463: Saúde em Debate
Debatedor: Lucas Honorato
Data: 31/10/2020    Local: Sala 13 - Rodas de Conversa    Horário: 10:30 - 12:30
ID Título do Trabalho/Autores
12125 O CORPO FEMININO EM UMA REVISTA DE DIETAS: UMA VISITA DA SOCIOLOGIA PÓS-COLONIAL
Alison Douglas Douglas da Silva

O CORPO FEMININO EM UMA REVISTA DE DIETAS: UMA VISITA DA SOCIOLOGIA PÓS-COLONIAL

Autores: Alison Douglas Douglas da Silva

Apresentação: Já não é de hoje que as categorias de raça e gênero são mobilizadas nos periódicos e demais meandros acadêmicos da Saúde Coletiva para nos ajudar a compreender os discursos construídos pelas revistas destinadas ao público feminino. Tampouco é recente o debate deste mesmo tema/objeto na sociologia e ciências humanas. O que propomos como novidade aqui, ao voltarmos nossa atenção para uma revista direcionada ao público feminino destinada a prática de dietas, é problematizar a temática do corpo – que, entendemos, são marcados pelas categorias de raça e gênero - a partir de conceitos e categorias de autores da sociologia pós-colonial contemporânea. Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório-descritivo dos elementos presentes nas capas de 12 edições da revista Dieta Já, com enfoque no corpo como elemento central dessas capas. Inicialmente realizou-se a coleta de dados, localizando as capas do período analisado junto a Editora Escala, em seguida foi feito uma pesquisa bibliográfica para situar o estado da arte das produções sobre “o corpo da mulher na mídia impressa” e por fim fez-se a análise do material seguido da elaboração do relatório final de pesquisa que serviu de base para a produção dessa comunicação. Resultado: Os resultados apontam que o corpo apresentado na capa das revistas do período histórico analisado é marcado por um teor fortemente sexualizado, além da predominância de corpos magros (todos) e brancos (dez, das doze capas). Nota-se o uso de personalidades midiáticas (apresentadoras de televisão, atrizes, digitais influencers, dentre outros) como recurso de sustentação de um padrão de beleza referido pela bibliografia especializada da área. Constatou-se também um discurso lipofóbico em relação ao corpo gordo, com a temática da perda de peso presente na capa das doze edições. Considerações finais: Os achados deste estudo evidenciam que a mídia impressa constrói e reconstrói, por meio do discurso e das imagens que produzem, padrões de corporeidade que submetem o corpo da mulher a uma série de regras, vigilâncias e cobranças como requisitos para sua adequação. Valeria a pena um debruçar teórico a fim de compilar os muitos estudos que tratam do corpo da mulher na mídia impressa.

12129 PROFISSIONAIS DE SAÚDE FRENTE AO TRATAMENTO DA MUCOSITE: UTILIZAÇÃO DO LASER DE BAIXA FREQUENCIA
Matheus Silva dos Santos, Alice Damasceno Abreu, Antônio Henrique da Rosa Vasconcellos, Claudia Cristina Dias Granito, Luísa Rapozo Pimentel, Tatiane Barcellos da Rita, Luciano Garcia Mendes, Stefanny Jennyfer da Silva Pacheco

PROFISSIONAIS DE SAÚDE FRENTE AO TRATAMENTO DA MUCOSITE: UTILIZAÇÃO DO LASER DE BAIXA FREQUENCIA

Autores: Matheus Silva dos Santos, Alice Damasceno Abreu, Antônio Henrique da Rosa Vasconcellos, Claudia Cristina Dias Granito, Luísa Rapozo Pimentel, Tatiane Barcellos da Rita, Luciano Garcia Mendes, Stefanny Jennyfer da Silva Pacheco

Apresentação: O câncer era considerado uma doença aguda devido à alta taxa de mortalidade e os efeitos adversos que o bruto tratamento proporciona ao paciente. A quimioterapia e a radioterapia são fatores de risco para o desenvolvimento de mucosite oral, 100% dos pacientes submetidos a estes tratamentos por tumores na cabeça ou pescoço irão desenvolver tal lesão. A mucosite caracteriza-se por uma reação inflamatória na mucosa oral causando inúmeros prejuízos para o paciente, que refletirá na gestão da unidade de saúde, pois tal alteração diminui a qualidade de vida, aumentando risco de infecção e gastos com internação. O tratamento para a mucosite ainda é conservador, porém as pesquisas comprovam a eficácia do laser de baixa frequência como tratamento adjuvante, reduzindo a gravidade e a duração, impactando na qualidade da assistência multiprofissional. O presente estudo visa destacar a importância das tecnologias nos tratamentos de lesões crônicas com enfoque em pacientes oncológicos e enfatizar o cuidado dos profissionais de saúde na elaboração de um plano de cuidados aos portadores da lesão. Desenvolvimento: Trata-se de uma revisão integrativa, a qual foram selecionados artigos publicados na base de dados nacionais no período de 2016 a 2019. Resultado: Os benefícios da fototerapia são positivos, não somente para pacientes portadores de lesões cutâneas, mas também, de alterações nas mucosas. Diante disso, os clientes oncológicos são privilegiados por essa tecnologia que minimiza os efeitos deletérios dos tratamentos quimioterápicos ou radioterápicos. Como resultado de cuidado integral, nota-se a participação dos profissionais de saúde, tornando-se assim fundamentais na elaboração de estratégias para práxis do cuidado estabelecida no registro do prontuário. Considerações finais: Os profissionais de saúde necessitam dominar o conhecimento a cerca dos prejuízos causados pelos tratamentos oncológicos e sendo assim, baseado nos saberes científicos, qualificar a sua prática utilizando-se de novas tecnologias, proporcionando maior conforto ao restabelecimento clínico do paciente.

12161 PERCEPÇÃO DOS(AS) SERVIDORES(AS) DA FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ ACERCA DAS PROBLEMÁTICAS EXISTENTES NO SERVIÇO DE ABORTAMENTO LEGAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Ivy Cesar de Oliveira Nunes, Crissia Cruz

PERCEPÇÃO DOS(AS) SERVIDORES(AS) DA FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ ACERCA DAS PROBLEMÁTICAS EXISTENTES NO SERVIÇO DE ABORTAMENTO LEGAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Ivy Cesar de Oliveira Nunes, Crissia Cruz

Apresentação: A partir de uma experiência como colaboradora de uma pesquisa de mestrado intitulada “Assistência à saúde das mulheres que sofreram violência sexual: debates em um serviço de profilaxia e abortamento previsto em lei” através da qual se promoveu rodas de conversa junto aos servidores, residentes e estagiários da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP), pude observar relatos pertinentes acerca da temática em questão. Nesse sentido, este trabalho visa relatar as questões levantadas em duas rodas de conversa que tiveram como objetivo promover o debate acerca da rede de atenção à mulher vítima de violência sexual, salientando as implicações éticas e jurídicas do abortamento previsto em lei. A discussão se mostrou necessária na medida em que os profissionais de saúde, que atuam na instituição, relataram o sofrimento vivenciado pelas mulheres que buscam o serviço, uma vez que enfrentam diversos obstáculos ao adentrar no atendimento, como profissionais que têm pouco domínio sobre os manejos e leis presentes na norma técnica de Atenção Humanizada ao Abortamento ou ainda médicos que se recusam a efetuar o aborto alegando objeção de consciência, caracterizando assim, uma grande violência institucional. Nesse contexto, os debates presenciados nas rodas de conversa se mostraram pertinentes, pois os participantes tiveram a oportunidade de  compreender melhor as questões legais e sociais do serviço de abortamento, o que contribuiu para a formação de uma equipe multidisciplinar mais capacitada para a atuação. Somado à isso, ao compartilharem suas experiências, dificuldades, angústias, começaram a pensar coletivamente em possíveis soluções para os problemas enfrentados, revelando crescente engajamento da equipe.

12162 PRÁTICAS DE PROFISSIONAIS EM HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS NO CONTEXTO DA POLÍTICA BRASILEIRA DE SAÚDE MENTAL
João Mário Pessoa Júnior, Francisco de Sales Clementino, Lorrainy Solano da Cruz, Francisco Arnoldo Nunes de Miranda

PRÁTICAS DE PROFISSIONAIS EM HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS NO CONTEXTO DA POLÍTICA BRASILEIRA DE SAÚDE MENTAL

Autores: João Mário Pessoa Júnior, Francisco de Sales Clementino, Lorrainy Solano da Cruz, Francisco Arnoldo Nunes de Miranda

Apresentação: No Brasil, o hospital psiquiátrico, embora hoje integre os serviços que compõem Rede de Atenção Psicossocial no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), ainda reflete o modelo higienista e medicalizante, marcado pela internação. Sabe-se que a saúde mental representa uma área multiprofissional e interdisciplinar, cujas práticas requerem conhecimentos, técnicas e habilidades específicas, com investimentos nos processos de formação e qualificação em saúde mental nos centros e instituições de ensino. Na ampliação do debate em torno da qualificação da assistência em saúde mental oferecida entre os serviços brasileiros, questiona-se: quais as práticas de profissionais de saúde mental em hospitais psiquiátricos frente Política Brasileira de Saúde Mental? Assim, o estudo tem como objetivo analisar as práticas de profissionais em hospitais psiquiátricos públicos no contexto da política brasileira de saúde mental. Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa realizado de junho a outubro de 2017 em dois hospitais psiquiátricos públicos. Utilizou-se um questionário junto à amostra de 60 profissionais de saúde. Os dados foram trabalhados com auxílio software estatístico, analisados através de estatística simples e bivariada, do tipo qui-quadrado. Observou-se que os profissionais de nível superior participantes do estudo caracterizam-se como predominantemente do sexo feminino (91,8%), enfermeiras (36,7%) e psicólogas (25%), com idade entre 50 e 59 anos (42,9%), com conclusão da graduação entre os anos 1975 a 1999 (37,3%). As práticas dos profissionais se estruturam sob três níveis de atendimento: individual, familiar e grupal. No atendimento individual encontrou-se associação entre quem não constrói ou faz parcialmente o projeto terapêutico com quem realiza cuidados de observação e anotação; no atendimento familiar, destaca-se o cuidado de consulta na crise; e no atendimento de grupo, a recreação. Entende-se que o processo de redefinição das práticas profissionais em saúde mental, na perspectiva do atendimento integral e humanizado ao portador de transtorno mental, reflete no atendimento realizado. O conjunto de cuidados em saúde desenvolvidos no âmbito do hospital psiquiátrico remete a baixa adesão a política de saúde mental e ao projeto terapêutico, vistos como entrave para o atendimento profissional qualificado.

12200 RELATO DE EXPERIÊNCIA DE REIKI EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO SUS: PRÁTICA INTEGRATIVA E COMPLEMENTAR EM SAÚDE
Zelia Pimentel Andrade, Eliane Chaves Vianna

RELATO DE EXPERIÊNCIA DE REIKI EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO SUS: PRÁTICA INTEGRATIVA E COMPLEMENTAR EM SAÚDE

Autores: Zelia Pimentel Andrade, Eliane Chaves Vianna

Apresentação: Em 2017 o Reiki passou a integrar a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNIPC), através da Portaria nº 849 de 27/03/2017 do Ministério da Saúde, que o descreve como “uma prática de imposição de mãos que usa a aproximação ou o toque sobre o corpo da pessoa com a finalidade de estimular os mecanismos naturais de recuperação da saúde. Baseado na concepção vitalista de saúde e doença também presente em outros sistemas terapêuticos, considera a existência de uma energia universal canalizada que atua sobre o equilíbrio da energia vital com o propósito de harmonizar as condições gerais do corpo e da mente de forma integral. A terapêutica objetiva fortalecer os locais onde se encontram bloqueios - "nós energéticos" - eliminando as toxinas, equilibrando o pleno funcionamento celular, de forma a restabelecer o fluxo de energia vital. A prática promove a harmonização entre as dimensões físicas, mentais e espirituais. Estimula a energização dos órgãos e centros energéticos. A prática do Reiki, leva em conta dimensões da consciência, do corpo e das emoções, ativa glândulas, órgãos, sistema nervoso, cardíaco e imunológico, auxilia no estresse, depressão, ansiedade, promove o equilíbrio da energia vital”. O objetivo dessa experiência foi implantar o Reiki numa UBS como ação de promoção da saúde no cuidado integral e  melhoria da qualidade de vida. Foi realizada de setembro a dezembro de 2019 para usuários, estudantes e trabalhadores. Desenvolvimento: A divulgação do Reiki foi feita por cartazes e trabalhadores da USB. Agendamento foi por mensagem via celular ou presencialmente. Foi estipulado 4 atendimentos de 30 minutos por usuário, 01 vez por semana, e logo após o 4º atendimento foi avaliada, de forma dialogada, a continuidade ou não do mesmo. No 1º encontro foi realizada anamnese, antes da aplicação do Reiki. Nos encontros seguintes eram realizados um breve acolhimento  sobre como haviam passado a semana, sentimentos presentes ou dúvidas em relação à prática. Os atendimentos foram realizados em macas ou cadeiras, sendo verificada a opção do usuário e as condições do espaço físico. Foram atendidos 39 pessoas, com 30 a 74 anos de idade. 95% foi do gênero feminino. Resultado: Na análise das respostas da anamnese cerca de 90% tinham dores na coluna vertebral, e 25% eram usuários da saúde mental. O nº médio de atendimentos por pessoa foi de 3, num total de 126 atendimentos. Os efeitos mais evidentes do Reiki foram o relaxamento do corpo, o senso de leveza, tranquilidade e sonolência. 25% relataram tomada de consciência de seus problemas e mudanças de comportamento. Considrações finais: Conclui-se sobre a importância da oferta do Reiki como ferramenta de cuidado na atenção básica de saúde como forma de atendimento integral ao usuário, sendo uma técnica de baixo custo e não invasiva, que possibilita melhora na qualidade vida e maior consciência e autonomia para o cuidado do corpo, da mente e do espírito

12215 A AÇÃO BENÉFICA DA TINTURA DE MULUNGU NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Jenneph Felix dos santos Silva, Higor Lopes Bernal, Allana Oliveira Lima, Arlany Micaela Souza da silva, Izabela de Siqueira Santos

A AÇÃO BENÉFICA DA TINTURA DE MULUNGU NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Autores: Jenneph Felix dos santos Silva, Higor Lopes Bernal, Allana Oliveira Lima, Arlany Micaela Souza da silva, Izabela de Siqueira Santos

Apresentação: A tintura de mulungu (Erythrina mulungu) consiste numa formulação fitoterápica comumente utilizada para o controle da ansiedade e diminuição da insônia. De fácil preparação e utilização, a tintura pode ser utilizada nas Unidades de Saúde da Família como uma forma alternativa para outros medicamentos usados que possuem maiores efeitos adversos. Método: Revisão da literatura científica pertinente ao assunto, por meio da pesquisa de artigos selecionados a partir das bases de dados Lilacs, PubMed e SciELO compreendendo o período de 2015 a 2020. O principal objetivo é destacar os benefícios da tintura de mulungu nos ambientes de atenção primária à saúde. Resultado: Cerca de 12 espécies de Erythrina podem ser encontradas no Brasil, sendo a Erythrina mulungu a mais utilizada para fins medicinais. A tintura, feita a partir da casca e ramos da árvore, apresenta efeitos anticonvulsivantes, ansiolíticos, hipnótico, sedativo, tranquilizante e emoliente, contribuindo por consequência ao tratamento de distúrbios da ansiedade e distúrbios do sono, com efeitos adversos mínimos e relativa segurança de uso. Apesar dos efeitos já comprovados, poucas pesquisas são realizadas com o intuito de avaliar a eficácia do fitoterápico psicoativo e suas propriedades farmacológicas. Para além disso, a educação médica atual não foca no ensino dos benefícios dos fitoterápicos durante a graduação, o que acaba refletindo na subutilização desse tipo de medicamento. Tal situação reflete diretamente na atenção primária, já que, segundo a Organização Mundial da Saúde(OMS), uma parcela considerável da população em países em desenvolvimento faz uso de plantas medicinais para tratar ou prevenir doenças. Ademais, a inserção da fitoterapia traz benefícios por ser mais uma opção na promoção da saúde e ainda contribui na redução de custos com medicamentos. Resultado: Como forma alternativa ao uso convencional de medicamentos ansiolíticos, a tintura de mulungu surge beneficiando as populações que fazem sua utilização. No entanto, é fato que mais estudos devem ser realizados, não somente no que se refere à Erythrina mulungu, mas também a outras plantas que em muito podem beneficiar a população brasileira.

12255 CLÍNICA FARMACÊUTICA NO PROGRAMA DE ATENÇÃO AO DIABETES MELLITUS TIPO 2 EM CURITIBA-PR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Juliana Sambugaro, Elaine Marcelle de Moraes Rodrigues, Linda Tieko Kakitani Morishita

CLÍNICA FARMACÊUTICA NO PROGRAMA DE ATENÇÃO AO DIABETES MELLITUS TIPO 2 EM CURITIBA-PR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Juliana Sambugaro, Elaine Marcelle de Moraes Rodrigues, Linda Tieko Kakitani Morishita

Apresentação: O serviço de clínica farmacêutica busca atender às demandas relacionadas aos medicamentos de forma contínua e integrada, a fim de aumentar a autonomia dos usuários sobre o tratamento, promover a adesão, otimizar a farmacoterapia e obter resultados terapêuticos satisfatórios. Em Curitiba, o farmacêutico, como integrante do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), atua em conjunto com os demais profissionais no programa de atenção ao Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), realizando o seguimento farmacoterapêutico dos usuários com essa condição crônica. Em consultas individuais realizadas por esse profissional, nas quais o farmacêutico residente participa ativamente, são abordadas questões relativas ao estilo de vida (alimentação, prática de atividade física, tabagismo e ingestão de álcool), autonomia no uso dos medicamentos, armazenamento dos medicamentos, incluindo a insulina, levantamento das queixas e problemas de saúde, correlacionando a exames laboratoriais, identificação de possíveis problemas relacionados à farmacoterapia e realização de intervenções. Como exemplo de prática, traz-se o caso de um homem, 65 anos, DM2 insulino dependente, com valor de hemoglobina glicada igual a 10,3% em agosto de 2019. Na primeira consulta farmacêutica, realizada em setembro de 2019, foram detectados os seguintes problemas relacionados com a farmacoterapia: técnica de administração de insulina incorreta e necessidade de automonitoramento. Foi realizado aconselhamento sobre medidas não farmacológicas e administração da insulina. Foi entregue diário para automonitoramento da glicemia capilar e material impresso com orientações sobre armazenamento, técnica de homogeneização e aplicação da insulina, com ilustrações para facilitar a compreensão. Nas consultas semanais de retorno, foi realizado um aumento gradual das doses de insulina NPH e regular, de acordo com os registros de glicemia capilar no diário, até que se atingissem valores dentro dos intervalos recomendados pela Associação Americana de Diabetes (glicemia de jejum entre 80 e 130 mg/dL e pós-prandial inferior a 180 mg/dL). Como resultado, no exame realizado em janeiro de 2020, obteve-se valor de hemoglobina glicada igual a 7,3%. Diante disso, percebe-se a importância da clínica farmacêutica no acompanhamento e orientação aos indivíduos com problemas relacionados aos medicamentos, tornando o profissional essencial na otimização e complementação  dos cuidados em saúde.

12258 PROCESSO DE TRABALHO X IDENTIDADE DO PACIENTE: REFLETINDO SOBRE ALGUMAS FRAGILIDADES NO PREENCHIMENTO DE PRONTUÁRIOS
Maíza Silva de Sousa, Paulo Victor Gomes Pantoja, Nillana da Conceição de Castro Rodrigues, Alda Maria Lagoia Valente, Beatriz Christina Matos dos Santos, Karen Alessandra de Jesus Cuimar, Juliana de Fátima Almeida da Penha, Armando Sequeira Penela

PROCESSO DE TRABALHO X IDENTIDADE DO PACIENTE: REFLETINDO SOBRE ALGUMAS FRAGILIDADES NO PREENCHIMENTO DE PRONTUÁRIOS

Autores: Maíza Silva de Sousa, Paulo Victor Gomes Pantoja, Nillana da Conceição de Castro Rodrigues, Alda Maria Lagoia Valente, Beatriz Christina Matos dos Santos, Karen Alessandra de Jesus Cuimar, Juliana de Fátima Almeida da Penha, Armando Sequeira Penela

Apresentação: O registro de informações dos pacientes é uma atividade bastante antiga, que já evoluiu da forma assistemática para um registro atualmente padronizado. A padronização depende da rotina de cada instituição, porém todas elas incluem informações essenciais que refletem a identificação social e clínica do paciente, apresentando diversas finalidades assistenciais, jurídicas e de pesquisa. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência vivenciado em uma unidade municipal de saúde durante a coleta de dados de um projeto de iniciação científica. O instrumento de coleta de dados do mesmo possuía algumas variáveis de cunho epidemiológico, como o estado civil, nível de escolaridade, cor, ocupação, entre outras que deveriam ser retiradas dos registros do prontuário. Entretanto, nos deparamos com dificuldades significativas em relação a essas variáveis, pois com extrema frequência elas não eram preenchidas no prontuário do paciente, tanto no físico, como no eletrônico. Resultado: Diante desse fato, refletimos sobre a importância dessas  informações principalmente no contexto assistencial e científico, uma vez que o prontuário é um documento que revela  como a assistência está sendo desenvolvida, pois os procedimentos realizados devem constar no mesmo, assim como, é uma fonte de pesquisa para aprimorar a qualidade do cuidado prestado ao cliente no âmbito do Sistema Único de Saúde. A ausência de tais informações comprometem a realização de pesquisas epidemiológicas que pretendem traçar o perfil dos clientes atendidos, bem como entender a distribuição das doenças nessa população, dificultando a melhoria da assistência e interferindo na qualidade de vida. Refletindo sobre esse problema, durante a coleta de dados investigamos o porquê do não preenchimento adequado dos prontuários e descobrimos que a demanda de trabalho é elevada, mas também a equipe do arquivo não considerava relevante o preenchimento de tais informações. Com isso, tivemos uma conversa com alguns membros da equipe explicando a importância desse preenchimento adequado. Percebemos que alguns ficaram surpresos quando descobriram que o prontuário é um documento com potencial científico e que as informações consideradas irrelevantes são extremamente necessárias para traçar um perfil da comunidade atendida e a partir disso, elaborar estratégias para a resolução de problemas, melhorando a qualidade da assistência. Considerações finais: Assim, percebe-se que o processo de trabalho é um fator determinante na qualidade da assistência, que reflete diretamente na qualidade de vida da população atendida. Para tanto, todas as fases desse processo devem ser executadas com eficiência e o preenchimento adequado do prontuário é a etapa primordial dessa cadeia. E para que isso seja eficaz é necessária a qualificação de toda a equipe, iniciando pelos profissionais do arquivo. Com isso, haverá uma melhoria no processo de trabalho e valorização do cliente, respeitando sua identidade clínica e social.

12293 PERCEPÇÕES SOBRE OS IMPACTOS NA VIDA DO ACOMPANHANTE DE UMA PACIENTE DIAGNOSTICADA COM UMA DOENÇA RARA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Rodrigo Galdino, Ana Clara Matos Costa, Luanna Moreira da Silva, Daniel Oliveira da Costa, Vinícius de Paula Ueoka dos Anjos Barros, Davi Gabriel Barbosa, Gabriel de Sá Sastre, Brenda Pereira Farias

PERCEPÇÕES SOBRE OS IMPACTOS NA VIDA DO ACOMPANHANTE DE UMA PACIENTE DIAGNOSTICADA COM UMA DOENÇA RARA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Rodrigo Galdino, Ana Clara Matos Costa, Luanna Moreira da Silva, Daniel Oliveira da Costa, Vinícius de Paula Ueoka dos Anjos Barros, Davi Gabriel Barbosa, Gabriel de Sá Sastre, Brenda Pereira Farias

Apresentação: A abordagem sobre a percepção de vida de pacientes em tratamento de alguma doença, em geral abordam diversos aspectos como a receptividade do diagnóstico, os impactos da doença, as mudanças ocorridas na vida desse indivíduo, dentre outros. Nesse processo de adoecimento, vários atores estão presentes visando auxiliar e colaborar na recuperação do paciente, e dentre esses, destaca-se o protagonismo a cuidadora de uma pessoa enferma, na qual participa de momentos como o diagnóstico dessa pessoa e os impactos em sua vida. Nesse sentindo, tem-se como objetivo relatar a experiência de acadêmicos da área da saúde frene a uma entrevista de uma paciente oncológica diagnosticada. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência, que teve como objetivo analisar por meio de entrevista os impactos na vida da mãe da paciente com o diagnóstico, que foi realizada no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, um centro médico de referência no tratamento de câncer na cidade de Belém no estado do Pará, e feita com a acompanhante e mãe de uma paciente diagnosticada com o Sarcoma de Ewing, que é uma neoplasia maligna osteolítica de alto grau o qual pode acometer o fêmur, pelve, tíbia, o úmero e a parede torácica. Resultado:  Por meio da entrevista, observou-se choque emocional ao receber o diagnóstico, dificuldade da necessidade de mudar de cidade para a realização do tratamento, a importância de casas de apoio à famílias com essa necessidade, aspectos sociais, familiares e descuidos com a saúde. Nesse sentido, notou-se aspectos negligenciados na vida de um acompanhante de enfermo. Dentre as essas questões, inclui-se a qualidade de vida e sociabilidade. Tal renúncia é percebida na fala "não tenho tempo para mim, minha vida e hospital e casa de apoio, não tenho direito de adoecer, não posso adoecer ". Ademais, impactos na vida de cônjuge são percebidos, uma vez que, o diagnóstico gera aflição em ambas as partes, assim como conflitos, visto que, a relação se torna segunda opção frente ao tratamento, como pode ser notado na fala "tem situações que devemos abrir mão de nosso querer". No entanto, há ganhos, como a aproximação entre o cuidador e o ente relatada pela cuidadora haver conflitos antes do diagnóstico e que, posteriormente, houve maior proximidade e compreensão. Por fim, é importante ressaltar o poder de resiliência da cuidadora perante os problemas advindos, pois quando questionada relatou se sentir mais forte, madura e crente do poder de enfrentar problemas futuros. Considerações finais: Observou-se a partir da experiência o quanto o processo da doença modificou o comportamento da acompanhante, uma vez que, ela se mostrou mais empática em relação às pessoas, fato evidenciado na fala: "hoje eu não meço esforços para ajudar alguém quando eu tenho possibilidade". Além disso, outro ponto a ser mencionado é de a acompanhante mostrar-se sempre resiliente, pois diversas vezes afirmou se sentir forte e segura para superar qualquer adversidade. Por fim, um alerta sobre a saúde dos cuidadores fora instigado nos pesquisadores evidenciando a necessidade de assistência de saúde.

12294 PRODUÇÃO DE CUIDADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO
Wilma Figueiredo Agra

PRODUÇÃO DE CUIDADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO

Autores: Wilma Figueiredo Agra

Apresentação: O presente relato é fruto da vivencia do estágio (rodizio) durante o período da residência multiprofissional em saúde da família em um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) em um município da região metropolitana do Recife. O conceito ampliado de saúde, proposto pelo SUS, consolida-se com a promulgação da Lei nº 8.080 em 19 de setembro de 1990, que define saúde não só como a ausência de doenças, mas também deve-se incluir o acesso à alimentação, moradia, educação, meio ambiente, saneamento básico e lazer. Desenvolvimento: Os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) constituem uma experiência ímpar na implantação de ações de prevenção entre a população geral e segmentos populacionais específicos. A proposta do Centro de Testagem e Aconselhamento surge no final da década 80 com a oferta do diagnóstico do HIV/AIDS. Desde a sua criação em 1988, eles servem como “porta de entrada” das questões psicossociais da epidemia do HIV/AIDS para grande parte dos cidadãos brasileiros, que buscam estes serviços para dirimir suas dúvidas com relação ao diagnóstico da infecção pelo HIV e outras Infecções sexualmente Transmissíveis (ISTs).  É a partir dessa demanda que os profissionais de saúde que atuam nesses centros podem realizar um trabalho de sensibilização e esclarecimento, por meio das ações de aconselhamento. Aconselhar –significa dar ou pedir conselho (s) a (alguém); ouvir conselho (s); orientar (-se) -dicionário Aurélio. Aconselhamento neste serviço é tarefa primordial baseados nas Diretrizes do Ministério da Saúde, o qual este é dado desde o momento da entrada e saída das/dos usuários nos seus múltiplos contextos de vida. Apresentar ao usuário/sujeito as inúmeras possibilidades de intervenção que o Centro pode oferecer a sua condição, dar voz para potencializar uma escuta onde o usuário transmita suas questões, sua história. A Educação em saúde nos convoca a produzir o cuidado com os usuários do CTA desde a triagem (cadastramento-pré-teste) até o final do atendimento-recebimento do resultado dos testes rápidos (pós teste), além de construir diálogos e explanação sobre saúde sexual e reprodutiva, os modos de viver a sexualidade com informação concreta sobre os métodos de prevenção a fim de oportunizar práticas seguras. Considerações finais: O estágio no CTA foi de extremamente produtivo com inúmeras trocas entre os profissionais e usuários, a percepção da satisfação do usuário ao termino do atendimento,  além de reafirmar e defender o papel deste serviço na estrutura da Rede de Atenção à Saúde- RAS além da sua estrutura dentro do SUS-Sistema Único de Saúde e seu compromisso com a proteção/prevenção dos indivíduos no trato das ISTs e HIV/AIDS.

12329 SAÚDE REPRODUTIVA E DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM MORADORES DE RUA
Victhória Barbosa, Camila Mamede Ferraço, Maria Polyanna Ferreira Rebouças, Giulia Barros

SAÚDE REPRODUTIVA E DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM MORADORES DE RUA

Autores: Victhória Barbosa, Camila Mamede Ferraço, Maria Polyanna Ferreira Rebouças, Giulia Barros

Apresentação: Os sensos demonstram que o número de pessoas em situação de rua aumenta a cada ano, tornando-se um assunto a ser discutido por todas as esferas públicas. Dessa forma, é pertinente que haja uma discussão relacionada à saúde dessas pessoas, principalmente quando trata-se de saúde reprodutiva e doenças sexualmente transmissíveis. Por isso, o trabalho em questão visa compilar diversas informações, desde dados históricos significativos até propostas de melhoria da saúde para moradoras de rua.Apresentação: O presente estudo trata-se de uma revisão de literatura, com o intuito de discutir sobre saúde reprodutiva e doenças sexualmente transmissíveis em moradoras de rua. Desenvolvimento: O trabalho foi escrito com base em artigos já existentes na literatura, pesquisados por meio de plataformas digitais, com um recorte temporal de 10 anos. Resultado: Os movimentos voltados para população de rua estão em pauta desde os anos 70, mas só em 2013 foi criado o atual Plano Operativo de Ações para Saúde da População em Situação de Rua, pelo ministério da Saúde. Considerando os preceitos do SUS, é indiscutível que as mulheres em situação de rua necessitam de uma maior atenção voltada para saúde reprodutiva e DST’s. A gravidez em moradoras de rua se torna automaticamente uma gestação de risco e traduz a dificuldade dessas mulheres de terem acesso ao sistema de saúde e de usarem métodos contraceptivos. Além das condições de moradia e de saúde pessoal, também a questão do envolvimento do uso de drogas lícitias e ilícitas, comum nessa classe populacional. Por isso, é importante que haja uma atenção voltada para a questão: “Quais os métodos contraceptivos são mais indicados para pessoas em situação de rua?”. Os métodos de curta duração possuem dificuldade de serem utilizados em caso de consumo de álcool e outras drogas, os de longa duração como ligação tubária necessitam de acompanhamento psicossocial e o DIU seria considerado de alto risco porque há uma dificuldade de acompanhamento clínico dessas mulheres. Considerações finais: É de extrema importância o rastreamento da situação das pacientes já na primeira consulta. Além disso, é necessário que haja orientação e educação sexual para mulheres em situação de rua, bem como acompanhamento pré natal adequado. Para isso, é essencial que haja interdisciplinaridade entre os programas de saúde e políticas públicas especiais para esses casos.

6382 SAÚDE SEXUAL DE MULHERES COM DIAGNÓSTICO DE HIV/AIDS NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE – RS
Liliane Spencer Bittencourt Brochier, Emerson Silveira de Brito, Paula Vitória Pena Machado

SAÚDE SEXUAL DE MULHERES COM DIAGNÓSTICO DE HIV/AIDS NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE – RS

Autores: Liliane Spencer Bittencourt Brochier, Emerson Silveira de Brito, Paula Vitória Pena Machado

Apresentação: A epidemia da AIDS é um fenômeno complexo e sua compreensão e enfrentamento consiste num desafio cotidiano aos serviços de saúde. A feminização da epidemia, que se caracteriza pela redução da razão homem/mulher infectado pelo vírus, está associada a diversos fatores, dentre os quais, o contexto de vulnerabilidade individual, social e programática que torna-se determinante neste processo. Atualmente estima-se que as mulheres representam 48% do total de infectados em  todo o mundo e a via sexual é o meio mais comum de contaminação pelo vírus HIV entre as mulheres. Deste modo, o objetivo deste estudo é analisar especificidades da saúde sexual de mulheres heterossexuais com diagnóstico de HIV/AIDS na cidade de Porto Alegre – RS, comparando-as com mulheres sem este diagnóstico, com o intuito de conhecer fatores preditivos associados à infecção pelo HIV. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo com delineamento transversal com mulheres de 18 a 49 anos com dois grupos comparativos: mulheres com HIV, recrutadas em serviços especializados e as mulheres sem HIV em serviços da atenção básica. Comparações estatísticas foram conduzidas, através do teste de homogeneidade de proporções, baseado na estatística de qui-quadrado de Pearson ou Fisher, considerando-se o nível de significância de 5%. Resultado: Foram incluídas 1326 mulheres no estudo, 686 no grupo com HIV e 640 no grupo sem HIV. Diferenças foram observadas entre os grupos quanto a faixa etária (p 0,001), mulheres de 18 a 24 anos eram 8,6% do grupo com diagnóstico e 31,1% do grupo sem diagnóstico, enquanto que com 40 anos ou mais havia 34,1% e 20,9% respectivamente. Houve diferença estatística quanto à renda familiar (p 0,001), no grupo com diagnóstico mais de 50% possuía renda de até um salário mínimo e no grupo sem diagnóstico 56,4% das mulheres possuía renda familiar superior a 2 salários mínimos. Quanto ao uso de preservativo, 63,7% das mulheres com diagnóstico não utilizaram preservativo na primeira relação sexual enquanto que no outro grupo esse valor foi de 36,3% (p 0,001). Mais da metade da mulheres com diagnóstico tiveram até cinco parceiros sexuais na vida e 71% das mulheres sem diagnóstico tiveram um parceiro sexual na vida (p 0,001). A prática de sexo em troca de dinheiro foi de 11,2% e 3,9% respectivamente nos grupos com e sem diagnóstico (p 0,001). Ocorrência de IST durante a vida foi verificada em 7,5% das mulheres com diagnóstico e 4,4% daquelas sem diagnóstico (p=0,018). Considerações finais: Este estudo evidencia que os fatores preditores da infecção por HIV em mulheres foram a baixa renda, o não uso do preservativo na primeira relação sexual, o número de parceiros sexuais na vida, a realização de sexo em troca de dinheiro e a ocorrência de IST. O conhecimento de características específicas da sexualidade oportuniza a atuação dos serviços de saúde junto às mulheres e fornece evidências para ações de políticas públicas voltadas para o enfrentamento do HIV em Porto Alegre especialmente no que tange às características apresentadas neste estudo.

7665 EXPERIÊNCIA COTIDIANA DO USO DA PROFILAXIA PRÉ- EXPOSIÇÃO SEXUAL (PrEP) AO HIV E AS REPERCUSSÕES EM DIFERENTES ESFERAS DA VIDA DE MULHERES CIS PROFISSIONAIS DO SEXO
Francine Santana Conceição

EXPERIÊNCIA COTIDIANA DO USO DA PROFILAXIA PRÉ- EXPOSIÇÃO SEXUAL (PrEP) AO HIV E AS REPERCUSSÕES EM DIFERENTES ESFERAS DA VIDA DE MULHERES CIS PROFISSIONAIS DO SEXO

Autores: Francine Santana Conceição

Apresentação: A Profilaxia Pré- Exposição sexual ao HIV (PrEP), consiste no uso continuo de medicação antirretroviral previamente à exposição ao HIV por pessoas com alta exposição ao vírus, se caracterizando como um método biomédico na perspectiva da Prevenção Combinada, ou seja, de acordo com as possibilidades e escolhas dos indivíduos, sem excluir ou sobrepor um método a outro. Apesar dos resultados positivos da PrEP nos diversos estudos clínicos e randomizados entre homens que fazem sexos com outros homens (HSHs) e a população trans, pouco se tem a respeito dos possíveis efeitos positivos em mulheres cis profissionais do sexo nas dimensões biopsicossociais. Objetivo: A presente pesquisa faz parte de um projeto maior intitulado “Projeto Combina – fase 2” e busca avaliar em uma abordagem interseccional as motivações, os significados e sentimentos atribuídos ao uso da PrEP em mulheres cis profissionais do sexo na vida cotidiana. A pesquisa utiliza a metodologia qualitativa aplicada à Saúde com uso de entrevista narrativa. Foram realizadas 19 entrevistas narrativas mulheres cis profissionais do sexo, usuárias de PrEP ou com histórico de uso em um Centro de Referência para HIV e outras ISTs e um Serviço de Assistência Especializada no município de São Paulo, orientadas por roteiro previamente elaborado e testado. As entrevistas foram gravadas mediante consentimento livre e esclarecido. A amostra foi encerrada sob saturação teórica. A análise seguiu os passos da transcrição e impregnação dos relatos, definição das categorias de análise e cotejamento dos resultados com a literatura científica sobre o tema. Resultado: Dentre as motivações para a busca da PrEP, estão: sensação de proteção que está relacionada à percepção de risco decorrente das condições próprias ou relacionadas ao trabalho sexual, frequência e/ou histórico de rompimento de preservativo e o medo de infectar-se pelo HIV. Dos significados associados à profilaxia, destacam-se: o sentido atribuído à finalidade da PrEP, vista como proteção preventiva adicional a outros métodos; percepção e aspiração de eficácia total da profilaxia e a referência à efetividade da PrEP comparativamente a outros métodos de uso feminino. Os principais sentimentos relacionados ao uso são a sensação de alívio e a segurança pelo uso da profilaxia, associados a um maior ou menor grau a ocorrência de efeitos colaterais. Considerações finais: Concluímos que de forma expressiva para as mulheres cis profissionais do sexo o uso da PrEP possibilita uma posição mais ativa sobre os riscos relacionados ao HIV, bem como ao contexto de trabalho sexual, marcando uma nova configuração de relação com a figura do cliente e a percepção frente o trabalho e autocuidado. Desta forma a investigação da percepção do risco e sua gestão e das repercussões do uso da PrEP no dia a dia nas mulheres cis, possibilita caracterizar melhor o impacto do método de uso na vida cotidiana dos usuários, do ponto de vista das cenas sexuais que protagonizam e das possíveis mudanças nos seus roteiros. Palavras- chave: PrEP; Prevenção Combinada; Gênero.

7901 PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE PRESTADA ÀS MULHERES COM DIAGNÓSTICO DE HIV
Isabela Da Costa Monnerat, Priscila Pimentel de Souza, Alice Damasceno Abreu, Stefanny Jennyfer da Silva Pacheco, Claudia Cristina Dias Granito

PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE PRESTADA ÀS MULHERES COM DIAGNÓSTICO DE HIV

Autores: Isabela Da Costa Monnerat, Priscila Pimentel de Souza, Alice Damasceno Abreu, Stefanny Jennyfer da Silva Pacheco, Claudia Cristina Dias Granito

Apresentação: O papel do enfermeiro é centrado pelo ato de ouvir e ensinar, confortar e dar suporte para a pessoa que convive com esta condição, pois o objetivo de ambos é o alívio, a prevenção da dor e a manutenção da vida. Evidencia-se através desta revisão que o enfermeiro é citado pela maioria dos autores como o profissional indicado para realizar o acolhimento e que o mesmo institui vínculo entre profissional- paciente. A enfermagem deve desenvolver prática relacional, o acolhimento, que consiste na responsabilização do profissional pelo cliente, fazendo uso de uma escuta qualificada para que possa identificar e considerar as queixas, as angústias e preocupações presentes na história de vida de cada mulher. O objetivo do presente estudo visa analisar a qualidade da assistência e a promoção da educação em saúde prestada às mulheres com diagnóstico de HIV. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, de caráter descritivo explicativo, por meio de revisão de literatura integrativa de artigos de publicação eletrônica, em periódicos nacionais de representatividade na área de enfermagem, indexados ao banco dados da BVS, sendo utilizando artigos publicados entre 2016 a 2019, com análise de textos relacionado ao papel do enfermeiro nos cuidados de enfermagem com as mulheres infectadas com o vírus HIV, optamos por refletir em cima de um arsenal cientifico disponível nas bases de dados científicas percebe-se o enfermeiro como profissional indispensável no acolhimento e em instituir vínculo entre o profissional e paciente. Resultado: Considerando a Diretrizes para Implementação da Rede de Cuidados em IST/HIV/AIDS, a enfermagem pode e deve participar efetivamente no acolhimento e aconselhamento; na execução de ações preventivas; nas estratégias de convocação das parcerias sexuais em risco; na vigilância dos faltosos a compromissos agendados, nas orientações e informações referentes às implicações das IST na gestante; na profilaxia pós-exposição ao HIV (PEP); na coleta de material para exames, participar de grupos como o de adesão, discussão de casos com a equipe multidisciplinar, faça orientações sobre o uso de álcool e outras drogas. A sistematização da assistência da enfermagem (SAE), é reconhecida como instrumento de trabalho por facilitar a aplicação de planejamento, execução e avaliação dos cuidados de enfermagem. Relacionado a atuação do enfermeiro frente a infecção pelo HIV a aplicação da SAE se mostrou eficaz na redução do sofrimento de pessoas acometidas pela AIDS, além de garantir assistência eficaz à maioria dos clientes. As atividades de enfermagem no manejo das DST têm como pressuposto a efetiva implantação da sistematização do atendimento de enfermagem (SAE), conforme dispõe a resolução 272/2002 do Conselho Federal de Enfermagem - COFEN. Considerações finais: Conclui-se, portanto, que os estudos destacam a importância da enfermagem em direcionar ações de saúde para essas mulheres, no sentido de possibilitar a reflexão sobre as situações que as expõe a vulnerabilidade e estimulando a adoção de práticas sexuais seguras.

5943 EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE AS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS HIV E SÍFILIS EM UMA ESCOLA MUNICIPAL NA FLONA DO TAPAJÓS
Françoíse Gisela Gato Lopes, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Cássia Fernanda Penha Lima, Andréa Leite de Alencar Salgado

EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE AS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS HIV E SÍFILIS EM UMA ESCOLA MUNICIPAL NA FLONA DO TAPAJÓS

Autores: Françoíse Gisela Gato Lopes, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Cássia Fernanda Penha Lima, Andréa Leite de Alencar Salgado

Apresentação: As infecções sexualmente transmissíveis (IST) podem ser causadas por bactérias, vírus, protozoários e fungos. Possui como principais vias de transmissão o ato sexual e pelo contato com sangue. No Brasil essas infecções apresentam taxas elevadas de incidência, sendo assim um assunto importante a ser abordado com o objetivo de conscientizar os indivíduos a respeito da prevenção. A educação em saúde é uma metodologia fundamental para a prevenção, através desta é possível orientar sobre o uso de preservativo e assim manter o controle dessas doenças nas comunidades (PASSOS et al, 2017). Dessa forma, o objetivo do estudo foi de realizar educação em saúde sobre infecção sexualmente transmissíveis HIV e Sífilis em uma comunidade afastada de Santarém-Pará. Analisar o conhecimento e sensibilizar população sobre essa temática. Desenvolvimento: Trata-se de um discurso descritivo do tipo relato de experiência, ocorrido no dia 07 de maio de 2019, na escola municipal de ensino fundamental Divina Providência, localizada na comunidade São Domingos - Flona do Tapajós. A atividade desenvolvida foi de educação em saúde sobre as ISTs HIV e Sífilis, na qual participaram cerca de 20 comunitários. Resultado: Utilizou-se da propagação de informações por meio da conversa, na qual os ouvintes foram partícipes do processo, expondo suas opiniões, dúvidas e relatos. Os tópicos utilizados consistiram desde o conceito até a importância de se prevenir, empregando-se assim, da linguagem acessível e de fácil entendimento. Por fim distribuiu-se o método contraceptivo camisinha e um folder informativo. Considerações finais: Educar em saúde sobre HIV e Sífilis é imprescindível e foi de grande relevância para os comunitários. A comunidade pôde não somente receber informações necessárias de aconselhamento, como também os acadêmicos puderam fortalecer a importante relação comunidade-instituição. Com isso, continuar a prática de levar conhecimento de forma participativa a comunidades afastadas da cidade é indispensável, principalmente quando o assunto são as ISTs

6192 OS ESTIGMAS VIVIDOS PELA MULHER QUE VIVE COM HIV NO BRASIL
Eduardo Felipe Barbosa de Oliveira, Claudia Cristina Dias Granito

OS ESTIGMAS VIVIDOS PELA MULHER QUE VIVE COM HIV NO BRASIL

Autores: Eduardo Felipe Barbosa de Oliveira, Claudia Cristina Dias Granito

Apresentação: O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), um agente infeccioso da família dos lentivírus pode ser classificado em HIV-1 e HIV-2 e o que os difere de outros vírus é a alta capacidade de diferenciar suas cepas virais e a virulência de cada um, entretanto ambos possuem tropismo por células com receptores de membrana CD4+. As células do sistema imunológico responsáveis por orquestrar a resposta imune são os linfócitos TCD4+, essas que tem a função de liberar citocinas e organizar toda resposta imune a agentes infecciosos que contaminam o organismo humano, logo, ao possuir a capacidade de se duplicar após infectar essas células, o HIV consegue levar a SIDA, que por sua vez é a imunodeficiência adquirida por conta da destruição dos linfócitos TCD4+ auxiliadores e organizadores da resposta imune. Após um ciclo viral completo o vírus pode continuar a infectar outras células com o receptor CD4+ como os linfócitos TCD4+ e os macrófagos em sua maioria. Hoje em estado de Pandemia, o HIV é um problema de saúde pública, pois suas formas de transmissão podem conter a transmissão horizontal e a Transmissão Vertical (TV). A inoculação de derivados e do sangue, relações sexuais desprotegidas e amamentação da criança quanto a mãe soropositiva são algumas formas hematológicas e perinatais de propagação do HIV para novos indivíduos, porém os riscos se tornam maiores e mais eminentes quando falamos hoje, nos dias atuais, de uma pessoa que vive com HIV e a Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) e não faz a terapia antirretroviral (TARV) e possui o número de cópias virais de HIV (CV-HIV) alto. Quando falamos em gestantes vivendo com HIV e AIDS, podemos ver pelo Boletim Epidemiológico emitido pelo Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/AIDS e das Hepatites virais (DIAHV) em 2018 que, de 2000 a 2018 já foram notificadas 116.292 gestantes vivendo com HIV em todo Brasil, sendo que 38,6% residem na região sudeste; até 30 de junho de 2018 foram notificados no Estado do Rio de Janeiro 412 gestantes vivendo com HIV. Os estigmas de uma possível ou já constatada gestação com HIV são enormes devido a uma desinformação sobre o assunto, uma vez que temos a Transmissão Vertical como principal preocupação durante toda gestação, entretanto as tecnologias leves e leveduras aplicadas durante esse período pela equipe multiprofissional tem o poder de garantir que o recém nascido nasça sem a presença do HIV em seu sistema imunológico. Até o ano de 2017, a UNAIDS por meio de um relatório publicado em 2018, “Knowledge is Power”, informou que, havia 36,9 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo; 35,1 milhões desses são adultos e 1,8 milhão crianças menores de 15 ano. Além disso, dentre dessa imensa quantidade há a estatística de que 7.000 mulheres em idade entre 15 e 24 anos, idade fértil, são infectadas pelo HIV semanalmente. Hoje no mundo, 35% das mulheres já sofreram violência física e/ou sexual em algum momento de suas vidas, mesmo que velado, entretanto o que alarma nesses dados é que em algumas regiões, essas agressões, tornam 1,5 vez mais suscetível a infecção pelo HIV. No Brasil, o último boletim epidemiológico sobre HIV publicado em 2018. é expressado que de 1980 até junho de 2018 havia 982.129 casos notificados ao Ministério da saúde; nos últimos 11 anos foram notificados 247.795 novos casos de HIV, sendo 117.415 desses casos no Sudeste. Quando pegamos um período de 18 anos, esse de 2000 até junho de 2018, podemos observar que a porcentagem de gestantes infectadas é expressivamente alta na região sudeste, 36,6% de 116.292 casos notificados segundo o DIAHV. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo qualitativo e exploratório, que se baseou na revisão de literatura, artigos, com busca dos termos HIV, bem-estar biopsicossocial e Saúde da mulher nas plataformas BVS e LILACS. Objetivo: O objetivo geral desse trabalho é compreender quais os possíveis estigmas sofridos por mulheres que vivem com HIV, e para isso fez se necessário identificar os estigmas vividos por mulheres que vivem com HIV. Resultado: Literalmente, a palavra estigma significa cicatriz ou sinal deixado por uma ferida, entretanto quando falamos sobre o processo de estigmatização em sociedade temos que considerar processos sociais e da história de determinado segmento; considera-se então um estigma tudo aquilo que fere, deteriora e exclui a imagem social de seu portador, o que é observado quando falamos das pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA). Em uma pesquisa qualitativa desenvolvida no Serviço de Assistência Especializada em HIV/AIDS do Instituto de Medicina Integral Profº Fernando Figueira (IMIP) no Recife em 2010, 8 mulheres que vivem com HIV foram entrevistadas e após da análise dos resultados foi constatado que 7 dessas mulheres contaram terem sofrido violência doméstica; que todas viam uma necessidade de ocultação da infecção; a ignorância de pessoas próximas quanto a possíveis gestações; dificuldades na convivência com e por causa da infecção onde poucas pessoas aceitam; e estigmas nos serviços de saúde, esses causados por profissionais da área que demonstram despreparo, falta de escuta ativa, discriminação. Além disso, em um dos relatos encontrados na pesquisa, uma das entrevistadas diz que o “enfermeiro do postinho” disse que ela não poderia “estar de relacionamento” porque o rapaz poderia “pegar”. Procurando entender o cotidiano das mulheres que descobrem o HIV/AIDS, uma pesquisa realizada em Florianópolis em 2013, onde 39 mulheres que vivem com HIV foram entrevistadas, traz que mudanças no âmbito afetivo e familiar acontecem em sua maioria dos casos, o que constata o isolamento familiar e de novos parceiros e até o término de alguns relacionamentos; já a mudanças no contexto social e de trabalho, o que infere diretamente no perfil socioeconômico dessas mulheres, demonstram a reclusa das entrevistadas e até a não aceitação das mesmas após o exame admissional como exemplo dado por uma delas. Considerações finais: O momento da descoberta da sorologia reagente ao HIV é crítico e sensível, quando falamos de mulheres que vivem com HIV há uma carga de estigmas maior do que imaginamos, visto que vivemos em uma sociedade extremamente machista, ora vista todo o trabalho do feminismo legitimando mulheres, o que não vem numa vertente contra o machismo, entretanto vem de forma a mostrar que o lugar de fala e respeito das mulheres deve ser revisto; somos todos iguais.

6194 AUMENTO NA TAXA DE DETECÇÃO DO HIV NO PRÉ-NATAL NA REGIÃO SUDESTE
Eduardo Felipe Barbosa de Oliveira, Claudia Cristina Dias Granito, Alice Damasceno Abreu, Sarah Delgado Braga Silva

AUMENTO NA TAXA DE DETECÇÃO DO HIV NO PRÉ-NATAL NA REGIÃO SUDESTE

Autores: Eduardo Felipe Barbosa de Oliveira, Claudia Cristina Dias Granito, Alice Damasceno Abreu, Sarah Delgado Braga Silva

Apresentação: A AIDS, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, é causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana-HIV, esse que é um Retrovírus RNA envelopado com superfície de membrana lipídica, fazendo parte do gênero Lentivírus pertencente à família lentiviridae. Logo o mesmo consegue copiar o seu RNA em DNA com fita espelhada e infectar celular TCD4+. É notório ao vermos pelo Boletim Epidemiológico emitido pelo Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/AIDS e das Hepatites virais (DIAHV), que de 2000 a 2018 já foram notificadas 116.292 gestantes, sendo que 38,6% residem na região sudeste, até 30 de junho de 2018 foram notificados no Estado do Rio de Janeiro 412 gestantes vivendo com HIV. Como participante da equipe multiprofissional da atenção primária, a enfermagem está diretamente ligada as gestantes detectadas com HIV, logo as suas ações oferecem impacto direto. Objetivo: Identificar a taxa de detecção de gestantes vivendo com HIV tendo o parto realizado até junho de 2018, e identificar motivos para tal número de casos. Desenvolvimento: O estudo em questão trata-se de uma pesquisa quantitativa e qualitativa apoiada na base de dados do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/AIDS e das Hepatites virais (DIAHV). Resultado: Segundo o boletim epidemiológico emitido pelo Ministério da saúde em 2018 sobre HIV, foi identificado uma pequena tendência ao aumento dos casos de gestantes vivendo com HIV, entretanto esse número é relacionado ao grande incremento na distribuição dos testes rápidos pela Rede Cegonha na atenção primária. Sua implementação se deu em 2012 no SUS, até outubro de 2018 foram distribuídos 17.062.770, equivalente a 36,4% do total distribuído no país. Em 2007 a taxa de detecção de HIV em gestantes era de 2,3 caos/ mil nascidos vivos, já em 2017 foi de 2,7 casos/ mil nascidos vivos, evidenciando o aumento na taxa. A detecção está ligada ao período de pré-natal, o seu aumento e expansão do alcance desse acompanhamento, onde temos o enfermeiro como um dos profissionais essenciais na detecção precoce. Considerações finais: Uma parcela desse aumento pode ser associada ao aumento da abrangência da adesão precoce do pré-natal, porém também pode ser associado a falta de instrução e do modo com o que é divulgado e abordado sobre HIV, o que vem sido, de uma maneira infame, “fuzilado” pelo atual Governo, uma vez que os investimentos na área de conscientização sobre HIV e seus tratamentos e modos de transmissão vêm sendo diminuídos e desprezando assim a importância da conscientização.

6466 A PREVENÇÃO COMBINADA AO HIV JUNTO A JOVENS EM CONTEXTOS DE FESTAS: UMA PROPOSTA DE INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA NA SAÚDE!
Allan Gomes de Lorena, Ricardo Rodrigues Teixeira

A PREVENÇÃO COMBINADA AO HIV JUNTO A JOVENS EM CONTEXTOS DE FESTAS: UMA PROPOSTA DE INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA NA SAÚDE!

Autores: Allan Gomes de Lorena, Ricardo Rodrigues Teixeira

Apresentação: A população jovem caracteristicamente não acessa com frequência e facilidade os serviços de saúde, cabendo a estes últimos construir estratégias para acessar este público nos seus espaços de circulação e socialização, em especial, naqueles que se configuram como espaços, cuja dinâmica parece ampliar a vulnerabilidade deste grupo à epidemia de HIV. Mesmo sabendo que a simples posse da informação não é condição suficiente para adoção de comportamentos seguros em relação à epidemia, a questão da informação assume uma nova figura no contexto atual, em que muitos desconhecem todas as opções oferecidas pela prevenção combinada. Aqui se vê o porquê do destaque dado às estratégias de Prevenção Combinada ao HIV, tais como, “Testagem Regular para o HIV, outras IST e HV”, “Profilaxia Pós Exposição (PEP)”, “Profilaxia Pré Exposição (PrEP)” e a “Redução de Danos (RD)” pouco explorada e até mesmo questionada o fato que integre a prevenção combinada. Nesse sentido, a presente proposta de investigação pretende contribuir para uma maior qualificação e efetividade das práticas de prevenção combinada junto a jovens neste contexto específico das festas com uso de substâncias, a partir de uma melhor compreensão das dinâmicas relacionais nestes espaços e, com isso, dos limites e possibilidades que se colocam para estas práticas, em particular, para as estratégias de RD e que se traduzem nos objetivos apresentados a seguir. O objetivo principal deste trabalho é compreender as práticas de prevenção combinada ao HIV junto a jovens em contextos de festas na periferia de São Paulo sendo que os objetivos secundários são: I) identificar as estratégias de prevenção ao HIV adotadas por jovens nos contextos de festas, II) compreender os efeitos, elementos e influências dessas estratégias por jovens nos contextos de festas, III) compreender, especialmente, a entrada do PM DST/AIDS nestes contextos e como participam da conformação das estratégias adotadas, IV) compreender, especificamente, o papel da redução de danos no conjunto de estratégias da prevenção combinada, V) submeter a uma perspectiva de análise biopolítica com vistas a se produzir uma compreensão crítica dos alcances e limites das estratégias de prevenção combinada ao HIV.Trata-se de uma investigação qualitativa cuja intenção é estar presente em um contexto específico, no caso, de festas nas periferias para o público jovem, organizado por coletivos de juventude e/ou cultura como campo de estudo, pois tanto funciona como um espaço de autonomia, liberdade e sociabilidade como também compõe um lugar de vulnerabilidades, práticas sexuais e consumo de álcool e outras drogas. O campo se estrutura em três festas nas periferias de São Paulo, sendo elas: 1) Sarau Travas da Sul no Grajaú, espaço de arte e cultura para a juventude LGBT periférica, sobretudo, travestis, transexuais e dissidentes de gênero; 2) Galpão Cultural do Jabaquara, ponto de encontro da juventude preta e pobre organizado por uma liderança jovem com articulação nas 64 favelas do Jabaquara, nos fluxos e bailes funks; 3) Festa Amem, plataforma artística do Coletivo Amem congregando os bailes de vogue da juventude negra LGBT. O critério para a escolha das festas foi à constatação que este é um local que possui dinâmicas sociais desconhecidas, incluindo ou não a adoção das estratégias de Prevenção Combinada ao HIV e da Política de Atenção Integral a Usuários de Álcool e Drogas como a RD, pouco explorado nesses contextos, o que nos indica a complexidade do campo da pesquisa permitindo atingir o objetivo principal da pesquisa como, também, contribuir para outros desenhos de estudo com a temática das festas de modo ampliado, ou seja, um campo bastante privilegiado de observação para construir estratégias dialogadas de prevenção combinada ao HIV. A pesquisa se subdivide em dois momentos: I) entrevistas semiestruturadas com gestores, profissionais de saúde, organizadores e frequentadores de festas. As entrevistas serão individuais com o objetivo de captar as experiências dos entrevistados no campo da política pública quanto dos contextos de festas. A entrevista será a primeira visita aos espaços da gestão e das festas compondo a primeira identificação das estratégias de prevenção combinada ao HIV junto a jovens. O objetivo principal desta técnica metodológica é identificar percepções e concepções sobre o tema e mapear os contextos de festas que o pesquisador desconhece daqueles já mapeados; II) observação participante nos contextos de festas. A principal ferramenta de trabalho durante a observação participante será o diário de campo – umas das principais fontes empíricas do estudo. A observação participante por meio do diário de campo tem o objetivo de produzir um registro cartográfico sobre os contextos das festas cuja finalidade é produzir narrativas sobre essas festas nas dimensões materiais (espaço e território) como imateriais (relações, sentidos e significados). As narrativas serão elaboradas partir dos diários de campo devidamente examinados e debatidos nas reuniões de orientação (espaço privilegiado para a análise do material empírico). Espera-se que esta proposta de investigação possa produzir uma descrição cuidadosa da entrada da prevenção combinada ao HIV nos contextos de festas utilizando estratégias metodológicas que incluam todos os atores envolvidos no ambiente pesquisado produzindo declarações teóricas que coloquem a realidade estudada numa perspectiva biopolítica através do mapeamento dos contextos de festas identificados pelo os sujeitos da pesquisa, bem como, a produção de duas narrativas cuja primeira sobre as observações participantes nos contextos de festas. A partir desta perspectiva, espera-se compreender o alcance da prevenção combinada ao HIV nesses espaços. E a segunda das observações que será compartilhado com os sujeitos da pesquisa que permitam a reflexão sobre as estratégias de prevenção combinada ao HIV propiciando reavaliar e potencializar o uso desses arranjos no âmbito da política pública e dos contextos de festas. Em síntese, temos a proposição de um determinado arranjo de pesquisa que articula metodologias que permitam a descrição densa de dimensões micropolíticas do cotidiano das práticas de saúde, submetida a uma perspectiva de análise biopolítica com vistas a se produzir uma compreensão crítica dos alcances e limites das estratégias de prevenção combinada ao HIV praticadas junto a jovens em contextos de festa na periferia de SP, que leve fundamentalmente em conta sua articulação com os diferentes modos de existência. 

6569 A SUSCEPTIBILIDADE A TUBERCULOSE PARA PACIENTES COM DIABETES MELLITUS
Danielle Freire Goncalves, Joelson Rodrigues Farias, Armando Sequeira Penela

A SUSCEPTIBILIDADE A TUBERCULOSE PARA PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

Autores: Danielle Freire Goncalves, Joelson Rodrigues Farias, Armando Sequeira Penela

Apresentação: A tuberculose (TB) é uma doença contagiosa causada pelo bacilo de Koch. Ainda negligenciada pela saúde pública, a TB possui estreita relação com condições de vida e situação de disparidade econômica. Além disso, ela está diretamente relacionada a outras doenças ligadas a insuficiência renal, como a diabetes mellitus (DM), já que ela dificulta o controle da TB, fazendo com que o organismo adquira resistência aos fármacos utilizados, o qual faz eleva as taxas de insucesso do tratamento da tuberculose. Ademais, o risco de ser infectado pelo vírus da TB aumenta em grupos mais vulneráveis imunologicamente, como portadores de HIV, alcoolismo, entre outros. Logo, o objetivo do presente trabalho é analisar a correlação entre Tuberculose e diabetes mellitus, bem como a importância do controle do nível glicêmico para a redução dos casos de diabetes. Desenvolvimento: O trabalho foi construído a partir de uma abordagem de natureza quantitativa, do tipo bibliográfica. Na bibliografia, foram utilizados artigos e revistas disponíveis em bases de dados online, como da Scielo e Sociedade Brasileira de Diabetes. Resultado: Verificamos que a diabetes é uma doença causada pele falta ou má absorção da insulina, um hormônio produzido no pâncreas, o qual regula a glicose no sangue, garantindo as taxas glicêmicas adequadas. De acordo com a sociedade brasileira de diabetes, existem atualmente mais de 13 milhões de diabéticos no Brasil, o que corresponde 6,9% da população. Destaca-se também, que um indivíduo com DM tem maiores probabilidades de adquirir Tuberculose na forma ativa. Um estudo de caso-controle apontou que as chances de um paciente desenvolver a tuberculose é de 2,44 a 8,33 vezes maior em pacientes com diabetes mellitus. Considerações finais: com base no estudo bibliográfico, o presente trabalho possibilitou identificar a relação intrínseca da diabetes e tuberculose, as quais trazem inúmeros prejuízos a saúde do indivíduo. Logo, a chave para reverter esse quadro é a educação direcionada aos hábitos alimentares das pessoas, atividades físicas e perda de peso. Desse modo, o trabalho visa a criação de um projeto de intervenção para sensibilizar as pessoas suscetíveis às infecções, através de folders digitais e impressões, com explicações sobre os riscos da TB, sintomas, tratamentos e a correlação entras as duas patologias.