433: Metodologias ativas na formação em saúde
Debatedor: Lavinia Boaventura Silva Martins
Data: 28/10/2020    Local: Sala 05 - Rodas de Conversa    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
6295 CONTRIBUIÇÕES DO USO DE METODOLOGIAS ATIVAS NA FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO: EXPERIÊNCIA NO PLANEJAMENTO DE AÇÕES TEMÁTICAS EM SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Ingrid da Silva Souza, Tielly dos Santos Barros, Thaís de Oliveira Domingues, Silvia Regina Teodoro Pinheiro

CONTRIBUIÇÕES DO USO DE METODOLOGIAS ATIVAS NA FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO: EXPERIÊNCIA NO PLANEJAMENTO DE AÇÕES TEMÁTICAS EM SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Autores: Ingrid da Silva Souza, Tielly dos Santos Barros, Thaís de Oliveira Domingues, Silvia Regina Teodoro Pinheiro

Apresentação: Uma das mais importantes tarefas do profissional de Enfermagem ao adentrar no mercado de trabalho é o planejamento de ações em saúde, seja ela no âmbito da atenção primária, secundária ou terciária. Para que o mesmo tenha excelência, ele deve ser situacional e capaz de articular as demandas imediatas com os resultados futuros. Esse planejamento situacional abrange o conceito de governabilidade, nesse estudo encarado como a função do enfermeiro enquanto líder de equipe e do graduando enquanto organizador de tarefas dentro de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e a articulação entre os conhecimentos da equipe para a implementação e execução do plano o qual se deseja concretizar. Para isso, é necessário a atribuição de metodologias ativas (MA’s) no processo de ensino-aprendizagem em Saúde e Enfermagem, que no cenário brasileiro, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) nos cursos de graduação em Enfermagem, em 2014, tem a finalidade de formar profissionais críticos e reflexivos diante do atual contexto que a saúde brasileira vive. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo relatar a experiência do uso de metodologias ativas e problematizadoras no contexto de planejamento de ações temáticas em saúde como projeto de intervenção para a finalização do estágio curricular de graduandas de Enfermagem, baseando- se principalmente no princípio do trabalho em equipe e da autonomia. Desenvolvimento: Trata- se da criação de atividades embasadas em metodologias problematizadoras para o planejamento de ações temáticas para o segundo semestre de 2019 em uma unidade de saúde do Estado do Rio de Janeiro. As ações contam com a participação da equipe de preceptoria, com os profissionais da unidade e com as graduandas, visando debater experiências de ampla participação da comunidade adscrita e de baixo custo para o serviço. Para realização das mesmas, houve a implementação de cinco etapas: reconhecimento das da programação semestral da unidade, incorporação das ações temáticas e das metodologias ativas de acordo com as demandas assistenciais do serviço, agendamento das atividades com reconhecimento do público alvo, confecções dos materiais para as ações temáticas e execução. Resultado: Foram propostas as seguintes demandas temáticas: “Setembro Amarelo: como abordar a população para a prevenção do suicídio?” onde se utilizou de frases motivacionais para estabelecimento de relações interpessoais acerca da prevenção do suicídio e o público alvo de pacientes com 18 a 75 anos. As frases que teriam como objetivo, potencializar a autoestima dos indivíduos participantes da mesma sobre a questão de sua autoestima e situação emocional atual. Dessa forma, foi elaborado um conjunto de frases e trechos de música que traziam como lema a questão do indivíduo ser forte perante as adversidades da vida. Ademais, nesse mês também é comemorado o dia do idoso, população que precede de muitos cuidados de promoção a saúde haja vista a crescente inversão da pirâmide etária brasileira. Pensando nisso, foi confeccionado, através de demandas de questões psicossociais vistas nas visitas domiciliares, a necessidade de reorganizar a rede de acolhimento aos mesmos, que também são vítimas de suicídio, de uma forma que eles se sentissem únicos e especiais pelo serviço de saúde. Foi desenvolvida a dinâmica do: o que a 3ª idade me trouxe? Essa contou com aproximadamente 10 idosos que aguardavam consulta médica. Foi uma experiência bem enriquecedora pois muitos deles relataram que se sentiam abandonados e ter potencializados as respostas e demonstrando carinho fizeram toda a diferença na vida deles e nas relações com os profissionais de saúde. Na segunda atividade, “Outubro Rosa: Prevenção do câncer de mama em cuidadoras de idosas”, com cuidadoras e idosas de um asilo próxima a unidade de saúde de 40 a 90 anos. Foi desenvolvida uma educação em saúde por demanda dos administradores do asilo sobre aspectos relacionados ao aparecimento de sintomas e prevenção do câncer de colo de útero e mama. Discutiu- se na roda de conversa, mitos e verdades acerca desses assuntos, e na oportunidade a enfermeira fez a solicitação de mamografias e agendamento de exame Papanicolau. As participantes relataram aspectos importantes sobre a linha de cuidado dentro do município, principalmente a demora na marcação de exames relacionados a esse público. Houve interação também com as idosas que elas mesmo com muitas limitações físicas puderam sancionar suas dúvidas e realizar o autoexame das mamas. Já na terceira atividade intitulada: “Novembro Azul: vencendo o machismo e prevenindo a saúde”, houve o desenvolvimento de materiais educativos que permitissem aos homens adscritos na unidade estimulando a criação de hábitos saudáveis e de cuidados com a saúde, principalmente ao câncer de próstata, tentando alertar aos homens, a tamanha importância de realizar regularmente os exames de toque e do  antígeno prostático específico (PSA). O público alvo dessa ação foram homens e idosos atendidos pela unidade, companheiros das mulheres que realizam o pré-natal entre outros trabalhadores que passavam pelo serviço. Outra iniciativa foi elaboração de cartazes que incentivavam a participação do parceiro durante o pré-natal das gestantes, uma vez que alguns deles não identificam que certas alterações na gestação, tais como sífilis, HIV entre outras podem ter ele como elo transmissor. Esta ação contou com a confecção de cartazes com cores e desenhos que representassem bem o conteúdo da mensagem, o mesmo se posicionou nos consultórios de enfermagem e médico, haja vista que eram os locais onde esses homens mais visitam quando vão visitar uma UBS. Todo o processo de elaboração do material educativo sobre o autocuidado masculino teve por base os princípios da prática educativo-dialógica com base na filosofia freiriana. Considerações finais: O uso de metodologias ativas no planejamento de ações temáticas em saúde é uma das propostas mais importantes de aproximação da população com o serviço de saúde. Além disso, o graduando ao participar desse processo ganha mais autonomia e a reafirmação de um acesso universal e integral no sistema único de saúde e com isso ele se torna um profissional diferenciado no mercado de trabalho e capaz de disseminar conhecimento tanto aos futuros colegas de trabalho quanto em ambientes pelos quais ele irá atuar além da atenção básica.

6685 METODOLOGIA ATIVA: UMA ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM SAÚDE
Stefanny Jennyfer da Silva Pacheco, Alice Damasceno Abreu, Érika Luci Pires Vasconcelos, Jaci José de Souza Junior, Claudia Cristina Dias Granito

METODOLOGIA ATIVA: UMA ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM SAÚDE

Autores: Stefanny Jennyfer da Silva Pacheco, Alice Damasceno Abreu, Érika Luci Pires Vasconcelos, Jaci José de Souza Junior, Claudia Cristina Dias Granito

Apresentação: A educação superior nos cursos de graduação da área de saúde em nosso país, ao longo da última década, vem passando por profundas mudanças no  processo de ensino-aprendizagem, para melhor acompanhamento das atuais demandas sinalizadas pela sociedade, ou seja, profissionais com poder de atuação crítico reflexivo, sendo capazes de atuar no sistema único de saúde. Os diversos cenários que norteiam a formação do discente e do docente perante esse contexto apresentado ocorre real necessidade de mudanças do modelo de ensino tradicional, sendo gradativamente substituído por novas tendências pedagógicas, as quais apontam para uma melhor adequação desse processo de formação de um profissional. Essas novas formas de articular o conhecimento no ensino superior procuram romper com o modelo tradicional de ensinar, a partir da incorporação das metodologias ativas de ensino e aprendizagem, as quais propõem a elaboração de situações de ensino de forma autônoma que promovam a aprendizagem significativa possui como principal característica a perspectiva de construir saberes com a participação efetiva dos docentes e discentes. O presente trabalho visa destacar as metodologias ativas como tendências estratégicas pedagógica eficaz da reforma da educação superior. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, sendo usado apenas publicações encontradas nas base de dados nacionais, no periódico de 2016 a 2019. Sendo considerados apenas as publicações que tratava-se da formação de profissionais da saúde e seus benefícios no processo de graduação. Resultado: A metodologia ativa é uma das possíveis estratégias, a qual o aluno é o protagonista central, ou seja, responsável pela sua trajetória educacional,  o tutor e/ou preceptor  apresenta-se como coadjuvante, um facilitador das experiências relacionadas ao processo de aprendizagem. Esse método é um instrumento que oportuniza a qualificação pessoal e profissional no cenário de prática, diante disso, o estudante após a formação possui maior habilidade para inserção  no mercado de trabalho. Considerações finais: A metodologia ativa é um desafio para os educadores na perspectiva do ensino em saúde. Estudos têm identificado diversas possibilidades e estratégias que se fundamentam nessa técnica, apesar de cada uma possuir características próprias, todas assumem a responsabilidade de fomentar a autonomia do aluno no próprio processo de aprendizagem.  

6895 METODOLOGIA ATIVA NO ENSINO E APRENDIZAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE SALA DE AULA INVERTIDA
Marcelo José dos Santos, Maritza Consuelo Ortiz Sanchez, Maria Lelita Xavier, Miriam Marinho Chrizóstimo

METODOLOGIA ATIVA NO ENSINO E APRENDIZAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE SALA DE AULA INVERTIDA

Autores: Marcelo José dos Santos, Maritza Consuelo Ortiz Sanchez, Maria Lelita Xavier, Miriam Marinho Chrizóstimo

Apresentação: Vivemos um momento onde podemos ensinar e aprender de diversas formas, liberdade de tempo e de espaço, formando assim, um novo cenário educacional onde as metodologias ativas se apresentam como um instrumento facilitador do ensino-aprendizagem. Dentre diversos métodos de ensino diferentes do tradicional a Sala de Aula Invertida (“Flipped Classroom” ou SAI) foi a escolha para o desenvolvimento deste trabalho. A SAI, diferente do método tradicional de ensino, propõe que o estudante busque e acesse textos recomendados pelos professores antes das aulas, fazendo com que o docente seja um facilitador do aprendizado e a sala um lugar dinâmico e interativo, permitindo atividades em grupos, debates e discussões. O método é implementado em algumas escolas no Brasil, gerando resultados positivos, como a redução de 50% no índice de reprovações de uma disciplina em uma escola municipal do Rio de Janeiro. Objetivo: Relatar a experiência docente sobre a utilização da aula invertida em uma disciplina de graduação. Método: Trata-se de um relato de experiência sobre a utilização da abordagem aula invertida em uma disciplina do Curso de Graduação em Enfermagem de uma Universidade Pública no estado de Rio de Janeiro, duante o segundo semestre de 2019, sua execução foi organizada em cinco momentos: 1) Disponibilização de textos impressos e conteúdo adicional sobre a temática antes da aula; 2) Compreensão e reflexão individual ou em grupo; 3) Discussão e debate; 4) Aprofundamento do conteúdo; 5) Fixação da aprendizagem. Nesta metodologia o docente assumiu o papel de condutor do ensino, tirando dúvidas, aprofundando o tema e estimulando o debate, de forma a proporcionar ao estudante um aprendizado mais amplo e completo. Resultado: Esta abordagem facilitou a escolha, por parte dos alunos, de quando e onde  aprender, flexibilizando suas expectativas sobre o ritmo de aprendizagem e gerando mais autonomia. Durante as aulas os alunos acompanharam as discussões e obtiveram maior aproveitamento das informações, tendo um papel ativo e uma maior responsabilidade sobre o processo de aprendizagem. Durante os debates observou-se a discussão mais elevada e um conhecimento mais abrangente dos envolvidos e a sala de aula passou a ser vista como um cenário de estímulo à produção de ideias e as lacunas do conhecimento tornaram-se mais visíveis para o corpo docente e discente, pela constante interação, o que favoreceu a compreensão do conteúdo de uma forma mais significativa em uma sala de aula dinâmica e interativa. Considerações finais: Esta proposta pode ser aplicada em diferentes contextos, mesmo nas instituições carentes de recursos básicos, o ensino criativo pode muito bem superar esses impedimentos. Além disso, a Sala de Aula Invertida valoriza o papel do professor, como orientador dos percursos de pesquisa e mediador entre o estudante e o conhecimento, além de contribuir no desenvolvimento de competências como capacidade de autonomia, responsabilidade e disposição para trabalhar em equipe. DESCRITORES: Metodologias ativas; ensino aprendizagem; aula invertida. EIXO TEMÁTICO 1: EDUCAÇÃO

6921 PORTFÓLIO REFLEXIVO ENQUANTO METODOLOGIA ATIVA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Ana Cláudia Pereira dos Santos Cruz, Alice Werneck Massote, Ana Paula Vieira Perdigão Jardim, Fabiana Gonçalves Santos Costa, Maria Eleonora Queiroz dos Santos

PORTFÓLIO REFLEXIVO ENQUANTO METODOLOGIA ATIVA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Autores: Ana Cláudia Pereira dos Santos Cruz, Alice Werneck Massote, Ana Paula Vieira Perdigão Jardim, Fabiana Gonçalves Santos Costa, Maria Eleonora Queiroz dos Santos

Apresentação: O Técnico em Saúde Bucal (TSB) é uma das categorias auxiliares que integra as Equipes de Saúde Bucal do Sistema Único de Saúde (SUS). Dentre as atribuições elencadas pela Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) para o TSB, ressaltam-se as ações de promoção da saúde e prevenção das doenças bucais. A Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP/MG) tem como missão “Fortalecer o SUS, produzindo e disseminando conhecimentos junto a usuários, trabalhadores e gestores, por meio de ações educacionais e de pesquisa, com a Educação Permanente em Saúde como referencial político-pedagógico”. No decorrer dos últimos 10 anos, a ESP (MG) foi responsável pela formação e conclusão de 40 turmas do Curso TSB nas macrorregiões do Estado de Minas Gerais. O Curso TSB da ESP (MG) possui carga horária total de 1.300 horas, tendo como público-alvo trabalhadores do SUS que preferencialmente já atuam na Saúde Bucal. A formação do TSB é operacionalizada de forma alternada em períodos de concentração e dispersão, observando-se a metodologia de integração de ensino-serviço, sendo essa a concepção de Currículo Integrado. Os períodos de concentração são constituídos por momentos de reflexão sobre a prática, nos quais os alunos aprofundam, acrescentam e sistematizam o conhecimento teórico. Já os períodos de dispersão são destinados à reflexão, aquisição e ao desenvolvimento das habilidades práticas, sempre sob supervisão dos respectivos docentes (cirurgiões-dentistas que atuam no serviço de Saúde Bucal dos municípios de inserção dos alunos), sendo realizados junto às demais atividades desempenhadas no cotidiano de trabalho desses trabalhadores no SUS. O objetivo deste trabalho é descrever a experiência de utilização do Portfólio Reflexivo enquanto metodologia ativa na formação do TSB pela ESP (MG). A escolha desse recurso pedagógico se baseou nos achados da literatura que o descrevem como importante metodologia ativa, que vem sendo utilizada como estratégia potencializadora da reflexão acerca das práticas desenvolvidas por estudantes de diferentes níveis de formação. O Portfólio Reflexivo é um método que proporciona um processo de ensino-aprendizagem ativo, baseado na comunicação dialógica entre os diferentes atores envolvidos; visando o desenvolvimento de conhecimentos e também atitudes e habilidades. Nessa perspectiva, o portfólio visa estimular o pensamento crítico reflexivo nos alunos e potencializar a troca de experiências entre docentes e discentes, características essas que impactam no trabalho em equipe e fortalecem as reflexões individuais e coletivas. A ideia de propor um Portfólio Reflexivo surgiu da observação de que em edições anteriores do Curso TSB, ao realizaram as atividades de dispersão, havia uma preocupação maior, por parte dos alunos e docentes, no domínio da técnica em detrimento às reflexões acerca da articulação entre teoria e prática, ensino e serviço. Outro fator que corroborou para a escolha da elaboração de um portfólio foi a possibilidade que esse instrumento representa para uma maior interação entre docentes e alunos, fortalecendo o vínculo e a efetividade nos processos de trabalho, uma vez que esses trabalhadores compõem a Equipe de Saúde Bucal. Também foi considerado relevante o fato de que, além das atividades já previstas para serem desenvolvidas na dispersão, com a confecção do portfólio os alunos seriam capazes de compreender melhor a importância das atribuições previstas para o TSB no contexto da Política Nacional de Saúde Bucal e da PNAB. As atividades propostas para o portfólio foram baseadas tanto na legislação vigente, que especifica procedimentos e atribuições de competência do TSB, quanto na matriz curricular, que norteou todo o trabalho de alunos e docentes durante os três módulos do Curso TSB. No primeiro módulo, foram desenvolvidos conteúdos referentes às políticas públicas de saúde e ao contexto do trabalho em saúde no SUS. No segundo, as atividades abordadas estavam relacionadas à formação do Auxiliar em Saúde Bucal, com ênfase na organização e planejamento do trabalho e realização de ações de prevenção das doenças bucais. No terceiro e último módulo foram abordados temas relacionados ao controle e incidência das doenças bucais e educação em saúde, que visam consolidar as competências necessárias para as atribuições do TSB. Para confecção do portfólio, os alunos deveriam registrar as datas de realização de cada atividade, materiais, instrumentais, equipamentos, técnicas realizadas e recursos utilizados; descrever os fatores dificultadores e facilitadores, suas impressões e reflexões sobre a prática; além de ilustrar com fotografias. Ao receberem a proposta para elaboração do portfólio, muitos alunos e docentes de dispersão se mostraram apreensivos e inseguros para realização da atividade. As dúvidas que surgiram foram sanadas e as particularidades encontradas foram sendo adaptadas à proposta inicial, pois em alguns municípios não havia infraestrutura para realização de alguns procedimentos, principalmente de Radiologia e Prótese. No entanto, durante as apresentações dos resultados, os alunos demonstraram criatividade e autonomia. Muitos extrapolaram a proposta inicial: confeccionaram trabalhos manuais, foram em municípios vizinhos para realizar as atividades que não conseguiram em seu local de trabalho e houve até a criação de um site para abrigar o portfólio, com recursos de interação pelos visitantes. Nesse momento, os alunos tiveram oportunidade de relatar todo processo de realização das atividades e, mais do que isso, puderam descrever percepções e sensações que as ações despertaram em cada um. Foi possível identificar durante as apresentações que as atividades fizeram sentido e complementaram significativamente a formação. Esse também foi um relato dos docentes ao dizerem que as atividades do portfólio foram importantes para a formação e que foi possível perceber uma mudança de postura positiva nos alunos. Os mesmos relataram ainda que os alunos demonstraram maior segurança, domínio dos conhecimentos teóricos e das habilidades técnicas relacionadas às atribuições do TSB. No que tange à relação entre docentes e alunos, a maioria relatou que houve uma melhoria das relações interpessoais e um maior empenho e envolvimento para o sucesso da efetivação do portfólio. Por parte da equipe técnico-pedagógica, percebeu-se que em comparação a edições anteriores do Curso TSB, a realização do portfólio fomentou maior aproximação de alunos e docentes com a coordenação, o que foi positivo, uma vez que foram feitas críticas e sugestões que serão levadas em consideração nas próximas edições do Curso. Enquanto equipe técnico-pedagógica, consideramos que o Portfólio Reflexivo foi um recurso didático viável e oportuno pra promover a sistematização do conhecimento e facilitar a assimilação dos conceitos e teorias apreendidos durante os períodos de concentração, às situações reais da prática vivenciada durantes os períodos de dispersão. Esse recurso estimulou o ensino-aprendizagem na educação profissional para o SUS, contribuindo para a formação de trabalhadores mais críticos e reflexivos. Nesse contexto, espera-se que a ESP (MG) adote o Portfólio Reflexivo enquanto metodologia ativa em outras ações educacionais desenvolvidas na instituição.

7007 UM RELATO COMPARTILHADO DAS POTÊNCIAS E DESAFIOS DE UMA EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO INTERPROFISSIONAL COM METODOLOGIAS ATIVAS
Fernanda Teles Gonzalez, Anita Burth Kurka, Gabriele Ribeiro da Silva

UM RELATO COMPARTILHADO DAS POTÊNCIAS E DESAFIOS DE UMA EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO INTERPROFISSIONAL COM METODOLOGIAS ATIVAS

Autores: Fernanda Teles Gonzalez, Anita Burth Kurka, Gabriele Ribeiro da Silva

Apresentação: Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o uso das metodologias ativas no processo de ensino-aprendizagem na experiência do segundo semestre de 2019, do módulo “Encontro e produção de Narrativas de História de Vida” inserido dentro do Eixo Trabalho em Saúde (TS) do Instituto Saúde e Sociedade da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), campus Baixada Santista. Contempla a experiência na perspectiva de três sujeitos envolvidos no módulo: uma estudante de graduação, uma mestranda que realizou um estágio de docência e a docente responsável pela unidade curricular (UC). O estágio de docência, também chamado Programa de Aperfeiçoamento Didático (PAD), é uma política da UNIFESP destinada a pós graduandos que almejam a inserção e formação docente. O módulo busca a superação de concepções do saber reducionista e conexões de causalidade linear, resistindo a modos de educar que visem apenas a transmissão de informações. Utilizando-se metodologias ativas e situações-problema, almeja a construção do conhecimento estruturada numa relação horizontal entre os sujeitos envolvidos com diminuição das hierarquias de poder, valorizando a comunicação com o diferente. O princípio norteador deste modo de fazer é a construção da autonomia  através da: ênfase no trabalho em equipe; aumento de uma visão crítica da realidade, visando a participação dos sujeitos em processos que levem à transformação social. Com isso, o principal objetivo da UC é contribuir para a construção de uma abordagem comum às diversas áreas profissionais, considerando a realidade vivida pelas pessoas e as múltiplas dimensões envolvidas no processo saúde/doença/cuidado. A constante e intensa articulação entre teoria e prática, ocorre através de encontros na residência de pessoas que são indicadas por profissionais dos serviços da Política de Saúde ou Assistência Social do Município de Santos intercalados com leituras, discussão de textos e encontros de supervisão com educandos e educadores, valorizando a troca entre os sujeitos envolvidos. Na parte prática, duplas de estudantes de diferentes cursos escutam a história de vida do narrador, escrevem e devolvem a mesma para o sujeito na forma de narrativa. Diários de campo são produzidos pelos discentes processualmente, permitindo que a experiência seja refletida quando passada para o papel e assim tanto o autor do texto quanto outros sujeitos envolvidos olhem para o trabalho. Quanto aos desafios vividos na experiência, o grupo de estudantes se mostrava com baixa disposição e respondia com passividade a metodologia proposta. Isso pode ser justificado tanto pelos relatos da estudante, como para a mestranda e docente, como uma fusão de diversos fatores: estranhamento à propostas horizontalizadas e participativas diante de outras práticas pedagógicas conteudistas e bancárias; intensa carga horária das UCs dos diferentes cursos de graduação (Nutrição, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Psicologia, Serviço Social, Educação Física); rebatimento do medo e incertezas da atual conjuntura política do país com contingenciamentos e cortes orçamentários para Educação e outras Políticas Públicas que comprometem o futuro dos profissionais, da sociedade e da universidade pública. A comunicação entre os sujeitos no processo pedagógico cotidiano enfrentou desafios e visões divergentes quanto ao que ocorria, materializados como discordâncias geradoras de impasses - na opinião  da estudante, e como rispidez e autoritarismo por parte dos educandos em reação a sugestões vindas da docente e mestranda, na visão das mesmas. Uma hipótese para esta dificuldade de comunicação, é que a horizontalidade na construção da autonomia abre margem a desafios relacionais, e portanto, se por um lado os estudantes precisam de liberdade de expressão e de escolhas, por outro a docência também necessita ser considerada em seu lugar identitário, sem que uma “autonomia” anule a outra. Além disso, processos complexos compreendidos como constitutivos das relações pedagógicas, esperados na vivência com metodologias ativas, se agudizaram no segundo semestre de 2019 pois foram atravessados pelo momento histórico político e societário com implicações na tolerância e na troca mútua. No que tange a formação docente este módulo foi um desafio, pois trabalhar de forma horizontal, diminui o controle sob os corpos dos estudantes. O planejamento processual das aulas, demandou disposição para olhar o que fazia ou não sentido para todos no momento. Na perspectiva das metodologias ativas, a atuação do educador/educando se dá sempre de forma dialética tendo em vista que ao ensinar se aprende e ao aprender se ensina e, assim, o docente é formado na prática cotidiana. Estar aberto às reconstruções que esta forma de educar propõe, contribui na reflexão sobre as relações de poder historicamente implicadas no processo educativo, no processo de potencialização da autonomia, criatividade e criticidade dos envolvidos. A potência desta forma de trabalho é reconhecida pelas autoras do deste relato de experiência por ser uma oportunidade de formação de um cuidado mais humanizado de forma processual nos trabalhos de campo e encontros de supervisão em que ocorriam construções coletivas nas dinâmicas e discussões, se contrapondo a metodologias onde o conhecimento está pronto. Para a estudante, o diário de campo, foi visto como um instrumento de manifestação da liberdade de escrita e como um canal de comunicação frente a experiência, auxiliando no desenvolvimento da narrativa e do aprendizado dos conceitos do módulo. Além disso, a mesma considerou que os desafios enfrentados não apagaram a experiência enriquecedora vivida com os narradores, possibilitada pela relação com a docente e a PAD que estimularam a criação de uma visão mais crítica da realidade, abrindo e desafiando o olhar para diferentes questões que surgiam, revelando o grande diferencial desse módulo. A partir deste trabalho é possível refletir que almejar metodologias ativas no ensino que sejam  impactadas dialeticamente por esta direção teórica e ético política é um desafio permanente para o Eixo TS e todo processo formativo interprofissional na UNIFESP, visto que este possibilita espaço de diálogo e a centralidade da resistência à educação bancária. Apesar de ser potente a utilização destas metodologias, a sua concretização é um desafio que perpassa: pela direção ético-política da formação dos docentes, pela estrutura da educação básica recebida pelos estudantes, a conformação das instituições de ensino superior, a conjuntura política, econômica, social e cultural, pelas relações humanas, entre outros. É necessário estar aberto ao novo a todo instante, a olhar e a se (re)construir pelo caminho, de fato andando junto e não à frente, afim de potencializar a autonomia, criatividade e criticidade dos envolvidos.

7154 METODOLOGIA ATIVA PARA ACADÊMICOS NO DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES PARA PREVENÇÃO DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
Gezebel Vasconcelos da Costa, Elisson Gonçalves da silva, Alessandra Da Silva Carvalho, Andreina Maciel de Sena dos Santos, Cliviane Farias Cordeiro, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Maxwell Arouca da Silva, Fernanda Freitas dos Santos

METODOLOGIA ATIVA PARA ACADÊMICOS NO DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES PARA PREVENÇÃO DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

Autores: Gezebel Vasconcelos da Costa, Elisson Gonçalves da silva, Alessandra Da Silva Carvalho, Andreina Maciel de Sena dos Santos, Cliviane Farias Cordeiro, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Maxwell Arouca da Silva, Fernanda Freitas dos Santos

Apresentação: Na formação de qualquer profissional é fundamental que o acadêmico ponha em prática o conteúdo teórico aprendido dentro da sala de aula. Nesse contexto, a metodologia ativa serve como alicerce entre a teoria e a prática, pois ela incentiva o aluno a apreender de forma autônoma e participativa no processo de construção do conhecimento. Na área da saúde, essa questão ganha mais relevância, pois ela traz a realidade dos vários cenários que o futuro profissional irá participar, exemplo, as campanhas de saúde que visam a prevenção de diversas doenças. Que traz benefícios não apenas para as pessoas que vão receber informações, mas para os acadêmicos que estarão fazendo parte da realidade do contexto social da sua futura profissão. Objetivo: Relatar os resultados encontrados na realização de uma campanha de Teste Rápido para doenças transmissíveis, em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no interior do Amazonas. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência de uma aula prática, da disciplina de Enfermagem Doenças Transmissíveis II, na participação de uma campanha do dia D em teste rápido para obter diagnósticos de HIV, Hepatites e sífilis, em uma UBS com localização estratégica próxima à feira da cidade, para poder contemplar um maior número de realização de testagens possíveis. Onde foi utilizado metodologia ativa no processo de criação e desenvolvimento da atividade. Na primeira etapa da prática houve a idealização de quais doenças iriam ser abordadas com o público e como seria realizada a busca ativa dos indivíduos para atraí-los à UBS, para realização dos testes rápido e para serem orientados sobre as formas de prevenção das doenças. Durante o desenvolvimento da prática, os acadêmicos foram divididos em quatro grupos, onde o primeiro grupo ficou responsável por fazer a busca ativa nas ruas para a realização do teste, o segundo grupo  ficou preenchendo as fichas com os dados das pessoas que aceitaram participar e orientando-as sobre o funcionamento dos testes rápido, o terceiro grupo ficou na sala de testagem para observar o funcionamento e o procedimento do teste, e o quarto grupo informava sobre as doenças aos indivíduos e se houvesse resultado reagente para alguém, orientava como funciona o processo de tratamento da doença no município. A atividade foi realizada em um dia de sábado e durou todo o turno da manhã. Resultado: No fim da prática mais de cento e cinquenta pessoas realizaram o teste rápido sendo que ainda houve retorno de alguns participantes com mais pessoas interessadas e mesmo após o fim da atividade, mais pessoas aparecerem de forma espontânea querendo participar, o que não foi possível pois já havia acabado o expediente na UBS. Evidenciou-se que a abordagem adotada de ir até o cliente e mostrar a ele a importância da realização do teste rápido e, informa-los o tempo de espera para sair o resultado foi essencial para o sucesso da busca, já que muitos indivíduos se queixavam de que não poderiam fazer o teste porque demoraria muito para sair o resultado, e assim perdiam o interesse por causa de suas obrigações diárias. Outra observação feita durante a busca ativa foi que muitos pacientes tinham medo de procurar a UBS, por não confiar no sigilo médico e mostravam-se inseguros em relação a possibilidade de um resultado positivo para alguma das doenças. Sabendo dessas informações orientamos a eles como funciona o atendimento ao paciente e garantimos o sigilo e os cuidados a serem tomados caso houvesse resultado positivo, dando a eles segurança para a realização do teste. Outra medida abordada foi a distribuição de folders informativos contendo uma linguagem simples e mostrando como se prevenir das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), dando ênfase a todas as informações repassadas durante a espera do resultado. Para os acadêmicos os benefícios foram ainda maiores, pois além do sucesso adquirido da atividade e da experiência vivida como um futuro profissional da saúde fazendo parte de um projeto que muda a vidas das pessoas, ainda foi possível aprender de forma simples e colaborativa as estratégias e inovações da metodologia ativa na prática de enfermagem. Considerações finais: Assim, por meio deste relato nota-se a importância de uma boa metodologia no desenvolvimento de atividades práticas na área da saúde, pois a experiência oferece ao acadêmico a noção do que seria uma boa relação entre o profissional e o paciente, sendo que essa ação pode ser definida como um processo especial de interação humana, e que é a base da prática em suas dimensões técnicas, humanísticas e éticas lapidando assim o caráter profissional do aluno. E essas experiências também fornecem aos acadêmicos melhor compreensão dos assuntos abordados em sala de aula, gerando nos graduandos sinais de confiança quando saírem para o mercado de trabalho e motivação para continuarem se aperfeiçoando. Já que as experiências vividas na vida acadêmica facilitam na tomada de decisões após a formação. Por exemplo, a importância de fazer parte do planejamento de uma campanha para o futuro enfermeiro, já que faz parte do profissional de atenção primária lidar com um conjunto de ações que visam a promoção e a proteção da saúde. Contribuindo assim para o controle de avaliação dos serviços prestados. Por fim, é possível notar que a mente do aluno se abre para um leque de possibilidades diante das experiências, pois o contato com essa situação contribui para que os discentes possam analisar a realidade com que irão se deparar ao ingressarem no campo de trabalho como profissionais no SUS, além, da importância do estabelecimento de vínculos entre os profissionais e a comunidade no que se refere ao sucesso da adesão ao tratamento e das atividades de promoção e prevenção em saúde. Dessa forma, ao lançar um olhar retrospectivo sobre esta experiência, percebemos a necessidade de desenvolver abordagens pedagógicas que possibilitem ao estudante da área da saúde interagir com a comunidade e a unidade de saúde de forma sadia e produtiva. Ressaltando ainda que, neste contato inicial o graduando deve ser estimulado a se familiarizar com o mesmo, porém de forma ativa e crítica, buscando investigar aspectos desconhecidos por ele até então.

7381 PERCEPÇÃO E DESEMPENHO DE ESTUDANTES TRABALHADORES E NÃO TRABALHADORES DE CURSOS TÉCNICOS EM ENFERMAGEM FRENTE METODOLOGIA ATIVA
Pedro de Oliveira Nogueira, Fabrício Sidnei da Silva

PERCEPÇÃO E DESEMPENHO DE ESTUDANTES TRABALHADORES E NÃO TRABALHADORES DE CURSOS TÉCNICOS EM ENFERMAGEM FRENTE METODOLOGIA ATIVA

Autores: Pedro de Oliveira Nogueira, Fabrício Sidnei da Silva

Apresentação: Para exercer a enfermagem é necessário a adequação às rápidas transformações do mundo do trabalho. Os estudantes devem preparar-se para se desenvolverem como profissionais tecnicamente competentes, com perfil crítico, reflexivo, ético e humanista, aptos para trabalharem em equipe e com responsabilidade social. Este é um desafio enfrentado pelas instituições de ensino no Brasil, pois para isso, o estudante deve ser estimulado a construir seu conhecimento por meio de um processo que o instigue a sair da posição de receptor passivo da informação a fim de tornar-se parte de uma equipe de forma colaborativa. Para isso a metodologia ativa tem favorecido satisfatoriamente a autonomia do aluno. E o Team Based Learning (TBL) é uma estratégia pedagógica centrada na aprendizagem de adultos em propor aos alunos atividades que gerem discussão e reforcem o trabalho individual e em equipe estimulando os estudantes a aplicarem o conhecimento adquirido para solucionar problemas contextualizados na atividade profissional. São objetivos do estudo, avaliar os estudantes, trabalhadores e não trabalhadores, do curso técnico em enfermagem sobre a metodologia ativa Team Based Learing (TBL), correlacionando sua percepção e seu desempenho individual. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, transversal, prospectivo, de campo, de análise quantitativa. Foi realizado em uma escola particular de ensino técnico, localizada no município de São Paulo. A amostra foi realizada por alunos do curso técnico em Enfermagem, matriculados no 1º semestre de 2017, no 1º ano. Para a coleta dos dados, foram utilizados dois instrumentos: o primeiro caracterizou o participante quanto aos aspectos sociodemográficos e preparação prévia de estudo para a sessão de TBL e o segundo constituído por um questionário validado denominado Avaliação da Percepção dos Alunos do Método TBL (APATBL). As características dos respondentes, suas notas na avaliação de desempenho referente à aula TBL, assim como as questões e pontuações obtidas com o instrumento APATBL foram descritos para a amostra total, utilizando médias, desvios padrões, medianas e quartis para as variáveis quantitativas e frequências absolutas e relativas para as variáveis categóricas. A distribuição das variáveis quantitativas foi avaliada por gráficos boxplot, histogramas e de comparação de quartis. Para comparação da percepção nos diferentes domínios e da nota na avaliação da aula entre os alunos trabalhadores ou não, foram utilizados os testes t de Student para grupos independentes ou testes não paramétricos de Mann-Whitney, a depender da distribuição amostral observada. Quanto à relação entre percepção ou nota e a quantidade de horas gastas com outras atividades não remuneradas foram utilizados os coeficientes de correlação de Spearman e Pearson. As análises foram realizadas com o pacote estatístico R e será considerado o nível de significância 5%. A pesquisa foi realizada atendendo a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional da Saúde. As sessões de TBL aconteceram nos dias 19, 20 e 22 de junho do ano de 2017 na Unidade Paulista. Optou-se por incluir somente essa unidade para garantir a fidedignidade e equidade dos dados evitando possíveis inconsistências tais como professores diferentes e unidades diferentes, fatores que poderiam influenciar na percepção do aluno sobre a metodologia. Tomou-se também o cuidado em realizar um treinamento prévio de 8 horas na metodologia TBL para capacitarmos os docentes para aplicarem o TBL. As salas utilizadas também já eram padronizadas no formato TBL, com mesas e cadeiras que acomodavam adequadamente os grupos de até 8 alunos sentados em cada grupo. Resultado: Os alunos pesquisados possuíam de 17 a 57 anos com mediana de 22 anos. O sexo feminino representou 84,9% da amostra. A maior parte dos alunos foi composta por solteiros (74,0%) e alunos sem filhos (74,7%). Quanto às atividades exercidas fora o curso técnico em enfermagem o estudo mostrou que 29,3% dos alunos exerciam atividades remuneradas, 14,4% faziam outro curso, com maior prevalência o curso de inglês (47,6%) e 69,2% relataram exercer outras atividades além de estudar ou trabalhar, como praticar exercícios físicos (19,9%), afazeres domésticos (50,0%), atendimento familiar (21,2%), práticas religiosas (29,5%) ou outras atividades (4,1%). O tempo dedicado às atividades remuneradas variou de 5 a 72 horas com média de 36 horas por semana. Para atividades não remuneradas, o tempo dedicado variou de uma a 83 horas com mediana de 10 horas semanais Ao considerar o trajeto, a maioria dos alunos (58,6%) despendia mais de uma hora no deslocamento (tempo médio) de sua casa até a escola, utilizando principalmente metrô e ônibus (55,2%). Quanto ao estudo extraclasse, 37,0% informaram dedicarem-se de uma a duas horas por dia e 25,3% de duas a três horas lendo o material disponibilizado para o TBL com antecedência dois dias. Aproximadamente metade dos alunos não contava com um local específico para estudar (52,1%). Ao considerar apenas os alunos que trabalhavam, que 47,6% estudou o material disponibilizado para o TBL no local de trabalho. Metade deles acreditava que o fato de trabalharem interferiu negativamente no estudo do material do TBL. Quanto ao tempo médio no deslocamento de sua casa até o trabalho todos despendiam até duas horas, sendo que 53,7% deles perdiam até uma hora no deslocamento. Ao comparar alunos trabalhadores, ou seja, que exercem atividades remuneradas ou não em relação a Percepção e o desempenho dos Alunos quanto ao Método TBL não foi detectada nenhuma associação significativa seja ao comparar os grupos que trabalham ou não, ou ao considerar as horas semanais de atividades remuneradas. Considerações finais: A decisão por pesquisar o desempenho de alunos do curso técnico em enfermagem justifica-se, essencialmente, pela carência de estudos que tratam desses futuros profissionais, os quais representam uma parcela expressiva da força de trabalho na área da saúde. A qualidade do ensino oferecido a este grupo é primordial e impacta diretamente nas ações relacionadas à saúde e na segurança do paciente visto que os alunos do curso técnico de enfermagem atuarão diretamente na assistência ao paciente. Nas mudanças ocorridas na recente Reforma no Ensino Médio, sancionada no início de 2017, os estudantes poderão optar por uma formação profissional de nível técnico concomitante ao ensino médio. Tal formação ocorrerá dentro da carga horária do ensino regular e ao final do ensino médio o estudante obterá o diploma do ensino regular e um certificado do ensino técnico. Isso significa que um maior número de estudantes do país optará pelo ensino técnico o que irá requerer especial atenção para este público, tanto por parte dos dirigentes das instituições de ensino quanto por pesquisadores da área da educação, visando a melhoria contínua do processo de ensino e aprendizagem.

7763 PRÁTICAS SIMULADAS: UMA METODOLOGIA ATIVA FUNDAMENTAL NA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE
Caroline Nascimento de Souza, Laís Lopes Gonçalves, João Vitor Nascimento Palaoro, Amélia Toledo da Silva Bauduina, Alessandra Aparecida de Saldes, Ana Paula de Araújo Machado, Italla Maria Pinheiro Bezerra, Jaçamar Aldenora dos Santos

PRÁTICAS SIMULADAS: UMA METODOLOGIA ATIVA FUNDAMENTAL NA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Autores: Caroline Nascimento de Souza, Laís Lopes Gonçalves, João Vitor Nascimento Palaoro, Amélia Toledo da Silva Bauduina, Alessandra Aparecida de Saldes, Ana Paula de Araújo Machado, Italla Maria Pinheiro Bezerra, Jaçamar Aldenora dos Santos

Apresentação: O processo de aprendizado e a forma de transmitir o conhecimento vêm se desenvolvendo ao longo do tempo. Diante desses avanços as instituições de ensino superior perceberam a necessidade de acompanhar este processo, implementando as metodologias ativas como forma de ensino e aprendizagem ao longo da graduação, como por exemplo, as aulas práticas através de simulações realísticas no curso superior na área da saúde. Com isso, o presente estudo tem por objetivo, descrever a importância da metodologia ativa, com ênfase nas práticas simuladas, na formação de profissionais da saúde. Desenvolvimento: Trata-se de uma revisão integrativa realizada nas bases de dados da Scientific Electronic Library Online (SciELO ) durante o mês de janeiro de 2020. Para a busca utilizou-se os descritores baseados no Decs, e assim montou a estratégia de busca: simulação AND educação AND saúde. Os critérios de inclusão na primeira busca foram: Artigos completos disponíveis, idioma português, ano de publicação entre 2015 a 2019. Foram excluídas teses, dissertações e revisões de literatura. Resultado: Foram encontrados 48 artigos, após a aplicação dos critérios de inclusão, restaram 25 artigos, e depois da leitura de títulos e resumos, posteriormente realizando-a de forma completa, resultou-se em um total de 9 artigos analisados. Alguns artigos evidenciaram que, após a graduação, os profissionais da área da saúde recém formados ao serem inseridos no mercado de trabalho, muitas vezes sem vivências práticas, estão expostos a ambientes que exigem do profissional conhecimento e destreza técnica para lidar com situações complexas, e muitas vezes por não ter tido a experiência com práticas simuladas na academia, o profissional detém uma grande parcela de culpa nas ocorrências relacionadas a eventos adversos. As metodologias ativas como as práticas simuladas, garantem ao longo da formação desses profissionais a vivência prática de situações complexas, através de simulações realísticas em ambientes livres de risco, permitindo ao discente viver a experiência prática da saúde, dando a ele a possibilidade de cometer erros, como parte do processo de aprendizado, sem quaisquer ônus para os beneficiários do sistema de saúde e para sí mesmo.  Considerações finais: As práticas simuladas são metodologias ativas fundamentais na formação superior dos profissionais da área da saúde, pois permite que o aluno pratique técnicas e procedimentos complexos, amparado por professores capacitados que darão a ele todo apoio, e dessa forma, o futuro profissional terá um embasamento técnico e cientifico capaz de lhe permitir por em prática todo o conhecimento adquirido de forma eficaz, proporcionando assim, um cuidado sólido sem que aconteçam quaisquer dados aos usuários do sistema de saúde.

8043 METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA FORMAÇÃO DE DOULAS
Juliana Candido Pinto, Adriane das Neves Silva

METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA FORMAÇÃO DE DOULAS

Autores: Juliana Candido Pinto, Adriane das Neves Silva

Apresentação: O trabalho da doula oferece suporte físico e emocional contínuos para pessoas gestantes durante todo o ciclo gravídico puerperal. Esse trabalho consiste em oferecer apoio informacional durante toda a gestação, suporte físico através massagens, técnicas de respiração, posicionamento e outros métodos não farmacológicos para alívio da dor nos processos de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato e apoio emocional, através de uma escuta ativa e empática e acolhimento durante toda a gestação, parto e puerpério. A formação de Doulas no Brasil ocorre, em sua maioria, em cursos livres privados ministrados por Doulas experientes. A parceria da Associação de Doulas do Estado do Rio de Janeiro (ADoulasRJ) com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) da Fiocruz, está realizando o Curso de Qualificação Profissional de Doulas, que se encontra na sua segunda edição. Objetivo: Formar Doulas através de uma perspectiva crítica e reflexiva, utilizando metodologias ativas de ensino-aprendizagem. Desenvolvimento: O Curso de Qualificação Profissional de Doulas parceria ADoulasRJ e EPSJV/Fiocruz, prevê a utilização de metodologias ativas de ensino aprendizagem, visando uma formação crítica e reflexiva, que mude a realidade e fortaleça o SUS. Sendo assim, a experiência de facilitar a aula sobre Antropologia do Parto e Nascimento e Processo Histórico de Humanização do Parto e Nascimento no Brasil e no mundo utilizando essas metodologias é parte do Projeto de Intervenção construído como trabalho de conclusão do curso de Especialização em Ativação de Processos de Mudança na Formação Superior de Profissionais de Saúde ENSP/Fiocruz. As 35 alunas do curso foram convidadas a escrever seus relatos de parto e/ou de nascimento, que deveriam conter o ano, local, se rede pública ou privada, via de nascimento, presença de acompanhante, intervenções e como foi a experiência de quem pariu. Estes breves relatos foram compartilhados e foi feito um quadro com as informações desde os anos 1970 até os anos 2010. A partir deste quadro, as alunas foram construindo ideias a respeito das mudanças na assistência obstétrica. Em seguida, foi iniciada uma contação de histórias sobre o tema da aula, agregando com as reflexões das alunas e utilizando perguntas disparadoras para construir um conceito de realidade obstétrica que este coletivo acredita, a partir do que a história do parto e nascimento conta. Resultado: As alunas participaram ativamente de todo processo, desde a pesquisa prévia de suas histórias de parto e nascimento, até a construção de todos os conceitos sobre o tema abordado, relatando a importância de conhecer, entender e refletir sobre os processos que nos trouxeram até aqui, além de construir um caminho de mudança de realidade para o que está por vir. Considerações finais: O processo de ativação de mudanças disparado pelas metodologias ativas, tanto para quem facilita as aulas, quanto para quem está em posição de aluno se mostra transformador de realidades e perspectivas e, sobretudo, capaz de mobilizar mudanças individual e coletivamente em busca de uma formação e atuação de Doulas que seja mais crítica e revolucionária da realidade.

8309 EFEITO DA INTRODUÇÃO DE UM MIX DE METODOLOGIAS ATIVAS NA PRÁTICA DE ESCULTURA DENTÁRIA NO CURSO DE ODONTOLOGIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO JOSÉ
Fernanda Nunes de Souza, Riva Marques Campos, Antônia Cristiane Fernandez, Rudá França Moreira, Polyana Vivian Vieira Leite, Andrea Lanzillotti Cardoso, Armando Hayassy

EFEITO DA INTRODUÇÃO DE UM MIX DE METODOLOGIAS ATIVAS NA PRÁTICA DE ESCULTURA DENTÁRIA NO CURSO DE ODONTOLOGIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO JOSÉ

Autores: Fernanda Nunes de Souza, Riva Marques Campos, Antônia Cristiane Fernandez, Rudá França Moreira, Polyana Vivian Vieira Leite, Andrea Lanzillotti Cardoso, Armando Hayassy

Apresentação: O ensino de Odontologia no Brasil tem apresentado diversas mudanças, dentre as quais a contínua introdução de novas tecnologias de ensino, determinando que novas pesquisas científicas sobre sua eficácia sejam realizadas. Este trabalho avalia o efeito da introdução de um mix das metodologias ativas sala de aula invertida, dinâmicas de grupos e método híbrido aplicados ao aprendizado de princípios de escultura dentária do elemento 47 por estudantes de terceiro período do curso de Odontologia, do Centro Universitário São José, Rio de Janeiro, Brasil. Participaram deste estudo 135 estudantes, sendo 59 do primeiro semestre de 2019 (Grupo 1) e 76 do segundo semestre (Grupo 2) em dois momentos distintos: Etapa I: Aula prática e Etapa II: Prova prática. O grupo 1 participou de aula expositiva e as dúvidas foram resolvidas em sala de aula antes das práticas, o grupo 2  teve acesso à um Ambiente Virtual de Aprendizagem, com acesso à vídeos, livros, listas de exercícios e artigos sobre os temas lecionados em aulas pelo método sala de aula invertida, dinâmicas de grupos, seguidos das práticas. Foram utilizados dez critérios avaliativos: 1Vista Vestibular - altura das cúspides; 2 Localização das Bossas; 3 Inclinação da coroa; 4 Localização dos Sulcos; 5 Proporção das cúspides; 6 rebordos proximais; 7 Posição dos vértices das cúspides; 8 Vista vestibular - Convergência cervical; 9 Vista oclusal - Convergência Distal e Lingual; 10 Contorno vertentes externas. Tais critérios somavam dois pontos na avaliação continuada (AC). Caso todas as características fossem corretamente evidenciadas na escultura (Satisfatório), foi somado em cada criterio 0,2 na AC e zero quando não fossem evidenciadas na escultura (Insatisfatório). A participação nas atividades propostas somou 1 ponto na AC. No Grupo I na Etapa I o conjunto de dentes avaliados apresentou como resultado insatisfatório para os critérios 1 e 8. No Grupo I na Etapa II o resultado insatisfatório obteve maior valor do que os satisfatórios para os critérios 6 e 8. No Grupo 2 etapas I e II, o resultado satisfatório foi maior em todos os critérios. No grupo 1 um total de 24 alunos faltaram a prova e 8 alunos ficaram com nota zero pois erraram todas as faces, enquanto que no grupo 2 houveram 6 faltas e 9 alunos com nota zero. As técnicas ativas de aprendizado influenciaram positivamente e a redução do número de alunos faltosos na prova demonstra maior segurança dos alunos.

8603 METODOLOGIAS ATIVAS NA FORMAÇÃO DO SANITARISTA: A AUTONOMIA COMO PARTE DO APRENDIZADO
Luciana Pereira Colares Leitão, Aline Coutinho Cavalcanti, Ana Cristina Viana Campos, Priscila da Silva Castro

METODOLOGIAS ATIVAS NA FORMAÇÃO DO SANITARISTA: A AUTONOMIA COMO PARTE DO APRENDIZADO

Autores: Luciana Pereira Colares Leitão, Aline Coutinho Cavalcanti, Ana Cristina Viana Campos, Priscila da Silva Castro

Apresentação: A formação acadêmica é uma importante etapa na composição de um profissional. O aprendizado é realizado de forma fluida para que possa ser moldado a realidade de cada aprendiz. As faculdades e universidades estão adaptando-se as mudanças no contexto de ensino, para que se possibilite a formação de profissionais implicados, ético e politicamente com a dinâmica sociocultural da sua região. Propostas que se utilizam de metodologias ativas estão sendo cada vez mais incorporadas nas salas de aula. A formação de profissionais da saúde se espelha nas necessidades da população, sendo importante que o aprendizado nas universidades seja aprofundado conforme os eventos da atualidade. Partindo desta ótica, a disciplina de Seminários Integrados aplicada à graduação em Saúde Coletiva na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) busca uma estratégia de articulação das diferentes áreas do conhecimento numa relação de diálogo entre a sala de aula e a comunidade e busca responder às necessidades de bens e serviços em saúde da sociedade, respeitando e considerando suas pluralidades e especificidades. Desenvolvimento: Visando a formação do sanitarista de forma ativa e plural, foi proposta a realização da disciplina de Seminários Integrados para a turma do 6º semestre da faculdade de Saúde Coletiva da UNIFESSPA, de maneira mais dinâmica, embasando-se no ensino baseado em projetos. A ideia foi construída por quatro docentes do curso, que buscavam a participação, iniciativa e a capacidade de trabalho em equipe dos discentes. A construção de uma jornada acadêmica foi caracterizada por ser o projeto dos alunos, os quais foram divididos em grupos para a construção deste evento. Cada uma das quatro docentes foi responsável por um grupo, sendo assim tutoras neste processo de construção. A temática escolhida para o evento foi “Vulnerabilidade e Saúde”, onde cada grupo de discentes foi incumbido da tarefa de montar uma sessão para a jornada acadêmica. Os alunos ficaram livres para escolher, pesquisar, entender quais seriam os temas que poderiam ser abordados em uma jornada. A dinâmica da disciplina se apresentava por encontros semanais, sem ou com a presença das tutoras, para a organização deste eixo. Os alunos apresentavam estranheza para a forma de avaliação e preparação da proposta, mas não hesitaram em realizá-la. A construção do evento foi realizada no período de um semestre. Cada vez mais envolvidos com as realidades da região sudeste do estado do Pará e com o município de Marabá (campus sede do curso de Saúde Coletiva – UNIFESSPA)  todos os grupos trouxeram as demandas deste local em relação ao tema central (vulnerabilidade e saúde) e foram construindo ideias para a realização do evento, com propostas diferentes e interessantes para sua composição. Buscaram a articulação dos múltiplos fatores que determinam socialmente a saúde e vulnerabilidade da população, sendo os construtores do processo de aprendizado. Apresentaram como produto a realização da II Jornada Acadêmica de Saúde Coletiva (JASC) – Vulnerabilidade em Saúde: Impactos e Reflexões. O evento ocorreu no município de Marabá, no campus I da UNIFESSPA. Cada grupo, a partir da percepção da realidade local e a necessidade de abordar temas imponentes para a comunidade construíram as seguintes sessões: [i] Os contextos sociais de vulnerabilidade na saúde da população de Marabá; [ii] Vulnerabilidade de crianças e adolescentes frente a vida sexual; [iii] As interfaces da saúde coletiva abordando saúde e saneamento em Marabá/PA e [iv] Tenda do saber: a realidade dos moradores de rua no município de Marabá. Resultado: O evento envolveu diferentes abordagens sobre o tema de vulnerabilidade e saúde durante três turnos. Houve a participação dos alunos na ornamentação do auditório e montagem da “tenda do saber”, na construção do coffee break, organização dos horários de cada palestrante e recepção dos ouvintes, assim como a montagem de cada turno (manhã, tarde e noite). Para a realização do evento construímos relações de parceria com instituições públicas, como Ministério Público Estadual, CREAS, CTA, Polícia Civil do estado; organizações não governamentais – ONGSemear, Pastoral da Criança, Grupo de mulheres Arco Iris da Justiça; pesquisadores, professores de diferentes faculdades, alunos e profissionais de diversas áreas que contribuíram com palestras e conversas de grande importância para a região sudeste do estado do Pará. Temas como o abuso de crianças e adolescentes, a realidade da mulher marabaense, pessoas em situação de rua e crianças que vivem sem saneamento básico foram alguns dos destaques do dia. Um sanitarista, formado pela UNIFESSPA, encerrou a última rodada de palestras com uma fala sobre a importância do saneamento básico e que este é um direito de todos, mostrando a importância do sanitarista como assegurador de que toda a população, independente de classe, raça, gênero têm o direito a atenção integral, universal e equânime. A interação do público foi outro importante ponto a ser destacado durante o evento, os mediadores (que eram discentes do curso de saúde coletiva) conseguiram conduzir de forma objetiva, calma e organizada as perguntas e discussões entre o público e os debatedores. Após o evento e em retorno a sala de aula, os alunos puderam expressar, em uma roda de conversa, suas perspectivas sobre a disciplina, a proposta e o evento. De maneira os geral os alunos aprovaram a metodologia utilizada, relataram que sentiram dificuldades durante a adaptação à proposta, mas que o auxílio das tutoras permitiu uma melhor condução das atividades. Os discentes apontaram a importância do tema central e que todas as palestras, debates, interações foram relevantes e necessárias para a condução do evento, apresentaram também um sentimento de honradez pelo trabalho realizado e que a autonomia gerada os permitiram criar e aprender, de maneira diversa, o evento como um todo. Considerações finais: Em geral, a metodologia aplicada a disciplina obteve uma importante aceitação dos alunos sendo passível de ser realizada em outros momentos. A temática apresentada no evento foi triunfal para a integração dos alunos. A relevância destas metodologias na formação de um sanitarista é percebida pela capacidade de gerar autonomia nos discentes, perspicácia e compreensão da realidade na qual estão inseridos, interagindo com diferentes públicos e entendendo a pluralidade das situações. Partindo-se dos temas apresentados no evento, foi possível observar como os futuros sanitaristas que compunham a disciplina são importantes peças para a região, embasados no compromisso profissional, acadêmico e social para a construção e manutenção da equidade e integralidade da saúde.

8613 O DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIAS ATIVAS EM SERVIÇOS DE SAÚDE E O DESAFIO DE PROMOVER TRAJETÓRIAS FORMATIVAS PARA EFETIVAR A INTEGRALIDADE
Claudia Mara Pedrosa, Amanda Kellen Pereira da Silva

O DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIAS ATIVAS EM SERVIÇOS DE SAÚDE E O DESAFIO DE PROMOVER TRAJETÓRIAS FORMATIVAS PARA EFETIVAR A INTEGRALIDADE

Autores: Claudia Mara Pedrosa, Amanda Kellen Pereira da Silva

Apresentação: Este relato de experiência reflexivo apresenta os resultados de um Projeto de Extensão piloto, que agregou desenvolvimento de metodologias ativas aplicadas aos serviços de saúde. O projeto  “As mudanças na formação dos profissionais de saúde e a construção de processos educacionais para implementação do currículo integrado” teve como objetivo trabalhar as diferentes dimensões da integralidade no campo da formação e da inovação metodológicas, pautado pela necessidade de redimensionar o currículo dos cursos da saúde para a realidade dos/as estudante, profissionais e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A partir do movimento de reorientação curricular nos espaços do Núcleo de Docentes Estruturantes (NDE) do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências da Saúde  foram propostas a elaboração pelos/as estudantes de diferentes cursos da saúde a elaboração de tecnologias inovadoras de formação para apoiar a promoção da integralidade no SUS. Foram assim, elaboradas diferentes módulos de metodologias ativas que posteriormente foram aplicadas durante atividade de extensão interprofissional. Foram desenvolvidas atividades em conjunto com três disciplinas, de diferentes semestres, do curso de Saúde Coletiva: Planejamento em Saúde, Saúde Familiar/ Modelos de Saúde e Práticas Integradas em Saúde Coletiva 2. Nessa integração buscou-se trabalhar com a orientação em forma de tutoria com egressas do curso, o que promoveu o compartilhamento de saberes. O acolhimento foi o principal eixo desenvolvido nas três disciplinas, que apoiadas na metodologia ativa,  levaram para os espaços dos serviços de saúde - uma Unidade Básica de Saúde e para o Hospital Universitário - a importância de construir as práticas de saúde a partir da necessidades dos/as usuários/as. Foram envolvidos 48 estudantes das três disciplinas e as atividades foram sempre acompanhadas pelas tutoras e docentes do curso, que inicialmente apresentavam o território a dinâmica da rede local. Os/as estudantes participantes  revelaram que o uso das metodologias ativas e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras  para estarem em serviços e junto a comunidade, fomentou maior envolvimento e motivação nas atividades discentes. Além disso, relataram conseguir integrar com mais significados os conhecimentos científicos adquiridos em sala de aula às singularidades presentes naquela comunidade. A análise do material produzido permitiu identificar que o desenvolvimento dos processos formativos  inovadores em serviços e comunidades contribuem para fortalecer a extensão para formação acadêmica e profissional; incentivar o compartilhamento interprofissionais de saberes com a comunidade, trabalhar e consolidar os princípios da integralidade nos diferentes eixos curriculares e no cotidiano do cuidado.

8643 METODOLOGIA ATIVA NO ENSINO DE ENFERMAGEM EM TERAPIA INTENSIVA:RELATO DE EXPERIÊNCIA
Emillia C. Gonçalves dos Santos, Yasmin Saba de Almeida, Ana Beatriz Iannuzzi Nora, Rafael Dos Santos Costa, Boaz Ramos De Avellar Júnior, Luciano Godinho Almuinha Ramos, Mauro Leonardo Salvador Caldeira dos Santos

METODOLOGIA ATIVA NO ENSINO DE ENFERMAGEM EM TERAPIA INTENSIVA:RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Emillia C. Gonçalves dos Santos, Yasmin Saba de Almeida, Ana Beatriz Iannuzzi Nora, Rafael Dos Santos Costa, Boaz Ramos De Avellar Júnior, Luciano Godinho Almuinha Ramos, Mauro Leonardo Salvador Caldeira dos Santos

Apresentação: O Processo de Enfermagem é uma tecnologia leve-dura que contribui para alicerçar uma sistemática da profissão enquanto Ciência do Cuidado. Não obstante ao incremento no numero de vagas em UTIs para pacientes adultos, especialmente na região norte do Brasil, na prática clínica diária ainda se observa falta de disponibilidade de leitos. Como corolário da problemática supracitada, a entrada de acadêmicos nestas unidades ainda é extremamente limitada principalmente quando se trata de um setor onde a equipe de enfermeiros é terceirizada. Este fato corrobora para a formação de enfermeiros inseguros frente aos cuidados primordiais referentes a um individuo criticamente enfermo, que só será suprida mais tardiamente caso o enfermeiro, após graduado, possuir interesse na área. Nesse cenário, foi desenvolvido um projeto curricular de extensão designado Liga de Terapia Intensiva. A motivação para o desenvolvimento da referida pesquisa-ação caracterizada como atividade de extensão surgiu no momento em que, nos ensinos clínicos hospitalares, observou-se receio e insegurança na abordagem dos acadêmicos frente aos pacientes de maior complexidade mesmo quanto estavam, por algum motivo, na unidade de internação. Por meio de um contato progressivo e monitorado por professores com experiência na área, entende-se ser possível minimizar riscos de negligência, imperícia e imprudência no exercício profissional dos futuros enfermeiros, tendo em vista a Política Nacional de Segurança do Paciente que em seu documento referência cita, entre vários outros temas importantes, a necessidade de evitar a má conexão de tubos e cateteres, promover a administração segura de hemocomponentes e o uso seguro na utilização de tecnologia, situações estas corriqueiras em UTIs. O contato de enfermeiros com os estudantes promove integração de experiências e estimula o interesse da pesquisa em cuidados intensivos bem como desenvolve de um corpo de conhecimentos de Enfermagem intensivista. Dessa maneira, propicia para além da prática clínica crítica e reflexiva, uma identidade profissional em enfermagem de cuidados críticos. A clientela, foco principal, é beneficiada pela assistência altamente qualificada de enfermeiros e professores especialistas, bem como acadêmicos comprometidos com a excelência do padrão assistencial de Enfermagem às pessoas criticamente enfermas. A pesquisa possui por objetivos:propiciar vivências que possibilitem a desmistificação dos cuidados de Enfermagem prestados ao paciente grave, de forma a despertar o interesse de qualificação específica; Estimular troca de conhecimentos entre enfermeiros do serviço e acadêmicos envolvidos no projeto; Auxiliar a construção de instrumentos de registro específicos para o paciente crítico no âmbito do Processo de Enfermagem. Desenvolvimento: A partir da aprovação de atividade curricular de extensão no âmbito universitário e da carta de aceite da unidade hospitalar, foi estruturada metodologia com abordagem de pesquisa-ação (PA), sendo esta conceituada como toda tentativa continuada, sistemática e empiricamente fundamentada de aprimorar a prática. Insere-se dentro da abordagem qualitativa como um modelo de investigação teórico que se empenha em promover a participação ativa dos outsiders no processo de pesquisa, vinculando-os e vinculando-se com a transformação direta do fenômeno estudado. Partindo-se desta premissa, cinco estudantes foram selecionados por meio de avaliação escrita e entrevista a fim de realizar plantões semanais com acompanhamento de um professor e/ou enfermeiro da unidade. Constituíram-se como pré-requisitos que todas as unidades curriculares básicas,Enfermagem Fundamental e Enfermagem Clínica e Cirúrgica tivessem sido cursadas com aproveitamento e que o estudante dispusesse de tempo para o desenvolvimento do projeto. As atividades foram documentadas em relatórios mensais estruturados com roteiro objetivo-subjetivo durante seis meses, totalizando432h, sendo288horas de atividades práticas (plantões) e144horas de atividades acadêmicas. Os procedimentos de ensino-pesquisa-extensão foram em parceria com a gerência de Enfermagem, enfermeiros do setor e coordenação do projeto. O planejamento fora estruturado por meio de metodologia problematizadora (MP)-Arco de Maguerez (AM). A neurociência e a psicologia cognitiva já comprovaram que fatos e conceitos são mais facilmente recordados e mobilizados quando ensinados, praticados e avaliados no contexto em que são utilizados – o que demanda uma reconfiguração das situações e dos cenários de ensino-aprendizagem disponibilizados para os discentes em sua formação. O ensino segundo o método do arco (arco de Magueréz) deve ser organizado e desenvolvido a partir da realidade ou de um recorte da realidade. Em vista disso, foram incluídas as seguintes fases (que não são estanques e podem sobrepor-se): Fase I)Inserção dos estudantes e diagnóstico situacional-1ªetapa observação da realidade; 2ªetapa determinação de pontos-chave; Fase II)Instrução de acadêmicos/enfermeiros e discussão de casos:3ªetapa teorização; 4ªetapa hipóteses de solução; Fase III)Planejamento e desenvolvimento de instrumentos de registro específicos:5ªetapa aplicação prática a realidade, em que se analisa a aplicabilidade das hipóteses, planejando a execução das ações e posteriormente colocando-as em prática. Resultado: Na Fase I os estudantes foram apresentados aos funcionários e equipe, ambientados quanto à área física, instalações, materiais, equipamentos e familiarizados com o trabalho do enfermeiro intensivista. Conheceram protocolos de preparo de leito e de admissão - transferência - óbito. Desta maneira, procedeu-se o exercício 1ª e 2ª etapa(observação da realidade e determinação de pontos-chave) preconizada pela metodologia problematizadora do arco de Magueréz. Ato contínuo, aprofundaram-se na fisiopatologia dos agravos prevalentes e no processo de cuidar do paciente crítico. Foram desenvolvidas reuniões semanais(6h)de discussão clínica na unidade de terapia intensiva e no centro de estudos do hospital(Fase II), caracterizando-se a 3ª etapa(teorização)e a 4ª etapa(hipóteses de solução) sugeridas pela metodologia de ensino do arco de Magueréz. Na Fase III, traçou-se um perfil simplificado da população assistida (aspectos sócio-demográficos e motivo da internação na UTI). Foi realizada uma análise da realidade em que os enfermeiros e estudantes estavam inseridos(dimensionamento de pessoal, disponibilidade de insumos)bem como um levantamento dos diagnósticos de Enfermagem mais frequentes baseados nas situações-problema, associados ao levantamento de literatura, propiciando um ciclo acadêmico e um ciclo da ação inter-relacionados. Foram desenvolvidos preliminarmente instrumentos de registro específicos para o paciente crítico no âmbito do Processo de Enfermagem, contendo títulos diagnósticos e alguns problemas colaborativos para posterior investigação(Risco para aspiração,Risco para integridade da pele prejudicada,Desobstrução ineficaz das vias aéreas, entre outros). A aprendizagem apresentou-se de maneira fluida, desenovelando-se a 4ª etapa(hipóteses de solução) e a 5ª etapa(aplicação prática a realidade). Observou-se que houve o que consideramos o início de um movimento de desmistificação dos cuidados de Enfermagem prestados ao paciente grave. As principais percepções dos estudantes foram verbalizadas em:"reduziu muito da ansiedade que tinha ao cuidar do paciente de alta complexidade" e "bastante satisfeito com meu aprendizado na assistência de Enfermagem intensiva". Os graduandos também relataram sobre o alto valor conferido ao aparato tecnológico e a necessidade de estratégias para promover um cuidado extensivo à família do paciente crítico, a serem desenvolvidos em estudos posteriores. Constatou-se a participação dos enfermeiros do setor no processo ensino-aprendizagem dos estudantes por meio de sessões clínicas e passagem de plantão instrutiva. Entretanto, por incompatibilidade de horários, a quase totalidade dos delineamentos iniciais dos conjuntos diagnósticos prevalentes foi desenvolvida pelos acadêmicos e coordenação do projeto, tendo sido sendo esta uma limitação da atividade curricular de extensão. Considerações finais: O relato desencadeia uma reflexão de que a aplicação e a prática de uma educação mais dialógica, amparada em bases da presença de um mediador(professor/enfermeiro do serviço)e considerando bases de conhecimento e do saber pode colaborar para a formação de profissionais mais humanos, mais solidários e próximos das realidades e pessoas com as quais possivelmente atuarão. A inserção dos graduandos de Enfermagem para aprendizado orientado em unidades de alta complexidade por meio da Metodologia da problematização com Arco de Magueréz é factível, sendo a prática colaborativa entre enfermeiros primordial para esta finalidade. A consolidação de sistemática efetiva de cuidado é necessária e viável; instrumentos de registro específicos para o paciente crítico no âmbito do Processo de Enfermagem são uma mais-valia para auxiliar esse percurso. Contudo, faz-se necessária maior participação dos enfermeiros plantonistas nesse transcurso.

8849 USO DE METODOLOGIA ATIVA PARA ENTENDER O FUNCIONAMENTO DA REDE CEGONHA PELOS DISCENTES DE MEDICINA
Alexandra Pereira Lucena, Natasha Maranhão Vieira Rodrigues, Carla Grisolia, Eva Rita Ribeiro Medeiros Maia, Júlia Fialho Cauduro, Maysa Rodrigues de Farias, Rômulo Geisel Santos Medeiros, Celsa da Silva Moura Souza

USO DE METODOLOGIA ATIVA PARA ENTENDER O FUNCIONAMENTO DA REDE CEGONHA PELOS DISCENTES DE MEDICINA

Autores: Alexandra Pereira Lucena, Natasha Maranhão Vieira Rodrigues, Carla Grisolia, Eva Rita Ribeiro Medeiros Maia, Júlia Fialho Cauduro, Maysa Rodrigues de Farias, Rômulo Geisel Santos Medeiros, Celsa da Silva Moura Souza

Apresentação:  Com o intuito de promover a qualidade no cuidado ao parto e ao puerpério, implantou-se a Rede Cegonha para atender mulheres, gestantes, puérperas e crianças. Apesar dessa estratégia contribuir com a redução da mortalidade materno-infantil, algumas diretrizes apresentam entraves nas estruturas físicas e interprofissional. Nesse contexto, faz-se importante o contato com a rede durante a formação, a fim de acrescentar a vivência ao aprendizado dos alunos, além de abrir margem a concepções de mudanças nessa realidade. Objetivo: Usar ferramenta de ensino para entender o funcionamento da Rede Cegonha pelos discentes de medicina. Desenvolvimento: A vivência dos graduandos ocorreu durante aulas práticas que consistiram em vários cenários em instituições que atendem aos critérios da rede cegonha. Para cada prática foram elaborados três roteiros referentes ao nível de complexidade do local, e voltado a um público alvo dentre profissionais, usuários e gestores. Por meio das informações colhidas, os acadêmicos elaboraram uma apresentação com a finalidade de compartilhar a experiência e informações adquiridas com os preceptores, colegas de curso e autoridades representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (SEMSA). Tal material permitiu assimilar diferentes perspectivas e realidades dentro da rede cegonha, além de compreender a importância do trabalho multiprofissional para melhorar   a qualidade ao pré-natal. Sendo possível compreender o protagonismo da atenção primária do início ao termino do pré-natal, proporcionando, o princípio de longitudinalidade e integralidade do SUS. Resultado: Os discentes desenvolveram uma análise crítica em todas as visitas. O contato com diversas perspectivas amplia a forma de entender as estratégias da rede cegonha e o SUS. Foram analisadas as dificuldades de profissionais e usuários da rede, inclusive sobre o tempo de espera para o parto, perda de informação de usuárias no sistema, uso da caderneta da gestante como forma de esclarecer dúvidas e organizar o acompanhamento. Outro fato, é o contato direto com a gestão a partir do compartilhamento com representantes da SEMSA, permitindo uma troca de informações que visa à melhoria da rede. Em virtude disso, o uso contínuo de ocitocina para acelerar o parto, o alto índice de cesáreas e a ausência da logística de transporte prevista pela rede tiveram destaque como pauta. Considerações finais: O uso de roteiros padronizados conforme a necessidade do local visitado se mostrou eficaz para compreender a rede, permitindo ao acadêmico um papel ativo e questionador perante o aprendizado de um programa importante para se inserir na atenção básica após a conclusão de sua formação. Ademais, a identificação dos problemas de execução da rede e as enfrentadas pelos profissionais dela, assim como a tentativa de formular soluções, estende o olhar do acadêmico para além da teoria e o prepara para um dia assumir o papel de agente e participante ativo da rede.

9024 O USO DE METODOLOGIAS ATIVAS COMO FACILITADORAS DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA EMPATIA NO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM – UMA ABORDAGEM SOCIOPOÉTICA
Helga Rocha Pitta P Figueiredo, Claudia Mara Melo Tavares

O USO DE METODOLOGIAS ATIVAS COMO FACILITADORAS DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA EMPATIA NO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM – UMA ABORDAGEM SOCIOPOÉTICA

Autores: Helga Rocha Pitta P Figueiredo, Claudia Mara Melo Tavares

Apresentação: Nos Brasil dos últimos anos houve um consistente esforço para reorganizar e incentivar a atenção básica, como estratégia de substituição do modelo tradicional de organização do cuidado em saúde, historicamente centrado na doença e no atendimento hospitalar. Em 1994, foi implantado o Programa Saúde da Família (PSF), mais tardiamente renomeado como Estratégia de Saúde da Família (ESF), que visava o estabelecimento de uma atenção básica resolutiva e de qualidade, reafirmando os princípios constitucionais estabelecidos para o Sistema Único de Saúde (SUS), na medida em que se busca, por meio desta atenção, reforçar a universalidade do acesso, da equidade e da integralidade das ações ¹. Posteriormente em 2003, a Política Nacional de Humanização (PNH) busca trazer mudanças nos modos de cuidar, trazendo o conceito de clínica ampliada, uma ferramenta teórica e prática que busca contribuir para uma abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, valorizando a singularidade do sujeito e a complexidade do processo saúde/doença, utilizando recursos que permitam enriquecimento dos diagnósticos, entre eles a percepção dos afetos produzidos na relação entre profissional de saúde e paciente ². Reconhecendo a necessidade da formação de profissionais preocupados com o cuidado humanizado, atualmente, discussões apontam para a utilização de novas práticas pedagógicas e as instituições de ensino superior têm sido estimuladas a reconstruir seu papel social e valorizar a qualidade da assistência no trabalho em saúde, adotando tais inovações ³. Diante de toda esta movimentação em busca da formação de futuros enfermeiros comprometidos com a humanização da assistência ainda destacamos o pensamento de autores como Takaki e Sant’ana (2011), que afirmam que a enfermagem é conceituada como a arte de cuidar, e neste sentido, a empatia habilidade essencial do cuidar, constitui-se um componente fundamental do tratamento dispensado por este profissional ao cliente 4. Objetivo: Compreender o que interfere no processo de aprendizagem que diferencie a motivação do aluno no desenvolvimento da empatia com o paciente. Citar o que a literatura debate sobre o ensino da empatia na graduação. Propor uma abordagem metodológica que colabore com o aprimoramento do ensino da aprendizagem de competências empáticas na formação do enfermeiro. Método: Trata-se de estudo qualitativo, descritivo, com abordagem sociopoética. A escolha pela pesquisa qualitativa decorre do desejo de investigar a subjetividade de cada um dos sujeitos envolvidos na pesquisa. Para Minayo (2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis 5. Já a Sociopoética como uma prática filosófica tem por objetivo a produção de conceitos sobre os temas e problemas que mobilizam os grupos com os quais trabalha. Assim, em grupo, utilizando, em suas pesquisas, técnicas artísticas e o corpo todo para produzir conceitos, a Sociopoética também acredita que usar apenas a razão na pesquisa é reduzir a capacidade de criação, de invenção no ato de conhecer. Com relação ao seu corpo teórico, a sociopoética fundamenta-se nos seguintes princípios: o grupo pesquisador como dispositivo; a importância do corpo como fonte de conhecimento; o papel da criatividade de tipo artística no aprender, no conhecer e no pesquisar; a ênfase no sentido ético no processo de construção dos saberes 6. Os participantes do estudo serão estudantes do curso de graduação em enfermagem. Os critérios para inclusão dos participantes será: discentes do 7° e 8°, (pois já cursaram a maior parte das disciplinas teóricas e práticas da graduação, portanto acredita-se que estes tenham uma maior experimentação na utilização das metodologias ativas ofertadas. Outro critério será a escolha por alunos regularmente matriculados no curso, e que também aceitem participar da pesquisa assinando o termo de consentimento livre e esclarecido. Como critério de exclusão estabeleceu-se que os alunos dos mesmos períodos que não concordarem em praticar ou que porventura estiverem matriculados em outro período da graduação que não os mencionados. Não se optou por convidar para a pesquisa graduandos dos dois últimos semestres da graduação (9º e 10º) pois estes por já estarem em campos de estágio distintos, atuado todos os dias da semana, teríamos dificuldades relacionadas à escolha e marcação das datas e horários de agendamento das etapas de produção dos dados. Serão então organizados três grupos onde para cada, será ofertada uma estratégia metodológica diferenciada com intuito de observar se alguma destas se apresenta como facilitadora no desenvolvimento do domínio da empatia nestes discentes. Antes desta etapa, vale ressaltar que a pesquisa será submetida à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal Fluminense - UFF e da IES coparticipante da pesquisa. A posteriori, o tratamento e a análise dos dados coletados durante as oficinas realizadas com os grupos, serão trabalhados e categorizados de acordo com a temática. Para atender a necessidade da pesquisa, utilizaremos como campo de estudo uma instituição de ensino superior (IES) particular, do município do Rio de Janeiro. A escolha deste local vai de encontro a oportunidade de estar inserida no quadro de docentes ativos desta IES e no desejo de contribuir na criação de estratégias que possam ser implementadas para a melhoria da educação e a posteriori da assistência, no que tange aos aspectos emocionais e especificamente empáticos na formação do enfermeiro, nesta instituição. A proposta de pesquisa será apresentada ao Programa de Pós-graduação do Mestrado Profissional em Ensino na Saúde Formação Docente Interdisciplinar para o SUS, da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa (EEAAC)- Universidade Federal Fluminense (UFF) Campus Niterói, linha de Pesquisa: Formação pedagógica em Saúde, esse projeto de pesquisa será submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal Fluminense. Resultado: Esperados Acredita-se que esse estudo contribua com a formação de enfermeiros para atuarem na Atenção Primária à Saúde, com pensamento crítico-reflexivo e empático para compreensão e resolutividade dos problemas dos usuários do SUS. Como  produto dessa pesquisa almeja-se propor um estratégia de abordagem metodológica  que colabora com o aprimoramento do ensino da aprendizagem de competências empáticas na formação do enfermeiro.

9272 JÚRI SIMULADO COMO METODOLOGIA ATIVA NA DISCIPLINA DE DEONTOLOGIA FARMACÊUTICA DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA DA UFF
MONIQUE ARAÚJO DE BRITO, Benedito Carlos Cordeiro

JÚRI SIMULADO COMO METODOLOGIA ATIVA NA DISCIPLINA DE DEONTOLOGIA FARMACÊUTICA DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA DA UFF

Autores: MONIQUE ARAÚJO DE BRITO, Benedito Carlos Cordeiro

Apresentação: As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) mais recentes do Curso de Graduação em Farmácia recomendam a utilização de metodologias ativas de ensino na organização e desenvolvimento do Curso – centradas na aprendizagem do estudante. Nesse sentido, desde 2014 os Conselhos de Farmácia, Federal e Regionais, estimulam o uso dessas estratégias em sala de aula. Várias são as metodologias ativas que podem ser empregadas como estratégias de ensino-aprendizagem, entre eles a produção de mapas conceituais, portfólio reflexivo, aprendizagem baseada em equipe e júri simulado. O objetivo desse relato é descrever uma aula na disciplina de Deontologia Farmacêutica em que foi utilizada a estratégia de júri simulado. O tema escolhido para o debate foi a Prescrição Farmacêutica – ato pelo qual o farmacêutico seleciona e documenta terapias farmacológicas e não farmacológicas, e outras intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente, visando à promoção, proteção e recuperação da saúde, e à prevenção de doenças e de outros problemas de saúde. Os estudantes foram separados em grupos a favor e contra a prescrição (sete alunos em cada) e os juízes (três alunos). A professora assumiu a função de atuar como mediadora, organizando o tempo e estruturando as contribuições dos grupos. A atividade de júri simulado possibilitou o aprofundamento no tema da Resolução CFF 586 de 2013, visto que os alunos tiveram que pesquisar e estabelecer relações para apresentar argumentos a favor ou contra a Prescrição Farmacêutica. O debate foi bastante acalorado e sério e eles tiveram direito a réplica e tréplica. Os grupos mostraram-se envolvidos nos seus respectivos lados (a favor ou contra a prescrição). No final da atividade, que durou cerca de 90 minutos, os juízes leram o parecer favorável à prescrição farmacêutica por dois votos contra um. A atividade permitiu a discussão de um tema muito importante e atual para o farmacêutico, e o desenvolvimento de habilidades argumentativas por parte dos estudantes, já que expor e refutar seus argumentos faz parte da metodologia da prática.

9275 APRENDIZAGEM BASEADA EM EQUIPE (TBL) COMO METODOLOGIA ATIVA EM DISCIPLINAS DO CURRÍCULO FARMACÊUTICO DA FACULDADE DE FARMÁCIA DA UFF
Benedito Carlos Cordeiro, MONIQUE ARAÚJO DE BRITO

APRENDIZAGEM BASEADA EM EQUIPE (TBL) COMO METODOLOGIA ATIVA EM DISCIPLINAS DO CURRÍCULO FARMACÊUTICO DA FACULDADE DE FARMÁCIA DA UFF

Autores: Benedito Carlos Cordeiro, MONIQUE ARAÚJO DE BRITO

Apresentação: As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) mais recentes do Curso de Graduação em Farmácia recomendam a utilização de metodologias ativas de ensino na organização e desenvolvimento do Curso – centradas na aprendizagem do estudante. Nesse sentido, desde 2014 os Conselhos de Farmácia, Federal e Regionais, estimulam o uso dessas metodologias em sala de aula. Várias são as metodologias ativas que podem ser empregadas como estratégias de ensino-aprendizagem, entre eles a produção de mapas conceituais, portfólio reflexivo, Grupo de Verbalização X Grupo de Observação (GVxGO), aprendizagem baseada em equipe (Team-based learning, TBL) e júri simulado. O TBL é uma estratégia instrucional desenvolvida para cursos de administração nos anos 1970, por Larry Michaelsen, direcionada para grandes classes de estudantes. Pode ser usado para grupos com mais de 100 estudantes e turmas menores, com até 25 alunos. O objetivo desse relato é descrever a utilização do TBL como ferramenta de avaliação nas disciplinas de Gestão da Terapia Medicamentosa e de Deontologia Farmacêutica do curso de Graduação em Farmácia e na disciplina de Políticas de Saúde do curso de Pós-Graduação em Gestão e Administração da Assistência Farmacêutica (GAFAR), ambas na Faculdade de Farmácia da UFF. A metodologia envolve o estudo do conteúdo previamente selecionado e encaminhado aos alunos pelos professores, uma a duas semanas antes do encontro presencial. No dia da prática os alunos individualmente respondem às questões preparadas e entregam aos professores para correção. Os professores corrigem, separa-os em grupos de 3, 4 ou 5 estudantes com níveis diferentes de conhecimento e eles refazem as questões, discutindo seus conteúdos. Como temas de questões na disciplina de Gestão da Terapia Medicamentosa tivemos a Dispensação farmacêutica e o Seguimento farmacoterapêutico. Na disciplina de Deontologia Farmacêutica escolhemos a Lei nº 6.437, de 1977, que configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas e dá outras providências. Para a disciplina de Políticas de Saúde do GAFAR utlizamos a Lei orgânica do SUS, Lei 8.080, de 1990 e o Farmacêutico na atenção primária. O TBL destaca-se como um método pedagógico muito útil para implementar o pensamento crítico. A metodologia centrada no aluno e a interação em grupo foram boas oportunidades para uma prática direcionada à resolução de problemas. Acreditamos na importância de proporcionar estímulos ao pensamento, tanto individualmente, quanto coletivamente, ao mesmo tempo em que deixamos de nos centrarmos em aulas apenas expositivas, em que os alunos ficam passivos em relação ao seu aprendizado. Os estudantes comentaram que a utilização do trabalho em equipe foi muito favorável à satisfação para aprender, à motivação para estudar e ao aprendizado, e que o preferem à uma aula expositiva tradicional. O TBL tem se mostrado uma técnica efetiva para o desenvolvimento profissional e do pensamento crítico. Com feedbacks constantes, permite o aprendizado significativo e avaliação voltada à melhoria do desempenho, além de estimular atividades que requeiram o trabalho em grupo, cada vez mais importante no mercado de trabalho atual.

9278 A METODOLOGIA ATIVA COMO INSTRUMENTO LÚDICO PARA A CONSOLIDAÇÃO DO APRENDIZADO DE ESTUDANTES DE MEDICINA
Ana Beatriz Caze, Ana Beatriz Anjos, Luiz Felippe Vago, Claudia Bacelar

A METODOLOGIA ATIVA COMO INSTRUMENTO LÚDICO PARA A CONSOLIDAÇÃO DO APRENDIZADO DE ESTUDANTES DE MEDICINA

Autores: Ana Beatriz Caze, Ana Beatriz Anjos, Luiz Felippe Vago, Claudia Bacelar

Apresentação: As novas Diretrizes Curriculares do Curso de Graduação em Medicina instituem a implementação da metodologia ativa, bem como uma formação humanista. Visa-se, assim, a capacitação de discentes aptos a atuar efetivamente na solidificação de conhecimentos, desconstruindo a verticalização do aprendizado. Nesse contexto, o componente Ética e Conhecimento Humanístico I, constante na grade curricular da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia, tem como prática pedagógica o que chama de atividade lúdica-cultural. Desse modo, objetiva instigar nos estudantes reflexões no que tange o respeito ético ao ser humano e a compreensão de suas individualidades. Esse trabalho foi desenvolvido sob o tema geral o respeito ao cadáver e como tema específico o vilipêndio ao cadáver. Para abordar esse tópico, optou-se pela apresentação de uma peça em estilo musical. Em um primeiro momento, foram realizadas pesquisas acerca do assunto e de sua relevância no cotidiano dos profissionais da saúde. Posteriormente, foi elaborado um roteiro e o trabalho foi apresentado para a turma de Medicina. A inserção de metodologias ativas no componente se mostrou eficiente, haja vista que atribuiu ao aluno o papel de compartilhar o conhecimento aprendido de uma forma tanto descontraída quanto didática.  Cabe salientar ainda que a abordagem lúdica do conteúdo permitiu expandir a criatividade dos alunos, os quais se mostraram empenhados em demonstrar a importância do conteúdo em situações próprias da arte médica. Assim, tal prática pedagógica, além de estimular o desenvolvimento do aprendizado, pode promover uma compreensão da importância da ética, contribuindo para uma formação humanística do futuro egresso das escolas médicas.

9901 METODOLOGIA ATIVA: UMA CONTRIBUIÇÃO DO DOCENTE DE ENFERMAGEM PARA UMA APRENDIZAGEM COLABORATIVA
Mônica Virgínia Silva, Simone Fátima Azevedo, Natania Candeira dos Santos, Claudia Messias

METODOLOGIA ATIVA: UMA CONTRIBUIÇÃO DO DOCENTE DE ENFERMAGEM PARA UMA APRENDIZAGEM COLABORATIVA

Autores: Mônica Virgínia Silva, Simone Fátima Azevedo, Natania Candeira dos Santos, Claudia Messias

Apresentação: No processo evolutivo humano e na busca pela sobrevivência, houve uma tendência natural em descobrir novas formas de subsistência. Para tal, o homem desenvolveu estratégias de comunicação atreladas à tecnologia o que veio contribuir com o processo de aprendizagem no decorrer do tempo. No contexto educativo as demandas exigiram adequações das instituições de ensino em seus projetos pedagógicos e organizacionais para formação de profissionais fundamentados no modelo de competências em uma educação com perfil reflexivo, resolutivo e humanizado para processo de aprender para cuidar. Além disso, a expansão das tecnologias digitais contribuiu para um movimento intenso de acesso a informações a espaços diferenciados gerando uma convergência entre o cenário virtual e espaço físico, o que vem facilitar o processo de ensino aprendizagem no que se refere à interação entre docente e discente. Ainda convém lembrar que o docente deve estar preparado para esse contexto entendendo e explorando as diversificadas metodologias para uma abordagem efetiva, trazendo o estudante para um total envolvimento dentro do processo de aprendizagem e que esta se torne significativa. É imprescindível ressaltar que este processo de mudança vem acompanhado pelo engajamento do docente no que se refere à ampliação do repertório em bases teórico científicas para soluções dos problemas cotidianos em sala de aula, em que, através da metodologia ativa, torna o estudante protagonista na aprendizagem, considerando o ritmo de cada um. A atividade foi realizada devida mudança no plano de curso da instituição. Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência vivenciada pela Enfermeira Docente, na Disciplina de Anatomia, do Curso Técnico de Enfermagem. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo tipo relato de experiência de um curso técnico em enfermagem na cidade de Petrópolis, região serrana do estado Rio de Janeiro, com turmas nos períodos diurno e noturno. Para este estudo foi utilizada uma turma do período noturno com 36 estudantes, tendo em vista a necessidade de mudanças no método de ensino frente às dificuldades de assimilação dos conteúdos teóricos na disciplina de Anatomia e Fisiologia Humana. Assim, partindo do princípio de que os alunos do período noturno estão trabalhando durante o dia, e, portanto, aparentam e relatam cansaço e dificuldade na aprendizagem das referidas disciplinas, chegou-se à conclusão de que o uso da metodologia tradicional com exposição oral e projeção de imagens se mostrava insuficiente. Dessa maneira, como o colégio estava em processo de elaboração da nova matriz curricular com propostas de aprendizagem pela ação com uso de metodologias ativas, foi formulada junto à instituição e estudantes à construção de protótipos das estruturas microscópicas dos sistemas orgânicos a partir de estudo prévio e discussão em sala de aula com mediação do Enfermeiro docente. Ademais, a instituição, a partir de planejamento atual por sua matriz curricular, auxiliou no desenvolvimento de rodas de conversas para discussão sobre o processo de trabalho, bem como o uso de materiais recicláveis na construção dos protótipos, tendo em vista um compromisso junto aos docentes e estudantes com o meio ambiente. Nesse sentido elaborou-se a nova estratégia de ensino dentro da organização curricular com padrões de execuções e nos saberes que permeiam o processo de aprendizagem, são: o saber conhecer: relativos aos conceitos, normas, leis para uma prática critico reflexiva; o saber fazer: são as habilidades e destrezas; o saber ser: são as atitudes e valores que envolvem o desenvolvimento das ações. Foi proposta aos estudantes a construção de protótipos das estruturas microscópicas dos sistemas orgânicos a partir de um estudo prévio, discussão em sala de aula sob a mediação do enfermeiro docente. Apesar de esta experiência estar acontecendo com a turma noturna, a turma diurna também estava com atividades de metodologias ativas. No que tange a aplicação da metodologia, houve uma organização para as atividades ancoradas no planejamento anual de acordo da matriz curricular da instituição. Houve uma preocupação com os insumos utilizados para a elaboração das atividades e não replicação da atividade dos estudantes do período diurno. Resultado e/ou Resultado: Foi possível evidenciar que o uso das metodologias ativas tornou a aprendizagem mais facilitada, com melhor aprofundamento dos conhecimentos e domínio dos conteúdos teóricos ao desenvolverem os produtos finais, que consistiram em sistemas do corpo humano, sendo estes: sistema esquelético e muscular com suas células específicas; sistema cardiovascular com a fisiologia da atividade elétrica cardíaca; sistema nervoso com atividade das células nervosas; sistema reprodutor feminino, com a fecundação. Além disso, um momento de percepção de grande envolvimento e entusiasmo se deu quando um grupo específico demonstrou o desejo de produzir um simulador de microscópio, demonstrando que ao mudar a forma de abordagem a partir da instituição e docente, o estudante toma o conhecimento para si como forma de pertencimento. Constatou-se a participação dos estudantes com integração, autonomia e resolutividade dos problemas apresentados o que resultou em melhora na assimilação dos conteúdos. Houve ainda durante a Semana de Enfermagem uma exposição promovida pela escola e aberta à comunidade, bem como aos alunos de graduação, onde os estudantes puderam expor os trabalhos produzidos, momento em que os mesmos puderam vivenciar sua contribuição social a partir da estimulação do conhecimento. Além disso, o produto contribuiu para aplicação de situações de aprendizagem em turmas e disciplinas posteriores como aulas introdutórias de revisão dos sistemas orgânicos. Apesar do curto período para realização de atividades tão intensas, pode-se observar a mudança significativa nos estudantes, e com a transição da matriz curricular vigente para a nova matriz, foi evidente a aceitação dos alunos ao primeiro contato com a nova abordagem ao realizarem uma auto-avaliarão da aprendizagem com feedback positivo. A adoção da metodologia ativa como proposta para agregar conhecimentos e estimular a participação dos estudantes sempre esteve presente no contexto da instituição, porém exigiu dos docentes preparo e imersão nos conhecimentos para uma nova tendência de mercado. Com isso o professor torna-se um mediador ao ajudar, motivar e engajar o estudante na construção do seu conhecimento através de projetos significativos. Considerações finais: Em virtude do que foi mencionado, conclui-se que há uma trilha a se percorrer no que diz respeito ao processo de ensino em uma sociedade que vive em constante transformação. A formação permanente dos docentes faz-se necessária para acompanhar as transformações diárias de um mundo conectado onde as informações constituem uma constante na vida dos nossos estudantes. Com isso o professor torna-se um mediador ao ajudar, motivar e engajar o estudante na construção do seu conhecimento através de projetos significativos. Espera-se que haja um engajamento de equipes multidisciplinares para busca constante de estratégias inovadoras, no ensino em saúde frente aos desafios diários fortalecendo as boas práticas para um cuidado efetivo, e que esta atividade que foi realizada seja um incentivo para continuidade na utilização de novas metodologias, com perspectiva de auxiliar na maneira mais positiva a vivencia dos alunos em sala de aula.

9915 CURRÍCULO INTEGRADO E METODOLOGIAS ATIVAS NA ÁREA DA SAÚDE SÃO SUFICIENTES PARA TRANSFORMAR?
Mariana Arcuri, Simone Rodrigues, Verônica Santos Albuquerque

CURRÍCULO INTEGRADO E METODOLOGIAS ATIVAS NA ÁREA DA SAÚDE SÃO SUFICIENTES PARA TRANSFORMAR?

Autores: Mariana Arcuri, Simone Rodrigues, Verônica Santos Albuquerque

Apresentação: Os programas de reorientação da formação PROMED e PRO-SAÚDE foram importantes iniciativas de mudança curricular na formação médica e das demais profissões da área da saúde e estimularam escolas a repensar suas práticas e inovar. Em nossa Instituição, tanto um programa de reorientação da formação, quanto outro foram catalisadores de transformação nos cursos de medicina, enfermagem e odontologia. No trajeto de reestruturação curricular dos cursos da área da saúde adotaram-se currículos integrados que tinham como objetivo aproximar a teoria da prática no âmbito da prática profissional no, pelo e para o mundo do trabalho. A utilização de metodologias ativas de ensino-aprendizagem, um dos alicerces de nossa mudança, centrou-se na implantação de PBL e problematização. Atualmente, é possível encontrar “metodologias ativas de ensino-aprendizagem” como expressão recorrente nas Diretrizes Curriculares Nacionais evidenciando uma tendência ainda atual de pensar permanentemente a necessidade de se fazer diferente a formação de profissionais de saúde. Entretanto, integrar currículo e aplicar metodologias ativas de ensino-aprendizagem são capazes de transformar a formação de profissionais de saúde em direção às reais necessidades do SUS? Não é. E, como entendemos que a troca de experiências, dos sucessos e das fragilidades nos percursos acadêmicos de mudança curricular são mais potentes se utilizados como casos traçadores e discutidos com a comunidade acadêmico-científica da área se apresenta neste trabalho o relato de experiência do trajeto percorrido pela mudança curricular e seus anos de prática, com a análise crítica de seus avanços e inoperâncias. Nossa experiência com a implantação de currículos integrados em medicina, odontologia e enfermagem pode contribuir para a reflexão sobre o caminho da formação dos profissionais de saúde e os pontos fortes e frágeis de focar em estruturas curriculares e metodologias sem evidenciar desde um princípio o papel central da avaliação e do protagonismo docente/preceptor. O curso de medicina foi incentivado a rever suas práticas pedagógicas e pensar na necessária qualificação da formação médica em nossa escola. Com a aprovação do projeto pelo PROMED, realizou-se a implantação de um currículo integrado no curso de medicina, com a aprendizagem sendo norteada de maneira central e aglutinadora das atividades pela tutoria, com a prática de Aprendizagem Baseada em Problemas – ABP. Seguido pelo PROSAÚDE, os cursos de enfermagem e odontologia também reestruturaram suas matrizes curriculares e os pressupostos do Projeto Pedagógico de Curso. Currículos completamente integrados, norteados por competências dialógicas e seus atributos (cognitivos, psicomotores e afetivos) substituíram os currículos tradicionais e disciplinares. O conhecimento, antes organizado de forma disciplinar, foi desmembrado em objetivos de aprendizagem e repensado para fortalecer os principais atributos formadores de competências para a prática profissional e, a cada semestre, agrupados a partir de um tema central, nos diferentes períodos. Podemos dizer que os currículos passaram a atuar com a concepção de uma ampla integração teoria-prática e que a inexistência de disciplinas forçou o entrosamento dos diferentes nichos de conhecimentos na direção da resolução de “problemas”. A ABP foi a metodologia ativa escolhida para orientar os processos de ensino dos conhecimentos fundamentais durante os primeiros anos de graduação no curso de medicina, enquanto no curso de enfermagem, pareceu ser a problematização mais adequada para a realidade da formação a época. A presença da integração ensino-trabalho (o IETC) nos cursos, como eixo norteador e distribuído longitudinalmente na matriz curricular também norteou a formação, a partir do princípio do aprender a ser profissional da saúde no mundo do trabalho. Entretanto, sabe-se, agora claramente, que mudança de currículo não é sinônimo de mudança de práticas – nem docentes nem dos estudantes. A resistência dos professores a mudar seus padrões de trabalho e sair de zona de conforto foi barreira e em menor grau, continua sendo. Por sua vez, os estudantes não aprendem por osmose a serem protagonistas de seu processo de aprendizagem e tampouco estão acostumados a corresponsabilizar-se pelos seus fracassos. Será esse modelo curricular adequado para o perfil de estudantes que chegam a nossas escolas? Pergunta rapidamente um professor que se vê incomodamente adaptado a seu papel de tutor do PBL. Percebe-se assim, com n outros exemplos, que a negociação de uma mudança curricular é constante e difícil em escolas que já tinham tradição de ensino. Há outros fatores tão importantes quanto este em jogo. A forma como as competências são traduzidas em conhecimentos, habilidades e atitudes determina parte do sucesso ou fracasso da formação. Como questão complexa que é, a educação de profissionais de saúde, sua formação, não depende apenas de mudar opção curricular, de rever princípios ou mesmo de rescrever um projeto pedagógico de curso. Além disso, tão importante quanto a mudança curricular é a mudança nas práticas avaliativas. A discussão dos princípios avaliativos é fundamentalmente importante. Uma avaliação estruturada em função da aprendizagem, porém também focada na produção e acompanhamento de resultados no desempenho dos estudantes, do curso e da própria escola é condição efetiva para o sucesso. Ademais e ultrapassando a questão envolvida nas diferenças e papéis das avaliações formativas e somativas, sentimos falta de identificar claramente os objetivos e finalidades dos processos avaliativos. De orientar e acompanhar o professor, de analisar sua prática e rever processos. A integração curricular também não é suficiente para garantir o protagonismo do desenvolvimento das competências comuns ou colaborativas. Dos três currículos integrados existentes, nenhum deles conversa entre si ou pratica espaços de interprofissionalidade – o PET-SAÚDE nos impulsiona nessa mudança. Percebe-se que a aposta em currículos não disciplinares para a melhoria da formação de profissionais de saúde é um acerto se comparados os avanços alcançados nestes, com currículos tradicionais na própria IES. Um egresso mais consciente de seu protagonismo nos serviços de saúde, com maior iniciativa, maior experiência em cenários reais de saúde são alguns dos retornos que se recebem, além da manutenção do índice de aprovação em residências médicas, por exemplo. Entretanto, uma das mudanças mais importantes continua sendo a do paradigma docente. O docente, independente do nome que passe a ter – professor, tutor, instrutor, preceptor entre outros – precisa ser aquele que entende como único e insubstituível cada encontro com um ou um grupo de estudantes e que sustente o encontro em duplo protagonismo real, interessado genuinamente no processo de ensino-aprendizagem, questionando mais que respondendo e incentivando cada passo alcançado. Além disso, aposta-se que currículos da área da saúde, independentemente da escolha metodológica que fizemos, precisam conversar. O mais importante é a intencionalidade da formação e o estabelecimento de princípios sólidos e coerentes com o perfil de egresso que as DCN preconizam e também com o perfil profissional que o mercado de trabalho anseia. Currículo integrado e metodologias ativas morrem na praia da formação de profissionais de saúde sem a onda de uma avaliação qualificada a favor da aprendizagem, temperados por uma atuação docente comprometida.