421: Vigilância em saúde
Debatedor: Alan Teixeira
Data: 31/10/2020    Local: Sala 09 - Rodas de Conversa    Horário: 10:30 - 12:30
ID Título do Trabalho/Autores
5892 DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM DE PÊNFIGO VULGAR: ESTUDO DE CASO
Priscila Rodrigues Tavares, Ana Carolina Campos Correa, Caroline Martins Melo, Jullyanna Barbara Silva da Silva, Marília Martins dos Santos, Thais Scerni Antunes, Maria do Perpetuo Socorro Sampaio Medeiros, Armando Sequeira Penela

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM DE PÊNFIGO VULGAR: ESTUDO DE CASO

Autores: Priscila Rodrigues Tavares, Ana Carolina Campos Correa, Caroline Martins Melo, Jullyanna Barbara Silva da Silva, Marília Martins dos Santos, Thais Scerni Antunes, Maria do Perpetuo Socorro Sampaio Medeiros, Armando Sequeira Penela

Apresentação: O pênfigo vulgar é uma doença autoimune que atinge o tecido cutâneo e a mucosa e corrobora ao surgimento de bolhas no interior da epiderme, que ao se romperem causam dor e desconforto no indivíduo (CUNHA, R. C.; BARRAVIERA, S. R. C. S., 2008). Segundo Silva e Bernardes (2018), no pênfigo vulgar a separação de células da epiderme ocorre na camada basal, podendo acometer a pele e as mucosas, enquanto no pênfigo foliáceo essa separação ocorre na camada granulosa subcórnea. Sendo assim, a Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE) envolve cinco etapas cíclicas: o histórico, diagnóstico, prescrição, implementação e evolução (POTTER, 2013). Objetivo: Conhecer a doença para poder aplicar o diagnóstico de enfermagem levando em consideração a Teoria das Necessidades Humanas Básicas Afetadas (NHBA). Método: Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva com abordagem qualitativa, realizada em um hospital público da Região metropolitana I, onde foi assistido o paciente acometido do Pênfigo. Além disso, foi baseado na “Metodologia da Problematização pelo Arco de Maguerez”, na qual consiste em 5 etapas: observação da realidade, levantamento de pontos-chaves, teorização, hipóteses de solução e aplicação a realidade . Resultado: Na observação da realidade, foi utilizada a primeira etapa da SAE, por meio da entrevista semiestruturada houve o levantamento do histórico do paciente, desde os primeiros sinais e sintomas da doença até a presente situação. Na etapa seguinte, ocorreu o levantamento dos pontos chaves e pôde vislumbrar tanto a debilidade na atenção primária a saúde quanto o difícil acesso a atenção terciária, e, com isso, banaliza-se a integralidade. Em seguida, realizou-se a teorização por meio de pesquisas e estudos em artigos científicos e livros. Na busca por hipóteses de solução foi decidido realizar uma ação voltada para os profissionais de enfermagem. E, com isso, as acadêmicas distribuirão uma cartilha voltada a equipe de enfermagem do hospital, a qual orienta no diagnóstico e tratamento, além dos cuidados de enfermagem. Ademais, será disponibilizado o estudo de caso. Considerações finais: Por se tratar de uma doença insólita torna-se difícil o diagnóstico médico, necessitando de elevada sapiência para o reconhecimento clínico e laboratorial. Porém esta doença não compromete as necessidades básicas afetadas do paciente, sendo a Enfermagem essencial na prestação de cuidados, é imprescindível a aplicação da Teoria Necessidades Humanas Básicas (NHB), pois para Maslow (1943) o completo bem estar do ser humano, se faz necessária a manutenção das Necessidades Humanas Básicas. 

5996 VALIDAÇÃO CLÍNICA DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM “RISCO DE HIPOTERMIA PERIOPERATÓRIA”
MONIQUE ALVES MENDES, Thalita Gomes do Carmo, Paula Vanessa Peclat Flores

VALIDAÇÃO CLÍNICA DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM “RISCO DE HIPOTERMIA PERIOPERATÓRIA”

Autores: MONIQUE ALVES MENDES, Thalita Gomes do Carmo, Paula Vanessa Peclat Flores

Apresentação: O diagnóstico de enfermagem ‘Risco de hipotermia perioperatória’ foi aprovado em 2013 e revisado em 2017 na NANDA-I, sendo aprovado e publicado em diversos países e línguas do mundo. Com isso, a importância de aprofundar a comprovação da validade do diagnóstico a prática clínica de enfermagem, comparando diferentes locais, participantes ou intervenções, ao especificar meios de medida da efetividade e eficácia, dos custos relacionados a possíveis complicações à saúde por causa da hipotermia perioperatória. O Diagnóstico de enfermagem “Risco de hipotermia perioperatória” (2013, 2017, nível de evidência 2.1) tem como definição “suscetibilidade a uma queda inadvertida na temperatura corporal central abaixo de 36°C, que ocorre no período entre 1 hora antes até 24 horas após cirurgia, que pode comprometer a saúde”. Além disso, o diagnóstico tem como fatores de risco, ou seja, fatores determinantes para o aumento do risco: “Baixa temperatura ambiental; Transferência excessiva de calor por condução; Transferência excessiva de calor por convexão; Transferência excessiva de calor por radiação”. Logo, é um diagnóstico que permite pensar em classificar pacientes com ou sem risco, antevendo complicações, possibilitando intervir precocemente, estimar prevalências e incidências. Possui como população de risco: “Baixa temperatura no pré-operatório ( 36°C); Baixo peso corporal; Escore de classificação do estado físico da American Society of Anesthesiologists (ASA) gt; 1”. Tornando-se um diagnóstico que busca um pensamento em medidas preventivas antes, durante e depois do ato cirúrgico, onde o paciente estará mais propenso a apresentar o risco de hipotermia pela probabilidade dos riscos determinantes da população de risco. É importante que os enfermeiros estejam alertas aos fatores demográficos (exemplo: idade, sexo) e fatores cirúrgicos (exemplo: tipo de cirurgia). Além disso, as anemias, sepses e mortalidades pós-operatórias são fatores significantemente associados a hipotermia. Com isso, os enfermeiros perioperatórios devem entender os fatores de risco e complicações associadas a hipotermia perioperatória com o intuito de desenvolver e testar iniciativas baseadas em evidências, melhorando o atendimento e promovendo melhores resultados dos pacientes. Como condições associadas, se apresentam: “Anestesia local e geral combinadas; Complicações cardiovasculares; Neuropatia diabética; Procedimento cirúrgico”. Deste modo, delineou-se como problemas de pesquisa: Qual a ocorrência do Diagnóstico de enfermagem Risco de hipotermia perioperatória em pacientes cirúrgicos atendidos no Hospital Universitário Antônio Pedro? Quais Fatores de Risco são determinantes e aumentam o risco para hipotermia perioperatória? O aprofundamento dessas questões tem a finalidade de melhor entender o diagnóstico e sua influência na recuperação dos pacientes pós cirúrgicos. E, principalmente, contribuir para efetiva implementação de cuidados de qualidade, como influenciador na diminuição dos custos em saúde e na recuperação plena dos pacientes. Por meio de um estudo de validação se comprova a existência de um indicador/fator determinante do diagnóstico, analisa-se de certa forma a construção de características que melhor definem as manifestações clínicas existentes, os fatores contribuintes causais daquele diagnóstico, e os fatores de risco predisponentes do fenômeno, incentiva-se assim, a prática de Enfermagem Baseada em Evidências. Objetivo Geral: Identificar a ocorrência e os fatores de risco determinantes para o desenvolvimento do Diagnóstico de Enfermagem Risco de Hipotermia Perioperatória. Objetivo: Específicos: Identificar na população amostral a incidência do Diagnóstico de Enfermagem de Risco de hipotermia perioperatória. Evidenciar os fatores de risco mais comumente encontrados na população em estudo. Verificar a associação dos fatores de risco relacionados do diagnóstico de enfermagem “Risco de hipotermia perioperatória” relacionados com o desfecho de hipotermia perioperatória de pacientes no pós-operatório. E, estimar a magnitude do efeito de fatores de risco para a ocorrência Diagnóstico de Enfermagem Risco hipotermia perioperatória que levaram à ocorrência da hipotermia perioperatória em pacientes submetidos a cirurgias eletivas. Método: Trata-se de um estudo de validação clínica do diagnóstico de enfermagem Risco de Hipotermia perioperatória do tipo clínico-causal, baseado no método epidemiológico de Coorte de exposição. A pesquisa será realizada no Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Durante a primeira etapa será feita uma revisão integrativa da literatura para analisar conceitualmente o diagnóstico de enfermagem e para auxiliar na construção do instrumento de coleta de dados. Em seguida será realizada uma validação clínica do diagnóstico, para constatação do seu comportamento e de seus fatores de risco na prática clínica do enfermeiro.  Posteriormente será necessário realizar a inferência diagnóstica. Somente após desta análise para inferência da presença ou ausência do diagnóstico de Risco de hipotermia, é que será possível realizar a análise clínico-causal, para detecção da magnitude dos fatores de risco do diagnóstico em questão. Resultado: Esperados: Presume-se que os dados desta pesquisa levem a rejeição da hipótese nula, em favor da hipótese alternativa, confirmando com significância as evidências de que existe associação entre o diagnóstico de enfermagem risco de hipotermia perioperatória e os fatores de risco da NANDA-I e os determinados pela literatura. Considerações finais: Estima-se que a cada ano 63 milhões de pessoas sejam submetidas a tratamentos cirúrgicos devido a injúrias traumáticas, outras 10 milhões de operações sejam realizados por complicações relacionadas à gravidez e mais 31 milhões para tratar malignidades. E, muito embora os procedimentos tenham a intenção de salvar vidas, falhas no processo de assistência cirúrgica podem causar danos consideráveis, ressaltando que cerca de metade deles poderiam ser evitáveis, cabendo a equipe de cuidados perioperatório melhorarem a comunicação e reduzir os danos ao paciente. A assistência cirúrgica vem sendo um componente essencial da assistência em saúde pelo mundo por quase um século. À medida que as incidências de injúrias traumáticas, cânceres e doenças cardiovasculares continuem a aumentar o impacto da intervenção cirúrgica nos sistemas de saúde pública também crescerá. Entretanto a falta de acesso à assistência cirúrgica de alta qualidade continua sendo um problema significativo, ainda que as intervenções cirúrgicas possam ser rentáveis no que diz respeito a vidas salvas e incapacidades evitadas. A prevenção e tratamento da hipotermia é de extrema importância para impedir um grande aumento da morbidade relacionada a eventos cardíacos adversos, infecção do sítio cirúrgico, prejuízos na função plaquetária, alteração no metabolismo de proteínas, alteração no metabolismo de fármacos, variações nos níveis séricos de potássio, vasoconstrição periférica, redução da tensão de oxigênio subcutâneo, anormalidades da coagulação, entre outros prejuízos. É indispensável que o enfermeiro se atente aos sinais de hipotermia, garantindo evitar diversos prejuízos a saúde do paciente e principalmente o desconforto térmico, sendo considerado pelos pacientes cirúrgicos como a pior sensação durante as recuperações pós anestésicas.

5997 VIVÊNCIAS NO PROCESSO DE ACOLHIMENTO DE UM CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO DURANTE O PROJETO “VIVA A VIDA” OCORRIDO EM SANTARÉM (PA)RÁ
Vanessa Kemilly Gomes Lima, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Adjanny Estela Santos de Souza, Dalva e Silva Martins

VIVÊNCIAS NO PROCESSO DE ACOLHIMENTO DE UM CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO DURANTE O PROJETO “VIVA A VIDA” OCORRIDO EM SANTARÉM (PA)RÁ

Autores: Vanessa Kemilly Gomes Lima, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Adjanny Estela Santos de Souza, Dalva e Silva Martins

Apresentação: O Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), é um serviço de saúde ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que atua no incentivo da adoção de medidas preventivas, assim como na ampliação do acesso ao diagnóstico e tratamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), tendo características essenciais como o sigilo e a gratuidade. Bem como, universalidade e equidade respeitando os direitos humanos e da diversidade sociocultural, essencialmente no que tange à diversidade étnica, de raça e cor, de orientação sexual e religiosa, às questões de gênero e ao uso de drogas. Assim, promovendo o acolhimento de todos os usuários que vão em busca dos serviços, tendo em vista a privacidade e a ética, e respeitando as diferenças. O CTA Estadual de SANTARÉM (PA), está presente em diversas ações sociais a fim de ampliar os atendimentos a população, e com isso, oferecer serviços com a realização de testes rápidos, acolhimento e aconselhamento, com o intuito de esclarecer quaisquer dúvidas e sensibilizar quanto a necessidade do diagnóstico e os benefícios da adesão ao tratamento, proporcionando a promoção da saúde do paciente e de seus parceiros. As ações comunitárias de saúde servem também para aproximar a população destes serviços ofertados nas unidades de saúde, visto que muitas vezes as pessoas acabam não os procurando rotineiramente. O Projeto “Viva a Viva”, criado pelo Sistema Tapajós de Comunicação (STC), tem como objetivo combater a violência e o tráfico de drogas, bem como ofertar em diversos bairros de Santarém, ações de cidadania em áreas, como saúde, expedição de documentos, serviços de beleza e formação profissional, além de realizar palestras com o foco na valorização da família. Neste contexto, o projeto tem parcerias com instituições públicas e privadas, dentre elas, universidades, cujos estudantes participam auxiliando no atendimento da população, tendo assim, uma experiência prática quanto a atuação da sua área profissional. Em meio a todos os serviços oferecidos na execução do “Viva a Vida”, destaca-se a cooperação de profissionais e estudantes da área da saúde atuando juntamente com o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), na qual este estava oferecendo orientações, esclarecimento de dúvidas e disponibilizando a realização de  testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites B e C.  Este trabalho tem como objetivo descrever a experiência durante o acolhimento de um Centro de Testagem e Aconselhamento em uma ação comunitária ocorrida em Santarém - PA. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, vivenciado por acadêmicas do curso de Enfermagem, em uma ação comunitária ocorrida em SANTARÉM (PA), no dia 27 de agosto de 2019. Inicialmente a professora orientadora realizou instruções em sala de aula acerca da abordagem a ser realizada, que consistia em: aproximação cautelosa junto a população, respeito a possível recusa, incentivo a realização do teste, principalmente com os usuários do sexo masculino devido ao alto índice de recusa, além disso, foi enfatizado a faixa etária mínima para a realização dos testes, bem como, possíveis informações a mães que procurassem esse tipo de atendimento para seus filhos menores que a faixa etária preconizada. Após essas orientações, as acadêmicas foram direcionadas junto aos demais discentes para a realização do acolhimento baseado em uma apresentação prévia de identificação pessoal e dos serviços oferecidos pelo CTA, e após a aceitação, foi feito o preenchimento de um formulário com perguntas fechadas, que continha informações pessoais de encaminhamento para a realização dos testes rápidos oferecidos. Resultado: Verificou-se que o acolhimento foi realizado com adolescentes, adultos e idosos, nos quais eram efetivadas as testagens por meio da equipe do CTA. Notou-se também a significativa procura dos jovens para a realização dos testes, manifestando-se estes como o grupo de maior prevalência no processo de acolhimento e testagem. Diante de cada contato para o atendimento, foi possível fazer observações quanto a aceitação ou rejeição, além do pré-julgamento e intolerância por parte da população, bem como a procura e o interesse individual. Vale ressaltar, que a abordagem com os homens no geral ocorreu com certa dificuldade, devido, os mesmos ficarem constrangidos diante da oferta do serviço. Percebeu-se nessa ação, a carência na procura pelos serviços no CTA ou nas Unidades Básicas de Saúde para a realização dos testes rápidos, haja visto, que ainda há um recorrente constrangimento da população para a realização dos testes. Entretanto, durante a ação a procura pelos serviços foi intensa. Assim, essa ação em parceria com o CTA foi impactante positivamente para a população juntamente ao acolhimento, testagens e aconselhamentos realizados por uma equipe qualificada com o apoio com acadêmicos de um curso da área da saúde, pois, são nesses momentos que a população verifica a oportunidade diferenciada em procurar o CTA, consequentemente, sentindo-se mais confortável. Dessa forma, constatou-se que aproximar os discentes da comunidade favorece ambas as partes, no crescimento tanto pessoal quanto profissional, possibilitando o contato com a comunidade em um contexto de especificidades próprias culturais. A realização do projeto “Viva a Vida” contribui de forma positiva em vários aspectos para os Santarenos, em relação à saúde, aproximando-os de atendimentos médicos especializados e testes rápidos, como o oferecido. Considerações finais: É perceptível a importância da realização de ações de saúde e parcerias como esta, visto que são nesses momentos que a população tem a oportunidade diferenciada em procurar por esses serviços, visto que diariamente não há essa procura, como esperado. Promovendo assim, o acesso da população em geral, especialmente dos grupos mais vulneráveis, aos serviços, bem como às informações e insumos de prevenção das ISTs, a exemplo dos preservativos masculinos e femininos. Tal atividade também contribuiu para que as acadêmicas pudessem conhecer a população atendida pela atenção básica. Além disso, a vivência oportunizou uma experiência singular fora do seu ambiente acadêmico, acrescentando significativamente em sua formação, haja vista que a ação executada proporcionou novos olhares quanto ao modo de acolher e transmitir confiança ao paciente, com o intuito de realizar um atendimento mais eficaz e positivo para cada pessoa. Ademais, a participação da população demonstrou que esse tipo de ação na comunidade deve ocorrer com maior frequência, propiciando um rastreamento diário em parceria com os agentes comunitários de saúde nas unidades básicas.

6013 PEDREIROS E COVEIROS DE CEMITÉRIO: PERCEPÇÕES DO SENTIDO DO TRABALHO.
Monalisa Rocha de Campos Chaves, Amanda Gabrielly de Carvalho Leão, Vanuza Rosa de Arruda silva, Leonel Alcântara dos Anjos Júnior, Marcos Aurélio Da Silva, Flávio de Macêdo Evangelista

PEDREIROS E COVEIROS DE CEMITÉRIO: PERCEPÇÕES DO SENTIDO DO TRABALHO.

Autores: Monalisa Rocha de Campos Chaves, Amanda Gabrielly de Carvalho Leão, Vanuza Rosa de Arruda silva, Leonel Alcântara dos Anjos Júnior, Marcos Aurélio Da Silva, Flávio de Macêdo Evangelista

Apresentação: No que refere à inclusão do simbólico, do subjetivo, do cotidiano e do contextual na pesquisa epidemiológica, o campo disciplinar preferencial tem sido a antropologia, particularmente seu ramo aplicado às questões da saúde com a finalidade de alcançar uma integração efetiva e orgânica entre a Epidemiologia e a Antropologia e não a mera justaposição, redundância ou cooptação de uma disciplina na outra. Objetivo – Identificar a percepção do sentido do trabalho dos coveiros e pedreiros de cemitério. Método - Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência, elaborado no contexto da disciplina de Eixo Integrador V, ministrada no curso de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Resultado – Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os profissionais de dois cemitérios na Grande Cuiabá - Cemitério do Porto e Cemitério da Piedade - sendo dois interlocutores no do Porto e três no da Piedade. No cemitério do Distrito do Sucuri e do cemitério da Comunidade de Bandeiras, as duas comunidades nas proximidades de Cuiabá, foi entrevistada a esposa de um profissional, sendo essencial para compreendermos a significação de um membro da família diante da profissão desempenhada pelo ente. Ela e os filhos ajudam no dia a dia no cemitério. Na comunidade rural de Laginha, localizada a aproximadamente 50 km da capital, entrevistamos o único coveiro de nosso estudo, do cemitério familiar. Contamos também com duas entrevistas, relatando a experiência de um dia de enterro na zona rural, que tem seus próprios rituais, uma comunidade que fica a 20 km de Jangada. O entrevistado possui sítio na localidade, nasceu e cresceu nessa comunidade, vivenciando a experiência assim como familiares seus que são moradores do local. A outra entrevista é de Rondônia, moradora de zona rural que relata como são feitos os rituais da comunidade baiana localizada na Linha 623, a trinta quilômetros da cidadezinha de Governador Jorge Teixeira, e como são feitos os enterros dos moradores dessa comunidade que são chamados de ‘‘tradicionais’’ por ela. Discussão - Na nossa percepção, trata-se de uma profissão marginalizada, menosprezada. Um tabu. A impressão que tivemos é que eles vestem uma armadura para se sentirem fortes, dizem que é normal o trabalho, mas, percebemos que eles cumprimentam as pessoas que entram no cemitério e quando estas não os respondem abaixam os olhares. Sentem o reflexo da estigmatização da sociedade. Trabalhar com a morte é natural como trabalhar em qualquer outra profissão, no relato deles. Entretanto, quatro deles relatam que após um período desempenhando a função saíram em busca de um novo emprego porque estavam cansados, mas retornaram, após um período que varia de 8 meses a 1 ano e 6 meses, porque não conseguiam lidar com “gente viva” ditando regras a toda hora. No dia a dia, cada um sabe das responsabilidades que necessitam desempenhar, não necessita de alguém ficar mandando a toda hora. Na fala deles, os vivos são os preconceituosos.

6073 AVALIAÇÃO DOS CUIDADOS EM DOENÇAS CRÔNICAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA Á SAÚDE: PERCEPÇÃO DE TRABALHADORES DE SAÚDE E USUÁRIOS
Daniela Arruda Soares Alves, Márcio Galvão Guimarães de Oliveira, Sóstenes Mistro, Clavdia Nicolaevna Kochergin, Vivian Carla Honorato dos Santos Carvalho, Taciana Borges Andrade Cortes, Jéssica Caline Macedo, Davi Rumel

AVALIAÇÃO DOS CUIDADOS EM DOENÇAS CRÔNICAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA Á SAÚDE: PERCEPÇÃO DE TRABALHADORES DE SAÚDE E USUÁRIOS

Autores: Daniela Arruda Soares Alves, Márcio Galvão Guimarães de Oliveira, Sóstenes Mistro, Clavdia Nicolaevna Kochergin, Vivian Carla Honorato dos Santos Carvalho, Taciana Borges Andrade Cortes, Jéssica Caline Macedo, Davi Rumel

Apresentação: As doenças crônicas não transmissíveis como o diabetes e a hipertensão são condições altamente prevalentes, o que reforça a necessidade de integração de ações e serviços de saúde. Da atenção primária à saúde, espera-se a integralidade na promoção da saúde, prevenção de doenças, tratamento e reabilitação, a partir da coordenação do cuidado e do seu ordenamento pela rede de atenção. Assim, objetivou-se avaliar a percepção de profissionais de saúde e usuários com hipertensão e diabetes em relação à qualidade do cuidado voltado para doenças crônicas, em áreas rurais cobertas pela Atenção Primária à Saúde, em Vitória da Conquista, Brasil. Método: Estudo qualitativo realizado em quatro Unidades de Saúde da Família da zona rural, no município de Vitória da Conquista (BA), no período de junho a julho de 2019. Foram realizados seis grupos focais, com proporcionalidade de 10 participantes por grupo, sendo dois com 17 profissionais de saúde e quatro com 34 usuários com diabetes e hipertensão. Foi utilizado um guia de perguntas específicas para os grupos, oriundas de uma matriz analítica. Os discursos foram gravados e analisados através da técnica de análise de conteúdo temática. Foram elencadas duas categorias de análise: aspectos organizacionais e técnico-assistenciais do cuidado em saúde, bem como elementos facilitadores e barreiras relativas às mesmas. Obteve-se suporte financeiro da Medtronic Foundation. Resultado: Quanto aos aspectos organizacionais, os sujeitos referiram problemas estruturais como a baixa cobertura dos serviços dado a condição de grande dispersão espacial dos domicílios, o número crescente de pessoas na área adstrita e a não ampliação concomitante de equipes e a sobrecarga de trabalho das equipes. Relativo à dimensão técnica-assistencial foi apontado o oferecimento de um escopo ampliado de ações relacionadas ao cuidado da diabetes e hipertensão, como imunização, consultas individuais, grupos educacionais e ações intersetoriais em parceria com as escolas. Entre os usuários, prevaleceu a importância atribuída à dispensação de medicamentos e as consultas médicas. Quanto à avaliação dos aspectos que dificultam o cuidado, todos os sujeitos apontaram barreiras de acesso às consultas médicas, exames especializados e a falta de medicamentos. Entre os aspectos facilitadores, os profissionais de saúde relataram a adesão dos usuários às atividades propostas, a inserção dos Agentes Comunitários de Saúde como mediadores das necessidades dos usuários e a participação de médicos nas atividades educacionais em grupo. Entre os usuários, a melhor avaliação foi atribuída ao trabalho realizado pelos Agentes Comunitários de Saúde e a proximidade das unidades de saúde de suas residências. Considerações finais: Os resultados apontaram a bipolaridade entre avanços e retrocessos na qualidade do cuidado em saúde para hipertensão e diabetes. Se por um lado desvela-se o oferecimento de uma carteira ampla de serviços e a relevância do trabalho do agente de saúde, por outro, entraves organizacionais se retroalimentam com aspectos técnico-assistenciais. Urge o fortalecimento da atenção primária e, sobretudo, a ressignificação dos processos de trabalho instituídos no quotidiano dos serviços de saúde, os quais possam reverberar em melhores condições de vida e saúde das pessoas com doenças crônicas e que vivem em áreas rurais.

6093 INVESTIGAÇÃO DE ÓBITO COM MENÇÃO DE TUBERCULOSE: DESAFIOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Marcos Henrique Oliveira Sousa, Leila Karina de Novaes Pires Ribeiro, Juliana Damião Farias

INVESTIGAÇÃO DE ÓBITO COM MENÇÃO DE TUBERCULOSE: DESAFIOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Autores: Marcos Henrique Oliveira Sousa, Leila Karina de Novaes Pires Ribeiro, Juliana Damião Farias

Apresentação: Caracterizada como uma doença infectocontagiosa com maior disseminação em ambientes com grandes aglomerados de pessoas, sobretudo aquelas que vivem em situação de vulnerabilidade socioeconômica e que por sua vez se encontram em espaços com pouca circulação de ar e luminosidade, a tuberculose se apresenta como um importante problema de saúde pública. Em razão do seu impacto, o agravo foi inserido em diversas agendas e planos de enfrentamento. Apesar dos esforços de combate à doença, algumas regiões ainda apresentam dificuldade nesta luta, a exemplo, o Estado de Pernambuco, que lidera negativamente diversos indicadores (casos novos, coeficiente de incidência, coeficiente de mortalidade e casos novos pós-óbito) quando comparado a outros estados. Sendo o maior centro urbano pernambucano, Recife tem um impacto direto neste cenário supracitado e, neste sentido, é objetivo desta obra relatar as principais problemáticas na investigação de óbito com menção à tuberculose vivenciadas pelo serviço de Vigilância Epidemiológica (VE) em um Distrito Sanitário (DS) do Recife. Desenvolvimento: O escrito consiste em um relato de experiência, na perspectiva de um residente do programa Multiprofissional em Saúde Coletiva, inserido no serviço de vigilância epidemiológica durante o segundo semestre de 2019. A gestão da saúde do Recife está organizada de maneira descentralizada em 08 DS, cada um contando com autonomia de gestões de políticas especificas, planejamento e vigilâncias, que respondem a um nível central. Dentre as atribuições da VE, especificamente em relação ao agravo de óbito com menção à tuberculose, estão: detecção; investigação; monitoramento e; alimentação de sistemas, com finalidade de subsidiar informações para condução das políticas e serviços de saúde. Resultado: Diferente de outros agravos, a tuberculose exige especificidades da VE que a torna mais robusta quando comparada a outras doenças, o que requer maior tempo de investigação dos casos e alimentação simultânea de diferentes sistemas de informações. Dentre as principais problemáticas observadas no serviço, estão: atraso de recebimento das declarações de óbitos, investigações hospitalares e investigação domiciliares e; incompletude dos campos obrigatórios das fichas. Tais características, somado a baixa cobertura da Estratégia de Saúde da Família, acarretam dificuldades para localização do histórico do paciente no território e, por sua vez, atraso para encerramento dos casos investigados e garantia de medidas assistenciais, como a avaliação de contatos. Considerações finais: É fundamental pontuar que a investigação de óbito com menção à tuberculose é relativamente nova, é exigida obrigatoriamente há dois anos, ou seja, os fluxos e condutas ainda estão sendo amadurecidas e testadas. A complexidade da temática exige o envolvimento de inúmeros atores durante todo o processo de trabalho da vigilância epidemiológica e parte das variáveis necessária para concluir a investigação fogem à alçada de governança e governabilidade da VE e a mesma encontra-se atada em diversos momentos. Neste sentido, percebe-se a necessidade de uma construção coletiva do trabalho, cabendo aos diferentes serviços ressignificarem seus fazeres a fim de responder as novas necessidades sanitárias do trabalho em saúde.

6096 SISTEMA DE INFORMAÇÃO E TERRITÓRIO: ENTRAVES PARA O CONTROLE DA TUBERCULOSE
Marcos Henrique Oliveira Sousa, Leila Karina de Novaes Pires Ribeiro, Juliana Damião Farias

SISTEMA DE INFORMAÇÃO E TERRITÓRIO: ENTRAVES PARA O CONTROLE DA TUBERCULOSE

Autores: Marcos Henrique Oliveira Sousa, Leila Karina de Novaes Pires Ribeiro, Juliana Damião Farias

Apresentação: A tuberculose (TB) é uma das doenças infectocontagiosas mais antigas da humanidade e um problemas de saúde pública no mundo. No Brasil, apesar das diversas medidas pactuadas para seu enfrentamento, ela continua endêmica e integra a lista de agravos de notificações compulsórias. Casos confirmados de tuberculose são notificados e alimentam o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), instrumento para monitorar os agravos e subsidiar estratégias de controle pelo Sistema Único de Saúde. Diante disto, o trabalha objetiva descrever o fluxo da informação das notificações de tuberculose no SINAN, analisando os entraves encontrados para seu controle em um Distrito Sanitário (DS) do Recife. Desenvolvimento: Relato de experiência da Vigilância Epidemiológica (VE) no monitoramento da tuberculose em um DS do Recife no ano de 2019. Nacionalmente, a VE e o SINAN são descentralizados nas três esferas de governo, cabendo aos municípios detectar e monitorar os agravos,  alimentar o SINAN municipal, digitação das fichas e monitoramento dos casos em tratamento, este último realizado através do Boletim de Acompanhamento - documento gerado pelo SINAN para cada unidade de saúde notificadora de casos para tuberculose. Cada município se organiza a seu modo para alimentar o sistema. Os dados no nível municipal vão compor os sistemas dos estados que por sua vez formam o banco de dados do SINAN do Ministério da Saúde. Resultado: Recife está organizado em 8  DS que funcionam com autonomia de gestão e responsabilidade sanitária por seus territórios. Cada DS é responsável por digitar os casos notificados de TB pelas unidades de saúde do seu território (por ocorrência) independente dos pacientes residirem em sua área distrital. Após a digitação, o sistema gera o Boletim de Acompanhamento dos casos por unidade. Mensalmente, cada unidade recebe o boletim para completar informações do tipo: baciloscopia de escarro, contatos examinados, encerramento etc.). Um dos principais entraves encontrados ocorre quando a unidade faz o diagnóstico do caso, notifica, mas o paciente reside em outro território e vai continuar o tratamento em outro local. Como o SINAN para tuberculose não está na versão online, o que permitiria visualizar entradas e saídas de pacientes em todo território nacional, cada DS apenas consegue visualizar no sistema os dados digitados por ele, reverberando em: desconhecimento dos casos novos de tuberculose residentes no distrito e identificados em outros territórios; dificuldade da avaliação de contatos de tuberculose identificados no distrito, mas que não reside no mesmo e; dificuldade para fazer busca ativa dos abandonos que residem em outro DS. Considerações finais: O modo como o SINAN está organizado somado a realidade territorial tem dificultado a referência e contrarreferência de pacientes, assim como o controle do agravo. O fluxo de pessoas, principalmente nas grandes capitais, desafiam a lógica organizacional vigente. Para avançar no controle de agravos como a tuberculose, que exigem tratamento prolongado e monitoramento, é necessário investimento urgente para atualização do sistema, de forma a permitir comunicação online, efetivamente interligada e rápida, sob pena, do contrário, estarmos corroborando para o aumento das iniquidades em saúde.

6129 ADEQUAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE MONITORAMENTO DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS DE UM HOSPITAL DO RIO DE JANEIRO
Leticia Janotti

ADEQUAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE MONITORAMENTO DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS DE UM HOSPITAL DO RIO DE JANEIRO

Autores: Leticia Janotti

Apresentação: A era da segurança do paciente iniciou-se no final da década de 1990, com a publicação do relatório “To err is human” do Institute of Medicine (IOM). No Brasil, em 2013, o Ministério da Saúde lançou o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), através da portaria 529. Uma das diretrizes mais importantes do PNSP é estimular a implantação e o monitoramento de protocolos considerados prioritários pela Organização Mundial de Saúde. Em todos os protocolos do PNSP existem indicadores propostos para monitorar a sua implantação. Um dos protocolos recomendados é o da higienização das mãos, que foi escolhido em virtude da sua relevância na redução das Infecções Relacionadas com a Assistência à Saúde (IRAS). O Objetivo do estudo é adequar um instrumento de monitoramento da higienização das mãos dos profissionais de saúde de um hospital do Rio de Janeiro. Desenvolvimento: o estudo foi realizado em hospital público, de natureza estadual, de alta complexidade do Estado do Rio de Janeiro. A instituição dispunha de um sistema de monitoramento de atividades de qualidade, no qual auditores utilizavam um instrumento de verificação que monitorava, entre outras atividades, a higienização das mãos. Um questionário foi aplicado aos auditores que avaliam o desempenho da política de qualidade do hospital para verificar a adequação de um instrumento de verificação da prática de higienização das mãos. Os achados deste questionário e os dados do levantamento na literatura - sobre a segurança do paciente, infecções relacionadas à assistência à saúde e instrumentos de monitoramento - possibilitaram a criação de um novo instrumento, que foi submetido ao julgamento de especialistas, usando a técnica de consenso Delphi. Resultado: Foram necessárias apenas duas rodadas para que se obtivesse o consenso dos especialistas sobre as questões do novo instrumento de monitoramento da higienização das mãos. Foi calculado o percentual de concordância em níveis condensados da Escala de Likert. As respostas que obtiveram percentual maior que 75% foram consideradas validadas. Foi construído um novo instrumento de monitoramento para a avaliação da adesão ao protocolo de higiene das mãos, adequado pelos especialistas. Considerações finais: O fato do tema de higiene das mãos já ter sido estudado há anos e ainda causar IRAS demonstra que a cultura de segurança merece atenção. A prioridade dada no PNSP para a implantação do protocolo de higiene das mãos pelos núcleos de segurança do paciente auxiliará nas ações de redução das IRAS já desenvolvidas pelos serviços de controle de infecção. Apenas evidências científicas e regulamentações já demonstraram não serem suficientes para redução das infecções hospitalares se não houver preocupação com a avaliação da prática assistencial. Os serviços devem cuidar de estabelecer sistemas de monitoramento que avaliem os serviços de forma abrangente e uniforme. O instrumento proposto neste estudo poderá fornecer melhores condições para o monitoramento de higiene das mãos podendo ser adaptados para outros serviços de saúde.

6299 ESTIMATIVA RÁPIDA PARTICIPATIVA COMO FERRAMENTA DE DIAGNÓSTICO - SITUACIONAL ATUAL DA REGIÃO ADMINISTRATIVA BANGU, DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Ana Carolina Medeiros Debelian, Camila Rezende de Castilho Pereira, Joana Isabel Moniz Alves, Keyla Taiani Terra Assunção, Matheus Barbosa Pinto, Pedro Nunes Mendes Neto, Lucas Fernandes Gonçalves, Mary Ann Menezes Freire

ESTIMATIVA RÁPIDA PARTICIPATIVA COMO FERRAMENTA DE DIAGNÓSTICO - SITUACIONAL ATUAL DA REGIÃO ADMINISTRATIVA BANGU, DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

Autores: Ana Carolina Medeiros Debelian, Camila Rezende de Castilho Pereira, Joana Isabel Moniz Alves, Keyla Taiani Terra Assunção, Matheus Barbosa Pinto, Pedro Nunes Mendes Neto, Lucas Fernandes Gonçalves, Mary Ann Menezes Freire

Apresentação: A configuração do Sistema Único de Saúde (SUS), como se conhece hoje é o resultado de diversas lutas ao longo da história de saúde pública brasileira, sendo fundamental destacar os seus principais marcos. Nessa lógica, uma das mudanças mais significativas ocorreu com a criação do Programa de Saúde da Família (PSF), em 1994, que assumiu de fato a condição de estratégia de reorientação da Atenção Primária à Saúde (APS). Até então, essa se organizava pelos princípios de um modelo curativista, que entendia a saúde apenas como a ausência de doença, desconsiderando todos os condicionantes envolvidos no processo. Com a consolidação de uma APS forte, ou seja, capaz de estender a cobertura, prover cuidados integrais e desenvolver ações de prevenção e promoção da saúde, foi possível que essa se tornasse a porta de entrada de preferência do usuário no SUS e eixo de coordenação do cuidado, bem como de ordenação da Rede de Atenção à Saúde (RAS). Além disso, a saúde da família permite aprofundar o conceito de territorialização, definido como o processo de se habitar e vivenciar um território, a partir da obtenção e análise de informações sobre as condições de vida e saúde das populações. Dessa forma, é possível identificar as vulnerabilidades, os grupos de risco, os condicionantes e determinantes de saúde, além de selecionar os problemas prioritários e desenvolver estratégias efetivas. Entretanto, os desafios persistem e apesar dos esforços, a heterogeneidade do território brasileiro não permite o cumprimento efetivo dos princípios e diretrizes do SUS. O modelo hospitalocêntrico ainda se encontra muito enraizado na sociedade, dificultando a estruturação das redes de atenção e a consolidação da APS. Objetivo: Analisar a situação de saúde da RA Bangu considerando a perspectiva dos diferentes atores sociais envolvidos na construção da realidade local. Em relação aos objetivos específicos o trabalho buscou: caracterizar a composição da população, caracterizar os fatores que influenciam as condições de vida e de saúde da comunidade, caracterizar a existência, cobertura, e acesso à serviços de saúde, ambientais e sociais, discutir a situação de saúde da população, com base nos achados a partir dos objetivos anteriores. Descrição: Trata-se de um Relato de Experiência desenvolvido por Acadêmicos de Enfermagem, através do desenvolvimento de um estudo descritivo de análise situacional na disciplina de Epidemiologia e Enfermagem do curso de Graduação em Enfermagem, da UNIRIO. O foco será a XVII RA (Bangu), localizada na Zona Oeste do município do RJ, composta, segundo o DataRio (2018) pelos bairros de Bangu, Gericinó, Padre Miguel, Senador Camará e Vila Kennedy, sendo o último incorporado ao bairro de Bangu. Foi utilizada como estratégia de coleta de dados a Estimativa Rápida Participativa (ERP), que conta como fonte de dados primária a Conversa Social (CS), que possui um caráter informal, não roteirizado e livre, captando relatos espontâneos dos diversos atores sociais presentes no território acerca da visão destes sobre a situação de saúde da região, levando em consideração os diversos fatores que a condicionam. A fim de corroborar com os aspectos subjetivos obtidos durante o processo de imersão e observação do território, utilizou-se fontes de dados secundárias para análise dos indicadores, através das bases de dados TABNET Rio, Rio Como Vamos e DataRio. A escolha dos bairros se deu por meio da avaliação do Índice de Desenvolvimento Social (IDS) de cada bairro, de forma que selecionamos o melhor, o pior e o intermediário, a saber: Padre Miguel (0,542), Senador Camará (0,496) Bangu (0,525), respectivamente, segundo a Prefeitura do Rio (2008). Resultado: A RA Bangu abrange a maior densidade demográfica da Zona Oeste. Em 2010, contava com uma população total de 412.868 habitantes. Com o objetivo de atender a demanda territorial, a região conta com 17 unidades básicas de saúde (UBS), que juntas somam 96 equipes de saúde. Infere-se então que há uma cobertura de no mínimo 192.000 habitantes, isto é, 46,50% de taxa de cobertura em relação à população total da RA. A taxa de mortalidade geral é um indicador usado para expressar a situação de saúde de uma população, bem como o desenvolvimento social e econômico da mesma. Este permaneceu praticamente constante na região, com base nos últimos três anos analisados: 3.430 (2012), 3.350 (2013), 3.351 (2014). Nesse contexto, aponta-se a prevalência da mortalidade infantil neonatal precoce na região, que entre os anos de 2013 e 2014 teve redução inexpressiva nestas taxas (de 6,75 a 5,97). É sabido que um número de consultas de pré-natal inferior a 7 está estatisticamente relacionado com o óbito neonatal, pois quando realizadas de forma adequada, identificam problemas precocemente, reduzindo complicações na gestação, prevenindo nascimentos de recém nascidos com baixo peso, principal causa de mortalidade infantil precoce. No contexto analisado, essa insuficiência está associado às condições socioeconômicas precárias, difícil acesso às UBS, marcado pelos conflitos armados no local, o que resulta no início tardio das consultas de pré-natal e dificuldade de captação dessas gestantes pelas equipes de atenção básica. Isso pode ser evidenciado pela fala de uma moradora de Bangu “a saúde é ruim por que não há médicos e os ACS são ausentes” (sic). A questão da educação também exerce um impacto direto neste contexto, uma vez que a baixa escolaridade está associada a um menor número de pré-natais realizados, pois não há um reconhecimento da importância desta consulta e/ou o acesso aos serviços encontra-se dificultado. Na RA estudada, a evasão escolar é uma realidade, com um aumento nas taxas de abandono da rede pública de 2,38, 2,45 e 2,54, nos anos de 2012, 2013 e 2014, respectivamente. Esta situação está representada na fala de um morador, cuja esposa trabalha na rede pública de ensino em Bangu. Ele diz “Minha esposa é professora, ela relata muita evasão de alunos, diz que a maioria é de comunidade, a infraestrutura é precária. Nas férias assaltaram a escola três vezes” (sic). A violência também representa um dificultador do acesso aos serviços de saúde e lazer. A fala de uma moradora da Vila Aliança ilustra a tensão territorial vivenciada pelos moradores: “Ainda não fui assaltada não, mas tiro eu ouço toda hora” (sic). Outro problema latente, sobretudo no Bairro Bangu é a tuberculose na forma pulmonar, abandono do tratamento e, óbito por tuberculose, concentrando 86,01% dos casos da região estudada. Sua alta prevalência neste bairro está relacionada ao alto índice de pessoas por dormitório, bem como a presença do Sanatório Penal, localizado no complexo de Gericinó, bairro de Bangu, onde se localizam quase trinta unidades penitenciárias do total de 50 existentes no estado do RJ. Além disso, Bangu é o bairro com um quantitativo maior de favelas da região analisada. Considerações finais: A deficiência observada na execução do que é proposto pelo SUS reflete diretamente nas principais questões abordadas nas conversas sociais e na coleta dos indicadores. Os princípios doutrinários universalidade, equidade e integralidade que regem o mesmo, se contradiziam nas distintas realidades dos diferentes atores sociais que compõe a região analisada, reforçando, assim a heterogeneidade que o sistema precisa enfrentar. Assim, são necessárias estratégias que visem mudanças na atual conjuntura, principalmente na mediação dos conflitos territoriais, a fim de melhor atender às necessidades da população adstrita no território e melhorar a qualidade de vida das mesmas.

6354 INDICADORES SOCIAIS E DEMOGRÁFICOS RELACIONADOS À CICATRIZAÇÃO DE PESSOAS COM ÚLCERAS CUTÂNEAS CRÔNICAS EM CENTRO DE ASSISTÊNCIA E EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM
Matheus Santos Moitinho, Cintia Yamachi Yamachi, Carol V. Serna González, Vera L.C. de Gouveia Santos, Mônica Antar Gamba

INDICADORES SOCIAIS E DEMOGRÁFICOS RELACIONADOS À CICATRIZAÇÃO DE PESSOAS COM ÚLCERAS CUTÂNEAS CRÔNICAS EM CENTRO DE ASSISTÊNCIA E EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM

Autores: Matheus Santos Moitinho, Cintia Yamachi Yamachi, Carol V. Serna González, Vera L.C. de Gouveia Santos, Mônica Antar Gamba

Apresentação: Este trabalho tem por objetivo analisar a cicatrização de pessoas com úlceras cutâneas atendidas em centro de assistência e educação em enfermagem e os indicadores sociais, demográficos e econômicos relacionados. Método: Estudo epidemiológico realizado por meio de análise documental de 349 prontuários de pessoas com diagnósticos de úlceras cutâneas crônicas, atendidas em um Centro de Assistência e Educação em Enfermagem, no período de 1994 a 2015. Utilizou-se o Pressure Ulcer Scale for Healing - PUSH para avaliar o processo de cicatrização das lesões. A análise estatística inicial foi descritiva, seguida da aplicação testes de hipótese. Resultado: Foram incluídas 128 pessoas, predominantemente idosas (66%), que se autodeclararam brancas (62%), com primeiro grau incompleto (31%), renda familiar de até três salários mínimos (86%), dependentes do Sistema Único de Saúde (80,47%), com diabetes mellitus (61%) e hipertensão arterial sistêmica (58%). A escala PUSH variou entre 4 a 17 pontos e a média na última avaliação foi de aproximadamente 12 pontos. A taxa de cicatrização foi de 60% utilizando-se a consulta de enfermagem. A variável cor da pele mostrou diferença para o desfecho cicatrização (p 0,001). Sendo a cor de pele preta ou parda a de maior prevalência sem cicatrização (75%). Considerações finais: A análise sociodemográfica identificou uma população idosa, com baixo poder aquisitivo, poucos anos de estudo e com doenças de base presentes. Os atributos sociais estudados assemelham-se aos principais elementos dos indicadores de iniquidades sociais em saúde do país. Observou-se significância estatística para a cor de pele Branca/Amarela relacionadas ao desfecho de cicatrização da ferida. Desvela-se, deste modo, carência de determinadas populações ao acesso inclusivo e utilização de serviços em saúde públicos e especializados, influindo na produção do cuidado e corroborando com a perpetuação de injustiças sociais em saúde, ressaltando a relevância do combate às iniquidades sociais em saúde.  Ademais a taxa de cicatrização foi maior pela presença da consulta de enfermagem na atenção às pessoas com feridas crônicas.

6356 A SAÚDE NO AMBIENTE FAMILIAR DA HINTERLÂNDIA AMAZÔNICA
Maria Isabel de Araújo, Silas Garcia Aquino de Sousa, Evandro de Morais Ramos

A SAÚDE NO AMBIENTE FAMILIAR DA HINTERLÂNDIA AMAZÔNICA

Autores: Maria Isabel de Araújo, Silas Garcia Aquino de Sousa, Evandro de Morais Ramos

Apresentação: Há uma importância cada vez maior com a segurança ambiental, nutricional e a saúde dos agricultores familiares da hinterlândia amazônica, visando à produção sustentável e o consumo de frutas e hortaliças de qualidade, cujas técnicas de manejo na produção não utilizem (veneno/inseticida) agrotóxicos ou qualquer ingrediente ativo permitido pela legislação. O presente estudo objetivou identificar as espécies mais representativas cultivadas nos quintais agroflorestais sem uso de agroquímicos na dieta dos moradores, agricultores familiar residente no Projeto de Assentamento Água Branca (INCRA (AM) 24 nov.1992), comunidade agrícola com 35 famílias beneficiadas com lotes de 40ha, localizados no Ramal Uberê (02°56'52.2942"S - 59°51'48.618"W), zona rural da cidade de Manaus (AM). A proposta metodológica teve uma abordagem no método da pesquisa-ação etnográfica com aporte no método DSC (Discurso do Sujeito Coletivo), considerando o contexto social e cultural relacionados às práticas alimentares (sem validação nutricional dos alimentos), partiu-se da seguinte orientação para subsidiar e auxiliar na investigação, tendo como pressupostos basilares os agricultores familiares com critérios de inclusão proposto:- ser agricultor familiar (independente da produção); residentes na comunidade, detenha na agricultura familiar sua fonte de subsistência e comercialização do excedente. Considerando o espaço (Ω) amostral, 75% dos assentamentos do PA água Branca, revelam o vínculo perdido quanto ao aspecto físico de produzir alimentos saudáveis, praticando a cultura do agronegócio na produção com uso de agroquímicos. Paradoxalmente na área em estudo, identificou-se 12 (doze) famílias de agricultores familiares que, considerando os critérios de inclusão, cultivam a produção de hortícolas sem o uso de agroquímicos, dentre os 12 partícipes da pesquisa 5 (cinco) são produtores orgânicos com registro no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (Mapa). As visitas in loco ocorreram no primeiro trimestre de 2019. Revelam os resultados do presente estudo no perfil socioeconômico: 1 - No trabalho agrícola 60% de adulto maduro, 35% adulto jovem e 5% de idosos; 2 – São filhos de agricultores oriundos dos municípios amazônico; 3 - Em relação à escolaridade apenas 20% possuem o ensino médio completo, 78% o ensino fundamental, 2% são analfabetos, Entretanto revelam ciência (legados da memória sociogenêtica), quanto aos riscos do uso de agroquímicos na produção, na contaminação do meio ambientes e consequentes inferências a saúde; 4 - Devido a inexistência de infraestrutura logística para acesso (ramais/estrada de barro, transporte coletivo) das propriedades com o centro urbano da cidade de Manaus, impulsionou os agricultores familiares a cultivos diversificados à subsistência da família, bem como a geração de renda com o excedente produzido; 5 - A produção de hortícolas e a criação de pequenos animais é a principal atividade econômica; 6 - Adoção de tecnologias que se caracterizam pelo uso de insumos alternativos, oriundo de tecnologias naturais, integrantes do conjunto produtivo - agricultura, animais e floresta - na produção de defensivos naturais e adubos orgânicos sem o uso de agroquímicos nos espaços agrícolas, isentos de substâncias químicas e/ou geneticamente modificados; 7 - A não dependência de insumos agroquímicos e energéticos externos fortalece a segurança e soberania alimentar, exigindo dos agricultores familiares mudança nas antigas técnicas utilizadas (corte e queima da capoeira) para a da cultura da preservação ambiental; 8 - A produção orgânica consiste na relação de interdependência, indivíduo, sociedade e natureza, configuradas no habitus dos agricultores familiares na exploração e manejo dos quintais agroflorestais na hinterlândia amazônica, revelando a humana conditio, repassadas de geração a geração, cujo excedente é comercializados nas feiras agroecológicas da cidade; 9 - As práticas laborais nas áreas cultivadas requer muita energia no trabalho agrícola manual, aliado as alterações climatológicas (temperatura máxima média diária acima de 37 °C, e/ou alterações médias de índices pluviométricos de 33mm a pleno sol) e ambientais (queimadas, derruba da capoeira, floresta...) da região amazônica, exigindo uma dieta equilibrada composta por carnes magras, cereais integrais, frutas, laticínios, legumes, oleaginosas, ovos e verduras. 10 - As atividades de produção no quintal agroflorestal contribui também para a melhoria do meio ambiente, considerando o aumento da permeabilidade do solo, redução de erosões, substituição de áreas de capoeira por plantio de hortícolas com produção em bases agroecológicas (sem uso de agrotóxicos/fertilizantes) evitando a degradação ambiental, promove a diversificação e valorização da cultura alimentar regional/local; 11 - O excedente da produção das hortícolas, ovos e frango são comercializados nas feiras da cidade de Manaus. Dentre as fontes de nutrientes identificadas nos quintais agroflorestais nas propriedades pesquisadas destacam-se enorme variedade de ervas, Produtos Florestais Madeireiros (PFM), Produtos Florestais Não-Madeireiros (PFNM), hortícolas, Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), medicinais, ornamentais entre outras espécies de especiarias. Registramos a predominância de 52 famílias botânica. As famílias com maior predominância foram: 6% família Arecaceae e Fabaceae, 5% da família Asteraceae e Malvaceae; 4% família Amaranthaceae, Anacardiaceae, Lamiaceae e Rutaceae; 3% família Cucurbitaceae, Euphorbiaceae, Myrtaceae, Poaceae, Rubiaceae e Solanaceae; 2% família Annonaceae, Crassulaceae, Marantaceae, Moraceae, Portulacaceae e Zingiberaceae, As famílias Amarylidaceae, Apiaceae, Araceae, Asphodelacea, Basellaceae, Bignoniaceae, Bixaceae, Brassicaceae, Bromeliaceae, Cactaceae, Caricaceae, Chrysobalanaceae, Clusiaceae, Combretaceae, Convolvulaceae Gramíneas, Heliconiaceae, Humiriaceae, Iridaceae, Labiaceae, Lecythidaceae, Malpighiaceae, Meliaceae, Monimiaceae,  Musaceae, Oleaceae, Oxalidaceae, Passifloraceae, Phytolaccaceae, Rosaceae, Sapindaceae, Sapotaceae, apresentaram somente uma espécie, dentre outras famílias que inclui espécies variadas nos quintais. O conhecimento etnobotânico dos agricultores familiares resulta das influências atávicas (memória biocultural), presentes no universo simbólico com diferentes significados quanto ao uso e manejo destas espécies nos quintais agroflorestais. O uso de plantas alimentícias não convencionais – PANC é frequente na alimentação, calcada nos hábitos alimentares (herança histórica do meio em que se desenvolveu). Antagonicamente algumas práticas adotadas revelam proteção à saúde como o cultivo de espécies medicinais como alternativa terapêutica, diante das dificuldades de logísticas e mobilidade urbana no espaço agroalimentar, na promoção da saúde e prevenção de doenças, tem o uso da Stevia rebaudiana que é consumida diariamente junto às refeições para evitar gases, outro exemplo é a queima da resina do Protium Heptaphyllum como inalador para desentupir nariz de crianças e adulto quando resfriados, o chá de Mentha spicata para alivio de gripes e resfriados, chá de Salvia officinalis para alivio da digestão, chá de Moringa oleifera para inflamações, aplicação do óleo da Carapa guianensis como cicatrizantes, dentre outras espécies cultivadas para inúmeras outras afecções. Considerando que o presente estudo não objetivou avaliar o valor nutricional das espécies cultivadas nos quintais agroflorestais, entretanto observou-se alterações no estado nutricional nos partícipes da pesquisa, com base na avaliação antropométrica através do índice de massa corporal (IMC=peso/altura2), ambos os sexos apresentam sobrepeso nos adultos maduros e jovens, considerando a idade os idosos não apresentam sobrepeso. Desta forma argui-se que de modo geral, os quintais agroflorestais revelam grande importância nutricional na dieta dos agricultores familiares, a variedade de alimentos consumidos diariamente revelam uma dieta satisfatória, o uso/consumo de alimentos frescos e saudáveis, enriquecidos com ervas e especiarias realçam o sabor dos pratos triviais, rompendo assim com a monotonia da dieta diária. Neste contexto, a agricultura familiar da hinterlândia amazônica enfoca nos quintais agroflorestais o sistema de produção orgânica integrado aos aspectos da sustentabilidade ambiental, social e econômica, extraindo uma variedade de alimentos com qualidade na alimentação, contribuindo para o abastecimento urbano gerando renda familiar com os produtos excedentes. Neste sentido ressalta-se a importância da agricultura familiar no cultivo dos quintais agroflorestais como instrumento na segurança alimentar, saúde preventiva e inclusão social do agricultor familiar.

6493 EPIDEMIOLOGIA DAS VIOLÊNCIAS: MANEJO, NOTIFICAÇÃO E MONITORAMENTO
Edleusa Gomes Ferreira Cupertino, Leticia Peisino Buleriano, Solange Drummond Lanna, Jacira dos Anjos, Franciele Marabotti Costa Leite

EPIDEMIOLOGIA DAS VIOLÊNCIAS: MANEJO, NOTIFICAÇÃO E MONITORAMENTO

Autores: Edleusa Gomes Ferreira Cupertino, Leticia Peisino Buleriano, Solange Drummond Lanna, Jacira dos Anjos, Franciele Marabotti Costa Leite

Apresentação: A violência é um importante agravo de saúde que acarreta inúmeros atendimentos no serviço. Desde 2011, esse fenômeno é de notificação compulsória e o profissional de saúde tem um importante papel nesse processo. Nesse contexto, o projeto de extensão intitulado “Epidemiologia das Violências: manejo, notificação e monitoramento” tem por objetivos desenvolver ações de vigilância de violências buscando uma maior compreensão sobre a identificação, o manejo e o monitoramento desses casos e do processo de vigilância epidemiológica para a detecção precoce dos casos de violência e da resposta imediata para o enfrentamento da situação. Desenvolvimento: relato de experiência do referido projeto de extensão, que é uma parceria da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) com o Núcleo de Prevenção da Violência (NUPREVI) da Secretaria de Saúde do município de Vitória, Espírito Santo, desde 2016. Tem por atividades a qualificação das fichas de notificação de violência, manejo e monitoramento dos casos. Inicialmente, as fichas chegam ao NUPREVI, oriundas dos serviços de saúde do município e do estado, rede de assistência social e programas de referência às vítimas de violência. Em média, diariamente, são qualificadas 25 fichas. As fichas de munícipes de Vitória são qualificadas utilizando a Rede Bem Estar (RBE), já as notificações de usuários que não são residentes de Vitória, são qualificadas através de contato telefônico ou por e-mail com as fontes notificadoras. Após a qualificação, as fichas ficam sob responsabilidade da Assistente Social, que faz o manejo de casos através do contato com toda rede de atenção à saúde para a inclusão das vítimas nas linhas de cuidado. As notificações também são registradas em um sistema gerador de dados do NUPREVI. Em seguida as notificações de usuários de outros municípios são escaneadas para os municípios de residência, ou para o e-mail da SESA/ES. Posteriormente, todas as fichas são digitadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), e ao final são arquivadas. Resultado: Entre 2016 até dezembro de 2019 foram recebidas 9.913 fichas de notificação de violência, o que evidencia a magnitude desse evento. Vale destacar que durante todo o período observa-se a efetiva participação dos alunos, em todas as etapas do processo de trabalho sob orientação da referência técnica do serviço. Considerações finais: A aproximação da academia com o serviço possibilita ampliar o olhar dos acadêmicos da área da saúde para esse importante fenômeno que é a violência. Observa-se que o projeto permitiu vivenciar e compreender a responsabilidade das equipes com a notificação dos casos de violência, com todo o fluxo das notificações e também com a qualificação dos dados, que futuramente podem ser usados para criação de políticas públicas de saúde. Por fim, nota-se a importância na formação, pois leva a compreensão da relevância das ações intersetoriais para o enfrentamento e cuidado à vítima a fim de romper com o ciclo das violências.

6508 EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO FERRAMENTA PARA EVITAR ERROS ENVOLVENDO GRAFIA E SONS SEMELHANTES DE MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE PERIGOSOS
Bárbara Campos Silva, Marina Pereira de Abreu, Bárbara Camarinha, MONIQUE ARAÚJO DE BRITO

EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO FERRAMENTA PARA EVITAR ERROS ENVOLVENDO GRAFIA E SONS SEMELHANTES DE MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE PERIGOSOS

Autores: Bárbara Campos Silva, Marina Pereira de Abreu, Bárbara Camarinha, MONIQUE ARAÚJO DE BRITO

Apresentação: Os medicamentos potencialmente perigosos são aqueles que apresentam risco aumentado de provocar danos significativos aos pacientes em decorrência de falha no processo de sua utilização. Os erros que ocorrem com esses medicamentos podem não ser os mais frequentes, porém suas consequências tendem a ser mais graves, levando a lesões permanentes ou à morte. Os eventos adversos relacionados a erros de dispensação e armazenamento de medicamentos potencialmente perigosos (MPP) são de grande preocupação para os profissionais de saúde e um desafio para os farmacêuticos.  As organizações dedicadas à segurança do paciente, ao analisarem os problemas enfrentados na garantia da saúde recomendam a implantação de protocolos e medidas preventivas para evitar e minimizar os erros, ao gerar uma interação eficiente entre os profissionais, assegurando ao paciente um tratamento medicamentoso seguro. Reconhecendo os eventos adversos e a escassez de estudos sobre a frequência de problemas resultados pela troca de medicamentos com nomes semelhantes, foi elaborada pelo Instituto para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos (Institute for Safe Medication Practices, ISMP) no Brasil, em 2014, um boletim com um método para evitar erros relacionados à grafia e som semelhantes. O objetivo deste trabalho foi coletar os nomes dos fármacos pertencentes à lista mais recente dos MPP do ISMP, analisá-los, destacar grafia e sons que podem induzir a erros de administração e/ou dispensação e confeccionar um folheto informativo para distribuir nas unidades dos Hospitais conveniados ao Programa de Pós-Graduação em Residência Hospitalar Farmacêutica da Faculdade de Farmácia da UFF. O método de análise dos nomes é denominado CD3 e sugere que eles sejam avaliados em duas etapas. Na primeira, o avaliador realiza a leitura dos nomes semelhantes da esquerda para a direita, até o ponto em que identifica uma ou duas letras que os diferenciam. A partir deste ponto, deve-se utilizar a letra maiúscula. Na segunda etapa, procede-se a leitura da direita para a esquerda, novamente até o ponto em que sejam identificadas duas ou mais letras diferentes. Até este ponto, deve-se retornar as sílabas para letra minúscula. Deve-se destacar as particularidades de cada um dos nomes com as letras maiúsculas e em negrito. Espera-se que este trabalho ajude a garantir mais segurança no armazenamento, administração e dispensação de MPP, que levará a um benefício maior visando a segurança do paciente.

6554 PERFIL DAS INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE EM UTI ADULTO EM HOSPITAL PÚBLICO DE REFERÊNCIA EM CARDIOLOGIA, BELÉM - PARÁ.
Eduardo Pastana Cardoso, Andrezza ozela Vilhena, Alina Dariane Freitas Da Silva, Vanessa Ellen Matias Batista, Andréa Ferreira Beltrão, Maria do socorro oliva da silva, Andréia Silva de oliveira, Giselly dos santos da silva

PERFIL DAS INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE EM UTI ADULTO EM HOSPITAL PÚBLICO DE REFERÊNCIA EM CARDIOLOGIA, BELÉM - PARÁ.

Autores: Eduardo Pastana Cardoso, Andrezza ozela Vilhena, Alina Dariane Freitas Da Silva, Vanessa Ellen Matias Batista, Andréa Ferreira Beltrão, Maria do socorro oliva da silva, Andréia Silva de oliveira, Giselly dos santos da silva

Apresentação: A literatura científica apresenta que milhões de pacientes são afetados pelas IRAS (Infecção relacionada à assistência à saúde), a cada ano em todo o mundo, levando a uma mortalidade significativa e enorme perdas financeiras para os sistemas de saúde. De cada 100 pacientes hospitalizados, 07 em países desenvolvidos e 10 em países em desenvolvimento, irão adquirir pelo menos uma IRAS (WHO, 2014). Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstrou que a maior prevalência de IRAS ocorre em unidades de terapia intensiva. Sendo que as infecções de sítio cirúrgico, infecções do trato urinário e infecções do trato respiratório inferior são as que mais ocorrem (WHO/CSR, 2002). No Brasil, dados de 2014 publicados pela ANVISA referentes ás UTIs, de 1.692 hospitais evidenciaram a densidade de incidência de Infecção Primária da Corrente Sanguínea Laboratorial (IPCSL) em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto, como sendo de 5,1 infecções a cada 1.000 cateter venoso central (CVC)-dia.  No Pará em 2012, 50% dos hospitais já notificavam casos de infecção hospitalar, e em 2015, com a implantação e adesão dos hospitais ao sistema do formulário de notificação digital, este índice alcançou os 70%, devido à praticidade de operacionalização. Objetivo: Analisar a incidência de IRAS em UTI adulto em hospital público de Belém, Pará. Desenvolvimento: Trata-se de estudo quantitativo, descritivo, observacional de incidência. Realizado na CCIH com dados secundários referentes à UTI adulto da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, uma instituição voltada para a assistência aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) nas referências de Psiquiatria, Cardiologia e Nefrologia. Os dados foram referentes ao período de janeiro a dezembro de 2019, obtidos e posteriormente analisados através do programa Excel, em expressões através de estatística descritiva. Resultado: Foram totalizados 2202 pacientes admitidos no período de janeiro a dezembro de 2019 na UTI adulto com taxa de incidência global de IRAS de 16,3%. O percentual de utilização de cateter venoso central, 68,9%, a utilização de sonda vesical de demora 32,2%,  de ventilação mecânica 56,2% e IPCSL associado ao CVC, foi de 5,9%. A taxa de pneumonia associada a ventilação mecânica foi de 3,2%, infecção do trato urinário 1,4% e a taxa de letalidade foi de 3%. Considerações finais: Há um consenso claro dos especialistas na área quanto à necessidade de tomada de ações estratégicas para a redução das IRAS. Ponderando que lições foram aprendidas em função de recentes sucessos, alguns autores propõem que a eliminação de IRAS irá depender de quatro pilares estratégicos de ações: promover a adesão a práticas baseadas em evidência, educando, implementando e realizando investimentos; aumentar a sustentabilidade por meio de alinhamento de incentivos financeiros e reinvestimento em estratégias que demonstrarem sucesso. Nesse sentido e considerando que um Programa de Prevenção e Controle de IRAS depende do monitoramento de indicadores, também foi discutido o tema dos indicadores de infecção de notificação compulsória no âmbito nacional.

6563 AVALIAÇÃO DA DOR EM CUIDADORES DE IDOSOS
Vitória Meireles Felipe de Souza, Alessandra Conceição Leite Funchal Camacho, Giselle Nascimento de Andrade, Rubens da Silva Thimóteo

AVALIAÇÃO DA DOR EM CUIDADORES DE IDOSOS

Autores: Vitória Meireles Felipe de Souza, Alessandra Conceição Leite Funchal Camacho, Giselle Nascimento de Andrade, Rubens da Silva Thimóteo

Apresentação: Os idosos apresentam diferenças entre si de acordo com suas histórias de vida, grau de independência funcional e em relação a demanda por serviços. Sabendo que o idoso perde progressivamente suas capacidades devido o agravamento das doenças crônicas, a necessidade de cuidados se torna mais intensa com o passar dos anos e por conta disso, o seu cuidador assume encargos que estão além de suas possibilidades físicas e emocionais, ocasionando dores. Objetivo: Caracterizar a dor sentida por cuidadores de idosos. Método: Estudo quantitativo, exploratório-descritivo, com delineamento transversal operacionalizado por meio de aplicação da Escala Multidimensional de Avaliação da Dor a 30 cuidadores de idosos na faixa etária a partir de 18 anos, assistidos em um Centro de Atenção à Saúde do Idoso e seus Cuidadores, Niterói (RJ), no período entre setembro e outubro de 2018. Para análise dos dados foi utilizado o programa Excel® e a planilha importada ao software estatístico SPSS versão 20 (Statistical Package for Social Sciences – IBM Corporation, NY, EUA). Na análise descritiva os resultados foram expressos por frequência. Este estudo foi submetido e aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa com parecer de número 2.831.142 conforme Resolução no 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Resultado: Com a aplicação do EMADOR, a intensidade mais frequente foi a moderada com 26,7%, dor aguda apareceu em 46,7% das respostas e crônica com 53,3%. Para dor aguda o termo mais frequente foi insuportável com 21,42% enquanto persistente (25%) foi o mais comum em dor crônica. As localizações mais frequentes de dor foram cervical e lombar. Resultado: Sabendo que um importante problema de saúde pública está centrado na perda da independência funcional do idoso, a atividade de cuidado pode gerar sobrecarga nos cuidadores. Então faz-se necessário estudos que abordem esse tema para garantir-lhes suporte em suas necessidade de saúde e causas que os levam a adoecer.

6564 CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE CUIDADORES DE IDOSOS COM DOR
Vitória Meireles Felipe de Souza, Alessandra Conceição Leite Funchal Camacho, Giselle Nascimento de Andrade, Rubens da Silva Thimóteo

CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE CUIDADORES DE IDOSOS COM DOR

Autores: Vitória Meireles Felipe de Souza, Alessandra Conceição Leite Funchal Camacho, Giselle Nascimento de Andrade, Rubens da Silva Thimóteo

Apresentação: Devido ao aumento da expectativa de vida junto a morbidades incapacitantes e presença quase que obrigatória do cuidador, é necessário que se conheça a sobrecarga desses cuidadores, associada ao esforço físico, pressão emocional, estresse e dor que surgem ao cuidar de alguém. Dessa forma, a prática do cuidado reflete-se na saúde e na qualidade de vida dos cuidadores. Objetivo: Caracterizar o perfil sóciodemográfico de cuidadores de idosos com dor. Método: Estudo quantitativo, exploratório-descritivo, com delineamento transversal operacionalizado por meio de entrevista com 16 questões relacionadas a atividade de cuidado e dados sociodemográficos realizada com 30 cuidadores de idosos assistidos em um Centro de Atenção à Saúde do Idoso e seus Cuidadores, Niterói (RJ), no período entre setembro e outubro de 2018. Para análise dos dados foi utilizado o programa Excel® e os resultados expressos por frequência e mediana. Este estudo foi submetido e aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa com parecer de número 2.831.142 conforme Resolução no 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Resultado: Foi observado a predominância de cuidadores do sexo feminino 29 (96,7%), da faixa etária entre 58-64 anos (66,7%), sendo a maior quantidade dos participantes com 60 anos, casadas (53,3%) com maior relação de parentesco (33,3%) de mãe/pai e filho(a). Quanto à escolaridade, 53,3% possuem ensino médio completo e 46,7% consideram sua situação econômica mediana. De acordo com o tempo de atividade como cuidador, a mediana foi de 54 meses e a carga horária foi de 168 horas semanais. Sobre o uso de medicamentos para dor, 40% responderam raramente. Resultado: Destaca-se que os cuidadores são mulheres, filhas e esposas com idade superior a 60 anos que desempenham a atividade do cuidado integralmente durante muitos anos, o que pode desenvolver ou aumentar os níveis de tensão e dor. Dessa forma há necessidade de contínuas discussões para a melhoria da saúde entre os cuidadores.  

6620 ADITIVOS ALIMENTARES E EFEITOS A SAÚDE: UMA REVISÃO
Ida Oliveira de Almeida, Danielle Brandão de Melo, Rosana Freitas de Assis, Cristiane Maia da Silva, Thainara Santos Alves de Jesus, Tamires Dos Reis Santos Pereira

ADITIVOS ALIMENTARES E EFEITOS A SAÚDE: UMA REVISÃO

Autores: Ida Oliveira de Almeida, Danielle Brandão de Melo, Rosana Freitas de Assis, Cristiane Maia da Silva, Thainara Santos Alves de Jesus, Tamires Dos Reis Santos Pereira

Apresentação: As modificações tecnológicas na indústria de alimentos para preservação dos mesmos visam à conservação do produto para que este se apresente com qualidade ao consumidor, tendo um alimento protegido e identificado, assegurar uma vida de prateleira adequada, assim como um produto visualmente atrativo. O objetivo desta pesquisa foi avaliar os principais aditivos alimentares utilizados pelos fabricantes de produtos alimentícios e seu respectivo impacto a saúde humana. Para a execução do presente trabalho, foram escolhidos 10 produtos para análise do rótulo no intuito de identificar os diferentes tipos de aditivos utilizados pelos fabricantes, destacando seus respectivos efeitos á saúde. Os produtos escolhidos para fazer parte da amostra, foram oriundos de uma rede de supermercado em Salvador (BA). Aditivo alimentar é qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos sem o propósito de nutrir, com o objetivo de modificar suas características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação do alimento. Os aditivos alimentares derivam de variadas fontes. Podem ter origem vegetal, como é o caso dos agentes espessantes extraídos das sementes, frutos e algas, ou agentes acidificantes como o ácido tartárico proveniente de frutos. Por outro lado, podem ser obtidos a partir de produtos idênticos aos da natureza, produzidos a partir da síntese ou biossíntese; esta categoria inclui antioxidantes, como o ácido ascórbico dos frutos, ou os tocoferóis dos óleos vegetais, bem como corantes, como os carotenos que podem ser encontrados numa ampla variedade de frutas e legumes. Dentre os aditivos obtidos através da modificação de substâncias naturais podemos encontrar os emulsionantes (derivados de óleos comestíveis e de ácidos orgânicos) e os espessantes, tais como o amido modificado e a celulose modificada. Existem também aditivos artificiais: antioxidantes, como o butil-hidroxianisol (BHA); corantes, como o carmim de índigo ou o amarelo de quinoleína; e adoçantes, como exemplo  a sacarina. Dentre os principais aditivos encontrados nos produtos, destaca- se: ácido cítrico, lecitina de soja, monoglicerídeos e diglicerídeos de ácidos graxos, sorbato de potássio, benzoato de sódio, cálcio dissódico(EDTA), tercbutilhidroquinona (TBHQ), butil-hidroxitolueno(BHT), urucum, cúrcuma, glutamato monossódico, dentre outros. Quanto maior o consumo de alimentos industrializados, maior será a ingestão de aditivos químicos, entretanto, é impossível predizer a toxicidade promovida, assim, os efeitos gerados no organismo em decorrência do consumo de aditivos são ainda pesquisados, mas sabe-se que há casos de alergias, câncer e distúrbios no sistema digestório Além disso, os aditivos químicos como os aromatizantes, corantes e adoçantes podem provocar urticária, angioedema, broncoespasmo e choque em alguns indivíduos. Portanto é de suma importância estar atento a alimentação, quando as escolhas alimentares estão relacionadas com produtos ultra processados, devido ao risco que os aditivos podem influenciar na saúde do indivíduo.

6693 A ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO ACERCA DA PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO EM UMA UNIDADE TERAPIA INTENSIVA
Thalissa Thaina Santos de Souza, Alessandra Carla Ferreira, Lourrany Kathlen Fernandes, Samily Guimarães Rocha, Samir Felipe Amoras, Victoria Caroliny Leal, Winnie Taíse Macêdo

A ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO ACERCA DA PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO EM UMA UNIDADE TERAPIA INTENSIVA

Autores: Thalissa Thaina Santos de Souza, Alessandra Carla Ferreira, Lourrany Kathlen Fernandes, Samily Guimarães Rocha, Samir Felipe Amoras, Victoria Caroliny Leal, Winnie Taíse Macêdo

Apresentação: Unidade de Terapia Intensiva é uma unidade para o cuidado intensivo, individualizado, especializado e de alta complexidade para o paciente grave. Diante disso, o tempo prolongado de internação está relacionado ao maior desenvolvimento de lesões por pressão (LPP). As LPP representam uma das principais complicações que acometem pacientes críticos hospitalizados, devido à diminuição da percepção sensorial causada por sedativos, analgésicos e relaxantes musculares, determinando menor reação à pressão excessiva. A LPP se caracteriza por lesão localizada na pele ou nos tecidos moles subjacentes, que ocorre sobre uma proeminência óssea ou está relacionada ao uso de dispositivo médico ou de outro artefato. Pode se apresentar como uma lesão de pele íntegra ou uma úlcera aberta, que pode ser acompanhada ou não por dor. Esse tipo de lesão decorre de pressão intensa e/ou em combinação com cisalhamento do local. A aplicação da assistência de enfermagem é o elemento utilizado pelo enfermeiro para pôr em prática seus conhecimentos técnicos científicos em benefício do cliente, caracterizando sua prática profissional e definindo assim o seu papel acerca da lesão por pressão, visando a prevenção e o cuidado da pele dos pacientes acamados, em busca de uma melhor assistência. Objetivo: Este estudo tem como objetivo analisar os cuidados e prevenção na assistência da enfermagem, descrever os motivos que levam a LPP e avaliar os riscos futuros após a lesão por pressão. Método: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, realizada nas bases de dados BDENF, LILACS, SciELO , E GOOGLE ACADÊMICO. Resultado: As LPP são um dos maiores problemas relacionados a qualidade da assistência de enfermagem, sobretudo por se tratar de um evento adverso em saúde, evitável e muito grave quando relacionado a pacientes com longo período de internação, geralmente acamados ou debilitados. Nesta pesquisa foi observada a importância de buscar em cada situação ou contexto que se encontra o paciente, principalmente aqueles que estão internados em UTI, a influência de fatores e condições que aumentam o risco de ocorrência de LPP, na perspectiva de contribuir com a prevenção e redução dessa complicação, facilitando, com isso, a diminuição do tempo de internamento, do sofrimento físico e psicológico, bem como a possibilidade de melhorar seu estado clínico, e portanto, a possibilidade alta da UTI em tempo oportuno. Considerações finais: É importante a prevenção da LPP, pois ela está diretamente ligada a qualidade aos cuidados da enfermagem, nos quais os enfermeiros devem ter conhecimento teórico-científico para oferecer medidas preventivas, além de melhor assistência aos pacientes que já possuem LPP. As medidas de prevenção mais executadas pelos enfermeiros são: mudanças de decúbito, hidratação da pele, manutenção da higiene dos pacientes.

8131 PREVENÇÃO DE INCAPACIDADES FÍSICAS EM HANSENÍASE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Marcela Gonçalves, Jociele Cristina da Silva, Marta Maria Francisco, Karen da Silva Santos, Cinira Magali Fortuna

PREVENÇÃO DE INCAPACIDADES FÍSICAS EM HANSENÍASE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Autores: Marcela Gonçalves, Jociele Cristina da Silva, Marta Maria Francisco, Karen da Silva Santos, Cinira Magali Fortuna

Apresentação: A hanseníase representa um grave problema de Saúde Pública no Brasil. É uma doença com agravantes inerentes às condições socioeconômicas. O portador de hanseníase se torna mais vulnerável a desenvolver incapacidades físicas devido a alteração de sensibilidade podendo causar danos que se tornam mais difíceis de serem reparados. A prevenção de incapacidades se inicia com o diagnóstico precoce, tratamento adequado das reações, neurites, além de orientação para autocuidado, bem como apoio emocional e social. A estratégia global para aliviar a carga da hanseníase e manter as atividades de controle da hanseníase consolidou os princípios de detecção oportuna e quimioterapia efetiva no contexto de serviços integrados de combate à hanseníase. Aprimorando a redução adicional da carga da hanseníase aperfeiçoou ações conjuntas e esforços globais para abordar os desafios enfrentados no controle da hanseníase com ênfase na detecção precoce para reduzir incapacidades decorrentes da hanseníase. O objetivo da pesquisa foi identificar como está sendo realizada a prevenção de incapacidades em hanseníase nos ambulatórios especializados. Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa de revisão integrativa da literatura. A busca foi realizada nas bases de dados LILACS e MEDLINE no mês de janeiro de 2017, com o uso do descritor controlado: hanseníase e descritores não controlados: prevenção e controle; incapacidade funcional; incapacidade; assistência ambulatorial, cuidados ambulatoriais, serviços ambulatoriais de saúde. Utilizou-se para a estratégia de busca os operadores booleanos AND e OR. Como critérios de inclusão foram selecionados artigos com publicação no período de 2007 a 2016, que estivessem em inglês e português, disponível na íntegra, que abordassem o tema prevenção de incapacidades por hanseníase. Após as buscas foram encontrados 25 artigos, destes foram excluídos 5 artigos por não estarem disponíveis na íntegra, 11 artigos após leitura do título e resumo que não se  articulavam com a temática, restando 9 artigos para leitura na íntegra. Após leitura na íntegra foi excluído 1 artigo, pois não se relacionava com a prevenção de incapacidades. Resultado: 1 artigo apresentou um estudo descritivo retrospectivo, salienta que dos 282 portadores de hanseníase assistidos por um hospital no Mato Grosso do Sul, 53% apresentavam algum grau de incapacidade apontando o estado reacional como principal fator para as incapacidades. Ferreira et. al. (2012) em seu artigo no qual apresenta um estudo transversal ressalta que as características clínicas laboratoriais são de extrema importância para adotar medidas eficazes para o diagnóstico e monitoramento em unidades especializadas de saúde. O mesmo estudo apresenta uma preocupação com casos que não foram realizados a avaliação neurológica sugerindo assim, uma ineficiência do atendimento quanto ao monitoramento utilizando o exame dermatoneurológico. Oliveira et.al. (2010) em seu estudo epidemiológico descritivo apresenta os casos notificados de hanseníase em 34 municípios do Vale do Jequitinhonha ressalta a importância das notificações em zonas rurais que segundo o estudo ainda carece de intervenção rápida no que tange a prevenção de incapacidades. O estudo aponta ainda o baixo percentual de notificação que sugere diagnóstico tardio e prevalência oculta da hanseníase, ressaltando a importância do diagnóstico precoce como medida para prevenir deformidades. O mesmo estudo evidencia a descentralização do atendimento ao portador e reforça treinamento, capacitação das equipes da Estratégia da Saúde da Família, profissionais de outros serviços que atuem nos municípios pertencentes e a importância do fisioterapeuta na equipe para desenvolvimento de atividades de educação e prevenção sendo um dos profissionais habilitados para realizar ações de prevenção e tratamento das incapacidades. Alencar et. al. (2008) em seu estudo transversal analisa os casos de hanseníase em menores de 15 anos no município de Fortaleza e aponta a detecção dos casos realizados pelos centros de referência do estado mostrando a fragilidade no que tange ao desenvolvimento e integração das ações na rede de atenção primária bem como a ausência de avaliações no momento da notificação e na alta o que compromete o desenvolvimento de ações do programa de controle ressaltando a prevenção de incapacidades como atividade fundamental desde o diagnóstico até a alta do tratamento poliquimioterápico e destaca a importância da orientação ao portador para a prática do autocuidado, realização de exercícios de prevenção e reabilitação quando necessários. No estudo de Helene et. al. (2008) onde analisa as ações para o controle da hanseníase em 9 municípios do Estado de São Paulo por meio de um estudo longitudinal retrospectivo realizado com os profissionais de saúde aponta que a prevenção de incapacidades físicas, busca ativa e educação em saúde são pouco desenvolvidas e que há fragilidade no trabalho em equipe e os profissionais mais capacitados se encontram nos centros de referência. O mesmo estudo evidencia como metas para melhorar o atendimento a priorização da capacitação dos profissionais do Programa Saúde da Família a fim de prepará-los para identificar manchas e realizar o encaminhamento para o serviço municipal de saúde de referência. No estudo de Rodini, et. al. (2010) destacou – se a proposta de um manual de orientações que foram entregues aos portadores de hanseníase de um ambulatório hospitalar para a realização do autocuidado bem como realizado o exame dermatoneurológico com o intuito de prevenir as incapacidades em hanseníase cessando assim o desenvolvimento das incapacidades funcionais. Os autores acrescentam ainda que alguns benefícios relacionados à prevenção de incapacidades só poderão ser verificados após alguns anos de implementação, pois os resultados não são sempre imediatos ainda que qualquer prevenção seja benéfica para os portadores evitando uma posterior reabilitação. Flach et.al. (2011) ressalta que o grau de incapacidade se relaciona com o tempo da doença, logo a avaliação das incapacidades no diagnóstico e também na alta auxilia na avaliação indireta da eficiência das atividades de detecção precoce e tratamento adequado dos casos. Dias et. al. (2011) em seu estudo descritivo retrospectivo encontrou que dos 171 prontuários avaliados, 47% dos portadores possuíam avaliações de incapacidades que foram notificadas no diagnóstico da doença ou no momento da alta por cura. O mesmo estudo apresenta que os portadores de hanseníase que foram avaliados no diagnóstico tiveram uma redução nos graus de incapacidades mostrando que a prevenção quando são valorizadas pela equipe e realizadas de maneira sistemática tem-se um impacto positivo quanto à recuperação das incapacidades. Considerações finais: Com base nos artigos lidos, observou-se que no momento do atendimento no ambulatório do hospital, na avaliação para o diagnóstico e na alta, foi entregue, o manual de orientações aos portadores de hanseníase. A  realização das atividades de educação em saúde, desenvolvidas pela equipe para o autocuidado auxiliam os profissionais de saúde numa ação positiva para prevenir as incapacidades. Embora, não seja o suficiente para prevenir as incapacidades funcionais, sendo necessário uma organização para que cada serviço cumpra de maneira efetiva suas atribuições, e que haja capacitação dos profissionais para que realize busca ativa, exames dermatoneurológico, assim como compreendam a importância da prevenção de incapacidades a fim de evitar danos irreparáveis causados aos portadores de hanseníase. Considerando o número de artigos encontrados nesta estratégia de busca indicam a importância de avaliação sobre como tem sido realizada a prevenção de incapacidades pelos serviços de saúde e quão tem sido sua efetividade.