448: Acesso e Qualidade das Ações e Serviços de Saúde
Debatedor: Francine Ramos
Data: 31/10/2020    Local: Sala 11 - Rodas de Conversa    Horário: 10:30 - 12:30
ID Título do Trabalho/Autores
6823 DESENVOLVIMENTO DE BARREIRAS DE SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE PERIGOSOS EM UM HOSPITAL GERAL NO RIO DE JANEIRO
Vanessa Brandão, Ana Cláudia Alves da Silva, Benedito Carlos Cordeiro, MONIQUE ARAÚJO DE BRITO

DESENVOLVIMENTO DE BARREIRAS DE SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE PERIGOSOS EM UM HOSPITAL GERAL NO RIO DE JANEIRO

Autores: Vanessa Brandão, Ana Cláudia Alves da Silva, Benedito Carlos Cordeiro, MONIQUE ARAÚJO DE BRITO

Apresentação: Medicamentos potencialmente perigosos (MPP) são aqueles que apresentam risco aumentado de provocar danos significativos aos pacientes em decorrência de falha no processo de utilização. São também denominados medicamentos de alto risco ou medicamentos de alta vigilância. Embora seu alto potencial de risco, os MPP são medicamentos de uso hospitalar e ambulatorial bastante frequentes e, por este motivo, torna-se importante o estabelecimento de processos com a finalidade de prevenir erros e danos relacionados a eles. Segundo o ISMP (Institute for Safe Medications Practices), a revisão contínua da padronização de MPP, a padronização do armazenamento, uso de rótulos auxiliares e melhorias na qualidade e no acesso a informações sobre esses medicamentos fazem parte de um conjunto de ações para reduzir os erros relacionados a MPP. Nesse sentido, este trabalho aplicou as recomendações do ISMP para práticas seguras no manejo de MPP com o objetivo de contribuir com o uso seguro desses medicamentos na farmácia e no centro cirúrgico (CC) de um hospital geral de grande porte no Rio de Janeiro. Trata-se de um estudo intervencionista descritivo e transversal. As recomendações do ISMP para práticas seguras no uso de MPP e que foram desenvolvidas por este trabalho incluem: atualização da lista de MPP, medidas de armazenamento seguro, uso de alertas de identificação nos MPP, uso de etiquetas específicas de identificação de cloreto de potássio e de bloqueadores neuromusculares, e uso de etiquetas de diferenciação para medicamentos com grafia ou som semelhante e para apresentações diferentes do mesmo medicamento, quando aplicável. Foram confeccionados e distribuídos folhetos informativos para toda equipe do CC, e também para os demais setores do hospital, com o objetivo de disseminar informação sobre os MPP. O estudo buscou melhorias nos processos que envolvem o manuseio e administração de MPP no âmbito hospitalar como forma de criar barreiras que minimizem os erros de medicação e também nortear a instituição quanto a necessidade de intervenções que priorizem o uso seguro de medicamentos, proporcionando maior segurança ao paciente e aos profissionais de saúde.

6879 AMPLIAÇÃO DO ACESSO AO DIAGNOSTICO DE MALARIA: INTEGRAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Silvana Cavalcante Gomes, THAYANA OLIVEIRA MIRANDA, FRANCISCA RODRIGUES DOS SANTOS, Maria Adriana Moreira

AMPLIAÇÃO DO ACESSO AO DIAGNOSTICO DE MALARIA: INTEGRAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE

Autores: Silvana Cavalcante Gomes, THAYANA OLIVEIRA MIRANDA, FRANCISCA RODRIGUES DOS SANTOS, Maria Adriana Moreira

Apresentação: O objetivo deste relato é descrever as estratégias implantadas pela ação integrada da gerência de endemias com a atenção básica no município de Tefé para ampliação do acesso ao diagnóstico de malária. Sabemos que dentro da Amazônia legal, para realizar as ações de combate e controle da malária é um desafio muito grande, mas não impossível de acontecer, a gerência municipal de endemias em parceria integrada da atenção básica com o apoio da gestão através da secretária de saúde Maria Adriana Moreira, Ministério da Saúde e Fundação de Vigilância em Saúde do Estado do Amazonas no ano de 2017 a 2019 vem trabalhando fortemente na integração dos profissionais e dos setores para alcançar os resultados esperados no ano corrente que foi a redução do número de casos de pessoas doentes por malária, resultado este que foi alcançado fundamentado no processo de mudança de gestão apoiado raiz da Educação Permanente em Saúde, O município de Tefé de janeiro a dezembro de 2018 registrou 3.923 casos de malária, ocupando o 4º lugar no Ranking de maior número de casos do ESTADO. De janeiro a 27 de Dezembro/2019 registrou 2.562 casos, no que representa uma redução de 1.361 pessoas que não tiveram Malária quando comparado com o mesmo período do ano anterior ocupando o 7º lugar no Ranking do ESTADO em 2019, o que mostra que ações de integração e trabalho com compromisso reflete em ações positivas para a comunidade. Após as oficinas de EPS foi marcado Educação Permanente em Saúde, mensal com a rede de diagnostico, os microscopistas que a cada encontro em roda de conversa trazem suas dificuldades e as necessidades de sua localidade, e descrevem o que é diferencial com a permanência dos profissionais onde tem o ponto de apoio. Muitos referem que agora seu trabalho é visto com outros olhos, ou seja, os comunitários hoje veem o trabalho de todos os profissionais com respeito e valorização dentro da comunidade.i

6889 A PERCEPÇÃO DO USUÁRIO EM RELAÇÃO AO PROGRAMA DE PRÁTICAS CORPORAIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE NO MUNICÍPIO DE SANTOS.
marcelo pereira gonçalves, ROGÉRIO CRUZ OLIVEIRA

A PERCEPÇÃO DO USUÁRIO EM RELAÇÃO AO PROGRAMA DE PRÁTICAS CORPORAIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE NO MUNICÍPIO DE SANTOS.

Autores: marcelo pereira gonçalves, ROGÉRIO CRUZ OLIVEIRA

Apresentação: A saúde pública no Brasil passou por várias mudanças desde a década de 70, dentre elas a reforma sanitária e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) regulamentada pela lei 8.080/1990. Esta reforma objetivou o reconhecimento da saúde como direito social e trouxe um novo modelo de assistência pública à saúde, marcada pelo princípio da universalização das ações em saúde e outros fatores como descentralização, integralidade e regionalização no atendimento. Nessa ótica, a lei compreende a saúde a partir de seus determinantes e condicionantes sociais, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e acesso aos bens e serviços essenciais, com a finalidade de garantir as pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social. Na mesma esteira, ainda na década de 1990, o Conselho Nacional de Saúde (CNS), através da resolução CNS N.º 218 de 6 de março de 1997, buscou reconhecer como profissionais da saúde algumas categorias profissionais de nível superior, na qual o profissional de Educação Física (PEF) se insere como uma delas. Tal marco legal evidenciou a pertinência da atividade física e do PEF nos diversos cenários de práticas de cuidado em saúde numa perspectiva interdisciplinar, haja vista que, de acordo com a própria resolução, há o reconhecimento de que as ações realizadas pelos diferentes profissionais de nível superior constituem um avanço no que tange à concepção de saúde e a integralidade. A prática corporal e atividade física foram incluídas nas medidas e ações pela Política Nacional da Promoção da Saúde (PNPS), criada em 2006, nas ações da rede básica da saúde e comunidade, cabe ressaltar que, a inserção de um programa de práticas corporais/atividade física voltada à população deve fundamentar-se em uma concepção da promoção da saúde apoiada em processos educativos que vão além da transmissão de conhecimentos, focando entre outros aspectos, o enfrentamento das dificuldades e o fortalecimento da identidade. Ainda que a atividade física seja a expressão predominante dos conteúdos da área, o modo como o profissional trabalha com ela pode determinar a forma pela qual as pessoas entendem e se apropriam da sua prática. Pensar na Educação Física implica considerar a formação, o profissional que vai refletir sobre o grupo ou indivíduo com o qual trabalha, a sociedade nos planos histórico, econômico e cultural para, a partir de então, pensar, elaborar e propor conteúdos e estratégias. Falarmos apenas em atividade física diz respeito a uma tarefa, uma atividade, com o intuito de verificar os efeitos provocados por ela. Vale destacar que a PNPS e a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), sistematizaram a preocupação do poder público em atender as necessidades de saúde da população para além dos programas e iniciativas que focam somente na prática da atividade física. Atualmente no âmbito da graduação, pós-graduação e grupos de pesquisa que abordam a Educação Física e Saúde, é possível notar a implementação de uma figura conceitual, cada vez mais presente no cenário do SUS: “práticas corporais”, este conceito está diretamente associado à crítica contemporânea em relação às práticas de saúde, e tem se mostrado como um contraponto à discussão e intervenção centralizada na atividade física. Dessa forma, o conceito de práticas corporais apresenta maior potencialidade para intervir no processo saúde-doença de modo mais articulado aos princípios do SUS. Compondo de maneira mais ampla as estratégias de atenção primária em saúde e apontam outras perspectivas de intervenção que parecem mais pautadas as necessidades da PNPS. Vale ressaltar que esse estudo assume o termo práticas corporais no título, pois entendemos que práticas corporais dialoga com as ciências humanas e sociais, e vai ao encontro das diretrizes e princípios do SUS, possibilitando ao PEF uma visão mais abrangente e integral na produção do cuidado em sua atuação na Atenção Primária em Saúde. A pertinência desta pesquisa é fundamentada em uma crítica da professora Yara Carvalho, a autora questiona em sua pesquisa o campo da universidade/pesquisa e trabalho com a comunidade, onde ela procura entender o motivo da figura do sujeito estar sempre perdida ou projetada na instituição (escola, academia, universidade), entre suas diversas possibilidades, e ainda discorre que aparentemente o entendimento sobre o sujeito é definido como uma figura que não pensa, não sente, não experimenta emoções, desejos, não carrega consigo sua própria história de vida. Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi analisar a percepção dos usuários sobre o programa de práticas corporais do qual eles participam nas Unidades Básicas de Saúde do município de Santos-SP. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, na qual participaram 29 voluntários, sendo 26 usuários dos serviços de saúde do município de Santos-SP e 3 profissionais de Educação Física responsáveis pelos programas de práticas corporais/atividades físicas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em três regiões diferentes na cidade de Santos. Estas foram selecionadas a partir dos seguintes critérios: ofertar um programa de práticas corporais/atividades físicas e ter um profissional de Educação Física referenciado no Núcleo Ampliado de Saúde da Família. Na coleta de dados foi utilizado como instrumento a entrevista semiestruturada, tanto para os munícipes quanto para os professores de Educação Física. A entrevista semiestruturada parte de certos questionamentos básicos, apoiados em pressupostos que interessam a pesquisa. Além disso a entrevista semiestruturada é um dos principais meios para realização da coleta de dados numa pesquisa qualitativa, pois, ao mesmo tempo em que valoriza a presença do investigador acaba por oferecer todas as perspectivas possíveis para que o informante alcance a liberdade e a espontaneidade necessária, enriquecendo a investigação. Com a finalidade de contribuir para a caracterização e contextualização do ambiente da pesquisa, realizamos entrevistas semiestruturadas com os professores responsáveis pela condução do programa de práticas corporais nas UBSs escolhidas. Em uma das três UBSs realizamos um Grupo Focal (GF) com os usuários que participaram da entrevista semiestruturada. O critério para escolha da UBS se deu a partir da estrutura física, pois houve necessidade do uso de uma sala que acomodasse os voluntários e não comprometesse a gravação do áudio. O GF tem sido utilizado como técnica de pesquisa qualitativa, obtendo dados a partir de reuniões em grupo com pessoas que representam o objeto de estudo. Além disso o GF têm sido aplicados internacionalmente para a estruturação de ações diagnósticas e levantamento de problemas; para o planejamento de atividades educativas, como objeto de promoção em saúde e meio ambiente; podendo ser utilizado também para a revisão do processo de ensino-aprendizagem. As entrevistas semiestruturadas e GF foram gravadas em áudio e transcritas para um arquivo eletrônico para posterior análise. Neste momento a pesquisa está na fase de análise de dados que, fundamentada pela análise temática/ análise de conteúdo está sendo elaborado a categorização não apriorística. Na escolha pela categorização não apriorística, vale ressaltar que essas surgem totalmente das respostas dos sujeitos da pesquisa, o que primeiramente exige do pesquisador um intenso ir e vir ao material analisado e teorias embasadoras, além de não perder de vista o atendimento aos objetivos da pesquisa, de modo geral o pesquisador segue seu próprio caminho fundamentado nos seus conhecimentos teóricos, norteado pela sua sensibilidade, intuição e experiência.

7539 O SÁBADO DO HOMEM COMO ESTRATÉGIA DE ACESSO E ACOLHIMENTO À POPULAÇÃO MASCULINA ADULTA NO MUNICÍPIO DO SALVADOR (BA)
Igor Carlos Cunha Mota

O SÁBADO DO HOMEM COMO ESTRATÉGIA DE ACESSO E ACOLHIMENTO À POPULAÇÃO MASCULINA ADULTA NO MUNICÍPIO DO SALVADOR (BA)

Autores: Igor Carlos Cunha Mota

Apresentação: A Portaria nº 1.944 de 27 de agosto de 2009 que institui a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) tem como objetivo promover melhoria das condições de saúde da população masculina adulta (20 a 59 anos) brasileira e a redução da morbimortalidade dessa população, por meio do enfrentamento racional dos fatores de risco mediante a facilitação ao acesso às ações e aos serviços de assistência Integral à Saúde. É de conhecimento dos trabalhadores da saúde, gestores, pesquisadores e estudiosos da saúde do homem e das masculinidades que o homem adulto, historicamente, não frequenta as Unidades Básicas de Saúde (UBS), sendo cliente contumaz, entretanto, das emergências e especialidades. São diversas as suposições desenvolvidas para tentar compreender as motivações do afastamento do cuidado primário à saúde por parte dos homens. Contudo, as justificativas mais referidas pela literatura são as chamadas barreiras socioculturais e institucionais. Por um lado, as barreiras socioculturais associam a ausência dos homens da Atenção Primária à Saúde (APS), às características da identidade masculina relacionada a seu processo de socialização, ou seja, pela construção machista da masculinidade. Nesse caso, a identidade masculina estaria associada à desvalorização do autocuidado, a fantasia de invulnerabilidade e a necessidade de exposição a riscos, tudo para alcançar a masculinidade hegemônica e não exibir fragilidades. Ao que se refere às barreiras institucionais, existem perspectivas que reconhecem o funcionamento convencional da própria UBS como sendo a causa da dificuldade do acesso dos homens adultos aos serviços da APS. Neste caso, os homens sentiriam mais dificuldades para serem atendidos, devido, principalmente, ao horário de seu funcionamento (08h às 17h), uma vez que este corresponde ao horário de trabalho dos usuários, que se queixam, da mesma forma, da dificuldade de liberação pelo empregador para frequentar as UBS. O afastamento do cuidado primário à saúde acaba por fortalecer uma realidade preocupante. A população masculina adulta apresenta um quadro de morbimortalidade consideravelmente pior que os demais grupos populacionais. Adoecem e morrem mais por causas evitáveis, sendo as principais vítimas letais das doenças cardiovasculares, doenças infectocontagiosas, do aparelho digestivo e do uso de substâncias psicoativas. Muitas dessas mortes ou complicações poderiam ser evitadas caso o homem adulto fizesse acompanhamento regular em unidades de saúde da APS. Desse modo, tornou-se imperativa a criação de uma estratégia no campo da saúde que buscasse atrair, acolher e cuidar da população masculina adulta no contexto da APS, que tivesse como preocupação suas especificidades, necessidades e peculiaridades. Visando aproximar o homem das UBS, no intuito de favorecer o processo de autocuidado com a saúde, diagnosticar, tratar e acompanhar as principais doenças crônicas, assim como, infecções transmissíveis e realizar atividades de promoção da saúde, mirando a melhora do quadro de morbimortalidade desta população. O Sábado do Homem é uma estratégia de facilitação de acesso e acolhimento da população masculina à APS, quando são ofertados diversos serviços de saúde, em um ambiente com predominância masculina e em um dia alternativo ao horário convencional. A estratégia Sábado do Homem acontece no município do Salvador (BA) através da Secretaria Municipal de Saúde, com a condução da Coordenadoria de Atenção Primária à Saúde. Funciona com a abertura de Unidades Básicas de Saúde uma vez por mês, aos sábados, para atender exclusivamente a população masculina, prioritariamente na faixa etária de 20 a 59 anos. Oportunamente também são acolhidos os homens a partir de 15 anos e acima de 59 anos. É realizado o planejamento mensal onde consta os nomes dos participantes, suas categorias profissionais, os serviços e ações de saúde que serão ofertados naquele mês, os temas de educação em saúde que serão trabalhados, o quantitativo de homens previamente agendados e o turno de trabalho. Os serviços ofertados são: consultas médicas, de enfermagem, com cirurgião-dentista e com Nutricionistas, Assistentes Sociais, Psicólogos e demais categorias que compõem o Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB),  aferição de pressão arterial, aferição de glicemia, imunização, cálculo de IMC, curativo, exames laboratoriais, testes rápidos para HIV, Sífilis, Hepatites B e C, escovação supervisionada, consulta de planejamento reprodutivo, consulta de pré-natal do parceiro, encaminhamentos externos, tais como, vasectomia, urologia, cardiologia e clínica de sexualidade e atividades educativas. No ano de 2019 participaram 82 UBS (o município tem 140 UBS) e foram atendidos na estratégia Sábado do Homem o total de 15.537 pessoas, com 62,22% dos homens entre 30 a 59 anos, predominando a faixa etária entre 50 a 59 anos. Em relação às consultas, destaca-se que a consulta multiprofissional é a principal oferta de serviço no Sábado do Homem, sendo possível realizar atendimento individual, compartilhado e em grupo. As consultas dos profissionais Médicos e Enfermeiros no Sábado do Homem são divididas em Pré-natal do Parceiro (PNP), Planejamento Reprodutivo (PR) e Atendimento Clínico (AC). No período analisado, os profissionais da Enfermagem realizaram 5.170 consultas, distribuídas em PNP (3,13%), PR (7,47%) e AC (89,40%). Já os profissionais médicos realizaram no mesmo período 8.844 consultas, distribuídas em PNP (0,62%), PR (1,93%) e AC (97,44%). Em relação às atividades dos profissionais de saúde bucal, constata-se que foram realizadas 4.503 atendimentos odontológicos, contemplando 17.265 procedimentos, com média de aproximadamente 04 procedimentos por pessoa, com a participação de 5.170 homens nas escovações supervisionadas. Também participaram das atividades profissionais do Núcleo Ampliado de Saúde da Família – NASF-AB, em UBS que tenham tal cobertura e de Nutricionistas, Assistentes Sociais e Psicólogos em UBS sem a Estratégia de Saúde da Família. Para estas categorias profissionais foram registradas 501 atendimentos individuais de nutricionistas, 336 atendimentos individuais de Serviço Social, 20 atendimentos individuais de Psicologia, além de 27 consultas compartilhadas de Nutricionistas e 30 consultas compartilhadas de Serviço Social. Já em relação ao atendimento em grupo: 180 atendimentos em grupo com Psicologia, 300 com Nutrição e 402 com Serviço Social. Além disso, foram realizados 47.344 procedimentos, 27% Odontológico, 13% glicemia; 17% aferição de pressão; 8% vacina; 21% teste rápido; 1% de curativo; 14% peso e altura. Do total de homens atendidos no Sábado do Homem no ano de 2019, 87% deles realizaram testes rápidos para HIV, Sífilis, Hepatites B e C. Foram realizados 13.442 testes, sendo identificados 267 resultados alterados, a maioria foi caso de sífilis (195), seguido por Hepatite B (27), HIV (25), Hepatite C (20) e 28 resultados não identificados. Na oportunidade ainda foi possível distribuir cerca de 42.340 preservativos masculinos. Diante das suspeitas diagnósticas, diagnósticos e da necessidade de atenção dos usuários atendidos no Sábado do Homem foi possível realizar encaminhamentos com destaque para: urologistas (61%); Cardiologista (16%); Vasectomia (15%); Sexologia. A partir do exposto nota-se que a estratégia Sábado do Homem atendeu ao seu objetivo principal que é favorecer acesso e acolhimento na APS aos homens adultos residentes em Salvador, contudo muitas barreiras ainda precisam ser vencidas. Ainda há a necessidade de expandir o número de unidades de saúde desenvolvendo a estratégia Sábado Homem; ampliação da divulgação das ações no território, favorecendo incremento no número de usuários contemplados com os serviços ofertados, inclusive ampliando o número de consultas de pré-natal do parceiro e do planejamento reprodutivo; ampliação da participação dos profissionais que compõe o NASF e dos Assistentes Sociais, Psicólogos e Nutricionistas que atuam nas UBS sem a Estratégia de Saúde da Família.

10153 O ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE: UNIVERSAL E IGUALITÁRIO? REFLEXÕES A PARTIR DO CASO DO MUNICÍPIO RURAL REMOTO DE ASSIS BRASIL, ACRE
karina vasconcelos rodrigues, Patty Almeida de Almeida

O ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE: UNIVERSAL E IGUALITÁRIO? REFLEXÕES A PARTIR DO CASO DO MUNICÍPIO RURAL REMOTO DE ASSIS BRASIL, ACRE

Autores: karina vasconcelos rodrigues, Patty Almeida de Almeida

Apresentação: Embora o Sistema Único de Saúde (SUS) esteja firmado sob princípios que preconizam a universalidade, equidade e integralidade, experiências de uso e acesso aos serviços vividas por usuários, gestores e profissionais demonstram que o direito à saúde não se encontra plenamente efetivado no acesso aos serviços de saúde. Ao analisarmos os princípios balizadores das ações do SUS, entendemos que a universalidade está ligada à garantia do direito à saúde por todos os brasileiros. Contudo, é possível afirmar que municípios com determinadas características, como aqueles classificados como rurais e remotos (IBGE, 2017) enfrentam dificuldades adicionais para garantia de acesso e atenção integral aos serviços de saúde no SUS. O estudo analisou o acesso e uso da atenção primária à saúde (APS) no município rural remoto de Assis Brasil no Acre. Este estudo faz parte de um estudo mais amplo: “Atenção Primária à Saúde em áreas rurais remotas no Brasil”, coordenado pela ENSP/FIOCRUZ e financiado pelo Ministério da Saúde. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com gestores de Assis Brasil e de Rio Branco, profissionais e usuários da APS, em um total de 15 entrevistas. O material empírico passou por análise de conteúdo temática. Os resultados demonstraram desigualdade no acesso e utilização dos serviços de atenção básica ao interior do próprio município já classificado como rural remoto, ou seja, entre moradores da sede e de seu interior, ficando os últimos reféns de alterações climáticas e estações do ano. Moradores de áreas rurais que utilizam os rios como meio de deslocamento só conseguem acessar os serviços de saúde durante o período de cheia, enquanto que moradores de áreas rurais que utilizam as estradas não conseguem acessar os serviços de saúde no mesmo período pois as estradas encontram-se intransitáveis. Algumas áreas dependem de acesso por via aérea e ações itinerantes articuladas por gestor estadual e municipal a fim de levar serviços de saúde a regiões de difícil acesso ao interior do Acre. Há também barreiras financeiras que dificultam o acesso dos moradores de áreas rurais à sede do município, uma vez que não há transporte público disponível. O valor da passagem em transporte particular é elevado (cerca de 150,00 reais) e se tratando de população, majoritariamente, beneficiária do Bolsa Família (70%), este valor atrasa ou impede o acesso oportuno ao serviço de saúde.  Os resultados apontam que embora haja oferta de serviço de saúde, sobretudo APS na sede do município, outras ações são necessárias para garantir a utilização dos serviços, como garantia de transporte até as UBS e estratégias itinerantes para viabilizar o acesso aos moradores que vivem no interior de municípios rurais e remotos. Além de fatores climáticos e ambientais, foram identificadas barreiras de ordem organizacional e estrutural dos serviços de saúde como: indisponibilidade de profissionais qualificados, escassez de medicamentos básicos, falta de acesso à internet nas UBS. Em relação à atenção especializada, as barreiras são ainda mais severas. Não há serviço de atenção especializada na região, logo os moradores precisam se deslocar para outros municípios, além de enfrentar a rotatividade de médicos e por vezes, ausência destes. Os resultados apontam que municípios rurais e remotos exigem reinterpretações da política de APS para atender às especificidades de localidades com extrema dispersão territorial, barreiras naturais de acesso e desigualdades ao interior dos próprios municípios, com suas sedes e interior. Políticas federais e estaduais para garantia de transporte são essenciais para assegurar acesso nestes contextos. Em cenário no qual propostas políticas que privilegiam o financiamento da APS via cadastro, estudos que deem visibilidade ao Brasil profundo são necessárias para a criação de modelos organizacionais com expressividade para captar e considerar particularidades dessas regiões. 

10390 O ACESSO A REDE DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DA COMUNIDADE QUILOMBOLA NO MUNICÍPIO DE BARREIRINHA (AM): O CASO DO USUÁRIO-GUIA.
Izi Caterini Paiva Alves Martinelli dos Santos, Júlio César Schweickardt

O ACESSO A REDE DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DA COMUNIDADE QUILOMBOLA NO MUNICÍPIO DE BARREIRINHA (AM): O CASO DO USUÁRIO-GUIA.

Autores: Izi Caterini Paiva Alves Martinelli dos Santos, Júlio César Schweickardt

Apresentação: A Amazônia é um lugar singular, composta por diferentes territórios de características distintas. Nesses territórios a vida acontece e a natureza rege o cotidiano. A Amazônia se torna um desafio para as políticas públicas de saúde, principalmente no que tange o acesso à saúde. A região também é marcada pela diversidade de territórios existenciais, com diferentes grupos sociais que desenvolvem suas práticas, histórias, resistência e modos de vida. Um desses grupos sociais presentes na Amazônia são os remanescentes de quilombos, também conhecidos como quilombolas. Partindo da comunidade quilombola Santa Tereza do Matupiri, localizada no município de Barreirinha, Baixo Amazonas e entendendo as peculiaridades do território, esse texto tem como objetivo apresentar o acesso da população quilombola à Rede de Urgência e Emergência, através do olhar de um usuário-guia, este estudo faz parte do projeto “O acesso da população ribeirinha à rede de urgência e emergência no Estado do Amazonas” desenvolvido pelo LAHPSA/FIOCRUZ-AM com financiamento da FAPEAM. Desenvolvimento: Utilizamos o usuário-guia como ferramenta metodológica que tem como objetivo narrar os encontros que se dão ao longo da produção do cuidado. O lugar de partida é a comunidade Santa Tereza do Matupiri, uma das seis comunidades quilombolas presentes no rio Andirá, localizada no Baixo Amazonas e parte do município de Barreirinha. Na comunidade o ponto de referência à rede formal de saúde são as Agentes Comunitárias de Saúde (ACS). Na comunidade tem uma Unidade Básica de Saúde (UBS) que está há anos em obra, por isso, quando os usuários necessitam acessar a rede formal de saúde, se deslocam até a sede do município. A escolha do usuário-guia partiu de uma conversa com a ACS e juntos optamos por um caso complexo, ou seja, aquele que necessitou acessar mais dispositivos da rede formal de saúde. João, nosso usuário-guia, sofreu um acidente de trabalho em dezembro de 2017 na comunidade, naquele dia ele estava montando um motor gerador e fazendo o forro de uma casa, teve o punho esquerdo cortado após uma lâmina de mastear madeira estourar e atingi-lo. Resultado: Após identificar o ferimento, seguiram pelo agitado rio Andirá de ambulancha de motor 15hp para a sede do município, estavam o motorista e o filho mais velho. O rio estava enchendo, demorando 1 hora para chegar até o porto da cidade. “Não podia ir com força né, porque batia na água e isso aqui (mão) balançava. Todo tempo devagar”. No meio do rio, quando começou a ter sinal de telefone, o motorista da ambulancha ligou para o telefone da ambulância para aguardá-los no Porto. Quando chegaram a ambulância já estava os aguardando. O trajeto de ambulância levou cerca de 20 minutos. João deu entrada no hospital, após fazer o raio x, constataram a gravidade e o médico solicitou a transferência para Parintins (PIN), município que atua como referência da região de saúde do Baixo Rio Amazonas, recebendo usuários com necessidades de cuidados mais complexos. Fizeram a imobilização com papelão como conta João que também sinalizou que a mão era muito pesada e o suporte que fizeram não aguentava o peso. Seguiram para Parintins de ambulancha, motor 90Hp, ele, o filho mais velho e o motorista da ambulancha de Barreirinha, levaram 4 horas para fazer o trajeto Barreirinha-Parintins, “não podia ir com força”. No pico da cheia, esse mesmo trajeto é feito em 1 hora e na vazante em 1 hora e 30 minutos. “Eu ia sentado, não tinha como ir deitado, era muita dor. eu tava com a mão aqui. Não tinha como e esbarrava osso com osso”. Quando chegou em Parintins, João foi recebido pela assistente social de Barreirinha que fica em Parintins, esta já havia sido contactada pela assistente social do hospital sobre a transferência do João, seguiram para um dos hospitais da cidade em um carro particular. A irmã de João que mora próximo a Parintins foi até lá e ficou o acompanhando durante todo o período de internação. No dia 20 de dezembro, um dia após a entrada no hospital de PIN, João foi operado, recebeu alta no dia 22 de dezembro. Após a alta João foi para a casa dos pais que fica em um núcleo, como chama, próximo a Parintins, o trajeto é feito de carro e moto. Após 9 dias da alta, João e a família voltaram para a comunidade onde moram, com João pilotando a lancha, levaram 2 horas e meia, desta vez o rio estava calmo. Completando 15 dias de pós-operatório, João retornou ao médico para a retirada dos ferros que foram colocados na cirurgia, para ele foi um momento de sofrimento e de dúvida quanto ao tempo de retirada dos ferros. Nesse período na comunidade, João ficou recebendo visitas da ACS que realizava o curativo diariamente. Desta vez, João foi de barco de Barreirinha até PIN, pois o custo de ir para PIN e voltar para a comunidade de lancha própria com toda a família é alto, cerca de 200 reais só de combustível. A mão de João não se sustenta, é preciso segurá-la, caso contrário ela fica para baixo. O punho e a parte superior da mão perderam a sensibilidade e os movimentos foram preservados. No pós-operatório, João tomou os remédios prescritos pelo médico e fez uso de remédios caseiros com a folha de “mão aberta” e a “folha de corama” ambas para fazer compressa e tomou “banha de sucurijú” (uma cobra da região, conhecida por seu veneno). A prática da medicina tradicional através das plantas medicinais vem do exemplo da avó de Ana e dos encontros ao longo da vida. “A gente vai aprendendo né, com as pessoas por aí, as vezes em fila escuta. A minha avó era curandeira”. Fez fisioterapia durante 1 ano na Unidade Básica de Saúde do município. O deslocamento era por conta própria, levando 2 horas na cheia e até 3 horas e meia na seca quando o rio estava forte, gastando 6 litros de combustível para ir e voltar de rabeta, que é um motor econômico e muito utilizado pela população ribeirinha na Amazônia. Após 3 meses da cirurgia, João voltou a trabalhar contando com a ajuda dos filhos. Quanto ao seu trabalho com carpintaria, houve uma mudança significativa, pois não poderia mais tirar a madeira da mata com motosserra. Hoje compra a madeira, paga pela peça, uma de 6 metros custa cerca de 67 reais. A situação financeira da casa mudou porque apesar de permanecer o esforço para trabalhar, a quantidade de trabalho já não é mais a mesma. Considerações finais: Foram muitos os encontros traçados para o cuidado de João, a rede foi formada com pontos do próprio fluxo formal da rede do município e outros pontos que ele acionou. O percurso feito por João evidenciou que os fatores ambientais como cheia, seca e força do rio exercem influência quanto ao acesso aos serviços nesta região e salientou o uso da medicina tradicional, reforçando a necessidade de políticas públicas de saúde que valorizem as características locais.

12144 A PRODUÇÃO DO CUIDADO NOS NÍVEIS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE – PMAQ-AB: PROPOSTA DE MELHORIA NA QUALIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA
Letícia Marúcia Barata da Costa, Vitória Gabrielle Matos Nascimento, Izabella Rocha da Costa, Rafael das Graças Nascimento da Costa

A PRODUÇÃO DO CUIDADO NOS NÍVEIS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE – PMAQ-AB: PROPOSTA DE MELHORIA NA QUALIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA

Autores: Letícia Marúcia Barata da Costa, Vitória Gabrielle Matos Nascimento, Izabella Rocha da Costa, Rafael das Graças Nascimento da Costa

Apresentação: O Programa de Melhoria do Aceso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) tem como objetivo incentivar os gestores e as equipes de estratégia de saúde da família (ESF) a melhorar a qualidade dos serviços de saúde oferecidos aos usuários, bem como maximizar a transparência e efetividade das ações governamentais voltadas à Atenção Básica. Para isso, propõe um conjunto de estratégias de qualificação, acompanhamento e avaliação do trabalho das equipes de saúde, de diversas modalidades, que se enquadram no conceito de atenção básica. O programa foi lançado em 2011 e em 2019 encerrou seu terceiro e último ciclo, com diversas fases, destacando-se a primeira, organizada em quatro dimensões: autoavaliação, monitoramento, educação permanente e apoio institucional. O objetivo desta pesquisa é analisar os pontos positivos e negativos que o PMAQ-AB trouxe à saúde pública, por meio de uma revisão de literatura nas bases de dados: PubMed, Lilacs e Scielo.  Os pontos positivos que o PMAQ-AB proporcionou foram: melhorias no funcionamento e logística das unidades Básicas de Saúde (UBS), valorização profissional e aumento da participação do usuário. Para que um programa seja bem-sucedido, faz-se necessário o conhecimento e a participação dos profissionais que trabalham na atenção básica, além da capacidade organizacional das instituições envolvidas. Este fator pode tornar-se um ponto negativo em locais onde há problemas na gestão. Além disso, outro fator negativo ao PMAQ-AB é a observação de que, durante a adesão ao programa, há maior participação do profissional da enfermagem em relação aos médicos e dentistas, situação justificada pela distribuição de função e tarefas na UBS, porém os profissionais citados podem ser incluídos e participar de forma mais ativa no programa. Sendo assim, pode-se concluir que o PMAQ gerou melhoria da qualidade na Atenção Básica nas unidades em que foi implementado, promovendo maior dinâmica em diversas esferas, pois houve priorização de problemas.

7446 A PERCEPÇÃO DE DISCENTES DA PSICOLOGIA SOBRE A ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA PSICOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE DO PARÁ: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Thaís Diniz Ribeiro, Maria Thaynara Barros de Souza, Maria Lúcia Chaves Lima

A PERCEPÇÃO DE DISCENTES DA PSICOLOGIA SOBRE A ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA PSICOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE DO PARÁ: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Thaís Diniz Ribeiro, Maria Thaynara Barros de Souza, Maria Lúcia Chaves Lima

Apresentação: O Programa de Capacitação em Atenção à Saúde da Criança - Estágio Multicampi Saúde - 2019/2020, da Universidade Federal de Pará (UFPA) – tem como objetivo integrar os discentes de 10 cursos de graduação em saúde na perspectiva da formação multiprofissional e do processo de interprofissionalidade do cuidado nos serviços de Atenção Básica. A psicologia tem inserção na atenção básica a partir da reforma psiquiátrica com a intenção de mudar o parâmetro de saúde biomédica no qual o foco está na doença e se voltar para a saúde coletiva, a partir do trabalho em equipe multiprofissional. Neste trabalho, temos o objetivo de relatar as atividades realizadas por duas estagiárias de psicologia durante a imersão no projeto Multicampi Saúde em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Castanhal, no estado do Pará, em outubro de 2019. As estagiárias de psicologia atuaram em conjunto com a equipe multiprofissional da UBS a fim de alcançar maior êxito na promoção e prevenção de saúde nos serviços oferecidos para a população. Logo, tem-se como abordagens neste estudo: a) a percepção da prática em saúde do profissional de psicologia na atenção primária; b) potencialidades e dificuldades de atuação nesse processo de cuidado; c) explorar a noção de territorialização e sua influência para a promoção em saúde. Para coleta de dados, utilizaram-se os diários de campo, observação participante, visitas domiciliares, capacitações com agentes comunitários de saúde (ACS), grupos de apoio com usuários, consulta de órgãos municipais de saúde, acesso a dados clínicos das unidades, entrevista com profissional de saúde, ações educativas, mapeamentos do território, visitas aos dispositivos de atenção psicossocial, escuta psicológica às famílias selecionadas para um estudo de caso (chamada de família guia)e participação em atividades programadas pela equipe. Essas metodologias se mostraram importantes para o mapeamento dos serviços na atenção básica, assim como maior conhecimento sobre os determinantes sociais de territorialização. Uma das estagiárias acompanhou sete atendimentos psicológicos com a psicóloga do NASF na Unidade, que desenvolveu junto a sua equipe multiprofissional doze ações, sendo destas três referentes ao outubro rosa, uma referente à higiene com crianças, uma de vacinação na escola, uma oficina de caixinha de medicamentos com as pessoas acompanhadas pelo programa HiperDia, uma capacitação aos ACSs sobre os marcos de crescimento e desenvolvimento na caderneta da criança e cinco salas de espera feitas na própria unidade; acompanhou os ACSs em dezoito visitas domiciliares, sendo cinco destas à família guia; participou de cinco grupos na unidade, conduzindo e elaborando dinâmicas para estes, dentre eles três grupos conduzidos pelos profissionais do NASF, um grupo de gestantes e um grupo de adolescentes; visitou quatro dispositivos da rede de atenção à saúde: o CAPS III, o CRAS Propira, a Casa de Parto Normal do município (CPN) e a sala de amamentação do município. Já a outra estagiária participou da reunião de planejamento mensal da Estratégia Saúde da Família (ESF) na qual estava alocada, juntamente com a equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF); fez sete visitas domiciliares, sendo três destas feitas à família guia; participou com a sua equipe da produção e condução de quatro grupos, dentre eles o grupo de apoio psicológico, o de tabagismo, de adolescentes e o grupo de funcionários da USF; desenvolveu três ações, sendo uma delas no CRAS sobre educação alimentar com crianças e adolescentes, uma pelo Programa Saúde na Escola (PSE) sobre a importância do brincar para a criança, a outra ação durante uma visita técnica ao CAPS III no grupo de usuários da unidade; fez junto a sua equipe duas capacitações com os ACS, sendo uma sobre os sinais e alerta do suicídio e outra relacionada ao outubro rosa; fez acolhimentos de demandas para os usuários da comunidade; participou no desenvolvimento de ações, sendo uma sala de espera, uma ação na igreja próxima a unidade e outra em uma empresa privada do território (todas sobre o outubro rosa); também realizou a criação do espaço de farmácia viva na unidade, com a participação dos usuários. Em relação às atividades acompanhadas pela primeira estagiária, pode-se perceber o modelo biomédico como parâmetro predominante no exercício da psicologia, visto que houve muitos atendimentos clínicos em detrimento das atividades em grupo, enquanto nas experiências da outra estagiária, a profissional da psicologia estava presente de diversas formas na unidade para além da clínica, em atividades predominantemente coletivas. Diante disso, a principal dificuldade foi enfrentar esses paradigmas do profissional da psicologia como alguém dentro de um consultório que só pode atuar de um para um, sem levar em consideração o ambiente do qual o sujeito faz parte. Nesse contexto, em relação à vivência de estágio, percebe-se o quanto é fundamental buscar um maior engajamento comunitário no processo de saúde das pessoas. Para isso, as visitas domiciliares realizadas frequentemente são estratégias de cuidado que fortalecem o vínculo do usuário com a equipe interdisciplinar de saúde e são importantes para que haja um maior conhecimento do território em que faz parte. A partir do exposto, podemos dizer que houve espaço nas unidades em que estivemos presentes para uma atuação crítica da psicologia, entretanto, pode-se observar que a percepção sobre o profissional de psicologia em sua maioria é composta por estereótipos tanto pelos usuários quanto pelos profissionais. A partir dessa experiência, percebemos o quanto o trabalho multiprofissional levando em consideração o território, articulado por equipes de referência responsáveis por acompanhar o processo de cuidado dos usuários, busca uma perspectiva mais ampliada de atuação, de modo mais participativo e adaptado às necessidades comunitárias, a fim de promover uma noção ampliada de cuidado em saúde, assim como desenvolver ações que incentivem o fortalecimento de vínculo entre usuários e equipe profissional, além de maior autonomia dos usuários do serviço, enquanto protagonistas em seus cuidados à saúde. Diante desse contexto, a inserção da psicologia no âmbito da ESF encontra barreiras de atuação por ainda ser considerada uma prática pouco difundida entre os demais profissionais da saúde, de modo que ainda é vista enquanto um fazer centrado no atendimento clínico individualizado. Dessa forma, muito ainda tem para ser feito e trabalhado entre os profissionais que compõem a atenção básica no intuito de unir conhecimentos e oferecer um serviço de qualidade multiprofissional em todas as unidades de fato e não somente em algumas.

7502 REFLEXÕES SOBRE O ACOLHIMENTO EM SAÚDE E SERVIÇO SOCIAL HOSPITALAR
SABRINA KELY MAGALHAES DE ARAÚJO, ADRIANA LIMA BARROS, LUCIANA MARY DA SILVA CARVALHO, TERESA DA SILVA SALES, MARILENE FERREIRA DA SILVA MONTEIRO, MARIA GERCINA DA SILVA FILHA

REFLEXÕES SOBRE O ACOLHIMENTO EM SAÚDE E SERVIÇO SOCIAL HOSPITALAR

Autores: SABRINA KELY MAGALHAES DE ARAÚJO, ADRIANA LIMA BARROS, LUCIANA MARY DA SILVA CARVALHO, TERESA DA SILVA SALES, MARILENE FERREIRA DA SILVA MONTEIRO, MARIA GERCINA DA SILVA FILHA

Apresentação: O acolhimento em saúde é uma perspectiva da Política Nacional de Humanização para todos os níveis de complexidade do Sistema Único de Saúde e seus diversos espaços de expressão. Trata –se de uma estratégia de atendimento que fundamenta- se no olhar Integral ao sujeito, na escuta qualificada das demandas dos usuários e usuárias e no estabelecimento de vínculos para a resolução das demandas dos usuários da saúde. Este trabalho trata do âmbito da Alta Complexidade e o acolhimento no ambiente hospitalar. O acolhimento apresenta se como ferramenta essencial para identificação das demandas adjacentes ao atendimento e saúde, demandas latentes, que muitas vezes não são identificadas na emergencialidade do atendimento clínico, mas que terão interferência na relação do usuário e sua família no contexto hospitalar. O resumo procura refletir sobre o acolhimento no fazer profissional do assistente social no contexto hospitalar a partir de referências teóricas e da experiência profissional num hospital. O profissional de Serviço Social como parte da integrante da equipe multiprofissional que atua na saúde hospitalar busca identificar e intervir nas questões de âmbito social que integram a saúde dos usuários. A relação dos usuários com o mundo não cessam porque ele/ela está internado/a. Seus papeis sociais continuam a exigir sua atenção ainda que os processos de internação possam diminuir ou abrandar seus efeitos. O Serviço Social através do acolhimento procura identificar e dar suporte na resolução dessas questões com o usuário/a. O acolhimento não é uma ferramenta exclusiva do profissional de Serviço Social, mas encontram nessa categoria profissional alguns componentes inerentes ao exercício da profissão como a escuta qualificada e o estabelecimento de vínculos. Para o exercício cotidiano da profissão no contexto hospitalar esses componentes são parte do dia a dia profissional, integrados ao seu exercício. Outro aspecto importante é que o Projeto ético Político do Serviço Social e, portanto seus fundamentos éticos – políticos baseiam-se em valorização dos sujeitos, suas histórias, processos e entendimentos construindo e fortalecendo uma visão integral dos usuários/as que agregam os aspectos clínicos que os/as trouxeram ao serviço, mas não se restringem a eles. Acolhimento para o Serviço Social parte de mudanças nas práticas de saúde que coloquem o/a usuário/a no centro do processo, a produção do cuidado parte das necessidades do usuário/a e direcionam a ação profissional a partir da troca de informações numa construção de saberes numa perspectiva horizontalizada e integrada entre todos os envolvidos. Importante ressaltar que a partir da década de 70 e o movimento de Reforma Sanitária os profissionais de Serviço Social participaram ativamente das lutas para assegurar um modelo de saúde público, democrático e de qualidade que se materializou no SUS. Assim, o Serviço Social traduz em seu acolhimento o entendimento da visão integral dos/as usuários/as, numa direção ético-política pautada no vínculo com os/as usuários/as mediado pela escuta qualificada e considerando o sujeito em seus múltiplos papeis sociais ainda que temporalmente restrito ao ambiente hospitalar.

7757 A SINGULARIDADE DOS QUINTAIS AMAZÔNICOS NO CUIDADO COM A SAÚDE
Maria Isabel de Araújo, Silas Garcia Aquino de Sousa, Evandro de Morais Ramos

A SINGULARIDADE DOS QUINTAIS AMAZÔNICOS NO CUIDADO COM A SAÚDE

Autores: Maria Isabel de Araújo, Silas Garcia Aquino de Sousa, Evandro de Morais Ramos

Apresentação: A disponibilidade e potencialidade de recursos naturais que às populações rurais da hinterlândia amazônica tem a seu alcance sejam alimentícias, econômicas ou medicinais é o recurso disponível que essa população tem ao seu alcance para complementar a demanda alimentar e necessidades básicas de sobrevivência das famílias. Assumem neste contexto o conhecimento e experiência empírica dos benefícios e uso dos recursos vegetais na alimentação como medida profilática e no tratamento de doenças. O presente estudo objetiva identificar as espécies cultivadas nos diferentes agroecossistemas, na categoria alimentícia/medicinal na comunidade Terra Nostra localizada nas coordenadas 2º17´34´´S 60º16´15´´W, BR 174, Km 83, vicinal Caiaué, Km 60, município de Manaus (AM). O enfoque metodológico abordou o método da pesquisa-ação etnográfica. As visitas in loco a comunidade Terra Nostra ocorreram no segundo semestre de 2018. Em função das dificuldades de acesso, os quintais foram selecionados pela técnica não probabilística de amostragem por conveniência, em função das dificuldades de acesso e permissão dos proprietários, perfazendo 30 ha de área amostral. Neste estudo não se analisa as demandas, riscos e vulnerabilidade no contexto da atenção básica à saúde dos agricultores familiares. Os resultados revelam dados incomensuráveis, o êxodo a comunidade Terra Nostra (área do Distrito Agropecuário da Suframa) é associado a inexistência de oportunidades de trabalho na capital, que surgiu de forma não oficial (ocupação espontânea) em 2013, com 20 famílias. Na comunidade, distante a 143 km do centro de Manaus, não existe nenhuma infraestrutura pública (energia, saneamento ambiental, telecomunicações, transporte). Os comunitários se deslocam por transporte alternativo que compartilham solidariamente, percorrem 83 km de estrada asfaltada da BR 174 e 60 km de via terrestre não asfaltada, que corta a densa floresta Amazônica. A renda familiar é composta pelo bolsa família, aposentadorias e pensões aliada a produção agrícola de subsistência, cujo excedente é comercializado nas feiras da cidade. As casas em sua maioria são de madeira, utilizam sistemas rudimentares de saneamento básico tais como fossas negras, valas a céu aberto..., a água provém do igarapé e da chuva, o único poço artesiano é particular, cujo preço praticado de mil litros custa dez reais. A singularidade, troca de saberes, vínculos de confiança, que qualificam os comunitários construindo saídas individuais e coletivas não apenas no plano econômico, mas, sobretudo, a melhoria da qualidade de vida frente aos desafios dos agricultores familiares no espaço produtivo da comunidade. A exploração dos quintais agroflorestais como alimentos na promoção da saúde e prevenção de doenças resultam da valorização do conhecimento e experiências empíricas dos agricultores familiares sobre o consumo das plantas, ervas e condimentos naturais. Constituíram esses agricultores familiares, nessa conjuntura, experiências originais e singulares de construção coletiva de prevenção à saúde, consomem frutas, legumes, ervas e plantas alimentícias não convencionais (PANC), na alimentação, como medida profilática e no tratamento de doenças. Nos quintais agroflorestais cultivam e produzem diversas espécies vegetais, localizados próximos às moradias, assim, os agricultores familiares em sua dimensão histórica e social, constroem teias de interdependência que dão origem a configuração social, segundo Norbert Elias (2001), uma abrangência relacional, o modo de existência do ser social e a possibilidade conceitual de aproximação às emergências do cotidiano. O tradicional conhecimento etnobotânico no uso de plantas medicinais é resultado das influências atávicas (memória biocultural), presentes no universo simbólico com diferentes significados quanto ao uso e manejo destas plantas. Reúnem diferentes espécies vegetais. Na comunidade existe intensa troca e partilha de espécies vegetais, cujo valor simbólico e cultural no uso e consumo de frutas, grãos, hortaliças, raízes, tubérculos e ervas condimentares produzidos no sistema orgânico ecológico para fins alimentícios e terapêutico na cura de doenças, tais como: bronquite, cólicas, diabetes, diarreia, enxaqueca, gripe, palpitações, tosse, dentre outras afecções. Nas doenças tropicais típicas de áreas de assentamentos novos, enfermidades, tais como, malária e leishmaniose são tratados com os medicamentos concedidos pelo Hospital Tropical de Manaus, complementados com os fitoterápicos regionais (jucá: Libidibia férrea, erva-de-passarinho: Struthanthus flexicaulis, e mucuracaá (Peliveria tetrandra), mulateiro (Calycophyllum spruceanum), envira-dura (Ephedranthus amazonicus). As categorias de uso alimentício/medicinal com maior riqueza de espécies foram identificadas 47 famílias botânicas, dentre elas: Acanthaceae, Amarantaceae, Anacardiaceae, Annonaceae, Apiaceae, Araceae, Asteraceae, Baselacea, Bixaceae, Brassicaceae, Cactaceae, Caricaceae, Chenopodiaceae, Commelinaceae, Crassulaceae, Euphorbiaceae, Fabaceae, Labiaceae, Lamiaceae, Lauraceae, Liliaceae, Malpighiaceae Marantaceas, Meliaceae, Moraceae, Moringaceae, Musaceae, Myrtaceae, Oxalidaceae, Phyllanthaceae, Pedaliaceae, Poaceae, Portulacaceae, Solanaceae, Tropaeolaceae, Zingiberaceae; Dioscoreaceae, Poaceae, Rubiaceae, Malvaceae, Rutaceae, Cucurbitaceae,  Identificou-se 74 etnoespécies que fazem parte do cardápio alimentar e medicinal: Açafrão/cúrcuma  (Curcuma longa), Alfavaca (Ocimum basilicum), Algodão (Gossypium), Alho (cipó)  (Allium sativum), Araçá (Psidium cattleianum),Ariá (Calathea allouia), Bertalha (Basella alba), Capim-limão/santo (Cymbopogon citratus), Capuchinha  (Tropaeolum majus), Cará-do-ar (Dioscorea bulbifera), Cariru (Talinum triangulare), Catingademulata (Tanacetum vulgare), Chicória (Eryngium foetidum), Coentro (Coriandrum sativum), Corama ou saião (Kalanchoe brasiliensis), Cravo-de-defunto (Tagetes erecta), Cubiu (Solanum sessiliforum), Erva-cidreira (Melissa officinalis), Feijão-de-metro (Vigna unguiculata sub SP.), Gergelim (Sesamum indicum), Hortelã (Mentha spicata), Inhame (Colocasia esculenta), Jambu (Acmella oleracea), Malvarisco (Althaea officinalis), Mangarataia/Gengibre (Zingiber officinale), Manjericão (Ocimum basilicum), Mastruço (Chenopodium ambrosioides), Maxixe (Cucumis anguria L.), Merthiolate  (Jatropha multifida L), Salva-do-marajó (Hyptis crenata), Sálvia (Salvia officinalis), Saratudo (Justicia acuminatissima), Taioba (Xanthosoma taioba), Urucum (Bixaorellana) e Vinagreira (Hibiscus sabdariffae). Além das frutíferas: Açaí (Euterpe oleracea), Acerola (Malpighia emarginata), Banana (Musa paradisiaca), Caju (Anacardium occidentale), Carambola (Averrhoa carambola L), Cacau (Theobroma cacao) Cupuaçu (Theobroma grandiflorum), Goiaba (Psidium guajava), Graviola (Annona muricata), Jenipapo (Genipa americana), Laranja (Citrus sinensis), Limão-comum (Citrus limon), Mamão (Carica papaya), Manga (Mangifera indica), Pupunha (Bactris gasipaes), Tucumã (Astrocaryum aculeatum)..., cultivam ainda: Batata doce (Ipomoea batata), Abóbora (jerimum) (Cucurbita moschata), Melancia (Citrullus lanatus), Macaxeira (Manihot esculenta Crantz.), Milho (Zea mays L). dentre outras culturais anuais e perenes. A proteína animal é proveniente da criação de pequenos animais nos quintais (aves, suínos, patos) e de caça de animais silvestres. Durante o ano todo, a colheita da produção dos quintais promove o sustento das famílias, contribuindo para uma alimentação diversificada nas principais refeições diárias dos agricultores familiares, garantindo soberania e segurança alimentar no sustento das famílias. O consumo diário da produção dos quintais agroflorestais nos hábitos alimentares revelam a herança histórica (memória atávica, biocultural) do meio em que se desenvolveu cada indivíduo (são filhos de agricultores oriundos da hinterlândia amazônica), a exemplo do consumo in natura ou de chá do jambu (Acmella oleracea) para bronquite, babosa (Aloe vera) para cicatrização, boldo (Peumus boldus) para má digestão, folha de goiabeira (Psidium guajava) para cólicas, entre outras espécies. Observou-se que a diversidade dos gêneros alimentícios ofertados, provenientes dos quintais agroflorestais tanto as crianças como os adultos não apresentam sinais e/ou sintomas de desnutrição, obviamente, pressupondo devido à sazonalidade da produção durante o ano todo. Evidenciando assim o resgate da autoestima dos agricultores familiares, a autossuficiência alimentar, fundamental, para atingir o desiderato como agente de transformação social, econômica e ambiental.

7765 FRAGILIDADES E POTENCIALIDADES DA PRÁTICA DO CUIDADO NA POLÍTICA PÚBLICA DO CONSULTÓRIO NA RUA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
maria regina bernardo da silva, claudia da silva de medeiros, amanda de oliveira correa, cintia ofredi martins, jessica de oliveira corrêa, kelly freitas da silva dos santos, sandra conceição ribeiro chicharo

FRAGILIDADES E POTENCIALIDADES DA PRÁTICA DO CUIDADO NA POLÍTICA PÚBLICA DO CONSULTÓRIO NA RUA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Autores: maria regina bernardo da silva, claudia da silva de medeiros, amanda de oliveira correa, cintia ofredi martins, jessica de oliveira corrêa, kelly freitas da silva dos santos, sandra conceição ribeiro chicharo

Apresentação: A Pessoa em situação de rua constiui-se um problema de saúde pública no Brasil e com a complexidade dessa assistência, o Consultório na Rua é dispositivo importante no cuidado a essa população. As práticas de cuidado realizadas pelas equipes são pautadas por fragilidades e potencialidades. Objetivo identificar nas produções científicas as fragilidades e potencialidades da prática do cuidado dentro das Políticas públicas do Consultório na Rua. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, qualitativo, tipo revisão integrativa da literatura, através de busca de artigos científicos com no mínimo um enfermeiro (a) entre os entrevistados e/ou como pesquisador, o recorte temporal foi estabelecido entre 2012 a 2019, a busca foi realizada nas bases de dados científicas: Biblioteca Virtual em Saúde, Scielo e Periódicos Capes. A pesquisa foi realizada no período de agosto a Outubro de 2019. Após o processo de seleção, os artigos foram analisados através do Método de Laurence Bardin. Identificou-se fragilidades relacionadas ao acesso à rede, falta de recursos materiais e humanos, preconceito e a resistência na assistência a pessoa em situação de rua. Em relação as potencialidades o vínculo, a equipe multidisciplinar e o autocuidado, tendo como profissional o enfermeiro no planejamento das ações. Conclui-se que há a necessidade de educação continuada, desconstrução do imaginário social e disponibilidade de recursos no que concerne as fragilidades. O vínculo e a equipe multiprofissional constiui-se uma das grandes potências do Consultório na Rua. O enfermeiro está inserido nesta política pública como agente motivador e articulador de mudanças.

7853 ATIVIDADE FÍSICA NO LAZER: UM ESTUDO SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS E QUALIDADE DAS ESTRUTURAS NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM (PA)
Edna Ferreira Coelho Galvão, Máyra Clarice Vasconcelos Lages, Samuel Ícaro Rabelo De Lima

ATIVIDADE FÍSICA NO LAZER: UM ESTUDO SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS E QUALIDADE DAS ESTRUTURAS NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM (PA)

Autores: Edna Ferreira Coelho Galvão, Máyra Clarice Vasconcelos Lages, Samuel Ícaro Rabelo De Lima

Apresentação: O acesso e a qualidade de espaços públicos podem ser facilitadores para a prática de atividade física, porém as condições estruturais e seus empecilhos também podem ser determinantes para aumentar o número de sedentários, haja vista que os aspectos principais para seu uso, estão relacionados com as condições de manutenção, acessibilidade, estética, segurança, bem como a qualidade e adequações dos atributos destes locais (MACIEL & BAUBÉ 2017; SILVA et al 2015). O objetivo desse estudo foi analisar a distribuição e qualidade das estruturas para atividades físicas formais – EPAFs, em espaços públicos na zona urbana do município de Santarém. Para levantamento dos espaços foi solicitado, via oficio, uma listagens ao Núcleo de Esporte e Lazer do município e realizada uma busca no portal da prefeitura. As EPAFs foram avaliadas mediante o Physical Activity Resource Assessement (PARA), sua distribuição foi avaliada pelo teste qui-quadrado, com base no zoneamento do município. Do total de 51 espaços levantados, 41 possuíam alguma EPAF, que somadas totalizaram 82 estruturas das quais 41% apresentaram condição de uso médio, 31% com condição de uso ruim e 28% com condição de uso bom, resultados que divergem de estudos semelhantes feitos em outras regiões, onde os maiores percentuais aparecem com boa condição, seguido de condição média e, em menores percentuais, estruturas com condições ruins (MANTA, 2017). Seguindo a ordem de zonas com maior número de estruturas para atividade física tem-se inicialmente a zona Central com 26, sendo 6 classificadas com condição de uso ruim, 11 com uso médio e 9 bom. Em seguida a zona Norte que possui 25 estruturas, 8 com condições de uso ruim, 10 uso médio e 7 bom. Em seguida a zona Leste que possui 15 estruturas, 8 classificadas com condições de uso ruim, 2 uso médio e 5 bom. A zona sul possui 9 estruturas, destas nenhuma foi classificada com condições de uso ruim, 7 uso médio e 3 com condições de uso bom. E por fim a zona Oeste, possui apenas 7 estruturas, 3 classificadas com condições de uso ruim e 4 com condições de uso médio, nenhuma estrutura classificada com condições de uso bom. Quanto ao tipo das EPAFs a mais comuns são parquinhos (16), seguidos de campos de futebol de areia (14), quadras poliesportivas (10) e academias ao ar livre (10), os demais tipos aparecem em menor quantidade. Conclui-se que a distribuição e qualidade das EPAFs em espaços públicos da zona urbana do município de Santarém, apresentam má distribuição e baixa qualidade de uso, sendo que as zonas mais beneficiadas são Norte e Central, e a zona em pior estado, no que se refere as EPAFs, é a Oeste. Reformar as estruturas contribui para solucionar a carência de algumas áreas e a construção de novos espaços para remediar situações que se consolidaram de modo inapropriado, contudo, para combater as disfunções faz-se necessário investimento em políticas habitacionais que considerem já em seus projetos os espaços destinados aos serviços públicos.

7436 TRABALHO EM REDE E INTERPROFISSIONALISMO: QUALIFICAÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Livia Alencar Alves, Alessandra Branco Vallegas, Marcos Paulo Fonseca Corvino, Fernanda Cardoso Povoa, Erika Gonçalves Ambrósio

TRABALHO EM REDE E INTERPROFISSIONALISMO: QUALIFICAÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Autores: Livia Alencar Alves, Alessandra Branco Vallegas, Marcos Paulo Fonseca Corvino, Fernanda Cardoso Povoa, Erika Gonçalves Ambrósio

Apresentação: Este resumo objetiva descrever atividade desenvolvida para coordenação do cuidado a pacientes de saúde mental. Tem como cenário uma Clínica da Família localizada no complexo da Maré. A unidade possui 6 equipes de Saúde da Família (ESF) e uma população cadastrada de 21.349 usuários. O território possui grande vulnerabilidade e é conflagrado pela violência armada. O acompanhamento e as práticas de promoção da saúde relacionadas aos pacientes de saúde mental, se tornou mais complexa e difícil a partir de 2016, quando o ambulatório de saúde metal que era referência para o território descentralizou os atendimentos e os acompanhamentos passaram a ser de forma integral pelas unidades de Atenção Primária. Desde então tem sido um desafio manter o acompanhamento desses pacientes, principalmente pelo fato de termos cada vez mais pacientes diagnosticados com algum tipo de transtorno e profissionais médicos e enfermeiros que relatam dificuldade no manejo clínico. Tivemos um grande avanço com os Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB), que permitiu um olhar mais técnico e interdisciplinar para qualificação do cuidado. Apesar de termos avançado, ainda precisávamos de alguma estratégia que permitisse ampliar o acesso para esses usuários. Temos também um Centro de Apoio Psicossocial (CAPS) de referência, mas que infelizmente também não consegue dar acesso a todos usuários. Como forma de tentar amenizar a necessidade de ampliar o acesso e qualificar o cuidado com um olhar interdisciplinar e uma prática interprofissional, propusemos a realização de grupos técnicos envolvendo Enfermeiros e Médicos da ESF, NASF-AB e equipe do CAPS. Seriam selecionados pelas equipes da ESF e pela equipe do CAPS os casos de maior urgência para serem discutidos e traçados os planos terapêuticos. Os grupos ocorrem mensalmente e em cada grupo são discutidos minimamente 4 casos. Conseguiríamos dessa forma alinhar o cuidado e acompanhar de forma integral. Tivemos dificuldade na adesão pelos profissionais da própria ESF. Pediram remarcações com a justificativa de terem outras prioridades. Mas é um processo em construção, alguns profissionais apresentaram resistência, achavam que cada profissional deveria fazer sua consulta separadamente. Observa-se nesse momento uma falta de entendimento sobre a importância de se trabalhar de forma interprofissional. Apesar da dificuldade em iniciarmos, todos profissionais relatam ser muito produtivo, principalmente as trocas com o psiquiatra do CAPS. Observamos que ficaram menos resistentes e mais seguros em realizar o acompanhamento dos pacientes. Um dos médicos da ESF relatou em reunião técnica na unidade, o quanto tem aprendido com as discussões dos casos e que desfez alguns pré-conceitos. As enfermeiras também relataram ter sido produtivo e que estão mais seguras em realizar o acompanhamento. O psicólogo do NASF que era o profissional mais envolvido para que o grupo acontecesse, também relatou que as reuniões com o CAPS têm facilitado o processo interno de matriciamento de caso com as equipes da ESF. Diante do exposto, reafirmamos a necessidade de se trabalhar em rede e de forma interprofissional visando a qualificação do cuidado prestado.

7476 EXAME COLPOCITOLÓGICO: RAZÕES DA AUSÊNCIA NA BUSCA DOS Resultado: EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Irani Gama Viana, Antônia Evilannia Cavalcante Maciel, Fábio Batista Miranda Batista Miranda, Maria do Livramento Coelho Prata, Cássia Rozária da Silva Souza

EXAME COLPOCITOLÓGICO: RAZÕES DA AUSÊNCIA NA BUSCA DOS Resultado: EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

Autores: Irani Gama Viana, Antônia Evilannia Cavalcante Maciel, Fábio Batista Miranda Batista Miranda, Maria do Livramento Coelho Prata, Cássia Rozária da Silva Souza

Apresentação: No Amazonas o índice de casos de Câncer de Colo do Útero (CCU) cresce a cada ano, um dos principais fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento do CCU é a infecção pelo vírus Papiloma Vírus Humano (HPV) presente em 100% dos epitélios dos carcinomas invasivos, sendo o tipo HPV-16 o mais comum. Além do HPV, outros fatores são referenciados: o uso de contraceptivos hormonais, múltiplos parceiros sexuais, as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), AIDS, tabagismos, sedentarismo, alimentação, sobrecarga de trabalho. É importante que a mulher esteja ciente da importância da realização do exame colpocitologia oncótica, bem como do retorno para a busca do resultado. Uma vez que a importância do diagnóstico precoce eleva as chances de cura, mas infelizmente algumas mulheres deixam de pegar o resultado do exame, muitas vezes os resultados apresentar alterações tratáveis com prognóstico de cura, no entanto o não retorno traz prejuízos irreparáveis a saúde dessas mulheres. O não retorna à unidade de saúde para buscar o resultado do exame, assim como o desperdício   dos recursos utilizados, gerando transtornos futuros e acúmulo de resultados de exames na unidade básica de saúde, gerou a indagação quanto o que estaria ocasionando tal situação problema. Objetivo: Identificar quais motivos que interferem no recebimento do resultado do exame colpocitológico. Desenvolvimento:  Para tanto realizou-se uma pesquisa qualitativa, do tipo descritiva, realizada no período de agosto a outubro de 2017 com usuárias que realizaram o exame citopatológico em janeiro 2017 e não retornaram para o recebimento do resultado. Os dados foram coletados por meio de formulário semiestruturado e para análise dos dados utilizou-se do referencial da Bardin, a análise de conteúdo na modalidade temática. Resultado:  A idade variou de 19 a 65 anos, quatros são solteiras, uma em união estável e uma viúva, todas são escolarizadas, sendo que três estão empregadas, uma está desempregada, uma é estudante e uma é aposentada. Quanto a renda familiar quatros possuem de 1 a 2 salários mínimos e duas possuem até 1 salário mínimo. Considerações finais: A falta de tempo, a demora na entrega dos resultados e falha na comunicação multiprofissional interferiram no recebimento do resultado citopatológico. Considerações finais: Sugere-se, a possibilidade de capacitação de recursos humanos e sensibilização no atendimento à clientela, elaboração de agenda de retorno, além de novas possibilidades para atendimento à mulher que trabalha fora e não tem tempo para receber seu exame nos horários pré-estabelecidos.

7526 O DIAGNÓSTICO PRECOCE COMO IMPORTANTE FERRAMENTA NA REDUÇÃO DO ÍNDICE DE TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV
Mariana Braga Salgueiro, Lucas de Almeida Figueiredo, Kevin Guimarães Guerra, Alice Damasceno Abreu, Eduardo Felipe Barbosa de Oliveira, Maria Laura Duas Granito Marques, Mônica Martins Guimarães Guerra, Claudia Cristina Dias Granito

O DIAGNÓSTICO PRECOCE COMO IMPORTANTE FERRAMENTA NA REDUÇÃO DO ÍNDICE DE TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV

Autores: Mariana Braga Salgueiro, Lucas de Almeida Figueiredo, Kevin Guimarães Guerra, Alice Damasceno Abreu, Eduardo Felipe Barbosa de Oliveira, Maria Laura Duas Granito Marques, Mônica Martins Guimarães Guerra, Claudia Cristina Dias Granito

Apresentação: No Brasil, no período de 2000 até junho de 2019, foram notificadas 125.144 gestantes infectadas com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Verificou-se que 38,1% das gestantes eram residentes na região Sudeste, com faixa etária entre 20 e 24 anos, ademais observou-se que a maioria das gestantes infectadas possuem ensino fundamental incompleto, configurando-se como um grande desafio na saúde pública que necessita ser enfrentado por políticas públicas de saúde. Levando em consideração os distintos níveis de conhecimento das gestantes sobre transmissão, prevenção e viver com HIV, o presente estudo possui como objetivo analisar na literatura existente a importância do diagnóstico precoce no cuidado integral à gestante HIV positivo para a prevenção da transmissão vertical. Desenvolvimento: Trata-se de uma revisão de literatura, a qual busca analisar estratégias de diagnóstico precoce para reduzir a transmissão vertical do HIV, desenvolvida no mês de janeiro de 2020, utilizando os seguintes descritores: HIV, Diagnóstico Precoce e Educação em Saúde. A solicitação do teste Anti-HIV, realizado rotineiramente no acompanhamento pré-natal no primeiro e terceiro trimestres da gravidez deve ocorrer acompanhada de aconselhamento pré-teste e pós-teste. Caso a paciente seja identificada como portadora do vírus, a informação deve ser compartilhada em face de um atendimento humanizado e acolhedor, considerando os aspectos éticos e bioéticos pertinentes a ocasião. É preciso identificar as fragilidades singulares das gestantes, pois ao serem diagnosticadas estas podem enfrentar desafios pessoais, familiares e sociais gerados pela estigmatização da infecção. Resultado: Estima-se que 12.456 recém nascidos sejam expostos ao HIV por ano, número que poderia ser reduzido caso a atenção básica disponibilizasse de cobertura adequada de testagem HIV em gestantes. Com o diagnóstico da infecção sendo realizado no acompanhamento pré-natal, aumentaria o tempo hábil para o início do tratamento e diminuiria drasticamente a possibilidade de transmissão mãe-filho. Pois, A transmissão vertical do HIV, quando não são realizadas intervenções necessárias, ocorre em cerca de 25% das gestações das mulheres infectadas. O uso de zidovudina na gestação, no parto e no recém nascido reduz a taxa de transmissão vertical para 8,3%. Considerações finais: O impacto do resultado positivo tende a ser complexo. Portanto, é essencial que o profissional esteja qualificado para prestar a assistência de forma adequada, respeitando o tempo da mulher, bem como sua reação ao resultado. A paciência ativa é necessária durante toda a consulta, de modo que a escuta e atendimento sejam realizadas de forma individualizada com intervenções somente quando for necessário ou solicitado. A partir do exposto torna-se imprescindível a qualificação dos profissionais de saúde desde a graduação com o intuito de fomentar a necessidade de fortalecer as estratégias de diagnóstico precoce, como a busca ativa de gestantes, realizando as intervenções necessárias para a prevenção de agravos como a transmissão vertical.

7561 ATIVIDADES LÚDICAS NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NO MUNICÍPIO DE BALNEÁRIO PIÇARRAS
DIEGO Vicente SANTOS, CARLA DACROCE, LILIANE GEISLER, GILBERTO ZONTA

ATIVIDADES LÚDICAS NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NO MUNICÍPIO DE BALNEÁRIO PIÇARRAS

Autores: DIEGO Vicente SANTOS, CARLA DACROCE, LILIANE GEISLER, GILBERTO ZONTA

Apresentação: O resumo é sobre a experiência de intervenção alicerçado pela oportunidade em um estágio no Centro de Atenção Psicossocial – CAPS I no município de Balneário Piçarras, no Estado de Santa Catarina/SC e da inserção do profissional de Educação Física no âmbito da Saúde Coletiva, interligada ao Sistema Único Saúde - SUS. A partir das reformas sanitária e psiquiátrica foram desenvolvidos processos complexos, para consolidação dos princípios doutrinários e políticos do Sistema Único de Saúde dentre seus aspectos históricos culturais. O SUS foi construído pautado em valores mais humanistas (OU valores igualdade, democracia e emancipação) a partir do movimento da reforma sanitária assegurado desde 1990. Já a reforma psiquiátrica obteve início nos anos 70 por meio de diversos atores sócias, para reestruturação do modelo hospitalocêntrico e ressignificação na área da saúde mental por um novo modelo, que são chamados de Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). O CAPS é característico do atendimento, encaminhamento, acompanhamento diário em sua população alvo, que podem ser pessoas com transtornos mentais, ou decorrentes de substâncias psicoativas, severas e persistentes. O CAPS corrobora com algumas estratégias que podem auxiliar na reinserção social de sujeitos. Dentro dessa concepção do CAPS ter-se-á necessidade de conceituar saúde com interesse científico para elaboração de estratégias coletivas ou individuais. O conceito ampliado interliga as condições que determinam o estilo de vida das pessoas, para capacitar a melhoria da saúde, e procurar soluções para as adversidades pelos profissionais qualificados. Sendo assim, as atividades lúdicas ou jogos lúdicos, podem ser estratégias elaboradas principalmente pelo profissional de Educação Física. A atividade lúdica desenvolve o significado de sentido para compreensão do sujeito ao expressar (OU e/) sua cultura lúdica. Assim, o sujeito é estimulado ao conhecimento crítico, por isso a necessidade sobre a inserção do profissional de Educação Física dentro de uma equipe multidisciplinar aproximando o criativo simbólico, já que se compreende que no contexto da saúde mental diminui as possibilidades de acesso ao convívio em sociedade devido as condições de suas doenças ou particularidades. Com isso, (OU desse modo) obteve-se como objetivo compreender a influência das atividades lúdicas nos usuários do CAPS I no município de Balneário Piçarras/SC. A metodologia utilizada foi de abordagem qualitativa de natureza exploratória, com delineamento técnico de aproximação participante. Para os procedimentos de coleta e discussão, foram utilizados a análise de conteúdo com especificidade em análise temática. Foram desenvolvidas categorias de análises. O público envolvido foi em média de 5 a 10 usuários jovens, adultos e idosos do grupo de psicoterapia do Centro de Atenção Psicossocial. O procedimento de análise dos dados foi divido por três etapas: (1) visita diagnóstica, para observar e identificar o espaço/estrutura e público; (2) análise de conteúdo por intervenções, pelas atividades lúdicas desenvolvidas; e (3) análise temática pela categorização de grupos, por meio de blocos para compreender as influências nos usuários. Com a experiência dentro da realidade do CAPS I de Balneário Piçarras, foi perceptível a necessidade da inserção do Profissional de Educação Física adentro desse contexto, interligado a uma equipe multidisciplinar. Tornar-se-á o trabalho da autonomia e o senso criativo/construtivo dos sujeitos para sua reinserção no contexto da contemporaneidade e as relações interpessoais de nossa cultura. No CAPS do município de Balneário Piçarras há espaços para que os usuários pratiquem pintura, artesanato, horta terapêutica (em desenvolvimento) e grupos de terapias aberto, além de ter espaços para que os usuários possam tomar banho e utilizar o banheiro caso necessário. Todavia, o espaço físico disponível não permitiu a elaboração de atividades de grande porte dentro da unidade, pois não disponibilizava materiais como: quadra, tatame e outros. Assim, em suas proximidades oferecia uma ampla praça caso houvesse a necessidade de atividade ao ar livre e elaboração de circuitos lúdicos. Foram desenvolvidos dois blocos e a especificidade adentro da temática: (A): socialização e atenção e expressões corporal, improviso e autonomia; (B) integração e coordenação motora. Os usuários envolvidos apresentaram devolutivas construtivas por meio das manifestações de expressões e contribuições dentro da roda de psicoterapia, além de comentários em cada intervenção. Foram perceptíveis as dificuldades de relacionamento interpessoal por meio das experiências passadas dos usuários envolvidos. Foram abordados a percepção dos seus colegas no grupo, assim como atividades lúdicas reflexivas que mais se encaixavam no perfil. O autoconhecimento do hoje ao traçar os seus objetivos futuros, a realidade do pré-conceito rotineiro dos usuários adictos e sua capacidade de atenção dentro as expressões de sentimentos demonstrados, e também foram utilizadas competições com instrumentos por meio de circuitos de atividades lúdicas. A experiência possibilitou a compreensão das influências das atividades lúdicas nos usuários do CAPS no município de Balneário Piçarras e apresentou resultados por meio das observações durante as práticas desenvolvendo a cultura lúdica e estimulando socialização, atenção, criatividade, o improviso, e comentários exercidos. A identificação do espaço/ambiente para aplicação das atividades lúdicas possibilitou, visualizar o impacto de além do modelo manicomial e dessa forma transformou em um modelo mais humanizado dentro das visões de saúde mental. O desenvolvimento das atividades lúdicas como proposta dentro do contexto da sociedade contemporânea entende o corpo consumo por uma perspectiva advinda do sistema capitalista, diminuindo a autonomia e do além criativo/construtivo. O desenvolvimento dessas atividades lúdicas, para humanização transforma o espaço de atenção psicossocial acolhedor. A compreensão das aproximações das influências das atividades lúdicas no contexto da dependência química e saúde mental aplica a necessidade de adaptações de acordo de contextos diferentes. Haja vista, compreender a especificidade do Profissional Educação Física nos espaços de saúde mental a cerca da relação de sua identidade profissional para enriquecer o trabalho realizado. Encontra-se a oportunidade do profissional contrapondo os demais espaços de atuação, a partir de experiências exercidas por usuários com sofrimentos psíquicos. A inserção deste profissional no CAPS ainda é encontrada em poucos estudos na literatura, porém está em desenvolvimento. Assim, corroborando para inserção social de usuários que alicerce as práticas exercidas. Concluiu-se que a influência das práticas de atividades lúdicas com usuários do CAPS I no município de Balneário Piçarras apresentou resultados satisfatórios adjunto pelas observações durante o desenvolvimento das atividades, tecendo comentários e atitudes positivas dos usuários e responsável pela psicoterapia.

7862 UMA BREVE ANÁLISE SOBRE A POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM
Liana Martins da Rocha Dias Martins da Rocha

UMA BREVE ANÁLISE SOBRE A POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM

Autores: Liana Martins da Rocha Dias Martins da Rocha

Apresentação: O artigo possui como objetivo a análise da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), com enfoque na proposta de integralidade e intersetorialidade das ações e serviços voltados para este grupo. Para isso, pretende-se compreender o processo de construção desta política, identificar os atores envolvidos e analisar as articulações da PNAISH com as demais políticas sociais. A motivação pela qual este artigo foi desenvolvido está relacionada com o objeto de estudo do Projeto de Tese do Curso de Doutorado em Política Social, apresentado em junho de 2019, na Escola de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense (UFF). No Projeto de Tese, o objetivo é analisar as representações sociais de usuários do sexo masculino, assistidos pelo Hospital do Câncer II (HC II), sobre o adoecimento por câncer e tratamento oncológico. A proposta deste estudo, ainda em fase de construção, está assentada na concepção de que a condição de saúde não está separada da dinâmica social e histórica da realidade. Dentre as unidades assistenciais do Instituto Nacional do Câncer (INCA) do Ministério da Saúde, o HC II é a unidade de referência para o tratamento de tumores malignos do tecido ósseo e conectivo (TOC). A seção clínica do TOC é responsável por prestar assistência cirúrgica e/ou oncológica aos portadores de câncer de pele e de sarcomas, localizados no tronco e nas extremidades do corpo. Os tumores de tecido ósseo e conectivo são usualmente conhecidos como sarcomas de partes ósseas e sarcomas de partes moles, respectivamente; além das neoplasias de pele. Apesar do crescente investimento na implantação de políticas públicas e programas de saúde voltados para a prevenção e diagnóstico precoce, o câncer ainda apresenta-se como uma das principais causas de morte em todo o mundo, com maior mortalidade entre o público masculino (Modena, 2014). A estimativa mundial mostrou que, em 2012, ocorreram 14,1 milhões de casos novos de câncer e 8,2 milhões de óbitos. Houve o predomínio do sexo masculino tanto na incidência (53%), quanto na mortalidade (57%) (INCA, 2017). O artigo consiste numa revisão de literatura, caracterizado pela análise e síntese de informações relevantes publicadas sobre os assuntos de interesse da pesquisadora. A metodologia adotada para o desenvolvimento do artigo foi o levantamento bibliográfico de artigos publicados na plataforma Scientific Electronic Library Online (SciELO ) com a temática sobre “política de saúde do homem”. O referencial teórico adotado compreende as teorias de gênero, masculinidades, atenção integral e intersetorialidade. Segundo Scott (1989), gênero não é apenas entendido como uma distinção do sexo biológico, mas também como um processo de organização social construído através da relação entre homens e mulheres. Na saúde coletiva, os estudos de gênero vêm cooperando com a análise crítica das implicações do processo de socialização e construção das identidades masculinas e femininas, ou seja, na maneira como os sujeitos se vinculam aos serviços de saúde e práticas de cuidado ou, se distanciam dele (Aquino, 2006; Villela, Monteiro e Vargas, 2009; Marques, 2010; Schraiber, 2012). Para Connel e Messerschmidt (2013), faz-se necessário considerar a multiplicidade de maneiras de pensar e exercer a masculinidade. Diferentes contextos e tempos históricos (re) produzem distintos modos de “ser homem”, apontando a necessidade de pensar em masculinidades, no plural. Atuar segundo o princípio de integralidade, implica uma abertura para o diálogo e uma recusa à postura reducionista e à objetivação dos corpos, ampliando as percepções acerca do que constitui as necessidades dos grupos sociais. Portanto, é em sua integralidade – caracterizada por determinantes biológicos, psicológicos, sociais, entre outros – que os indivíduos devem ser atendidos pelos serviços públicos. A condição de integralidade do sujeito nos remete à incompletude das instituições e, por consequência, à importância de um trabalho intersetorial (Altenbernd B.; Barcinski M.; Lermen S.; 2015). Face ao exposto, o artigo está organizado em quatro sessões; a primeira sessão apresenta, brevemente, a PNAISH (2009); a segunda identifica os principais atores envolvidos na construção desta política; a terceira pretende compreender as articulações estabelecidas com as demais políticas sociais; e por último, a quarta sessão apresenta as considerações finais. Com a finalidade de construir ações estratégicas que contribuam para a promoção da saúde e a redução da morbimortalidade masculina, foi instituída no Brasil a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, através da Portaria GM/ MS nº 1994, de 27 de agosto de 2009. A proposição da PNAISH é qualificar a saúde da população masculina, na faixa etária de 20 a 59 anos, na perspectiva de linhas de cuidado que resguardem a integralidade da atenção (Brasil, 2009). Envolve cinco eixos prioritários de trabalho: acesso e acolhimento, paternidade e cuidado; doenças prevalecentes na população masculina; prevenção de violência e acidentes; e saúde sexual e reprodutiva. A partir do crescimento do número de novos casos de câncer entre a população masculina brasileira e da recorrente dificuldade de mobilização desse público para as ações de prevenção e diagnóstico precoce, a política incentiva a construção de um novo olhar sobre os homens e busca compreender os aspectos simbólicos, socioculturais e organizacionais que interferem na maneira como exercitam o cuidado da saúde (Brasil, 2009). Além disso, a política reconhece a necessidade de uma assistência especializada, uma vez que os homens não buscam os serviços de saúde em nível primário, mas apenas na atenção secundária e/ou terciária, com dificuldade para aderir ao tratamento. Esta cultura tem contribuído para a maior vulnerabilidade e mortalidade dos homens, sobretudo por doenças crônico-degenerativas, tais como o câncer (Brasil, 2009). No contexto associado à preocupação com as doenças crônico-degenerativas (dentre elas, o câncer), a saúde do homem tem ganhado maior importância nas últimas décadas no país. Destaca-se, a importância da PNAISH como ferramenta política de forte potencial no trabalho de desconstrução, por meio de ações e serviços, dos aspectos relacionados à masculinidade hegemônica. Entretanto, essas estratégias ainda esbarram em obstáculos relacionados ao processo de socialização dos homens, especialmente no que se refere às relações de gênero; na maneira como os serviços de saúde são estruturados e na forma como a PNAISH articula com as demais políticas intersetoriais. Observa-se na construção do documento base da PNAISH a presença de elementos que compõe a visão tradicional do modelo de assistência em saúde. Os homens enquanto cidadãos e usuários dos serviços de saúde não integraram o processo de construção da política. Discutir a saúde do homem a partir da concepção de atenção integral requer ir além da visão tradicional de saúde em oposição ao adoecimento. Campos (2003) aponta para a urgência de uma reforma dos modelos assistenciais e alerta para a necessidade da reorientação das práticas de cuidado, propondo a construção de uma “clínica ampliada”, que traga em sua centralidade não as doenças, mas os sujeitos em sua totalidade. Repensar e organizar os serviços de saúde, nos diferentes níveis de atenção, para que se possa promover maior participação e aproximação dos homens nos cuidados em saúde, torna-se fundamental. Entretanto, é preciso pensar esses aspectos articulados com as políticas de educação, trabalho, previdência, transporte, renda, habitação entre outras que compreendam a saúde sob o aspecto dos determinantes sociais. Dessa maneira, torna-se possível a efetiva transição da concepção do “homem biológico” para, “sujeito histórico-social” em exercício de suas masculinidades.

7975 AVALIAÇÃO DA COBERTURA VACINAL NA REGIÃO NORTE DO BRASIL
Ana Clara Lima Moreira, Ramona Carvalho Barros, Roberta Mayumi Gonçalves Shinkai, Ana Luisa Lemos Bezerra, Diego Góes Moreira, Haroldo Gonçalves de Jesus, Eliza Paixão da Silva, Georgia Helena de Oliveira Sotirakis

AVALIAÇÃO DA COBERTURA VACINAL NA REGIÃO NORTE DO BRASIL

Autores: Ana Clara Lima Moreira, Ramona Carvalho Barros, Roberta Mayumi Gonçalves Shinkai, Ana Luisa Lemos Bezerra, Diego Góes Moreira, Haroldo Gonçalves de Jesus, Eliza Paixão da Silva, Georgia Helena de Oliveira Sotirakis

Apresentação: A imunização através das vacinas é uma intervenção segura, com ótima relação custo-eficácia para os programas de saúde pública. No Brasil, o Ministério da Saúde (MS) construiu um programa de imunizações básicas com a intenção de controlar e erradicar enfermidades imunopreveníveis, o Programa Nacional de Imunização (PNI). Porém, ainda hoje, é observado um número considerável de crianças não vacinadas ou vacinadas com atraso, o que representa maior risco comunitário de epidemias e recidivas de doenças previamente controladas, além disso, ocorreram casos notificados de doenças anteriormente erradicadas como o sarampo, as quais são preveníveis por meio de vacinação, causando uma preocupação entre a população e os profissionais de saúde acerca da efetividade das Campanhas de Vacinação, bem como uma cautela com relação à informações falsas, comumente chamadas “fake news” que corroboram com o movimento antivacina de forma crescente no país. Portanto, o impacto gerado pela vacinação precisa ser monitorado, pois oportuniza a detecção da vulnerabilidade imune da população, além de identificar potencialidades e fragilidades no processo de vacinação. Desenvolvimento: Estudo descritivo, com abordagem quantitativa, utilizando dados secundários da base DATASUS, que visa identificar aspectos epidemiológicos referentes à cobertura vacinal da região norte em relação à cobertura vacinal em território nacional. Resultado: e Resultado: Segundo os dados do DATASUS, foi perceptível que a região Norte teve a menor porcentagem de cobertura vacinal nos últimos 10 anos (2009 - 2019), tendo fatores relacionados a desigualdades no alcance vacinal que incluem desde questões intrínsecas ao núcleo familiar da criança (escolaridade dos responsáveis, falta de compromisso e/ou de tempo dos cuidadores em manter vacinação em dia, perda da caderneta de vacinação, tempo de residência fora da área urbana) até obstáculos gerados pela má administração das vacinas (superestimação de contraindicações, perder chance de vacinação oportuna) e no gerenciamento em saúde (falha no agendamento ou indicação correta, dificuldade do usuário no acesso aos locais de vacinação). Houve pouco delineamento epidemiológico devido à escassa literatura regional tanto brasileira quanto internacional sobre o assunto. Todavia foi possível atestar potenciais riscos e falhas na imunização na região Norte, comparado a revisão literária das outras regiões brasileiras, em especial a Sul e Sudeste. Considerações finais: Neste sentido, compreende-se que há uma necessidade muito grande de realizar mais pesquisas científicas nesta área, de modo a preencher as lacunas quanto à cobertura vacinal na região Norte, além disso, é necessário que se busquem pactuações entre os gestores de modo a resolver questões gerenciais neste processo, para, assim, chegar à uma cobertura vacinal satisfatória e que promova de fato a qualidade de vida da população.

11259 ASSISTÊNCIA MÉDICA EM UM CTA NO MUNICÍPIO DE TEFÉ (AM)
Laura Crivellari Macieira, Lucilane da Silva Souza, Maria Adriana Moreira, Marcio da Silva Chagas, Késia da Mata Batalha, Patrizia Gonçalves de Araújo Pires

ASSISTÊNCIA MÉDICA EM UM CTA NO MUNICÍPIO DE TEFÉ (AM)

Autores: Laura Crivellari Macieira, Lucilane da Silva Souza, Maria Adriana Moreira, Marcio da Silva Chagas, Késia da Mata Batalha, Patrizia Gonçalves de Araújo Pires

Apresentação: Relatar a experiência de uma médica infectologista na assistência médica de um CTA  no interior do Estado do Amazonas cuja formação e experiência profissional anterior foi realizada na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, o qual aborda a vivência de uma médica infectologista na assistência ambulatorial de pessoas que vivem com HIV e Hepatites virais no município de Tefé (AM).  Por se tratar de um município pequeno e isolado geograficamente, antes de assumir o cargo, as dificuldades eram mais evidentes do que as potencialidades. Identifica-se como principais dificuldades, não realização de exames laboratoriais necessários ao cuidado dos pacientes pelo município; o receio em atender uma população de cultura distinta a da médica assistente; a dificuldade da população em acessar o serviço de saúde, visto que grande parte dela se distribui em grandes distâncias pelos rios. Resultado: Durante o processo de trabalho, percebeu-se que as dificuldades identificadas eram bem administradas. Em relação aos exames laboratoriais, havia uma organização logística eficaz, onde as amostradas são levadas a Manaus, via avião ou “barco a jato”, sem causar prejuízo à dinâmica de atendimento do serviço. Quanto a distribuição geográfica da população e dificuldade de acesso a saúde, o município possui uma rede de atenção básica eficaz que consegue assistir as populações ribeirinhas, além de contar com o atendimento da UBS Fluvial, que também oferece testagem diagnóstica para as ISTs. No que diz respeito ao choque cultural entre vivência e experiência da médica assistente e a população assistida, o receio diluiu-se ao longo dos atendimentos, onde diferenças eram identificadas mas o respeito a elas trouxe a construção do vínculo. Considerações finais: Identifica-se que as dificuldades, como isolamento geográfico e dispersão da população ao longo do território que é vasto, foram assumidas e trabalhadas, tornando o acesso a rede de saúde facilitado a população.

11438 AÇÕES DE MONITORAMENTO DO ACOLHIMENTO NAS UNIDADES DISPENSADORAS DE TAMIFLU NO MUNICÍPIO DE MANAUS
IVONE Amazonas Marques ABOLNIK, Jocilane Lima de Almeida Vasconcelos

AÇÕES DE MONITORAMENTO DO ACOLHIMENTO NAS UNIDADES DISPENSADORAS DE TAMIFLU NO MUNICÍPIO DE MANAUS

Autores: IVONE Amazonas Marques ABOLNIK, Jocilane Lima de Almeida Vasconcelos

Apresentação: Em período sazonal os casos de Síndrome Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave-SRAG são mais comuns, em Manaus ele ocorre de outubro a março, período chuvoso no município. O monitoramento dos casos ocorre por meio da equipe de vigilância em saúde que monitora os casos por meio da sala de situação, alertando qualquer anormalidade. Diversas unidades de saúde são responsáveis pelo atendimento aos usuários com SG manauaras distribuídos em 227 pontos de atenção a saúde, estas unidades constituem-se porta de entrada preferencial do sistema de saúde municipal. 25 unidades de saúde foram eleitas como pontos de distribuição de antiviral e durante o período de ocorrência de casos realizou diversas atividades pata intensificar as ações de controle da SG dentre elas o departamento de atenção primaria realizou atividades de monitoramento nos pontos de distribuição, com o objetivo de intensificar as ações locais referente a recursos humanos, insumos de Equipamento de Proteção individual, medicamentos, funcionamento da sala de nebulização, materiais de limpeza, material permanente, fluxo do acolhimento a demanda espontânea, acesso a unidade de saúde e ambiente. Os passos desenvolvidos foram: 1, Elaboração de um  check list  para nortear as perguntas necessárias, e subsidiar os profissionais que realizaram a visita in loco; 2. Alinhamento com a equipe de monitoramento foi envolvidos 10 profissionais orientando sobre o instrumento; 3. Elaboração de escala de visitas: foi realizado um cronograma de visitas com escala de carro e deslocamento dos profissionais; 4. Monitoramento: com uso do check list as unidades foram monitoradas com foco no acesso ao usuário; uso de boas práticas de saúde voltadas a biossegurança e prevenção da SG. 5. Consolidação das informações: visando a identificar as inconformidades no processo de trabalho para melhoria na qualidade da assistência. 6. Plano de intervenção de melhorias. A atividade realizada foi fundamental para o fortalecimento das ações de integração entre vigilância e atenção permitindo um olhar vigilante, com monitoramento do acesso e acolhimento nas unidades de saúde. Essas ações impactarão na prevenção, vigilância em saúde, acolhimento com avaliação de risco nas Unidades Básicas de Saúde, registro de atendimento em consulta, atribuições  dos  profissionais  e  encaminhamento  de usuários em casos de Síndrome Gripal na rede Municipal de saúde de Manaus.

11601 AVALIAÇÃO DA CONFIABILIDADE DAS AMOSTRAS DE ESCARRO OBTIDAS PARA O DIAGNÓSTICO DA TUBERCULOSE NOS PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE HOSPITALAR DO MUNICÍPIO DE TEFÉ (AM)
FABIANA MARIA FERREIRA, Ana Karla dos Santos, Aurélia Aldeanes Lopes Tomasco, Daniela Cristina Silva, Maria Adriana Moreira, Marivone Nunes Barroso

AVALIAÇÃO DA CONFIABILIDADE DAS AMOSTRAS DE ESCARRO OBTIDAS PARA O DIAGNÓSTICO DA TUBERCULOSE NOS PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE HOSPITALAR DO MUNICÍPIO DE TEFÉ (AM)

Autores: FABIANA MARIA FERREIRA, Ana Karla dos Santos, Aurélia Aldeanes Lopes Tomasco, Daniela Cristina Silva, Maria Adriana Moreira, Marivone Nunes Barroso

Apresentação: A coleta da amostra de escarro é algo muito importante para realizar o diagnóstico da Tuberculose pulmonar e laríngea. Sua realização, deve seguir uma padronização conforme o Programa Nacional de Controle da tuberculose (PNCT) do Ministério da Saúde. Logo, o diagnóstico laboratorial para TB pulmonar e laríngea se dá em sua maioria através do exame de escarro. A fim de obter um diagnóstico, a baciloscopia, a cultura e recentemente o Teste Rápido Molecular (TRM-TB) dependem da qualidade e quantidade da amostra para que os resultados sejam confiáveis. Assim, a coleta do escarro é imprescindível para fechar o diagnóstico da TB junto com outros métodos, sendo necessário atentar para a forma de sua realização, evitando desse modo a não concretização do caso, o que contribui para que tal doença ainda permaneça como um problema relevante de saúde pública. Partindo dessas premissas, o estudo em questão tem como objetivo avaliar a confiabilidade das amostras de escarro obtidas para o diagnóstico da tuberculose no pacientes internados em unidade hospitalar do município de Tefé (AM). Desenvolvimento: Os setores da unidade hospitalar de Tefé (AM) apresentam uma rotatividade muito grande de pacientes, principalmente a clínica médica que possui fluxos intensos quase todos os dias e é constituída por enfermarias mistas como: enfermarias femininas e masculinas de pacientes clínicos, enfermarias cirúrgicas femininas e masculinas, enfermarias indígenas e um “quarto privativo”. Além disso, estruturalmente é quase que inviável a segregação de paciente com algumas patologias específicas pela falta de espaço exclusivos. Partindo do ponto assistencial sempre fazemos o que dá para tentar evitar a disseminação de patógenos o que muitas vezes torna-se impossível, cabendo citar não só a falta de estrutura, como também de medidas administrativas, de controle ambiental e de proteção individual. Por isso, desenvolver suas atividades em ambientes insalubres e propícios à aquisição de certa patologia deixam o profissionais mais conscientes com receio. Recebemos de fato muitos pacientes com suspeita de TB e a equipe de enfermagem não tem os aparatos que são básicos para sua proteção que são os equipamentos de proteção individual (EPI), e como profissionais que somos, fazemos solicitação e não somos atendidos, como se quem está exercendo suas atividades laborativas fossem imunes e não necessitassem ao menos de uma máscara N95 ou PPF2. Dessa forma seguimos nossos dias de trabalhos atribulados e pedindo para que não adquiramos nada que possa comprometer nossa saúde ou que levemos pra casa e contamine um ente querido. Resultado: Conforme o cenário acima mencionado, percebemos que algo estava errado em relação a confiabilidade das amostras de escarro obtidas para o diagnóstico da tuberculose nos pacientes internados em unidade hospitalar do município de Tefé (AM) e começamos a formular algumas ações para minimizarmos os riscos, que foram: a criação do Protocolo operacional padrão- POP- para coleta das amostras de BAAR; por conseguinte, há a precisão de adequação dos espaços e tentar ajeitar um quarto privativo com uma ventilação adequada, já que ter um filtro para ar particulado ou filtro HEPPA é mais oneroso. E, por fim, a obtenção dos respiradores ou as máscaras apropriadas N95 ou PFF2. Sabe-se que as partículas de aerossóis ficam suspensas no ar e nesse veículo pode ocorrer a transmissão, bem como através da fala, da tosse e do espirro do paciente, sendo indispensável sanar essa problemática, que é o risco de aquisição de maneira direta com a exposição constante a aerossóis. Nesse viés soma-se a ausência de orientação da equipe de enfermagem frente a algo tão relevante do ponto de vista epidemiológico. Nesse sentido, buscamos observar e percebemos que a coleta das amostras de escarro passa por etapas duvidosas quanto a execução de todo o processo, desde a orientação, acondicionamento, volume e transporte ao laboratório. Ressaltamos que há necessidade de treinamento constante para os profissionais, além do POP, para adequar a coleta das amostras de escarro e saber que o paciente também precisa de informações de como executar o procedimento de coleta, o que é fundamental, pois é ele que irá inspirar e fazer com que seja coletada uma boa amostra de escarro, a que provém da árvore brônquica. Logo, orientação, capacitação, executar ações de enfermagem direcionadas a essa problemática com intuito de melhorar a confiabilidade das amostras, medidas ambientais, administrativas e de proteção individual, são de extrema valia. Por fim, foi possível observar também que além de todas as variáveis identificadas as que mais se sobressaíram foi a questão da padronização do recipiente em que é realizado a coleta, que pelo ministério da saúde este deve ser transparente, de plástico, descartável com boca larga. Assim, o da unidade é de cor azul escura, o que não permite a visualização do material coletado, ainda tem a questão do local de coleta, porém não há ambiente próprio para a coleta que deve ser feito de preferência ao ar livre. O acondicionamento e o transporte, sim o acondicionamento é impróprio, após a coleta fica no balcão da pia do posto de enfermagem por mais ou menos quatro horas e o transporte é realizado com esse recipiente na maioria das vezes dentro de uma luva, o que deve ser transportado dentro de uma caixinha de isopor ou dentro de um saquinho plástico. Por isso, padronizar, avaliar, educar e manter-se atualizado é preciso. Com implantação do POP, educação permanente da equipe, adequação da estrutura, espera-se adquirir resultados mais confiáveis nas amostras de escarro. Descartando dessa maneira, aquela dúvida que fica toda vez que é recebido um resultado de BAAR. Além disso atentar para o paciente e procurar assisti-los na sua individualidade, dando-lhe o suporte necessário, viabilizando de maneira correta a coleta do escarro para que ele receba o tratamento adequado. Nesse contexto, espera-se que a unidade avance para uma gestão de qualidade com foco cada vez mais na geração de um trabalho único e direcionado a clientela. Portanto, com esse trabalho é esperado abrir o olhar dos profissionais e passar a ter esse olhar reflexivo e voltado para o paciente como um todo e humanizar o seu próprio atendimento. Considerações finais: Por ser o principal método para diagnóstico da tuberculose, a coleta de escarro deve se adequar ao que é preconizado pelo ministério da saúde, visto que com a implantação do POP, educação permanente dos profissionais, adequação da estrutura e organização do ambiente, as amostras coletadas serão mais confiáveis. Consequentemente, essas medidas favorecerão não só o paciente, mas também a unidade e os profissionais atuantes que poderão desenvolver suas atividades laborativas com segurança. Assim, frente a essa doença que representa um problema de saúde pública terão mais precisão, estarão mais capacitados e atentos aos fatores que favorecem ou contribuem para uma baixa qualidade das amostras coletadas.