401: Apoio, trabalho em equipe e interprofissionalidade como ferramentas da gestão em saúde
Debatedor: Eduardo Corsino
Data: 30/10/2020    Local: Sala 06 - Rodas de Conversa    Horário: 08:00 - 10:00
ID Título do Trabalho/Autores
6044 OFICINA DE ALINHAMENTO DO PROCESSO DE TRABALHO DOS NÚCLEOS AMPLIADOS DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA ZONA LESTE DE MANAUS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
THAIZE MARIA SILVA LIMA, VERA NICI SOUZA HOSHIBA, JOCILANE DE ALMEIDA VASCONCELOS

OFICINA DE ALINHAMENTO DO PROCESSO DE TRABALHO DOS NÚCLEOS AMPLIADOS DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA ZONA LESTE DE MANAUS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: THAIZE MARIA SILVA LIMA, VERA NICI SOUZA HOSHIBA, JOCILANE DE ALMEIDA VASCONCELOS

Apresentação: O Núcleo Ampliado de Saúde da Família - NASF tem o objetivo de apoiar a consolidação da Atenção Básica, ampliando o matriciamento, a resolutividade, longitudinalidade, a abrangência e o alvo das ações (metas e indicadores). A Secretaria Municipal de Saúde de Manaus-SEMSA, possui 04 equipes NASF implantadas na zona leste de Manaus, com 28 profissionais das áreas de Nutrição, Fisioterapia, Psicologia, Educação Física, Terapia Ocupacional e Serviço Social, apoiando cerca de 20 Equipes de Estratégia Saúde da Família-ESF. Em Junho de 2019, através do Departamento de Atenção Primária-DAP/SEMSA e com apoio do Distrito de Saúde Leste- DISAL/SEMSA, foi realizada a Oficina de Alinhamento dos NASF, na zona leste de Manaus, para alinhar, fortalecer e integrar as ações dessas 04 equipes NASF. Esta oficina foi programada em 03 turnos de 04 horas, manhã e tarde, distribuindo os seguintes profissionais conforme seu horário de trabalho: Gerente do Distrito de Saúde, da Divisão de Atenção a Saúde - DIATS, do Núcleo de Monitoramento e Avaliação – NUMOA, da Divisão de Vigilância em Saúde - DVS, Diretores de Unidade Básica de Saúde - UBS com NASF, Apoiador Técnico do NASF no Distrito de Saúde, Apoiadores Institucionais do Distrito de Saúde Leste, e profissionais das equipes NASF (SEMSA e Especializandos em Saúde Pública da ESAP). Os temas abordados incluíam: roteiro de implantação do NASF, da agenda de trabalho do NASF, critérios de acionamento do NASF e fluxos existentes, construção do PTS. O temas foram solicitados pelos profissionais do NASF em encontros anteriores, uma vez que cada unidade estabeleceu fluxos e rotinas diferentes, sendo necessária uma padronização para efetividade das ações junto às ESF. Os facilitadores da oficina estimularam os profissionais a buscar novas maneiras de realizar atividades, com maior resolutividade, maior aceitação e maior compartilhamento entre os coletivos de trabalho, a partir da realidade vivida pelos atores envolvidos, para a um processo de troca e intercâmbio de saberes, com implicação profunda com os usuários. Foram realizados momentos para exposição dialogada, discussão em grupos, dramatização, além de permitir reflexões sobre o papel do NASF, conquistas e resultados obtidos desde seu início e estratégias para fortalecer as equipes. Como produto final houve a elaboração de agendas mensais de atividades individuais e compartilhadas por cada NASF, para contemplar processos já definidos pela legislação vigente que, porventura não realizavam, como por exemplo monitoramento de indicadores para atendimentos, reuniões de matriciamento e/ou educação permanente com as ESF. A partir dessas discussões o DAP/SEMSA, iniciou um processo de construção das indicadores específicos, ainda em análise, com base nas agendas mensais de atividades individuais e compartilhadas por cada NASF, além de fortalecer ferramentas, estrutura e equipamentos para as ações do NASF e ESF em Manaus.

6086 APOIO INSTITUCIONAL COMO INSTRUMENTO DE COGESTÃO NA DIMINUIÇÃO DAS DISTÂNCIAS ENTRE A GESTÃO CENTRAL E A MICROPOLÍTICA NA ESF: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Sanay Souza Pedrosa, Lucilene Farias Alves, Kelly Freire Teles Costa, Gilmara Rocha de Oliveira, Alcilane Queiroz Costa, Carmelina Eva Alves, Círce Nóbrega Ribeiro, Henrique Araújo Martins

APOIO INSTITUCIONAL COMO INSTRUMENTO DE COGESTÃO NA DIMINUIÇÃO DAS DISTÂNCIAS ENTRE A GESTÃO CENTRAL E A MICROPOLÍTICA NA ESF: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Sanay Souza Pedrosa, Lucilene Farias Alves, Kelly Freire Teles Costa, Gilmara Rocha de Oliveira, Alcilane Queiroz Costa, Carmelina Eva Alves, Círce Nóbrega Ribeiro, Henrique Araújo Martins

Apresentação: O marco mais importante para o desenvolvimento e o modelo preferencial de organização da APS ocorreu por meio da implantação do Programa Saúde da Família (PSF), que posteriormente transformou-se em estratégia (ESF). Contudo, novas formas de conduzir o processo de trabalho dessas equipes foram direcionadas ao fortalecimento do processo de (auto)monitoramento das mesmas. O Apoio Institucional surge como ferramenta de gestão para o acompanhamento da dinâmica dessas equipes nesse processo. O presente trabalho teve por objetivo mostrar experiência do Apoio Institucional como instrumento de cogestão na diminuição das distâncias entre a gestão central e a micropolítica na ESF, tendo o apoiador institucional como facilitador deste processo, e orientador do uso da informação em saúde, aprimorando os registros da produção no sistema e-SUS AB, promovendo  o reconhecimento  dos resultados alcançados  e/ou a necessidade  de aperfeiçoamento das estratégias de intervenção. Para tanto, foi realizado um diagnóstico situacional visando identificar as falhas de registro do trabalho realizado pelas equipes e estratificar os erros de preenchimento das fichas do e-SUS de maior frequência. Também foram realizadas análises dos relatórios mensais (série histórica) do e-SUS de cada equipe apoiada. Concluído esse diagnóstico, foram realizadas reuniões com as equipes para elaboração de autoanálise do cenário de saúde e percepção de erros e/ou ausência de registros no sistema, bem como orientação do preenchimento correto de cada campo das fichas. Após essa etapa, os apoiadores acompanharam o andamento do processo de registro pelas equipes, utilizando planilha própria de monitoramento, onde foram observados dados da evolução após a intervenção. Os resultados mostraram que houve perceptível melhora nos indicadores prioritários de saúde em virtude do aperfeiçoamento nos registros do trabalho realizado. A gerência distrital implementou espaço de divulgação sistemática dos resultados do processo de monitoramento das equipes, através de reuniões gerenciais mensais,  com  vistas  à democratização e reconhecimento dos resultados alcançados e ao enfrentamento dos desafios. Com isso constatou-se o fortalecimento da responsabilidade sanitária e do protagonismo das equipes ao revelar tanto as fragilidades quanto as potencialidades. Concluímos que o Apoio Institucional, como ferramenta de cogestão têm como desafio maior transformar os modelos de gestão verticalizados em relações horizontais que ampliem a democratização, autonomia e compromisso dos trabalhadores e gestores, baseados em relações contínuas e solidárias entre apoiador e equipe, contemplando demandas e ofertas de ambos.

8542 VIVENCIANDO A EXPERIÊNCIA COMO APOIO INSTITUCIONAL NA ZONA SUL DA CIDADE DE MANAUS-AMAZONAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
CIRCE NOBREGA RIBEIRO, GILMARA ROCHA OLIVEIRA, ROSIMARY SOUZA LOURENCO, SUELINE VITALINO MELO, LUCILENE FARIAS ALVES, TATIANA CASTRO COSTA, PATRICIA MARQUES ROMBALDI, HENRIQUE ARAUJO MARTINS

VIVENCIANDO A EXPERIÊNCIA COMO APOIO INSTITUCIONAL NA ZONA SUL DA CIDADE DE MANAUS-AMAZONAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: CIRCE NOBREGA RIBEIRO, GILMARA ROCHA OLIVEIRA, ROSIMARY SOUZA LOURENCO, SUELINE VITALINO MELO, LUCILENE FARIAS ALVES, TATIANA CASTRO COSTA, PATRICIA MARQUES ROMBALDI, HENRIQUE ARAUJO MARTINS

Apresentação: No SUS um dos principais desafios enfrentados por este sistema foi à inovação de novas práticas de gestão. Portanto, o Apoio Institucional (AI) veio nesta perspectiva de romper com antigos paradigmas voltados à gestão tradicional, necessariamente no que tange gerir pessoas, processos de trabalho, politicas públicas de saúde e recursos. Este trabalho veio com o objetivo de mostrar a vivencia de profissionais de saúde enquanto AI na gestão de Unidades de Estratégia Saúde da Família (ESF) na zona sul da cidade de Manaus-Amazonas, tendo como eixo norteador o cotidiano desses profissionais. Para tanto, foram desenvolvidos, no período de 2019, reuniões semanais que tinham como o principal objetivo expor as inúmeras situações vivenciadas por AI concomitantes às ESF. Trata-se de um estudo descritivo a partir do relato de experiência de profissionais de saúde que atuaram como AI da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus. Neste relato, a descrição das experiências está direcionada a aplicação de técnicas voltada às questões de trabalho, a realização de atividades, os principais desafios, dificuldades, entre outros no período do ano de 2019 e discutidos em reuniões semanais durante todo ano. Constatarem-se resultados positivos quando as inúmeras reuniões entre o grupo de AI, visto que, as inúmeras experiências vivenciadas por diferentes membros serviam muitas das vezes como resolubilidade para outrem, em contra partida, como pontos negativos se via a desarticulação do AI prevalecer diariamente pela gestão maior representada na Secretaria Municipal de Saúde.  

11008 FORTALECIMENTO DE PRÁTICAS GRUPAIS NA ATENÇÃO BÁSICA DA NONA REGIÃO DE SAÚDE DO ESTADO DA PARAÍBA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Anne Caroline Ferreira de Freitas, Alexsandra Layani Faustino de Andrade, Cláudia Fernandes de Souza, Jessica Ingrid de Araujo Gomes, Jessyca Alana Oliveira Pereira, Julia Samara Teixeira Alves, Marina Gomes Fagundes, Michaella Shamy Nunes Melo

FORTALECIMENTO DE PRÁTICAS GRUPAIS NA ATENÇÃO BÁSICA DA NONA REGIÃO DE SAÚDE DO ESTADO DA PARAÍBA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Anne Caroline Ferreira de Freitas, Alexsandra Layani Faustino de Andrade, Cláudia Fernandes de Souza, Jessica Ingrid de Araujo Gomes, Jessyca Alana Oliveira Pereira, Julia Samara Teixeira Alves, Marina Gomes Fagundes, Michaella Shamy Nunes Melo

Apresentação: As ações desenvolvidas na Atenção Básica necessitam de fortalecimento das estratégias de cuidado e atenção integral à saúde da população. Diante da realidade percebida por meio de visitas técnicas realizadas em Unidades Básicas de Saúde-UBS nos municípios que compõem a 9ª Região de Saúde do Estado da Paraíba, e da carência de diálogo entre a Atenção Básica e as Redes de Atenção à Saúde, mais especificamente a Rede de Urgência e Emergência, a fim de diminuir as demandas classificadas como verde e azul nesta, foi realizada pelos Residentes Multiprofissionais em Saúde Coletiva e pelo Apoio Regional e Institucional da 9ª Região de Saúde da Paraíba uma Oficina a fim de discutir a realidade do processo de trabalho, dialogar com representantes das Redes e vivenciar experiências exitosas de profissionais que figuram a Atenção Básica na região. Desse modo, este trabalho tem como objetivo descrever a experiência de residentes em saúde coletiva enquanto agentes de qualificação para profissionais da Atenção Básica, atendo-se mais especificamente ao potencial de práticas grupais que podem ser desenvolvidas por esses profissionais em seus municípios. Intitulada “Trabalhando Potencialidades e Reforçando Saberes: Qualificação para Profissionais da Atenção Básica”, a Oficina teve como público alvo profissionais das UBS que compõem a 9ª Região de Saúde da Paraíba com perfil multiplicador de conhecimentos. Em sua metodologia, a Oficina prezou pelo acolhimento e participação dos profissionais com momentos nomeados “Cuidando do Cuidador”, onde foram promovidas reflexões, danças, relaxamentos e autocuidado, criando espaços de diálogo entre os próprios profissionais da Atenção Básica e destes com os representantes das Redes de Atenção da 9ª Região de modo a alinhar papeis e competências de cada ator envolvido. Também foi trabalhado na Oficina o Planejamento Estratégico, onde foi solicitado a elaboração de um planejamento que aglomerasse estratégias de enfrentamentos às fragilidades discutidas pelos profissionais, que pudessem ser utilizadas na realidade de seus territórios juntamente com a equipe. Outra atividade desenvolvida foi a divisão dos profissionais em grupos de trabalho para a discussão de casos baseados na realidade da região. Os grupos tiveram como temáticas centrais a intersetorialidade, longitudinalidade, acolhimento e classificação de risco, cuidando do cuidador, e práticas grupais com foco nas Práticas Integrativas e Complementares (PIC), este último sendo o foco no presente relato. A discussão no grupo foi iniciada com a socialização de um caso fictício em que se percebia usuários com problemas de saúde que poderiam ser solucionados se houvesse um acolhimento mais eficiente, trazendo o usuário para dentro da Unidade numa perspectiva de cuidar de sua saúde através da promoção e não do tratamento de problemas já existentes. Entretanto, a equipe já havia tentado a formação de grupos na Unidade, mas que não duravam por muito tempo devido a não adesão de usuários e de alguns profissionais dessa equipe. Uma ACS então sugeriu que poderiam estar desenvolvendo esses grupos com base nas PIC, constituindo-se como uma forma de melhor acolher os usuários por meio de danças, terapia comunitária, massagem, dentre outros, que levam ao desenvolvimento do vínculo entre a equipe e o indivíduo, atribuindo-o uma maior autonomia sobre o seu cuidado à saúde. Ao término da leitura, foram feitos questionamentos para fomentar a discussão e reflexão do caso com a realidade em que os profissionais vivenciam em seus processos de trabalho. Foi questionado de que forma a gestão poderia incentivar as PIC e como a equipe poderia mantê-las e fortalece-las de forma eficiente nas UBS. Após a discussão, foi solicitado que traçassem estratégias de melhoria/implantação dos grupos de cuidado na realidade das equipes, tendo como metodologia as PIC. Dentre as estratégias de fomento dos grupos nas UBS, foram abordados o fortalecimento do vínculo entre a equipe, e desta com os usuários, a qualificação dos profissionais, a escuta qualificada, a busca ativa, o apoio da gestão, a educação em saúde, a sensibilização de equipe, a participação ativa dos usuários e a valorização dos atores envolvidos nesse processo. A maior parte da discussão girou em torno do descrédito que os profissionais estão em relação aos grupos devido a não adesão dos usuários e o não envolvimento de toda a equipe, principalmente do profissional médico, sobrecarregando o profissional da enfermagem, que muitas vezes fica com a responsabilidade de desenvolver os grupos sem o apoio dos demais. Além disso, foi levantada a questão que a gestão na maioria das vezes preza pela quantidade de atendimentos, acarretando na sobrecarga de trabalho da equipe, sem que haja o reconhecimento da importância dos grupos de cuidado para a saúde dos indivíduos, impactando negativamente no processo de trabalho das equipes. Outro ponto discutido foi a falta de incentivo da gestão na qualificação desses profissionais para o desenvolvimento das PIC na região. Essa qualificação deve se dar também no sentido de acolher melhor o usuário, na realização de busca ativa e no constante processo de educação em saúde. Aliada a isso, deve haver o envolvimento de todos os atores (gestão, profissionais e usuários) e o reconhecimento da importância dos grupos no cotidiano das UBS, resultando em grupos metodologicamente potentes e motivadores, com ampliação da participação dos usuários para o desenvolvimento do autocuidado. As práticas grupais na Atenção Básica podem ser usadas de forma a aumentar o vínculo dos usuários com as equipes refletindo positivamente na saúde da população, por meio do incentivo à desmedicalização e ao protagonismo do cuidado à saúde do indivíduo, refletindo também na diminuição da sobrecarga de trabalho da equipe, de modo a reduzir a demanda por consultas. Há a necessidade de reorientação das ações de saúde para consolidar a Atenção Básica e a inserção das PIC grupais como importante estratégia de ampliação da visão do processo saúde-doença na região. Menciona-se também a importância do incentivo de estratégias como essa Oficina, que acolhem e escutam os profissionais e possibilitam o diálogo entre os mesmos sobre o processo de trabalho no sentido de traçar melhorias. Para isso, é necessário a construção de um trabalho de mudança que envolva a gestão, os trabalhadores e os usuários, tendo como ferramenta para o desenvolvimento dessa transformação a educação popular, o diálogo e a participação ativa desses atores, sendo mecanismos importantes para a quebra dos atuais paradigmas em saúde ainda persistentes.

9436 CADA ENCONTRO UM PROJETO - O MATRICIAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO NA RAPS DE DIADEMA
Heloisa Elaine dos Santos, Analdeci Moreira Santos, Denise Miyamoto de Oliveira, Ana Iria de Oliveira Negrao, Luiza Leitão de Oliveira Endo

CADA ENCONTRO UM PROJETO - O MATRICIAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO NA RAPS DE DIADEMA

Autores: Heloisa Elaine dos Santos, Analdeci Moreira Santos, Denise Miyamoto de Oliveira, Ana Iria de Oliveira Negrao, Luiza Leitão de Oliveira Endo

Apresentação: Diadema faz grande aposta na defesa do SUS público e universal e na saúde mental como cuidado em liberdade e na garantia de direitos. Em seu plano municipal de saúde para o período compreendido entre 2018 e 2021, a Saúde Mental foi incluída entre as áreas prioritárias. O município conta com uma capacidade instalada de serviços importante, com uma RAPS composta por 3 CAPS III, 1 CAPS III AD, 1 CAPS IJ, 1 Serviço Residencial Terapêutico, 1 Enfermaria em Hospital Geral, 1 Emergência Psiquiátrica, SAMU e 20 UBSF. Entretanto, o desafio posto à gestão, é a articulação e qualificação desta rede na produção do cuidado. Entre as estratégias adotadas estão o matriciamento na rede de atenção básica, Urgência e Emergência e Hospitalar.  Entendemos o matriciamento como espaço privilegiado para aprimoramento do trabalho em equipe e do cuidado através de discussões de casos complexos e elaboração coletiva de Projetos Terapêuticos Singulares, também caracterizando um espaço de educação permanente e de fortalecimento da rede e de elaboração do projeto sanitário de saúde mental nos diferentes territórios. O matriciamento de Saúde Mental junto à Atenção Básica foi iniciado no município em 2007 e, desde então, passou por diferentes fases no que diz respeito à organização, participação e objetivos. Atualmente o projeto do matriciamento na AB conta com participação de representantes dos CAPS Adulto, Infantojuvenil e Álcool e outras drogas, além da equipe de NASF e Saúde da Família. Os CAPS se reorganizaram internamente para fazer referência de território e manter contato próximo com equipes da AB. As agendas são reservadas para o matriciamento uma vez ao mês em cada UBS. Os casos a serem discutidos podem ser levados por qualquer ator e haverá sempre uma ata das discussões, podendo ser retomadas as discussões posteriormente para monitoramento da evolução dos casos. O matriciamento da Urgencia/Emergencia e assistência hospitalar é um modelo novo e pretende facilitar a continuidade do cuidado de maneira integrada visto que a internação, seja em observação no pronto socorro ou em enfermaria, caracteriza um ponto de cuidado intensivo em momento de agudização do sofrimento psíquico que deve estar em consonância com o cuidado longitudinal ofertado nos CAPS e na AB. O encontro é realizado semanalmente dentro do hospital com a participação da equipe local e de representantes dos CAPS adulto, preferencialmente pelo profissional que referencia o território de residência dos usuários internados. Dentre os resultados encontrados por meio destas estratégias destacamos a elaboração conjunta dos PTS e a integralidade do cuidado, além de uma maior proximidade entre os diferentes pontos da rede a partir do encontro entre os trabalhadores envolvidos no cuidado. Há espaço para troca de saberes e aprimoramento de práticas caracterizando um espaço de educação permanente. Já foram abordados temas como: suicídio, violência auto-provocada, clínica centrada no sujeito, cuidado com o cuidador, entre outros. Os fluxos entre os diferentes pontos da rede estão sendo discutidos e definidos coletivamente nestes encontros matriciais caracterizando uma gestão horizontalizada do espaço e da linha de cuidado.

8803 A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE MANAUS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE IMPLANTAÇÃO
OTAVIA NASCIMENTO DE SOUZA, SANAY SOUZA, ADRIANA MAIA PONCE PIMENTEL, GERALDO LOPES SOUZA JÚNIOR

A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE MANAUS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE IMPLANTAÇÃO

Autores: OTAVIA NASCIMENTO DE SOUZA, SANAY SOUZA, ADRIANA MAIA PONCE PIMENTEL, GERALDO LOPES SOUZA JÚNIOR

Apresentação: A Análise de Situação de Saúde (ASIS) tem como desafio medir e explicar o perfil de uma população acerca do processo saúde e doença, os danos e os seus determinantes, identificando as necessidades de saúde, priorizando as mais urgentes de forma a promover políticas de saúde mais equitativas. Este trabalho tem como objetivo descrever a institucionalização da Análise de Situação de Saúde (ASIS) como ferramenta de gestão no município de Manaus. Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência, decorrente da implantação da ASIS na Secretaria Municipal de Saúde de Manaus como apoio decisório para a gestão. Para isso a SEMSA, visando uma gestão mais eficiente para melhorar continuamente os serviços de saúde prestados, implantou várias metodologias de trabalho inovadoras com objetivo de disponibilizar informações, de forma executiva e gerencial, para subsidiar a tomada de decisão, a gestão, o processo de trabalho e a geração de conhecimento, nesse sentido vinha utilizando o modelo de Sala de Situação em Saúde, onde foram observados resultados bastante favoráveis, com isso optou por institucionalizar a ASIS como ferramenta para a qualificação da gestão em saúde da instituição. A partir de então, a equipe de ASIS ampliou sua atuação para além da sala de situação e passou a integrar um departamento de controle e inteligência de dados, dando suporte na geração e disseminação da informação em saúde a partir da análise de dados extraídos dos sistemas de saúde locais e nacionais, bem como na elaboração de painéis de indicadores (Dashboard) possibilitando aumento da velocidade de resposta das ações de saúde. Dessa forma a ASIS vem demonstrando ser uma ferramenta potente que favorece o uso da informação em saúde para a tomada de decisões adequadas e oportunas, apoiando os processos em duas direções: de um lado, serve ao gestor para seguimento ou avaliação de políticas e programas de saúde; e de outro lado, subsidia a decisão das equipes nas unidades básicas de saúde, que a partir dela, podem desenvolver planos e projetos de intervenção com maior impacto.

7884 PROMOÇÃO DE VÍNCULOS PROFISSIONAIS ENTRE EQUIPES DE MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL E DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Maria Amélia Meira, Leandro da Rosa Borges, Manuela Gomes Campos Borel, Adrize Rutz Porto, Maira Buss Thofehrn, Thayenne Barrozo Mota Monteiro, Beatriz Francisco Farah, Juliana Nazaré Bessa Andrade

PROMOÇÃO DE VÍNCULOS PROFISSIONAIS ENTRE EQUIPES DE MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL E DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: Maria Amélia Meira, Leandro da Rosa Borges, Manuela Gomes Campos Borel, Adrize Rutz Porto, Maira Buss Thofehrn, Thayenne Barrozo Mota Monteiro, Beatriz Francisco Farah, Juliana Nazaré Bessa Andrade

Apresentação: O cuidado às pessoas com necessidades em saúde mental é visto como um grande desafio para os sistemas de saúde em todo o mundo, e para superá-los implementam-se dispositivos de integração de rede que fomentam a participação conjunta de profissionais atuantes na Atenção Básica com especialistas. Destaca-se o matriciamento como uma iniciativa que possibilita o cuidado integral, sendo um modelo de intervenção pedagógico-terapêutico proposto para a produzir e estimular padrões de relação que perpassem todos os trabalhadores e usuários, favorecendo uma troca de informações e a ampliação da corresponsabilização pelo usuário. A atuação das equipes de apoio matricial tem função de retaguarda especializada de assistência, com redução de encaminhamentos desnecessários aos outros níveis de atendimento e aumentando a capacidade resolutiva de problemas de saúde pela equipe de referência, que são os profissionais das equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF). A peculiaridade desta atividade, os novos processos de trabalho, exige cuidado especial aos profissionais matriciadores e da ESF. Afinal, estão expostos ao contexto sociocultural da população adscrita, à mercê da adesão voluntária aos projetos terapêuticos por parte do usuário, família e comunidade. Estudos realizados no Brasil em 2019 correlacionam outros reveses sobre o trabalho das equipes de matriciadores e da ESF como: o não comparecimento de todos membros das equipes nos encontros matriciais, desinteresse nas discussões, estigma às pessoas com sofrimento psíquico, a verticalização de ações interprofissionais, dificuldade de partilhar conhecimento e poder. Deste modo, contrapondo a interdisciplinaridade e horizontalidade de saberes que esculpiram outras experiências exitosas em cenários de desinstitucionalização brasileiros. A revisão integrativa sobre a temática no contexto brasileiro no período de 2008 a 2018, revelou como obstáculos subjetivos e culturais a dificuldade de alinhar planejamentos e as relações interpessoais. Aprimorar os modos de relacionar e integrar-se promovendo espaços dialógicos atendendo aos princípios e doutrinas do Sistema Único de Saúde (SUS) que preconiza transmudar as relações, compartilhar saberes e transformar a sociedade requer ações sistematizadas. Portanto, converge com a Teoria dos Vínculos Profissionais (TVP) de Maira Buss Thofehrn e Maria Tereza Leopardi (2005) que propõe que as relações interpessoais no ambiente laboral se deem pela formação e afirmação de vínculos profissionais, que permearão  a ação e o discurso do trabalhador, estabelecendo inclusão e significação para o grupo, dando-lhe característica própria no universo institucional. A TVP foi desenvolvida com a equipe de enfermagem, mas, Borges (2017) a adaptou para a equipe multiprofissional da ESF e de matriciamento, porque a TVP foca nas relações interpessoais, intra e extra grupais e viabiliza o trabalho em equipe. Pressupomos que o desenvolvimento do trabalho em saúde precisa de reconhecimento e respeito a subjetividade para promover vínculos que possam modificar o cotidiano da prática profissional. E que a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) se constitui ao promover a saúde e o ser humano nas suas multidimensionalidades. É pertinente analisar os benefícios da TVP em outras equipes de saúde e em outros cenários, porque a habilidade relacional é desafio para todos os trabalhos coletivos, e fundante nos cenários da saúde. O fortalecimento do vínculo e confiança entre as equipes são agenciadores de um cuidado terapêutico de qualidade, e que as ações terapêuticas conjuntas em saúde mental é a tarefa profissional deste grupo. O objetivo deste estudo é analisar a contribuição da TVP nas relações interpessoais entre as equipes de matriciadores em saúde mental e a Estratégia de Saúde da Família para promoção de vínculos profissionais. Desenvolvimento: Estudo descritivo-reflexivo sobre a TVP, alicerçado na dissertação de Leandro da Rosa Borges (2017) que investigou as contribuições do Matriciamento em saúde mental e suas contribuições para o fortalecimento da Estratégia Saúde da Família na perspectiva da TVP, identificando as relações interpessoais neste contexto. Participaram do estudo profissionais das equipes de matriciamento em saúde mental e ESF, com tempo mínimo de atuação de seis meses e frequentes nos grupos de discussão sobre as questões de saúde mental semanalmente. Excluiu-se os que estavam afastados do trabalho no início da coleta de dados. Os procedimentos de coleta de dados foram observação simples em seis encontros para conhecer a dinâmica de trabalho entre as equipes de matriciamento e ESF, e entrevistas semiestruturadas. Os dados foram analisados conforme proposta operativa de Minayo (2014) e revelaram três categorias temáticas: entendimento das equipes de matriciamento e ESF sobre o apoio matricial em saúde mental; ações de matriciamento em saúde mental na ESF; relações interpessoais no processo de trabalho em ESF e matriciamento em saúde mental. Resultado: O matriciamento foi reconhecido como importante estratégia de atuação entre as equipes de matriciamento e ESF por possibilitar trocas de informações, experiências, respeito ao usuário, compartilhamento de ações. O processo dialógico, o vínculo e a confiança aproximou os profissionais envolvidos neste contexto, fazendo-os pertencentes a um único grupo de trabalho, potencializando a resolutividade das intervenções. Foram evidenciados problemas como: descontinuidade em cumprir pactuações, dificuldade de interação, os conflitos desconsiderados e a tarefa do grupo de trabalho, que são as ações terapêuticas conjuntas em saúde mental, tem centrado mais no discurso que no ato. Além disto, os vínculos citados pelas equipes de matriciamento e ESF nem sempre se apresentam de modo saudável, são débeis, frágeis sem interação e desfocado das relações interpessoais. A implementação da TVP oportuniza o desenvolvimento das atividades grupais e os vínculos profissionais estabelecidos orientam ações específicas que concomitantemente instrumentalizam as relações humanas e de trabalho. É uma tecnologia gerencial que utiliza de tecnologias relacionais para o estabelecimento de vínculos profissionais saudáveis. O marco conceitual da TVP apresenta o processo de trabalho que se ajusta a qualquer disciplina da saúde, por referir a uma atividade exercida para atender às demandas dos usuários dos serviços de saúde. E a tarefa profissional é uma ação terapêutica que propicia atender o usuário nas suas multidimensões para promover uma vida saudável. A limitação da TVP perpassa pelo assentimento e empenho de cada membro na construção de novas relações de grupo, em instruir-se dos conteúdos filosófico-teórico que lhe é próprio, adotar em suas práticas a divisão de trabalho e definição de papéis. Assim, protagonizar seu aperfeiçoamento profissional ao gerar conhecimento, recompondo suas habilidades técnicas, científicas, emocionais e relacionais. Considerações finais: A TVP e sua metodologia, é um protocolo de ação para planejar o processo de trabalho, centrado nas relações interpessoais que contribui para um ambiente laboral com realizações que extrapolam para o âmbito pessoal. Permite perceber a individualidade como instrumento para fortalecer as relações interpessoais com vínculos profissionais saudáveis e construir ações terapêuticas coletivas em saúde mental com excelência e prazer. Os profissionais das equipes de matriciamento e ESF precisam ser acolhidos e compreendidos dentre de suas subjetividades para estabelecerem vínculos entre si. Habilitando-os para exercerem a intersubjetividade que permite o acolhimento, a escuta e a formação de vínculo com os usuários destes serviços de saúde. O fortalecimento dos vínculos profissionais estruturaria o matriciamento em saúde mental na ESF para que este dispositivo possa consolidar a Reforma Psiquiátrica e o SUS, acrescendo ao acesso, o cuidado integral dos usuários.  

9488 COGESTÃO NA SAÚDE PÚBLICA: POTENCIALIDADES E DESAFIOS DO PONTO DE VISTA DOS TRABALHADORES
Nadilu Cardoso Drumond, Alexandra Iglesias

COGESTÃO NA SAÚDE PÚBLICA: POTENCIALIDADES E DESAFIOS DO PONTO DE VISTA DOS TRABALHADORES

Autores: Nadilu Cardoso Drumond, Alexandra Iglesias

Apresentação: A consolidação do SUS foi uma conquista que garantiu o direito de toda população à saúde, e consequentemente, a possibilidade de participação de todos os atores sociais na tomada de decisão para o fortalecimento desse sistema. Porém, nesse processo, ainda é marcante, no cotidiano, a influência da racionalidade gerencial hegemônica, que se caracteriza por uma tentativa de controle e separação dos trabalhadores conforme suas funções e especialidades, estabelecendo relações verticais e de poder entre os atores envolvidos. Diante desse cenário, a Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS busca investir em relações transversais, na articulação entre diferentes saberes e sujeitos, sejam gestores, trabalhadores e usuários, e  no compartilhamento de poder, buscando garantir saúde integral e resolutiva por meio da cogestão. A cogestão é um modelo no qual a centralidade está no trabalho coletivo, na corresponsabilização do cuidado e na democratização da gestão, permitindo a efetivação de um cuidado integral. Nesse contexto, esse trabalho teve por objetivo investigar as concepções de profissionais de saúde da gestão e dos serviços sobre a temática cogestão em saúde. Para tal, foram realizados cinco grupos focais, com duração média de 116 minutos, com 53 servidores da Gerência de Atenção à Saúde e com os profissionais representantes dos 39 serviços de saúde que trabalham juntamente a essa Gerência nomunicípio em questão. O material proveniente desses grupos foram gravados em arquivos de áudio, transcritas e submetidos ao software IRAMUTEC para análise de Classificação Hierárquica Descendente (CHD). A CHD é um método que relaciona e classifica os segmentos de textos e permite obter classes compostas por segmentos de texto que possuem vocabulários semelhantes e distintos dos segmentos de outras classes. Essa análise resultou em 4 classes denominadas: “Relação entre os personagens da saúde pública”, “do profissional ao usuário: os obstáculos para atender e ser atendido”, “dispositivos para cogestão: potencialidades e desafios” e “Gestão dos processos de trabalho: é possível, mas nem sempre”. Os resultados demonstram que os profissionais apostam nos espaços coletivos como dispositivos que proporcionam a discussão dos processos de trabalho, a troca de saberes e experiência e a reflexão sobre o próprio fazer. Neste sentido, os participantes defendem a cogestão como um modelo no qual há corresponsabilização do cuidado e oportunidade de ampliar o olhar sobre os fenômenos cotidianos. Paralelamente, os resultados também demonstram que, apesar da cogestão ser uma aposta, incentivada pela PNH, o cotidiano de trabalho ainda é marcado por práticas características do modelo gerencial hegemônico: sensação de pouca gestão sobre o próprio processo de trabalho, valorização de alguns saberes (nesse caso o médico) em detrimento de outros e relações de poder, sobretudo na relação trabalhadores-usuários. A cogestão é um modelo de gestão ainda em construção e sua efetivação encontra desafios, sobretudo pelo modelo da racionalidade gerencial hegemônico ainda vigente atrelado ao desmonte que o SUS vem sofrendo nos últimos anos. Contudo, esse trabalho evidencia que apesar das dificuldades os trabalhadores vêem a cogestão como um caminho a ser percorrido em direção a garantia de uma saúde integral e democrática.

10923 A ATUAÇÃO DO APOIADOR REGIONAL COMO FACILITADOR NO PROCESSO DE FORTALECIMENTO DA GESTÃO MUNICIPAL
Pamella Morette, Gabriel Calazans Baptista, Kellen Nunes Rodrigues, Joice Laise Fronza, Mário Vieira Marques Neto, Gustavo Haas Lermen, William Alves, Miriam Thaís Guterres Dias

A ATUAÇÃO DO APOIADOR REGIONAL COMO FACILITADOR NO PROCESSO DE FORTALECIMENTO DA GESTÃO MUNICIPAL

Autores: Pamella Morette, Gabriel Calazans Baptista, Kellen Nunes Rodrigues, Joice Laise Fronza, Mário Vieira Marques Neto, Gustavo Haas Lermen, William Alves, Miriam Thaís Guterres Dias

Apresentação: O intuito deste relato de experiência é aprofundar a discussão sobre a figura do apoiador no âmbito de gestão tendo por objetivo descrever o processo de trabalho do mesmo junto ao Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (COSEMS (RS)) Dessa maneira buscou-se especificar os desafios cotidianos e analisar através do conceito de “máscaras”, as várias posturas adotadas pelo apoiador em seu cenário de práticas e desse modo compreender a multiplicidade constitutiva do apoiador, e como este se produz a partir das relações vivenciadas em seu cotidiano. O Projeto Apoiador, como é chamado, tem o objetivo do fortalecimento da Gestão Municipal do SUS, por meio da qualificação dos instrumentos de gestão disponibilizados para obtenção da melhoria da assistência à população em função do melhor planejamento e da otimização dos recursos. O Projeto de Formação Rede Colaborativa para Fortalecimento da Gestão Municipal do SUS é fruto de uma proposta do CONASEMS que visava ampliar para todo Brasil a estratégia do apoiador regional, a qual já ocorria em alguns estados, e estava rendendo bons resultados e qualificando os espaços de gestão. Desse modo, foi elaborado um projeto via Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), em parceria com Ministério da Saúde e o Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), que daria origem ao mesmo. No Rio Grande do Sul, o Projeto Apoiador iniciou em maio de 2017, com 11 apoiadores, os quais foram divididos entre as 30 Regiões de Saúde do Estado. O processo de descentralização e municipalização da saúde possibilitou avanços importantes como a ampliação do acesso aos serviços de saúde e a atuação dos municípios nas práticas de gestão, além da captação de novos atores, garantindo a sustentabilidade política e financeira do setor saúde. Porém este processo ocorreu de modo paralelo à regionalização, e isto gerou a fragmentação do sistema, afetando o acesso e a integralidade da atenção à saúde. A regionalização, por sua vez levou cerca de duas décadas para ter uma normativa que orientasse sua implementação nos territórios. É sabido que os municípios não conseguem garantir, sozinhos, a integralidade das ações e serviços de saúde. Desse modo se faz necessário fortalecer o processo de regionalização, o que significa fortalecer os espaços de planejamento regional de modo a discutir de forma ascendente as necessidades de saúde de cada território. O apoio COSEMS é uma nova metodologia de trabalho, onde tanto apoiador como gestores “aprendem juntos” a fazer a gestão da saúde, guiados pelos princípios constitucionais da universalidade, da integralidade e da equidade, respeitando as diretrizes da regionalização. O “ser apoiador” é um processo continuo de construção e desconstrução. Conforme se avança na leitura das relações e do cenário onde se está inserido, se saberá o momento da moldagem necessária, da intervenção e até dos recuos oportunos. Na maioria das regiões também foram criadas ou reorganizadas as reuniões de COSEMS Regional, onde os gestores têm um espaço protegido de discussão e alinhamento.  O Apoio nesse espaço contribui para fortalecer o ambiente e enriquecê-lo com informações atualizadas e uma visão macro regional, articulando os gestores a partir da necessidade presente no território, até a organização das reuniões: espaço físico, convites, pautas, atas, lista de presença e encaminhamentos para reuniões de CIR ou outras instâncias necessárias para dar seguimento às discussões. O processo de trabalho do apoiador é uma constante construção, a adequação da teoria a prática cotidiana. O apoiador COSEMS é uma figura nova ainda no Estado do Rio Grande do Sul, desse modo, o processo de trabalho tem se construído e amadurecido no decorrer de sua implementação. Em relação ao uso das máscaras é possível dizer que o marco ideal seria a máscara de apoiador-apoiador. Porém isso dependerá de diversos fatores, tais como o gestor se perceber como protagonista, ter consciência de seu papel, ter domínio sobre temas relacionados a gestão e o sistema de saúde. Em resumo, o apoiador tem se tornado a ponte para esse processo de empoderamento dos gestores. Para exemplificar o uso das máscaras, se apresentará a seguir dois cenários e o emprego das máscaras em cada situação apresentada: Cenário 1: Os gestores municipais desta região de saúde, possuem uma organização de reuniões de secretários de saúde já instituída, conseguem se ver enquanto região e se auxiliam mutualmente. Esta região possui uma proximidade com a associação de prefeitos que compõe a região e se articulam com os mesmos. A chegada do apoiador neste cenário é desafiadora, pois já existe um funcionamento instituído, os gestores estão de certo modo organizados. Desse modo, a máscara usada neste cenário inicialmente é a de observador, para realizar uma análise do cenário, mas o apoiador também pode se sentir intimidado diante da organização já estabelecida e do desafio da construção de seu espaço junto a essa região, tendo que obter legitimidade junto aos gestores. Após alguns sinais de legitimação por parte da região, ou seja, o início da construção dessa legitimidade, o apoiador seguirá se constituindo no uso intercalado das máscaras de técnico e apoiador, conforme a situação demandar. Cenário 2: Os gestores municipais desta região não se reúnem além do espaço de CIR, enviam poucas pautas e durante as reuniões tem postura, por vezes, passiva. O espaço intergestor que deveria promover a discussão e construção acaba sendo ocupado em sua maioria pela CRS. A chegada do apoiador neste cenário implica uma intensa construção do protagonismo dos gestores. Desse modo, ao longo dessa construção será possível ver o apoiador utilizando diversas máscaras. Pode-se dizer que em um primeiro momento o apoiador utilizará a máscara do observador para fazer a leitura do cenário em que está inserido. Constatando a dificuldade dos gestores em exercer o protagonismo, o apoiador pode vir a usar a máscara do substituto. Ainda que o uso desta máscara não seja recomendado, pode acontecer no decorrer da aprendizagem do “ser apoiador”. Na medida em for compreendendo seu processo de trabalho o apoiador usará por um tempo a mascara do técnico, a fim de preparar os gestores para exercer o protagonismo e atuar ativamente nas reuniões de intergestão. Após esta preparação e o árduo trabalho realizado, será a vez do apoiador- apoiador entrar em ação. Como analisado, é necessário ter clareza das responsabilidades de cada ente federado, além de moldar por meio de “arranjos politico-institucionais criativos” uma rede solidária, e a estratégia criada do projeto apoiador é um exemplo prático de arranjo politico-institucional criativo. Como foi descrito ao longo deste trabalho, o apoiador se caracteriza como um agente de mudança capaz de impulsionar o fortalecimento da gestão municipal, instruindo os gestores a respeito do seu papel e contribuindo com a construção de uma leitura das necessidades de saúde municipais e regionais. Em síntese tais fatores estimulam o processo de regionalização, na medida em ampliam a gama de saberes dos gestores municipais e os instrumentaliza para desenvolver tal processo. O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise do processo de trabalho do apoiador e trouxe elementos relevantes que evidenciam a sua importância mediante o cenário atual de constante construção do SUS. Foi possível delinear os avanços e entraves presentes no cotidiano do apoio, as relações de poder que perpassam as práticas, e as várias máscaras que constituem o processo do “se tornar apoiador”.

6828 A COLABORAÇÃO INTERPROFISSIONAL ENTRE A EQUIPE DO NÚCLEO DE AMPLIADO DE SAÚDE DA FAMÍLIA E ATENÇÃO BÁSICA (NASF-AB) E DA EQUIPE DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)
Atila Mendes da Silva, Lilian Miranda

A COLABORAÇÃO INTERPROFISSIONAL ENTRE A EQUIPE DO NÚCLEO DE AMPLIADO DE SAÚDE DA FAMÍLIA E ATENÇÃO BÁSICA (NASF-AB) E DA EQUIPE DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)

Autores: Atila Mendes da Silva, Lilian Miranda

Apresentação: O Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) é um arranjo organizacional que compreende a formação de equipes que devem atuar de forma integrada às equipes da Estratégia de Saúde da Família – eSF, com objetivo ampliar sua abrangência, escopo e resolutividade. O trabalho realizado pelo NASF-AB é altamente dependente da colaboração com as eSF e de sua articulação com as redes de atenção. A colaboração interprofissional pode ser compreendida como um processo complexo e dinâmico que compreende a construção de uma relação que integra as perspectivas de cada profissional em uma ação coletiva, voltada para a complexidade das necessidades de saúde do usuário. Este trabalho busca produzir uma reflexão teórica a respeito dos limites e possibilidades para a colaboração interprofissional entre NASF e eSF, considerando as especificidades presentes nesta relação, em especial em sua dimensão relacional/intersubjetiva. Método: Trata-se de uma revisão narrativa em que se buscou identificar ferramentas conceituas a respeito do trabalho em colaboração para analisar a especificidade da colaboração interprofissional entre a equipe NASF e eSF. Resultado: As possibilidades de realização da colaboração interprofissional são influenciadas pelas configurações organizacionais e por fatores estruturais (como recursos e políticas), mas, também, por uma dimensão relacional que tende a ser pouco explorada nas análises sobre os processos de trabalho. No que diz respeito ao NASF, ressaltamos a especificidade de seu trabalho que se encontra continuamente em uma posição intermediária, situando-se entre atenção primária e atenção especializada, entre os interesses da equipe da eSF e interesses dos usuários, entre a identidade de seu núcleo profissional e o campo da Saúde Coletiva. Dessa forma, a realização do trabalho do NASF está em um constante trânsito entre a identificação com as eSF (algo que pode favorecer a construção de vínculos, por meio de um envolvimento afetivo com os problemas enfrentados no cotidiano profissional da APS) e a diferenciação (um distanciamento necessário para manter o estranhamento e contribuir com a transformação de crenças, posturas e práticas instituídas). Considerações finais: Consideramos que a característica intersticial do NASF-AB introduz um desafio importante para tal arranjo, na medida em que, ante a pouca definição de um lugar estável para “o fazer das equipes”, estas experimentam uma situação de desamparo e de tensão constante na construção de um trabalho a partir da posição de intermediário que ocupa. Por fim, apontamos a necessidade de inclusão de mecanismos para lidar com os conflitos e tensões próprias ao trabalho colaborativo do NASF-AB; a importância da pactuação de diretrizes de trabalho entre as equipes para favorecer a confiança dos trabalhadores no processo de colaboração e para garantir a responsabilização no cuidado aos usuários; bem como a relevância do papel da gestão no apoio aos trabalhadores diante das angústias próprias à natureza de seu trabalho colaborativo.

7873 COLEGIADO GESTOR COMO ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO LIAN GONG 18 TERAPIAS EM UM MUNICÍPIO BAIANO
Mylena Caroso Melhem, Alberto Molteni

COLEGIADO GESTOR COMO ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO LIAN GONG 18 TERAPIAS EM UM MUNICÍPIO BAIANO

Autores: Mylena Caroso Melhem, Alberto Molteni

Apresentações: O Lian Gong 18 Terapias (LG18T) é uma prática corporal desenvolvida pelo médico ortopedista chinês Dr. Zhuang Yuan Min, em 1974, com objetivo de prevenir e tratar as dores no corpo. No Brasil, é considerada uma das Práticas Integrativas e Complementares (PICS) que o Ministério da Saúde tem apoiado e estimulado no Sistema Único de Saúde (SUS), através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. Contudo, o acesso a esses recursos terapêuticos ainda encontra barreiras, o que se relaciona com preconceito e despriorização. No município de Camaçari-BA, a partir da iniciativa de um instrutor de LG18T, foram realizadas duas edições de curso de capacitação para profissionais da Atenção Básica e da Saúde Mental, resultando na formação de um grupo facilitadores de LG18T. Após a capacitação, os profissionais passaram a ofertar a prática nos  seus respectivos serviços de saúde e mantiveram reuniões de manutenção mensais entre si para aprimoramento da prática e discussão do aporte teórico. Com o objetivo de capitalizar e potencializar a prática no município, o grupo de facilitadores percebeu a necessidade de construir um Planejamento Estratégico Situacional e, partir deste, a divisão de responsabilidades e tarefas. Nas reuniões mensais de manutenção o grupo seguiu discutindo os encaminhamentos das ações definidas no planejamento e, a partir disso, começaram a se entender enquanto um coletivo e, posteriormente, enquanto colegiado gestor. Para oficializar a instituição do Colegiado Gestor do LG18T, o coletivo enviou representantes para reunião no Núcleo de Práticas Integrativas e Complementares (Nupics) do município, de modo a apresentar o planejamento das ações e solicitar a instituição do Colegiado Gestor. Através dessa ferramenta de gestão democrática, têm obtido êxito e resultados, como: a realização de grupos de Lian Gong nos serviços de saúde; a realização da prática em feiras de saúde e outros eventos; a formação continuada dos facilitadores; a idealização de uma 3 edição do curso para formação de mais profissionais de saúde; a aquisição de maior legitimidade e visibilidade no município, avançando-se também no processo de aquisição dos materiais necessários para os cursos e as práticas. Desse modo, o colegiado gestor acredita ter se aproximado cada vez mais dos seus objetivos principais: através da prática do LG18T, contribuir com a promoção de saúde dos usuários do SUS no município, prevenção e tratamento das suas condições de saúde, bem como reabilitação. Para além disso, na contramão da lógica ineficaz de saúde focada em procedimentos e medicamentos, a prática do LG18T tem buscado incentivar uma outra racionalidade, que enfatiza o autocuidado, o autoconhecimento, e um entendimento integral e holístico do ser humano e de sua saúde.

8867 FERRAMENTAS DE TRABALHO PARA EQUIPES NASFs: FACILIDADE DE ACESSO COM AS EQUIPES ESFs
heloisa matos, Cibele Rodrigues Paes Leme, Andreza Gonçalves Vieira Amaro, Flavia de Jesus Neiva Sampaio, Luciene Belfort Santos, Eliete Garcia Melo, Manuela Andrade Albuquerque, Karla Karine Lima Santos

FERRAMENTAS DE TRABALHO PARA EQUIPES NASFs: FACILIDADE DE ACESSO COM AS EQUIPES ESFs

Autores: heloisa matos, Cibele Rodrigues Paes Leme, Andreza Gonçalves Vieira Amaro, Flavia de Jesus Neiva Sampaio, Luciene Belfort Santos, Eliete Garcia Melo, Manuela Andrade Albuquerque, Karla Karine Lima Santos

Apresentação: Instrumentos de trabalho são facilitadores do processo de trabalho entre equipes. Atualmente não existe ferramentas especificas para as equipes NASFs e ESFs construírem planejamentos destinados na atenção básica de áreas limitadas por cada equipe. A partir dessa hipótese, o presente trabalho tem como objetivo apresentar ferramentas de trabalhos elaboradas para facilitar o acesso entre equipes NASFs e ESFs. Desenvolvimento: Os instrumentos foram desenvolvidos a partir das reuniões realizadas entre as equipes NASF e ESF. Na oportunidade durante as discussões do processo de trabalho, algumas enfermeiras sugeriram a participação do NASF em campanhas do ministério da saúde, grupos de doenças crônicas não transmissíveis e visitas a usuários acamados e domiciliados. Dessa forma, em consonância com o caderno de atenção básica 39 foram selecionadas ações básicos e essências, surgindo o protocolo de reunião entre nasf e esf. Em seguida, construímos ficha de Apoio Matricial, ficha de projeto terapêutico singular, ficha de projeto saúde no território, lista de presença e um orgonograma com dados de cada área e micro-areas de saúde do município de Capela-SE. Resultado: Com essas novas ferramentas o maior resultado foi a implantação de uma equipe NASF 1, com abrangência em toda zona rural; aproximação com os usuários e suas necessidades e principalmente o reconhecimento do trabalho dos profissionais NASF pelas equipes ESF. Considerações finais: A atenção básica proporciona a construção de estratégias de trabalho diversificada pelas equipes de saúde. O NASF e a ESF, composta por profissionais de diferentes áreas, busca solucionar problemas e amplia o cuidado com usuários de diferentes comunidades.

9279 USO DO NASF DIGITAL COMO ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE MELHORIA DO ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE OFERTADOS PELAS EQUIPES DE ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMILIA
VERA NICI SOUZA HOSHIBA, JOCILANE LIMA DE ALMEIDA VASCONCELOS, WILLIAM GÓES TERRA

USO DO NASF DIGITAL COMO ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE MELHORIA DO ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE OFERTADOS PELAS EQUIPES DE ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMILIA

Autores: VERA NICI SOUZA HOSHIBA, JOCILANE LIMA DE ALMEIDA VASCONCELOS, WILLIAM GÓES TERRA

Apresentação: Uso do Nasf Digital como estratégia de implementação de melhoria do acesso aos serviços de saúde ofertados pelas Equipes de Estratégia Saúde da Família Resumo O Núcleo Ampliado de Saúde da Família – NASF- AB é o apoio matricial que promove o direcionamento dos fluxos na ESF, gerando uma articulação entre este e as equipes de Saúde da Família (eSF) matriciadas. Nessa linha de pensamento o apoio matricial em saúde emerge como um fio condutor para assegurar uma retaguarda especializada a equipes e profissionais encarregados da atenção a problemas de saúde. De maneira complementar, auxilia em mecanismos de referência e contra referência e implementação de protocolos. Nesse sentido, ressalta-se a premissa de oferecer tanto retaguarda assistencial quanto suporte técnico-pedagógico às equipes de referência. É válido ressaltar que este apoio é desenvolvido por diversos profissionais, com habilidade e competência para a ampliação da resolutividade, integralidade, humanização e melhoria do acesso a população. A experiência realizada é uma ação inovadora que utiliza a tecnologia como estratégia para a comunicação eficaz entre a equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família da Atenção Básica NASF- AB e as equipes de Saúde da Família-eSF sendo desenvolvida pelos profissionais das 07 equipes NASF do município de Manaus. As ações interprofissionais realizadas são evidenciadas pelo trabalho em equipe integrado, prática colaborativa, destacando-se a atuação do enfermeiro como agente de distribuição e convergência de informações, sua participação na ação interprofissional, em especial relacionada à prática clínica. As ações desenvolvidas em conjunto por meio da ferramenta conhecida como NASF Digital permite aos profissionais do NASF, evidenciar que ações de matriciamento e de apoio técnico-pedagógico, serão necessários entre as eSF, facilitando a comunicação entre estes. A motivação na construção da ferramenta ocorreu a partir do relato dos profissionais dos NASFs na primeira oficina de alinhamento do Município de Manaus, onde foi apontado fragilidade no processo de encaminhamento e contra referência, dificuldades de feedback das ações realizadas pelo NASF, e a ausência de padronização de monitoramento dos PTS. O formulário impresso de acionamento do NASF pela ESF mostrou-se frágil. Os frequentes desencontros entre as equipes mostrou sérias dificuldade de comunicação. Os registros de PTS eram escassos de difícil visualização por todos os membros da equipe. A tentativa de sanar estes problemas e facilitar a comunicação entre NASF e eSF foi o fator motivador para a elaboração do NASF digital. Foi realizado então a ferramenta digital de acionamento da ESF ao Nasf cujo objetivo está sendo tornar a comunicação entre ESF e NASF mais efetiva, permitindo a facilitação do acionamento da equipe, acompanhamento e análise dos casos acionados e compartilhados pelo NASF e acesso antecipado as situações que necessitam ser discutidos em reunião de forma mais rápida. A Ferramenta tecnológica foi elaborada mediante a contribuição e colaboração de todos os atores envolvidos, e o êxito da mesma depende da corresponsabilização de todos os membros da equipe. Para o desenvolvimento da tecnologia do Nasf Digital foi necessário um amadurecimento institucional e identificação da problemática para a construção de instrumento que pudesse suprir as necessidades da equipe. Foram realizadas visitas locais com estudo individualizado de cada equipe, realizada pela referência técnica do Nasf municipal e apoio distrital identificando pontualmente às necessidades de cada núcleo e levantando problemas e conhecimento sobre o papel dos profissionais, realização de oficinas Municipal do NASF. Nesta etapa foram realizadas oficinas com os membros do NASF para alinhamento do processo de trabalho, desenvolvidas por meio de metodologia ativa, com roda de conversa, problematização de atividades de cooperação horizontal e construção de estratégias de enfrentamento das principais dificuldades encontradas, seguida de Elaboração de propostas para a solução dos principais problemas identificados comuns a equipes NASF-AB. O deslocamento para outras unidades para realização do matriciamento foi um fator comum as equipes. A construção do instrumento foi baseado nas evidências produzidas pela inovação tecnológica estruturada por uma equipe composta pela coordenadora do Nasf Municipal, apoios distritais e equipes  Nasf-AB dos 05 distritos de saúde, um programador para condução do processo, utilizando como eixo norteador os desafios relatados pela equipe. Foi utilizada ferramenta por meio do Google drive, sem custos para o Município. Após a produção, iniciou-se o uso da ferramenta nas unidades com boa aceitação da equipe e possibilidade de implantar respostas durante a utilização do aplicativo. Após ajustes da ferramenta esta foi expandida para outras equipes NASF. O Treinamento das equipes nas ferramentas as equipes NASF e eSF, foram treinadas na prática, usando o instrumento por meio do celular. Neste momento também foi possível cadastrar todos os profissionais na ferramenta e realizar testes de casos virtualmente, o que potencializou o uso e aceitação do mesmo. Em seguida, foi elaborado um guia como ferramenta de apoio durante a alimentação do NASF Digital. A Referência técnica Municipal do NASF monitora as atividades das equipes e está prevista para o ano de 2020 uma avaliação do uso deste instrumento e as sugestões de melhoria enviadas pela equipe são enviadas para análise e consolidação. Considerando o papel do enfermeiro na atenção Primária a Saúde a ferramenta apresentada possibilita a transformação gradativa da forma de encaminhar às equipes NASF pois a medida que as equipes acionam os NASF estes profissionais podem  visualizar se os mesmos foram atendidos permitindo a concretização da referência e contra referência  de forma eficaz e permitindo o acesso do usuário aos profissionais do Nasf. O que vem a propiciar o acompanhamento das ações de matriciamento das equipes Nasf e a visualização de suas ações em todos os níveis seja local, distrital e central. O maior resultado é a comunicação efetiva, melhoria do acesso aos serviços de saúde das equipes ESF matriciadas pelos NASF-AB. O desafio inicial ocorreu por meio de resistência dos profissionais devido a substituição do formulário manual pelo formulário eletrônico e dificuldades locais de acesso à internet. Considerando que a ferramenta se propõe a não ser mais um instrumento, mas o acompanhamento eficaz do usuário e que a existência da mesma não exclui a necessidade de encontros entre os profissionais para a discussão de casos e reuniões. Os desafios estão sendo superados a medida que fortalecemos e encorajamos as equipes e estas são apoiadas no que tange a utilização da ferramenta tornando os desafios superáveis, sendo que o uso do instrumento já faz parte do cotidiano de forma a encurtar barreiras e permitir a melhoria do acesso. A experiência em fase de implementação é importante, porque nos permite o uso da tecnologia, por meio do telefone móvel, para exercitar o trabalho colaborativo, participativo e tornar visível as ações realizadas, superando as dificuldades de comunicação usando estratégias inovadoras, para tornar as práticas em saúde com olhar mais resolutivo. O papel do enfermeiro neste processo é fundamental pois permite o acompanhamento de seus pacientes, tendo a possibilidade de acompanhar mais facilmente os casos encaminhados ao NASF, com possibilidade de resolutividade com o trabalho colaborativo contribuindo assim para avanço de soluções de problemas pautados no dia a dia  abrindo reflexão para os processos de trabalho.

10296 PROCESSO DE AVALIAÇÃO E MUDANÇA NO PROCESSOS DE TRABALHO EM UM NASF-AB: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO COTIDIANO DE MUDANÇA.
Kleverson Gomes de Miranda, Juliana Martins Ramalho

PROCESSO DE AVALIAÇÃO E MUDANÇA NO PROCESSOS DE TRABALHO EM UM NASF-AB: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO COTIDIANO DE MUDANÇA.

Autores: Kleverson Gomes de Miranda, Juliana Martins Ramalho

Apresentação: O Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-Ab) é um tipo de modalidade de equipe da Atenção Primária à Saúde (APS) do Sistema Único de Saúde (SUS). Considerando o Caderno de Atenção Básica 39, que norteia a carta de serviços do Nasf-Ab, dentre os quais o direcionamento para sua atuação tanto com equipes da AB quanto com usuários do SUS a partir dos eixos técnico-pedagógico e assistencial. Dentro desses eixos, destaca-se, para este relato, uma temática: o apoio matricial. A partir da experiência vivida por residentes da Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade em uma equipe Nasf-Ab, o objetivo deste trabalho é descrever o cotidiano e tentativas de avaliação e construção coletiva dos processos de trabalho da equipe Nasf-Ab e suas Equipes de Saúde da Família (eSF) matriciadas. O cenário de atuação dos residentes em saúde família foi um Nasf-Ab de Ceilândia, localizado na Região de Saúde Oeste do Distrito Federal. A equipe na qual os residentes fizeram suas observações e tentativas de mudanças, configura-se como um Nasf do tipo 1, apoiando 7 Equipes de Saúde da Família no território da agora Região Administrativa do Sol Nascente. A equipe Nasf-Ab está em funcionamento há 5 anos, sendo composto por uma Nutricionista, duas Assistente Social, uma Terapeuta Ocupacional, uma Fisioterapeuta e uma Farmacêutica. Contudo, ao longo dos anos instalou-se uma dinâmica de adoecimento na equipe em virtude das dinâmicas de trabalho, processos desalinhados que causaram rupturas do trabalho intra NASF-AB, e entre Nasf-Ab e eSF. Em setembro de 2019, os residentes chegaram ao cenário e a partir da escuta e experiência das dinâmicas de trabalho, os residentes propuseram a elaboração de uma revisão das relações entre a equipe Nasf-Ab e as eSFs matriciadas. Sendo assim, foi criado um roteiro de oficina para organização e melhor dinâmica do processo de trabalho e, a partir da discussão conjunta, iniciou-se a aplicação do mesmo nas 7  eSFs apoiadas  diretamente pelo Nasf-Ab. Para a dinâmica de avaliação e reconstrução do processo de trabalho dentro da equipe Nasf-Ab, foi utilizado estratégias de dinâmica grupal, além da ferramenta SWOT, muito utilizada para auxiliar uma equipe a reconhecer forças e fraquezas, oportunidades e ameaças em todos os contextos que afetam, direta ou indiretamente o processo de trabalho. O processo de aplicação ocorreu de janeiro de 2020 com previsão de finalização Março de 2020. Tendo como resultados preliminares a reformulação da reunião semanal da equipe Nasf-Ab e, também, da reunião mensal entre e-Nasf-Ab e eSFs para que a condução se adequasse ao perfil de cada equipe e a reformulação dos processos de trabalho de maneira coletiva, visando modificar dinâmicas uniprofissionais ainda existentes no trabalho. Considera-se uma experiência que tem potencial para outras mudanças, visando o trabalho interdisciplinar, principalmente, em direção a um apoio institucional e matricial mais qualificado e colaborativo.

10544 PROJETO DE MATRICIAMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE INTEGRAL DO ADOLESCENTE
Marcia Rocha Parisi, Marilia Aparecida Moreira, Giovanna Borges, Manuella Pagy, Fernando Libanio Coutinho

PROJETO DE MATRICIAMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE INTEGRAL DO ADOLESCENTE

Autores: Marcia Rocha Parisi, Marilia Aparecida Moreira, Giovanna Borges, Manuella Pagy, Fernando Libanio Coutinho

Apresentação: A população relativa de adolescentes e jovens em Belo Horizonte (BH) representa 28% de uma população estimada de 2 501 576 habitantes. Dados epidemiológicos relativos à saúde desta população revelam altos índices de morbimortalidade por causas externas, de gravidez precoce, DST/AIDS, uso prejudicial de drogas lícitas e  ilícitas, sobretudo em áreas de maior vulnerabilidade social. A prevenção e redução desses agravos exige uma política de atenção á saúde do adolescente fortalecida e potente. Para contribuir com a redução da morbimortalidade na adolescência a Coordenação de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente, Secretaria Municipal de Saúde/BH propôs a implantação do Projeto de Matriciamento da Atenção Primaria à Saúde (APS) na assistência à saúde dos adolescentes.  Objetivo: qualificar a atenção à saúde do adolescente na APS (Equipes de Saúde da Família/eSF e Núcleo Ampliado de Saúde da Família/NASF) em BH. Método: este projeto, iniciado em setembro de 2018, está sendo executado com recurso do Governo federal (modalidade convênio SICONV), para o qual atuam três psicólogas, contratadas após processo seletivo de recrutamento amplo. De forma itinerante, nas nove regionais do município, as três técnicas realizam em Centros de Saúde localizados em áreas de grande vulnerabilidade segundo Índice de Vulnerabilidade da Saúde/IVS/BH, rodas de conversas com equipes de saúde da família e NASF, no horário das reuniões já programadas pelas equipes, nas quais se discute a atenção à saúde integral do adolescente. A intenção primordial é ofertar espaço de amparo e escuta das equipes e, a partir do narrativa dos profissionais, identificar como a política de saúde do adolescente está funcionando, fundamentando assim um diagnóstico sobre os principais impasses e demandas singulares de formação, de forma a subsidiar a construção de propostas de formação, intervenção e qualificação da política municipal.  Nos encontros com as equipes os profissionais identificam, expõem e discutem os impasses na política, as demandas de formação, as dificuldades na assistência e a construção do caso clínico. O produto de conhecimento e informações obtido nas discussões é registrado em ata para análise e discussão ampliada com as equipes de saúde, gestores das nove regionais e de nível central visando à construção conjunta de intervenções para superação dos impasses, oferta de formação e fortalecimento da política de atenção à saúde integral do adolescente. Resultado: O projeto está implantado nas nove regionais de saúde, com finalização prevista em maio de 2021. Até o momento, 141 eSF (24%) e 82 equipes do NASF (100%)  estão participando do projeto. Em média estão sendo realizadas seis encontros com cada eSF.  A análise do produto de conhecimento construido com as com as eSF e NASF revelam impasses referentes principalmente ao trabalho da gestão, tais como:(1) O Protocolo Municipal de Atenção Integral à Saúde do Adolescente, apesar de ter sido atualizado e disponibilizado impresso em 2015 nos centros de saúde, continua  desconhecido pelas eSF, culminando no acesso dos adolescentes aos serviços de Saúde ainda burocratizado;  (2) a Caderneta de Saúde do Adolescente é pouco utilizada por falta de discussão com as equipes; (3) Insegurança na abordagem da atenção à saúde sexual e reprodutiva, inclusive relacionada com a contracepção da adolescência, bem como na abordagem de adolescentes em uso prejudicial de drogas psicoativas, por falta de oferta de espaços de formação permanente; (4) falta de instrumento que oriente a dispensação de medicações a adolescentes desacompanhados, culminando na recusa de entrega do medicamento aos mesmos; (5) Sobrecarga das eSF em serviços que priorizam atendimentos de casos agudos em detrimento da promoção de saúde; (6) Matriciamento do NASF e Saúde Mental com muitos repasses de casos, em detrimento da discussão ampliada do caso clinico e do suporte às eSF na condução dos casos. Observa-se o predomínio do apagamento da subjetividade, com comprometimento na construção do plano terapêutico singular; (7) Equipes do NASF sobrecarregadas por acumularem a maioria dos casos encaminhados pela escola, adolescentes com obesidade e com problemas relacionadas com a saúde mental; (8) Apontam também o vazio da adolescência na política, marcado, sobretudo, pela ausência do prontuário eletrônico do adolescente.  (9) Intervenções tímidas nos determinantes sociais da saúde, com pouca articulação com a intersetorialidade e falta de apoio da gestão de nível regional e central. Como potencialidade percebe-se que, apesar das equipes estarem sobrecarregadas, existe implicação e interesse das equipes em atender o adolescente. Os impasses encontrados têm sido discutidos com as eSF e NASF com construção de propostas para superação, bem como com os gestores das instâncias regionais e centrais. Os impasses de menor complexidade estão sendo tratados junto com as equipes e os de grande complexidade estão em discussão para melhor entendimento e construção de propostas de intervenção. A leitura com ampla discussão dos protocolos e marco legal tem sido feita com as eSF, bem como discussões sobre o uso da caderneta de saúde dos adolescentes na promoção da saúde dos mesmos. Duas regionais solicitaram a apresentação do protocolo para as eSF dos Centros de Saúde restantes. Discussão de casos clínicos e construção de estratégias terapêuticas estão sendo realizadas com as ESF, inclusive com experiências muito interessantes de matriciamento vivo (juntamente com o adolescente). Encontros ampliados nos Centros de Saúde estão sendo desenvolvidos sobre o tema “saúde sexual e reprodutiva”, com a participação da comunidade. Em uma regional, em todos os Centros de Saúde envolvidos, foi possível fomentar a aproximação da equipe de saúde bucal com as eSF para  construção do caso. Foi construída uma nota técnica pela Comissão de Farmácia Terapêutica com orientação sobre a dispensação de medicamento para o adolescente desacompanhado, evitando restrições indiscriminadas. Também se encontra em construção um protocolo sobre contracepção na adolescência. Discussões no nível central com as coordenações de Saúde Mental e NASF estão sendo realizadas para identificar as intervenções necessárias para  qualificar o matriciamento e a construção do caso clínico. As discussões sobre intervenção nos determinantes sociais estão sendo iniciadas. Considerações finais: Este projeto tem mostrado a importância da criação de espaços de escuta para que os profissionais de saúde possam falar e apontar os impasses relevantes da  política de atenção à saúde do adolescente, sobre as quais gestores de nível local, regional e central ainda não tinham muita clareza. É também de fundamental importância dar visibilidade para a adolescência na APS priorizando o cuidado no território e intervenções na saúde e seus determinantes sociais, com a construção de respostas efetivas de gestão que impactam no fortalecimento da política de promoção da saúde do adolescente.

12179 PAPEL DO APOIO INSTITUCIONAL NO CONTROLE DAS ISTS NA GESTÃO DE SERVIÇO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Heliana Raimunda de Macedo

PAPEL DO APOIO INSTITUCIONAL NO CONTROLE DAS ISTS NA GESTÃO DE SERVIÇO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Autores: Heliana Raimunda de Macedo

Apresentação: Segundo Campos (2014), o apoio busca ampliar a capacidade de reflexão e de intervenção das pessoas. A ideia é trazer o tema de como é que nós somos afetados. O apoio, originalmente teria como propósito assegurar retaguarda especializada a equipes e profissionais encarregados da atenção a problemas de saúde. Outro aspecto destacado por Campos (2014) e que no apoio é que nós temos que entender de saúde, entender de risco, de vulnerabilidade, do processo saúde enfermidade e das estratégias para proteção, para promoção e reabilitação. O apoio é uma metodologia que tenta fundir estas três tradições. Propõe trazer para a gestão a discussão do modelo, de boas práticas, de diretrizes, de linhas de cuidado e trazer – da psicologia e da psicanálise – o tema da subjetividade, das relações de afeto, trazer a cultura da política. Como estratégia de reunir os esforços  conjunto dos órgãos públicos e instituições parceiras para o enfrentamento da situação da sífilis no Brasil, o projeto busca promover uma resposta rápida à sífilis nas redes de atenção à saúde por meio de ações conjuntas, integradas e colaborativas, na perspectiva da cooperação técnica entre os diversos entes federativos e parceiros. Está organizado em quatro áreas de cooperação técnica (gestão e governança, cuidado integral, educomunicação e vigilância) e em sua operacionalização apresenta linhas de ações sobre questões estruturais e logísticas voltadas a toda população e municípios; e linhas de ações com estados e municípios-chave (eleitos com base em dados epidemiológicos) onde se insere mais fortemente as ações de cooperação técnica e o objeto de trabalho dos apoiadores. Método: O presente trabalho descritivo relata a atuação da apoiadora em um município da região metropolitana de São Paulo, seguindo a linha de ação proposta pelo projeto nacional. A ação dos apoiadores locais do projeto, também chamados de agentes de cooperação, visa a articulação entre os três entes federativos, assumindo posicionamentos técnicos, pedagógico, ético e político, de acordo com os objetivos do projeto e demandas e/ou as necessidades estabelecidas junto a gestão estadual/municipal. Nessa proposta arranjos de gestão/mobilização dos atores configura-se como espaços para negociação/fortalecimento das linhas de cuidado para enfrentamento da sífilis (em gestante e parcerias, crianças expostas e sífilis adquiridas), também com intervenção em populações-chave, uma vez que os últimos estudos de prevalência nacional indicam aumento significativo dos casos de sífilis nessas populações. Desenvolvimento: Como proposta inicial do trabalho em campo, foram analisados os dados epidemiológicos da situação da sífilis por área de abrangências do serviço de saúde, identificando as regiões e/ou populações mais vulneráveis, e em serviço foi avaliado o acesso ao acompanhamento pré-natal no município. Considerações finais: no primeiro ano de atuação no município, por meio do roteiro de avaliação do acesso ao pré-natal, conseguimos identificar as fragilidades nos serviços de saúde, como o tempo de espera para agendamento da primeira consulta no pré-natal, o momento da oferta para realização do Teste Rápido Diagnóstico-TRD, a demora no resultado de exames laboratoriais, a rotatividade de recursos humanos, a necessidade de capacitação no que se refere a ampliação de diagnostico por meio da realização de Teste Rápido Diagnóstico, Notificação e Acompanhamento dos casos de Sífilis Gestantes, Adquirida e Congênita. Como atividades planejadas e realizadas ressaltamos as capacitações realizadas com agentes comunitários de saúde, auxiliares e profissionais de saúde em cerca de 60% dos colaboradores, além de sensibilizarmos os profissionais de saúde para a importância do tema.  

11058 O TRABALHO DO APOIO DO CONSELHO DAS SECRETÁRIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL (COSEMSRS) NOS DESAFIOS DO SUS NO CENÁRIO DE AUSTERIDADE
Kellen Nunes Rodrigues, Pamella Morette, William Alves, Gabriel Calazans Baptista

O TRABALHO DO APOIO DO CONSELHO DAS SECRETÁRIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL (COSEMSRS) NOS DESAFIOS DO SUS NO CENÁRIO DE AUSTERIDADE

Autores: Kellen Nunes Rodrigues, Pamella Morette, William Alves, Gabriel Calazans Baptista

Apresentação: Este relato de experiência tem por objetivo descrever o trabalho desenvolvido pelos apoiadores das gestões das secretarias municipais de saúde (COSEMSRS), frente aos desafios do Sistema Único de Saúde no cenário de austeridade. Este ano de 2020, estamos comemorando mais de 30 anos do Sistema Único de Saúde no Brasil, no entanto, a cada ano, novos desafios aparecem à serem superados pelos gestores da saúde e à pela população brasileira.        A constituição brasileira de 1988, descreve a saúde como direito social, além de considera-lo em um conceito ampliado de saúde, onde os determinantes e condicionantes sociais, participam do processo de saúde-doença. Garante com isso, a participação das pessoas na formulação das políticas públicas de saúde, porque acredita que são através de movimentos coletivos dos diversos segmentos da sociedade, que podemos encontrar soluções as dificuldades encontradas no campo da saúde. O Estado, portanto, tem um papel fundamental nesse campo político, pois articula através de seu arcabouço jurídico a implementação de políticas públicas de saúde, que estejam em conformidade com as demandas da população brasileira. Para pensarmos o SUS quanto um sistema que cuida da saúde da população brasileira, demanda uma reflexão muito mais ampla, ao considera-la um direito humano conquistado permanentemente e seus impactos que ele favorece nos territórios de saúde. Assim, requer ampliar nosso olhar historicamente para os processos políticos e econômicos em que o campo da saúde brasileira está inserido. DesenvolvimentoÉ certo que o desenvolvimento de um país requer uma boa saúde de sua população. No entanto, condicionar a saúde de sua população somente à expectativa do desenvolvimento econômico do Estado é uma inversão dos valores quando se refere ao desenvolvimento humano e social de um país. E numa análise mais pessimista, a saúde de uma população seria apenas um meio para o aumento da produtividade e para o enriquecimento. Assim, a união de países para adoção de medidas que visem melhorar as condições de saúde da população requer entender a saúde como fim em si mesma e componente da felicidade, autonomia e liberdade, quando vista como um dos elementos do desenvolvimento do Estado, devendo estar em sintonia com o campo da educação, para dar conta de transformações que visem atender as reais necessidades das populações. Cabe entender que os Sistemas de Saúde vêm se constituindo historicamente, tendo a “doença” e não a “saúde” como categoria política, baseados num modelo de conhecimento biomédico, de controle de doenças endêmicas, verticalizado e prescritivo, portanto de fragmentação da complexidade do processo de adoecimento das pessoas, cabendo ao Estado hoje transpor esse modelo, reafirmando políticas públicas que considerem também os condicionantes e determinantes sociais, na garantia de uma saúde de qualidade. Todavia, em países onde a desigualdade social e econômica são fatores que influenciam diretamente a saúde da população, são necessários olhares mais profundos sobre a complexidade que esse campo se apresenta nessas diferentes sociedades. Pois a globalização capitalista produz rápidas transformações sociais nos países em desenvolvimento, promovendo mudanças nos seus perfis epidemiológicos, criando um ambiente que se assemelha ao do primeiro mundo e persistindo, ao mesmo tempo, as mazelas do subdesenvolvimento, assim acentuando as desigualdades sociais. Dessa forma surgem as necessidades que repercutem no modelo de gestão municipal de saúde. Porém, essas necessidades não demandam apenas comportamentos técnicos, mas também de ordem política. Dessa forma, dentro de uma sociedade o poder guia essas decisões e sofrem inegáveis influências de diversos interesses na estipulação dessas necessidades, podendo os grupos dominantes tender a assegurar a satisfação prioritária de interesses particulares sobre os interesses coletivos. Do mesmo modo, há de consideramos os modos de vida e a cultura de cada povo como potencial político e transformador de suas realidades e buscar uma educação que estimule, através de um processo reflexivo e dialógico da práxis de trabalho, uma formação na área da saúde na perspectiva de possibilitar aos educadores e as pessoas constituírem-se sujeitos mais autônomos e responsáveis socialmente. O cenário atual de austeridade econômica que vivemos no Brasil, como podemos observar foi se construído ao longo do tempo, pelas diversas forças políticas no campo da saúde e hoje se desdenha como uma crise sobre as condições de saúde da população de forma muito perversa, pois lamentavelmente a população não tem conseguido as condições mínimas nas condicionalidades para se manter saudável, como ter renda, emprego, moradia, educação, e isso tem impactado diretamente na saúde das pessoas, violando seu direito humano básico a vida. O Brasil tem um vasto território, e sem dúvida os impactos que uma economia de austeridade tem sobre a população é variável, dependendo das condições de vida em cada Estado Brasileiro, mas é visível que baixos investimentos na área da saúde de um pais diminui as possibilidades de investimentos em conhecimentos, tecnologia e práticas de saúde, que permitam dar conta das demandas em saúde. Resultado: Neste sentido, desde abril de 2017, o COSEMSRS, tem buscado realizar um trabalho mais próximos dos gestores municipais de saúde, a fim de instrumentaliza-los tecnicamente através de processos de educação permanente de saúde, no processo de gestão em saúde. Através do PROADI, onze profissionais das diversas áreas do conhecimento, organizados por regiões de saúde, coordenados pela secretaria executiva do COSEMSRS trabalham diariamente com os secretários municipais de saúde, buscando criar e usar ferramentas que auxiliem no processo de decisão a nível local e regional de saúde. Desta forma, a gestão municipal passa a ser um processo não só político, mas também técnico, buscando fomentar o debate e a reflexão sobre as condições de saúde da população, permitindo dessa forma garantir que a saúde em cada território seja vista como um direito humano, a ser preservado de forma continua, com decisões mais coerentes com as demandas de cada local. Segundo recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde) para proteger os direitos a saúde e do próprio sistema de saúde recomenda ações em três frentes na gestão municipal em saúde, sendo elas: uso de evidências no processo de decisão dos gestores, de forma que o gasto público seja defendido, a preservação do gasto com políticas sociais a renda e a saúde e o aumento da efetividade e da eficiência do gasto com saúde. Com isso podemos utilizar no nosso trabalho de apoio pelo processo de educação permanente, trabalhando tais conceitos e buscar através de exemplos, as melhores medidas que podem ser adotadas em na gestão municipal em saúde. Considerações finais: Assim, buscar articular no território municipal os diferentes órgãos sociais e secretarias municipais, podem também produzir mecanismos que influenciem na criação de programas, projetos e práticas que diminua os agravantes da saúde e busquem melhorar as condições de vida da população. Por fim, podemos destacar que o SUS é um sistema que tem sido considerado referência mundial, pois prevê garantir a saúde como um direito a todos os brasileiros e busca através de muitos esforços e lutando sempre contra forças contrárias, se manter na defesa da saúde da população. Que se possa continuar sendo ativistas e protagonistas na garantia de um sistema que tem dado certo em seus 30 anos de existência, garantindo o direito humano a saúde e superando os desafios diários. 

11804 OFICINA DE PLANEJAMENTO E ORDENAMENTO ESTRATÉGICO: UM METODOLOGIA DE (RE)CONSTRUÇÃO DO FAZER EM SAÚDE
Lucas Sarmento Ribas, Susiane Freitag, Vitória D'Ávila Pedroso

OFICINA DE PLANEJAMENTO E ORDENAMENTO ESTRATÉGICO: UM METODOLOGIA DE (RE)CONSTRUÇÃO DO FAZER EM SAÚDE

Autores: Lucas Sarmento Ribas, Susiane Freitag, Vitória D'Ávila Pedroso

Apresentação: Este trabalho pretende apresentar ações de planejamento e gestão estratégica utilizados na reorganização de uma Unidade de Atenção Primária à Saúde (APS) de Porto Alegre. Uma das principais necessidades identificadas como prioritárias pela gestão local e distrital foi a realização de uma oficina de planejamento com a equipe de saúde, com intuito de qualificação da assistência e uniformização dos processos de trabalho.Tendo em vista a necessidade de elaborar um diagnóstico situacional que permitisse a obtenção de subsídios para a tomada de decisões, optou-se pela realização de diversas etapas que precederam à oficina de planejamento estratégico. Iniciando o processo, foi aplicado um diagnóstico de demanda, a fim de compreender as necessidades em saúde, com recorte de território, equipe de referência e principais queixas apresentadas. A sistematização dos resultados permitiu identificar especificidades sobre acesso à unidade e vínculo com o serviço. Além disso, foi aplicado uma série de matrizes de análise situacional que embasassem a oficina realizada posteriormente. Uma das matrizes aplicadas foi a por núcleo profissional que problematizava as competências das diferentes categorias profissionais que atuam na APS. Os dados gerados na aplicação dessa matriz foram sistematizados, com a eleição dos pontos críticos a serem discutidos posteriormente com a aplicação da matriz SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats), uma ferramenta clássica de administração estratégica. A análise SWOT permite medir forças/oportunidades e fraquezas/ameaças a partir de avaliação de ambiente interno e externo dos serviços, considerando fatores que estão sobre a governabilidade da equipe. Em relação aos dados categorizados em ambiente externo, estes foram apresentados para a gestão distrital e central, a fim de pleitear melhorias na unidade. Os dados categorizados como ambiente interno foram classificados em verde, amarelo ou vermelho, conforme grau de priorização para sua resolução. Entre os problemas prioritários, estavam o desconhecimento da equipe de saúde sobre as competências de cada categoria profissional e a falta de uniformização no processo de trabalho. Após a realização destas etapas, deu-se a oficina de planejamento estratégico que contou com a participação de toda equipe de saúde e com a presença de representantes da gestão distrital e central da APS. A gestão central apresentou para a equipe dados de produtividade da US evidenciando para a equipe uma ampliação significativa do acesso dos usuários desde a junção das unidades. A coordenação da US, junto com os residentes de Saúde Coletiva, apresentaram ao grupo os resultados do diagnóstico de demanda e demais análises realizadas previamente, gerando um debate coletivo. Ainda durante a reunião de planejamento, foi discutido e apresentado as diferentes atribuições de cada categoria profissional. As demandas trazidas pelas matrizes e o envolvimento da equipe em identificar os “nós críticos” estabelecidos trouxeram avanços profundos na união das equipes. O material levantado foi usado como pauta de educação permanente em diversas outras reuniões para alinhamentos contínuos dos fluxos de trabalho. Os esforços empregados para consolidação da união das equipes não só trouxeram resultados para os processos de trabalho, como também no sentido de vincular a nova equipe com seus usuários.

9187 PROMOVENDO A DISCUSSÃO TÉCNICA SOBRE TEMAS DE RELEVÂNCIA PARA A VIGILÂNCIA EM SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DO GRUPO TÉCNICO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DA REGIÃO METROPOLITANA II
Dolores Maria Franco de Abreu, Márcia Maria Castro e Teodoro, Deise Cardoso Lima Miranda

PROMOVENDO A DISCUSSÃO TÉCNICA SOBRE TEMAS DE RELEVÂNCIA PARA A VIGILÂNCIA EM SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DO GRUPO TÉCNICO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DA REGIÃO METROPOLITANA II

Autores: Dolores Maria Franco de Abreu, Márcia Maria Castro e Teodoro, Deise Cardoso Lima Miranda

Apresentação: O objetivo deste trabalho é o de apresentar a experiência do Grupo Técnico de Vigilância em Saúde da Região Metropolitana II, no ano de 2019. A Vigilância em Saúde (VS) é composta por um conjunto de ações que visam a promoção, prevenção e controle de doenças e agravos à saúde de populações de um determinado território, tanto no nível individual, quanto no coletivo. Os componentes da VS são a vigilância epidemiológica, a vigilância ambiental, a vigilância sanitária e a vigilância em saúde do trabalhador. Por se constituir de um espaço multidisciplinar, de diferentes conhecimentos e técnicas, possibilita a troca de saberes e práticas de modo a intervir nos fatores determinantes e condicionantes sociais da saúde. Neste sentido, o estabelecimento de um Grupo Técnico de Vigilância em Saúde (GTVS) nas nove regiões de saúde do Estado do Rio de Janeiro (ERJ) se constitui em uma instância permanente de discussão técnica sobre temas relevantes para a Vigilância em Saúde. Nesse espaço coletivo, promove-se a consultoria e o apoio às vigilâncias municipais de saúde. Os GTVS são coordenados pelos Núcleos Descentralizados de Vigilância em Saúde (NDVS), que foram instituídos pela Resolução SES nº 2736 de 31 de maio de 2005. Compostos por equipe multidisciplinar, a missão dos NDVS é a de “participar do processo de planejamento e descentralização da programação de vigilância em saúde, através do desenvolvimento de ações de monitoramento, acompanhamento, supervisão e avaliação das ações de vigilância em saúde nos municípios em nível regional.” O NDVS da região Metropolitana II (NDVS/Metro II), está inserido em uma região que apresenta uma população total de 2.101.414 habitantes, distribuída por sete municípios, a saber: Itaboraí, Maricá, Niterói, Rio Bonito, São Gonçalo, Silva Jardim e Tanguá. Assim como nas outras regiões, o NDVS/Metro II coordena o GTVS local, cuja composição permanente é de um (01) técnico de cada uma das áreas técnicas da vigilância em saúde, a saber a epidemiológica, a ambiental, a sanitária, e a saúde do trabalhador, perfazendo o total de 04 representantes por Município e 01 representante do NDVS. Esta configuração pode agregar outros setores da saúde, conforme a temática abordada nas reuniões. Agregam-se também, representantes de outras áreas técnicas da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES RJ). Desenvolvimento: O Grupo Técnico de Vigilância em Saúde se reúne com periodicidade mensal, perfazendo um total de 12 reuniões anuais. No ano de 2019, foram realizadas oito reuniões do grupo de trabalho de Vigilância em Saúde, no ano de 2019. Os temas abordados nas reuniões do GTVS foram definidos a partir das necessidades levantadas pelas áreas técnicas da Secretaria Estadual de Saúde e das demandas sinalizadas por cada município da região Metropolitana II. A cada reunião foi realizado uma exposição sobre o tema, seja por técnicos das áreas técnicas ou do próprio NSVS/Metro II. É o momento de troca de saberes e interação com os técnicos municipais, trazendo para a realidade local as questões levantadas na apresentação do tema. Para a realização das reuniões do GTVS é necessário uma organização prévia das atividades que incluem: definição do tema; levantamento das informações provenientes das áreas técnicas afins de cada município, assim como as do Estado; agendamento de local para o evento; envio dos convites por meio eletrônico para os representantes do GT e eventuais áreas de interesse; envio de convite para áreas técnicas da SES, quando pertinente; e disponibilização de equipamento audiovisual para suporte às apresentações. A duração das reuniões é de cerca de quatro horas e, ao final, é distribuído um formulário onde o representante municipal registra os principais problemas locais identificados em relação ao assunto abordado. Além da organização e ativa participação nos GTVS, a equipe técnica do NDVS é responsável também pela consolidação dos formulários, elaboração dos resumos executivos e devolutiva das reuniões aos municípios e para Coordenação de Apoio às Ações Regionais de Vigilância em Saúde (CAARVS), a qual estamos vinculados. Além destas instâncias, os resumos executivos são enviados para a secretaria da Comissão Intergestores Regional da Metropolitana II (CIR/Metro II). Alguns GTVS geram encaminhamentos para as áreas técnicas da SES e Câmara Técnica da CIR que são intermediados pelos profissionais do NDVS. Resultado: Diversos foram os assuntos abordados nos GTVS no ano de 2019, a saber: Arboviroses; Hanseníase; Hepatites Virais; Sífilis; Vigidesastres; Imunização; e Tuberculose. Com relação as arboviroses, um dos GTVS foi a Capacitação no Manejo, Diagnóstico e Fluxos de Chikungunya e Febre Amarela. Além disso, as arboviroses foram abordados em outra reunião do grupo de trabalho, onde foi apresentado o Cenário das Arboviroses (Dengue, Chikungunya, Zica e Febre Amarela). O GTVS da Hanseníase teve como tema a Organização e Implementação do Projeto Roda Hans na região. O Cenário das Hepatites Virais no Estado do Rio de Janeiro (ERJ) foi discutido em uma das reuniões, e a Situação Epidemiológica da Sífilis no ERJ, em outra. Na ocasião, foi apresentada a experiência exitosa do município de Itaboraí na descentralização do tratamento da sífilis. O Vigidesastres foi amplamente debatido na Oficina Regional – Desastres Naturais e/ou Tecnológicos e a atuação do setor saúde e Proteção e Defesa Civil. As reuniões do GTVS que abordaram a imunização, tiveram como temas a cobertura vacinal de Influenza no ERJ, o Panorama Geral das Coberturas Vacinais no ERJ e a situação epidemiológica na Metro II.  Finalmente, foi realizado um GTVS sobre a tuberculose, abordando a situação epidemiológica da doença no Brasil, no ERJ e na região Metro II. Apesar da configuração do GT comportar 04 representantes por município, nem sempre todos estavam presentes e, por vezes, alguns municípios não enviavam representantes. Alguns temas abordados despertaram maior interesse das secretarias municipais de saúde, como as arboviroses, a imunização, e a hanseníase. Em média a frequência foi de 10 participantes locais por reunião, sendo que somente em uma delas houve a participação de técnicos dos sete municípios da região. Considerações finais: O Grupo Técnico de Vigilância em Saúde é uma importante instância de discussão para subsidiar a tomada de decisão das diversas áreas da Vigilância em Saúde e da gestão regional. O desafio a ser enfrentado está no cumprimento da agenda das 12 reuniões anuais, frente às diversas demandas a ser cumpridas pela equipe do NDVS/Metro II, e a garantia de participação integral de todos os representantes dos sete municípios da região. A manutenção das reuniões e a participação dos técnicos municipais consolida o GTVS como promotor da integração regional da Vigilância em Saúde e alinhamento dos diferentes atores na busca de soluções para os problemas regionais. Além disso, consolida a integração da região com o nível central da SES na busca de resoluções frentes os problemas ligados à Vigilância em Saúde.

8343 O PLANEJAMENTO DO CUIDADO DO ENFERMEIRO E A RELAÇÃO COM O TRABALHO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
Simone Graziele Silva Cunha, Clara Rodrigues de Andrade, Andréia Guerra Siman, Maria José Menezes Brito

O PLANEJAMENTO DO CUIDADO DO ENFERMEIRO E A RELAÇÃO COM O TRABALHO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

Autores: Simone Graziele Silva Cunha, Clara Rodrigues de Andrade, Andréia Guerra Siman, Maria José Menezes Brito

Apresentação: A Estratégia Saúde da Família (ESF) tem objetivo de reorientar a prática assistencial por meio de ações para prevenção de agravos, promoção da saúde e reabilitação do indivíduo e da família. Neste cenário, encontra-se uma equipe mínima e multidisciplinar, na qual o enfermeiro está inserido e torna-se o responsável pela expansão e consolidação dessa estratégia, assumindo papel de organizador das atividades e realizando assistência direta à população. O enfermeiro na ESF desempenha atividades educativas, assistenciais e administrativas, assim, é exigido que ele planeje ações e tome decisões que contribuam significativamente para resolver os problemas da população. Sabe-se que o enfermeiro conta com outros profissionais para contribuir com o planejamento das ações de saúde da unidade, dentre eles, pode-se citar o Agente Comunitário de Saúde (ACS) que é capaz de reduzir a distância entre a comunidade e a equipe de saúde. Além disso, o ACS vivencia o cotidiano das famílias, reúne informações de saúde/doença, produz dados capazes de embasar o planejamento do cuidado dos profissionais, bem como avalia o impacto das condutas, promovendo juntamente com o enfermeiro, o replanejamento ou a manutenção das ações em saúde. Face ao exposto, indaga-se: Como o trabalho do ACS influência no planejamento do cuidado exercido pelo Enfermeiro? O objetivo deste estudo foi compreender a influência do trabalho do ACS no planejamento do cuidado ao paciente pelo Enfermeiro na ESF. Parte-se do pressuposto que o ACS é fundamental para conhecer as necessidades de saúde da população com isso, influencia no delineamento das propostas de cuidado pelo enfermeiro. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo de caso, qualitativo, realizado em 13 unidade da ESF responsáveis por atendimentos no âmbito individual e coletivo, que visa a promoção, proteção e recuperação da saúde propondo ações integrais em saúde, no município de Divinópolis, Minas Gerais, Brasil. As ESF do município são formadas por uma equipe multiprofissional com um médico generalista ou especialista em saúde da família, enfermeiro generalista ou especialista na área em questão, técnico de enfermagem e ACS. Anterior ao início da coleta de dados com os participantes previstos para o estudo, foi realizado uma entrevista piloto com uma enfermeira da ESF inserida em um contexto semelhante ao cenário da pesquisa. Participaram do estudo 14 enfermeiros, por acreditar que são figuras centrais na tomada de decisão da ESF com vínculo empregatício superior a seis meses. Foram excluídos três profissionais, sendo um que se encontrava de férias durante o período da coleta de dados e dois enfermeiros se recusaram a participar da pesquisa alegando sobrecarga de trabalho. O fechamento amostral ocorreu por meio da saturação de informações. Ressalta-se que a ordem dos participantes e das unidades visitadas se deu mediante sorteio. Os dados foram coletados de setembro a outubro de 2017, mediante entrevistas individuais com roteiro semiestruturado e técnica do “Gibi”. Os dados foram analisados por meio da Análise de Conteúdo proposta por Bardin. O projeto obteve parecer favorável sendo aprovado pelos comitês de ética em pesquisa da Universidade do Estado de Minas Gerais Divinópolis (Parecer n°2.204.014) e Belo Horizonte (Parecer n°2.168.422). Resultado: Os dados emergiram uma categoria temática “A importância do ACS no planejamento do cuidado do Enfermeiro”. Essa categoria aponta que por meio do ACS os enfermeiros conseguem conhecer a realidade da população da área de abrangência, realizar o levantamento epidemiológico, planejar condutas para o cuidado e realizar prevenção e promoção em saúde. Os enfermeiros relatam que por intermédio dos ACS obtém dados, assim, são capazes de planejar o cuidado para o indivíduo em seu contexto longitudinal, ou seja, em todos os ciclos de vida, de modo integral e humanitário. Nesse contexto, o entrevistado E3 relata que consegue detectar quem são as gestantes da sua área de abrangência, fazendo levantamento de quantas participam da consulta de pré-natal, quais estão realizando acompanhamento ou não e caso não esteja é possível realizar a busca ativa. Ademais, ele relata que marca as datas para consulta, traça a data provável de nascimento e já realiza o planejamento para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança. Um outro cuidado facilitado pela presença do ACS na ESF é com relação a população idosa. Os enfermeiros relatam que quando realizam a visita domiciliar e se deparam com um idoso fragilizado e vulnerável solicitam visitas mais constantes dos ACS, pois assim, promovem um acompanhamento mais próximo. Isso também ocorre quando há pacientes descompensados que possuem doenças crônicas não transmissíveis como diabetes e hipertensão. Segundo os enfermeiros em alguns casos com a visita do ACS e uma conversa conseguem ter um resultado, uma mudança positiva no comportamento do paciente. O ACS promove o elo entre a equipe de saúde e o usuário, desenvolve uma escuta aos problemas e anseios da população. O agente comunitário para a estratégia saúde da família ele é uma peça fundamental. É ele que interliga a equipe e a comunidade, os usuários. (E11) Acrescentam ainda, que os ACS facilitam as campanhas de prevenção e promoção a saúde, uma vez que a população, em sua amplitude, é informada sobre as atividades da unidade. O ACS viabiliza a implementação de ações que atendam às necessidades de saúde da população. O papel do ACS é conhecer todo o contexto que envolve o paciente e quando isso não acontece se perde o objetivo da ESF e traz dificuldades para o trabalho do enfermeiro. Consequentemente, o enfermeiro acaba não conhecendo o paciente fisicamente e socialmente, além de gerar um desconhecimento dos seus núcleos de convívio. Assim, na falta do ACS os enfermeiros mostram-se sem um conhecimento amplo da população da área de abrangência. Outro resultado negativo citado é a sobrecarga de trabalho dos enfermeiros que passam a realizar visitas e busca ativa nas áreas e nas populações de risco e a criação de um ambiente estressante gerado pela cobrança de resultados. Considerações finais: O ACS realizar a coleta de dados que são fundamentais para o planejamento do enfermeiro, assim, possibilita promover melhoria do cuidado ao paciente por meio de educação, orientação e captação da população. Por outro lado, este trabalho reforça que o enfermeiro é o profissional mais próximo do ACS, assumindo papel de supervisão, apoio, capacitação e desenvolvimento. Agradecimentos: FAPEMIG, CAPES, CNPq, NUPAE, PAPq/UEMG