e não por famílias e adolescentes em situação de conflito e vulnerabilidade. A complexidade concentra-se não apenas no que as situações apresentam para este campo, mas como a rede de serviços pode operar em modo acompanhar a mutabilidade da vida. Portanto, trata-se da capacidade dos serviços e do sistema como um todo de não se definirem em si mesmos para poderem acolher a singularidade de cada menino e de cada situação. Não é mais uma questão de procurar escolha excludente do "ou. ou", mas de viver como um sistema reticular, rizomático, centralizado nas múltiplas necessidades e potências permitas pela vida, ou seja, um operar na multiplicidade entre um "e. e".