384: A Complexidade do Cuidado às Condições Crônicas
Debatedor: Virgínia de Menezes Portes
Data: 31/10/2020    Local: Sala 11 - Rodas de Conversa    Horário: 08:00 - 10:00
ID Título do Trabalho/Autores
6983 OBESIDADE INVISÍVEL: O QUE DIZEM OS RELATÓRIOS GERENCIAIS DE UMA CLÍNICA DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO?
Anne Marcelle Marques Coelho, Luiza Breder Veloso, Flávia Barbosa, Claudia Valéria Cardim

OBESIDADE INVISÍVEL: O QUE DIZEM OS RELATÓRIOS GERENCIAIS DE UMA CLÍNICA DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO?

Autores: Anne Marcelle Marques Coelho, Luiza Breder Veloso, Flávia Barbosa, Claudia Valéria Cardim

Apresentação: O excesso de peso é hoje um dos principais problemas de saúde pública no Brasil. No SUS a Atenção Primária à Saúde - APS é a principal porta de entrada para acesso de indivíduos com Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT´s) e também organiza o cuidado à Obesidade. Conhecer a demanda na APS e diagnosticar adequadamente é de suma importância para entender a dinâmica deste agravo e propor soluções viáveis e efetivas para Saúde Pública. O objetivo foi avaliar os relatórios gerenciais de dados antropométricos e de diagnóstico da obesidade numa unidade de Atenção Primária à Saúde do RJ. Trata-se de estudo transversal, retrospectivo, de base secundária a partir do prontuário eletrônico utilizado na unidade. Amostra: indivíduos adultos, ambos os sexos, idade 18 a 59 anos, atendidos de julho/2015 a junho/2018. Excluídos gestantes, indivíduos fora da faixa etária, com dados incompletos e pacientes duplicados. Extraídos dois relatórios: IMC Índice de Massa Corporal, cálculo automático pelo programa e CID10. Os dados foram planilhados e analisados no Excel2016. O relatório IMC continha pacientes com excesso de peso (IMC ≥25kg/m²), total 1438. Filtrados critérios de exclusão, 752 pacientes. Destes, filtrado para IMC ≥30kg/m², 394 pacientes (27,3%). O relatório CID10 continha pacientes com CID's de Obesidade, total 212. Filtrados critérios de exclusão, 122 pacientes. Pelo relatório IMC: 278 mulheres (70,5%)/116 homens (29,4%). Classificação: Grau I 218 (55,3%), Grau II 108 (27,4%) e Grau III 68 (17,2%). Pelo relatório CID10: 89 mulheres (73%) e 33 homens (27%). Classificação: 56 indivíduos (45,9%) em CID10 E660 - Obesidade devida a excesso de calorias e 67 (54,9%) em E669 - Obesidade não especificada. Foi possível identificar que 27,3% dos pacientes com excesso de peso já estão obesos, a maioria grau I de obesidade, pelo IMC. Pelo CID10, maioria dos obesos aparecem como origem não especificada. Em ambos relatórios percebe-se mulheres ocupando maioria dos casos de obesidade, não podendo afirmar neste estudo, que estas são mais obesas que homens, visto histórico de maior busca por assistência à saúde do que homens. Verificou-se que 280 pacientes (71%) que tinham IMC registrado não foram sinalizados como obesos no CID10. Destaca-se que classificar por CID10 é registro médico e registros de peso e altura poderiam ser feitos por qualquer profissional da equipe técnica. Considerando relatório CID10 como uma potente fonte de planejamento/tomada de decisão na saúde, 280 pacientes obesos estiveram invisíveis no sistema no período contabilizado. É necessário olhar para os relatórios gerenciais de dados de diagnóstico nutricional para entender e tornar visível demanda das DCNTS's, incluindo a Obesidade, nas unidades de AB pensando - para além da assistência e ações educativas - propostas tanto para os sistemas de informação (inserção da tecnologia de inteligência artificial) quanto para os gestores (quais relatórios serão utilizados? Quais informações cruzar?). Sensibilizar e capacitar os profissionais da APS no cuidado à pessoa gorda é um desafio que urge ser empreendido com vista a maior qualificação na abordagem em saúde.

7055 A ATUAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE NAS DOENÇAS CRÔNICAS: UMA ESTRATÉGIA PARA O CUIDADO DO PACIENTE DIABÉTICO
Camila Castilho Machado Rosa, Camila Castilho Machado Rosa, Patrícia Ribeiro da Silva Maia Teixeira, Ana Paula Brandão Fried

A ATUAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE NAS DOENÇAS CRÔNICAS: UMA ESTRATÉGIA PARA O CUIDADO DO PACIENTE DIABÉTICO

Autores: Camila Castilho Machado Rosa, Camila Castilho Machado Rosa, Patrícia Ribeiro da Silva Maia Teixeira, Ana Paula Brandão Fried

Apresentação: A Unidade de Saúde da Família de Jurujuba (PMF Jurujuba) situa-se no município de Niterói, cidade metropolitana no Estado do Rio de Janeiro, com uma população de 513 mil pessoas, pela estimativa IBGE de 2019. Possui três equipes de saúde da família e atende atualmente em torno de 6 mil pessoas. É uma unidade utilizada para formação de alunos de graduação da medicina e enfermagem, além de atividades extracurriculares por alunos graduandos de outras áreas da saúde. Jurujuba é uma região próxima ao mar, com atividade econômica principalmente voltada à pesca e ao turismo. É alto o índice de obesidade na população atendida, assim como a qualidade nutricional da dieta de grande parte das pessoas é prejudicada pelo alto consumo de alimentos com gordura saturada e bebidas alcoólicas. Nos atendimentos programados realizados pelo PMF Jurujuba, de toda a equipe multiprofissional, há a percepção de uma baixa capacidade de autocuidado nas pessoas atendidas, no que diz respeito à alimentação adequada, prática de atividade física e controle do peso. Além disso, é frequente a alteração de exames clínicos complementares das pessoas atendidas, mostrando controle inadequado da doença. Há ainda as pessoas que fazem uso irregular de suas medicações prescritas ou raramente procuram a equipe de forma preventiva. Na tentativa de pensar estratégias de melhor acompanhamento dos doentes crônicos, em especial aqueles com Diabetes Mellitus, a Supervisão de Clínica Médica e as equipes do PMF pensaram em reavaliar os pacientes diabéticos acompanhados pela unidade a partir de visitas domiciliares e atendimentos individuais, com vista à levantar quais as medicações prescritas para essas pessoas, se elas são utilizadas de forma regular, se há a prática regular de atividade de atividade física e controle do peso e alimentação, se há pessoas de apoio no acompanhamento da doença e, especialmente, quais os impactos no cotidiano da doença crônica, nesse caso o Diabetes, na vida das pessoas, quais as impressões e os medos em relação à doença, e quais as dificuldades no controle adequado do Diabetes Mellitus, não só no uso regular da medicação, mas no autocuidado necessário à boa evolução das pessoas acometidas pela doença. A partir desses atendimentos, as pessoas serão convidadas a participar de atividade grupal no PMF, com atividades de pesagem, monitoramento pressórico e prática de atividade física. A expectativa dessa intervenção é que, a partir dela, estratégias mais adequadas e individualizadas para o controle do Diabetes sejam desenvolvidas para essa população, a fim de evitar o impacto negativo na morbimortalidade decorrente da doença.

7101 CONCEPÇÃO DE ENFERMEIROS SOBRE A INFORMATIZAÇÃO NO COTIDIANO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
ANNE APINAGES, FLORIACY STABNOW, ALMIR NETO, ANTONIA ROCHA, CLAUDIA BARROS, MARCELINO NETO, LAISE SIQUEIRA

CONCEPÇÃO DE ENFERMEIROS SOBRE A INFORMATIZAÇÃO NO COTIDIANO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Autores: ANNE APINAGES, FLORIACY STABNOW, ALMIR NETO, ANTONIA ROCHA, CLAUDIA BARROS, MARCELINO NETO, LAISE SIQUEIRA

Apresentação: A informatização em enfermagem contribuiu para a Sistematização da Assistência de Enfermagem nos serviços de saúde, sendo utilizada nos processos de gestão possibilitando a organização e a condução do cuidado, e permitindo a operacionalização do Processo de Enfermagem. Objetivou-se conhecer a concepção de enfermeiros sobre a informatização no cotidiano da enfermagem no município de Imperatriz, Maranhão. Desenvolvimento: Foi realizado um estudo transversal, descritivo com abordagem quantitativa, em dois hospitais públicos, quatro privados e quatro unidades básicas de saúde, entre abril e junho de 2019, com 98 enfermeiros, entrevistados nos seus locais de trabalho e suas respostas foras analisadas de forma descritiva. Resultado: Os resultados mostraram que a faixa etária predominante esteve entre 31 e 40 anos, 53%, eram do sexo feminino 83,7%, quanto ao estado civil 49% eram casados, tinham de 6 a 10 anos de graduação 45,9%, tinham de 1 a 10 anos de experiência profissional 71,3%, trabalhavam na rede pública 60,2%, tinham renda mensal de 3 a 4 salários mínimos 50,0%. Dados da Organização Internacional do Trabalho mostram que 614,2 milhões de trabalhadores, o que equivale a cerca de 22% da força de trabalho mundial, laboram por mais de 48 horas semanais, e no Brasil, em 2008, 33,7% dos trabalhadores tinham uma jornada semanal superior a 44 horas, o que representa um descumprimento da Consolidação das Leis Trabalhistas, sendo que 19,1% dos trabalhadores brasileiros ainda tem jornada de 48 horas semanais. Ultrapassar excessivamente a carga horária de trabalho acarreta em vários fatores a reações fisiológicas como o estresse. Em relação aos dados sobre informatização em saúde, 98,0% disseram que sabem o que é informatização em saúde e 60,2% tinham implantado no seu local de trabalho. Afirmaram que a informatização facilita a assistência de enfermagem 94,9%, e 97,0% disseram que beneficia na documentação dos dados do paciente; 98,0% afirmaram que a informatização facilita na comunicação e tomada de decisão em enfermagem e 98,0% disseram que agiliza no processo de enfermagem, mas 74,4% afirmaram que frequentemente viram anotações inconsistentes, ilegíveis e de difícil compreensão ao longo da sua prática. A informatização no campo da saúde proporcionou e continua proporcionando muitos progressos tecnológicos, porém, é importante ressaltar que estes não substituem o cuidado humano. Sobre os aspectos positivos no uso dos computadores 85% relataram a agilidade, praticidade, legibilidade, facilidade na verificação do prontuário dos pacientes, melhor aplicabilidade da Sistematização da Assistência de Enfermagem. Um dos fatores que mais se destacou foi a facilidade no acesso as informações do paciente pelo computador, em razão de não depender de impressos manuais, em relação à demanda de tempo e deslocamento de diferentes setores. Ademais, se pode elencar, como potenciais benefícios, a redução de custos, o rápido recrutamento de pacientes, os dados gerados em situação de “vida real” e o acompanhamento global dos pacientes. Dinamizando o trabalho da equipe e corroborando para dirimir possíveis erros de comunicação na prestação de serviço a saúde do usuário, além de contribuir para o desenvolvimento de pesquisas acerca da qualidade do serviço e seus pontos a melhorar, contribuindo assim com a elaboração de estratégias voltadas para o atendimento de excelência no serviço de saúde. O aspecto negativo relatado pela maioria dos entrevistados foi a perda de informações do paciente por parte da falta de manutenção dos computadores e proteção inadequada do sistema. Faz-se necessária a contratação de suporte técnico para realizar a manutenção de equipamentos e o treinamento dos profissionais de saúde para evitar a perda dessas informações. Antes de tudo, é necessário reconhecer que a Gerência dos Sistemas de Informação. É indispensável para que um hospital possa desenvolver e administrar seus recursos de informação, que constituem requisito essencial para a produção eficiente de serviços de saúde de alta qualidade. Segundo as pesquisas feitas pela equipe, a informática, para uma parcela dos entrevistados é importante para agilizar as informações, possibilita, também, a melhoria do desempenho profissional e atendimento ao paciente. Se usada corretamente, a tecnologia é uma maneira de economizar tempo, ajudando a oferecer cuidados de enfermagem de qualidade. Por este motivo é importante que os enfermeiros tenham acesso à informação exata e em tempo real de forma a desempenharem suas atividades assistenciais e gerenciais de forma eficiente. Os avanços tecnológicos, o uso da informatização, novas demandas administrativas, o aumento do conhecimento em saúde exigem uma maior competência do enfermeiro, exigindo do mesmo mais capacitação e atualização constante considerando as situações complexas com as quais se depara diariamente, de forma que o uso de informática contribui para facilitar o trabalho do enfermeiro. Os resultados apontaram que nem todo o local de trabalho tem computadores para permitir que os profissionais da enfermagem façam as anotações sobre os pacientes; em outros locais não há rede de internet. Outros participantes responderam que a informatização é de grande importância visto que auxilia na fluidez e melhoria da assistência da enfermagem, otimizando o tempo para o atendimento. A maioria dos participantes afirmou que o uso da informatização facilita para uma melhor assistência de enfermagem beneficiando na elaboração dos documentos. A informatização é benéfica, pois diminui o uso do tempo, contribui para a prescrição e distribuição de medicamentos para os pacientes evitando erros ocasionados na transcrição das prescrições quanto a elegibilidade à leitura das prescrições médicas. O uso dos computadores poderá facilitar a prática da enfermagem visto que os profissionais terão mais tempo para os cuidados com os pacientes podendo assim prestar uma assistência humanizada aos pacientes agilizando o processo de enfermagem. A qualidade dos registros dos procedimentos reflete a qualidade de atendimento e produtividade. As anotações de enfermagem se caracterizam como a ferramenta mais importante da comunicação em enfermagem, e são um documento legal. A equipe de enfermagem deve ter a responsabilidade de fazer as anotações adequadas de cada paciente, como parte das responsabilidades no seu trabalho. Nas anotações de enfermagem devem estar descritas todas as atividades desenvolvidas no cuidado do paciente, já que representa a única maneira viável e segura de conhecer, de forma sistemática, o que foi realizado. A fim de prevenir possíveis complicações de aspectos profissionais e legais para o enfermeiro, equipe multiprofissional e paciente. Considerações finais: Para a maioria dos profissionais a informatização é necessária, como a agilidade no processamento dos dados, entretanto, se faz necessária a implantação nas unidades que ainda não possuem acesso a ela, além disso, o despreparo dos profissionais também é um fator importante que deve ser observado pelos gestores das unidades de saúde para que o avanço da informatização seja uma realidade.

7125 A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À LUZ DA TEORIA DE MADELEINE LEININGER UMA NOVA PERSPECTIVA PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE.
Kawê Guilhermy Andrade Cardoso, Ricardo Luiz Saldanha da Silva, Pamela Faria Santos, Ketllen Raiara Ferreira Santos Freire, João Gabryel Dornelles Vicente Ramos

A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À LUZ DA TEORIA DE MADELEINE LEININGER UMA NOVA PERSPECTIVA PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE.

Autores: Kawê Guilhermy Andrade Cardoso, Ricardo Luiz Saldanha da Silva, Pamela Faria Santos, Ketllen Raiara Ferreira Santos Freire, João Gabryel Dornelles Vicente Ramos

Apresentação: A sistematização da assistência de enfermagem organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoa e instrumentos tornando possível a operacionalização do processo de enfermagem e esforços tem sido empreendidos para implementar a sistematização da assistência, nos diferentes níveis de atenção em que a enfermagem atua. Nesse contexto, a teoria da enfermeira americana Madeleine Leininger, denominada Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural surgiu e se argumenta que o conceito de cultura e o conceito de cuidado devem ser focados na pratica e na pesquisa de enfermagem e que para cuidarmos da saúde do ser humano, não devemos somente nos restringir aos conceitos de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. É importante conhecermos o contexto cultural, os valores, as crenças, os rituais e o modo de vida do indivíduo e de suas famílias, numa perspectiva de construção de um novo paradigma para abordagem da saúde e da doença. Objetivo: Identificar as contribuições que a Teoria de Madeleine Leininger trás para o Sistema Único de Saúde (SUS). Desenvolvimento: A Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural ou Teoria Transcultural de Leininger tem ganhado o seu espaço na sociedade contemporânea, partindo da premissa de que o corpo social está em plena evolução e com isso os serviços de saúde também precisam evoluir e como é dada pela própria teoria, a Enfermagem Transcultural ela tem o propósito de desenvolver um corpo de conhecimento científico e humanizado capaz de viabilizar a prática do cuidado universal e que seja culturalmente específico possibilitando assim uma nova perspectiva para os serviços de saúde. Considerando a relevância desta temática, optou-se por realizar uma pesquisa bibliográfica por meio da busca de artigos científicos indexados nas bases do Scielo, Google acadêmico, Lilacs, (sem sugestões) e Medline, a fim de obter melhor base para a reflexão proposta. Resultado: A Teoria do Cuidado Cultural de Leininger adquire um papel de destaque e pioneirismo no campo da Enfermagem, por seu caráter inovador, interdisciplinar e pelas questões filosóficas e epistemológicas que lhe dá sustentação. Leininger não utiliza em sua teoria as terminologias “processo de enfermagem” ou “processo de cuidar” ao invés disso, a autora propõe o Modelo de Sol Nascente (Sunrise Model), como um caminho que dá baliza ao cuidado transcultural que é o meio holístico mais amplo para conhecer, explicar, interpretar e prever o fenômeno do atendimento de enfermagem visando as praticas de cuidados de enfermagem. Considerações finais: O cuidado transcultural definido na Teoria possibilita uma maior efetivação dos princípios da universalidade, integralidade e equidade tendo em vista a realidade de alguns serviços de referência no Sistema Único de Saúde que atendem a inúmeros usuários de origens territoriais e nacionalidades distintas. Portanto, a teoria se aplicada reafirmaria o compromisso social que a enfermagem deve assumir todos os dias, na promoção da saúde, na autonomia e no bem-estar dos indivíduos através do cuidado.

7160 APLICAÇÃO DA SAE EM CASO DE ÚLCERA PÉPTICA TENDO COMO AGENTE CAUSAL HELICOBACTER PYLORI: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Alice Né Pedrosa, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

APLICAÇÃO DA SAE EM CASO DE ÚLCERA PÉPTICA TENDO COMO AGENTE CAUSAL HELICOBACTER PYLORI: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Alice Né Pedrosa, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

Apresentação: A úlcera péptica (UP) consiste em uma lesão, geralmente única e crônica, no trato gastrointestinal superior, resultante da digestão ácido-péptica. Elementos como estresse, predisposição genética, nutrição, álcool e nicotina podem inibir ou reduzir a secreção de muco e bicarbonato e aumentar a secreção ácida. Porém, aparecimento da UP está associado principalmente a utilização crônica de drogas anti-inflamatórias não esteroides (AINEs) e a infecção pela bactéria Helicobacter pylori. Os sintomas incluem a dor epigástrica, dispepsia, vômitos, perda de apetite e, menos comum, a anorexia. As complicações graves são a hemorragia, obstrução gástrica e perfuração da úlcera. O tratamento inclui uso de agentes neutralizadores e inibidores de ácido (antiácidos e inibidores da bomba de prótons) e os agentes protetores da mucosa. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de acadêmica ao aplicar a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) ao paciente portador de úlcera péptica causada por H. pylori. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, elaborado a partir da vivência de acadêmica em aulas práticas do 5º semestre do curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará (UEPA). Tendo ocorrido em um hospital público no município de Santarém no estado do Pará. A SAE foi elaborada e empregada no cuidado ao paciente após a coleta de dados, que constitui-se da reunião de informações do prontuário e do exame físico realizado pela acadêmica. Resultado: A. T. S, sexo masculino, 59 anos, deu entrada no pronto socorro referindo fortes dores abdominais e pirose persistentes. Ao exame de endoscopia, foi diagnosticada UP causada por infecção por H. pylori. Após realizada toda a coleta de dados, foram atribuídos ao paciente os diagnósticos de sobrecarga de estresse, nutrição desequilibrada, dor crônica, mobilidade física prejudicada, diarreia, risco de desequilíbrio eletrolítico, privação de sono, integridade tissular prejudicada e risco de sangramento. Afim de amenizar ou eliminar por completo as complicações causadas pela UP, foram listadas intervenções como a terapia de relaxamento, controle da nutrição, controle da dor, administração de medicamentos, controle da diarreia, monitorização hídrica, controle de eletrólitos, melhora do sono, supervisão e precauções contra sangramento. Diante dos diagnósticos e intervenções expostos, os resultados esperados no quadro do paciente são a evolução positiva no quadro, com o alívio dos sintomas e eliminação do risco de ocorrência de complicações sérias como a hemorragia, perfuração da UP e obstrução gástrica. Considerações finais: Se tratando da UP, o profissional de enfermagem desempenha um papel que vai muito além da administração de medicamentos. Esta condição, devido ao risco de mortalidade, deve ser amplamente monitorada, de forma que ao surgimento de sinal alarmante na condição de saúde do paciente a equipe apresente uma resposta de prontidão. Assim sendo, o enfermeiro vem a ser de suma importância na condução do tratamento, empregando a SAE como um recurso aliado à recuperação da saúde do paciente de forma total e integral.

7162 USO DE TABLETS PELOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NO BRASIL
Bianca Borges da Silva Leandro, José Mauro da Conceição Pinto, Juliana Felício Rangel

USO DE TABLETS PELOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NO BRASIL

Autores: Bianca Borges da Silva Leandro, José Mauro da Conceição Pinto, Juliana Felício Rangel

Apresentação: Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) são profissionais que atuam na Atenção Básica, tendo como orientação o trabalho humanizado. De modo geral trabalham na comunidade que residem e são considerados o elo com a população e uma extensão dos serviços de saúde. Na microárea em que atuam, são responsáveis por diversas atividades, dentre as quais se pode citar: o registro das pessoas que ali residem, tanto de seus nascimentos e óbitos, quanto da sua saúde ao longo do tempo, para fins de controle e planejamento de ações da saúde; o acompanhamento diferenciado de cada morador por meio das visitas domiciliares, a fim de monitorar os riscos aos quais as famílias estão expostas; pela interação entre o setor da saúde e outros centros que visem o bem estar dos moradores, estimulando também a participação da comunidade; e pela Promoção da Saúde, realizando atividades e oficinas a fim de promover práticas de prevenção, conscientização e aumento da qualidade de vida dos habitantes. Com o avançar das novas tecnologias de informação e comunicação (TIC) e a sua consequente incorporação pelos serviços de saúde, observam-se mudanças significativas na organização dos distintos processos de trabalho, inclusive do ACS. Como dito, uma das atribuições do ACS relaciona-se com o processo de coleta de dados e sistematização de informações, seja para alimentar os diversos sistemas de informações em saúde, como também para guiar as atividades a serem realizadas. Em substituição ao modo manual, com uso de papel, para coleta e registro dos dados, observa-se a introdução de novas TIC no processo de trabalho do ACS, em especial, o uso de tablets. De modo contextual, influenciando este processo, não se pode deixar de citar que, em 2013, por meio da Portaria 1.412 o Ministério da Saúde instituiu o Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), operacionalizado através da estratégia e-SUS Atenção Básica (e-sus AB) e, em 2016, o Ministério da Saúde tornou obrigatório o uso do prontuário eletrônico, para envio dos dados, nas unidades básicas de saúde. Com esse cenário, torna-se relevante identificar e compreender melhor como vem ocorrendo a incorporação pelos serviços de saúde, de tablets destinados aos ACS. Desse modo, este trabalho, enquanto parte da pesquisa ‘A prática do registro no processo de trabalho do Agente Comunitário de Saúde (ACS)’, apresenta uma síntese e análise de notícias sobre o uso, institucionalizado, de tablets por ACS em seu cotidiano de trabalho. Método Trata-se de uma pesquisa de revisão narrativa, com características quantitativa e qualitativa. Foram pesquisadas notícias publicadas no Google notícias por meio dos descritores "tablet" e "agente comunitário" no período de 2013 a 2018. Elaborou-se um formulário, no Epi-Info para a guarda das notícias e registro dos seguintes dados: fonte da notícia, assunto principal, data, cidade, município, código IBGE do município, latitude, longitude e observação/análise preliminar. Esta ferramenta foi ideal para a guarda e sistematização dos principais elementos de cada uma das matérias. A partir do banco de dados organizado, utilizou-se o software Excel para a elaboração da análise gráfica e, o Epi-Info 7, para a construção do mapa. Em seguida, procedeu-se a análise quantitativa para descrever o perfil temporal e espacial das matérias e à análise qualitativa, com base na análise de conteúdo de Laurence Bardin, para estudar os conteúdos publicados. Resultado: Foram identificadas 16 notícias, publicadas no período de 03/03/2015 a 15/08/2018 em 16 municípios de nove estados, sendo a maior parte (10) de municípios das regiões sul e sudeste. Os estados com a maior quantidade de notícias foram São Paulo (3, 19%) e Rio Grande do Sul (3, 19%). Santa Catarina, Piauí e Pernambuco obtiveram 12% cada um. Já Paraná, Bahia, Acre Paraíba e Minas Gerais ficaram com 6% cada um. Em relação à distribuição no tempo, com o passar dos anos notou-se um aumento das notícias publicadas: 2015 (1 notícia), 2016 (3), 2017 (3), 2018 (9). Ressalta-se que não foram encontradas notícias publicadas nos anos de 2013 e 2014. Este resultado indica um aumento de uso desse tipo de tecnologia, de modo formal, na rotina de trabalho do ACS na Atenção Básica Ao analisar os conteúdos, observou-se que são destacadas a agilidade e facilidade do uso de tablets para o trabalho do ACS: “A ideia é oferecer mais agilidade e confiabilidade no armazenamento de dados da população. (...) A ferramenta está sendo empregada para agilizar o atendimento durante as visitas domiciliares dos ACS aos pacientes” (notícia 01). Através das matérias, alguns ACS relataram que é esperada a melhoria no processo de trabalho, aumento da qualidade das informações e a segurança no armazenamento dos dados coletados: “‘Tem me ajudado muito, no início tive muitas dificuldades, hoje já estou sabendo manusear. E cada dia a gente vai melhorando para assim chegar à eficiência’ (...) ‘Adeus cadernetas, bem-vindo ao mundo tecnológico’” (notícia 01). De posse desse resultado, pode-se destacar que a questão da formação destes profissionais para o uso da tecnologia foi um aspecto que apareceu, porém não em todas as matérias. De modo geral, foram citadas capacitações curtas para a compreensão do equipamento e software, ofertadas, na grande maioria, pela empresa privada prestadora do serviço. Além dos aspectos citados, as matérias sinalizam que por meio deste instrumento, as secretarias de saúde terão acesso mais facilitado aos dados, podendo apoiar a formulação de ações de prevenção e promoção da Saúde na Atenção Básica: “por meio dos dados coletados e compilados, a Secretaria de Saúde tem acesso ao perfil dos pacientes e pode planejar melhor ações assistenciais e de saúde voltadas à população” (notícia 02). Considerações finais: Ao se lidar com a tecnologia da informação é necessário compreender que o uso da mesma apresenta vantagens, mas também alguns desafios, como, por exemplo, a mudança constante de sistemas utilizados na Atenção Básica. Além da possível perda de dados e a necessidade dos ACS terem que registrar tudo novamente. A atualização dos dados no sistema eletrônico é mais rápida para os profissionais, porém nem sempre é eficaz o suficiente, dependendo do formulário que é preenchido e os indicadores utilizados. Vale destacar também que a incorporação de uma tecnologia digital não, necessariamente, elimina o total uso do papel no cotidiano do trabalho, e, nem sempre, o problema está no uso do papel, fazendo-se necessário reestruturar todo o processo de trabalho. Deve-se levar em consideração também a pluralidade de realidades existentes no Brasil, algumas dependentes do papel para a organização de seus processos e, outras, que mesclam a estratégia digital com o uso físico do papel. Por fim, não se pode deixar de mencionar a importância do processo permanente de qualificação dos profissionais para o uso adequado da tecnologia.

7212 HOSPITALIZAÇÃO COMO FATOR ESTRESSOR EM ACOMPANHANTES NA OCORRÊNCIA DE VIOLÊNCIA PEDIÁTRICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Jéssica Suene Andrade do Nascimento, Ingrid Bentes Lima, Caio Demetrius de Lima Meireles, Victória Barile Sobral, Thany Elly Oliveira Vanzeler, Lorena Saavedra Siqueira, Giselle de Oliveira Souza, Yasmin Cristino Monteiro

HOSPITALIZAÇÃO COMO FATOR ESTRESSOR EM ACOMPANHANTES NA OCORRÊNCIA DE VIOLÊNCIA PEDIÁTRICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Jéssica Suene Andrade do Nascimento, Ingrid Bentes Lima, Caio Demetrius de Lima Meireles, Victória Barile Sobral, Thany Elly Oliveira Vanzeler, Lorena Saavedra Siqueira, Giselle de Oliveira Souza, Yasmin Cristino Monteiro

Apresentação: Os direitos à vida e à saúde da criança e do adolescente são direitos assegurados pela lei. Sobre a hospitalização, o art. 012 do ECA garante à criança hospitalizada prioridade no atendimento à saúde com direito a presença integral de um dos pais ou responsáveis. O enfrentamento da internação para a criança é difícil, pois o hospital é um local que provoca sentimento de tristeza por causa da doença, afastamento da família, da rotina diária, bem como aos procedimentos invasivos. Para os acompanhantes o receio é da saída da rotina, insegurança no papel parental, instabilidade financeira e dor pelo sofrimento do filho. Um estudo mostra que a hospitalização é, muitas vezes, a causa dos altos níveis de estresse e ansiedade dos pais, e não necessariamente a gravidade da doença. O fator estressor pode ocasionar transtorno de humor, o que pode gerar intolerância ao ambiente inserido, refletindo na forma de tratar o menor hospitalizado, podendo resultar numa situação de violência contra a criança. A OMS classifica a violência contra a criança em quatro tipos: Abuso físico, sexual, psicológico e negligência. A violência, no meio infantil, se torna um fator estressor no que tange o desenvolvimento da criança, com consequências que não se restringem apenas nessa fase, mas que podem acompanhar essas crianças durante a vida adulta. O presente estudo tem como objetivo descrever de que forma a experiência vivenciada pelos estudantes de enfermagem junto aos acompanhantes de uma clínica pediátrica contribuiu para a formação acadêmica, através do papel intervencionista em problemáticas sociais. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência dos discentes de enfermagem, na aplicação da roda de conversa, em um Hospital de referência em Belém (PA). Esse estudo tem como público alvo os acompanhantes pediátricos e a equipe de Enfermagem da instituição. É fundamentado no Arco de Maguerez que tem como objetivo levar à uma reflexão-ação e à formação de um profissional crítico-reflexivo, e é composto por cinco etapas: a primeira é a observação da realidade em que observou-se a estrutura física do hospital, a equipe multiprofissional, os procedimentos invasivos, a criança como um todo e o acompanhante; a segunda corresponde ao levantamento dos pontos-chaves e elencou-se como ponto chave o estresse do acompanhante referente ao ambiente hospitalar, com enfoque na prevenção da violência pediátrica, uma vez que o estresse do acompanhante pode ocasionar situações adversas; a terceira é a teorização, onde foram realizadas pesquisas nas literaturas científicas sobre os principais achados relacionados ao estudo; a quarta etapa refere-se à hipótese de solução e optou-se pela roda de conversa com os acompanhantes, realizada de maneira descontraída, com utilização de terapias alternativas e com reflexões relacionadas ao tema, e a quinta e última etapa do arco é o momento de aplicação à realidade. A ação teve formato grupal e educativo, com a finalidade de realizar a escuta ativa e transmitir informações sobre o estresse como possível causador se violência pediátrica. A intervenção iniciou com um acolhimento, no qual foram entregues convites a cada acompanhante nos leitos sobre o momento de descontração que ocorreria no dia seguinte. Participaram da roda de conversa seis acompanhantes, todas mães dos pacientes. Inicialmente, os discentes se apresentaram e compartilharam o motivo da referida ação, em seguida as acompanhantes informaram seus nomes, idade, procedência e motivo da internação da criança. Após a socialização, os acadêmicos iniciaram o debate com o subtema inicial: defina criança com uma palavra ou frase. Com o debate formado sobre a definição de criança, iniciou-se o debate sobre a criança e doença, sobre a adaptação da criança e da acompanhante no processo de hospitalização, sobre o que mais incomodava no meio hospitalar, sobre o que é feito em momentos de estresse e se o mesmo pode ser fator desencadeante de violência pediátrica, foi discutido sobre as situações a qual podemos definir como violência contra a criança, e por fim, se os profissionais daquele espaço de convivência proporcionam momentos, como o realizado, para ajudar na prevenção de estresse no acompanhante. Para finalizar a ação de maneira descontraída e educativa, explicou-se algumas técnicas de relaxamento, incluindo a respiração correta e dicas de automassagem. Foi distribuído para cada participante um óleo aromatizante e colocado sons de relaxamento para explicar os melhores pontos de massagem e para que conseguissem se concentrar. Por fim, foi entregue um folder que trazia informações sobre o significado do estresse e algumas técnicas de relaxamento que poderiam ajudar a aliviá-los momentos de tensão. Resultado: Através do diálogo com as participantes, percebeu-se que estar distantes de outros filhos e da família, e muitas vezes não ter com quem revezar no acompanhamento, é um fator estressor. Também observou-se que as mães conseguiram distinguir a violência física e verbal, destacando que ambas poderiam causar danos psicológicos. Entretanto, no tocante sobre a ausência do papel paternal, as envolvidas não tinham ciência que a negligência poderia se caracterizar como violência. Além disso, outro fator que contribui para o estresse é a assistência prestada dos profissionais de saúde em relação aos acompanhantes. Foram relatados alguns descasos na demora em receber o alimento para a criança, falta de boa vontade em disponibilizar materiais e preocupação apenas com as técnicas realizadas. Porém foi narrado que alguns profissionais carregam uma atitude motivadora mas que acabam passando despercebido por conta do estresse. Quanto a profissionais de Psicologia ou Serviço Social, foi relatada a presença deles, mas que o apoio seria insuficiente e que viria apenas quando a situação está desesperadora. A falta de estratégias para o combate do estresse também foi relatada pelas participantes, que ainda mostraram como a situação se mostra mais difícil ao sempre manter a rotina hospitalar. As terapias alternativas foram utilizadas como meio de descarregamento do estresse vivenciado pelas acompanhantes no hospital. Foi perceptível durante a dinâmica da ação que as mulheres desenvolveram próprias técnicas de relaxamento diante do estresse, como a respiração e a musicoterapia. A ação obteve resultado positivo para os acompanhantes que afirmaram a importância para o combate ao estresse da família, e a realização de atividades complementares que estimulam a quebra de rotina hospitalar. Além disso, os acadêmicos de enfermagem puderam observar a relevância do olhar holístico da equipe multiprofissional frente ao estresse do acompanhante e a forma como eles abordam essa problemática no cotidiano hospitalar. Considerações finais: O processo de hospitalização em pediatria também pode ser considerado um fator estressor ao acompanhante. Durante os relatos também houve o consenso de que o estresse pode gerar algum tipo de violência, a partir de agressões sofridas pelas participantes durante a infância, motivadas pelo estresse. Observou-se nas envolvidas atitudes impacientes, sensações de medo, nervosismo, angústia, tristeza e sensíveis ao choro. Portanto, é imprescindível a atenção da equipe de saúde a esse importante sujeito intermediador do cuidado à criança, bem como a precoce experiência para acadêmicos de enfermagem na formação de profissionais competentes e humanizados.

7235 GRUPO DE EXERCÍCIOS NA PREVENÇÃO DE DOR LOMBAR RECIDIVANTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Lara Bourguignon Lopes, Pâmela Reis Vidal, Bruna Zanchetta De Queiroz, Gracielle Pampolim

GRUPO DE EXERCÍCIOS NA PREVENÇÃO DE DOR LOMBAR RECIDIVANTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Lara Bourguignon Lopes, Pâmela Reis Vidal, Bruna Zanchetta De Queiroz, Gracielle Pampolim

Apresentação: A dor lombar é considerada epidêmica na população mundial e nacional, sendo a maior causa de limitação das atividades, com grande impacto na qualidade de vida, aspectos socioeconômicos e psicossociais. Sabe-se que a melhor forma de prevenir a lombalgia é através de práticas de exercício e educação do indivíduo. Nesse contexto, o projeto de extensão Ambulatório de Reabilitação de Coluna do curso de fisioterapia da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM criou um grupo de exercícios para acompanhamento de pacientes após término do tratamento ambulatorial, diminuindo a reincidência de dor lombar e outros problemas associados. Desenvolvimento: Devido a percepção de que os pacientes voltavam aos antigos hábitos de saúde após a alta da fisioterapia, e por necessidade destes de continuarem com a interação social estabelecida através projeto, foi criado um grupo de exercícios. Ao contrário do tratamento ambulatorial este grupo possui atividades coletivas, para manutenção da condição restabelecida pelo tratamento fisioterapêutico individual. Dessa forma, uma vez por semana eram ministrados exercícios de fortalecimento muscular, estabilização segmentar da coluna, exercícios de mobilidade global e para equilíbrio, além disso, incluíamos atividades recreativas, com música, brincadeiras que necessitavam de coordenação motora, equilíbrio, trabalho em grupo e circuitos funcionais que despertavam maior interesse e participação. Os pacientes, em sua maioria idosa, eram sempre incentivados a relatarem sobre sua vida, compartilharem suas preocupações com o grupo, os problemas de saúde que ainda incomodavam e opinarem sobre quais atividades gostariam de praticar, criando um vínculo entre terapeuta e paciente, importante em todo processo de tratamento. Resultado: Com a execução das atividades sugeridas observou-se cada vez mais uma melhora da funcionalidade e da conscientização sobre a importância do exercício físico. Os pacientes quase não faltavam e alegavam que quando isso ocorria suas dores voltavam e sentiam necessidade de praticar exercícios. Além disso, a importância psicossocial do projeto foi notória, o vínculo criado foi um dos principais pontos positivos, levando em consideração que muitos não têm apoio, ou com quem conversar no dia a dia. Considerações finais: Observou-se que existe a necessidade de dar continuidade às práticas fisioterapêuticas e realizar acompanhamento desses pacientes para diminuição da reincidência de dor lombar, porém na maioria das vezes o paciente não tem essa autoconsciência e necessita de apoio externo para incentivá-lo. Também foi notório a importância do convívio social para a melhora da saúde como um todo. Dessa forma, entendemos que a criação de grupos de apoio e acompanhamento após a alta ambulatorial dos atendimentos individuais é de extrema importância para a qualidade de vida e manutenção da funcionalidade de pacientes com dor lombar recidivante

7275 PRÁTICAS DE CUIDADO EM SAÚDE NO CONTEXTO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Carolinny Nunes Oliveira, Daniela Arruda Soares, Marcio Galvão Guimarães de Oliveira, Maria Helena de Oliveira Santana, Vanila Santos da Costa, Caroline Ferraz Santana Ferraz Santana, Vanessa Moraes Bezerra, Danielle Souto de Medeiros

PRÁTICAS DE CUIDADO EM SAÚDE NO CONTEXTO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: Carolinny Nunes Oliveira, Daniela Arruda Soares, Marcio Galvão Guimarães de Oliveira, Maria Helena de Oliveira Santana, Vanila Santos da Costa, Caroline Ferraz Santana Ferraz Santana, Vanessa Moraes Bezerra, Danielle Souto de Medeiros

Apresentação: No âmbito da saúde coletiva, no qual a Atenção Primária à Saúde (APS) se insere, as práticas de cuidado se fundamentam na ideia de que a saúde/doença das populações são determinadas por processos de produção/reprodução social e requerem articulação inter profissional/setorial, numa perspectiva democrática e de fortalecimento dos direitos sociais e da qualidade de vida das pessoas. O quadro alarmante das Doenças Crônicas Não transmissíveis (DCNT) no contexto mundial, representam um desafio para as práticas de cuidado desenvolvidas nos serviços de saúde, sobretudo em sistemas orientadas pela APS, para a qual se espera coordenação do cuidado e a ordenação da rede assistencial. Nessa perspectiva, objetivou-se analisar as práticas de cuidado em saúde desenvolvidas na Estratégia de Saúde da Família (ESF) a indivíduos com Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e/ou Diabetes Mellitus (DM), no município de Vitória da Conquista- BA. Método: A abordagem utilizada foi a qualitativa e os sujeitos foram escolhidos por conveniência e delimitados por saturação de dados, totalizando 5 médicos e 18 enfermeiros. A ESF da zona urbana do município foi escolhida pela facilidade de acesso e por guardar características físicas e algumas especificidades do processo de trabalho que diferem das unidades situadas na zona rural. Soma-se também o fato desta pesquisa encontrar-se aninhada a um estudo maior que considerava a características, intitulado ”Projeto Health Rise Vitória da Conquista”. A coleta foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas baseadas em uma matriz fundamentada em três dimensões: organizacional, técnica-assistencial e psicossocial. A análise de Conteúdo foi realizada na modalidade temática. Resultado: foram encontradas fragilidades relacionadas à focalização da demanda, práticas médico-centradas, dificuldades de interlocução com o Núcleo de Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica-NASF-AB, com a família dos usuários e com a atenção especializada, além de déficits no planejamento das ações e dificuldades na utilização do prontuário eletrônico. As potencialidades confirmam a oferta abrangente de ações, atuação singularizada sobre os riscos e vulnerabilidades sociais do território, estímulo a autonomia dos usuários, reconhecimento e articulação com os dispositivos sociais e incorporação de novas tecnologias de cuidado. Considerações finais: As práticas de cuidado no âmbito da APS voltadas a indivíduos com HAS e DM no contexto analisado, são complexas, e embora se reconheça potencialidades, são necessários investimentos na esfera macro e sobretudo, micropolítica com vistas ao fortalecimento da APS e do processo de trabalho dos profissionais.

7276 IMPORTÂNCIA DO AUTOCUIDADO NA DIABETES NO CONTEXTO DA ATENÇÃO BÁSICA
VANESSA KLIMKOWSKI ARGOUD, DANIELY Casagrande Borges, ANNA CAROLINE SOLKA, GREYCE FREITAS AYRES, NÚBIA IVANIRA BORBA

IMPORTÂNCIA DO AUTOCUIDADO NA DIABETES NO CONTEXTO DA ATENÇÃO BÁSICA

Autores: VANESSA KLIMKOWSKI ARGOUD, DANIELY Casagrande Borges, ANNA CAROLINE SOLKA, GREYCE FREITAS AYRES, NÚBIA IVANIRA BORBA

Apresentação: A Atenção Básica é considerada o espaço de práticas em saúde responsável por desenvolver estratégias de promoção, prevenção e recuperação da saúde do indivíduo. As condições crônicas de saúde são aquelas de início lento e permanente, que demandam um cuidado contínuo, proativo e integrado do Sistema de Saúde. O Diabetes Mellitus é uma das doenças crônicas de maior prevalência mundial, apresentando-se como um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia, resultante de defeitos na secreção ou ação da insulina, ou em ambos os processos. Diante desse crescente número de diabéticos, a Atenção Básica torna-se responsável pelo diagnóstico, acompanhamento e prevenção de agravos desses indivíduos. Dessa forma o trabalho tem como objetivo descrever um relato de experiência abordando questões relacionadas à promoção do autocuidado num grupo de diabéticos. Primeiramente foi observado que a maioria dos participantes não reconheciam o espaço do grupo como um local de educação  e promoção em saúde. Para os usuários aquele era um lugar visto como de convivência, ou simplesmente para renovação de receitas médicas. A partir desse reconhecimento das fragilidades, o grupo passou a mudar a metodologia de trabalho. O espaço para convivência entre os participantes foi mantido, mas se teve um enfoque maior em relação ao autocuidado no diabetes. Foi construído um cronograma, ao qual abordava atividades relacionadas a alimentação saudável, uso correto de medicamentos e insulina, exercícios físicos, sinais de alerta, complicações do diabetes e pé diabético. Pode-se concluir que a reformulação do grupo, trabalhando as questões de autocuidado apresentou resultados positivos: os usuários entenderam melhor sua condição crônica e perceberam a importância de atentar-se para o seu cuidado.

7278 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM APLICADA AO PACIENTE COM DIABETES MELLITUS TIPO II E HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Mirlane da Costa Fróis, Ana Lúcia Pinheiro Cardoso, Greice Nivea Viana dos Santos, Milena Beatriz de Sousa Santos

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM APLICADA AO PACIENTE COM DIABETES MELLITUS TIPO II E HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

Autores: Mirlane da Costa Fróis, Ana Lúcia Pinheiro Cardoso, Greice Nivea Viana dos Santos, Milena Beatriz de Sousa Santos

Apresentação: O diabetes é uma doença de grande preocupação mundial, pois acomete 415 milhões de indivíduos adultos e apresenta em sua maioria associação a outras comorbidades como Hipertensão Arterial Sistêmica. Segundo o senso de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 12 milhões de brasileiros são portadores do diabetes, sendo um percentual de 95% para casos de diabetes tipo 2 que se caracteriza pela ausência da insulina, e pela incapacidade de exercer suas funções, manifestando no indivíduo a hiperglicemia. Este trabalho tem como objetivo relatar experiência na aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem em um paciente com diagnostico Diabetes tipo II e Hipertensão Arterial Sistêmica. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, desenvolvido por discente e docente do curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Estadual do Pará - Campus XII, durante as aulas teórico-práticas da disciplina Enfermagem em clínica médica e cirúrgica, ofertada no primeiro semestre de 2019, realizado em um hospital público no interior da Amazônia. A coleta de dados deu-se através da observação sistemática dirigida e participativa, durante a implementação da sistematização da assistência de enfermagem, aos cuidados com o paciente, a análise deu-se de maneira crítica e reflexiva. Resultado: R. M. S sexo feminino, 59 anos de idade, natural do município de Santarém. Procurou a Unidade Básica de Saúde relatando queixas de dor na região lombar e hemorragia ocular, apresentando edemas nos membros inferiores e limitações nos afazeres doméstico. Encaminhada ao hospital municipal do município, para realizar exames específicos e obteve o diagnóstico de Diabetes Mellitus tipo II e Hipertensão Arterial Sistêmica, ademais, possuía problemas renais crônico e insuficiência cardíaca aguda. Analisando o histórico de enfermagem, os dados no prontuário e acompanhando o quadro de saúde do paciente, identificamos os principais diagnósticos de enfermagem como: volume de líquidos excessivo relacionado aos edemas nos membros inferiores, alteração no padrão de sono relacionado a dor lombar, deambulação prejudicada relacionada ao sangramento ocular e risco de glicemia instável relacionado ao diagnóstico de Diabetes tipo II. Assim as principais intervenções  aplicadas durante o tratamento foram: Ao controle hidroeletrolítico aplicou-se a monitoração  dos sinais e sintomas de retenção de líquidos, registro do balanço hídrico e controle alimentar; no controle da dor administração de analgésicos conforme prescrição, monitoração do nível de desconforto do paciente e monitoração no padrão de sono,; ao controle do ambiente, quarto adaptado e acompanhamento do paciente durante atividades diárias;  Controle da Hiperglicemia Monitoração  dos níveis de glicose, pressão arterial e pulso. Considerações finais: durante o período ao qual a paciente teve internada, observou-se melhora clínica gradativa, com os cuidados prestados através da assistência sistematizada da enfermagem contribuindo assim, significativamente na reabilitação. Desta forma verificou-se a importância do processo de enfermagem através do cuidado individualizado oferecido ao paciente.

7311 A ADESÃO DOS BUNDLES COMO ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO DE PNEUMONIA VINCULADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA
Eduardo Pastana Cardoso, Camilla Amaral Pereira da Silva, Anna Leticia Alves Dourado, Samily Guimarães Rocha, Cleiton Melo Dos santos, Natália Luana Souza Viana, Lucas Gabriel Reis Siqueira, Isabela Mariana Tavares

A ADESÃO DOS BUNDLES COMO ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO DE PNEUMONIA VINCULADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA

Autores: Eduardo Pastana Cardoso, Camilla Amaral Pereira da Silva, Anna Leticia Alves Dourado, Samily Guimarães Rocha, Cleiton Melo Dos santos, Natália Luana Souza Viana, Lucas Gabriel Reis Siqueira, Isabela Mariana Tavares

Apresentação: A pneumonia associada à ventilação mecânica é uma infecção relacionada à existência do tubo orotraqueal nos doentes ventilados. Nesse contexto, o bundle é classificado como um conjunto de medidas preventivas baseadas em evidências científicas que resultam na melhoria efetiva dos cuidados. Objetivo: analisar o impacto da implementação de bundles na prevenção da pneumonia associada à ventilação mecânica. Método: Optou-se por uma revisão literária sistemática juntamente com método de Joanna Briggs Institute que têm como base o modelo de saúde fundamentado em evidências. A coleta de dados ocorreu na Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), através das seguintes bases eletrônicas: SciELO , MEDLINE, LILACS e BDENF, entre os meses de novembro de 2019 a janeiro de 2020. Os dados apresentados provêm de artigos científicos publicados no período de 2014 a 2019.  Após a estratégia de pesquisa, 72 estudos foram identificados, foram selecionados destes apenas 13 artigos para produção textual, de acordo com o ano de publicação, que atendem aos critérios metodológicos e possuem os descritores usados, após isso, 05 artigos foram incluídos para análise nesta revisão, pois implementaram os bundles como estratégia de prevenção da PAVM. As medidas mais comuns na constituição dos bundles são: a higiene oral com clorexidina, a elevação da cabeceira a 30º e a pausa diária da sedação. Resultado: Os mesmos revelaram que houve um número significativo de adesão aos bundles, o qual levou a uma diminuição da taxa de incidência de pneumonia associada à ventilação nas (UTI) unidades de terapia intensiva das referidas pesquisas. Os estudos desta revisão foram analisados criteriosamente para obter o melhor resultado sobre adesão dos bundles nas UTI. Considerações finais: Há evidências significativas e preocupação que não existe um protocolo estabelecido e utilizado a nível nacional e sim, apenas protocolos institucionais de medidas preventivas. Portanto, é necessário reforçar a realização de novas pesquisas nesta área, de modo a serem (sem sugestões) por uma única abordagem de intervenção para incorporar ao bundle. Ao mesmo tempo, é importante enfatizar e implementar a revisão sistemática, pois é uma maneira efetiva de selecionar as melhores estratégias que modifiquem o comportamento dos (sem sugestões) e consequentemente visem melhores resultados clínicos.

7330 INTERPROFISSIONALIDADE E SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DE TRABALHO INTEGRADO DA EQUIPE DE REABILITAÇÃO INFANTIL DA UNIDADE DE ENSINO E ASSISTÊNCIA EM FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL/ CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO II DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ.
ELANE DO SOCORRO DA SILVA BENTES, KAROLINE FARO DA CONCEIÇÃO, ADRIANE CAMPELO DE ANDRADE, MARCELLO PACHECO DE ALMEIDA SEIFFERT

INTERPROFISSIONALIDADE E SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DE TRABALHO INTEGRADO DA EQUIPE DE REABILITAÇÃO INFANTIL DA UNIDADE DE ENSINO E ASSISTÊNCIA EM FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL/ CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO II DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ.

Autores: ELANE DO SOCORRO DA SILVA BENTES, KAROLINE FARO DA CONCEIÇÃO, ADRIANE CAMPELO DE ANDRADE, MARCELLO PACHECO DE ALMEIDA SEIFFERT

Apresentação: A experiência surgiu a partir de reuniões mensais ocorridas em 2019, nas quais a equipe do setor infantil realizou estudo de caso, visando à integralidade do cuidado à criança com deficiência. No intuito de qualificar o atendimento de reabilitação infantil na UEAFTO/ CER II, foi estruturado o trabalho integrado entre terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, médicos e assistentes sociais. As reuniões objetivavam estimular o atendimento integrado para a criança com deficiência e seus acompanhantes, possibilitando atendimento clínico mais humanizado e sensível. O Governo Federal instituiu, através do Decreto Nº 7612, de 17 de novembro de 2011, o Programa Viver sem Limites- Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. A Portaria Nº 793, de 24 de abril de 2012, institui a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do Sistema Único de Saúde- SUS, e cria os Centros Especializados em Reabilitação- CER, com o objetivo de oferecer reabilitação especializada para as deficiências física, intelectual, auditiva e visual. Após avaliação realizada pela Área Técnica da Saúde da Pessoa com Deficiência do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, a UEAFTO foi habilitada em CER II estando autorizada a atender pessoas com deficiências física e intelectual. Através da Portaria Nº 778, de 9 de maio de 2013, a UEAFTO passou a receber recursos financeiros do Ministério da Saúde para implantação, ampliação, capacitação e treinamento da equipe e manutenção do serviço, ampliação da sua estrutura e recursos para aquisição de novos equipamentos. De acordo com dados colhidos pelo Setor de Serviço Social da Unidade, grande parte das crianças acolhidas no serviço, foram diagnosticadas com Transtorno do Espectro do Autismo- TEA. Antes da UEAFTO ser também um CER II, o perfil dos usuários atendidos, era somente deficientes físicos. O atendimento de pessoas com deficiência intelectual, tem sido um desafio para os profissionais, o que tem requisitado o trabalho integrado com estudo de caso. Na análise de cada caso, buscou-se resolutividade para as dificuldades enfrentadas, e nessa busca foi inerente o enriquecimento técnico de cada profissional da equipe. Em relação à metodologia utilizada pela equipe do setor infantil, elencou-se como público alvo da ação interprofissional, as crianças com deficiência física e/ou intelectual na faixa etária de 0 a 12 anos. A equipe de profissionais é composta por 1 Médica neuropediatra; 5 Fisioterapeutas; 4 Terapeutas Ocupacionais; 3 Fonoaudiólogas; 2 assistentes sociais; 2 psicólogos e os Estagiários e Residentes. As reuniões acontecem mensalmente nos turnos manhã e tarde, e o tempo de duração é de quatro horas. Os profissionais elegem quatro ou cinco crianças, para o estudo de caso. Quanto à elegibilidade das crianças para o estudo, são utilizados alguns critérios: primeiramente são considerados os casos graves, ou seja, crianças que apresentam patologias que ocasionam complicações e limitações severas ao seu desenvolvimento, por este motivo necessitam iniciar a reabilitação multiprofissional e integrada com brevidade; em seguida são consideradas as patologias complexas, a experiência tem mostrado que a complexidade do caso, promove o enriquecimento mútuo e dinamiza o debate entre as profissões, o que tem ocasionado ideias de atuação multiprofissional integrada, o que tem resultado na melhora do prognóstico das crianças; o último critério tem a ver com a situação social desses usuários que utilizam o serviço, são crianças em situação de risco, ocasionado por maus tratos e demais formas de violação de direitos. Os casos são escolhidos durante as reuniões, para serem discutidos pela equipe no mês subsequente, geralmente são crianças que já estão em reabilitação, sendo atendidas pela equipe multiprofissional da unidade. O Serviço Social é o profissional que, geralmente, tem iniciado a discussão, por conhecer o perfil socioeconômico destes usuários que foram elencados para o debate coletivo. As assistentes sociais são as profissionais que possuem o conhecimento mais ampliado dos casos, haja vista que, são as responsáveis pelo acolhimento dos usuários na unidade, além de obterem dados do perfil socioeconômico, conhecem a realidade sócio familiar do/da menor. O Serviço Social também é responsável por apresentar, o percurso seguido pelo usuário/a, desde o início da reabilitação, ou seja, quais foram os atendimentos já realizados com a criança, ou se está aguardando na fila de espera para ser atendida. O Estudo Teórico relacionado aos casos que estão sendo atendidos na unidade, é um momento importante da reunião, onde são tratados aspectos relacionados à atualização clínica, sobretudo no que se refere ao processo de reabilitação física e/ou cognitiva, haja vista que, o CER II da UEPA está habilitado para atender usuários com deficiência física e/ou intelectual, na ocasião são apresentadas e discutidas novas abordagens e propostas de tratamento para pessoas com deficiência. Em relação ao debate dos casos clínicos eleitos para estudo, são abordados: O diagnóstico do paciente, bem como as demandas trazidas pela família; as idiossincrasias da criança são descritas e analisadas pelo coletivo, bem como são apontadas e avaliadas, questões relacionadas à vida quotidiana das famílias que possuem filhos com deficiência, sobretudo no que se refere à rede de apoio social, econômica e familiar e finalmente é traçado o prognóstico considerado coletivamente, o mais eficiente para a melhora do quadro clínico. A experiência de trabalho integrado da equipe do setor infantil da UEAFTO/CER II, tem oportunizado o acompanhamento de forma interprofissional, propiciando a integração de saberes multiprofissionais. A atenção mais individualizada para cada situação, tem oportunizado aos usuários/as e suas famílias uma assistência de forma mais humanizada. O foco deixa de ser a patologia, cedendo lugar para o olhar mais voltado ao ser humano em sua particularidade. É considerado de forma unanime pelos membros da equipe do setor infantil, bem como pelos gestores da unidade, os benefícios advindos com a experiência de trabalho integrado, haja vista que, por meio do aperfeiçoamento profissional da equipe todos são beneficiados, e o serviço de saúde pública cumpre o seu papel em oferecer à população o que ela necessita. A iniciativa tem oportunizado a melhoria do fluxo de atendimento às pessoas com deficiência, dando prioridade no atendimento dos casos mais graves, e que necessitam de atenção qualificada, integrada e urgente. É importante ressaltar que, em tempos de desconstrução de direitos, esta iniciativa que tem sido desenvolvida durante três anos, tem amenizado a angustia de muitas famílias que possuem filhos com deficiência, e que são negligenciados na garantia de seus direitos. Ressalta-se que a experiência tem identificado que grande parte dos desafios enfrentados na UEAFTO/CER II, são inerentes às dificuldades de acesso aos serviços destinados às pessoas com deficiência, uma vez que a rede de atenção à esta demanda populacional, se apresenta de forma ineficaz em suas ações, soma-se a isso os fatores de ordem social, econômica e cultural. O ganho advindo com a experiência tem otimizado o fluxo de atendimento, diminuindo a demanda reprimida que aguarda nas listas de espera dos profissionais do setor infantil. Estes dados representam a importância e os benefícios em atuar de forma coletiva e integrada, no intuito de buscar resolutividade aos problemas enfrentados no quotidiano dos serviços de reabilitação de pessoas com deficiência no âmbito do Sistema Único de Saúdo- SUS.

7356 ESTIMULAÇÃO COGNITIVA E MOTORA PARA PESSOAS QUE CONVIVEM COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: ESTUDO QUASE EXPERIMENTAL
Glaucio Martins da Silva Bandeira, Paula Vanessa Peclat Flores, Manuella Reis de Almeida Holovaty, Paula Camatta de Alencar, Paola Pugian Jardim, Michele Bastos Costa, Juliana de Melo Vellozo Pereira Tinoco, Ana Carla Dantas Cavalcanti

ESTIMULAÇÃO COGNITIVA E MOTORA PARA PESSOAS QUE CONVIVEM COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: ESTUDO QUASE EXPERIMENTAL

Autores: Glaucio Martins da Silva Bandeira, Paula Vanessa Peclat Flores, Manuella Reis de Almeida Holovaty, Paula Camatta de Alencar, Paola Pugian Jardim, Michele Bastos Costa, Juliana de Melo Vellozo Pereira Tinoco, Ana Carla Dantas Cavalcanti

Apresentação: Os déficits cognitivos são comuns em pacientes com insuficiência cardíaca crônica. Estudam apontam que estratégias de estimulação cognitiva são importantes para melhoria do autocuidado, depressão, capacidade funcional e cognição, no entanto, não existem estudos que tenham avaliado o efeito de um programa de estimulação cognitiva para estes pacientes no Brasil. Objetivo: Verificar o efeito de um programa de estimulação cognitiva e motora no autocuidado, qualidade de vida, depressão, capacidade funcional e cognição de pacientes com insuficiência cardíaca crônica. Método: Estudo quase experimental do tipo antes e depois, com amostra inicial de 21 pacientes de uma clínica especializada em tratamento de insuficiência cardíaca localizada no Estado do Rio de Janeiro. Os pacientes receberam a intervenção de estimulação cognitiva e motora, através de um programa realizado semanalmente, por oito sessões de 90 minutos que consistiu em jogos cooperativos, pedagógicos, dinâmica de grupo e dança circular. Os desfechos avaliados foram as habilidades de autocuidado (European Heart Failure Self-care Behavior Scale), qualidade de vida pelo (Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire), depressão (Inventário de Depressão de Beck II), atividades de vida diária (Índice de Katz de Independência nas Atividades de Vida Diária) e cognição (Teste do Relógio). As variáveis categóricas foram analisadas através de frequências, média e mediana, de acordo com o teste de normalidade. As diferenças entre as médias foram calculadas pelo T-Student pareado ou Wilcoxon, de acordo com o comportamento das variáveis. Foi considerado o valor de p bivariado 0,05 para significância estatística Resultado: A amostra final dispôs de 21 pacientes, com idade média de 67,92±11,48, sendo 53,8% do sexo feminino. Apesar do desfecho primário autocuidado não ter apresentado melhora (p=0,175), os dados pré e pós-intervenção mostraram melhorias significativas nos desfechos cognição (p≤0,05), qualidade de vida (p≤0,05) e depressão  (p≤0,05) mostrando alto efeito da intervenção com significância. Discussão: A literatura traz muitos estudos que apontam que a IC afeta vários aspectos do funcionamento cognitivo. Sintomas depressivos estão pre­sentes em quase metade dos portadores de IC, a as­sociação entre depressão e IC está relacionada a um pior prognóstico. O impacto da doença, na qualidade de vida, pode ser influenciado por múltiplos fatores. Neste sentido, as atividades em grupos proporcionadas através dessa pesquisa apresentam-se como uma importante estratégia no enfrentamento do complexo tratamento da IC. Os benefícios trazidos por atividades de estimulação cognitiva em grupo para a saúde são diversos, possibilitando um melhor funcionamento motor, independência, diminuição e  prevenção a decadência  decorrente  do  processo  de  envelhecimento,  modificando  a  condição  de  incapacidade  para  o  cumprimento  das  atividades  da  vida  cotidiana Considerações finais: Através desse estudo pode-se verificar que os participantes evoluíram positivamente nos desfechos cognição, depressão e qualidade de vida. Evidenciando a importância de se realizarem novos estudos e aprofundamento de pesquisas no campo da cognição e IC. Estes resultados podem contribuir para o desenvolvimento de novas linhas de investigação no âmbito da IC e cognição.

7379 ANÁLISE DA REORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE NO RIO DE JANEIRO: DIABETES MELLITUS COMO MARCADOR PARA AVALIAÇÃO DO CUIDADO NA APS
Bárbara Cristina Boscher Seixas Pinto, Rhanna da Silva Henrique, Adriele Campos Moreira, Marina Ribeiro dos Santos, Sophia Rosa Benedito, Sofia Camargo Collet, Viviane Liria Costa de Souza

ANÁLISE DA REORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE NO RIO DE JANEIRO: DIABETES MELLITUS COMO MARCADOR PARA AVALIAÇÃO DO CUIDADO NA APS

Autores: Bárbara Cristina Boscher Seixas Pinto, Rhanna da Silva Henrique, Adriele Campos Moreira, Marina Ribeiro dos Santos, Sophia Rosa Benedito, Sofia Camargo Collet, Viviane Liria Costa de Souza

Apresentação: O presente trabalho trata de um estudo ecológico, do tipo analítico desenvolvido por uma equipe de residentes multiprofissionais integrantes do Programa de Residência em Saúde da Família da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz), como requisito da disciplina de Epidemiologia Paisagística para o SUS. Seu tema advém de inquietações provocadas pela proposta de reorganização da Atenção Primária à Saúde (APS), realizada pela Secretaria Municipal de Saúde do município no ano de 2018 que previu cortes orçamentários, resultando na desativação de equipes mínimas de Estratégia de Saúde da Família (ESF), de Saúde Bucal e de Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Considerando o papel da APS enquanto ordenadora do cuidado e potente nível de assistência à saúde em termos de resolutividade, compreende-se que a implementação de políticas públicas que permitiram uma expansão do acesso à este nível pode representar um impacto significativo na morbimortalidade de agravos como as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). A partir de sua estruturação enquanto forma de cuidado é possível identificar, diagnosticar, tratar, prevenir e fazer a vigilância das comunidades, também é possível reduzir os hábitos que influenciam os fatores de risco que complicam as mesmas. Tal questão torna-se ainda mais importante quando avaliamos a transição do perfil populacional e epidemiológico da população do município, expressa no maior contingente de idosos e na maior prevalência da condição de saúde cita anteriormente, as DCNT. Dentre o escopo de DCNT, destaca-se a Diabetes Mellitus (DM), condição crônica que se apresenta como um dos maiores desafios para a Saúde Pública no século XXI. Sua prevalência mundial, em 2015, foi de 8,8%, demandando 12% das despesas globais em saúde com os cuidados de pessoas acometidas pela doença. A DM apresenta-se como Condição Sensível à Atenção Primária, evidenciando que o adequado manejo desta doença na APS contribui na prevenção de hospitalizações e morte por complicações. A esse nível de atenção cabe, dentre outros fatores, a identificação de riscos cardiovasculares, prevenção farmacológica, rastreamento de lesão de órgão alvo, manejo do pé diabético, identificação de sinais de urgência e encaminhamentos, quando necessário. Frente ao exposto, no período de 2009 a 2016, ocorreu um processo de expansão da APS no município, alterando a cobertura de 3,5% em 2008, para cerca de 70% em 2016. Quando comparado ao período de vigência do modelo de APS tradicional, o acesso, o vínculo, o cuidado longitudinal e a coordenação do cuidado foram aspectos que evoluíram positivamente e de forma importante. O trabalho tem o objetivo de, a partir da política de expansão da ESF e consequente aumento de cobertura da mesma, avaliar o seu impacto na população a partir do agravo da condição da DM e na utilização dos demais níveis de atenção à saúde. Dessa forma, é possível refletir sobre possíveis desdobramentos gerados pela recente proposta de reestruturação do município. Para a realização do estudo em questão, foram selecionadas três áreas de planejamento em saúde (AP) do município, 2.1, 3.2 e 4.0. A amostragem dos territórios foi selecionada por conveniência, considerando aquela que apresenta o melhor desempenho a partir das metas pactuadas no contrato de gestão com a Prefeitura Municipal (2.1); o campo de atuação prática das autoras (3.2); e a AP com maior previsão de corte de equipes (4.0). O contorno temporal (2006-2016) teve como critério a consideração de três momentos-chave para a ESF a no município do Rio de Janeiro: antes de sua expansão (2006-2008), o início de sua expansão (2011) e o auge de sua expansão (2015-2016). Para caracterizar a cobertura da ESF no município do Rio de Janeiro, foi considerada a população adscrita, o número de Equipes de Saúde da Família e Equipes de Agentes Comunitários de saúde (EACS), a cobertura percentual e a real. Já para caracterizar o agravo da DM, utilizou-se as taxas internações hospitalares por DM discriminado por AP e município, além da prevalência de diabetes autorreferida entre pessoas com mais de 18 anos no município. Os dados mencionados foram retirados das bases de dados/sistemas de informação VIGITEL, DAB/MS, SUBPAV, SINAN e SIM. As taxas foram calculadas para cada AP por meio da razão entre a frequência absoluta de internações por internações por diabetes sobre a população residente, respaldadas pelo intervalo de E-10 a E-14 do Capítulo IV da Classificação Internacional de Doenças versão 10 (CID-10). Quanto a população, utilizou-se o Censo 2010 do IBGE como referência para os anos de 2008 e 2011 e o IPP para o ano de 2016. Já para o ano de 2016, foi usado a população estimada pelo Instituto Pereira Passos (IPP). Foram utilizados o aplicativo TABNET e o Microsoft Office Excel 2007 para a tabulação e análise dos dados coletados. Segundo o DAB/MS, em 2006 a cobertura da APS no município era de 19,66%. Já nos anos de 2011 e 2016, esse valor cresce para 37,83% e 70,36%, respectivamente. Em contrapartida, a taxa de prevalência autorreferida de DM em adultos maiores de 18 anos no município aumentou em 76% entre 2006 e 2016. As taxas de internação por DM, por sua vez, vêm apresentando um decréscimo se compararmos as observadas em 2008 e aquelas apresentadas em 2016, tanto nas APSs analisadas quanto no município como um todo. No Rio de Janeiro, por exemplo, a taxa de internações por DM sofre um decréscimo de 31% se compararmos os anos de 2008 e 2016. Analisando os dados coletados  percebe-se um aumento significativo da cobertura da APS que pode potencialmente estar associado no aumento do número de diagnósticos e a melhorias nos indicadores de acompanhamento da DM, o que pode apresentar-se enquanto tendência a partir da consolidação e expansão da cobertura neste período. Logo, estes sugerem que a organização e resolutividade da APS impactam diretamente nos outros níveis de atenção, tanto no âmbito financeiro, quanto no âmbito da promoção, proteção e recuperação em saúde, buscando maior racionalidade na utilização dos demais níveis assistenciais. A partir do debate realizado, pode-se afirmar que um adequado acompanhamento da DM na APS reduz o impacto nos outros níveis de atenção, a exemplo da redução das taxas de internações por DM já descrita entre período de 2008 a 2016, no Município do Rio de Janeiro. O aumento da cobertura da ESF, bem como a ampliação da carteira de serviços foram importantes para desenvolver o acompanhamento dos usuários da forma como é recomendado, no entanto, são insuficientes para a efetivação do acesso à saúde. Para tal, faz-se necessário, além de outros fatores, iniciativas que visem a garantia da qualificação das condições de trabalho. Neste sentido, a proposta de reestruturação da APS realizada pela Prefeitura do Rio de Janeiro, apesar de não prever a redução de cobertura, pode impactar e desqualificar o acesso à saúde, uma vez que propõe a diminuição do contingente de trabalhadores da área. A redução das equipes implica diretamente em uma limitação de acesso e oferta de serviços e, consequentemente, na piora dos índices de acompanhamento, como a da DM. Por fim, o desenvolvimento do presente estudo evidencia que existe a necessidade de reorganização da APS, mas não como esta foi proposta pela prefeitura, a qual prioriza aspectos financeiros, e sim uma reorganização pautada na garantia do direito à saúde pelos princípios do SUS.

7395 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM ESTADO COMATOSO SUSTENTADA PELA TEORIA DE WANDA HORTA
Karem Poliana Santos da Silva, Amanda da Silva Melo, Aline Costa da Silva, Andreina Maciel Sena dos Santos, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Fernanda Freitas dos Santos, Maxwell Arouca da Silva, Fernanda Rodrigues Xavier

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM ESTADO COMATOSO SUSTENTADA PELA TEORIA DE WANDA HORTA

Autores: Karem Poliana Santos da Silva, Amanda da Silva Melo, Aline Costa da Silva, Andreina Maciel Sena dos Santos, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Fernanda Freitas dos Santos, Maxwell Arouca da Silva, Fernanda Rodrigues Xavier

Apresentação: O estado de coma é o grau máximo de alteração do cérebro. Nele, há incapacidade do indivíduo acometido em interagir com o ambiente ou reagir a qualquer estímulo tais como dor, sons, toques e entre outros. E aparece associado a movimentos corporais involuntários como espasmos, tremores, abertura e fechamento dos olhos, irregularidades respiratórias e desequilíbrio nas funções normais do corpo. Dessa forma, as necessidades básicas são afetadas, e o paciente necessita de uma assistência especifica do profissional de saúde, considerando o paciente como um ser vivo e humano, tendo práticas humanizadas e sustentada por teorias para a realização dos cuidados básicos. Objetivo: Relatar a assistência de enfermagem individualizada e humanizada ao uma paciente em estado de coma sustentada pela teoria das necessidades humanas básicas de Wanda Horta. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência realizado a partir de um estágio da disciplina de Enfermagem em Saúde do Adulto do curso de Enfermagem do Instituto de Saúde e Biotecnologia, da Universidade Federal do Amazonas, no Hospital Regional de Coari, no setor de clínica médica, no período de 07/10/2019 a 05/11/2019 de 2019, na cidade de Coari, Amazonas.  Resultado: Para a elaboração deste relato, foram usadas como fonte de dados os processos da SAE, anamnese, exame físico, análise do prontuário e taxonomia II da NANDA. Desta forma, foi observado que a paciente se encontrava incapaz de realizar suas necessidades básicas desde a verbalização e deambulação a alimentação e higiene pessoal. Frente a esse quadro clínico o enfermeiro identifica a situação dos pacientes internados, resultando em um cuidado de enfermagem individual, integral e holístico, fundamentado no conhecimento científico. Para a realização de uma assistência de enfermagem cientifica é necessária a aplicação de uma teoria especifica, no qual foi aplicado a teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta, fundamentado nas necessidades fisiológicas, segurança, amor, estima e autorrealização. Aplicando essa teoria o enfermeiro tem como propósito assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas e monitorar o paciente continuamente. Considerações finais: Assim, a utilização de um método sistematizado de assistência a qual incluímos a teoria de Wanda de Aguiar Horta fornece subsídios elementares para o atendimento ao ser humano de forma individualizada e integral, proporcionando a evolução no atendimento, prevenindo e revertendo desequilíbrios, atendendo as necessidades básicas e promovendo o completo bem-estar do paciente, além, de construção de valores éticos e profissionais que contribuirá para os cuidados futuros.

7396 PROCESSO DE TRABALHO DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA COM FOCO NA HIPERTENSÃO E NO DIABETES: ANÁLISE A PARTIR DOS ATRIBUTOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Carolinny Nunes Oliveira, Daniela Arruda Soares, Caroline Ferraz Santana, Maria Helena de Oliveira Santana, Vanila Santos da Costa, Marcio Galvão Guimarães de Oliveira, Danielle Souto de Medeiros, Vanessa Moraes Bezerra

PROCESSO DE TRABALHO DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA COM FOCO NA HIPERTENSÃO E NO DIABETES: ANÁLISE A PARTIR DOS ATRIBUTOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores: Carolinny Nunes Oliveira, Daniela Arruda Soares, Caroline Ferraz Santana, Maria Helena de Oliveira Santana, Vanila Santos da Costa, Marcio Galvão Guimarães de Oliveira, Danielle Souto de Medeiros, Vanessa Moraes Bezerra

Apresentação: A organização do processo de trabalho com vistas à qualidade do cuidado, aos indivíduos com Doenças Crônicas Não transmissíveis, representa um desafio dentro do contexto das práticas de saúde desenvolvidas na Atenção Primária à Saúde (APS). As ações de promoção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento e reabilitação, devem concorrer para efetivar os atributos essenciais e derivativos da APS, tais como: Primeiro Contato; Longitudinalidade; Abrangência ou Integralidade; Coordenação; Orientação para a Comunidade; Centralidade na Família e Competência Cultural. Assim, a pesquisa objetivou analisar a organização do processo de trabalho das Equipes de Saúde da Família (EqSF) com foco na Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e no Diabetes Mellitus (DM), a partir dos atributos da APS, em um município do sudoeste baiano. Método: Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva e avaliativa, de abordagem quantitativa, realizada no município de Vitória da Conquista (BA), com 28 profissionais de saúde da zona urbana, inseridos na Estratégia Saúde da Família. O instrumento de coleta de dados compreendeu um questionário aplicado por entrevistas, sendo este fundamentado em uma matriz analítica. Nos meses de janeiro a março de 2019 ocorreu a coleta de dados, os quais foram analisados a partir de estatística descritiva, sendo os dados apresentados de forma tabular, com as respectivas frequências absolutas e relativas. Resultado: Os resultados relacionados ao atributo de Primeiro contato demonstram 100% das EqSF possuem 2 ou mais turnos de atendimento para o usuário com HAS e/ou DM e que o mesmo sai da unidade com consulta marcada em 78,6% das EqSF. Quanto à Abrangência ou Integralidade, no escopo de serviços e ações, todas as EqSF oferecem atividades individuais aos usuários com HAS e/ou DM, sendo que 96,4% oferecem atividades coletivas aos usuários com HAS e 92,8% aos usuários com DM. Com relação à Coordenação, todas as EqSF possuem prontuário eletrônico implantado na unidade, dentre as quais, 71,4% dessas possuem modelo de registro no PEC o qual é compartilhado com a equipe, porém sem comunicação intersetorial. No atributo Orientação para a Comunidade, verificou-se que 39,3% das EqSF possuem um número de pessoas cadastradas acima de 6.000 e que 75,0% possuem área descoberta; a participação social ocorre em 78,5% das EqSF. No atributo Centralidade na Família, em 100% das EqSF, pelo menos um profissional realiza visita domiciliar e 78,5% destes utilizam critérios de risco e vulnerabilidade como critérios para as mesmas. Na Competência Cultural, os resultados demonstram que apenas 10,7% das EqSF atendem a população de grupos específicos e 35,6% oferecem serviços diferenciados para estes grupos fundamentados em práticas integrativas. Considerações finais: Conclui-se que há, em geral, uma implementação considerável dos atributos da APS na organização do processo de trabalho das EqSF pesquisadas, com foco na HAS e no DM. Uma maior incorporação e valorização dos processos de avaliação da APS é uma ferramenta importante na construção de um sistema público assistencial de qualidade e integral.

7491 PRODUÇÃO DE (AUTO)CUIDADO EM HANSENÍASE: EXPERIÊNCIA EXITOSA DE IMPLANTAÇÃO DE GRUPO
Monique Dutra Fonseca Grijó, Rebeca Pinheiro Aguilar, Eliana Peixoto Almeida, Leonardo Santana Aguiar Queiroz, Fábio Viana Cordeiro, Neuma Cássia Rocha Soares, Claudia Farias Brito Gusmão, Crysthiane Fernanda Valera

PRODUÇÃO DE (AUTO)CUIDADO EM HANSENÍASE: EXPERIÊNCIA EXITOSA DE IMPLANTAÇÃO DE GRUPO

Autores: Monique Dutra Fonseca Grijó, Rebeca Pinheiro Aguilar, Eliana Peixoto Almeida, Leonardo Santana Aguiar Queiroz, Fábio Viana Cordeiro, Neuma Cássia Rocha Soares, Claudia Farias Brito Gusmão, Crysthiane Fernanda Valera

Apresentação: “Estar com hanseníase” remete a desestruturações físicas, psíquicas e socioculturais, causadas, principalmente, pelas incapacidades e deformidades, pela desestruturação da imagem corporal, pelo estigma, preconceitos, discriminações e exclusões, que podem interferir negativamente no cotidiano do indivíduo e sua rede de apoio. Destarte, a formação e o desenvolvimento de grupos de autocuidado em hanseníase visam estimular a consciência de riscos para a integridade física, a mudança de atitudes para a realização do autocuidado e o fortalecimento da autonomia biopsicossocial, a partir da identificação do problema visando a sua superação. Assim, este trabalho objetiva relatar a experiência exitosa da implantação de grupo de autocuidado em serviço ambulatorial de referência, em município de alta endemicidade para a doença. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência realizada por profissionais de saúde participantes da formação do primeiro grupo de autocuidado em hanseníase do município. O grupo desenvolveu-se no serviço de referência de município sede de região de saúde do Sudoeste da Bahia, com o objetivo de promover a autonomia das pessoas com hanseníase ou incapacidades causadas pela doença e pelas reações hansênicas, bem como estimular a prática de autocuidado a partir da discussão de temas com esclarecimento de dúvidas e troca de experiências.  A proposta surgiu após a visita de representantes do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN) ao município em novembro de 2015. A operacionalização foi concretizada em abril de 2016 com a chegada de profissionais da Residência Multiprofissional em Saúde ao serviço. Atentando-se que a abordagem interdisciplinar é de extrema importância para o melhor atendimento e abordagem do autocuidado a equipe técnica e estrutural do grupo era composta por fisioterapeuta, médico, equipe de enfermagem, farmacêutico, psicólogo e assistente social. IMPACTOS O grupo iniciou-se em abril de 2016, por meio de discussões e atividades práticas monitoradas e coordenadas pelos profissionais. Inicialmente foram trabalhados temas referentes aos manual de autocuidado em hanseníase do Ministério da Saúde (MS) e, posteriormente, foram abordados temas sugeridos pelos usuários, como, prevenção de doenças respiratórias, saúde da mulher, saúde do homem, saúde bucal, uso racional de medicamentos, sexualidade, avaliação de contatos, cuidados com a pele, direitos e deveres do portador de hanseníase, transtornos de humor, entre outros. A apresentação dos temas se deu através de exposição dialogada, confecção de cartilhas, compartilhamentos e dinâmicas. O espaço construído permitiu que os usuários expressem dúvidas, ansiedades, questionamentos e questões que envolvem o indivíduo com hanseníase em todas as áreas da sua vida. O impacto gerado culminou na introdução dos familiares e cuidadores nas reuniões e a fidelização dos indivíduos participantes. Considerações finais: A experiência do grupo de autocuidado favorece melhor adesão ao tratamento além de ser um momento de qualificar vínculos entre pacientes e profissionais de saúde, colaborando com uma assistência mais eficaz. É uma ferramenta de baixo custo e que gera um retorno na produção de cuidado para usuários e familiares. A integração ensino-serviço-comunidade com a Residência Multiprofissional mostrou-se essencial para o sucesso do grupo e despertar da equipe de referência para o desenvolvimento das ações de autocuidado.

7613 PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS DE UM HOSPITAL PÚBLICO DA FRONTEIRA FRANCO-BRASILEIRO SOBRE A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA – SAEP
Letícia Caroline de Sena Nunes, Renata Simões Monteiro, José Nilson Sacramento Maciel, Scheilla Cristina da Silva, Fernanda Matos Fernandes Castelo Branco, Verediana Barreto do Nascimento, Léia Anjos de Sena Nunes

PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS DE UM HOSPITAL PÚBLICO DA FRONTEIRA FRANCO-BRASILEIRO SOBRE A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA – SAEP

Autores: Letícia Caroline de Sena Nunes, Renata Simões Monteiro, José Nilson Sacramento Maciel, Scheilla Cristina da Silva, Fernanda Matos Fernandes Castelo Branco, Verediana Barreto do Nascimento, Léia Anjos de Sena Nunes

Apresentação: A Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória – SAEP consiste em um processo de Enfermagem que tem por finalidade de promover, manter e recuperar a saúde não só do paciente, mas de sua família, visto que a mesma também pode ser afetada em casos de possíveis complicações na saúde do indivíduo. Esse processo deve ser feito por Enfermeiros embasados em seus conhecimentos técnico-científicos sendo individualizada de acordo com os dados fornecidos na Investigação de Enfermagem. A SAEP é constituída de cinco fases sendo elas: visita pré-operatória onde é feita a coleta de dados sobre o estado do paciente, sua família e comunidade em que vive, sendo o indivíduo um ser biopsicossocial. Essa primeira fase serve para identificar problemas, necessidades e suas respostas ao seu atual estado nos ajudando na elaboração, direcionamento e implementação dos cuidados, constituindo-se como uma ponte na relação enfermeiro-paciente. A segunda fase consiste no planejamento da assistência perioperatória, onde se organiza as intervenções necessárias para que, através delas, consiga-se obter os resultados esperados de acordo com o Diagnóstico de Enfermagem dado. Na terceira fase, chamada de Implementação da Assistência, é onde são realizadas as ações previstas na fase dois. A quarta etapa, definida como Avaliação da Assistência, é realizada através da visita pós-operatória onde se consegue ver de forma integral as respostas do paciente em relação aos cuidados realizados podendo ser visualizada através de relatos do paciente ou anotações deixadas no prontuário. A última fase da SAEP é a Reformulação da assistência que ocorre após o enfermeiro identificar se houve ou não falhas no serviço prestado e como isso causou interferência no processo de saúde do paciente e, assim, realizar as mudanças necessárias para que se consiga promover o completo bem estar ao indivíduo. Por esta razão, entende-se o papel da SAEP dentro dos centros cirúrgicos e sua importância para auxiliar na relação com o paciente e família ajuda a garantir procedimentos mais seguros e de maior qualidade. Nesse contexto, esse estudo objetivou identificar a percepção dos enfermeiros de um hospital público na fronteira franco-brasileiro sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatoria ­­(SAEP). Desenvolvimento: Tratou-se de um estudo descritivo, transversal com abordagem quanti-qualitativa, realizado com 6 enfermeiros de um Hospital Estadual no município de Oiapoque-AP, no mês de agosto de 2018. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Amapá, sob o n° de parecer 2.812.985. Os dados foram coletados através de um roteiro de entrevista composto por 11 questões aplicado e respondido no setor onde o enfermeiro estava alocado. Utilizou-se a análise de conteúdo proposta por Bardin. Resultado: O resultado mostrou que o perfil dos participantes foi 100% de enfermeiras do sexo feminino com idades variando de 29 a 58 anos, oriundas majoritariamente do Norte do país. A maioria possui um nível de especialização e todas possuem experiência em centro cirúrgico de pelo menos um ano, com média de 8,8 anos. Quando perguntados se a SAEP é importante para a enfermagem, as participantes foram unânimes em afirmar que essa metodologia é muito importante. 50% das participantes associaram essa ferramenta a planejamento, assistência continuada e olhar holístico, aspectos indispensáveis e inter-relacionados para a enfermagem. Sobre o aspecto do planejamento, a SAEP contribui com a melhoria da qualidade da assistência de enfermagem, pois, promove o planejamento das atividades nos processos de enfermagem, efetivando o cuidado. Quanto ao aspecto da assistência continuada, evidenciada na fala de um participante, entende-se que a aplicação do processo de enfermagem ao paciente cirúrgico está baseada na assistência integral, continuada, participativa, individualizada, documentada e avaliada. Sob o prisma do olhar holístico, entende-se que a assistência de enfermagem ao paciente no período perioperatório requer do enfermeiro do centro cirúrgico uma visão integral das necessidades básicas do indivíduo. Para tanto, o processo do cuidar deve levar também em consideração as características psicossocioculturais que cada indivíduo carrega, abordando-o na sua integralidade. Ainda sobre essa temática, mediante o prisma da associação de palavras, observa-se que a percepção das participantes sobre a SAEP está associada a cuidado, qualidade, organização e trabalho. Pode-se observar que as palavras Cuidado/Qualidade e Organização/Trabalho encontram-se bastante associadas na enfermagem. Na implantação de novos processos de trabalho, como a SAEP, os enfermeiros devem ser inseridos desde a organização e planejamento, a fim de garantir a implantação e sustentação dos mesmos. Em vias gerais, pode-se analisar que a percepção das participantes está intimamente ligada aos conceitos circunstanciais do processo de enfermagem que é, segundo Barreto (2012), uma ferramenta metodológica utilizada para tornar a assistência de enfermagem sistemática, organizada em fases, com o objetivo de orientar o cuidado profissional de enfermagem e promover a qualidade no cuidado prestado. Nesse sentido, a SAEP trás para a enfermagem uma definição do seu papel e espaço de atuação no centro cirúrgico, evidenciando um agir mais organizado, sistematizado e humanizado, aspectos evidenciados na fala das participantes. Considerações finais: Essa pesquisa pretendeu identificar a percepção dos enfermeiros de um hospital estadual na fronteira franco-brasileira sobre a SAEP e assim demonstrar a importância desse processo de enfermagem dentro de centros cirúrgicos e em como sua não aplicação ou ainda sua aplicação incompleta pode prejudicar a assistência perioperatória de enfermagem aos pacientes. A perspectiva da utilização da SAEP se desdobra em ações associadas aos fundamentos de enfermagem e não aos percursos metodológicos necessários para esse fim, evidenciando a desarmonia entre a operacionalização da SAEP e as medidas que contribuem efetivamente para o seu desenvolvimento. O maior problema que inviabiliza o processo continua sendo a escassez de mão de obra, que é percebida nitidamente em diversos setores. Nesse sentido, considera-se uma questão importante para a SAEP o resgate da base científica para o cuidado perioperatório de enfermagem no hospital pesquisado, no qual os profissionais sintam-se ativos no processo de sistematização da assistência ao tempo que disponham de condições para isso. No mais, pretendeu-se com esse estudo instigar reflexões, sensibilizar ou influenciar atitudes, conceitos, hábitos, maneiras de pensar e agir/reagir nos profissionais de Enfermagem, para a necessidade de boas práticas no cuidado ao paciente cirúrgico e o protagonismo da enfermagem perioperatória em Oiapoque.  

10411 O MATRICIAMENTO E O USO DA CIF COMO FERRAMENTAS DE QUALIFICAÇÃO DO CUIDADO E DA REGULAÇÃO DE CASOS DE DOR CRÔNICA NA ATENÇÃO BÁSICA
JANAINNY MAGALHÃES FERNANDES, João Henrique Lopes Meulman, Ivonete de Cássia Barbosa

O MATRICIAMENTO E O USO DA CIF COMO FERRAMENTAS DE QUALIFICAÇÃO DO CUIDADO E DA REGULAÇÃO DE CASOS DE DOR CRÔNICA NA ATENÇÃO BÁSICA

Autores: JANAINNY MAGALHÃES FERNANDES, João Henrique Lopes Meulman, Ivonete de Cássia Barbosa

Apresentação: O aumento e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis e degenerativas evidencia uma população crescente com morbidades que potencializam grandes síndromes geriátricas, doenças crônico-degenerativas, acometimentos físico-motores incapacitantes, imobilidade, fragilidade e necessidade de reabilitação frequente ou até mesmo institucionalização. Com isso, aumenta-se também a demanda para o acesso aos serviços especializados, somadas à fragilidade de ofertas de cuidado de reabilitação. E neste aspecto, a regulação e a clínica ampliada são fundamentais para execução do acesso e da equidade nos serviços da Rede de Atenção à Saúde. O uso de tecnologias para ampliação do olhar para o cuidado das pessoas com doenças crônicas, associados ao trabalho em equipe, contempla atualmente um modelo de política de saúde que enfoca não somente estruturas e funções corporais, mas também a importância da participação e do desempenho de atividades, assim como fatores pessoais e ambientais, tal qual preconiza a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF). A CIF mede e avalia a funcionalidade de usuários para além de seu diagnóstico, sendo importante ferramenta para avaliar os casos de dor crônica, por exemplo. Descrição Profissionais da equipe de Saúde da Família e NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de São Bernardo do Campo, utilizam, a partir de consultas compartilhadas e discussão de casos, o matriciamento para o uso da CIF com o objetivo de qualificar o olhar para o cuidado, encaminhamento/regulação local e a funcionalidade de pessoas com doenças crônicas na Atenção Básica. Trata-se de um espaço de uma hora semanal na agenda médica e da profissional sanitarista da equipe NASF, com formação em fisioterapia, que realizam matriciamento e discussão de casos de usuários com dores crônicas do território. Impactos Neste espaço foi possível realizar a análise da situação dos usuários, recolhimento histórico, avaliação funcional e dos determinantes sociais em saúde, onde foi elaborado um código CIF para cada usuário. A partir da classificação, identificou-se, pelo critério limitação funcional moderada/grave ou total, se o usuário deve ser encaminhado para serviços especializados ou, se com limitação funcional leve ou nenhuma, participa das ofertas de cuidados locais como grupos, atividades física, educação em saúde e auriculoterapia. A CIF permitiu avaliar o resultado da participação dos grupos locais ou das prescrições de cuidado pela equipe (antes e depois), se o usuário obteve melhora, estabilidade ou piora do quadro, permitindo nova oferta de cuidado: encaminhamento para serviços especializados; prescrição medicamentosa, de exercícios e/ou orientações; retorno aos grupos locais; ou alta com retorno após seis meses, ou em crise agudizada, para acompanhamento longitudinal. Considerações O matriciamento têm qualificado os encaminhamentos para o serviço especializado e o olhar da equipe para a funcionalidade dos usuários, bem como ampliado a clínica dos profissionais para atuação e manejo da dor crônica na AB de maneira corresponsabilizada e compartilhada. Diante do exposto, tal experiência só se torna possível com a colaboração das equipes ESF e NASF, em que o trabalho em equipe e educação permanente são cruciais na produção de cuidado que seja mais equânime, integral e resolutivo.