410: Práticas gerenciais na Atenção Especializada
Debatedor: Josué Souza Gleriano
Data: 31/10/2020    Local: Sala 07 - Rodas de Conversa    Horário: 10:30 - 12:30
ID Título do Trabalho/Autores
6286 VIAS DE ACESSO AOS SERVIÇOS DA ATENÇÃO SECUNDÁRIA: A INSERÇÃO DA POLICLÍNICA PIQUET CARNEIRO NA REDE DE ATENÇÃO EM SAÚDE
Camilla Brandão Porciuncula, Tarciso Feijó, Luciano Damasceno Alves, Fabiane Gomez, Nathalia Brenda Almeida Dias

VIAS DE ACESSO AOS SERVIÇOS DA ATENÇÃO SECUNDÁRIA: A INSERÇÃO DA POLICLÍNICA PIQUET CARNEIRO NA REDE DE ATENÇÃO EM SAÚDE

Autores: Camilla Brandão Porciuncula, Tarciso Feijó, Luciano Damasceno Alves, Fabiane Gomez, Nathalia Brenda Almeida Dias

Apresentação: A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) caracteriza-se pela sua atuação no fomento à pesquisa, ensino, extensão e formação profissional. Está inserida na rede de atenção em saúde do Município e Estado do Rio de Janeiro prestando assistência em saúde através do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) e da Policlínica Piquet Carneiro (PPC). Essa última, caracteriza-se por ser uma unidade ambulatorial com vinte e três especialidades médicas, Unidade de Cirurgia Ambulatorial e serviços de Enfermagem, Odontologia, Nutrição, Fisioterapia e Assistência Social, além de apoio diagnóstico/terapêutico e exames de imagem, atendendo, em média, trinta mil pacientes por mês. Objetivo: Caracterizar as formas de acesso dos pacientes aos serviços ofertados pela PPC. Método: Levantamento quantitativo  no sistema de regulação do Município do Rio de Janeiro (SISREG), sistema de regulação do Estado do Rio de Janeiro (SER) e encaminhamentos internos, derivados do HUPE e de outras unidades da UERJ, no período de janeiro à dezembro de 2019. Resultado: A maioria dos pacientes agendados para consultas são oriundos do SISREG (n=16.649), com predominância para as especialidades de Consulta Cirurgia Vascular - Tratamento De Varizes Com Espuma Não Estética (n=3.966), Consulta em Urologia - Vasectomia (n=1.396) e Fisioterapia (n=910); seguido de pacientes do SER (n=1.037), cuja maior demanda está vinculada ao Atendimento de 1ª vez - Pacientes com Necessidades Especiais (n=291). Dentre os procedimentos ofertados no SISREG, destacam-se os agendamentos de Espirometria (n=836), Doppler Venoso (n=792) e Tomografia da Face/Seios da Face (n=691); e no SER, Confecção de Fístula Artério Venosa para Hemodiálise (n=252) Os dados refletem a relevância da inserção PPC na rede de atenção em saúde municipal e estadual. No entanto, observou-se déficit de oferta via SISREG e SER para determinadas especialidades (Pneumologia e Reumatologia), seja por resistência dos serviços que insistem em não aderir à oferta via sistemas de regulação, seja por sobrecarga de demanda em determinadas clínicas, derivada de encaminhamentos internos. Considerações finais: percebe-se ser necessária ampliação do diálogo entre a direção da PPC e clínicas de especialidades, viabilizando a compreensão da relevância da oferta de vagas via sistemas de regulação, assim como desenvolvimento de estratégias que permitam quantificar os encaminhamentos internos, na perspectiva de expandir a participação da unidade na rede de atenção em saúde. Ademais, o estudo contribuiu para reflexão sobre o processo de trabalho setorial da Matrícula/SISREG. Desta forma, os resultados serão utilizados para construção de um fluxo voltado para o acolhimento dos  pacientes neste ponto da rede de atenção em saúde, considerando a integralidade do cuidado em saúde e formas de comunicação com os outros pontos da rede.

8745 ANÁLISE DO CONTEXTO ORGANIZACIONAL DA IMPLEMENTAÇÃO DOS CENTROS DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS REGIONAIS NO ESTADO DO CEARÁ
Cesar Luiz Silva Junior, Patty Fidelis de Almeida

ANÁLISE DO CONTEXTO ORGANIZACIONAL DA IMPLEMENTAÇÃO DOS CENTROS DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS REGIONAIS NO ESTADO DO CEARÁ

Autores: Cesar Luiz Silva Junior, Patty Fidelis de Almeida

Apresentação: O Estado do Ceará se destaca historicamente por experiências avançadas na implantação de políticas públicas de saúde com forte tradição na descentralização e regionalização do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo um dos estados pioneiros na implementação dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) em perspectiva regional. Neste contexto, o presente trabalho é parte de uma dissertação de mestrado e teve por objetivo analisar o contexto organizacional da implementação dos Centros de Especialidades Odontológicas Regionais (CEO-R) no Estado do Ceará, destacando a caracterização dos CEO-R e a interface com a atenção básica (AB) na rede de atenção à saúde bucal. Trata-se de uma pesquisa avaliativa baseada em estudo de caso, onde foram mescladas distintas fontes de evidências. Realizou-se, no ano de 2018, entrevistas com informantes-chave da gestão (7 diretores de CEO-R e 2 gestores da Secretaria da Saúde do Estado – SESA-CE) e da academia (4 docentes de Instituições de Ensino Superior do estado), análise documental (dados públicos, disponíveis nos sites da SESA-CE e do Ministério da Saúde) e observação não participante (através de visita realizada a um CEO-R e participação no “IV Encontro Estadual de Saúde Bucal do Ceará”, promovido pela SESA-CE), que puderam contribuir para compreensão e contextualização do objeto. Para analisar o contexto organizacional na implementação dos CEO-R no Ceará foi utilizada uma matriz de análise que contava com categorias e variáveis relacionadas à: (1) caracterização dos CEO-R, com questões referentes à estrutura e organização do serviço; e (2) interface entre o CEO-R e a atenção básica no estado, com vistas à regulação assistencial, à prática sistemática de monitoramento pelos CEO-R e à comunicação entre os serviços na rede. Orientado pela análise de conteúdo temática, os dados coletados foram organizados e triangulados para responder às questões de investigação, buscando estabelecer conexões entre os resultados das diversas técnicas de pesquisa e dos sujeitos do estudo. Diferente do cenário nacional, onde a maioria dos estados brasileiros se limita à implantação de CEO municipais, o Ceará apresentava 88 Centros de Especialidades Odontológicas (na competência de setembro de 2018), sendo 66 municipais e 22 regionais, distribuídos pelas 22 regiões de saúde. A região de Fortaleza é a única a não ter um CEO-R. Considerando a distribuição dos CEO e as diversas barreiras geográficas, culturais, financeiras e funcionais que permeiam o percurso dos usuários no acesso aos serviços, reforça-se de antemão a necessidade de continuidade e aperfeiçoamento da estratégia de transporte sanitário e da permanente rediscussão do desenho das regiões de saúde no estado, como no caso de Sobral. Entre aos principais resultados referentes à caracterização dos CEO-R, estes equipamentos se destacam em relação às melhores condições de estrutura e prestação de serviços. A maioria dos CEO-R apresentam 11 equipos odontológicos, com exceção de Aracati, Tauá (com 7 equipos) e Sobral (com 22 equipos, devido à integração do serviço com a universidade). Integrantes da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, os CEO-R têm acessibilidade garantida para atendimento integral e de qualidade às pessoas com necessidades especiais. Além das especialidades mínimas preconizadas pelas diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB) – periodontia especializada, endodontia, cirurgia oral menor, atendimento a portadores de necessidades especiais (PNE) e diagnóstico bucal com ênfase no diagnóstico e detecção do câncer de boca –, os CEO-R oferecem atendimentos especializados de ortodontia, incluindo instalação de aparelhos ortodônticos, e prótese dentária. Alguns também contam com a especialidade de odontopediatria. Além das consultas, todos realizam serviços de radiologia e a maioria conta com Laboratório de Prótese Dentária próprio na unidade (apenas três CEO-R não apresentavam laboratórios registrados no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde). Quanto ao cumprimento de metas, os CEO-R são monitorados e avaliados segundo produção nas especialidades, através de parâmetros do Ministério da Saúde (MS) e dos Contratos de Programas formalizados pelos Consórcios Públicos de Saúde (formato de administração dos CEO-R). Para os informantes, o cumprimento de metas do MS é considerado um dos fatores determinantes para a garantia da sustentabilidade do CEO, destacando que os CEO municipais apresentam maiores dificuldades para o alcance de metas específicas. A maioria dos diretores de CEO-R destacou que as metas referentes às especialidades de cirurgia e de PNE configuram-se como as mais difíceis de serem cumpridas, associadas a fatores como o absenteísmo, o número de profissionais nas especialidades e a demanda dos pacientes com necessidades especiais. Em relação à interface entre o CEO-R e a atenção básica no estado, diversos estudos apontam a cobertura da AB como importante fator na garantia da integralidade na assistência à saúde bucal nos CEO. Na competência de setembro de 2018, a cobertura populacional estimada por equipes de saúde bucal no estado (67,49%) encontrava-se ligeiramente abaixo da média da região Nordeste (70,16%), mas muito superior à cobertura nacional (52,10%), tendo o modelo da Estratégia Saúde da Família como predominante na atenção básica dos municípios. A regulação assistencial na rede de atenção à saúde bucal do Ceará é realizada somente pelos municípios por meio de sistema informatizado nas centrais de regulação, seguindo protocolos de encaminhamento. Questiona-se a impossibilidade de encaminhamento direto do CEO para a atenção hospitalar, como em casos de câncer de boca. A exigência de retorno do usuário para nova regulação a partir da AB foi criticada pelos informantes, destacando que a necessidade de “reencaminhamentos” contribui para que os usuários se percam em meio aos fluxos da rede e dificulta o acompanhamento dos casos pelos profissionais. Quanto às práticas de monitoramento relacionadas à qualidade dos encaminhamentos, ao absenteísmo e às filas de espera para as especialidades, apesar das limitações no monitoramento pelos CEO-R, os achados evidenciam movimentos de articulação e integração entre os diretores e as centrais de regulação dos municípios da região, reafirmando uma lógica cooperativa induzida pelo serviço regional consorciado. Destacam-se dificuldades de acesso às especialidades de ortodontia, cirurgia e prótese, que podem estar relacionadas a vários fatores, e não apenas a uma oferta reduzida. Além do transporte sanitário oferecido nas regiões – como uma atribuição do consórcio ou dos municípios –, os informantes reconheceram que os profissionais do CEO buscam mudanças na organização do serviço e processo de trabalho com estratégias frente ao absenteísmo. Sobre a comunicação entre os serviços, foram apontados espaços de supervisão e educação permanente, caracterizados principalmente para discussão, construção e divulgação de protocolos clínicos, impulsionados por projetos de qualificação e acreditação, que têm contribuído para melhorias na comunicação entre os profissionais e para padronização das condutas clínicas, reduzindo a frequência de encaminhamentos incorretos. Por outro lado, os achados também sinalizam que a comunicação entre os profissionais dos CEO e AB é dificultada pela ausência de prontuários eletrônicos compartilhados, que possibilitariam manter registros que acompanhem a história clínica do usuário por toda rede. Os resultados deste estudo apontam que os CEO-R se destacam na rede de atenção à saúde bucal do estado, não só pelo elevado aporte tecnológico e pelo sofisticado aparato odontológico, mas também pelas melhorias desencadeadas nos processos de trabalho, na gestão, na qualidade da assistência e no acesso mais oportuno às especialidades. Ainda que apresente alguns desafios relacionados à fragilidade na articulação da rede, a experiência do Ceará traz importantes elementos para a discussão das próprias diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal.

8838 DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE UM ENFERMEIRO RECÉM-FORMADO FRENTE À LIDERANÇA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM
TAINAN FABRICIO DA SILVA, PAULA ANDREZA VIANA LIMA, MARIANA PAULA DA SILVA, HELEN CRISTINE A. BEZERRA, MAINESSA DA GUIA RODRIGUES, NATALIE KESLE COSTA TAVARES, RAFAELA BARROS DOS SANTOS, REBECA MOREIRA GOMES

DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE UM ENFERMEIRO RECÉM-FORMADO FRENTE À LIDERANÇA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM

Autores: TAINAN FABRICIO DA SILVA, PAULA ANDREZA VIANA LIMA, MARIANA PAULA DA SILVA, HELEN CRISTINE A. BEZERRA, MAINESSA DA GUIA RODRIGUES, NATALIE KESLE COSTA TAVARES, RAFAELA BARROS DOS SANTOS, REBECA MOREIRA GOMES

Apresentação: A primeira oportunidade de adentrar ao mercado de trabalho sempre é visto como um grande desafio cercado de inúmeras dificuldades que podem gerar ansiedades e frustrações. O recém formado necessita de um treinamento prévio, direcionado ao setor de atuação. Este treinamento seria uma forma de adaptação ao seu local de trabalho, pois como recém graduados sentem-se despreparados emocionalmente e tecnicamente para assumirem as responsabilidades de gerenciar uma unidade de atendimento e ainda coordenar os trabalhos de uma equipe de enfermagem, que na maioria das vezes possui experiência profissional muito maior que a deles. O recém graduado em enfermagem encontra muitas dificuldades no início do exercício profissional, somente adquirindo habilidade após várias execuções das técnicas e no momento em que domina o medo decorrente da falta de conhecimento. Os cursos de graduação de enfermagem tendem a desenvolver um programa de aprendizagem, para estimular os estudantes a internalização dos valores da enfermagem como profissão autônoma, cujo centro das atenções é o indivíduo que necessita de ajuda para reter ou alcançar a saúde. Porém, logo no início de sua vida profissional os enfermeiros descobrem que são outras as expectativas das instituições de saúde, ou melhor, tais expectativas são muito vagas, e acabam sendo um grande desafio para o profissional que está adentrando no mercado de trabalho, repleto de insegurança, anseios, dúvidas e ansiedade dessa nova realidade. Nesse aspecto, outra questão bastante desafiadora é o papel de liderança que o profissional enfermeiro desempenha na equipe de enfermagem, principalmente em uma instituição hospitalar que compõe o serviço de urgência e emergência, com suas demandas, peculiaridades e com um público bastante específico. O enfermeiro, líder nato da equipe de enfermagem, deve trabalhar suas potencialidades de forma a desenvolver as habilidades necessárias relacionadas com liderança, notadamente, no desempenhar do processo de comunicação e no desenvolvimento de um clima de apoio propício ao exercício da liderança, a qual conduz ao aprimoramento do modelo de papel e estilo de gestão do enfermeiro nas diferentes organizações. Desenvolvimento: trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido pelo profissional enfermeiro assistencial de uma Unidade de Pronto Atendimento 24 horas da cidade de Manaus, Estado do Amazonas, a partir de sua vivência na rotina assistencial da instituição enquanto líder da equipe de enfermagem. O enfermeiro recém formado, lotado em uma Unidade de Pronto Atendimento 24 horas ainda não possuía experiência profissional na área hospitalar quando assumiu o cargo. Com isso, vieram muitas novidades e desafios, sendo o maior deles a liderança da equipe de enfermagem. Grande parte da equipe liderada por esse enfermeiro recém graduado já possuía experiência na área o que inevitavelmente gera comparações por parte de profissionais que não compreendem a insegurança existente nessas situações. Os primeiros seis meses iniciais foram bem decisivos nesse aspecto, uma vez que grande parte dos liderados colocava à prova o conhecimento técnico desse profissional recém formado como perguntas e situações dúbias, apenas para avaliar e comparar tal profissional. Com o tempo, resiliência, estudos e treinamentos técnicos e práticos, o profissional enfermeiro começou a ganhar a confiança da equipe, bem como seu respeito e admiração. Com o advento dessa conquista, esse profissional, estreitou ainda mais os laços com a equipe e isso fez com que relação “líder-equipe” fosse mais integrada, resoluta e eficiente, o que causa um ambiente de trabalho agradável e influencia diretamente na assistência prestada ao usuário do serviço, nesse caso, do cliente da Unidade de Pronto Atendimento 24 horas. Os meses que se seguem após o estreitamento desses laços é imprescindível para uma preparação técnica e intelectual dos membros da equipe. Uma vez que o enfermeiro-líder já conhece as características principais dos seus liderados, ele pode trabalhar essas potencialidades, melhorando-as; assim como os riscos já levantados por ele através de um diagnóstico situacional, podem ter um enfoque maior para eliminá-los e ou minimizá-los na atuação da equipe. Liderar é um desafio por si só, mas para o profissional recém formado é ainda maior, visto que o processo “experiência-aprendizagem” se dá no momento em que está acontecendo, não há separação nem tempo de um para outro; tudo ocorre em tempo real e é necessário que esse profissional se empodere dessa perspicácia em compreender essa situação e se apropriar dela com maturidade e inteligência. Resultado: A liderança é uma habilidade que pode ser construída por profissionais que almejem uma posição de destaque no mercado de trabalho. Pelos princípios de sua formação, o enfermeiro tende a desenvolver, quase que de forma inevitável, habilidades de liderança, principalmente em virtude das tarefas que lhe são exigidas. O primeiro desafio ao liderar é ganhar forças trabalhando com uma boa equipe, estabelecendo suas próprias prioridades de trabalho, estando sempre aberto e preparado para aprender através das experiências. O enfermeiro sofre cinco diferentes pressões, aqui entendidas como dificuldades, quais sejam da equipe de enfermagem, da hierarquia de enfermagem, da equipe médica, dos familiares dos pacientes, dos administradores hospitalares e principalmente dos pacientes. Para se liderar e influenciar as pessoas é imprescindível que o enfermeiro tenha conhecimentos sobre liderança, comunicação e motivação. Outra característica que o líder deve desenvolver é ser capaz de ver uma situação através do ponto de vista de outras pessoas, além de relacionar-se bem com todos, não só de sua equipe, mas do seu local de trabalho. No desempenho de suas funções, o enfermeiro precisa da comunicação para relacionar-se com as pessoas das várias equipes existentes nas instituições de saúde, bem como para estabelecer uma relação de cuidado com o paciente e sua família. Considerações finais: É necessário que o enfermeiro desempenhe, seja em instituições hospitalares ou em atividades de saúde comunitária, o papel de líder, uma vez que está diretamente envolvido com análise crítica, identificação de problemas, tomada de decisões, planejamento e implementação de cuidados, alocação de outros profissionais da equipe de enfermagem e motivação dos profissionais da equipe de saúde. O líder consiste naquela pessoa que, por meio do diálogo, motiva as pessoas a trabalhar com entusiasmo na busca dos objetivos determinados pela equipe, sendo que estes e o relacionamento interpessoal são considerados e igualmente valorizados por meio do cuidado, que transcende o âmbito assistencial e alcança o universo da liderança. Apesar de ser um desafio para o profissional recém formado, assumir a liderança e lidar com as possibilidades e seus desafios trazem-lhe maturidade profissional e pessoal, bem como auxiliam no seu processo de aprendizagem e maturação de valores, relações interpessoais e do mercado de trabalho.

9314 DO SONHO À REALIDADE - A IMPLANTAÇÃO DO CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO NÍVEL 4 EM REGIÃO FRONTEIRIÇA: CASO DE FOZ DO IGUAÇU
FATIMA MOUSTAFA ISSA, LETICIA MILLER MARTINS, CARLOS GUILHERME ARENHART, ADRIANA ZILLY

DO SONHO À REALIDADE - A IMPLANTAÇÃO DO CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO NÍVEL 4 EM REGIÃO FRONTEIRIÇA: CASO DE FOZ DO IGUAÇU

Autores: FATIMA MOUSTAFA ISSA, LETICIA MILLER MARTINS, CARLOS GUILHERME ARENHART, ADRIANA ZILLY

apresentação: Após a criação do Programa Viver Sem Limites, do Ministério da Saúde, houve a idealização por parte de alguns servidores públicos municipais de realizar a operacionalização do cuidado em saúde para Pessoas Com Deficiência em Foz do Iguaçu e região. Objetivo: Narrar a experiência do município de Foz do Iguaçu-Paraná, no processo de implementação de uma política pública de saúde, num cenário marcado pela desigualdade social em região de fronteira. Desenvolvimento: após intensas articulações intersetoriais na Secretaria Municipal da Saúde e na 9º Regional de Saúde, verificou-se que havia a necessidade real da implantação de um serviço que contemplasse as quatro modalidades de reabilitação. Assim, foi constituída uma comissão técnica para acompanhar e elaborar estudo de viabilidade, elaboração de projeto e efetivação do dispositivo de cuidado. Entretanto, fatores políticos administrativos inerentes ao serviço público, culminaram na desaceleração da implementação do projeto. No final de 2013 finalmente ocorreu a licitação da obra e, em 2014, devido a alguns nós críticos, entre eles a condição do solo, que resultaria na fragilidade dos alicerces da construção, houve mais um atraso no inicio das obras da estrutura física. Enfim, no mesmo ano, a odisséia CER IV resistiu e, por fim, a estrutura física ficou pronta dentro do aprazamento previsto. Apesar de pronta, a estrutura ora completa, encontrava-se inviável, pois os projetos complementares de competência da municipalidade, que deveriam acompanhar o projeto padrão do Governo Federal, não foram concretizados. Nesse período, ocorreu intenso desvirtuamento da finalidade pública do estado e a cidade passou por um macambúzio período de desmonte da política municipal de saúde, com consequências até os dias atuais. Resultado: Em 2017, ao assumir o novo gestor municipal, houve a continuidade das obras até então paralisadas, com a inauguração do CER IV em junho de 2018, a situação encaminhou-se para a concretização do sonhado projeto de valorização de todas as formas de vida, pensado pelos servidores municipais e aguardado pelos futuros usuários do município, da nona regional de saúde e brasileiros residentes nos países de fronteira (Paraguai e Argentina). Considerações finais: Este resumo não buscou esgotar a riqueza da história do CER IV de Foz do Iguaçu, pois esta trajetória continua/continuará e o que se sente, se vê e se ouve é que sonho que se sonha é apenas um sonho que se sonha só e sonho que se sonha junto é realidade. Considera-se que a rede de cuidados a pessoa com deficiência em região de fronteira está sendo fortalecida com a operacionalização do CER IV.  

9742 O IMPACTO DO ENFERMEIRO LÍDER NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E NO CUIDADO EM SAÚDE - CUNA NIGHTINGALEANA SINE QUA NON
Franciele Marins Calazans, Rayane Loyse de M. Porto, Alice da Silva Rosalino, Wanderlane Sousa Lima

O IMPACTO DO ENFERMEIRO LÍDER NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E NO CUIDADO EM SAÚDE - CUNA NIGHTINGALEANA SINE QUA NON

Autores: Franciele Marins Calazans, Rayane Loyse de M. Porto, Alice da Silva Rosalino, Wanderlane Sousa Lima

Apresentação: O ambiente é reflexo do cuidado. Ele é considerado um dos determinantes que afetam e/ou influenciam de forma direta a saúde e qualidade de vida dos indivíduos. Em um lugar onde o gerenciamento do cuidado é articulado em sua completude, certamente o ambiente será priorizado, pois ele tem a capacidade de intervir significativamente na saúde das pessoas. Conforme defendido por Florence Nightingale, uma vez que o ambiente deixa de ser terapêutico, poderá gerar riscos e agravos em menor ou maior escala a todos que estão inseridos naquele cenário, seja por curta ou longa duração, como por exemplo, comprometimento da recuperação do doente, estresse, incidentes etc. Já um ambiente terapêutico, trará benefícios na recuperação da saúde dos pacientes adoecidos, proporcionará um ambiente de trabalho agradável e resolutivo, reduzirá os indicadores de incidentes e os custos diretos e indiretos. Sendo assim, ao adentrar o serviço de saúde, esperar-se que o ambiente seja terapêutico, tendo por premissa o padrão nightingaleano, conhecimento essencial do enfermeiro, visando a contribuição positiva que este ocasiona ao bem-estar dos que nele estão e/ou por ele passam. Deste modo, o presente trabalho emerge de ações realizadas numa unidade de pronto atendimento público, situado no interior do Estado do Rio de Janeiro. As ações foram desenvolvidas no período de dezembro de 2019 a fevereiro de 2020, com pretensões de prosseguir durante todo o primeiro semestre do ano vigente. As ações ocorreram em decorrência da observação de ausência das origens nightingaleanas na atuação do enfermeiro e descumprimento da Norma Regulamentadora de número 32 (NR32), que versa sobre Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde, de suma importância na garantia da saúde do trabalhador, além do não cumprimento da portaria vigente 529/2013 que  instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) e  RDC 36/2013, o qual institui ações para Segurança do Paciente, adotando como escopo a atuação para os eventos associados à assistência à saúde. Mediante tal observância, foi desenvolvido trabalho aprimorado e paulatino com cerne nestes aspectos altamente relevantes no desempenho do trabalho gerenciado pelo enfermeiro. Objetivo: Demonstrar como o ambiente pode promover bem estar geral, tornando a assistência mais eficaz e melhorando a qualidade de trabalho da equipe e consequentemente a assistência prestada; promover organização nos setores, com ênfase nos documentos institucionais de uso diário na unidade; incentivar manutenção das mudanças instaladas na organização do trabalho; estimular postura de liderança por parte dos enfermeiros em relação a sua equipe e setor; gerar ambiente de menor risco aos trabalhadores de saúde da unidade; incentivar educação continuada; tornar o ambiente terapêutico. Desenvolvimento: O plano de trabalho foi constituído em duas etapas. Etapa I: estabelecer a organização dos formulários institucionais utilizados no dia a dia, os quais ficavam dispostos em gavetas nos setores, sendo estes manipulados muitas vezes no decorrer do plantão e por vários profissionais. Não haviam pastas, os formulários eram postos em envelopes improvisados, feitos com papel de grau cirúrgico, tendo suas bordas fechadas com fita crepe e identificação com caneta permanente, cada qual com uma caligrafia distinta. Então, cada setor recebeu uma cor e pastas plásticas com elásticos, devidamente identificadas pela capa. Desta forma, se a pasta de um setor fosse para outro, logo seria notado o equívoco e esta retornaria ao setor de origem. Foram três os setores que tiveram seus formulários organizados. A cada semana um deles recebeu a mudança. Etapa II: os coletores de materiais perfurocortantes (Descarpack®) dos setores, sem exceção, eram utilizados até que houvesse o transbordamento dos materiais descartados, podendo gerar graves acidentes de trabalho, pondo em risco a equipe de saúde e os trabalhadores que realizam a retirada e tratamento do material. Não foi notado qualquer preocupação em relação a esta conduta por parte dos enfermeiros dos setores, sequer avisos sobre tal afixados nas paredes da unidade. Deste modo, foi feita etiqueta com material adesivo fixado no próprio dispositivo, informando o descrito na NR32 sobre como proceder em relação ao uso do dispositivo, com ênfase ao limite de preenchimento deste material. Semanalmente houve a conferência dos coletores de material perfurocortante, a fim de averiguar o impacto do aviso. Resultado: Um ponto importante foi a ausência de questionamento dos enfermeiros do setor em relação ao processo de organização iniciado. O fato foi recebido sem estranheza e com posterior satisfação por haver facilitação em localizar os formulários com maior eficiência. Ainda cabe destaque, o fato de que houve desencorajamento na implementação de melhorias, em menor proporção, mas existiu. As gavetas se mantiveram organizadas ao longo das semanas e a agilidade dos profissionais em manusear as pastas tornou o processo de trabalho mais ágil e menos estressante. Em relação aos Descarpacks®, o depósito excessivo de materiais perfurocortantes reduziu após a fixação do aviso, apesar de não haver a observância à risca da norma regulamentadora. No entanto, há que se considerar o fato de que não houve diálogo com os profissionais, apenas um aviso exposto na caixa. Considerações finais: Tendo em vista a capacidade que o ambiente de saúde tem de afetar de forma positiva e negativa o bem-estar das pessoas que estão envolvidas naquele local, ressalta-se a importância da atuação do Enfermeiro no serviço de saúde com a prática da Teoria Ambientalista de Florence Nightingale no gerenciamento do cuidado, associando a organização do ambiente ao encorajamento de sua equipe à preservação do mesmo. O profissional enfermeiro tem em sua formação, de forma singular, olhar diferenciado sobre a complexidade do cuidado, que compreende desde o contexto de inserção do ser humano, o desempenho de papeis que exerce na comunidade (família e/ou demais núcleos sociais) à sua complexidade psicobiológica; bem como a formação como líder de equipe profissional de enfermagem – gerência. Este nicho profissional, que se consolida cada vez mais como ciência, é o único que produz teorias de cuidado em saúde. Teorias essas, advindas empiricamente e através de muito estudo baseado em evidências, que em muito contribuem para a prestação do cuidado complexo, que é o objeto de trabalho desta profissão. Sendo assim, torna-se evidente a necessidade de que haja na instituição, por parte da gestão, a capacitação regular, educação continuada e permanente da equipe de enfermagem, com a finalidade de tornar intrínseco nos profissionais de saúde a importância do ambiente no processo de cuidar.

9753 CONSULTA DE ENFERMAGEM PARA CRIANÇAS EM REABILITAÇÃO FÍSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO
Melissa Barbosa Martins, Viviane Albuquerque Farias, Elielson Paiva Sousa, Lena Claudia dos Santos Pinheiro de Brito, Glenda Roberta Oliveira Naiff Ferreira

CONSULTA DE ENFERMAGEM PARA CRIANÇAS EM REABILITAÇÃO FÍSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO

Autores: Melissa Barbosa Martins, Viviane Albuquerque Farias, Elielson Paiva Sousa, Lena Claudia dos Santos Pinheiro de Brito, Glenda Roberta Oliveira Naiff Ferreira

Apresentação: O processo de enfermagem é um instrumento metodológico que orienta o cuidado profissional de Enfermagem e a documentação da prática profissional. Este instrumento recebe a denominação de consulta de Enfermagem quando realizado em alguns tipos de instituições, como em serviços ambulatoriais de reabilitação. Nos centros especializados em reabilitação habilitados pelo Sistema Único de Saúde que atendam a modalidade física é obrigatório a inserção do enfermeiro na equipe mínima, no entanto, para esses serviços não há instrumento padronizado para a consulta de Enfermagem voltada a pessoa com deficiência física.  Este trabalho teve por objetivo relatar a experiência de construção do processo de enfermagem pediátrico em reabilitação física. Descrição da Experiência: A experiência foi vivenciada por graduandos do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Pará no período de setembro e outubro de 2019 durante as atividades do projeto extensão "Gestão de serviços na rede de atenção a pessoa com deficiência: práticas integradas de ensino e extensão" realizado em um Hospital Universitário habilitado nas modalidades física e intelectual. A necessidade de um instrumento que uniformiza-se a consulta de enfermagem para reabilitação física deu-se a partir do acompanhamento dos atendimentos realizados durantes as atividades do projeto. A partir de então, os discentes passaram a acompanhar os atendimentos realizados, além de realizar levantamento da literatura para elaboração do instrumento a ser utilizado. A construção do processo de enfermagem para a criança com deficiência física considerou todas as necessidades desse ciclo de vida e da deficiência motora, no qual o enfermeiro possa estar intervindo com seus cuidados. Desta forma, como parte do histórico de enfermagem foi incluído os dados pessoais, socioemográficos, dados antropométricos, exame físico, escala de Humpty-Dumpty, escala de Braden. Inicialmente, foram identificados 15 diagnósticos de enfermagem, cada um com seu resultado esperado, intervenções de enfermagem e avaliação específicas. Os diagnósticos e condutas foram modelados a partir da nomenclatura padronizada do livro de diagnósticos e intervenções da Classificação das Práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva (CIPESC®). Assim, o protocolo além de facilitar as consultas de enfermagem, será um instrumento capaz de atender as necessidades dos usuários. Resultado: A consulta de enfermagem no CER foi implementado recentemente visando um plano de cuidado individualizado. As consultas realizadas pelos extensionistas do projeto aos pacientes, permitiu identificar os principais problemas reais e potenciais neste público- alvo e este levantamento foi essencial na construção deste protocolo. Espera-se que este protocolo facilite as consultas de enfermagem e atenda às necessidades não somente dos usuários, mas também das enfermeiras na busca de um atendimento mais integral. Considerações finais: Percebeu-se a necessidade do desenvolvimento deste protocolo para melhor assistência das crianças com deficiência física em nível ambulatorial, pois através dos dados colhidos a equipe de enfermagem poderá definir os diagnósticos de enfermagem, os resultados esperados e as intervenções de enfermagem, em conjunto as orientações para a melhora no estado de saúde. Logo, passando a uniformizar as condutas aos usuários e assim ter evidências objetivas baseados nos mesmos parâmetros para avaliar a qualidade e resolutividade da assistência de enfermagem.

10162 A ENFERMAGEM NA GERÊNCIADE UMA ASSISTÊNCIA INTEGRAL E EQUÂNIME: RELATO DE EXPERIÊNCIA
LORRANE TEIXEIRA ARAÚJO, JÉSSICA MARIA LINS DA SILVA, TATIANA MENEZES NORONHA PANZETTI, BRENDHA NATALY TEIXEIRA COSTA, BRUNA DOS ANJOS MEDEIROS, WESLEY BRANDÃO DIAS, ANA JÚLIA DA COSTA MONTEIRO, DANDARA DE FÁTIMA RIBEIRO BENDELAQUE

A ENFERMAGEM NA GERÊNCIADE UMA ASSISTÊNCIA INTEGRAL E EQUÂNIME: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: LORRANE TEIXEIRA ARAÚJO, JÉSSICA MARIA LINS DA SILVA, TATIANA MENEZES NORONHA PANZETTI, BRENDHA NATALY TEIXEIRA COSTA, BRUNA DOS ANJOS MEDEIROS, WESLEY BRANDÃO DIAS, ANA JÚLIA DA COSTA MONTEIRO, DANDARA DE FÁTIMA RIBEIRO BENDELAQUE

Apresentação: O enfermeiro desempenha ações primordiais na área hospitalar, dentre elas destaca-se o cuidado holístico e integral ao paciente, com vistas na orientação de ações e serviços de saúde para o completo atendimento das demandas e necessidades apresentadas, sendo responsável por grande parte das ações assistenciais, encontrando-se, portanto, em posição privilegiada de gerência, possibilitando, assim, ações resolutivas que reduzam a possibilidade de incidentes, detectem complicações precocemente, minimizem danos e, pincipalmente, promovam um planejamento assistencial adequado. Deste modo, realizou-se este estudo objetivando descrever a vivência de acadêmicos em um ciclo de palestras sobre a importância do papel da enfermagem na gerência para a efetivação de uma assistência com qualidade. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência realizado em um hospital de referência oncológica. Desenvolveu-se uma proposta de intervenção fundamentada na teoria da Problematização do Arco de Maguerez, que consiste em cinco etapas: Observação da Realidade; Levantamento dos Pontos-chave; Teorização; Hipóteses de Solução; e Retorno à realidade. Durante a primeira etapa houve a observação mediante uma visita técnica. Após isso, ocorreu uma reunião entre os acadêmicos e professores para discutir e pontuar os problemas encontrados no local. Posteriormente, o grupo buscou embasar e consolidar conhecimentos a partir da fundamentação teórica. A quarta etapa foi marcada pela elaboração de uma ação que pudesse proporcionar a atenuação da situação-problema, aplicando-a posteriormente a realidade encontrada. Resultado: Na observação da realidade percebeu-se que alguns profissionais da equipe de enfermagem não seguiam todas as etapas para prestar uma assistência integral ao paciente, havendo lacunas no papel gerencial, principalmente relacionadas a necessidades negligenciadas pela equipe. As etapas culminaram no planejamento de uma ação que tinha por objetivo promover uma sensibilização na equipe acerca do papel primordial da enfermagem para garantir um cuidado efetivo ao paciente.  O plano de ação foi colocado em prática com um grupo de técnicos e enfermeiros. Inicialmente, notou-se que alguns funcionários apresentavam-se receosos quanto a temática apresentada, entretanto, à medida que as palestras ocorriam, percebeu-se a abrangência e importância da ação, posto que os profissionais relataram ativamente suas experiências e retiravam dúvidas, bem como pontuavam aspectos que influenciavam diretamente na qualidade do atendimento, com ênfase na sobrecarga de trabalhos a serem realizados por um mesmo profissional e na exaustão decorrente da carga horária. Além disso, muitos profissionais corroboraram a importância de ações que visem promover um olhar mais humanizado e holístico ao paciente. Considerações finais: Conclui-se que a ação desenvolvida serviu como mecanismo consolidador dos aspectos que constituem a aplicação do princípio da integralidade de cuidados voltado ao atendimento das necessidades dos pacientes e enfatiza a função primordial da equipe de enfermagem na gerência do cuidado, incentivando a humanização e acolhimento, bem como o aumento da eficiência e da qualidade dos serviços prestados.

10259 O APAGAMENTO DA ATENÇÃO EM SAÚDE DA POPULAÇÃO PRIVADA DE LIBERDADE: DA POLÍTICA PÚBLICA À MATERIALIDADE DE SUAS APLICAÇÕES
Sofia Nader de Araujo; Roberta Gondim de Oliveira

O APAGAMENTO DA ATENÇÃO EM SAÚDE DA POPULAÇÃO PRIVADA DE LIBERDADE: DA POLÍTICA PÚBLICA À MATERIALIDADE DE SUAS APLICAÇÕES

Autores: Sofia Nader de Araujo; Roberta Gondim de Oliveira

Apresentação: O sistema prisional brasileiro vem mostrando a sua inabilidade na reinserção na sociedade das pessoas privadas de liberdade. Não há, no regime de reclusão, a preservação dos direitos fundamentais das pessoas encarceradas. A superlotação, a insalubridade e a falta de estrutura para atendimento à saúde nos estabelecimentos penais acirra e produz questões sanitárias e de cuidado no cárcere, o que torna o acesso à população encarcerada um dos principais desafios do SUS enquanto sistema universal de saúde. O presente estudo partiu da experiência da autora na Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES RJ) na interface da Atenção Básica com a superintendência de Saúde Mental e Populações Vulneráveis, onde se tratava da saúde da população privada de liberdade. E também na Coordenação da Saúde no Sistema Prisional, na Secretaria de Atenção Primária do Ministério da Saúde (SAPS/MS). A questão da saúde no sistema prisional é tratada por vários documentos como o Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário, de 2004, e a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), de 2014. A Lei de Execução Penal (nº 7.210/1984) também trata da situação de saúde dos presos. Buscou-se nesse trabalho apresentar as políticas de saúde das pessoas privadas de liberdade e articular o debate com a experiência de sua aplicação real na prática cotidiana, através da perspectiva do abolicionismo penal e do conceito de necropolítica.  Percebeu-se, a partir da prática na gestão do SUS, diversas barreiras impeditivas na relação para o cuidado em saúde das pessoas privadas de liberdade, que materializam a vulnerabilidade do preso em seu próprio estado de saúde e enquanto cidadão a quem o Estado brasileiro deve a aplicação de políticas públicas que lhe garantam a justa medida de seus direitos.

10333 DEMANDA PARA ATENÇÃO SECUNDÁRIA EM SAÚDE BUCAL NOS MUNICÍPIOS DO CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DE SAÚDE DAS VERTENTES – CISVER – MG.
Júlio Cézar Couto de Barros, Marcos Azeredo Furquim Werneck, Andrea Clemente Palmier

DEMANDA PARA ATENÇÃO SECUNDÁRIA EM SAÚDE BUCAL NOS MUNICÍPIOS DO CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DE SAÚDE DAS VERTENTES – CISVER – MG.

Autores: Júlio Cézar Couto de Barros, Marcos Azeredo Furquim Werneck, Andrea Clemente Palmier

Apresentação: Trata-se de uma pesquisa sobre acesso à Atenção Secundária em Saúde Bucal cujo objetivo principal é conhecer a demanda e o acesso a procedimentos especializados em Saúde Bucal nos 16 municípios que compôem o CISVER, com sede em São João Del Rei, Minas Gerais, Brasil, os quais não possuem um Centro de Especialidades Odontológicas de referência. Além disso, o estudo também pretende conhecer o perfil dos profissionais responsáveis pelo atendimento aos usuários na Atenção Primária e identificar o perfil sociodemográfico dos usuários que necessitaram de procedimentos especializados. Método: Estudo transversal com os cirurgiões-dentistas do sistema de Atenção Básica que trabalham nesses municípios. Esses dentistas registraram todos os pacientes que foram tratados no Sistema Único de Saúde (SUS) local de agosto de 2019 a fevereiro de 2020 e que demonstraram a necessidade de serem encaminhados para procedimentos especializados em saúde bucal. A análise descritiva foi desenvolvida no software SPSS for Windows versão 18.0. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais. Resultado: Dentre as especialidades avaliadas, a maioria dos pacientes apresentaram necessidade de tratamento endodôntico, seguidos por prótese, ortodontia, cirurgia oral e estomatologia. O dente mais comprometido para tratamento endodôntico foi o primeiro molar permanente, seguidos pelos segundos molares e primeiros pré-molares permanentes. A necessidade protética mais observada foi a prótese parcial. A maior parte dos pacientes encaminhados era do sexo feminino e a faixa etária entre 15 e 19 anos foi a mais frequente, sendo que o encaminhamento mais observado foi para consultórios particulares locais devido à ausência de refência no SUS. Observou-se também que a maioria dos cirurgiões dentistas da Atenção Primária não possui especialidade, têm em média 09 anos de formados e estão inseridos na Equipe de Saúde da Família há 05 anos em média. Por fim, verificou-se que a maioria dos pacientes encaminhados não realizou o procedimento de atenção secundária do qual necessitavam devido à falta de referência no SUS da região. Considerações finais: Verificou-se um acesso limitado a procedimentos especializados de Saúde Bucal, fazendo com que a maior parte dos pacientes encaminhados não tivesse suas necessidades de tratamento no nível secundário atendidas, contrariando o princípio da integralidade no SUS. Para que a Política Nacional de Saúde Bucal considere as particularidades das distintas regiões brasileiras, sugere-se a ampliação da área de atuação das equipes de saúde bucal na Atenção Primária e/ou a criação de serviços especializados locais mais acessíveis, de maneira que o acesso ao nível secundário na saúde bucal seja assegurado a todos os pacientes encaminhados. Palavras chave: Saúde Bucal, Acesso à Atenção Secundária, Sistema Único de Saúde. 

10672 PERFIL DOS PACIENTES PORTADORES DE NEOPLASIA MALIGNA IMUNIZADOS NO RIO DE JANEIRO
Mary Hellem Fonseca, Mercedes Neto, Camilly Novaes, Julia Nascimento, Jessica Magalhões Assis, Andreza Cristina Silva Oliveira, Eliza Aguiar de Almeida

PERFIL DOS PACIENTES PORTADORES DE NEOPLASIA MALIGNA IMUNIZADOS NO RIO DE JANEIRO

Autores: Mary Hellem Fonseca, Mercedes Neto, Camilly Novaes, Julia Nascimento, Jessica Magalhões Assis, Andreza Cristina Silva Oliveira, Eliza Aguiar de Almeida

Apresentação: O paciente portador de neoplasia maligna entra em condições de imunossupressão pela própria doença ou pelo tratamento da terapia a que está ou foi submetido. Para este caso, os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) funcionam como uma unidade que oferecem os imunobiológicos especiais mediante cada caso. Analisar o perfil dos pacientes portadores de neoplasia maligna atendidos no CRIE/FIOCRUZ entre 2014-2018.  Desenvolvimento: Trata-se de um estudo do tipo transversal com abordagem quantitativa, realizada com os pacientes portadores de neoplasia maligna atendidos no CRIE/FIOCRUZ entre os anos 2014-2018. A análise estatística compreendeu análises univariadas e bivariadas, contendo uma amostra de 262 pacientes, onde se calculou as prevalências por meio do Software Estatístico R. Resultado: Após a análise, foram organizados os resultados nas variáveis compreendidas neste estudo. No que tange os encaminhamentos dos pacientes portadores de neoplasia maligna para o CRIE/FIOCRUZ, 64,50% foram por unidades públicas.  Segundo o motivo de base da condição especial para ser encaminhado ao CRIE/FIOCRUZ, 69,47% foram por outras patologias, diferente de câncer. No que se refere à prescrição de imunobiológico pelo profissional do CRIE/FIOCRUZ, a vacina pneumocócica 23, teve a maior prevalência contando com 228 casos de prescrição. O SUS rege o princípio da universalidade, proporcionando acesso do cidadão ao atendimento. A crescente especialização dos profissionais da saúde vem sendo algo positivo no que se refere à melhoria do atendimento para um caso em específico. Porém, isso reflete quando se olha o indivíduo como o todo e não somente a sua patologia principal que esta instalada, como é o caso do baixo encaminhamento do paciente portador de neoplasia maligna.  A prescrição da vacina pneumocócica 23, pelo profissional do CRIE/FIOCRUZ explica-se por ser uma indicação para a imunodeficiência devido ao câncer ou a imunodepressão terapêutica, que também entra como indicação para este imunobiológico. Considerações finais: O estudo mostra a importância do encaminhamento do paciente portador de neoplasia maligna para o CRIE, seja no que tange os benefícios de saúde dele, como também dos seus contactantes. Além disto, destacou-se o serviço público como origem dos encaminhamentos desses pacientes ao serviço especializado, o que reforça a necessidade da criação de educação permanente mais efetiva dos profissionais de saúde no conhecimento do profissional de referência a imunização dos pacientes portadores de neoplasia maligna.

7914 INCORPORAÇÃO DE UNIDADE AMBULATORIAL FEDERAL À UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Thaina Ramos Freire, Laura Greco Gioia, Maria Lelita Xavier, Maria Regina Reicherte Araujo Pimentel

INCORPORAÇÃO DE UNIDADE AMBULATORIAL FEDERAL À UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Autores: Thaina Ramos Freire, Laura Greco Gioia, Maria Lelita Xavier, Maria Regina Reicherte Araujo Pimentel

Apresentação: Com o processo de reorganização das unidades federais de saúde, negociou-se a incorporação do Posto de Assistência Médica São Francisco Xavier à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Renomeada Policlínica Piquet Carneiro (PPC) tornou-se unidade docente assistencial de apoio para ensino, pesquisa, extensão e prática assistencial. Nesse sentido, o estudo tem como objetivo descrever as circunstâncias que ensejaram a incorporação da PPC à UERJ. Desenvolvimento: Foram coletados documentos de fontes primárias e fontes secundárias. As fontes primárias incluíram legislações, livros de atas, ofícios, relatórios, fotografias e vídeos. Os documentos orais foram produzidos a partir da técnica de história oral temática, com a construção de um corpus documental a partir de entrevistas temáticas. Foi empregado o método de triangulação de dados, que consistiu no confronto entre a análise dos dados coletados, documentos orais e escritos e a bibliografia consultada. Resultado: Compõem o acervo documental deste estudo 28 documentos escritos, 11 fotografias e 2 vídeos, além de 12 documentos orais. A partir da análise documental parcial, emergiram três categorias: antecedentes do processo de incorporação; processo administrativo legal; a reformulação assistencial pelas unidades docentes da UERJ. O contexto da incorporação da unidade ocorreu em uma época na qual estava vigente o processo de transferência da gestão dos postos de assistência médica federais, de acordo com o princípio de descentralização do Sistema Único de Saúde. A assinatura do Termo de Cessão de Uso em 1999 determinou as incumbências administrativas dos parceiros da cogestão da unidade, a UERJ e o Ministério da Saúde. Esse termo foi prolongado por seis termos aditivos, sendo o último assinado em 2005. A mobilização dos docentes teve início em 2008 com a reformulação assistencial pelas unidades acadêmicas de enfermagem, odontologia, nutrição e serviço social da UERJ. Para tal, foi adotado um modelo de gestão voltado para a área acadêmica, com a criação de Departamentos de Assistência e Ensino, que buscaram expandir o campo prático oferecido na unidade aos discentes. Ademais, os ambulatórios localizados no Hospital Universitário Pedro Ernesto se mobilizaram para a PPC. A cogestão permitiu a ampliação do serviço oferecido à população, que passou a contar com setores inovadores da assistência como, por exemplo, o primeiro centro de cirurgia ambulatorial público do estado. Considerações finais: A incorporação da PPC à UERJ ocorreu mediante à assinatura de termo de cessão e seus aditivos, que envolveu questões políticas e econômicas, e trouxe ganhos para o ensino da UERJ e à assistência oferecida à população fluminense.

11770 PERSPECTIVA FARMACÊUTICA SOBRE O USO RACIONAL DE SUPLEMENTOS POLIVITAMÍNICOS
Bianca Helena dos Santos Lima, Wanessa Modesto Costa, Erica Bianca Assunção Sousa, Rafael da Silva Medeiros, Luana Melo Diogo de Queiroz

PERSPECTIVA FARMACÊUTICA SOBRE O USO RACIONAL DE SUPLEMENTOS POLIVITAMÍNICOS

Autores: Bianca Helena dos Santos Lima, Wanessa Modesto Costa, Erica Bianca Assunção Sousa, Rafael da Silva Medeiros, Luana Melo Diogo de Queiroz

Apresentação: Nas últimas décadas tem crescido o interesse em relação ao uso de vitaminas e polivitamínicos, tornando este um cenário de grande importância na saúde humana, com um consumo amplamente difundido em diversos países, tais como Alemanha e Estados Unidos da América. No Brasil, a extensão e a frequência do consumo de produtos vitamínicos ainda são praticamente desconhecidas, embora haja registro em relação ao aumento da importação e vendas relacionada às mesmas. É praticamente consenso na comunidade científica que uma dieta regular pode fornecer a uma pessoa saudável todos os nutrientes necessários e nas quantidades adequadas. Recomenda-se, no entanto, o uso da suplementação vitamínica industrializada apenas em situações específicas nas quais os indivíduos não são capazes de satisfazer suas necessidades fisiológicas com uma dieta normal, seja por conta de uma patologia ou alguma alteração nas funções fisiológicas normais do organismo. No entanto, observa-se uma atribuição às vitaminas de propriedades cuja representação simbólica faz com que os nutrientes contidos nesses produtos sejam visualizados como mais eficazes do que aqueles mesmos elementos que podem ser adquiridos através da alimentação variada e saudável. A partir dessa perspectiva, o profissional farmacêutico, como conhecedor dos medicamentos, exerce o papel de educador e esclarecedor de informações. Seu principal local de atuação, nos balcões das drogarias, é estratégico para ampliação das informações visto que é onde os pacientes buscam para a compra dos suplementos. Tais informações devem esclarecer a respeito do uso indiscriminado de polivitamínicos, principalmente em indivíduos que já possuem uma dieta que satisfaz seus índices nutricionais, uma vez que os mesmos podem exceder as recomendações nutricionais diárias recomendadas. Para isso, é fundamental que os acadêmicos, enquanto futuros profissionais, busquem compreender sobre o tema. O objetivo principal do trabalho foi  a pesquisa de fundamentos teóricos e científicos para basear a discussão sobre o uso indiscriminado dos suplementos, promovendo a figura do farmacêutico como propagador de conhecimento. Método: Para a elaboração do arcabouço que foi usado como base para esta revisão foi feito um levantamento bibliográfico nas seguintes bases de dados: SciELO, PubMed, LILACS, para a filtragem de artigos pesquisados foram utilizadas como palavras-chaves: vitaminas, polivitamínicos, multivitamínicos, intoxicação, das quais obteve-se um total de 15. Durante o levantamento de dados acerca do tema, optou-se por usar alguns critérios de exclusão, com o intuito de melhor selecionar estes dados, dessa forma utilizou-se como métodos de seleção o ano de publicação destes artigos, não sendo aceitos trabalhos publicados antes 1995, com isso foram excluídos 6 trabalhos, e trabalhos escritos em português ou inglês, o que acabou por eliminar mais 5 trabalhos, restando, assim, um total de 3 artigos para serem usados como base para a construção deste trabalho. Resultado: Nos estudos utilizados como base, evidenciou-se a presença indiscutível dos suplementos vitamínicos no dia a dia do ser humano, no entanto existem poucos estudos que demonstram de forma prática e científica a validação sobre seus benefícios e malefícios sobre a saúde de seus usuários. Observou-se a utilização de polivitamínicos juntamente com formas de tratamento para doenças crônicas ou infecções, um estudo realizado pela Universidade de São Paulo demonstrou a alta recepção sobre os vitamínicos pelos universitários, evidenciando seus altos benefícios sobre o corpo e o cotidiano, principalmente por acreditarem em “ganhar energia” ao fazerem sua ingestão. A presença de vitaminas no corpo humano é algo fundamental para manter as funções e a homeostase corporal, como por exemplo a vitamina A (betacaroteno), a qual possui altas propriedades antioxidantes e que em altos níveis séricos estão associados a uma menor incidência de doenças cardiovasculares, no entanto o mesmo estudo relata a evidência de provas científicas que o betacaroteno não afeta diretamente a incidência de doenças cardiovasculares ou oncológicas. A vitamina C, muito utilizada de maneira isolada em forma de comprimidos efervescentes, tem como principal objetivo a prevenção de resfriado e sintomas gripais; quando presentes em altas doses séricas costumam ser associadas a uma baixa incidência de catarata senil, câncer e doença arterial coronariana, assim como associação a maiores concentrações de colesterol nas lipoproteínas de alta densidade (HDL). Ainda assim, existem dados registrados sobre a alta dose de vitamina C, podendo esta ser mal absorvida causando diarreia e podendo aumentar a excreção urinária de oxalato a concentrações que podem causar o aparecimento de cálculos renais. Atualmente, é muito comum ver associações de multivitamínicos relacionados à “energia" ou para a “memória”, e dessa forma apresentam também possíveis riscos, como, em caso de associação com moléculas precursoras de neuroreceptores, pode ocasionar efeitos de feedback negativo no corpo, gerando danos a homeostase corporal. Entre os estudos analisados observou-se também a grande dificuldade no relato de consumo, pois não são abordadas as formas de como são utilizados, se consomem antes ou depois de se alimentar, se foi prescrito como suplementação dietética ou se foi como complemento para algum tratamento imunossupressor. A relação entre os suplementos multivitamínicos com a saúde do ser humano pode ser considerado a partir dos termos de hipovitaminose e hipervitaminose: A utilização dos suplementos é altamente recomendado por profissionais, como nos casos de hipovitaminose, o uso de suplementos é indicado de maneira a completar a carência de vitaminas corporal; na hipervitaminose, alguns estudos apontam que os suplementos podem ocasionar o excesso de vitaminas no corpo. Por esse motivo, observa-se a carência dos estudos relacionados aos polivitamínicos voltados aos malefícios possíveis e factíveis de tais produtos. Considerações finais: O indivíduo como ser biológico necessita de vitaminas e minerais, algo indiscutível, devendo ser avaliado o uso dos suplementos por indivíduos saudáveis e que mantém uma dieta satisfatória. Não deve ser descartada a avaliação multiprofissional e o acompanhamento nutricional para os casos em que se identifique a necessidade de uso. Ademais, em relação ao farmacêutico, este exerce uma ponte quanto ao uso racional, pois é o profissional que está no balcão orientando as vendas e a dispensação de medicamentos, inclusive os polivitamínicos, alertando sobre os riscos de hipervitaminose. O principal motivo para o uso desses produtos, é ter uma melhor qualidade de vida, devendo o paciente ser conscientizado sobre outras práticas como a dieta balanceada, uma boa noite de sono e a realização de atividades físicas regulares.

9295 ACESSO À ATENÇÃO AS HEPATITES VIRAIS NO ESTADO DE MATO GROSSO, BRASIL: DISTRIBUIÇÃO DOS SERVIÇOS AMBULATORIAIS
Josué Souza Gleriano, Elton Carlos de Almeida, Ana Claudia Pereira Terças Trettel, Ione Carvalho Pinto, Janise Braga Barros Ferreira, Lucieli Dias Pedreschi Chaves

ACESSO À ATENÇÃO AS HEPATITES VIRAIS NO ESTADO DE MATO GROSSO, BRASIL: DISTRIBUIÇÃO DOS SERVIÇOS AMBULATORIAIS

Autores: Josué Souza Gleriano, Elton Carlos de Almeida, Ana Claudia Pereira Terças Trettel, Ione Carvalho Pinto, Janise Braga Barros Ferreira, Lucieli Dias Pedreschi Chaves

Apresentação: No Brasil, as peculiaridades geográficas e de logística podem dificultar o acesso da população aos serviços de saúde e, no caso das hepatites virais em que há prevalência nas populações quilombolas, indígenas, ribeirinhas, dentre outras que habitualmente residem em áreas silvestres ou rurais o acesso pode ser um fator impactante tanto na prevenção como promoção da saúde. Essas situações requerem estratégias de enfrentamento na organização dos serviços, no território, na tentativa de reduzir as iniquidades para avançar no cuidado com respeito às diversidades regionais. Nesse sentido, objetiva-se avaliar a distribuição de serviços ambulatoriais de atenção às hepatites viras do Sistema Único de Saúde (SUS) nas regiões de saúde do Estado de Mato Grosso, Brasil. Método: Trata-se de um estudo avaliativo, (CAAE: 01481918.0.0000.5393), composto por três etapas, contemplando nesse trabalho resultados da primeira etapa do estudo. Os dados foram coletados em 2020, no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, referente ao indicador de serviços especializados de atenção à DST/HIV/AIDS, Centro de Testagem e Aconselhamento/Serviço de Assistência Especializada (CTA/SAE), número de serviços e tipo, número de profissionais médicos e especialidade que compuseram planilhas eletrônicas do formato Microsoft Excel analisado por meio do software SPSS 21. Após levantamento, dos serviços e profissionais médicos esses foram distribuídos nas cinco macrorregiões e dezesseis microrregiões por meio do georreferenciamento, software livre Terraview 4.2. No referido estado, existem 23 serviços ambulatoriais especializados, sendo 30,45% Centros de Testagem e Acolhimento (CTA)/Serviços de Assistência Especializada (SAE), 21,74% CTA, 30,45% SAE, 4,34% Centro de Referência Estadual, 4,34% Ambulatório Prisional, 4,34% Unidade Saúde da Família (USF), 4,34% Hospital. Observa-se presença de serviços nas cinco macrorregiões de saúde, com maior concentração de serviços 26,12% na macro Sul, 21,73% na macro Leste, 21,73% na macro Centro-norte, possui a referência estadual, 21,73% na macro Norte e 8,69% na macro Oeste. Uma microrregião localizada em extremo do estado não possuem serviço de referência ambulatorial. Ressalta-se a questão de centralidade da referência apenas na capital do estado, tendo em vista a dinâmica territorial. Dos 51 profissionais médicos 41,17% possuem especialidade em infectologia, a distribuição desses profissionais é heterogênea, as macrorregiões Leste e Oeste não possuem, a macrorregião Centro-norte concentra 71,42% dos infectologistas, a macrorregião Norte há presença em duas regiões e na macrorregião Sul, que concentra maior número de serviços, três infectologistas em duas cidades, Rondonópolis e Primavera do Leste. Quando analisado na perspectiva de infectologista por tipo de serviço 66,68% atuam em Centro Estadual de Referência em Média e Alta Complexidade, em Cuiabá, 23,80% em CTA ou SAE e 9,52% em CTA/SAE. Dois serviços, um na região sul mato-grossense e outro na Sudoeste mato-grossense, não possui médico. Considerações finais: Percebe-se que na distribuição dos serviços existe uma faixa central do território sem serviço, além da baixa distribuição da especialidade médica em infectologia no estado. Nesse sentido, há possibilidades de análise para a tomada de decisão que conceberá a gestão em saúde iniciativas que possam propor mudanças.

6144 PROPOSTA DE FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO AO IDOSO EM UMA UNIDADE DE ATENÇÃO SECUNDÁRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Rayanne Rammily Rodrigues Pamplona, Amanda Cristina Campos Dias, Luan Cardoso e Cardoso, Thamires Pinto Santos, Vanessa Ellen Matias Batista, Ana Luisa Lemos Bezerra, Juliane Moreira de Almeida, Márcia Cristina Souza da Cruz

PROPOSTA DE FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO AO IDOSO EM UMA UNIDADE DE ATENÇÃO SECUNDÁRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Rayanne Rammily Rodrigues Pamplona, Amanda Cristina Campos Dias, Luan Cardoso e Cardoso, Thamires Pinto Santos, Vanessa Ellen Matias Batista, Ana Luisa Lemos Bezerra, Juliane Moreira de Almeida, Márcia Cristina Souza da Cruz

Apresentação: A enfermagem, dentro do processo de trabalho, desenvolve os seguintes procedimentos: assistir, administrar, ensinar, pesquisar e participar politicamente. Assim, foi utilizado um fluxograma analisador fundamentado na realização de cartografia, que analisa o processo dinâmico de trabalho e ao mesmo tempo, direciona a forma como governá-lo. Portanto, o fluxograma mapeia os fluxos e os processos de trabalho, tornando-se uma ferramenta de reflexão e organização da Unidade. A ferramenta tem como objetivo direcionar o processo de gerenciamento, que visa estimular a participação da Unidade de trabalho, com o intuito de intervir em situações necessárias, além disso, tem como função identificar os nós críticos; revelar o processo de trabalho; contribuir para o planejamento e reorganização do mesmo; analisar o modelo assistencial praticado pela Unidade de atendimento; sensibilizar acerca da auto análise na Unidade de saúde e servir como banco de dados para os trabalhadores. Desse modo o objetivo desse trabalho é relatar uma experiência acerca da elaboração de uma proposta de fluxograma de atendimento ao idoso em uma Unidade de atenção secundária. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido a partir da vivência de acadêmicos do curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará (UEPA), durante as aulas práticas de Enfermagem Geronto-Geriátrica. Utilizou-se a metodologia da problematização do Arco de Maguerez, descrita em cinco passos, a saber: observação da realidade, levantamento de pontos-chave, teorização, hipótese de solução e aplicação na realidade, assim observou-se o fluxo de atendimento da unidade e percebeu-se a necessidade de desenvolvimento do fluxograma. Resultado: e Resultado: Elaborou-se uma proposta inicial de fluxograma, com base nos achados sobre o funcionamento de uma unidade de saúde do idoso. Após a concretização da proposta inicial, apresentou-se a mesma para a equipe de saúde da unidade, onde houve considerações sobre o fluxograma e esclarecimentos sobre o fluxo de atendimento. Resultando assim, em uma proposta final de fluxograma, contando com a contribuição dos profissionais atuantes. Considerações finais: Evidencia-se a importância da utilização do fluxograma como ferramenta reguladora do processo de trabalho, e a implementação como fator potencializador da qualidade da assistência prestada pela Unidade. Nesse sentido, o fluxograma se torna a instrumentalização dos passos de atendimento, o que possibilita para enfermagem a otimização da prática assistencial, visando sempre uma assistência qualificada e holística, quando zela pelo usuário desde o momento de sua chegada à unidade, no acolhimento, fatores que contribuem de forma direta nos passos do processo de trabalho de enfermagem. 

9029 O CEO NA REDE DE ATENÇÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ANÁLISE A PARTIR DOS DADOS DA AVALIAÇÃO EXTERNA DO PMAQ/CEO 1º CICLO
Daniela Alvine Silva, Andrea Neiva da Silva, Nilcema Figueiredo

O CEO NA REDE DE ATENÇÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ANÁLISE A PARTIR DOS DADOS DA AVALIAÇÃO EXTERNA DO PMAQ/CEO 1º CICLO

Autores: Daniela Alvine Silva, Andrea Neiva da Silva, Nilcema Figueiredo

Apresentação: Este trabalho busca analisar o acesso e a organização da demanda nos CEO do Estado do Rio de Janeiro através de estudo avaliativo, com abordagem quantitativa, a partir da análise de dados secundários dos CEO do Estado do Rio de Janeiro obtidos da Avaliação Externa (AE) do 1º Ciclo do Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade dos Centros de Especialidades Odontológicas (PMAQ-CEO). Os resultados apontaram que houve predominância da demanda mista (espontânea e referenciada) nos CEO do estado (66%), sendo a forma predominante para a referência e contrarreferência. Em todas as regiões de saúde, a principal forma de agendamento de consulta foi a utilização da ficha de encaminhamento/referência (78,8%) entre UBS e CEO e o uso de ficha específica pelos CEO do estado para a realização de contrarreferência foi observado em 90,9% dos serviços, resultado superior ao encontrado nos CEO brasileiros (86,2%). Os achados deste estudo demonstram que um dos desafios para o SUS consiste em consolidar a assistência secundária à saúde em odontologia de forma a garantir a integralidade do cuidado no sistema como um todo. O relacionamento da APS com a atenção secundária à saúde não deve estar limitado a fluxos, mas sim envolver processos, sendo pautado por aspectos dinâmicos, democráticos e alicerçados na integralidade do acesso ao atendimento. Não deve existir uma sobreposição dos níveis de atenção, mas uma interação, para a implantação da atenção secundária em saúde bucal, consolidada na oferta de procedimentos de acordo com as necessidades da população, observando-se o porte populacional e os fatores socioeconômicos envolvidos. Apesar dos resultados positivos do estado em relação aos CEO do Brasil no tocante ao referenciamento e contrarreferenciamento de usuários, é fundamental aprimorar a interface entre atenção primária e secundária em saúde bucal através da melhor organização do acesso aos CEO a partir do uso cada vez mais ampliado de protocolos clínicos de referência, da qualificação profissional e da gestão, já que o gerente é um dos atores que tem maior potencial de induzir mudanças nos serviços. Além disso, o estreitamento das relações entre os profissionais do CEO e da APS através de ações de matriciamento como discussão de casos clínicos e ações de educação permanente podem ser contribuir para regular os fluxos, melhorar o acesso e a qualidade da atenção em saúde bucal. Os obstáculos encontrados são definitivamente os entraves da integralidade, transpor ou amenizá-los encurtaria o caminho para a resolução das necessidades em saúde bucal da população. Espera-se que os resultados alcançados por esta pesquisa possam contribuir como ferramentas de gestão para maior efetividade da atenção secundária na rede de atenção à saúde. Assim como, levantar questões quanto ao funcionamento dos serviços, acessibilidade e a relação com outros níveis de atenção, com isso, devem subsidiar ações de planejamento no intuito de quebrar essas barreiras e proporcionar aos usuários respostas eficientes e adequadas para suas carências em saúde.

7770 INTEGRAÇÃO ENTRE AS UNIDADES DE ATENÇÃO BÁSICA, CENTRO DE ASSISTÊNCIA PSICOSSOCIAL E A UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO DO COMPLEXO DO ALEMÃO (RIO DE JANEIRO)
Fernanda Christine Dutra Bastos, Mauricio Pereira

INTEGRAÇÃO ENTRE AS UNIDADES DE ATENÇÃO BÁSICA, CENTRO DE ASSISTÊNCIA PSICOSSOCIAL E A UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO DO COMPLEXO DO ALEMÃO (RIO DE JANEIRO)

Autores: Fernanda Christine Dutra Bastos, Mauricio Pereira

Apresentação: As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado . Os serviços de saúde que operam na rede de atenção à saúde, se relacionam de forma cooperativa e interdependente com missão e objetivos comuns; intercambiam constantemente seus recursos, organizam-se de forma poliárquica, em que todos os pontos de atenção à saúde são igualmente importantes e se relacionam horizontalmente. Todavia, no Complexo do Alemão, o que se encontrava era uma rede local de saúde fragilizada, sem interlocução entre os aparelhos e usuários com dificuldade de acesso, nos casos de urgência. O território do Complexo do Alemão, localizado no Rio de Janeiro, conta com três unidades básicas do modelo Estratégia de Saúde da Família, uma Unidade de Pronto Atendimento e um Centro de Assistência Psicossocial. Dessa forma, foi de amplo entendimento que a construção da RAS local se desse por meio de uma comunicação mais qualificada. Uma efetiva articulação entre os níveis assistenciais promove uma melhora da qualidade do cuidado ofertado pelas unidades de saúde do Complexo do Alemão. Para assegurar a continuidade no processo assistencial foram necessários: ● Utilização pelos profissionais de saúde das referências e contra- referências estabelecidas; ● Acordos entre os profissionais sobre a informação clínica necessária, tanto desde a rede básica até a atenção especializada como de maneira recíproca, para dar suporte e continuidade ao processo terapêutico; ● Suporte e rotinas administrativas adequadas que evitem os deslocamentos desnecessários dos pacientes a outras unidades da rede mais distantes do território; ● Integração com outros setores no sentido de atuar nos condicionantes e determinantes do processo saúde-doença. No ano de 2016, no território do Complexo do Alemão, iniciou-se o trabalho de integração da UPA com as unidades de Atenção Primária e CAPS João Ferreira. Os Fóruns de Rede foram realizados com a periodicidade bimensal, com a participação do assessor técnico em saúde, coordenação médica, de enfermagem, gerente administrativo, técnico e enfermeiro diaristas da UPA, médicos e enfermeiros Responsáveis Técnicos das unidades da APS, gerentes das unidades, diretora e médico/RT enfermagem do CAPS, Residentes de Medicina de Família e Comunidade da SMS e preceptores. A experiência exitosa da construção e articulação da rede local de saúde, proporcionou além de uma melhor comunicação entre os profissionais dos diferentes serviços de saúde, um entendimento de que o objetivo da rede é prestar atenção integral ao usuário, independente do perfil assistencial diferenciado de cada serviço. Dentre os diversos avanços obtidos com essa integração, destaca-se os instrumentos criados para qualificar o cuidado e o acompanhamento dos usuários pelas unidades de atenção primária/CAPS e para facilitar o diálogo entre os profissionais. 1- Grupo de WhatsApp com a coordenação da UPA Alemão, enfermeiro diarista, gerentes das unidades, RTs, preceptores e assessor técnico 2- Planilha mensal de óbitos compartilhada no drive para acompanhamento das equipes- Investigação do Óbito 3- Planilha de alta referenciada compartilhada no drive com informações do motivo da internação, de usuários acompanhados nas unidades/CAPS- Continuidade do cuidado 4- Listagem de ruas cadastradas pelas unidades, disponível para o enfermeiro diarista, que faz a interlocução com as equipes da APS 5- Ficha de Referenciamento para a APS dos pacientes classificados como azul- Responsabilidade no processo de referenciamento 6 – Planilha de casos de violência que deram entrada na UPA Complexo do Alemão para que as Unidades de Atenção Primária possam coordenar melhor o cuidado dos pacientes pós alta. Objetivo Integrar as Unidades de Atenção de Atenção Primária à Saúde com os demais aparelhos de saúde do território como UPA e CAPS afim de fortalecer a rede local de saúde do Complexo do Alemão. Método: Etapas: 1-Reunião para Diagnóstico Inicial das UPA Alemão; das unidades de Atenção Primária e CAPS dos territórios- Aproximação ● Entender como funciona a UPA, perfil de atendimento, exames disponibilizados, relação com as unidades de atenção primária do território e CAPS, integração da coordenação técnica (coordenador médico, coordenadora de enfermagem, gerente administrativo), perfil das unidades de APS do território (Residência médica, Residência de Enfermagem, Residência Multiprofissional, Internos), conhecer os RTs médicos e de enfermagem das unidades, levantar principais dificuldades das unidades de APS/CAPS na interlocução com as UPAs; avanços, entraves na comunicação. Público Alvo: Coordenação das UPAs; Gerentes das unidades de APS, diretores CAPS, RTs Médicos e de Enfermagem, Preceptores de Enfermagem/ Médicos das unidades com Residência. 2 Apresentação: do Plano de Trabalho para as CAPs 2.1 e 3.1- Conversa com as CAPs 3- Encontro com a coordenação das UPAs (Coordenador Médico, Coordenadora de Enfermagem, Gerente Administrativo) para diagnóstico local mais detalhado e apresentação do projeto- Diagnóstico Local e apresentação: do Plano de Trabalho 4- 4-Troca de experiências da equipe de coordenação da UPA Alemão com a UPA Rocinha. - Compartilhando Saberes 5-Visita Técnica nas UPAS para construção das pautas do Fórum e definição do público-alvo em conjunto com a coordenação (Médico, Enfermeiro, Gerente administrativo). Essa atividade será realizada sempre na semana que antecede o Fórum- Elaboração de Propostas 6-Cronograma dos Fóruns organizados a cada dois meses 7- Visita mensal às UPAs para acompanhamento dos fluxos pactuados com as unidades do território- Acompanhamento do Plano de Trabalho 8- Acompanhamento remoto de alguns casos levantados pelos gerentes/diretores das unidades na interlocução com as UPAs- Acompanhamento dos Casos 9-Elaboração de Relatórios Bimensais da Assessoria Técnica em Saúde- Registro das impressões dos encontros, encaminhamentos, avanços, dificuldades, fluxos pactuados. Resultado: Alcançados ● Maior Integração dos profissionais das unidades de saúde do território, facilitando o diálogo e pactuação de processos que qualifiquem o cuidado, principalmente dos moradores do território; ● Aumento da satisfação dos usuários e profissionais; ● Melhor organização de fluxos do cuidado; ● Maior efetividade nas ações assistenciais; ● Redução de custos e otimização de recursos; ● Maior vigilância dos casos no território; ● Coordenação e continuidade do cuidado ● Qualificar o acesso tanto na UPA quanto nas UBS Considerações finais: O fórum de rede foi de suma importância para qualificar o acesso dos usuários, tanto na APS quanto nos demais níveis de atenção. Atualmente, o usuário consegue identificar melhor qual unidade procurar em caso de urgência. Caso ocorra algum equívoco, o paciente é direcionado de forma responsável, tanto pela UPA, após a classificação de risco, quanto pelas UBS por meio da guia de referência e da solicitação de transferência via ambulância. Assim, não só aumenta a satisfação dos moradores do Complexo do Alemão mas também das equipes de Atenção Primária que passaram a fazer uma melhor coordenação do cuidado e ofertar acesso mais adequado de acordo com o perfil da unidade. 

11666 SOROPREVALÊNCIA DA INFECCÇÃO POR CITOMEGALOVÍRUS NO BRASIL: REVISÃO DE LITERATURA
Karollayny Macêdo Oliveira, Pamella Pádua Rodrigues, Laura Raquel Silva da Costa, Igor Oliveira da Silva, Murillo Umbelino Malheiros, Larissa Melo Ladeira, Marcus Tolentino Silva

SOROPREVALÊNCIA DA INFECCÇÃO POR CITOMEGALOVÍRUS NO BRASIL: REVISÃO DE LITERATURA

Autores: Karollayny Macêdo Oliveira, Pamella Pádua Rodrigues, Laura Raquel Silva da Costa, Igor Oliveira da Silva, Murillo Umbelino Malheiros, Larissa Melo Ladeira, Marcus Tolentino Silva

Apresentação:  O citomegalovírus (CMV) é um herpes vírus humano (HHV-5), sendo um patógeno oportunista, que comumente infecta pessoas de todas as idades, raças e grupos étnicos de diferentes contextos sociais, econômicos, culturais e geográficos. É uma infecção comum, podendo ter um curso complicado em grupos de riscos, tais como: gestantes, crianças, imunodeprimidos, transplantados e recém nascidos infectados congenitamente. O CMV é altamente prevalente em todo o mundo. Apesar disso, trabalhos epidemiológicos ainda são escassos. Os dados sobre a prevalência esclarecerão melhor a epidemiologia desta infecção no contexto brasileiro. Diante do cenário, o estudo teve como objetivo revisar sistematicamente a literatura sobre a prevalência da infecção por CMV no Brasil. Assim, este trabalho ajudará a mapear o perfil da infecção e construir medidas de prevenção primária. Será possível obter informações significativas para propor medidas educativas e de intervenção para minimizar os riscos de contágio. Medidas socioeducativas podem advir após este estudo, tais como a orientação sobre higiene pessoal e cuidados com aglomerações, por exemplo, de modo a minimizar a propagação do vírus e o estabelecimento da doença. Além disso, identificar características sociais, econômicas, demográficas e correlações clínicas que influenciaram na prevalência do citomegalovírus no Brasil. Foi realizada uma revisão sistemática de base populacional nas bases de dados da literatura Latino Americana e do Caribe (LILACS), National Library of Medicine (MEDLINE/VIA PubMed), EMBASE e SCOPUS e Cochrane. Os estudos selecionados investigavam a prevalência de citomegalovírus, independentemente do sexo e da faixa etária dos indivíduos. Foram selecionados 32 artigos, com data de coleta variando entre 1969 e 2014, por dois revisores independentes com auxílio da plataforma Covidence. Após esta etapa, foi realizado avaliação da qualidade metodológica dos artigos por meio de critérios adaptados. Para cada critério atendido, o estudo recebeu um ponto, variando de 0 a 9 pontos no total. As discordâncias foram resolvidas por consenso entre os dois revisores. Por fim, foi realizado, a análise estatística dos dados, utilizando o software Stata®, para agregar os resultados através de meta-análises a fim de determinar a estimativa global de prevalência do CMV. Observou-se que a prevalência da infecção por citomegalovírus no Brasil foi 43,9% (IC 95%: 31,7 – 57,7%). O dado apresentou elevada heterogeneidade (I 2 = 99,9%). O estudo de maior prevalência foi referente a região norte e o segundo de maior prevalência foi da região nordeste. A qualidade dos estudos apresentou escore médio de 7 a 9 pontos. Apesar das dificuldades de análise e disparidades de métodos encontrados entre os trabalhos publicados e das grandes diferenças regionais de fatores culturais e socioeconômicos existentes no país, pôde-se estimar a prevalência de CMV a nível nacional. A prevalência encontrada na revisão sistemática está na margem esperada da prevalência mundial, de 40% a 100%. Por outro lado, identificou-se uma prevalência abaixo do esperado para a América Latina de 80 a 100%. Os resultados demonstraram a precariedade das pesquisas sobre prevalência da infecção conduzidas até o momento. Recomenda-se, portanto, que estudos bem delineados sejam realizados para o direcionamento e execução de ações de intervenção e promoção da saúde.

6873 DESAFIOS PARA GARANTIA DO ACESSO A SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM UM MUNICÍPIO RURAL E REMOTO DO SEMIÁRIDO BAIANO
Fabiely Gomes da Silva Nunes, Jessica Oliveira Sousa, Jôse Ribas Galvão, Adriano Maia dos Santos, Patty Fidelis de Almeida

DESAFIOS PARA GARANTIA DO ACESSO A SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM UM MUNICÍPIO RURAL E REMOTO DO SEMIÁRIDO BAIANO

Autores: Fabiely Gomes da Silva Nunes, Jessica Oliveira Sousa, Jôse Ribas Galvão, Adriano Maia dos Santos, Patty Fidelis de Almeida

Apresentação: O semiárido brasileiro tem uma extensão territorial de 982.563,3 km², correspondendo a cerca 12% do território nacional e abrange 1.262 municípios brasileiros. A região possui um elevado nível de desigualdade social e econômica, intensificada pela distribuição desequilibrada de renda entre a população. Metade da população do semiárido não tem renda fixa ou tem como única fonte de rendimento os benefícios governamentais. Essa realidade intensifica-se ainda mais nas regiões rurais. Na Bahia, 278 municípios são classificados como semiárido, destes 24 são considerados Municípios Rurais Remotos (MRR), de acordo com a tipologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017). Neste contexto, está inserido o município parte desta pesquisa, localizado na macrorregião de saúde Barreiras e microrregião de Ibotirama. A experiência de realização do trabalho de campo trouxe reflexões importantes para análise do acesso aos serviços de saúde das populações residentes em áreas rurais e remotas, sobretudo à rede especializada. Desenvolvimento: trata-se de um estudo de caso realizado em um município do semiárido baiano, no mês de maio de 2019, como parte da pesquisa mais ampla “Atenção Primária à Saúde em áreas rurais remotas no Brasil”, coordenado pela ENSP/FIOCRUZ, e financiado pelo Ministério da Saúde. A seleção do município segue a tipologia estabelecida pelo IBGE (2017) para áreas rurais e remotas, que incluiu também a participação do município nos ciclos 1 e 2 de avaliação do PMAQ-AB, ter recebido médicos do Programa Mais Médicos (PMM) e ter IDH entre muito baixo, baixo e médio. O município selecionado tem uma extensão territorial de 1.055,760km², distante a 624 km da capital Salvador e 404km de Barreiras, com uma de população estimada em 9.285 habitantes, segundo censo IBGE (2010), tendo um gasto em saúde de R$ 2.732.216,91 (TCM-BA,2018) e PIB per capita 7.333,99. Foram realizadas entrevistas com o Secretário Municipal de Saúde (SMS) e Coordenação de Atenção Básica; Enfermeiro, Médico e Agente Comunitário de Saúde de duas unidades de saúde, uma localizada na sede e outra na área rural do município, e um usuário das condições traçadoras Hipertensão, Parto, Pré-natal e Puerpério e Câncer do Colo do Útero de cada uma das unidades de saúde visitada, em um total de 14 entrevistas. Observações: O município apresenta uma grande vulnerabilidade socioeconômica de sua população, característica da maioria dos municípios do semiárido nordestino. A média salarial mensal dos trabalhadores formais no município é de 1,2 salários mínimos,51,1% da população tem os rendimentos mensais de até meio salário mínimo, e destes 52,26% recebem o benefício do Programa Bolsa Família (PBF). A estrutura de serviços de saúde do município é composta por três unidades de saúde, com equipes de saúde da família, em duas unidades há médico do PMM,  duas equipes de Saúde Bucal e uma equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF), composta por psicólogo, fisioterapeuta e nutricionista, um posto de coleta do Laboratório Central (LACEN – BA), uma unidade avançada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e um Hospital Municipal de pequeno porte. No que diz respeito ao suporte diagnóstico, no município há suporte de eletrocardiograma e raio X, serviço disponibilizado no Hospital Municipal. No LACEN realiza-se dosagem de alguns hormônios e sorologia para agravos de notificação compulsória, como dengue. Quando os usuários necessitam de outros exames realizam em serviço particular ou são regulados para outros municípios da regional. Muitos pacientes são encaminhados pela secretaria de saúde para serviços conveniados no município de Irecê, pois a referência regional, Ibotirama, não supre a demanda por consultas e procedimentos do município, sendo o número de vagas ofertadas na Programação Pactuada e Integralizada (PPI) insuficiente. Nos casos de exames e consultas especializadas a marcação é realizada diretamente pelo usuário no serviço de regulação localizado na Secretaria de Saúde. Os municípios em que as consultas especializadas, exames e procedimentos são agendados são Ibotirama, Barreiras, Salvador, Barra, Xique-xique. O fluxo maior ocorre para Barreiras, cujo tempo médio de viagem é de 6 horas. Em casos oncológicos a referência é Salvador e o percurso até o serviço é de aproximadamente 8 horas. O tempo de acesso aos serviços de saúde pode ser maior a depender da região onde o usuário mora e das condições das estradas que dão acesso a sede do município, onde ele acessa o transporte para fazer o deslocamento até o local em que o procedimento foi agendado. O descolamento da localidade onde mora até a sede do município é custeado pelo usuário. O povoado mais distante fica a 40km da sede. Não há comunicação entre os serviços da atenção básica e atenção especializada. Quando o paciente é encaminhado para o serviço especializado, a equipe de saúde da família perde o contato caso não faça busca ativa desse paciente ou solicite que ele retorne para unidade após as consultas. Um fato interessante observado é a atuação da médica que trabalha a 20 anos no município que além de atender aos pacientes da área de abrangência da equipe em que atua, tornou-se referência para toda população no atendimento de Cardiologia, Psiquiatria e Geriatria, por ser especialista nessas áreas. Sendo, portanto, um importante apoio em demandas por essas especialidades. As principais dificuldades de acesso à atenção especializada são: ausência de prestação de serviços especializados no município; número insuficiente de vagas para Tratamento Fora do Município (TFD), número insuficiente de vagas para regulação, elevado preço das passagens para os municípios onde são realizadas as consultas e procedimentos. Um fato importante, referenciado por distintos entrevistados, foi a intermediação de consultas e procedimentos em serviço privado, por agente político do município. Nestes casos, os serviços dariam “descontos” em relação ao valor de mercado, sendo os gastos custeados diretamente pelos usuários. Considerações: O acesso aos serviços especializados é fragilizado, a oferta de exames e procedimentos não atende à demanda. Os serviços de referência da regional não conseguem ofertar o que foi pactuado para o município, além de não apresentar uma estrutura organizacional adequada, com fluxos definidos. Os pacientes precisam se deslocar longas distâncias para realizar o tratamento ou então fazer o procedimento e/ou consulta no serviço privado, por meio, do desembolso direto, tendo, muitas vezes, que optar entre a compra dos medicamentos e o pagamento do transporte ou a consulta com o especialista. Refletindo, assim, os desafios das comunidades isoladas e remotas, no acesso aos serviços de saúde em centros urbanos maiores, uma vez que, nem sempre o custo com deslocamento e estadia é realizado pela gestão pública.

11625 OS BENEFÍCIOS DE UMA UNIDADE DE CUIDADO INTERMEDIÁRIO PARA UM HOSPITAL GERAL
Mônica Testa Morangueira, Mônica Testa Morangueira, Henrique de Castro Rodrigues, Paulo Eduardo Xavier de Mendonça

OS BENEFÍCIOS DE UMA UNIDADE DE CUIDADO INTERMEDIÁRIO PARA UM HOSPITAL GERAL

Autores: Mônica Testa Morangueira, Mônica Testa Morangueira, Henrique de Castro Rodrigues, Paulo Eduardo Xavier de Mendonça

Apresentação: Esta pesquisa tem o objetivo de estimar a proporção da clientela pertinente ao Cuidado Intermediário (CI) em um Hospital Universitário de grande porte, aplicando os critérios de transferência dos usuários para hospitais de comunidade (OsCo) da experiência italiana da Região Emilia Romanha (RER) ao perfil epidemiológico e sociodemográfico dos usuários internados no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) no ano de 2018, comparando-o com os resultados encontrados na revisão bibliográfica da experiência brasileira. Trata-se de um Trabalho de Conclusão de Curso da graduação em Saúde Coletiva do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC) aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) através do parecer 3.824.518. O debate acerca desta temática no HUCFF iniciou-se em atividades de estágio pela observação do prolongamento da permanência dos usuários frente a insuficiência de estruturas capazes de absorvê-los em suas necessidades assim como a prática da dinâmica hospitalar não contemplada pela intersetorialidade. Desta forma, o estudo apontou compatibilidade do perfil epidemiológico da clientela do HUCFF quando comparado com os resultados encontrados na experiência italiana e brasileira, sendo expressivo o referenciamento ao CI dos usuários internados por doenças cardiovasculares e doenças degenerativas, AVE e outros distúrbios neurológicos, neoplasias, fraturas e traumas enquanto no HUCFF entre as causas apresentadas, as neoplasias foram mais expressivas, estimando que 28% dos usuários seriam potencialmente pertinentes ao CI. O perfil etário também apontou compatibilidade entre os usuários do HUCFF e os usuários internados nos dispositivos de CI no Brasil evidenciando ainda características específicas ao tipo de serviço ofertado. Contudo, observou-se discrepância na análise quanto a cor, enquanto os usuários do HUCFF são em sua maioria de cor branca nas experiências brasileiras, assim como os demais usuários atendidos nas estruturas públicas de saúde, a proporção é maior entre os usuários de cor parda. Quanto ao nível de escolaridade, os usuários do HUCFF possuíam nível médio completo e superior incompleto em maior proporção enquanto nas demais experiências a maior proporção estava entre os usuários com o ensino fundamental completo, quando comparados com a população do RJ apresentava maior disparidade uma vez que a escolaridade mais expressiva era sem informação (analfabeto) e ensino fundamental incompleto, trazendo a reflexão quanto ao acesso para além da equidade. Portanto, a possibilidade de diferentes configurações de implantação do CI de acordo com as necessidades dos usuários e dos serviços disponíveis, a oportunidade do envolvimento de profissionais em formação polarizando as práticas multidisciplinares do CI promovendo a integralidade do cuidado e intersetorialidade entre os níveis de atenção, os ganhos de funcionalidade e menor índice de dependência dos usuários no momento da alta e o aumento da oferta de leitos em função do referenciamento dos usuários ao CI, evidenciam que os benefícios do CI podem ser observados tanto no âmbito qualitativo da oferta de um cuidado adequado às necessidades dos usuários e das práticas integrais dos profissionais, quanto no âmbito quantitativo representado pelo aumento da oferta dos leitos gerais e melhor adequação dos leitos de retaguarda.

8822 ACOLHIMENTO: O DESPERTAR PARA OS MELHORES SENTIMENTOS.
Vanessa Souza da Silva e Silva

ACOLHIMENTO: O DESPERTAR PARA OS MELHORES SENTIMENTOS.

Autores: Vanessa Souza da Silva e Silva

Apresentação: Acolhimento é uma diretriz da Política Nacional de Humanização (PNH), que não tem local nem hora certa para acontecer, nem um profissional especifico para fazê-lo: faz parte de todos os encontros do serviço de saúde. Acolher é um compromisso de resposta às necessidades dos cidadãos que procuram o serviço de Saúde. Desenvolvimento: Desde 2018, o meu compromisso enquanto Gestora da UBS Waldir Viana localizada em Parintins no Amazonas, conhecida como a Terra do Boi Bumbá, juntamente com os colaboradores, foi de tornarmos a nossa UBS referência em acolhimento visto que, o ato de acolher de forma humanizada, gera nos usuários os sentimentos mais importantes, como: criação de vínculo, segurança, confiança, tranquilidade e principalmente  a certeza de que eles se sentirão acolhidos de tal forma, que tenham a convicção da eficácia da sua necessidade atendida. Uma simples pergunta enfatiza mais ainda o verdadeiro motivo em acolher o nosso público da melhor forma possível: e se fosse você ou sua família adentrando esta UBS e não recebesse o acolhimento humanizado, o que você faria? Surgiram respostas rápidas, dadas por toda equipe da UBS ao serem questionados, dentre elas algumas como: "eu faria confusão", "cjamaria a imprensa", "denunciaria na Secretaria de Saúde", entre outras. Resultado: Despertar na equipe esse olhar humanizado, mudou positivamente os resultados de forma alarmante para com nossos usuários, tanto como a integração da equipe, organização do processo de trabalho, satisfação dos usuários durante o seu trajeto na UBS, e principalmente, a certeza de ofertar o melhor do SUS que muitas vezes nossos usuários nem sabe que existe, ou simplesmente que tem direito a fazer uso. Considerações finais: A certeza do acolher para colher e os melhores sentimentos dos nossos usuários torna cada dia mais importante à busca para ofertar o que de melhor gostaríamos de receber se fossemos em busca de atendimento médico, ou quaisquer outros serviços ofertados na Ubs Waldir Viana. Nossa constante busca nos une muito mais que uma equipe, o sentimento é de família, de querer ajudar um colega de trabalho que tentou orientar um ribeirinho vindo de uma comunidade distante, sem acompanhante e com diversas dificuldades e não conseguiu entender o que foi orientado, nesse momento outro colaborador o acolhe usando outra estratégia para com esse usuário. Constantemente nos deparamos com usuários vindos de uma verdadeira peregrinação em Unidades Básicas de Saúde, sem suas demandas atendidas porque foi acolhido de forma errada, pois determinado profissional não conseguiu passar as informações necessárias para que o mesmo tivesse suas dúvidas esclarecidas, nossa meta é  fazer funcionar a implantação do acolhimento humanizado na Ubs Waldir Viana, nosso foco é acolher de forma humanizada os usuários independente se sabem ler ou escrever, se tem doutorado ou apenas aprendizado de uma vida em comunidades distantes, sem recursos tecnológicos ou aqueles que fazem uso de muitas tecnologias, nosso compromisso é de não ser omisso, e sim acolher para colher os melhores sentimentos, como um simples sorriso. Palavras chaves: acolhimento, humanização, usuário.

8886 MODELO ASSISTENCIAL E AMBIENTE DE TRABALHO: INFLUÊNCIAS NA SAÚDE DOS TRABALHADORES NO CONTEXTO HOSPITALAR
Natália Gherardi Almeida, Thallison Carlos Campos Santos, Maria José Menezes Brito, Grazielly Soares Ávila, Lílian Cristina Rezende

MODELO ASSISTENCIAL E AMBIENTE DE TRABALHO: INFLUÊNCIAS NA SAÚDE DOS TRABALHADORES NO CONTEXTO HOSPITALAR

Autores: Natália Gherardi Almeida, Thallison Carlos Campos Santos, Maria José Menezes Brito, Grazielly Soares Ávila, Lílian Cristina Rezende

Apresentação: O modelo assistencial ultrapassa o mero desenho organizacional contemplando a forma como as ações assistenciais acontecem na prática em um serviço de saúde. Esse ambiente, em que as ações se pautam no inter-relacionamento equipe-paciente-família, configura-se como lócus privilegiado para a produção de sentidos relativos à prática profissional, com repercussões na configuração identitária do trabalhador. Se por um lado, esse ambiente pode potencializar o crescimento e a realização pessoal, social e profissional e ser fonte de felicidade, ao mesmo tempo pode representar riscos à saúde física e psíquica do trabalhador. Nessa perspectiva, o objetivo desse estudo foi compreender a influência do ambiente de trabalho no cotidiano de profissionais, considerando o modelo assistencial adotado. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo de caso único de abordagem qualitativa. A coleta de dados foi realizada nos dias 12 a 15 do mês de marco de 2019 por meio de dois grupos focais, técnica do Gibi e observação. Os participantes foram os profissionais da equipe assistencial de um hospital particular na cidade de São Paulo, totalizando 29 participantes, sendo 15 do grupo focal 1 e 14 do grupo focal 2, composto por enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, fisioterapeutas e farmacêuticos. Os dados coletados foram submetidos à Análise de Conteúdo. Todos os aspectos éticos em pesquisa foram respeitados. Resultado: No presente estudo evidenciou estresse ocupacional relacionado às exigências do modelo assistencial adotado; à conciliação da assistência às atividades administrativas; ao alto nível de qualidade e movimentos de acreditação, à sobrecarga de trabalho, à diminuição do quantitativo de profissionais, além da ausência de suporte do gestor e baixo engajamento da equipe médica às ações da equipe multiprofissional. Assim, em relação às influências do modelo assistencial e ambiente de trabalho na vida dos participantes desse estudo, destacou-se a referência a sentimento de frustração, preocupação, chateação e raiva. Ademais, foi possível identificar, além do estresse ocupacional, a depressão, ansiedade, uso de substâncias psicoativas e síndrome de burnout. Vale destacar que a ocorrência de síndrome de burnout se estabelece quando o estresse ocupacional se torna crônico, se relaciona a questões como sobrecarga de trabalho, conflitos interpessoais, falta de suporte institucional e sofrimento produzido pela angústia que perpassa as situações do trabalho, as extensas jornadas somadas à falta de lazer e de qualidade de vida no trabalho. Considerações finais: O ambiente de trabalho ao mesmo tempo que é fonte de felicidade, dicotomicamente, é capaz de gerar sofrimento, vivenciado pelos trabalhadores no cotidiano de suas rotinas. O ambiente de trabalho e modelo de gestão praticados na instituição influenciam a saúde física e psíquica dos trabalhadores, o que reforça a necessidade de se investir em programas para promoção de ambientes de trabalho saudáveis. Faz-se necessário que tais estratégias sejam incorporadas ao planejamento estratégico das organizações para que a segurança, saúde e o bem-estar dos trabalhadores possam ser garantidos, contribuindo para melhorias nos ambientes de trabalho e refletindo na qualidade do cuidado prestado aos pacientes.