436: Produção do cuidado em saúde na adolescência: a construção coletiva de saberes
Debatedor: Deison de Alencar Lucietto
Data: 30/10/2020    Local: Sala 05 - Rodas de Conversa    Horário: 08:00 - 10:00
ID Título do Trabalho/Autores
8480 EDUCAÇÃO EM SAÚDE: ORIENTAÇÕES BÁSICAS SOBRE SEXUALIDADE E INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS COM ADOLESCENTES
Karoline Costa Silva, Tania De Sousa Pinheiro Medeiros, Dayane Vilhena Figueiró, Erielson Pinto Machado, Brenda Almeida da Cruz, Ingridy Lobato Carvalho, Amanda Ouriques de Gouveia, Ailton Santos Rodrigues

EDUCAÇÃO EM SAÚDE: ORIENTAÇÕES BÁSICAS SOBRE SEXUALIDADE E INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS COM ADOLESCENTES

Autores: Karoline Costa Silva, Tania De Sousa Pinheiro Medeiros, Dayane Vilhena Figueiró, Erielson Pinto Machado, Brenda Almeida da Cruz, Ingridy Lobato Carvalho, Amanda Ouriques de Gouveia, Ailton Santos Rodrigues

Apresentação: A adolescência pode ser caracterizada de diferentes maneiras. Compreende uma etapa de crescimento e desenvolvimento do indivíduo, evidenciada por modificações físicas, psíquicas e sociais. Está fase é configurada por um período de desenvolvimento posicionado entre a infância e a idade adulta, demarcado cronologicamente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a faixa dos 10 aos 19 anos de idade, sendo usada pelo Ministério da Saúde (MS). É importante salientar que a população brasileira de adolescentes e jovens vem aumentando em um ritmo veloz nas últimas décadas. De acordo com o último censo, em 2010 há no Brasil 51,3 milhões de jovens, constituindo assim, um quarto da população brasileira. Este aumento é cercado de preocupações quanto à saúde sexual e reprodutiva, a gravidez precoce, o aborto inseguro, as infecções sexualmente transmissíveis (IST) e a infecção por HIV, que agridem este público. Vale mencionar ainda, que no Brasil, 30,3% da população está na faixa dos 10 aos 24 anos. É neste período que os adolescentes, iniciam suas atividades sexuais, sendo que na maioria das vezes o adolescente não possui discernimento suficiente sobre as suscetibilidades que está submetido e, consequentemente, contrai alguma IST ou tem uma gravidez não planejada. Desse modo, adolescência vem se transformando em uma fase que demanda muita atenção, o que já vem sendo caracterizado, pois o Ministério da Saúde e da Educação instituíram o projeto Saúde e Prevenção nas escolas, que abrange os setores de educação e saúde e fortalece ações direcionadas para a promoção e prevenção da saúde sexual e reprodutiva deste público juvenil e ainda para a diminuição dos índices de IST e AIDS entre estes. O ambiente escolar é o ambiente favorecido para as atividades preventivas, enfocando a sexualidade. Ao propiciar informações sobre educação sexual aos discentes adolescentes, ela informa que as decisões adotadas, principalmente nesta etapa, não são realizadas somente de desejos sexuais. Visto isso, a pesquisa objetivou orientar e esclarecer mitos e dúvidas aos alunos do Ensino Médio do Instituto Federal do Pará (HIFA), do município de Tucuruí, no Estado do Pará, tendo como enfoque a temática sexualidade e as ISTs, bem como suas formas de prevenção. Desenvolvimento: O presente estudo teve como base a metodologia da problematização, baseado no Arco de Maguerez, sendo esta, um tipo de metodologia ativa que possibilita a identificação de problemas, análise crítica e aplicação de medidas resolutivas. A metodologia da problematização é composta por cinco etapas, sendo a primeira a observação da realidade onde serão identificados possíveis problemas. O segundo passo é o levantamento dos pontos chaves, ou seja, os pontos mais relevantes encontrados. O terceiro passo é a teorização destes pontos chaves através de pesquisas realizadas na literatura, em seguida é executada a quarta etapa que é a elaboração das hipóteses de soluções e por fim, a quinta etapa sendo caracterizada pela aplicação das hipóteses à realidade. A aplicação desta pesquisa foi executada por acadêmicos de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará- Campus XIII, tendo em vista que a referida formação está intimamente ligada ao tema abordado no curso e à promoção da qualidade de vida da população. Ocorreu no Instituto Federal do Pará- Campus Tucuruí, sendo suas intervenções aplicadas aos alunos do ensino médio, abordando conteúdos quanto a sexualidade, ISTs, uso de contraceptivos e outros. A execução do estudo transcorreu com a utilização das metodologias ativas fundamentadas por Paulo Freire. Sendo dividida em teoria, com a exposição pelos pesquisadores sobre sexualidade e ISTs e ainda a aplicação de uma tecnologia educativa para trabalhar a temática no contexto escolar. Resultado: Na primeira etapa, compreendida pela observação da realidade, percebeu-se que os adolescentes possuíam dúvidas, curiosidades e estigmas a respeito da temática, o que levou os pesquisadores a segunda etapa que foi o levantamento dos pontos chaves a serem trabalhados posteriormente, no terceiro momento houve o levantamento bibliográfico em bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), Google Acadêmico, em periódicos sobre as indagações apresentadas na etapa anterior, esta etapa foi de extrema importância para os autores, pois foi o momento de fundamentação teórica para a implementação à realidade. A quarta etapa que é caracterizada pela elaboração das hipóteses de solução, aonde houve o planejamento da ação, neste momento foi elaborado uma tecnologia educativa, intitulada “Corrida do saber” e os materiais utilizados para a confecção foram papelão, cartolina nas cores branca, verde, amarela e vermelha, tesoura, cola de isopor, papel E.V. A. cinza e ainda papel cartão na cor branca. Nesse sentido, as tecnologias educacionais são aplicadas para encorajar comportamentos saudáveis por meio da aprendizagem de competências para os cuidados da saúde no enfrentamento do processo de saúde-doença, nas injúrias que requerem modificações permanentes ou temporárias e na compreensão de risco e/ou vulnerabilidade de grupos ou de indivíduos. A ferramenta de trabalho elaborada era similar a uma corrida de carros, sendo compreendida por três colunas e cinco casas até a chegada, cada uma possuía um carro de brinquedo com sua respectiva cor, foi criado também uma lista com 20 perguntas de múltipla escolha referentes a sexualidade, infecções sexualmente transmissíveis e métodos preventivos. A turma foi dividida em 3 grupos, representados pelas cores dos carros: amarelo, verde e vermelho. A ferramenta possuía também um dado de seis lados colorido com as respectivas cores dos carros de forma igualitária e as perguntas foram realizadas através de sorteio entre os representantes de cada grupo. A atividade iniciará com o lançamento do dado, a cor sorteada dava início a partida, os carros avançavam as casas de acordo com o acerto das respostas referentes às perguntas do tema feita pelos mentores da dinâmica. Ao final, ganhou a disputa o grupo que respondeu corretamente as perguntas e chegou ao final da pista de corrida. Constatou-se que os adolescentes foram receptivos no decorrer da ação, pois se mostraram entusiasmados e participativos durante toda a atividade. Com isso, acredita-se que a atual concepção a respeito de como interpretar e como realizar Educação em Saúde com o intuito de causar uma conscientização, frente às necessidades exibidas pelo indivíduo, que se torna participante e construtor de sua independência e empoderamento, o que propicia ser o agente modificador de sua própria vida. Considerações finais: Diante do exposto é notório a importância de ações educativas aliadas a metodologias ativas com adolescentes e jovens, principalmente sobre sexualidade e infecções sexualmente transmissíveis, uma vez que nessa idade aparecem mudanças comportamentais e físicas, tornando-se necessário orientações sobre a mesma, com o intuito de promover uma melhor educação sexual e reprodutiva, além de uma prevenção maior quanto as possíveis infecções. Nesse âmbito, percebeu-se ainda que a importância de ações educativas aliadas a tecnologias educacionais voltadas aos adolescentes com as temáticas de sexualidade e ist’s uma vez que favoreceu a informação, discussão, reflexão entre os adolescentes e ainda a interação entre os acadêmicos e os adolescentes esclarecendo dúvidas de maneira descontraída possibilitando a participação de todos na aprendizagem.

10015 ATIVIDADES EDUCATIVAS: DIALOGANDO COM OS JOVENS SOBRE PRÁTICAS DE SEXO SEGURO PARA A PREVENÇÃO DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
Raquel Ramos Woodtli, Thelma Spindola, Claudia Silvia Rocha Oliveira, Letícia Matias Ferreira, Tamirys Franco Cunha, Rachel Verdan Dib

ATIVIDADES EDUCATIVAS: DIALOGANDO COM OS JOVENS SOBRE PRÁTICAS DE SEXO SEGURO PARA A PREVENÇÃO DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

Autores: Raquel Ramos Woodtli, Thelma Spindola, Claudia Silvia Rocha Oliveira, Letícia Matias Ferreira, Tamirys Franco Cunha, Rachel Verdan Dib

Apresentação: As infecções sexualmente transmissíveis (IST) são um agravo de saúde que atinge a população a nível mundial. O grupo jovem é o mais acometido pela incidência de IST, visto que, nessa fase, os jovens passam por períodos de descobertas, experimentações e vivências que podem implicar diretamente em um comportamento sexual de risco, quando não são utilizadas práticas de prevenção. Nesse momento de descoberta e iniciação sexual, muitos jovens podem ficar expostos as IST. É necessário, portanto, que os jovens tenham conhecimento sobre as formas de contágio, quais práticas adotarem para ter uma relação sexual segura e conversar com os pares para propagar informações sobre esse tema, alcançando um número ainda maior de pessoas. Quando os jovens não possuem conhecimento sobre essas questões, podem vir a adotar comportamentos sexuais de risco, implicando em sua saúde. O diálogo de forma horizontal, então, torna-se extremamente importante para abordar essa temática. Os familiares nesse contexto são indivíduos significativos nesse direcionamento, porém, grande parte da sociedade ainda vê o sexo como tabu, e não costumam conversar com seus filhos sobre o sexo e as práticas de prevenção. Ainda que os jovens saibam da importância do uso de preservativos, muitos negligenciam este cuidado sendo importante esse reforço em ambientes onde costumam circular como nas escolas e universidades, onde há grande concentração desse contingente populacional. Estudos apontam que os jovens estão iniciando suas atividades sexuais com idades cada vez mais precoces. Além do mais, a utilização de substancias psicoativas como o álcool e drogas, que frequentemente são usadas para diversão e ter aceitação por um determinado grupo, são fatores que podem predispor a ter relações sexuais desprotegidas aumentando o risco de contrair as IST. Objetivo: Dialogar com os jovens sobre a adoção de pratica sexual segura para a prevenção das infecções sexualmente transmissíveis. Método: Trata-se de uma atividade cujo proposito é a educação para a saúde de jovens, realizada por uma enfermeira docente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Para o planejamento das atividades educativas é realizada previamente uma reunião com os integrantes, onde são destacados os pontos principais a serem abordados em cada apresentação. Neste momento, são também elaborados e organizados os materiais educativos e demais recursos utilizados, além da seleção das unidades que serão visitadas. Atualmente, o principal público contemplado pelas atividades é composto pelos jovens universitários da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), especialmente dos períodos letivos iniciais da graduação. Para que possamos realizar esta aproximação com os estudantes, é feito um contato com a direção da unidade acadêmica, para verificarmos o melhor momento para a ação educativa. Temos uma importante parceria com os Centros Acadêmicos, que nos auxiliam a agendar as atividades com os estudantes. As ações são realizadas com turmas de aproximadamente 40 alunos, o que facilita um melhor diálogo e as trocas de saberes. No momento inicial das apresentações, fazemos uma avaliação prévia sobre o conhecimento que estudantes detêm sobre o assunto, bem como de suas dúvidas e incertezas. Realizamos uma dinâmica com o grupo, para que se sintam mais descontraídos para debater o assunto. Apresentamos, então, as principais IST que acometem a população jovem, conceituando-as, demonstrando os modos de transmissão e de prevenção de cada uma, seguindo as orientações de documentos do Ministério da Saúde. E, também, orientamos para que os jovens busquem por informações seguras, como os profissionais de saúde, além de alertar que na internet devem ser cautelosos considerando que podem existir informações falsas e colocar a sua saúde em risco. Orientamos quanto a importância do uso consistente dos preservativos masculino e feminino, demonstrando seu uso correto através de modelos de silicone do órgão sexual masculino e feminino, e fazendo com que eles reproduzam nos moldes para saberem utilizar da forma correta. O grupo é convidado a refletir sobre o quão são importantes as medidas de prevenção das IST, considerando que é um público que costuma apresentar altas taxas de incidência desses agravos. Neste intento distribuímos folders do Ministério da Saúde com informações importantes, assim como, preservativos masculino e feminino. Procuramos estimular a reflexão de todo grupo, conscientizando-os sobre a importância da prevenção para o controle das IST. Cabe salientar que os métodos são constantemente reavaliados, a fim de alcançarem os objetivos propostos ao público. Resultado: Embora o maior público atendido pelas atividades educativas seja formado pelos jovens acadêmicos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o projeto vem gradativamente ampliando sua cobertura, estando cada vez mais acessível à comunidade externa. Somente no ano de 2019 o público total atingido pelas ações do projeto foram de 1.200 pessoas, sendo 500 destas pertencentes ao meio externo. Foram contempladas escolas públicas de ensino fundamental e médio, onde se percebeu a defasagem de conhecimento sobre educação sexual e prevenção de agravos à saúde. Foram alcançados pelas ações do projeto pré-vestibulares comunitários, além das turmas de calouros dos cursos de Enfermagem e Odontologia, na parceria firmada com os Centros Acadêmicos. Participamos da Feira de prestação de serviços durante a UERJ Sem Muros, da Feira de Ligas Acadêmicas da área de saúde da UERJ, além da Semana de Integração Acadêmica promovida pelo Instituto de Educação Física. Em todos estes eventos reforçamos a importância de se debater sobre essa temática, e o quanto ela é imprescindível para a qualidade de vida dos jovens. A partir desse cenário, acreditamos que as atividades do projeto contribuem de forma significativa para a conscientização do grupo sobre a importância dos cuidados com a saúde e a adoção dos preservativos, masculino e feminino, para a prevenção das IST. Considerações finais: Nas atividades educativas pode-se perceber que inicialmente os estudantes se demonstraram tímidos, mas no decorrer da apresentação, o estímulo ao diálogo foi fundamental para aquebrantar a timidez. A presença do grupo de amigos favoreceu a aproximação com os estudantes que verbalizaram de modo espontâneo seus sentimentos, dúvidas, vivências e receios. As ações do projeto favorecem a troca de experiências e saberes entre os participantes, sendo um momento rico de aprendizagem. Sabe-se que cada indivíduo apresenta uma demanda diferente, e assim as discussões sobre o assunto em questão são diversificadas e enriquecidas. Essa aproximação possibilita a aquisição de novos conhecimentos por parte dos estudantes e dos integrantes do projeto, reflexão sobre as condutas que adotam em suas práticas sexuais, tornando-os mais conscientes de seus atos. Busca-se com as atividades que os jovens se conscientizem dos riscos a que ficam expostos quando praticam sexo inseguro e assumem comportamentos de risco. Os universitários que participam da atividade como integrantes do projeto, também, se beneficiam ao dialogar com os jovens já que precisam se apropriar do assunto, das dinâmicas e estratégias para condução dessas ações de educação em saúde, sendo fundamental para a prestação de cuidados como futuros enfermeiros.

10104 EXPERIÊNCIA INTERPROFISSIONAL NA PROMOÇÃO DE SAÚDE: DINÂMICA EDUCATIVA COM FOCO NA SAÚDE SEXUAL DO ADOLESCENTE
Giovanna Carolinny Diniz da Silva, Bianca Helena dos Santos Lima, Wanessa Modesto Costa, Yasmim Gouveia Gomes, Fabiana Nunes de Sousa, Hellen de Jesus Silva Pimentel, Maria Lúcia Souza Siqueira, Francilene da Luz Belo

EXPERIÊNCIA INTERPROFISSIONAL NA PROMOÇÃO DE SAÚDE: DINÂMICA EDUCATIVA COM FOCO NA SAÚDE SEXUAL DO ADOLESCENTE

Autores: Giovanna Carolinny Diniz da Silva, Bianca Helena dos Santos Lima, Wanessa Modesto Costa, Yasmim Gouveia Gomes, Fabiana Nunes de Sousa, Hellen de Jesus Silva Pimentel, Maria Lúcia Souza Siqueira, Francilene da Luz Belo

Apresentação: As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), o Câncer de colo do útero e o Câncer de pênis têm representado grandes problemas de saúde pública e estão relacionados aos hábitos e práticas sexuais, tendo grande impacto na vida do indivíduo por estarem associadas a estigmas sociais. A adolescência é reconhecida como uma fase de intensa mudança e diversos fatores e comportamentos aumentam a vulnerabilidade a estes agravos como o início precoce da vida sexual e a falta de informação sobre uso de preservativo. Nesse contexto, a educação é um dos meios que se tem de moldar a participação ativa dos sujeitos na aquisição de conhecimentos. O espaço escolar é tido como um ambiente de troca de saberes e reflete a possibilidade de realizar práticas educativas e de fortalecer o desenvolvimento saudável dos adolescentes. A fim de aproveitar o espaço para promoção de saúde e prevenção de agravos, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Saúde na Escola (PSE) que tem o objetivo de articular saúde e educação para que as políticas de saúde alcancem crianças e adolescentes. Diante desse cenário, surge a necessidade de promover educação sexual e como estratégias se tem os projetos de extensão e em especial o projeto PET-Saúde cuja proposta é integrar o ensino e o serviço em diferentes cenários, atendendo as demandas de saúde de modo mais efetivo. Dessa maneira, este relato visa apresentar uma oficina realizada em uma escola pública como parte da integração ensino-serviço-comunidade e com o objetivo de efetivar uma intervenção educativa que ofereça conhecimento e adoção de bons hábitos relacionados à saúde sexual dos adolescentes. Ademais, a dinâmica procurou integrar estudantes e profissionais no cenário da atenção básica de saúde. Desenvolvimento: a oficina foi idealizada para um projeto de extensão universitária em parceria com o projeto PET-Saúde Interprofissionalidade, fazendo parte da equipe uma enfermeira, acadêmicas de farmácia e nutrição. O projeto de extensão faz parte do componente curricular de uma disciplina do curso de Farmácia da Universidade Federal do Pará. Como o objetivo era desenvolver a educação interprofissional na promoção de saúde optou-se pela parceria com o PET, o qual tem atuação em uma Unidade Saúde da Família. O público alvo foram estudantes com idade entre 13 e 16 anos de uma turma de escola pública que faz parte do Programa Saúde na Escola (PSE). A dinâmica foi elaborada no formato de um jogo a fim de obter a participação e interação dos adolescentes, permitindo a comunicação e compartilhamento de experiências. Para a atividade as acadêmicas prepararam um dado que continha em cada um dos lados temas que foram definidos para discussão – HIV/AIDS, ISTs, Métodos de prevenção, Câncer de colo do útero, Câncer de pênis e Vaginose – com elaboração de quatro a cinco perguntas para cada. Os alunos foram dispostos em um círculo e o jogo consistia no lançamento do dado e então uma pergunta era feita ao participante escolhido; a cada resposta correta o mesmo poderia escolher o próximo a lançar o dado. Após a seleção do tema uma pergunta era feita ao jogador da vez e assim sucessivamente até que a maioria da turma tivesse participado. As dúvidas que surgiam conforme as explicações também eram esclarecidas, assim como aquelas provenientes dos próprios alunos. Para aumentar a interação e entendimento foram mostradas imagens das principais ISTs e um álbum seriado que continha as informações essenciais e características das principais infecções. Puderam ser discutidas temáticas como “ter HIV é o mesmo que ter AIDS?”, “usar preservativo masculino e feminino aumenta as chances de proteção?”, “importância dos testes rápidos”, “importância da boa higiene íntima” entre outras. Ao final da oficina foi reforçada a importância do uso de preservativo e demonstrado como utilizar corretamente, finalizando com a distribuição de camisinhas e folder disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Resultado: durante a graduação é trabalhada a relevância de transpor o ambiente acadêmico e levar à comunidade o conhecimento teórico e as práticas profissionais. Com isso, a participação em um projeto de extensão permite agregar conhecimento em relação aos modos de trabalhar a educação em saúde nos diferentes públicos e assim contribui para a formação acadêmica. A escolha do ambiente escolar para realizar a atividade foi primordial para alcançar os objetivos em virtude de ser um espaço associado a formação e construção de aprendizados, além de permitir a liberdade de expressão e comunicação entre os indivíduos que a compõem. A coordenação da escola, por já fazer parte do PSE se mostrou bastante favorável a realização da dinâmica, contando inclusive com a participação de professores. Em relação a interação com os adolescentes no decorrer na dinâmica se observou uma significativa participação do grupo, levando ao entendimento que o uso de técnicas educativas em formatos não convencionais, como o uso de jogos nesse caso, é importante para envolver os alunos e garantir sua atenção voltada a compreensão dos temas. Muitos puderam expor suas dúvidas e opiniões, demonstrando que carregam consigo um conhecimento e até mesmo experiências anteriores à oficina e reforçando também que este público tem grande interesse em aprender sobre os temas abordados. Sendo assim, a dinâmica com o uso de dado é uma estratégia que permite a manifestação pessoal dos componentes e auxilia a estruturação de um saber coletivo. Considerações finais: A adolescência é representada por uma fase de mudanças e de construção de conhecimentos, por isso, é fundamental que sejam inseridos num contexto de educação em saúde buscando assim gerar qualidade de vida e responsabilidade com o autocuidado. Além disso, a crescente de ISTs e outros agravos envolvendo a saúde sexual no grupo de adolescentes enfatiza a necessidade de discutir esses temas abordando principalmente a prevenção. A experiência permitiu às discentes que ampliassem seus conhecimentos e compartilhassem a dimensão de realizar uma dinâmica educativa conforme o público que se deseja alcançar, assim como valoriza os projetos de extensão como meio de acesso à comunidade. Também, cabe reforçar a importância da união interprofissional na efetivação de atividades voltadas à educação da população sobre os agravos de importância pública.

10961 EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE INFEÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS PARA UMA TURMA DE ENSINO MÉDIO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pamela de Oliveira França, Gabriela Almeida Kaippert, Danielle Freire de Andrade Carvalho

EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE INFEÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS PARA UMA TURMA DE ENSINO MÉDIO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Pamela de Oliveira França, Gabriela Almeida Kaippert, Danielle Freire de Andrade Carvalho

Apresentação: A formação profissional de enfermeiros requer um ensino de qualidade, que lhe confira competência na realização de atividades assistenciais, gerenciais, de ensino e pesquisa. A interseção entre ensino e aprendizagem se dá pela necessidade de transmissão e recepção de conhecimento. Neste contexto, a equipagem de abordagens didáticas são recursos fundamentais para os processos de ensino e aprendizagem. O objetivo da atividade é descrever a experiência da prática de educação em saúde com adolescentes, e compreender como se dá o processo de transformação do saber em autonomia. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência vivenciada em uma escola particular, unidade localizada em São Gonçalo (RJ), durante o ensino teórico prático da disciplina Didática, do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal Fluminense. A atividade foi organizada em três etapas: Planejamento, Organização e Implementação. A primeira etapa consistiu na programação e preparo de uma aula expositiva sobre infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns, elaboração de uma dinâmica prática (utilizando vinagre, chá de repolho roxo e água), com intuito de ilustrar a facilidade de transferência das enfermidades abordadas ao subestimar uso de proteção e realizar a conscientização efetiva dos alunos quanto o assunto exposto. A segunda etapa baseou-se na escolha do local e concessão de autorização para a realização da atividade, enquanto a terceira etapa consistiu na efetivação da proposta com uma turma do 3° ano do ensino médio e outra de pré-vestibular. Resultado: Dos resultados obtidos percebeu-se que os ouvintes da palestra descreveram grande aproveitamento, destacando a necessidade e importância da abordagem do assunto nas escolas. A atividade possibilitou demonstrar aos alunos de pré-vestibular as diversas atribuições que o enfermeiro possui, podendo ser um mecanismo de divulgação e conquista de espaço. A interlocução possibilitou ao grupo de palestrantes a execução de conhecimentos adquiridos ao longo da disciplina de didática e na graduação. Considerações finais: A partir disso conclui-se que a atividade possuiu notável aplicabilidade para os discentes de enfermagem, que puderam constatar a efetividade de uma estratégia de educação planejada e realizada, além da importância do engajamento e apropriação da educação em saúde nas escolas e demais espaços da sociedade pela enfermagem.

11303 SAÚDE REPRODUTIVA E SEXUAL: UMA INICIATIVA EXTRACURRICULAR NA FORMAÇÃO MÉDICA
Fernando Gontijo Resende Souza, Fábio Fernandes Chaves, Júlia Rodrigues Figueiredo Silva

SAÚDE REPRODUTIVA E SEXUAL: UMA INICIATIVA EXTRACURRICULAR NA FORMAÇÃO MÉDICA

Autores: Fernando Gontijo Resende Souza, Fábio Fernandes Chaves, Júlia Rodrigues Figueiredo Silva

Apresentação: As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) dos cursos de Medicina corroboram que a formação médica objetiva assistência à saúde da população de maneira integral, sendo necessária a promoção de debates acerca das diversidades e da garantia de direitos sociais. Apesar disso, em práxis, é notória a negligência e leviandade com que as temáticas da saúde reprodutiva e sexual na realidade são tratadas nos componentes curriculares formais das escolas médicas brasileiras. Diante disso, um grupo de discentes Universidade Federal de Lavras buscaram construir um espaço que permitisse a elaboração de tais temáticas. Este trabalho objetiva relatar a construção e experiências de uma iniciativa extracurricular e auto organizada, e refletir sob seu papel na formação oculta do discente. Desenvolvimento: A Liga Acadêmica de Saúde Reprodutiva e Sexual (LASEX) estrutura suas discussões e ações em quatro eixos basilares: Saúde Reprodutiva; HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs); Identidade de Gênero e Orientação Sexual; e Violência de gênero. Sendo esta uma iniciativa auto organizada por discentes com apoio de docente orientador e respaldada pela Universidade, são desempenhadas atividades no âmbito do ensino, pesquisa e extensão. As discussões fomentadas pela Liga são construídas democraticamente em conjunto com seus membros, seguindo-se os quatro grande eixos temáticos, de acordo com as temáticas que os membros sentem interesse em discutir e aprofundar suas visões. Para tanto, as reuniões da LASEX são moderadas por tanto por especialistas das mais diversas áreas e leituras das temáticas, quanto por seus próprios membros, utilizando-se as mais diversas metodologias. A relevância da iniciativa mostrou-se pela grande demanda por parcerias entre a LASEX e outras organizações estudantis dentro e fora da Universidade, mostrando a deficiência e, no entanto, o interesse de discentes das mais diversas áreas e formações, pelas temáticas trabalhadas. Resultado: As discussões construídas e facilitadas pela Liga são essenciais, visto a necessidade da formação de egressos que tenham em si mais do que uma formação técnica de excelência, mas, principalmente, tenham uma formação e evolução social, política e enquanto seres humanos de qualidade. Mesmo que a Liga esteja cumprindo um papel que pertencente ao currículo formal da educação em saúde, é indispensável a reflexão quanto as dificuldades para sua real e efetiva construção, visto as limitações e dificuldades políticas, sociais e de estrutura física e humana do ensino público e do sucateamento do Sistema Único de Saúde (SUS), é dificultada. Apesar, a LASEX apresenta resultado positivos, visto que através de suas discussões e iniciativas, com embasamento teórico e prático, não somente pautado no conhecimento formal, mas também provindo de experiências e vivências trazidas e compartilhadas por seus membros e convidados, fomenta-se a expansão de perspectivas e a construção do conhecimento e formação sob a diversidade de contextos de seus membros e populações-foco de seus trabalhos. Considerações finais: A matriz curricular da formação médica é essencialmente hetero-cis-normativa e reprodutivista de concepções que empobrecem a formação humanista e generalista dos egressos. Ao tratar a temática da saúde reprodutiva e sexual integral de maneira tecnicista, ignora-se o papel social do profissional da saúde.

8452 RE-VISITANDO A PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE RODAS DE CONVERSA COM ADOLESCENTES.
Nizélia Ferreira da Silva Floro Rosa, Inez Silva de Almeida, Andreia Jorge da Costa, Juliana de Souza Fernandes, Mayara da Silva Bazílio, Karine do Espirito Santo Machado, Letícia Weltri de Andrade, Emylle Macruz Martins

RE-VISITANDO A PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE RODAS DE CONVERSA COM ADOLESCENTES.

Autores: Nizélia Ferreira da Silva Floro Rosa, Inez Silva de Almeida, Andreia Jorge da Costa, Juliana de Souza Fernandes, Mayara da Silva Bazílio, Karine do Espirito Santo Machado, Letícia Weltri de Andrade, Emylle Macruz Martins

Apresentação: A roda de conversa é um espaço de discussão que possibilita aprofundar a comunicação a partir das vivências que cada adolescente possui sobre temática de interesse dos mesmos. É um cenário democrático que busca que cada participante possa expressar conceitos, opiniões e experiências. É uma dinâmica ancorada nos “Círculos de Cultura” de Freire. Envolve estimular a autonomia do sujeito por meio da problematização, da troca e discussão de saberes. Das metodologias de aprendizado coletivo utilizadas, elas são adotadas como forma de estimular o agregar de conhecimentos com o outro e a partir do outro. Instituir a roda pelo profissional de saúde conduz à grupalidade, à dialogicidade, ao encontro e à escuta. Nesse sentido é fundamental que o enfermeiro proponha essa tecnologia leve ao conversar com adolescentes e desenvolva estudos acerca deste assunto. A questão norteadora da pesquisa é: como o enfermeiro tem publicado pesquisas sobre a roda de conversa com adolescentes. Objeto: a produção científica descrita na literatura sobre o tema em tela. Os objetivos são descrever como o enfermeiro tem produzido estudos sobre as rodas de conversa com adolescentes e analisar os conteúdos desenvolvidos em periódicos de enfermagem. Método: trata-se de uma revisão integrativa que utilizou como descritores: adolescente, roda de promoção da saúde e enfermagem na Biblioteca Virtual de Saúde. Através busca surgiu apenas um estudo. Considerações finais: De acordo com o exposto conclui-se que esta é uma dinâmica que possui relevância para a saúde de adolescentes, portanto é fundamental que o enfermeiro produza estudos nessa área a fim de preencher a lacuna do conhecimento. Contribuições para a enfermagem: as práticas educativas são de relevância ímpar para o enfermeiro na formação de vínculo com os adolescentes, portanto há necessidade de novas investigações científicas nessa área.

7405 SAÚDE MENTAL DO ADOLESCENTE A PARTIR DO PROGRAMA DE SAÚDE NA ESCOLA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Gabriella Marques Monteiro, Caroline Adriana Gasparim, Brendha Zancanela Santos, Ana Carolina Drehmer Santos

SAÚDE MENTAL DO ADOLESCENTE A PARTIR DO PROGRAMA DE SAÚDE NA ESCOLA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Gabriella Marques Monteiro, Caroline Adriana Gasparim, Brendha Zancanela Santos, Ana Carolina Drehmer Santos

Apresentação: O Programa de Saúde na Escola (PSE) foi instituído com o objetivo de contribuir no processo de formação estudantil na rede pública de educação básica através de ações que atuem tanto na prevenção de agravos, como também na promoção de saúde. Nesse contexto, o Ministério da Saúde (MS) através do Caderno de Atenção Básica - Saúde na Escola, prevê a intervenção através do PSE em áreas que contribuam para a promoção de estilos de vida saudáveis, destacando a saúde mental. A literatura apresenta diversas dificuldades na formulação de uma única definição para o termo saúde mental, desse modo, historicamente ocorria uma simplificação à oposição à psicopatologia, enquanto hoje discute-se o conceito conforme diferentes vertentes teóricas. Por conseguinte, uma definição adequada desse termo perpassa a compreensão de que saúde e doença variam conforme geografia, cultura e momento histórico. Dessa forma, pode-se entender saúde mental desde a capacidade de manter produtividade e relações interpessoais, resiliência, ou a presença de múltiplas forças humanas, até um estado de bem-estar subjetivo, o qual pode ser descrito como feliz e satisfeito. Logo, compreendendo a escola como instituição de construção individual e coletiva, é fundamental abordar saúde mental na educação básica, visto que também corrobora com os princípios constituintes do PSE e se faz uma necessidade diante das estatísticas referentes à morte juvenil na sociedade hodierna. Assim, trata-se de um relato de experiência, observacional, de abordagem crítico-reflexiva, desenvolvido a partir da vivência de acadêmicas do sexto semestre da graduação em Medicina da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) na condução do PSE abordando o tema “Saúde mental”, objetivando tecer uma reflexão acerca dos resultados encontrados e das potencialidades do vínculo entre a Estratégia de Saúde da Família (ESF) e os adolescentes. Desenvolvimento: O PSE foi realizado em uma escola estadual adscrita à ESF na qual as acadêmicas desenvolvem suas atividades, em um município da fronteira oeste do Rio Grande do Sul. Participaram das atividades alunos entre o sétimo e oitavo ano do ensino fundamental. O tema abordado compõe o calendário da Secretaria de Saúde do município - SAÚDE MENTAL - FALANDO DE PLANOS NO FUTURO-AUTOESTIMA-PREVENÇÃO DO SUICÍDIO. Nesse cenário, a atividade de vivência ocorreu a partir da proposição, por parte das acadêmicas, da construção coletiva de um mapa-mental, cujo tema central era “saúde mental” e, em seguida perguntas guias orientaram tal construção dinâmica e interativa, funcionando como gatilhos para a discussão. Assim, as perguntas norteadoras utilizadas foram: “O que vocês sabem sobre saúde mental?”, “Vocês conhecem alguma doença relacionada à saúde mental?”, “O que vocês acreditam que a saúde mental aborda?”. Diante de tais questionamentos surgiram palavras como ansiedade, depressão, bullying, suicídio, esquizofrenia, psicologia, mente, borderline, entre outras. Tomando tais palavras e termos como ponto de partida, foram discutidos conceitos, apresentados dados epidemiológicos e construído um espaço crítico-reflexivo coletivo. Ademais, observou-se que os dados estatísticos colaboraram na sensibilização dos alunos presentes acerca do tema. Nessa perspectiva, foram discutidos principalmente prevenção ao suicídio - Centro de Valorização da Vida (CVV) e rede de suporte, conceito e manejo de depressão, conceito e prática de autocuidado, diferenciação entre ansiedade e pânico, estratégias de manejo e rede de apoio. O seguimento das atividades deu-se com a proposta de que os alunos escrevessem seus medos e angústias em um papel em branco, uma vez esclarecida a finalidade e confidencialidade dessa descrição - destinou-se a analisar a população escolar e planejar, em consonância com a ESF, maneiras de atuar nessa população de modo significativo. Por fim, os papéis foram simbolicamente trocados por mensagens positivas, que abordavam incentivo ao autocuidado, valorização individual, respeito às diferenças. Durante as discussões práticas ocorreu choro por parte dos alunos, perguntas carregadas de inseguranças, além de risos e piadas por parte de alguns alunos - fato que dificulta a abordagem do tema. Resultado: A partir da dinâmica obteve-se 140 relatos registrados à lápis ou caneta, em pequenos canhotos avulsos. Cabe destacar que, de forma geral, os temas mais recorrentes nas mensagens foram: Suicídio; Depressão e ansiedade; Conflitos familiares; Sentimento de incompreensão/solidão; Medo de perder alguém importante; Medo de animais e Medo de escuro. 3 alunos responderam que não têm medo de nada. Os relatos trazidos são caracterizados, em sua maioria, por angústias cotidianas que causam sofrimento tanto físico, quanto mental. Essa perspectiva fica evidenciada quando identificam-se termos como “corte”, “mutilação” e “automutilação” nos escritos, além de “dor,”, “trauma”, “estar para baixo”. Durante a construção escrita, alguns estudantes manifestaram desejo de contar relatos em grande grupo e outros ainda procuraram as acadêmicas em ambiente particular, a fim de explicar a narrativa escrita. Assim, analisou-se a importância da proximidade física do serviço de saúde com a escola. Destarte, estar inserido em um cenário familiar aos adolescentes pareceu torná-los mais receptivos e abertos a discussão do tema. Ademais, compreendeu-se que maior desafio a ser enfrentado ainda é o estabelecimento de vínculo efetivo entre o adolescente e a ESF. Logo, criou-se, a partir dessa dinâmica em saúde mental, um projeto social chamado “Rolê do Autocuidado”.  Tal projeto foi desenvolvido pelos acadêmicos de medicina e conta com o apoio da ESF, sua equipe multidisciplinar, professores da universidade, demais médicos do município e secretaria de saúde. O objetivo principal é aproximar o serviço de saúde e possibilitar que as demandas dos adolescentes sejam levantadas, estudadas e atendidas. A iniciativa corresponde, também, a uma devolutiva a comunidade escolar e aos jovens. O meio pelo qual se dá esse projeto são rodas de conversa, a partir de temas votados pelos próprios adolescentes. Busca-se escutar, perceber, avaliar e encorajar as eventuais demandas, mostrando de que forma o Serviço Único de Saúde (SUS) pode amenizá-las ou as solucionar. Também é disponibilizado um espaço, à parte, destinados aos adolescentes que desejam realizar testes rápidos de HIV, sífilis e hepatite. Ainda, a fim de aumentar a adesão do projeto, unem-se esforços para disponibilizar lanches, além de pequenos sorteios. Considerações finais: Visualizou-se na aproximação estratégia-comunidade a possibilidade de construção de ações que fossem realmente ao encontro das demandas levantadas com o público adolescente. Ademais, tal processo crítico-reflexivo possibilitou uma correlação teórico-prática dos temas discutidos e também exigiu compreensão da proposta do PSE enquanto programa constituinte da saúde pública direcionado a prevenção em saúde.

7464 ÍNDICE DE GRAVIDEZ EM ADOLESCENTES MUNÍCIPES DE NOVA IGUAÇU: DO CONHECIMENTO A REFLEXÃO
Gabriela Alves Santana de Oliveira

ÍNDICE DE GRAVIDEZ EM ADOLESCENTES MUNÍCIPES DE NOVA IGUAÇU: DO CONHECIMENTO A REFLEXÃO

Autores: Gabriela Alves Santana de Oliveira

Apresentação: Conforme a Organização Mundial de Saúde, uma a cada cinco meninas engravidam antes dos 18 anos, 16 milhões de adolescentes entre 15 e 18 anos se tornam mães adolescentes. A gestação na adolescência ganhou visibilidade como problema de saúde pública na década de 70. A Descoberta da sexualidade atinge a sua máxima intensidade na adolescência e torna-se uma potencial fonte de comunicação, prazer e afeto nas dimensões pessoais e interpessoais. Segundo a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde preconizam a adolescência como período entre 10 e 19 anos de idade. Já o Estatuto da Criança e do Adolescente, considera criança, a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e adolescentes aquelas entre 12 e 18 anos de idade. Objetivo: Identificar o índice de gravidez em adolescentes Munícipes de Nova Iguaçu. Método: Trata-se de um estudo exploratório descritivo, com base de informação a pesquisa de campo e abordagem mista. Resultado: 18 adolescentes gestantes participaram da pesquisa, porém, os dados atuais apontam para uma falta de conhecimento e preparo no que se refere à gestação durante a adolescência. Considerações finais: Conclui-se que, com os dados obtidos até o momento, ocorre uma falta de maior implementação da educação em saúde para embasar o conhecimento das adolescentes.

7711 AS MÚLTIPLAS FACES DA VIOLÊNCIA: A PERCEPÇÃO DE ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM (PA)RÁ
Rosângela Carvalho de Sousa, Emilly Ane da Mota Cardoso, Isadora Barbosa da Gama, Laélia Anayze Ribeiro Macedo, Rafaela Victoria Camara Soares, Yasmim Silva Sousa, Greice Nívea Viana dos Santos, Érika Marcilla Sousa de Couto

AS MÚLTIPLAS FACES DA VIOLÊNCIA: A PERCEPÇÃO DE ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM (PA)RÁ

Autores: Rosângela Carvalho de Sousa, Emilly Ane da Mota Cardoso, Isadora Barbosa da Gama, Laélia Anayze Ribeiro Macedo, Rafaela Victoria Camara Soares, Yasmim Silva Sousa, Greice Nívea Viana dos Santos, Érika Marcilla Sousa de Couto

Apresentação: A violência é um ato praticado contra si, contra outros, ou contra a comunidade, podendo ocasionar consequências físicas, transtornos psicológicos e óbitos, sendo classificada de acordo com a sua natureza. Configura-se como patrimonial quando há danos ou retenção de bens materiais. Física, se houver agressão a integridade corporal. Psicológica, a qual afeta o bem-estar emocional por meio da redução da autoestima. Ademais, a violência moral se exprime através de calúnia, difamação ou injúria a honra e reputação de uma pessoa. Já na violência sexual, o indivíduo é obrigado a dispor de contato libidinoso, físico e verbal ou manter relações sexuais através da força, ameaça, aliciamento ou qualquer meio que retire a liberdade e o desejo pessoal. Associado a todas as formas de violência pode se encontrar o bullying, que se manifesta principalmente entre os adolescentes no ambiente escolar sendo caracterizado por comportamentos agressivos e repetitivos. São classificados como adolescentes indivíduos na faixa etária de 10 a 19 anos. Em decorrência deste período de descobertas, alguns fatores extrínsecos podem colocar em risco o desenvolvimento biopsicossocial, por se tornarem negativos e desafiadores para esta fase da vida. Em 2012, a violência foi responsável por 95.000 casos de homicídios contra crianças e adolescentes de 0 a 19 anos com alta incidência na América Latina e Caribe, sendo que no Brasil a região sul era responsável pelo maior índice, seguida das regiões nordeste, sudeste, norte e centro-oeste e as tipologias mais frequentes estavam associadas à violência física, psicológica e sexual. O objetivo desse estudo é descrever a experiência vivenciada por discentes de Enfermagem durante ação de educação em saúde sobre violência na adolescência em uma escola pública, para conhecer a percepção dos adolescentes sobre a violência e seus tipos, orientando-os sobre os mecanismos de prevenção, devido a forma silenciosa que muitos casos podem ocorrer. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, vivenciado por discentes e docentes do sexto período do curso de bacharelado em Enfermagem da UEPA – Campus XII, no segundo semestre de 2019, utilizando observação sistemática e dirigida no contexto da Atividade Integrada em Saúde (AIS) com o eixo Cuidados de Enfermagem II, baseada no Diagrama de Charles Maguerez, ocorrendo em cinco etapas. A primeira etapa consiste na observação da realidade, nesta realizou-se visita em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no município de Santarém-Pará, e através de uma conversa com a enfermeira responsável pela unidade, foi indicado por ela uma escola da comunidade para o desenvolvimento da atividade tendo em vista a parceria da UBS com o Programa Saúde na Escola (PSE), a partir disso determinou-se o público alvo, adolescentes de 13 a 17 anos. A segunda etapa ocorre pela definição dos pontos chave, havendo a identificação do tema e dos pontos que devem ser favorecidos. A problemática a ser trabalhada nesta pesquisa é o conhecimento acerca das múltiplas faces da violência. Na terceira etapa, teorização, foram efetuadas pesquisas bibliográficas através dos periódicos Scielo e National Center for Biotechnology Information. Já na quarta etapa, denominada hipóteses de solução, ocorreu o planejamento da ação educativa, onde identificou-se que a realização de dinâmica sobre as múltiplas faces da violência através da distribuição de narrativas para debate em roda de conversa com o público jovem é relevante, objetivando principalmente a identificação e a prevenção. Na quinta etapa, intitulada aplicação na realidade, foi promovida no dia 18 de outubro de 2019 a atividade planejada. Resultado: O Programa Saúde na Escola (PSE) visa ampliar as ações educativas articulando as redes de ensino e saúde pública, contribuindo para a formação integral dos estudantes mediante ações de prevenção, promoção e assistência à saúde. Isso ocorre por meio da utilização de pedagogias inovadoras, as quais oportunizam um aprendizado proveitoso em relação a temática abordada durante atividades educacionais. Esta afirmação foi visualizada durante a ação, pois a metodologia aplicada promoveu a cooperação dos alunos. Participaram da dinâmica 15 adolescentes do 9º ano do ensino fundamental, sendo 10 meninos e 5 meninas. Eles foram divididos em dois grupos, nos quais abordou-se dois textos base que continham as diversas formas de violência. Percebeu-se que a maioria dos estudantes conseguiu notar a existência da violência, porém não foram capazes de especificá-la, e ambas equipes não souberam se expressar quanto a sexualidade, que também foi uma temática discutida. De modo semelhante, acadêmicos do curso de Enfermagem realizaram um estudo em Santa Catarina, o qual promoveu o debate sobre a violência e possibilitou que os adolescentes expusessem suas vivências. Neste estudo, os adolescentes também relataram suas experiências descrevendo os tipos de violência que haviam cometido e sofrido, explicitando principalmente a violência psicológica e moral. Ademais, uma pesquisa desenvolvida no Mato Grosso investigou as variáveis: tipo, frequência e duração da violência sofrida, sendo a violência física e o bullying as tipologias predominantes, independente do gênero. Permeando vários tipos de violência, o bullying aparece em alta prevalência entre os adolescentes, incluindo-os tanto como vítimas quanto como causadores dessa agressão. Esse fenômeno é resultado da relação de desenvolvimento do indivíduo com o meio social, familiar e escolar. No presente estudo, oito jovens relataram ter praticado bullying, enquanto seis informaram já ter sofrido. Após as explicações sobre o tema, os adolescentes que já haviam cometido o ato, refletiram sobre as consequências dessas atitudes e afirmaram não querer mais praticá-las. As implicações do bullying envolvem a redução da autoestima, tristeza crônica, afastamento e/ou desistência dos estudos, ansiedade, desenvolvimento de sentimentos de agressão, dificuldade de relacionar-se, e em casos mais graves pensamentos e atos suicidas. No decorrer da dinâmica percebeu-se que as meninas foram mais participativas e colaborativas, todavia, uma minoria dos meninos dispôs de um comportamento negativo e hiperativo, não cooperando com a ação. O desenvolvimento cerebral do gênero feminino pode ocorrer mais cedo e do gênero masculino de forma tardia, favorecendo a ideia de que elas amadurecem precocemente, o que poderia justificar a atitude visualizada pelas acadêmicas. Ao término, os adolescentes alegaram que a experiência foi positiva e importante para a formação deles. As observações visualizadas nessa pesquisação são pertinentes, visto que em 2015 as agressões corresponderam aos maiores causadores de mortes intencionais em todo o país, principalmente na faixa etária de 15 a 19 anos. Considerações finais: Desse modo, transmitir aos adolescentes o conhecimento necessário para a identificação e prevenção da violência é primordial para o desenvolvimento da autonomia. Trata-se de um público estratégico para a realização de ações educativas, pois encontram-se em uma fase do desenvolvimento vulnerável aos comportamentos sociais negativos. Nesse contexto, o ambiente escolar torna-se propício para promover estas atividades, oportunizando a obtenção do discernimento necessário. Em virtude disso, a enfermagem assume a responsabilidade em um cenário mais amplo da assistência, através da realização de práticas educativas atuando como um veículo de informação. 

8359 MAPAS AFETIVOS: VIVÊNCIAS E DIÁLOGOS VERBALIZADOS POR ADOLESCENTES NO COLÉGIO MUNICIPAL ERNANI FARIA EM SÃO GONÇALO
Julia da Silva Leal Tavares, Thaynan da Silva Santos, Vanessa Oliveira Souza, Paula Conceição, Mariama Grêlo, Ângela Maria Bittencourt Fernandes Silva, Claudia Donelate

MAPAS AFETIVOS: VIVÊNCIAS E DIÁLOGOS VERBALIZADOS POR ADOLESCENTES NO COLÉGIO MUNICIPAL ERNANI FARIA EM SÃO GONÇALO

Autores: Julia da Silva Leal Tavares, Thaynan da Silva Santos, Vanessa Oliveira Souza, Paula Conceição, Mariama Grêlo, Ângela Maria Bittencourt Fernandes Silva, Claudia Donelate

Apresentação: A escola é um espaço pouco explorado, no que tange as relações e comportamentos agressivos entre estudantes, professores, funcionários e familiares. No campo escolar, uma das aplicações possíveis da cartografia social se dá no envolvimento com a afetividade, uma vez que, a escola representa um campo de relações sociais dotadas de espacialidade, este espaço representa muito mais que um centro destinado a realização de aulas, pois este envolve também emoções e experiências, positivas e negativas, com representatividade diferente para cada aluno. Ademais, a violência no âmbito escolar ocorre por símbolos e sinais de poder, de distinção e discriminação, que acarretam danos ao cotidiano dos alunos. Estas relações agressivas podem ser visualizadas de três formas: a entre alunos, a violência simbólica e a contra a escola, sendo que a violência protagonizada pelos estudantes, geralmente, é a mais frequente e a mais visível. A qual pode ser expressa, por exemplo, por meio de xingamentos, brigas com e sem violência física, ameaças e/ou furto de material. Desta forma, o mapa afetivo, visa e reconhece o desafio que é trabalhar com emoções e sentimentos, pois se alicerça na base afetivo-volitiva, porque envolve o caminho para alcançar o sentido que está velado nos significados das palavras. O objetivo do presente trabalho é analisar as percepções sobre a interação em saúde, ambiente e projetos de vida de jovens estudantes, repetentes da educação básica, do ciclo fundamental II do Colégio Municipal Ernani Faria, no município de São Gonçalo, Rio de Janeiro, a partir de sentimentos e emoções em relação ao ambiente do qual fazem parte. Desenvolvimento: As oficinas foram ministradas aos alunos, e no início fez-se breve explanação sobre os conceitos básicos de cartografia social e pesquisa, sendo esta parte de extrema relevância, pois a maioria dos alunos da escola não tinham um domínio adequado sobre estes aspectos, necessários para participarem das atividades práticas em que os mapas seriam distribuídos para que eles desenhassem, pintassem, colassem, sempre buscando envolver o conteúdo e relacionar os assuntos abordados na turma. Logo após a explicação teórica, foi iniciada a parte prática da intervenção, na qual os alunos discutiram sobre suas relações de afeto com os diversos ambientes da escola, relacionando esses aspectos com as cores previamente indicadas, sendo definidas da seguinte maneira: roxo para sentimentos negativos; vermelho para os conflitantes; amarelo para os neutros; e azul para os positivos, sendo dado três folhas para que eles descrevessem o “lugar do encontro” ou “lugar da briga” ou “lugar do desejo”, mais quais eles deveriam unir as cores ao lugar. Portanto, para apreensão dos afetos, desejos e emoções utilizou-se o método dos mapas afetivos de Bomfim, vinculando a questões relacionadas ao projeto de vida pela projeção inconsciente do fazer. A análise dos dados qualitativos foi realizada por meio da análise de conteúdo e da cartografia de Passos, seguida de análise estatística complementar. Resultado: Participaram da pesquisa 54 jovens de ambos os sexos, com idades variando entre 13 e 19 anos, das turmas de 8o e 9o. Ao identificar as nuances e ambiguidades relacionadas aos tempos e espaços das identidades dos alunos que participaram das oficinas, objetivamos com os mapas afetivos demonstrar como se revelam as lembranças dos alunos e de que forma elas são transportadas pelo papel e o lápis de cor, os conteúdos bloqueados pelo inconsciente. No entanto, é necessário destacar que os mapas afetivos (desenhos e colagem) vêm recebendo inéditas reflexões e abordagens psicológicas, amplamente usados em estudos nas áreas da psicologia, psiquiatria e terapia ocupacional, baseados no processo de individualização de Jung e Nise da Silveira (2001). Assim, as imagens revelavam o interior dos indivíduos que as produziam, e a análise destas imagens trazia à luz dimensões e mistérios dos processos do inconsciente. Por isso, pode-se constatar que o jovem tem limitação quanto à diversidade de projetos de vida, sendo pouco referenciado uma formação superior, pois muito dos alunos trabalham no tráfico e/o presenciam a violência no território em que vivem. Observou-se influências de gênero vividos nos ambientes domésticos, interferindo nos projetos de vida, das meninas, as quais se sentem inferiores aos meninos, aspectos esses fortalecidos diariamente na família. Ademais, os mapas relacionam com o trabalho, com o tráfico, com o viver numa comunidade violenta e vulnerável. Durante as falas dos alunos, ficou muito clara a distinção, daqueles que são obrigados a frequentar escola, dos que possuem objetivos futuros. Outro fator importante, levado em consideração foi a necessidade de aprovação do sujeito pelo outro, seja ele, docente, colega ou responsável, pois as disputadas dentro e fora da sala de aula, expressa os conflitos sociais e as relações intergrupais e particularmente conflitos que opõem grupos diversos, que envolve tráfico, gênero e futuro. Estes grupos diversos se destacaram nos mapas, que só deveriam ser afetivos, mas que revelaram as marcas que afetaram a vida dos alunos que os construíram, como, presenciar lixo, esgoto, violência e assassinato no caminho da escola, tornando estes espaços singulares, que representam um tempo presente para eles. A partir da simbologia de Jung, percebeu-se as diferenças de gênero entre os mapas, já que as mulheres desenhavam suas casas e os homens desenhavam as ruas, revolveres, dinheiro e poder. O contraste surgiu quando as forças externas mostraram que tempos e espaços se apresentam instavelmente quando relacionados à memória de cada um, vinculados a lugares simbólicos (igreja, mãe ser agredida, vender droga), cujas lembranças recriam constantemente este viver. Apesar das lembranças serem sempre coletivas, que para Jung, representa o inconsciente coletivo, o ser humano nunca está só, pois suas ideias, pensamentos e valores encontram-se vinculadas a experiência de viver em comunidade e que muitas vezes necessitam da aprovação do outro. Considerações finais: Realizar a oficina no colégio municipal de ensino fundamental (segundo segmento), foi um desafio importante para o grupo do projeto de pesquisa o Lúdico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), campus São Gonçalo, uma vez que a intervenção proporcionou múltiplos aprendizados, desde o planejamento até a execução da atividade. Esta oportunidade permitiu a equipe executar o que foi aprendido durante a capacitação, aliando os conhecimentos adquiridos sobre cartografia social e mapeamento afetivo. Esta atividade teve caráter educativo, tendo em vista que aborda temática que, normalmente, é pouco trabalhada em sala de aula, provocando assim um grande interesse nos alunos, tornando a atividade construtiva e lúdica.

8514 PROJETO DE ENSINO: ABORDANDO A DIVERSIDADE NA ADOLESCÊNCIA.
Natália Flôres Gertrudes, Alecsandra Fernandes da Silva, Alecsandra Fernandes da Silva, Soraya Solon, Soraya Solon, Fátima Aparecida Lopes Flores Gertrudes

PROJETO DE ENSINO: ABORDANDO A DIVERSIDADE NA ADOLESCÊNCIA.

Autores: Natália Flôres Gertrudes, Alecsandra Fernandes da Silva, Alecsandra Fernandes da Silva, Soraya Solon, Soraya Solon, Fátima Aparecida Lopes Flores Gertrudes

Apresentação: Quando falamos a palavra "Diversidade" naturalmente nos lembramos do ambiente em que mais encontramos diferenças, a escola. O período em que mais identificamos e lidamos com as diversidades é a adolescência, pois é uma fase de descobertas e construção da identidade. Em vista disso, é muito comum que para se auto afirmarem em grupo, na maioria das vezes, a violência e a discriminação são utilizadas por alguns e outros sofrem as consequências das mesmas. Atualmente, ações e projetos sobre a diversidade e cultura da paz promovem a inclusão e aceitação de todos os indivíduos na sociedade, informando e ressaltando os seus direitos. A Liga Acadêmica Multidisciplinar em Saúde do Adolescente (LAMSA) reconhece a importância do tema na formação acadêmica incorporando-o no projeto de ensino anual que oferta para os ligantes e outros acadêmicos interessados. Esse assunto é necessário para subsidiar as ações com os adolescentes e ampliar propostas de pesquisa. Esse resumo apresenta a experiência de um projeto de ensino cujo módulo “diversidade” objetivou agregar o conhecimento e a sensibilidade dos integrantes da liga acadêmica, tanto no seu cotidiano como nas ações de extensão. Desenvolvimento: Esse resumo relata a experiência da LAMSA ao abordar o tema “diversidade” durante o projeto de ensino de graduação. Este projeto é anual e o tema foi abordado durante o mês de outubro de 2019 para instruir os acadêmicos a respeito das diversidades e dos direitos humanos, voltado principalmente para populações LGBT e pessoas com deficiência, visto que se encontram em vulnerabilidade devido ao pouco conhecimento de seus direitos e políticas públicas que os amparam no âmbito da saúde. Resultado: A atividade ocorreu na forma de tutoria em 3 encontros de 2 h/aula/semana, conduzido por uma ligante veterana com expertise na área. Os conteúdos “diversidades sexuais e deficiências na adolescência” foram discutidos a partir da leitura prévia de artigos (publicados nos últimos 5 anos), considerando os aspectos de: contexto histórico, políticas públicas, desigualdades sociais, invisibilidade da comunidade LGBT na área da saúde. Os discentes trabalharam em grupos separados por conteúdo e a abertura das discussões permitiu que os alunos exercitassem a capacidade de se posicionar e de se expressar. Os segundo e quarto encontros trouxeram profissionais especialistas para roda de conversa, contribuindo para a assimilação do conteúdo. O método participativo proporcionou interação e respeito pelo assunto e entre os participantes, enriqueceu o conhecimento sobre os direitos e as vulnerabilidades da população LGBT e das pessoas com deficiência. A participação do convidado especialista aprofundou as discussões a partir da sua experiência profissional. Ao final, foi enfatizado a importância de todos os indivíduos, sem exceções, exercerem a sua cidadania integralmente e sem preconceitos.  Considerações finais: A atividade de ensino fortaleceu o conhecimento e proporcionou segurança para os acadêmicos realizarem as ações de extensão com o público adolescente. Durante as discussões, foi possível observar prejulgamentos caracterizado pela construção histórica e social no conhecimento prévio dos discentes. Identificamos a necessidade de haver mais iniciativas para abordar este assunto no ambiente universitário.

9905 IMPLEMENTAÇÃO DA CONSULTA DE ENFERMAGEM DO ADOLESCENTE EM UM AMBULATÓRIO ESCOLA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Simone Fátima de Azevedo, Mônica Virgínia Silva, Lívia da Silva Firmino dos Santos, Natânia Candeira dos Santos, Cláudia Messias

IMPLEMENTAÇÃO DA CONSULTA DE ENFERMAGEM DO ADOLESCENTE EM UM AMBULATÓRIO ESCOLA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Simone Fátima de Azevedo, Mônica Virgínia Silva, Lívia da Silva Firmino dos Santos, Natânia Candeira dos Santos, Cláudia Messias

Apresentação: A adolescência corresponde a fase da vida que se relaciona entre a meninice e o crescimento completo do indivíduo, assinalada por um conjunto vasto de mudanças no crescer e desenvolver biopsicossocial. Assim, para a Organização Mundial de Saúde, a adolescência abrange a idade dos 10 aos 19 anos, enquanto, para o Estatuto da Criança e do Adolescente, dos 12 aos 18 anos. Para que se obtenha êxito na assistência de saúde aos adolescentes e jovens faz-se necessário a aceitação, o envolvimento e o estabelecimento do vínculo entre esses e os profissionais de saúde no desenvolvimento da assistência. Nesse sentido, o profissional enfermeiro se utiliza da consulta de enfermagem como ferramenta para acompanhar o adolescente, aplicando recursos científicos, para o reconhecimento dos eventos do processo saúde e doença, promovendo ações de intervenção e efetivando ações de enfermagem que facilitem a promoção, prevenção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde e, assim, agindo de acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde a saber: universalidade, equidade, resolutividade e integralidade. Pretende-se através deste estudo demonstrar a importância da Consulta de Enfermagem do Adolescente tanto para o adequado acompanhamento do adolescente, como para o desenvolvimento de competências e habilidades dos estudantes de Enfermagem na Graduação. A implementação da Consulta de Enfermagem do Adolescente no Ambulatório Escola foi iniciada pela discente como uma aplicabilidade do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) intitulado “Ações dos Enfermeiros da Atenção Básica frente as vulnerabilidades dos adolescentes”. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência vivenciada a partir da implementação da Consulta de Enfermagem do Adolescente em um Ambulatório Escola no Módulo de Enfermagem Saúde da Criança. Desenvolvimento: Tratou-se de um relato de experiência desenvolvido a partir da implementação da Consulta de Enfermagem do Adolescente, em um Ambulatório Escola, com 20 anos de existência, de uma Faculdade particular, na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro, sendo realizado com base na vivência da acadêmica no 9º período, do Bacharelado em Enfermagem, no período de Junho a Dezembro de 2016. Para atingir o objetivo da implementação da Consulta de Enfermagem criou-se um método de organização, onde foi necessário a construção de um caminho claro a ser seguido, com o desenvolvimento de nove etapas, sendo estas: 1ª etapa: pesquisas realizadas pela discente pautadas nas orientações do Ministério da Saúde e na literatura existente sobre a assistência de enfermagem na Consulta de Enfermagem do Adolescente, supervisionada pela sua orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC); 2ª etapa: Criação de Instrumento Guia para as Consultas, além de dinâmica e abordagem do público alvo; 3ª Etapa:Apresentação: da proposta de implementação da consulta à administração da Instituição; 4ª Etapa: Realização das alterações sugeridas pela administração à proposta de implementação; 5ª Etapa: Aprovação para a implementação da consulta de Enfermagem pela Instituição de Ensino; 6ª Etapa: Divulgação da Consulta de Enfermagem do Adolescente à equipe multidisciplinar do ambulatório e estabelecimento de parcerias ao serviço; 7ª Etapa: Divulgação à comunidade, utilizando as mídias sociais; 8ª Etapa: Criação de parcerias com escolas para a divulgação, captação e ações de educação em saúde. 9ª Etapa: A implementação da Consulta de Enfermagem do Adolescente no Ambulatório.  Resultado: Iniciamos a 9ª etapa enquanto implementação da Consulta de Enfermagem do Adolescente, no período entre 01 de junho à 31 de dezembro de 2016 com total apoio da Administração da Instituição. Como estratégia para esta implementação alguns passos foram percorridos, a partir da abertura de uma agenda, dentro do Módulo de Saúde da Criança, expandindo os atendimentos dos 10 aos 19 anos, na recepção do Ambulatório, às quartas-feiras, com 04 atendimentos inicialmente. Foram realizadas salas de espera com os adolescentes que estavam no aguardo das consultas com a Ginecologia Infanto Puberal e Endocrinologia Pediátrica, a fim de divulgar e captar adolescentes para consulta de enfermagem. Quando os adolescentes apresentavam interesse nas Consultas de Enfermagem do Adolescente eram atendidos logo após a consulta com os especialistas e, ao detectar alguma alteração que demandasse cuidados específicos, eram realizados encaminhamentos para as especialidades (Nutrição; Clínica médica; Pediatria; Oftalmologia; Ginecologia Infanto Puberal; Endocrinologia pediátrica; Dermatologia e Otorrinolaringologia). Por se tratar de um novo serviço, muitos foram os desafios enfrentados na implementação da consulta, dentre eles: o desconhecimento da população quanto ao significado de uma Consulta de Enfermagem do Adolescente, havendo necessidade de esclarecimento quanto aos aspectos abordados na consulta e o papel do Enfermeiro na assistência do adolescente; a recusa pelo próprio adolescente quanto ao atendimento, por se considerar um ser saudável, e desconhecer o serviço da Enfermagem; e com relação aos acadêmicos, que estavam adaptados ao atendimento em puericultura, precisaram desenvolver as habilidades e competências, com acolhimento e o processo de enfermagem específicos da assistência aos adolescentes. Apesar das dificuldades, criou-se a parceria com as escolas na implementação da Consulta de Enfermagem do Adolescente, com a finalidade de divulgar o serviço, captar adolescentes e realizar ações de educação em saúde, de acordo, com a demanda das escolas. Cabe ressaltar que apesar de atrair os adolescentes aos serviços de saúde não ser algo simples, durante a implementação atingimos um público antes não alcançado com grande êxito. Ao final os acadêmicos de enfermagem desenvolveram competências e habilidades, tais como o acolhimento, empatia, transparência, escuta ativa, trabalho em equipe e resolutividade na assistência aos adolescentes. Durante a implementação tivemos um total de 64 atendimentos na Consulta de Enfermagem do Adolescente no Ambulatório e mediante ao trabalho em conjunto com as diversas áreas foi possível criar e oferecer um serviço bem estruturado, perpassando não somente o aprendizado dos alunos, mas um acompanhamento efetivo aos adolescentes e uma relação de confiança e vínculo com a comunidade. Como grande impacto dessa medida e esforço conjunto, têm-se uma demanda que segue em crescimento. Considerações finais: Conclui-se que a implementação da Consulta de Enfermagem do Adolescente foi essencial nesta unidade de saúde, pois os adolescentes necessitavam de cuidados e de um espaço onde pudessem ser ouvidos, acolhidos e empoderados. Atingimos o objetivo proposto e sinalizamos que cabe aos profissionais de saúde, principalmente ao Enfermeiro, realizar ações educativas em saúde durante a sua consulta de enfermagem, diminuindo as vulnerabilidades e potencializando os fatores de proteção. Com esse trabalho esperamos despertar a sociedade, o próprio adolescente e os profissionais de saúde sobre a Consulta de Enfermagem do Adolescente e sua contribuição nos vários cenários da saúde.     

10909 CAIXA DE PANDORA :UMA METODOLOGIA DE DESCONSTRUÇÃO DE CONVICÇÕES ACERCA DA SAÚDE DO ADOLESCENTE
Iane Rocha de Souza, David Andrade da Silva, Marina dos Santos Silva, Matheus Magnos dos Santos Fim, Savana Carletti Viela Santos, Elma Heitmann Mares Azevedo, Raquel Baroni de Carvalho, Margareth Attianezi

CAIXA DE PANDORA :UMA METODOLOGIA DE DESCONSTRUÇÃO DE CONVICÇÕES ACERCA DA SAÚDE DO ADOLESCENTE

Autores: Iane Rocha de Souza, David Andrade da Silva, Marina dos Santos Silva, Matheus Magnos dos Santos Fim, Savana Carletti Viela Santos, Elma Heitmann Mares Azevedo, Raquel Baroni de Carvalho, Margareth Attianezi

Apresentação: A concepção sobre Adolescência é uma construção social e cultural, o que implica que essa categoria possui singularidade e aspectos biológicos, psicológicos, identitários, socioculturais e socioeconômicos, formas diferentes de ser e estar no mundo. Estas pluralidades irão dizer dos deveres e direitos, das demandas, das práticas de cuidado e de proteção, para com essa população. A Constituição Federal de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), são exemplos de marcos legais que afirmam o lugar desses indivíduos como cidadãos de direitos com condições específicas relacionadas a seu desenvolvimento. Pelas multiplicidades e constantes transformações existentes neste grupo social, além da persistência das relações verticais entre os profissionais de saúde e os usuários, a atenção integral à saúde dos adolescentes e jovens brasileiros é considerada um desafio. A organização dos serviços, da acolhida e do cuidado deve compreender e respeitar as diversas dimensões, seja econômica, social e/ou cultural, as singularidade e necessidades específicas do sujeito e território, visando fortalecer autonomia e participação social, além da garantia de seus direitos. Através do entendimento de que a atenção à saúde não se restringe as ações nas unidades básica de saúde, e considerando os diversos vetores que atravessam a vida dos sujeitos adolescentes, o Ministério da Saúde orienta para uma atenção de forma intersetorial e conjunta que articule diferentes equipamentos existentes no território, desta forma, apresentando novas possibilidades de intervenções que irão impactar no acesso e participação de todos nos serviços oferecidos. O ambiente escolar se constitui como um espaço potente para a realização dessas intervenções, práticas de promoção de saúde e de prevenção de agravos, uma vez que é local de destaque no cotidiano de grande parte desse grupo social, além de proporcionar encontros, trocas, fortalecimento e/ou construção de redes sociais, formação e informação. Portanto, a partir das discussões sobre atenção integral à saúde de adolescentes, protagonismo juvenil e a proposta da educação em saúde como prática, o grupo de PET Saúde Interprofissionalidade São Cristóvão elaborou uma proposta de promoção à saúde do adolescente através do estímulo ao protagonismo juvenil e autoconhecimento. O Pet Saúde Interprofissionalidade é uma parceria ensino-serviço da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) com a Secretaria Municipal de Saúde de Vitória, ES (SEMUS Vitória), financiada pelo Ministério da Saúde/Ministério da Educação. O projeto é composto por representantes de nove cursos: Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Medicina, Odontologia, Psicologia e Terapia Ocupacional e cinco 5 unidades básicas de saúde de Vitória ES. As ações se dão em cinco unidades de saúde e são desenvolvidas em dois grandes eixos: mudança curricular na UFES e fortalecimento da lógica matricial no campo de prática, através da promoção da integração ensino-serviço-comunidade a partir dos elementos teóricos e metodológicos da EIP e do matriciamento. O grupo PET Saúde Interprofissionalidade São Cristóvão é formado por três professoras tutoras: duas do curso de Fonoaudiologia e uma de Odontologia, três preceptoras: duas enfermeiras e uma dentista e oito estudantes (2 Fonoaudiologia, 1 Psicologia, 1 Odontologia, 1 Terapia Ocupacional, 1 Enfermagem,  1 Fisioterapia e 1 Farmácia). Objetivo: Estimular o protagonismo juvenil proporcionando um espaço potencializador de diálogos e liberdade de expressão, além de questionamentos e reflexões acerca das vivências singulares de sua adolescência. Método: Após o contato com a gestão da Escola Municipal de Ensino Fundamental Eunice Pereira da Silveira foi agendada a participação do nosso grupo na reunião semana de líderes de turma. Essa reunião se baseia na proposta da Secretaria Municipal de Educação de Vitória de desenvolvimento de protagonismo de crianças e adolescentes em fase escolar, através do entendimento de que o exercício de cidadania se dará ao se assegurar a participação efetiva dos escolares na gestão. A partir desse encontro foi criada um material onde os alunos teriam a liberdade de expressar dúvidas, sentimentos, demandas e sugestões, A Caixa de Pandora. A escolha do nome, que remete à mitologia grega, se deu a partir da sugestão de um adolescente que relacionou a ideia com o mistério de seu conteúdo.  A Caixa de Pandora ficou na escola por um período de duas semanas, por sugestão dos alunos e em local por eles escolhido. A abertura da caixa foi feita durante uma das reuniões onde também foi discutido a proposta de nossa participação da retomada das atividades da rádio escolar, estímulo à criação de um grêmio estudantil e encontros sistemáticos. Resultado: Foram contabilizados 85 itens entre questionamentos, sugestões e manifestações. Foi realizada análise de conteúdo do material, o que permitiu a organização em seis categorias: Fisiologia humana (29); Comportamento (15); Vida afetiva (8); Saúde mental (7); Sexualidade (16) e Conflito geracional e Estética (10). Em fisiologia humana destacam-se as dúvidas referentes a menstruação, indicando a importância de discussão sobre crescimento e desenvolvimento. No item comportamento, destacou-se a violência (bullying, machismo e drogas). Para vida afetiva, o namoro emerge como ponto de conflito. Na categoria saúde mental, baixa autoestima, depressão e anorexia são pontos de destaque. Em relação à sexualidade revelaram-se de forma significativa questões com referência ao desejo sexual e uma animação pornográfica japonesa (Hentai). Finalmente, a categoria conflito geracional e estética foi criada pelo agrupamento de questionamentos quanto à faixa etária e do local de fala dos facilitadores, além de cuidados com aparência física. A partir dessa análise está sendo elaborado um planejamento de ações para o ano 2020, composto por oficinas sistemáticas quinzenais, produção de programas na rádio escolar através da criação de vinhetas, avisos institucionais, notícias, dicas, entrevistas, músicas etc., e fomento a criação do grêmio estudantil. Salienta-se a participação efetiva dos estudantes e da gestão no planejamento e execução de todas as atividades. Considerações finais: É essencial que adolescentes  e  jovens sejam reconhecidos como participantes ativos do processo de cuidado e de suas trajetórias, deve-se buscar promover uma relação horizontal entre profissionais e usuário, oferecendo todas as informações e recursos necessários, realizando uma escuta eficaz, procurando possibilitar que este adolescente e jovem exerça seu direito de escolha, tenha autonomia, apoio na construção de projetos de vida e de sua identidade, desenvolva habilidades e autoconhecimento, disponha de oportunidades de acesso e responsabilidade sobre seus projetos, entre outros.

11050 IMPORTÂNCIA DA LIBRAS NO ATENDIMENTO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE SURDOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Danielle Freire de Andrade Carvalho, Gabriela Almeida Kaippert, Laís Marcelle Rufino Guimarães, Natália Kaiser Resende Ortega de Barros, Pamela de Oliveira França

IMPORTÂNCIA DA LIBRAS NO ATENDIMENTO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE SURDOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Danielle Freire de Andrade Carvalho, Gabriela Almeida Kaippert, Laís Marcelle Rufino Guimarães, Natália Kaiser Resende Ortega de Barros, Pamela de Oliveira França

Apresentação: A Língua Brasileira de Sinais – Libras, permite a pessoa surda uma comunicação acessível com os ouvintes. É essencial que os profissionais da área da saúde saibam se comunicar em libras, afim de proporcionar um cuidado universal, com equidade e integralidade, princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Deste modo. O objetivo tem-se como objetivo demonstrar como a língua de sinais possui fundamental importância na prática do enfermeiro em exercício no ambiente de atendimento à saúde da criança e do adolescente. Desenvolvimento: Trata-se de um Relato de experiência vivenciada em uma policlínica do município de Niterói (Policlínica Regional Dr. Sérgio Arouca), durante o ensino teórico-prático da disciplina de Saúde da Criança e do Adolescente I e disciplina Libras I. A atividade envolveu atendimento a uma família surda que buscava vacinação à sua filha de 6 meses de idade. Por surgir de uma situação não planejada, onde não houve objetivos prévios, não foi necessária aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Questões referentes à privacidade e confidencialidade dos usuários e instituição envolvida foram preservadas e mantidas. Resultado: A comunicação entre a equipe de saúde e os usuários se mostrou dificultosa, pois nenhum profissional possuía conhecimento da língua de sinais. Como tentativa de comunicação, um familiar utilizou como recurso a escrita da língua portuguesa em smartphone, ainda que precária e por meio de alguns sinais isolados, onde a equipe realizava a leitura e respondia também por meio da escrita. Considerações finais: Percebe-se a existência de um déficit de profissionais bilíngues da saúde que são fluentes em libras, o que mostra a suma importância do ensino desta língua nas instituições de ensino e nos setores públicos de saúde. No curso de Enfermagem da Universidade Federal Fluminense, após alteração da matriz curricular, a disciplina de Libras deixou de ser ofertada como obrigatória, constituindo um grande desfalque na formação profissional dos acadêmicos. Identificar e amenizar barreiras linguísticas na comunicação ao usuário, reflete a importância de estímulo de treinamentos de equipe e educação permanente dos profissionais além de fomento do ensino de libras desde a graduação.

6826 ADOLESCÊNCIA, SEXUALIDADE E HIV/AIDS: E-BOOK COMO RECURSO DE EDUCAÇÃO FORMAL E NÃO FORMAL EM SAÚDE
Iaralyz Fernandes Farias, Adriana Kelly Santos

ADOLESCÊNCIA, SEXUALIDADE E HIV/AIDS: E-BOOK COMO RECURSO DE EDUCAÇÃO FORMAL E NÃO FORMAL EM SAÚDE

Autores: Iaralyz Fernandes Farias, Adriana Kelly Santos

Apresentação: A prática intersetorial entre as áreas de Educação e Saúde contribui para a atuação de profissionais desses campos no contexto da Educação em Saúde, mediante ações de promoção, prevenção e atenção à saúde. De modo a efetivar tal conexão, o Programa Saúde na Escola elenca dentre outros componentes, a relevância da educação permanente e capacitação de profissionais e de jovens/adolescentes. Em nossas pesquisas sobre comunicação e HIV/AIDS produzimos um Recurso Educacional Aberto como uma ferramenta para o ensino/educação em saúde formal e não formal no âmbito de instituições escolares e de saúde, contextos familiares e círculos de amizade dos adolescentes/jovens. A importância de estudos que investigam a produção-circulação-apropriação dos discursos sobre as inter-relações entre sexualidade e prevenção de HIV/AIDS é ratificada pela necessidade de se discutir com adolescentes/jovens questões que ainda são desafiadoras e verdadeiros tabus, como, por exemplo, orientação sexual, práticas sexuais (seguras ou não), virgindade, gravidez, confiança no parceiro, afetividade. Consideramos a partir de Carrara que o debate sobre a sexualidade é polissêmico e polifônico, o que requer daqueles que se interessam pelo tema uma postura investigativa sustentada por uma escuta ética e qualificada, atenta às identidades, práticas e valores debatidos. Ancorados nesses preceitos, o elaboramos juntamente com adolescentes/jovens o e-book “Sexualidade e AIDS no cotidiano escolar: o que dizem os adolescentes?”. O trabalho ora apresentado, visa discorrer sobre o processo de produção compartilhada do e-book, supracitado, além de apresentar os temas que integram o conteúdo pedagógico do mesmo. Desenvolvimento: Este e-book foi elaborado no período de 2017 a 2018, com a participação de dois professores e 20 alunos entre 15 a 18 anos inseridos em uma escola de formação de professores de séries iniciais da rede pública do Estado do Rio de Janeiro. Adotamos a abordagem metodológica da problematização considerando os sujeitos como seres sociais e históricos, que pensam, se comunicam, transformam, criam e realizam sonhos (FREIRE, 1996). A participação ativa de pesquisadores, professores e alunos foi determinante para contribuir com a compreensão dos problemas locais e contextualizar os modos de vida da juventude nos temas contemplados no conteúdo do e-book. Para a criação do e-book foram desenvolvidas as seguintes etapas: a) Pesquisa de vídeos no Youtube e bibliográfica sobre os temas sexualidade, diversidade sexual e prevenção do HIV/AIDS entre jovens; b) Observação direta das atividades escolares e de 13 reuniões mensais de um projeto pedagógico que promove ações sobre gênero, sexualidade e prevenção de HIV/AIDS. Esta etapa teve como finalidade a leitura e análise do conteúdo, formato, linguagem e aspectos gráficos e sua adequação ao público jovem do caderno de atividades da pesquisa sobre Comunicação, Sexualidade e HIV/AIDS; c) Cinco Rodas de Conversas com alunos participantes deste projeto para validação do conteúdo proposto (sexualidade, identidades de gênero, HIV e AIDS - o que é, transmissão, tratamento, dimensões socioculturais), do layout e da linguagem; d) Elaboração de roteiros de entrevistas semiestruturadas, enfocando em questões sociais e culturais que estão na base da epidemia da AIDS e são fontes de estigma sobre a doença. e) Gravação e edição de duas entrevistas, uma com especialista em Diversidade Sexual e Gênero, professor de pós-graduação na área da Saúde Coletiva de uma Instituição Estadual de Ensino Superior, e outra com um ativista de movimento de jovens que vivem com HIV. Estas tiveram 1 hora de duração, respectivamente; gravação e edição da tradução em libras; f) Produção gráfica do e-book, no meio digital, no formato epub, acessível em qualquer aparelho telefônico ou computador. O material atende as regras de acessibilidade, podendo ser convertido em aplicativos e softwares destinados às pessoas que possuem algum déficit visual e disponibiliza áudios traduzidos em Libras. Informamos que o e-book foi financiado pela VPEIC/Fiocruz (E_REA-2017/2018), sendo um desdobramento de uma pesquisa financiada pela FAPERJ (E_28/2014). Resultado: O e-book apresenta os seguintes capítulos e as respectivas descrições: I)Apresentação: (são expostos os objetivos do material); II) Por que é tão difícil falar de AIDS? (expõe os problemas envolvidos no diálogo sobre HIV e AIDS,  com enfoque na a sexualidade); III) Por que pesquisar sexualidade, HIV/AIDS entre adolescentes (discorre sobre o tema e o contexto da pesquisa), IV)De repente adolescente (discorre sobre a adolescência e as razões de falar sobre sexualidade e AIDS nesta fase); V) HIV e AIDS (discute sobre o HIV e AIDS); VII) O jogo: façam suas apostas (apresenta o jogo de imagens sobre sexualidade, AIDS); VIII) Fontes consultadas (glossário de termos; links para vídeos sobre as temáticas desenvolvidas no e-book; músicas; fontes institucionais; bibliografia). Para a elaboração dos conteúdos e diagramação dos capítulos discutimos alguns assuntos de maior sensibilidade para os jovens, tais como: o diálogo com os pais acerca da sexualidade e HIV/AIDS; a percepção sobre os medos frente à testagem para ISTs; o conhecimento das profilaxias medicamentosas; a experiência da sorologia positiva para o HIV e as inseguranças frente à revelação do diagnóstico de HIV aos pais, parceiros e amigos. Escutamos suas vivências e conversamos sobre os preconceitos e discriminação enfrentados em virtude de suas escolhas religiosas, origem social, raça, orientação sexual e normas de gênero. Dialogamos sobre como as suas percepções orientam as escolhas afetivo-sexuais e a gestão ao risco de infecção por HIV/AIDS. Na construção dos textos e narrativas selecionadas para compor o material buscamos produzir efeitos de reconhecimento e pertencimento ao universo retratado, para tal adotamos a lógica testemunhal, usamos a linguagem coloquial e interativa, por meio de ilustrações, memes, fotos da escola, frases dos adolescentes, animações, entrevistas, entre outros recursos. Considerações finais: O processo de produção compartilhada permitiu discutir questões que ainda são desafiadoras no contexto do ensino da Educação Sexual na juventude, principalmente as inter-relações entre sexualidade e a gestão do risco ao HIV/AIDS. Os recursos interativos e os conteúdos expostos no e-book podem tanto subsidiar o trabalho de educação e promoção em saúde com este segmento populacional, a ser realizado por professores e profissionais da área da saúde, quanto suscitar o interesse e reflexões dos próprios adolescentes/jovens. Concluímos que este material contribui para a valorização da democratização do conhecimento científico, equilibrando com o conhecimento popular existente.

6836 EDUCAÇÃO SEXUAL EM ABORDAGEM EDUCATIVA PARA UM PÚBLICO ADOLESCENTE
Getúlio José do Carmo Neves Netto, Marcelo Silva de Paula, Milena Beatriz de Sousa Santos, Mirlane da Costa Fróis, Sara Cristina Pimentel Baia, Victória Pereira de Almeida

EDUCAÇÃO SEXUAL EM ABORDAGEM EDUCATIVA PARA UM PÚBLICO ADOLESCENTE

Autores: Getúlio José do Carmo Neves Netto, Marcelo Silva de Paula, Milena Beatriz de Sousa Santos, Mirlane da Costa Fróis, Sara Cristina Pimentel Baia, Victória Pereira de Almeida

Apresentação: O abuso sexual contra adolescentes é qualquer ato de cunho sexual em que adultos os submetem a situações de estimulação ou satisfação sexual, imposto pela ameaça, força física ou pela sedução. Com isso, a violência se caracteriza por diversas práticas, desde o exibicionismo e assédio até a manipulação da genitália, pornografia, estupro, incesto e prostituição. Diante disso, o abuso sexual é uma das formas mais graves de violência, entretanto, o avanço no sentido de prevenir e amenizar suas consequências pouco se desenvolveu. Neste sentido, quantificar a frequência desta violência é uma considerável dificuldade, sendo que isso ocorre devido ao fato de que muitos casos não são denunciados, seja pelo temor que a vítima tem do agressor, seja por envergonhar-se do acontecimento ou, pensando no abuso intrafamiliar, existe a dificuldade em denunciar o abusador em decorrência das modificações que após a denúncia a família poderá sofrer. Desta forma, a educação sexual poderia ser um caminho crucial para a diminuição e notificação desses casos, sendo esta um direito que possibilita ao indivíduo ter informações que proporcionam o conhecimento de seu corpo e sexualidade, além de contribuir para a desconstrução de tabus, preconceitos e discriminações. Além disso, a adolescência representa um período da vida em que geralmente acontecem as primeiras experiências de contatos sexuais, sendo assim, os indivíduos começam a vivenciar novas descobertas de sensações físicas e emocionais. Nessa fase, por sua impulsividade e imaturidade, os adolescentes necessitam de orientação sexual, principalmente no que se refere à prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e gravidez precoce, sendo esta ultima não somente um risco para a saúde da mãe e do bebê pela imaturidade funcional e orgânica do corpo, mas por várias consequências para a vida emocional e a relação familiar. Neste sentido, trabalhar nessa perspectiva é assegurar que os jovens possam exercer a sua sexualidade de forma segura, protegida e saudável. Portanto, o objetivo do presente trabalho é relatar a experiência da identificação das necessidades de um público adolescente quanto aos temas relativos à violência sexual e gravidez na adolescência, de forma a sensibilizá-los quanto ao desenvolvimento da responsabilidade e autonomia desses jovens para com o próprio corpo, possibilitando a compreensão dos limites que devem saber colocar com relação a ter seu corpo tocado por outras pessoas. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, realizado por discentes e docentes em enfermagem da Universidade do Estado do Pará – Campus XII, durante uma ação realizada em uma escola pública de ensino fundamental, situada em uma comunidade do município de Santarém - Pará, durante o primeiro semestre de 2019. Durante a ação foi realizada uma palestra em forma de roda de conversa em sala de aula sobre educação sexual e gravidez na adolescência. O público alvo tinha idade de 10 a 13 anos que estavam cursando o ensino fundamental. No primeiro momento os acadêmicos iniciaram a palestra falando sobre os tipos de violência sexual, em como identificar e também como procurar ajuda e denunciar o agressor, além disso, durante a palestra foi falado sobre gravidez na adolescência e métodos de prevenção. No segundo momento foi realizada a conversação por meio de uma roda de conversa, onde as crianças expuseram seus conhecimentos acerca do assunto. No terceiro momento foi realizada uma dinâmica de mitos e realidades com perguntas acerca do tema abordado. Resultado: A violência sexual contra adolescentes e a gravidez na adolescência são situações que infelizmente ocorrem frequentemente, pensando nessa temática tão importante, os discentes juntamente com os docentes realizaram uma ação que teve como objetivo abordar com alunos do ensino fundamental a temática educação sexual. A socialização iniciou com uma breve apresentação dos acadêmicos aos alunos, em seguida teve o início da primeira temática administrada por um dos acadêmicos que falou sobre a violência sexual, abordando sobre as características da violência, os tipos de violência, tendo como objetivo através do processo educativo informá-los e também conscientizá-los da importância de denunciar, fazendo uso de exemplos de situações que ocorrem corriqueiramente no dia a dia. Enfatizou-se também a importância de identificar situações semelhantes dentro da família, nesse caso, quando ocorrido falar para uma pessoa a qual tenha confiança o que está acontecendo. Diante dessa abordagem, alguns jovens participaram por meio de uma roda de conversa, relatos de casos que aconteceram com conhecidos, assim como os exemplos dados durante a palestra, assim notamos que os alunos tinham conhecimento de alguns tipos de violência sexual, como a mais grave delas que é o abuso sexual. Em seguida, teve início a abordagem da segunda temática que foi sobre a gravidez na adolescência, realizada por um dos discentes, onde se enfatizou sobre a importância dos métodos contraceptivos, ressaltou-se sobre a vulnerabilidade dos adolescentes às ISTs e do risco a gravidez precoce e das implicações que esta pode causar como o abandono escolar. Além disso, ao término da exposição da temática gravidez na adolescência, os adolescentes foram questionados sobre as dúvidas que tinham sobre o tema, com isso, alguns mostravam-se retraídos e apreensivos, isso pode está relacionado pela dificuldade da abordagem do assunto com eles, no entanto, outros relataram ter caso de gravidez na família, e que a exemplo disso em um dos casos, a jovem teve que abandonar a escola, assim podemos identificar  que grande parte dessas crianças já presenciaram casos de gravidez, seja na família ou de pessoas próximas de seu convívio. No decorrer da apresentação pôde ser observado que o público tinha interesse em participar da conversação, uma vez que mantiveram a concentração durante a apresentação da temática, além disso, é um tema que desperta a curiosidade dos menores, pois estão em um período de descoberta e aprendizagem acerca da sexualidade. Diante disso, para finalizar a conversa com os menores, os acadêmicos realizaram uma dinâmica com perguntas de mitos e realidades acerca da temática abordada, notou-se que o público adolescente soube responder de forma correta os questionamentos sobre violência sexual e gravidez na adolescência, onde também foram esclarecidas suas dúvidas acerca do assunto. Considerações finais: A experiência foi muito positiva e gratificante, visto que os acadêmicos tiveram a oportunidade de interagir com os adolescentes e proporcionar a estes um conhecimento mais aprofundado sobre a temática. Contribuindo assim para medidas individuais educativas na prevenção a situações de risco relacionadas à violência sexual e gravidez precoce. Portanto, é notável a importância de levar informações sobre educação sexual nas escolas, de uma forma em que o aluno possa interagir, buscando dessa forma uma abordagem por meio de metodologias participativas, que despertem o interesse e a curiosidade dos jovens para participar. Além disso, a educação sexual torna-se importante, pois é um tema pouco abordado em sala de aula, mas que precisa ser discutido, uma vez que os jovens estão cada vez mais expostos a situações de risco relacionadas à violência sexual e a gravidez precoce. Nesse contexto, torna-se relevante fomentar discussões acerca dessa temática, priorizando a educação em saúde incorporada a promoção e prevenção de violência sexual e gravidez na adolescência na comunidade escolar e, assim que os adolescentes possam se tornar protagonistas e multiplicadores dessas informações.

10472 O CONHECIMENTO DOS ADOLESCENTES SOBRE A SÍFILIS EM UMA UNIDADE BÁSICA NA ZONA NORTE DO RIO DE JANEIRO
Nathalia Luisa, Michelle Muniz da Cruz, Adriana Loureiro da Cunha, Maria Regina Bernardo da Silva, Janaína Maria dos Santos, Cláudia Domingues Costa Fonseca

O CONHECIMENTO DOS ADOLESCENTES SOBRE A SÍFILIS EM UMA UNIDADE BÁSICA NA ZONA NORTE DO RIO DE JANEIRO

Autores: Nathalia Luisa, Michelle Muniz da Cruz, Adriana Loureiro da Cunha, Maria Regina Bernardo da Silva, Janaína Maria dos Santos, Cláudia Domingues Costa Fonseca

Apresentação: O papel que cada adolescente assume no campo social durante a prática de sua sexualidade, pode representar risco a sua saúde. Objetivo:identificar o nível de conhecimento dos adolescentes, de uma unidade básica de saúde a respeito da Sífilis. Método: tratou-se de uma pesquisa de campo qualitativa através entrevista semi estruturada com 15 adolescentes, em uma unidade primaria de saúde na zona norte do Rio de Janeiro – RJ. Resultado: 100% dos adolescentes são estudantes e frequentam a unidade de saúde mas apresentaram conhecimento superficial, sobre a sifilis tendo diversas lacunas a serem preenchidas. Verificou-se que apesar de iniciar sua vida sexual cada vez mais precoce e de ter informações através da escola, folhetos e até mesmo de profissionais de saúde, somente 60% dos adolescentes entrevistados utilizam preservativos durante as relações sexuais  correndo riscos de adquirir a Sifilis., e 33%  conheciam os sintomas ,  42% como se da a transmissão e 92% informaram  vida sexual ativa. Considerações finais: Observou-se ainda a desconfiança da maioria dos adolescentes em falar de sexualidade, relações sexuais e promoção de saúde, sendo considerado ainda um tabu para as famílias. Notou-se a necessidade de se propor ações educativas na unidade de saúde com os adolescentes, com os responsáveis e nas escolas para aumentar o nível de conhecimento dos adolescentes a respeito de Sífilis, meios de prevenção e tratamento. 

10706 EDUCAÇÃO SEXUAL COMO ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA EM TUCURUÍ-PA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Hiandra Raila Costa da Silva, Brenda Almeida da Cruz, Gabrielly Maria Valente Wanzeler, Aline Freitas Wanzeler, Valcilene Pereira da Costa, Amanda Ouriques de Gouveia, Cláudia Cristina Pinto Girard

EDUCAÇÃO SEXUAL COMO ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA EM TUCURUÍ-PA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Hiandra Raila Costa da Silva, Brenda Almeida da Cruz, Gabrielly Maria Valente Wanzeler, Aline Freitas Wanzeler, Valcilene Pereira da Costa, Amanda Ouriques de Gouveia, Cláudia Cristina Pinto Girard

Apresentação: A adolescência é a fase de construção da identidade sexual, familiar e laboral, permitindo que o indivíduo realize determinados papéis na sociedade. Ocorrem as mudanças físicas e psicológicas, o sujeito se torna apto a concretizar a sexualidade através do ato sexual propriamente dito, tanto para obter prazer erótico quanto para procriar. Segundo o Ministério da Saúde (MS), gravidez é um processo fisiológico que permite a mulher no período fértil gerar um filho, logo tem início na menarca, possibilitando que as adolescentes possam engravidar. A gravidez na adolescência é considerada problema de saúde pública devido às consequências que impõe à sociedade, com condições de periculosidade para o binômio mãe-filho, como exemplo a mortalidade materna. Tendo essa problemática como um fenômeno multifatorial, torna-se imprescindível o trabalho com equipe multiprofissional para agir diante da prevenção, através de políticas integradas e ações educativas para promoção de educação sexual. Nesse cenário o Programa Saúde na Escola tem importante ação, uma vez que visa a integração e articulação da educação e saúde, através de ações de promoção, prevenção e atenção a saúde permitindo um melhor desenvolvimento das crianças e adolescentes das redes públicas de ensino, além de promover a capacitação de gestores, profissionais e comunidade escolar para que possam lidar de forma adequada as adversidades dos escolares. O estudo objetiva avaliar o conhecimento das adolescentes acerca dos aspectos gerais sobre educação sexual, com foco na prevenção da gravidez na adolescência, mediante rodas de conversa e dinâmicas. O estudo mostra-se relevante, uma vez que, observou-se em campo um grande número de gestações na adolescência e escassez em relação a políticas integradas voltadas ao assunto. Desenvolvimento: O estudo teve como base teórica a Metodologia da Problematização (Arco de Maguerez), possui trajetória didática subdividida em cinco etapas: observação da realidade,  pontos-chaves, teorização, hipóteses de solução e aplicação à realidade. A observação da realidade, deu-se nas práticas em campo, em consultas de pré-natal, nas Unidades Básicas de Saúde no município de Tucuruí-PA e na Escola Estadual de Ensino Médio Ana Pontes Francez, sendo essa a escolhida para o desenvolvimento do trabalho. A realidade encontrada configurou-se com elevado índice de adolescentes em período gestacional e/ou exercendo papel materno precoce. A identificação dos pontos-chaves foi realizada na análise dos possíveis fatores associados ao problema observado. As razões acerca do problema foram: falta reflexão a respeito da própria sexualidade dentro da sala de aula e ainda no ambiente familiar, bem como a cultura, crenças e tabus impostos pela sociedade acerca desse tema; escassez ou inexistência de profissionais especializados nas escola que auxiliem os professores, nas ações de educação em saúde. Na etapa da teorização, estruturamos as informações técnicas, científicas, empíricas e outras, conforme a natureza do problema. Após a coleta das informações, os dados foram tratados, analisados e avaliados, de forma a obter contribuições para a resolução do problema. Por conseguinte, realizamos o levantamento das hipóteses de solução para solucionar o problema detectado de forma que seja viável à realidade observada. Em consequência disso, sugerimos a realização de roda de conversa com dinâmicas sobre a temática de educação sexual com as alunas do ensino médio. A aplicação à realidade foi dividida em dois momentos, no primeiro realizou-se o contato primário com as turmas, fazendo a apresentação do tema a ser tratado e delimitando o público-alvo, no caso, o feminino. Solicitamos as dúvidas referentes ao tema sexualidade, por intermédio da escrita, sem identificação, para avaliarmos as incertezas do coletivo e, consequentemente, traçar o melhor plano para seu devido esclarecimento. O segundo contato ocorreu em 30 de outubro de 2018. Antes de começar a atividade, foi repassamos um questionário de 10 afirmativas tendo como alternativas: verdadeiro e falso, com abordagem sobre: conceito de sexualidade, relação sexual, gravidez na adolescência, métodos contraceptivos e acesso no serviço de saúde; com objetivo  de avaliar o grau de conhecimento das adolescentes, antes da aplicação da metodologia. A atividade teve como estrutura a roda de conversa, onde os temas tratados seguiram as vertentes da Caderneta de Saúde do Adolescente, do MS. Iniciamos com conceito de sexualidade e marcos de desenvolvimento, baseado nos estudos Freudianos, até a fase genital, na puberdade, isto é, quando o objeto de erotização ou desejo não está mais no próprio corpo, mas no objeto externo ao indivíduo — o outro. Abordamos posteriormente a fisiologia e desenvolvimento reprodutivo feminino, com esclarecimentos sobre corrimento vaginal, seguidamente tratamos sobre gravidez na adolescência dando ênfase a epidemiologia do município, fatores de risco, direitos no ambiente escolar e no setor de saúde pública. Após isso, abordamos os métodos contraceptivos através de dinâmica utilizando ferramentas produzidas pelas pesquisadoras, ressaltando a importância da dupla proteção, finalizando a atividade com tópico sobre o projeto de vida. O questionário foi aplicado novamente para fins avaliativos sobre o grau de absorção dos assuntos debatidos. Resultado: Realizamos análises dos questionários para conferir os dados obtidos, tendo como marco os acertos/erros das adolescentes, onde obtivemos maior dificuldade em relação às perguntas presentes bem como suas principais dúvidas. As amostras contavam com 7 alunas de 2° ano e 8 alunas do 3° ano, totalizando 15 participantes. A primeira análise refere-se ao número total de acertos/erros das adolescentes participantes, notou-se que as mesmas tiveram um significativo aumento no número de acertos do questionário, tendo 101 acertos e 49 erros antes da aplicação da metodologia, e 131 acertos e 19 erros após. Concluindo assim que a metodologia escolhida teve impacto relevante no aprendizado das adolescentes. Conforme análise das questões, percebemos que as adolescentes do 3° ano demonstraram maior conhecimento acerca dos assuntos no pré-teste em relação às do 2° ano. Ambas demonstraram aumento no número de acertos no pós-teste, sendo as alunas do 3° ano as detentoras do maior número de acertos comprovando assim que obtiveram um maior grau de entendimento acerca da temática quando comparado às alunas do 2° ano. Em seguida analisou-se especificamente o total de acertos das adolescentes em relação às questões do questionário. Ambas as turmas tiveram pouco desempenho no acerto das questões de número 5,7 e 10 no pré-teste, sendo essas referentes ao uso adequado de métodos contraceptivos, sua eficiência em oferecer dupla proteção e se os métodos poderiam acarretar em dificuldades para engravidar no futuro. As mesmas obtiveram um número de acertos alto no pós-teste, evidenciando que se mostraram esclarecidas em relação às dúvidas. As principais dúvidas relatadas pelas adolescentes são, geralmente, sobre os métodos contraceptivos, e as respostas ao questionário demonstram o quão errôneo se apresentava seus conceitos sobre a temática e que após a atividade realizada elas obtiveram melhor entendimento sobre o assunto, já que as questões foram respondidas erradas no pré-teste tiveram um índice alto de acerto no pós-teste. Considerações finais: Esta vivência motivou-nos a conhecer mais profundamente a realidade do adolescente. Ao despertar questionamentos e assumir um compromisso político–pedagógico com a realidade observada, pudemos atuar como educadoras em saúde. A partir desta experiência, concluiu-se ser de extrema necessidade a criação de um ambiente escolar onde haja  promoção de discussões e problematização de questões referentes a sexualidade, destacando-se o debate relativo à noção de responsabilidade associada ao relacionamento sexual. Nesse sentido, haverá contribuição com o processo de adesão às práticas de comportamento preventivo e emancipação dos mesmos no campo dos direitos e deveres sexuais e reprodutivos.

10892 AUTOMUTILAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA: UM ESTUDO DA PERCEPÇÃO DE ALUNOS NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE BELÉM (PA)RÁ
Edilene Silva Tenório, Ronilda Bordó de Freitas Garcia, José Augusto Lopes da Silva, Érika Amorim da Silva

AUTOMUTILAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA: UM ESTUDO DA PERCEPÇÃO DE ALUNOS NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE BELÉM (PA)RÁ

Autores: Edilene Silva Tenório, Ronilda Bordó de Freitas Garcia, José Augusto Lopes da Silva, Érika Amorim da Silva

Apresentação: A adolescência, por ser uma faixa etária de constantes mudanças está mais vulnerável ao comportamento de autolesão. Por sua vez, o contexto escolar é um local da várias interações e vivencias, no qual há pouca ou nenhuma ação que vise promover a saúde mental dos alunos, principalmente de escolas públicas. Logo, o presente trabalho tem como objetivo principal compreender a temática automutilação a partir da percepção dos alunos como principais sujeitos envolvidos na questão, com a intenção de dar voz a esses sujeitos, informar, esclarecer as dúvidas e analisar como tratam esse assunto, que não é comumente discutido no contexto escolar e ainda é vista como tabu pela sociedade. Diante do exposto, perguntar-se por que os adolescentes têm recorrido à automutilação com maior frequência? Para responder a esse questionamento pretende-se caracterizar os principais desencadeadores do comportamento de automutilação na adolescência, por meio de técnicas da pesquisa psicanalítica, com uma escuta flutuante, regulada pelo impacto transferencial. As atividades serão realizadas em quatro etapas, onde a primeira corresponde ao levantamento das bibliografias sobre o tema para fundamentação teórica que abordará conceitos fundamentais da psicanálise encontrados em obras como “Luto e melancolia”, “O problema econômico do masoquismo” e “Além do princípio do prazer”, entre outros textos de Freud e comentadores; A segunda etapa será destinada a realização da visita e a inserção dos pesquisadores nas três escolas públicas em Belém (PA), onde serão coletados os dados; A terceira etapa trata-se da realização das rodas de conversa e aplicação das entrevistas semiestruturadas; E a quarta etapa, análise e discussão dos dados obtidos junto aos participantes. Como critérios de inclusão na pesquisa têm-se: ser aluno do ensino médio e estar regularmente matriculado em uma das três escolas escolhidas. De exclusão: não ser aluno das referidas escolas. Vale ressaltar que tal pesquisa encontra-se em andamento por fazer parte do projeto que terá como fruto o trabalho de conclusão do curso em Bacharel e Formação do Psicólogo em Psicologia na Universidade Federal do Pará.

12190 UMA AÇÃO EDUCATIVA EM UMA ESCOLA PERIFÉRICA DE BELÉM ACERCA DOS IMPACTOS DO BULLYING NA SAÚDE DO PRÉ-ADOLESCENTE: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Maria Clara Soares Bulcão, Nayara Rosa Brito Souza, Raisa Oksana Lídia Elis Freire de Sena Garcia da Silva, Rita de Cassia Souza Soares, Leticia Rodrigues Balieiro, Gabrielle Andrade Coelho

UMA AÇÃO EDUCATIVA EM UMA ESCOLA PERIFÉRICA DE BELÉM ACERCA DOS IMPACTOS DO BULLYING NA SAÚDE DO PRÉ-ADOLESCENTE: RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Autores: Maria Clara Soares Bulcão, Nayara Rosa Brito Souza, Raisa Oksana Lídia Elis Freire de Sena Garcia da Silva, Rita de Cassia Souza Soares, Leticia Rodrigues Balieiro, Gabrielle Andrade Coelho

Apresentação: Durante o processo de socialização entre os pré-adolescentes, pode haver casos de conflitos e violência entre os jovens, como o bullying. A exposição desses a tais práticas violentas no ambiente escolar, tende a provocar respostas emocionais que podem interferir na saúde negativamente. Dessa forma, este relato de experiência, descreve uma ação educativa ocorrida em uma escola periférica de Belém acerca o bullying e seus impactos na saúde do pré-adolescente. Desenvolvimento: A atividade iniciou-se através do contato com o ambiente escolar visando a definição dos problemas, seguida da fase de teorização, planejamento e intervenção, culminando em uma ação de educação em saúde com uma turma do 6º ano. A intervenção consistia em 4 etapas: apresentação do curta-metragem sobre o bullying; recolhimento dos conceitos prévios sobre o bullying escritos pelos próprios alunos; a roda de conversa, relacionando o bullying e o sistema límbico, ressaltando os impactos dessa violência no corpo dos estudantes; e, por fim, a realização da dinâmica da empatia. Resultado: Durante a exibição do curta-metragem, os estudantes reagiram com risadas diante das cenas apresentadas. Alguns alunos afirmaram que as cenas eram consideradas brincadeira por eles. Após a exibição do curta-metragem, recolheu-se os conceitos prévios acerca do bullying escrito pelos próprios alunos. Em geral as respostas apresentadas apresentavam o bullying como um ato violento e agressivo, que causa sofrimento, além de ser uma prática que visa intimidar o outro. Após o início da roda de conversa e da explanação acerca do bullying e de como o sistema límbico está relacionado às consequências dessa violência, observamos uma mudança na postura dos alunos, os quais demonstraram interesse pelo assunto.  Além disso, vale ressaltar que apesar do assunto sistema límbico ser complexo para alunos do 6º ano, as pesquisadoras apresentaram os conceitos de maneira lúdica e didática, o que possibilitou o aprendizado mais rápido e eficaz. Ademais, ao relacionarmos o bullying ao sistema das emoções, apresentando os efeitos dos neurotransmissores no corpo, utilizamos exemplos próximos do dia a dia dos alunos para o melhor entendimento do assunto. Por fim, realizamos a “Dinâmica da Empatia”. A dinâmica foi fundamentada no exercício do afeto e, acima de tudo, da empatia, por meio das denominadas “Pílulas do Bem”. Estas consistiam em um medicamento fictício, que seria produzido com o intuito de cuidar do próximo e estimular sentimentos bons. Considerações finais: A experiência promoveu um notório enriquecimento no processo ensino-aprendizagem tanto dos alunos, quanto das pesquisadoras, Por fim, esta experiência nos permite atingir o nosso objetivo como profissionais, que é prevenir com qualidade a saúde dos jovens, contribuindo para que se tornem adultos saudáveis.