465: Complexidades do cuidado às doenças transmissíveis
Debatedor: Letícia Oliveira Marx
Data: 28/10/2020    Local: Sala 14 - Rodas de Conversa    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
9350 A FORMAÇÃO HUMANIZADA DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NO CENTRO DE REFERÊNCIA EM DOENÇAS INFECCIOSAS ADQUIRIDAS – CASA DIA (BELÉM (PA))
Carla Sena Cunha, Ivone de Melo Sousa, Daniele Ferreira Bezerra, Amanda Ferreira Rodrigues, Yasmin Martins de Sousa

A FORMAÇÃO HUMANIZADA DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NO CENTRO DE REFERÊNCIA EM DOENÇAS INFECCIOSAS ADQUIRIDAS – CASA DIA (BELÉM (PA))

Autores: Carla Sena Cunha, Ivone de Melo Sousa, Daniele Ferreira Bezerra, Amanda Ferreira Rodrigues, Yasmin Martins de Sousa

Apresentação: A Humanização deve ser compreendida como modelo pedagógico, não apenas concebida como política para atenção, gestão ou assistência em saúde, mas aplicável à compreensão ontológica do ser social, no cumprimento da função social da educação profissional voltada ao próprio homem. Não obstante, a humanização aqui delineada, deve ser concebida como escopo dos Direitos Humanos, das garantias fundamentais elencadas na norma fundamental, onde a Política Nacional de Humanização representa apenas uma perspectiva singularizada do elemento nodal dos Direitos Humanos. A humanização tem como proposta uma forma de atendimento que visa o diálogo e a comunicação entre usuário do serviço de saúde e seus representantes, como os enfermeiros, os médicos e os gestores, construindo uma nova cultura na forma de assistência. No seu conceito, destaca-se o atendimento de qualidade, assistência e acolhimento visando respeito aos direitos humanos, procurando a melhor maneira para resolver cada caso dentro da sua individualidade Dessa forma, ao permitir que discente desde o primeiro período de Enfermagem esteja em contato direto com seu paciente e a realidade em que este conviver, prepara-los para lidar com esses novos desafios a partir da construção de uma relação de confiança e de responsabilidade nas suas atribuições como cuidadores dessa população em que todos são usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O Centro de Atenção em Doenças Infecciosas Adquiridas de Belém – Casa Dia foi fundado em 1999 e funciona com um total de 58 (cinquenta e oito) profissionais, uma equipe multidisciplinar atendendo em média 300 (trezentos) pacientes por dia, em consultas diversas. É fato que o surgimento da AIDS trouxe aos profissionais de saúde a necessidade de especialização para uma atenção mais qualificada, em um fazer laboral que exige desses profissionais expertise no tratar com dois direitos fundamentais do ser humano, a vida e a saúde, no âmbito de um diagnóstico sabidamente irreversível. O surgimento da epidemia do vírus da imunodeficiência adquirida e da síndrome da imunodeficiência adquirida (HIV/AIDS) na década de 1980 trouxe alguns dilemas ao cenário da política de atenção à saúde no país, com destaque para preconceitos sofridos por determinados grupos sociais e as condições e exigências colocadas aos trabalhadores da saúde envolvidos na atenção. Esses preconceitos relacionados à intolerância aos homossexuais, entre outros grupos societários, reafirmaram estigmas que, somados às consequências da infecção, aceleram o processo de adoecimento, tornando o cuidado a essas pessoas um fazer cada vez mais complexo, acentuando uma das expressões da questão social, as desigualdades sociais. A partir do seu surgimento, a AIDS vem mobilizando a sociedade, causando efeitos que repercutem na ordem econômica, política e psicossocial”. Assim, no processo do cuidado a estes pacientes. Objetivo: Relatar a experiência no processo da formação humanizada dos acadêmicos de enfermagem em práticas extracurricular ao atendimento de pacientes com HIV/AIDS atendidas em uma casa de referencia em Belém. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, realizada no centro de referência em doenças infecciosas adquiridas – casa dia (BELÉM (PA)), baseados nas vivências de um grupo de 5 acadêmicos de enfermagem da faculdade Uninassau, cada um tendo consultado 5 pacientes com supervisão, em práticas obrigatórias, durante o período de março a abril de 2019. Como forma de trabalhar a humanização nos discentes, foi realizada avaliação do preceptor de campo e também enfermeiro da unidade. Os critérios de avaliação profissional no atendimento ao paciente na consulta de enfermagem, contava com uma escala formada pelo profissional onde a pontuação 1 significava atendimento ruim e sem humanização, 5 significava atendimento mediano, com receio do paciente, e 10 significava ótimo, com humanização eficaz. Dentre outros critérios avaliados na escala estavam empatia com paciente, interação visual e não verbal e habilidade manual para o exame físico. Resultado: Através da avaliação dos cinco discentes surgiram as seguintes categorias: dois obtiveram a pontuação máxima, pois tinham empatia, cuidados aos valores éticos do paciente, a interação visual e não verbal, além de habilidade manual. Dois obtiveram a pontuação media, faltou a interação visual e não verbal, e não examinou de forma cuidadosa, e um a pontuação baixa, pois não teve empatia, cuidados aos valores éticos do paciente e não teve habilidade com exame físico. Podemos observar que as Diretrizes Curriculares para os cursos de graduação em Enfermagem inseriram ainda mais aspectos relacionados à comunicação enfermeiro-paciente, porém, quase sempre, dosar teoria e prática e tornar as disciplinas que as compõem atrativas e valorizadas pelos alunos são um grande desafio, no qual o universitário transformador tenta modificar trazendo leveza, prática e empatia na relação entre os participantes. Na avaliação dos serviços vem sendo realizado pesquisas que buscam verificar a satisfação do usuário do SUS, destes estudos resultam elementos para qualificar o atendimento à saúde, dando ênfase a humanização, nas rede pública. Com a intenção de cumprir essas expectativas, as unidades de saúde em sua maioria estão implantando formas de acolhimento humanizado, a fim de melhorar o vínculo com a população, propiciando um maior espaço para que o usuário possa se comunicar, sendo o primeiro contato entre paciente e equipe de enfermagem. Reconhece-se, também a satisfação do usuário com a assistência prestada sendo assim, faz-se importante intensificar as ações de educação permanente para estabelecer atendimento cada vez mais qualificado, envolvendo toda a equipe de enfermagem,  Considerações finais: Na formação acadêmica dos discentes de enfermagem ouve a implicação da importância do cuidado humanizado, com fatores positivos a atuação na futura profissão saber lhe dá com pacientes soropositivo de forma humanizada que é uma ferramenta para disseminação do conhecimento, de acolhimento, que necessita ser abordado em toda a sua dimensão para aprimorar o processo de trabalho, e fatores negativos por ter algum implicância em relação a condição do paciente que  o profissional de saúde, por vezes não consegue escutar adequadamente os usuários. Essa escuta é necessária visando a prestação dos cuidados necessários, não somente fisiológico, mas, com o olhar biopsicossocial, e de se expressa seus valores éticos, aonde os estudantes expressam seus preconceitos e moralismo. Contudo, ressaltamos a significação da humanização no Sistema Único de Saúde (SUS), com a organização, planejamento e desenvolvimento de forma humanizada para gerar mudanças no âmbito da assistência de enfermagem.

9457 HOMENS IDOSOS E AS VULNERABILIDADES ÀS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Lorraine Terra dos Santos Cyrne Alves, Cristiane Maria Amorim Costa, Elizabeth Rose Costa Martins, Beatryz Portella da Silva Correia, Eliane de Lira Goulart Caminha

HOMENS IDOSOS E AS VULNERABILIDADES ÀS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Autores: Lorraine Terra dos Santos Cyrne Alves, Cristiane Maria Amorim Costa, Elizabeth Rose Costa Martins, Beatryz Portella da Silva Correia, Eliane de Lira Goulart Caminha

Apresentação: O envelhecimento populacional torna a saúde dos idosos um importante foco de atenção, visto que é um público de grande vulnerabilidade. Assim, a relação das temáticas envelhecimento e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) torna-se extremamente relevante, já que o desconhecimento sobre as formas de contaminação aliado à falta de proteção durante o ato sexual predispõe, à aquisição e transmissão dos agentes infecciosos. Neste sentido, este estudo teve como objetivo, analisar a produção científica sobre a vulnerabilidade de homens idosos às infecções sexualmente transmissíveis. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, cuja questão norteadora foi “Como as produções científicas abordam a relação vulnerabilidade às infecções sexualmente transmissíveise o homem idoso?”. Utilizou-se os seguintes Descritores em Ciências de Saúde (DECS): enfermagem; idoso; saúde do homem; doença sexualmente transmissível; vulnerabilidade e saúde, sendo a busca bibliográfica desenvolvida na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Os critérios de inclusão foram: artigos de pesquisa originais da área da saúde de 2014 a 2018, disponíveis online na íntegra e nos idiomas inglês, português ou espanhol. Aplicou-se o operador booleano AND para a realização dos cruzamentos entre os descritores. Obteve-se 10 artigos para esta revisão, que foram analisados a partir de um formulário próprio para atender a questão norteadora. Evidenciou-se que os principais fatores de risco que expõem os homens idosos às ISTs identificados são: desconhecimento sobre IST e sua prevenção, mitos/ tabus criados pela sociedade acerca da vida sexual do homem idoso, baixa escolaridade, e a falta de ações educativas e políticas públicas voltadas aos idosos. Conclui-se que existe a necessidade de desenvolver e aprimorar pesquisas que envolvam as percepções dos homens idosos a respeito da sua sexualidade, buscando desenvolver uma assistência integral à saúde do homem idoso.

9474 CAPACITAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDO DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS.
RAPHAELLA MONIKE TEIXEIRA DE SOUSA, RENATA VALENTIM ABREU, SAMARA MACHADO CASTILHO, LETICIA DOS SANTOS CRUZ, THATIANE CRISTINA DA ANUNCIAÇÃO ATHAIDE, CARLA PATRICIA SANTOS DOS SANTOS, RAFAELA MACIEL FERREIRA, BIANCA OLIVEIRA SOUSA

CAPACITAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDO DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS.

Autores: RAPHAELLA MONIKE TEIXEIRA DE SOUSA, RENATA VALENTIM ABREU, SAMARA MACHADO CASTILHO, LETICIA DOS SANTOS CRUZ, THATIANE CRISTINA DA ANUNCIAÇÃO ATHAIDE, CARLA PATRICIA SANTOS DOS SANTOS, RAFAELA MACIEL FERREIRA, BIANCA OLIVEIRA SOUSA

Apresentação: A implantação dos testes rápidos na atenção básica faz parte do conjunto de estratégias do Ministério da Saúde com o objetivo de qualificar e ampliar o acesso da população ao diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis (IST) como o HIV, sífilis, hepatite B e hepatite C. Os testes rápidos são de suma importância para o diagnóstico precoce de infecções no período gestacional, para a redução da transmissão vertical. Os testes rápidos podem ser realizados por qualquer profissional qualificado e capacitado. A execução, leitura e interpretação do resultado dos testes rápidos ocorrem em no máximo 30 minutos e não necessita de estrutura laboratorial. Podem ser realizados com amostra de sangue obtidos através da punção digital ou venosa, além de amostra de soro, plasma e fluido oral. A implantação de serviços que realizem o teste rápido propicia uma atenção resolutiva e qualificada. Entretanto, a implantação desse serviço ainda é um desafio a ser superado, devido a escassa qualificação dos profissionais da saúde para a realização do teste e a falta de materiais para a efetividade do serviço . Visto isso, o Ministério da Saúde, desenvolveu a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), que consiste em uma estratégia para a formação e desenvolvimento dos profissionais. A educação permanente é de suma importância para a capacitação desses profissionais, pois tem como objetivo transformar as práticas que são desenvolvidas no processo de trabalho, através do aprendizado significativo, buscando gerar reflexão acerca do processo de trabalho, autogestão, mudança institucional e transformação das práticas que são realizadas nos serviços. Este estudo possui como objetivo descrever experiência vivenciada em curso de capacitação para realização de testes rápido de infecções sexualmente transmissíveis em uma unidade básica de saúde municipal em outubro de 2019. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo qualitativo do tipo relato de experiência de vivência de acadêmicos em uma capacitação profissional de teste rápido de HIV, Sífilis, Hepatite C e B em uma Unidade Municipal de Saúde do município de Belém em outubro de 2019, durante estágio extracurricular realizado no local. O curso foi ofertado para toda a equipe de estagiárias que iniciariam atividade no local.Resultado: O curso de capacitação foi destinado a estagiárias recém admitidas na unidade de saúde para realização de estágio extra curricular, na oportunidade participaram do curso 5 acadêmicas de enfermagem, e o curso foi realizado pela enfermeira atuante da unidade no setor de doenças infecciosas e parasitárias, realizando o manejo de usuários nos programas do Ministério da Saúde de controle da tuberculose, hanseníase e HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis, além de realizar o manejo e a notificação de outras doenças, como a raiva, leishmaniose, tétano, febre amarela e outras se fosse necessário. No local, fomos convidadas a realizar o curso na sala de reunião da unidade, onde nos foi disponibilizado pela enfermeira uma apostila contendo o Protocolo Operacional Padrão (POP) do município para realização do teste rápido de HIV, Sífilis, Hepatite B e C, além de documento demonstrativo da ficha de preenchimento, Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) e entrevista, que são necessárias para a realização dos testes rápido. Inicialmente fomos apresentadas aos documentos supracitados, e nos foi recomendado que no ato do preenchimento desses documentos, não fosse pulada nenhuma etapa, nem mesmo nenhum item da ficha, pois são de suma importância para a alimentação dos sistemas de informação de saúde, porém a enfermeira nos alertou de que nem todas as informações seriam preenchidas em alguns casos, pois alguns usuários preferem negar-se a fornecer informações intimas, mesmo quando se estabelece um vínculo de confiança, nestes casos deve sempre priorizar o preenchimento dos itens mais relevantes, como o nome, número do cartão SUS do usuário, idade, data de nascimento, nome da mãe e data de nascimento. Em seguida, a enfermeira explanou como deve ser realizada a abordagem e a conduta do profissional enfermeiro em casos de resultados reagentes nos testes, onde frisou a importância de manter um vínculo com o usuário, promover uma ambiência favorável no local, proporcionar confiança nas possibilidades de tratamento e cura se fosse o caso, além de oferecer apoio emocional e ajuda especializada, neste momento há também o encaminhamento do usuário para centros especializados no tratamento, como a CASA DIA que atende portadores do vírus HIV que são tratados dentro da rede municipal de saúde, e o Centro de Testagem e Aconselhamento – CTA, que promove a prevenção, o diagnóstico e realiza a assistência inicial à Pessoa que vive com o HIV, bem como aos parentes e amigos das pessoas que convivem com o HIV. Em seguida, iniciou-se o aprendizado da etapa técnica de realização dos testes rápido, neste momento, formamos duplas e iniciamos o preenchimento dos documentos com realização das entrevistas, em seguida nos foi apresentado os testes que seriam realizados naquele momento, sendo eles: HIV, Sífilis, Hepatite C e B, e como eles se apresentavam nas embalagens, os itens que continham na embalagem e os itens de biossegurança que seriam necessários para a realização dos testes, como a luva, óculos, máscara e avental de segurança. O realizador deve vestir-se dos EPI’s, identificar os testes com as iniciais do usuário e iniciar a perfuração do dedo indicador do usuário com lanceta estéril e realizar a ordenha do sangue, em seguida coletar o material em quantidade suficiente com a pipeta que acompanha o teste rápido na embalagem, e gotejar o material no teste rápido no local indicado nos 4 testes, em seguida faz-se o gotejamento do tampão (reagente) que também acompanha o produto na embalagem, na quantidade indicada, sendo elas: 2 gotas para os testes de sífilis, HIV e hepatite B e 4 gotas para o teste de hepatite C. Após a realização da técnica, deve-se aguardar de 15 a 30 minutos (ideal 20 minutos) para realizar a leitura do teste, nunca realizar a leitura antes de 15 minutos ou após 30 minutos, para evitar que haja interpretação errônea, se em caso de interpretações após o tempo determinado, fomos orientadas a realizar novo teste. No que se refere a interpretação dos resultados dos testes, a enfermeira frisou a importância do aparecimento da linha C (control) pois ela valida o teste, indicando seu funcionamento e a confiabilidade, em caso de aparecimento da linha T (test) deverá ser interpretado como reagente aquela amostra no teste ao que foi fornecido o produto sanguíneo, nestas situações a orientação é que se realize um contra teste com teste rápido de outro laboratório, se a interpretação for reagente, há a necessidade de realizar a abordagem e condutas específicas do enfermeiro já supracitadas.Considerações finais: Nesta oportunidade, ficou evidenciada a importância de se realizar a técnica do teste rápido na prática, visto que aprender a teoria é importante, porém a prática proporciona uma visão ampla e detalhada do procedimento. Podemos destacar ainda a importância da educação permanente para realização de procedimentos como estes, para todos os profissionais de saúde, visto que, há a grande possibilidade de testes apresentarem-se reagentes, para isto é necessário que o profissional esteja capacitado para realizar uma abordagem e um manejo adequado do usuário diagnosticado, levando em consideração suas especificidades e o fato de que um resultado positivo para infecções sexualmente transmissíveis é um evento de grande relevância na vida humana.JOSIMAR JOSE MOIA NUNESCAPACITAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDO DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS.

9491 DIFICULDADES ENFRENTADAS PARA A IMPLEMENTACÃO DO GENE XPERT NO DIAGNÓSTICO DA TUBERCULOSE EM TRÊS MUNICIPIOS DE FRONTEIRA DO ESTADO DO AMAZONAS.
Marcela dos Santos Hipy, Maria Francisca de Souza Rodrigues, Alexandra Brito de Souza, Marcelo Cordeiro dos Santos

DIFICULDADES ENFRENTADAS PARA A IMPLEMENTACÃO DO GENE XPERT NO DIAGNÓSTICO DA TUBERCULOSE EM TRÊS MUNICIPIOS DE FRONTEIRA DO ESTADO DO AMAZONAS.

Autores: Marcela dos Santos Hipy, Maria Francisca de Souza Rodrigues, Alexandra Brito de Souza, Marcelo Cordeiro dos Santos

Apresentação: No ano 2017, estima-se que 10 milhões de pessoas adoeceram por tuberculose (TB), causando 1,3 milhões de mortes no mundo, o que mantém a Tuberculose entre as 10 principais causas de morte no planeta. O Amazonas apresentou em 2017 um coeficiente de incidência de 72,9/100.000 hab, e coeficiente de mortalidade de 3,9/100.000 hab. O objetivo deste trabalho foi descrever os aspectos epidemiológicos e laboratoriais e o impacto da implementação do Xpert MTB/RIF® para diagnóstico da tuberculose na região de fronteira em três municípios do interior do Amazonas, além de algumas dificuldades encontradas. O Xpert MTB/Rif® é um teste molecular rápido para a detecção de Mycobacterium tuberculo­sis e resistência à rifampicina simultaneamente, utilizando tecnologia avançada que pode ser usada na rede primária de saúde. Diante da dimensão territorial do Estado do Amazonas, da distribuição epidemiológica da TB em todos os municípios, como o Xpert MTB/RIF®. No período do estudo2013/2014, foram estudados 3 municípios de fronteiras do Brasil: Atalaia do Norte, Benjamin Constant e Tabatinga. Notificados 164 casos de TB, sendo 23,8% (39/164) no município de Atalaia do Norte, 20,1% (33/164) no município de Benjamim Constant e 56,1% (92/164) em Tabatinga. Resultado: Após implementação do Xpert MTB/RIF®, no município de Tabatinga, no período de 2015/2016, foram notificados 139 casos de TB, sendo 11,5% em Atalaia do Norte, 27,3% em Benjamim Constant e 61,1% em Tabatinga. Nos municípios estudados a incidência da TB variou de 21,5/100.000hab em Atalaia do Norte em 2016 a 130,3/100.000hab em Tabatinga no ano de 2013. O sexo masculino apresentou o maior número de casos e as frequências mais elevadas foram observadas na faixa etária de 15 a 39 anos. Observou-se que entre os 303 casos de TB diagnosticados nos três municípios, antes e depois da implementação do Xpert MTB/RIF®, a baciloscopia foi realizada/registrada para todos os casos de TB dos municípios. No entanto o Xpert MTB/RIF®, foi realizado apenas em 43 amostras. Considerações finais: Com a implementação do teste rápido na região de fronteira algumas dificuldades foram encontradas para a viabilização dos dados e processamento das amostras, como a logística de transporte, internet precária para divulgação dos dados, distância geográfica (rios, estradas de difícil acesso) entre os municípios de fronteira, comunicação prejudicada entre os três municípios do estudo. Constatou-se a necessidade de um plano de ação enfatizando as questões logísticas para o controle e combate à tuberculose nesta região de fronteira e possível aumento bacteriológico no diagnóstico. Palavras-chave: Dificuldades, Epidemiologia, Tuberculose, XpertMtb/Rif®, Amazonas

9604 ANÁLISE RETROSPECTIVA DA EVOLUÇÃO CLÍNICA DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA TRATADOS COM CEFTRIAXONE OU PENICILINA NOS ANOS DE 2016 ATÉ JUNHO DE 2018 NO AMBULATÓRIO DE REFERÊNCIA NO MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS.
Mattheus Guarilha Chiapeta, Margarete Domingues Ribeiro, Larissa Rodrigues Ramos, Emanuela Carneiro, Claúdia Miguel Souza, Camila Gomes Pereira, Lucas Vargas Fabbri

ANÁLISE RETROSPECTIVA DA EVOLUÇÃO CLÍNICA DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA TRATADOS COM CEFTRIAXONE OU PENICILINA NOS ANOS DE 2016 ATÉ JUNHO DE 2018 NO AMBULATÓRIO DE REFERÊNCIA NO MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS.

Autores: Mattheus Guarilha Chiapeta, Margarete Domingues Ribeiro, Larissa Rodrigues Ramos, Emanuela Carneiro, Claúdia Miguel Souza, Camila Gomes Pereira, Lucas Vargas Fabbri

Apresentação: O trabalho em questão busca analisar a eficácia do tratamento não penicilínico da sífilis congênita em gestantes portadoras de sífilis e quais suas repercussões clinicas e laboratoriais para criança. Foram utilizados os dados do programa DST/AIDS no município de Teresópolis, em um período pós desabastecimento nacional de penicilina no intuito de avaliar o acompanhamento do atendimento das crianças com diagnóstico de sífilis congênita. Devido a sífilis congênita ainda ser um grande problema de saúde pública se faz necessário o diagnóstico precoce e tratamento correto para prevenir sequelas graves e permanentes, modificando este cenário preocupante em que vivemos atualmente. Este trabalho visa analisar a eficácia do tratamento não penicilínico em recém nascidos portadores de sífilis congênita, quais suas repercussões para a criança no que tange ao desenvolvimento de caracteres clínicos/laboratoriais que definiriam o caso como sífilis congênita no ambulatório de pediatria do programa DST/AIDS no município de Teresópolis nos anos de 2016 até junho de 2018. A análise principal do grupo se deu em relação ao esquema terapêutico empregado em cada paciente. Percebeu-se que a Penicilina Cristalina, que é o antibiótico preconizado como primeira linha no tratamento da sífilis congênita, foi expressivamente o medicamento mais utilizado para tratar 51 (70,8%). Em seguida, a Penicilina Benzatina se destacou com 14 (19,4%). Dentro do analisado, o uso do Ceftriaxone como opção terapêutica foi notável com 8 (11,1%) de uso. Também é relevante citar que em 4 casos não se foi informado no prontuário qual o antibiótico utilizado, o que configura (5,5%) O trabalho apresentado possibilitou demonstrar algumas das principais utilizações da ceftriaxona, pesquisada como uma alternativa ou mesmo uma substituição à penicilina no tratamento da sífilis congênita. O estudo conseguiu abordar algumas de suas principais indicações. A ceftriaxona possui uma ação importante no tratamento da neurossífilis. Ela possui a capacidade de ultrapassar a barreira hematoencefálica, com concentração suficiente para agir no treponema presente no líquido cerebroespinhal. A penicilina, por sua vez, ainda é considerada o medicamento de escolha para tratar a sífilis congênita nas suas apresentações penicilina procaína e cristalina. Por tudo isso, conclui-se que o uso da ceftriaxona no tratamento da sífilis congênita pode ser considerada uma alternativa interessante quando não há possibilidade de utilização da penicilina cristalina, como casos de indisponibilidade medicamentosa. Os protocolos do MS trazem segurança ao paciente devido a seus vários estudos o que permite utilizar uma droga não preconizada inicialmente.  

9607 SÍFILIS CONGÊNITA, AINDA UM DESAFIO EM SAÚDE PÚPLICA
Mattheus Guarilha Chiapeta, Larissa Rodrigues Ramos, Margarete Domingues Ribeiro, Emanuela Carneiro, Lucas Vargas Fabbri, Camila Gomes Pereira, Claudia Miguel Souza

SÍFILIS CONGÊNITA, AINDA UM DESAFIO EM SAÚDE PÚPLICA

Autores: Mattheus Guarilha Chiapeta, Larissa Rodrigues Ramos, Margarete Domingues Ribeiro, Emanuela Carneiro, Lucas Vargas Fabbri, Camila Gomes Pereira, Claudia Miguel Souza

Apresentação: A sífilis congênita é uma infecção materna tratável de maneira a prevenir a contaminação fetal. Segundo o Ministério da Saúde nos últimos 5 anos tem se observado um aumento da incidência de sífilis congênita no Brasil ficando evidente que as características socioeconômico-culturais estão diretamente relacionadas a esta infecção. Este trabalho tem como objetivo mostrar o acompanhamento ambulatorial multiprofissional de RN com sífilis congênita, compreendendo da importância que tenha um bom crescimento e desenvolvimento. Trata-se de uma pesquisa retrospectiva, quantitativa, descritiva, utilizando como instrumento de coleta de dados os prontuários de todos os casos de sífilis congênita no município de Teresópolis-RJ nos anos 2016 até junho de 2018. Verificando a execução do acompanhamento oftalmológico, neurológico e otológico no ambulatório de pediatria do programa DST/AIDS no município. Para as crianças com sífilis congênita é essencial o acompanhamento com o especialista oftalmologista, devido ao risco de lesões oculares em longo prazo. Infelizmente, apenas 34 (47%) dos pacientes conseguiram acompanhamento oftalmológico, e 38 (53%) não realizaram/não foi informado. A dificuldade da rede de saúde do município em conseguir vaga com o especialista pode ser citada como fator importante na apresentação desses dados. Devido à dificuldade de acesso a profissionais especialistas no Sistema Único de Saúde (SUS) de Teresópolis, o atendimento integral aos recém nascidos diagnosticados com sífilis congênita fica prejudicado, o que reflete no acompanhamento neurológico. Tendo em vista a repercussão no crescimento e desenvolvimento destas crianças é inadmissível que de 100% dos pacientes esteja sem acompanhamento, realidade encontrada entre 2016 e primeiro semestre de 2018. A surdez congênita é uma complicação que pode decorrer da infecção intra-útero pelo Treponema pallidium. A prevenção é a melhor solução e um pré-natal bem feito reduz significativamente o risco de adquirir esta comorbidade. Uma vez adquirida, o diagnóstico e o seguimento precoces com otorrinolaringologista pode alterar o prognóstico. A intervenção precoce proporciona opções terapêuticas como o implante coclear que é capaz de reverter um quadro de surdez total. No entanto, a análise dos prontuários revela um seguimento precário. Apenas 6% dos prontuários analisados tiveram um seguimento adequado. Tal situação reflete o desajuste no sistema de referência e contra-referência no município de Teresópolis no período de 2016 a primeiro semestre de 2018. A integralidade, um princípio que visa a assegurar aos indivíduos a possibilidade de receber assistência em todos os níveis. A partir da análise dos dados referente ao numero de consultas follow up pode-se observar que um dos mais importantes princípios do SUS que é a integralidade não tem se cumprido devido a dificuldade da marcação de consultas com especialistas. Tal fato deixa em evidência a deficiência no sistema de referencia e contra referência do município. Espera-se que as reflexões levantadas neste estudo possam excitar inovações nas politicas de saúde vigentes e formações de redes pensadas sob a luz da complexidade e flexibilidade para tornar esse sistema eficaz. É de suma importância maior fluidez no sistema de referenciamento para especialidades tão necessárias no acompanhamento de crianças portadoras de sífilis congênita

9628 A ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NOS CUIDADOS PALIATIVOS EM PORTADORES DE AIDS/HIV
Larissa Chagas Suhett, Caroline Nascimento de Souza, Brendon Edson Armanini, Italla Maria Pinheiro Bezerra, Juliana Maria Bello Jastrow, Amélia Toledo da Silva Bauduina, Helena Louzada Hell, Eloíza Toledo Bauduina

A ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NOS CUIDADOS PALIATIVOS EM PORTADORES DE AIDS/HIV

Autores: Larissa Chagas Suhett, Caroline Nascimento de Souza, Brendon Edson Armanini, Italla Maria Pinheiro Bezerra, Juliana Maria Bello Jastrow, Amélia Toledo da Silva Bauduina, Helena Louzada Hell, Eloíza Toledo Bauduina

Apresentação: A síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) caracteriza-se como uma doença causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), um retrovírus que ataca o sistema imune desprotegendo o hospedeiro de modo que ele tenha sua defesa enfraquecida e mesmo que a terapia antirretroviral altamente ativa seja eficaz no tratamento, essa patologia continua sendo grave, progressiva, incurável e causa sérios prejuízos à saúde do infectado. Em consonância a isso a Organização Mundial de Saúde afirma que “Cuidados paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos espirituais. ” No âmbito da equipe multiprofissional, o enfermeiro juntamente com a equipe técnica é responsável pela gerência do cuidado e desempenha um papel fundamental na implementação dos cuidados paliativos para pacientes com AIDS/HIV, promovendo conforto e qualidade de vida. Neste contexto, este trabalho tem como objetivo analisar a atuação da equipe de enfermagem na efetivação dos cuidados paliativos aos portadores de AIDS/HIV. Desenvolvimento: Trata-se de uma revisão integrativa realizada na base de dados da Scientific Electronic Library Online (SciELO ) durante o mês de janeiro de 2020. Para busca, utilizou-se os descritores baseados no Decs: Enfermagem AND Cuidados Paliativos AND AIDS. Os critérios de inclusão foram: Artigos em português escritos no período de 2013 a 2019. Resultado: Foram encontrados 04 artigos, após aplicação dos critérios de inclusão, restaram 03 artigos, e depois da leitura de títulos e resumos, posteriormente realizando-a de forma completa, resultou-se em um total de 02 artigos analisados.  Os estudos reforçaram a necessidade de uma melhor qualificação técnico científica da equipe de enfermagem, no que se refere aos cuidados prestados aos pacientes portadores de AIDS/HIV que se encontram em cuidados paliativos, não só compreendendo o sofrimento do paciente, como também de sua família, tendo um olhar holístico e livre de preconceitos, para que a assistência ofertada seja efetiva e realmente proporcione a esta população uma melhor qualidade de vida. Além disso, ao oferecer assistência ao paciente é necessário que o profissional vise sempre os conceitos bioéticos, como a autonomia, justiça, igualdade, beneficência, atendendo as necessidades daquele paciente em cuidados paliativos Considerações finais: Evidenciou-se apesar de existir políticas públicas que garantem a assistência à portadores do HIV/AIDS e apoio aos familiares, a AIDS ainda se constitui como um problema de grande relevância na saúde pública. É perceptível uma grande dificuldade dos profissionais em abordar e prestar o cuidado a esse público, pois não se trata somente de praticar o bem, mas sim, de evitar que aconteça agravos ou falhas na assistência ocorram. Este cuidado exige profissionais capacitados, ambientes mais acolhedores e confortáveis para o atendimento, além da necessidade de fortalecimento das redes de apoio ao paciente, visto que a condição emocional tem influência em seu processo de dor.

9847 POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO HIV/AIDS NA FRONTEIRA NORTE DO PAÍS
Letícia Caroline de Sena Nunes, Veridiana Barreto do Nascimento, Leidiane Pereira de Sousa, Lise Maria Carvalho Mendes, Antônio Sabino da Silva Neto, Rair Silvio Alves Saraiva

POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO HIV/AIDS NA FRONTEIRA NORTE DO PAÍS

Autores: Letícia Caroline de Sena Nunes, Veridiana Barreto do Nascimento, Leidiane Pereira de Sousa, Lise Maria Carvalho Mendes, Antônio Sabino da Silva Neto, Rair Silvio Alves Saraiva

Apresentação: A AIDS é considerada uma doença que representa um grande problema de saúde pública, sendo considerada uma pandemia. Os indivíduos infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) evoluem com uma grave disfunção do sistema imune, resultando na destruição e disfunção de linfócitos T. Este estudo buscou identificar as potencialidades e fragilidades no diagnóstico e tratamento do HIV/AIDS no município de Oiapoque. Desenvolvimento: Tratou-se de um estudo descritivo, do tipo quantitativo, realizado através de pesquisa de campo. Os informantes foram enfermeiros e técnicos em enfermagem atuantes nas unidades básicas de saúde no município de Oiapoque. Resultado: Apenas 50% dos enfermeiros afirmaram possuir pós-graduação. A maior parte das capacitações tiveram duração de apenas 1 dia (50%). Em relação aos responsáveis pela capacitação 8% mencionou a equipe da atenção básica do município; quanto à realização do TR do HIV 50% disse ser feito em sala exclusiva ou de referência; 83% dos entrevistados realiza o aconselhamento pós-teste e entrega de resultado em um consultório individual; 67% quem realiza esse procedimento é o mesmo que realiza o TR do HIV; sobre suas aptidões para realizar do aconselhamento, 67% dos profissionais disseram estar aptos; Com relação à acessibilidade do indivíduo ao teste rápido 92% afirmaram que eles têm fácil acesso ao TR; pode-se perceber que 84% dos profissionais admitiram que é possível executar o TR do HIV no atendimento rotineiro; 75% dos entrevistados acham que o TR faz parte de suas atribuições. Em casos de janela imunológica 84% dos profissionais costumam orientar sobre o retorno para realização de um novo teste; nos casos em que o resultado foi positivo 76% dos profissionais pede exame laboratorial confirmatório. Considerações finais: Espera-se que este estudo forneça subsídios para estimular mudanças quanto as potencialidades e fragilidades no enfrentamento e diagnóstico do HIV/AIDS, visando também colaborar com a melhoria da prática dos enfermeiros e técnicos de enfermagem, além de promover uma efetiva realização e ampliação do TR do HIV na atenção básica.  

9921 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA AIDS E A CONSTITUIÇÃO DAS MEMÓRIAS SOCIAIS: DIFERENÇAS E APROXIMAÇÕES
Rômulo Frutuoso Antunes, Renata Lacerda Marques Stefaisk, Denize Cristina de Oliveira, Sergio Corrêa Marques

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA AIDS E A CONSTITUIÇÃO DAS MEMÓRIAS SOCIAIS: DIFERENÇAS E APROXIMAÇÕES

Autores: Rômulo Frutuoso Antunes, Renata Lacerda Marques Stefaisk, Denize Cristina de Oliveira, Sergio Corrêa Marques

Apresentação: O contágio pelo vírus HIV, cujos primeiros casos surgiram na década de 1980, é causador da AIDS, manifestação clínica grave, cuja epidemia tornou-se um importante marco histórico e se apresentou como um grave problema de saúde pública. A teoria de representações sociais associada a abordagem da memória social permite desvelar as diferentes representações da AIDS em distintos momentos temporais. O objetivo deste trabalho é analisar as diferenças na composição das representações sociais da AIDS de pessoas que vivem com HIV e que vivenciaram diferentes momentos epidemiológicos da síndrome. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, fundamentado na Teoria das Representações Sociais, utilizando a abordagem estrutural, e nos preceitos teóricos do estudo de memória. O estudo foi realizado com 384 sujeitos que vivem com HIV, sendo 180 provenientes do Rio de Janeiro, 103 de Macaé e 101 de Niterói. Para possibilitar a discussão  dos conteúdos de memória, dividiu-se o grupo em duas subamostras, sendo: 184 indivíduos com faixa etária entre 18 e 40 anos; e 200 indivíduos com idade a partir de 40 anos, de forma a evidenciar grupos que vivenciaram um momento anterior da epidemia e aqueles com experiência mais recentes. Os dados foram coletados por meio de questionário sociodemográfico e pela técnica de evocações livres ao termo indutor “aids”. Para a análise das evocações utilizou-se o software EVOC 2005. No processo de análise das evocações do grupo (A), com idade menor ou igual a 40 anos, o software identificou 848 palavras, dentre as quais 95 são diferentes. Para formação e estruturação interna da representação da AIDS para o grupo (B), com idade superior a 40 anos, o software contabilizou 927 palavras, sendo 90 diferentes. Os elementos que formam o possível núcleo central da representação da AIDS do grupo A são: preconceito, doença-normal, tristeza, medo e morte. Em relação ao grupo B, as palavras que formam o possível núcleo central são: preconceito, morte, tratamento, cuidados-saúde e doença-normal. Percebe-se que o núcleo central do grupo mais jovem possui um caráter predominantemente negativo e com apenas um termo (doença-normal) remetendo a aspectos positivos do viver com a doença. O grupo mais velho possui um núcleo central predominantemente positivo, uma vez que dentre os cinco elementos que o constituem, dois são negativos (preconceito e morte) e os demais remetem a aspectos positivos do viver com HIV. Tal representação do grupo A elucida a memória imagética ou a vivência real frente ao fenômeno da AIDS na década de 80 e suas repercussões no convívio social atual. Além disso, esse grupo é composto por indivíduos que, provavelmente, estão na fase sexualmente ativa, assim sendo, possivelmente vivenciam ou temem situações de constrangimento e estigmatização decorrentes da sua condição sorológica e lidam cotidianamente com as possíveis consequências desse preconceito, como o sofrimento e o isolamento social. Já o grupo B, expressa uma memória social com uma perspectiva mais otimista, bem como, demonstra o processo de normalização da AIDS, ao expressá-la como uma doença comum. Cabe ressaltar, que o termo preconceito possui maior frequência de evocação entre os núcleos centrais dos dois grupos, demonstrando a importância desse aspecto para todo o grupo que possivelmente vivencia ou tem ciência de que situações de estigmatização são comuns no cotidiano das pessoas que vivem com HIV. O grupo mais jovem traz elementos centrais como tristeza, medo e morte, refletindo alguns dos desafios do viver com HIV/AIDS, abarcando o medo trazido pela possibilidade da morte devido à doença e a tristeza decorrente dessa situação. O grupo mais velho, traz elementos centrais como o tratamento e o cuidado-saúde, que refletem o cuidado de si, preservação da saúde e da qualidade de vida, ou seja, mostram-se mais responsáveis e envolvidos com o próprio tratamento. No quadrante superior direito, localiza-se a primeira periferia que, para o grupo A, apresenta o termo cuidados-saúde, com teor positivo, o qual se relaciona ao elemento doença-normal ao refletir a necessidade de cuidado de si decorrente da condição de portador de uma doença crônica; para o grupo B, encontra-se o termo positivo força-de-vontade, elemento que reforça as estratégias de enfrentamento frente ao conviver com o HIV e se associa aos termos cuidados-saúde e tratamento presentes no Núcleo Central. No quadrante inferior direito, localiza-se a segunda periferia. Para o grupo dos mais novos inclui os termos: depressão, força de vontade, prevenção, sofrimento e tratamento. Alguns elementos reforçam o termo cuidados-saúde presente na primeira periferia e se relacionam às práticas de autocuidado do indivíduo que é acometido por uma doença passível de prevenção. Já no grupo dos que possuem mais de 40 anos, encontra-se os elementos: adaptação, vida-normal, medicações, solidariedade e isolamento. Uma análise geral desse quadrante demonstra um predomínio de palavras positivas (adaptação, vida-normal, medicações, solidariedade) e a existência de um termo que pode ser considerado negativo (isolamento). O quadrante inferior esquerdo, corresponde à zona de contraste, a qual contempla os elementos que possuem baixa frequência, porém são considerados importantes devido à prontidão da evocação, bem como, expõe a existência de um subgrupo que vê a representação de forma diferente. O grupo A contém os elementos ruim e vida-normal; já o grupo B contém os termos ruim, medo, tristeza, prevenção, cura e sofrimento. Nesse caso, há uma predominância de elementos negativos (ruim, medo, tristeza e sofrimento) e apenas três positivos (cura, prevenção e vida-normal). Os elementos negativos reforçam a ideia trazida pelos núcleos centrais, sendo o elemento medo associado ao termo morte presente nos núcleos centrais. Os elementos ruim, tristeza e sofrimento se associam para expressar desdobramentos dos termos morte e preconceito, demonstrando uma possível vivência real ou imaginária desses aspectos pelos integrantes desse grupo. O termo prevenção é um desdobramento do elemento cuidados-saúde e reforça o fato da AIDS ser uma doença passível de prevenção, a necessidade do autocuidado para proteção de si mesmo e, também, uma tentativa de evitar o contágio de outros. O termo cura pode indicar a existência de um subgrupo que, apesar de demonstrar consciência da necessidade de adaptação e convívio com a doença, ainda parece almejar o momento em que a cura será descoberta e será possível viver sem a AIDS. Dessa forma, a zona de contraste reforça os dois aspectos, negativos e positivos, destacados nos núcleos centrais. Conclui-se que a representação da AIDS é distinta quando observada sob a ótica de diferentes momentos históricos e de experiências dos grupos, apresentando uma tendência mais positiva para o grupo mais velho, o qual vivenciou os momentos iniciais da epidemia associados ao alto índice de letalidade pela doença e, possivelmente, teve oportunidade de ressignificar sua situação atual de saúde ao compara-la ao momento anterior vivenciado. Tal percepção é reforçada pela análise dos termos exclusivos de da representação de cada grupo, ou seja, os elementos que não se repetem nas duas representações, sendo possível perceber um elemento negativo (depressão), no grupo dos participantes mais jovens e a presença de quatro elementos positivos (cura, adaptação, medicações e solidariedade) exclusivamente no grupo acima de 40 anos, fato que confirma as diferentes orientações simbólicas observadas no núcleo central. Os resultados apontam diferenças nos modos de pensar de grupos homogêneos quanto ao diagnóstico e heterogêneos quanto as suas vivencias da doença, exigindo refletir sobre o cuidado a ser prestado a cada grupo, considerando suas especificidades.

9978 A INFLUÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE NO COTIDIANO DE PVHA
Leandra da Silva Paes, Antonio Marcos Tosoli Gomes

A INFLUÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE NO COTIDIANO DE PVHA

Autores: Leandra da Silva Paes, Antonio Marcos Tosoli Gomes

Introdução. A descoberta do diagnóstico do HIV/AIDS traz à tona sentimentos relacionados a uma síndrome sem cura e, muitas vezes, uma representação de condenação velada à morte. Até o profundo entendimento da síndrome e suas consequências, as PVHA trilham um caminho de medo e ansiedade. Objetivos. Analisar a influência da espiritualidade de pessoas que vivem com HIV (PVHIV) no cotidiano. Método. Estudo descritivo qualitativo, embasado na Teoria das Representações Sociais, realizado em um Serviço de Atenção primária, localizado na Baixada fluminense, com 39 PVHIV maiores de 18 anos. Foi utilizado questionário sociodemográfico e entrevista não estruturada para a obtenção dos conteúdos da representação. O conteúdo discursivo foi transcrito em um corpus e submetido à análise de conteúdo do tipo lexical com o emprego do software IRAMUTEQ. Resultado:. A maioria dos participantes do estudo é do sexo masculino (55.8%), evangélicos (40.6%), possuem idades entre 41 e 50 anos (27.9%) e 77.9% têm tempo de diagnóstico superior a uma década. Com relação ao conteúdo discursivo, o software identificou 493 segmentos de textos, 2091 número de formas distintas. Neste estudo foi explorada a classe Classe 3: a espiritualidade no cotidiano: relação com o divino e influência no viver com o HIV/AIDS; a mesma foi responsável por 16.7% das UCEs e os principais elementos relacionados foram: Espiritualidade (x2: 67.41), influenciar (x2: 43.63), Deus (x2: 39.38), viver (x2: 19.44), totalmente (x2: 24.72), deprimido (x2: 20.19), positivo (x2: 19.98), humano (x2: 61.8), momento (x2: 18.75), acreditar (x2: 18.74), e vida (x2: 17.64). Esses elementos traduzem o papel atribuído à espiritualidade para PVHA. Discussão. A espiritualidade tem trazido suporte, conforto e esperança para atingir a superar as atuais dificuldades vindas com o diagnóstico. A espiritualidade, surge como uma forma de ressignificação da vida após o diagnóstico, o caminho é individual e se apoia nas crenças adquiridas e construídas ao longo do tempo. a crença em um Ser Superior faz com que pacientes encontrem força, coragem e motivação para seguir adiante nas diferentes adversidades impostas pela doença. O retorno às atividades diárias e a incorporação de hábitos saudáveis devem ser estimulados e a espiritualidade e religiosidade também podem atuar como um reforço nesse aspecto na adesão à terapêutica, como um encontro do indivíduo com o seu self, possibilitando se posicionar frente às situações vindouras e frente a si mesmo. O presente estudo é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e homologado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

10006 ESTRATÉGIAS EPIDEMIOLÓGICAS USADAS NO ENFRENTAMENTO AO SARAMPO EM TEFÉ/AM
Terezinha Oliveira Araujo, Maria Adriana Moreira, Thayana Oliveira Miranda, Tereza Canalles, Bruna Pereira, Elizete Azevedo, Josiane Medeiros, Julio César Schweickardt

ESTRATÉGIAS EPIDEMIOLÓGICAS USADAS NO ENFRENTAMENTO AO SARAMPO EM TEFÉ/AM

Autores: Terezinha Oliveira Araujo, Maria Adriana Moreira, Thayana Oliveira Miranda, Tereza Canalles, Bruna Pereira, Elizete Azevedo, Josiane Medeiros, Julio César Schweickardt

Apresentação: O presente relato tem por objetivo descrever a experiência e os resultados das estratégias epidemiológicas desenvolvidas no enfrentamento do surto de sarampo no município de Tefé /AM, nos anos de 2018 e 2019. Tefé é um município localizado na região do Médio Solimões no Estado do Amazonas, com uma população de 67.148 cadastrados de acordo com o Ministério da Saúde. Desenvolvimento: Em se tratando do sarampo, que é uma doença viral, aguda, grave, transmissível e de alta contagiosidade, ainda que tenhamos a prevenção por meio da vacina, que se apresenta como método seguro e de baixo custo, essa doença ainda é uma das principais causas de morbimortalidade na faixa etária de crianças menores de 05 anos. Sobretudo aquelas com desnutrição e que vivem em países subdesenvolvidos. No Brasil, o sarampo é uma doença de notificação compulsória desde 1968. Em 2018 ocorreu uma reinserção desse vírus. O Amazonas foi um dos 11 Estados com casos confirmados. No município de Tefé foram notificados 56 casos suspeitos, dentre eles, 36 foram confirmados por critério laboratorial (LACEN-AM) e 20 descartados, isso em decorrência da situação epidemiológica, ocorrido no período entre março e novembro de 2018. O primeiro caso surgiu na data de 11 março de 2018 e o último caso confirmado no dia 27 de novembro. Em 2019 foram notificados 5 casos suspeitos, sendo todos eles descartados por critérios epidemiológicos. Em consequência da situação epidemiológica do sarampo, no município de Tefé, a coordenação de Vigilância em Saúde juntamente com a Vigilância Epidemiológica, frente a mudanças nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual e coletiva, adotou medidas de prevenção e controle. Desta forma um dos primeiros passos do plano estratégico das coordenações foi a elaboração da nota técnica informativa n° 01/2018 para as instituições públicas e privadas, a mesma foi repassada em formato físico primeiramente, em um encontro com os profissionais de cada instituição, onde ressaltávamos a intensificação das ações de monitoramento e controle do sarampo e as estratégias adotadas pela coordenação de Vigilância Epidemiológica.  Conseguinte todos os profissionais de saúde, de acordo com as categorias, foram convocados a participar de uma capacitação sobre o sarampo, onde foi apresentado o fluxograma de acolhimento a pessoa com sintomas de sarampo, norteamos, também, como unidades notificadoras presentes o hospital, as UBS, SPA, DSEI e serviços de saúde privado: clinicas e laboratórios. Neste encontro abordamos os aspectos gerais do sarampo, bem como as medidas de prevenção, enfatizando que cada profissional que ali estava tornava-se um vigilante de casos suspeitos de sarampo. Ainda na linha educativa todas as instituições de ensino, portos, aeroportos, concentração militar, centros religiosos, sistema prisional, associação de pescadores, condutores de veículos, agentes de limpeza, departamentos públicos e privados dentre outros, onde se identificava aglomeração de pessoas, todos receberam os informativos sobre as manifestações do agravo e os cuidados. Nas unidades básicas de saúde além da educaçãos em saúde nos corredores e recepção, diariamente, o quantitativo de insumos, como equipamentos de proteção individual, foi aumentado nas unidades de saúde. Quanto as estratégias de vacinação todas as unidades de saúde do município de Tefé, hospital regional e equipes de apoio ribeirinha receberam as orientações técnicas de vacinação da Tríplice Viral, preconizada pelo Ministério da Saúde como principal forma de prevenção do sarampo. Dessa forma as estratégias vacinais foram: Vacinação de rotina - Sistemática e criteriosamente trabalhada em algumas unidades, inclusive em tempo integral, para que a população possa ser provida de adequada proteção imunitária mesmo fora dos horários de expediente; Monitoramento rápido de cobertura vacinal- Avalia-se a situação vacinal em um curto espaço de tempo a partir da comprovação por meio do senso vacinal físico que cada Agente Comunitário de Saúde tem das famílias que compreendem suas respectivas áreas geográficas através da visita casa a casa, ao encontrar um membro com a vacina atrasada ou por vencer o técnico de área é comunicado imediatamente para realizar a imunização em loco; Bloqueio vacinal – Deve ser feito em até 72 horas após o caso notificado seguindo o monitoramento dos contatos até 21 dias. Essa ação consiste em ir até o local onde se tem um suspeito e realizar a cobertura vacinal no quarteirão que compreende este território, com a finalidade de atingir as pessoas em qualquer faixa etária que não foram vacinadas ou não completaram o esquema vacinal da tríplice viral e outras vacinas; Ações de varredura – São realizadas prioritariamente nos bairros de maior número de casos suspeitos, onde os indivíduos são visitados casa a casa. O técnico de área, juntamente com ACS, faz as imunizações por micro área, onde se tem que monitorar o cartão de vacina de 100% dos indivíduos cadastrados e acompanhados. O monitoramento dentro das unidades de saúde foi intensificado através da busca retrospectiva, as quais eram aplicadas diariamente no fim do expediente em todos os registros de pessoas que adentraram o serviço, buscando atendimento com sintomas sugestivos de sarampo, as principais fontes de consulta eram os prontuários físicos e eletrônico dos pacientes, esses dados seguiam para coordenação de epidemiologia, codificados, gerando informações que posteriormente eram disseminadas para as equipes, dando subsídios para confecção dos boletins epidemiológicos da situação de sarampo em Tefé. Resultado: O resultado dessas ações foi a queda vertiginosa na incidência do sarampo com a cadeia de transmissão sendo interrompida em novembro de 2018. As ações de vacinação de forma massiva, a citar, a intensificação em postos de saúde com estratégias de varredura, a busca ativa no território de não vacinados, bloqueios, a participação intersetorial dos gestores municipais, bem como o protagonismo de equipes de resposta rápida permitiram alcançar coberturas vacinais superiores a 95% no município de Tefé. Ressaltando que mesmo quando em 2019 o Amazonas voltou a apresentar casos, o município de Tefé não confirmou nenhum caso e assim, aprimoramos nossa forma de monitorar; vivenciamos a integração Atenção Básica e Vigilância em Saúde; aperfeiçoamos os eixos de Educação Permanente, educação em saúde e promoção a saúde. Considerações finais: As  estratégias epidemiológicas usadas no enfrentamento ao sarampo no município de Tefé, as quais continuamos a usá-las no cotidiano da vigilância foram e são de extrema relevância para o nosso processo de trabalho, nos fazendo refletir nos procedimentos saúde e doença do paciente, sendo essencial manter a vigilância ativa, a integração e principalmente com Atenção Primaria em saúde.

10040 COBERTURA DO EXAME CITOPATOLÓGICO DO COLO DO ÚTERO NO PROGRAMA MÉDICO DE FAMÍLIA NA LÓGICA DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA CIDADE DE NITERÓI (RJ), BRASIL: UM BREVE DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO PARA UMA INTERVENÇÃO INFORMADA POR EVIDÊNCIA.
Rosane Da Silva Alves Cunha, Denise da Silva Erbas, Luciana Neto Barbosa, Miriam Monteiro Oliveira, Miriam Rangel Barquette, Raphaela Silva Tavares Lacerda, Rozidaili dos Santos Santana Penido, Vinícius Mendes da Fonseca Lima

COBERTURA DO EXAME CITOPATOLÓGICO DO COLO DO ÚTERO NO PROGRAMA MÉDICO DE FAMÍLIA NA LÓGICA DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA CIDADE DE NITERÓI (RJ), BRASIL: UM BREVE DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO PARA UMA INTERVENÇÃO INFORMADA POR EVIDÊNCIA.

Autores: Rosane Da Silva Alves Cunha, Denise da Silva Erbas, Luciana Neto Barbosa, Miriam Monteiro Oliveira, Miriam Rangel Barquette, Raphaela Silva Tavares Lacerda, Rozidaili dos Santos Santana Penido, Vinícius Mendes da Fonseca Lima

O problema objeto da intervenção é a baixa cobertura na coleta de exames citopatológicos do colo de útero realizado pelas unidades de Saúde da Família do município de Niterói. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Niterói possui uma população estimada no ano 2018, de 511.786 habitantes. A população cadastrada no Programa Médico de Família (PMF) é de 208.638 habitantes, tendo, portanto, uma cobertura de 42,8% do município. A prioridade são as Áreas de Especial Interesse Social – AIES, onde está a população de maior vulnerabilidade social, atualmente com cobertura de 79% do PMF, com previsão de atingir 90% até o final do ano 2019. O município de Niterói possui 42 Unidades de Médico de Famílias sendo que 1 Unidade compreende o Consultório na Rua, com 102 equipes básicas compreendidas pelas categorias profissionais: médicos, enfermeiros, técnicas de enfermagem e agentes comunitários de saúde) e 26 equipes de Saúde Bucal. É importante destacar que o Programa Médico de Família de Niterói, na sua implantação em 1992, trabalhava com a concepção de Grupo Básico de Trabalho – GBT, onde cada grupo era constituído por um coordenador, uma equipe de supervisão composta por clínico geral, pediatra, ginecologista-obstetra, assistente social, enfermeiro, e profissionais da área de saúde coletiva e saúde mental, que atuavam, e ainda atuam, de forma a apoiar técnica e metodologicamente a equipe básica, a qual era constituída de médico generalista e técnico de enfermagem, esse último deveria ser morador da área.Um dos propósitos de abordarmos essa temática no Município de Niterói, é o fato de, até os dias atuais, a coleta de citologia do Papanicolau ser realizada somente pelos profissionais médicos das equipes de saúde após capacitação pela Equipe de Supervisão de ginecologia e obstetrícia. No entanto, mediante o desempenho da cobertura identificada abaixo das metas do MS, se torna latente a necessidade da ampliação da oferta através da implementação da realização deste exame pelos profissionais enfermeiros. Outro propósito é o fato deste procedimento estar entre as ações que visam a detecção precoce de câncer, sendo considerado um dos fatores de proteção para doenças crônicas na população adulta. Ao analisarmos os dados de cobertura de preventivo no período de 2015 a 2018 coletados em mulheres de 25 a 64 anos registrados na base local do Sistema eSus, verificamos que foram alcançados 0,04% (2015) a 0,11% (2018) das mulheres do público alvo. Após análise de indicadores assistenciais e de produção das equipes de Saúde da Família sobre o rastreamento do câncer de colo de útero no município de Niterói, constatou-se o alcance de um terço da cobertura mínima preconizada pelo Ministério da Saúde (MS), que é de 0,3%.  

10249 CONVIVENDO COM O CONVHIVENDO: CONTRIBUIÇÃO DOS RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS NAS ATIVIDADES DO GRUPO
Maiara Batista da Silva, Esther Beatrice da Silva Joaquim, Beatriz Marinho Silva Romão, Fabiano de Araujo Neves

CONVIVENDO COM O CONVHIVENDO: CONTRIBUIÇÃO DOS RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS NAS ATIVIDADES DO GRUPO

Autores: Maiara Batista da Silva, Esther Beatrice da Silva Joaquim, Beatriz Marinho Silva Romão, Fabiano de Araujo Neves

Apresentação: Esse trabalho busca descrever um relato de experiência dos residentes multiprofissionais em Saúde da Família da ENSP/Fiocruz ocorrido na atenção básica de saúde, com um grupo de pessoas vivendo com HIV/AIDS. O ConvHIVendo é um grupo de educação e de promoção em saúde que ocorre uma vez por mês no Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/Fiocruz). Acontece desde 2007 e reúne cerca de 17 pessoas a cada encontro. É mediado por uma assistente social e tem como objetivo o acompanhamento da condição social dos usuários, distribuindo cestas básicas e realizando ações de educação e comunicação em saúde. Nesse sentido, a oportunidade dos residentes participarem do grupo é uma possibilidade de formação de vínculo e valorização e estímulo ao exercício da autonomia dos usuários do território em seu cuidado, questões importantes a Estratégia de Saúde da Família (ESF). Desde o início da construção a ideia era articular e planejar ações junto aos usuários, partindo de seus interesse sobre determinado assunto e compartilhando as atividades de acordo com a dinâmica demandada. Entre os meses de agosto e dezembro de 2019, o grupo de residentes facilitou alguns encontros com temas diversos, como uma dinâmica de mitos e verdades sobre hepatites virais; cinema com pipoca, com o documentário “Ilha das Flores” e roda de conversa sobre a desigualdade e a relação com a comida no território; uma oficina para fazer filtro caseiro de garrafa PET e a importância da água filtrada para a saúde; além de uma roda de conversa sobre depressão. Todos os temas foram escolhidos pelos usuários junto com os residentes e desenvolvidas metodologias ativas nas trocas, promovendo a participação constante desses nas atividades. A partir da experiência relatada com o grupo, percebeu-se que a autonomia na escolha dos temas em um grupo pode facilitar na participação e interesse maior desse grupo no tema proposto, desenvolvendo assim uma reflexão mais plural sobre o tema, além do mais, é capaz de desenvolver o elo de solidariedade entre o próprio grupo e entre o grupo e os residentes, fazendo com que a prática seja muito mais espontânea e efetiva, potencializando o espaço que por vezes era pouco aproveitado. É importante ressaltar ainda que poucas vezes foi tocado na questão específica do HIV/AIDS na perspectiva de que essas pessoas são sujeitos complexos, com necessidades diversas, muito além de qualquer vírus ou doença.

10327 PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS QUE VIVEM COM HIV: UM ESTUDO DE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
VANESSA BITTENCOURT RIBEIRO, SERGIO CORRÊA MARQUES, DENIZE CRISTINA DE OLIVEIRA, Hellen Pollyana Mantelo Cecílio, RODRIGO LEITE HIPÓLITO, Tadeu Lessa da Costa, Rômulo Frutuoso Antunes

PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS QUE VIVEM COM HIV: UM ESTUDO DE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

Autores: VANESSA BITTENCOURT RIBEIRO, SERGIO CORRÊA MARQUES, DENIZE CRISTINA DE OLIVEIRA, Hellen Pollyana Mantelo Cecílio, RODRIGO LEITE HIPÓLITO, Tadeu Lessa da Costa, Rômulo Frutuoso Antunes

Apresentação: A década de 1990 trouxe avanços importantes para o controle do tratamento da infecção pelo HIV no combate das doenças oportunistas. A partir de meados dessa década foi proposto um novo esquema terapêutico denominado Terapia Antirretroviral Altamente Ativa (TARV). Com a introdução da TARV houve a redução de forma expressiva da mortalidade e também das incapacidades provocadas pelas doenças, com consequente acréscimo na sobrevida das pessoas vivendo com o HIV. A partir disso, ocorreu diminuição da mortalidade e da morbidade e fez com que o grupo da população atingido pelo HIV ressignificasse o modo de viver incorporando a esta condição a necessidade de dar qualidade a sua existência, dando um novo sentido à vida. Concomitantemente, foi crescente a preocupação dessas pessoas em aumentar e melhorar sua qualidade de vida (QV). A QV é um campo com muitas potencialidades e tornou-se uma área multidisciplinar de conhecimento que conglomera discussões, conceitos e avaliações, tanto no senso comum e na vida cotidiana, como no campo de estudos científicos e em várias frentes de pesquisa e reflexão. Partindo do pressuposto, ao analisar o contexto do HIV/AIDS, ainda é preciso considerar as estratégias para resolução de problemas antigos. Nessa conjuntura, a qualidade de vida não está relacionada apenas a vida longa, pois viver com essa condição ainda representa se deparar com situações de discriminação, abandono, segregação, estigmatização e ruptura de relações afetivas. Dessa forma, se considera como importante desafio a compreensão do modo como se configura a QV das pessoas que vivem com o agravo numa perspectiva psicossocial. Sendo assim, julgou-se pertinente a condução do estudo no contexto da Teoria das Representações Sociais. Face ao exposto, o presente estudo tem como objetivo: analisar comparativamente as representações sociais da qualidade de vida entre pessoas que vivem com HIV, residentes em três municípios do Estado do Rio de Janeiro Desenvolvimento: Trata-se de um o estudo descritivo com abordagem qualitativa, apoiado na abordagem estrutural das representações sociais. Os cenários foram os Serviços de Atendimento Especializado em HIV/AIDS (SAE), localizados em Centros Municipais de Saúde (CMS), situados nos municípios do Rio de Janeiro, Niterói e Macaé. Os participantes do estudo foram 384 pessoas que vivem com HIV distribuídos da seguinte forma: 103 em Macaé, 101 em Niterói e 180 no Rio de Janeiro. Os dados foram coletados por questionário com variáveis sociodemográficas e clínicas, para composição do perfil do grupo, e por formulário de evocações livres de palavras. A coleta das evocações consistiu em solicitar aos participantes que produzissem cinco palavras ou expressões a partir do termo indutor “qualidade de vida”, sendo registradas na ordem em que foram mencionadas. Os dados sociodemográficos e clínicos foram analisados por meio da estatística descritiva com o emprego do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 2.0, que forneceu a frequência simples e relativa das variáveis. As evocações livres foram analisadas com o auxílio do software Ensemble de programmes permettant l’analyse des evocations (EVOC) o qual, na sua etapa final, gerou o quadro de quatro casas. Resultado: Observou-se nos resultados que há predomínio de participantes do sexo masculino (64,6%), sendo que em Niterói a maioria (54,5%) é de mulheres. A faixa etária com maior frequência é a de 40-50 anos (31%), evidenciando que o grupo estudado é composto predominantemente por pessoas adultas. A maioria dos participantes possui ensino médio completo (54,1%) mostrando que o grupo possui um bom nível educacional. Quanto à situação de emprego 60,0% afirmaram que estão empregados ou trabalhando de maneira regular ou informal. No grupo geral 71,6% participantes moram com sua família, 23,6% moram sozinho e 4,6% moram com amigos. Quanto ao uso de TARV, 90,6% afirmaram usar medicação antirretroviral, cujo tempo de uso é bastante diversificado no grupo estudado. Quanto às alterações provocadas pelo uso da TARV, constata-se que 50,3% participantes afirmaram que tem ou tiveram alterações orgânicas. O município de Macaé se destaca por ter a maior parte dos participantes (65,1%) que tem ou tiveram tais alterações. No que tange à autoavaliação da saúde 79,2% consideraram a sua saúde boa/muito boa. Este resultado faz supor que, neste grupo, ter saúde significa não ter doença ou qualquer sintoma inespecífico. No que se refere as evocações livres utilizando o termo indutor “qualidade de vida”, apresenta-se os seguintes resultados gerados a partir da análise prototípica. No grupo do município do Rio de Janeiro, os elementos que constituem o provável núcleo central da representação do grupo de participantes são: boa alimentação, saúde, boa e cuidados-saúde. Na primeira periferia, estão a expressão atividade física e o termo lazer. Na segunda periferia estão situados os termos alegria, família, estado psicológico, dormir bem, solidariedade e prevenção. Na zona de contraste encontram-se os termos viver bem, trabalho, medicações, ruim, tratamento e vida normal. Verifica-se que o termo ruim evidencia um posicionamento negativo em relação à qualidade de vida contrastando com o termo boa presente no núcleo central. No grupo do município de Niterói, as cognições integrantes do núcleo central foram: boa alimentação, tratamento, medicações e boa. Os termos atividade-física, alegria e lazer ocupam a primeira periferia. Na segunda periferia, aprecem os termos solidariedade, força-vontade e cuidados-saúde. Na zona de contraste estão os elementos: vida-normal, saúde, ruim e trabalho. No grupo de Macaé, observa-se que os elementos presentes no núcleo central, são: boa alimentação, tratamento, família, trabalho e medicações. A palavra preconceito é a única presente na primeira periferia com uma frequência importante (39). Na segunda periferia encontram-se as palavras solidariedade, ruim e a expressão não beber. Na zona de contraste verifica-se a presença das expressões vida normal, cuidados saúde e direitos sociais e a palavra prevenção. Dessa forma, observa-se que a expressão boa alimentação é o único elemento comum no núcleo central entre os grupos dos municípios estudados. A palavra boa faz parte dos elementos centrais dos grupos do Rio de Janeiro e Niterói e não é mencionada pelo grupo de Macaé, mesmo na periferia. Os termos medicações e tratamento fazem interseções nos grupos de Macaé e Niterói, estando na periferia do grupo do Rio de janeiro. A relação entre os termos sugere que a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV está relacionada: à necessidade de alimentação adequada; tratamento, em que estariam inseridas as medicações e boas práticas de saúde. Isto quer dizer que para o grupo estudado a qualidade de vida está associada a ter saúde e para alcança-la ou mantê-la se faz necessário adotar práticas de promoção da saúde. Considerações finais: Diante dos conteúdos das representações sociais dos três grupos estudados, pode-se dizer que eles apresentam conteúdos e dimensões que permitem concluir possuírem a mesma representação social da qualidade de vida, embora cada um tenha suas particularidades na constituição dessa representação. Acredita-se que a aplicação dessa técnica nas pesquisas permite que os profissionais de saúde sistematizem o cuidado com um olhar para além da doença do cliente, contribuindo para a mudança de estilo de vida das pessoas, fazendo com que tenham autonomia e sejam responsáveis pelas suas escolhas, colaborando para a mobilização da população com vistas à implantação de políticas públicas saudáveis.

10526 HIV RESIGNIFICATION: TECHNOLOGIES AND RELIGIOSITY
Karen Paula Damasceno dos Santos Souza, Antonio Marcos Tosoli Gomes

HIV RESIGNIFICATION: TECHNOLOGIES AND RELIGIOSITY

Autores: Karen Paula Damasceno dos Santos Souza, Antonio Marcos Tosoli Gomes

Introduction: The themes of religiosity and HIV are very intertwined by aspects that enable a healthier experience with the virus, in away. In this sense, this study aims to analyze the structural and procedural approaches of religiosity for the group of people without religion. DEVELOPMENT: This is a descriptive study, with a qualitative approach and based on the Theory of Social Representations, developed in two moments. In both, the chosen scenario was the outpatient specialized HIV care service of a hospital in Rio de Janeiro. The research project was submitted to the Research Ethics Committee of the University of the State of Rio de Janeiro and approved under protocol No. 699.220, being carried out under resolution 466/2012 that guarantees the researched and researcher ethical conditions for carrying out of research with human beings. In the first moment, 30 PLWHA over 18 years old and without religion participated. A free evocation instrument with the inducing word “Religiosity” was used for data collection. The data obtained were organized in a corpus and processed by the Iramuteq software and a prototypical analysis was performed for the evocations. The socio-demographic data were organized in Excel software and analyzed by descriptive statistics. In the second moment, an in-depth interview was conducted with 32 PLWHA about the themes of HIV and religiosity and the application of a socio-demographic questionnaire. RESULTS: The representational structure of the non-religious has as terms of possible central nucleus the terms having-faith, individual-choice; and Catholicism. These elements assume the functional and normative dimensions of religiosity, respectively. It can be inferred that for this group religiosity is linked to the exercise of faith, and to the possibility of choosing the religious aspect that best suits the individual demands of the person. Otherwise, the lexical Catholicism is perceived linked to the institutional concept and loaded with historical-religious values ​​of the creation of the country. In the second moment, the study participants are mostly men (68.7%), between 41 and 60 years old (62.6%), who never abandoned the treatment (68.7%) and 62.5% have time of diagnosis more than 10 years. Regarding the discursive content, the software identified 5 classes, and for this study, class 2, which concentrates 92 ECUs, will be further developed, accounting for 14.74% of the total material and in which the predominant religion for the composition of the discursive contents of this class it is the one without religion. In this class, a point of change is evidenced where the possibilities of social insertion were regained, since the therapeutic possibilities addressed by the interviewees limited in some way their professional life, mainly, in addition to the naturalization of the syndrome. FINAL CONSIDERATIONS: Technological advances are revealed as a stimulus for the will to live within this health condition, with hope in healing, in life and continuing treatment. It is perceived that for this group the choice factor is of extreme importance for the exercise of their religiosity and life as HIV positive.

10848 COTIDIANO DE QUEM VIVE COM HIV/AIDS E CUIDADO EM SAÚDE: UMA INTERFACE COM AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA ESPIRITUALIDADE E DA RELIGIOSIDADE
Virginia P Figueiredo Nogueira, Antonio Marcos Tosoli Gomes

COTIDIANO DE QUEM VIVE COM HIV/AIDS E CUIDADO EM SAÚDE: UMA INTERFACE COM AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA ESPIRITUALIDADE E DA RELIGIOSIDADE

Autores: Virginia P Figueiredo Nogueira, Antonio Marcos Tosoli Gomes

Apresentação: O trabalho trata do cotidiano das pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHA) e como a espiritualidade e a religiosidade representadas pelos participantes influenciam em sua vida. Desenvolvimento: Trata-se de um recorte de tese, estudo realizado no ambulatório especializado em HIV/AIDS de um Hospital Estadual Universitário no município do Rio de Janeiro. Estudo descritivo e exploratório com abordagem qualitativa e suporte teórico e metodológico da teoria das representações socais em sua abordagem processual, para isto foram realizadas 32 entrevistas com PVHA entre 2015 e 2016. Utilizou-se um questionário semiestruturado contendo questões de caracterização sociodemográfica e questões de aprofundamento sobre aspectos do viver com HIV/AIDS, os significados da espiritualidade e religiosidade. O estudo teve aprovação no comitê de ética em pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro sob o parecer nº 699.220. Os participantes incluídos no estudo faziam tratamento no cenário de estudo há mais de um ano. A participação dos sujeitos ocorreu de maneira voluntária após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. As entrevistas foram integralmente transcritas e analisadas com auxílio do software IRAMUTEQ que realiza a análise de texto lexical. Como resultado, foram geradas três classes. Neste estudo, o resultado mostrado será o conteúdo da classe 3 acerca do viver cotidiano com HIV/AIDS e as dimensões do cuidado em saúde. Resultado: acerca do cotidiano vivido pelas PVHA, os resultados mostraram sobre o processo de descoberta da infecção e revelação diagnóstica, que houve dificuldades em relação ao aconselhamento para alguns entrevistados, para outros a dificuldade foi revelar o diagnóstico ao parceiro ou familiares, fatos geradores de sofrimento, medo e ansiedade, o que prejudica o autocuidado. Outro aspecto revelado nas entrevistas foi que há ansiedade antes das consultas, o que acarretou em picos hipertensivos para alguns entrevistados. Este quadro é gerado, provavelmente, pela apreensão sobre os resultados dos exames, desta forma é importante que a equipe de saúde busque manter o paciente informado sobre seu estado de saúde e sobre todos os aspectos levantados na consulta, mas também que busque apoiá-lo para que haja mais confiança na adesão ao tratamento. Houve ainda uma demonstração de cansaço em realizar um tratamento crônico, o que prejudica a boa adesão. Sobre aspectos relacionados a espiritualidade e religiosidade houve entrevistados que revelaram pedir a cura a Deus e para isto fazem promessa ao Divino, desta forma, as crenças religiosas e práticas espirituais podem ser uma forma de alívio para a angústia que se vive ao conviver com o HIV. Considerações finais: Observou-se que as PVHA, ainda hoje, enfrentam muitos desafios e dificuldades, e as representações da AIDS mostram elementos negativos como sofrimento e preconceito, por outro lado, há a ancoragem da AIDS em doenças crônicas. Desta forma, o exercício da espiritualidade e da religiosidade pode auxiliar no enfrentamento do tratamento melhorando o cuidado em saúde.

10882 O CUIDADO EM RELAÇÃO AOS CASOS DE SÍFILIS EM GESTANTES – O DESAFIO DE SEMPRE!
Adriana Ferreira e Souza, Patricia Brandão Sá, Camila Gonçalves de Barros de Azevedo

O CUIDADO EM RELAÇÃO AOS CASOS DE SÍFILIS EM GESTANTES – O DESAFIO DE SEMPRE!

Autores: Adriana Ferreira e Souza, Patricia Brandão Sá, Camila Gonçalves de Barros de Azevedo

Apresentação: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível, que pode ser transmitida de forma vertical durante a gestação. Ainda nos dias de hoje é considerada um grave problema de saúde pública, pois tem relação direta com a mortalidade fetal e infantil. Esta problemática tem gerado um olhar mais atencioso para vigilância das gestantes pelos profissionais de saúde que atuam na Atenção Primária à Saúde. Sendo assim, este estudo tem como objetivo analisar o perfil sócio-demográfico e obstétrico das gestantes residentes na área programática (AP) 4.0 no município do RJ  e descrever as ações de vigilância da sífilis na gestação realizada pelos profissionais de saúde  nas unidades básicas de saúde na AP 4.0 no município do RJ para enfrentamento deste problema. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório. Foram analisados as fichas de notificações de sífilis gestacional no ano de  2019. Os resultados revelaram uma taxa de prevalência 5,4% de gestantes residentes na AP 4.0 apresentaram sífilis durante a gestação. Sendo 86,6% das gestantes tendo o diagnóstico através do Teste Rápido para Sífilis (Treponêmico), o qual é realizado em todas as unidades de saúde da AP. Em relação ao quesito raça/cor, 60,6% das gestantes são pretas e pardas. Quanto ao trimestre do diagnóstico, 57, 9% tiveram seu diagnóstico no 1º trimestre de gestação, seguido de 19,5% das gestantes no 2º trimestre. Quanto ao tratamento 92,5% das gestantes foram prescritas com 3 doses de penicilina. Um grande problema identificado nas fichas de notificação se refere ao registro do resultado de VDRL, o que se repete como fragilidade na vigilância da titulação durante toda a gestação. Ainda nos deparamos com a dificuldade em testar e tratar os parceiros das gestantes. Em relação as ações de vigilância, destaca-se o envolvimento de toda equipe multiprofissional, concentrando no farmacêutico o controle da liberação da penicilina e o registro da realização das doses em planilha especifica para facilitar o monitoramento por toda a equipee fortalecendo as ações de farmacovigilância.Outra ação a ser destacada é o informe diário realizado pelos responsáveis da Linha de Cuidado da AP para os profissionais de saúde das unidades, sobre as gestantes que deverão receber sua dose no dia, o que facilita o monitoramento e a busca ativa das mesmas pelos profissionais responsáveis. O desafio é diário, porém temos nos debruçado na qualificação do cuidado às gestantes com sífilis, colaborando para redução dos casos de sífilis congênita e óbitos por sífilis congênita, além das possíveis complicações para a puerpera e o bebê.

10896 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE INDIVIDUOS PÓS-TRAMENTO DE TUBERCULOSE PULMONAR NO INTERIOR DO AMAZONAS
Thiago Santos da Silva, Diná de Almeida Lopes Monteiro da Cruz, Grasiely Faccin Borges

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE INDIVIDUOS PÓS-TRAMENTO DE TUBERCULOSE PULMONAR NO INTERIOR DO AMAZONAS

Autores: Thiago Santos da Silva, Diná de Almeida Lopes Monteiro da Cruz, Grasiely Faccin Borges

Apresentação: A tuberculose (TB) é um importante problema de saúde. Tem predileção pelos pulmões (tuberculose pulmonar), porém, pode acometer outros órgãos do corpo humano. A doença pode causar injúrias e déficits físico-funcionais como a redução da capacidade funcional, diminuição da função pulmonar e disfunção da modulação autonômica cardíaca, que podem acarretar prejuízo na qualidade de vida do indivíduo. Os objetivos deste estudo foram avaliar a capacidade funcional (CF) de indivíduos pós-tratamento farmacológico de TB da cidade de Coari-AM por meio do teste de caminhada de 6 minutos e verificar possíveis associações entre a CF e variáveis selecionadas. Desenvolvimento: O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Amazonas, com o parecer nº. 721.244. A primeira etapa contou com a avaliação do perfil socioeconômico, de saúde e de composição corporal dos participantes. Posteriormente, os indivíduos foram submetidos ao Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6), de acordo com normas da American Thoracic Society, para se obter a distância percorrida (DTC6). A distância predita no TC6 (DPTC6) dos participantes foi gerada através das equações propostas por Enright & Sherrill (1998) [(7,57 x altura cm) – (5,02 x idade) – (1,76 x peso kg) – 309 m] que é um estudo internacionalmente utilizado e de Soares & Pereira (2011) [511 + altura2 (cm) × 0,0066 − idade2 × 0,030 − IMC2 × 0,068] que é um estudo nacional. Para análise estatística, foram utilizados a correlação de Pearson, bem como o teste T pareado unicaudal para comparar a DTC6 e DPTC6, com auxílio do software Graph Pad Prism 5, sendo considerado o nível de significância de 5% (p 0,05). Resultado: Os indivíduos estudados eram de cor parda, com renda per capta de R$616,67±747,48, em sua maioria casados (67%), com ensino fundamental (44,5%), não tabagistas (56%) e não etilistas (78%). Também não relataram patologias pregressas diagnosticadas e nenhum deles relatou coinfecção por HIV. A idade média foi de 42,4±12,89 anos, estatura de 163,44±2,95cm, peso 68,99±8,71 kg e o índice de massa corpórea (IMC) de 25,32±3,07 kg/m2. Com relação a CF, os sujeitos avaliados caminharam DTC6 média de 460,19±62,93m. Observou-se redução da CF dos pacientes através da análise entre a DTC6 e a DPTC6 de acordo com as equações de predição de Enright e Sherrill (460,19 m/585,07 m; p= 0,0006) e Soares & Pereira (460,19 m/597,02 m; p=0,0003). Houve correlações fracas a médias entre DTC6 e idade (-0.448), IMC (0.461) peso (0.352) e altura (-0.338). Considerações finais: Os sujeitos pós-tratamento farmacológico de TB apresentaram redução da capacidade funcional em relação aos valores preditos. Pesquisas posteriores necessitam ser elaboradas para melhor elucidação do tema.

11026 TESTE RÁPIDO E A PREVALÊNCIA DE SÍFILIS EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS-RJ
Isabela da Costa Monnerat, Stefanny Jennyfer da Silva Pacheco, Harumi Matsumoto, Jaci José de Souza Junior, Alice Damasceno Abreu, Leila Rangel da Silva, Alessandra de Souza Cordeiro, Erika Luci Pires de Vascocelos

TESTE RÁPIDO E A PREVALÊNCIA DE SÍFILIS EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS-RJ

Autores: Isabela da Costa Monnerat, Stefanny Jennyfer da Silva Pacheco, Harumi Matsumoto, Jaci José de Souza Junior, Alice Damasceno Abreu, Leila Rangel da Silva, Alessandra de Souza Cordeiro, Erika Luci Pires de Vascocelos

Apresentação: A Organização Mundial da Saúde calcula que ocorram aproximadamente 12 milhões de novos casos de sífilis por ano em todo o mundo. Diante da problemática, o Ministério da Saúde tem investido em diversas estratégias, dentre elas a implantação de testes rápidos na triagem e diagnóstico de sífilis e estabelece os critérios de sensibilidade de 94% e especificidade de 93%. A metodologia do teste rápido é justificada pela sua eficiência e confiabilidade, mas também da sua relação custo-benefício, por ser uma tecnologia de cuidado que produz resultados em até 30 minutos, tornando-se de fácil realização para o profissional e de resultado rápido para o paciente. O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência da sífilis através de Testes Rápidos (TR) em  uma unidade secundária do município de Teresópolis-rj. Desenvolvimento: Estudo transversal em uma amostra não probabilística de pessoas assistidas entre janeiro de 2018 à dezembro de 2019. Foi realizado TR e avaliado os dados da ficha de atendimento contendo dados sócio demográficos, comportamentais e clínicos para a análise. Pesquisa vinculada ao projeto “Sífilis no ciclo da vida: interfaces entre a saúde e a educação”, que segue  os princípios éticos e legais que regem a pesquisa científica com seres humanos, atendendo a Resolução n.º 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde. Resultado: Entre 381 voluntários, observou-se prevalência 8% de resultados reagentes para sífilis, 2% reagentes para HIV. O perfil dos usuários do serviço em sua maioria foi de mulheres (64%), auto referidas da cor branca, heterossexuais, união estável, com média de idade foi 32 anos e escolaridade de 8 anos, que declaram usar as vezes preservativo. A média de exames realizados  na unidade de saúde por mês são de 25 testes. Dos 34 pacientes com resultados reagentes, 68% eram do sexo masculino, evidenciando disparidade de cuidado por gênero, sendo a incidência maior entre homens, apesar de menor número de exames realizados. Considerações finais: Através do estudo, pode-se concluir ser de fundamental importância a análise minuciosa dos casos de sífilis, bem como os fatores envolvidos no processo de cuidado, para subsidiar as ações de prevenção e controle da doença. A constatação da elevada prevalência de homens infectados reflete a necessidade de se rever ou mesmo reformular a assistência ofertada a este público, enfatizando o seu aspecto qualitativo, a fim de se reduzir a cadeia de transmissão. O estudo possibilita deduzir importância de campanhas educativas e de detecção, que possibilitem ampliação do acesso ao diagnóstico, possibilitando a agilidade na identificação e tratamento além da necessidade de mais orientações, visando à sensibilização quanto à importância da prevenção e cuidados com a saúde.

11070 CUIDADO NO CONTEXTO DO USO E CONSUMO DE CRACK ENTRE PESSOAS COM HIV/AIDS E SITUAÇÃO DE RUA
Vitória Silva de Aragão, Leilson Lira de Lima, Ana Camila Bezerra de Sousa Silva, Cleysiane Gonçalves Pequeno, Elenice Araújo Andrade, Maria Rocineide Ferreira da Silva, Regilianderson Pereira dos Santos

CUIDADO NO CONTEXTO DO USO E CONSUMO DE CRACK ENTRE PESSOAS COM HIV/AIDS E SITUAÇÃO DE RUA

Autores: Vitória Silva de Aragão, Leilson Lira de Lima, Ana Camila Bezerra de Sousa Silva, Cleysiane Gonçalves Pequeno, Elenice Araújo Andrade, Maria Rocineide Ferreira da Silva, Regilianderson Pereira dos Santos

Apresentação: A Síndrome da Imunodeficiência Humana (AIDS) é ocasionada pelo HIV (Vírus da Imunodeficiência Adquirida) e afeta diversas classes sociais e públicos, entretanto as pessoas que fazem uso e consumo de crack apresentam maior suscetibilidade, devido ser um grupo de que tem menor acesso aos serviços de saúde e informações e apresentarem inúmeros problemas sociais, emocionais, psicológicos e familiares (HALPERN et. al, 2017). Esta doença ocasionando uma depleção da imunidade e deixando a pessoa propicia a coinfecções (JÚNIOR; SOUSA, 2016). No Brasil a AIDS/HIV se concentra na população-chave como gays, homens que fazem sexo com homens, travestis e transexuais, pessoas que usam drogas e profissionais do sexo. No país foram registrados do inicio da epidemia até junho de 2015 798.366 casos, sendo 65% homens e 35% em mulheres. E no que se refere ao uso e consumo de crack, é preciso considerar a construção de suas inteligibilidades no campo político-econômico e sociocultural, levando em consideração suas condições de vida, afetos,  nível educacional.Toma-se, nesse sentido, a relação entre o uso e consumo de crack, a situação de rua e a infecção pelo HIV/AIDS e a (re)produção de práticas de cuidado, de distanciamento ou de estigmas destinadas aos diferentes atores envolvidos nessa relação como dimensões de análise. Se por um lado o uso e consumo de drogas são permeados por uma simbologia negativa, do outro estão às correlações depreciativas associadas à situação de rua. Este estudo tem como objetivo descrever as ações que são desenvolvidas em um serviço terciário de referência na assistência às pessoas que vivem com HIV/AIDS e que estão em uso e consumo de crack e em situação de rua. MetodologiaEstudo é de natureza qualitativa, com eixo na hermenêutica fenomenológica de Paul Ricour, na qual a compreensão se centra no sentido dos discursos das experiências de vida promovendo dessa forma um conhecimento na intersubjetividade. A pesquisa foi realiza em um hospital de referência no município de Fortaleza- CE. Os interlocutores foram trabalhadores selecionados de forma intencional, realiza com seis trabalhadores de saúde, com critérios de inclusão estar mais de uma no serviço e prestar ou ter prestado atendimento direto à pessoa que vive com HIV/AIDS e em situação de rua e em uso e consumo de crack. Foram excluídos os que estavam de férias ou licença no momento da pesquisa. A apreensão dos achados se deu por meio da entrevista em profundidade. A coleta de dados ocorreu em janeiro de 2020, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Christus. Vale salientar que o estudo respeitou os princípios éticos e legais descritos na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e preservou o anonimato dos interlocutores. Resultado: e discussõesOs achados revelam que inicialmente a pessoa que vive com HIV/AIDS e que vive em situação de rua e faz uso de crack é identificado pelo serviço de assistência social, o qual faz alguns encaminhamentos com objetivo de atender às demandas e oferecer o suporte de acordo com as necessidades do sujeito, como por exemplo no sentido de facilitar o acesso ao serviço em casos de usuários sem documentos de identificação. Nesses casos é realizada uma nota informando sobre a situação e dessa forma é assegurado que pessoas em situação de rua vivendo com HIV realize o tratamento, os exames, o encaminhamento para ter um atendimento especializado garantindo ainda um suporte mais especifica com a psicologia, tudo isso dentro do interesse e da singularidade de cada usuário. De acordo com Horta et. al. (2016), é fundamental conhecer como as pessoas que faz uso de drogas se relaciona com a substância, quais são suas demandas sócio assistências, seus modos de uso e consumo para a partir dai avaliar e direcionar as formas de cuidado. Ainda com base nas entrevistas, percebemos que esses grupos demonstram necessidade de afeto e cuidado e que, por muitas vezes, eles enfrentam preconceito por terem HIV/AIDS de outras pessoas em situação de rua. Com isso, torna-se parte do cuidado explicar sobre a doença e contam ainda com instituições informais que organizam palestra, fornecem material de higiene pessoal e oferecem momentos de cuidado com o corpo. Halpern et al. (2017) argumentam que é importante o acesso à informação dos usuários e da comunidade em geral para facilitar e garantir uma adesão ao tratamento fazendo consigo uma ruptura dos estigmas e preconceitos. De acordo, com alguns interlocutores é necessário se trabalhar para além do HIV/AIDS, é necessário trabalhar a abstinência que essa população apresenta, porém é necessário um cuidado que não se centre apenas das medicações, mas que leve em consideração a integralidade do sujeito, seus fatores psicológicos, físicos e emocionais de acordo com sua singularidade e anseios. Com isso, salientam que é necessária uma assistência humanizada, que segundo Souza et al. (2005) é necessário se colocar no lugar do outro, oferecer atenção e zelo pelo o sujeito. Entretanto, ainda é observando em alguns casos uma imposição sobre o sujeito, no sentido de terem que seguir alguns padrões e/ou regras. Também é observado uma necessidade de rodas de conversas e grupos ocupacionais para que se possa trabalhar o uso e consumo de drogas, enquanto estão internados. Porém, Abreu e Oliveira (2017) mostram que se deve trabalhar na perspectiva da redução de danos de modo a oferecer aos sujeitos uma escuta qualificada e integral, respeitando a singularidade de cada sujeito conforme seus desejos e interesses. Considerações finais: Em suma, as pessoas em situação de rua que fazem uso de substâncias psicoativas e que vivem com HIV/AIDS necessitam de assistência integral, singular que atendam às suas necessidades para além da doença infecciosa, que vise seu emocional, psicológico e suas demandas assistências e desenvolvimento do conhecimento acerca de suas condições no processo da doença, contando ainda com vínculos informais de apoio ao cuidado desses sujeitos a fim de oferecer uma assistência que muitas vezes o serviço não pode ofertar. Além disso, percebemos uma dificuldade quando o cuidado é voltando à abstinência desses sujeitos, pois ainda são limitadas às medicações, deixando de lado ações integradas às necessidades do sujeito para que ele possa se reorganizar e se estruturar naquele ambiente e nas condições singulares. Com isso, é importante levar em conta as condições socioeconômicas e os contextos socioculturais.

8537 VIGILÂNCIA DA SÍFILIS CONGÊNITA EM NITERÓI: A IMPORTÂNCIA DA INVESTIGAÇÃO DOS CASOS
FÁBIA LISBOA DE SOUZA, ANA LÚCIA FONTES EPPINGHAUS, MARCELLA MARTINS ALVES TEOFILO, YASMIN NASCIMENTO FARIAS, MÁRCIA SANTANA

VIGILÂNCIA DA SÍFILIS CONGÊNITA EM NITERÓI: A IMPORTÂNCIA DA INVESTIGAÇÃO DOS CASOS

Autores: FÁBIA LISBOA DE SOUZA, ANA LÚCIA FONTES EPPINGHAUS, MARCELLA MARTINS ALVES TEOFILO, YASMIN NASCIMENTO FARIAS, MÁRCIA SANTANA

Apresentação: Em Niterói (RJ), também tem ocorrido uma incidência elevada de sífilis congênita da mesma forma que no Estado do Rio de Janeiro e no país. Observou-se uma queda na taxa de incidência de 2015 para 2018, o que pode ser atribuído, em parte, à descentralização do teste rápido para todas as unidades de saúde da rede básica de Niterói, à aplicação de penicilina benzatina em todas as unidades da rede básica e à mudança no critério de definição de casos de sífilis congênita ocorrida em 2017. Houve impacto com a Nota Informativa nº 2 – SEI/2017 do MS, publicada em outubro de 2017, que alterou os critérios de definição de casos de sífilis adquirida, sífilis em gestantes e sífilis congênita. Buscou-se neste trabalho apresentar o processo de trabalho de vigilância e as estratégias de investigação dos casos de sífilis congênita, o que qualifica o cuidado e controle do agravo. Na Coordenação de Vigilância em Saúde (COVIG) do município, um profissional da Assessoria de IST/AIDS e Hepatites Virais realiza a revisão e análise das fichas de notificação do SINAN, buscando corrigir e/ou complementar informações através de contato telefônico, por documento impresso ou e-mail com as unidades de saúde, para garantir a qualidade da informação. Como estratégias de investigação dos casos de sífilis congênita, o município utiliza um questionário, desde 2004, sobre o pré-natal, respondido pelas unidades da rede básica do território de residência da criança com sífilis congênita. E conta com um Comitê de Investigação da Transmissão Vertical da Sífilis, HIV e Hepatites, desde 2016, que teve origem num grupo de trabalho sobre Sífilis Congênita, iniciado em 2009. A partir das notificações de sífilis congênita, é enviado o questionário de investigação do pré-natal para a unidade do território de residência e após preenchimento, o mesmo é devolvido para análise com vistas à educação permanente, planejamento e tomada de decisões. Os casos de sífilis congênita em residentes de Niterói relativos a 2018 foram revisados uma segunda vez, com aprofundamento da análise das investigações. Como resultados, identificou-se que foram enviadas à COVIG 124 fichas de notificação de sífilis congênita de residentes em Niterói. Analisando as fichas, 26 já não preenchiam critério de definição de caso; 31 casos foram digitados e posteriormente, excluídos do sistema; e 12 casos foram identificados como sendo de outro município. Dentre os 55 casos que constam no sistema, para 15 não houve resposta da investigação pela unidade de saúde. A investigação dos casos tem como objetivos a qualificação da ficha de notificação; educação permanente junto às equipes; e decisões e ações estruturais e de processo de trabalho. Tais estratégias permitem discutir a transmissão vertical e orientar investigações complementares e encaminhamentos junto aos serviços e profissionais.