386: Saúde Bucal: tecnologias de cuidado
Debatedor: Mario Couto Neto
Data: 28/10/2020    Local: Sala 12 - Rodas de Conversa    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
6116 A SEGURANÇA DO PACIENTE NO CUIDADO ODONTOLÓGICO: PERCEPÇÃO DOS MODELOS ASSISTENCIAIS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Fernanda Hilgert Mallmann, Alexandre Favero Bulgarelli

A SEGURANÇA DO PACIENTE NO CUIDADO ODONTOLÓGICO: PERCEPÇÃO DOS MODELOS ASSISTENCIAIS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Autores: Fernanda Hilgert Mallmann, Alexandre Favero Bulgarelli

Apresentação: A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que todos os anos milhares de pessoas são acometidas por danos evitáveis causados por serviços de saúde inseguros. As consequências geram prejuízos nos resultados funcionais e clínicos dos pacientes, além da insatisfação dos pacientes e dos custos desnecessários gerados aos sistemas e serviços de saúde. A segurança do paciente pode ser definida como a redução, a um nível mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado à assistência em saúde. Os incidentes com danos gerados aos pacientes são conhecidos como Eventos Adversos (EA) que não estão relacionados com a evolução natural da doença de base. Diante da importância de uma assistência segura, este estudo tem como objetivo compreender o sentido da  segurança do paciente no cuidado odontológico no Sistema Único de Saúde (SUS) no município de Porto Alegre (RS). Trata-se de uma pesquisa transversal realizada por meio de um método misto [QUAN + qual]. Os participantes da pesquisa serão cirurgiões-dentistas do SUS atuantes na Atenção Primária à Saúde (APS), no Pronto Atendimento, nos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) e na rede hospitalar. A coleta de dados será composta por dois momentos distintos. O momento qualitativo será um desenho descritivo realizado por meio de entrevistas semiestruturadas, áudio gravadas, com os dentistas da APS que serão selecionados por sorteio. Nas entrevistas, que serão posteriormente transcritas e analisadas, serão registradas as conversas e as percepções dos cirurgiões-dentistas sobre a segurança do paciente no atendimento odontológico. O momento quantitativo será desenvolvido com a aplicação de um questionário online, via FormSUS, criado especialmente para esta pesquisa e destinado aos dentistas trabalhadores dos quatro modelos assistenciais do SUS. O conhecimento sobre a segurança do paciente em Odontologia ainda é muito recente, poucos estudos mostram como melhorar a segurança do paciente ou minimizar a ocorrência de EA. No Brasil poucas pesquisas estão direcionadas para a segurança do paciente no campo da Odontologia. Na APS não foram identificados, até o momento, trabalhos que relacionem a segurança do paciente com práticas odontológicas, sendo essencial identificar meios de prevenir ou minimizar os danos decorrentes do cuidado odontológico. A valorização do momento do atendimento odontológico é de extrema importância, pois o profissional atua de forma direta sob o paciente, investir em trabalhos, pesquisas e discussões sobre o tema da segurança do paciente pode gerar benefícios para os serviços de saúde, para o profissional, para o paciente e seus familiares.

6975 ESTATÍSTICAS PARA AVALIAR QUALIDADE E QUANTIDADE NO CENTRO DE ESPECIALIDADE ODONTOLÓGICAS DE QUEIMADOS, RJ: BARREIRAS E POSSÍVEIS ESTRATÉGIAS
Carla de Oliveira Pires da Silva, Tatianna Rosa Pereira

ESTATÍSTICAS PARA AVALIAR QUALIDADE E QUANTIDADE NO CENTRO DE ESPECIALIDADE ODONTOLÓGICAS DE QUEIMADOS, RJ: BARREIRAS E POSSÍVEIS ESTRATÉGIAS

Autores: Carla de Oliveira Pires da Silva, Tatianna Rosa Pereira

Apresentação: A periodontia é uma especialidade odontológica que trata e preserva os tecidos de suporte dentário (osso, cemento, gengiva e ligamento periodontal). Um dos principais objetivos dessa especialidade é a manutenção do elemento dentário, por isso ela se torna base para outras especialidades. Devido sua importância na saúde coletiva, o SUS oferta essa especialidade no Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), que se enquadra na atenção secundária. Em Queimados, na Baixada Fluminense, o CEO foi implementado no final de 2014, e em 2016 foi efetivada a contratação de Periodontista para exercer a função. A quantidade e qualidade do serviço prestado à população é um desafio e algumas barreiras podem ser listadas. Neste período o serviço foi interrompido devido manutenção das instalações, mudança de local e por desabastecimento de insumos. Em contrapartida, o absenteísmo e o abandono do tratamento é frequentemente alto. O objetivo deste trabalho é apresentar um relatório de acesso, frequência de absenteísmo e da aderência ao tratamento que influenciam diretamente na quantidade e qualidade do serviço prestado pelo setor de periodontia no CEO de Queimados. Para isso, foi realizado levantamento de dados em um estudo observacional transversal, por meio da coleta de dados da agenda de pacientes no período de 2016 (parcial), 2018 e 2019. A extração e inclusão dos dados foi realizada singularmente no Google Sheets. Os resultados apontam o acesso de 292 usuários ao longo dos anos de 2016, 2018 e 2019, totalizando 903 horários agendados no período. As interrupções da assistência ou não preenchimento da agenda varia entre os anos de 2016, 2018 e 2019, respectivamente 14%, 48% e 12%. O absenteísmo dos usuários, nos mesmos anos citados, foi respectivamente de 20%, 30% e 35%. E a taxa de consultas avulsas, o que representa tratamentos simples ou sem aderência ao tratamento, foram de 39%, 55% e 50% no período avaliado. A interrupção da assistência é multifatorial e pode ser devido problemas estruturais, de gestão e financeiros. E esses dados apresentam algumas consequências, como a utilização imprópria da agenda assistencial, com subutilização de recursos humanos. A fragmentação da assistência também impacta na descontinuidade de tratamentos e abandono pelos munícipes, e influencia no descarte de verba pública devido à ineficácia do tratamento realizado e posterior retrabalho. A melhoria da assistência em saúde, tanto em qualidade quanto em quantidade, permeia diferentes áreas, incluindo diferentes níveis de gestão, acesso, recursos humanos e papel cidadão. Possíveis estratégias de enfrentamento podem prever a capacitação de recursos humanos a nível de gestão, para melhor tomada de decisão; otimizar o sistema de referência, a fim de minimizar agenda ociosa; cuidar da disponibilidade de insumos; ofertar meios para alfabetização cidadã dos munícipes.

7057 A PRODUÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE BUCAL: A EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA NO TERRITÓRIO DE TEFÉ/AM
Mayana Barbosa Barbosa da Silva Queiroz, Francisca Silmara Amorim de Lima, Jéssica Késia Santos de Andrade, Elizete Souza Azevedo, Maria Adriana Moreira, Josiane de Souza Medeiros, Maria de Nazaré do Nascimento, Júlio Cesar Schweickardt

A PRODUÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE BUCAL: A EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA NO TERRITÓRIO DE TEFÉ/AM

Autores: Mayana Barbosa Barbosa da Silva Queiroz, Francisca Silmara Amorim de Lima, Jéssica Késia Santos de Andrade, Elizete Souza Azevedo, Maria Adriana Moreira, Josiane de Souza Medeiros, Maria de Nazaré do Nascimento, Júlio Cesar Schweickardt

Apresentação: O resumo visa apresentar o cuidado com a saúde bucal de estudantes de escolas públicas do município de Tefé (AM) por meio do Programa Saúde na Escola (PSE). O PSE é uma política proposta pelo Ministério da Saúde que visa promover a educação em saúde, por meio de palestras que abrangem vários temas como, por exemplo, a saúde bucal. Dentre as ações do PSE, no que se refere a saúde bucal temos a avaliação, educação em saúde, escovação supervisionada e aplicação de flúor. O referido programa foi idealizado a partir da necessidade das Secretárias de Saúde e Educação atuarem conjuntamente junto aos estudantes regulamente matriculado na rede pública de ensino. Dessa forma o espaço escolar torna-se um lugar privilegiado e de grande potência para trabalharmos a saúde bucal de maneira ampliada, tendo em vista que a criança passa parte de seu dia e de sua infância inserida no ambiente escolar, dividindo e adquirindo novos conhecimentos. Tefé é um município do Estado do Amazonas que conta com 16 escolas estaduais, destas, 14 estão na área urbana e 2 em área ribeirinha. Na rede municipal, temos 16 escolas na área urbana e 72 na ribeirinha, totalizando 104 escolas distribuídas no território do município de Tefé, onde estão matriculados 25.113 estudantes e participantes do Programa Saúde na Escola (PSE), dados estes referentes a 2019, tendo em vista que muda o quantitativo a cada ano letivo. Esse programa foi implantado no município desde 26 de junho de 2017, onde vem sendo executado ate o presente momento.  Desenvolvimento: Em Tefé, as equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF), cirurgiões dentistas e Técnicos em Saúde Bucal (TSB) vinculados a equipe juntamente com os professores desenvolvem as atividades que são propostas pelo PSE voltadas para a saúde bucal da comunidade escolar tanto na sede do município quanto nas comunidades ribeirinhas, com a intenção de desenvolver hábitos saudáveis, para prevenção da doença cárie e monitoramento dessas crianças quanto à saúde bucal. Durante as atividades do PSE nas escolas do município de Tefé, as equipes de saúde bucal realizam atividades de educação em saúde com temas voltados a saúde bucal, avaliação da cavidade bucal, para um posterior tratamento, escovação supervisionada e aplicação de bochecho fluorado. Desde 26 de junho de 2017 a Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) juntamente com a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) vem realizando essas atividades de promoção e prevenção, como também a parte de atendimento ambulatorial onde essas crianças, após, serem avaliadas pelo cirurgião dentista e detectadas a necessidade de tratamento, são encaminhadas às Unidades Básicas de Saúde (UBS) mais próximas de sua residência para que assim, as mesmas possam receber o tratamento adequado. Em meados de maio de 2019, com a capacitação de profissionais da Odontologia como Cirurgiões Dentistas e Técnicos em Saúde Bucal, a SEMSA deu início ao processo de implantação da Ficha de Monitoramento de Escovação Supervisionada Diária (FMESD), onde constam informações quanto ao nome da criança, nome da escola, da professora, do(a) Cirurgião(ã) Dentista e TSB, o quantitativo de alunos que realizaram a escovação e  suas respectivas datas, com o propósito de intensificar a sensibilização por hábitos saudáveis junto aos estudantes. No período de 3 em 3 meses os cirurgiões dentistas responsáveis por determinadas escolas, entregam escovas e creme dental, orientam a professora para que esta após o lanche realize junto a escovação supervisionada dos alunos, e anotem cada escovação na Ficha de Monitoramento de Escovação Supervisionada Diária (FMESD), ficha essa que é entregue a cada professor(a) no inicio de cada mês, sendo recolhida todo final de mês pelo Técnico em Saúde Bucal, onde o cirurgião dentista vai fazer a análise para ver quantas crianças realizaram a escovação, essa prática se estende a todas a escolas das áreas urbana e ribeirinhas, sendo acompanhadas pelos Cirurgiões Dentistas e Técnicos em Saúde Bucal, os mesmos das equipes que atendem abrangência de cada escola. O modo de fazer saúde na cidade de Tefé e nas comunidades ribeirinhas apresentam singularidades que necessitam das equipes modelagens diferenciadas de conduzir o PSE. Para a área ribeirinha, as equipes fazem arranjos em seus processos de trabalho levando em conta principalmente o dinamismo dos ciclos dos rios (enchente, cheia, vazante e seca), como o tipo de transporte para cada período do rio, a quantidade de materiais, o calendário escolar diferenciado, o tempo de retorno para entrega e recolhimento das escovas e das fichas de monitoramento. Já na área urbana o processo de trabalho se difere, pois, devido a facilidade de acesso, a equipe pode voltar com mais frequência nas escolas para esse acompanhamento. Resultado: O PSE da maneira como está sendo desenvolvido tem proporcionado impactos positivos no cuidado com a saúde bucal dos estudantes. Após a utilização da Ficha de Monitoramento de Escovação Supervisionada Diária (FMESD) com a supervisão, cuidado e interesse por parte dos Dentistas e Técnicos em Saúde Bucal observou-se que muitas crianças desenvolveram o hábito de escovar os dentes tanto na escola como reforçaram essa prática em casa junto a seus familiares. Podemos destacar no decorrer da experiência a importância das professoras como agentes facilitadoras ativas no cuidado dos estudantes conforme as atividades do PSE iam sendo ampliada. Considerações finais: Nesse sentido, destacamos ser de grande importância desenvolver e praticar ações que contemplem prevenção, promoção e atenção à saúde da comunidade escolar, levando sempre em consideração o tempo e o acolhimento do aprendizado. Destacamos que a saúde de inicia pela boca e com isso precisamos incentivar mas atividades em saúde bucal, para que possamos ter em futuro a baixa de cárie dentária. Esperamos que a experiência com o PSE possa fomentar coletivamente o diálogo na construção de novas intervenções conjuntas para a garantia de políticas públicas para esse segmento levando em consideração a importâncias do cuidado em Saúde Bucal Palavra chave: Educação em Saúde; Saúde Bucal; Saúde na Escola.

8541 ODONTOLOGIA E SAÚDE MENTAL: PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR A PACIENTE ADOLESCENTE VÍTIMA DE BULLYING NA ESCOLA DA ZONA RURAL
Pedro Henrique Santos Vitoriano, Jessica Quirino Medeiros, Ana Carolina Xavier Esteves, Renata Musa Lacerda, Yo Hwa Farias Da Cunha

ODONTOLOGIA E SAÚDE MENTAL: PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR A PACIENTE ADOLESCENTE VÍTIMA DE BULLYING NA ESCOLA DA ZONA RURAL

Autores: Pedro Henrique Santos Vitoriano, Jessica Quirino Medeiros, Ana Carolina Xavier Esteves, Renata Musa Lacerda, Yo Hwa Farias Da Cunha

Apresentação: A escola desempenha um importante papel na formação do indivíduo, fazendo parte do seu processo contínuo de educação e desenvolvendo diversas atividades de participação. No âmbito escolar, um dos tipos de violência praticada é a intimidação sistemática, também conhecida como bullying, caracterizada como um ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por um indivíduo ou grupo contra uma ou mais pessoas. Os determinantes sociais podem repercutir na saúde bucal da população da zona rural, os problemas mais comuns são decorrentes da má higienização que gera mau hálito, cárie e doença periodontal, desta forma o indivíduo fica propenso a sofrer insultos e humilhações afetando assim sua saúde mental. A presença do dentista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família com ênfase em saúde da população do campo da FIOCRUZ – Brasília, permitiu melhorias na saúde bucal de um adolescente vítima de bullying por meio de um Projeto terapêutico singular. A equipe da UBS 17 Jardim do Morumbi localizada em Planaltina (DF), identificou o caso e em conjunto definiu as metas. O usuário R. S., sexo masculino, 17 anos, cursando o ensino fundamental e morador do núcleo Rural Quintas do Vale Verde, sofre devido ao comprometimento de sua condição bucal, que apresentam cáries profundas em todos os dentes superiores. Foi então elaborado um protocolo de atendimento. A opção para tratamento de canal foi descartada devido a extensa destruição de esmalte e dentina, logo, a exodontia foi o procedimento de escolha. No total, foram 14 dentes superiores extraídos com intervalos de quinze dias para cada sextante. Já na inferior, 2 dentes também foram removidos e os demais restaurados com resina composta. Todos os atendimentos se deu em 3 meses respeitando o processo de cicatrização. É importante saber que a ausência de um ou mais dentes na arcada dentária não causa apenas problemas estéticos, esse quadro pode prejudicar a mastigação e até a deglutição. Neste sentido, é necessária uma prótese total (PT). O governo do Distrito Federal não oferece os serviços dos Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias (LRPD). Diante disso, o dentista responsável juntamente com os demais da equipe de saúde da família se mobilizaram e organizou uma rifa beneficente, o valor arrecadado serviu para a compra da PT. O tratamento foi concluído em meados de janeiro de 2020 e o paciente satisfeito com o resultado. Mas ainda em acompanhamento para verificação de sua adaptação com a prótese, além de ser encaminhado para a psicóloga e o médico de família e comunidade. Por fim, e diante do exposto, a maioria dos Problemas de saúde mental tem levado pessoas a atitudes extremas como o suicídio. Poder contribuir na vida dos usuários restabelecendo as funções bucais principalmente a estética gera um sentimento de dever cumprido. E tudo isso só foi possível devido ao Projeto Terapêutico singular em parceria com o paciente, demonstrando assim a importância de uma equipe multiprofissional na atenção básica.

9251 O PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA (PSE): UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA UNIDADE ESCOLAR MUNICIPAL DE MANAUS-AM
Silvane e Silva Evangelista, André Luís e Silva Evangelista

O PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA (PSE): UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA UNIDADE ESCOLAR MUNICIPAL DE MANAUS-AM

Autores: Silvane e Silva Evangelista, André Luís e Silva Evangelista

Apresentação: O Programa Saúde na Escola (PSE) é uma medida do Ministério da Educação que visa integrar e articular a saúde e a educação da população brasileira inserida na educação básica como estudante ou profissional além da inserida na Educação de Jovens e Adultos (EJA), por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde. Dentre os objetivos do PSE estão: promover a saúde e a cultura da paz, articular as ações do Sistema Único de Saúde (SUS) às ações das redes de educação básica pública, contribuir para a constituição de condições para a formação integral de educandos; contribuir para a construção de sistema de atenção social, fortalecer o enfrentamento das vulnerabilidades, promover a comunicação entre escolas e unidades de saúde, e fortalecer a participação comunitária nas políticas de educação básica e saúde. O programa possibilita a intersetorialidade entre a escola e a equipe de saúde da família, possibilitando criar o vínculo e uma agenda de ações compartilhadas entre os envolvidos. Assim o objetivo deste trabalho propõe-se a apresentar e analisar as ações do PSE desenvolvidas pelas equipes de educação e de saúde da família no ano de 2019 em uma escola municipal de Manaus. Desenvolvimento: O presente estudo é caracterizado como sendo exploratório e descritivo, do tipo relato de experiência, a partir das práticas vivenciadas por profissional da saúde inserida na escola e um acadêmico de medicina mediante a realização de estágio. As atividades do PSE foram desenvolvidas pela equipe da UBSF- S46 juntamente com a dentista e demais funcionários da escola, através de visitas a escola, desenvolvendo as fases de planejamento, execução e avaliação do processo, no período de julho a dezembro de 2019. A etapa de planejamento foi realizada pela dentista da escola e depois pactuada em uma reunião com a enfermeira da equipe, onde foram definidas as 12 ações que foram pensadas envolvendo práticas educativas e preventivas sobre saúde oral, sexualidade, alimentação saudável, cuidados com o corpo, fases do desenvolvimento humano, além da ação de pesagem, medição da estatura e verificação de pressão arterial identificando potenciais problemas na saúde dos escolares, com data, local, horário e programação do PSE na escola. Posteriormente, houve uma reunião com a gestora da escola para apresentar o calendário pactuado, confirmar data, local, horário e programação, solicitar quantitativo de alunos matriculados do ensino fundamental II e reforçar a necessidade dos alunos trazerem cartão SUS, pois estes seriam necessários para a avaliação do PSE. Foram marcadas duas reuniões (turno matutino e vespertino) para esclarecer aos pais quais as atividades que seriam realizadas e solicitar a colaboração dos mesmos. Os alunos receberam avisos a fim de informá-los sobre as ações que seriam realizadas, além da necessidade de levar os documentos preconizados pelo PSE. Esses avisos foram entregues à gestora da escola para serem distribuídos aos alunos. O público-alvo das ações do PSE realizadas foram 349 adolescentes do Ensino Fundamental II. Resultado: aliando saberes de diversas áreas do conhecimento para garantir a integralidade do trabalho em saúde, a multidisciplinaridade busca novos modos de cuidar, de organizar e operacionalizar a gestão do cuidado. A integralidade, como princípio da política de saúde, remete à compreensão de que os fatores que interferem na saúde da criança são amplos e perpassam também por outros setores. Portanto, adquirir conhecimento prático na área da saúde dos escolares, obtendo assim, maior compreensão do ambiente escolar, de sua estrutura institucional e das possibilidades de intervenção e contribuição para a melhoria das relações que compõem o processo de ensino-aprendizagem e de cuidados pessoais de higiene, saúde e bem-estar, além de obter experiências frente aos desafios e às intervenções feitas tanto a nível grupal quanto individual com esses indivíduos. A ação odontológica teve o maior número de participantes nas atividades, muito provavelmente pela motivação da dentista da escola e o seu vínculo com os estudantes  Os estudantes se mostraram interessados e bastante participativos em todas as atividades realizadas contribuindo de forma excepcional na execução das ações e nos motivando a continuar essa árdua trajetória com entusiasmo.  Avaliando as ações executadas pode-se verificar que infelizmente não houve uma participação dos responsáveis dos escolares de forma efetiva nas ações do programa, apresentando-se em número insignificante nas reuniões e convocações. Na etapa de avaliação percebeu-se que houveram limites nas ações como: o pequeno número de retorno do cartão do SUS solicitado, baixo número de participantes do exame de pele e pequeno envolvimento dos funcionários da escola nas ações pactuadas. Identificou-se também a necessidade da equipe continuar o processo do PSE, realizando as ações do componente II (promoção e prevenção à saúde) e componente III (formação de grupos) para alcançar todos os objetivos do programa no ano de 2020. Resultado: A participação e integração das equipes demonstram o fortalecimento da pactuação e o apoio dos familiares em reuniões temáticas, que também atuam como promotoras de saúde local. É perceptível que a viabilidade e pertinência da proposta, que se mantém desde 2014, decorrem da capacidade de ampliar a visão sobre suas práticas e educação escolar, tornando-a instrumento para educação permanente dos atores sociais envolvidos. Vale ressaltar também que, durante a realização das atividades na UBSF em questão, não se constatou o engajamento dos profissionais da equipe de saúde, havia sempre uma única técnica de enfermagem inserida nas ações, e nem da escola, não havendo parceria desenvolvida. Esta experiência no PSE mostrou que a sustentabilidade e qualidade deste trabalho dependem de todos os participantes envolvidos. Para obter resultados positivos na realização das ações, faz-se necessário maior envolvimento da equipe de saúde, da equipe da escola e demais participantes, e da efetiva participação da secretaria municipal de educação que em muitos momentos não foi capaz de orientar de maneira plena a condução deste programa. Entende-se que o PSE não deve ser algo pontual, mas sim ações sistemáticas que visam aproximar os escolares à saúde pública, proporcionando qualidade de vida para os assistidos.

9256 A ATUAÇÃO ODONTOLÓGICA EM UMA PERSPECTIVA DE PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE BUCAL DE USUÁRIOS DE CRACK INSERIDOS NO PROGRAMA ATITUDE/PE
Grasiele Fretta Fernandes, Jéssica Maria Santos Lima, Samara Silva Neves de Sá, Gilberto Apolonio de Souza Júnior

A ATUAÇÃO ODONTOLÓGICA EM UMA PERSPECTIVA DE PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE BUCAL DE USUÁRIOS DE CRACK INSERIDOS NO PROGRAMA ATITUDE/PE

Autores: Grasiele Fretta Fernandes, Jéssica Maria Santos Lima, Samara Silva Neves de Sá, Gilberto Apolonio de Souza Júnior

Apresentação: Área temática: EIXO 2 – Trabalho:Apresentação: O trabalho explana uma problemática de saúde pública da atualidade relacionada ao consumo abusivo de crack por uma parcela da população brasileira, e a importância da atuação odontológica frente às alterações orais relacionadas. Sendo o crack considerado uma droga ilícita, derivada da cocaína, a qual provoca uma rápida dependência química, o objetivo deste estudo será voltado às experiências inovadoras na execução da promoção e assistência à saúde a esses usuários, analisando a atuação do cirurgião dentista na política de redução de danos, com o propósito de diagnosticar as alterações bucais elementares características desses pacientes, os quais serão avaliados no Programa ATITUDE/PE, em conjunto com a equipe multiprofissional atuante. Sabe-se que o crack pode ser utilizado em cachimbos, tubos ou latas de alumínio, havendo uma transformação deste produto sólido em substância líquida e em seguida vapor quente, contendo, este, substâncias desencadeadoras de intoxicação cerebral as quais ocasionam, nestes usuários, uma menor sensibilidade aos traumas térmicos. Dessa forma, provocam queimaduras características no lábio inferior, as quais são as causas iniciais mais comuns para o desenvolvimento de lesões potencialmente malignas, sendo outro fator de prejuízo à saúde do indivíduo. Por ser de fácil acesso e baixo custo, é uma das drogas preferenciais na atualidade, em que pode ser observada uma predominância maior entre homens negros, pobres e periféricos, caracterizados pela sociedade como uma minoria os quais se inserem em problemáticas sociais como roubo, prostituição e outros tipos de violência, para custear o vício. Percebe-se nestes cidadãos a falta de motivação para exercer atividades básicas do cotidiano, como uma consequência de redução da capacidade cognitiva, isolamento da sociedade, marginalização, desgaste físico e emocional, atrelados ao desenvolvimento de transtornos de ansiedade e depressão, os quais são umas das doenças de maior prevalência atual. Nessa perspectiva, é fundamental uma atuação multidisciplinar de apoio aos usuários, sabendo que o cirurgião dentista geralmente é o primeiro profissional a identificar os danos causados, devido aos acometimentos na cavidade oral, como os tipos de gengivites, laceração gengival, perda óssea, como também o aumento no índice de cárie e perda dentária, bruxismo, xerostomia e as demais variações de lesões, como as causadas pela candidíase. Desenvolvimento: o método de estudo propõe-se a inserir o cirurgião dentista em casas de apoio do Programa ATITUDE, no município de Caruaru localizado no agreste do Estado de Pernambuco. Previamente será realizada pesquisa de campo com o objetivo de estudar, de forma ampla, as possíveis alterações orais ocasionadas pelo consumo abusivo de crack, entendendo a sua abrangência, severidade e impacto na saúde bucal, já que ainda há poucos estudos disponíveis em que se investigam as implicações dessa droga na saúde bucal destes indivíduos e a atuação do cirurgião dentista nesse meio. O Programa ATITUDE é coordenado pela Secretaria de Políticas de Prevenção às Drogas (SPPD) do Estado de Pernambuco por meio da Executiva de Políticas sobre drogas, o qual agrega um conjunto de serviços para dar assistência, de forma integral, aos cidadãos vulneráveis e ameaçados pelo tráfico de drogas, exercendo também ações relativas à cuidados primários na perspectiva de reinserção destes usuários no convívio familiar, através do auxílio de outros profissionais da saúde. Serão utilizados dados primários relativos às lesões orais mais prevalentes, assim como o grau de necessidade para atendimento odontológico, e a ideal forma terapêutica para cada caso. Sabe-se que a falta de cuidados com a higiene oral, principalmente relacionada a problemas psíquicos decorrentes do vício dos usuários e a consequente desmotivação, em conjunto dos danos provocadas pelo calor gerado pelo fumo, são as principais causas dos acometimentos observados na cavidade bucal dessa população. Sendo assim, serão observados os impactos negativos que o uso abusivo de crack causa na saúde bucal desses indivíduos, propondo-se que o cirurgião dentista atue na política ou equipe de redução de danos, na tentativa de amenizar ou estabilizar os possíveis riscos, em uma perspectiva de melhora da qualidade de vida e resgate da autoestima dessa parcela populacional. Resultado: Os indivíduos usuários de drogas pertencem a um grupo que apresentam alterações bucais constantes, desaparecendo com o fim do uso, seja qual for a substância e tratamento. O uso abusivo ocasiona lesões, devido ao contato direto das substâncias tóxica com a mucosa oral, provocando mudanças significativas nas células epiteliais. Devido a essas consequências, observa-se a necessidade de se obter um cirurgião dentista na política de redução de danos, a fim de estabelecer a possibilidade de tratamento e acompanhamento permanente desses usuários. Portanto, a proposta é entender os fatores de riscos e a forma de proteção para diminuir a vulnerabilidade desses indivíduos, melhorando a qualidade de vida, reforçando a conscientização da higiene oral, amenizando o alto índice de cárie, doenças periodontais e os avanços das lesões. Esperam-se resultados positivos aumentando a produção de saúde alternativa, em caráter sistemático, pautada na lógica de proporcionar na vida desta população cuidados humanizados, contribuindo para evidenciação da necessidade de se garantir políticas públicas com informações consistentes, na perspectiva de ampliar a forma de abordagem e cuidados paliativos para que esses indivíduos sejam tratados com equidade, contribuindo  assim com o processo de reinserção social. Considerações finais: tendo em vista a realidade social brasileira sobre o consumo de crack, em conjunto aos agravos e danos à saúde oral, é de fundamental importância a atuação de estudantes de odontologia e profissionais da área, para que seja possível a observação dos acometimentos psicológicos, sociais e físicos causados pelo uso abusivo da droga. Essas consequências agem em conformidade para o aumento da violência, marginalização e rompimento dos laços afetivos. Dessa forma, busca-se uma inserção dos cirurgiões dentistas na redução de danos, planejando uma terapêutica efetiva sobre as implicações orais, sem negligenciar os distúrbios de origem mental, buscando assim um atendimento integral, equitativo e justo, com a inclusão de uma equipe multidisciplinar. Dessa forma, a responsabilidade do profissional odontólogo é de promover a saúde em seu sentido mais amplo, estendendo-se, também, à orientação e identificação dos pacientes sobre os riscos e as consequências do uso da droga, encaminhando-os para serviços de atendimento a dependentes químicos, com a função primordial de promover uma melhor qualidade de vida para esta população.

9424 CASUÍSTICA DA CLÍNICA DE ESTOMATOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E SOCIOESPACIAL
Márcia Maria de Sousa, Bruna Lúcio Oliveira Barbosa, Giovanna Duarte Alves, Giovanna Vanini de Souza Amorim Ribeiro, Guilherme Braga Alves, Moisés Willian Aparecido Gonçalves, Cássio Roberto Rocha dos Santos, Ana Terezinha Marques Mesquita

CASUÍSTICA DA CLÍNICA DE ESTOMATOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E SOCIOESPACIAL

Autores: Márcia Maria de Sousa, Bruna Lúcio Oliveira Barbosa, Giovanna Duarte Alves, Giovanna Vanini de Souza Amorim Ribeiro, Guilherme Braga Alves, Moisés Willian Aparecido Gonçalves, Cássio Roberto Rocha dos Santos, Ana Terezinha Marques Mesquita

Apresentação: O conhecimento das condições de saúde, doença e as necessidades de tratamento de uma população, são importantes para possibilitar a melhor atuação prática dos profissionais e o planejamento de métodos de prevenção. O objetivo do presente estudo foi realizar um levantamento epidemiológico e socioespacial dos pacientes atendidos na Clínica de Estomatologia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), visando identificar as áreas de maior vulnerabilidade, a distribuição e a severidade das principais doenças bucais e, assim, verificar a necessidade de ações de promoção de saúde e prevenção de doenças, bem como a natureza e a urgência das intervenções em saúde bucal. Trata-se de um estudo observacional retrospectivo dos prontuários clínicos dos pacientes atendidos na Clínica de Estomatologia da UFVJM no período de 1994 a 2018. Os dados coletados incluíram: idade, gênero, localização da lesão, diagnóstico, tratamento realizado e endereço de residência do paciente. O geoprocessamento e a proporção de patologias encontradas por município foram realizados por um profissional especialista em Geografia, no qual os endereços de residência dos pacientes atendidos foram processados no pacote estatístico QGIS® para Windows®. Foram incluídos no estudo prontuários de 3551 pacientes, procedentes de 85 municípios, sendo a maioria mulheres (62,1%), com média de idade de 40,42 anos. As maiores frequências de atendimento foram observadas em pacientes procedentes de Diamantina (n =2018; 56,86%), seguida de Gouveia (n=147; 4,13%), Presidente Kubitschek (n=99; 2,78%), Serro (n=92; 2,59%) e Felício dos Santos (n=85; 2,39%). Foram encontrados casos de: infecções/inflamações; processos proliferativos não neoplásicos (PPNN); lesões pigmentadas; doenças de glândulas salivares; desordens orais potencialmente malignas (DOPM)/neoplasias malignas; doenças dermatológicas e/ou auto imunes; cistos e tumores da região maxilofacial; traumas; neoplasias benignas; variações da normalidade; doenças ósseas; disfunções temporomandibulares (DTM); síndromes/anomalias do desenvolvimento; e outras doenças. Os quatro grupos de patologias que apresentaram maiores proporções por município foram: infecções/inflamações (n=27; 69%), doenças de glândulas salivares (n=8; 20,51%), PPNN (n=20; 51,3%) e DOPM/neoplasias malignas (n=13; 33,3%). A maioria dos municípios de origem dos pacientes atendidos apresentou médio IDH. Este estudo contribuiu para a identificação das áreas de maior vulnerabilidade, distribuição e severidade das principais doenças e condições bucais, evidenciando a necessidade de um efetivo planejamento estratégico em saúde no Vale do Jequitinhonha. Além disso, ressalta a importância do serviço de Estomatologia para a região.

9646 PERDA DENTÁRIA PRECOCE EM CRIANÇAS: SINGULARIDADES DE UM CORPO MARCADO NA CONSTRUÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE
Fernando Valentim Bitencourt, Jonas de Almeida Rodrigues, Gabriel Brazil, Ramona Fernanda Ceriotti Toassi

PERDA DENTÁRIA PRECOCE EM CRIANÇAS: SINGULARIDADES DE UM CORPO MARCADO NA CONSTRUÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE

Autores: Fernando Valentim Bitencourt, Jonas de Almeida Rodrigues, Gabriel Brazil, Ramona Fernanda Ceriotti Toassi

Apresentação: Temas voltados à integralidade do cuidado, humanização e singularidade e concepções do sujeito na construção do cuidado em saúde vem ganhando cada vez mais atenção nas discussões no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e das Instituições de Ensino Superior. Neste contexto, estudar experiências de perda dentária em diferentes populações e faixas etárias justifica-se por ser um fenômeno que pode afetar a qualidade de vida das pessoas, trazendo um contexto de vulnerabilidades e desigualdades. Em crianças, a perda dentária caracteriza-se como um problema quando esta perda acontece antes do processo de esfoliação natural do dente. As experiências de perda dentária precoce são expressas tanto por impactos físicos (perda precoce de um dente decíduo como a má-oclusão, retardo ou aceleração da erupção do dente permanente tendo relação com a fonética e função mastigatória) quanto psicossociais e emocionais, podendo afetar a vida de crianças e famílias. Apesar da relevância científica e clínica do tema, a perda dentária precoce, em crianças, tem sido pouco abordada na literatura. Os estudos que abordam esse tema, em sua maioria, voltam-se à análise deste fenômeno em adultos e idosos. Entendendo a necessidade do fortalecimento de evidências que possam estabelecer a relação entre perda dentária precoce durante a infância e qualidade de vida, esta pesquisa teve o objetivo de analisar o significado da experiência da perda precoce de dentes decíduos na vida de crianças e suas famílias, a partir da percepção de seus cuidadores. Tal compreensão pode orientar os profissionais da saúde bucal no manejo de crianças e suas famílias, ao entenderem melhor sua condição e adaptação. A metodologia utilizada buscou fundamentos nos preceitos da pesquisa qualitativa, caracterizando-se como um estudo de caso. A perspectiva teórico-metodológica seguiu o enfoque da fenomenologia, centrada na experiência vivenciada da perda dentária decídua precoce enquanto expressão histórico-cultural de um grupo social. Os participantes foram cuidadores de crianças atendidas nas Clínicas Infanto-Juvenil e de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (mãe, pai ou cuidador responsável que estava acompanhando a criança no momento da consulta odontológica). As crianças deveriam ter até 12 anos e apresentarem perda precoce de pelo menos um dente decíduo. A perda dentária foi identificada por meio da análise dos prontuários odontológicos (critérios de análise: registro da ausência dentária e o exame radiográfico). A perda precoce de dentes decíduos se caracterizou pela ausência de um elemento dentário decíduo antes do seu processo de esfoliação natural. Tal ausência ocorreu por duas razões principais – a cárie que levou à extração e o traumatismo dental. Foram excluídos os prontuários de crianças cuja idade foi superior a 12 anos ou os prontuários que apresentaram informações inconsistentes, de difícil compreensão, bem como aqueles em que o exame clínico odontológico não estava completo. A consulta aos prontuários foi realizada pelo autor principal desta pesquisa e aconteceu na própria Universidade. As informações coletadas nos prontuários tiveram a garantia do sigilo que assegurou a privacidade dos sujeitos quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa, o que inclui sua identidade. A partir dessa identificação, entrevistas individuais foram realizadas com o cuidador principal das crianças, seguindo um roteiro semiestruturado, construído a partir do referencial da perspectiva teórica da fenomenologia, buscando os significados atribuídos à experiência da perda dentária, na perspectiva dos cuidadores. As entrevistas foram realizadas por um único pesquisador, com experiência em pesquisa qualitativa, gravadas em equipamento de áudio e posteriormente transcritas. O tempo de duração de cada entrevista foi de cerca de 40 minutos. A amostra foi intencional seguindo critérios de inclusão e exclusão. O encerramento das entrevistas foi determinado pelo critério da saturação e pela densidade do material textual produzido. Este material textual foi interpretado por meio da análise de conteúdo proposta por Bardin (gerando temas e categorias emergentes), sendo apoiada pelo software ATLAS.ti (Visual Qualitative Data Analysis). O estudo teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade participante da pesquisa (Parecer 1.652.310). Participaram das entrevistas 55 cuidadores de crianças que acessaram o serviço odontológico na Universidade em estudo e que estavam em tratamento odontológico. A maior parte dos cuidadores eram mulheres (81,8%), mães (69,1%), adultas (65,5%), cujas crianças tiveram experiências de perda dentária precoce de pelo menos um elemento dentário (56,4%), com idade entre 5 a 10 anos (87,2%), do sexo masculino (65,5%). A perda esteve relacionada principalmente com cárie dentária (80%). As categorias emergentes da análise do material textual produzido a partir das entrevistas trataram do significado da perda dentária precoce para a vida das crianças; das marcas de uma experiência que extrapola um corpo e afeta famílias; do desafio da integralidade do cuidado à saúde bucal em um corpo marcado pela perda de dentes. Os resultados mostraram que nesse grupo social as experiências da perda dentária precoce foram marcadas por vulnerabilidades expressas em limitações na mastigação, fala, aparência e convívio social com outras crianças. Tais problemas não apareceram de modo isolado, mas sim associados, afetando a vida das crianças e de suas famílias. O fato da criança não ter dentes trouxe ao seu corpo uma marca possível de gerar situações estigmatizantes para essa criança. Quando a perda dentária foi associada a dentes cariados que provocavam dor e sofrimento, os cuidadores a perceberam como um evento ‘normal’, já que os dentes permanentes ocupariam o espaço dos ‘dentes de leite’ perdidos, que trouxe alívio para a vida das crianças e suas famílias. Os cuidadores destacam o desafio da integralidade do cuidado em saúde bucal pelo SUS e a necessidade de buscar por tratamentos em serviços universitários e/ou em serviços privados. O fenômeno da perda dentária estudado em crianças, a partir de uma perspectiva qualitativa, pode orientar os profissionais da saúde no manejo de crianças e suas famílias, permitindo, a partir da perspectiva dos cuidadores a análise e compreensão do significado da boca e da perda de dentes na qualidade de vida das crianças. São pesquisas com potencial para qualificar tanto as práticas de cuidado quanto as de ensino na saúde. A rede de cuidados em saúde bucal no SUS, para crianças, precisa ser ampliada, integrada e resolutiva.

10280 PREVENÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA DO CÂNCER DE BOCA NO ESTADO DO PARÁ: ANÁLISE DESCRITIVA DOS DADOS DO PMAQ-AB
Liliane Silva do Nascimento, Márcio Vinicius de Gouveia Affonso, Priscila Teixeira da Silva, Russell Santiago Correa, Ingrid Amanajás de Oliveira, Thais de Moraes Souza, Lucas Oliveira da Silva

PREVENÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA DO CÂNCER DE BOCA NO ESTADO DO PARÁ: ANÁLISE DESCRITIVA DOS DADOS DO PMAQ-AB

Autores: Liliane Silva do Nascimento, Márcio Vinicius de Gouveia Affonso, Priscila Teixeira da Silva, Russell Santiago Correa, Ingrid Amanajás de Oliveira, Thais de Moraes Souza, Lucas Oliveira da Silva

Apresentação: De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCa), o câncer de boca é uma neoplasia que afeta lábios e algumas estruturas da boca, como gengivas, mucosa jugal, palato duro, língua (principalmente as bordas) e o assoalho bucal. É uma doença crônica multifatorial resultante da interação entre fatores extrínsecos e intrínsecos ao indivíduo e também um problema de saúde pública no mundo, devido suas altas taxas de morbimortalidade e incidência, que não melhoram consideravelmente ao longo de algumas décadas, a duração do tratamento e os custos hospitalares envolvidos. Estimativas indicam que ao final de 2020, 185.821 indivíduos no mundo morrerão em decorrência do câncer de lábio e cavidade oral. Para 2040, o número estimado é de 275.164 mortes. No Brasil, dados preliminares do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) apontam que, desde 2015 até o ano de 2019, 36.289 pessoas morreram em decorrência de neoplasias malignas de lábio, cavidade oral e faringe. Em 2018, esta foi a quinta neoplasia maligna que mais acometeu homens, com exceção do câncer de pele não melanoma. Nas mulheres, este câncer foi o décimo segundo mais frequente. Na região norte, as neoplasias malignas de lábio, cavidade oral e faringe são responsáveis por cerca de 3% do total de óbitos que tem como causa algum tipo de neoplasia. Aproximadamente metade dos óbitos relacionados a esta neoplasia ocorreram apenas no Estado do Pará. A Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), criada em 2004, incluiu o diagnóstico de lesões orais no escopo das ações realizadas pelos profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Estes profissionais devem, também, realizar inspeções clínicas da cavidade oral rotineiramente para viabilizar o diagnóstico precoce do câncer de boca em casos oportunos, garantindo aos usuários acesso ao tratamento em estágios iniciais. Ações de promoção e prevenção à saúde que conscientizem a população a respeito dos fatores de risco a esta neoplasia, assim como dos meios de prevenção, são outras tarefas que devem ser realizadas pelos profissionais da APS. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi de descrever os microdados, de acesso público, obtidos a partir da avaliação externa realizada pelo Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), no Estado do Pará, durante o ano de 2018, mais especificamente, ao avaliar o processo de trabalho das Equipes de Saúde Bucal (ESB) na prevenção primária e secundária do câncer de boca. Desenvolvimento: Instituído pela Portaria nº 1.654 GM/MS, de 19 de julho de 2011, o PMAQ-AB tem como objetivo a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade da APS e traz a proposta de avaliação e coordenação de ações para melhoria do padrão de qualidade assistencial nos serviços públicos de saúde. Para tal, dentre outras estratégias, realiza uma avaliação externa junto às equipes de saúde para acompanhar e avaliar o processo de trabalho destes profissionais. O manual instrutivo utilizado pelos avaliadores deste programa contém, dentre outros, o módulo de número VI, referente ao processo de trabalho das ESB. Deste módulo foram avaliadas duas variáveis: VI.11.1 e VI.11.2, que se referem às seguintes perguntas: “A ESB realiza ações de prevenção e diagnóstico do câncer de boca?” e “Quais ações são realizadas?”. Os dados obtidos foram tabulados em Excel e analisados para identificar as frequências absolutas e relativas das respostas dos profissionais das ESB. Resultado: 669 ESB, dispostas em 118 municípios do Estado do Pará participaram da avaliação externa. Destas, 568 (84,9%) afirmaram que realizavam ações de prevenção e diagnóstico do câncer de boca, outras 56 ESB (8,37%) indicaram que não realizavam e em outras 45 (6,73%) o questionário não foi aplicado. Destas onde o questionário não foi aplicado, 17 (37,78%) ESBs estavam desativadas, em duas (4,44%) a gestão desistiu de participar da avaliação externa do PMAQ-AB, noutras duas (4,44%) a Unidade de Saúde (US) estava em reforma e a ESB não estava realizando atendimento, em 20 equipes (44,44%) nenhum profissional da ESB estava presente para responder à entrevista e em 4 (8,89%) a ESB funcionava permanentemente em outro local. Dados do e-Gestor AB indicam que a cobertura de saúde bucal na APS no Estado do Pará é de 44,29%, logo, mais da metade da população está descoberta pelos serviços de saúde odontológicos. E, aqueles que estão cobertos, não possuem garantia da integralidade no cuidado prestado, uma vez que ações básicas de promoção e prevenção à saúde não estão sendo realizadas em 56 ESB, e em outras 45 não foi possível realizar a avaliação. A APS é um espaço privilegiado para a realização destas ações, que possuem importância reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e, geralmente, apresentam baixa necessidade de utilização de tecnologias duras, o que permite que sejam realizadas em variados locais, com variadas abordagens metodológicas. Além disso, Auxiliares em Saúde Bucal (ASB), assim como Técnicos em Saúde Bucal (TSB) estão aptos a realizarem atividades de educação em saúde, na ausência do CD. Quando analisados os tipos de ações realizadas pelas equipes, 558 (98,24%) relataram fazer orientação sobre o uso do tabaco, 550 (96,83%) sobre o uso de álcool e outras drogas, 473 (83,27%) fazem abordagem à prevenção da exposição à radiação solar, 447 (78,7%) realizam busca ativa de lesões potencialmente cancerizáveis e de casos nos usuários da comunidade e, por fim, 492 (86,62%) realizam exames sistemáticos nas mucosas orais. Estudos apontam fragilidades na graduação de odontologia no que tange a abordagem a fatores de risco, tabagismo e etilismo principalmente. Alguns profissionais não se sentem preparados para realizar o aconselhamento aos usuários, buscando identificar a presença de fatores de risco apenas em situações pontuais. Há, ainda, os casos em que profissionais CDs não compreendem a complexa cadeia causal do câncer de boca e as interações entre os fatores extrínsecos e intrínsecos presentes. Estudo prévio indicou que profissionais da APS possuíam conhecimento insatisfatório sobre esta temática e demandavam atividades de educação continuada e/ou permanente para superar esta fragilidade. Considerações finais: Os dados obtidos por meio da avaliação externa do 3º ciclo do PMAQ-AB, no Estado do Pará, permitem concluir que a maioria das equipes entrevistadas realizavam ações de prevenção e detecção do câncer de boca, assim como trabalhavam atividades com temáticas pertinentes sobre o assunto. Entretanto, sugere-se que outros estudos devam ser realizados para avaliar a efetividade destas ações, uma vez que os indicadores epidemiológicos do câncer de boca não apresentam melhora significativa ao longo dos anos.

11529 O OLHAR DA ODONTOLOGIA PARA O ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA SEXUAL NO ESTADO DO PARÁ, BRASIL
Liliane Silva do Nascimento, Victoria dos Santos Borges, Adalberto Lirio de Nazaré Lopes, Andrea Cristina Marassi Lucas

O OLHAR DA ODONTOLOGIA PARA O ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA SEXUAL NO ESTADO DO PARÁ, BRASIL

Autores: Liliane Silva do Nascimento, Victoria dos Santos Borges, Adalberto Lirio de Nazaré Lopes, Andrea Cristina Marassi Lucas

Apresentação: A violência sexual (VS) contra crianças e adolescentes tem uma origem complexa e multifatorial capaz de causar prejuízos incalculáveis à estes grupos, bem como na sociedade de uma forma geral. A saúde bucal tem sido negligenciada em situações de VS apesar de possuir uma gama de processos patológicos singulares na identificação da mesma. O presente estudo caracterizou, com base em 11.506 notificações compulsórias de violência e outras agressões, o perfil de crianças e adolescentes em situação de VS no período de 2009 a 2017. Os resultados revelaram um perfil predominantemente feminino, com idade média de 10 anos, e que sofriam abuso por homens que participavam do seu convívio diário. Dentro deste estudo foi constatado que, em aproximadamente 6% dos pacientes, houve penetração oral tendo, segundo análise estatística de correspondência, maior probabilidade em pacientes do sexo masculino nas seguintes faixas etárias: menores de um ano, de 7 a 10 e de 14 a 17 anos. O uso de álcool, dentro dos abusos com penetração oral, teve 100% de significância. Com base nos dados obtidos neste estudo, podemos concluir que o cirurgião-dentista tem papel importante na equipe de atendimento deste grupo de pessoas que sofreram VS, auxiliando no enfrentamento dessa e de outas violências no estado do Pará e na região amazônica.

11534 CONTEXTOS E REALIDADES EM SAÚDE BUCAL NA PERSPECTIVA DA POPULAÇÃO IDOSA NO MUNICÍPIO DE TEFÉ - AMAZONAS
Giselle Diniz Guimarães Da Silva, ELLEN ROBERTA LIMA BESSA, Ormezinda Celeste Cristo Fernandes, Maria Luiza Garnelo Pereira, Fernando José Herkrath

CONTEXTOS E REALIDADES EM SAÚDE BUCAL NA PERSPECTIVA DA POPULAÇÃO IDOSA NO MUNICÍPIO DE TEFÉ - AMAZONAS

Autores: Giselle Diniz Guimarães Da Silva, ELLEN ROBERTA LIMA BESSA, Ormezinda Celeste Cristo Fernandes, Maria Luiza Garnelo Pereira, Fernando José Herkrath

Apresentação: Seja o cenário rural ou urbano, o Amazonas encontra-se desfavorável em questões geográficas e econômicas, consistindo em um estado de difícil diagnóstico situacional. As comunidades rurais encontram-se distantes dos grandes centros urbanos, embora pertençam ao mesmo município, esta é uma região de dimensões continentais, com a população distribuída ao longo dos rios, onde a soma desses fatores dificulta o cumprimento dos direitos à saúde, a equidade e a universalidade da assistência às populações idosas, pois mesmo que ambas as regiões possuam cobertura da Estratégia de Saúde Bucal, os residentes de áreas urbanas são mais favorecidos aos serviços de saúde bucal. Estes idosos trazem consigo heranças de uma odontologia de caráter mutilador e de extrema exclusão social, onde desde crianças até enquanto adultos jovens, muitos destes tiveram pouco ou nenhuma forma de prestação de serviços que promovessem a saúde bucal, pois estes momentos antecediam a criação do SUS. A saúde bucal tem um papel importante na saúde geral e na qualidade de vida da população idosa, onde foi por muito tempo foi negligenciada e o acesso aos serviços odontológicos foi limitado, principalmente no interior do Amazonas, seja o cenário rural ou urbano, este consiste em um estado de difícil diagnóstico situacional devido suas questões geográficas e econômicas. O municípios de Tefé localiza-se na região do médio Solimões e dispõe de 100% da Estratégia Saúde da Família. Tem cadastrados 1914 idosos de 65 a 74 anos, 86,7% residentes na zona urbana e 13,2% dispersos nas 164 localidades da zona rural. A cobertura de saúde bucal atualmente abrange 83% da população, que é atendida por 15 equipes distribuídas em 6 unidades básicas de saúde urbanas, 3 em comunidades rurais e uma unidade fluvial. A atenção primária representa a única via de acesso ao cuidado em saúde bucal. Os territórios do interior do Amazonas apresentam heterogeneidade pelo espaço geográfico e pela composição de sua população, com grande diversidade cultural e desigualdade socioeconômica. O panorama geográfico na Amazônia, gera dificuldades no acesso aos serviços de saúde bucal dos idosos, principalmente nas visitas aos consultórios odontológicos, pois além da grande extensão territorial e dos rios, também têm as dificuldades de locomoção já provenientes da idade. Estas singularidades são mais evidentes nas populações residentes em áreas rurais, mais fragilizadas em relação a questões financeiras, saneamento, moradia, infraestrutura e na disponibilidade de equipamentos e serviços públicos, fatores determinantes no acesso ao cuidado em saúde bucal. Objetiva-se relatar contextos e experiências da população idosa do município de Tefé – AM, na interação com equipes de saúde bucal. Desenvolvimento: O estudo foi realizado no período de outubro de 2018 a maio de 2019. Foram realizadas visitas domiciliares aos idosos residentes de áreas rurais e urbanas, com acessos fluviais e terrestres, das quais resultaram as observações. Foram realizados exames clínicos bucais e entrevistas que continham itens relacionados às condições socioeconômicas e de saúde bucal, acesso aos serviços de saúde, qualidade de vida e autopercepção relacionados à saúde bucal, além da concomitante observação sobre o cotidiano dessa população. Resultado: Evidenciou-se elevada perda dentária, sendo a maioria dos idosos edêntulos, resultado do modelo assistencial mutilador ofertado à população e das barreiras de acesso que postergam os tratamentos e agravam os quadros clínicos. O uso de prótese dentária foi identificado como privilégio dos moradores das áreas urbanas. Muitas próteses na população rural possuíam acima de 20 anos de uso, pela dificuldade financeira para adquirir uma nova e pela necessidade de locomoção até a cidade para procurar atendimento na esfera privada. Os que não faziam uso relataram que, apesar de não possuírem dentes, não sentiam prejuízo na mastigação, pois sua alimentação baseava-se em alimentos líquidos e pastosos. A higienização das próteses dentárias também expressa a precariedade das condições de vida, sendo encontrados o uso de facas, escovas de madeira, esponjas de aço complementados por coadjuvantes como carvão, limão, areia e água fervente, ou seja, trata-se dos meios mais acessíveis nas localidades de residência. Apesar das condições clínicas, a saúde bucal em geral foi classificada como satisfatória, ainda que ressaltem o desejo de receber algum tipo de tratamento. A satisfação com o sorriso e com a estética dentária foi mais relacionada ao fato de se sentirem felizes e sem nenhuma doença grave, sendo frequentes se classificarem como pessoa s felizes, em que pese as óbvias precariedades socioeconômicas que enfrentam. A grande extensão territorial de Tefé é similar a outros espaços amazônicos, contribuindo para as dificuldades no acesso aos serviços de saúde bucal dos idosos, dada a dificuldade de deslocamento para os consultórios odontológicos. Além das variações climáticas, essa região possui uma característica que é movimentação das águas, sendo realizada pelo período de enchente e vazante dos rios, estes fatores podem auxiliar ou dificultar no acesso destes usuários. Más condições de saúde também se tornam obstáculos, pois nesse caso a mobilidade é restringida pela idade ou doenças adquiridas, limitando sua capacidade funcional. Também foi relatada a não procura dos serviços por estarem trabalhando no horário de funcionamento ou por não possuírem recursos financeiros para o deslocamento, pois embora a população pesquisada seja idosa e de precária situação econômica os mantém trabalhando. Tal situação também prejudica a procura de serviços de saúde bucal cujo horário de funcionamento é incompatível com o horário de trabalho dos entrevistados. Quando questionados a respeito de dor ou desconforto no processo de mastigação, evidenciou-se que problemas odontológicos eram remetidos a segundo plano, frente à falta absoluta de alimentos por carência financeira. Em tais circunstâncias, ter a disponibilidade de alimento sobrepõe-se aos incômodos provocados pelo ato de mastigar. Considerações finais: As condições precárias de vida implicam em barreiras no acesso aos serviços de saúde bucal. Para que o cuidado seja alcançado pelos idosos, estes precisam transpor obstáculos físicos, geográficos, financeiros e sociais. O conhecimento técnico que o dentista adquire na formação profissional muitas vezes são pouco úteis para lidar com a vasta diversidade socioambiental amazônica, sendo dissonante o conhecimento acadêmico e o popular. As equipes de saúde bucal, portanto, precisam se apropriar dos cenários em que estão inseridas e compreender os contextos a fim de que possam propor meios efetivos de promoção da saúde bucal, valorizando a cultura e os costumes locais, contribuindo, assim, para a mudança do modelo assistencial e da realidade epidemiológica dessa população. Para que haja o encontro entre o cirurgião dentista e o idoso, são necessárias combinações de dois ou mais meios de transporte e esforço de ambas as partes.

11538 A IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE BUCAL NA ATENÇÃO BÁSICA
BARBARA RIBEIRO, BARBARA RIBEIRO

A IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE BUCAL NA ATENÇÃO BÁSICA

Autores: BARBARA RIBEIRO, BARBARA RIBEIRO

Apresentação: O Programa de Saúde da Família foi criado em 1994 com o principal objetivo de priorizar as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde e alcançar a integralidade e universalidade da atenção. A odontologia foi incluída nesse programa em 2000. Mas sua atuação não deve ser vista somente como tratamento restaurador. Mas também na importância do vínculo entre profissionais da equipe de saúde da família e população. Tendo como objetivo não somente a recuperação em saúde, mas também a avaliação do indivíduo como um todo, avaliando sua saúde e sinalizando aos colegas da equipe, através de ações em saúde como grupos, possíveis doenças ainda não diagnosticadas, promovendo saúde e maior qualidade de vida para esse indivíduo. E assim, diminuindo possíveis encaminhamentos para esferas de maior complexidade. A parceria da saúde bucal nos grupos na unidade de atenção básica, por exemplo, é demonstrada no grupo de gestão da dor, o qual foi premiado na 1ª edição do prêmio SMS- Rio de melhores práticas, na categoria práticas em saúde de 2019. Esse trabalho em parceria com o educador físico e a fisioterapeuta, tem como objetivo reduzir o tempo de espera ao inicio do tratamento, facilitando o acesso, controlando o uso de medicamentos e diminuindo os encaminhamentos via SisREG. Tendo como resultados diminuição de focos de infecção dentária; uma melhora em lesões musculares; diminuição dos encaminhamentos pelo SisREG; boa aceitação no território; inclusão social, promovendo melhoria na qualidade de vida dos usuários. Com isso, a saúde bucal fortalece a equipe de saúde da família, e facilita o acesso do usuário a atenção básica, olhando o indivíduo como um todo, ajudando no diagnóstico dos pacientes de alta complexidade e seu encaminhamento, e facilitando o atendimento aos de menor complexidade.

6737 SUPERVISÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA NAS EQUIPES DE SAÚDE BUCAL
Marcia Valeria Leal Guimarães, Cynthia Komatsu, Denise Erbas

SUPERVISÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA NAS EQUIPES DE SAÚDE BUCAL

Autores: Marcia Valeria Leal Guimarães, Cynthia Komatsu, Denise Erbas

Apresentação: Para  fortalecer e reorganizar  a APS, o Ministério da Saúde utiliza como ferramenta  o Saúde da Família, que atua com população adscrita, preconiza criação de vínculo, atua em equipe e apresenta um processo de trabalho mais dinâmico, que vai ao território buscando as necessidades dessa população e a percebendo, como co responsável no seu processo de saúde /doença; ou seja, chega trazendo muitos desafios e é sobre alguns deles, especificamente com relação a equipe de saúde bucal, que vamos conversar. Na cidade de Niterói o programa médico de família conta com 27 anos de implantação.     Começou em 1992 com apenas 03 unidades, no período de 1993 a 1996 mais 09 unidades foram implantadas, no período de 1997 a 2000 foram mais 08 (oito) unidades. De 2005 a 2008 mais 04 (quatro), de 2009 a 2012 mais 03 e no período de 2013 a 2019 mais 12 unidades, a última delas a Coronel Leôncio foi inaugurada em 23 de novembro de 2019 e além da expansão, Niterói se preocupa com a qualificação dessas equipes e usa a equipe de supervisão como estratégia para essa qualificação. Os supervisores fazem o monitoramento e capacitação das equipes, fazem interconsulta com os profissionais, e são a ligação direta das equipes e usuários com a gestão. A utilização da equipe de supervisão da agilidade o que otimiza a resolução dos problemas diários. Em 2017 a organização do PMF passou a contar com a supervisão de saúde da família em saúde bucal, para isso, para efeito metodológico dividiu Niterói em duas partes, uma delas inclui a regional oceânica, a regional de Pendotiba e metade da Praias da Baía. A outra metade com a regionais Norte 1, Norte 2 e a outra metade da praias da baia, ou seja um bom desfio para as duas supervisoras de saúde Bucal. Como ferramenta de trabalho a supervisão de saúde da família em saúde bucal, optou por fortalecer a educação continuada através de encontros para trocas de experiências, chamados de Retrospectivas Científicas, onde cada equipe tem a oportunidade de mostrar aos colegas das outras equipes suas potencialidades. Objetivo:  Descrever essa ferramenta que possibilita a troca de experiências das equipes Método: Estudo descritivo na modalidade relato de experiência, realizado no período de 2018 e 2019 pela supervisão de saúde da família em saúde bucal, com o apoio do Núcleo de Educação Permanente e Pesquisa (NEPP). Resultado: A experiência de oportunizar a troca entre as equipes tem se mostrado de grande valor, pois os profissionais se sentem apoiados pela gestão e incentivados pelos colegas. Considerações finais: Acreditamos que investir na troca de experiências entre as equipes de saúde bucal, é uma importante estratégia de apoio ao trabalho diário que elas desempenham, de aproximação entre essa equipes e a gestão.

6798 PTS: ASSISTÊNCIA DOMICILIAR EM SAÚDE BUCAL AOS PACIENTES ACAMADOS PORTADORES DE DOENÇA DEGENERATIVA RARA, BUSCANDO A IMPLEMENTAÇÃO DO DIREITO A SAÚDE E EQUIDADE NO ÂMBITO DO SUS.
Pedro Henrique Santos Vitoriano, Renata Musa Lacerda, Jéssica Quirino Medeiros, Ana Carolina Xavier Esteves, Yo Hwa Farias Da Cunha

PTS: ASSISTÊNCIA DOMICILIAR EM SAÚDE BUCAL AOS PACIENTES ACAMADOS PORTADORES DE DOENÇA DEGENERATIVA RARA, BUSCANDO A IMPLEMENTAÇÃO DO DIREITO A SAÚDE E EQUIDADE NO ÂMBITO DO SUS.

Autores: Pedro Henrique Santos Vitoriano, Renata Musa Lacerda, Jéssica Quirino Medeiros, Ana Carolina Xavier Esteves, Yo Hwa Farias Da Cunha

Apresentação: A Atenção básica (AB) é a principal porta de entrada dos usuários ao sistema único de saúde (SUS).Uma das suas grandes especificidades é a Estratégia de Saúde da Família (ESF) que foi implementada com o objetivo de reorganizar o acesso a saúde envolvendo uma equipe multiprofissional, passando a ter um olhar integral do sujeito e suas condições de saúde. O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é um instrumento de caráter interdisciplinar que visa a elaboração de um plano de tratamento para indivíduos e/ou famílias. São traçadas estratégias que visam romper com a situação de vulnerabilidade.É importante estabelecer um contrato com o usuário no qual ele se disponha a cumprir com as metas estabelecidas em conjunto. O atendimento foi realizado pelo cirurgião dentista residente em saúde da família com ênfase na saúde das populações do Campo da Fiocruz de Brasília, na microrregião Bonsucesso que é coberta pela UBS – 17 Jardins Morumbi, e fica localizado na zona rural de Planaltina (DF). Os Paciente A1 e A2, são gêmeos idênticos, 8 anos, portadores da Lipofuscinose Ceroide Neuronal tipo I, que é uma doença neurológica degenerativa em sua forma mais grave. São acamados e não executam suas atividades de vida diárias de forma independente, daí a necessidade do envolvimento de outros profissionais da saúde. Os pacientes foram selecionados devido ao grave comprometimento da saúde bucal levando em consideração suas limitações e urgência do caso. Estão na dentição mista, fase quando há a troca dos dentes decíduos pelos permanentes, além disso apresentam placa bacteriana e tártaro remanescente. Ao estabelecer metas de curto, médio e longo prazo, era necessário fazer o tratamento de imediato para evitar possíveis focos de infecção. Foi feita a adequação do meio bucal com a raspagem sub e supra gengival e em seguida a exodontia de três dentes decíduos. Esses procedimentos foram realizados em cima da cama de forma rápida e com pausas constantes, usando um kit clínico odontológico completo e seguindo todos os protocolos odontológicos para evitar o mínimo de dor e desconforto possível para os pacientes.Tendo em vista todas as dificuldades do atendimento como pouca iluminação, ergonomia inadequada para o profissional, a abertura de boca desfavorável e os movimentos involuntários que dificultava o atendimento, o tratamento foi concluído. E os pacientes continuam sendo acompanhados pelo dentista e pela equipe multidisciplinar envolvida no processo. Numa análise construtiva tudo ocorreu como planejado. Não havia como identificar nos pacientes sua satisfação, mas em contrapartida, o agradecimento da mãe tem feito esse papel, fazendo valer a pena todo esforço dedicado. É importante este relato porque mostra o quanto existem pessoas de extrema necessidade, e que as políticas públicas falham. O SUS sofre ataques e ameaças que preocupam a população com diferentes situações de vida, que dependem e precisam do serviço público de saúde. E assim, continuemos a caminha e a resistir, saúde é direito de todos, integralizar é preciso. Humanizar é preciso. Que a equidade se faça presente em todos os serviços afim de que crianças como os gêmeos continuem sendo assistidas.

9252 PROJETO ESPERANZA – ATENÇÃO À SAÚDE DOS REFUGIADOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA COM FOCO NA ODONTOLOGIA
Silvane e Silva Evangelista, Ana Carolina Monteiro Moraes, Bruna Feijão de Tavares, Leonardo Sales Falcão, Suzan Thalía Pantoja Alves, Rayzza Fonseca Libório dos Santos, Iara da Cruz Batista, André Luís e Silva Evangelista

PROJETO ESPERANZA – ATENÇÃO À SAÚDE DOS REFUGIADOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA COM FOCO NA ODONTOLOGIA

Autores: Silvane e Silva Evangelista, Ana Carolina Monteiro Moraes, Bruna Feijão de Tavares, Leonardo Sales Falcão, Suzan Thalía Pantoja Alves, Rayzza Fonseca Libório dos Santos, Iara da Cruz Batista, André Luís e Silva Evangelista

Apresentação: A Venezuela atravessa a pior crise de sua história, contexto o qual força os cidadãos venezuelanos a deixarem suas terras de origem e se dirigirem, na condição de refugiados, a países limítrofes. O Brasil tem recebido muitos deles e Manaus é uma das principais cidades aceptoras de venezuelanos. Nesse ínterim, as condições da higiene bucal dessas pessoas ficam comprometida, o que justifica a intervenção realizada. Esse relato de experiência objetiva descrever a vivência de docente e acadêmicos de Odontologia acerca das atividades realizadas no dia 01 de dezembro de 2019 em Manaus no Projeto Esperanza. Desenvolvimento: o LC IFMSA Brazil-UFAM convidou docente e acadêmicos de Odontologia da UNIP para realizar atividades educativas e com caráter curativo objetivando a promoção de saúde bucal dos refugiados que se estabeleceram na Rodoviária de Manaus. A priori houve um treinamento com o intuito de trabalhar as temáticas relacionadas à realidade dos refugiados. Foi realizada uma palestra de orientação sobre hábitos de higiene com distribuição de kits de higiene oral, e posteriormente realizou-se a instrução de higiene oral supervisionada com aplicação de flúor, seguida pela triagem e os procedimentos cirúrgicos. Os participantes que tinham demandas mais complexas, que não poderiam ser supridas no momento da ação, foram encaminhados a UNIP para atendimento odontológico gratuito.  Resultado: Os acadêmicos e a docente tiveram a oportunidade de trabalhar a comunicação de uma forma mais complexa, visto que o idioma nativo dos imigrantes não era o português. Essa vivência proporcionou um momento de conhecimento e confraternização entre os acadêmicos participantes e os imigrantes. Considerando que eram nativos de outra localidade, houve também o compartilhamento de experiências e vivências. Além disso, essa experiência proporcionou adquirir conhecimentos sobre áreas pouco exploradas na universidade, como por exemplo as habilidades de comunicação e organização, o trabalho em equipe e ampliar a visão dos acadêmicos de que a odontologia vai muito além da boca. Resultado: esse evento proporcionou aos participantes da odontologia uma oportunidade única de transpor os muros da universidade, vivenciando uma situação atípica de imigrantes em sofrimento buscando uma vida digna. Essa experiência possibilitou que os acadêmicos de odontologia também obtivessem uma visão mais ampla diante das diferenças culturais e de idiomas, que dificultaram um pouco a realização desse tipo de atividade, além de proporcionar a faísca da luta pela seguridade social nos corações dos participantes. Nesse ínterim, evidenciaram-se valores sociais importantes, uma vez que a interação com acadêmicos de diferentes cursos desempenhando atividades distintas, mas todas atreladas à promoção de saúde, foi uma riqueza de aprendizado. Outrossim, vale ressaltar a importância da interdisciplinaridade nas ações, a dedicação de todos nas atividades e o resultado que proporcionou uma experiência inigualável tanto no setor pessoal quanto acadêmico para os participantes.  

10346 REQUALIFICANDO O PAPEL DO CIRURGIÃO-DENTISTA NAS VISITAS DOMICILIARES NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Hipácia Fayame Clares Alves, Lucenir Mendes Furtado Medeiros, Jéssica Pinheiro Carnaúba, Magna Geane Pereira de Sousa, Brenda Pinheiro Evangelista, Danielly Pereira de Lima, Rafael Bezerra Duarte

REQUALIFICANDO O PAPEL DO CIRURGIÃO-DENTISTA NAS VISITAS DOMICILIARES NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: Hipácia Fayame Clares Alves, Lucenir Mendes Furtado Medeiros, Jéssica Pinheiro Carnaúba, Magna Geane Pereira de Sousa, Brenda Pinheiro Evangelista, Danielly Pereira de Lima, Rafael Bezerra Duarte

Apresentação: A visita domiciliar caracteriza-se pela visita das equipes de saúde da família ao domicílio dos usuários assistidos, a fim de reconhecer o ambiente familiar, diagnosticando os nós críticos pertinentes à realidade das famílias. Serve, portanto, de subsídio para um adequado planejamento de ações em saúde, além de recuperar os indivíduos necessitados, estando, assim, permeada de vínculo e humanização. De acordo com a Política Nacional de Atenção Básica, além do médico e enfermeiro, o cirurgião-dentista também tem como competência realizar visitas domiciliares no propósito de oferecer atenção em saúde bucal individual e coletiva às famílias. O objetivo desse projeto de intervenção é aumentar a frequência dos cirurgiões-dentistas nas visitas domiciliares, em virtude da evidente importância de uma equipe multiprofissional também no domicílio. O estudo acontecerá no município de Icó (CE), com todos os cirurgiões-dentistas das Unidades Básicas de Saúde, totalizando 14 profissionais. Iniciará com o ingresso dos Gerentes de Unidades, eleitos como protagonistas para a realização dos encontros mensais com os cirurgiões-dentistas, os quais acontecerão na Faculdade Vale do Salgado, perpassando por reuniões com os gestores e oficinas de avaliação semestrais, abordando entre esses momentos a importância da promoção de saúde bucal além do consultório odontológico das Unidades Básicas de Saúde. O processo de avaliação é fundamental por permitir analisar o impacto das ações realizadas. Almeja-se com o projeto um aumento crescente no número de visitas domiciliares pelos cirurgiões-dentistas das Unidades, visto que o atendimento odontológico domiciliar proporciona ao usuário maior conforto psicológico e confiança no profissional, com um tratamento humanizado, avaliando o usuário como um todo e contribuindo na promoção de uma qualidade de vida saudável e funcional.

6747 ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ODONTOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
caroline vasconcelos da silva

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ODONTOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: caroline vasconcelos da silva

Apresentação: /Objetivo: O objetivo do estágio foi colocar em prática conhecimentos adquiridos sobre a Saúde Bucal Coletiva durante a graduação, assumindo uma postura reflexiva sobre o exercício profissional da odontologia e seu valor social. Sendo dada a oportunidade de viver a realidade do Sistema Único de Saúde dentro da Atenção Básica, inserida na Estratégia Saúde da Família e aprender no trato do dia a dia como são desempenhadas as ações na Atenção Primária. Desenvolvimento: Este estudo consiste em um relato de experiência que descreve a vivência de uma aluna inserida na Atenção Primária do Sistema Único de Saúde durante o décimo período do curso de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas. As atividades foram desenvolvidas em uma Unidade Básica de Saúde da cidade de Manaus (Amazonas) e em uma escola de nível fundamental da rede municipal de ensino, sendo supervisionadas por um cirurgião-dentista integrado à equipe de saúde bucal da estratégia de saúde da família. A experiência do estágio dentro da realidade do Sistema Único de Saúde possibilitou a participação da acadêmica de forma ativa na Estratégia de Saúde da Família, podendo colaborar com a comunidade que fazia parte da área de abrangência da equipe de saúde bucal a qual foi designada, a comunidade em questão faz parte de um bairro da periferia de Manaus que possui um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano da capital do Amazonas e é considerada como uma população em situação de vulnerabilidade, tornando essencial a atuação de profissionais da saúde em prol da comunidade. Resultado: O estágio possibilitou conhecer a rotina de uma equipe de saúde bucal da estratégia de saúde da família responsável por atender uma comunidade da periferia da cidade. Assim como também, ver como são trabalhados os atributos da Atenção Primária pelo cirurgião-dentista, dentro da unidade básica de saúde e fora, na escola da rede municipal onde a promoção e prevenção da saúde bucal são realizadas através de palestras, distribuição de kits de higiene bucal e aplicação tópica de flúor. Considerações finais: Estagiar fora da faculdade de odontologia e dentro do Sistema Único de Saúde foi de grande aprendizado e preparo, não somente por estar inserida na rotina de um profissional da saúde, mas também por estar em contato com a saúde pública, o usuário do SUS, com programas e estratégias de promoção e prevenção na saúde. Foi gratificante estar em contato com a realidade do serviço e com profissionais dedicados e comprometidos com o SUS.

8404 EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL AOS INDÍGENAS WARAO POR RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS EM SAÚDE
ana beatriz pedroso brito, rui massato harayama, Irla Nogueira dos santos, Marina Smidt Celere Meschede, Sheyla Mara Silva de Oliveira, franciane de paula fernandes

EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL AOS INDÍGENAS WARAO POR RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS EM SAÚDE

Autores: ana beatriz pedroso brito, rui massato harayama, Irla Nogueira dos santos, Marina Smidt Celere Meschede, Sheyla Mara Silva de Oliveira, franciane de paula fernandes

Apresentação: Diante do fenômeno imigratório de indígenas venezuelanos para o Brasil, inúmeros municípios do país acolheram essas pessoas, as quais de alguma maneira tem feito parte da mudança de cenário dessas cidades. No entanto, para o desenvolvimento de uma ajuda mais eficaz é necessário a parceria de várias instituições, como por exemplo as universidades, para levarem serviços de saúde, educação em saúde, entre outras atividades necessárias a tal população. Diante dessa realidade, esse trabalho tem como objetivo descrever a experiência de residentes multiprofissionais em saúde com a educação em saúde para indígenas venezuelanos da etnia Warao no município de Santarém-Pará. Estudo observacional e descritivo tipo relato de experiência, com abordagem crítico-reflexivo sobre uma atividade de educação em saúde desenvolvida por residentes multiprofissionais em saúde com indígenas venezuelanos da etnia Warao em Santarém-Pará. A atividade estava ligada a disciplina de educação em saúde presente no plano de curso da residência, onde foi decidido que os residentes falariam sobre temas distintos e um deles foi sobre saúde bucal. Conforme combinado para as crianças foram levados desenhos didáticos que ilustravam a escovação correta, os materiais necessários como creme e fio dental, além da escova. E para os adultos foram feitas simulações de escovação correta em um modelo de arcada dentária. Como na ação havia outras atividades, os adultos eram abordados e reunidos em grupos pequenos de 4 a 6 pessoas, onde ouviam, assistiam e tiravam suas dúvidas. E na sequência ganhavam kits contendo utensílios para desenvolverem sua higiene. Para ocorrer a comunicação, uma vez que possuem outro idioma contou-se com o apoio de um intérprete que também é indígena e de residentes que falavam espanhol. Levar informação e conhecimento à população os fez ter condições por mínimas que sejam de transformar a sua realidade, independente de raça, cor, etnia e de outros aspectos. Além disso favorecer a saída de consultórios e salas de aula permitiu a visualização de maneira diferente da educação em saúde em suas diversas formas de execução gerando impactos benéficos a sociedade. Abordar o tema em questão não se restringiu apenas ao cuidado com a saúde bucal, mas a promoção também do autocuidado e a prevenção de patologias que podem surgir por conta da falta de higiene.  Esse processo imigratório dos indígenas venezuelanos ao Brasil trouxe inúmeros desafios e transpô-los exige soluções bastante complexas, porém com o compartilhamento de responsabilidades e o apoio de várias instituições essas pessoas tem obtido um apoio para sobreviverem distantes de seu país. Como auxílio nesse processo as instituições de ensino são imprescindíveis para levar serviços de saúde e informações, além de contribuir com a formação dos acadêmicos. Para as residências em saúde essas experiências são de extrema importância para a valorização da educação em saúde e para contribuir com a formação desses profissionais, onde esses possam vivenciar na prática as  diversas formas de promoção e prevenção da saúde.  

9247 ODONTOLOGIA E ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Ana Rita Zampol Jacobina

ODONTOLOGIA E ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: Ana Rita Zampol Jacobina

Apresentação: O presente trabalho tem como objetivo o relato de um caso que reforça a importância do olhar integral ao paciente e o trabalho da Equipe de saúde Bucal junto a Estratégia de Saúde da Família como prevenção de agravos de doenças crônicas. Paciente X, 70 anos, comparece para sua primeira consulta odontológica programática em 08/10/2019, após participação em Grupo de Saúde Bucal na Unidade de Saúde na qual eu atuo como dentista. Durante a anamne, quando questionado sobre uso de medicamentos, relatou que há cerca de 2 anos fez uso de medicamento para diabetes  prescrito por um "amigo" cardiologista" após avaliação de um exame de sangue com alteração na glicemia. Relatou que há mais de um ano suspendeu o uso por conta própria por estar se sentindo melhor (SIC). Ao exame clínico, paciente em boas condições de higiene oral, livre de problemas periodontais, necessitando restaurar os elementos 27 e 36 e realizar exodontia de restos radiculares dos elementos 14 e 25. Ao final do exame o paciente foi informado quanto a necessidade e importância de acompanhamento médico para fins de prevenção e agravos de doenças, assim como para a realização do tratamento odontológico de forma segura e adequada. Foi relatado o caso para a médica da equipe que prontamente agendou consulta para o dia 25 do mesmo mês. Após realização de exames laboratoriais, foi detectado aumento significativo da hemoglobina glicada. O paciente iniciou o tratamento prescrito assim como também seguiu as orientações relativas a alimentação saudável e prática de atividade física, mostrando-se motivado e animado. Em Janeiro/2020 as taxas estavam normalizadas e o tratamento odontológico foi realizado em sua forma integral e sem riscos ao paciente. Neste caso específico, ficou evidente que a motivação para aderir ao tratamento médico necessário foi o desejo do paciente em realizar o tratamento odontológico. Conclui-se  o quanto é importante uma correta anamnese, trabalho em equipe e integralidade do cuidado na prevenção de agravos de doenças assim como promoção de saúde.Vale a reflexão que diante do cenário atual com a redução de equipes de saúde bucal e falta e perda de investimentos na saúde de um modo geral,  a relevância da apresentação de trabalhos, de movimentos efetivos, mobilização de profissionais e sociedade para junto com outras ações tornar a saúde com qualidade e efetividade aos usuários.      

10057 PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL NOS PRÉ- ESCOLARES DA UMEI GOVERNADOR EDUARDO CAMPOS
Dayhane Boechat Fernandes, Raquel Miranda

PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL NOS PRÉ- ESCOLARES DA UMEI GOVERNADOR EDUARDO CAMPOS

Autores: Dayhane Boechat Fernandes, Raquel Miranda

Apresentação: Este trabalho foi desenvolvido na UMEI(Unidade Municipal de Ensino Infantil)Governador Eduardo Campos situada em Niterói, com o objetivo de detecção e tratamento precoce da cárie na primeira infância. No início de 2019, foi pactuado com a diretora adjunta da instituição o calendário das ações a serem desenvolvidas no curso do ano letivo. Na primeira etapa os professores receberam orientações sobre cuidados com a saúde bucal e esclarecimentos sobre o Tratamento Restaurador Atraumático (TRA). Eles atuaram como multiplicadores do cuidado, devido à proximidade com os responsáveis. A segunda etapa foi a aproximação dos alunos, através de atividades lúdicas de orientação. Foram realizadas escovação supervisionada, aplicação de flúor e exame epidemiológico. As crianças diagnosticadas com cárie foram encaminhadas para tratamento na unidade de saúde pertencente ao seu território. Em um terceiro momento foi realizado o TRA. Foram avaliadas 142 crianças com idade entre 2 e 6 anos, 32 apresentavam cárie, sendo que 17 tinham indicação para TRA. Destas 17 apenas 8 tiveram a autorização para execução do procedimento e duas foram atendidas no PMF Matapaca. Devido a criação do vinculo com a equipe e por se tratar de um tratamento indolor e pouco invasivo, as crianças reagiram bem ao procedimento, colaborando para restauração de 32 dentes. O TRA  foi realizado no ambiente escolar, com a participação da estagiária, integrante do programa de preceptoria da UFF. Após análises, verificamos que a maior prevalência de cárie estava na faixa etária entre 4 e 6 anos, em virtude disto, precisamos intensificar as orientações aos responsáveis sobre importância da dentição decídua para que os mesmos tenham consciência de que a prevenção e adoção de hábitos saudáveis são a melhor solução para controle da cárie.