341: Contribuíções de Práticas com a Saúde da Criança e do Adolescente desde a Formação até Educação Continuada
Debatedor: Isabel Cristina de Moura Leite
Data: 31/10/2020    Local: Sala 09 - Rodas de Conversa    Horário: 08:00 - 10:00
ID Título do Trabalho/Autores
6475 SEM TABUS: CONVERSANDO INTERSETORIALMENTE COM ADOLESCENTES SOBRE SEXUALIDADE
Rhanna da Silva Henrique, Sofia Camargo Collet, Bárbara Cristina Boscher Seixas Pinto, Adriele Campos Moreira, Sophia Rosa Benedito, Viviane Liria Costa de Souza, Marina Ribeiro dos Santos

SEM TABUS: CONVERSANDO INTERSETORIALMENTE COM ADOLESCENTES SOBRE SEXUALIDADE

Autores: Rhanna da Silva Henrique, Sofia Camargo Collet, Bárbara Cristina Boscher Seixas Pinto, Adriele Campos Moreira, Sophia Rosa Benedito, Viviane Liria Costa de Souza, Marina Ribeiro dos Santos

Apresentação: O presente relato de experiência deriva da inserção das autoras enquanto residentes multiprofissionais em Saúde da Família, em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), localizada na comunidade do Jacarezinho, Zona Norte do Rio de Janeiro. O grupo é composto por sete profissionais de diferentes categorias: educação física, enfermagem, farmácia, nutrição, odontologia, psicologia e serviço social. A entrada em campo se dá apoiada na realização de um Diagnóstico Situacional Participativo, cujo objetivo é auxiliar na territorialização e, consequente planejamento do processo de trabalho a partir da realidade local. Durante a realização do trabalho, optou-se por conhecer o território a partir do olhar de diferentes gerações. Diante da incipiente presença de adolescentes na UBS, buscou-se a parceria intersetorial com o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Dessa parceria, foram realizadas três atividades de educação em saúde no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), cujo público alvo é de adolescentes de 15 a 17 anos. O atual trabalho visa o compartilhamento de uma experiência específica, derivada da discussão do próprio grupo, que optou por falar sobre infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Apesar de o planejamento ter sido feito em conjunto com todas as residentes, a condução e manejo do grupo foram feitos pela assistente social, dentista, educadora física e psicóloga residentes. A partir da escolha dos adolescentes pelo tema, as residentes viram a necessidade de abordar o assunto sob óticas mais ampliadas, não reduzindo o exercício da sexualidade às ISTs, como é muito comum na abordagem em saúde. Dessa maneira, foram levadas metodologias ativas que abordassem o prazer, consentimento, autoestima, sentimentos, conhecimento sobre o próprio corpo etc. A atividade realizou-se na dependência de uma escola estadual do bairro. No dia, o grupo foi composto por 5 adolescentes (3 meninos e 2 meninas), 4 residentes e 1 facilitador do CRAS. O encontro foi dividido em cinco momentos: um jogo inicial com objetivo de promover maior entrosamento entre os presentes, estimulando atenção e concentração para tratar um assunto que, de forma geral, envolve muitos tabus; uma roda de conversa, com a dinâmica “Mitos e verdades” como facilitadora para fomentar o debate; a discussão sobre as ISTs, a partir da “dinâmica dos símbolos”; a montagem de dois quebra cabeças simples, um do sistema reprodutor feminino e outro do masculino; e, por fim, a discussão das questões trazidas pelos próprios adolescentes através de uma caixa de perguntas. Após o jogo inicial, nos sentamos em roda. Foi combinado inicialmente como o tempo seria dividido. As mediadoras destacaram que não existiam respostas prontas, certo ou errado. Pactuou-se, então, o compromisso coletivo de todos em pesquisar e conversar posteriormente sobre o que não fosse esgotado no dia. A dinâmica “Mitos e verdades” consiste em debater sobre frases relacionadas ao tema, classificando-as como mito ou verdade. Isso permite que o grupo converse sobre as sentenças, trazendo suas dúvidas, vivências e olhares sobre determinado assunto. Nesse momento foi disponibilizada uma caixa de perguntas, para que ao longo da atividade os que não quisessem se pronunciar anotassem suas dúvidas de forma anônima, a serem debatidas no final. Alguns exemplos de frases incluídas no “mitos e verdades” foram: Quando as mulheres dizem “não”, elas podem estar querendo dizer “sim”; os homens não têm ou não devem expressar certos sentimentos; o tamanho do pênis é fundamental para o prazer sexual; só é possível ter prazer durante a penetração; a melhor forma de higienizar a vagina é usando sabonetes perfumados; anticoncepcional é o melhor método para prevenir a gravidez; as mulheres desde pequenas são mais reprimidas sexualmente; camisinhas são a melhor forma de prevenir as ISTs; e é comprovado cientificamente que o estímulo à próstata dá prazer. Durante a dinâmica, muitas frases causaram polêmicas, gerando ampla discussão. Em seguida, para tratar mais especificamente sobre as ISTs, foram distribuídos papéis em branco ou marcados com alguns símbolos: triângulo, quadrado, circulo ou x. Posteriormente, cada participante pegou um papel aleatoriamente e assinou seu próprio nome. Os papéis foram passados, com cada um recolhendo três assinaturas. Ao final, foi revelada a relação entre cada símbolo e uma condição específica: o triângulo, por exemplo, significava que alguém não havia se protegido na hora do sexo. Dentre estas estavam também presentes as representações para portadores do vírus HIV, de sífilis, de HPV e, ainda, aqueles que não era portadores de nenhum vírus, mas também não havia se protegido. O objetivo principal foi representar os conjuntos de relações sexuais que podem ser construídos ao longo da vida, relacionando-os com a transmissão de ISTs e enfatizando a importância do uso do preservativo em todos os casos, uma vez que é comum o desconhecimento do portador de alguma IST sobre seu quadro de saúde. Na sequência, foi falado sobre as formas de transmissão de diferentes ISTs, seus sintomas, tratamento e formas de prevenção, além do acesso aos serviços de saúde. Destacou-se a UBS como um local de cuidado, no qual os adolescentes podem acessar quando sentirem necessidade. Já a montagem do quebra-cabeças, contendo os sistemas reprodutores masculinos e femininos, não revelou algo surpreendente, uma vez que os adolescentes pouco conheciam o funcionamento do próprio corpo, com ênfase no corpo feminino. Revelou-se, assim, uma demanda por maior aprofundamento sobre o assunto. Ao final das atividades, a caixa de perguntas foi aberta, contendo questionamentos como: É normal a menstruação atrasar mesmo quando se é virgem?; É necessário sempre fazer a “chuca”?; Duas meninas podem pegar HIV?; Começar a fazer sexo muito cedo é ruim? Algumas dessas perguntas tinham sido conversadas ao longo do “Mitos e verdades”, de forma que os próprios adolescentes puderam respondê-las. A proposta do tema do encontro relatado foi trazida pelos adolescentes depois de dois encontros, o que, para nós, evidencia a necessidade de criar um ambiente de confiança, no qual eles se sintam confortáveis e seguro para trazer suas questões. Apesar da internet ter sido trazida como um espaço no qual adolescentes buscam tirar suas dúvidas, a atividade evidenciou o incipiente acesso a essas informações de qualidade, confiáveis. Isso coloca para trabalhadores e gestores da saúde o desafio de tentar reduzir a lacuna existente entre adolescentes e a Atenção Básica, ampliar o protagonismo juvenil através da inclusão dos próprios adolescentes no planejamento de atividades de prevenção e promoção da saúde. É preciso pensar em um processo de trabalho criativo e que se adeque às necessidades de adolescentes, respeitando a linguagem e realidade cultural de cada um. Além disso, quanto ao tema específico da sexualidade, fazer a discussão para além da heteronormatividade hegemônica, sem moralismo e incluindo questionamentos sobre papéis arraigados de gênero, preconceitos e o machismo permite que adolescentes reflitam coletivamente sobre assuntos que os afetam, mas que não são comumente abordados em seu cotidiano sem o caráter de tabu. Apesar de cada experiência ser única e subjetiva, ter acesso a informações amplia a autonomia e propicia escolhas mais orientadas. A parceria interinstitucional entre educação e saúde é potente para coletivizar as questões vivenciadas por esses adolescentes, em um espaço livre de julgamentos, abordando o tema da sexualidade a partir de uma perspectiva de direitos e como estratégia de aproximação entre adolescentes e Atenção Básica.    

6901 VULNERABILIDADE DE ADOLESCENTES ESCOLARES EM SITUAÇÃO DE POBREZA ÀS IST/HIV/AIDS
Richardson Lopes Bezerra, Maria Isabelly Fernandes da Costa, Isabelle Barros Sousa, Fabian Elery Teixeira da Rocha, Raelson Ribeiro Rodrigues

VULNERABILIDADE DE ADOLESCENTES ESCOLARES EM SITUAÇÃO DE POBREZA ÀS IST/HIV/AIDS

Autores: Richardson Lopes Bezerra, Maria Isabelly Fernandes da Costa, Isabelle Barros Sousa, Fabian Elery Teixeira da Rocha, Raelson Ribeiro Rodrigues

Apresentação: A adolescência é uma fase da vida marcada pelo início da atividade sexual, tornando os adolescentes vulneráveis às IST/HIV/AIDS. Nesse contexto, a pobreza representa uma vulnerabilidade que aumenta os riscos prejudiciais à saúde. Objetiva-se analisar a relação entre as vulnerabilidades às IST/HIV/AIDS de adolescentes e a situação de pobreza que vivenciam. Desenvolvimento: Estudo transversal, realizado com 287 adolescentes do 6º e 7º ano de uma escola pública na cidade de Fortaleza (CE). Os adolescentes responderam ao questionário “Preciso mesmo fazer o teste de HIV/AIDS?” do Ministério da Saúde composto por 11 questões. Os dados foram analisados por meio do SPSS, versão 20.0 e utilizados os testes de Mann-Whitney e Kruskal- Wallis para avaliar a associação entre os adolescentes e vulnerabilidade às IST/HIV/AIDS. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética sob o nº 1.615.672. Resultado: Os adolescentes mais vulneráveis são do sexo masculino, entre 11 e 12 anos, do 6º ano, sem religião, em relacionamentos esporádicos, residindo com seis ou mais pessoas. Dos 287 adolescentes, 38,3% não usou preservativo em pelo menos uma das relações; 16,4% consideram que não precisam utilizar com a pessoa que se ama e confia.  Quanto ao acesso aos serviços de saúde, 84% afirmam não conseguir consulta. Considerações finais: Os adolescentes mais vulneráveis às IST/HIV/AIDS são do sexo masculino, o que implica na necessidade de ações educativas eficazes que visem a promoção da saúde desse público realizadas pelo profissional enfermeiro.

7619 ESTUDO SOBRE A PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE INFANTIL NAS CRIANÇAS DE 5 A 9 ANOS EM RECIFE.
Luiza Milena Reis Silva Dos Santos, Mariana Leopoldino Da Silva, Camila Karine da Silva Serafim

ESTUDO SOBRE A PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE INFANTIL NAS CRIANÇAS DE 5 A 9 ANOS EM RECIFE.

Autores: Luiza Milena Reis Silva Dos Santos, Mariana Leopoldino Da Silva, Camila Karine da Silva Serafim

Apresentação: O sobrepeso e obesidade na infância gera grande preocupação, pois, além de ser fator de risco para uma série de agravos à saúde física, também pode acarretar prejuízos a longo prazo, como obesidade na vida adulta e complicações que acompanham esse quadro, a pesquisa tem como objetivo verificar as prevalências de sobrepeso e obesidade na cidade de Recife, Pernambuco, em crianças de cinco a nove anos, no triênio de 2015 à 2017. Desenvolvimento: Estudo observacional e descritivo de crianças de 5 a 9 anos de idade, de ambos os sexos, num total de 12.787 crianças. Foram utilizados relatórios públicos consolidados de Recife em forma de tabela sobre o Estado Nutricional publicados no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) oferecido pelo Ministério da Saúde a partir do DABSISTEMAS, sistema responsável por compartilhar dados da Atenção Básica do triênio 2015, 2016 e 2017. Resultado: As prevalências totais de sobrepeso e obesidade foram 43,14% em 2015, 45,88% em 2016 e 46.87% em 2017, respectivamente. A prevalência de sobrepeso foi de 17,7% em 2015, 17,36% em 2016 e 17,58% em 2017 para o sexo feminino enquanto o sexo masculino 16,23% em 2015, 15,21% em 2016 e 14,85% em 2017. De acordo com os dados, a obesidade grave é mais prevalente nas crianças do sexo masculino, enquanto o sexo feminino é afetado em número maior pelo sobrepeso. Em 2016, observou-se uma prevalência na obesidade grave no sexo feminino. Considerações finais: Dos resultados encontrados podemos afirmar que o sobrepeso e a obesidade é um problema de saúde pública em Recife. Portanto, leva-se em consideração o quão grande é a complexidade desta doença e, as consequências da mesma, a obesidade e o sobrepeso pode acarretar tanto distúrbios alimentares e doenças psicológicas como depressão e ansiedade, como também hipertensão, diabetes que trazem grande demanda aos serviços de saúde tanto as unidades básicas quanto os hospitais de média e alta complexidade. Sendo assim, o melhor caminho para o manejo na infância é a prevenção e promoção da saúde, mudança de hábitos alimentares das famílias recifenses e que nas escolas seja reforçado a alimentação saudável e o estímulo para prática de exercícios físicos.

7696 AÇÃO EDUCATIVA SOBRE HPV NO CENÁRIO RIBEIRINHO
Breno Augusto Silva Duarte, Haroldo Gonçalves de Jesus

AÇÃO EDUCATIVA SOBRE HPV NO CENÁRIO RIBEIRINHO

Autores: Breno Augusto Silva Duarte, Haroldo Gonçalves de Jesus

Apresentação: O cenário ribeirinho enfrenta dificuldades relacionadas à precariedade de ações das políticas públicas, incluindo a falta de acesso aos serviços públicos essenciais. No contexto do estado do Pará, a falta de equidade condiciona deficiências maiores na prestação de serviços, contribuindo para uma cobertura de saúde limitada, em torno de 20%, a mais baixa comparada às demais regiões do país. As deficiências são generalizadas, principalmente na malha hidrográfica do interior, afetando diretamente adolescentes e jovens, implicando muitas vezes na falta de acesso a informações, principalmente no que tange ao conhecimento sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). O HPV pertence à família dos Papovavírus sendo responsável por uma infecção de transmissão sexual, conhecida como condiloma acuminado, verruga genital ou crista de galo. Conhecendo as peculiaridades da doença, os profissionais que lidam com promoção à saúde, necessitam adotar uma postura inovadora, suscitando a participação, o diálogo aberto e com meios didáticos adequados para favorecer o processo de ensino-aprendizagem no trabalho pedagógico e científico destas questões com a população em geral e, particularmente, com adolescentes ribeirinhos. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de discentes de enfermagem na realização de uma ação educativa sobre HPV com adolescentes de uma comunidade ribeirinha. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência sobre a realização de um ciclo de ações educativas sobre IST/AIDS, realizadas por discentes de enfermagem a uma população constituída de 50 adolescentes provenientes de comunidade ribeirinha, que estão matriculados na escola localizada dentro do complexo universitário da Universidade Federal Rural da Amazônia, e recebe estes adolescentes advindos das ilhas do entorno de Belém. As ações educativas foram realizadas através de palestra abordando aspectos biológicos, formas de transmissão e prevenção do HPV, utilizando metodologia de ensino dialogado. Resultado: A experiência vivenciada possibilitou que os discentes aplicassem o processo educativo partindo do conhecimento preexistente de cada indivíduo, realizando a educação em saúde num processo que estimulou a indagação, o diálogo, e a reflexão. De forma geral, observou-se que atividades deste cunho viabilizam o discente a reconhecer a vulnerabilidade de grupos específicos, facilitando com que este futuro profissional possa salientar a importância de reforçar a educação sobre o tema para maior conscientização na abordagem as medidas de prevenção, transmissão, tratamento e controle estabelecendo estratégias de acesso a informação e tecnologias educativas. Compreendendo as implicações dos fatores biopsicossociais no cenário da saúde de comunidades ribeirinhas, buscou-se aplicar estratégias de enfrentamento internas e externas nos cuidados com a saúde, ampliando o olhar crítico e reflexivo dos discentes sobre a situação. Considerações finais: desenvolver ações de prevenção voltadas para os adolescentes deve ser tratada como uma prioridade para a prevenção e o controle de infecções por HPV, e a compreensão do contexto é fundamental no planejamento de intervenções educacionais para o alcance dessas práticas e, por isso, está intimamente relacionado à questão da vulnerabilidade, que não se restringe a comportamentos de riscos individuais, mas também aos fatores políticos e econômicos.

7771 EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM JOVENS DA COMUNIDADE
Sara Catarina Bastos Calixto, Maria Rocineide Ferreira da Silva, André Ribeiro de Castro Júnior, Ana Suelen Pedroza Cavalcante, Thaynnara Gomes Ferreira, Fernanda Clara da Silva Ribeiro, Nara Ingrid Lima Souto, Ana Alicia Braz Gomes

EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM JOVENS DA COMUNIDADE

Autores: Sara Catarina Bastos Calixto, Maria Rocineide Ferreira da Silva, André Ribeiro de Castro Júnior, Ana Suelen Pedroza Cavalcante, Thaynnara Gomes Ferreira, Fernanda Clara da Silva Ribeiro, Nara Ingrid Lima Souto, Ana Alicia Braz Gomes

Apresentação: Trata-se de um relato de experiência desenvolvido a partir de atividades, em um equipamento de proteção social e formação em Esportes, Cultura, Arte e Ciências, direcionadas às juventudes no município de Fortaleza. Os encontros do Projeto Comunidade Universitária em Ação aconteceram entre os meses de Março e Dezembro de 2019, nos quais foram abordadas várias dinâmicas de Educação na Saúde no decorrer do período, e como isto foi refletido acerca da influência nos modos de viver e produzir saúde das universitárias que facilitaram o projeto. A Educação em Saúde se estabelece como um dispositivo relevante para a promoção da qualidade de vida dos indivíduos, das famílias e da comunidade, através da articulação dos saberes técnicos, científicos e populares. As atividades de educação em saúde, utilizadas como ferramenta fundamental de prevenção de doenças e promoção da saúde, são consideradas um dos principais meios de comunicação entre os profissionais e a comunidade. Desse modo, desde a formação profissional, é essencial desenvolver a interação entre os estudantes e a comunidade, e saber compartilhar o conhecimento de uma forma clara e objetiva conhecendo os territórios e reconhecendo as potencialidades que os constituem. Com isso, o objetivo desse trabalho é relatar a experiência dos autores na participação de atividades de extensão desenvolvidas com os jovens pelo projeto Comunidade Universitária em Ação (Comuna). As atividades de extensão consistiram na realização de atividades realizadas semanalmente no período diurno, às sextas-feiras, com duração de uma hora por encontro. Os temas foram baseados de acordo com necessidades expressas em alguns momentos associadas ao calendário de pautas proposto pelo campo da saúde, ocorrendo de Março a Dezembro. Os encontros contavam com a presença das cinco extensionistas e os parceiros da rede CUCA saudável e as atividades foram desenvolvidas com o professor orientador, e o público semanal era em média 15 estudantes de 13 a 18 anos. Como proposta de atuação, foi adotado o uso de metodologias ativas evidenciando o referencial teórico da Pedagogia Freiriana. As atividades foram realizadas semanalmente, às sextas-feiras, com duração de uma hora. Iniciava-se apresentando aos alunos uma aula expositiva sobre o tema e depois realizava-se dinâmicas através de perguntas, atividades em grupo, jogos de mitos e verdades, para se avaliar a aprendizagem dos integrantes acerca dos conteúdos expostos nos encontros. As atividades consistiram em oficinas realizadas pelas extensionistas, com temas diversos, abordados ao longo do ano de 2019, ressaltando-se os seguintes: Saúde Mental, Práticas Integrativas, Meditação, Visualização Criativa e Biodança. Também foram realizadas atividades de Educação em Saúde sobre diversos temas como Infecções Sexualmente Transmissíveis, a importância de realizar o exame de mama, a importância de conscientizar os homens para realização do exame de próstata, o uso de métodos contraceptivos e sua importância para a saúde, as diferenças entre HIV/AIDS e os principais métodos de barreira, alimentação saudável e como esta pode interferir na vida no crescimento e desenvolvimento, diabetes e a questão de práticas saudáveis como praticar atividade física, ler, brincar entre outros. Também foram realizadas atividades de busca ativa com os jovens que frequentam os Centros para participar das atividades. Durante as ações, as extensionistas perceberam que conseguiram desenvolver vínculos com os jovens do projeto por meio das atividades que eram desenvolvidas, logo após os jovens realizavam um retorno acerca das atividades, tirando dúvidas e respondendo perguntas sobre os assuntos. Também, os jovens deram sugestões de temas que poderiam ser abordados e atividades que gostariam de participar utilizando as realidades sociais e experiências dos estudantes no processo ensino-aprendizagem, de modo que eles consigam enxergar sentidos e propósitos nos estudos e conseguíssemos desenvolver uma dinâmica e aprendizado mútuo. Os ganhos na formação dos acadêmicos e frequentadores da instituição são percebidos pelos retornos que eles dão quando conversam sobre a importância do tema para eles e como eles demonstram ter aprendido por meio das dinâmicas que realizamos fazendo perguntas e levando eles a refletirem e mostrando que o que eles aprenderam pode ser repassado para a comunidade. Além disso, eles mostraram um ganho na aprendizagem pedagógica, proporcionou uma maior vivência no território, conhecimento das demandas e do contexto social a qual estão inseridos e na oportunidade de gerar vínculos com a comunidade é uma experiência única para os estudantes extensionistas que puderam compreender sobre as dinâmicas nesse espaço de cultura e como os jovens da instituição demonstraram também os conhecimentos deles diante das atividades propostas e como eles poderiam inserir nas suas comunidades. Dessa forma, os estudantes têm a oportunidade de desenvolver uma consciência crítica, pois, com o passar do tempo no projeto, era notável a evolução profissional das acadêmicas, bem como a juventude escolar participante. Compreendeu-se, então, que acadêmicas não estavam presentes ali para transferir conhecimento, mas sim para criar as possibilidades para que todos construíssem esses conhecimentos, em consonância com a proposta freiriana, que  utiliza como ponto de partida a linguagem e o diálogo, e se caracteriza por ser dinâmica, se fazendo e refazendo a partir da interação coletiva. Com todas essas atividades, percebeu-se que os jovens da instituição puderam conhecer um pouco sobre a relevância da prevenção e promoção da saúde, por meio das exposições por exemplo sobre câncer de mama e próstata, das palestras de infecções sexualmente transmissíveis, alimentação saudável etc. Não sendo, originalmente, de muito conhecimento, acerca da conduta, esse projeto propiciou, assim, à comunidade parâmetros de entendimento e comportamento na atuação preventiva acerca de muitas dessas doenças, que antes não se fazia tão esclarecedor à comunidade de forma que compreendessem a importância desses cuidados.Portanto, as atividades de extensão aqui relatadas foram importantes para mostrar como as atividades fora os muros das salas de aula, exercidas, na ocasião, pelo supracitado projeto, proporcionam experiências que a teoria sozinha não pode proporcionar sendo algo complementar a formação, e que possibilita novos conhecimentos e desenvolvimentos de habilidades como a comunicação e a criação de vinculo dentro do território. Contudo, projetos como este ainda precisam de expansão e renovações, bem como aliar-se com pesquisas futuras que auxiliem na obtenção de resultados mais congruentes e eficazes com a realidade das comunidades nas quais se atuam.

8094 ENSINANDO E APRENDENDO A TRANSGREDIR
Ana Clara Nunes, Bruno Carvalho Fonseca, Pedro Da Silva Bastos, Renata Coelho Rodrigues, Thamiris Lemgruber dos Santos Marçal

ENSINANDO E APRENDENDO A TRANSGREDIR

Autores: Ana Clara Nunes, Bruno Carvalho Fonseca, Pedro Da Silva Bastos, Renata Coelho Rodrigues, Thamiris Lemgruber dos Santos Marçal

Apresentação: O presente estudo visa relatar a experiência de educação em saúde no Colégio Estadual Paulo de Frontin, no centro do Rio de Janeiro, com estudantes do primeiro ano do ensino médio. O espaço surgiu a partir de uma iniciativa do Programa de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade do município do Rio de janeiro (RMFC-RIO) que viabiliza horários para atuação em ações comunitárias, associado a uma demanda dos alunos e desejo do corpo docente desta escola. O grupo foi composto por três médicos residentes, duas estudantes de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e duas turmas de primeiro ano do ensino médio da referida escola com tempo programado de 50 minutos para cada turma. A proposta principal é de um grupo organizado de forma horizontal com os estudantes, visando construir um conceito de saúde e autocuidado. O objetivo é o empoderamento dos jovens sobre seus próprios corpos, sua própria saúde e sobre a sociedade que os cerca. Foram realizados dez encontros no segundo semestre de 2019, abordando diversos temas como aborto, racismo, doenças sexualmente transmissíveis, homofobia, depressão, suicídio e drogas. O tema das oficinas foi definido ao final de cada encontro, por meio de sugestão dos alunos e votação, e programado semanalmente pelos residentes, com metodologia ativa adequada a cada tema. Para o planejamento e idealização do grupo foram usadas como bibliografias principais o livro “Ensinando a transgredir”, da escritora negra estadunidense Bell Hooks e “Pedagogia da Autonomia”, do brasileiro Paulo Freire, além de artigos recentes acerca dos temas escolhidos. A preparação para cada oficina foi por meio de reuniões semanais, com os residentes e estudantes da UFRJ presentes, com duração de duas horas. Tais reuniões foram organizadas por meio de reflexão sobre o grupo ocorrido, discussão acerca da bibliografia escolhida para a semana e planejamento para a semana seguinte. Ao final do semestre realizou-se o fechamento do grupo de ambas as turmas, onde os alunos falaram como se sentiram com o grupo, sendo o feedback primordialmente positivo. Em conclusão, educação em saúde faz-se necessária em todos os âmbitos da vida e é papel do médico de família atuar no diálogo e difusão de informação com base científica, de maneira a promover saúde e prevenir o adoecimento e a desinformação.

8200 GÊNERO E SEXUALIDADE: PRODUÇÕES ARTÍSTICAS DE CARACTERÍSTICA EMANCIPATÓRIAS E MULTIPLICADORA DOS SABERES
Eduarda; Alexandre; Marla; Luiza; Camila Luchini; de Melo; Silva; Silva; Almeida

GÊNERO E SEXUALIDADE: PRODUÇÕES ARTÍSTICAS DE CARACTERÍSTICA EMANCIPATÓRIAS E MULTIPLICADORA DOS SABERES

Autores: Eduarda; Alexandre; Marla; Luiza; Camila Luchini; de Melo; Silva; Silva; Almeida

Apresentação: Trata-se de um relato de experiência acerca de um projeto de extensão sobre as temáticas sexualidade e gênero com adolescentes meninas de 15 e 16 anos de idade em uma escola estadual, em uma cidade de médio porte no Centro-Oeste Mineiro. Desenvolvimento: Baseado nos conceitos da Epistemologia do Sul defendida por Boaventura Souza Santos se utilizou das metodologias colaborativas não extrativistas, que é uma metodologia que valoriza os conhecimentos dos participantes e suas práticas além dos componentes irredutíveis dos possíveis encontros e diálogos entre pessoas e grupos sociais com seus saberes, culturas e lutas por dignidade. Resultado: Ao todo foram realizados cinco grupos com cinco meninas, o objetivo seria trabalhar diversas temáticas sobre gênero e sexualidade, mas com base nas necessidades das garotas, dois temas foram preponderantes e abrangeram os encontros, sendo eles: violência em suas diversas formas e autoestima e autoimagem. Com base nessas necessidades foram conduzidas discussões e ao final dois produtos foram produzidos, sendo um fanzine que possui frases sobre a violência contra a mulher e uma poesia acerca da autoestima e empoderamento feminino. Tais produções foram significativas em demasia para as meninas, uma vez que a arte possibilitou um momento de protagonismo sobre aquilo que as angustiam todos os dias. Considerações finais: A arte como forma de expressão foi de extrema importância para que as participantes pudessem se expressar de uma maneira pessoal e diferenciada. A importância de dar voz para que elas falassem sobre o tema foi notória, pois as mesmas se sentiram encorajadas a falar sobre e a reconstruir conceitos e paradigmas.

8245 TECNOLOGIA DIGITAL E SAÚDE NA ESCOLA: EXPERIÊNCIA INOVADORA COM A WEB RÁDIO NA PROMOÇÃO E WEBCUIDADO EM SAÚDE JUNTO AOS JOVENS ESCOLARES NO CEARÁ
Karlla da Conceição Bezerra Brito Veras, Raimundo Augusto Martins Torres, Leidy Dayane Paiva de Abreu, Edine Dias Pimentel Gomes, Aretha Feitosa de Araújo, Isabela Gonçalves Costa, Joana Darc Martins Torres, Josenice Vasconcelos Martins

TECNOLOGIA DIGITAL E SAÚDE NA ESCOLA: EXPERIÊNCIA INOVADORA COM A WEB RÁDIO NA PROMOÇÃO E WEBCUIDADO EM SAÚDE JUNTO AOS JOVENS ESCOLARES NO CEARÁ

Autores: Karlla da Conceição Bezerra Brito Veras, Raimundo Augusto Martins Torres, Leidy Dayane Paiva de Abreu, Edine Dias Pimentel Gomes, Aretha Feitosa de Araújo, Isabela Gonçalves Costa, Joana Darc Martins Torres, Josenice Vasconcelos Martins

Apresentação: Buscar informações e adquirir novos conhecimentos são tarefas que fazem parte da geração digital de jovens, e estão cada vez mais cedo em todos os lugares. Nesse contexto, a internet Rádio AJIR (Associação de Jovens de Irajá), surge como um canal digital, com foco em atividades de educação em saúde com jovens escolares. A internet Rádio se constitui um meio de comunicação dialógica para o cuidado em saúde entre jovens escolares, estimulando o cuidado, por meio da internet. Desse modo, o presente estudo possui como objetivo relatar a experiência de uma enfermeira na aplicação do projeto de extensão “Uso da internet Rádio na Formação e Cuidado em Saúde: Experimentando Estratégias de Comunicação e Educação em Saúde com as juventudes”. E assim estudar como os jovens, se afetam como práticas de produção do internetcuidado de enfermagem e saúde, a partir dos programas transmitidos aos vivo através da internet Rádio Ajir. Acredita-se que o estudo possibilitará a produção de novas pesquisas sobre as Tecnologias Digitais de Comunicação e Informação em Saúde (TDCS), no processo de educação em saúde com os jovens escolares. Desenvolvimento: O estudo trata-se de um relato de experiência, que descreve a experiência de uma enfermeira junto a um projeto de extensão da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, Ceará: “Uso da internet Rádio na Formação e Cuidado em Saúde: Experimentando Estratégias de Comunicação e Educação em Saúde com as juventudes”. O projeto é realizado com jovens escolares de escolas públicas dos municípios do Estado do Ceará, veiculada através da internet Rádio AJIR. Nesse contexto, a internet Rádio é um canal de comunicação digital articulada entre a Associação dos Jovens de Irajá – AJIR com o Laboratório de Práticas Coletivas em Saúde – Lapracs/CCS da Universidade Estadual do Ceará – UECE, com o apoio da Pró- Reitoria de Extensão – PROEX e registro no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão dessa Universidade. O programa em “Sintonia com a Saúde” é transmitido todas as quartas-feiras, no período da tarde, no horário entre 16h e 17h, ao vivo, direto da capital do Estado, Fortaleza. A enfermeira que acompanhou a aplicação do projeto é doutoranda do Programa de Pós Graduação em cuidados clínicos em enfermagem e saúde (PPCCLIS), da UECE, que atuou durante o ano de 2019 em 06 escolas cadastradas no programa em Sintonia com a Saúde (S@S). Participaram do projeto 180 jovens escolares de duas (02) escolas públicas Estaduais de Educação profissional do primeiro e segundo ano do ensino médio, e cinco (05) escolas do nono ano do ensino fundamental, localizadas nos municípios de Sobral e Ubirajara, Ceará, constituindo um total de seis (06) escolas cadastradas no projeto de extensão na Regional de Sobral.  Como procedimentos éticos, a pesquisa adotou a Resolução no 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que garante proteção aos seres humanos participantes de pesquisas científicas no respeitante a sua dignidade. Na análise dos dados do estudo foi utilizado a Análise Temática de Minayo (2014) e o referencial abordado são as práticas discursivas em Foucault (1986). e a pesquisa foi aprovada com o parecer: 3.478.945. Resultado: Para o desenvolvimento do projeto de extensão nas escolas, foram realizadas visitas semanais durante o horário de transmissão da internet rádio AJIR, nas quartas- feiras de 16h ás 17h. No ano de 2019, foram realizados um total de 26 transmissões ao vivo, no Programa: Em Sintonia com a Saúde, através da web rádio AJIR. As 26 temáticas abordadas no ano de 2019, foram: Hanseníase, Dengue, Violência de Gênero, Arboviroses, Tuberculose, Sífilis, Hepatites Virais, Primeiros Socorros em queimaduras, quedas, engasgo e afogamento, câncer de colo uterino, gravidez na adolescência, métodos contraceptivos, obesidade, saúde mental na adolescência, juventude e cultura de paz, diversidade sexual e de gênero, prevenção do suicídio, transtornos alimentares, saúde auditiva, jogos digitais e saúde mental, câncer de mama, diabetes, prevenção das IST/HIV e AIDS e Educação de pessoas com deficiência visual. Durante as transmissões dos programas, foi obtido um total de 180 alunos participando online durante todos os 26 programas apresentados no site da web rádio AJIR, no Programa em Sintonia com a Saúde, apresentando um total de 4.680 estudantes online/ conectados aos programas, todas às quartas- feiras. A transmissão do programa era dinâmica e interativa, pois era utilizado uma internet TV agregada ao site da web rádio, que no momento do programa ao vivo emitia a imagem do locutor e debatedor convidado. Deste modo, foi utilizada uma técnica diferente das metodologias tradicionais, que permitiu aos jovens se entusiasmarem para a participação nas discussões. Assim, os jovens participantes do programa foram estimulados a enviarem perguntas/comentários por meio de um software de comunicação e as atividades iniciavam com uma pergunta chamada de âncora, na qual era realizada pelo facilitador de cada programa. Essa pergunta funcionava como uma indagação, espécie de provocação desenvolvida pela equipe, que se referia à temática abordada no dia, para que os estudantes pudessem pesquisar sobre o tema. Segue alguns exemplos de “perguntas- âncoras” realizadas em alguns dos programas do ano de 2019: “O que significa a SAMU?”; “Que dia é comemorado o dia mundial de combate a AIDS?”; “Cite algumas formas de prevenção da Dengue?’’; “Qual o nome da vacina que ajuda na elevação das defesas do corpo e pode evitar a hanseníase?”; “O que significa diabetes?”. Os jovens também foram estimulados a enviarem perguntas para os convidados especialistas, para assim tirarem suas principais dúvidas: Programa sobre Diabetes- Jovem 16: “Quais os sintomas da Diabetes?”, Jovem 31: “Qual a idade com maior índice de diabetes registrados no Brasil”?; Programa sobre Prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis- Jovem 27: “A camisinha é o preservativo mais eficiente para combater as ISTs?”?. Desta forma, algumas dificuldades foram identificas nas experiências como: dispersão dos estudantes durante o debate virtual, geralmente quando havia algum problema na conexão com a internet. Como desafios e dificuldades: indisponibilidade de  internet com boa qualidade nas escolas; falta profissionais das escolas com disponibilidade para acompanhamento dos estudantes durante a transmissão do programa e pouco computadores nas escolas para todos os estudantes participantes do projeto. E como benefícios do projeto aos municípios, têm-se o alcance das metas pactuadas pelo Programa Saúde na Escola (PSE), nas ações de promoção, prevenção e de atenção à saúde, realizadas através das educações em saúde nas instituições cadastradas com o projeto de extensão. Considerações finais: O canal digital constitui-se como um ambiente de troca mútua, de construção de conhecimento, onde os estudantes puderam interagir com o entrevistado e com outras pessoas de forma online e inovadora, e visando à disseminação das informações. Assim, a internet Rádio AJIR, através do Programa em Sintonia com a Saúde, se tornou um meio para esclarecer dúvidas que muitas vezes passam despercebidas no dia a dia. Foi também nesse espaço, que eles foram estimulados a desenvolver seu pensamento crítico, potencializando suas capacidades.

8706 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE JOGO EDUCATIVO COMO FERRAMENTA PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE CARDIOVASCULAR EM CRIANÇAS
Poliana Hilário Magalhães, Francisca Bertilia Chaves Costa, Ana Maria Fontenelle Catrib, July Grassiely de Oliveira Branco, Célida Juliana de Oliveira, Zélia Maria Sousa Araújo Santos, Rosendo Freita de Amorim, Carlos Antonio Bruno da Silva

PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE JOGO EDUCATIVO COMO FERRAMENTA PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE CARDIOVASCULAR EM CRIANÇAS

Autores: Poliana Hilário Magalhães, Francisca Bertilia Chaves Costa, Ana Maria Fontenelle Catrib, July Grassiely de Oliveira Branco, Célida Juliana de Oliveira, Zélia Maria Sousa Araújo Santos, Rosendo Freita de Amorim, Carlos Antonio Bruno da Silva

Apresentação:. A promoção da saúde cardiovascular infantil vem ganhando destaque a cada dia, em decorrência do crescimento do número de crianças com sobrepeso. A estimativa é que que 43 milhões de crianças (35 milhões nos países em desenvolvimento) apresentem excesso de peso e 92 milhões estejam em risco de sobrepeso. No Brasil, dados demonstram que, no ano de 2008, 20% de meninos e meninas, entre cinco e nove anos, encontravam-se com sobrepeso. Diante desse panorama, estratégias de atuação ainda na infância são necessárias, mesmo diante do não acometimento das doenças cardiovasculares na fase infantil, para que as crianças possam crescer em ambiente saudável e que não proporcione condições para o desenvolvimento destas ou respectivas complicações. Ressalta-se ainda que a aterosclerose, umas das causas das doenças cardiovasculares, inicia-se na mais tenra idade, constituindo-se fator de risco passível de modificação. Dessa forma, compreende-se que as ações de promoção da saúde iniciadas de forma precoce, possuem a finalidade de evitar intervenções curativas, centradas na doença, para assim poder proporcionar um envelhecimento saudável, ancorado em hábitos individuais e coletivos, geradores de ambientes saudáveis. Em consequência da promoção da saúde cardiovascular infantil, a criança poderá apresentar um estilo de vida saudável na fase adulta, livre de doenças cardiovasculares. Dentro desse panorama identificou-se o jogo educativo como uma ferramenta capaz de promover a participação do indivíduo na identificação e análise crítica dos próprios problemas, por possibilitarem educar de forma diferente, ao associar o caráter lúdico com a captação de informações e, consequentemente, ampliação de conhecimentos. Dessa forma, objetivou-se descrever o processo de construção e desenvolvimento de um jogo educativo como ferramenta para promoção da saúde cardiovascular em crianças. Desenvolvimento: Estudo do tipo descritivo desenvolvido em três etapas: Inicialmente, para a elaboração desse jogo, foram identificados os termos e elementos essenciais para o seu desenvolvimento, mediante uma revisão sistemática sobre tecnologias efetivas que de forma direta ou indireta, contribuíram para prevenção de doenças cardiovasculares. Como segunda etapa houve a realização de uma pesquisa em documentos oficiais de diferentes sociedades nacionais e internacionais que voltam algumas de suas ações para os cuidados em relação aos fatores de risco infantis para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. E por último, de posse dessas referências, iniciou-se a construção e desenvolvimento do material educativo, a partir da adaptação do conteúdo a ser utilizado; elaboração dos elementos do jogo; e diagramação de seu formato. Sendo esse constituído de Espuma Vinílica Acetinada (E.V. A.), em formato de trilha, sendo as crianças participantes do jogo as protagonistas. O tamanho da trilha permite que os participantes do jogo possam se movimentar sobre ele. Essa movimentação ocorre a partir de um dado arremessado pelas crianças em jogo, para que seja determinada a quantidade de casas que avançarão. Resultado:. A revisão integrativa possibilitou encontrar oito artigos que foram utilizados para construção do jogo, bem como 10 documentos oficiais. O jogo foi estruturado com 18 casas a serem percorridas pelos participantes do jogo de forma individual ou em dupla. Para quantificar as casas a serem avançadas, utiliza-se de um dado construído de E.V. A., sendo as casas separadas por temáticas: (I) Coração saudável, (II) Fatores de risco para as doenças do coração, (III) Desafio, (IV) Alimentação saudável e (V) Atividade física, finalizando-se o jogo na casa Chegando a um coração saudável. Cada temática é representada por uma a cinco cartas que podem ser escolhidas pelos participantes, nessas cartas estão dispostas informações, atividades a serem executadas e questionamentos relacionados à promoção da saúde cardiovascular infantil. Assim, os materiais utilizados no jogo são: tapetes de E.V. A. com as ilustrações referenciadas, um dado, também de E.V. A, com dimensões 30cm x 30cm, 25 cartas confeccionadas em papel, uma ampulheta, para marcar o tempo de resolução dos questionamentos/regras/instruções e algumas atividades, sempre que necessário, uma venda, frutas e balões a serem utilizadas em alguns momentos do jogo. O jogo inicia-se quando os participantes se encontram dispostos na linha de “partida” por ordem de jogada, iniciando o jogo mediante o arremesso. Por fim, encontra-se a casa “Chegando a um coração saudável” representando o momento no qual os participantes irão relatar, mediante os conhecimentos absorvidos durante o jogo, como fazer para prevenir as doenças cardiovasculares. A partir da síntese retratada pelo participante, esse e demais colegas que atingirem essa casa ganharão medalha de honra ao mérito. Além disso, a cada atividade realizada com sucesso, além da criança avançar uma casa, ganha um adesivo de coração colocado na roupa, como símbolo de conquista. Após a chegada de todos ao final, a pessoa responsável por moderar o jogo entrega a cada participante uma fruta, para que possam fazer o brinde da vitória. O jogo elaborado, intitulado, inicialmente, de “Jogo Educativo para Promoção da Saúde Cardiovascular em Crianças”, apresenta como objetivo incentivar crianças acerca de hábitos de vida saudáveis para promoção da saúde cardiovascular, além de estimular a prática de hábitos alimentares saudáveis e a atividade física. Assim, infere-se que a construção de jogos educativos pode auxiliar na promoção da saúde cardiovascular e, sensibilizar acerca da ocorrência de fatores de risco cardiovasculares modificáveis ainda na infância, podendo esse risco ser diminuído se desde cedo a criança vivenciar hábitos saudáveis. É importante frisar que, como diferencial, esta tecnologia traz conteúdos referentes à saúde cardiovascular, proporcionando o aporte teórico necessário para promoção da saúde, utilizando linguagem acessível, interação com alimentos saudáveis e movimentação, por meio do cumprimento de tarefas pautadas que vão além da incorporação de valências físicas. Considerações finais: Os jogos educativos cada vez mais merecem atenção, diante do poder lúdico para se trabalhar com o público infantil, por contribuírem para formação do conhecimento de crianças, por meio do brincar. O jogo educativo desenvolvido representa uma ferramenta lúdica de educação em saúde que permite contribuir com a redução dos fatores de risco cardiovasculares modificáveis em crianças e, assim, tornar a criança um agente ativo diante da promoção da saúde cardiovascular, resgatando o protagonismo infantil diante de uma temática silenciosa para essa população. A construção dessa produção tecnológica educativa mostra-se como uma ferramenta potencial para a promoção da saúde cardiovascular em crianças, auxiliando o profissional, seja da saúde ou educação, a proporcionar a criança momentos de prazer, ao se transmitir conhecimento. Além disso, pode ser utilizada na Estratégia Saúde da Família, contemplando um dos pilares do Programa Saúde na Escola (PSE). Ademais, ressalta-se a importância da realização de estudos de validação desse jogo com o público-alvo, bem como pais e profissionais da saúde e educação, no intuito de avaliar e garantir a eficácia de jogos como este, diante dos ajustes necessários.

8960 “CRESCER COM SAÚDE É OUTRO SABOR”: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA CRESCER SAUDÁVEL NO MUNICÍPIO DE SALINAS DA MARGARIDA (BA)
Victor Rocha, Suelen Edington

“CRESCER COM SAÚDE É OUTRO SABOR”: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA CRESCER SAUDÁVEL NO MUNICÍPIO DE SALINAS DA MARGARIDA (BA)

Autores: Victor Rocha, Suelen Edington

Apresentação: O programa crescer saudável (PCS) consiste em conjunto de ações articuladas a serem implementadas no Programa Saúde na Escola (PSE) para garantir o adequado acompanhamento do crescimento e desenvolvimento na infância, com vistas a prevenir, controlar e tratar a obesidade infantil. No domínio do Sistema Único de Saúde (SUS), as políticas públicas ligadas à alimentação e nutrição têm objetivo comum de levar saúde, autonomia e cidadania aos brasileiros. O presente trabalho tem como objetivo relatar as experiências desenvolvidas na implementação do PCS no município de Salinas da Margarida (Bahia), através, das intervenções do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF), sob corresponsabilidade da Nutricionista e do Professor de Educação Física. As ações do PCS abrangem os cuidados relativos à alimentação e nutrição voltados à promoção e proteção da saúde, diagnóstico e tratamento da obesidade, promoção da alimentação adequada e saudável, incentivo à prática corporal e de atividade física e por ações voltadas à mudança de comportamento. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é uma condição complexa, com sérias dimensões sociais e psicológicas, que afeta praticamente todos os grupos etários e socioeconômicos e ameaça sobrecarregar países desenvolvidos e em desenvolvimento. O excesso de peso entre crianças brasileiras tem alcançado prevalências preocupantes. Segundo dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), em 2017, cerca de 3 em cada 10 crianças com idade entre 5 e 9 anos apresentam excesso de peso. Ainda, de acordo com a OMS, as causas da obesidade são complexas e estão relacionadas ao conjunto de fatores que constituem o modo de vida das populações modernas, caracterizado por um consumo excessivo de alimentos ultra processados que usualmente apresentam altos teores de açúcar, gordura e sódio, juntamente com uma prática reduzida de atividade física. Segundo Batista (2006), a criança em idade escolar tende a reproduzir os comportamentos que observa nos seus pares e na sua família, assim no seu ambiente familiar a criança deve ter acesso a refeições equilibradas e variadas confeccionadas pelos pais e não habituada a um consumo excessivo de doces e gorduras. Posto isto, a família em parceria com a escola, tem um papel primordial na educação para uma alimentação saudável (Baptista, 2006). A obesidade infantil é um dos maiores desafios da saúde pública. Crianças com sobrepeso têm 55% de chance de se tornarem adolescentes obesos e 80% de chance de serem adultos obesos, e também são mais propensas a desenvolver doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em idade mais jovem do que as crianças que não tem excesso de peso. Dentre essas DCNT, destacam-se a diabetes e doenças cardiovasculares, que por sua vez estão associadas a uma maior chance de morte prematura e incapacidade, onerando o SUS. Em contrapartida uma outra recente publicação da Organização Mundial de Saúde mostra que melhorar a atividade física, reduzir o tempo de sedentarismo e garantir sono de qualidade em crianças menores de 5 anos, melhora a sua saúde física, mental e bem-estar geral e ajuda a prevenir a obesidade infantil e as doenças associadas a ela no futuro. Neste mesmo sentido, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, as evidências mostram que: a) A prática de atividade física na infância e adolescência auxilia no equilíbrio do balanço energético e, consequentemente, na prevenção e tratamento da obesidade e de doenças relacionadas à obesidade nesta fase da vida; b) Jovens ativos tendem a se tornar adultos ativos, aumentando o gasto energético durante todo o ciclo de vida; c) Jovens ativos possuem menor probabilidade de desenvolver obesidade e doenças relacionadas à obesidade na fase adulta. Demos início a implementação do programa no município de Salinas da Margarida (BA), a partir, do segundo semestre de 2019. Na ocasião equipe multiprofissional do NASF, em conjunto com as Equipes de Saúde da Família, conduziu duas ações, a saber: (1) Avaliação do estado nutricional (peso e altura) das crianças matriculadas na Educação Infantil e Ensino Fundamental, nas escolas participantes do PSE; (2) Oferta de atividades coletivas de promoção da alimentação adequada e saudável e de promoção de práticas corporais e atividades físicas (PCAF) para as crianças matriculadas na rede escolar municipal. Restando uma última ação prevista para ser concluída no ano de 2020, após retorno do período letivo, que será o encaminhamento das crianças identificadas com obesidade para intervenção e cuidado na rede de atenção à saúde do municípios. No total de vinte e sete instituições de ensino estabelecidas no município procedemos as ações em dezessete delas, que ofertam as séries iniciais e que tem escolares na faixa etária de 2 a 10 anos – faixa solicitada pelo programa, localizadas nos cinco principais distritos (microrregiões/bairros): Sede, Porto da Telha/Dendê, Encarnação, Cairu e Conceição. Após, pouco mais que um mês de intervenções nas escolas realizando as referidas ações entrevistamos o total de quatrocentos e trinta (430) crianças. Para obter os resultados foi realizado a coleta de dados antropométricas com identificação das crianças (nome, data de nascimento e sexo). Torna-se necessário destacar que essa etapa de coleta “contribui para a produção de informações que subsidiam a análise e decisão, construção e avaliação das estratégias necessárias em âmbito individual e coletivo para a organização da atenção e do cuidado às crianças com obesidade no serviço de saúde e no território”. O estado nutricional foi classificado com base nas curvas percentilares especificas para a idade e sexo da criança. Classificamos o estado nutricional em quatro possíveis níveis, são eles: abaixo do peso; eutrófica ou peso adequado; sobrepeso e obesidade. Do quadro de entrevistados identificamos que a maioria se encontra com peso adequado ou em situação eutrófica, trezentos e dezessete (317) crianças, e a frequência de excesso de peso entre os escolares avaliados é elevada, sessenta (60) em estado de sobrepeso e oitenta e cinco (85) em estado de obesidade, contrariamente aos que se encontram abaixo do peso, dezoito (18). Após a identificação das crianças que se encontram em estado de sobrepeso ou obesidade partiremos para a terceira etapa do projeto: Encaminhar as crianças identificadas através das intervenções para a rede de atenção à saúde do município, devendo realizar atendimentos individuais. Por fim, esperamos que a incorporação progressiva e organizada do cuidado nutricional promova uma abordagem transversal das questões nutricionais nas etapas do curso da vida e resulte em impacto positivo nos indicadores de nutrição, saúde, e segurança alimentar e nutricional. É importante, também, que todos os profissionais de saúde e educação envolvidos com o cuidado das crianças promovam a redução do sedentarismo, considerando as inúmeras atividades físicas variadas e atrativas para crianças e jovens. Destaca-se também o auxílio aos pais e/ou responsáveis na identificação de oportunidades de se tornarem menos sedentários e incluírem atividades físicas em sua vida diária, tais como a adoção de práticas rotineiras de lazer, adequadas à faixa etária e às condições físicas da criança, como subir e descer escadas, acompanhar o adulto em caminhadas curtas, correr, pular corda, nadar, jogar bola, dançar, entre outras.

10195 GÊNERO, SEXUALIDADE E ADOLESCÊNCIA: A EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM OS ESTUDANTES DO PROJETO “GRÊMIOS EM AÇÃO”DE HORIZONTE-CEARÁ
Francisco Brenno Soares Cavalcante, Janaina Mota da Rocha

GÊNERO, SEXUALIDADE E ADOLESCÊNCIA: A EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM OS ESTUDANTES DO PROJETO “GRÊMIOS EM AÇÃO”DE HORIZONTE-CEARÁ

Autores: Francisco Brenno Soares Cavalcante, Janaina Mota da Rocha

Apresentação: O PSE (Programa Saúde na Escola) como uma iniciativa intersetorial entre as políticas de educação e saúde, respaldada legalmente como uma estratégia pela Portaria nº1.055/2017, preconiza 12 (doze) ações para atuação. Dentre essas pode-se mencionar 2 (duas) em que merece destaque por estarem relacionadas e serem do âmbito que a experiência relatada se insere: 1) a promoção da cultura de paz, cidadania e direitos humanos e 2) direito sexual e reprodutivo e prevenção de DST/AIDS. Trazer a simbiose entre esses pontos significa abordar o debate de gênero e sexualidade como substratos históricos, culturais, políticos e sociais longe de qualquer apreensão que limita a complexidade da temática às concepções essencialistas ou reduzida à prevenção de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis). Assim, a temática de “Sexualidade, Gênero e Direitos Sexuais” como um dos módulos trabalhados no Projeto “Grêmios em Ação”, com os estudantes dos grêmios das escola municipais, foi o motivador para a construção do relato no intuito de fomentar o debate entre os adolescentes para que, consequentemente, assumam o protagonismo de construir um ambiente escolar reflexivo e acolhedor para a população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) no município de Horizonte-CE. Desenvolvimento: Este trabalho é caracterizado como um estudo descritivo e exploratório acerca da contribuição da Secretaria Municipal de Saúde no Projeto “Grêmios em Ação” da Secretaria Municipal de Educação, onde esteve direcionada na construção de espaços de educação em saúde que foram realizados ao longo do ano de 2019 com estudantes e professores/coordenadores da rede de ensino municipal. O profissionais do NASF-AB (Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica) e residentes multiprofissionais do programa de Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS/ESP-CE) ministraram essas formações. No módulo “Sexualidade, Gênero e Direitos Sexuais” contou com a presença de representantes de 18 (dezoito) escolas municipais totalizando 54 (cinquenta e quatro) participantes entre professores/coordenadores e estudantes que compõem os grêmios estudantis nos quais estiveram 18 (dezoito) professores/coordenadores escolares e 36 (trinta e seis) estudantes. Para a construção do espaço foram utilizados o manual técnico da série “Saúde e Prevenção nas Escolas” produzido pelo Ministério da Saúde e a exposição dialogada acerca da construção da “Matriz Heterossexual” (BUTLER, 2003) como estratégia pedagógica para o auxilio na compreensão da relação existente entre sexo, gênero e sexualidade (desejo e prática sexual). O espaço esteve estruturado da seguinte forma: 1) exposição acerca da compreensão ampliada da sexualidade para além da ideia “reprodutiva”; 2) a construção em conjunto da “matriz heterossexual” com estudantes e 3) atividade em grupo para discussão coletiva sobre a temática após a exposição em que ao final foram coletivamente produzidos poemas e frases que sintetizaram a aprendizagem da temática. Resultado: O referido módulo consistiu no segundo contato direcionado para a educação em saúde da equipe NASF-AB e residentes com os profissionais de educação e estudantes gremistas. Inicialmente foi constatado o quão pouco abordado é a temática de sexualidade no âmbito escolar quando profissionais e estudantes ressaltaram que era o primeiro espaço formativo e de discussão que participaram sobre o assunto. Além disso, também foi considerado um tabu ou “delicado” pelos profissionais ao reconhecerem que precisariam de mais espaços para saberem trabalhar tanto na prática docente quanto no corpo de direção escolar essa questão dentro da escola. No primeiro momento do módulo foi possível a exposição da temática sexualidade e gênero direcionada para uma compreensão ampliada onde assume a definição de estar historicizada nas relações sociais. Nesse caso, os estudantes afirmaram que comumgam dessa definição e receberam positivamente as informações. Houve a preocupação, ao longo da exposição, na interação e participação dos estudantes que reagiram através de relatos pessoais de situações vivenciadas no contexto escolar e familiar sobre como se manifesta e impacta o patriarcado e a homofobia no cotidiano. Apesar de ser constatado um consenso entre estudantes e coordenadores/professores acerca da importância de ser trabalhada a temática de gênero e sexualidade, ainda houve a presença isolada de discursos conservadores, moralistas e religiosos por professores/coordenadores que não se intimidaram em expor. No entanto, entre os estudantes não se constatou a presença desses posicionamentos. Outro ponto de destaque foi a averiguação de que a participação dos estudantes se tornava menor a medida em que crescia a dos professores/coordenadores, ou seja, mesmo com a quantidade númerica superior de estudantes, estes não se sentiam à vontade para se posicionarem quando professores/coordenadores expressavam contribuições. Após a exposição dialogada, o módulo seguiu com a construção da “Matriz Heterossexual” pelos participantes onde foi explicado a definição de cada categoria que compõe (sexo, gênero, desejo sexual e prática sexual), alguns estudantes sabiam definir a diferença entre as categorias “sexo” e “gênero”, enquanto as de “desejo” e “prática” dedicaram um tempo maior para explicação, principalmente por objetivar a adoção da concepção da sexualidade como uma construção social. Depois de explicado, foi solicitado que os estudantes construíssem a Matriz conforme a sociedade atual dita aos sujeitos no intuito de que compreendessem o quão essas categorias estão relacionadas e são estruturadas pela lógica heterossexual, a atividade discorreu e, quando terminada, os estudantes afirmaram que não concordavam e estariam dispostos a desconstruir. Neste momento surgiram as sexualidades gays, lésbicas, bissexuais e a menção de categorias identitárias como transexuais/travesti, sexualidades e identidades que subvertem e instabilizam a Matriz Heterossexual. Aqui se identificou o conhecimento prévio e a visão de mundo que os estudantes já tinham sobre o estigma e a discriminação que os sujeitos LGBT enfrentam na sociedade e na escola através da violência chamada homofobia. Na terceira parte os participantes foram separados em 4 (quatro) grupos mistos (estudantes e professores/coordenadores) e distribuídas tarjetas com palavras diferentes onde cada grupo deveria construir livremente e de forma coletiva uma síntese da aprendizagem do espaço para serem socializadas ao final. Como produto foram construídos poemas e frases que estimularam a criatividade e estavam relacionadas com a temática trabalhada. Considerações finais: Diante da experiância exposta, constata-se que a relação saúde e educação é potencializadora para explorar a abordagem da sexualidade, gênero e direitos sexuais para além do âmbito restrito do binômio “saúde-doença” ou da lógica da “saúde reprodutiva”. Isso porque resignifica as práticas de saúde na escola, pois promove a cultura de paz, a cidadania e os direitos humanos construindo um espaço acolhedor para o segmento LGBT através da reflexão e crítica às concepções conservadoras enrijecidas na sociedade. Assim, a comunidade escolar de estudantes, professores e corpo de direção juntamente com profissionais de saúde devem ser protagonistas nesse processo pedagógico que aponta para a emancipação e liberdade dos sujeitos.

10357 RELATO DE EXPERIÊNCIA: AVALIAÇÃO DA ACUIDADE VISUAL EM ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE COARI – AMAZONAS
Thayza Davila Pereira Rocha, Gabriele de Jesus Barbosa Lopes, Janaina Oliveira de Freitas, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Abel Santiago Muri Gama, Dreiciane dos Santos Barbosa, Yara da Silva dos Reis

RELATO DE EXPERIÊNCIA: AVALIAÇÃO DA ACUIDADE VISUAL EM ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE COARI – AMAZONAS

Autores: Thayza Davila Pereira Rocha, Gabriele de Jesus Barbosa Lopes, Janaina Oliveira de Freitas, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Abel Santiago Muri Gama, Dreiciane dos Santos Barbosa, Yara da Silva dos Reis

Apresentação: Trata-se de uma educação em saúde sobre a importância da saúde ocular, bem como os cuidados com os olhos e realização de testes com instrumento para avaliação de acuidade visual, em estudantes de duas escolas públicas no município de Coari - Am, durante as aulas práticas da disciplina de Enfermagem em Saúde Coletiva II. Visando que a vida escolar é um momento ideal para a identificação de possíveis problemas à saúde ocular dos estudantes e para realização de ações de promoção à saúde. Além de ser um local favorável para que os mesmos possam fazer uma reflexão de suas vidas, sobre convívio, cidadania, promoção do autocuidado e saúde, em razão de que é um ambiente de aprendizado e que é nessa etapa da vida que começam e mantêm por muito tempo as suas relações sociais. A respeito da saúde ocular, há várias causas que afetam a visão do ser humano, inclusive a perda da acuidade visual. Podendo ser fatores biológicos, sociais e ambientais, muitas vezes capazes de serem evitados ou minimizados. Com a identificação de alguma dificuldade gerada por problemas oculares fica possível juntamente com o Programa de Saúde na Escola (PSE), implementar condutas precoces e adequada com o problema encontrado. Assim, destacando a importância da interação da educação juntamente com profissionais da saúde. Método: Trata-se de um estudo descritivo de natureza qualitativa tipo relato de experiência, realizado durante o estágio de “Enfermagem em Saúde Coletiva II”. O referido estágio aconteceu de 16 de outubro a 06 de dezembro de 2019 nos turnos matutino e vespertino no Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e na Unidade Básica de Saúde Enedino Monteiro localizado na cidade de Coari-AM. A disciplina de Enfermagem em Saúde Coletiva do Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) apresenta como ementa a Classificação Internacional para as Práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva (CIPESC); tópicos de saúde ambiental; pacto pela saúde; controle social; estratégia saúde da família; ações programáticas estabelecidas pelo ministério da saúde e SUS. Dessa forma, a disciplina aplica a associação da teoria com as atividades práticas que permite compreensão e desenvolvimento de uma análise crítica, possibilitando ao aluno intervir no indivíduo-família e coletividade a partir de um planejamento sistematizado, com vista a promover o direito á saúde na promoção, prevenção e recuperação da saúde. A experiência ocorreu durante a realização de atividades de educação em saúde na Escola Estadual João Vieira que oferta aulas para alunos com idades entre 11 e 18 anos nos turnos matutino e vespertino e na Escola Municipal Maria de Nazaré Pereira da Silva com alunos de idades entre 06 e 13 anos. As aulas práticas aconteceram com a frequência de cinco vezes por semana, com carga horária de seis horas diárias, totalizando 90 horas. Dentre as atividades da própria disciplina foram destinados alguns dias para a realização das atividades nas escolas, totalizando em cinco dias sendo possível desenvolver as ações e realização do teste de acuidade visual. As ações foram desenvolvidas por seis acadêmicos e dois preceptores de estágio que prestaram atividades com a temática saúde ocular para alunos. Além das aulas teóricas que foram ministradas utilizando aulas expositivas e interativas, com uso do data show, também foram realizadas atividades ilustrativas. Os dados foram obtidos através de uma ficha de atendimento do PSE com informações para coleta de dados-pessoais como nome, idade, série e local para coleta dos dados do exame de vista ofertado pela Secretaria de Saúde do município junto com uma escala intitulada tabela de optotipos de Snellen (teste de visão). Esta investigação por se tratar de relato de experiência o estudo não necessita de submissão para apreciação em Comitê de Ética em Pesquisa com seres Humanos. Resultado: ENCONTRADOS E IMPACTOS Foi realizado o teste de acuidade visual em 146 alunos de duas escolas, a Escola Municipal Maria de Nazaré Pereira e Escola Estadual João Vieira, escola de ensino fundamental e ensino médio da rede pública, e procuramos identificar os alunos que pudessem apresentar algum déficit relacionado à acuidade visual. A realização do teste de acuidade visual ocorreu em três momentos, no primeiro momento houve a realização dos testes na escola Maria de Nazaré, juntamente com uma apresentação, na qual o objetivo foi ensina-los como fazer a limpeza correta dos olhos e também do óculo, e mostrar a eles algumas disfunções oculares que mais são acometidas na fase escolar, e os dois outros momentos ocorreram na escola João Vieira. A escola em que mais obtivemos dificuldades em realizar os testes foi a Escola Municipal Maria de Nazaré, onde foi realizado em 25 alunos o teste de acuidade visual, direcionado as turmas do 5º ano, pelo turno Matutino, com idade entre 10 a 13 anos. Nessa escola de modo específico a maior dificuldade em realizar o teste foi pela questão dos alunos apresentarem dificuldade em reconhecer o alfabeto, houve casos em que não foi possível realizar o teste por esse motivo, por saberem apenas copiar o que ele estava visualizando no quadro. O que se torna uma problemática, como os alunos avançam de série sem saber ler, não saber reconhecer as letras do alfabeto, e ficamos nos questionando ainda mais sobre como é a metodologia que a escola utiliza para a aprovação dos alunos, e principalmente ficamos mais preocupadas, de como esse aluno irá seguir, será que ele não irá estagnar em uma série, e ainda como será que esse aluno se sente vendo que os colegas sabem ler e ele não sabe. Na Escola Estadual João Vieira foi realizado o teste em 121 alunos, entre o turno Matutino e Vespertino, direcionado as turmas do 6º ano do Ensino Fundamental, e as turmas do 1º ano do Ensino Médio. O que pode ser observado durante a realização do teste para esses alunos foi que alguns apresentavam alguns sinais como: a inclinação da cabeça, piscavam muitos os olhos, e a maioria franzia a testa, sinais esses que podem indicar alterações oculares. O referido estágio nos possibilitou uma vivência diferenciada, onde podemos conhecer a realidade da comunidade, do indivíduo, as maiores dificuldades de cada escola em que realizamos o exame de acuidade visual. O que gerou um fortalecimento do conhecimento por partes de nós acadêmicos. Considerações finais: Ter a oportunidade de participar de um estágio onde focamos em conhecer o indivíduo e o meio em que se encontra inserido, foi muito importante, pois nos possibilitou ter um olhar holístico,  fazermos questionamento a nós mesmas, sobre por exemplo, a metodologia utilizada pela a escola, para a aprovação desses alunos. Portanto, o  estágio na escola atendeu aos nossos objetivos, ressaltando que a educação em saúde é importante no processo de aprendizagem dos estudantes, e de modo geral, foi possível adquirir novos conhecimentos e até mesmo trocar experiências com os outros colegas, e foi perceptível a importância do enfermeiro e até mesmo dos estudantes da saúde dentro do âmbito escolar, na qual podemos estar levando conteúdos relevantes para a escola e até para a sociedade, tendo um ponto de vista de trabalho multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar.

10735 EXPERIÊNCIA NO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA DOS RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS EM SAÚDE DA FAMÍLIA (ENSP/FIOCRUZ)
Maiara Batista da Silva, Esther Beatrice da Silva Joaquim, Fabiano de Araujo Neves, Beatriz Marinho Silva Romão

EXPERIÊNCIA NO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA DOS RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS EM SAÚDE DA FAMÍLIA (ENSP/FIOCRUZ)

Autores: Maiara Batista da Silva, Esther Beatrice da Silva Joaquim, Fabiano de Araujo Neves, Beatriz Marinho Silva Romão

Apresentação: Todos os profissionais das equipes de atenção básica devem participar do processo de vigilância alimentar e nutricional (VAN) de forma contínua e sistêmica, avaliando o ciclo de gestão e produção do cuidado. A realização da VAN no território pode acontecer de diversas formas e dentre elas destaca-se a execução da ação no Programa de Saúde na Escola (PSE), que tem como objetivo integrar de forma intersetorial ações de educação e saúde para promover a atenção integral no ambiente escolar ao cuidado permanente das crianças, adolescentes, jovens e adultos do ensino público. Para o planejamento das atividades que devem ser realizadas, o município deve contemplar 12 ações, dentre as quais encontra-se a promoção da alimentação saudável e prevenção da obesidade infantil. Este estudo é um relato de experiência dos residentes do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família (PRMSF/ENSP/Fiocruz) e tem como objetivo descrever e compartilhar acerca de uma atividade com o tema alimentação saudável direcionada a origem dos alimentos para os alunos da Creche Municipal Manguinhos. Foi realizada uma atividade lúdica com os pré-escolares para identificar a origem dos alimentos in natura e minimamente processados com base nas recomendações do guia alimentar da população brasileira, focando diferenciar os principais grupos de alimentos e ampliando o repertório sobre eles. A atividade aconteceu em grupo com a intenção de explorar a reflexão, em coletivo, das crianças sobre as figuras de alimentos in natura, minimamente processados e trazendo também a discussão sobre processados e ultraprocessados. Visando maior entendimento e participação das crianças, foi elaborado um painel interativo com um cenário de uma fazenda com horta, árvore, lago e animais. Desta maneira, desafiava-se os alunos a identificar de que local do cenário se originavam os alimentos apresentados nas figuras. Como considerações finais observamos que muitas crianças não sabiam identificar de onde vinham os alimentos in natura, não conheciam nem o nome e nem o grupo de alimentos a qual pertenciam as figuras. Houve relatos de não terem provado alguns alimentos ali apresentados, seja devido a falta de acesso a esses alimentos ou porque tinham um pré-julgamento sem experimentar. Ao final da atividade ressaltamos a importância dos alimentos in natura e minimamente processados de forma compreensível e lúdica para as faixas etárias das turmas participantes.

11426 MATERNIDADE NA ADOLESCÊNCIA: INTERVENÇÕES NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Verônica Peres Gonçalves, Vanessa Curitiba Felix, Isabela da Costa Monnesat, Selma Villas Boas Teixeira, Leila Rangel da Silva

MATERNIDADE NA ADOLESCÊNCIA: INTERVENÇÕES NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: Verônica Peres Gonçalves, Vanessa Curitiba Felix, Isabela da Costa Monnesat, Selma Villas Boas Teixeira, Leila Rangel da Silva

Apresentação: A maternidade na adolescência vem sendo identificada como um problema de saúde pública, justificada pelo crescente número de complicações obstétricas com repercussões para a mãe e o recém nascido, bem como problemas psicológicos, sociais e econômicos. A gravidez precoce impõe à jovem momentos de grandes conflitos, além de novas demandas familiares, educacionais e laborais. Este estudo tem o objetivo de discutir sobre o modo como se tem dado o cuidado e a atenção à gestação na adolescência dentro da perspectiva da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Desenvolvimento: Trata-se de revisão integrativa da literatura, onde se utilizou de fonte de dados de diferentes referências sobre o tema com trabalhos publicados no idioma português do Brasil na Biblioteca Virtual em Saúde, período de 2018 a 2019, com os descritores: “atuação das equipes da saúde da família no acolhimento a adolescentes grávidas”  e “gravidez na adolescência”. No total 7 artigos se adequaram aos critérios de inclusão, desta forma os artigos selecionados serviram de objeto de análise. Foram criadas duas categorias: Maternidade na adolescência; Intervenções em Estratégia de Saúde da Família frente a gravidez na adolescência. Resultado: e ou impactos: Grande parte das pesquisas sobre a maternidade na adolescência indicam que as gestantes relataram sentimentos contraditórios. Embora elas revelem uma ansiedade pelo nascimento do filho e afeto pela criança, as dificuldades de relacionamento com os pais e na frequência escolar são citadas como problemas na aceitação do bebê. As gestações não foram planejadas e todas relataram o mau uso do método contraceptivo como causa da gravidez. A evasão escolar e a falta de sociabilidade foram observadas como os principais problemas enfrentados pelas jovens, além do desemprego. Quanto as intervenções dentro da ESF, muitos autores relacionam as ações focadas apenas em procedimentos técnicos e protocolos generalistas de saúde, sem consideração das características biopsicossociais das gestantes, distanciando-se do atendimento holístico. A gravidez na adolescência gera um padecimento no desenvolvimento do ciclo gravídico-puerperal na medida em que o progresso acadêmico e social da jovem gestante é afetado, pois ocorre uma ruptura em sua vida social para um período no qual ela deve se dedicar exclusivamente ao bebê. Essa ruptura pode levar a disfunções biopsicossociais que merecem acompanhamento em uma perspectiva integral de cuidado. Há a necessidade de que a gravidez e a maternidade na adolescência sejam mais bem examinadas no contexto nacional, com a finalidade de elaboração de intervenções e políticas públicas que contemplem a singularidade deste grupo. No entanto a maior participação dos enfermeiros em programas de saúde da Atenção Primária pode representar uma das ferramentas de prevenção mais viáveis dos casos de gravidez na adolescência e de outros problemas ligados direta ou indiretamente ao exercício da sexualidade dentro do contexto da população adolescente, contribuindo para a formação de cidadãos mais afetivos, saudáveis, conscientes de seus limites e mais preparados para exercer sua sexualidade de modo prazeroso e responsável.

11553 ATITUDES, PRÁTICAS E CONHECIMENTO DOS ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS DE TUPANCIRETÃ (RS) SOBRE A VACINAÇÃO
Camila da Silva Alves, Karol dos Santos Moro, Mylena Stefany Silva dos Anjos, Nathália Arnoldi Silveira, Themis Goretti Moreira de Leal Carvalho

ATITUDES, PRÁTICAS E CONHECIMENTO DOS ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS DE TUPANCIRETÃ (RS) SOBRE A VACINAÇÃO

Autores: Camila da Silva Alves, Karol dos Santos Moro, Mylena Stefany Silva dos Anjos, Nathália Arnoldi Silveira, Themis Goretti Moreira de Leal Carvalho

Apresentação: A vacinação é uma das medidas mais importantes de prevenção contra doenças. É mais fácil prevenir uma doença do que tratá-la. A vacinação não apenas protege aqueles que recebem a vacina, mas também a comunidade como um todo. Como há uma queda nas taxas de vacinação, o presente estudo teve como objetivo saber se os alunos acreditam na imunização através da vacinação, e a situação atual das suas carteiras de vacina. Método de Estudo A pesquisa tem características de um estudo descritivo e analítico de rastreamento epidemiológico observacional, que foi realizado em 11 escolas públicas de Tupanciretã (RS), com alunos do ensino fundamental e ensino médio. Os dados foram coletados por acadêmicos da disciplina de Fisioterapia na Prevenção e proteção à Saúde do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cruz Alta, através da aplicação de um questionário adaptado da pesquisa intitulada: “Percepções acerca da importância das vacinas e da recusa vacinal numa escola de medicina” (MIZUTA et al., 2018). Resultado: Participaram da pesquisa 1.232 alunos, sendo 621 do gênero feminino e 600 do masculino, de escolas da rede municipal e estadual de educação, das séries 6°, 7°, 8° e 9° ano do Ensino Fundamental e 1°, 2° e 3° ano do Ensino Médio. O total de 1.051 acreditam na imunização através da vacina, 121 não acreditam e 60 não responderam. 1.179 possuem carteira de vacinação, 19 não possuem, 34 não sabem. 792 dizem estar com a carteira atualizada, 115 não e 325 não sabem. A maioria não respondeu sobre as razões para o não cumprimento do calendário de vacinação, já a outra metade, um total de 397, marcou como esquecimento. O número de 1.072 realizam suas vacinas no posto de saúde, 10 no hospital, 36 nas suas escolas, e 66 não responderam. As vacinas citadas como realizadas recentemente foram HPV com 272 e gripe HN1, 451. Sobre as campanhas de vacinação, 530 acompanham, 681 não e 21 não responderam. 500 acreditam que o calendário protege crianças antes da exposição às doenças infecciosas, 79 não acreditam e 653 não sabem. 443 acham que crianças e adultos vacinados podem proteger outras pessoas da aquisição de doenças infecciosas, 330 não e 459 não sabem. 457 não acreditam que uma escola pode se recusar a receber uma criança que não é vacinada por causa do desejo dos pais, 169 acreditam e 606 não sabem. Através de oficinas e atividades lúdicas os resultados foram discutidos nas escolas participantes e folders educativos distribuídos. Considerações finais: Conclui-se que a grande parte dos entrevistados acredita na imunização através da vacinação, porém, a falta de informação e desinteresse faz com que menos da metade da população escolar não acompanhe campanhas e datas para a realização das vacinas, não mantendo a carteira de vacinação atualizada. Fica clara a importância de se abordar essa temática nas escolas com a promoção da troca de experiências e construção de atitudes responsáveis para uma tomada de decisão consciente do escolar.

11035 PUERICULTURA: POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES NA CONSULTA DO ENFERMEIRO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE MANAUS
Marcela dos Santos Hipy, Alinne da Rocha Torres, Sineide Santos Souza, Rizioléia Marina Pinheiro Pina

PUERICULTURA: POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES NA CONSULTA DO ENFERMEIRO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE MANAUS

Autores: Marcela dos Santos Hipy, Alinne da Rocha Torres, Sineide Santos Souza, Rizioléia Marina Pinheiro Pina

Apresentação: O crescimento infantil é expresso pelo aumento do tamanho corporal e constitui um dos indicadores de saúde da criança. As crianças, principalmente as menores de cinco anos, são mais vulneráveis a problemas de ordem fisiológica, psicológica e social. Em virtude dessa vulnerabilidade, há necessidade de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento (CD) da criança para detectar problemas que, quando não resolvidos, acarretam consequências desastrosas, inclusive para vida adulta. A atuação do enfermeiro na Atenção Primária à Saúde (APS) é fundamental no acompanhamento do CD e na redução da morbimortalidade por ser o primoeiro nível de atenção dentro do Sistema Único de Saúde. No Brasil, a Estratégia Saúde da Família (ESF) operacionaliza a APS. Nesse contexto, o enfermeiro da ESF é um profissional da equipe de saúde indispensável para a vigilância do CD por meio da consulta de puericultura. Objetivo: Conhecer as potencialidades e fragilidades da prática do enfermeiro na consulta de puericultura na Estratégia de Saúde da Família. Desenvolvimento: Estudo descritivo, de abordagem qualitativa. Participaram do estudo 15 enfermeiros da ESF do Distrito de Saúde Sul do município de Manaus. Os dados foram coletados de abril a julho de 2019, por meio de entrevista semiestruturada e análise de conteúdo. Resultado: A consulta de puericultura realizada pelo enfermeiro tem como potencialidades a promoção da saúde, prevenção de doenças e detecção precoce de agravos à saúde da criança. A criação de vínculo iniciada no pré-natal favorece a adesão das famílias à puericultura. Sobre as fragilidades, a prática do enfermeiro ainda é embasada no modelo biomédico, que fragmenta o cuidado e o torna pouco efetivo. A baixa adesão das famílias a puericultura e a ausência de estrutura adequada dos serviços comprometem o atendimento. Considerações finais: O estudo evidencia a necessidade de qualidade na assistência do enfermeiro por meio do fortalecimento das potencialidades, e criação de estratégias para superar as fragilidades e tornar o cuidado integral, de forma a estabelecer melhor vínculo, acolhimento e diálogo com a criança/família e mesmo com a comunidade que a ESF está inserida, bem como envolver a família na resolução dos problemas que surgem para o atendimento das suas necessidades. Percebe-se que apesar das dificuldades encontradas na consulta de puericultura realizada pelo enfermeiro, as ações desenvolvidas pelos mesmos estão de acordo, embora que parcialmente, com as recomendações do Ministério da Saúde.

12040 A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA INFÂNCIA: O USO DA METODOLOGIA ATIVA COMO ESTRATÉGIA PARA FORMAÇÃO DE NUTRICIONISTAS
Thayná Letícia de Almeida Sousa, Carolina Martins dos Santos Chagas

A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA INFÂNCIA: O USO DA METODOLOGIA ATIVA COMO ESTRATÉGIA PARA FORMAÇÃO DE NUTRICIONISTAS

Autores: Thayná Letícia de Almeida Sousa, Carolina Martins dos Santos Chagas

Apresentação: A infância, na sociedade contemporânea, está cada vez mais em evidência e vinculada aos elementos do capitalismo. Na sociedade do consumo, as crianças ocupam lugar significativo, uma vez que a relação entre a cultura infantil e suas representações está cada vez mais estreita com a publicidade e mídia direcionada a esse público. Na tentativa de controlar o contexto de abusividade da publicidade e da comunicação mercadológica voltada às crianças e aos adolescentes, foi publicada em 2014, a Resolução nº 163, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA). Essa normativa reafirma que os comportamentos de consumo infantil são influenciados pelas estratégias de marketing, que exploram a vulnerabilidade, imaturidade, ingenuidade e/ou susceptibilidade das crianças e adolescentes, podendo gerar consequências indesejáveis. A literatura científica reconhece a prática de assistir televisão como fator de risco para o desenvolvimento do excesso de peso na infância, que é caracterizado pelo acúmulo de peso em relação a altura e idade e é resultante de complexas interações entre fatores biológicos, comportamentais, sociais, ambientais, econômicos e outros, que impactam na saúde e no bem-estar dos indivíduos. No Brasil, a Pesquisa de Orçamentos Familiares mostrou tendência ao aumento do excesso de peso, entre 1974/1975 e 2008/2009, sendo maior entre as crianças de cinco a nove anos (51,4% nos meninos e 43,8% nas meninas). Em relação à Obesidade, 12,9% das crianças brasileiras estão nessa situação. Diante desse panorama, a alimentação contribui como um dos fatores para a prevenção e tratamento do excesso de peso, levando muitos pais a procurarem nutricionistas a fim de modificar a alimentação dos filhos. O objetivo desse trabalho é apresentar uma discussão qualificada sobre a influência da mídia na infância, com uso de metodologia ativa, durante a formação de nutricionistas. Método: Os estudantes de nutrição, da disciplina Nutrição da Criança e do Adolescente (7º período) de uma Universidade Federal do sul de Minas Gerais, foram orientados previamente e motivados a assistir ao documentário “Criança, a alma do negócio” ou "Tarja branca" e, na sequência, procederem a leitura da Resolução nº 163/2014. Essa estratégia foi utilizada para que todos os estudantes pudessem criar familiarização com a temática. A discussão, propriamente dita, ocorreu baseada em uma metodologia ativa denominada Aquário ou Fishbowl, no qual, dois círculos foram construídos com cadeiras em disposição concêntrica, sendo um círculo maior, e dentro, um círculo menor, o aquário. Alguns participantes foram selecionados para encher o aquário, os “peixes”, e o restante dos estudantes sentaram-se no círculo maior. Nesta metodologia os "peixes" discutiram sobre a relação entre a mídia e a infância e a plateia, do lado de fora do aquário, ouviu a discussão atentamente. Para fomentar o início do diálogo entre os "peixes" a facilitadora da atividade levou recortes de uma notícia intitulada "Publicidade infantil abusiva: conheça o pai que decidiu denunciar o Mc Donald’s", divulgada em 2018 pelo Instituto Alana. Os recortes foram colocados aleatoriamente nas cadeiras dos dois círculos e lidos antes do início das discussões. O principal intuito do uso da denúncia foi provocar a reflexão dos participantes, ampliando sua visão sobre o ambiente nos quais as crianças estão inseridas. Foi realizado um aquário aberto, ou seja, uma cadeira do aquário foi deixada vazia para que os estudantes da plateia pudessem, a qualquer momento, ocupar o local e juntar-se aos "peixes" do aquário para fazer suas considerações. Após a finalização da atividade, foram solicitados relatos sobre a experiência e os aspectos mais pontuados serão aqui evidenciados. Resultado: e Resultado: Foi relatado, de forma unânime, que a discussão sobre marketing e publicidade de alimentos ainda não havia sido tratada com tanta profundidade durante a graduação, como ocorreu na vivência do aquário. Percebeu-se elementos como a disposição dos produtos nos supermercados, as cores das embalagens, os brindes que acompanham alguns produtos e a "engrenagem" utilizada para sedução do público infantil. Também houve relatos sobre a obtenção de novas perspectivas sobre o consumismo, inclusive, quanto ao sentido de pertencimento e aceitação que produtos alimentícios criam com alguns grupos sociais (amigos, familiares e outros). Relatos sobre outras dimensões do ato de alimentar-se também estiveram presentes, já que os alimentos extrapolam o aspecto nutricional, e foram percebidos todas as vezes que o discurso vinculou-se ao fato dos "pais e cuidadores vêem a compra de produtos ultraprocessados como forma de suprir o carinho e/ou ausência", sendo enfatizado a importância de tal fato não podendo o mesmo ser utilizado como justificativa para culpabilização dos responsáveis pela criança. Ainda, segundo os relatos, essa responsabilização destinada exclusivamente aos pais/cuidadores não deve ocorrer, pois a indústria de alimentos age de diversas formas e exerce grande influência na decisão das escolhas alimentares das crianças. Segundo eles, é “injusto” dizer que uma criança ganha peso de forma excessiva apenas porque seus responsáveis compram alimentos ricos em açúcar e/ou gordura, pois dessa forma há a redução de um problema multifatorial ao aspecto do consumo individual. Sem dúvidas, essa minimização do problema e culpa recaída sobre os responsáveis, diminui a responsabilidade das empresas alimentícias que utilizam de diversas estratégias para atrair crianças ao consumo de seus produtos. De modo geral, em relação a vivência do aquário, os estudantes relataram que essa atividade possibilitou um processo diferenciado e de grande riqueza para aqueles que falaram e, também, para aqueles que praticaram a escuta ativa; a participação de colegas que muitas vezes não expõem suas opiniões em outras aulas; a retomada de questionamentos pessoais e a reflexão sobre novas perspectivas, principalmente, sobre a publicidade, o consumo e seus determinantes e desfechos. Normalmente, os conteúdos na graduação de nutrição são apresentados por meio de metodologia expositiva, com tempo reduzido para reflexões mais propositivas que estimulem os futuros profissionais ao exercício da empatia; a compreensão dos determinantes do comportamento alimentar e do ambiente obesogênico; e a apropriação de elementos que serão úteis para o fortalecimento do vínculo com os sujeitos que procuram seu auxílio para adoção de medidas efetivas em relação a alimentação. Considerações finais: A formação dos profissionais de saúde e, nesse caso dos futuros nutricionistas, pode ser beneficiada se um modelo político-pedagógico que considere o protagonismo juvenil, a dialogicidade, a problematização e a construção coletiva de conhecimentos for adotado e implementado em sala de aula, inclusive, com o uso de metodologias ativas. Os estudantes de nutrição, da disciplina Nutrição da Criança e do Adolescente (7º período) de uma Universidade Federal do sul de Minas Gerais, foram orientados previamente e motivados a assistir ao documentário “Criança, a alma do negócio” ou "Tarja branca" e, na sequência, procederem a leitura da Resolução nº 163/2014. Essa estratégia foi utilizada para que todos os estudantes pudessem criar familiarização com a temática. A discussão, propriamente dita, ocorreu baseada em uma metodologia ativa denominada Aquário ou Fishbowl, no qual, dois círculos foram construídos com cadeiras em disposição concêntrica, sendo um círculo maior, e dentro, um círculo menor, o aquário. Alguns participantes foram selecionados para encher o aquário, os “peixes”, e o restante dos estudantes sentaram-se no círculo maior. Nesta metodologia os "peixes" discutiram sobre a relação entre a mídia e a infância e a plateia, do lado de fora do aquário, ouviu a discussão atentamente. Para fomentar o início do diálogo entre os "peixes" a facilitadora da atividade levou recortes de uma notícia intitulada "Publicidade infantil abusiva: conheça o pai que decidiu denunciar o Mc Donald’s", divulgada em 2018 pelo Instituto Alana. Os recortes foram colocados aleatoriamente nas cadeiras dos dois círculos e lidos antes do início das discussões. O principal intuito do uso da denúncia foi provocar a reflexão dos participantes, ampliando sua visão sobre o ambiente nos quais as crianças.

7903 A CONCEPÇÃO DE ADOLESCENTES PORTADORES DE PERDA AUDITIVA ACERCA DAS INTERAÇÕES COM O SETOR SAÚDE
Juliette Viana Melo Heringer, Tadeu da Costa Lessa, Gláucia Formozo Alexandre, Thaís dos Santos Pires Gomes, Beatriz Roldan Salgado, Polyana Pessanha Lourenço, Naiane Abreu Leal

A CONCEPÇÃO DE ADOLESCENTES PORTADORES DE PERDA AUDITIVA ACERCA DAS INTERAÇÕES COM O SETOR SAÚDE

Autores: Juliette Viana Melo Heringer, Tadeu da Costa Lessa, Gláucia Formozo Alexandre, Thaís dos Santos Pires Gomes, Beatriz Roldan Salgado, Polyana Pessanha Lourenço, Naiane Abreu Leal

Apresentação: A Adolescência segundo a Organização Mundial da Saúde compreende a faixa etária entre 10 a 19 anos de idade, compreendendo uma fase de intensas transformações. Desse modo, o adolescente portador de perda auditiva possui demandas específicas que requerem do Profissional de saúde maior preparação, principalmente nos fatores que tangem as barreiras da comunicação. Objetivo: Analisar os conteúdos das representações sociais de adolescentes surdos sobre o setor saúde e a relação com seus profissionais. Método: Estudo exploratório-descritivo, de abordagem qualitativa, tendo por base a teoria de Representações Sociais. Participaram 11 adolescentes surdos por meio de entrevistas semiestruturadas, submetidas à técnica de análise de conteúdo do tipo conteúdo temático-categorial. Resultado: O eixo temático pertinente ao estudo possui 65 UR (17%) na pesquisa, sendo reconhecido pelos participantes a relevância das interações com o setor para a qualidade de vida. Outro eixo temático do estudo foi a necessidade de informação em saúde, compreendendo 12 UR (3,2%) da pesquisa. Nessa esfera, alguns dos participantes do estudo relataram que se consideram satisfeitos com os atendimentos que receberam na rede de saúde, porém destacaram o incômodo na constante necessidade de haver um intermediário na comunicação durante as consultas, situação na qual eles tendem a assumir condição de menor visibilidade, maior passividade e em certos casos a incompatibilidade na compreensão do profissional sobre o processo de saúde-doença vivenciado pelo adolescente. O segundo eixo corresponde a necessidade de informação em saúde, compreendendo 12 UR (3,2%). Considerações finais: A importância do conhecimento da LIBRAS pelos diversos agentes nas unidades de saúde, se torna fator importante na construção da relação com o adolescente portador de perda auditiva, implicando desse modo no acolhimento, na resolução da demanda de saúde e na longitudinalidade do cuidado.

9554 QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA A SAÚDE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM HEMODIÁLISE: PRODUÇÃO E TESTAGEM DE UMA ESTRATÉGIA GAMIFICADA
Davi Gabriel Barbosa, Fernanda de Nazaré Almeida Costa, Malena da Silva Almeida, Paulo Elias Gotardelo Audebert Delage

QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA A SAÚDE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM HEMODIÁLISE: PRODUÇÃO E TESTAGEM DE UMA ESTRATÉGIA GAMIFICADA

Autores: Davi Gabriel Barbosa, Fernanda de Nazaré Almeida Costa, Malena da Silva Almeida, Paulo Elias Gotardelo Audebert Delage

Apresentação: A mensuração da Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) é considerada um importante indicador na avaliação de intervenções e tratamentos de saúde. A gamificação é a utilização de elementos, mecânicas e dinâmicas de jogo como estratégia para aumentar o engajamento na atividade proposto e contribuir para mudança de comportamentos desejáveis e para a resolução de problemas. Esse trabalho tem como objetivo testar uma estratégia gamificada voltada à melhoria da QVRS de crianças e adolescentes que realizam o tratamento da hemodiálise. Desenvolvimento: Pesquisa aplicada, de desenvolvimento metodológico e quase experimental, desenvolvida em duas etapas. A primeira etapa consistiu na produção de uma estratégia gamificada no formato de um Role Play Game (RPG) de mesa adaptado segundo as necessidades de crianças e adolescentes que realizam a hemodiálise, os elementos envolvidos no jogo basearam-se em uma revisão narrativa da literatura que buscou elencar as principais dificuldade enfrentadas pelo público infanto juvenil em decorrência da necessidade de realizar o tratamento. O jogo baseou-se na criação de mapas, narrativas e avatares todos voltados para retratar situações semelhantes à vivenciada pelas crianças e adolescentes em seu tratamento buscando trazer um novo olhar da criança sobre sua condição e diante de cada situação enfrentada em seu dia, trazendo repertórios gamificados e de educação em saúde. A segunda etapa da pesquisa buscou testar a eficácia do jogo em relação a mudanças de comportamento que levem a melhorias nos escores de qualidade de vida relacionada a saúde, a avaliação da QVRS ocorreu através de duas medidas uma antes e outra após a introdução dessa estratégia, fizeram parte da pesquisa um grupo de oito crianças e adolescentes que foram atendidas individualmente e selecionadas conforme os seguintes critérios de inclusão: idade entre 8 e 18 anos incompletos, que realizam tratamento regular por no mínimo três meses na Instituição. Foram excluídos da pesquisa crianças ou adolescentes que não apresentavam condições cognitivas satisfatórias. Para mensurar a qualidade de vida foi utilizado o questionário DCGM 37 do grupo DIZABKIDS®. Resultado: O jogo retratava fantasiosamente situações potencialmente reais vividas por esses pacientes e buscava melhorar sua resiliência, autopercepção e aceitação do tratamento, tendo sido bem recebido. Os participantes da pesquisa tinham idade variando entre 8 e 16 anos, com idade média de 12,25 anos, com distribuição igual quanto ao sexo. A correlação entre os escores mensurados pré e pós testagem demonstrou melhora significativa nas dimensões independência e emocional após introdução do jogo. Considerações finais: A estratégia produziu melhoria na QVRS e tem potencial de favorecer mudanças de comportamento e postura no contexto da saúde, demonstrando que tem potencial de auxiliar na adaptação dos pacientes renais crônicos à sua condição e ao tratamento, consequentemente melhorando sua QVRS.