475: (Re)traçar os rumos: o SUS, os estudantes, os trabalhadores e os usuários.
Debatedor: Marcia Patricia Palheta Nunes
Data: 31/10/2020    Local: Sala 08 - Rodas de Conversa    Horário: 08:00 - 10:00
ID Título do Trabalho/Autores
7631 UM LEGADO IMENSURÁVEL NA EFETIVAÇÃO DO CONTROLE SOCIAL NO BRASIL: UM OLHAR A PARTIR DA 16ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE
Karen Helen Martins Canazart, Samuel Lopes dos Santos, Catherine Marques Barros, Roberta de Araújo Silva

UM LEGADO IMENSURÁVEL NA EFETIVAÇÃO DO CONTROLE SOCIAL NO BRASIL: UM OLHAR A PARTIR DA 16ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE

Autores: Karen Helen Martins Canazart, Samuel Lopes dos Santos, Catherine Marques Barros, Roberta de Araújo Silva

Apresentação: O presente trabalho objetiva analisar a 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª+8), com ênfase nas deliberações demandadas e os encaminhamentos destas, sobre tudo, na efetivação do controle social, contemplando a participação efetiva dos atores envolvidos durante sua realização, e no acompanhamento das ações, reivindicando e fiscalizando a consolidação das mesmas. Desenvolvimento: As Conferências de Saúde são instâncias de controle social, estabelecidos pela Lei nº 8.142 de 28 de dezembro de 1990, tem um caráter político-mobilizador, reflexivo, avaliativo e propositivo fundamental para a gestão junto com a comunidade, analisar as demandas e prioridades na garantia da saúde como direito. A Conferência Nacional de Saúde, realizada em Brasília entre os dias 4 e 7 de agosto, foi constituída por ampla participação da sociedade, representantes do governo, prestadores de serviços e trabalhadores da saúde e usuários, contou com a participação de três mil delegados e dois mil convidados e observadores. O cenário do processo conferencial é de pleno exercício democrático, demonstrando o comprometimento, dedicação e valorização do nosso SUS. Resultado: No sentido de imprimir coerência à metodologia participativa e colaborativa do evento foram deliberadas 31 diretrizes, 329 propostas debatidas nos eixos temáticos e 56 moções com apresentação e apreciação em plenária final, para votação e homologação. As propostas levantadas foram nas perspectivas de entendimento e desafios para a legitimação do SUS como política pública universal, requerendo investimentos humanos, financeiros e tecnológicos. A 8ª+8 reafirmou os princípios e diretrizes do SUS, alicerçadas pelo conceito ampliado de saúde, como afirma o relatório final documento norteador das ações do Ministério da Saúde e para o Plano Plurianual (PPA) 2020-2023, que foram apresentadas na câmara dos deputados. Nesse sentido o processo da 16ª conferência articulou em todo território nacional a partir de sua convocação, a participação direta de um milhão de pessoas nas etapas municipais, estaduais, distrital e nacional, refletindo assim a importância e necessidade de sua realização na qual o SUS é o único sistema universal para uma população com mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo. Considerações finais: A 16ª CNS foi uma fonte ânimo para os que lutam e acreditam na democracia participativa. É imprescindível a articulação de todos os setores de governo e principalmente da sociedade civil organizada que nos próximos anos irá fiscalizar e monitorar as deliberações aprovadas no que tange a sua consolidação. Percebe-se assim, que o processo de consolidação do SUS se dá nos cotidianos e nas relações entre os diversos sujeitos, planejando e avaliando o acesso à saúde, a qualidade dos serviços prestados, o modelo de atenção, em sua universalidade, integralidade e equidade.

7766 PESQUISA, ENCONTRO E AFETO NA 16ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
marcelo pereira gonçalves

PESQUISA, ENCONTRO E AFETO NA 16ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: marcelo pereira gonçalves

Apresentação: Neste relato de experiência discorro sobre a participação como pesquisador convidado, na 16ª Conferência Nacional de Saúde (Democracia e Saúde), realizada em agosto de 2019, na cidade de Brasília. Trata-se de uma pesquisa sobre a participação e o controle social na saúde, com o auxílio de mais de 100 pesquisadores na coleta de campo e mais uma equipe de apoio com pesquisadores sênior. A participação como pesquisador convidado na 16 ª Conferência Nacional de Saúde foi uma experiência imensurável que aguça ainda mais, a luta pela garantia da democracia e de direitos básicos, sem perder de vista as conquistas ao longo desses anos desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), o que inevitavelmente  nos remete a 8° Conferência que, também é um marco na história, tanto por ser a edição marcada pela participação popular, quanto pela sua influência e relevância, posteriormente na criação e consolidação do SUS. Em 2011, ao ingressar no curso de Educação Física Bacharelado na UNIFESP Campus-Baixada Santista, que têm em sua grade curricular uma formação interdisciplinar voltada para a modalidade saúde e o SUS, destaque para o eixo “Trabalho em Saúde” que ampliou minha visão do Sistema Único de Saúde (SUS). Aliado a isso, ainda foi possível vivenciar a produção de narrativas, visitas programadas com usuários e agentes comunitários de saúde, participar de grupos na discussão de casos no projeto terapêutico singular e na realização do trabalho junto às equipes de saúde. O interesse em compor, a 16ª Conferência Nacional de Saúde também é fruto da participação como monitor no 12° Congresso da Rede Unida em Campo Grande (MS), que através das vivencias durante o evento despertou ainda mais meu interesse em conhecer outras realidades da saúde pública no Brasil. Outro ponto que aguçou meu interesse em participar da pesquisa, foi quando em  2018 realizei o estágio optativo em Cuba, onde pude ver a importância e relevância da participação popular nos Comitês da Revolução (CDRs), espaços de discussão sobre diversos temas referente a população local, os encontros são realizados em espaços públicos. Atualmente cursando a pós-graduação e tendo como tema de estudo, a percepção do usuário em relação à Atenção Primária em Saúde, a participação na pesquisa durante a 16ª Conferencia foi oportuna, porque antecedeu minha entrada em campo para iniciar a coleta de dados do mestrado, que teve início posteriormente ao evento em Brasília. Cabe ressaltar que o contato com delegados e convidados no decorrer do evento, provocou muitas inquietações que até hoje continuam reverberando, possibilitou deslocamentos não só dos corpos pelo espaço físico, como também o deslocamento de ideias pelas trocas intensas durante a coleta de dados. A oficina/reunião de formação antes do início do evento e o primeiro contato com os instrumentos da coleta de dados (questionários e entrevistas semiestruturadas), foi essencial para manter alinhado o compromisso e a relevância da pesquisa, por conta do grande número de pessoas envolvidas no processo, pela originalidade na temática do controle social em saúde, e ainda pela expectativa do Conselho Nacional de Saúde. Nas palavras de Bon día (2002): “Definir o sujeito da experiência como sujeito passional não significa pensá-lo como incapaz de conhecimento, de compromisso ou ação. A experiência funda também uma ordem epistemológica e uma ordem ética. O sujeito passional tem também sua própria força, e essa força se expressa produtivamente em forma de saber e em forma de práxis. O que ocorre é que se trata de um saber distinto do saber científico e do saber da informação, e de uma práxis distinta daquela da técnica e do trabalho”. Para relatar essa experiência vivida na 16ª CNS podemos citar diversos verbos, registrar, perguntar, conversar, absorver, acolher, encontrar, afetar, esperar, escutar. e conhecer pessoas de diferentes regiões do Brasil. A ampliação desta rede possibilitou acessos aos diversos atores que contribuem para o controle social em saúde, no Brasil, delegados e convidados compondo um espaço de representação, luta e cidadania. Também foi possível reencontrar e alinhar ideias com amigos de trincheira que seguem nesta luta pelo que as vezes parece soar como obvio, fazendo valer a democracia, acesso à saúde pública humana e acolhedora. Durante a aplicação do questionário uma das perguntas era em relação ao sentimento do entrevistado na chegada ao evento, se ele estava sentindo-se esperançoso ou cético, o que nos remete à Paulo Freire quando diz: “Há uma relação entre a alegria necessária à atividade educativa e a esperança, a esperança de que o professor e alunos juntos podemos aprender, ensinar, inquietar-nos, produzir e juntos igualmente resistir aos obstáculos à nossa alegria”. Neste momento tão nebuloso e de tantas incertezas na atual conjuntura, se faz necessário, otimizar e ocupar espaços como o da 16ª Conferência Nacional de Saúde, sem dúvidas essa experiência foi revigorante e significativa para minha formação, pois, possibilitou ampliar as formas de ser, estar e fortalecer nossa rede de luta em prol de um SUS cada vez mais humano. Cabe destacar a relevância da participação popular que, aponta como um dos caminhos para o fortalecimento de espaços democráticos. Ainda de acordo com Paulo Freire: “ seria uma contradição se, inacabado e consciente do inacabamento, primeiro o ser humano não se inscrevesse ou não se achasse predisposto a participar de um movimento constante de busca e, segundo, se buscasse sem esperança (...) a esperança é um condimento indispensável à experiência humana”. Acredito que na 16ª Conferencia nossa potência de agir, produzir, afetar e ser afetado é elevado pela potência relacional dos encontros das diferentes regiões e suas pluralidades, culturas, sotaques, tradições, crenças, ampliando e modificando nossa visão em relação aos diferentes modos de produzir e reexistir a saúde pública no Brasil. Contemporaneamente absorvidos pelo modo de vida digital, com excesso de informações cada vez mais rápidas, em uma busca incessante por novas informações, quase anulamos o tempo para a reflexão, nos tornando menos permeáveis ao tempo da experiência, da espera, da escuta. Segundo Jorge Larrosa Bon día sobre a experiência e o sentido que damos a ela: “O saber de experiência se dá na relação entre o conhecimento e a vida humana. De fato, a experiência é uma espécie de mediação entre ambos. É importante, porém, ter presente que, do ponto de vista da experiência, nem “conhecimento” nem “vida” significam o que significam habitualmente”. A potência dos encontros com os pares que estão das diversas regiões do Brasil, lutando por um Sistema Único de Saúde cada vez mais humano e qualificado, foi e, é renovador, trazendo ainda mais sentido em minha atuação profissional com jovens de famílias em situação de vulnerabilidade e risco social, possibilitou também o entendimento sobre o trabalho em redes de saúde, com a finalidade de assegurar a participação popular, desenvolvimento social, cidadania e acesso a bens e serviços no âmbito das políticas de proteção social, de forma integrada às demais políticas setoriais.  

10181 UM OLHAR SOBRE A DINÂMICA DA 13ª CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO (RJ): RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ACADÊMICO DE SAÚDE COLETIVA
Marcos Paulo da Silva Garcia, David Salvador de Lima Filho

UM OLHAR SOBRE A DINÂMICA DA 13ª CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO (RJ): RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ACADÊMICO DE SAÚDE COLETIVA

Autores: Marcos Paulo da Silva Garcia, David Salvador de Lima Filho

Apresentação: Trata-se de um relato de experiência que visa refletir sobre a dinâmica da 13ª Conferência Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, ocorrida em maio de 2019, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), cuja a organização teve como propósito envolver a sociedade na análise da situação de saúde do município, de forma a priorizar necessidades em saúde e transformar o relatório final em uma carta de compromisso político. Este trabalho teve como objetivo relatar a experiência do acadêmico de Saúde Coletiva na realização da 13ª Conferência Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa, com inclusão das informações do relatório final da 13ª Conferência Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Foram realizadas as Conferências Distritais e a Conferência Municipal no que resultou num fluxo ascendente de propostas e delegados, no qual o tema central “Democracia e saúde” foi debatido através de três grande eixos temáticos: “Saúde como direito”, “Consolidação dos princípios do SUS” e “Financiamento adequado e suficiente para o SUS”. Inovou-se com a atividade de priorização, através da limitação do número de propostas de cada Conferência Distrital de Saúde encaminhadas para a Conferência Municipal de Saúde. O avanço de modo ascendente nas etapas distritais e a municipal, possibilitou ampliar o grau de participação da população local, a representatividade dos delegados eleitos e das propostas aprovadas. A Conferência Municipal de Saúde revelou alguns aspectos que são considerados potencialidades e outros tidos como problemáticos, no que permite refletir sobre a complexidade do processo da atuação do controle social. O relatório final foi produzido através das informações e conhecimentos significativos dos encaminhamentos aprovados, a fim de influir no plano de gestão do próximo governo para que o plano elaborado não retrate apenas as iniciativas da base de apoio do candidato eleito e no compromisso com as deliberações. A grande contribuição deste processo para o município foi o amplo espaço de debate entre os diversos olhares, que favoreceu o ensino-aprendizagem e a formação política dos participantes. A experiência vivenciada e compartilhada pelo acadêmico de Saúde Coletiva, neste espaço democrático, representou um momento importante de aprendizado e entendimento do que é e como se dá o controle social na prática, vivenciando as suas dificuldades e desafios, além de compartilhar experiências e saberes significativos para sua formação profissional e pessoal.

10806 SAÚDE E DEMOCRACIA: ESTUDOS INTEGRADOS SOBRE PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA 16ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE
Gabriel Calazans Baptista, Frederico Viana Machado, Luciana Teixeira, Márcia Mello Fernanda, Alcindo Antônio Ferla

SAÚDE E DEMOCRACIA: ESTUDOS INTEGRADOS SOBRE PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA 16ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE

Autores: Gabriel Calazans Baptista, Frederico Viana Machado, Luciana Teixeira, Márcia Mello Fernanda, Alcindo Antônio Ferla

Apresentação: Os processos participativos na saúde vêm se consolidando desde a década de 1980, sendo as Conferências e os Conselhos de Saúde regulamentados desde 1990. Os processos participativos e suas instâncias têm sido reconhecidos como inovações institucionais e diversos estudos apontam desafios para seu fortalecimento. Este relato toma como base a experiência do projeto de pesquisa de mesmo título, desencadeado pela 16a Conferência Nacional de Saúde e o tema da mobilização social, dos atores e das ideias que foram ativados na sua realização. Teve e tem como objetivo analisar a participação social no processo da 16a Conferência Nacional de Saúde em dimensões que permitam sistematizar evidências da relevância e da abrangência do processo participativo nas etapas e atividades que a compõem. Está sendo desenvolvido com referenciais da pesquisa social, com abordagem mista e com orientações da análise de políticas públicas e pesquisas interpretativas embasadas no interacionismo. A coleta de dados é feita a partir de fontes secundárias, principalmente de documentos e registros nas diferentes etapas e atividades da Conferência, em entrevistas, grupos focais, questionários presenciais e um questionário on-line enviado para as conferências estaduais que por sua vez replicam o mesmo para os municípios de cada estado e região do País. As análises são feitas em rede científica, envolvendo pesquisadores de diferentes formações, vinculações institucionais e distribuição geográfica, constituindo-se uma comunidade ampliada de pesquisa. Os resultados preliminares apontam que a etapa municipal da 16ª CNS teve grande adesão, com a realização de conferências em 4.612 (83%) dos municípios brasileiros, sendo que em alguns foram realizadas também conferências distritais. Na distribuição por Região, o número de municípios que realizaram conferências é a seguinte: 448 municípios na Região Centro-Oeste (95,93% do total de municípios), 1661 municípios na Região Nordeste (92,59%), 1066 municípios na Região Sul (89,50%), 389 municípios na Região Norte (86,44%) e 1048 municípios na Região Sudeste (62,835). Considerando o total de municípios mobilizados para a etapa municipal da 16ª CNS, as Regiões Nordeste (36%) e Sul (23,1%) somaram quase 60% dos mesmos. Em relação à etapa estadual, foram realizadas conferências em todas as Unidades da Federação, com a mobilização direta de aproximadamente 23 mil participantes. A etapa Nacional da 16ª Conferência Nacional de Saúde contou com a presença de 4408 pessoas entre delegados e delegadas, foram credenciados também participantes indicados nas Conferências Livres, Convidados, Relatores, Pesquisadores, Acompanhantes, Pessoal de Apoio e Imprensa. Além dessas, tiveram credenciamento especial para o acesso às atividades autogestionadas 1020 pessoas, o que eleva o número de participantes das atividades para  5428. Nas atividades da pesquisa realizadas na etapa nacional da 16ª CNS foi incluída uma amostra que, do ponto de vista epidemiológico, caracteriza-se como uma amostra não probabilística, representativa dos participantes da 16ª Conferência Nacional de Saúde. Foram aplicados questionários em 2.853 participantes, dos quais 2.168 eram delegados (76%), 585 eram convidados (20,5%) e 100 eram do grupo de demais participantes. Importante registrar que o questionário foi aplicado aleatoriamente a aproximadamente 72% dos delegados credenciados e a aproximadamente 57% dos demais convidados, indicando uma amostra robusta dos participantes credenciados. O instrumento utilizado permite caracterizar os participantes, inicialmente em função do objetivo manifesto pelo Conselho Nacional de Saúde de produzir mais participação e diversificar o perfil dos participantes. Em relação à distribuição dos participantes por Unidade da Federação, evidenciou-se representação de todas as 27 Unidades Federativas do país na amostra. O total de participantes por região foi o seguinte: 823 participantes da Região Sudeste (28,91%); 818 participantes da Região Nordeste (28,73%); 480 participantes da Região Centro-Oeste (16,86%); 367 participantes da Região Norte (12,89%); e 359 participantes da Região Sul (12,61%). No tocante à característica de portar deficiências, 187 entrevistados se declararam como pessoa com deficiência (6,6%); destes, 56 afirmaram que a deficiência dificultava a participação na Conferência Nacional de Saúde (aproximadamente 30%). Em consonância com a Política Nacional de Saúde LGBT e as orientações do Regulamento da 16ª CNS, também foram levantados os atributos de sexo, identidade de gênero e orientação sexual dos participantes. Quanto ao sexo, 1.267 eram homens (44,7%) e 1.569 eram mulheres (55,3%). Relativa à identidade de gênero, 1.112 eram homens cis (40,3%), 33 eram homens trans (1,2%), 1.351 eram mulheres cis (40,3%), 30 eram mulheres trans (1,1%), 2 eram travestis (0,1%), 8 se declararam não binários (0,3%) e 224 responderam não saber responder sobre sua identidade de gênero. Em relação à orientação sexual, 56 eram lésbicas (2%), 156 eram gays (5,6%), 119 eram bissexuais (4,3%), 2.428 eram heterossexuais (87,3%), 11 eram pansexuais (0,4%), 3 eram assexuados (0,1%) e 7 se denominavam outras classificações (0,3%). O vínculo de trabalho mais frequente foi com o serviço público. Havia 1.537 servidores públicos (55,2%), 290 aposentados (10,4%), 279 autônomos (10%), 173 trabalhadores da iniciativa privada (6,2%), 166 bolsistas (6%), 145 participantes que eram estudantes (5,2%), 129 desempregados (4,6%), 36 participantes que realizavam trabalhos voluntários (1,3%), 23 empresários (0,8%) e 7 trabalhadores domésticos (0,3%). A participação em uma Conferência Nacional de Saúde pela primeira vez ocorria para 1.800 entrevistados (63,1%) e 1.028 já haviam participado outras vezes (36,4%). Esse dado é muito significativo para demonstrar uma renovação importante neste espaço de participação social em saúde. Os participantes foram questionados quanto ao sentimento mais presente durante a participação, 2.219 responderam que se sentiam esperançosos (78,2%), 293 se sentiam céticos (10,3%) e 324 relataram outros sentimentos (11,4%). Nesta última categoria de resposta, o sentimento mais frequente foi o de preocupação com o SUS. Quanto à questão da participação social em saúde, 2.717 participantes consideraram que se trata de tema muito relevante para a saúde (95,6%), 119 consideraram que o tema é relevante (4,2%) e 6 consideraram pouco relevante (0,2%). Os resultados buscarão ampliar o conhecimento disponível sobre a temática da participação social em saúde e políticas públicas, produzir análises sobre a realização da 16a Conferência Nacional de Saúde e a implementação das suas deliberações, disseminar o conhecimento produzido por meio de publicações científicas e técnicas, compartilhá-lo em diferentes atividades e subsidiar a tomada de decisões nos fóruns de participação, em particular no Conselho Nacional de Saúde, e fortalecer uma rede de pesquisadores sobre a temática da participação social em saúde. 

10817 CAMINHOS PARA A GESTÃO PARTICIPATIVA: CONSTRUÇÃO DAS PRÉ CONFERÊNCIAS DE SAÚDE PARA O FORTALECIMENTO DA CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE
Deborah Melo, Renata Martins Domingos, Alana Venceslau Franco, Maria José Da Silva Pedro

CAMINHOS PARA A GESTÃO PARTICIPATIVA: CONSTRUÇÃO DAS PRÉ CONFERÊNCIAS DE SAÚDE PARA O FORTALECIMENTO DA CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE

Autores: Deborah Melo, Renata Martins Domingos, Alana Venceslau Franco, Maria José Da Silva Pedro

Apresentação: A participação popular em saúde é um dos elementos mais importantes para a garantia da gestão participativa no Sistema Único de Saúde (SUS), espaço legítimo de diálogo e debate com a comunidade para a construção de uma saúde pública que dialogue com as demandas da população. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Conde em parceria com o Conselho Municipal de Saúde (CMS), mediante o compromisso com o SUS, constatou a importância de  fortalecer a participação popular, na qualificação do tempo de discussão na conferência municipal e na potencialização do vínculo com a comunidade, assim foram pensados estratégias de consolidação da participação popular por meio das atividades preparatórias da conferência municipal de saúde. Nesta perspectiva, deliberou pela realização das Pré Conferências de Saúde, caracterizada sendo um espaços de diálogos e discussões preparatórias para as conferências de saúde, os quais podem ter ênfase nas temáticas propostas pelo conselho nacional e/ou também, discutir sobre as demandas locais de saúde. Desenvolvimento: Neste contexto, o objetivo do presente trabalho é a sistematização da experiência de construção das Pré Conferências no Município de Conde. Para a construção desta atividade, foram necessárias reuniões preparatórias entre o conselho e a gestão, que acordou na realização das pré conferências em todas as regiões administrativas do município. O chamamento para as atividades preparatórias, ocorreu por meio da Comissão de Mobilização Social da Conferência Municipal, os quais foram considerados os aspectos específicos do município, que possui uma população estimada de 25 mil habitantes, divididos em quatro regiões administrativas dentre estas encontram-se áreas rurais, urbanas, territórios quilombolas e indígenas. Os convites foram realizados de forma presencial, por telefone, nas redes sociais e escrito direcionado aos líderes comunitários, associações, movimentos sociais, e trabalhadores da saúde das regiões. Os locais priorizados para o evento eram nas associações de moradores de cada região, para que seja de fácil acesso e que garanta a participação livre. Para a condução das atividades, seguiu-se a metodologia na perspectiva da educação popular em saúde com ênfase na horizontalidade, problematização e diálogo. Formação do círculo de diálogo, as atividades foram divididas em 5 momentos, eram iniciadas através de uma “rodada de apresentação”,  falado o nome, seguimento e local onde residia; em seguida, da explanação do que era uma conferência de saúde, a importância da participação popular, a data da conferência municipal de saúde e o objetivo da atividade preparatória. Posteriormente, ocorreria a facilitação teorica do espaço, em  20 minutos, ênfase sugerida aos facilitadores é que procurassem estimular a participação das falas dos sujeitos, na perspectiva de relatarem as demandas de saúde vivenciadas por cada região; e por isso, a escolha dos facilitadores foi criteriosa, pela necessidade de ter habilidade em diálogo, em desencadear o debate, e a proximidade com a região. Dentre os quatros facilitadores, dois foram agentes comunitários de saúde das regiões, seguido do médico da UBS da localidade e o da última atividade, foi a secretaria de saúde, todos os facilitadores tinha atuação direta nas regiões. Depois da facilitação, era iniciado a etapa das discussões, para apoio da mesma, estava posto uma mandala no meio da roda com inúmeros desafios a serem enfrentados na região, relatados previamente pelo conselho de saúde: “hipertensão”, “diabetes”, “anemia falciforme”, “alimentação saudável”, “poluição do ar”. Nesse sentido, os participantes, usuários e trabalhadores começaram a relatar suas demandas, queixas e elogios à saúde do município. Na primeira pré conferência, um dos assuntos que chamou atenção foi a relação prejudicial dos moradores com os agrotóxicos, nas demais atividades preparatórias, foram relatados dificuldades no acesso nos serviços da saúde, solicitação de atendimento em outro turno, pavimentação das ruas, solicitação de maternidade, poluição do ar causada por indústrias perto das cidades, entre outros. Depois da discussão, foi realizado o momento dos encaminhamentos, baseado nos pontos elencados na etapa de discussão, as propostas eram construídas coletivamente pelos participantes, aprovadas e direcionadas para a conferência de saúde. Para finalizar a atividade preparatória, foi realizado uma mística ressaltando a importância de espaços construídos coletivamente e uma avaliação do espaço da pré conferência, a qual foi avaliada positivamente por todos presentes. Resultado: ou impactos: Dessa forma, os encaminhamentos das pré conferência foram separados entre os três eixos temáticos da Conferência Municipal de Saúde, os quais posteriormente, se somaram aos encaminhamentos realizados no período da conferência municipal de saúde, e praticamente todas as propostas das atividades preparatórias foram absolvidos para o relatório final da conferência. Também, para substancializar o debate sobre temas transversais com outras áreas, foram realizadas parcerias com projeto Sisan universidades da Universidade Federal da Paraíba, Associação de produtores agroecológicos do Município, Conde Orgânico, e as Secretarias do Meio Ambiente e Agricultura  sobre a temática do agrotóxico e saúde, os quais organizaram no período da conferência uma “tenda agroecológica” com atividades nos intervalos dos horários oficiais da conferência apontando consequências e alternativas para o uso dos agrotóxicos. Na conferência municipal, surgiram moções de repúdio sobre a facilitação da liberação dos registros de agrotóxicos, a extinção da secretaria de saúde indígena, a Emenda Constitucional 95 e a Desvinculação das Receitas da União (DRU) e uma moção de denúncia sobre o adoecimento da população causada pelo uso do agrotóxico. Parte dos encaminhamentos aprovados, foram direcionados para o âmbito estadual. Na etapa estadual da conferência, o encaminhamento sobre efeitos do agrotóxico na saúde da população, foi aprovado e levado para a última fase, Conferência Nacional. Os apontamentos realizados, fizeram parte do redirecionamento do Plano Municipal de Saúde, que readequou as metas e objetivos para os encaminhamentos propostos nas pré conferências e na conferência municipal. Considerações finais: As pré conferências, resultaram em diversos aprendizados para a gestão e o conselho municipal de saúde,  a articulação e deslocamento das entidades para as regiões na busca de diálogo com a comunidade, propiciou a qualificação do tempo de discussão e o aprofundamento de pautas na saúde, a abertura para a compreensão de pautas transversais e estabelecimento de parcerias intersetoriais e acadêmicas. A inserção da educação popular em saúde na metodologia potencializou o pensamento crítico e a sistematização dos anseios da população para o redirecionamento do Plano Municipal de Saúde. Assim, a atividade representou um avanço na garantia de espaços horizontais no município e no fortalecimento da participação social.

10956 16º CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE: FRENTE EM DEFESA DA SAÚDE.
Ricardo Luiz Saldanha da Silva, Diully Siqueira Monteiro, Átila Augusto Cordeiro Pereira, Ana Clara Lima Moreira

16º CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE: FRENTE EM DEFESA DA SAÚDE.

Autores: Ricardo Luiz Saldanha da Silva, Diully Siqueira Monteiro, Átila Augusto Cordeiro Pereira, Ana Clara Lima Moreira

Apresentação: O controle social é compreendido como espaço de participação popular institucionalizado por arcabouços jurídicos como a constituição federal de 1988 e a lei orgânica da saúde nº 8.142/90. Com a proposta de debate e deliberações na área das políticas públicas em saúde, reflete as disputas entre diversos atores da sociedade civil pelos rumos da saúde. No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o controle social é representado pelos conselhos e conferências de saúde. Os atuais desafios das políticas públicas em saúde resultam de uma complexa interação de fatores e obstáculos oriundos de perspectivas ideológicas e econômicas antagônicas, desde o processo de criação do SUS. A expansão dos serviços públicos surgiu junto à ascensão dos setores privados advindos da onda neoliberal, o que possibilitou a saúde tornar-se um mercado, o capital privado por meio de entidades e empresas disputam os recursos do Estado e empurra à sociedade a compra de serviços, os quais já são garantidos como direitos sociais. Essas disputas entre o entendimento da saúde como bem público e privado repercutem nos espaços de participação popular. Por essa razão ocupar esses espaços pode ser umas das táticas de participação democrática para frear o crescente desmonte dos direitos sociais na atualidade. Destaca-se como imprescindível o resgate dos princípios da luta do movimento da reforma sanitária brasileira que deu vozes a diversos sujeitos sociais para a construção de políticas públicas capazes de reduzir as desigualdades no acesso à saúde, com o SUS. O controle social também é atingido pela mercantilização da saúde e tem sofrido desvios importantes a ponto de questionarmos quem de fato exerce controle sobre quem, se a sociedade sobre o Estado ou o Estado sobre a sociedade. Nesse contexto, faz-se necessário a disputa de narrativas ainda que seja um espaço contraditório. O estudo tem como objetivo relatar a experiência da participação nas etapas preparatórias da  16ª Conferência Nacional de Saúde: saúde e democracia. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência com abordagem qualitativa. O estudo apresenta a vivencia de um grupo na participação das etapas preparatórias da 16ª Conferência Nacional de Saúde (CNS). O grupo era composto por entidades e associações profissionais e estudantis de saúde, professores universitários, entidades estudantis, representantes de estudantes indígenas e quilombolas da região,  mandatos políticos progressistas e membros da sociedade civil organizada em defesa da saúde. A articulação para a participação das etapas iniciais da 8+8 CNS aconteceu no município de Belém-Pa no período de fevereiro a junho de 2019. A participação se deu em forma vertical e horizontal como a etapa municipal  e Conferência Livre Saúde e Democracia (CLSD), respectivamente. Primeiramente, foram organizadas reuniões que passaram a ser articuladas via plataforma digital de mensagens instantâneas no período de fevereiro e março. Durante as cinco reuniões foram discutidas o documento orientador da 16ª CNS desenvolvido pelo Conselho Nacional de Saúde e as necessidades e os entraves reais da saúde do contexto local e nacional. O grupo articulado deliberou a divisão de tarefas e as estratégias de participação. A etapa municipal, em março e abril, deu-se por meio da realização de plenárias nos distritos administrativos (DA) de saúde deliberando delegados e suplência para a participação da 13º Conferência Municipal de Saúde (CMS) de Belém-Pa. Por conseguinte, em abril e junho de 2019, ocorreu a articulação para a construção e participação da conferência livre. Realizada, primeiramente por reunião metodológica, envio do projeto do evento e validação do Conselho Nacional de Saúde por via de correio eletrônico e-mail. A CLSD ocorreu na Universidade Federal do Pará nos dias 21 e 22 de maio. Resultado: Nas pré-conferências de saúde houve a participação tímida da sociedade civil nos debates e na criação de propostas, ainda  foi possível observar a presença de relações clientelistas e patrimonialistas que pode se configurar como fragilidades no controle social, evidenciando a hegemonia de alguns grupos políticos nesse processo. Nessa etapa foram eleitos 100 delegados usuários, sendo divididos por DA de saúde de Belém, buscando a ampla participação da população; 50 delegados trabalhadores de saúde; e 50 delegados gestores e prestadores do SUS para participarem da 13ª CMS, segundo informações divulgados pelo endereço eletrônico oficial do município de Belém. Foram debatidos assuntos relacionados aos seguintes eixos: “Democracia e a Participação Social na Saúde”, “Saúde como Direito”, “Consolidação dos Princípios do Sistema Único de Saúde” e “Financiamento adequado e suficiente para o SUS”. Ressalta-se que o grupo organizado para disputa nas etapas preparatórias da CNS era composto por 26 participantes, destes 11 (correspondendo 42%) do total participaram como delegados da etapa municipal de Belém. Ainda que heterogênea e com múltiplas representações de segmentos sociais, a pauta comum dos membros do grupo convergiu na defesa da saúde como direito social. Importante salientar o papel dos movimentos sociais organizados nesse processo. Estes, na maioria das vezes, são capazes de fazer sínteses balizadas na análise de conjuntura para a definição de sua forma de intervir na realidade. Avalia-se o passado, as repercussões dele na atualidade e uma ação futura consequente, impulsionando um projeto político de país. Esse processo é dinâmico têm sua marca político-pedagógico, ou seja,  formar atores sociais e transformar a sociedade. Assim, o grupo foi de suma importância nestes ambientes de disputa de narrativas. Findadas as etapas verticais da 16ª CNS, ocorreu a etapa horizontal, a CLSD resultado do esforço de todos os atores do grupo articulado. A adesão da CLSD foi avaliada de forma positiva, contado com 158 participantes, e desse momento foi possível eleger 2 delegados e 2 suplentes para a 8+8 CNS. A preparação dos presentes com discussões voltadas para a 16ª CNS estimulou a refletir os rumos da saúde do local e do país. Essa vivência da etapas preparatórias possibilitou a consolidação da participação popular, visto que a atuação na luta pela efetivação dos direitos, necessidades e interesses, só podem ser conquistados coletivamente. Considerações finais: O controle social  teve um papel importante no acompanhamento da gestão, ainda que caracterizada como tímida a participação popular nas etapas iniciais da CNS na experiência de Belém. Esse dispositivo representou uma atuação democrática, além de reforçar a compreensão que é uma conquista com significativo valor de avanço para o setor saúde. É necessário apreender que as correlações de forças em defesa de interesses na saúde, assim como na sociedade, são antagônicos, oras inclinadas para o lado do direito a saúde oras para a saúde mercantilizada, a depender da conjuntura política e social. No atual contexto de ataque às políticas públicas torna-se fundamental fortalecer a participação popular para além dessas instâncias. A sociedade civil organizada, a partir da reflexão de conjuntura, pode tem o potencial de intervir na garantia de uma saúde pública de qualidade, atendendo as reais necessidades da população.

11116 O CONTROLE SOCIAL E PARTiCIPAÇÃO POPULAR NAS MÃOS DA JUVENTUDE: A EXPERIÊNCIA DA I CONFERÊNCIA LIVRE DE SAÚDE E EDUCAÇÃO EM SALVADOR, BAHIA
Arlindo Pereira de Souza Neto, Ana Raquel de Santos Moura, Lanna Katherine Leitão Conceição, Bianca Beatriz Santos de Souza, Matheus Teixeira Gonçalves, Eduarda Santos Fernandes, Luane Caitano de Jesus

O CONTROLE SOCIAL E PARTiCIPAÇÃO POPULAR NAS MÃOS DA JUVENTUDE: A EXPERIÊNCIA DA I CONFERÊNCIA LIVRE DE SAÚDE E EDUCAÇÃO EM SALVADOR, BAHIA

Autores: Arlindo Pereira de Souza Neto, Ana Raquel de Santos Moura, Lanna Katherine Leitão Conceição, Bianca Beatriz Santos de Souza, Matheus Teixeira Gonçalves, Eduarda Santos Fernandes, Luane Caitano de Jesus

Apresentação: A democratização do acesso à saúde no Brasil se deu a partir da luta popular que culminou no Sistema Único de Saúde. Compreendendo a importância deste processo,  o movimento estudantil soteropolitano da Universidade do Estado da Bahia e Universidade Federal da Bahia que luta pela Reforma Sanitária, construiu a 1ª Conferência Livre de Saúde e Educação, que se propôs a debater o papel da juventude na defesa do SUS, como etapa preparatória para a 15ª Conferência Municipal de Saúde de Salvador, Bahia. A partir disso, este trabalho tem como objetivo relatar as propostas e encaminhamentos construídos em grupos de trabalho na 1ª Conferência Livre de Saúde e Educação. A metodologia da Conferência consistiu em organizar Grupos de Trabalho (GT) com base nos eixos Formação em Saúde (eixo 1), Educação Popular em Saúde (eixo 2) e Juventude e Saúde (eixo 3), cada um, composto por 40 pessoas e divididos em ambientes separados. Foi entregue aos grupos de trabalho um breve texto explicativo sobre cada tema e algumas pré-propostas elaboradas pela Comissão Organizadora. Em subgrupos menores, de aproximadamente 10 pessoas cada, as propostas foram debatidas, aprimoradas e re-elaboradas. A Plenária final constituiu em um espaço para votação das propostas que seriam encaminhadas à Conferência Municipal de Saúde pelas respectivas delegadas escolhidas pela plenária. Os GT tiveram como produto indicativos de moções contra a retirada de verbas do Sistema Único de Saúde através da Emenda Constitucional 95/2016, além de uma carta endereçada ao Ministério da Saúde e ao Ministério da Educação reivindicando o SUS enquanto direito da população e reprovando os decretos presidenciais que desmontam a Política de Redução de Danos e excluem os Colegiados da participação social nas tomadas de decisão, como o Conselho Nacional de Saúde, a União Nacional das/dos Estudantes, dentre outros espaços de controle social e participação da população. Os documentos expressam o posicionamento político dos participantes da conferência livre, a fim de reafirmar esse espaço de debate político sobre a saúde e a educação. As propostas finais versaram sobre a importância das vivências no SUS, do trabalho de base nas comunidades, da educação permanente em saúde, da educação popular em saúde a nível de formação e para os (as) trabalhadores dos serviços, a permanência estudantil e o genocídio da população negra como determinante social da saúde. Também foi pautada a revogação da Emenda Constitucional 95. Conferências de saúde são ferramentas que visam garantir a participação da comunidade na gestão do SUS e têm potencial para proporcionar transformações históricas para a saúde no Brasil. O protagonismo de estudantes de universidades públicas na construção destas instâncias reafirma a importância do Movimento Estudantil na reorientação da formação superior, contribuindo para o amadurecimento político de estudantes, que se reflete na construção de um projeto de sociedade mais justa e equânime. Sob um contexto de ataque a direitos fundamentais como saúde e educação, cabe ainda ressaltar a luta em defesa das universidades públicas, gratuitas e de qualidade para todas as pessoas.

11138 A PARTICIPAÇÃO DE RESIDENTES EM SAÚDE COLETIVA NA CONSTRUÇÃO DAS CONFERÊNCIAS DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Andréa Reis Andrade, Ana Maria de Araujo Loiola, Dayane da Rocha Pimentel, Tamires Brandão de Siqueira e Sousa, Weinar Maria de Araujo, Yasmim Talita de Moraes Ramos

A PARTICIPAÇÃO DE RESIDENTES EM SAÚDE COLETIVA NA CONSTRUÇÃO DAS CONFERÊNCIAS DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Andréa Reis Andrade, Ana Maria de Araujo Loiola, Dayane da Rocha Pimentel, Tamires Brandão de Siqueira e Sousa, Weinar Maria de Araujo, Yasmim Talita de Moraes Ramos

Apresentação: A criação do Sistema Único de Saúde foi o marco mais importante da história da Saúde Pública no Brasil. Suas premissas e diretrizes nasceram a partir de uma ampla discussão entre diversos setores da sociedade civil. Um dos grandes fatos que marcam este acontecimento foi a 8ª Conferência Nacional de Saúde, que teve seu relatório final servindo como texto base do que viria a se tornar o Capítulo da Saúde na Constituição Federal de 1988. Com as leis orgânicas da saúde, 8.080/1990 e 8.142/1990, o SUS foi institucionalizado. Dentre as mudanças que o SUS trouxe, foi estabelecida a participação social através das Conferências e Conselhos de Saúde. Entende-se por conferência de saúde um espaço ampliado de discussão e avaliação a respeito das condições de saúde que deve propor diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis descentralizados, como Distritos Sanitários, Regiões, Municípios e Estados. As Conferências se constituem, além do mencionado, como um espaço importante para participação de diversos segmentos da sociedade, dentre eles estudantes e residentes. As Residências Multiprofissionais em Saúde no Brasil foram regulamentadas a partir de 2005 com a promulgação da Lei Nº 11.129. A partir disso, foram criados diversos programas de residências vinculados a universidades, instituições de saúde e secretarias de saúde. A residência proporciona aos profissionais experiências de integração dos conceitos teóricos na prática cotidiana nos espaços e de vivências que facilitam a compreensão da importância de participação social, como na Conferência em Saúde. O trabalho tem como objetivo relatar a experiência da participação de residentes de Saúde Coletiva do Instituto Aggeu Magalhães nas Conferências de Saúde municipais e estadual em Pernambuco. Desenvolvimento: Os participantes da experiência foram os residentes do programa. Os residentes que tinham como campo de estágio municípios (a exemplo de Jaboatão dos Guararapes e Olinda) participaram da construção das etapas que antecederam a etapa municipal da conferencia nos respectivos locais. Foi possível através das reuniões preparatórias nos Conselhos de Saúde, realizar debates acerca dos documentos norteadores, como regimentos e o texto base e conhecer todo processo de planejamento e construção das conferências municipais. A participação das conferências municipais permitiu visualizar o debate da construção e avaliação das ações de saúde a nível municipal. Foi possível também participar da equipe de relatoria e do processo de organização do debate das propostas que foram levadas dos municípios nas etapas macrorregionais (que em Pernambuco antecedem a etapa estadual) e na etapa estadual. Resultado: A participação nas conferências de saúde proporciona aos residentes uma reflexão crítica acerca de temas e de situações específicas de cada território e desperta ainda mais a importância de ocupar espaços de discussão e de participação social. Considerações finais: A experiência proporcionou aos residentes acompanhar como se dá todo o processo de construção e realização das Conferências de Saúde, reforçando a importância e relevância desse espaço na construção de uma política de saúde mais integral, igualitária e equânime.

12237 PARTICIPAÇÃO POPULAR NA 16ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE:
DANIELA FERRAZ FRAUCHES CARVALHO

PARTICIPAÇÃO POPULAR NA 16ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE:

Autores: DANIELA FERRAZ FRAUCHES CARVALHO

Apresentação: A 16ª Conferência Nacional de Saúde foi pensada de modo a reforçar os princípios apresentados na 8ª Conferência Nacional de Saúde quando foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS), por isso foi apresentada como 8ª+8. De modo a melhor compreender como se daria essa experiência da 8ª conferência após a criação do SUS, foi planejado um projeto de pesquisa para ser estabelecido um diálogo com os participantes da conferência e compreender suas expectativas e participação na comunidade. Este relato objetiva mostrar o resultado de entrevistas com delegados e convidados da 16ª Conferência Nacional de Saúde. As entrevistas foram direcionadas por um roteiro previamente planejado para esse momento, sendo essa etapa parte do projeto de pesquisa “Saúde e democracia: estudos integrados sobre participação social na 16ª Conferência Nacional de Saúde”, aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde e Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CAE: 14851419.0000.0008). As perguntas eram relativas à expectativa quanto a conferência, impressão da mesma, a motivação de participar das conferências e conselhos de saúde e sua importância, sobre princípios e valores que possam estar sendo reforçados nessa conferência e caminhos para que a mesma gere mudanças, expectativas quanto ao futuro do SUS e do país e sobre a participação popular e o controle social. Foram realizadas entrevistas com cinco participantes da 16ª Conferência Nacional de Saúde, sendo quatro delegados e um convidado, sendo quatro representantes dos usuários e um representando a gestão, um da região norte, três da região nordeste e um da região centro-oeste, quatro eram de cidades menores em seus estados e apenas um da capital de seu estado. Todos se identificavam como pardos ou negros, sendo um de comunidade quilombola, três entrevistados eram mulheres cisgênero e dois homens cisgênero. Todos os entrevistados relataram ter ficado muito satisfeitos com a conferência, apesar de problemas estruturais consideraram que os temas e propostas abordados foram pertinentes ao fortalecimento do SUS, sendo ponto em comum a todos o desejo de defender a manutenção e progresso do SUS, além disso demonstravam muita esperança quanto aos resultados da conferência, acreditando que tal processo poderia contribuir com o fortalecimento do SUS. Quanto a participação popular foi considerada fundamental para que o SUS continue e se fortaleça, tendo sido pontuado a importância de se falar uma linguagem que a população compreenda de modo que as discussões em saúde sejam acessíveis a todos. Sendo falado quanto a importância de que os conselhos sejam independentes e tenham liberdade na sua atuação sem influência do poder público sobre os mesmos, deste modo reforçando a importância de responsabilizar e conscientizar a população sobre seu papel de pleitear melhoras na saúde pública junto ao poder público. Assim também foi colocado a importância do respeito a diversidade, sendo o Brasil um país tão grande e estando ali na conferência pessoas de diferentes regiões, com culturas distintas, mas unidas em prol de uma saúde pública de qualidade. 

11234 A ATENÇÃO PRIMÁRIA NA GRADUAÇÃO
Fabiana Barbosa Eusébio, Renan Vicente, Gustavo Figueiredo, Camilly Barros

A ATENÇÃO PRIMÁRIA NA GRADUAÇÃO

Autores: Fabiana Barbosa Eusébio, Renan Vicente, Gustavo Figueiredo, Camilly Barros

Apresentação: Este relato tem como objetivo principal enfatizar a importância da abordagem com ênfase em atenção primária na saúde, através da experiência de uma graduanda do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ao longo de 4 anos da graduação pude conhecer a história do SUS e visitar uma clínica da família localizada no bairro da Penha, mas entre todos os conhecimentos anatômicos, biomecanicos e sobre o sistema do corpo humano, não tive uma experiência prática voltada para educação em saúde da população, tão pouco uma atuação direta em prevenção. Após o convite de um colega da graduação, que por iniciativa própria desenvolvemos em conjunto o projeto "Espaço Acolhe Manguinhos", que através de rodas de conversa, movimentação dos corpos, momentos de relaxamento e troca de saberes de uma forma horizontal com a população dessa localidade estamos enriquecendo nosso processo de formação com a possibilidade de uma forma prática estarmos em continuo crescimento pessoal e profissional. Através dessa oportunidade posso falar com propriedade sobre a importância dessa vivência prática que além de colaborar de uma forma clínica, acrescenta o desenvolvimento humano dessa profissional em formação.

11595 RELATO DE EXPERIÊNCIA: VISITA À COMUNIDADE MURUMURU, SANTARÉM, PARÁ
Geísa Cordeiro dos Santos, Isabela Gabrielle de Sousa dos Santos, Líbia Daniele Oliveira Jaty, Teógenes Luiz Silva da Costa

RELATO DE EXPERIÊNCIA: VISITA À COMUNIDADE MURUMURU, SANTARÉM, PARÁ

Autores: Geísa Cordeiro dos Santos, Isabela Gabrielle de Sousa dos Santos, Líbia Daniele Oliveira Jaty, Teógenes Luiz Silva da Costa

Apresentação: O Curso Bacharelado Interdisciplinar em Saúde, por meio da disciplina Saúde do campo, da floresta e das águas teve como proposta escolhida pelos acadêmicos realizar, enquanto atividade avaliativa da disciplina, uma visita a uma Comunidade Quilombola. Intencionou-se dialogar com os moradores, por meio de uma roda de conversa, visando a debater sobre a Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo da Floresta e das Águas (PNSIPCFA), havendo a troca de saberes entre moradores e acadêmicos. Objetivo: Realizar uma roda de conversa referente à PNSIPCFA com perguntas direcionadas a comunidade, com intuito de explanar para os moradores os objetivos da PNSIPCFA. Público Alvo: Famílias moradoras da comunidade Murumuru, localizada próximo a rodovia Curuá-Una, Santarém-PÁ. Método: Foi realizada uma visita de campo no dia 23 de Abril de 2019 na Comunidade Quilombola Murumuru com o Vice-presidente do local e mais 09 moradores, onde debatemos sobre a PNSIPCFA. Resultado: A roda de conversa nos proporcionou entender as especificidades daquele local, por meio da fala dos moradores ficou evidente o que para eles é saúde e como sua cultura e saberes tracionais são de grande importância no cuidado que eles têm com sua saúde. Ao final da roda de conversa as experiências trocadas foram enriquecedoras e os moradores pareceram bem satisfeitos com o que foi debatido e ficaram felizes em compartilhar seus saberes. Considerações finais: Para os discentes, foi uma experiência inovadora realizar atividade acadêmica fora da sala de aula, transcendendo os muros da universidade. Visitar uma comunidade quilombola onde existe uma cultura diferente e saberes diferentes nos proporcionou uma visão mais holística sobre aquele local, nas falas dos moradores ficou claro que eles não tinham conhecimento sobre a Política, mas através dos nossos conhecimentos adquirido em sala de aula e da leitura dos textos debatemos sobre ela e tiramos algumas de suas dúvidas. Conhecer uma nova realidade é fundamental para nosso crescimento como acadêmicos, perceber que cada povo tem suas especificidades é importante para que haja políticas públicas que atendam suas necessidades, e a PNSIPCFA entra como assistência a esses povos. Mesmo com toda dificuldade de comunicação com a comunidade, com os poucos moradores que estavam presentes houve um dialogo proveitoso e a política foi exposta de forma que os moradores pudessem compreender. Conhecer, na experiência cotidiana, as populações do campo da floresta e das águas é entender que esses povos possuem suas peculiaridades e especificidades da saúde. Sua relação com a terra, sua cultura e modo de vida interfere diretamente no processo saúde-doença, e entendendo isso, fica notório que essas populações precisam de uma assistência mais específica, levando em consideração seus conhecimentos tradicionais passados de geração para geração.

11834 EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS: CONTRIBUIÇÕES DA EXPERIÊNCIA NACIONAL DO CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE
Cassiana Rodrigues Alves Silva

EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS: CONTRIBUIÇÕES DA EXPERIÊNCIA NACIONAL DO CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE

Autores: Cassiana Rodrigues Alves Silva

Apresentação: Desde 2016 o Brasil vive uma conjuntura política na qual a incerteza do futuro assombra a vida da população trabalhadora e a crise de representatividade política se desdobra numa crise do próprio sistema democrático. É nesse cenário que se faz urgente reacender o ânimo daqueles que se dispõem a lutar pois, para seguirmos no enfrentamento cotidiano e vislumbrando sempre uma sociedade mais justa e inclusiva, não podemos perder a esperança. Historicamente, a educação popular e os movimentos sociais vêm atuando na luta pela universalização dos direitos sociais básicos: educação, saúde, alimentação, trabalho e moradia. Contudo, diante do desmonte de todas as conquistas obtidas nas últimas décadas, criar espaços de diálogo e de formação político-pedagógica se mostra urgente. Com o objetivo de colocar em diálogo iniciativas que utilizam a educação popular como instrumento para questionar a ordem estabelecida, esse relato de experiência se propõe a fazer uma síntese sobre a formação político-pedagógica do EdPopSUS 2 e a relação com os movimentos sociais. Assim, faremos uma breve apresentação da experiência nacional apontando os caminhos percorridos, as dificuldades encontradas e as possibilidades delineadas com o intuito de fortalecer as parcerias entre movimentos sociais e os diversos agentes do setor saúde. O Curso de Educação Popular em Saúde (EdPopSUS 2) teve origem no âmbito da Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEP-SUS) e consolida um processo de luta histórica dos movimentos de educação popular, evidenciando sua importância no campo da saúde. O EdPopSUS 2 aconteceu de forma regionalizada em 15 estados brasileiros, a seleção de educadores e educandos se deu através de edital público, contabilizando um total de 304 turmas concluídas entre 2016 e 2018. A educação popular deve ser pensada a partir de uma leitura do contexto social e político no qual estamos inseridos e estar atenta às mudanças, às novas possibilidades de organização e enfrentamento. Nesse sentido, é entendida como uma estratégia não só de formação política, mas também de formação humana, na busca de uma ética que visa à superação de preconceitos e a construção de relações mais respeitosas e solidárias. Na maioria dos estados, foi feita uma reunião de articulação, antes da divulgação do curso, onde participaram representantes de Movimentos Sociais, Conselheiros de Saúde, Secretaria de Estado da Saúde, Instituições de Ensino, Comissões Intergestores Regionais (CIRs), das Comissões Estaduais Permanentes de Integração Ensino-Serviço (CIES) dos sindicatos de agentes comunitários e de endemias, e COSEMS, para apresentação do projeto e definição dos municípios sede do curso. A participação dos movimentos sociais trouxe para os trabalhadores da saúde um outro olhar sobre os problemas enfrentados diariamente na atenção básica, e muitos foram os relatos de mudança e transformação no cotidiano de trabalho. Por outro lado, os/as trabalhadores/as da saúde também puderam apresentar para os representantes dos movimentos sociais problemas da atualidade enfrentados no Sistema Único de Saúde. De maneira geral, a luta por direito à saúde foi entendida numa perspectiva de que o envolvimento de todos se faz urgente.  

11869 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESTIMULAÇÃO DE PRÁTICAS DE ATIVIDADE FÍSICA PARA O MELHOR Desenvolvimento: PSICOMOTOR E COGNITIVO DO PRÉ- ADOLESCENTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Alannys Bianca Pinheiro de Queiroz, Fabiana da Silva Mendes, Thaíssa Caroline dos Santos da Costa, Thanaira Aicha Fernandes Maciel, Armando Sequeira Penela

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESTIMULAÇÃO DE PRÁTICAS DE ATIVIDADE FÍSICA PARA O MELHOR Desenvolvimento: PSICOMOTOR E COGNITIVO DO PRÉ- ADOLESCENTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Alannys Bianca Pinheiro de Queiroz, Fabiana da Silva Mendes, Thaíssa Caroline dos Santos da Costa, Thanaira Aicha Fernandes Maciel, Armando Sequeira Penela

Apresentação: Diversos fatores contribuem para o alto índice de pré-adolescentes sedentários no Brasil, como a falta de incentivo das escolas para práticas habituais de atividades físicas e a ideia errônea de que uma vida física ativa deve estar sempre interligada a academias, que muitas vezes não é possível por conta da realidade financeira da maioria. Esses fatores contribuem para uma vida sedentária, deixando-os suscetíveis ao surgimento de patologias. Desse modo, o SUS é essencial pois atua não só no tratamento, mas também na prevenção e promoção da saúde dos usuários e através da educação em saúde é possível estimular a prática regular de exercícios físicos para os jovens, não só para controle percentual de gordura e forma física, mas também para desenvolver as habilidades psicomotoras e intelectuais indispensáveis nessa fase da vida, contribuindo com ideias de práticas de atividades físicas alternativas, de baixo custo que se encaixem na realidade de cada indivíduo, tornando-o mais autônomo com seus cuidados de saúde, aderindo um saber coletivo de suma importância. Tem-se como objetivo relatar a vivência de acadêmicas de enfermagem na realização de educação em saúde, sobre a importância da adoção a práticas de atividades físicas contínuas para o melhor desenvolvimento físico e mental de pré-adolescentes. Desenvolvimento: Este é um relato de experiência, trabalho descritivo, acerca da realização de uma ação feita em uma escola estadual periférica de Belém do Pará, por acadêmicas do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará. Contou-se com 4 discentes e 30 alunos do 7ª ano, na faixa etária de 11 a 14 anos. Realizou-se um circuito com bambolês, cones, corda e cabos de vassoura representando obstáculos a serem executados pelos alunos. Após, explicou-se sobre o desenvolvimento muscular e cerebral quando se é praticado atividades físicas regularmente e que se é possível ter uma rotina física de forma acessível. Resultado: Os resultados percebidos pelas acadêmicas tiveram como contrapartida a falta de conhecimento dos alunos acerca de atividades alternativas e seus benefícios na fisiologia humana. Salienta-se que a prática de exercícios melhora a saúde e a sensação de bem-estar, importante para o desenvolvimento no âmbito escolar, devido a melhora fisiológica e na prevenção de doenças, além de importante para a interação social e o desenvolvimento individual. Considerações finais: Necessita-se de uma grande luta juntamente ao SUS para saciar as dificuldades existentes na assistência prestada, muitas vezes por conta do sucateamento que a saúde pública enfrenta. Através dessa resistência, o profissional da saúde deve se apropriar do olhar holístico sob o cliente e incentiva-lo a buscar uma vida saudável, haja vista que o sedentarismo causa um impacto maléfico na saúde, acometendo patologias e causando comprometimentos no desenvolvimento físico e mental infantojuvenil.

12121 A PARTICIPAÇÃO POPULAR NO PROCESSO EDUCATIVO EM SAÚDE A LUZ DA TEORIA DE OREM
Ana Beatriz de Oliveira Fernandes, Daniele Keuly Martins da Silva, Douglas Sousa de Carvalho, Claudia Maria de Oliveira Fernandes, Antonio Rodrigues Ferreira Júnior

A PARTICIPAÇÃO POPULAR NO PROCESSO EDUCATIVO EM SAÚDE A LUZ DA TEORIA DE OREM

Autores: Ana Beatriz de Oliveira Fernandes, Daniele Keuly Martins da Silva, Douglas Sousa de Carvalho, Claudia Maria de Oliveira Fernandes, Antonio Rodrigues Ferreira Júnior

Apresentação: Os princípios do Sistema Único de Saúde brasileiro têm por objetivo nortear as atividades desempenhadas pelo mesmo. Dentro desses princípios, ressalta-se a importância de promover uma assistência descentralizada que atenda a população de forma equânime capaz de valorizar o território físico quanto intelectual de uma determinada população ao transmitir a sensação de valorização do saber popular para promover o autocuidado da população adscrito ao território de saúde. Assim, o profissional de enfermagem adentra esse território para promover um cuidado que valorize o conhecimento prévio daquela população aliado a cientificidade da sua profissão. Nesse sentido, vale ressaltar a importância das teorias que fundamentam a profissão por fornecer formas distintas de observar quem é o homem; o que é a saúde; qual é o ambiente que se insere; por fim, qual o papel do enfermeiro. Objetivo: Nessa perspectiva, esse estudo tem por objetivo refletir a importância da teoria de Orem, ou teoria do autocuidado, frente a participação popular no processo educativo em saúde. Método: O presente estudo trata-se de uma reflexão teórica realizada em duas etapas primeiramente realizou-se um levantamento bibliográfico em dois livros e um artigos que tratassem acerca da teoria do autocuidado de Dorothea Orem; segundamente realizou-se uma fundamentação sobre a educação popular em saúde- EPS no manual disponível pelo ministério da saúde. Resultado: A teoria do autocuidado objetivo tornar o receptor dos cuidados um ser autônomo capaz de realizar a manutenção no processo de saúde-doença ou no âmbito da promoção da saúde. Nesse sentido, as ideias da teórica convergem com a fundamentação da educação popular em saúde ao trazer uma determinada população como um dos principais modificadores do adoecimento ou promotor de saúde ao respeitar a cultura e o saber popular dos usuários adscritos ao serviço de saúde. Por fim, ao utilizar tanto a teoria de enfermagem do autocuidado quanto a EPS o enfermeiro é capaz de demonstrar a população um cuidado diferenciado por considerar tanto o conhecimento que circunda uma cultura aliado aos seus princípios, científico e metodológico. Considerações finais: Assim, ao alinhar as duas fundamentações que convergem na participação social como autônoma e promotora de saúde, o enfermeiro é capaz de ampliar sua consciência crítica ao ressignificar suas práticas educacionais sobre seu processo de trabalho enquanto um educador em saúde.

12172 RELATOS DE VIDA NO CONTEXTO DE UMA DOENÇA RARA E CRÔNICA
Marise Basso Amaral, Sérgio Tavares de Almeida Rego

RELATOS DE VIDA NO CONTEXTO DE UMA DOENÇA RARA E CRÔNICA

Autores: Marise Basso Amaral, Sérgio Tavares de Almeida Rego

Apresentação: Este trabalho pretende dar visibilidade às discussões e experiências construídas no decorrer de um trabalho de pesquisa feito ao longo de 2019 ainda em fase de finalização, no programa de Pós-Graduação em Bioética, Ética aplicada e Saúde Coletiva, na linha de pesquisa “Educação e Cuidados em Saúde”. Essa pesquisa acontece na interseção entre uma formação acadêmica e uma formação construída a partir das experiências vividas na participação em uma associação de pacientes. Assim,  a investigação em andamento é resultado do interesse de aproximar essas duas dimensões. Cabe destacar que essa articulação, ou melhor, o ponto de encontro entre essas linhas acontece dentro do campo das doenças raras, com pessoas com Fibrose Cística e seus familiares. Essa é uma doença rara, genética, autossômica e ainda sem cura. Assim através de entrevistas semi estruturadas essa pesquisa procurou escutar as muitas histórias que são tramadas no cotidiano de uma doença complexa, crônica e progressiva, mas que muitas vezes circulam apenas em espaços restritos. Histórias de vida afetam e ao mesmo tempo são afetadas por muitas outras. Nesse sentido, falar da vida é também falar de diagnóstico, falar de acesso aos serviços públicos de saúde, falar das equipes médicas, da participação ou não de uma associação de pacientes. Ainda, falar da busca por representação e direitos, do investimento em estudos, pesquisa e novos tratamentos. Também interessou nesse trabalho, poder falar daquilo que “escapa”, o não dito, os silêncios ou os deslocamentos em direções inesperadas, enfim numa escuta atenta e cuidadosa daquilo que para cada participante do estudo faz sentido ser narrado e contado sobre si mesmo, sobre sua doença e sobre seu modo de estar no mundo. O presente trabalho se aproxima dos estudos biográficos e dos trabalhos com narrativas em saúde a partir dos estudos de autores que se envolveram em seus trabalhos de pesquisa com a dimensão da narrativa e da palavra do outro. Cabe aqui destacar que o presente trabalho não pretendeu “dar voz” aqueles que, a princípio, não teriam voz, esse não foi o caso. Pessoas com doenças raras e seus familiares cada vez mais se organizam em torno de suas doenças e tratamentos específicos para articular suas demandas e estabelecer um espaço de luta, se fazendo presente em associações, em espaços de representatividade política, participando de várias comissões, tensionando suas pautas e reivindicações na interação com variados sujeitos e poderes, tais como: gestores, cuidadores, profissionais de saúde, pesquisadores e profissionais da indústria farmacêutica. Num processo de formação e de educação continuada de todos envolvidos. Também não é intenção desse trabalho “explicar”, muito menos “traduzir” essa experiência diversa e distinta de ser esse outro. Mas antes, procurou olhar o outro como um interlocutor, como um personagem cuja narrativa, pode contribuir, num universo de vozes confrontadas para entender e melhor apresentar essa diversidade de experiências e seus pontos de intersecção. Assim, nesse encontro com a diferença, permitir que se possam colocar em movimento camadas e camadas de sentido e de produção de significados. Como um dos pesquisadores desse trabalho também faz parte da associação de pacientes, uma das reflexões que o trabalho vem produzindo diz respeito à construção desse lugar na pesquisa, que é também de “dentro” do campo, também implicado e afetado por todos os encontros feitos e suas trocas. Até o momento foram entrevistadas 16 pessoas, entre pacientes com Fibrose Cística e seus familiares. Os sujeitos dessa pesquisa fazem parte de grupos em redes sociais em comum com um dos pesquisadores. Um dos grupos é de âmbito nacional e diz respeito ao grupo que reúne todas as associações estaduais de Fibrose Cística no País, outro diz respeito a ACAM (RJ) e diz respeito aos associados da Associação Carioca de Mucoviscidose do RJ. Com a maioria dos particpantes a pesquisadora em campo, já teve algum contato prévio, durante encontros, congressos ou reuniões. Os sujeitos entrevistados vivem em diferentes estados brasileiros (Rio de Janeiro, Mato grosso do Sul, Rio grande do Norte, Rio Grande do Sul, Espirito Santo e São Paulo), todos os encontros foram feitos presencialmente e as entrevistas gravadas nos locais de preferência dos participantes do trabalho. As entrevistas realizadas até aqui foram longas e diversificadas. Uma mesma doença comporta muitas narrativas e singularidades. Talvez o que possa ser descrito como algo em comum entre muitas delas e mais ainda no campo das doenças raras diz respeito à dificuldade de ter um diagnóstico precoce. Mesmo naqueles pacientes mais novos, os pais e mães narram a pregrinação por consultórios e profissionais de saúde, até chegar a um diagnóstico preciso. E o que acontece nesse meio de caminho tem grande impacto nas famílias. Em algumas situações mães contaram que na ausência de um diagnóstico preciso (e, portanto, de tratamento para seus filhos), elas que foram “diagnosticadas” como difíceis, sofrendo de ansiedade, depressão ou algum transtorno. Todos também comentam a dificuldade de acesso a tratamentos e medicamentos, bem como a dificuldade de lidar com uma doença progressiva, ainda sem cura. Doença na qual no Brasil, desde sempre, se morre cedo demais. Mesmo assim, os pacientes denunciam uma dupla “invisibilidade”em relação a ela, não se sentem contemplados pelas políticas públicas, mas também, não são olhados como tendo uma doença, uma vez que além da Fibrose Cística ser desconhecida da maioria da população e de grande parte dos profissionais de saúde ela também, na maioria das vezes, não está marcada no corpo dos pacientes. Alguns sujeitos da pesquisa se mostraram muito concectados e muito informados, ‘especialistas’ na própria doença, outros, nem tanto. Também aconteceram nos encontros momentos de muita emoção, nos relatos muito ressentidos de alguns participantes sobre o modo como as coisas se seguiram nos cuidados com seus filhos, outros com experiências de perda e muita dor. Mas todos se colocaram num movimento narrativo muito rico, muito intenso e muito generosos. Enfim, quando se tem numa doença crônica e progressiva, falar sobre ela e falar sobre a vida possibilita a criação de muitos pontos de contato e algumas sobreposições. Ainda, embora entre os diferentes sujeitos das pesquisas as narrativas guardem muitas similaridades, o que também se destacou até agora no trabalho é  que as histórias são singulares, são muito pessoais e também muito diferentes entre si. Elas precisam ser contadas na íntegra. Com esta pesquisa, esperamos trazer benefícios para a ampliação do conhecimento sobre as diferentes possibilidades e aprendizagens que se apresentam às pessoas com doenças raras e seus familiares a partir do seu encontro com uma diferença biológica. Junto a isto queremos aprofundar nossa compreensão sobre os pontos comuns nessas narrativas que podem nos informar melhor sobre questões relativas ao diagnóstico ou à sua ausência, aos tratamentos de longa duração, ao convívio com as equipes médicas multidisciplinares, às discussões sobre novos tratamentos e novas tecnologias em saúde além da dimensão relativas à cidadania e à garantia de direitos em saúde. Acreditamos que organizar essas histórias de modo que possam dar visibilidade à pluralidade de experiências, desafios e conflitos reunidos na convivência cotidiana com uma doença rara pode possibilitar outras formas de olhar esse grupo de pessoas contribuindo para pensar e organizar outras formas de cuidado e de protagonismos desses pacientes e de suas famílias.

12209 AÇÃO EDUCATIVA COM PACIENTES DE DIABETES MELLITUS TIPO 2: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Lucas da Silva Alves, Isis Costa Sampaio, Nayara Lourenço Rocha, Larissa Rodrigues da Silva, Lídia Jamille da Costa Silva, Maria Caroline Silva Barreira, Maryanna Santos Bezerra, Mayenne Myrcea Quintino Pereira Valente

AÇÃO EDUCATIVA COM PACIENTES DE DIABETES MELLITUS TIPO 2: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Lucas da Silva Alves, Isis Costa Sampaio, Nayara Lourenço Rocha, Larissa Rodrigues da Silva, Lídia Jamille da Costa Silva, Maria Caroline Silva Barreira, Maryanna Santos Bezerra, Mayenne Myrcea Quintino Pereira Valente

Apresentação: Diabetes mellitus tipo 2 é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. As complicações da diabetes normalmente ocorrem devido ao mau controle da doença, o que provoca um aumento exagerado do açúcar no sangue durante muito tempo. Dentre as complicações crônicas tem o pé diabético, que é uma das complicações mais frequentes da diabetes e é caracterizado por feridas na pele e falta de sensibilidade no pé, devido a lesões nos vasos sanguíneos e nervos, podendo, em casos muito graves, ser necessária a amputação do membro afetado. Esse estudo teve como objetivo relatar a experiência vivenciada por acadêmicos de enfermagem na execução de uma ação educativa sobre diabetes, focando no autocuidado para prevenção do pé diabético. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência sobre educação em saúde abordando a importância do autocuidado do pé diabético, para se evitar complicações mais graves. Ação realizada em um Centro Especializado de Atenção ao Diabético e Hipertenso (CEADH), localizado em uma unidade de atenção primária do município de Fortaleza (CE). A ação educativa utilizou como recurso banner ilustrativo, elencando maneiras de realizar o autocuidado com o pé diabético e foi realizado a distribuição de panfletos aos participantes, a ação foi realizada no mês de outubro de 2019, com 20 participantes. Resultado: Notou-se um enorme interesse por parte dos usuários, a partir da participação deles durante toda a ação. Observou-se que eles tinham algumas dúvidas, principalmente sobre os calçados adequados, hidratação e sobre o corte e limpeza das unhas. Portanto, voltou-se o foco das orientações naquilo que mais eles tinham déficit, mediante a demonstração de imagens para que a compreensão fosse mais fácil para eles. Considerações finais: Destacasse que após a ação educativa, ficou claro a importância da realização dessas ações educativa para os usuários, como forma de aprendizagem para eles, que proporcionam aprendizagem que auxiliam no processo de saúde doença, enfatizando no autocuidado e na diminuição de futuras complicações que possam ocorrer.

9028 SAÚDE DA CRIANÇA: O SUS NA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS E ATENDIMENTO À POPULAÇÃO
Pedro de Oliveira Nogueira, Fabrício Sidnei da Silva, Lucas de Moraes Martins Pereira, Alessandra Encarnação de Morais, Maria Giovana Queiroz de Lima, Pedro Fernandes Santos, Ronaldo Almeida Lidório Júnior

SAÚDE DA CRIANÇA: O SUS NA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS E ATENDIMENTO À POPULAÇÃO

Autores: Pedro de Oliveira Nogueira, Fabrício Sidnei da Silva, Lucas de Moraes Martins Pereira, Alessandra Encarnação de Morais, Maria Giovana Queiroz de Lima, Pedro Fernandes Santos, Ronaldo Almeida Lidório Júnior

Apresentação: Diante da importância da promoção de saúde associada a formação dos futuros profissionais, este trabalho, possui como objetivo relatar uma experiência de cinco alunos do curso de Medicina sobre o acompanhamento e tratamento de Síndromes Exantemáticas Febris acometido em crianças, em uma Instituição de referência em Doenças Tropicais e Infecto Parasitárias em Manaus (AM), durante o período de 12 de agosto à 13 de dezembro de 2019.  Além disso, esta experiencia mostra a importância do trabalho educativo na promoção de saúde e prevenção de doenças que evidencia os determinantes da importância da vacinação, adoção de medidas de proteção aos vetores das doenças e medidas de precauções, como higienização das mãos e educação das áreas de socialização infantil - creches, escolas e parques. Desenvolvimento Trata-se de um relato de experiência do tipo descritivo e exploratório sobre as aulas práticas da disciplina Saúde da Criança. Este projeto foi dividido em duas fases: a primeira constituía-se de atendimento pelo grupo que realizava observações, anotações e expressava sua opinião a respeito do caso, já a segunda era realizada por um médico especialista, onde coletava as informações, diagnosticava e determinava a conduta a ser adotada aos pacientes com suspeita de doenças exantemáticas, caracterizadas por manchas vermelhas acompanhada ou não de síndrome febril. Resultado: Foi observado que a instituição conta com uma organização de infraestrutura, atendimento e realização de procedimentos onde conseguia-se em curto período de tempo, diagnosticar os pacientes por meio de anamnese, exame físico e se, caso necessário, realização dos exames necessários para obter-se o diagnóstico no próprio hospital, com entrega de resultados em tempo hábil para início do tratamento medicamentoso fornecido pela farmácia, sem gerar despesas ao paciente, assim que constatada a patologia. Com isso, foi possível acompanhar a evolução do quadro clinico de cada paciente, desde a entrada no ambulatório até sua recuperação, passando pelos eventuais problemas ou reações adversas de tratamento, favorecendo a completude de atendimento pela mesma equipe médica. Considerações finais: A decisão por relatar esta experiência justifica-se na contribuição e incentivo da formação prática aos futuros profissionais, demonstrando a visão dos graduandos frente situações reais de atendimento. Ainda também, ressalta-se com esse relato a importância do SUS nessa formação acadêmica pelo suporte de excelentes profissionais no auxílio do desenvolvimento organizacional e à população. Durante os atendimentos pôde-se colocar em prática todo conhecimento adquirido em sala de aula, pela primeira vez em pacientes que tinham determinados sintomas, podendo diferenciá-las e tratá-las segundo protocolo. Dessa forma, o contexto prático contribuiu significativamente no aprendizado dos estudantes, pois os colocava em situação real de atendimento, com esclarecimento das dúvidas pelo profissional especialista, e ganho de experiência no que tange a relação médico-paciente ao lidar com crianças e seus responsáveis em estado físico e emocional de vulnerabilidade, ressaltado a importância das experiências práticas na formação de profissionais mais preparados e autônomos, e de uma população com suporte de saúde e melhoria de vida.

12323 PROJETO JOVENS SAUDÁVEIS: UMA PARCERIA ENTRE A UNIVERSIDADE E A COMUNIDADE PARA O APRENDIZADO EM SAÚDE
Aimée Rosa Paranhos Dias, Paulo Jorge Vianna, Joilda Silva Nery, Jacqueline Brito Moreira Silva, Graciely dos Santos Carmo, Ana Flávia Silva Nery, Willian Batista Conceição, Karina Mara Brandão Teles Barbosa Andrade, Juciane Carla Santos Jesus, Juliane Silva Pereira

PROJETO JOVENS SAUDÁVEIS: UMA PARCERIA ENTRE A UNIVERSIDADE E A COMUNIDADE PARA O APRENDIZADO EM SAÚDE

Autores: Aimée Rosa Paranhos Dias, Paulo Jorge Vianna, Joilda Silva Nery, Jacqueline Brito Moreira Silva, Graciely dos Santos Carmo, Ana Flávia Silva Nery, Willian Batista Conceição, Karina Mara Brandão Teles Barbosa Andrade, Juciane Carla Santos Jesus, Juliane Silva Pereira

Apresentação: O Projeto Jovens Saudáveis é uma parceria que surgiu entre a Associação Emília Machado, professores e estudantes do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Faculdade de Enfermagem da Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge) que por meio do Projeto de Extensão Sankofa, articularam, planejaram, organizaram e executaram oficinas com foco na prevenção de doenças e promoção da saúde para jovens entre 15 e 25 anos. Objetivo: Fomentar a popularização dos conhecimentos sobre problemas de Saúde Pública, através de atividades de educação em saúde realizadas com jovens de uma comunidade. Desenvolvimento: As oficinas foram realizadas quinzenalmente na Associação Emília Machado, localizada no bairro de Marechal Rondon, Salvador (BA). Realizaram-se rodas de conversas e dinâmicas de fixação em que as atividades ficaram marcadas com a participação ativa do público–alvo, que são os jovens filiados à associação. Temas das oficinas: Saúde Coletiva e o SUS; Infecções Sexualmente Transmissíveis; Hanseníase; Tuberculose; Inteligência Emocional; Saúde da População Negra; Arboviroses, Meio Ambiente e Saúde. Resultado: A partir das oficinas realizadas, foi possível analisar que tais ações estariam qualificando os jovens como potenciais educadores e multiplicadores em saúde na comunidade. Sendo assim, toda e qualquer informação compartilhada possibilitou-se para o empoderamento sobre seus os direitos e deveres na saúde pública, bem como o conhecimento acerca da rede de atenção à saúde na vida dos mesmos. Considerações finais: As ações de Educação em Saúde, principalmente extensão encontram-se vinculadas ao exercício da cidadania na busca por melhores condições de vida e a saúde da população. Nesse sentido, o Projeto Jovens Saudáveis é um exemplo de como a parceria da universidade com a Comunidade faz-se compromisso social de extrema importância para participação popular.

9602 AÇÕES INTERDISCIPLINARES EM UM PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA PERIFERIA DE BELÉM (PA): UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Raiane Bacelar dos Anjos, Giselle de Oliveira Souza, Larissa Castro de Sousa, Ana Carla Vilhena Barbosa, Gisele de Brito Brasil, Patrick da Costa Lima

AÇÕES INTERDISCIPLINARES EM UM PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA PERIFERIA DE BELÉM (PA): UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Raiane Bacelar dos Anjos, Giselle de Oliveira Souza, Larissa Castro de Sousa, Ana Carla Vilhena Barbosa, Gisele de Brito Brasil, Patrick da Costa Lima

Apresentação: Os projetos de extensão devem ultrapassar os muros da universidade, indo ao encontro da comunidade, favorecendo a identificação de situações de risco e estratégias para o seu enfrentamento. Deste modo, o projeto de extensão universitária “Adote um Sorriso” foi um projeto criado em 2014 e suas atividades ocorrem de forma semestral, envolvendo discentes de odontologia, medicina, enfermagem, psicologia, direito, fisioterapia, administração, terapia ocupacional, pedagogia, educação física e nutrição para realizar intervenções multidisciplinares com abordagem interdisciplinar de forma lúdica e educativa para o público infantojuvenil. Neste contexto a realização de práticas educativas em saúde são fundamentais para o desenvolvimento do censo crítico e reflexivo acerca das atividades do cotidiano. Diante do exposto, a interdisciplinaridade assume um papel fundamental de agregar e compartilhar os conhecimentos de diversas áreas de forma mútua, que vise fornecer a população atenção integral, que respeite o biopsicossocial de cada indivíduo. Para que se tenha um espaço que traga mudanças positivas é necessário a adoção de estratégias metodológicas lúdicas, como peças, rodas de conversas, músicas e atividades educativas de promoção e prevenção de doenças e/ou agravos encontrados durante o cotidiano da comunidade principalmente com público em questão, no caso crianças e adolescentes. Objetivo: Relatar a experiência sobre ações de educação em saúde com abordagem interdisciplinar para crianças e adolescentes da periferia do município de Belém (PA). Desenvolvimento: As ações ocorreram durante o segundo semestre de 2019. Os encontros ocorreram pela parte da manhã de sábado em quatro comunidades localizadas na região metropolitana de Belém (PA). A cada ação havia a escolha de um tema que deveria ser abordado durante as atividades lúdicas. Nesse sentido, houve a explanação de temas como a reciclagem; meio ambiente; sentimentos e educação financeira através da dança, teatro, música, corrida, entre outras estratégias educativas. Em cada espaço havia a presença de acadêmicos e profissionais para acolher e executar a temática abordada. Resultado: Houve em média a participação de 450 pessoas entre crianças, jovens, acadêmicos e profissionais, onde os participantes eram divididos por idade que variavam entre 3 meses a 15 anos, posteriormente havia o direcionamento para as salas de atividades. A cada espaço as crianças poderiam aprender com 10 a 15 acadêmicos que socializavam seus conhecimentos através da troca de informações previamente planejadas. No transcorrer da manhã, o público alvo demonstrava-se participativo, interessado e aberto a receber novas informações. Considerações finais: A integração entre as diversas áreas do conhecimento assume um papel fundamental na formação de indivíduos críticos, que respeitem a importância de cada profissão na rede de apoio ao cuidado. Salienta-se que a interdisciplinaridade dos saberes fornece benefícios para a população, no qual recebe cuidados de forma holística, e para a formação dos futuros profissionais. Nesse sentido, nota-se a importância de projetos ou atividades que impulsionem a empatia, e a valorização do outro como promotor de conhecimentos, que ao serem somados transformam a realidade de uma população que carece de políticas públicas.

10213 REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM: DO BIOLÓGICO AO SOCIAL
CARLA DOS ANJOS SIQUEIRA, Ana Paula Azevedo Hemmi

REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM: DO BIOLÓGICO AO SOCIAL

Autores: CARLA DOS ANJOS SIQUEIRA, Ana Paula Azevedo Hemmi

Apresentação: Trata-se de um relato de experiência sobre a construção de um projeto de extensão no âmbito de uma Universidade Federal em um município localizado no interior de Minas Gerais. O cerne deste relato se refere a questionamentos sobre lacunas percebidas em relação a formação em Enfermagem no que tange ao conhecimento de discentes sobre o contexto social da população do município em questão. A metodologia consistiu na sistematização de experiências, viabilizada por registros em Diário de Campo, durante cinco encontros com líderes comunitários de dois bairros do município. Esses encontros ocorreram entre os meses de setembro de 2018 a junho de 2019. O referencial teórico-metodológico dos encontros se pautou na pesquisa participante, em que os sujeitos envolvidos participam ativamente do processo da pesquisa/atividade educativa. A intenção é que atuem como protagonistas de suas próprias realidades e condições vividas no território onde residem e compartilham suas experiências culturais, econômicas, sociais. É importante destacar, inicialmente, que, em termos gerais, a formação em Enfermagem no Brasil possui uma característica em organizar sua estrutura curricular em Unidades Curriculares (UCs) conforme os ciclos de vida: mulher atrelada ao recém nascido, criança, adolescente, adulto e idoso. Além disso, há outras UCs que se organizam de forma complementar à essas, tais como relacionadas à administração do processo de trabalho e na Sistematização da Assistência de Enfermagem. No caso da experiência aqui relatada, pode-se perceber um peso considerável de UCs ao longo do curso de Enfermagem da referida Universidade, cujo enfoque se encontra, geralmente, pautado na fisiopatologia tanto no ciclo inicial do curso, quanto nas UCs do ciclo profissionalizante. Além disso, percebe-se que há recomendações, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos da área da saúde, sobre a necessidade de uma aproximação do discente com a comunidade externa à Universidade ao longo do processo de formação. No entanto, o contato com a população, no referido curso de graduação ocorreu ao longo das aulas práticas de algumas UCs e de forma pontual. Geralmente, essas eram realizadas em formato de palestras, teatros. Em decorrência da importância e necessidade de aproximação de estudantes ao contexto social vivido pela população foi pensado um projeto de extensão cujo objetivo se pautou, inicialmente, na construção de Conselhos Locais de Saúde (CLS’s). Partiu-se do pressuposto de que, nos conselhos CLS’s, poderiam ser estabelecidas discussões sobre as necessidades de saúde para maior participação da população. De fato, foi possível perceber as necessidades de saúde que, já na primeira reunião com os líderes comunitários, expressaram as inúmeras dificuldades de acesso à Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência, com destaque ao atendimento médico e aos serviços especializados. Além disso, os participantes demonstraram um sentimento de pouco contato com a equipe de Saúde da Família pela ausência de visitas domiciliares por parte dos/as Agentes Comunitários/as de Saúde (ACS). E por fim, apresentaram relatos sobre a exclusão que sentem por se localizarem perifericamente ao centro da cidade. Diante disso, demonstraram um grande interesse em participar coletivamente de atividades e projetos propostos pela Universidade. A partir desse primeiro encontro, propusemos que a segunda reunião se pautasse na definição e priorização das demandas sociais e de saúde vividas pela população. Apesar de termos apresentado a intenção do projeto, o objetivo das ações seriam definidos com a participação deles e não para eles. Por meio de escrita em cartolinas, pedimos que expressassem palavras de quatro sujeitos/lugares/objetos: O Bairro; os Moradores e Usuários da UBS; a Universidade; e a Saúde. As demandas apresentadas pela comunidade se referiram, principalmente, ao mau cheiro relacionado à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e os problemas relacionados à água, que segundo informaram, não parece ser devidamente tratada pela companhia de saneamento. Além disso, mencionaram a falta de incentivo sociocultural e dificuldades encontradas em relação a geração de renda, levando algumas pessoas ao trabalho informal e até coleta de materiais no lixão da cidade, que se localiza nas proximidades de suas residências. Diante das demandas apresentadas, percebemos a necessidade em repensarmos nossa proposta. Assim, o terceiro encontro se baseou em uma caminhada pelo bairro para que a realidade mencionada pelos moradores durante as reuniões iniciais pudessem ser sentidas mesmo que parcialmente pela equipe do projeto. No quarto encontro, a discussão foi sobre a caminhada realizada no bairro e sobre a percepção que tivemos. Essa discussão culminou na necessidade de realizarmos uma vista à ETE, para que os participantes da equipe do projeto pudessem entender o processo de tratamento do esgoto e quais os impactos para os moradores do bairro. A visita técnica aconteceu em um sábado de manhã, sendo este o quinto encontro. Neste, os funcionários da companhia de saneamento conduziram todos os presentes para conhecerem as instalações da ETE. À medida em que os funcionários da companhia de saneamento realizavam uma explanação sobre o processamento do esgoto iam, simultaneamente, mostrando como acontece seu processo de tratamento. Ao serem indagados sobre os impactos na localidade e, principalmente, sobre a contaminação da água do rio, alegaram que, como ocorre o processo de tratamento, toda a água que é direcionada para o rio, não tem impactos negativos para o meio ambiente. No que se refere ao odor, relataram que não há como realizar este controle, uma vez que ele é proveniente da queima do gás gerado pelo processamento do esgoto. Dentre as situações mencionadas pelos moradores do bairro, o odor intenso durante o dia dificulta o preparo e a realização de refeições. Diante do exposto, pode-se afirmar que a experiência aqui relatada, por mais que se trate de um contato inicial, permitiu ampliar o entendimento das acadêmicas ali presentes sensibilizando-as para as causas que impactam na saúde. Essas como vão, além de aspectos puramente individuais e relacionados à fisiopatologia da doença, precisam ser vivenciadas de forma a permitir uma aproximação constante ao território em que vivem as pessoas. Além disso, é possível perceber como projetos de extensão socialmente implicados podem contribuir para ampliar o olhar da formação em saúde, já que possibilita que os/as acadêmicos/as possam conhecer, mesmo que parcialmente, as questões sociais e sua determinação para o processo saúde-doença. Por fim, a metodologia adotada no estudo permite ampliar a visão dos discentes acerca da importância do protagonismo da população em participar das questões relacionadas ao seu contexto de vida.