36: Avaliação dos serviços e sistemas como evidência para a gestão
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: ICB Sala 02 - Cabaça    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
3706 Ativando redes: a Vigilância Epidemiológica e o uso de novas tecnologias e mídias sociais no combate à Tuberculose, Recife-PE.
Francisco Jaime Rodrigues de Lima Filho, Leila Karina de Novaes Pires Ribeiro, Leila Karina de Novaes Pires Ribeiro, Marina Diniz Militão de Albuquerque, Marina Diniz Militão de Albuquerque, Sâmmea Grangeiro Batista, Sâmmea Grangeiro Batista, Maria Eduarda Morais Lins, Maria Eduarda Morais Lins, Cícero Mairton Cardoso Junior, Cícero Mairton Cardoso Junior, Maria Isabelle Barbosa da Silva Brito, Maria Isabelle Barbosa da Silva Brito, Alessandra de Lima Araújo, Alessandra de Lima Araújo

Ativando redes: a Vigilância Epidemiológica e o uso de novas tecnologias e mídias sociais no combate à Tuberculose, Recife-PE.

Autores: Francisco Jaime Rodrigues de Lima Filho, Leila Karina de Novaes Pires Ribeiro, Leila Karina de Novaes Pires Ribeiro, Marina Diniz Militão de Albuquerque, Marina Diniz Militão de Albuquerque, Sâmmea Grangeiro Batista, Sâmmea Grangeiro Batista, Maria Eduarda Morais Lins, Maria Eduarda Morais Lins, Cícero Mairton Cardoso Junior, Cícero Mairton Cardoso Junior, Maria Isabelle Barbosa da Silva Brito, Maria Isabelle Barbosa da Silva Brito, Alessandra de Lima Araújo, Alessandra de Lima Araújo

Apresentação: A tuberculose continua sendo um dos principais problemas de Saúde Pública do Brasil e do Mundo. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde colocam o Recife como a capital do Brasil com o maior coeficiente de mortalidade. Apesar de ser uma das doenças mais antigas de que se tem conhecimento no mundo, mesmo com diagnóstico e tratamento garantidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a tuberculose continua sendo uma doença endêmica em nossa região. Muitas são as causas apontadas para justificar a situação. O objetivo deste relato é descrever o processo de trabalho da Vigilância Epidemiológica do Distrito Sanitário I da Secretaria de Saúde do Recife desde a construção de material educativo ao uso de novas tecnologias para articulação de equipamentos sociais e ativação de redes no controle da Tuberculose. Desenvolvimento: A experiência aconteceu no território do Distrito Sanitário I, que faz parte da Secretaria de Saúde municipal e abrange os bairros do centro do Recife e pode ser dividida em três etapas. A primeira de produção e análise dos dados epidemiológicos. A segunda de criação de instrumento de intervenção. A terceira de aplicação e distribuição da estratégia escolhida. O tempo de duração ao qual se refere esse relato é de janeiro de 2016 a agosto de 2017. Primeira etapa: construção e análise dos dados epidemiológicos. Mensalmente, como rotina de trabalho, aconteceu uma reunião coordenada pela assessora do SANAR Recife (Programa estadual e municipal de enfrentamento às doenças negligenciadas)  onde participaram representantes da Vigilância Epidemiológica, Gerência de Território, Coordenação de Tuberculose, residentes de Saúde Coletiva, Gerência Distrital. Durante esta reunião, discute-se caso a caso a coorte de pacientes diagnosticados com a doença nos últimos seis meses, além de discutir indicadores e estratégias de intervenção. Os indicadores utilizados são aqueles preconizados pelo Ministério da Saúde para análise da tuberculose. A reunião é considerada o ápice de um processo de busca de informação e limpeza do banco de dados. Além do instrumentos tradicionais, como o uso do boletim de acompanhamento que são enviados mensalmente para as unidades, impressos em papel e telefone, começou-se a usar o aplicativo de whatsApp para corrigir, buscar informação, marcar as reuniões e organizar intervenções no território. Para isso foi construído um grupo do “SANAR” com os participantes do grupo de trabalho. Durante a análise e discussão dos indicadores em fevereiro de 2016, observou-se uma área crítica no território de Distrito Sanitário I com peculiaridades locais. Alguns bairros do DSI não possuem cobertura da Estratégia Saúde da Família. Os pacientes dessa área tem como referência a Policlínica Gouveia de Barros. Entretanto, analisando os indicadores da unidade, observou-se que esta possuía o menor percentual de contatos examinados. Somando-se a isto, a distribuição dos óbitos por tuberculose por bairro do DS mostraram uma concentração nos Bairros da Boa Vista e São José. A discussão minuciosa dos casos e a investigação pela Vigilância Epidemiológica evidenciou uma realidade distinta dos outros bairros vizinhos. Muitos dos óbitos nesta localidade, nesse período de análise, ocorreu em pessoas de classe média que viviam nos prédios e que morreram com o agravo sem nunca terem sido identificados ou fazerem tratamento para a doença. Este foi o cenário encontrado. Segunda etapa: criação de um instrumento de intervenção. Diante das características dos óbitos, da necessidade de identificar novos casos e analisar contatos, decidiu-se priorizar essa área para estratégia de Educação em Saúde. Para isso, optou-se em construir um cartaz com dados da realidade local e informações sobre unidades de referência para tratamento. O cartaz foi uma produção coletiva, com construção do conteúdo liderada pela Vigilância Epidemiológica e depois foi aprovado no GT SANAR. Mais uma vez, ressaltamos o uso do aplicativo WhatsApp para mobilização do grupo de trabalho e resolução da atividade.  Como informações relevantes, foram escolhidos os óbitos sem diagnóstico anterior da doença, o fato de que todo contato de alguém que tem ou teve a doença precisa de tratamento, o telefone da Vigilância Epidemiológica se disponibilizando para esclarecimentos e palestras, e o nome, endereços e telefones das unidades do DSI. Além disso, foram utilizados as # (hashtag) divulgadas pelo Ministério da Saúde nas mídias sociais: #TBtemCura, #FimdaTB, #TestarTratarVencer. O material construído precisou passar pelo setor de Departamento de Comunicação Social, Criação – Publicidade e Propaganda da Prefeitura do Recife para ajustes e liberação de uso. Esse processo durou cerca de 7 meses. Terceira etapa: divulgação das informações. O cartaz aprovado pelo departamento de Comunicação Social foi disponibilizado via e-mail em PDF. Nesse formato, ele pôde ser facilmente distribuídos em grupos de WhatsApp e utilizados nas mídias sociais. Com esse material servindo como instrumento de informação, procurou-se alguns dos equipamentos sociais da região. No contato, além de falar da problemática na área, pediu-se endereço de e-mail e número de WhatsApp para repassar o material. Dentre estes equipamentos, foram contactados: ONG Gestos, Centro de Referência Municipal GLBT, Cristolândia, Secretaria da Fazenda de Pernambuco, Lar Sacerdotal do Recife, além dos prédios da Boa Vista e São José onde ocorreram os óbitos. O Centro de Saúde LGBT publicou em sua página do Facebook e relatou divulgação nos diversos grupos sociais que participa. Para finalizar, é importante ressaltar que essas intervenções da Vigilância Epidemiológica ocorrem em paralelo as Ações de Saúde planejadas e coordenadas pela Atenção à Saúde e Coordenação de Tuberculose distrital no território. Em tais ações acontecem exames de baciloscopia para busca de casos novos.Resultados: A construção do cartaz pela Vigilância Epidemiológica local e a distribuição do mesmo por WhatsApp são os principais elementos de inovação desta experiência. Levando em consideração o Sistema de Saúde, quanto mais próximo do território são realizadas as análises e elaborados os processos de intervenção, mais fácil construir algo que se adeque a realidade local e específica. O cartaz em formato eletrônico e o uso de mídias sociais facilitam a rapidez da distribuição da informação e o alcance do maior público possível. Para garantir que a informação chegue no público desejado, não basta somente as redes sociais, por isso a parceria com as instituições escolhidas estrategicamente no território, como o Centro de Referência LGBT, visto a correlação tuberculose/AIDS e a Cristolândia, que trabalha com pessoas em situação de rua.Considerações finais:  A experiência descrita aponta que o uso de novas tecnologias e as mídias sociais, principalmente voltadas para as especificidades do território, podem ser facilitadores no processo de construção e potencialização de diversos tipos de redes de cuidado, tanto intra como intersetoriais. Por um lado, facilitando o processo de comunicação em equipe e tomada de decisões e por outro, como ferramenta para articulação dos diversos equipamentos sociais. 

2124 AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO PRÉ-NATAL EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE FLUVIAL NO AMAZONAS
Eidie do Vale Souza, Amélia Nunes Sicsù, Maria Luiza Garnelo Pereira

AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO PRÉ-NATAL EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE FLUVIAL NO AMAZONAS

Autores: Eidie do Vale Souza, Amélia Nunes Sicsù, Maria Luiza Garnelo Pereira

Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, cujo objetivo é avaliar a atenção ao pré-natal na unidade escolhida, de acordo com as características organizacionais. O estudo foi realizado na Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF) que atende vinte e cinco assentamentos rurais que ficam ao longo da calha do Rio Negro. Contudo, atraca em somente onze sendo elas: Apuaú, Santa Izabel, Nova Canaã Rio Aruaú, Nova Jerusalém Mipindiaú, Lindo Amanhecer, Monte Sinal Igarapé-Açú, São Sebastião de Cuieiras, Santa Maria, Bela Vista do Jaraqui, Costa do Arara e Tupé. Os usuários que moram no entorno precisam se deslocar até o local onde o barco atraca. O atendimento é realizado uma vez ao mês e a permanência em cada comunidade é de aproximadamente seis horas. A avaliação da organização do atendimento ao pré-natal considerou aspectos relacionados ao fluxo de atendimento e os serviços ofertados pela unidade, bem como as principais ações desenvolvidas pela equipe multiprofissional. Para descrever o fluxo de atendimento, os serviços ofertados pela unidade e descrever as principais ações desenvolvidas pela equipe utilizou-se a técnica de observação não participante, com o auxílio de um instrumento tipo check list o qual elencava os principais aspectos do atendimento pré-natal em consonância com as normas ministeriais. Após a coleta, os dados foram separados por eixos e analisados a partir das normas ministeriais. O estudo foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, n. CAAE: 1.742.086/2016, atendendo as normas referentes às recomendações éticas e legais contidas na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Em princípio, as formas de captação da mulher com suspeita de gravidez são através da demanda espontânea, do encaminhamento pelo Agente Comunitário de Saúde (ACS) e do controle do programa de planejamento familiar (PLAFAM). A triagem, que consiste na aferição da pressão arterial, peso e altura, é realizada previamente, seguindo o roteiro de consultas do pré-natal. Contudo, em algumas comunidades, tal ação é realizada até três dias antes da consulta, devido à insuficiência de recursos humanos para atender a demanda e também para agilizar o atendimento no período estimado para cada localidade. O acolhimento e a escuta qualificada é realizado(a) pelo enfermeiro (a) da estratégia da saúde da família. Após, a mulher é encaminhada para a coleta imediata do teste rápido de gravidez e a coleta dos exames preconizados para o pré-natal. Os testes rápidos e os exames básicos são entregues uma hora após a coleta, o que permite iniciar o pré-natal com uma avaliação clínica mais completa e estabelecer intervenções quando necessário. Além disso, as sorologias que foram coletadas são entregues na próxima consulta. Diferente do preconizado pelas normas ministeriais, as consultas médicas e de enfermagem são realizadas no mesmo dia. Tal ação constitui-se em um diferencial, pois permite que haja complementariedade das ações realizadas e reforço das informações prestadas. Concernentes à consulta odontologia, não há necessidade de agendamento prévio para a primeira consulta, o que facilita a captação precoce da gestante e fidelização do acompanhamento da saúde bucal durante todo o ciclo gravídico-puerperal. Outra diferença marcante, é que se durante a avaliação médica houver a detecção de agravos à saúde, que não estão dentro das ações clínicas da atenção básica, encaminha-se a gestante para a sala de procedimentos para serem administrados os medicamentos prescritos ou realização de curativos, pelo (a) técnico (a) de enfermagem até estabilização do quadro. Essas ações estão atreladas à assistência secundária, por isso se torna uma especificidade da unidade ao ofertá-las, por causa das dificuldades de acesso aos serviços de saúde e barreiras geográficas na região. Se porventura a situação não for controlada e necessitar de assistência de média ou alta complexidade, é acionado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU- ambulancha), que pode ser feito tanto pelo ACS, diretor da UBS ou profissional de saúde da unidade, conforme está estabelecido nas normas ministeriais. Essa ação pode ser executada, independente de ser ter a UBSF na localidade. No que diz respeito às consultas de segunda vez e/ou subsequentes, segue o mesmo fluxo, respeitando as especificidades para cada período gestacional. Outra particularidade do atendimento na unidade refere-se ao sistema de agendamento de consultas e exames. Como a unidade fluvial não possui suporte tecnológico adequado para tal ação, os encaminhamentos são levados até o Distrito de Saúde Rural (DISAR) em Manaus para serem cadastrados no Sistema Nacional de Regulação (SISREG).  Sendo assim, quando houver o agendamento, o(a) enfermeiro(a) ou diretor da unidade móvel leva o documento na próxima viagem e entrega à gestante. A responsabilidade da ida até o local agendado é da gestante. Contudo, durante a pesquisa de campo, observaram-se algumas dificuldades quanto agendamento de exames e consultas especializadas. Quando se agenda os exames, o sistema não leva em consideração o ônus, o tempo e a distância de deslocamento que essa gestante precisa percorrer até a instituição. Outra dificuldade está relacionada à brevidade das datas agendadas, que impedem que a gestante se organize para ir à unidade referenciada, devido a condições financeiras ou dias de saída do barco de recreio. Portanto, seria necessário um agente mediador que pudesse operacionalizar o sistema de maneira a oferecer à gestante um acesso adequado, tempestivo e contínuo a outros níveis de assistência a saúde. Quanto às ações desenvolvidas pela equipe observa-se que há uma aproximação dos parâmetros estabelecidos para o pré-natal de baixo risco na atenção básica com o que é executado pelos profissionais da UBSF. Entre as ações que não estão preconizadas, mas são desenvolvidas pela equipe se destaca a consulta odontológica puerperal, na qual o recém-nascido (RN) é inserido no programa Dente de Kurumi, o qual foi criado e gerido pela equipe odontológica da unidade fluvial. Esse programa oferece acompanhamento desde os primeiros dias de vida do RN até completar três anos de idade. Durante a consulta, o cirurgião dentista avalia a cavidade oral do RN, explica a importância da higiene oral e demonstra como fazê-la. É solicitado que a mãe amamente para se demonstrar a importância do aleitamento no desenvolvimento maxilar, que auxiliará posteriormente na alimentação. Pactuam-se também as datas de retorno para o acompanhamento da saúde bucal do mesmo. Outra peculiaridade na unidade é presença do farmacêutico, o qual se torna importante na dispensação dos medicamentos. O mesmo avalia a prescrição, entrega o medicamento certificando-se da segurança da gestante, orienta sobre as dosagens, a possibilidade de reações adversas e a melhor forma de utilização. Além disso, auxilia no controle do Programa de planejamento familiar (PLAFAM). Quanto às consultas medicas, observou-se a não realização dos exames das mamas, ginecológico e obstétrico por este profissional. Tal fato justifica-se por não se possuir consultório na unidade ou sala reservada para esse fim, o que impede de manter a privacidade da gestante. Dentre as ações não realizadas destaca-se a não vinculação à maternidade. Durante as consultas, orienta-se a gestante no momento do parto a procurar a maternidade mais próxima de onde ficará hospedada. Por fim, a organização da atenção pré-natal na unidade escolhida, apesar das especificidades, tende a seguir os parâmetros ministeriais, mas orientada por uma dinâmica de trabalho própria para atender as necessidades e especificidades das gestantes moradoras de área rural.

5259 Avaliação da infraestrutura dos serviços farmacêuticos no Brasil pelo Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB)
Oracio Carvalho Ribeiro Júnior, Rosana Cristina Pereira Parente, Ana Cyra dos Santos Lucas, Roseani Pereira Parente, Bárbara Misslane da Cruz Castro

Avaliação da infraestrutura dos serviços farmacêuticos no Brasil pelo Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB)

Autores: Oracio Carvalho Ribeiro Júnior, Rosana Cristina Pereira Parente, Ana Cyra dos Santos Lucas, Roseani Pereira Parente, Bárbara Misslane da Cruz Castro

Introdução: Nos últimos anos, a AF passou por um processo de intensas modificações do ponto de vista conceitual e organizacional. Essas modificações, frutos da criação da Política Nacional de Medicamentos (PNM) e da Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF), promoveram descentralização das responsabilidades a respeito da AF para união, estado e municípios, sendo estes últimos os principais responsáveis pela operacionalização da AF na ABS, exigindo destes conhecimento, organização e gestão. Apesar dos esforços para a qualificação da AF na ABS, observa-se que estes têm se dado com forte predominância para a aquisição de medicamentos, marginalizando os aspectos relacionados à infraestrutura das farmácias básicas. A respeito das farmácias na ABS, o Ministério da Saúde (MS) tem promovido normatização onde o mesmo orienta que estas devem dispor de infraestrutura física, recursos humanos e logística adequados, de modo a permitir a integração dos serviços e a execução plena da assistência farmacêutica, garantindo assim, a estabilidade dos medicamentos, o atendimento resolutivo, fortalecendo as ações de saúde no âmbito da ABS. Com a criação do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) em 2011, que objetiva aprimorar a AB por meio de ciclos contínuos de avalição, surge uma singular oportunidade de traçar um panorama global sobre importantes aspectos da infraestrutura da AF na ABS que são contemplados no escopo de indicadores avaliativos do referido programa. Assim, este estudo tem por objetivo avaliar a adequação da infraestrutura da assistência farmacêutica no Brasil pelo Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), e analisar essa adequação segundo características relacionadas ao sistema de saúde e demográficas dos municípios Métodos: Trata-se de um estudo transversal, avaliativo, com abordagem quantitativa, do tipo normativo, a partir do banco de dados de base nacional da etapa de avaliação externa do segundo ciclo do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB). Os dados foram coletados durante o segundo semestre de 2014 e o trabalho de campo envolveu cerca de mil entrevistadores e supervisores em todas as Unidades da Federação (UF). As unidades básicas de saúde (UBS) que fizeram parte do universo desta pesquisa foram aquelas que aderiram ao PMAQ e que responderam ao questionário do Módulo I referente às características estruturais e ambiência da unidade de saúde/ sobre o ambiente dos serviços de farmácia. Para responder aos objetivos da pesquisa, fez-se recorte no banco de dados do Módulo I, para as UBS que afirmaram ter dispensação de medicamentos descentralizada. Dessa forma, a amostra final deste estudo foi constituída de 17.902 UBS. Um total de seis desfechos foram selecionados e analisados: existência de farmacêutico, área de dispensação de medicamentos, área de fracionamento de medicamentos, área de estocagem, armazenamento de medicamentos de forma correta e existência de computador na farmácia. Em relação aos critérios de adequabilidade, no conjunto, considerou-se adequada a UBS que possuísse concomitantemente todos os itens avaliados. De forma individual, a presença de cada desfecho avaliado foi considerada como adequação para aquele indicador, tudo de acordo com as diretrizes técnicas da AF na ABS. Como variáveis de independentes, utilizou-se as regiões geopolíticas (Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul); porte populacional do município ao qual a UBS era pertencen­te (≤ 19.403; 19.404-97.330; ≥ 97.331); Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) classificado em tercis (0,00-0,599; 0,600-0,699; 0,700-1); e cobertura populacional da Estratégia da Saúde da Família (ESF) em cada município (≤ 56,93%; 56,94%-99,99%; 100%). Os dados foram processados no programa Microsoft Office Excel e exportados para análise no Software SPSS, versão 22.0. Foram feitas as distribuições das UBS segundo a adequação dos desfechos, utilizando-se a estatística descritiva, para expressar os resultados. Para a verificação da associação entre os desfechos avaliados e as variáveis independentes, foi feita análise bivariada através do teste qui-quadrado, ou qui-quadrado da máxima verossimilhança, quando a pressuposição do teste não era atendida, no nível de 5% de significância. Resultados: No que diz respeito a presença do farmacêutico na UBS, nota-se que apenas 44,6% das unidades avaliadas no Brasil dispunham deste profissional, sendo que ao nível das regiões expressam-se resultados semelhantes ao nacional, em que somente na região centro-oeste o percentual de UBS que dispõem deste profissional foi de 55,6%, apesar de muito aquém do padrão esperado, evidenciando baixo percentual de unidades adequadas. Quando se avaliou a presença de área de dispensação de medicamentos percebe-se que 83,5% das UBS brasileiras possuem este elemento fundamental e essencial para o pleno desenvolvimento da AF na AB. Ao observar-se o comportamento desta mesma variável nas regiões do Brasil, percebe-se que o maior percentual de adequação encontra-se no sul onde 91,8% das UBS atendem ao quesito avaliado, em contrapartida com a região nordeste, onde apenas 79,7% atendem. Sobre a variável área de fracionamento de medicamentos, chama atenção a baixa proporção de unidades adequadas tanto no Brasil, como em todas as regiões, com valores abaixo dos 25% em possuir esse componente. Entre as regiões não houve diferenças quanto aos percentuais de adequabilidade. Quanto ao item sala de estocagem de medicamentos, tornam-se importantes os resultados negativos, em que somente 19,3% de todas as UBS avaliadas disseram possuir, evidenciando baixo percentual de adequação neste item. Na distribuição por regiões, nota-se as regiões norte e nordeste com os menores percentuais de adequação em relação às outras regiões do país, com presença dessa infraestrutura em 14,3% das UBS nas respectivas regiões. Em relação à variável medicamentos armazenados e acondicionados de forma correta, percebe-se que foi onde as unidades avaliadas obtiveram o segundo melhor desempenho dentre os componentes da infraestrutura. No Brasil, 75,4% das UBS relatara cumprir o que se pede neste item. Em que pese as diferenças regionais, norte figurou com a menor proporção de atendimento ao item avaliado (70,9%) em contrapartida com sul que teve o melhor desempenho (81,1%). Quando se avaliou a presença de computador na farmácia, revela-se um perfil de baixa adequabilidade tanto nacional quanto nas regiões geográficas. No Brasil apenas 27,5% das UBS relataram possuir computador na farmácia. Na distribuição regional somente as regiões sul e sudeste apresentaram proporções elevadas de adequação (58,3% e 42,9% respectivamente), a despeito do nordeste com baixíssimo percentual de unidades adequadas (9,6%). Em relação as associações entre desfechos e variáveis explicativas, em grande parte dos itens da infraestrutura, é possível perceber que os maiores percentuais de adequação estão presentes em UBS situadas em municípios de alto porte populacional, e municípios de alto IDHM, em contraponto com este mesmo desfecho em unidades situadas em municípios com cobertura de ESF baixa. Considerações Finais: os resultados deste estudo mostram um perfil de infraestrutura da AF na ABS do Brasil com características bastante insatisfatórias, fato que compromete o acesso da população ao medicamento com qualidade, além do uso racional deste, colocando em xeque os objetivos principais da AF na ABS. Foram evidenciadas ainda importantes disparidades entre as regiões geopolíticas quanto à disponibilidade da infraestrutura na ABS, mostrando iniquidades quanto à distribuição das ações e serviços relacionados a AF, com penalização das regiões mais pobres do país, contrariando o princípio da equidade estabelecido na lei orgânica da saúde, sendo necessário repensar a gestão da AF, de forma que a regulamentação sobre a infraestrutura e ambiência dos serviços de farmácia possam atender às demandas das UBS brasileiras.

3966 Avaliação do grau de implementação da Vigilância em Saúde do trabalhador no Cerest Regional de João Pessoa, Paraíba, em 2015
Élem Cristina Cruz Sampaio, Luiz Carlos Fadel de Vasconcellos, Heleno Rodrigues Corrêa Filho

Avaliação do grau de implementação da Vigilância em Saúde do trabalhador no Cerest Regional de João Pessoa, Paraíba, em 2015

Autores: Élem Cristina Cruz Sampaio, Luiz Carlos Fadel de Vasconcellos, Heleno Rodrigues Corrêa Filho

Tema: Avaliação do grau de implementação da Vigilância em Saúde do trabalhador no Cerest Regional de João Pessoa, Paraíba, em 2015. Apresentação: A Vigilância em Saúde do Trabalhador envolve detecção, conhecimento, pesquisa e análise de fatores determinantes e condicionantes de agravos à saúde relacionados a processos e ambientes de trabalho a fim de planejar, executar e avaliar intervenções para eliminar ou controlar esses fatores. O objetivo geral desse estudo foi avaliar o grau de implementação da Vigilância em Saúde do Trabalhador no Cerest Regional de João Pessoa, Paraíba, em 2015. Os objetivos específicos foram: validar o Modelo Lógico de Vigilância em Saúde do Trabalhador e a Matriz de Análise e Julgamento dessa intervenção; caracterizar a conformidade dos insumos e das atividades de Vigilância em Saúde do Trabalhador no Cerest Regional de João Pessoa, Paraíba, em 2015 e identificar os fatores limitantes e os facilitadores para implementação da Vigilância em Saúde do Trabalhador no Cerest Regional de João Pessoa, Paraíba, em 2015. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma avaliação normativa, com finalidade formativa, que compreende um estudo de caso, com abordagem qualiquantitativa. O Modelo Lógico validado representa esquematicamente a intervenção. A partir dele foi validada a Matriz de Análise e Julgamento. Nela constam critérios, indicadores e pontuações usados como parâmetros da avaliação. Os dados foram coletados a partir de técnica do método Delfos simplificado, entrevista individual, análise documental e grupo focal. Resultados e/ou impactos: O grau de implementação dos insumos e das atividades foi julgado regular. Os fatores limitantes e facilitadores foram identificados considerando-se os princípios preconizados pela Portaria MS/GM Nº 3120, de 01 de julho de 1998. Considerações finais: recomenda-se criar mecanismos de estímulo à participação dos trabalhadores, garantir a utilização dos custeios federais, disponibilizar os veículos adquiridos com recursos federais; equipamentos para registro de imagem, mensuração de fator de risco ocupacional e proteção individual, cartazes, vídeos e software do Sistema de Informações de Mortalidade para fortalecer a implementação da vigilância da situação de saúde dos trabalhadores, da intervenção nas situações de risco à saúde dos trabalhadores, da avaliação e do monitoramento da ações de vigilância e da produção e divulgação de informações em saúde do trabalhador.

3457 IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO DE PESSOAS EM UMA UNIDADE HEMOTERÁPICA
HELENILVA CUSTÓDIO DE MELO, EMÍLIA MARIA RODRIGUES MIRANDA DAMASCENO REIS, LEIDIENE FERREIRA SANTOS, Joao Victor Lopes Pimenta Miguel, YARA KARLA DE SALLES NEMET

IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO DE PESSOAS EM UMA UNIDADE HEMOTERÁPICA

Autores: HELENILVA CUSTÓDIO DE MELO, EMÍLIA MARIA RODRIGUES MIRANDA DAMASCENO REIS, LEIDIENE FERREIRA SANTOS, Joao Victor Lopes Pimenta Miguel, YARA KARLA DE SALLES NEMET

Apresentação: O setor saúde no Brasil representa cerca de 4,3% da população ocupada, gerando mais de 10% da massa salarial do setor formal e cerca de 3,9 milhões de postos de trabalho na área, representando 2,6 milhões de vínculos formais dos quais 690 mil sem carteira assinada e 611 mil profissionais autônomos, configurando-se em um importante fator econômico para o País. Nesse cenário ganha destaque o serviço público de assistência à saúde no Brasil, atualmente representado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pois configura-se em uma das maiores organizações públicas de saúde do mundo, sendo o único a garantir assistência integral e completamente gratuita para a população. Entretanto, o SUS apresenta fragilidades relacionadas à gestão e ao uso das informações, o que compromete a organização dos serviços e, consequentemente, o atendimento das demandas dos serviços e usuários. Nota-se que, de modo geral, as informações ainda são usadas de maneira ineficiente ou não estão disponíveis em muitas organizações, sendo que a gestão de pessoas constitui o maior desafio da política de recursos humanos (RH) no âmbito das organizações de saúde, pois exige alinhar as pessoas, a partir de suas competências, às exigências do mercado e às metas. Pois, ainda é incipiente, a prática de uma política de RH voltada para o desenvolvimento de pessoal, qualificação profissional e capacitação de potencialidades, englobando tanto a captação quanto a retenção do trabalhador na organização, tendo ainda como desafio, a introdução de sistemas informatizados, pois, a adoção de novos equipamentos, leva à necessidade de redesenho do processo de produção de trabalho e implica em reorganização do fluxo de informação e das rotinas para racionalizar as tarefas. Nesse sentido, inquietou-nos para realização desse trabalho, vivências durante a prática profissional no Núcleo de Educação Permanente (NEP), onde identificou-se ausência de sistema de informação que possibilitasse cadastro dos servidores, identificasse o perfil dos funcionários e realizasse o gerenciamento das ações de capacitações realizadas pelos servidores. Esses registros ainda são realizados em impresso físico, o qual, considera-se que essa situação pode comprometer a gestão do serviço, visto que o registro eletrônico dos dados cadastrais dos profissionais pode corroborar otimização de tempo, organização do serviço, implementação de ações resolutivas e gestão de pessoal. Conforme relata a literatura, a gestão de informação está dentre as áreas menos desenvolvidas na gestão do trabalho do SUS, condição que se deve à ausência de informações básicas referentes ao conjunto da força de trabalho e a outros dados necessários à gestão do serviço nas unidades que compõe o sistema. Assim a pesquisa, justificou-se pela ausência de um sistema informatizado para a gestão de pessoas, capaz de registrar informações sobre o perfil profissional, competências individuais e qualificação dos servidores. Nesse sentido, implantar um sistema informatizado, configura-se em estratégia de gestão que corrobora conhecer a força de trabalho, competências e a qualificação dos servidores, contribuindo para gestão e organização dos serviços e assim, qualificar os servidores conforme a necessidade identificada de forma a dar visibilidade aos serviços prestados nesta unidade. Desenvolvimento do trabalho: A informatização desse processo surgiu para facilitar o cadastro, conhecer o perfil profissional dos servidores, bem como a visualização dessas informações através de relatórios que podem ser emitidos para o acompanhamento das atividades educacionais da instituição, através de um estudo descritivo, realizado no Hemocentro Coordenador de Palmas (HCP), Tocantins, Brasil. Com o objetivo descrever as características de uma população, de um fenômeno ou de uma experiência, estabelecendo relação entre as variáveis analisadas, relacionadas à classificação, medida e/ou quantidade que podem se alterar mediante o processo realizado. Para essa pesquisa, realizou-se revisão da literatura sobre o tema “sistema de informação como recurso para gestão de pessoas nos serviços de saúde”, em bases de dados especializadas, tais como MEDLINE, LILACS e BDENF, por meio dos descritores gestão da informação, sistemas de informação, gestão de recursos e administração de recursos humanos. O sistema foi desenvolvido pela área de Tecnologia da Informação (TI) do Hemocentro Coordenador de Palmas (HCP), motivado por questões administrativas gerenciais, visando, principalmente, o registro (cadastro), dados de treinamentos e atualização de dados pessoais e profissionais dos servidores lotados na unidade, com resultados apresentados de modo descritivo, para melhor compreensão do objeto de estudo. Resultados e/ou impactos: Na primeira etapa do desenvolvimento do sistema, a TI reuniu as informações sobre quais elementos seriam gravados no banco de dados e criou as tabelas que iriam abrigar as informações pertinentes, desde o cadastro dos servidores da instituição, às atividades educacionais internas e externas. Utilizando-se de uma linguagem de programação chamada Python, com o framework Django, desenvolveu-se o sistema, através de interação com o NEP, para que não restassem dúvidas quanto a necessidade do setor e o produto a ser entregue. Assim, o sistema foi construído, sendo composto por campos onde permite cadastrar dados pessoais (nome, idade, sexo, escolaridade, CPF e RG), dados profissionais e os eventos educativos da unidade e os quais o servidor já possa ter participado. Na segunda etapa, foi realizada a construção do sistema de cadastro de servidores, pois esse seria a base do sistema para alimentar as demais sessões. Assim, os servidores do NEP solicitaram ao RH a relação dos servidores, na qual constasse o nome completo, matrícula, bem como suas respectivas funções e área de atuação, nesse processo de cadastramento, à medida que o responsável pelo cadastro ia percebendo a necessidade de incluir novos campos, a equipe da TI realizava tais ajustes, visando melhor usabilidade do sistema. Na terceira etapa, realizou-se o ajuste do sistema para emissão de relatórios. O sistema não teve custo operacional, visto ter sido desenvolvido por profissionais que integram o quadro de funcionários. Após o sistema construído restou a indagação que nome dar a ele, assim, após conversas com os envolvidos e pensando se tratar de um sistema de gestão de pessoas, decidiu-se colocar as siglas de sistema de gestão de pessoas (SIGEP). Para segurança e manejo das informações, o acesso é restrito aos servidores do NEP e RH através de login e senha, onde os registros e alterações ficam salvos com data e horário das últimas ações. Considerações finais: Implantado como projeto piloto, esse sistema caracteriza-se como um instrumento de cadastro, armazenamento, análise e gerenciamento de dados, como forma de auxílio no processo de gestão de pessoas. Trabalhando com informações pessoais, profissionais, dados de capacitações, atualizações, aperfeiçoamentos, cursos relacionados ao trabalho e gerenciamento de treinamentos internos, o qual permite a emissão de relatórios de acordo com a necessidade das informações e a seleção das variáveis, possibilitando a análise de dados e oportunidades de melhorias, adequações, distribuição e estabelecimento de metas e prioridades de treinamentos e capacitações. Para aplicabilidade do sistema como ferramenta de apoio a gestão, é realizado avaliação e manutenção dos dados periodicamente, de modo a validar o instrumento e proporcionar informações fidedignas e de qualidade no gerenciamento de pessoas. Assim ao disponibilizar relatórios sobre o perfil profissional dos servidores e a distribuição de pessoal nas áreas, o número de servidores capacitados e as atividades educacionais realizadas mensalmente, permite que sejam implementadas ações que atendam efetivamente às demandas do serviço e identifique as competências e habilidades dos mesmos, contribuindo assim, para a melhoria da gestão de pessoas nessa unidade.  

2595 INDICADORES DE SAÚDE DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO PROFISSIONAL NO ESTADO DE PERNAMBUCO
Ana Elizabete Jacob Pedrosa, Ricarda Samara da Silva Bezerra, Vanessa Gabrielle Diniz Santana, Fernanda Tavares Costa de Sousa Araújo, Rafaela Brasileiro Gurgel Botshkis, Jeane Grande Arruda de Miranda Coelho, Roberta Gomes Menezes de Lima, Marília Barros Leão

INDICADORES DE SAÚDE DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO PROFISSIONAL NO ESTADO DE PERNAMBUCO

Autores: Ana Elizabete Jacob Pedrosa, Ricarda Samara da Silva Bezerra, Vanessa Gabrielle Diniz Santana, Fernanda Tavares Costa de Sousa Araújo, Rafaela Brasileiro Gurgel Botshkis, Jeane Grande Arruda de Miranda Coelho, Roberta Gomes Menezes de Lima, Marília Barros Leão

Apresentação: A avaliação de desempenho profissional no Estado de Pernambuco é entendida como um processo sistemático de acompanhamento da execução de metas pactuadas coletivamente. Integra, no âmbito da Secretaria de Saúde, o Programa Institucional de Avaliação de Desempenho (PCCV, Probatório e Gratificação de Desempenho). As avaliações acontecem mensalmente através do uso de indicadores de saúde globais, individuais e de formação em serviço, considerando cargo, função, área de atuação e regime de trabalho do avaliado. Os dados gerados são acomodados em um sistema que abriga 19.000 cadastros distribuídos em 37 hospitais, sendo utilizados para pagamento de gratificação financeira, que varia com o faturamento do hospital e desempenho profissional. Este trabalho tem por objetivos apresentar os indicadores e metas de saúde utilizadas para avaliação profissional, analisar o desempenho profissional ao longo do ano de 2017, apresentar as dimensões avaliativas e analisar suas interlocuções com outras áreas de atuação. Metodologia: Um sistema de gestão de desempenho no nível grupal aponta para uma avaliação que se concentra no trabalho em equipe. No nível individual, avalia-se o resultado do trabalho do indivíduo e do seu comportamento no ambiente de trabalho. A partir de relatórios gerenciais, de grupos de discussões e da interlocução com o setor de educação em saúde, foi possível monitorar o desempenho de cada servidor. Foram indicadores de saúde utilizados na avaliação global e individual: taxa de mortalidade, tempo médio de permanência no leito, acolhimento com classificação de risco, pontualidade, rendição profissional a profissional, número de consultas realizadas, realização de cursos, preceptoria, dentre outros. Resultados: De modo geral, os indicadores individuais apresentaram uma melhora no desempenho profissional, assim como os relacionados à formação em serviço. A identificação dos preceptores e dos profissionais que realizaram cursos foi um estímulo às atividades de educação em saúde no serviço. Também foi possível obter o quantitativo de servidores ativos nos hospitais estaduais, obter os valores financeiros individuais e o montante pago por mês e ano. Surgiu a necessidade de repactuar metas e alterar indicadores durante o processo de monitoramento. Houve ainda, relatos de melhoria nas relações interpessoais no ambiente de trabalho e o aumento pelo interesse no processo da avaliação por parte dos envolvidos. Considerações finais: A avaliação de desempenho profissional é instrumento para auxiliar gestores no acompanhamento e melhoria do capital intelectual da organização. A avaliação de desempenho visa o desenvolvimento geral da organização ao longo do tempo, pois identifica as principais deficiências de desempenho e gera planos de ação efetivos para melhorá-los, elevando os conhecimentos e as atitudes dos avaliados. O empenho e o comprometimento dos envolvidos com o desenvolvimento e a melhoria das atividades são fatores indispensáveis para o sucesso do programa de avaliação de desempenho. Referências: OLIVEIRA-CASTRO, G. A., LIMA, G. B. C., VEIGA, M. R. M. Implantação de um sistema de avaliação de desempenho: métodos e estratégias. Revista de Administração, v. 31, n. 3, p. 38-52, 1996. SES, 2015. SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO. portal.saude.pe.gov.br/programa/secretaria-executiva.../avaliacao-de-desempenho

5358 MORTALIDADE MATERNA EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DE MANAUS-AM
Bárbara Misslane da Cruz Castro, Semírames Cartonilho de Souza Ramos

MORTALIDADE MATERNA EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DE MANAUS-AM

Autores: Bárbara Misslane da Cruz Castro, Semírames Cartonilho de Souza Ramos

Apresentação: No Brasil a segunda área de maior prevalência de óbitos maternos é a região Norte e os locais de maior ocorrência são nas maternidades.  Frente ao exposto é possível estimar a magnitude desses óbitos, sendo ação fundamental para revelar informações que contribuam para instrumentalizar ações referentes à vigilância sanitária, refletindo a necessidade de melhoria da qualidade dos serviços obstétricos, da assistência oferecida no município de Manaus/AM e da inserção de tais discussões em espaços de arguição da comunidade, fortalecendo o controle social da saúde. Deste modo, este trabalho tem por objetivo analisar os casos de óbitos maternos ocorridos em uma maternidade pública de referência da cidade de Manaus. Desenvolvimento do Trabalho: A pesquisa caracteriza-se por um estudo quantitativo, exploratório, retrospectivo, do tipo documental (dados secundários) com o objetivo de avaliar eventos que ocorreram no passado e quantificá-los, nesse caso, avaliar casos de óbitos maternos ocorridos em uma maternidade pública estadual do município de Manaus, através da análise de fichas de Investigação hospitalar, declarações de óbitos maternos e prontuários. A escolha da instituição justifica-se pelo fato de apresentar um dos serviços com maior ocorrência de óbitos maternos no estado do Amazonas, considerando o período de 2010, 2011 e 2012 de acordo com os dados da Rede Cegonha – Ações Estratégicas para a redução da Morte Materna. Foram selecionadas para análise 41 fichas de investigação hospitalar, declarações de óbitos e prontuários de casos de óbitos maternos de mulheres com idade entre 10 a 49 anos ocorridos durante a gravidez, parto ou puerpério no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2014. Foram excluídas deste estudo fichas de investigação hospitalar de óbitos de mulheres em idade fértil não atribuídos a causas obstétricas, assim como fichas de investigação ilegíveis, de acesso impossibilitado por estarem sob júdice, as cujo limite temporal extrapola os estabelecidos por este estudo e as de óbitos maternos tardios. Das declarações de óbito e fichas de investigação hospitalar de óbito materno foram extraídas, através de um instrumento de coleta de dados elaborado pelas autoras, informações sociodemográficas, epidemiológicas e obstétricas, como: idade, naturalidade, município de residência, zona de bairro, estado civil, raça/cor, escolaridade, profissão/ocupação, ano do óbito, realização de pré-natal de risco habitual e de alto risco, se gestante de alto risco, local de ocorrência do óbito, ocorrência do óbito (em que momento), ocorrência do óbito após aborto; ocorrência do óbito durante parto ou puerpério, classificação do óbito (obstétrico direto ou indireto) e paridade. Os dados obtidos foram registrados no programa Excel ®, e os cálculos estatísticos foram realizados pelo Software SAS for Windows ®, versão 9.2, sendo utilizada a análise estatística descritiva, com porcentagem simples. Para a realização da pesquisa foram consideradas as orientações da Resolução Nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) sob o registro CAAE: 36318914.6.0000.502. Resultados e/ou impactos: Na Maternidade do estudo, identificou-se no período correspondente a janeiro de 2010 a dezembro de 2014, a ocorrência de 41 óbitos maternos por causas obstétricas de mulheres em idade fértil, compreendidos entre a faixa etária de 10 a 49 anos. Sendo 07 (17%) óbitos ocorridos em 2010, 05 (12%) em 2011, 07 (17%) em 2012, 16 (39%) em 2013 e 06 (15%) em 2014. A maioria dos casos de óbitos maternos ocorreu em mulheres com idade entre 30-39 anos (41%), naturais do município de Manaus (60%), residentes no município de Manaus (83%), na zona Norte (24%), do lar (44%), com baixa escolaridade (44%), sem cônjuge (68%), de raça/cor pardas (60%). A maior parte dos óbitos ocorreu em primíparas (41%), que realizaram de 1 a 3 consultas de pré-natal (24%). Observa-se que das mulheres que foram a óbito, 32% eram gestantes de alto risco, sendo que apenas 7% realizaram pré-natal de alto risco. Quando considerado o momento de ocorrência do óbito, 62% foram no puerpério. As causas predominantes de óbitos foram às indiretas (56%), com destaque para o Coque Séptico (17%), seguido de Insuficiência de Múltiplos órgãos (10%) e H1N1 (7%). As causas obstétricas indiretas representam 44% de mortes, sendo a primeira causa por hemorragia (20%), seguida de DHEG+Síndrome de Hellp (12%) e Infecção Puerperal (7%). Considerações Finais: Os resultados deste estudo evidenciaram que no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2014 a maior proporção de mortes maternas ocorreu em mulheres no auge da vida reprodutiva, com idade entre 30-39 anos, de raça/cor parda, solteiras, do lar, com baixo nível de escolaridade, naturais de Manaus, residentes na zona norte da cidade. Com relação às variáveis obstétricas identificou-se que a maioria das mulheres eram primíparas, que realizaram de 1 a 3 consultas de pré-natal, cuja evolução do óbito deu-se durante o período puerperal, no estabelecimento de saúde. Houve predominância de óbitos por causas obstétricas indiretas, causa que diverge de alguns estudos na maioria dos estados brasileiros. Embora as causas obstétricas diretas contribuam com incidência elevada de óbitos maternos no Brasil, as mesmas são consideradas evitáveis, passíveis de prevenção.  Já as obstétricas indiretas são de menor ocorrência e difíceis de serem controladas, uma vez, que são decorrentes de patologias graves associadas à gestação sendo muitas vezes inevitáveis.  A maternidade do estudo por ser um centro obstétrico de referência na atenção ao pré-natal de alto risco, consequentemente concentra a maior parte dos óbitos por causas indiretas. Ao longo da realização deste estudo percebeu-se o preenchimento inadequado das declarações de óbitos e fichas de investigação de óbito materno. A falta de informações relevantes para esta pesquisa comprometeu em partes uma avaliação fidedigna dos itens estudados. É necessário conscientizar os profissionais envolvidos no processo do preenchimento dos dados sobre a importância epidemiológica da mortalidade materna para os serviços de saúde bem como para a sociedade. Evidentemente, a discussão sobre morte materna não se restringe a este estudo, uma vez que é necessário aprofundar e analisar de forma mais ampliada os fatores de risco associados ao óbito materno, devido à complexidade do tema e o vislumbramento de muitas possibilidades de investigação quanto à mortalidade materna na cidade de Manaus. Espera-se que este estudo seja de utilidade em pesquisas futuras que tenham como enfoque o estudo sobre o perfil sociodemográfico e obstétrico de óbitos maternos no município de Manaus, incentivando os profissionais de saúde envolvidos no cuidado as gestantes e mulheres a reverem suas práticas e aprimorarem a assistência.      

5180 O Monitoramento dos Registros de Procedimentos CAPS como um Processo Ético-Político para a Consolidação da Reforma Psiquiátrica
Grécia Rejane Nonato de Lima, Gabriella Santos Wrublewski, Jackeline Alves de Lucena Tabosa, Priscila Macedo Catarino

O Monitoramento dos Registros de Procedimentos CAPS como um Processo Ético-Político para a Consolidação da Reforma Psiquiátrica

Autores: Grécia Rejane Nonato de Lima, Gabriella Santos Wrublewski, Jackeline Alves de Lucena Tabosa, Priscila Macedo Catarino

No Brasil, o processo da Reforma Psiquiátrica, advindo da luta dos movimentos sociais dos trabalhadores de saúde e familiares dos usuários de Saúde Mental, instituiu uma política que garante os princípios primordiais do Sistema Único de Saúde (SUS), os direitos da pessoa em intenso sofrimento psíquico, a autonomia do sujeito e o cuidado de base territorial e comunitária. Assim, a Política Nacional de Saúde Mental, instituída pela Portaria Nº3.088/2011, dispõe sobre a implantação de serviços substitutivos ao modelo asilar, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), organizados em uma Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Considerando as singularidades presentes em cada território e o compromisso com a garantia da universalidade, equidade e integralidade, princípios do SUS, os CAPS’s constituem serviços de referência no cuidado e articulação com as Redes de Atenção à Saúde, produzindo indicadores estratégicos para sua avaliação. O processo de avaliação de serviços, e monitoramento de indicadores, é uma das estratégias do SUS imprescindíveis para o planejamento e organização em saúde. Tal importância deve-se não só à questão “produção dos serviços versus financiamento e custeio”, mas também possibilitam aferir a qualidade do cuidado ofertado. Assim, a Tecnologia da Informação em Saúde torna-se importante aliada nos processos de gestão, fundamentando e fortalecendo o planejamento de estratégias e produção de dados que norteiam as políticas públicas e a tomada de decisões no campo da saúde. Apesar dos avanços no âmbito dos sistemas de informação no país, ainda há inúmeras dificuldades no seu desenvolvimento e aplicabilidade, compreendendo que esses dados passam por diversos processos, iniciados com o preenchimento de fichas e formulários pelos profissionais dos serviços, até o processamento e produção da informação. Deste modo, faz-se necessário discutir os relatórios gerados através deste registro da informação e qualificar as equipes para que os dados sejam os mais fidedignos possíveis, retratando a realidade dos dispositivos de saúde. A tecnologia da informação é base para importantes processos políticos nas redes de atenção à saúde. A saúde mental, todavia, ainda está aquém da implementação ideal no que se refere ao registro oportuno, monitoramento e avaliação de indicadores, principalmente quando comparado à outras áreas da saúde no âmbito nacional. Assim, este resumo visa apresentar a experiência vivenciada durante oficinas idealizadas para efetivar a informação em Saúde Mental, realizadas pela VIII Gerência Regional de Saúde do Estado de Pernambuco, em parceria com a Coordenação Municipal de Saúde Mental do município de Petrolina-PE e a Residência Multiprofissional em Saúde Mental da Universidade do Vale do São Francisco-UNIVASF, considerando como público alvo os profissionais da RAPS de Petrolina-PE. O objetivo dos encontros foi discutir o preenchimento dos impressos utilizados para registro da informação nos CAPS’s de Petrolina/PE, instituídos através da Portaria nº 276/2002 (ficha de Registro de Ações Ambulatoriais em Saúde-RAAS, Boletim de produção Ambulatorial Individualizado-BPA-I e Boletim de Produção Ambulatorial Consolidado -BPA-C). Com o sentido de qualificar o registro referente ao processo de cuidado nos serviços, a partir da percepção de inconformidades entre os dados apresentados nos relatórios gerados pelo Sistema de Informação Ambulatorial (SIA-SUS) e a realidade das ações desenvolvidas pelos serviços. Tendo em vista os processos vivenciados atualmente no campo da Saúde Mental, com a tentativa de alterações importantes no direcionamento da Política Nacional de Saúde Mental e de retrocessos das conquistas da Reforma Psiquiátrica, entende-se que esses dados produzidos pelos CAPS’s e por outros serviços da RAPS, constituem importante instrumento ético-políticos. Desse modo, as oficinas tensionaram a construção de uma compreensão mais ampla na perspectiva da micropolítica acerca da importância da qualidade da informação registrada. As oficinas foram organizadas de modo a possibilitar a maior participação dos profissionais das equipes dos três CAPS’s de Petrolina (CAPS II, CAPS infantojuvenil- CAPSi e CAPS álcool e drogas III - CAPSadIII), sendo realizada uma oficina em cada um dos espaços. Assim, os profissionais dos serviços e os profissionais da gestão puderam discutir impasses e dúvidas, construindo estratégias para a qualificação dos dados e, posteriormente, da informação gerada a partir do preenchimento das fichas de registro no SIA-SUS. Inicialmente foi realizado um breve momento de apresentação, ressalta-se que quase unanimemente os profissionais referiram a atuação no CAPS como sua primeira experiência com preenchimento de RAAS, BPA-I e BPA-C. Torna-se válido também observar que, após a mudanças dos instrumentos de registros do CAPS no ano de 2002 não houve qualificação quanto à sua utilização pelos profissionais. A partir deste primeiro contato, foi apresentado aos profissionais o objetivo das oficinas, uma breve introdução ao sistema de registros e produção de informações a partir do SIA-SUS, bem como sua importância para o planejamento estratégico de ações pela gestão. Ao longo da discussão, foram considerados os relatórios consolidados das ações ambulatoriais por serviço conforme o processamento e disponibilização dos dados pelo SIA-SUS no período de janeiro a agosto de 2017.  Durante a discussão desses dados, as equipes referiram inconsistência nas informações geradas pelos relatórios, apontando para o subregistro das atividades quando comparado a outras fontes de anotações realizadas no cotidiano. Em outro âmbito, pode-se perceber que, além de dúvidas com relação ao preenchimento dos códigos dos procedimentos e quanto à identificação da ficha de competência para registro de cada ação, falhas nas etapas de alimentação do sistema e exportação dos dados para o sistema podem também justificar tais inconsistências. Deste modo, discutiu-se a importância das equipes monitorarem e avaliarem periodicamente esses dados, a fim de identificar e corrigir, em tempo hábil, erros neste processo. Em seguida, foram apresentados os procedimentos que compõem cada ficha de registro utilizada nos CAPS, e sua descrição, para que os profissionais pudessem melhor compreender onde poderia ser registrada cada ação desenvolvida. Cada procedimento que compõe os instrumentos possuem um fundamento embasado pela perspectiva da Reforma Psiquiátrica e culminam na produção de elementos que refletem o trabalho do profissional permitindo a análise oportuna da realidade assistencial prestada. O profissional, por sua vez, deve conduzir o planejamento das ações através da apreciação dos elementos encontrados, estabelecendo uma rotina de avaliação dos relatórios de atividades dentre os papéis desenvolvidos pelo serviço.  Muitas dúvidas surgiram nesse momento, o que demonstra a importância de a gestão estar atenta aos processos de qualificação dos novos profissionais que passam a compor as equipes, bem como investir em educação permanente. Por fim, após intensa discussão e construção de estratégias para os problemas levantados, foi realizado o momento de avaliação da oficina em cada um dos serviços, com a finalidade de melhores intervenções em outros momentos e de identificar, junto às equipes, sugestões de temas para as próximas discussões. No geral, os profissionais relataram satisfação em relação à metodologia apresentada e referiram o esclarecimento das dúvidas, não somente quanto ao preenchimento e alimentação dos dados, mas também acerca da função e importância da fidedignidade das informações no SIA-SUS. Mais do que dados e números que representam a produtividade dos serviços da RAPS, a correta alimentação dos sistemas de informação, no campo da saúde mental, permite a avaliação dos processos de cuidado construídos nos serviços e a aproximação com o objetivo maior dos CAPS’s: o cuidado singularizado e de base territorial. Compreende-se que registrar, monitorar e avaliar são instrumentos de gestão, mas também são compromissos com um modo de cuidar que, para além da ética profissional, representa uma escolha política, consolidando a efetivação da saúde mental.  

5407 O processo de implantação do e-SUS AB nos estados do Amazonas e Acre
Ivonne Canseco Canales, Layana Souza Rebolças, Wenderson Wagner Garcia Matos

O processo de implantação do e-SUS AB nos estados do Amazonas e Acre

Autores: Ivonne Canseco Canales, Layana Souza Rebolças, Wenderson Wagner Garcia Matos

O nome e-SUS AB faz referência a um SUS eletrônico, cujo objetivo é facilitar e contribuir para a organização do trabalho dos profissionais de saúde, elemento decisivo para a qualidade da atenção à saúde prestada à população. Em 2015, através da Chamada de Currículos para Apoio à Implantação – Estratégia e-SUS AB a fim de garantir apoio aos municípios ainda não alcançados por essas estratégias, o ministério da saúde realizou a contratação e qualificação de consultores especializados para a rápida disseminação da implantação e treinamento das equipes para utilização dos sistemas. Os consultores ofereceram apoio presencial em ações de implantação dos sistemas e-SUS AB – CDS e/ou PEC (de acordo com o cenário local), utilizou-se como critérios: municípios com profissionais Mais Médicos; municípios contemplados na estratégia e-SUS AB conectividade, integrantes do Plano Nacional de Banda Larga; e municípios que não enviaram dados no ano de 2014 ou com irregularidade no envio de dados para o sistema. Entre as atividades realizadas pelo consultor estavam apoiar de forma presencial ações de implantação dos sistemas e-SUS AB – CDS e ou PEC, Identificar, por meio do Sistema de Controle de Uso ou contato direto com o gestor, Orientar o gestor municipal, o coordenador AB e o profissional de TI ou responsável pelo sistema de informação a respeito de seu protocolo de trabalho e possibilidades de atuação. Como resultado das atividades realizadas foram comtemplados um total de 32 municípios na região 01, sendo 14 municípios no estado do Acre e 18 municípios no estado do Amazonas, no período de Abril a Outubro de 2015 realizamos visitas em 12 municípios, obtivemos uma média de 60 equipes de saúde da família capacitadas para uso do esus AB, já no estado do Amazonas, dos 18 municípios comtemplados foi possível realizar visita em 11 municípios, a logística e distribuição geográfica foi um ponto negativo nesse processo, ao total foram 88 equipes de saúde da família capacitadas. As dificuldades percebidas no processo de implantação do e-SUS AB estiveram relacionadas também ao software insuficiente para as demandas informacionais; às pessoas, que apresentaram resistências em relação ao sistema; e à falta de infraestrutura das UBS nos municípios. Além disso, os profissionais responsáveis pela implantação do e-SUS AB, em sua maioria, não possuem formação ou especialização relacionada à área de tecnologias da informação, não são efetivos em seus cargos, e acumulam a coordenação da AB juntamente com a responsabilidade pelo e-SUS AB, o que tende a fragilizar e descontinuar o processo. Outro ponto importante nesse processo foi a possibilidade de qualificação dos gestores municipais, a inserção dos mesmos no processo de implantação foi um ponto importante para que a logística dos treinamentos em cada município fosse positivo. Tal relato de experiência foi realizado com o intuito não simplesmente de expor o processo de implantação do e-SUS AB nos municípios do Amazonas e Acre, mas, também, de servir de base no processo de implantação do sistema em outros municípios e de conhecimento de gestores, profissionais e da população em geral.

3283 Projeto Redes Virtual: Governança digital e articulação em Redes Intersetoriais.
juliana maria moura

Projeto Redes Virtual: Governança digital e articulação em Redes Intersetoriais.

Autores: juliana maria moura

A gestão de informação e do conhecimento cumpre, principalmente, as funçõesde registro histórico (memória e identidade), transparência e acesso a informação, e dequalificação das ações, visando o monitoramento e planejamento sistemático. Aexistência de conteúdos produzidos e circulantes entre os sujeitos, instituições eorganizações colabora ainda para a tomada de decisões ou simplesmente para umaprática cidadã, mediada ou não por tecnologias. A informação é qualquer forma físicade representação de conhecimento ou de um pensamento, usada para comunicação,sendo a representação do conhecimento estéril até que seja relacionada às pessoas que aproduzam ou que sejam afetadas por ela.Esta proposta de investigação pretende registrar o desenvolvimento daPlataforma Digital Redes Virtual, discutindo conceitos de governança digital e gestãodo conhecimento das práticas de articulação intersetorial nos territórios do ProjetoRedes 1 , utilizando recursos da ferramenta digital e os documentos basilares do ProjetoRedes, gerando insumos para o monitoramento da política intersetorial de atendimento ausuários de drogas, em consonância com premissas contemporâneas de Gestão deInformação e Conhecimento.É um “Ambiente Virtual de Aprendizagem” com um conceito de governançacolaborativa e intersetorial, trabalhando com mediações tecnológicas que potencializama consolidação dos saberes e intercâmbios de conhecimentos das práticas de cuidado dasRedes de Atenção Psicossocial e das Redes Intersetoriais de Álcool e outras Drogas.Este espaço virtual configura-se como uma ferramenta privilegiada de sistematizaçãodos conteúdos produzidos pelos atores do Projeto Redes, sensibilizando e mobilizandoatores estratégicos durante a sua execução, em todo o território nacional.A Plataforma Digital Redes Virtual é extensão criativa e solidária, colaborandocom a sistematização e disseminação das ações realizadas, acolhendo as especificidadesdos território. É uma ferramenta estratégica para disseminar a tecnologia de articulaçãointersetorial, e outras tecnologias sociais leves no campo da educação em saúde. Tem afunção de comunicação pública visando a transparência institucional associando1 Projeto REDES – Articulação Intersetorial de Políticas sobre Drogas, desenvolvido desde 2014 pelaFundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas(SENAD) do Ministério da Justiça e Segurança Públicaprincípios de emancipação, e novas práticas de coordenação das atividades, parcerias efóruns deliberativos.É o repositório das atividades e produções, oportunizando a construção coletivade uma memória digital do projeto, a exemplo da biblioteca virtual com registros emdiferentes formatos de mídias com depoimentos em vídeo que agregavam memórias deum “trabalho vivo”.Pensando a gestão da informação e conhecimento no campo da saúde, paragarantir acesso e exercício da cidadania, é fundamental considerar a capacidade deacesso a informação de todos os agentes envolvidos no processo. A mediação é umprocesso dinâmico, no qual o uso dos métodos, ferramentas e signos pode ser modeladopelos indivíduos, resultando na alteração de fluxos e estruturas das funções mentais, emque os atores co-produzem saberes e práticas pautadas nos determinantes sociais dasaúde-doença- cuidado, no horizonte da promoção da saúde e da qualidade de vida.

5074 TEMPO RESPOSTA DE UM SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA (SAMU) NO SUL DO BRASIL
Rosane Mortari Ciconet, Maria Alice Dias da Silva Lima, Priscila Schmidt Lora, Vania Celina Dezoti Micheletti, Fernanda Barros Santos, Camila Kingeski Moro

TEMPO RESPOSTA DE UM SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA (SAMU) NO SUL DO BRASIL

Autores: Rosane Mortari Ciconet, Maria Alice Dias da Silva Lima, Priscila Schmidt Lora, Vania Celina Dezoti Micheletti, Fernanda Barros Santos, Camila Kingeski Moro

Apresentação: O tempo resposta é um indicador usado para avaliação da qualidade de serviços de atendimento pré-hospitalar (APH). Consiste no intervalo de tempo entre a expressão do pedido de socorro até a chegada da equipe à cena do evento. Assim, o objetivo do estudo foi analisar o tempo resposta de um Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), referente aos chamados para atendimentos clínicos e traumáticos demandados à Central de Regulação de Urgências. Desenvolvimento:Trata-se de um estudo transversal, realizado no SAMU de Porto Alegre - RS. A amostra foi constituída por 1.580 atendimentos realizados no ano de 2013, sendo 793 por motivos clínicos e 787 traumáticos. Os agravos clínicos foram compostos pelas síndromes neurológicas, cardiovasculares e respiratórias, por serem considerados tempo dependentes; os agravos traumáticos foram constituídos pelos acidentes de trânsito e quedas, por serem os mais prevalentes no serviço. Os dados foram extraídos do sistema informatizado da central de regulação desse SAMU, transpostos para o programa Microsoft Excel e analisados através do Programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 21.0. Foram mensurados todos os intervalos de tempo, de cada etapa do trabalho no SAMU, desde a recepção do chamado telefônico através do fone 192, a regulação médica, a decisão pelo envio da equipe, o despacho da mesma e a chegada da equipe ao local do evento.Resultados: Os resultados evidenciam que o tempo resposta total foi de mediana de 19 minutos e os fatores que permaneceram associados estatisticamente com maior tempo de resposta total, após o ajuste pelo modelo multivariado, foram: tipo de socorro clínico (p<0,001), turno da noite (p<0,001), atendimento por equipe de suporte básico (p=0,016), dias úteis da semana (p<0,001) e ocorrência de incidente no local do chamado (p=0,001). Em relação à faixa etária e gravidade presumida sobre a natureza do agravo, não houve diferenças significativas de tempo resposta. Considerações finais: O tempo resposta total, formado pelas parcelas de tempo de cada etapa do atendimento, é influenciado pelo desempenho dos profissionais, com destaque para dois fatores: a comunicação na avaliação das demandas do usuário e o tempo de mobilização da equipe para a partida para os atendimentos. Estratégias para redução do tempo resposta dizem respeito à incorporação de processos de educação permanente com os profissionais do serviço para discussão e reorganização de práticas, bem como  medidas de planejamento na organização estrutural do SAMU.

1181 Uma avaliação da atenção ao parto na rede pública do Município de Manaus, usando como indicadores a busca ativa, a oportunidade do diagnóstico e a conduta as doenças infecciosas de obrigatória cobertura
FRANCISCA MAGDA DE SOUSA PINTO SILVA XAVIER, AMANDA CARDELIS LINS, FLOR ERNESTINA MARTINEZ-ESPINOSA, RITA SUELI BACURI QUEIROZ

Uma avaliação da atenção ao parto na rede pública do Município de Manaus, usando como indicadores a busca ativa, a oportunidade do diagnóstico e a conduta as doenças infecciosas de obrigatória cobertura

Autores: FRANCISCA MAGDA DE SOUSA PINTO SILVA XAVIER, AMANDA CARDELIS LINS, FLOR ERNESTINA MARTINEZ-ESPINOSA, RITA SUELI BACURI QUEIROZ

Durante a gravidez até o parto, podem ocorrer várias complicações, ocasionando em algumas situações a sua interrupção antes do desfecho esperado. O rastreamento e as condutas dessas complicações em tempo oportuno contribuem para a redução da morbimortalidade do binômio mãe-filho. Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade da atenção ao parto na rede pública do Município de Manaus, usando como indicadores a busca ativa, a oportunidade do diagnostico e a conduta as doenças infecciosas de obrigatória cobertura. Tratou-se de um estudo transversal com uma amostra 390 mulheres em puerpério imediato internadas nas maternidades no período de junho a julho de 2015. Foram utilizados indicadores de avaliação a conduta na busca, diagnóstico, tratamento e seguimento de cinco doenças infecciosas e uma doença não infecciosa: edema, proteinúria e hipertensão além da intervenção no processo do trabalho de parto e pós- parto imediato. Entre as 390 puérperas entrevistadas a peregrinação para o atendimento ao parto ocorreu com 25,9%. A realização dos exames na maternidade para sífilis, HIV e hepatite B, tiveram uma frequência de 98,2%, 99,7% e 26,2% respectivamente. As prevalências observadas foram de 3,4% para infecção de sífilis; 0,4 de HIV. As amostras de hepatite B foram negativas. A realização dos exames no PN de toxoplasmose e malária, observamos uma frequência de 81,3% e 0,8% respectivamente, porém não houve positividade. A frequência de pré- eclâmpsia foi de 5,9% e parto prematuro de 4,9%. As intervenções realizadas durante o trabalho e parto, tais como aminiotomia, episiotomia, ocitócitos antes do parto e manobra de kristeller, foram utilizadas rotineiramente de maneira inadequada. O contato cutâneo mãe/bebê ocorreu com 64,9% das mulheres.  Observou-se que não houve associação estatisticamente significativa com a variável de desfecho, parto prematuro. O estudo evidenciou limitações da atenção ao parto realizada nas maternidades, dentre elas, falhas no atendimento ao parto e nascimento, assim como competência para obtenção da qualidade da assistência.

4989 DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AOS PROFISSIONAIS DA COMPUTAÇÃO
Cleoneide Paulo Oliveira Pinheiro, Juciane de Sousa Silva, Érika Porto Xavier, Patrícia Xavier Lima Gomes, Pedro Oliveira Pinheiro, Jéssica Karen de Oliveira Maia, Raimunda Magalhães da Silva, Christina Cesar Praça Brasil

DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AOS PROFISSIONAIS DA COMPUTAÇÃO

Autores: Cleoneide Paulo Oliveira Pinheiro, Juciane de Sousa Silva, Érika Porto Xavier, Patrícia Xavier Lima Gomes, Pedro Oliveira Pinheiro, Jéssica Karen de Oliveira Maia, Raimunda Magalhães da Silva, Christina Cesar Praça Brasil

Introdução: Atualmente, as doença ocupacionais relacionadas ao trabalho - DORT são descobertos em vários países do mundo, com extensão epidêmica e sob apresentações clínicas diferentes, isto é consequência das altas exigências dos locais de trabalho, com a presença de movimentos repetitivos, sem tempo de pausas, permanência em determinadas posturas por longos períodos, além de equipamentos de trabalho sem o devido conforto e sem ajustes necessários, impactando de forma negativa na saúde dos trabalhadores. À vista disso, essa enfermidade é considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, em virtude de provocar mudança no cotidiano desses sujeitos, impactando na identidade dos afetados, repercutindo em seus desempenhos sociais, resultando em afastamento do trabalho e liberação de auxílio-doença. Esses agravos impactam diretamente na qualidade de vida dos trabalhadores acometidos, delimitando-os para a realização de suas atividades cotidianas, como o trabalho, o lazer, as atividades domésticas e de vida diária, além de dificuldades que serão enfrentadas no convívio social e familiar. Para diminuir as taxas de afastamento e visar a saúde do trabalhador, deve-se reforçar a avaliação, tratamento e prevenção de DORT. A recuperação dos trabalhadores é um dos grandes desafios atualmente para a saúde pública no Brasil, precisam ser levadas em consideração as particularidades do contexto brasileiro para o confronto do processo diagnóstico-tratamento-reabilitação. Objetivos: Avaliar o conhecimento, atitudes frente aos fatores de risco e medidas preventivas relacionadas às doenças ocupacionais em profissionais da área de computação. Metodologia: Trata-se de um estudo de campo, exploratório, prospectivo e de análise quantitativa dos dados. A População foi composta de 400 profissionais da área de computação e a amostra foi composta por 72 profissionais. Foram estudadas as variáveis: sociodemográficas (sexo, idade, estado civil, renda familiar e grau de instrução); e o conhecimento acerca dos DORT, atitudes frente à prevenção e queixas – questionário de perguntas específicas). Como critérios de inclusão definiu-se por profissionais atuantes na área da computação entre 18 e 40 anos Como critérios de exclusão, profissionais que já foram diagnosticados com doenças ocupacionais, os que não aceitarem participar da pesquisam bem como os questionários preenchidos de forma incompleta. Foi aplicado um questionário de 22 perguntas fechadas relacionadas ao perfil sociodemográfico e doenças ocupacionais. Os dados foram analisados através de gráficos e tabelas com o uso do Google Form e Microsoft Excel 2010. Este estudo obedeceu aos aspectos éticos da pesquisa que envolve seres humanos, foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Estácio do Ceará com parecer número 2.339.774. Resultados: Observou-se que dos 72 profissionais entrevistados o sexo masculino predominava em 81,9% da amostra, possuíam faixa etária de 19 a 40 anos, raça branca 55,6%, com ensino superior completo 94,4% e com renda família de 5 a 10 salários mínimos 37,5%, destes, 68,1% já ouviram falar sobre os DORT, 83,7% sabiam suas causas, 95,9% sabiam que tem tratamento, 85,7% conhecem essas doenças, 87,8% sabiam como preveni-las. Ressalta-se que a modificações crônicas causadas, produzem tanto limitações nas atividades profissionais como também na maior parte das atividades diárias. Quando questionados se a altura da cadeira no posto de trabalho está adequada, 63,9% responderam sim, 22,2% não sabiam informar e 13,9% não. Os profissionais que utilizam computador devem dispor de uma cadeira que seja ergonomicamente adequada, esta deve oferecer flexibilidade e apoio, com braços, quatro ou cinco pernas e rodinhas para permitir movimentação facilmente. Em relação à altura da tela do computador ou notebook estar adequada, 75% responderam sim, 15,3%, não sabiam informar e 9,7% não. Quanto ao uso do apoio do mouse eles foram questionados sobre a sua utilização durante a jornada de trabalho, onde 59,7% utilizavam diariamente, 20,8% frequentemente, 13,9% nunca utilizaram e 5,6% esporadicamente. O mouse deve estar posicionado no mesmo nível da altura dos cotovelos, recomenda-se a utilização de um mouse ergonômico, sendo aconselhado optar por um modelo mais baixo, pois exige um menor esforço do pulso. Os sintomas mais citados pelos profissionais foram, dor muscular 93,9%, sensação de dormência nos membros 75,5%, fadiga 69,4% e sensação de peso nos membros 59,2%. Foi identificado que 79,2% dos profissionais não realizavam alongamentos durante a jornada de trabalho, a realização de ginástica laboral, é uma atividade que previne doenças ocupacionais, promove um maior equilíbrio da musculatura utilizada durante a jornada de trabalho, fazendo com que estes fiquem mais relaxados e tonificados. Além disso sua realização ativa circulação sanguínea, aumentando a oxigenação do cérebro e contribuindo para a retomada da atenção e concentração durante o trabalho. Em relação à presença de dores, 52,8% indicaram raramente apresentar dores ao final da jornada de trabalho, 69,4% da amostra praticava algum tipo de atividade física fora do horário de trabalho e 77,8% consideraram à prática de atividade física muito importante para a prevenção de doenças. Não foram encontradas pesquisas em que fossem evidenciados a prática de atividade em profissionais da computação relacionada à prevenção dos DORT, porém estudos afirmam que o exercício físico é considerado uma das maneiras mais prováveis de combater o estresse fisiológico, sendo realizado pelo menos três vezes por semana gerando efeitos benéficos para o organismo. Considerações Finais: Foi possível concluir com o estudo que os profissionais que atuam na empresa de tecnologia da informação em Fortaleza/CE já obtiveram algum conhecimento sobre os DORT, como causas, formas de evitá-los, sintomas e que existia tratamento para esses distúrbios.  A maioria dos profissionais tinham consciência de que a presença destas patologias poderia interferir de maneira negativa no seu desempenho durante a jornada de trabalho. Sendo importante também apresentar os benefícios da realização de alongamentos durante a jornada de trabalho, melhorando assim a sua performance durante o trabalho e prevenindo lesões futuras. A análise nos mostra que a maioria dos profissionais da computação deste estudo raramente apresentava dores no corpo após a jornada de trabalho, isto possui relação com o nível de conhecimento sobre as doenças ocupacionais, a importância da adequação da melhor postura no posto de trabalho, como a altura da cadeira e da tela do computador ou notebook estarem corretas, o uso frequente do apoio de punho durante o uso do mouse.  Podemos relacionar esta baixa incidência de dores também com a prática regular de atividade física na maioria da amostra.

4404 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE ACIDENTES DE TRABALHO NAS UNIDADES SENTINELA EM SAÚDE DO TRABALHADOR NO NORDESTE BRASILEIRO: Dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saúde.
Cleoneide Paulo Oliveira Pinheiro, Romênia Kelly Soares de Lima, Jéssica Karen de Oliveira Maia, Aline Luiza de Paulo Evangelista, Priscila Nunes Costa Travassos, Francisco José Maia Pinto, Bruna Nunes Costa Lima Rosado, Christina Cesar Praça Brasil

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE ACIDENTES DE TRABALHO NAS UNIDADES SENTINELA EM SAÚDE DO TRABALHADOR NO NORDESTE BRASILEIRO: Dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saúde.

Autores: Cleoneide Paulo Oliveira Pinheiro, Romênia Kelly Soares de Lima, Jéssica Karen de Oliveira Maia, Aline Luiza de Paulo Evangelista, Priscila Nunes Costa Travassos, Francisco José Maia Pinto, Bruna Nunes Costa Lima Rosado, Christina Cesar Praça Brasil

Introdução: A notificação de Acidentes de Trabalho (AT) é hoje um instrumento importante para a saúde pública, pois a partir desta ferramenta tem-se real conhecimento da situação dos trabalhadores, que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, é de importância que os profissionais de saúde responsáveis pela notificação do agravo saibam manusear corretamente esta ferramenta. Acredita-se que haja ainda há uma deficiência acerca das reais informações sobre o AT, o que repercute negativamente na saúde pública, e consequentemente na economia do país. A falta de conhecimento e dificuldade no preenchimento adequado da ficha de notificação por parte dos profissionais de saúde impossibilita a devida criação e/ou atualização das políticas públicas, impactando no planejamento de ações de promoção e prevenção a saúde do trabalhador e gerando a subnotificação do agravo. Objetivo: identificar dificuldades, a partir do olhar dos profissionais de saúde, sobre a notificação compulsória de acidentes de trabalho em unidades sentinelas em saúde do trabalhador, no município de Fortaleza-CE. Métodos: Este artigo é um recorte da pesquisa intitulado “Vigilância de violência doméstica: Fatores relacionados à subnotificação na rede assistencial do SUS em Fortaleza-CE”, desenvolvido no período de fevereiro de 2013 a junho de 2014. Trata-se um estudo descritivo com abordagem qualitativa. No período de realização desta pesquisa, o município de Fortaleza-CE contava com sete unidades sentinela, credenciados mediante pactuação junto à Comissão Intergestores Bipartite (CIB) para a notificação de acidentes graves e fatais relacionados ao trabalho. O critério de inclusão do estudo para a seleção das unidades foi possuir serviços ambulatoriais e de emergência com equipe médica 24 horas por dia. Atenderam ao critério cinco unidades de saúde: Instituto Doutor José Frota, Hospital Geral de Fortaleza, Hospital Distrital Evandro Aires de Moura, Hospital Distrital Maria José Barroso de Oliveira e Hospital Distrital Governador Gonzaga Mota. Incluiu-se no estudo os profissionais com nível superior completo, que trabalhavam diretamente com o manejo clínico dos pacientes acidentados e/ou com a notificação dos casos de acidentes de trabalho. Como técnica de coleta de dados, aplicou-se questionários não estruturados aos profissionais de saúde atuantes no contexto dos serviços de saúde. A análise dos dados obtidos foi pautada na Análise de Conteúdo, mais precisamente na Análise Temática. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, sendo aprovado com parecer de número 237.406. Por se tratar de pesquisa envolvendo a participação de seres humanos, todos os procedimentos obedeceram a Resolução 466/12. Resultados: Foram entrevistados 78 profissionais de saúde nas cinco unidades selecionadas. Na sua maioria eram Enfermeiros (48,0%) do sexo feminino (78,0%), e com 15 a 20 anos de trabalho no setor saúde (52,0%). Com relação a faixa etária compreendia de 31 a 40 anos (29,5%). O tempo mediano de formação superior variou de 16 a 21 anos (50,0%). A participação em capacitações/treinamentos na área de AT foi relatado. Quanto a notificação de casos de AT 44,0% dos indivíduos, e 44,0% afirmam já ter realizado notificações.  A dificuldade relatada por 47,0% dos profissionais se referiu à falta de conhecimento quanto ao manejo e medidas a serem tomadas frente ao AT. Seguiu-se ainda a omissão dos indivíduos sobre a notificação (12,0%) bem como a sobrecarga de trabalho dos profissionais. Os resultados evidenciam pouco conhecimento dos profissionais responsáveis pela notificação de AT nas unidades de saúde. Observou-se que os profissionais consideram que não foram capacitados adequadamente para a realização correta da notificação de AT. Observou-se ainda o fato dos treinamentos já realizados não terem sido capazes de suprir a deficiência sobre o temo, uma vez que 65,0% dos indivíduos apontaram como principal sugestão a Educação Permanente em Saúde (EPS). É importante destacar que a formação profissional na área da saúde foi ordenada ao SUS através da Constituição Federal brasileira de 1988, e assumida posteriormente pela Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como uma estratégia do SUS. Considera-se a EPS como um mecanismo de transformação do modelo de atenção, pois a atenção integral é a referência do trabalho, os resultados apresentados indicam ainda a urgente necessidade de formação profissional para a qualificação do trabalho no contexto da notificação compulsória de AT, tendo em vista o destaque dado pelos entrevistados sobre a ausência de informação e o pouco conhecimento em relação à temática. A ausência de protocolos claros dentro das unidades também se reflete na má qualidade da notificação e é apontada como dificuldade pelos profissionais. Alguns entrevistados relataram a ausência de material, por exemplo, a ficha de notificação do SINAN (Sistema de Notificação de Agravos de Notificação), impossibilitando assim a realização da notificação. A construção de protocolos práticos, concisos e eficientes, que dão prioridade ao profissional acidentado, tende a tornar-se um meio de incentivo à notificação, acarretando a adequação das normas e melhorando a adesão aos processos. É importante incentivar o registro do agravo pelos profissionais, pois essas informações possibilitam o reconhecimento dos prováveis riscos e eventos de vulnerabilidade do ambiente de trabalho, contribuindo com o planejamento de ações públicas voltadas para a prevenção e promoção da saúde dos trabalhadores. Para que a notificação ocorra de maneira adequada, diversos fatores são necessários, tais como conhecimento técnico científico, recursos humanos adequados àquele serviço e permanentes capacitações. Conclusão: Os AT e sua subnotificação são algo bastante presentes na realidade das unidades de saúde no município de Fortaleza-CE. Este estudo possibilitou identificar os entraves e os possíveis meios de redução das subnotificações com base na percepção dos profissionais de saúde imersos nos serviços, compreendendo que estes são as pessoas de referência para identificar e notificar os casos no cotidiano. Dentre as dificuldades encontradas para realização das notificações de AT, destacam-se a falta de conhecimento quanto ao manejo e as medidas a serem tomadas frente ao mesmo, a omissão dos indivíduos e a sobrecarga de trabalho. A partir da discussão do presente artigo, é perceptível a importância da capacitação dos profissionais de saúde através da EPS, incentivando a realização das notificações e orientando tais profissionais para o correto preenchimento da ficha de notificação, pois a mesma, quando preenchida incorretamente, ocasiona dados não fidedignos no SINAN.

5423 Conhecimento da doença celíaca por acadêmicos de nutrição de uma instituição de ensino superior
Pedro Oliveira Pinheiro, Ana Carla Ribeiro de Oliveira, Ana Luiza de Rezende Ferreira Mendes, Maria Raquel da Silva Lima, Indara Cavalcante Bezerra, Cleoneide Paulo Oliveira Pinheiro, Jéssica Karen de Oliveira Maia, Sammy Loraynn Oliveira Moura

Conhecimento da doença celíaca por acadêmicos de nutrição de uma instituição de ensino superior

Autores: Pedro Oliveira Pinheiro, Ana Carla Ribeiro de Oliveira, Ana Luiza de Rezende Ferreira Mendes, Maria Raquel da Silva Lima, Indara Cavalcante Bezerra, Cleoneide Paulo Oliveira Pinheiro, Jéssica Karen de Oliveira Maia, Sammy Loraynn Oliveira Moura

Introdução: A Doença Celíaca pode ser considerada mundialmente, como, sendo um problema de saúde pública. Caracteriza-se por uma reação inflamatória crônica, de natureza autoimune, que altera a mucosa do intestino delgado de indivíduos geneticamente suscetíveis, dificultando a absorção de macro e micronutrientes. Objetivo: Analisar o conhecimento dos acadêmicos de nutrição sobre a doença celíaca, sua terapêutica e complicações. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa. A pesquisa foi realizada no período de agosto de 2016 a junho de 2017. Participaram do estudo 12 alunos da graduação do curso de Nutrição matriculados na IES. Por se tratar de um estudo qualitativo o número de sujeitos do estudo obedeceu à saturação dos dados de maneira que a coleta de dados se deu somente até o número 12, sendo suspensa após por surgirem repetições de ideias. Como critérios de inclusão no estudo definiu-se por aqueles alunos que estavam concluindo o curso de Nutrição. Os critérios de exclusão foram os acadêmicos que não frequentem regularmente a instituição de ensino. A entrevista abordou as características sócio demográficas (data de nascimento, estado civil, ocupação, escolaridade), e uma questão ativadora aos alunos da Nutrição: qual conhecimento você tem sobre a doença celíaca? Esta foi gravada de acordo com o consentimento da entrevistada e durou o tempo necessário que o aluno pudesse falar e se sentir satisfeito com a entrevista, tendo em média de duração de 20 a 30 minutos, nos horários de término de aula ou conforme a disponibilidade do participante.  O local da coleta foi definido pelo respondente, em salas livres, silenciosas, sendo a entrevista descontraída, individualizada e livre de julgamento. Os estudantes eram dos turnos ofertados para o curso (manhã, tarde e noite). A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa do Centro Universitário Estácio do Ceará com o parecer número: 2.040.493 e seguiu as normas da Resolução 510/16 do Conselho Nacional de Saúde/MS das pesquisas das ciências sociais e humanas. Resultados: A sua maioria, onze dos entrevistados (92%) eram do sexo feminino e somente um (8%) era do sexo masculino. Quanto à faixa etária, observou-se que compreendia entre 22 a 39 anos, sendo prevalente a idade de 22 anos, representando 42% dos estudantes, evidenciando alunos relativamente jovens. No que se refere à condição civil, apenas quatro eram casadas e oito eram solteiras. A maioria dos entrevistados somente estuda, correspondendo a nove (75%) e três deles estudam e realizam atividades laborais como: farmacêutica, técnico em radiologia, estagiária de nutrição. Quando indagadas se conhecia a doença na totalidade dos alunos responderam que conheciam, porém mencionaram que ”só de ouvir falar” relacionando-o ao fator desencadeador, o glúten a doença, como se observa nas falas dos respondentes: [...] é aquela do glúten? Conheço somente de ouvir falar (E2).[...] já ouvi falar em sala de aula, mas admito que sei pouco sobre a doença (E12). O pouco conhecimento dos alunos do curso de Nutrição quanto à doença celíaca pode-se dever a divulgação da doença que só veio ser mencionada mais recentemente através das ações das organizações não governamentais. O desconhecimento profissional é um dos motivos pela alta prevalência dos casos de doença celíaca sem diagnóstico. Quando questionados sobre o que sabiam sobre a doença celíaca, observou-se que as respostas, semelhante à outra realidade pesquisada, não se aproximaram do conceito da doença. [...] A D.C. é uma doença na qual a pessoa não tem, não consegue absorver o glúten que é a proteína presente no trigo, na aveia, na cevada e no centeio (E1). [...] É uma doença onde as pessoas portadoras possuem uma sensibilidade ou uma intolerância total ao glúten (E2). [...] O que eu sei é que são pacientes que têm uma intolerância ao glúten, que é algum tipo de irritabilidade que eles têm ao glúten (E3). Quanto ao conhecimento dos sinais e sintomas da doença, os acadêmicos tiveram respostas bem variadas, porém demonstraram estar cientes dos danos acometidos por ela como esteatorréia, distensão abdominal, edema e importante letargia.[...] Desconforto abdominal, distensão abdominal, diarreia. Que eu lembre só (E4). [...] Se eu não me engano as pessoas sentem dor localizada, diarreia, abdômen distendido, não me lembro mais (E8). [...] Diarreia, inchaço abdominal, perda de apetite, anemia, em algumas crianças apresenta dificuldade no crescimento, gases, dor abdominal, fadiga, fraqueza (E12). A nutrição tem adquirido cada vez mais um papel relevante, tanto no desenvolvimento, como na alteração do percurso das doenças autoimunes como é o caso da doença celíaca. O o estado nutricional é bastante importante para o equilíbrio do sistema imunitário e, desde cedo, se relacionou a incidência de doenças específicas com deficiências nutricionais locais. Intervenção da nutrição na assistência ao doente celíaco. Os estudantes, respondentes das entrevistas, mencionaram da importância do acompanhamento da Nutrição na assistência e terapêutica a pessoa com a doença celíaca, para tanto é necessário o conhecimento dos profissionais nutricionistas mais aprofundado quanto a doença e suas implicações e complicações, devendo os discentes ter ciência que a parte essencial da terapêutica destes pacientes é o acompanhamento pelo nutricionista e sua intervenção.  Os alunos foram indagados quanto a intervenção do nutricionista nestes pacientes, como mostra as falas abaixo: [...] Procurar o nutricionista e fazer uma dieta com total ausência de glúten, fazendo com que ele tenha os benefícios necessários do dia-a-dia, reduzindo, zerando na realidade a quantidade de glúten, fazendo com que o paciente se alimente bem. Se ele não faz um acompanhamento nutricional isso faz com que ele tenha sintomas adversos. Então pra mim o melhor tratamento é ele procurar um nutricionista (E12). [...] Eu desconheço medicamento. Eu acho que é só dieta equilibrada, isenta desses nutrientes que causam inflamação maior no intestino do paciente (E11). Os estudos revelam a importância do acompanhamento do nutricionista para a qualidade de vida do celíaco. Quando indagados sobre quais são os alimentos permitidos na dieta isenta de glúten, observou-se um conhecimento insuficiente, como revelam as falas dos respondentes: [...] Batata doce, pães sem ter nada de trigo ou aveia, frutas, leites de modo geral e os cereais que não são do trigo (E3). [...] Tem que ter cuidado com os carboidratos simples e qualquer outro tipo de alimento que não contenha glúten. Ter cuidado com os integrais porque a grande maioria contém glúten (E8).No presente estudo, quando indagado aos respondentes sobre o diagnóstico da DC, afirmaram que:[...] São realizados exames específicos, mas antes disso, é retirado o glúten da alimentação para ver se tem uma melhora (E1). [...] É observacional. Com um tempo exclui total quando tem a suspeita. E depois coloca aos pouquinhos pra ver e chegar a uma conclusão (E9). [...] Só pode ser feito através de exames, pois tem muitos sintomas que confunde com outras intolerâncias como lactose. Só que eu lembro que demora muito o diagnóstico, então vai provocando mais a doença (E12). Os recentes avanços no conhecimento fisiopatológico da doença levaram à descoberta de novas e melhores técnicas de diagnóstico, de carácter não invasivo como, por exemplo, pesquisa de anticorpos anti-TG2 IgA no soro. Considerações Finais: Constatou-se, neste estudo, um conhecimento insuficiente pela maior parte dos participantes. Isso sugere a necessidade de os acadêmicos estarem revendo a construção de seus conhecimentos sobre essa doença, sua terapêutica e complicações.