388: Interprofissionalidade no cuidado às condições crônicas
Debatedor: Karen da Silva Santos
Data: 29/10/2020    Local: Sala 11 - Rodas de Conversa    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
8536 MORTE ENCEFÁLICA: A IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO DO POTENCIAL DOADOR DE ÓRGÃOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA EM SANTARÉM (PA)RÁ
Ana Eduarda Bastos da Costa, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Mariane Santos Ferreira

MORTE ENCEFÁLICA: A IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO DO POTENCIAL DOADOR DE ÓRGÃOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA EM SANTARÉM (PA)RÁ

Autores: Ana Eduarda Bastos da Costa, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Mariane Santos Ferreira

Apresentação: A morte encefálica (ME) é definida como a não capacidade do cérebro em preservar as funções básicas do corpo humano. Isso ocorre quando há uma perda total e irreversível da atividade cerebral, se tornando então incompatível à vida. O paciente diagnosticado com ME, só conseguirá manter suas funções respiratórias e cardíacas através de aparelhos, e é de fundamental importância que estes sejam mantidos e a manutenção do paciente ocorra satisfatoriamente. Diante de um diagnóstico positivo, devem se iniciar alguns cuidados, que vão desde a identificação do paciente como potencial doador até a liberação do corpo pós capitação. A equipe de Enfermagem atua diretamente nesse processo, principalmente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), na qual o paciente está em estado crítico e necessita de um atendimento mais individual e focalizado. Assim, este resumo tem como o objetivo de descrever os cuidados de enfermagem na manutenção do potencial doador de órgãos. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, ocorrido durante a aula prática da disciplina de Unidade de Terapia Intensiva em um hospital público, no interior da Amazônia. Resultado: Verificou-se que é imprescindível que a equipe multiprofissional da UTI tenha um vasto conhecimento a respeito das mudanças fisiológicas que ocorrem em um paciente diagnosticado com ME, pois só assim será possível manter este como possível doador de órgãos. Diante disso, é de responsabilidade do enfermeiro controlar todos os dados hemodinâmicos desse paciente e, assim, com posse dessas informações será possível definir se a doação será viável ou não. Logo, será função da equipe de enfermagem realizar um controle hídrico, cauteloso e eficaz. E, a partir da resposta hemodinâmica, a administração de drogas vasoativas conforme prescrição médica, rigorosamente realizada. Levando-se em consideração a manutenção de um potencial doador de órgãos com ME, percebeu-se que há um protocolo do hospital na qual os profissionais enfermeiros e médicos podem estar utilizando caso a ME seja diagnosticada. Considerações finais: Portanto, a utilização dos conhecimentos científicos para a manutenção de possíveis doadores está diretamente ligada a quantidade de transplantes realizados e a qualidade desses. Assim, destaca-se a importância do trabalho da equipe multiprofissional para o crescimento de transplantes bem sucedidos, haja vista que se a manutenção satisfatória não ocorrer na UTI, todo o resto do processo pode não ser bem sucedido. Ademais, um grupo de profissionais bem articulados podem tornar a efetivação da doação de fato realizável. 

9094 INSTRUMENTO LEG ULCER MEASUREMENT TOOL TRADUZIDO E ADAPTADO PARA A LÍNGUA PORTUGUESA: ESTUDO METODOLÓGICO
Ágatha Cappella Dias, Isabelle Andrade Silveira, Beatriz Guitton Renaud Baptista de Oliveira

INSTRUMENTO LEG ULCER MEASUREMENT TOOL TRADUZIDO E ADAPTADO PARA A LÍNGUA PORTUGUESA: ESTUDO METODOLÓGICO

Autores: Ágatha Cappella Dias, Isabelle Andrade Silveira, Beatriz Guitton Renaud Baptista de Oliveira

Apresentação: O Leg Ulcer Measurement Tool (LUMT) foi desenvolvido no Canadá em 2004 e é indicado para avaliar úlceras de perna de diferentes etiologias. Úlceras crônicas de perna são aquelas cujo processo de cicatrização não ocorreu no prazo de 12 semanas e tornaram-se um grande desafio para os sistemas de saúde no mundo todo. Estima-se que as mesmas afetem de 1% a 2% da população mundial, sendo mais incidentes em pessoas acima de 65 anos. No Brasil, estima-se que 3% da população têm úlcera de perna. Para o manejo das úlceras de perna, é importante que o profissional utilize um instrumento de avaliação que possibilite o acompanhamento de cada fase do processo de cicatrização. O LUMT contém uma escala de avaliação clínica e as instruções para seu correto preenchimento. A escala possui duas partes: A- domínios avaliados clinicamente e B- domínios avaliados pelo paciente (representante). Na parte A, são avaliados 14 itens sobre as características clínicas da úlcera; e na parte B, três itens sobre a avaliação da dor e qualidade de vida. Cada item contém 5 categorias de respostas ordenadas, pontuadas de 0 a 4. As pontuações da parte clínica avaliada pelo profissional de saúde podem ser somadas para obter uma pontuação total que varia de 0 a 56. Uma pontuação de 0 indica que a ferida foi fechada. Quanto maior a pontuação, pior o estágio de cicatrização da úlcera. As pontuações dos domínios dos pacientes podem ser somadas para obter uma pontuação que varia de 0 a 12. Quanto maior a pontuação, maior o padrão de dor e pior a qualidade de vida. Para uso no Brasil, o LUMT necessitava ser submetido ao processo de adaptação transcultural. Em 2016, esse instrumento passou pelo processo de tradução, síntese das traduções, retrotradução, validação de conteúdo através do comitê de juízes e pré-teste, seguindo a metodologia proposta por Guillemin, Bombardier e Beaton (1993). No comitê de juízes a tradução e adaptação transcultural foram julgadas adequadas e durante o pré-teste o instrumento foi avaliado quanto a sua praticabilidade e considerado adequado e adaptado à realidade brasileira. Objetivo: Descrever o pré-teste realizado com a versão adaptada para o Brasil do Leg Ulcer Measurement Tool (LUMT) e analisar a confiabilidade do instrumento traduzido e adaptado para a Língua Portuguesa por meio de mensurações da consistência interna e da estabilidade. Método: Trata-se de uma pesquisa metodológica que envolveu a análise da confiabilidade do LUMT traduzido e adaptado para a Língua Portuguesa por meio de mensurações da consistência interna e da estabilidade. O LUMT foi aplicado em 30 indivíduos com úlceras de perna por enfermeiros que atuavam no Ambulatório de Reparo de Feridas do Hospital Universitário Antônio Pedro no Município de Niterói (RJ). Além do LUMT, os enfermeiros receberam uma ficha de caracterização dos pacientes e o Instrumento de Avaliação de Praticabilidade modificado. Esse instrumento avalia a facilidade de entendimento das instruções, os itens, o preenchimento das respostas e o interesse em ter na prática clínica o instrumento. Para análise da praticabilidade, foi calculada a taxa de concordância (TC). A TC é expressa em porcentagem (n° de especialistas que concordaram com o item/n° de especialistas x100). A taxa aceitável de concordância mínima considerada é de 80%. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense com o número 1.585.542, CAAE n° 56252216.2.0000.524Resultado: Nesta etapa, o instrumento foi aplicado em 30 pacientes com úlceras de perna. A diferença entre homens e mulheres foi pequena, 16 (53,3%) eram do sexo masculino e 14 (46,7%) do sexo feminino. Quanto à faixa etária, a maior parte dos pacientes era de idosos, 22 (73,3%). Sobre as doenças de base, a predominância foi de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e insuficiência venosa crônica (IVC), presentes em dez pacientes (33,3%). No que concerne à etiologia, 19 (63,3%) dos pacientes apresentavam úlceras venosas localizadas em região maleolar. No tocante ao tempo de úlcera, 22 (73,3%) pacientes apresentavam lesão entre zero e dez anos. A maior parte dos pacientes, 20 (66,7%), não apresentou recidiva, com histórico das úlceras nunca terem cicatrizado. Após a aplicação do instrumento LUMT, traduzido para a língua portuguesa, os resultados clínicos (parte A) apontaram: 12 (40%) úlceras com exsudato serosanguinolento e dez (33,3%) com exsudato seroso (33,3); dez (33,3%) em quantidade escassa e dez (33,3%) em moderada; 15 (50%) maiores que 10 cm²; 18 (60%) com perda da espessura completa da pele; 29 (96,6%) sem descolamento da borda; 13 (46,4%) com tecido necrótico do tipo aderido: esfacelo branco a amarelo ou fibrina; 18 (60%) com tecido de granulação do tipo vermelho sadio brilhante; 18 (60%) com bordas do epitélio aderidas sem avanço; 17 (56,6%) com pelo menos dois ou três fatores comprometendo a viabilidade da área perilesional; 14 (46,7%) com edema de perna sem cacifo ou firme e 23 (76,6%) pouco colonizadas. Nos domínios avaliados pelo paciente (parte B), nove (30%) apresentaram intensidade de dor entre sete e dez, 13 (43,3%) de frequência ocasional e nove (30%) estavam satisfeitos com a qualidade de vida relacionada à presença da úlcera. Na parte A (domínios avaliados clinicamente), a soma dos descritores escolhidos gera uma pontuação que varia de 0 a 56. Vinte e três (76,7%) pacientes somaram até 28 pontos e nenhum alcançou a pontuação máxima. A maior pontuação obtida foi 41 e a menor 6. Na parte B (domínios avaliados pelo paciente), a soma dos descritores escolhidos gera uma pontuação que varia de 0 a 12. Nos domínios avaliados pelo paciente, 18 pacientes (60%) não alcançaram a pontuação máxima ou chegaram perto dela. A maior pontuação obtida foi 12 e a menor 1. A soma total do instrumento pode gerar uma pontuação máxima de 68 pontos, 19 (63,3%) dos pacientes pontuaram entre 21 e 40 pontos. A maior pontuação obtida foi de 51 e a menor 9. Considerações finais: Foi avaliada a praticabilidade do instrumento traduzido e adaptado e obtido TC de 100%, obtendo resultados satisfatórios quanto ao uso do instrumento. Trabalhos futuros poderão reforçar o potencial de utilização do instrumento. Daí a recomendação de aplicar o LUMT em português em diferentes cenários e a avaliar as medidas psicométricas a fim de assegurar sua validade clínica.

9215 GRAU DE CENTRALIDADE PROFISSIONAL NO CUIDADO A USUÁRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE: ESTUDO EM ANÁLISE DE REDES SOCIAIS
Maria Rocineide Ferreira da Silva, Alexandra da Silva Lima, Glaucilândia Pereira Nunes, Lucilane MariaSales da Silva, Helena Maria Scherlowski Leal David, Thayza Miranda Pereira, Raimundo Augusto Martins Torres, Mikaelly dos Santos Lima

GRAU DE CENTRALIDADE PROFISSIONAL NO CUIDADO A USUÁRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE: ESTUDO EM ANÁLISE DE REDES SOCIAIS

Autores: Maria Rocineide Ferreira da Silva, Alexandra da Silva Lima, Glaucilândia Pereira Nunes, Lucilane MariaSales da Silva, Helena Maria Scherlowski Leal David, Thayza Miranda Pereira, Raimundo Augusto Martins Torres, Mikaelly dos Santos Lima

Apresentação: A Atenção Primária Brasileira(APS) tem se constituído como locus prioritário de entrada nas Redes de Atenção a Saúde(RAS) e a Estratégia Saúde da Família o modelo organizador do cuidado, nesta rede,  baseado nos princípios do Sistema Único de Saúde. Tem caráter de expansão, qualificação e consolidação da APS, pois favorece reorientação do processo de trabalho com potencial de aprofundar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de proporcionar uma importante relação de custo-efetividade. Com situações a serem superadas encontram-se as pessoas que vivem com doenças crônicas, sobretudo as doenças cardiovasculares (DCV), as quais  foram as causas de óbitos mais importantes no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, no período de 2000 a 2012. No Brasil, as DCV são as principais causas de morbidade e mortalidade atualmente. Nesse contexto evidencia-se a importância de realizar estudos no âmbito das ciências sociais para responder as demandas apresentadas. Informação e redes sociais são conceitos emergentes a serem estudados, mas sobretudo analisados para garantia do cuidado integral. O entendimento dos relacionamentos entre atores é fundamental para a compreensão de fenômenos sociais. Como uma doença se espalha ou como as pessoas podem ser influenciadas são exemplos de situações onde a compreensão das interações sociais são relevantes. Objetivo: Analisar o grau de centralidade profissional na linha de cuidado a usuários que vivem com doenças crônicas em territórios assumidos pela Estratégia Saúde da Família. Método: Estudo exploratório e analítico realizado em dois municípios do Estado do Ceará. A coleta de dados realizou-se em Icapuí que está situado no extremo Leste do estado, a 210,05 km da capital, e no município Fortaleza capital do estado. Participaram do estudo trabalhadores da atenção básica de ambos municípios presentes na linha de cuidado dos usuários que vivem e convivem com hipertensão arterial. A entrevista foi a técnica utilizada para coleta de dados. Em Icapuí e Fortaleza foram entrevistados respectivamente,  06 e 18 trabalhadores vinculados ao cuidado na RAS. A medida tomada para análise deste trabalho foi o grau de centralidade que consiste no número total de relações que existe entre um ator e os demais que compõem a rede. Um ator com alto grau de centralidade relaciona-se com muitos atores da rede e é considerado elemento central de troca de informações. Avaliando o grau de centralidade pela literatura bourdieusiana, pode-se associar essa métrica ao que denomina de capital social. Esse capital refere-se à sociabilidade, configurando-se na capacidade que o ator tem de estabelecer e manter relações duráveis e alicerçada num padrão de partilha reconhecido como importante, de reciprocidade, dentro de um determinado campo social. As entrevistas foram transcritas na íntegra e organizadas em arquivos no Word. Foi utilizada a técnica de ARS (ARS) com o auxílio do software UCINET versão 6.18 e Netdraw (Borgatti et al. 2015). Os atores sociais citados tiveram os nomes decodificados para a análise dos dados no software. O grafo gerado foi analisado visando identificar quais foram os profissionais mais acessados pela enfermeira cuja rede foi inicialmente analisada, como também a localização da mesma profissional dentro da rede que se construiu a partir dos atores posteriormente citados. Resultado: Em ambos os municípios o profissional enfermeiro foi identificado com significativo grau de centralidade, após ser apontado nos discursos dos trabalhadores e identificado como aquele que mais é acessado. Tratam-se de profissionais que estão inseridos na estratégia saúde da família desde o início de sua estruturação formal, têm um tempo significativo de atuação no território, mas também um evidente potencial de articulação das redes (formais e informais) de cuidado. Especificamente, no município de Icapuí, algo que contribuiu para esse resultado, credita-se a vivência dos profissionais em diferentes pontos da RAS, o que o torna sujeito portador de diferentes informações e a inserção em diferentes redes de conversação. Em Fortaleza, o fato de ser concursado e está no mesmo território há muitos anos, faz com que o reconhecimento da complexidade dos problemas das pessoas que vivem com hipertensão arterial também seja assumida como pauta em diferentes momentos, outro aspecto foi perceber que vulnerabilidade programática contribui até com situações de agravamento dos usuários em sua responsabilidade de cuidado, e isso, por sua vez aumenta os acessos a unidade básica e, sobretudo, ao profissional enfermeiro. Percebemos assim o importante papel que os profissionais de Enfermagem exercem na rede de atenção municipal, ocupando os diferentes espaços não apenas nos diferentes níveis de atenção, mas também em funções administrativas e de gestão de recursos. Nestas funções eles gerenciam trabalhadores, intermediando conflitos, produzindo negociações e mobilizando pessoas. O contato com a comunidade e a pertença ao território, facilitam as intermediações e a comunicação dos profissionais com a gestão e da comunidade com os serviços de saúde. Considerações finais: Destaca-se a importância do profissional enfermeiro que evidencia sua ação como uma prática social, implicada com a promoção à saúde e com a produção do cuidado, assumindo uma responsabilidade social diante da população a qual presta seus serviços. O fato da permanência por longo tempo possibilita vinculação maior aos sujeitos adscritos no território, o que também contribuiu na ampliação do olhar e consequente ação frente as questões apresentadas no cotidiano da linha de cuidado dos usuários com doenças crônicas, nesse caso especificamente, a hipertensão arterial. O presente estudo retratou que na análise da rede social na ESF dos municípios de Icapuí e Fortaleza para atender às demandas de paciente hipertensos e diabéticos, emergiram atores que em sua maioria eram enfermeiros ou profissionais da enfermagem, identificando o potencial deste trabalhador para estabelecer a comunicação entre outros trabalhadores da saúde (intrasetorial) e diferentes setores(intersetorial) e instituições de saúde dos municípios. Além disso, através dos discursos podemos perceber os vínculos pessoais (informais) e profissionais (formais) que influenciam a qualidade desses laços, a complexidade dos nós e consequentes papeis assumidos pelos sujeitos nessa tessitura e em como eles possibilitam a expansão da rede para diferentes níveis de atenção, criando articulações que fogem ao sistema convencional de contato, mas que é eficiente na resolução dos problemas, pois conta com a cooperação entre os atores. A Análise de Redes Sociais permitiu, com o desenho do grafos e o uso das medidas de centralidade, desvendar características dessas ligações, revelando os atores mais importantes nesse retrato para garantir as ações voltadas para a continuidade do cuidado, ou seja longitudinalidade pensada como atributo importante na atenção primária a saúde a hipertensos e diabéticos do município sob a perspectiva dessa rede.

9222 QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES APÓS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA.
João Victor Cunha Paz, Jaqueline Dantas Neres Martins, Samara Machado Castilho, Roseli Reis da Silva, Lucrécia Aline Cabral Formigosa, Jessica Maria Lins da Silva, Dayara de Nazaré Rosa de Carvalho, Daniele Melo Sardinha

QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES APÓS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA.

Autores: João Victor Cunha Paz, Jaqueline Dantas Neres Martins, Samara Machado Castilho, Roseli Reis da Silva, Lucrécia Aline Cabral Formigosa, Jessica Maria Lins da Silva, Dayara de Nazaré Rosa de Carvalho, Daniele Melo Sardinha

Apresentação: O presente estudo teve como objetivo descrever a qualidade de vida de pacientes adultos no pós Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), mediante Revisão Integrativa de Literatura. Para isso foi efetivado a busca em base/banco de dados Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), National Library of Medicine National Institutes of Health dos EUA (PubMed) e Cochrane Collaboration, tendo como critérios de inclusão: artigos publicados nos anos 2009-2019, texto completo e disponível, nos idiomas inglês, português e espanhol, os quais referissem associação da qualidade de vida no paciente após IAM. A análise de dados foi realizada através da Análise de Conteúdo temática de Bardin. A partir da aplicação de Bardin, o conteúdo forneceu 3 classes, a saber: CLASSE 1- Qualidade de vida após IAM; CLASSE 2- Fatores associados a piora da qualidade de vida pós-infarto agudo do miocárdio; CLASSE 3- Fatores associados a melhora da qualidade de vida após-infarto agudo do miocárdio. Mediante a aplicação dos critérios foi obtido a amostra de 19 artigos. Todos os artigos utilizados no presente estudo são internacionais, com maior prevalência dos EUA (United States of America). Foi evidenciado nos estudos que após o IAM, o paciente apresenta perdas funcionais decorrentes do estresse da lesão do tecido miocárdio, incapacidades e limitações. Este fator adjunto da interação de características individuais (idade, sexo, escolaridade, capacidade cognitiva, doenças crônicas), desempenho da instituição de atendimento, modalidade de tratamento e adesão a terapêutica promoveram influencia significativa na Qualidade de Vida e taxa de mortalidade durante o primeiro ano. Constatou-se que pacientes que tiveram Infarto Agudo do Miocárdio tem pelo menos uma característica que aumentam as taxas de mortalidade e piora na qualidade de vida.

9400 PREVENÇÃO E AUTOCUIDADO COM OS PÉS DE PESSOAS COM DIABETES MELLITUS
Elisangela Rodrigues do Nascimento

PREVENÇÃO E AUTOCUIDADO COM OS PÉS DE PESSOAS COM DIABETES MELLITUS

Autores: Elisangela Rodrigues do Nascimento

Apresentação: O número de brasileiros diagnosticados com diabetes aumentou 61,8% nos últimos dez anos, passando de 5,5% da população em 2006 para 8,9% em 2016 e 10,2% em 2019, com previsões de aumento para os próximos anos. O Termo “diabetes mellitus” (DM) refere-se a um transtorno metabólico de etiologias heterogêneas, caracterizado por hiperglicemia e distúrbios no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, resultantes de defeitos da secreção e/ou da ação da insulina. As complicações agudas e crônicas do DM geram significante aumento do índice de mortalidade, acarretando altos custos para os sistemas de saúde. Entre as complicações crônicas do DM estão, as úlceras nos pés conhecido como pé diabético e a amputação de extremidades são as mais graves e de maior impacto socioeconômico. O tratamento e acompanhamento das pessoas com DM na Atenção Básica busca diminuir e prevenir o surgimento da diabetes por meio de informatização do cidadão para combate a doença e deverá ser realizada de acordo com as necessidades gerais previstas no cuidado integral e longitudinal do DM, incluindo o apoio para mudança de estilo de vida, práticas educativas que promovam o autocuidado, o controle metabólico e a prevenção das complicações crônicas. Para a condução desse trabalho foi realizado uma revisão bibliográfica de artigos selecionados e obtidos através de consultas nos bancos de dados Scielo e Google Acadêmico. Tendo como objetivo informar a população em geral e conscientizar sobre a importância dos devidos cuidados com os pés diabéticos e prevenção de seu surgimento. Recorrente da pesquisa realizada conclui-se que a abordagem educativa de pessoas com DM para prevenção da ocorrência de ulcerações nos pés e para estabelecer um cuidado diário adequado dos membros inferiores é fundamental para evitar internações desnecessárias e amputações.  

9401 O CUIDADO EM SAÚDE COMO PRODUTOR DE REDES VIVAS
LUÍS FERNANDO NOGUEIRA TOFANI, CRISTIAN FABIANO GUIMARÃES, DEIZE FELICIANO, GABRIELA RODRIGUES DA SILVA, LARISSA MARIA BRAGAGNOLO, LUMENA ALMEIDA CASTRO FURTADO, ROSEMARIE ANDREAZZA, ADEMAR ARTHUR CHIORO DOS REIS

O CUIDADO EM SAÚDE COMO PRODUTOR DE REDES VIVAS

Autores: LUÍS FERNANDO NOGUEIRA TOFANI, CRISTIAN FABIANO GUIMARÃES, DEIZE FELICIANO, GABRIELA RODRIGUES DA SILVA, LARISSA MARIA BRAGAGNOLO, LUMENA ALMEIDA CASTRO FURTADO, ROSEMARIE ANDREAZZA, ADEMAR ARTHUR CHIORO DOS REIS

Apresentação: O Sistema Único de Saúde (SUS) é organizado por meio de uma rede regionalizada e hierarquizada de ações e serviços, que tem por objetivo garantir a saúde como um direito constitucional. Em seu processo de construção, inúmeras normativas têm induzido arranjos organizativos a partir de diretrizes como a descentralização, a municipalização, a regionalização, a participação da sociedade e a gestão interfederativa, caracterizando inovações na estrutura do estado e na administração pública do país. A partir de 2010 o modelo de organização do SUS passa a ter como principal referencial teórico-conceitual as Redes de Atenção à Saúde (RAS), com fundamento nas Redes Integradas de Serviços de Saúde Coordenados pela Atenção Primária preconizadas pela Organização Panamericana de Saúde. Cecílio, no clássico texto “Da pirâmide ao círculo”, já propunha uma revisão do modelo hierarquizado da pirâmide constituída por atenção primária, secundária e terciária, e aponta a necessidade do sistema de saúde ser organizado a partir da lógica do que seria mais importante para cada usuário, no sentido de oferecer a tecnologia certa, no espaço certo e na ocasião mais adequada. Também Hartz e Contandriopoulos, apresentaram a proposta de um sistema sem muros que elimina as barreiras de acesso entre os diversos níveis de atenção, em resposta às necessidades de saúde nos âmbitos local e regional. Por fim, a normativa legal que instituiu as Redes de Atenção à Saúde no Brasil propôs um modelo poliárquico de sistema constituído por diferentes pontos de atenção à saúde e pelas ligações que os comunicam, com o objetivo de se obter melhores resultados epidemiológicos e de integralidade do cuidado em saúde. Considerando a relevância da Política de Redes de Atenção à Saúde surgiu a motivação para o desenvolvimento deste estudo, que tem o objetivo de pesquisar, descrever e analisar a produção científica da última década sobre as Redes de Atenção à Saúde sob a perspectiva do cuidado. Desenvolvimento: Este estudo é uma revisão integrativa da literatura, referente à produção do conhecimento sobre a política pública de Redes de Atenção à Saúde. Para elaboração deste estudo, em primeiro lugar definiu-se a questão central da pesquisa: Qual a produção científica publicada em periódicos no período de 2010 a 2019 a respeito da política pública de Redes de Atenção à Saúde sob a perspectiva do cuidado? Para identificar as publicações que compuseram a revisão integrativa deste estudo, realizou-se uma busca online, com o levantamento nas bases de dados virtuais LILACS, SciELO e MEDLINE, utilizando-se dos descritores: Rede de Atenção à Saúde e Redes Integradas de Saúde. O universo do estudo foi constituído por 38 publicações identificadas referentes ao tema investigado, das quais 7 artigos constituíram a amostra. Estes estudos foram selecionados através da leitura integral dos artigos, identificando-se aqueles que tratavam da produção do cuidado em saúde nas RAS. Foram considerados os seguintes critérios de inclusão: publicações em português, inglês e espanhol, disponíveis na íntegra, publicados no período de 2010 a 2019 na modalidade artigo científico. Já os critérios de exclusão foram: duplicidade e artigos que não abordam diretamente a temática das RAS sob a perspectiva do cuidado. Resultado: O estudo possibilitou a análise de sete artigos científicos publicados em periódicos nacionais e internacionais do campo da saúde coletiva sobre a temática das Redes de Atenção à Saúde na perspectiva do cuidado. Cabe destacar que uma das publicações apresenta o conceito de “Redes Vivas” que emerge na produção científica recente enquanto uma outra racionalidade sobre as redes de saúde, definidas como modo de produção das conexões existenciais de indivíduos e coletivos, em diferentes contextos de grupalidade e modos de viver, socialmente. Em um estudo com usuários-guia, identificaram-se redes vivas, produzidas em ato, no encontro entre profissionais e usuários a partir das necessidades em saúde, mas também a falta de rede, que impactou em barreiras dificultadoras de acesso. Em outro estudo, verificam-se redes de atenção amplas, operacionalizadas de diversas maneiras e compostas por múltiplos vetores e elementos formais e informais, visíveis e invisíveis, objetivos e subjetivos que contribuem para facilitar ou dificultar a construção de pontos de articulação entre serviços, pessoas e recursos para o cuidado. As Redes Vivas são fragmentárias e em acontecimento, hipertextuais, ou seja, às vezes são circunstanciais, montam e desmontam, e às vezes elas se tornam mais estáveis, mas comportam-se mais como lógicas de redes digitais, que podem emergir em qualquer ponto sem ter que obedecer a um ordenamento lógico das redes analógicas, como um hipertexto. As redes conformadas no processo de cuidado em saúde valorizam o encontro profissional – usuário como produtor de tramas e conexões: os encontros provocam a construção das redes em maior ou menor potência. Esses momentos impactam diretamente no desfecho de cuidado dos casos. Pesquisa sobre o papel da Atenção Básica nas Redes Temáticas, traz na conclusão a reflexão sobre a “falsa imagem de harmonia entre os cuidados e de uma complexa trama traçada pelos indivíduos na composição singular da sua rede de cuidados As redes formais coexistem com as informais, algumas vezes não reconhecidas pelos profissionais, apontando a necessidade de se valorizar o usuário e suas redes como protagonistas na busca de apoio. Os usuários são Redes Vivas de si próprios; estão o tempo inteiro produzindo movimentos, elaborando saberes, construindo e partilhando cuidados. Quem pede as redes, na maioria das vezes, são os/as usuários/as e a rede não está já dada feito um arcabouço a ser preenchido de forma protocolar, pois vão em acontecimentos sendo tecidas As redes tecidas pelos usuários podem ser compreendidas como uma situação indesejável e disfuncional: Como uma orquestra em que cada instrumento toca uma música diferente, a desarmonia se instala, os usuários entram no sistema por todas as portas e forma-se um labirinto com caminhos diferentes a serem tomados e, que, muitas vezes, não são compreendidos por eles e nem mesmo pelos profissionais que fazem parte desse complexo processo. A necessidade de investimento para formação dos trabalhadores para práticas integrais em saúde que considerem o usuário como protagonista do seu cuidado é destacada, e além da Educação Permanente em Saúde, outros arranjos de gestão podem estimula estas práticas como o Apoio Institucional, o Apoio Matricial e as estratégias de Comunicação. Considerações finais: Estudos devem ser realizados analisando e aprofundando a relação entre estrutura e ação, norma e produção singular, a partir dos modelos conceituais de “Não Rede” (o caos), “Redes de Atenção á Saúde” (organização sistêmica) e “Rede Vivas” (produção singular), suas possibilidades e limites na modelagem dos sistemas de saúde. Assim, observa-se a dimensão micropolítica do trabalho e do cuidado em saúde como uma possibilidade para as redes, uma outra racionalidade a ser considerada onde o  protagonismo do usuário  pode produzir suas próprias redes a partir de suas necessidades. A modelagem organizativa do SUS transita entre o sistema fragmentado, as redes poliárquicas e as tramas e conexões produzidas no espaço do cuidado. A questão que se coloca é: como trabalhar, fazer gestão e estruturar o SUS de forma não caótica, no limite entre as redes formais e a produção viva do cuidado em saúde?

9432 A IMPLEMENTAÇÃO DO WHATSAPP NO ENVIO DAS ORIENTAÇÕES DE PREPARO PARA A ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA.
maria celia teixeira barbosa, Sabrina da Silva Brasil, Isabelle Christine Nunes de Carvalho, Laisa Figueiredo Ferreira Lós de Alcântara, Gisele Adão dos santos, Ana Cristina Silva Pinto

A IMPLEMENTAÇÃO DO WHATSAPP NO ENVIO DAS ORIENTAÇÕES DE PREPARO PARA A ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA.

Autores: maria celia teixeira barbosa, Sabrina da Silva Brasil, Isabelle Christine Nunes de Carvalho, Laisa Figueiredo Ferreira Lós de Alcântara, Gisele Adão dos santos, Ana Cristina Silva Pinto

Apresentação: Trata-se de nota prévia do projeto de pesquisa de Mestrado em Enfermagem. Entende-se que o uso das Mídias sociais e smartphones vem contribuindo como ferramenta de comunicação para processos de educação em saúde, além de minimizar os cancelamentos e auxiliar no preparo eficaz dos exames diagnósticos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a importância do uso de tecnologias de informação e comunicação no setor da saúde, para oferta e melhoria dos serviços de saúde. Objetivo: Descrever as orientações formuladas para o envio de mensagens via whatsApp aos pacientes que serão submetidos à Endoscopia Digestiva Alta. Método: Estudo descritivo com abordagem qualitativa, realizado no Hospital Universitário, no centro de procedimentos gastroendoscópicos, localizado na cidade do Rio de Janeiro, com registro no CEP sob o número: 26137419.9.0000.5285. Resultado: As principais orientações foram validadas por um perito e aplicadas por meio de teste piloto previstos na pesquisa. Desta forma, os temas para as mensagens transmitidas pelo aplicativo foram relacionadas ao período de jejum, medicamentos com e sem restrição de uso antes do exame, a importância do acompanhante para a realização do procedimento e orientações gerais como local de realização e a importância de ter exames anteriores em mãos. Resultado: O WhatsApp é uma forma prática, útil e disponível para a comunicação unidirecional ou bidirecional entre pacientes e profissionais de saúde. Além disso, possibilita a comunicação instantânea na promoção da educação em saúde, auxilia na tomada de decisão para o autocuidado e apresenta custo-efetividade satisfatórios. Considerações finais: Os resultados deste estudo contribuirão para a melhoria da assistência aos pacientes submetidos a Endoscopia Digestiva Alta, como também com a produção de conhecimento sobre a temática.

9453 USO IRRACIONAL DE MEDICAMENTOS E A IMPORTÂNCIA DO EXERCÍCIO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
Joel de Fátimo Chagas dos Santos, Maria Adriana Moreira, Adriana da Silva Zurra

USO IRRACIONAL DE MEDICAMENTOS E A IMPORTÂNCIA DO EXERCÍCIO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Autores: Joel de Fátimo Chagas dos Santos, Maria Adriana Moreira, Adriana da Silva Zurra

Apresentação: Os medicamentos vêm assumindo múltiplas funções na sociedade, que extrapolam seu caráter farmacoterapêutico, devido à questão cultural e a mudança da visão da população frente à doença. Assim, a eficácia clínica e a segurança dos medicamentos podem ser afetada por diversos fatores, como alimentos, outros medicamentos, presença de patologias, entre outros, levando ao risco de intoxicações e ingestão acidental por banalização da utilização da farmácia domiciliar. O presente relato de experiência, busca descrever a vivência de um profissional farmacêutico do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica – NASF-ab, em Tefé (AM), frente ao uso irracional de medicamentos e as condutas aplicadas diante desse problema de saúde pública. Desenvolvimento: Considera-se Uso Racional de Medicamentos (URM) a situação em que os pacientes recebem medicamentos apropriados à sua condição clínica, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um determinado período de tempo  e ao menor custo possível para si e para a comunidade. Porém, é comum presenciar em visitas realizadas pela equipe multidisciplinar do NASF-ab a prática da automedicação, que consiste no uso de medicamentos sem prescrição médica, pois o próprio paciente decide qual fármaco utilizar ou recebe indicação de medicamentos por pessoas não habilitadas, como amigos e familiares. Diante desse panorama, fica evidente que os idosos são provavelmente o grupo mais suscetível à polifarmacoterapia e a automedicação em nosso município e, por isso, consequentemente, podem se tornar às maiores vítimas dos efeitos negativos dessa prática. Resultado: Os medicamentos usualmente identificados no exercício da atenção farmacêutica são anti-inflamatórios não esteróidais, como diclofenaco sódico e ibuprofeno, relaxantes musculares em associação, como carisoprodol e ciclobenzaprina, e em casos mais graves, antimicrobianos, como azitromicina e cefalexina. As principais queixas que levam a automedicação são dores em geral, principalmente nas costas e articulações, inflamações no trato respiratório superior e acidez gástrica. Quando perguntados sobre a administração desses medicamentos, os cidadãos relatam que são “medicamentos para emergências”, que sempre fazem efeito, independente da indicação terapêutica e período de tratamento, e que, na grande maioria, não foram profissionais de saúde habilitados que receitaram, não sabendo responder ou ter qualquer receituário que indique a posologia a ser seguida. Considerações finais: Portanto, buscando minimizar os agravos e possíveis intoxicações advindas dessa prática, é primordial intensificar o exercício da atenção farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) como importante ferramenta frente a esse problema social centrando o cuidado ao cidadão. Outra estratégia é continuar fortalecendo às práticas de  educação em saúde nas rodas de hipertensos e diabéticos (HIPERDIA) sendo, o profissional farmacêutico, mais um agente incumbido de garantir que o paciente venha aderir aos esquemas farmacoterápicos e seguir o plano de assistência, de forma a alcançar o sucesso terapêutico.

9629 PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA SOBRE AS NORMAS PARA A PRODUÇÃO DO CUIDADO AOS USUÁRIOS COM DOENÇA DE CHAGAS
Taise de Alcantara Amancio, Hebert Luan Pereira Campos dos Santos, Hildebrando Antunes Neto, Maria de Lourdes Lacerda Lemos, Josilene Silva Oliveira, Verônica Alves Campos, Eliana Amorim de Souza, Nilia Maria de Brito Lima Prado

PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA SOBRE AS NORMAS PARA A PRODUÇÃO DO CUIDADO AOS USUÁRIOS COM DOENÇA DE CHAGAS

Autores: Taise de Alcantara Amancio, Hebert Luan Pereira Campos dos Santos, Hildebrando Antunes Neto, Maria de Lourdes Lacerda Lemos, Josilene Silva Oliveira, Verônica Alves Campos, Eliana Amorim de Souza, Nilia Maria de Brito Lima Prado

Apresentação: A Doença de Chagas (DC) caracteriza-se por uma condição clínica infectocontagiosa, compondo o grupo das doenças negligenciadas definidas pela Organização Mundial da Saúde. Causada pelo Trypanosoma Cruzi, a doença apresenta manifestação clínica variável envolvendo como complicações cardiopatia grave, megaesôfago ou megacólon. Contudo, ainda que nos últimos 20 anos, avanços importantes foram alcançados para o controle da DC, os indicadores de mortalidade relacionada à enfermidade no Brasil persistem em níveis elevados, apresentando-se como um importante problema de saúde pública. Além das condições individuais, outros fatores relacionados aos níveis de endemia, condições precárias de vida e de saúde e o alto índice de ocupação das moradias, influem no risco de adoecer. Este cenário reflete o caráter negligenciado desta patologia, que prossegue com a subnotificação e acesso limitado ao diagnóstico e tratamento específico da grande maioria das pessoas acometidas. Nesta perspectiva, obter bons resultados requer um trabalho multidisciplinar e intersetorial nos municípios. Nesse sentido, o papel da Atenção Primária à Saúde (APS) no diagnóstico e acompanhamento desses pacientes é fundamental, para estabelecer um fluxo de ações nos serviços por constituir-se como ordenadora e coordenadora da rede de atenção à saúde, sendo um nível de atenção essencial para eliminação da doença no Brasil. Ante ao supracitado, este estudo propõe-se a analisar como os profissionais de saúde da APS percebem e compreendem as ações propostas pelas legislações e normas técnicas para assistência aos usuários acometidos pela DC em um município do sudoeste da Bahia. MÉTODOSPara identificar as percepções destes profissionais da rede municipal de saúde definiu-se como método de investigação a pesquisa de abordagem qualitativa, a qual permite compreender significados, valores e atitudes envolvidas na realidade humana. O referido município está localizado na região sudoeste da Bahia, com mais de 500 Km de distância da capital Salvador possui uma cobertura de 100% de Estratégia Saúde da Família e de acordo com parâmetros específicos é considerado um município de alto risco para a transmissão vetorial da doença de Chagas. A coleta de dados deu-se por meio de entrevistas semiestruturadas realizadas in locus, através de observação direta e de análise documental, entre os meses de julho à setembro de 2019. Foram realizadas entrevistas com cinco profissionais de saúde que atuam em unidades básicas ou unidades saúde da família. Os dados coletados foram inicialmente analisados por meio da leitura flutuante das respostas, sistematização das ideias iniciais e exploração do material para codificação e exploração das questões centrais. Este estudo faz parte do projeto de pesquisa integração de ações de vigilância, prevenção e controle de doenças tropicais negligenciadas: perspectivas epidemiológicas e operacionais para hanseníase e doença de Chagas no SUS no sudoeste do Estado da Bahia, desenvolvido por docentes, estudantes de graduação e pós-graduação do Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O trabalho foi aprovado pelo Edital FAPESB nº 003/2017, Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS) e pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Bahia – Campus Anísio Teixeira, através do parecer nº 2.644.039. Resultado: A partir da análise dos dados foi possível identificar que os profissionais de saúde da APS possuem um conhecimento superficial sobre a doença de Chagas, suas formas clínicas, complicações e tratamento específico. Soma-se a isto, todos indicaram que o rastreamento para a identificação da doença e o seguimento do paciente diagnosticado no âmbito da APS, eram incipientes. Nota-se, que mesmo diante de um município de alto risco para transmissão vetorial da DC, é relatada a quase inexistência/desconhecimento de casos da enfermidade, não há informações sobre os pacientes  portadores da doença no território de abrangência das unidades, e consequentemente, o seguimento não ocorre de acordo com as propostas estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Cabe ressaltar, que a informação é primordial para o planejamento estratégico e para a tomada de decisões, para tanto, deve incorporar a adoção de diferentes estratégias de vigilância epidemiológica, como inquéritos populacionais, chamadas nutricionais e produção científica, com destaque para as ações nos serviços de saúde. Contudo, percebe-se que os poucos casos descobertos acontecem de maneira passiva por intermédio de demanda espontânea e/ou encaminhamentos. Deve-se considerar ainda, que a maior parte das zonas rurais do município possuem localidades distantes e de difícil acessibilidade geográfica o que dificulta ainda mais o acesso aos serviços de saúde. Para a reorganização das práticas de saúde no âmbito da Atenção Básica é fundamental que a equipe conheça os problemas e necessidades em saúde da população do seu território, assim como os possíveis aspectos promotores de sua saúde. Essa prática possibilita pensar e fazer saúde com base no contexto de cada realidade social, cujos acontecimentos que afetam a vida, e consequentemente a saúde das populações, são decorrentes de interações e situações diversas. Ainda, a maioria dos profissionais entrevistados ao serem questionados sobre as ações para a doença de Chagas relatam que a doença não é realidade das unidades de atenção primária e que as intervenções para seu enfrentamento são realizadas pela vigilância epidemiológica/entomológica, inferindo que o controle e cuidado voltado para a referida enfermidade sejam de responsabilidades, majoritariamente, dos setores supracitados. No entanto, a APS abrange atributos facilitadores para a superação da transmissão do Trypanosoma Cruzi e prevenção de complicações da doença, ressaltando-se, a territorialização, o vínculo com a comunidade, a longitudinalidade do cuidado e a integralidade da assistência. Ademais, o desenvolvimento deste estudo permitiu constatar, a partir da percepção dos profissionais, a inexistência de fluxos definidos para assistência aos pacientes com DC e a referência destes para os serviços especializados, fato que demonstra a fragilidade das ações voltadas para o cuidado em saúde dentro do município. Frente a ocorrência de casos novos, os fluxos assistenciais são conduzidos em articulação com a vigilância epidemiológica. Considerações finais: Diante um diagnóstico de DC, espera-se que os serviços de saúde estejam minimamente capacitados para ofertar tratamento e acompanhamento destes usuários, incluindo reabilitação. Estudos dessa natureza são fundamentais na criação, avaliação e no aprimoramento do sistema de saúde brasileiro, na busca de compreensão da realidade e na melhoria do cuidado ofertado ao usuário. As constatações descritas interferem negativamente na capacidade da atenção básica em diagnosticar precocemente e tratar os casos da DC, permitindo que se instale complicações que produzem impactos sociais, aumento da morbimortalidade e aumento dos gastos públicos de saúde e previdência. Ademais, perpetua-se o status de negligência da DC, essencialmente, pouco discutida nas universidades e de inexpressiva mobilização política dada baixa visibilidade da patologia. Neste aspecto, ressalta-se que a formação de recursos humanos em saúde precisa estar voltada para o reconhecimento da doença, com preparo técnico adequado e comprometida. Referente a organização da rede de serviços, destaca-se a urgência de articular os níveis de distintas complexidades, estabelecendo fluxos assistenciais a fim de oferecer integralidade do cuidado. Assim como em boa parte do Brasil a enfermidade continua sendo um desafio no município em questão, por isso o desenvolvimento de análises como essas se mostram fundamentais para orientar os municípios na construção de medidas que deem conta de garantir cuidado à saúde em tempo oportuno para os casos crônicos e agudos visando a redução da mortalidade por essa doença.

9814 BATALHA NAVAL: ESTRATÉGIA EDUCATIVA PARA CUIDAR DAS VULNERABILIDADES EM SAÚDE DA PESSOA COM CARDIOPATIA
KÁSSIA CARVALHO ARAÚJO, MARÍLIA APARECIDA DE ARAÚJO HOLANDA, CÁSSIO DA SILVA SOUSA, HELENA MÁRCIA DIAS RIPARDO, TATIANE DE SOUSA PAIVA, JEFFERSON DANTAS DA COSTA, KEILA MARIA DE AZEVEDO PONTE

BATALHA NAVAL: ESTRATÉGIA EDUCATIVA PARA CUIDAR DAS VULNERABILIDADES EM SAÚDE DA PESSOA COM CARDIOPATIA

Autores: KÁSSIA CARVALHO ARAÚJO, MARÍLIA APARECIDA DE ARAÚJO HOLANDA, CÁSSIO DA SILVA SOUSA, HELENA MÁRCIA DIAS RIPARDO, TATIANE DE SOUSA PAIVA, JEFFERSON DANTAS DA COSTA, KEILA MARIA DE AZEVEDO PONTE

Apresentação: O sujeito ao adquirir uma doença crônica, torna-se vulnerável as mais diversas condições, sejam elas individuais ou sociais. A perspectiva do cuidado ofertado ao paciente hospitalizado deve ir além do tratamento protocolado, abrangendo uma aproximação maior com o ser cuidado, buscando conhecer e entender os fatores que interferem no seu cotidiano devido as limitações da doença. Assim é possível identificar, orientar e intervir para que o paciente confronte as vulnerabilidades de maneira efetiva. Assim, objetivou-se descrever uma estratégia educativa para cuidar das vulnerabilidades em saúde da pessoa com cardiopatia. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência realizado na enfermaria pós-cirúrgica de um hospital público especializado em cardiologia na Região Norte do Estado do Ceará em Outubro de 2019 com 09 pacientes com cardiopatia. Utilizou-se de uma estratégia educativa que compreendia uma releitura de batalha naval, de forma a contemplar as situações de adaptações dos novos hábitos de vida necessários para o tratamento da condição de saúde adquirida. O jogo consiste em um tabuleiro com 3 colunas verticais e 5 linhas horizontais na qual o objetivo do paciente é adivinhar em quais quadrados estão os corações com os novos hábitos que devem aderir, há também quadrados que são como bombas para o tratamento, como as vulnerabilidades na qual o paciente deve enfrentar para eficácia do mesmo.  No decorrer do jogo eram identificadas as vulnerabilidades particulares de cada pessoa e era proposto um diálogo de orientações para minimização das mesmas. Resultado: E /OU Resultado: Difundir o conhecimento para o paciente cardiopata acerca da sua situação saúde-doença é fator essencial a fim de que o cuidado prestado contribua nas suas novas adesões, para que o sujeito conviva da melhor forma com a sua enfermidade. Logo, por meio da estratégia educativa foi possível avaliar o paciente de forma integral e permitir o diálogo. Evidenciou-se que o letramento funcional, comportamento, as relações interpessoais, a situação psicoemocional, situação física, situação socioeconômica, contexto familiar e as redes de suporte social são vulnerabilidades em saúde que estão presentes nos pacientes com cardiopatias no ambiente hospitalar. Dessa maneira compreende-se que a dimensão da assistência perpassa o contexto patológico, e necessita que haja produção de cuidados que visem a pós hospitalização. Considerações finais: Destaca-se a importância de cuidar no ambiente hospitalar de forma a atender as necessidades biológicas que afetam a saúde, mas também identificar as vulnerabilidades em saúde por meio de estratégias educativas. Isso, permite fortalecer a individualidade do cuidado e ofertar uma assistência eficaz que refletirá adiante no quadro de adesão a reabilitação do indivíduo.

9871 VALORES PRESSÓRICOS E FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM SERVIDORES PUBLICO NA REGIÃO FRANCO BRASILEIRA
Letícia Caroline de Sena Nunes, Veridiana Barreto do Nascimento, Paulo Rossi da Silva Pimenta, Renata Simões Monteiro, Scheilla Cristina da Silva, Rair Silvio Alves Saraiva

VALORES PRESSÓRICOS E FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM SERVIDORES PUBLICO NA REGIÃO FRANCO BRASILEIRA

Autores: Letícia Caroline de Sena Nunes, Veridiana Barreto do Nascimento, Paulo Rossi da Silva Pimenta, Renata Simões Monteiro, Scheilla Cristina da Silva, Rair Silvio Alves Saraiva

Apresentação: A hipertensão arterial sistêmica é definida como uma condição clínica de origem multifatorial caracterizada por elevada sustenção dos níveis pressórico maior ou igual a 140 e /ou 90 mmHg. Frequentemente, associa-se às alterações funcionais e estruturais de órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e às alterações metabólicas, com o aumento do risco de eventos cardiovasculares, caracterizando-se, desta maneira, como um grave problema de saúde pública. A pesquisa buscou caracterizar os níveis pressóricos e identificar a presença de fatores de risco cardiovascular em servidores do Campus Binacional do Oiapoque (AP). Desenvolvimento: Tratou-se de uma pesquisa exploratória, com corte transversal e abordagem quantitativa. Os informantes da pesquisa foram os servidores públicos do sexo masculino e feminino com idade entre 18 e 60 anos. Dentro deste cenário em que os servidores públicos estão inseridos, o referencial para verificação e classificação foram alimentação, tabagismo, uso de álcool, sedentarismo, índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal e níveis pressórico. Resultado: Dos entrevistados, 35 eram do sexo masculino (56,5%), e 27 (43,5%) do sexo feminino. A média de idade geral foi de 35,5 anos. Quanto ao IMC, 16 (25,8%) apresentaram IMC adequado, 2 (3,2%) baixo peso, 16 (25,8%) obesidade -1, 1 (1,6%) obesidade -2, e 27 (43,5%) apresentaram sobrepeso. Em relação ao tipo de atividade física, do total que declararam fazer algum tipo, 33(78,5%) declararam que faziam caminhada e 06 (14,2%) futebol. Quanto à frequência de realização dessas atividades, 13 (33,3%) realizavam diariamente, 20 (51,2%) de 1 a 3 vezes por semana e apenas 06 (15,3%) realizavam de 1 a 6 vezes por semana. Referente a caracterização dos valores pressóricos dos estudados, 42 (67,7%) apresentaram pressão arterial sistêmica ótima, 11 (17,7%) limítrofe, 8 (12,9%) hipertensão estágio 1 e 1 (1,6%) hipertensão estágio 3. Os resultados mostraram que os valores pressóricos referentes ao grupo pesquisado em sua maioria mostraram-se dentro dos padrões de normalidade reconhecido pelo Ministério da Saúde. Quanto aos fatores de risco para doenças cardiovasculares futuras, o sobrepeso, a obesidade, o etilismo e a alimentação não saudável foram os que mostraram maior prevalência. Considerações finais: A possibilidade de verificar os valores pressóricos e a presença de fatores de risco cardiovascular, teve como benefício a busca ativa  de hipertensos e instigou  a investigação científica voltada para as doenças crônica não transmissíveis, uma vez que é reduzido o número de estudos voltados a essa temática neste Município. Além disso, este estudo poderá servir de base para que o curso de enfermagem elabore projetos de extensão voltados para os servidores, que visem desenvolver atividades de educação e conscientização em saúde, objetivando alertar tal população sobre a importância do autocuidado na prevenção da HAS  e dos fatores de risco cardiovascular.

9985 A INSERÇÃO DO PROFISSIONAL FISIOTERAPEUTA NO CONTEXTO PRISIONAL ATRAVÉS DA PNAISP
Denise Anjos

A INSERÇÃO DO PROFISSIONAL FISIOTERAPEUTA NO CONTEXTO PRISIONAL ATRAVÉS DA PNAISP

Autores: Denise Anjos

O ambiente prisional apresenta condições de superlotação em locais insalubres, com precárias condições sanitárias, aeração insuficiente, pouca luminosidade, tornado as prisões nichos onde se observa é uma deterioração da saúde das pessoas privadas de liberdade, além do agravamento de condições já pré-existentes, mesmo que o Guia Saúde das Prisões, determine que os internos não devem sair das unidades em piores condições de saúde do que entraram nas mesmas, visando sua reintegração à sociedade. O presente relato de experiência se dá no contexto de inserção profissional da autora enquanto Fisioterapeuta da Equipe de Saúde Primária Prisional atuante na Cadeia Pública Inspetor Luís Fernandes Bandeira Duarte, localizada no município de Resende (RJ), através da A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP). Segundo estudos, no Rio de Janeiro as queixas de saúde mais relatadas entre as pessoas privadas de liberdade são referentes a questões osteomioarticulares, esse dado observado no estudo se confirma tendo em vista que a maior parte dos casos que chegam ao consultório de Fisioterapia na supracitada unidade reproduzem essas questões, em especial queixas álgicas lombares, para além disso a inatividade física é uma questão de grande preocupação. Existe também a necessidade de ações de educação em saúde, por essas e outras condições observadas nessa população, como, por exemplo, pneumopatias e patologias cardiovasculares crônicas agravadas pela própria condição de encarceramento. O observado corrobora com a literatura existente, ratificando que a atuação do fisioterapeuta pode atuar diretamente nos distúrbios e agravos apresentados em consequência da privação de liberdade, diminuindo o poder nocivo dos mesmos. Diante do exposto, demonstra-se a importância do fisioterapeuta nos espaços de privação de liberdade, atuando em todos os níveis de atenção à saúde. No entanto mostra-se importante a realização de outros estudos sobre a saúde dessa população, considerando a necessidade e a importância de garantir os princípios do SUS de uma saúde universal, integral e equânime.

10072 OS DESAFIOS DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS E DA LINHA DO CUIDADO DE PESSOAS COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: ESTUDO DE CASO
Ana Maria Rodrigues Fadini, Maria Estela de Queiroz Miranda, Janaína de Oliveira Góis, Silvia Cristina Mangini Bocchi

OS DESAFIOS DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS E DA LINHA DO CUIDADO DE PESSOAS COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: ESTUDO DE CASO

Autores: Ana Maria Rodrigues Fadini, Maria Estela de Queiroz Miranda, Janaína de Oliveira Góis, Silvia Cristina Mangini Bocchi

Apresentação: As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) constituem uma das 10 ameaças para a saúde mundial, sendo o Acidente Vascular Cerebral (AVC) uma das principais causas de morte, sequelas e incapacidades no Brasil. Diante deste número, entende-se a identificação tardia como uma das barreiras mais significativas na tentativa de reduzir-se estes resultados, uma vez que a janela terapêutica mínima entre a identificação e uma intervenção efetiva diminui a probabilidade de se desenvolver sequelas e incapacidades. Coloca-se então em pauta de prioridade a importância de um sistema de saúde de qualidade que atue plenamente na prevenção e tratamento do AVC, unindo profissionais capacitados tanto na identificação e diagnóstico imediato como no tratamento do AVC isquêmico, dentro da janela terapêutica para trombólise, recurso terapêutico mais efetivo nestes casos. Objetivo: Implementar as etapas do processo de enfermagem segundo o Modelo Conceitual de Horta, adaptando a taxonomia II da NANDA-I, NOC e NIC e discutir o papel do sistema de saúde e dos profissionais no diagnóstico e aplicação de protocolo de trombólise intravenosa dentro da janela terapêutica. Desenvolvimento: Trata-se de estudo de caso, a partir das etapas do processo de enfermagem, adaptando NANDA, NIC e NOC, com idoso com AVC isquêmico, na Unidade de Internação da Neurologia, de Hospital Público do Estado de São Paulo. Utilizou-se dados secundários do prontuário eletrônico (dados da internação; histórico da doença; terapia medicamentosa; resultados de exames laboratoriais), assim como empregou-se o histórico de enfermagem (entrevista com o paciente e familiares, assim como avaliação clínica. O Modelo Teórico de Horta constituiu-se no referencial teórico. Por tratar-se de uma pesquisa clínica humana, aplicou-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Resultado: Operacionalizaram-se as etapas do processo de enfermagem em atendimento às necessidades básicas do idoso. Para esse estudo, foram identificados 16 diagnósticos de enfermagem, aos quais foram selecionados resultados e intervenções que se relacionaram ao contexto hospitalar e ao paciente assistido. Considerações finais: Conclui-se que um atendimento de saúde sistematizado e capacitado pode interferir de maneira significativa no curso e desfecho de uma doença como o AVC, principalmente em fase aguda. Visto isso então observam-se a falta de informação fornecida a população, a falta de capacitação do sistema de saúde em questão, bem como a consequente falta de atenção ao paciente, fatores que afetam os resultados da doença (sequelas e incapacidades). Entende-se também que o enfermeiro tem grande importância na promoção da saúde, prevenção da doença e nos cuidados após a ocorrência do AVC. Por fim, verificou-se o quanto é importante o diagnóstico e tratamento imediato do AVC isquêmico, com aplicação do protocolo de trombólise intravenosa para a redução de mortalidade e sequelas e/ou incapacidades ao paciente.

10148 O CUIDADO FISIOTERAPÊUTICO CENTRADO NA PESSOA IDOSA COM DOENÇAS CRÔNICAS NA ESF
Mylena Stefany Silva dos Anjos, Nathália Arnoldi Silveira, Joyngle do Amaral Kremer, Themis Goretti Moreira Leal de Carvalho

O CUIDADO FISIOTERAPÊUTICO CENTRADO NA PESSOA IDOSA COM DOENÇAS CRÔNICAS NA ESF

Autores: Mylena Stefany Silva dos Anjos, Nathália Arnoldi Silveira, Joyngle do Amaral Kremer, Themis Goretti Moreira Leal de Carvalho

Apresentação: A população idosa vem aumentando nos últimos anos e as projeções indicam que em 2025 o contingente de idosos será de 32 milhões, com expectativa de vida aumentada por volta dos 75 anos. Durante o processo de envelhecimento, há perdas biológicas, psicológicas e social e acredita-se que o envelhecimento do corpo e a perda da função social sejam um dos maiores problemas que o idoso enfrenta, pois trazem consequências difíceis de serem contornadas numa etapa de vida em que as defesas já estão enfraquecidas. Neste sentido vários pesquisadores ressaltam que é importante entender que a velhice não inicia com a idade cronológica, mas trata-se de um processo individual fisiológico e social que altera algumas características físicas e mentais do indivíduo, e na maioria das vezes é acompanhada por doenças crônicas. Uma das doenças mais prevalentes na população idosa é a hipertensão arterial sistêmica (HAS), visto que as mudanças do envelhecimento levam os indivíduos a estarem mais propensos ao seu desenvolvimento. Nesse seguimento os maus hábitos alimentares, a inatividade física, o excesso de álcool, o tabagismo e altos níveis de estresse são importantes fatores de risco. Quando os idosos podem ter um acompanhamento por fisioterapeutas sua trajetória de vida pode ser melhor e mais prazerosa. No contexto da saúde coletiva, é de elevada importância a inclusão do profissional fisioterapeuta na Estratégia de Saúde da Família, pois o mesmo é capaz de atuar em todos os níveis de atenção à saúde, não devendo ficar restrito somente às ações curativas e reabilitadoras, mas agindo em programas de prevenção, promoção da saúde e proteção específica, executando ações como avaliar pacientes, estabelecer diagnósticos fisioterapêuticos, planejar e programar ações preventivas, além de promover educação em saúde e gerenciar de serviços de saúde. O método centrado na pessoa como um todo é bastante amplo e com efeitos que diferem resultados na saúde pública. As vantagens em relação ao modelo tradicional são muitas, compreendendo a maior satisfação e adesão do paciente para com o tratamento, melhorando assim a resposta terapêutica. O objetivo do estudo é descrever a integralidade do cuidado e a promoção da saúde de idosos portadores de doenças crônicas, atendidos na Estratégia de Saúde da Família pelos acadêmicos do curso de Fisioterapia. Relato da experiência Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, de rastreamento epidemiológico observacional, realizado através do relato de experiências vivenciadas ao longo das atividades do Estágio em Saúde Coletiva, vinculado ao Curso de Fisioterapia da UNICRUZ.  As intervenções ocorreram uma vez por semana (quatro horas semanais), nos meses de julho a dezembro de 2019. Em duplas os acadêmicos do oitavo período da formação acadêmica em Fisioterapia, acompanhados pelos Agentes Comunitários de Saúde e pela professora supervisora do estágio, realizaram a avaliação e o atendimento aos pacientes, de forma individualizada, em sua residência. A atuação neste estágio, por nossa dupla de acadêmicos contemplou 6 famílias de pessoas idosas, portadoras de doenças crônicas, residentes na cidade de Cruz Alta (RS) e cadastradas na ESF Acelino Flores. As patologias que mais se destacaram entre as famílias trabalhadas foram: hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes, insuficiência cardíaca e depressão. Após a análise, reflexão e discussão dos dados coletados em todas a intervenções pela dupla de acadêmicos, foi elaborado um plano de educação e saúde, visando a melhoria da qualidade de vida da família dos idosos, ajudando-os a vencer barreiras, a conquistar dignidade, buscando um estilo de vida tão normal e integral quanto possível, recuperando parte das funções perdidas, garantindo uma vida mais digna e produtiva, sendo realizada uma oficina pedagógica ao final com todas as famílias para entrega de material educativo confeccionados pelos estudantes, ressaltando assim a importância do autocuidado na doença crônica. Com esse estágio e com o olhar centrado na pessoa idosa e nas suas doenças crônicas, foi possível observar que a fisioterapia é de grande importância na ESF, não somente em relação ao atendimento dos pacientes nas suas respectivas patologias, mas também na humanização, na atenção e no acolhimento. Percebe-se que a falta de diálogo, a solidão muitas vezes afeta mais os idosos do que sua própria patologia. Pode-se dizer que mesmo sendo pouco o tempo de convívio com a família de idosos, podemos contribuir e melhorar a sua qualidade de vida, tanto motora como emocional, levando não somente os nossos conhecimentos em relação as doenças que lhes afetam, como também o nosso cuidado e alegria que sentíamos a cada evolução. Considerações finais: Foi percebido que a depressão é um fator que menos incentiva o autocuidado e piora as patologias crônicas associadas. O atendimento fisioterapêutico, visando à atenção à saúde proporciona uma qualidade de vida aos pacientes e também uma formação diferenciada dos acadêmicos estagiários. A educação em saúde com práticas de prevenção, promoção e proteção à saúde, através de estratégias e planos de ação discutidos em conjunto com a família toda, para o cuidado das pessoas com doenças crônicas contribuiu de forma positiva na vida desses idosos. Ficou visível o quanto a fisioterapia se mostra importante na vida dos pacientes com doença crônica. Através da construção de planos de educação em saúde embasado no método centrado na pessoa como um todo, conhecendo sua patologia e suas limitações, espera-se ter levado benefícios aos idosos participantes, entre eles: a melhora da proteção e cuidados visando prevenir o seu adoecimento, promovendo um maior bem-estar e qualidade de vida. A atuação de estudantes de fisioterapia na ESF é de grande valia para o seu conhecimento e crescimento profissional, pois possibilita ter uma visão mais especifica de como é trabalhar no atendimento domiciliar e seus desafios diários em ralação ao Sistema Único de Saúde (SUS). A experiência da atuação do fisioterapeuta em saúde coletiva deixou muitas marcas positivas. Ouvir o paciente e entender seu contexto socioeconômico e sociocultural para o planejamento de ações que impactem o indivíduo no seu dia a dia é um dos aprendizados mais benéficos para a prática da fisioterapia, tanto na saúde coletiva quanto na prática clínica. Ao final dos atendimentos, a família dos idosos lamentaram pelo término das atividades, devido ao relacionamento estabelecido entre os acadêmicos fisioterapeutas e os indivíduos, que repercutiram na melhora física e psicológica dos mesmos. Em relação ao aprendizado dos profissionais, a experiência dos atendimentos contribuiu para o entendimento do indivíduo como um todo, aprendendo também com a realidade de cada um. Todos os conhecimentos poderão ser aplicados em aspectos da nossa vida pessoal e profissional, contribuindo para nosso crescimento. A partir da experiência da fisioterapia em saúde coletiva, conclui-se que o fisioterapeuta tem papel muito importante na ESF, pois contribui com a prevenção, promoção e proteção da comunidade, atuando ativamente na sociedade na qual estão inseridos. A troca de conhecimentos entre o fisioterapeuta e paciente enriquece a formação tanto dos profissionais como dos indivíduos, pois a experiência contribuiu para o exercício da cidadania.

10184 ANALISE DO DESEMPENHO DAS EQUIPES DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE, RELACIONADAS AO CUIDADO DE HIPERTENSÃO E DIABETES, A PARTIR DAS VARIÁVEIS DO PROGRAMA DE MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE.
Graziela Tavares

ANALISE DO DESEMPENHO DAS EQUIPES DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE, RELACIONADAS AO CUIDADO DE HIPERTENSÃO E DIABETES, A PARTIR DAS VARIÁVEIS DO PROGRAMA DE MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE.

Autores: Graziela Tavares

Apresentação: Nas últimas décadas houve um processo de ampliação de cobertura de Atenção Primária, permitindo acesso a cuidados primários de saúde nos 5.570 municípios brasileiros. Torna-se central investigar, se a expansão de acesso foi acompanhada pela qualidade da atenção realizada, considerando o perfil epidemiológico que temos atualmente, onde a situação de saúde no Brasil, assim como no mundo, provocada pelo conjunto de fatores demográficos, econômicos, sociais e de mudanças nutricionais, que possuem interferência no padrão de morbimortalidade no país, onde o aumento da longevidade populacional chama particular atenção por sua ocorrência de modo acelerado, aumentando a probabilidade de expressão das enfermidades crônicas, que geralmente se manifestam em idades mais avançadas. Estudos demonstram que a Atenção Primária é capaz de resolver a maior parte dos problemas de saúde da população, mas sabemos que nem todas as necessidades de saúde das pessoas podem ser atendidas dentro dela. Nesse sentido, é necessário que a equipe assuma o seu papel de cuidadora da saúde de seu usuário e que se corresponsabilize para a complementação da assistência por serviços de outros níveis de atenção (ambulatorial e hospitalar), tanto para uma avaliação especializada quanto para outras intervenções e procedimentos, ainda que estes sejam de curta duração ou por um longo período e que demandem maior densidade tecnológica. Dessa forma, o atributo de Coordenação é primordial para a orquestração do caminhar do usuário pela rede garantindo o retorno para continuidade do cuidado, do mesmo pela APS. O objetivo desse estudo foi analisar o desempenho das equipes de APS a partir das variáveis do 3º ciclo do PMAQ-AB (Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica) relacionadas às condições crônicas, com recorte para o cuidado à hipertensão e diabetes. Diante da relevância que a problemática traz na tripla carga de doenças, onde as equipes de APS precisam responder a condições agudas e crônicas, além das crescentes demandas relacionadas às causas externas, que já ocorrem em países desenvolvidos. Trata-se de uma análise descritiva transversal, cujas informações selecionadas foram geradas a partir de dados secundários extraídos do módulo II da avaliação externa, que foi respondido pelos profissionais de saúde das 33.177 equipes participantes do terceiro ciclo do PMAQ-AB, e do módulo III respondida pelos usuários, realizado em 2017/2018. Sendo que o trabalho na Atenção Primária à Saúde encontra-se numa posição privilegiada em comparação aos outros serviços, visto que, em geral, a Unidade Básica de Saúde é o primeiro local de contato das pessoas com o sistema de saúde, propicia às equipes uma visão ampla sobre os principais problemas ou condições de saúde daquela população e quais são as ações necessárias para resolvê-los. Ao analisar as variáveis levantadas do PMAQ, percebe-se nos achados que as ações já estabelecidas e incorporadas pelas equipes de forma orgânica como consultas, cadastros e acompanhamento, 93% das equipes relataram que realizam essas ações tanto para hipertensão quanto para diabetes. Dessa forma, pode-se inferir que a maioria dos usuários com hipertensão e diabetes possuem acesso à consulta, porém questiona-se qual a qualidade desse atendimento, haja vista que, quando se volta o olhar para as ações com um pouco mais de complexidade e organização do processo de trabalho voltado para a gestão do cuidado, como a utilização de protocolos de estratificação de risco, esse percentual diminui para 86% em ambas as condições crônicas estudadas. Considerando os atributos da APS como framework para avaliação de qualidade dos serviços da Atenção Primária, pode-se observar fragilidade nas variáveis com relação à coordenação do cuidado pois apenas 73% das equipes relatam realizar registro e acompanhamento dos usuários que possuem maior risco e gravidade e fazem a coordenação da fila dos hipertensos encaminhados para o serviço de referência. Para o cuidado dos usuários com diabetes as equipes relatam baixa realização de ações como, exame do pé diabético e ainda menor para o exame de fundo de olho (31,5%), demonstrando que as equipes de APS possuem fragilidades no desenvolvimento de ações fundamentais na prevenção de comorbidades que influenciam na qualidade de vida desses usuários. Dessa forma, existe ainda um grande desafio para a APS no cuidado e controle das doenças crônicas não transmissíveis e seus fatores de risco, considerando o perfil epidemiológico e a longevidade da população. De acordo com os dados encontrados nesse estudo, quando olha-se para o cuidado prestado pela equipe para as condições crônicas, indica que as equipes de APS estão cumprindo seu papel, mas ao mesmo tempo quando colocamos a lupa nos exames preconizados para usuários com diabetes, que não necessitam de tecnologias duras, o percentual é gritante relacionando a resposta das equipes (77% exame em pé diabético) com a dos usuários (3,2% tiveram seu pé examinado), abrindo uma lacuna na concretização do cuidado aos usuários. Para que as equipes que atuam na APS possam atingir seu potencial resolutivo, é necessário adotar estratégias que permitam a definição de um amplo escopo dos serviços a serem ofertados na UBS, de forma que seja compatível com as necessidades e demandas de saúde da população de referência atuando em conjunto, compartilhando o cuidado e apoiando as práticas de saúde nos territórios, reforçado pelos princípios e diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica.  Concluindo, foi importante a indução na mudança de modelo, através da Estratégia Saúde da Família, ampliando cobertura e acesso às ações fundamentais de cuidado à população com condições crônicas não transmissíveis, mas ainda há que superar as fragilidades apresentadas e ampliar a abrangência das ações realizadas pelas equipes de APS. Observa-se a necessidade de indução de programas/estratégias que avaliem a implantação de processos e a melhoria de resultados com avaliações bem estruturadas, periódicas e contínuas, que sirvam para subsidiar tanto os gestores à execução das ações de saúde e a reafirmação da importância do papel da APS como ordenadora das Redes de Atenção à Saúde, quanto aos trabalhadores da Atenção Primária que muitas vezes não são retroalimentados com os resultados da sua prática para reorientar suas ações, com a recomendação para o papel dos estados e municípios de pensar estratégias de organização dos serviços de saúde viabilizando a coordenação do cuidado pela Atenção Primária à Saúde, para abrir o diálogo com os profissionais de saúde que pode potencializar a efetivação das ferramentas desenhadas, uma vez que é a equipe quem enfrenta os obstáculos diários para conseguir implantar/desenvolver um trabalho com informação do cuidado do paciente em sua trajetória.

10260 AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO CÂNCER PARA PACIENTES ONCOLÓGICOS: UMA ANÁLISE DE SIMILITUDE
Rachel Verdan Dib, Antonio Marcos Tosoli Gomes, Raquel de Souza Ramos, Luiz Carlos Moraes França, Mariana Luiza de Oliveira Fleury, Diogo Jacintho Barbosa, Priscila Cristina da Silva Thiengo de Andrade

AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO CÂNCER PARA PACIENTES ONCOLÓGICOS: UMA ANÁLISE DE SIMILITUDE

Autores: Rachel Verdan Dib, Antonio Marcos Tosoli Gomes, Raquel de Souza Ramos, Luiz Carlos Moraes França, Mariana Luiza de Oliveira Fleury, Diogo Jacintho Barbosa, Priscila Cristina da Silva Thiengo de Andrade

Apresentação: O câncer se configura como um grave problema de saúde pública no mundo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (2018), foram registrados 582.590 diagnósticos firmados de câncer no Brasil. É uma patologia que causa grande impacto na vida do indivíduo e de sua família devido ao pensamento social que a circunda. Diante disso, o estudo objetiva analisar as representações sociais de pacientes oncológicos acerca do câncer. Método: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, apoiado na Teoria das Representações Sociais (TRS). Os dados foram coletados com 111 sujeitos de ambos os sexos internados com diagnóstico de câncer no ano de 2019, através da caracterização dos sujeitos e da coleta de associação de livre de palavras ao termo indutor “câncer”. Critérios de inclusão: participantes a partir de 18 anos, que estejam realizando tratamento cirúrgico, quimioterápico e/ou radioterápico no momento da realização do estudo. Critérios de exclusão: indivíduos com proposta terapêutica paliativa. Os dados foram analisados através dos da análise de similitude pelo Software IRaMuTeQ (Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires). Resultado: Diante dos participantes do estudo, 69,3% eram do sexo masculino. Destes, 50,4% apresentam idade maior ou igual a 60 anos, majoritariamente casados (52,2%). A árvore de similitude apresenta em forma de gráfico a organização das palavras evocadas pelos participantes de acordo com a sua coocorrência. Diante disso, identificam-se, com maior índice de coocorrência os binômios deus-cura e deus-doença, o que parece mostrar a centralidade da figura divina em ambas as possibilidades de vida enfrentadas no momento, a resolução definitiva e desejada, por um lado, e o estado de adoecimento de uma entidade mórbida do porte do câncer. Chama a atenção, ainda, as palavras esperança e tratamento ligadas à cura. Ao mesmo tempo, destacam-se os blocos associados à ter-fé, ligado também à cura, à luta, ligado à deus, e à horrível, ligado à doença. Ao redor da tríade principal Deus, cura e doença, pode-se observar uma organização de dimensões representacionais práticas (fé e luta), afetivas (esperança) e avaliativas (horrível). Evidencia-se uma importante relação do usuário com o divino. Através da fé, o mesmo busca pela retomada da vida que era habituado a ter antes do descobrimento do diagnóstico. Isto se dá por meio da melhoria do tratamento e a grande expectativa pela cura, principalmente por ser uma doença que ameaça a vida. Considerações finais: As representações sociais do câncer apresentam elementos tanto positivos, como esperança e cura, por exemplo, e negativos, como horrível e morte. Urge a necessidade do profissional enfermeiro repensar sobre a prática de seu cuidado para com o cliente, pensando neste indivíduo como um ser complexo que demanda cuidados individuais, além da necessidade de incorporação da dimensão do divino no seio desta prática social.

10308 FATORES RELACIONADOS À ADESÃO E NÃO ADESÃO AO TRATAMENTO DE DOENÇAS CRÔNICAS: PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE E PACIENTES
ANA CAROLINA Pereira GARAJAU, Amanda Anne de Abreu Vieira, Marcia Matos Sá Otoni Letro, Paula Sâmia da Silva, Lais Ferreira Miranda, Millena Mayra Ferreira, Rodolfo Gonçalves de Melo, Erica Toledo de Mendonça

FATORES RELACIONADOS À ADESÃO E NÃO ADESÃO AO TRATAMENTO DE DOENÇAS CRÔNICAS: PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE E PACIENTES

Autores: ANA CAROLINA Pereira GARAJAU, Amanda Anne de Abreu Vieira, Marcia Matos Sá Otoni Letro, Paula Sâmia da Silva, Lais Ferreira Miranda, Millena Mayra Ferreira, Rodolfo Gonçalves de Melo, Erica Toledo de Mendonça

Apresentação: A adesão ao tratamento é de extrema importância para a manutenção e melhoria da saúde do indivíduo portador de doenças crônicas, sendo um dos principais fatores que minimizam as complicações destas doenças.  Sabe-se que a adesão é a completa aceitação do paciente à terapêutica proposta e que esse processo é influenciado por diversas variáveis como ambiente, meio socioeconômico, relação com os profissionais da saúde, entre outros. Enquanto a não adesão, um impedimento do alcance do tratamento completo, também induzido por essas razões.  O trabalho tem por objetivo compreender os fatores relacionados à adesão e não adesão ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso sob a ótica de profissionais da saúde e pacientes. Desenvolvimento: Estudo do tipo transversal, cujos dados foram coletados por entrevista com perguntas abertas, junto a profissionais de saúde da atenção primária e pacientes hipertensos e diabéticos, num total de 13 participantes, em quatro cidades do interior de Minas Gerais. A análise dos dados foi realizada pela técnica de análise de conteúdo. O estudo respeitou os preceitos éticos. Resultado: As causas de adesão e não adesão ao tratamento, na visão dos entrevistados, foram atribuídas a fatores relacionados ao paciente, à doença, ao tratamento, à acessibilidade ao serviço de saúde e à equipe de saúde e ao cuidador. Dentre estes, o principal apontado foram os fatores ligados ao paciente, visto que todos os profissionais entrevistados trouxeram o nível socioeconômico, a baixa escolaridade e a motivação para enfrentar sua doença como fatores que interferem diretamente na adesão ao tratamento. Quando se trata dos fatores relacionados à doença, a cronicidade foi um dos principais aspectos constatados, uma vez que muitas doenças crônicas são assintomáticas, fazendo com que o paciente nem sempre veja a necessidade de dar sequência à terapêutica. Outro fator relevante refere-se ao custo do tratamento, em especial dos medicamentos, que muitas vezes não estão disponíveis gratuitamente nos serviços de saúde, dificultando a adesão medicamentosa. Além disso, quando se refere ao tratamento não medicamentoso, como dieta e atividade física, estes podem exigir recursos financeiros que nem sempre estão dentro da capacidade financeira dos pacientes. Quanto aos fatores relacionados à acessibilidade ao serviço de saúde, apenas um paciente relatou que o tempo de consulta de até 20 minutos não era suficiente para um bom atendimento, e isso dificultava a compreensão das informações necessárias à adesão ao tratamento. Sobre os fatores relacionados à equipe de saúde e ao cuidador, o principal fator relatado pelos participantes que facilita a adesão foi a presença de uma equipe multiprofissional, que auxilia significativamente no desenvolvimento de atividades educativas e no acompanhamento dos indivíduos com doenças crônicas. Considerações finais: A abordagem da adesão ao tratamento em portadores de doenças crônicas deve ser orientada pelo contexto do indivíduo, e aspectos referentes aos serviços de saúde devem ser considerados, como educação permanente dos profissionais, infraestrutura, acolhimento, além da implementação de práticas de educação em saúde problematizadoras e que despertem a consciência nos indivíduos para a importância do autocuidado.

10415 O USO DO PRESSURE ULCER SCALE FOR HEALING NA AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO DA LESÃO POR PRESSÃO
Deyvyd Manoel Condé Andrade, Rayane Castilho da Silva, Ariane da Silva Pires, Eugenio Fuentes Pérez Júnior, Priscila Cristina da Silva Tiengo Andrade

O USO DO PRESSURE ULCER SCALE FOR HEALING NA AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO DA LESÃO POR PRESSÃO

Autores: Deyvyd Manoel Condé Andrade, Rayane Castilho da Silva, Ariane da Silva Pires, Eugenio Fuentes Pérez Júnior, Priscila Cristina da Silva Tiengo Andrade

Apresentação: O tema desta pesquisa trata do processo de cicatrização de feridas e tem como objeto a avaliação do processo de cicatrização da lesão por pressão através de uma ferramenta validada intitulada “Pressure Ulcer Scale for Healing”, cujos objetivos foram: descrever o processo de cicatrização das lesões por pressão em enfermarias de clinica médica, segundo o PUSH e discutir as contribuições da enfermagem para o cuidado especializado com feridas com vistas a qualidade da assistência em saúde. Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa transversal com abordagem quantitativa. O cenário do estudo foi um hospital público, universitário no Estado do Rio de Janeiro, sendo os campos de coleta de dados três enfermarias de clínica médica. As avaliações foram feitas no período 14 de março de 2019 a 22 de agosto de 2019.  Cada paciente foi avaliado regularmente respeitando o intervalo de uma semana para cada visita e foram realizadas 4 avaliações por paciente. Participaram desta pesquisa, oito pacientes adultos, internados nas enfermarias de clínicas médica do referido hospital, critério de inclusão: ser portador de lesão por pressão nos estágios: 1, 2, 3 ou 4, podendo a lesão ter sido adquirida na atual internação em situação anterior, não participaram da pesquisa pacientes internados nas enfermarias de clínica médica que eram portadores de lesões de pele de etiologias distintas da que se trata este estudo e pacientes portadores de lesão por pressão acompanhados ambulatorialmente. Esta pesquisa foi cadastrada na Plataforma Brasil do Ministério da Saúde, com o número de aprovação do CEP: CAAE: 04192018.9.0000.5259. Os dados foram coletados no período diurno, durante a realização do curativo dos pacientes portadores de lesão por pressão e o acompanhamento ocorreu uma vez por semana em dias alternados em cada enfermaria. Resultado: Do total de pacientes avaliados 37,5%(n=3) eram do sexo masculino e 62,5%(n=5) sexo feminino; a idade média de idade foi de 59,75, variou de 40 a 78 anos. Destes 75% (n=6) adquiriram a LP em internação prévia no CTI do mesmo hospital, 12,5% (n=1) paciente em uma unidade de pronto atendimento e 12,5% (n=1) na unidade de clínica médica do cenário estudado. Em relação a mobilidade, a maioria dos pacientes eram acamados 75% (n=6) e 25% (n=2) deambulavam com auxílio.  A respeito do uso do colchão pneumático pelos pacientes com mobilidade prejudicada, contatou-se que apenas 37,5% (n=3) dos pacientes  estavam em uso do colchão em todas as visitas. Sobre o dimensionamento dos colchões pneumáticos, os pacientes que estavam em uso do colchão 25% (n=2) deambulavam com auxílio e aqueles 75% (n=6) encontravam - se acamados e necessitavam do colchão pneumático, mas não foram priorizados para o uso, sendo apenas um paciente 12,5% (n=1) contemplado a partir da terceira visita dos pesquisadores. Os scores oriundos da pontuação da avaliação da ferida, segundo o PUSH, consideraram três parâmetros que envolviam: a área em cm2, o tipo de tecido predominante no leito e o quantitativo de exsudato. No PUSH esses scores variam de 18 a 0, em que o maior escore representa piores condições do processo de cicatrização e menor indicação de avanço no reparo tecidual e o score 0 a representação da completa epitelização e cicatrização da ferida. Nesse estudo, os escores de cicatrização de acordo com PUSH variaram de 17 a 11 nos pacientes investigados, sendo a média geral dos scores obtidos igual a 13,9. De acordo com o PUSH, em relação à área da ferida (maior comprimento versus a maior largura), 100% (n=8) dos participantes investigados apresentaram uma média de escore que variou de 7 a 10 pontos, o que significa que as lesões eram consideradas médias ou grandes, variando 4.1 até mais de 24 cm2. Observou- se, segundo o PUSH que 37,2% (n=3) dos pacientes apresentaram redução considerável, acima de 20 cm², porém não houve queda no escore, pois apesar das reduções serem significativas, as lesões se mantiveram acima de 24 cm² (score 10) o que representa pontuação máxima nessa categoria. Dois pacientes obtiveram redução com alteração no score, saindo do escore 10 (maior que 24 cm2) para 9 (12.1 até 24 cm2) e 25% (n=2) obtiveram uma redução mais favorável nesta categoria,  um migrando do score 10 (maior que 24 cm2) para 8 (8.1 a 12 cm2) e o outro que variou do score inicial 9 (12.1 até 24 cm2) para 7 (7.4 a 8 cm2). Apenas um paciente 12,5% (n=1) obteve aumento da área da ferida, totalizando 20 cm² entre a primeira e a quarta visita (última). Sobre a segunda variável do PUSH, que corresponde ao quantitativo de exsudato presente na ferida, a mensuração do exsudato a olho nu é uma variável subjetiva e considerou, portanto, os seguintes parâmetros: 0 corresponde a exsudato ausente (cobertura primária seca), 1 exsudato em pequena quantidade (cobertura primária com exsudato), 2 moderada quantidade (cobertura primária e secundária recobertas de exsudato) e 3 grande quantidade (exsudato extravasando para fora do curativo). Dito isto, 37,2% (n=3) dos pacientes  evoluíram do quantitativo moderado (score 2) para pequeno (score 1), a partir da terceira semana de avaliação. O mesmo quantitativo de pacientes 37,2% (n=3) mantiveram o mesmo score nas quatro visitas de avaliação (score 2, ). Um paciente 12,5% (n=1) apresentou evolução migrando de exsudato em pequena quantidade para ausente (escore 1 para 0) obtendo a menor pontuação; em contrapartida outro paciente 12,5% (n=1) apresentou maior pontuação (score 3), exsudato em grande quantidade, que só evoluiu para moderado a partir da terceira semana de acompanhamento. Sobre último aspecto investigado no PUSH, que corresponde ao tipo de tecido predominante no leito da ferida (tecido necrótico/escara; esfacelo; granulação e epitelização), os dados demonstram que houve a prevalência do esfacelo, em que este apareceu em 19 das 32 avaliações. O tecido de granulação apareceu em 15 e o tecido necrótico/escara (necrose de coagulação) apenas em 2 avaliações correspondentes a 25% (n=2). A maior parte dos pacientes (75% n=6) apresentou melhora em relação ao tipo de tecido presente no leito da ferida, dado comprovado pela presença do tecido de granulação na quarta visita, evidenciando assim, que as lesões evoluíram positivamente. No entanto, 25% (n=2) dos pacientes encerraram as avaliações mantendo o esfacelo. O esfacelo é um tipo de tecido desvitalizado e atrapalha a evolução do reparo tecidual. Sendo assim, tais pacientes apresentaram retardo no processo cicatricial. Com base na análise do processo de cicatrização das lesões por pressão segundo o PUSH, denota-se que de 100% (n=8) dos pacientes investigados não evoluiu para o score 0, ou seja, ferida epitelizada/cicatrizada durante o tempo de acompanhamento de 4 semanas (aproximadamente 1 mês). Trinta dias geralmente é o tempo máximo estimado para cicatrização de feridas agudas, porém, em feridas crônicas como é o caso da LP, esse tempo pode variar em meses a anos, dependendo de fatores intrínsecos e extrínsecos complexos. Com os resultados obtidos, foi possível avaliar que o processo de cicatrização de paciente internados, com feridas complexas, ocorre de forma lenta e nem sempre gradativa. Conclui-se com o estudo que a utilização de um instrumento validado para avaliação do processo de cicatrização de feridas é uma ferramenta importante para a gerência do cuidado, uma vez que, permite analisar de maneira confiável e sistemática as lesões de cada paciente acompanhado.  

10469 O LÚDICO NA TRANSFORMAÇÃO DA EXPERIÊNCIA DE INTERNAÇÃO EM ADULTOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Geruza Amélia da Silva Reis, Carla Cristina Gonçalves, Frances Valéria costa Silva, Sergio Roberto Martins Souza

O LÚDICO NA TRANSFORMAÇÃO DA EXPERIÊNCIA DE INTERNAÇÃO EM ADULTOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Autores: Geruza Amélia da Silva Reis, Carla Cristina Gonçalves, Frances Valéria costa Silva, Sergio Roberto Martins Souza

Apresentação: O adulto hospitalizado pode ter estresse, dúvidas e ansiedade relacionadas a internação. Ações dirigidas a atenuar estes eventos podem contribuir com o bem-estar, constituindo-se em expressões do cuidado humanizado. As atividades lúdicas são estratégia beneficentes na assistência à saúde e significativas na formação do enfermeiro, que busca uma prática humanizada. Objetivo: Descrever o cuidado através de encontros temáticos, no modelo de festas para adultos acometido pela doença renal crônica (DRC), tratados em regime de hospitalização. Método: Estudo descritivo, tipo relato de experiência, realizado pelo grupo de enfermeiros de um Hospital Universitário. A observação do longo período de internação de adultos com DRC, associada a percepção de sinais de ansiedade e tristeza, levou um grupo de enfermeiro de um hospital universitário a buscar estratégias para amainar os efeitos negativos da internação. Tomando como referência eventos de confraternização correntes na cultura brasileira (festa junina e natal), foram realizados dois encontros entre pessoas internadas, seu familiares e pessoas tratadas em regime ambulatorial, utilizando o cenário da unidade de internação, adaptada para estes momentos. Através desses encontros a equipe de enfermagem estimulou os pacientes internados a confraternizarem por meio de jogos, brincadeiras, músicas, e personagens temáticos, buscando que esses agissem livremente, integrando fantasias, medos e desejos, de forma pessoal e criativa. Observou-se que após os encontros, o vínculo entre pessoas internadas e equipe foi reforçado positivamente, onde os primeiros se mostraram mais alegres e confiantes, enquanto a equipe se mostrou mais empoderada, na medida em que percebia, de forma visível, o bem-estar derivado da ação empreendida. Considerações finais: A mudança de comportamento das pessoas internadas e também das equipes envolvidas propulsiona a desenvolver outras atividades onde a interação humana estimula a participar de seu tratamento, mobilizados por sentimentos de alegria e de autoconfiança. Com relação a equipe, ficou evidente que o envolvimento com esse tipo de cuidado torna o dia -dia mais prazeroso, uma vez que o sofrimento embutido na internação pode ser deixado de lado, para novos sentimentos e pensamentos.  

10564 CUIDADO NUTRICIONAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: PROPOSTA MATERIAL EDUCATIVO PARA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE LESÃO POR PRESSÃO
GEILA CERQUEIRA FELIPE, ADELE MOURA CRUZ, HUGO BRAZ MARQUES, ALINE DE SOUZA RIBEIRO, PATRICIA AFONSO MAIA, MARIA CECILIA QUIBEN FURTADO MACIEL, ALESSANDRA DA SILVA PEREIRA, CARLA CORTE REAL DO NASCIMENTO MAGARAO

CUIDADO NUTRICIONAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: PROPOSTA MATERIAL EDUCATIVO PARA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE LESÃO POR PRESSÃO

Autores: GEILA CERQUEIRA FELIPE, ADELE MOURA CRUZ, HUGO BRAZ MARQUES, ALINE DE SOUZA RIBEIRO, PATRICIA AFONSO MAIA, MARIA CECILIA QUIBEN FURTADO MACIEL, ALESSANDRA DA SILVA PEREIRA, CARLA CORTE REAL DO NASCIMENTO MAGARAO

Apresentação: Lesão por Pressão (LPP) é definida como uma área de lesão localizada na pele e nos tecidos subjacentes causada por pressão, tensão tangencial, fricção ou uma combinação desses fatores. A população com maior predisposição para o desenvolvimento de LPP são comumente idosos, paraplégicos, tetraplégicos, hemiplégicos, doentes neurológicos e vasculares, bem como indivíduos atendidos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Atualmente, tem se observado, na Atenção Primária à Saúde (APS), o crescente aumento do número de usuários com lesão por pressão, devido às complicações de doenças crônicas como obesidade e diabetes, que geram danos vasculares e redução da mobilidade. A motivação para esse trabalho deu-se a partir da demanda feita a equipe do Instituto de Nutrição Annes Dias (INAD), área técnica de nutrição e alimentação, para elaboração de material educativo com orientações nutricionais e preparações culinárias voltado tanto para as equipes profissionais da APS, quanto para os usuários e seus familiares. O uso de materiais educativos por profissionais de saúde é recomendado para estimular e desenvolver a autonomia dos usuários. Essas ferramentas buscam uma relação dialógica entre profissionais e população, visando à participação cidadã, a intensificação de orientações verbalizadas, e a promoção do autocuidado. O papel das equipes de APS é fundamental no sentido de apoiar os portadores de condições crônicas a receberem informações que lhes permitam tomar postura proativa de cuidado, capacidade de autocuidado, e que contemple aspectos socioeconômicos e culturais. O trabalho teve por objetivo elaborar um material educativo que irá subsidiar o cuidado nutricional na APS para a prevenção, retardo na progressão e tratamento de lesões por pressão (LPP). Desenvolvimento: A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-RJ) oferece anualmente o Programa de Estágio Acadêmico Bolsista que abrande diferentes modalidades, dentre estas a de Estágio em Saúde Coletiva. A elaboração de um material educativo surgiu como objeto do trabalho de conclusão de estágio à temática da Jornada Científica dos Acadêmicos Bolsistas da SMS-RJ de 2019 que tinha como tema “Acolher na Saúde: Práticas Humanizadas e Inclusivas no Cotidiano dos Serviços”. Neste contexto, foi desenvolvido um projeto que culminou na produção de cartilha, elaborada pela acadêmica bolsista lotada no S/SUBVISA/CVA/INAD. A metodologia utilizada foi baseada em um estudo do tipo quali-quantitativo, com revisão narrativa e levantamento das intervenções nutricionais sobre lesões por pressão. A base foram as informações e recomendações atualizadas encontradas em estudos científicos, os nutrientes envolvidos e suas fontes alimentares para a população adulta. O material educativo tem caráter propositivo, contendo orientações nutricionais baseado em informações e recomendações atualizadas sobre a prevenção da úlcera por pressão presentes nas diretrizes propostas por órgãos internacionais (European Pressure Ulcer Advisory Panel, National Pressure Ulcer Advisory Panel e Pan Pacific PressureInjury Alliance) e por estudos científicos. Além disso, a cartilha foi elaborada privilegiando preparações culinárias simples com foco nas recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira elaborado pelo Ministério da Saúde, que incentiva o consumo de uma alimentação saudável, a base de alimentos in natura e minimamente processados e culturalmente aceitos. Resultado: O material educativo foi elaborado a partir de informações e orientações nutricionais atualizadas com base em evidências para a prevenção e tratamento das LPP. O texto presente no material educativo utilizou uma linguagem não imperativa, objetivando uma mudança longitudinal e não imediata, respeitando a autonomia do usuário e preocupando-se com as representações sobre o comer e a comida, com o conhecimento, as atitudes e a valoração da alimentação para a saúde. O capítulo I “O que são Lesões por Pressão” explica brevemente as LPP, como se formam e localizações mais frequentes no corpo. O capítulo II “Identificando Fatores de Risco” auxilia na identificação de características que podem aumentar as chances de aparecimento da LPP como idade avançada, nutrição inadequada, desidratação, desnutrição, obesidade grave e diabetes, entre outras. O capítulo III “Alimentação e Nutrição” aborda subtemas elucidando a importância da alimentação e nutrição adequada. O subcapítulo “Uma introdução ao Guia alimentar para a população Brasileira” contextualiza o Guia e a importância do consumo de alimentos in natura ou pouco processados, sem ou com o mínimo de conservantes e outros aditivos alimentares pela população em geral, afim de promover uma boa saúde e prevenir problemas crônicos de saúde que podem, inclusive, ser causa das LPP. Em “Orientações nutricionais saudáveis” são abordadas questões como a valorização da alimentação em horários regulares, a opção de alimentos regionais saudáveis, a importância de consumir alimentos frescos e de acordo com a sazonalidade, a valorização do momento de cada refeição, o uso de temperos naturais e a moderação no consumo de alimentos açucarados ou gordurosos, entre outros. No tópico “Dicas de como manter a hidratação adequada” foi abordado a importância da ingestão dos líquidos durante o dia a dia, de forma a estimular o consumo adequado para uma boa hidratação, assim como a elucidação de sinais e sintomas de desidratação, como mudança de peso, hidratação da pele, volume e cor da urina. Em “Dicas de alimentos fontes de nutrientes importantes para a prevenção e cicatrização de Lesão por Pressão” são exemplificados alimentos fontes de vitaminas envolvidos no processo de cicatrização (Vitamina A, E, C e proteínas) e mais comumente conhecidos e encontrados. Neste subcapítulo também são esclarecidas formas de aumentar a absorção e reduzir possíveis perdas destes nutrientes, assim como a importância de consumir uma dieta equilibrada e variada. O item “Orientação sobre higienização de alimentos” oferece informações relevantes na prevenção e/ou redução de doenças transmitidas por alimentos (DTA) que podem agravar o quadro nutricional do paciente com LPP. Um importante capítulo inclui receitas que podem compor uma alimentação saudável com fontes de nutrientes importantes, de baixo custo e fácil acesso, além de facilidade de preparo e consumo. O material educativo finaliza com a “Indicação de materiais de apoio” que podem auxiliar no processo de aprendizado contínuo de seus leitores. Considerações finais: Torna-se relevante destacar que foram encontrados poucos materiais educativos, para além dos cuidados físicos com a lesão. No campo da nutrição, os materiais encontrados possuem principalmente orientações relacionadas à terapia nutricional oral e/ou enteral, a base de produtos industrializados e com elevado custo, evidenciando a importância de mais materiais educativos sobre o tema. O material elaborado entrará em processo de diagramação para posterior difusão na rede municipal de saúde e pretende apoiar efetivamente os profissionais da Atenção Primária à Saúde do município do Rio de Janeiro, usuários e seus familiares na prevenção, no retardo da progressão e no tratamento de LPP. Além disso, visa suprir dúvidas e dificuldades que estão relacionados a escolha de alimentos e oferecer possibilidades de preparações saudáveis no cuidado de indivíduos com LPP, objetivando uma mudança longitudinal, estimulando a autonomia, a emancipação e o compromisso do usuário com o cuidado com a sua saúde.

10545 AS RELAÇÕES EXISTENTES ENTRE O CUIDADO ÀS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS E O ALCANCE DAS POLÍTICAS DE PREVENÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Ariane Rodrigues Silva, Iandy Tarecone Mateus, Natália Pimentel Villar, Rayane Marques da Costa, Tereza Claudia Camargo, Adriana Maria Macedo, Maria Luiza De Barba

AS RELAÇÕES EXISTENTES ENTRE O CUIDADO ÀS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS E O ALCANCE DAS POLÍTICAS DE PREVENÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Autores: Ariane Rodrigues Silva, Iandy Tarecone Mateus, Natália Pimentel Villar, Rayane Marques da Costa, Tereza Claudia Camargo, Adriana Maria Macedo, Maria Luiza De Barba

Apresentação: Este relato de experiência apresenta a vivência de acadêmicos de medicina da Universidade Estácio de Sá, durante as atividades práticas da disciplina Saúde da Família no terceiro período. A disciplina busca inserir precocemente o estudante no cenário de atuação profissional, visando garantir em sua formação o desenvolvimento de competências sociais e humanizadas, além de analisar e acompanhar ações cotidianas que estimule o levantamento de hipóteses na busca de alternativas e soluções possíveis para as questões profissionais, aparentemente ainda desconhecida. A vivência foi realizada durante o segundo semestre de 2019, na Clínica da Família Salles Neto, localizada próximo à comunidade do Fogueteiro, no bairro Rio Comprido, no município do Rio de Janeiro. A região é marcada por um contexto de alta vulnerabilidade social, principalmente relacionado à violência e às precárias condições de saneamento básico e moradia. Os estudantes de medicina acompanharam profissionais médicos e de enfermagem no atendimento aos usuários da Clínica da Família, realizando consultas individuais, atividades de grupo e visitas domiciliares. Dentre os atendimentos acompanhados, destacou-se o caso de um idoso de 84 anos, com história clínica pregressa de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus tipo II. A família ainda não estava cadastrada na unidade, e o usuário, acompanhado pela sobrinha, buscava atendimento por demanda espontânea, para tratamento de uma lesão cutânea em membro inferior com exposição de tendão, com aspecto infectado. Foi realizado o cadastramento do usuário na unidade e, após a avaliação clínica e realização dos primeiros cuidados, solicitou-se a internação hospitalar por meio de vaga zero. Durante a internação, o usuário apresentou complicações graves e de alta letalidade, sofrendo um infarto agudo do miocárdio. Após a alta hospitalar, o usuário foi acompanhado pela equipe multiprofissional da ESF, sendo avaliado o estado clínico, bem como os aspetos de natureza social, tais como: cuidados familiares, avaliação de moradia, aderência ao tratamento e condições de higiene e alto cuidado. Os cuidados com a ferida, bem como as orientações com relação a curativos foram realizados por ocasião das visitas domiciliares. Objetivo e método: Discutir as relações do caso apresentado com os determinantes de morbimortalidade por ausência de cuidados na atenção primária, bem como suas potencialidades para promoção e recuperação da saúde. Para tanto, foi realizada análise do caso, tendo como base o prontuário eletrônico do usuário, além de entrevista, visita domiciliar e análise socioeconômica. Discussão: Sabe-se que a hipertensão arterial sistêmica e o diabetes mellitus tipo II são causas importantes de morbimortalidade, além de causadores de incapacidade de afastamento do trabalho. Um dos importantes papeis da Estratégia Saúde da Família é a prevenção desses acometimentos, por meio de busca ativa, acompanhamento ambulatorial, promoção e educação em saúde. O motivo que levou o usuário a procurar a unidade de saúde demonstra complicações tardias do diabetes mellitus tipo II, estando associada a neuropatia e vasculopatia diabética, podendo-se, então, afirmar que o mesmo não foi alcançado pelas medidas preventivas e educacionais realizadas na atenção primária. A complicação ocorrida após a internação hospitalar o infarto agudo do miocárdio, enquadra-se também no painel de complicações do diabetes mellitus tipo II, bem como da hipertensão arterial sistêmica. A avaliação socioeconômica realizada na visita domiciliar, especificamente neste caso, permitiu avaliar que mesmo dispondo de uma residência em boas condições e de cuidados familiares, o usuário evoluiu com complicações de natureza grave e de potencial letalidade, demonstrando a complexidade do cuidado às doenças crônicas, evidenciando a importância da realização da busca ativa. É importante discutir também, além do cumprimento dos programas de prevenção e cuidados relacionados às doenças crônicas não transmissíveis, a necessidade da unidade de atenção primária dispor e cumprir os dispositivos de suporte para a linha de cuidado à saúde da pessoa idosa. Ademais, é possível ampliar a reflexão a cerca do paradoxo entre a falta de recurso do estado na estruturação de uma rede de atenção à saúde que garanta a eficiência na identificação e combate dos determinantes de morbimortalidade no nível de atenção primária por meio da promoção da saúde e prevenção de agravos, e a necessidade de uma quantidade muito maior de recursos econômicos para o tratamento das complicações das doenças crônicas no nível de atenção terciário. No caso em questão, os custos decorrentes da internação hospitalar e intervenção cirúrgica, além de suporte em terapia intensiva devido ao infarto agudo do miocárdio, obviamente superam em milhares de reais os custos com a prevenção, evidenciando que, diante de uma crise do estado, deveria ser ainda mais priorizada a destinação de recursos para a prevenção e os cuidados de atenção primaria, reduzindo assim os custos na atenção terciaria. Além disso, deve-se considerar o impacto econômico referente aos custos necessários para execução dos cuidados após a alta hospitalar, visto que, além dos deslocamentos da equipe multiprofissional até a casa do usuário, há também a utilização de insumos para realização de curativos complexos e demais necessidades. Considerações finais: O presente estudo leva à reflexão sobre às potencialidades do cuidado na Estratégia Saúde da Família, que se utiliza de diversas ferramentas, tais como a territorialização, a busca ativa, a visita domiciliar, as campanhas educacionais; e sua obstrução pelas mazelas inerentes à situação do estado, tais como a dificuldade de disponibilizar insumos e medicamentos, de implantar equipes de saúde da família, a ausência ou dificuldade para a realização de treinamento das referidas equipes, bem como, o dimensionamento inadequado com relação a extensão do território. A análise do caso apresentado e suas relações e desdobramentos congregam um conjunto de situações que permitem avaliar a necessidade de enfatizar junto às equipes de saúde da família a importância da busca ativa e a identificação das necessidades de cuidados dos indivíduos em cada território de atuação dos referidos programas, bem como a amplificação das ferramentas de promoção e prevenção, por meio de campanhas educacionais e suporte ambulatorial. É importante também utilizar esta avaliação como subsídio para fomentar discussão nos conselhos municipais de saúde e conselhos comunitários, a cerca da distribuição e aplicação de recursos na estruturação das redes de atenção à saúde e das dimensões do cuidado realizado no sistema de saúde local.