355: A produção do cuidado em saúde na infância e adolescência
Debatedor: Cristiene Ribeiro da Conceição
Data: 31/10/2020    Local: Sala 01 - Rodas de Conversa    Horário: 16:00 - 18:00
ID Título do Trabalho/Autores
6890 VIVÊNCIA NA APLICAÇÃO DE INTERVENÇÕES EDUCATIVAS EM ADOLESCENTES ESCOLARES
Richardson Lopes Bezerra, Amanda Tinôco Carneiro, Maria Isabelly Fernandes da Costa, Patrícia Neyva da Costa Pinheiro, Isabelle Barros Sousa, Fabian Elery Teixeira da Rocha, Ana Kelle Borges de Ávila, Francisca Samara Silveira Barreto

VIVÊNCIA NA APLICAÇÃO DE INTERVENÇÕES EDUCATIVAS EM ADOLESCENTES ESCOLARES

Autores: Richardson Lopes Bezerra, Amanda Tinôco Carneiro, Maria Isabelly Fernandes da Costa, Patrícia Neyva da Costa Pinheiro, Isabelle Barros Sousa, Fabian Elery Teixeira da Rocha, Ana Kelle Borges de Ávila, Francisca Samara Silveira Barreto

Apresentação: As intervenções educativas são instrumentos que estimulam aprendizagem, o que na fase da adolescência é fundamental por se tratar de um período de importantes mudanças sociais, cognitivas, biológicas e emocionais. Sendo assim, objetiva-se relatar a experiência de intervenções educativas baseada no Programa de Intervenção a Promoção da Resiliência “Ultrapassar Adversidades e Vencer Desafios” em adolescentes escolares. Desenvolvimento: Relato de experiência realizado com 47 adolescentes entre 14 e 19 anos de uma escola pública e uma particular, no período de março a maio de 2019. Foram realizados 10 encontros com duração média de 60 minutos em dias, horários e local agendados com a escola. As intervenções educativas foram realizadas em duas etapas, sendo a primeira relacionada aos recursos ambientais, como ligações afetivas, expectativas e participação, e a segunda aos recursos internos, como cooperação e comunicação, empatia e resolução de problemas. Após as intervenções foi realizado um feedback, abordando os pontos positivos e negativos, de cada atividade e de que forma elas contribuíram com o seu crescimento. Resultado: A perspectiva dos adolescentes da rede pública e privada em relação aos objetivos e aspirações são distintas, pois enquanto os estudantes do ensino público tiveram dificuldades em identificar as suas metas e objetivos para o futuro, os da rede particular em grande maioria conseguiram identificar os seus ideais de vida e a sua futura profissão. A resolução de problemas pelos jovens também foi um fator trabalhado, que demonstrou diferenças entre os grupos. Os adolescentes que conseguiram uma maior resolutividade das situações expostas foram da instituição particular, e o grupo da escola pública apresentou dificuldade na resolução de problemas, pois se sentia sobrecarregado. As expectativas convergem em alguns pontos, em ambos os grupos, como a conquista de um curso superior e a independência financeira. Contudo, os jovens da rede pública demonstraram uma maior competição entre si. Considerações finais: Com as intervenções os adolescentes desenvolveram habilidades importantes para a sua vivência, como a capacidade de expressar sentimentos, expondo aspectos amplos de sua vida, como suas emoções, o que os levou a refletirem acerca das suas vulnerabilidades, relações familiares, os pares e como melhorá-las no seu cotidiano.

7113 O EXERCÍCIO FÍSICO COMO PROPULSOR DA SAÚDE NA PRÉ-ADOLESCÊNCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA BASEADO NO ARCO DE MAGUEREZ
tais oliveira da silva, Marjory pedrosa lobato, janete da silva guimarães rodrigues, karla karoline da silva brito, selma kazumi da trindade Noguchi, daniela bahia santos, armando sequeira penela

O EXERCÍCIO FÍSICO COMO PROPULSOR DA SAÚDE NA PRÉ-ADOLESCÊNCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA BASEADO NO ARCO DE MAGUEREZ

Autores: tais oliveira da silva, Marjory pedrosa lobato, janete da silva guimarães rodrigues, karla karoline da silva brito, selma kazumi da trindade Noguchi, daniela bahia santos, armando sequeira penela

Apresentação: Conforme estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde, cerca de 47% dos brasileiros não praticam exercício físico o suficiente para a permanência dos parâmetros saudáveis. Consequentemente, tal insuficiência torna- se prejudicial à saúde do indivíduo, visto que resulta no aumento na incidência de hipertensão, hipercolesterolemia e obesidade nos indivíduos. Estes exemplos patológicos que se manifestam na idade adulta, tipicamente se arrastam por toda a vida tendo origem durante a infância ou adolescência. Assim, desde cedo, o ideal é que a prática regular de exercícios físicos reduza mais tarde os riscos de doença na vida adulta. Objetivo: Apresentar a experiência realizada por acadêmicos de enfermagem em uma escola de ensino fundamental e médio a fim de sensibilizar os alunos acerca da relevância da prática de exercícios físicos como meio de promover a saúde e prevenir patologias. Método: Baseando-se no Arco de Maguerez, primeiramente realizou-se uma visita à escola e com aplicação do questionário, verificou-se a insuficiência da prática de exercícios físicos entre os alunos, especialmente do sexo feminino. Após isso, houve a coleta de dados e, em seguida, ocorreu a fundamentação das causas do problema abordado e o planejamento da ação, a qual foi realizado com 39 alunos do 6° ao 9° ano do ensino fundamental, com idades entre 12 e 15 anos. A ação teve início com uma roda de conversa e distribuição de folders visando informar sobre a importância da prática dos exercícios físicos e as consequências envolvidas em não realizá-los. Depois foi aplicado um quiz. Resultado: Diante das propostas apresentadas, os alunos mostraram-se receptivos e participativos, contribuíram com perguntas e relatos durante o diálogo; manifestaram interesse nas informações presentes nos folders, além de participarem com entusiasmo dos circuitos de exercício e do quiz. No entanto, observou-se que seus conhecimentos sobre a prática de exercícios físicos estavam vinculados apenas a interesses estéticos e não a fins saudáveis. Durante a ação, o público feminino que na primeira visita apresentou-se indiferente e distante da temática de exercícios, foi o que mais cooperou para a assistência do grupo e se prontificou em competir no circuito de exercícios. No quiz, notou-se que os alunos demonstraram um melhor entendimento acerca do tema Considerações finais: As ações em saúde são de suma importância tanto ao meio acadêmico quanto para comunidade trabalhada, visto que as metodologias utilizadas incentivam a prática do conhecimento construído visando gerar um impacto positivo na realidade dessa comunidade. Esse estudo, buscou mostrar aos alunos a importância da prática de exercícios físicos frequentemente com seus benefícios à saúde e bem-estar bem como os malefícios causados pela sua ausência. Com isso, vê-se a importância da atuação dos profissionais de saúde ao estímulo da pratica de exercício físico, uma vez que também é uma medida profilática para algumas doenças, além de ser um fator importante na melhora da qualidade de vida.

7122 APLICAÇÃO DO MODELO EXPLICATIVO/AVALIATIVO DE LEME E SERRA (2015) NA FORMAÇÃO DE ADOLESCENTE E JOVEM PROMOTORES DA SAÚDE
Cibele Rodrigues Paes Leme, Flavia de jesus Neiva Sampaio, HELOISA SUZANE DE SA MATOS, Andreza Gonçalves V. Amaro, Luciene Belfort Santos

APLICAÇÃO DO MODELO EXPLICATIVO/AVALIATIVO DE LEME E SERRA (2015) NA FORMAÇÃO DE ADOLESCENTE E JOVEM PROMOTORES DA SAÚDE

Autores: Cibele Rodrigues Paes Leme, Flavia de jesus Neiva Sampaio, HELOISA SUZANE DE SA MATOS, Andreza Gonçalves V. Amaro, Luciene Belfort Santos

Apresentação: A adolescência é um período de rápido desenvolvimento  físico, cognitivo, social, emocional e sexual, Este momento da vida, apresenta um aumento do descompasso entre a  maturidade biológica e a transição social à idade adulta e um equilíbrio entre proteção e autonomia. A adolescência é uma das fases mais rápidas e formativas do desenvolvimento humano exigindo atenção especial nas políticas, programas e planos  nacionais de desenvolvimento. Portanto, falar em RAP da saúde (Rede de adolescentes Promotores da saúde) é uma forma de concretizar a atenção integral nesta fase de incríveis transformações - A proposta do RAP da Saúde é fazer a diferença nas comunidades, onde esses jovens residem, contribuindo para a promoção da saúde e da cidadania nos seus territórios; participar de fóruns políticos, defendendo os interesses da juventude que vai construir uma cidade, um país, um planeta mais justo e sustentável; produzir textos, fotos, vídeos e compartilhar as ideias na internet, fazendo com que informações relevantes cheguem a um número cada vez maior de jovens. Nosso o objetivo é de potencializar e levar a apropriação do conhecimento aos jovens e as comunidade por meio de pares, para isto, ofertamos um curso de formação para Adolescentes e jovens composto de aulas teóricas, com temas como: Planejamento, Estatuto da Criança e Adolescente, Infecções Sexualmente TransmissíveisAIDS, Gênero, Sexualidade, Maternidade e Paternidade, Violência, Álcool e outras drogas, Tabagismo, Alimentação Saudável, Elaboração de projetos, Captação de recursos, Confecção de relatórios, Metodologias participativas, Protagonismo juvenil, teatro, e etc. Considerando o aporte teórico necessário à formação em Promoção da Saúde e, principalmente, para adolescentes, com diferentes níveis de escolaridade e de vulnerabilidades, percebemos que tínhamos um cenário, onde a concretude deste trabalho exigia uma tecnologia que auxiliasse o processo de ensino aprendizado, A tecnologia social utilizada foi o Modelo Explicativo/Avaliativo de Leme e Serra (2015) adaptado. Método: utilizamos uma abordagem qualitativa, exploratória, descritiva., que abrange os estudos que tratam do ser humano em sociedade, de suas relações e instituições, de sua história e de sua produção simbólica. A pesquisa exploratória é desenvolvida com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato, especialmente, quando o tema é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis. As pesquisas descritivas são, juntamente com as exploratórias, as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais visando a atuação prática. Cenário do estudo: Áreas de planejamento 2.2 da Cidade do Rio de Janeiro, os sujeitos da pesquisa, foram jovens com faixa etária entre 16-20 anos, selecionados por meio de análise curricular, carta de intenções e critérios de vulnerabilidade além de uma entrevista presencial para fazer parte do RAP, perfil dos adolescentes em relação: ao sexo: 50% masculino e 50% feminino; a raça: 100% se declaram negros; a escolaridade: dois estão cursando a universidade; dois o ensino médio e 4 o ensino fundamental (Educação de Jovens e Adultos – EJA). Os encontros que totalizaram 28hs semanais, totalizando 496h. Resultado: Para a realização do estudo, fizemos a adaptação do Modelo Explicativo/Avaliativo de Leme e Serra (2015), alterando somente o agente da ação. As oficinas transcorreram com: realização de reuniões temáticas, com apresentação de filmes, desenhos animados, documentários no primeiro momento e com planejamento das ações a serem realizadas. Primeira etapa do processo: Os jovens reconheceram os espaços potentes do território (a unidade de saúde; a escola; as organizações públicas e privadas e a própria comunidade onde eles estavam inseridos); Segunda: Debatemos sobre as técnicas de Pedagogia e Andragogia, apresentadas por meio de metodologias ativas, fazendo com que eles vivenciassem a experiência. Terceira etapa: Na discussão sobre o tema diabetes, devido à necessidade de orientações, não só para a qualidade de vida, como também para a prevenção de sequelas, após assistirem a um desenho animado, e discutirmos o tema, o grupo sentiu necessidade de ampliar os conhecimentos, para isto, o RAP fez uma entrevista com a médica responsável pelo monitoramento da Saúde do Adulto da CAP 2.2. Em relação à Intersetorialidade, o Rap, estabeleceu parcerias com o Caminho Melhor Jovem; com Secretaria Estadual de Cultura e com o CEDAPS (tema tuberculose);  de forma transversal  ele se apropriavam  do tema a saúde como direito. Em relação à apropriação do conhecimento, na discussão sobre fatores de riscos para a diabetes. Quarta etapa: Os jovens do RAP fizeram o levantamento junto aos usuários, falaram sobre hábitos saudáveis com muita propriedade. A utilização dessa ferramenta, fez com que os jovens, tivessem um protagonismo reflexivo sobre as ações que realizavam; os jovens protagonizaram suas ações na unidade básica de saúde, Quinta etapa: e mesmo se defrontando com problemas gerenciais, estes jovens apropriaram-se e buscaram (tomada de atitude) o conhecimento, através da gerente da unidade básica, que é nutricionista por formação, eles solicitaram que ela  liderasse um debate sobre alimentação saudável, apropriaram-se do conhecimento,  planejaram e realizaram uma ação em parceria com Caminho melhor Jovem(CMJ) na sede da ONG (espaço potente do território). Sobre as mudanças socioambientais, apresentamos um exemplo de ação exitosa  na aplicação prática do modelo, algumas  unidades que antes não  realizavam ações para o estímulo ao pai no cuidado com a criança, a partir da iniciativa do RAP que instituiu O “Certificação dos pais presentes participantes nas UBS” começaram a emitir certificados, fora dos meses de campanha e sem a presença do RAP, assim eles modificaram o comportamento do território (Unidade Básica de Saúde). Foram planejadas e realizadas durante o período em estudo as seguintes ações: “Onde estão os jovens? No RAP da Saúde!” (Levantamento nas comunidades da Formiga, Borel, Alto da Boa Vista e Abrigo Ayrton Senna - Vila Isabel, com os jovens, sobre o “quê” eles queriam saber para a melhoria de sua qualidade de vida e de sua comunidade); “Diabetes: É possível controlar” (Entrevista com a responsável pelas linhas do cuidado do adulto da CAP 2.2); “Jogo da Memória” (construção de um jogo da memória educativo sobre hepatites virais e produção de vídeo educativo), “Abertura e encerramento da Semana do Aleitamento Materno” (Mobilização no Cristo Redentor e na Praia de Copacabana)”, “Conferencia Municipal de Saúde” (Aplicação do FINDRISC no Stand da CAP 2.2), “Mês da Paternidade”(Certificação dos pais presentes participante nas UBS, e produção de vídeo um educativo),”Mobilização para encaminhamento dos jovens das comunidades para a Bienal do Livro” (Parceria pública Secretaria do Estadual de Cultura do RJ) e “Jogo da tuberculose” (Ação realizada nas escola do território em parceria com o CEDAPS). Considerações finais: A utilização do Modelo Explicativo/Avaliativo (2015), como Ferramenta de ensino-aprendizagem para realização de ações de Promoção da saúde, facilitou o processo para a realização das ações do RAP da Saúde 2.2. Os Jovens realizaram ações de Promoção da Saúde, de forma reflexiva, levando informações geradas por meio da produção de conhecimento científico, visando ações que efetivamente promovam a melhoria da qualidade de vida da comunidade.

8294 INSTAGRAM: UMA TECNOLOGIA DA ENFERMAGEM PARA EDUCAÇÃO EM SAÚDE DOS ADOLESCENTES
Nizélia Ferreira da Silva Floro Rosa, Inez Silva de Almeida, Andreia Jorge da Costa, Juliana de Souza Fernandes, Mayara da Silva Bazílio, Karine do Espírito Santo Machado, Letícia Weltri de Andrade, Emylle Macruz Martins

INSTAGRAM: UMA TECNOLOGIA DA ENFERMAGEM PARA EDUCAÇÃO EM SAÚDE DOS ADOLESCENTES

Autores: Nizélia Ferreira da Silva Floro Rosa, Inez Silva de Almeida, Andreia Jorge da Costa, Juliana de Souza Fernandes, Mayara da Silva Bazílio, Karine do Espírito Santo Machado, Letícia Weltri de Andrade, Emylle Macruz Martins

Apresentação: Na época atual, podemos observar que a internet é um local onde os jovens fazem presença de forma constante e rápida em comparação com as demais faixas etárias. A necessidade de manterem-se conectados uns aos outros, de compartilhar suas experiências e conhecimentos, torna esta ferramenta indispensável para os jovens. Verifica-se que o uso da tecnologia está cada vez mais presente no cotidiano da população, as redes sociais, por exemplo, tem um papel expressivo na sociedade, pois são utilizadas para fins de entretenimento, trabalho, namoro, divulgação de conteúdo, entre outros. Os adolescentes, por sua vez, usufruem dessas ferramentas principalmente para fins de entretenimento e procura de informações, logo, percebe-se que o uso das redes sociais, como por exemplo, o “Instagram”, são ferramentas indispensáveis quando tratamos de levar informações à esse público, permitindo compartilhar conhecimentos com embasamento científico e esclarecer mitos que são gerados  na internet. Considerando a adolescência a fase de vida onde muitos iniciam a sua vida sexual e se encontram mais vulneráveis às condições que implicam na sua saúde, discutir conteúdo  relacionado a essa demanda, é essencial, desta forma, o uso de  Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs), beneficiam nas práticas educativas em saúde com adolescentes, visto que os mesmos se sentem ambientados com esses espaços, dando ênfase essencialmente para as redes. Assim, se torna necessário, desenvolver formas de disponibilizar essas informações sobre reprodução e vida sexual a fim de desenvolver a consciência sexual desses jovens, haja vista que muitos adolescentes não têm suporte familiar suficiente para discutir e esclarecer dúvidas acerca do tema, tal como nas escolas, em sua grande maioria, seja por dogmas religiosos entre outros. Convém lembrar ainda que há uma dificuldade em trabalhar com adolescentes, pois é necessário que tenham atividades que estimulem o interesse deles em participar e aprender. Sendo assim, trabalhar com o Instagram, uma das redes sociais mais utilizadas no mundo, que coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com mais perfis nesta rede social, sendo aproximadamente 66 milhões, facilita o trabalho de educação e promoção da saúde, em razão de ser um ambiente onde já exista uma atenção acentuada por parte da grande maioria dos adolescentes. A enfermagem deve desempenhar seu papel desenvolvendo laços com esses adolescentes e abrindo um canal no qual eles se sintam confortáveis e acolhidos para receberem educação sexual de maneira adequada e retirar suas dúvidas através do “Instagram”, que se torna uma ferramenta de suporte para isto, onde é possível trabalhar o aprendizado de cada indivíduo, porém, utilizando ferramentas de interação coletiva, possibilitando uma grande rede de adolescentes acessarem os conteúdos, de diferentes distâncias e em diferentes momentos, oferecendo uma ambiência para cada usuário. Objeto: O “Instagram” como ferramenta de suporte para educação e promoção da saúde. Método: Desta forma, este estudo baseia-se no projeto “Grupo com adolescentes sobre saúde e sexualidade”, onde é realizado em um ambulatório especializado no atendimento de adolescentes. Este projeto desenvolve-se através de rodas de conversa, onde é articulado com a página do “Instagram”, e são divulgados temas que foram abordados durante a roda, com imagens ilustrativas e com uma explicação de fácil entendimento, a fim de tornar convidativa a leitura. Essas rodas são fundamentadas nos “Círculos de Cultura” de Freire, onde o conhecimento é construído junto com sujeito e não apenas transmitido, dando abertura a diálogos e, consequentemente, troca de aprendizado, estimulando assim a autonomia dos sujeitos por meio da problematização que é mostrada. Logo, esses adolescentes passam a ter um olhar mais crítico às informações que chegam até eles, até mesmo pela internet, e a associação das rodas de conversa à divulgação do conteúdo das rodas nas mídias sociais possibilita ampliar onde o conhecimento pode alcançar, e serve também de convite àqueles que não possuem uma rede de apoio, estando mais suscetíveis há informações sem embasamentos científicos. Além disso, nas rodas de conversa, são também expostas fotos das rodas realizadas, respeitando sempre a confidencialidade do que é relatado e identidade de seus participantes, na tentativa de evidenciar que aquele ambiente é direcionado exclusivamente para os adolescentes. São também coletadas dúvidas frequentes desses adolescentes para serem projetadas, posteriormente, na rede social. Durante as atividades de roda, são distribuídos folders com o conteúdo do tema que será trabalhado e o endereço da página do “Instagram”, proporcionando uma maior facilidade para o diálogo com os jovens que se sintam mais confortáveis utilizando esta ferramenta, uma vez que ela permite que haja também um conversa privada. Resultado: Os adolescentes buscam conhecer melhor sobre suas vulnerabilidades, sobre seu próprio corpo, sexualidade e até mesmo contracepção, então foram verificados anteriormente relatos por parte de diversos adolescentes durante as rodas de conversa que se diziam realizar pesquisas no “Google” com finalidade de descobrir sobre diversos assuntos relacionados à saúde e sexualidade, sendo assim, a criação de um local confiável e familiar facilita a busca por informações pertinentes aos temas e ainda assegura seus usuários de coletarem informações verídicas com princípio científico. Trazendo benefícios para esses adolescentes, para a equipe de enfermagem, pois facilita e aumenta propagação de informações sobre saúde e ainda ajudam a combater as “Fake News” que criam na internet. Considerações finais: Portanto, os adolescentes cada vez mais têm buscado apoio na internet, principalmente nas redes sociais, atrás de informações em saúde que competem os seguintes assuntos: Métodos contraceptivos, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez e outros. Sendo as doenças sexualmente transmissíveis o de menor conhecimento por parte deles, visto que só mostram conhecerem algumas delas, como a AIDS, e de maneira mais superficialmente. Isso torna um alerta para a Enfermagem, pois mostra a necessidade de se trabalhar a cerca desses temas e o quanto essa falta de informação pode tornar esses adolescentes mais vulneráveis a essas infecções. Devem então ser desenvolvidos assuntos sobre como são as doenças quando instaladas no indivíduo, os métodos de prevenção, os sinais e sintomas, o diagnóstico e o tratamento, contemplando também outros assuntos pertinentes à faixa etária. Contudo, apesar da facilidade que a tecnologia traz, onde de casa mesmo podemos atender esses usuários, a Enfermagem não deve se esquecer de continuar olhando o indivíduo, e não um grupo, levando em consideração além dos sintomas, ou da doença em si, mas o meio em que ele está inserido, a sua sexualidade, sua condição econômica, ou seja, não perder a percepção do que é subjetivo, dos determinantes sociais da saúde. Fortalecendo os laços com esses indivíduos, deixando-os a vontade para apresentarem seus questionamentos, se apresentando sempre com uma linguagem compreensiva e objetiva, ressaltando sempre a necessidade de ser acompanhado por profissionais de saúde. Posto isso, o uso da internet é um importante aliado à saúde, pois através dela podemos articular as rodas de conversa com as redes sociais, permitindo ampliar e desenvolver ainda mais uma educação e promoção à saúde, uma vez que a mesma possui uma potencial interação, com o objetivo de melhorar as informações disponíveis relacionadas ao público alvo, com embasamento científico, desconstruindo muitos mitos, levando esses adolescentes a desenvolverem, por consequência, sua percepção diante das situações e capacitando-o a ser apto de realizar suas escolhas.

8349 PARCERIA SAÚDE E EDUCAÇÃO E A PROMOÇÃO DA VIDA DE ADOLESCENTES: PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS
Jônatas Sneideris, Maria Aparecida Bonelli, Gabriele Petruccelli, Bruna Felisberto de Souza, Ana Izaura Basso de Oliveira, Bárbara de Souza Coelho Legnaro, Patrícia Luciana Moreira Dias, Monika Wernet

PARCERIA SAÚDE E EDUCAÇÃO E A PROMOÇÃO DA VIDA DE ADOLESCENTES: PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS

Autores: Jônatas Sneideris, Maria Aparecida Bonelli, Gabriele Petruccelli, Bruna Felisberto de Souza, Ana Izaura Basso de Oliveira, Bárbara de Souza Coelho Legnaro, Patrícia Luciana Moreira Dias, Monika Wernet

Apresentação: Entre as questões remetidas às equipes da atenção básica, sobretudo àquelas direcionadas pelo preceito da estratégia saúde da família, está a educação em saúde na escola. Isto se alinha e integra o programa saúde na escola, com indicativas de investimento na parceria colaborativa dos profissionais da saúde com os da educação. O presente estudo teve como objetivo analisar a percepção de profissionais da saúde acerca da promoção da saúde e vida na adolescência, com atenção ao lugar da parceria dos setores Saúde e Educação. Trata-se de um estudo de campo, exploratório, descritivo e de abordagem qualitativa, que utilizou os referenciais do Interacionismo Simbólico e da Análise de Conteúdo de Bardin para condução teórica e metodológica. O estudo foi desenvolvido em um distrito rural de um município do interior paulista, com profissionais de saúde atuantes em uma unidade de saúde da família, com escola adscrita em seu território. A obtenção dos dados empíricos foi a partir de grupo focal disparado pela colocação: “Conte-me como pensam a atuação junto aos adolescentes com vistas a saúde e vida deles?”, a seguir, e de forma articulada ao exposto, perguntas acerca da percepção sobre a parceria com escola foi apresentada. O grupo focal foi gravado e transcrito na íntegra, e os dados analisados de acordo com as recomendações da Análise Temática de Bardin. Os resultados apresentam os determinantes da (não) integração da prática de promoção de saúde de forma articulada entre educadores e profissionais de saúde, com apontamentos importantes à renovação do cuidado em saúde direcionado aos adolescentes e jovens e pautados na intersetorialidade.

8363 RODAS DE CONVERSA COM ADOLESCENTES: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA CONSTRUÇÃO DE VÍNCULOS E INSERÇÃO DE ESPAÇOS DE DISCUSSÃO
Sabrina Vieira Ricardo da Silva, Aline Macêdo de Queiroz, Roselene de Souza Portela

RODAS DE CONVERSA COM ADOLESCENTES: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA CONSTRUÇÃO DE VÍNCULOS E INSERÇÃO DE ESPAÇOS DE DISCUSSÃO

Autores: Sabrina Vieira Ricardo da Silva, Aline Macêdo de Queiroz, Roselene de Souza Portela

Apresentação: A adolescência é considerada um período marcado por inúmeras transformações, sejam elas físicas, sociais ou emocionais.          No que se refere a assistência à saúde, existe uma baixa procura dos adolescentes pelos serviços de saúde para ações de prevenção e acompanhamento do seu crescimento e desenvolvimento; geralmente quando os mesmos buscam pelos serviços é devido a uma situação de agravo a saúde já instalada. Dessa forma, é de extrema relevância a atuação eficaz e o olhar crítico dos profissionais de saúde nas questões que envolvem a saúde do adolescente, em conformidade com as ações preconizadas pelo programa de atenção à saúde do adolescente. Nesse contexto, é fundamental identificar a realidade social em que os adolescentes estão inseridos, e quais as suas necessidades de atenção à saúde. Dentre as principais estratégias a serem adotadas pelos profissionais para o conhecimento destas necessidades dos adolescentes, destaca-se o estabelecimento de diálogo e comunicação efetiva com o mesmo. Este processo comunicativo permite que os próprios adolescentes possam compartilhar sobre quais as suas necessidades de informação, de conhecimentos e de atenção à saúde. Diante deste cenário, o trabalho aborda sobre o planejamento e realização de roda de conversa com adolescentes de uma escola da rede pública de ensino do município de Belém sobre abordagens relacionados a saúde sexual e reprodutiva. Esta atividade foi desenvolvidas pelo Projeto de Capacitação em Atenção em Atenção à Saúde do Adolescente (Projeto CASA), que é um projeto de extensão universitária em andamento vinculado ao Programa de Apoio à Reforma Urbana (PARU), que, por meio do Ensino, Pesquisa e Extensão, aproxima a Universidade Federal do Pará (docente, técnico e discente) à sociedade. Sua existência originou-se após o convênio firmado entre a Universidade Federal do Pará (UFPA) e o Ministério da Saúde/Fundo Nacional de Saúde. Desde a sua implementação o projeto CASA vem trabalhando no fortalecimento das políticas públicas voltadas à saúde do/a adolescente em Belém. O projeto tem como principais finalidades auxiliar os profissionais e estudantes da área da saúde, em especial saúde do adolescente, envolvendo os temas das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e saúde sexual e reprodutiva; aprimorar as estratégias que contribuam para a redução das ISTs e gravidez não planejada em conjunto com as equipes de atenção primárias e atenção à saúde do jovem em Belém; e envolver usuários da rede de saúde, assistência social e educação, nas ações de enfrentamento e prevenção às ISTs, da gravidez não planejada. Dessa forma, o trabalho tem como objetivo relatar a experiência da implementação de rodas de conversas com adolescentes. Desenvolvimento: Trata-se de um trabalho descritivo, do tipo relato de experiência, sobre a organização e realização de roda de conversa com alunos do ensino médio de uma escola da rede estadual de ensino do município de Belém do Pará, desenvolvida por técnicos, bolsistas e voluntários do Projeto CASA. Para a realização da roda de conversa com os adolescentes, a equipe do projeto percebeu a necessidade e a relevância de conhecer anteriormente as reais necessidades dos adolescentes da escola em relação aos assuntos a serem abordados e quais as suas principais dúvidas. Por este motivo, inicialmente houve um momento de vivência com os adolescentes, período em que a equipe foi a escola durante alguns dias com o intuito de estabelecer um maior contato com os adolescentes, apresentar sobre a atuação e os objetivos do projeto, questionar sobre quais os temas, relacionados a saúde do adolescente, eles julgavam como mais relevante para ser abordado em um segundo momento numa roda de conversa, e quais as suas principais dúvidas sobre a saúde do adolescente. Neste primeiro momento a equipe pode conhecer melhor os adolescentes, visto que foi possível estabelecer um espaço de interação. Para a coleta destas informações foi utilizada uma urna, confeccionada pela equipe, em um local de fácil acesso na escola, em que os adolescentes depositaram suas dúvidas e sugestões, que serviram de subsídio para a construção e realização da roda de conversa, que por sua vez teve como abordagem principal a saúde sexual e reprodutiva. Em um segundo momento, após o processo de planejamento, foi realizada a roda de conversa que ocorreu em dois dias, no primeiro foi direcionada a duas turmas do terceiro ano, e no segundo ao primeiro e segundo ano do ensino médio, ambas com a mesma abordagem e metodologia. Inicialmente, ela foi composta por um momento de dinâmica com perguntas e respostas, envolvendo mitos, curiosidades e questionamentos sobre saúde sexual e reprodutiva, todas elaboradas com base nas informações coletadas na urna anteriormente. Os alunos foram divididos em grupos, e a cada questionamento eram instigados a responder e discutir sobre o assunto abordado, e posteriormente após cada pergunta a equipe realizava um comentário e promovia um momento de discussão com os adolescentes. No final da roda de conversa a equipe entregou um formulário de avaliação da atividade e distribuiu brindes para os participantes. Resultado: Através deste processo de planejamento e realização da roda de conversa foi possível evidenciar a grande relevância da vivência inicial com os adolescentes, pois foi fundamental para promover diálogo e possibilitar a criação de vínculo com os mesmos. Além disso, a identificação dos temas indicados pelos adolescentes foi essencial para a criação de uma roda de conversa baseada na problematização, e que conseguiu esclarecer as principais dúvidas dos adolescentes relacionadas a saúde sexual e reprodutiva. A estratégia de inserir um momento dinâmico na roda de conversa, por meio da atividade de perguntas e respostas foi muito válido, visto que foi permitiu uma maior participação e interação dos alunos com a equipe. A maioria dos alunos avaliaram que a atividade foi positiva e apresentou resultados satisfatórios, informações estas obtidas por meio do formulário de avaliação, ademais vários alunos solicitaram que a equipe retornasse a escola para desenvolver mais atividades semelhantes a esta. Considerações finais: O desenvolvimento de espaços de discussões relacionadas a saúde do adolescente é de fundamental importância para a promoção da saúde, além de aumentar a proximidade profissional-adolescentes e facilitar o processo de comunicação e compartilhamento de conhecimentos. Introduzir os adolescentes nos espaços de discussão possibilita aprendizados, estimula a busca pelo conhecimento e os instiga a se reconhecer enquanto sujeitos responsáveis pela sua própria saúde.

8554 PESQUISA-AÇÃO PARTICIPATIVA EM SAÚDE E EDUCAÇÃO POPULAR COM ADOLESCENTES E JOVENS: CAMINHOS EM ARTICULAÇÃO NA FORMAÇÃO EM SAÚDE E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
Hayda Alves, Paula Martins Sirelli, Nilda Martins Sirelli, Irma da Silva Brito, Andrea de Araújo Viana, Daniel Francisco de Souza Santos, Milena Meirelles Abreu, Raquel Donegá de Oliveira, Tarcísio Conceição Conceição Oliveira

PESQUISA-AÇÃO PARTICIPATIVA EM SAÚDE E EDUCAÇÃO POPULAR COM ADOLESCENTES E JOVENS: CAMINHOS EM ARTICULAÇÃO NA FORMAÇÃO EM SAÚDE E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

Autores: Hayda Alves, Paula Martins Sirelli, Nilda Martins Sirelli, Irma da Silva Brito, Andrea de Araújo Viana, Daniel Francisco de Souza Santos, Milena Meirelles Abreu, Raquel Donegá de Oliveira, Tarcísio Conceição Conceição Oliveira

Apresentação: O protagonismo e participação da juventude na elaboração de políticas e programas de saúde não apenas adquire legitimidade crescente por seus efeitos imediatos e nas geracões futuras, mas também impõem importantes desafios. Requer transformar as práticas de saúde por meio da formação dos trabalhadores,  qualificar os serviços para acolher as necessidades e demandas infanto-juvenis, bem como, ampliar o apoio comunitário à juventude. Nesse campo, a pesquisa-ação participativa em saúde (PaPS) em articulação com a educação popular tornam-se potentes para impulsionar mudanças na formação e nas práticas dos trabalhadores de saúde convergentes aos direitos de participação e voz da juventude. Constituem-se mecanismos teórico-metodológicas de ação e reflexão, capazes de suplantar os atuais limites epistemológicos e deterministas contidos na lógica biomédica de cunho normativo-prescritiva; adultocêncrica e conservadora, hegemônicas nas ciências, na formação em saúde e, por conseguinte, práticas orientadas aos adolescente e jovens. Objetivo: Frente a estes desafios, desde 2016 temos desenvolvido uma PaPS com o objetivo de cocriar intervenções de promoção da saúde com adolescentes e jovens; fortalecer a participação desse segmento em tais práticas; e experimentar novas estratégias de formação e ação em saúde por meio da educação popular. Método: O município de Rio das Ostras, localizado na baixada litorânea do Estado do Rio de Janeiro constitui-se o cenário da pesquisa. Foram envolvidos estudantes de Cursos de Graduação em Saúde (Enfermagem, Serviço Social e Psicologia); e alunos do ensino fundamental da rede pública. Foram utilizados métodos mistos e participativos de coleta e análise de dados:  (i) Entrevista semiestruturada (par-a-par) com 118 adolescentes e jovens nas imediações do cenário da intervenção (ii) pesquisa documental e análise epidemiológica de declarações de nascidos vivos de mães adolescentes residentes no referido município; e de dados sobre notificação de casos de violência à partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de 2013 a 2018; (iii) práticas de educação popular em saúde versando sobre temas apontados pelo diagnóstico epidemiológico/social e pelos participantes da pesquisa ao longo do processo de pesquisa. Resultado: /Desenvolvimento: Os dados epidemiológicos junto às entrevistas forneceram subsídios para identificar problemas de saúde (risco); grupos prioritários de intervenção e demandas do segmento adolescente e jovem para as práticas de educação em saúde. As oficinas de educação popular permitiram (re)interpretar os problemas e as demandas com a cocriação de intervenções à partir de temas que emergiram ao longo do processo de pesquisa, sendo: ser adolescente; gênero/relações sociais dos sexos; sexualidade e violência. Tais temas nortearam mais de 50 oficinas de educação popular em saúde, realizadas entre 2017 e 2019, com estudantes do ensino fundamental do 7o, 8o e 9o períodos de uma escola municipal (com idades entre 11 e 14 anos) e jovens universitários integrantes do projeto. As oficinas permitiram a utilização de estratégias criativas de arte-intervenção como a construção de fanzines, poema coletivo, teatro, mapa do corpo, elaboração de histórias coletivas histórias, entre outras. As rodas de conversa sempre estavam presentes ao início ou ao final da oficina, assim como a avaliação escrita da atividade pelos estudantes da escola e a leitura deste material pelo grupo de intervenção do projeto (docentes e estudantes universitários). A avaliação reorientava as próximas oficinas como também possibilitava o debate no grupo tanto em perspectiva teórico-metodológica quanto sobre a subjetividade e significação daquele processo para cada um dos integrantes.  De modo amplo, a experiência possibilitou reflexões sobre os temas abordados no projeto, suscitando debates acerca de desigualdades que repercutem na saúde da população jovem, como racismo, sexismo e LGBTfobia. Diante da sociedade burguesa-patricarcal e branca, diversas são as questões que interferem na vivência da sexualidade pelos adolescentes. Os marcadores sociais de gênero, classe, orientação sexual, raça-etnia, entre tantos outros associados às relações de opressão proporcionam uma série de riscos a saúde e interferem na constituição dos sujeitos. Vale destacar que os moralismos, as discriminações e as violências emergentes nas falas dos adolescentes explicitam vivências junto as suas famílias, na escola, na comunidade e demandam, portanto, efetivo enfrentamento. Em outra via, o projeto também permitiu espaços de formação para além da sala de aula, possibilitando um trabalho docente reflexivo acerca do posicionamento ético-político de estudantes, docentes e profissionais de saúde e educação frente aos temas e vivências apontadas, um aspecto recorrente e importante para a equipe do projeto. O que implica críticas à naturalização de alguns conceitos no entorno da temática “adolescência e saúde”, bem como, às fragilidades das políticas públicas voltadas à juventude. Portanto, impulsionando debates sobre temas importantes à saúde da população jovem, além da construção de estratégias e práticas de educação popular que estimulam o protagonismo, a escuta, a contextualização dos problemas/soluções entre outros elementos entendidos como pré-requisitos para a intervenção em saúde.  Neste caminho, importantes na formação de futuros trabalhadores de saúde e reorientação das práticas voltadas o segmento jovem. Considerações finais:  Advoga-se pelo protagonismo e engajamento de adolescentes e dos jovens para além de práticas de opressão, exploração ou subordinação, mas convergentes ao fortalecimento da equidade, da  participação social e de epistemologias emergentes. Defende-se a participação como mediadora e produto de uma prática crítica e emancipatória de indivíduos e coletivos, fértil ao cultivo de valores democráticos. Como tal, parte integrante da formação em saúde e substrato à construção de sujeitos políticos capazes de qualificar a relação trabalhador-usuário. Portanto, signatária da defesa da democracia e do bem viver, pois se relaciona às condições para o mobilização e engajamento da juventude na transformação da sociedade no presente e à construção de alicerces para um futuro com equidade, justiça social e mais saúde. Com este estudo foi possível desenhar novas intervenções para envolver adolescentes e diversos atores na concepção de aproximações ensino, serviço e comunidade. Este projeto de pesquisa se desdobrou em um projeto de extensão “(Des) Embarazo: extensão popular em saúde e prevenção da gravidez na adolescência”; e outro projeto de pesquisa e extensão denominado “Adolescentes e Jovens do interior do Rio de Janeiro: participação, direitos e saúde”. A implementação de tais projeto gera um processo de reflexão-ação que favorece aproximações com a realidade social vivida pelos jovens, além impulsionar práticas educativas pautadas em princípios da educação popular em saúde, fundadas em pedagogias ativas e na educação por pares. Dessa forma, impulsionou vivências caras à formação em saúde.  Assim, o impacto do conhecimento gerado pelo projeto foi além da elaboração de produtos estritamente acadêmicos, mas também, de alcance para a comunidade e valor social. Esta pesquisa está vinculada a uma rede internacional de pesquisa participativa, a International Collaboration for Participatory Health Research (ICPHR) dentro de um sub-grupo comprometido com persquisa participativa com crianças, adolescentes e jovens denominada “Kids in Action”.

8639 A IMPORTÂNCIA DA POSTURA NA SAÚDE DO PRÉ-ADOLESCENTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Evelyn Rafaela de Almeida dos Santos, Cláudia Rafaela Brandão de Lima, Thanaira Aicha Fernandes Maciel, Rayane Franklin Mourão Cardoso

A IMPORTÂNCIA DA POSTURA NA SAÚDE DO PRÉ-ADOLESCENTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Evelyn Rafaela de Almeida dos Santos, Cláudia Rafaela Brandão de Lima, Thanaira Aicha Fernandes Maciel, Rayane Franklin Mourão Cardoso

Apresentação: Este trabalho refere-se a um relato de experiência vivenciado por um grupo acadêmico do curso de enfermagem, realizado em uma escola da periferia de Belém(PA), utilizando metodologias ativas no processo ensino-aprendizagem, tendo como problemática a má postura do pré-adolescente, desenvolvida em uma ação de integração entre a Universidade e uma escola pública do estado do Pará. Essa faixa etária corresponde a uma fase em que ocorre uma série de transformações, tanto física como mental, e a falta de uma postura correta, tanto no sentar como na locomoção, possibilita, no futuro, o desenvolvimento sério problema de saúde. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo relatar como os acadêmicos desenvolveram uma atividade de saúde básica aos pré-adolescentes, estudantes do 7º ano de uma escola pública de Belém (PA), proporcionando uma conscientização sobre a importância da postura corporal e sua influência na saúde, utilizando metodologias ativas. Desenvolvimento: Para a realização do trabalho foi utilizada a metodologia do Arco de Maguerez, que consiste em cinco etapas: observação da realidade, pontos chaves, teorização, hipóteses de solução e aplicação à realidade. Realizou-se uma visita assistemática, para levantamento dos pontos chaves no qual definiu-se o tema postura do pré-adolescente, em seguida a discussão dos pontos anteriormente levantados; o processo de teorização, incluindo a busca por material e discussão com os orientadores; e posteriormente o planejamento de uma ação de intervenção na realidade da escola; culminância da atividade, com a implementação da ação definida na etapa anterior. A ação na escola consistiu na apresentação breve em Power Point do tema escolhido, depois realizado uma demonstração das formas corretas de sentar-se e carregar a mochila e alongamento, para os estudantes, sob orientação das acadêmicas de enfermagem. E finalizamos com distribuição de panfletos. Resultado: Ao realizarmos a demonstração da forma correta de sentar e carregar a mochila, os estudantes perceberam que muitos costumes presentes no cotidiano deles podem afetar gravemente sua saúde postural, foi possível notar como os pré-adolescentes reagiram e interagiram de forma satisfatória com a dinâmica proposta, realizando corretamente as orientações apresentadas e conseguindo perceber quais eram os maus hábitos que poderiam influenciar para um possível problema postural futuramente. Durante o alongamento, percebemos que muitos não sabiam se alongar e que não era uma prática cotidiana, porém todos se mostraram interessados em aprender e repassar para seus familiares. Quanto aos panfletos, verificamos que alguns aceitaram e guardaram, já outros, no entanto jogaram no lixo mostrando desinteresse em ler as informações no papel. Considerações finais: O desenvolvimento da ação permitiu um olhar crítico e ampliado sobre a realidade dos pré-adolescentes em ambiente escolar, mostrando a importância de ações voltadas à saúde e que influenciam no seu desenvolvimento, contribuindo para o bem estar físico, mental e social. As etapas desse trabalho possibilitaram a percepção de problemáticas relacionadas à realidade na comunidade, e proporcionou aos acadêmicos a busca por conhecimentos de fundamental importância para a formação acadêmica e olhar social, no que diz respeito a enfermagem comunitária, desenvolvendo ações educativas em um nível de prevenção da saúde na comunidade.

8797 ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE CASOS DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA EM ESCOLAS PÚBLICAS PARTICIPANTES DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA (PSE)
DENISE BUENO

ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE CASOS DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA EM ESCOLAS PÚBLICAS PARTICIPANTES DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA (PSE)

Autores: DENISE BUENO

Apresentação: Na adolescência ocorre a puberdade e frequentemente o início da atividade sexual. A orientação na escola e o cuidado da família podem resguardar o adolescente da gravidez não planejada e do contágio de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). A influência do contexto no qual os adolescentes se desenvolvem, tanto no que diz respeito à família quanto no que concerne ao ambiente macrossocial, associada às características de imaturidade emocional, impulsividade e comportamento desafiador que de forma geral estão presentes na fase da adolescência podem resultar no engajamento em comportamentos considerados de risco, como por exemplo, a iniciação sexual cada vez mais cedo e a ausência de proteção durante o ato sexual. Os resultados da Pesquisa Nacional do Escolar (PeNSE) 2015, indicaram que 27,5% dos escolares brasileiros do 9º ano do ensino fundamental já tiveram relação sexual alguma vez. Dos escolares do sexo masculino 36,0% declararam já ter se relacionado sexualmente alguma vez, enquanto entre os do sexo feminino deste mesmo grupo o percentual foi de 19,5%. As informações coletadas são fundamentais para a qualificação das ações de promoção da saúde e prevenção da gravidez na adolescência. O estudo abrangeu estudantes da faixa etária de 10 à 19 anos da educação básica de todas as escolas públicas que foram pactuadas no Programa Saúde na Escola por meio do Termo de Compromisso Municipal firmado no primeiro semestre de 2017 em cruzamento com os dados coletados do inquérito “questionário sobre casos de gravidez em adolescentes escolares no Censo Escolar 2017”. Foram incluídos no estudo, para a observância da prevalência, os dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2015 no que tange os aspectos da saúde sexual e saúde reprodutiva e a relação com as ações realizada no âmbito dessas temáticas nas escolas participantes do Programa Saúde na Escola (PSE). Adolescentes e jovens constituem um grupo populacional que exige novos modos de produzir saúde. Seu ciclo de vida particularmente saudável evidencia que os agravos em saúde decorrem, em grande medida, de modos de fazer “andar a vida”, de hábitos e comportamentos, que, em determinadas conjunturas, os vulnerabilizam. As vulnerabilidades produzidas pelo contexto social e as desigualdades resultantes dos processos históricos de exclusão e discriminação determinam os direitos e as oportunidades de adolescentes e jovens brasileiros. Assim, esse estudo visa fortalecer ações de promoção da saúde com ênfase na saúde sexual e reprodutiva que possam impactar na garantia do cuidado integral e equânime à adolescente grávida das escolas públicas participantes do Programa Saúde na Escola (PSE). Para o estudo, o método utilizado foi o descritivo observacional do tipo transversal realizado a partir da análise de dados coletados na pesquisa “questionário sobre casos de gravidez em adolescentes escolares no Censo Escolar 2017”, disponibilizada para os diretores das escolas públicas da educação básica no Portal e-Gestor da Atenção Básica do Ministério da Saúde, no período de 02/10/2017 à 20/12/2017. A maneira como os adolescentes expressam e vivem a sua sexualidade e influenciada por vários fatores entre os quais estão: a qualidade das relações, emocional e afetiva, que viveram com as pessoas significativas na infância e na sua vivencia atual; relações com seus grupos de pares; as transformações físicas, psicológicas, cognitivas e sociais trazidas pelo crescimento e desenvolvimento e pelo início da capacidade reprodutiva, até os valores, crenças, normas morais, mitos e tabus, e tradições da família e da sociedade na qual estão inseridos(as). A sexualidade é uma das dimensões inerentes à vida e a saúde do ser humano que se manifesta desde o seu nascimento. Constitui-se como um fenômeno multifatorial, com aspectos biológicos, psicológicos, culturais, históricos e sociais, que influencia na sua maneira de ser, de compreender e de viver no mundo como homem ou mulher. Para que a sexualidade seja exercida nas relações pessoais de maneira equitativa e preciso que os direitos de cidadania estejam presentes e respeitados nessas relações. Os direitos sexuais e os direitos reprodutivos contemplam os princípios da diversidade humana, especialmente a sexual, além do princípio da saúde, da igualdade, da autonomia e o princípio da integridade corporal, que estão fundamentados nos macros princípios éticos previstos na nossa constituição cidadã. O direito de viver a sexualidade com respeito pelo próprio corpo e do (a) parceiro (a), de escolher o (a) parceiro (a) sexual sem medo, culpa, vergonha ou falsas crenças, de escolher se quer ou não ter uma relação sexual sem fins reprodutivos, de expressar livremente sua orientação sexual, de ter acesso a informação e a educação sexual e reprodutiva, entre outros que possibilitam a expressão livre da sexualidade, são direitos sexuais. Diante da possibilidade dessa nova experimentação da sexualidade e da reprodução, e quando essas vivências se baseiam em inseguranças, dúvidas e desconhecimentos sobre a própria sexualidade, em vergonhas, estereótipos, medos e preconceitos, aumenta a vulnerabilidade dos adolescentes a problemas nesse campo, principalmente, quando não encontram apoio familiar e social e políticas que esclareçam e informem sobre as questões da sexualidade. A sexualidade e a reprodução, no entanto, são dimensões fundamentais da saúde que condicionam a qualidade de vida; o bem-estar físico, psicológico, social; a satisfação e o prazer. Evidencia-se a necessidade, pautada pelo direito a saúde, de um largo suporte de políticas dos setores sociais na realização de processos de trabalho intersetoriais, interdisciplinares e participativos, para uma atenção integral direcionada para as singularidades e apropriada à vida atual e as demandas dos adolescentes de hoje. Dessa maneira, as políticas e programas de saúde voltados para essa população devem levar em consideração que a sexualidade é parte do desenvolvimento humano e os conceitos de amor, sentimentos, emoções, intimidade e desejo, devem ser incluídas nas intervenções de saúde sexual e de saúde reprodutiva. A escola e os serviços de saúde, trabalhando de maneira integrada, podem constituir-se como uma rede de proteção e de cuidado. Na escola, por exemplo, é essencial ter espaços para conversas sem constrangimento sobre sexualidade. Esses espaços devem ser democráticos, respeitosos e participativos, que funcionarão como fatores e processos de proteção. Ações continuadas e permanentes que incentivem atividades de discussão e produção de conhecimento com relação à saúde sexual e saúde reprodutiva devem ser construídas pela gestão local. Já existem muitas experiências inovadoras de gestão integrada que contribuem para a redução dos diferentes contextos de vulnerabilidade dos jovens brasileiros. Nas Unidades Básicas de Saúde é fundamental que essas ações educativas encontrem respaldo e continuidade apoiando as ações no planejamento reprodutivo, no pré-natal e nas consultas após o parto para que os (as) adolescentes sejam atendidos (as) em suas singularidades e necessidades, visando a proteção e a promoção da saúde sexual e saúde reprodutiva. Por fim, produzir saúde com adolescentes e jovens é considerar seus projetos de vida, e valorizar sua participação e o desenvolvimento de sua autonomia, e acreditar que eles e elas aprendem a lidar com os seus problemas e com seu contexto de vida tendo o apoio e a corresponsabilidade dos trabalhadores da saúde e profissionais da educação, sem moralismos, controle e opressão.

10228 EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO FERRAMENTA DE SENSIBILIZAÇÃO DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS PARA ADOLESCENTES
ADRIELLY CRISTINY FONSECA MENDONÇA, DANIEL LUCAS COSTA MONTEIRO, EMILY MANUELLI MEDONÇA SENA, LUCIANA EMANUELLE DE AVIZ, JESSICA DE SOUZA PEREIRA, VIVIANE FERRAZ FERREIRA DE AGUIAR

EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO FERRAMENTA DE SENSIBILIZAÇÃO DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS PARA ADOLESCENTES

Autores: ADRIELLY CRISTINY FONSECA MENDONÇA, DANIEL LUCAS COSTA MONTEIRO, EMILY MANUELLI MEDONÇA SENA, LUCIANA EMANUELLE DE AVIZ, JESSICA DE SOUZA PEREIRA, VIVIANE FERRAZ FERREIRA DE AGUIAR

Apresentação: As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são doenças infectocontagiosas provocadas por  bactérias, vírus ou outros microrganismos,  transmitidas por contato sexual (vaginal, anal e/ou oral) sem a utilização de preservativo com indivíduo infectado. As doenças provenientes das ISTs têm sido um fenômeno global, apresentando-se na atualidade como um dos mais significativos problemas de saúde pública, devido sua alta gravidade e prevalência. Estudos registram que mais de 1 milhão de indivíduos obtêm uma IST diariamente e estima-se que, a cada ano 500 milhões de pessoas adquirem uma das ISTs curáveis (sífilis, gonorreia, clamídia e tricomoníase). As infecções podem ser reconhecidas através de sinais e sintomas em comum, que constituem os diagnósticos sindrômicos que comumente se manifestam por meio de úlcera genital, corrimento vaginal e uretral, desconforto ou dor pélvica e lesões verrucosas. Em princípio, essas infecções acontecem em grupos específicos da comunidade, contudo, têm-se atentado um desvio na dinâmica de incidência, onde jovens passam a ter ênfase, sendo responsáveis por grande parte das ocorrências na atualidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a adolescência é o período compreendido entre 10 a 19 anos - é a fase do desenvolvimento humano que marca a transição entre a infância e a idade adulta. Caracteriza-se por alterações a nível físico, psíquico e social e, é nessa fase que ocorre o descobrimento da sexualidade, conhecimento do seu corpo e a busca por prazer. As relações sexuais na adolescência têm começado cada vez mais precoce, estimuladas pela curiosidade e reforçadas pela necessidade de declarar sua autonomia. Dessa maneira, as práticas sexuais, dessa população, iniciam-se sem conhecimento adequado e orientações necessárias a respeito do ato sexual de maneira segura, o que os tornam um alvo fácil ao acometimento de IST. A população dos jovens apresenta baixa adesão ao principal dispositivo de prevenção das infecções que é o preservativo. Este é de fácil aquisição e disponibilização gratuitamente pelos serviços de saúde, entretanto, há frequentemente resistência para adotá-lo nas práticas sexuais, devido à aversão ao seu uso, confiança no parceiro, falta de conhecimento sobre a sua finalidade e benefício. Nesse contexto, o ambiente escolar é essencial para orientação de uma vida sexual adequada e se deve realizar ações educativas a este grupo, pois, a escola caracteriza-se como um espaço de compromisso e responsabilidade social, aberta aos mais variados tipos de diálogos e discussões. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo relatar uma experiência quanto ao desenvolvimento de uma ação educativa sobre ISTs para alunos do ensino médio de uma escola em Belém (PA). Desenvolvimento: Realizou-se uma pesquisa descritiva, do tipo relato de experiência, elaborada por acadêmicos de enfermagem e medicina de uma Instituição Privada de Ensino, na qual ocorreu no dia 18 de novembro de 2019. O público-alvo foram adolescentes do ensino médio de uma escola em Belém (PA), onde estavam em número de 61, sendo 36 homens e 25 mulheres, em uma faixa etária prevalente entre 15 a 17 anos. Desse modo, o trabalho organizado por discentes e docente da área da saúde, estando inclusos 1 estudante de medicina, 5 de enfermagem e 1 enfermeira, elaboraram a ação educativa em dois momentos, onde foi necessário direcionar os adolescentes a uma sala que permitisse a realização de uma dinâmica e uma palestra educativa. No primeiro momento, foi realizado uma palestra sobre as ISTs mais comuns - como HIV/AIDS, HPV, Clamídia, Gonorreia, Sífilis, Hepatites B e C, entre outras; nesse sentido foram apresentados os fatores mais frequentemente presentes, incluindo a epidemiologia, os aspectos clínicos, o tratamento preconizado e as medidas profiláticas; com ênfase neste último aspecto devido as possibilidades de controle de morbimortalidade relacionadas. No segundo momento, foi utilizado um recurso didático direcionado para a realidade dos participantes desenvolvido pelos organizadores, intitulado “Jogo da memória”, uma tecnologia de fácil compreensão organizada em 20 pares de recortes de cartolina que continham imagens e conceitos sobre o assunto anteriormente debatido, para que os estudantes pudessem reconhecer as figuras e relacionar com os respectivos conceitos. A finalidade do jogo foi incentivar a compreensão por meio de recurso lúdico, tornando, desse modo, o ambiente mais atraente para a atividade, além de servir de motivação e estímulo para o aprendizado. Resultado: Durante a apresentação inicial das ISTs para os alunos da instituição, percebeu-se o desconhecimento deles por parte de inúmeras infecções demonstradas, referentes medidas de prevenção, medicamentos atualmente utilizados, métodos diagnósticos mais frequentes e rápidos e em sinais clínicos os quais não estavam tão claros, mesmo com um certo conhecimento à respeito. Além disso, verificou-se que eles estavam concentrados e participativos, tendo apresentado dúvidas pertinentes que foram solucionadas logo após a exposição da palestra. É válido frisar que foram utilizados termos acessíveis a faixa etária e ao grau de conhecimento científico, permitindo o mais fácil entendimento dos assuntos expostos. Ademais, o jogo educativo apresentado para os participantes permitiu que estes apresentassem, de forma lúdica, uma consolidação dinâmica dos conhecimentos expostos anteriormente, utilizando-se de uma metodologia de memorização e repetição para fixar os assuntos. Os alunos garantiram a fixação de assuntos fundamentais como exames sorológicos, sinais e sintomas mais frequentes e, principalmente, as medidas profiláticas para evitar infecções. Considerações finais: Observou-se que é necessário alertar mais os adolescentes sobre os cuidados que eles devem tomar em relação a saúde reprodutiva na adolescência. Sendo fundamental construir um conhecimento crítico dos jovens em relação a sua saúde, favorecendo a eles a promoção de autonomia de cuidar de si próprio, os responsabilizando de preservar sua saúde e se prevenir contra as ISTs. Mas para que isso ocorra, é necessário a disseminação de informações para a melhorai do conhecimento sendo a ação educativa o instrumento mais indicado para a promoção da saúde e prevenção de agravos. Através da ação educativa houve uma significativa contribuição para que as pessoas adquirissem autonomia para identificar e aplicar os meios e as formas para cuidar e melhorar a sua qualidade de vida. A ação educativa permitiu desenvolver um processo de reflexão sobre a realidade observada, percebendo a necessidade de conduzir os adolescentes a um novo saber sobre a sexualidade e desmistificação de ideias errôneas.  

10600 SAÚDE MENTAL DOS ADOLESCENTES: A PERCEPÇÃO DA ESCOLA – RELATO DE EXPERIÊNCIA
Aline Dias Gomes, Claudia Mara de Melo Tavares

SAÚDE MENTAL DOS ADOLESCENTES: A PERCEPÇÃO DA ESCOLA – RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Aline Dias Gomes, Claudia Mara de Melo Tavares

Apresentação: A escola vem passando por diversas transformações ao longo dos anos. Professores e alunos transitam por mudanças rápidas e intensas a cada ano. Acompanhar, orientar, educar e se adaptar a tantas mudanças não é uma tarefa muito fácil. O presente estudo é um recorte da dissertação de mestrado que tem como sujeitos os adolescentes e como foco a saúde mental dos mesmos. Visto que o estudo é a principal atividade dos adolescentes na faixa dos 15 aos 17 anos, ou seja, estes costumam passar a maior parte do tempo na escola, realizou-se um estudo prévio com diretores e professores na escola escolhida para a realização da pesquisa. As observações e os dados colhidos durante as reuniões e entrevistas resultaram no presente relato de experiência. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo levantar a forma que os professores lidam com as demandas de saúde mental dos adolescentes (escolares). Método: Estudo descritivo do tipo relato de experiência vivenciada durante as entrevistas de estudo prévio do campo junto aos professores de uma escola onde será realizada a pesquisa do mestrado. Desenvolvimento: A pesquisa ocorreu numa Escola Pública Estadual, localizada na Região Oceânica do município de Niterói-RJ que, segundo o Censo Escolar de 2018, possue 722 alunos matriculados distribuídos entre o Ensino Fundamental II (222), Ensino Médio (342) e Ensino para Jovens e Adultos – EJA (158) e 68 funcionários no totalNum primeiro momento houve uma reunião entre os pesquisadores e a Orientadora Educacional, a Diretora Adjunta Pedagógica e a Coordenadora Pedagógica para apresentar o projeto de pesquisa, perguntar se havia interesse de participarem e ouvir as demandas da escola em relação ao tema. Posteriormente diretores, coordenadores, orientadores e professores foram convidados a participar da pesquisa. Foram agendadas entrevistas semiestruturadas individuais com os profissionais que concordaram em participar e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, totalizando 7 participantes. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF), CAAE nº 17557719.3.0000.5243. Para assegurar o anonimato dos participantes, utilizou-se a letra P (professores) e o número de ordem da participação no estudo. Exemplo: P1, P2.  Resultado: Todos os professores demonstraram interesse, valorizaram a iniciativa dos pesquisadores em procurarem a escola informando que precisavam de conhecimento sobre esse assunto.“Que coisa bacana elas virem” (P1)“Trabalho com questões emocionais é tudo que a gente quer” (P2) Os principais problemas que os professores citam em relação à saúde mental dos adolescentes são: automutilação, suicídio, ansiedade, cobrança excessiva, desinteresse, falta de identidade e abandono familiar. “No inicio do celular o problema com os adolescentes era o envio de ‘nudes’ e brigas por causa dos meninos; agora os problemas são ansiedade e automutilação” (P2) A automutilação foi apontada por todos os entrevistados que informaram o aumento número de casos no último ano mas não conseguem identificar o motivo de tal aumento. Alguns questionam a influência de séries disponíveis na internet, assistidas pelos adolescentes; acreditam que seja uma “escola de sofrimento” e muitas mostram que o suicídio é a forma de acabar com esse sofrimento. Outros questionam se não é algum tipo de “modismo”. “Não sei assim até onde que é um sofrimento mesmo sério ou se é uma vendo a outra aí fica aquela. é como se fosse uma influenciando a outra. Este ano, principalmente, foi um ‘boom’ assim, acontece um caso, daqui a pouco outro, outro, outro. Tudo na mesma hora, praticamente. O que me chama a atenção mesmo é a automutilação, meninas vindo de casaco, algumas até mostram pra gente” (P4) Os adolescentes têm uma necessidade de aceitação e de pertencimento a um grupo, o que muitas vezes os leva a tomar atitudes e decisões para que tal fato ocorra.Outro ponto de destaque nas entrevistas foi a questão do abandono familiar. Os professores ressaltam que ninguém conversa com os adolescentes e acreditam que muitos problemas poderiam ser minimizados se houvesse um interesse maior por parte dos pais nas questões referentes aos adolescentes.Um dos professores fala da “ignorância dos pais” no sentido de ignorar quem são seus filhos, não os conhecem, não sabem como são os filhos e estes, em contrapartida, dissimulam e fingem em casa. Mas na escola “as máscaras caem”, no ambiente escolar os adolescentes são “eles mesmos” e muitas vezes acabam desabafando e pedindo ajuda aos professores.Informam que quando o adolescente vem de uma família mais ou menos estruturada, independente da condição financeira, costumam vir para a escola arrumados, tem os seus materiais enquanto os que vêm de famílias completamente desestruturadas refletem isso na escola. Algumas falas que retratam a desestrutura familiar que os professores referem: “Esses casos que aparecem são crianças que não têm família estruturada. São criadas por outras pessoas, por madrastas, por tias, por avós..” (P6) “Alunos que as mães foram mães muito jovens então eles não têm referência materna muito menos paterna. Essa mãe é totalmente ausente, ai entrou uma avó que depois essa avó saiu de cena ai ele não se identifica quem ele é. Ele não tem essa identidade” (P7) Os professores, por sua vez, não se sentem capacitados para lidar com tais situações. “Nós não temos esse preparo na faculdade, eu fiz didática 1, 2, 3, 4, 5 ,6, 7, 8, psicologia da educação, coisas assim para dar aula, para ensinar não para educar. Então essas crianças chegam sem educação, sem limite nenhum e falta de estrutura” (P5) “Professores falam: ‘O que eu tenho a ver com isso? Já repetiu de ano’. ‘O atestado não abona os fatos’. Usam o discurso de ‘neutralidade’ com uma ‘couraça’ (P1) “Uma demanda para muito além das nossas competências também” (P4) Um dos entrevistados sugere que “Os docentes estão piores que os alunos” (P3), fazendo referência ao crescente número de docentes faltando ou abandonando. E conclui: “Todo mundo está meio adoecido”(P3)Os professores ressaltam a necessidade de ouvir o aluno, que precisa dos alunos para transformar o espaço, não adianta vir com uma proposta. Na intenção de criar um espaço acolhedor / vivo foram utilizadas algumas estratégias:- Pela escola: Todos os funcionários receberam os alunos no início do ano com um corredor para abraçar os alunos: “sejam bem vindos” e balões com mensagens. “Uma aluna relatou que depois do abraço mudou, ficou ‘mais solta’, que ela nunca foi aceita em nenhuma escola” (P1) - Pelos alunos: Criaram uma roda de conversa aberta a todos buscando autoconhecimento. Cinco alunas do turno da manhã (ensino médio) permanecem na escola à tarde. Peças de teatro feitas por um aluno falando de preconceito e inclusão.  Considerações finais: A escola percebe a necessidade de trabalhar tais questões, tanto que cria estratégias, estimula os alunos a criarem também e sugere oficinas e sensibilização dos professores para lidarem as situações apresentadas. Os professores conseguem perceber e apontar questões relacionadas à saúde mental e emocional dos adolescentes. “O professor tem que ter escuta e um olhar diferenciado. Ele tem o poder de construção ou de destruição”(P1)

10605 TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM ADOLESCENTES: REVISÃO INTEGRATIVA
João Víctor Lira Dourado, Lidyane Parente Arruda, Francisca Alanny Rocha Aguiar, Maria Adelane Monteiro da Silva, Keila Maria de Azevedo Ponte, Antonio Rodrigues Ferreira Júnior, Maria do Socorro de Sousa, Maria Vaudelice Mota

TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM ADOLESCENTES: REVISÃO INTEGRATIVA

Autores: João Víctor Lira Dourado, Lidyane Parente Arruda, Francisca Alanny Rocha Aguiar, Maria Adelane Monteiro da Silva, Keila Maria de Azevedo Ponte, Antonio Rodrigues Ferreira Júnior, Maria do Socorro de Sousa, Maria Vaudelice Mota

Apresentação: Ao conhecer a complexidade da adolescência e a conjuntura de vulnerabilidades, apreende-se que a saúde pode estar relacionada ao nível e à qualidade da informação que os adolescentes dispõem sobre possíveis agravos e problemas. Nesse contexto, destaca-se a importância da educação em saúde como processo pedagógico que requer o desenvolvimento de um pensar crítico e reflexivo, permitindo desvelar a realidade e propor ações que viabiliza à autonomia e emancipação dos participantes. No entanto, tem se tornado necessário inovar as ações de educação em saúde como alternativa de possibilitar uma educação transformadora que responda às necessidades e que favoreçam a participação das pessoas. Deste modo, verifica-se o uso de tecnologias durante as ações de educação em saúde como estratégia política-pedagógica que supera o modelo tradicional, tornando os adolescentes protagonistas em todo o processo educativo. Objetivo: Identificar na literatura nacional e internacional as tecnologias utilizadas para educação em saúde com adolescentes. Método: Desenvolveu-se uma revisão integrativa durante abril a junho de 2019 na Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Base de Dados Específica da Enfermagem consultadas por meio da Biblioteca Virtual em Saúde e Scientific Electronic Library Online. Para tanto, selecionaram-se descritores controlados em três idiomas: Educação em Saúde; Adolescentes e Tecnologia. Estes foram combinados de diferentes maneiras e associados ao operador booleano AND. Após aplicação dos descritores nas bases de dados, verificou-se a adequação aos estabelecidos, avaliou-se os títulos, resumos e palavras-chave e realizou-se uma leitura criteriosa dos manuscritos, selecionando-se 27 manuscritos. Na análise e interpretação, buscou-se situar a relação entre os achados e a questão da pesquisa. Ao final, elaborou-se uma síntese de elementos relevantes em uma soma integradora da temática. Resultado: Identificou-se que a maioria dos artigos foram redigidos por enfermeiros, o período de publicação variou entre anos de 1999 a 2018 e prevaleceu estudos qualitativo e metodológico. Observou-se uma diversidade de tecnologias desenvolvidas para educação em saúde para os adolescentes. Estas tem proporcionado mudanças de paradigmas e propiciado a construção de saberes, a troca de experiências e a incorporação de novas formas de cuidado. As ferramentas eletrônicas mostraram-se mais prevalentes, seguido de materiais impressos e das oficinas educativas. As temáticas em sua maioria foram sexualidade, seguido das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do Vírus da Imunodeficiência Humana e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Considerações finais: Compreende-se que as tecnologias têm se apresentado como ferramenta potencializadora no processo de ensino-aprendizagem, tornando os indivíduos protagonistas para o reconhecimento de vulnerabilidades e na adesão de mecanismos para a promoção da saúde.

11300 O GUIA ALIMENTAR BRASILEIRO COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL PARA ADOLESCENTES DA REDE PRIVADA DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS, RIO DE JANEIRO, BRASIL
Raquel de Souza Mezzavilla, Carlos Eduardo de Faria Cardoso, Caroline Geoffroy, Jamile Lima Nogueira

O GUIA ALIMENTAR BRASILEIRO COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL PARA ADOLESCENTES DA REDE PRIVADA DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Autores: Raquel de Souza Mezzavilla, Carlos Eduardo de Faria Cardoso, Caroline Geoffroy, Jamile Lima Nogueira

Apresentação: Atualmente a promoção da saúde é dita como uma estratégia de cunho fundamental para o enfrentamento e resolução dos problemas epidemiológicos contemporâneos, tornando-se essencial à ação coordenada de entidades institucionais e individuais, na humanização de seus determinantes, visando uma vigorosa projeção, na eficácia de suas atividades a médio e longo prazo. O ambiente escolar é um espaço primordial no desenvolvimento e promoção de reflexões sobre hábitos alimentares saudáveis, concentrando seus esforços e recursos na construção de uma visão crítica acerca do autocuidado em saúde. Portanto, à alimentação e a nutrição constituem-se como elementos básicos no que se refere às práticas de promoção da saúde, bem como atuam como agentes importantes na prevenção de doenças, dado destaque quanto a importância das ações em Educação Alimentar e Nutricional. Exigindo o uso de abordagens educativas e culturais, no qual o educando vivência de desafios, sendo sensibilizado e mobilizado à mudança de seus hábitos, a Educação Alimentar e Nutricional perfaz-se como um processo contínuo e permanente de trocas de informação, tornando-se um elemento essencial na articulação de teoria e prática, propondo de situações de aprendizagem prazerosas no desenvolvimento da autonomia para as escolhas e práticas alimentares,  abraçando os problemas e situações em sua complexidade e individualidade. Os Guias Alimentares são uma dessas estratégias onde são definidas diretrizes alimentares na forma de orientações para uma determinada população, de acordo com a realidade local, incentivando à adoção de práticas alimentares saudáveis, em uma linguagem acessível, contribuindo para a promoção da saúde e prevenção de doenças relacionadas aos hábitos alimentares. Assim, objetivou estimular o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis em escolares de uma escola privada de ensino de Petrópolis, Rio de Janeiro, por meio de uma intervenção de educação alimentar e nutricional realizada como base na atual edição do Guia Alimentar Brasileiro. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência, desenvolvido com escolares na faixa etária de 15 a 17 anos, em outubro de 2019, no Laboratório de Gastronomia e Dietética, localizado nas dependências da Faculdade Arthur Sá Earp Neto - FASE, na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil. Essa intervenção compreendeu uma das atividades desenvolvidas como extensão do campo prático das disciplinas Avaliação Nutricional e Técnica Dietética I ofertadas ao curso de graduação em Nutrição, sendo desenvolvida por graduandos do 4º e 7º período, tendo supervisão pelas docentes responsáveis pelas disciplinas. Foi planejado uma ação em EAN com duração de 1 hora e meia, denominada “Bases para uma alimentação saudável e adequada”. A atividade ocorreu no turno da tarde, visando a participação dos alunos do 7º período que cumpriam atividades curriculares de estágio obrigatório. As ações foram planejadas com o intuito de serem de fácil compreensão, lúdicas e cuidadosas em termos técnicos, respeitando a heterogeneidade dos participantes. Foram realizadas as seguintes atividades, por ordem de acontecimentos:- Intervenção Introdutória/ Teórica: Através de uma atividade de ciranda denominada “Caça ao erro” foi iniciada a nossa jornada para a construção de uma reflexão acerca de uma alimentação saudável, incluindo uma abordagem lúdica sobre “Os princípios” propostos pelo Ministério da Saúde que nortearam a elaboração do guia alimentar brasileiro em sua atual edição. De maneira geral, a “dinâmica” tinha por objetivo demonstrar a importância que algumas escolhas podem ter na individualidade de cada um, e o tamanho da repercussão que um erro pode trazer quando mau gerenciado. A ideia era fazer analogia às escolhas alimentares, e o quanto elas a longo prazo poderiam repercutir na saúde de cada um. Durante essa atividade, foi exposto a importância de se ter um guia alimentar, quais eram seus objetivos e princípios e qual é o órgão responsável por seu desenvolvimento e divulgação.- Intervenção Prática: Considerando as principais abordagens encontradas na edição atual do Guia Alimentar, foram incluídas abordagens lúdicas utilizando-se dos capítulos 2 e 3 do guia. Esta atividade contou com a participação além dos graduandos com a participação de docentes do curso de nutrição. No capítulo 2 da atual versão, são encontradas recomendações que dão grande importância ao tipo de processamento no qual são submetidos os alimentos antes de sua aquisição, preparo e consumo. Realizou-se, mediante demonstração de forma tridimensional em pirâmide, qual seria a ordem ideal de consumo dos alimentos, levando em consideração tais características, sendo representados por um eixo de alimentos, os alimentos in natura, os minimamente processados, os processados e os ultraprocessados. De forma sequencial, o capítulo 3 do guia fornece orientações específicas para a população de como exercer a correta combinação dos alimentos em forma de refeições, descrevendo exemplos de refeições saudáveis, cujo consumo seja baseado em alimentos in natura e/ou minimamente processados. Em um jogo de cartas, o grupo de cerca de 16 alunos foi dividido em dois grupos, onde eram apresentados diversos alimentos, crus ou preparados, que estavam distribuídos dentro das classificações trazidas anteriormente. O objetivo era que os grupos em consenso montassem uma refeição que consideravam saudável e que traria benefícios, contribuindo na promoção da saúde. Além da dinâmica com as cartas, realizou-se também uma troca de experiências e ideias sobre os alimentos, desmistificando sua qualidade nutricional, técnicas de conservação e leitura de rótulo. A conversa foi estimulada pela discussão dos componentes da refeição que os grupos haviam montado, onde eram apresentadas possíveis substituições para alimentos que não fossem nutricionalmente adequados. Ao final, os jovens foram convidados a uma degustação de lanches preparados com alimentos saudáveis e financeiramente acessíveis. Também foi distribuído aos participantes um folder sobre alimentação saudável, desenvolvido pelos graduandos, que continha um resumo dos temas discutidos, além dos “10 passos para uma alimentação saudável” do Ministério da Saúde. Considerações finais: Considerando os 16 jovens que participaram da intervenção, estes se mostraram completamente pró-ativos, desde o início das atividades, esclarecendo dúvidas e interagindo com os condutores da intervenção, bem como pareceram significativamente interessados na desmistificação do guia alimentar, estando dispostos a reproduzir suas orientações em casa e no ambiente escolar. Apesar da logística das atividades ter sido planejada, a ausência do conhecimento quanto ao material elaborado pelo Ministério da Saúde, colaborou para o surgimento de dúvidas entre os participantes, dentro dos mais variados nichos de questionamento, atrasando no tempo estimado para sua realização. Contudo, foi possível perceber que esse contratempo não prejudicou a intervenção e colaborou para o entendimento geral das práticas seguintes. Na atividade prática, nota-se relevante desenvolvimento criativo dos indivíduos quanto as escolhas para compor uma refeição nutricionalmente adequada e saudável, inferindo direto nas atividades cotidianas de promoção da saúde mediante ação, contribuindo na construção de uma percepção crítica dos aspectos alimentares. O plano de ação apresentado neste estudo, utilizando da atual edição do Guia Alimentar Brasileiro, como uma estratégia de promoção da alimentação adequada e saudável para adolescentes, proporcionou a ampliação do sentimento de motivação dos participantes a desenvolverem habilidades e comportamentos que contribuem para o bom estado geral de saúde. Considera-se ainda que o ambiente escolar, aparece como local privilegiado para a implementação de intervenções na área da EAN, pois possui uma função social na formação de ideias, sendo oportuno destacar que é nele que as práticas pedagógicas necessárias para o adequado processo de ensino-aprendizagem ocorram. O campo da EAN perpassa o campo individual, criando uma reflexão que indica a necessidade do desenvolvimento de intervenções baseadas em metodologias inovadoras de educação em saúde. 

11934 CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DO MANUAL FORMATIVO PARA APLICAÇÃO DA CADERNETA DE SAÚDE DO ADOLESCENTE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA E NA UNIDADE ESCOLAR
Cláudia Patrícia da Silva Ribeiro Menezes, Débora Pena Batista e Silva, Ilvana Lima Verde Gomes, Débora Silveira Silveira de Lima

CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DO MANUAL FORMATIVO PARA APLICAÇÃO DA CADERNETA DE SAÚDE DO ADOLESCENTE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA E NA UNIDADE ESCOLAR

Autores: Cláudia Patrícia da Silva Ribeiro Menezes, Débora Pena Batista e Silva, Ilvana Lima Verde Gomes, Débora Silveira Silveira de Lima

Apresentação: O período da adolescência é compreendido pela faixa etária entre 10 e 19 anos, e juventude entre 15 e 25 anos. É importante destacarmos que a população brasileira corresponde a 190.732.694 habitantes, cerca de 30% dessa população representa adolescentes e jovens. O Estado do Ceará possui uma população de 8.452.381 habitantes onde 20% são de adolescentes. Nesse sentido, o cuidado com a saúde do adolescente deve ocorrer de forma holística, intersetorial e participativa. Logo, faz - se necessárias políticas de saúde e programas direcionados à qualidade de vida do adolescente e a prevenção de doenças e agravos nesse período. Esta pesquisa é relevante em virtude da escassez dos recursos didático-pedagógicos brasileiros para promover a saúde do público-alvo, o adolescente. A caderneta do adolescente é para ser utilizada como um recurso didático – pedagógico. Entretanto, não existem estudos que abordem estratégias pedagógicas para a utilização da caderneta de saúde do adolescente. Objetivou-se construir um manual formativo com instruções pedagógicas para aplicação da Caderneta de Saúde do Adolescente pelos profissionais da saúde e da educação. Desenvolvimento: Foi desenvolvido um estudo de validação de uma tecnologia de ensino em que se utilizou como metodologia de pesquisa: o estudo metodológico. O processo de construção e validação do manual formativo foi realizado em cinco momentos: Fase 1: Diagnóstico Situacional; Fase 2: Revisão de literatura; Fase 3: Elaboração das ilustrações, layout, design e textos; Fase 4: Validação do conteúdo por juízes; Fase 5: Teste Piloto.  Resultado: Neste sentido a pesquisa teve como sujeitos: seis professores e seis enfermeiros que responderam a um questionário semiestruturado assim fomentando o processo de elaboração da tecnologia e 11 juízes que validaram a tecnologia educativa. Quanto à análise das falas dos professores e enfermeiros utilizou-se os critérios de Minayo. Para a validação dos juízes utilizou-se a escala de Likert. O teste piloto foi realizado em uma escola municipal, com adolescentes de 13 e 14 anos, matriculados no oitavo ano. Neste contexto, os itens de clareza da linguagem, pertinência prática e relevância teórica atingiram os critérios do estudo metodológico. O Índice de Validade do Conteúdo (IVC) apresentou uma variação de 0,8 a 1,0 tendo como IVC global 0,91 revelando-se satisfatório, tornando o manual validado. Acredita-se que o manual formativo contribuirá para o crescimento profissional do enfermeiro e educadores viabilizando assim a assistência a saúde do adolescente. Considerações finais: As orientações didático-pedagógicas para a aplicação da caderneta de saúde correspondem a um conjunto de estratégias destinadas à promoção da qualidade de saúde do adolescente. Com isso, pôde-se perceber a  importância da Caderneta de Saúde do Adolescente ser inserida na rotina de trabalho dos profissionais bem como a melhoria da qualidade de vida do adolescente.

9842 FONOAUDIOLOGIA NA ESCOLA: CRIANDO ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM E PROMOÇÃO DA SAÚDE
Bianca Maia Curty, Taiany Gonçalves Soares

FONOAUDIOLOGIA NA ESCOLA: CRIANDO ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM E PROMOÇÃO DA SAÚDE

Autores: Bianca Maia Curty, Taiany Gonçalves Soares

Apresentação: A atuação fonoaudiológica na escola ainda é pouco difundida, contudo, a presença desse profissional no meio educacional potencializa o desenvolvimento social, cultural, educacional e cognitivo dos alunos. Essa atuação ocorre com intuito de desenvolver ações de promoção da saúde, realizar diagnóstico situacional do ambiente escolar e orientar alunos, pais e professores a fim de proporcionar-lhes qualidade de vida. Este relato tem o objetivo de tecer a experiência de duas graduandas do Curso de Fonoaudiologia de uma universidade pública durante o estágio em Fonoaudiologia Educacional. Desenvolvimento: descrição da experiência ou método do estudo Durante o curso de Fonoaudiologia, os discentes vivenciam o espaço escolar durante todo o oitavo semestre da graduação. No estágio, eles são apresentados a ferramentas de diagnóstico situacional e educação em saúde para uma atuação voltada à avaliação e criação de estratégias que possibilitem o incentivo à autonomia, empoderamento e desenvolvimento dos escolares, pais e professores. Resultado: Os efeitos percebidos decorrentes da experiência Foram desenvolvidas atividades de estimulação da linguagem oral com a educação infantil e da linguagem escrita com o ensino fundamental I, sendo utilizadas estratégias lúdicas para promover o desenvolvimento da comunicação e com isso triar as principais dificuldades do alunos, de forma a promover estratégias de estimulação em grupo, evitando a necessidade de busca assistencial no âmbito ambulatorial no futuro; Oficinas de promoção da saúde vocal para os professores com atividades práticas e problematizadoras sobre o uso da voz e os cuidados necessários para prevenir alterações no futuro; Orientação aos pais sobre o desenvolvimento infantil e a importância do brincar para a estimulação das habilidades linguísticas e da comunicação; e um mapeamento da estrutura e dos recursos da escola que poderiam ter impacto na aprendizagem dos alunos. Considerações finais: A partir deste estágio, as graduandas puderam vivenciar a educação em saúde em um espaço diferenciado, demandando criatividade, autonomia e a quebra de paradigma ao pensar cuidado em saúde em um ambiente educacional. Foi necessário articular ações de promoção da saúde embasadas em uma pedagogia problematizadora, visando a autonomia dos sujeitos rumo a uma maior qualidade de vida e potencialização das habilidades linguísticas, justificando a presença do fonoaudiólogo no contexto escolar e nas equipes do Programa Saúde na Escola (PSE).

11194 O BRINCAR COMO INSTRUMENTO PARA TRABALHAR A PROMOÇÃO DA SAÚDE E A PREVENÇÃO DE AGRAVOS COM AS CRIANÇAS E PARA FORTALECER SEU VÍNCULO COM A UNIDADE DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Josiely Cardoso dos Santos, Vanessa Khrisllen Pinheiro Ferreira, Károl Veiga Cabral

O BRINCAR COMO INSTRUMENTO PARA TRABALHAR A PROMOÇÃO DA SAÚDE E A PREVENÇÃO DE AGRAVOS COM AS CRIANÇAS E PARA FORTALECER SEU VÍNCULO COM A UNIDADE DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Josiely Cardoso dos Santos, Vanessa Khrisllen Pinheiro Ferreira, Károl Veiga Cabral

Apresentação: O presente trabalho consiste em um relato de experiência desenvolvida durante o estágio realizado através do Programa de Capacitação em Atenção à Saúde da Criança – Estágio Multicampi Saúde. O estágio ocorreu durante o mês de janeiro de 2020 em uma unidade básica de saúde localizada no município de Abaetetuba – Pará, e teve a participação de estudantes de diversos cursos da área de saúde da Universidade Federal do Pará, que viveram um período de imersão, estando disponíveis para todas as atividades propostas. Como havia a presença de alunos de variadas áreas pôde-se formar grupos multiprofissionais. No caso dessa experiência estavam envolvidos acadêmicos de enfermagem, medicina, nutrição, psicologia e serviço social, além de contar com a atuação de uma enfermeira da unidade. Levando em conta o objetivo principal do Projeto Multicampi, que está especialmente voltado para a saúde infantil, as práticas de estágio dedicaram especial atenção para as crianças e buscou-se pensar em estratégias capazes de auxiliar na promoção da saúde das mesmas e de fortalecer seus vínculos com a unidade. Para tanto, a equipe decidiu recorrer ao método lúdico, pois considerou-se que seria uma boa forma de se aproximar das crianças da comunidade, além do fato de jogos e brincadeiras serem ferramentas que atraem o interesse infantil e que contribuem para a educação e o desenvolvimento. Desenvolvimento: Para pôr em prática a proposta de abordar a saúde com as crianças através do brincar, o grupo resolveu criar um espaço na unidade voltado para tal objetivo, o mesmo foi chamado de “Espaço Kids”. O local escolhido para concretizar a ideia foi o auditório, o qual, embora não tenha perdido sua antiga função, passou por algumas adaptações, ganhando cartazes, placas, murais, jogos, enfeites etc. Desse modo, o trabalho da equipe envolveu também a decoração do espaço, a pintura de caixotes de madeira, que foram transformados em bancos, a criação de cartazes educativos e de jogos da memória e de tabuleiro. Estes instrumentos foram construídos com o objetivo de trabalhar questões como higiene, alimentação, bem-estar e boa convivência. Quando o “Espaço Kids” foi utilizado pela primeira vez participaram das atividades as crianças que estavam sendo acompanhadas pelos estagiários, que são chamadas de crianças guias. A família das mesmas apresentava dificuldade de vinculação com a unidade, assim, o espaço funcionou com uma estratégia para buscar aproximá-las do local. Também convidou-se crianças de casas vizinhas e aquelas que estavam na sala de espera e que se interessaram em participar, configurando-se, desse modo, um público com crianças de diversas idades. Durante a ação foi lhes apresentado vídeos infantis que tratavam sobre alimentação saudável, tema que também foi reforçado posteriormente pelo grupo. Os participantes mostraram-se curiosos e acessíveis, envolveram-se nas atividades propostas, pintaram, jogaram e interagiram entre si e com a equipe. Na vez seguinte em que o espaço foi aberto este já contava com novos jogos e brinquedos educativos, conseguidos através de doações. Nesse segundo momento havia algumas crianças que estiveram presentes na primeira vez e também algumas novas que vieram tanto da sala de espera quanto das proximidades da unidade. Novamente utilizou-se o lúdico para trabalhar de maneira dinâmica e interativa questões importantes para a saúde como a lavagem das mãos, escovação dos dentes e a importância de andar calçado, tratando-se cuidadosamente a respeito das possíveis consequências à saúde caso esses comportamentos não sejam adotados. Com essas ações no “Espaço Kids” foi possível ainda conversar com algumas crianças, ouvi-las e conhecer um pouco de suas realidades. Alguns estagiários também aproveitaram a oportunidade para levar aquelas que estavam recebendo seus acompanhamentos para fazer a medição do peso e da altura. É pertinente salientar o fato de que algumas mães também estavam presentes no espaço, o que proporcionou uma aproximação da equipe com as mesmas, sendo possível saber um pouco mais sobre suas histórias de vida e fazer orientações sobre o cuidado com os filhos, autocuidado e sobre a importância do zelo tanto pela saúde física quanto pela mental. Vale destacar que o grupo buscou sempre respeitar o tempo e as escolhas de cada criança, sem forçá-las a entrar em jogos nos quais não se sentiam à vontade, visto que o propósito era contribuir com o cuidar de sua saúde e despertar seu interesse para tal cuidado sem a necessidade de uma abordagem impositiva. Resultado: A utilização de jogos e brincadeiras para trabalhar temáticas da saúde com crianças mostrou-se muito eficiente, pois possibilitou que se abordasse questões importantes de forma leve, divertida e construtiva, o que fez com que elas de fato se envolvessem com os temas, permitindo que vários assuntos fossem tratados. Além disso, ressalta-se que a própria participação das crianças nas brincadeiras, a interação umas com as outras e o envolvimento com jogos educativos favorecem aspectos relacionados ao desenvolvimento, à boa convivência e ao bem-estar. Embora o espaço tenha sido utilizado poucas vezes pela equipe em decorrência do tempo do estágio, os profissionais que atuam na unidade certamente poderão se beneficiar dele, chamar a comunidade infantil e desenvolver atividades que contribuam para a promoção da saúde e para a prevenção de doenças. Percebeu-se ainda que com as atividades realizadas as próprias mães das crianças guias mostraram-se bem mais abertas e dispostas a procurar os serviços da unidade, o que não ocorria anteriormente. Assim, o uso do brincar como método durante as práticas de estágio foi uma estratégia que favoreceu o envolvimento das crianças em questões importantes para a saúde, que dificilmente despertam o interesse das mesmas quando outros instrumentos são utilizados. É importante dizer que a unidade em que o “Espaço Kids” foi criado, localiza-se em um bairro que tem muitas crianças de famílias em situação de múltiplas vulnerabilidades e que, por conseguinte, tornam-se mais vulneráveis a determinados agravos à saúde. Nesse contexto, além de garantir um espaço específico voltado para as crianças, o uso do “Espaço Kids” pelos profissionais da unidade pode mostrar-se um importante aliado ao realizar atividades dedicadas à prevenção de doenças e à educação em saúde. Ademais, o interesse das crianças despertado pelo lúdico aliado à percepção que o “Espaço Kids” foi construído especialmente para elas ajudam a fortalecer seu vínculo com a unidade, o que facilita o trabalho de assistência à saúde dessa população. Considerações finais: Apesar de a continuação do uso do espaço pelos profissionais para os objetivos aqui descritos mostrar-se um desafio devido à agenda da Atenção Básica, espera-se a permanência dessas atividades, pois elas têm a capacidade de trabalhar a saúde e de aproximar a comunidade. Sabe-se que o brincar não proporciona apenas diversão, mas também promove a aprendizagem, portanto é válido utilizá-lo para levar crianças a aprenderem a cuidar da saúde sem que precisem sair do universo infantil. É essencial frisar que a inserção do método lúdico faz com que a unidade torne-se um espaço interessante para as crianças, sendo que deixa de ser apenas um lugar para ir quando se fica doente e passa a ser também um local em que se aprende e se faz saúde brincando, contemplando ações de prevenção e promoção em saúde.

12298 CANTINHO DA LEITURA COMO ACOLHIMENTO DE CRIANÇAS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Amanda Gabrielly Miguel Rocha, Danilo Silva Ramos, Fernanda Eduarda da Silva Oliveira, Iasmin Lins Emim, Marcelo Pio da Silva Tavares, Wellington Monteiros Ferreira

CANTINHO DA LEITURA COMO ACOLHIMENTO DE CRIANÇAS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Amanda Gabrielly Miguel Rocha, Danilo Silva Ramos, Fernanda Eduarda da Silva Oliveira, Iasmin Lins Emim, Marcelo Pio da Silva Tavares, Wellington Monteiros Ferreira

Apresentação: Atividades lúdicas têm ocupado espaço de grande importância e relevância nas áreas da saúde, pois, sentimentos como impotência, tristeza e frustração fazem parte da vida de pessoas que sofrem de alguma enfermidade ou vivem em situação de vulnerabilidade. Expressá-las por meio de brincadeiras ou jogos, ouvindo música, assistindo a uma peça de teatro ou dançando, não só proporciona a diminuição do estresse como ensina a fazer uso do humor para fortalecimento da resistência/imunidade, assim como favorece o desenvolvimento dos vínculos afetivos e sociais, trazendo condições para que se possa viver em grupo. Sendo assim, objetivo deste relato é  descrever a integração do lúdico ao serviços de saúde disponibilizados na atenção básica já que a mesma é porta de entrada para a Rede de Atenção dos serviços de saúde. A experiência ocorreu no primeiro semestre de 2020 com a participação dos discentes da Universidade Federal do Pará dos cursos da áreas da psicologia, enfermagem, nutrição e serviço social inseridos em uma Unidade de Saúde da Família de um bairro periférico do município de Abaetetuba, elaboraram o Projeto Cantinho da Leitura, o qual visa estimular o processo de desenvolvimento cognitivo da criança e contribui para a construção da personalidade da mesma por meio da leitura. A partir da elaboração dessa iniciativa, espera-se que as crianças tenham mais contato com a literatura infantil, estimulando hábitos de leitura, a criatividade para resolução de problemas pessoais, além de aumentar a interação entre as crianças da comunidade, uma vez que o contato da criança com a leitura além de se estruturar como uma ferramenta terapêutica, será uma possibilidade de estimular o seu auto conceito, assim como noções éticas e morais. Por conseguinte, é fundamental articulação da saúde com as demandas da comunidade. Nessa conjuntura, a integração do lúdico aos serviços de saúde são de suma importância para o desenvolvimento da criança dentro das suas necessidades biopsicossociais.

7693 PROGRAMA DENTE NA BOCA: CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A HIGIENE BUCAL DOS ESCOLARES
Fabricius Luis Corrêa, Fabíola dos Santos Giani

PROGRAMA DENTE NA BOCA: CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A HIGIENE BUCAL DOS ESCOLARES

Autores: Fabricius Luis Corrêa, Fabíola dos Santos Giani

Apresentação: O PET-Saúde GraduaSUS juntamente com o programa Dente na Boca na cidade de Caxias do Sul (RS) possui como objetivo conscientizar e reduzir os números de cárie e doenças bucais nos escolares do município. Os participantes do PET-Saúde GraduaSUS juntamente com dentistas e auxiliares bucais da Secretária Municipal da Saúde de Caxias do Sul (RS) realizaram visitas nas escolas municipais urbanas e rurais, estaduais e de educação infantil na qual aconteceram apresentações teatrais de maneira lúdica com o intuito de conscientizar os espectadores sobre a importância da higiene oral. A apresentação teatral contou com a atuação e participação de alunos da graduação da área da saúde da Universidade de Caxias do Sul e participantes do PET-Saúde GraduaSUS, onde os mesmos fantasiaram-se e encenaram uma peça teatral na qual buscou-se esclarecer dúvidas sobre questões relacionadas à higiene oral, assim como reforçar a importância dos cuidados com a saúde bucal. Após a apresentação teatral, com auxílio dos dentistas e auxiliares bucais, os alunos participantes do PET acompanhavam a aplicação de flúor e possíveis sangramentos gengivais dos escolares, prática essa que ocorreu periodicamente em intervalos de aproximadamente três meses, durante três vezes ao ano. A periodicidade das visitas permitiu observar e acompanhar a diminuição do número de cárie dos estudantes no municípios e a melhora da higiene oral, visto que as orientações através das apresentações teatrais contribuíram de maneira lúdica para uma melhor compreensão acerca da importância em se manter bons hábitos de higiene oral. A participação no programa Dente na Boca possibilitou acompanhar o desenvolvimento de ações juntamente com profissionais da Secretária Municipal da Saúde de Caxias do Sul (RS) na qual observou-se a relevância de atividades que visaram esclarecer dúvidas, assim como o incentivo e importância em manter-se bons hábitos de higiene oral, permitindo que o programa tenha contribuído em manter os índices de cárie nos escolares do município abaixo da média nacional.

9308 AÇÃO EM SAÚDE NO AMBIENTE ESCOLAR PARA ALUNOS E PAIS DE UMA ESCOLA PÚBLICA LOCALIZADA NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM DO PARÁ: O QUE É O HPV?
Joyce Souza Lima, Thayná Gabriele Pinto Oliveira, Kátia Silene Oliveira e Silva, Sônia Mara de Oliveira, Alessandra Maria de Melo Cardoso, Caroline Drielle dos Santos Oliveira, Hallessa de Fátima da Silva Pimentel, Adriana Modesto Caxias

AÇÃO EM SAÚDE NO AMBIENTE ESCOLAR PARA ALUNOS E PAIS DE UMA ESCOLA PÚBLICA LOCALIZADA NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM DO PARÁ: O QUE É O HPV?

Autores: Joyce Souza Lima, Thayná Gabriele Pinto Oliveira, Kátia Silene Oliveira e Silva, Sônia Mara de Oliveira, Alessandra Maria de Melo Cardoso, Caroline Drielle dos Santos Oliveira, Hallessa de Fátima da Silva Pimentel, Adriana Modesto Caxias

Apresentação: O processo de transição da adolescência é munido de inúmeras transformações a longo e/ou curto prazo, o que torna significativo o sentimento de insegurança diante da autoimagem, sexualidade, padrões da sociedade, entre outros. Fatores extrínsecos proporcionam fortemente eventuais riscos à saúde dos adolescentes, como o consumo de drogas e/ou álcool, relações sexuais precoces, normalmente sem o uso adequado de proteção, com múltiplos parceiros, consequentemente gerando potenciais chances de contaminação com agentes etiológicos causadores de infecções sexualmente transmissíveis, por exemplo, o Papilomavírus Humano (HPV). O contato com o HPV é por via sexual; e quando instalado no organismo é capaz provocar diversas alterações como “condilomas” e outras de lesões no colo do útero. Objetivo: Relatar a experiência das estagiárias de enfermagem como coordenadoras de uma ação educativa realizada com alunos de ambos os sexos sobre a prevenção da infecção pelo Papilomavírus Humano. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência a respeito de uma ação educativa promovida pelas estagiárias de enfermagem da Universidade da Amazônia – UNAMA, para alunos de ambos os sexos matriculados na escola em questão, com a faixa etária entre 9 -14 anos. A ação foi realizada no dia 20 de março de 2019. A equipe foi composta por duas enfermeiras, 8 estagiários de enfermagem, e dois agentes comunitários de saúde. Devido ao cronograma teórico e prático da ação, a mesma foi fragmentada para ocorrer em períodos distintos. O primeiro momento ocorreu, na biblioteca da escola, onde foi desenvolvida uma palestra interativa com os alunos abordando noções básicas do HPV e suas respectivas complicações; e em seguida, uma roda de conversa apenas com os pais dos alunos, com a finalidade de trocar conhecimento e quebrar mitos/tabus. Após a finalização da roda de conversa foi distribuída uma autorização emitida pela direção da escola para os pais, solicitando a permissão para a imunização com a vacina quadrivalente dos respectivos filhos no dia 22 de março. No dia previsto para a imunização, as estagiárias de enfermagem realizaram a aplicação do imunobiológico, atendendo às normas do Programa Nacional de Imunização (PNI), e foram supervisionadas pelas enfermeiras; enquanto que os agentes comunitários de saúde (ACS) preenchiam os dados da ficha de vacinados e emitiam os cartões de comprovação. Resultado: Relacionado à cobertura vacinal naquela área; de 100 alunos, foi possível vacinar 60, visto que os demais não possuíam o consentimento dos pais. Considerações finais: Em virtude dos fatos mencionados, infere-se que a troca de conhecimento entre o público alvo, apresentou um feedback positivo, já que houve participação ativa durante os respectivos momentos da ação; através de dúvidas sanadas e a imunização de mais de 50% dos adolescentes.

9482 PROMOÇÃO DO CUIDADO CORPORAL EM ESCOLARES ATRAVÉS DE PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Lara Lelis Dias, Daniel Reis Correia, Laís Sousa Silva, Débora Mol Mendes, Renata Oliveira Caetano, Thais Bitencourt Faria, Sada Saliba Castro, Pedro Paulo do Padro Junior

PROMOÇÃO DO CUIDADO CORPORAL EM ESCOLARES ATRAVÉS DE PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Lara Lelis Dias, Daniel Reis Correia, Laís Sousa Silva, Débora Mol Mendes, Renata Oliveira Caetano, Thais Bitencourt Faria, Sada Saliba Castro, Pedro Paulo do Padro Junior

Apresentação: As crianças possuem todos os direitos defendidos pela constituição, logo, é dever da família, sociedade e governo, assegurá-los, a respeito de seus direitos sociais, como: educação, saúde e alimentação. Considerando o acesso da criança à saúde, é fundamental o exercício de práticas que promovam um crescimento saudável e a educação em saúde contribui para uma qualidade de vida. O curso de enfermagem da Universidade Federal de Viçosa, através da disciplina Enfermagem, Saúde e Sociedade, realiza a inserção dos estudantes na comunidade, afim de realizar, dentre outras atividades, práticas de educação em saúde com grupos populacionais, de acordo com os ciclos de vida. Desenvolvimento: O presente trabalho refere-se à experiência da atividade realizada com crianças, em uma escola municipal da zona da mata mineira. A atividade, compreendeu: conhecer o território (a escola), a realidade social dos seus estudantes e realização de uma prática de educação em saúde. O tema “Cuidados corporais”, foi definido em acordo com a direção da escola. A partir do tema, o grupo, desenvolveu atividades a serem aplicadas em todas as séries da escola. Nesse trabalho será relatado as atividades desenvolvidas com as crianças do 1° e 2° anos do ensino fundamental. Os temas trabalhados foram: lavagem das mãos, banho, prevenção de piolhos, cuidados com os dentes. A dinâmica da atividade compreendeu momentos, assim descritos: o primeiro, consistiu em uma roda de conversa entre o grupo e as crianças, para avaliar os conhecimentos prévios sobre o assunto. No segundo momento, foram entregues caixas, com frases e imagens coloridas sobre a temática, com o objetivo de reforçar os conhecimentos prévios, corrigir os conceitos errados e agregar novos saberes como: prevenção de doenças, como identificar e tratar os problemas. As crianças sorteavam um papel, e com a instrução de um dos membros do grupo, os temas eram discutidos. A partir das questões e imagens sorteadas foi construído um mural, que posteriormente foi fixado no pátio da escola servindo de orientação para os demais estudantes. O último momento consistiu em uma nova roda de conversa para avaliação da proposta de trabalho e dos conhecimentos adquiridos. Resultado: A maioria das crianças, já possuía noções básicas de higiene, porém, a atividade foi importante para o esclarecimento da importância das ações de cuidado corporal, em especial na promoção da saúde e prevenção de doenças. Ao término da atividade as crianças apresentavam respostas mais completas sobre o tema. Durante a atividade, as crianças mostraram-se interessadas em participar das ações propostas, e acredita-se que a metodologia utilizada proporcionou às crianças a possibilidade de aplicar na prática os ensinamentos aprendidos. Considerações finais: O ensino criativo e divertido foi o diferencial nos resultados alcançados, e o aprendizado para as crianças, pode transformá-las em agentes de propagação de conhecimento, para além da escola. A experiência vivenciada proporcionou ao grupo a percepção da importância da interação universidade e comunidade e a oportunidade de realizar práticas de educação em saúde promoveu a satisfação, de poder intervir no território e perceber mudanças na comunidade.  

6467 INTERFACES NA FORMAÇÃO DO FONOAUDIÓLOGO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
Bianca Maia Curty, Marlos Passos Dias, Pablo Batista Couto, Gilson Saippa de Oliveira, Beatriz Paiva Bueno de Almeida

INTERFACES NA FORMAÇÃO DO FONOAUDIÓLOGO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Autores: Bianca Maia Curty, Marlos Passos Dias, Pablo Batista Couto, Gilson Saippa de Oliveira, Beatriz Paiva Bueno de Almeida

Apresentação: As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos cursos da área da saúde definem que a formação deste profissional deve ser voltada para atuação no Sistema Único de Saúde (SUS). Em uma universidade pública, esta vivência se dá de forma diferenciada no curso de graduação em Fonoaudiologia, onde os discentes vivenciam ao longo de um ano, o cotidiano dos Serviços de Saúde: Unidade Básica de Saúde (UBS), Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS II) ou Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi). Este relato de experiência tem o objetivo de apresentar e defender a importância da inserção do futuro fonoaudiólogo nos diferentes cenários do SUS. Este resumo conta com as discussões e reflexões de egressos que ocuparam os espaços da UBS e CAPS II. Desenvolvimento: As atividades de estágio desenvolvidas na UBS e CAPS II foram conduzidas por grupos de estagiários de Fonoaudiologia, com supervisão de um professor e suporte da equipe multiprofissional dos serviços durante um ano. Para a elaboração de um processo de trabalho que desse conta das necessidades do serviço e dos usuários, eram discutidos aspectos teóricos na supervisão visando a construção de práticas positivas para a comunidade. Nesses espaços, foram desenvolvidas atividades de planejamento de ações coletivas de promoção da saúde, identificação das necessidades dos usuários, realização de trabalho em equipe, escuta ampliada, discussão de casos, grupos e oficinas terapêuticas. Resultado: A integração ensino-serviço promovida nos espaços da UBS e CAPS II possibilitou a construção de conhecimentos para os discentes a partir da prática com os profissionais da rede de saúde. Nesse movimento, os estudantes tiveram a oportunidade de ampliar sua compreensão da organização do SUS e fortalecer o ensino das disciplinas teóricas e supervisões de estágio, suscitando ainda a importância da saúde coletiva. A visão de um trabalho multidisciplinar trouxe para o futuro fonoaudiólogo a sua importância na busca de um cuidado integral com práticas e ações mais eficazes e adequadas às necessidades do usuário. Nesse cenário, a criatividade, autonomia e o engajamento dos estagiários foram incentivados pela criação de ações e estratégias terapêuticas para auxiliar os profissionais dos serviços e, ainda, promover o cuidado aos usuários. Considerações finais: As discussões, reflexões e ações realizadas durante o período de estágio na UBS e CAPS II reforçaram os aspectos teóricos trabalhados em sala de aula, além de proporcionar um panorama ao discente sobre o trabalho no SUS. A aproximação com a rede de saúde fomentou o compromisso dos estagiários frente ao seu dever com uma saúde pública de qualidade e com o cuidado integral em saúde, numa perspectiva de formação profissional voltada para a rede pública de saúde. Há necessidade de fortalecer essa linha de estágio durante a graduação, ampliando as possibilidades de atuação na rede, para que os futuros fonoaudiólogos se engajem, cada vez mais, na luta e nos desafios dos princípios ético políticos do SUS.