34: Educação em serviço: um compromisso com o cuidado
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FCA 02 Sala 02 - Bodó    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
1616 O ACADÊMICO DE ENFERMAGEM FRENTE À PRÁTICA ASSISTENCIAL - RELATO DE EXPERIÊNCIA NA DISCIPLINA DE SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA DE ENFERMAGEM I
Paulo Philip de Abreu Gonzaga, Beatriz Graça de Araújo, Camila Soares Santos, Ester Alves de Oliveira, Lowisa Consentini Garcia, Marcos Lima do Nascimento, Victor Nei Vasconcelos Monteiro, Iracema da Silva Nogueira

O ACADÊMICO DE ENFERMAGEM FRENTE À PRÁTICA ASSISTENCIAL - RELATO DE EXPERIÊNCIA NA DISCIPLINA DE SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA DE ENFERMAGEM I

Autores: Paulo Philip de Abreu Gonzaga, Beatriz Graça de Araújo, Camila Soares Santos, Ester Alves de Oliveira, Lowisa Consentini Garcia, Marcos Lima do Nascimento, Victor Nei Vasconcelos Monteiro, Iracema da Silva Nogueira

Introdução: A disciplina Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem I, aborda conteúdos referentes às Ciências da Enfermagem.   Neste tópico de estudo, incluem-se os Fundamentos e Assistência de Enfermagem que contemplam os conteúdos técnicos, metodológicos e os meios e instrumentos inerentes ao trabalho do enfermeiro pautado nas regras técnicas e nos pressupostos humanos, éticos e legais da profissão. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem frente à prática assistencial, durante a realização da disciplina Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem I. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência sobre a referida disciplina, desenvolvida no segundo semestre de 2017, por acadêmicos do 4° período do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Resultados: A disciplina em questão tem como objetivos: conhecer e executar os procedimentos básicos de Enfermagem, baseados em evidências cientificas, necessárias ao desenvolvimento dos cuidados ao paciente, família e comunidade, relacionados aos aspectos psicológicos, físicos, sociais e espirituais; incentivar a criatividade e a sensibilidade referente ao cuidar; desenvolver o relacionamento enfermeiro-paciente, como componente essencial na arte do cuidar; contribuir para que a formação seja voltada para a prática sempre observando os preceitos técnico-científicos, humanos e éticos, estabelecendo um relacionamento terapêutico e, consequentemente, humanizando a assistência de enfermagem. Para o alcance dos objetivos da disciplina, o processo de ensino e aprendizagem, foram implementadas aulas teóricas e práticas, tanto em sala de aula, laboratório de enfermagem e simulação, Serviços de Pronto Atendimento e contexto hospitalar, sob supervisão das professoras da referida disciplina. A atuação nesses cenários possibilitou a oportunidade de um contato maior com o paciente colocando em prática o conteúdo teórico discutido na disciplina. Vale ressaltar que a inserção do discente no campo da prática foi um momento de adaptação, principalmente nas relações comportamentais, no trabalho em equipe e no desenvolvimento de habilidades e competências para o processo de cuidar de pessoas portadoras de agravos de baixa e média complexidade. Conclusão: A vivência, principalmente, em ambiente hospitalar foi inestimável, pois, ao cursar a disciplina, o acadêmico deu os primeiros passos nas práticas do cuidar. Porém, como era esperado, pôde-se observar certa dificuldade de adaptação frente à prática assistencial devido à complexidade do ambiente hospitalar, pois, mesmo havendo consistente fundamentação teórica, o cenário assistencial requer do acadêmico, atributos como proatividade, iniciativa, criatividade, responsabilidade e compromisso.

2019 EXPERIÊNCIA DE ENSINO E PRÁTICA COMO COMPROMISSO POLÍTICO-SOCIAL DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NA CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Karla Maria Carneiro Rolim, Maria Solange Nogueira dos Santos, HENRIQUETA ILDA VERGANISTA MARTINS FERNANDES, Maxwell Arouca da Silva, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Patrícia dos Santos Guimarães

EXPERIÊNCIA DE ENSINO E PRÁTICA COMO COMPROMISSO POLÍTICO-SOCIAL DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NA CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE

Autores: Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Karla Maria Carneiro Rolim, Maria Solange Nogueira dos Santos, HENRIQUETA ILDA VERGANISTA MARTINS FERNANDES, Maxwell Arouca da Silva, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Patrícia dos Santos Guimarães

Apresentação: No atual cenário da política de saúde brasileira a Estratégia Saúde da Família (ESF) apresenta-se como um modelo de atenção em saúde, pautado no paradigma da vigilância à saúde que busca articular a ação programática em saúde com as políticas públicas setoriais e transetoriais. Além disso, a ESF propõe uma ampliação do lócus de intervenção em saúde, incorporando na sua prática o domicílio e espaços comunitários diversos. Esse programa é composto por uma equipe multiprofissional, composta por médico, enfermeiro, dentista, técnico de Enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS). Pode-se dizer que o fato de ser o ACS uma pessoa que convive com a realidade e as práticas de saúde do bairro onde mora e trabalha, e ser formado a partir de referenciais biomédicos, faz deste um ator que veicula as contradições e, ao mesmo tempo, a possibilidade de um diálogo profundo entre esses dois saberes e práticas, de forma a estabelecer uma relação de trocas entre saberes populares de saúde e saberes médicos-científicos.  Essa posição particular nos fez formular a hipótese de que o caráter híbrido e polifônico desse ator, o inscreve de forma privilegiada na dinâmica de implantação e de consolidação de um novo modelo assistencial, pois, numa posição estratégica de mediador entre a comunidade e o pessoal de saúde, ele pode funcionar como facilitador. O Ministério da Saúde (MS) define muito bem as atribuições dos ACS, das quais, duas merecem uma atenção especial quando se discute a formação desses profissionais. A primeira, afirma que os ACS devem “orientar as famílias para a utilização adequada dos serviços de saúde” e a segunda, salienta que eles devem “informar os demais membros da equipe de saúde acerca da dinâmica social da comunidade, suas disponibilidades e necessidades”. Surpreendentemente, nessas duas atribuições pode-se identificar o movimento bidirecional dos agentes, aqueles que, de um lado, informam à população “modos de fazer” estabelecidos pelo sistema médico oficial e que, de outro lado, munem os profissionais de saúde de elementos chaves para a compreensão dos problemas de saúde das famílias e das necessidades da população. Nesse sentido, o treinamento desses agentes deve fornecê-los de conhecimentos diversos em torno da questão do processo de saúde-doença, incorporando, além da perspectiva biomédica, outros saberes que o habilitem nesse processo de interação cotidiana com as famílias e no reconhecimento de suas necessidades. Tentando se lembrar de trabalhar a compreensão para serem respeitados os desejos, demandas e necessidades. Desejos e demandas seriam construções dos próprios usuários, sendo que desejos estariam ligados à percepção de problemas de saúde que gerariam a necessidade de ter acesso a um serviço de saúde, enquanto que a demanda já incluiria uma avaliação da possibilidade concreta de ter acesso a esse serviço desejado. Por outro lado, as necessidades de serviços de saúde seriam a quantidade e o tipo desses serviços, definidos pelos profissionais (médicos), para serem consumidos pela população para permanecer ou tornar-se sadia. Objetivou-se realizar oficinas de capacitação para os ACS com o intuito de esclarecê-los sobre suas atribuições no trabalho comunitário e despertar a consciência desses profissionais sobre a importância de realizar corretamente as suas atribuições no trabalho comunitário. Desenvolvimento do Trabalho: Para a capacitação dos ACS, foi necessária uma semana, durante o período vespertino, com duração de duas horas, realizado na própria sala dos ACS na Unidade Básica de Saúde (UBS), no Município de Coari no interior do Amazonas, no mês de outubro de 2016. A atividade de educação em saúde foi desenvolvida por dois acadêmicos de Enfermagem durante o estágio na disciplina de Saúde Coletiva, com uma oficina de capacitação para os ACS a fim de esclarecê-los sobre o seu papel no trabalho comunitário e elevar sua autoestima. Utilizou-se a metodologia da problematização possibilitando a participação ativa dos participantes, colocando-os, não como meros receptores, mas como fonte de conhecimentos e experiências, envolvendo-os na discussão e engajando-os na identificação dos problemas dos seus cotidianos. Foi empregada uma série de dinâmicas didático-pedagógicas (com o propósito de ser trabalhada a comunicação, cooperação, planejamento, confiança, empatia entre outros), a fim de que os ACS pudessem expressar opiniões, relatar experiências relacionadas aos temas e esclarecer dúvidas quanto a posturas a serem tomadas em determinados casos. Foram abordados: conhecimentos gerais e processos de trabalho, abordagem ACS/paciente, saúde da criança, do adolescente e do adulto, atenção à pessoa com deficiência, violência familiar e doenças transmitidas por vetores. Resultados: A realização de atividades de extensão, tais como as atividades de atualização e aperfeiçoamento profissional de caráter teórico-prático, proporciona um importante papel para a formação acadêmica em Enfermagem, pois os discentes passam a conviver com a realidade do Sistema Único de Saúde (SUS), aprender mais sobre o mesmo e percebem na sua ação um modo de contribuir para a sociedade. Assim como contribui para promover e aumentar o aprendizado dos ACS de forma a torná-los mais capazes de desenvolverem suas atividades e habilidades no seu trabalho. Todos os ACS relataram ter sido muito rico o aprendizado e que a metodologia de associar a teoria com a prática junto com a valorização dos conhecimentos e experiências individuais foi fator primordial para assimilação dos conteúdos e estímulo de participação. A coordenação da Atenção Primária em Saúde sinalizou a Universidade quanto à melhora da assistência, produção e tomada de decisão desses ACS. Conclusão: Diante dos resultados obtidos, pode-se concluir que a atividade desenvolvida pelos alunos de Enfermagem alcançou o efeito almejado, uma vez que os ACS demonstraram aquisição de novos conhecimentos, passando a adotarem novas práticas e melhorarem sua autoestima, ao passo que os estudantes conseguiram integrar teoria e prática, tornando-se sujeitos ativos do processo ensino-aprendizagem de maneira a deixarem sua contribuição no campo social. Também por meio das temáticas explanadas, os ACS puderam sanar dúvidas e levantaram questões do cotidiano para serem debatidas durante os encontros para melhor abordagem da comunidade. O papel do ACS deve ser entendido como uma extensão da Atenção Primária da Saúde, o qual pode adentrar as casas das famílias e oferecer medidas e informações com o intuito de contribuir para a prevenção, além de promover o tratamento direto das doenças. Dessa forma, a capacitação de ACS proporciona melhor qualidade de vida para a comunidade em geral.

2739 CAPACITAÇÃO DE CUIDADORES QUANTO AO ESTÍMULO A AUTONOMIA DOS RESIDENTES DE INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS (ILPI)
Ícaro Genniges Rêgo, Vitória Da Silva Matos Pereira, Lisandra Rodrigues De Medeiros, Caroline Palma e Silva Da Costa, Daiane De Souza Fernandes

CAPACITAÇÃO DE CUIDADORES QUANTO AO ESTÍMULO A AUTONOMIA DOS RESIDENTES DE INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS (ILPI)

Autores: Ícaro Genniges Rêgo, Vitória Da Silva Matos Pereira, Lisandra Rodrigues De Medeiros, Caroline Palma e Silva Da Costa, Daiane De Souza Fernandes

Introdução: É imprescindível que se estimule independência aos residentes de instituições de longa permanência para idosos (ILPI), pois, esta condição de institucionalizado isoladamente já acarreta déficits na autonomia. Seja para a realização de tarefas ou decisões cotidianas, esta relação de dependência com o cuidador é cerceada por fatores diversos, como, não só a alta carga de trabalho assumida pelos profissionais que, para assistir todos os idosos realizam completamente as tarefas por eles, aumentando o estresse pela sobrecarga laboral, mas também o já estabelecido ciclo de dependência, no qual, um idoso limitado tornar-se-á tão mais dependente quanto maior o número de tarefas que o cuidador realizar por ele. Objetivo: Relatar a experiência da execução de uma ação educativa voltada aos cuidadores de uma ILPI filantrópica em Marituba/ PA, quanto a importância de se estimular a independência dos idosos e o autocuidado com a saúde mental dos profissionais. Descrição da experiência: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência desenvolvido por acadêmicos de Enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA) na ILPI João de Deus, a atividade foi realizada na instituição durante a tarde. Participaram as duas cuidadoras do período diurno e duas assistentes sociais da instituição, três alunos do projeto de extensão Idoso Saudável (Faculdade de enfermagem- UFPA) e a professora responsável pela atividade. O outro cuidador, apesar do convite, não quis participar. Utilizou-se a metodologia ativa de roda de conversa, direcionada pelo uso de um folder previamente elaborado pelos acadêmicos, cuja primeira parte dedicava-se às atribuições do cuidador, enfatizando o estímulo à autonomia e segurança dos idosos, teorizando e exemplificando por meio da contextualização de situações rotineiras, como pentear-se, vestir-se e realizar as refeições. Já a segunda parte destinou-se aos procedimentos que podem ser tomados no ambiente de trabalho para preservar a saúde mental dos cuidadores, mesmo que sobrecarregados de trabalho. Inicialmente houve uma breve socialização seguida de uma dinâmica reflexiva sobre o processo de envelhecimento, a partir disso deu-se início à discussão sobre o envelhecimento saudável e sua estreita relação com o nível de dependência, nesse momento as cuidadoras puderam compartilhar experiências e verificar em seus discursos a importância de posturas que promovam autonomia. Por fim, enfatizou-se o autocuidado do cuidador com sua saúde mental, principalmente, indicando-se exercícios relaxantes para realizar durante o trabalho, como pausas intercaladas e alongamentos, objetivando alívio do estresse. Resultados: Verificou-se interesse e participação dos envolvidos. Isso permitiu o comprometimento em tornar rotineiras as atividades que incentivem independência para os idosos, como encorajá-los a realizar tarefas sozinhos ou com o mínimo de intervenção, cabendo ao cuidador acompanhar e orientar, bem como promover a integração do grupo com atividades lúdicas semanais. Quanto à saúde mental, as cuidadoras comprometeram-se a cuidar de si mais frequentemente, visto que isso trará qualidade não só para suas vidas como também para a assistência prestada. Considerações finais: Pode-se dizer que a partir dessa sensibilização, os cuidadores passarão a valorizar mais a autonomia, percebendo sua importância para o envelhecer saudável e as implicações negativas da dependência para o idoso.

3029 Estudos de casos de agravos e doenças relacionadas ao trabalho: relato de experiência em capacitação de profissionais da vigilância em saúde do trabalhador
Iracema Viterbo Silva, Camila Neves Sá, Camila Neves Sá, Celso Joélio Amorim Teodoro, Celso Joélio Amorim Teodoro, Ana Carina Dunham Monteiro, Ana Carina Dunham Monteiro, José Fernando dos Santos, José Fernando dos Santos

Estudos de casos de agravos e doenças relacionadas ao trabalho: relato de experiência em capacitação de profissionais da vigilância em saúde do trabalhador

Autores: Iracema Viterbo Silva, Camila Neves Sá, Camila Neves Sá, Celso Joélio Amorim Teodoro, Celso Joélio Amorim Teodoro, Ana Carina Dunham Monteiro, Ana Carina Dunham Monteiro, José Fernando dos Santos, José Fernando dos Santos

A vigilância em saúde do trabalhador – VISAT, incluindo as investigações por acidente de trabalho, requer profissionais experientes e capacitados para identificar as diversas situações presentes no ambiente de trabalho que podem produzir doenças e agravos. Na Bahia, capacitar profissionais atuantes para cobrir a demanda da vigilância em saúde do trabalhador nos 417 municípios do estado constitui-se um desafio. A carência de recursos humanos é grande em muitas localidades que, no máximo, contam apenas com uma referência técnica regional. Mesmo nas localidades assistidas pelos centros de referência em saúde do trabalhador – CEREST, o trabalho é dificultado pela pouca experiência ou insegurança dos técnicos na realização de ações de VISAT. Ademais, é comum em alguns municípios demissões de profissionais que são substituídos por outros que nem sempre contam com a experiência necessária para a realização de tais ações, o que exige o investimento permanente em novas capacitações.  Realizadas pelo órgão estadual de referência em saúde do trabalhador do estado, estas capacitações, além de frequentes, têm buscado a utilização de metodologias que tornem o processo de aprendizagem dinâmico e efetivo.  Entende-se que os conhecimentos teóricos precisam estar articulados com a prática, de modo que os agentes em formação aprendam a partir da análise de situações que poderão encontrar no cotidiano de seu trabalho. Para muitos profissionais, discutir condutas, legislações e normas técnicas pode parecer uma tarefa enfadonha e cansativa, apesar da importância de tais elementos na prática da vigilância. Entretanto a utilização de metodologias ativas pode facilitar a condução do processo de capacitação, ao oferecer maior dinamismo e facilidade de aprendizagem. Este estudo tem por objetivo apresentar uma estratégia de capacitação em vigilância em saúde do trabalhador, baseada nas experiências de profissionais da área ou em casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN. Trata-se de um relato de experiência em que se utilizou casos reais ou adaptados, com o propósito de levar os sujeitos a refletirem e buscar alternativas de intervenção. Um dos casos utilizados nos cursos oferecidos durante os encontros macrorregionais da RENAST – Rede Nacional de Saúde do Trabalhador diz respeito a um surto de parotidite ocorrido em uma empresa de teleatendimento. A investigação deste surto contou com a participação de técnicos da Coordenação de Vigilância em Ambientes e Processos de Trabalho – COVAP, setor da Diretoria de Vigilância e Atenção em Saúde do Trabalhador – DIVAST, órgão da secretaria de saúde do estado, de forma articulada com o centro de referência regional e vigilância epidemiológica. A apresentação do caso durante o processo de capacitação permitiu entender que embora não se tratando de uma doença ocupacional, a sua disseminação foi reforçada em razão das condições e do processo de trabalho da empresa. O uso de equipamentos de fone de ouvido com microfone acoplado – headset, de forma compartilhada, bem como a falta de higiene adequada teriam favorecido a transmissão do vírus de uma pessoa para a outra. Como medida de controle e prevenção, foi discutida a importância da vacinação dos trabalhadores não imunizados; orientações à empresa e trabalhadores em relação aos equipamentos, para que sejam tomados os cuidados adequados com a higiene e adotado o uso individualizado das peças removíveis como espuma e tubo de voz. Além deste caso foi possível ainda simular situações que muitas vezes precedem a ocorrência de acidentes graves, a exemplo de pequenos incidentes que acontecem com o uso de máquinas. A falta de mecanismos de proteção, bem como o uso inadequado dos maquinários para atender às exigências impostas pelo próprio trabalho foram analisados de modo que se entendesse a influência dos fatores condicionantes e determinantes na ocorrência dos acidentes. Ademais, foi reforçada a importância da vigilância nos locais de trabalho a fim de identificar situações que colocam em risco a saúde dos trabalhadores e sejam tomadas as medidas cabíveis de correção. A experiência mostrou-se bem aceita pelos participantes, na medida em que permitiu maior interação e participação nas discussões. A utilização dessa metodologia durante os encontros macrorregionais contribuiu para maior aproximação da referência estadual com os municípios das diversas regiões de saúde. Tornou-se possível o conhecimento da realidade e a utilização de casos que mais se identificassem com o perfil produtivo de cada região. Da mesma forma, foi permitido às regiões opinarem quanto ao curso que mais atendia a essas necessidades (trabalho agrícola, acidente de trabalho grave e mapeamento). O fato da quase totalidade dos cursos acontecerem antes da I Conferência Estadual de Vigilância em Saúde pode ter contribuído com propostas de intervenção em Saúde do Trabalhador. Essa metodologia também colaborou para maior reflexão dos técnicos envolvidos com a VISAT no sentido de desconstruir a visão ainda muito comum que é a de culpabilização do trabalhador na ocorrência de um acidente grave.

3183 CAPACITANDO O PROFESSOR EM SUPORTE BÁSICO DE VIDA
Francisca Moreira Dantas, Carlos Eduardo Bezerra Monteiro, Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Patrícia dos Santos Guimarães

CAPACITANDO O PROFESSOR EM SUPORTE BÁSICO DE VIDA

Autores: Francisca Moreira Dantas, Carlos Eduardo Bezerra Monteiro, Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Patrícia dos Santos Guimarães

Apresentação: A prática de suporte básico de vida é um componente essencial para a assistência em saúde e compreende a assistência pré-hospitalar cujo atendimento é prestado nos locais onde a vítima se encontra. As pausas entre as aulas ou o horário de intervalo para lanche representam um momento de tempo livre e, em geral, os alunos aproveitam para correrem e brincarem. Muitas vezes essas atividades provocam acidentes, que podem deixar sequelas irreversíveis caso não tenham o atendimento adequado tornando-se um desafio para o professor e para a escola a assistência imediata da vítima. Diante disso, o presente projeto buscou realizar palestras educativas aos professores da Escola Municipal Rui Souto de Alencar no município de Coari-AM, com o intuito de discutir os potenciais de risco mais frequentes no cotidiano escolar e estimular a autonomia dos profissionais acerca dos primeiros cuidados em situações de urgência/emergência. Desenvolvimento do trabalho: Este relato de experiência é resultante de um projeto de extensão desenvolvido na Escola Municipal Rui Souto de Alencar, localizada no município de Coari-AM, tendo como público-alvo 20 docentes da referida escola. As atividades foram aplicadas por acadêmicos do curso de Enfermagem do Instituto de Saúde e Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas. O projeto abordou palestras educativas sendo apresentadas informações quanto à definição de primeiros socorros, engasgo, desmaios, convulsões, parada cardiorrespiratória em escolares, hemorragias, ferimentos, queimaduras, fraturas, choque elétrico, bem como, a prevenção de acidentes no ambiente escolar. As técnicas realizadas foram apresentadas de forma dinâmica e descontraída levando em consideração o nível de conhecimento técnico do público, sempre buscando sanar as principais dúvidas. Vale ressaltar que, os professores depois de instruídos eram convocados a fazer as simulações da assistência para mostrar que adquiriram as habilidades. É importante enfatizar que todas as palestras foram voltadas para situações em cotidiano escolar, situações estas, já vivenciadas algumas vezes por estes profissionais. Resultados e/ou impactos: A partir da intervenção do projeto, todos os professores tornaram-se aptos a reconhecer uma situação de urgência e emergência seja na escola ou em seu cotidiano quando se deparar com uma, assim como, poderão chamar o socorro especializado em situações que requeiram socorro imediato e ainda, atuar na prestação da assistência de primeiros socorros básicos em casos que necessitem visando a diminuição de agravos até a chegada dos socorristas. Através do relato desses professores, foi possível identificar as principais dificuldades enfrentadas no momento de prestar socorro à vítima, destacando a grande importância que teve o projeto na vida de cada um deles. Ao mesmo tempo, tiveram a oportunidade de sanar suas dúvidas acerca do assunto. Os acadêmicos destacaram o valor da capacitação, uma vez que, proporciona o avanço no conhecimento e o aumento de experiências ao longo de sua vida acadêmica. Considerações Finais: O projeto preencheu uma lacuna que se encontrava vazia, uma vez que, a prestação adequada de suporte básico de vida possibilita melhorias no estado de saúde da vítima.

4478 CURSO DE PRIMEIROS SOCORROS AO CHEFE ESCOTEIRO: AÇÃO DO GRUPO 193º/AL ESCOTEIRO DO FOGO EM EDUCAÇÃO EM SAÚDE E NA FORMAÇÃO DE MULTIPLICADORES
Audrey Moura Mota Gerônimo, Rômulo Silva Guedes de Araújo, Giordan Magno da Silva Gerônimo, Aubert Kristhian Santos Alves

CURSO DE PRIMEIROS SOCORROS AO CHEFE ESCOTEIRO: AÇÃO DO GRUPO 193º/AL ESCOTEIRO DO FOGO EM EDUCAÇÃO EM SAÚDE E NA FORMAÇÃO DE MULTIPLICADORES

Autores: Audrey Moura Mota Gerônimo, Rômulo Silva Guedes de Araújo, Giordan Magno da Silva Gerônimo, Aubert Kristhian Santos Alves

O Escotismo é um movimento educacional de jovens de abrangência mundial, sem vínculo a partidos políticos, baseado no voluntariado, que conta com a colaboração de adultos. Presente em 216 países e territórios, abrangendo um total de 28 milhões de filiados distribuídos em todos os continentes do mundo no ano de 2005, apenas seis países não possuem grupos escoteiros. Valoriza a participação de pessoas de todas as origens sociais, etnias e credos, de acordo com seu Propósito, seus Princípios e o Método Escoteiro. Foi concebido pelo seu Fundador, Baden-Powell (B-P), em 1907 e adotado pela União dos Escoteiros do Brasil, a partir de 1910 na cidade do Rio de Janeiro. Caracterizando o maior movimento organizado de educação não-formal, o Movimento Escoteiro tem como base a Promessa e a Lei Escoteira. Trata-se de um movimento que segue os mesmos princípios e método proposto por B-P em todas as regiões do planeta, mesmo com pequenas alterações. O propósito do Movimento Escoteiro é contribuir para que as crianças e os jovens assumam seu próprio desenvolvimento, especialmente do caráter. Assim, ajuda-os a realizar suas plenas potencialidades físicas, intelectuais, sociais, afetivas e espirituais, como cidadãos responsáveis, participantes e úteis em suas comunidades, conforme definido pelo seu Projeto Educativo. Tendo iniciado as suas atividades em Julho de 2017, o Grupo Escoteiro do Fogo Charlie Bravo Zero compõe um dos projetos sociais do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas, buscando como objetivo principal a junção do método escoteiro de ensino com a educação prevencionista. Falar em prevenção envolve reconhecer a importância do conceito de resiliência, que tem relação com a capacidade de enfrentamento de crises, traumas, perdas, graves adversidades, transformações, rupturas e desafios, elaborando as situações e desenvolvendo a capacidade de se recuperar dela. Caracterizar uma comunidade como resiliente requer considerá-la possuidora de um alto poder de recuperação. Desta forma, assumiu-se como missão a formação de multiplicadores neste ramo do conhecimento, que busca a prevenção contínua e proativa, por parte de toda comunidade envolvida. O grupo atende crianças e jovens, abrangendo as faixas etárias dos 6 anos e meio aos 15 anos, distribuídos nos Ramos Lobinho (6 anos e meio à 10 anos) e Escoteiro (10 anos à 15 anos). Trata-se de relato de experiência de adultos voluntários que integram o grupo de escotistas, durante realização do 1º curso de formação em primeiros socorros para chefes escoteiros no início de 2018, na cidade de Maceió, Estado de Alagoas. O público alvo fora escotistas, inserido em Grupos Escoteiros de todo o território nacional. O objetivo geral do curso foi formar multiplicadores em Primeiros Socorros, reforçando a prevenção contínua e proativa. Como objetivos específicos, visou-se integrar novas ferramentas e tecnologias de ensino para complementar o processo de aprendizagem nos cursos voltados ao Movimento Escoteiro; capacitar os chefes escoteiros a validar qualquer criança e jovem do seu Grupo Escoteiro em qualquer nível nas especialidades de Primeiros Socorros e/ou Socorrismo, conforme previsto no Guia de Especialidades Escoteiras; fomentar a participação e envolvimento dos participantes no desenvolvimento de ações voltadas à comunidade mediante incentivo da educação prevencionista; e, por fim, possibilitar o reconhecimento e fortalecer a credibilidade da instituição Bombeiro Militar, diretamente com a comunidade impactada. A metodologia do curso foi estruturada partindo de uma sequência de atividades que visam o enriquecimento teórico-prático dos envolvidos, dividido em duas etapas. A primeira etapa se deu a partir do suporte didático do Google Classroom, à distância, caracterizando-se como uma plataforma educacional que objetiva facilitar a comunicação e estimular o interesse dos participantes através de assuntos propostos e atividades online. Já a segunda etapa compreendeu a realização de atividades práticas no sistema de acantonamento, envolvendo também o convívio em equipe e fazendo uso do sistema de patrulhas, próprios do Movimento Escoteiro. Atingiu-se todo o conteúdo didático disposto nas especialidades de Primeiros Socorros e Socorrismo, acabando por habilitar os participantes a validar qualquer criança e jovem de seu Grupo Escoteiro em qualquer nível nessas especialidades, que integram o Método Educativo do Escotismo, conforme previsto no Guia de Especialidades Escoteiras. O projeto educativo do Movimento Escoteiro visa contribuir na formação de cidadãos responsáveis que compreendam a dimensão política da vida em sociedade, capazes de desempenhar um papel construtivo na comunidade e que tomam suas decisões guiados pelos princípios escoteiros. Como norte dessa ação desenvolvida, busca-se a formação de cidadãos responsáveis, participantes e úteis em sua comunidade, que sejam capazes de transmitir as informações aprendidas e que intercedam na busca por uma sociedade mais equitativa, solidária e fraterna, base do próprio Movimento Escoteiro. Revela-se como um método de ensino que se fundamenta em educar para a liberdade, procurando desenvolver a capacidade de pensar criativamente, mais do que a aquisição de conhecimentos ou de habilidades específicas, que se baseiam em princípios técnicos. Vai além ao partir da convicção de que todos são capazes, de que os indivíduos desenvolvam diferentes capacidades e mesmo de que as pessoas oprimidas têm interesse em superar o seu status de grupo menos favorecido. Ademais, os multiplicadores assumem a responsabilidade de transferir o conhecimento recebido por meio de uma linguagem de fácil entendimento, tornando a aprendizagem concreta e acessível, uma vez que fazem parte da realidade ao qual pretendem interceder. O processo de formação de agente multiplicador otimiza diretamente o universo impactado, potencializado pelo conhecimento prevencionista agregado às ações, resultando em comunidades mais resilientes e fortalecendo ainda mais a proposta metodológica que integra o Movimento Escoteiro. Espera-se, com a finalização desse curso, que os chefes escotistas que participaram da ação se considerem aptos a prestar o atendimento direto a acidentes envolvendo participantes de seu grupo, sejam jovens ou adultos, pais ou convidados, na sede ou em atividades externas ao ar livre. Também se espera um impacto positivo dentro dos Grupos Escoteiros dos quais estão inseridos, especialmente voltado à progressão das crianças e jovens quanto às especialidades de Primeiros Socorros e Socorrismo. Por fim, a vivência com uma ferramenta de ensino, como o Google Classroom, tornou possível reconhecer a tecnologia como ferramenta disponível na otimização do processo de aprendizagem a ser aplicado em atividades futuras.

4893 CAPACITAÇÃO PARA ACS's SOBRE ASPECTOS GERAIS DA LEPTOSPIROSE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Eliana Soares Coutinho, Kaio Dmitri dos Santos Aguiar, Karini de Nazaré Silva da Silva, Lorena Silva da Silva, Richer Praxedes Maia, Jade Durans Pessoa Loureiro Lima, Jonas Gloria de Oliveira, Jackline Leite de Oliveira

CAPACITAÇÃO PARA ACS's SOBRE ASPECTOS GERAIS DA LEPTOSPIROSE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Eliana Soares Coutinho, Kaio Dmitri dos Santos Aguiar, Karini de Nazaré Silva da Silva, Lorena Silva da Silva, Richer Praxedes Maia, Jade Durans Pessoa Loureiro Lima, Jonas Gloria de Oliveira, Jackline Leite de Oliveira

APRESENTAÇÃO: A Leptospirose é uma doença infecciosa febril que tem início de maneira abrupta, variando de um processo não evidente até formas graves com letalidade elevada. O agente etiológico dessa doença são algumas bactérias do gênero Leptospira, dos quais o mais importante é a Leptospira interrogans. O reservatório da doença são alguns animais domésticos e sinantrópicos (que vivem perto de humanos, mas não são domésticos) em especial o rato de esgoto e o rato doméstico. Os seres humanos são hospedeiros acidentais e terminais na cadeia de transmissão. No caso do ser humano a infecção é resultante da exposição direta ou indireta à urina de animais que estejam infectados; em lugares onde ocorrem alagamentos constantes e presença de lixo existe risco maior para o surgimento de casos dessa doença por conta do lixo doméstico atrair animais reservatórios do agente etiológico. Com base nessas informações e a partir de visitas a uma Estratégia Saúde da Família (ESF) foi observada a necessidade da abordagem do assunto, em virtude no crescente número de casos de pessoas infectadas. Preconizou-se como objetivo realizar uma ação educativa com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s), abordando as condições propícias ao contágio e os cuidados preventivos. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A atividade foi realizada no dia 28 de setembro de 2017 no período da manhã, na sala de reunião dos profissionais da ESF, da qual participaram 12 ACS’s. Foi utilizado como instrumento um folder e um cartaz previamente composto pelo grupo, que expunham o assunto a ser abordado de maneira clara e com linguagem acessível. No primeiro momento foram realizadas perguntas aos ACS’s para avaliar o grau de conhecimento acerca do tema. Posteriormente o assunto foi abordado de maneira dialogada com o intuito de esclarecer as principais dúvidas inerentes; e, por fim foi realizada uma roda de conversa, na qual os profissionais relataram experiências a partir de suas vivências em comunidade. RESULTADOS: Observou-se que a metodologia utilizada favoreceu o desenvolvimento da ação em questão, pois houve uma grande interação entre os ACS’s e a equipe expositora. Essa interação foi evidenciada principalmente em virtude do compartilhamento de vivências por parte dos profissionais; além disso, apresentaram um aprendizado satisfatório, mostrando conhecimento e compreensão após a abordagem do assunto. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Experiências como essa, baseadas em problemas relevantes da sociedade, onde o discente tem a oportunidade de aplicar uma intervenção e articular teoria e prática, fazem com que este construa um aprendizado metodológico e prático que vão contribuir eficazmente em sua futura atuação profissional. Outro fator relevante é que os ACS’s são os profissionais que possuem um contato mais direto com a população; sendo, portanto, de extrema importância a capacitação deste no que diz respeito à prevenção de patologias.

1173 TREINAMENTO DE HABILIDADES E ATITUDES ATRAVÉS DO EXAME CLÍNICO OBJETIVO ESTRUTURADO (OSCE) – RELATO DE EXPERIÊNCIA NA DISCIPLINA DE PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE
Paulo Philip de Abreu Gonzaga, Beatriz Graça de Araujo, Bárbara Juliana Carvalho Costa, Camila Soares Santos, Lowisa Consentini Garcia, Marcos Lima do Nascimento, Victor Nei Vasconcelos Monteiro, Iracema da Silva Nogueira

TREINAMENTO DE HABILIDADES E ATITUDES ATRAVÉS DO EXAME CLÍNICO OBJETIVO ESTRUTURADO (OSCE) – RELATO DE EXPERIÊNCIA NA DISCIPLINA DE PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE

Autores: Paulo Philip de Abreu Gonzaga, Beatriz Graça de Araujo, Bárbara Juliana Carvalho Costa, Camila Soares Santos, Lowisa Consentini Garcia, Marcos Lima do Nascimento, Victor Nei Vasconcelos Monteiro, Iracema da Silva Nogueira

Introdução: As provas tradicionais têm como objetivo avaliar a habilidade de memorização e reconhecimento de fatos, mas não a de interpretar informações e aplicá-las no atendimento do paciente. Com o intuito de proporcionar os princípios de um crescimento nos aspectos acadêmicos, principalmente na área da saúde, em 1975, foi criado o Exame Clínico Objetivo e Estruturado (OSCE), que permite, no âmbito acadêmico, aproximar a relação existente entre os conceitos de avaliação e a aprendizagem. Desta maneira, ao ser incorporado como metodologia em diferentes disciplinas, implica treinamento de habilidades e atitudes em relacionamento, vínculo e comunicação, permitindo que a inserção do modelo biopsicossocial seja trabalhada de maneira mais integral possível na Universidade. Nesse contexto, é de relevância para a formação de um corpo de conhecimento bem estruturado que o acadêmico de enfermagem tenha a oportunidade de desenvolver atividades, com enfoque nas relações interpessoais. Objetivo: Relatar a experiência obtida a partir do treino de habilidades e atitudes por meio do método OSCE, na disciplina de Psicologia Aplicada à Saúde. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, no qual se refere ao método OSCE na referida disciplina, desenvolvido no segundo semestre de 2017, por acadêmicos do 4° período do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a fim de avaliar as competências técnicas e de comunicação obtidas durante as aulas. Resultados: A metodologia foi aplicada com uma turma composta por 30 estudantes. As atividades foram desenvolvidas no Laboratório de Habilidades e Simulação (LAHSIM) da referida Universidade, o qual está estruturado em seis estações/consultórios. Assim sendo, os acadêmicos foram distribuídos aleatoriamente nas estações, em grupos com seis integrantes, na qual cada estudante passava por duas estações. Foram estimados 10 minutos para o desenvolvimento das atividades, sendo um minuto para à leitura do caso clínico e nove minutos para o desenvolvimento das habilidades e atitudes referentes à conduta do enfermeiro frente ao atendimento de pessoas vítimas de violência, para o reconhecimento das necessidades psicológicas do paciente com doença crônica e suas habilidades frente à neurodiversidade. Cada estação era composta por um acadêmico avaliador, com o intuito de observar as habilidades de raciocínio clínico e tomada de decisões e outro responsável pela encenação do caso, de modo que tanto o avaliador quanto o responsável pela encenação, eram estudantes que já tinham cursado a disciplina em estudo. Após o término da atividade, houve o feedback do professor sobre o desempenho dos alunos, pois, dessa forma, os mesmos tiveram a oportunidade de aprender com suas tentativas de acertos e eventuais erros. Conclusão: Considera-se que o OSCE se mostrou um eficiente método avaliativo no processo de ensino e aprendizagem, pois, as atividades desenvolvidas contribuíram de forma significativa para a complementaridade na formação dos acadêmicos. Também pôde-se perceber que a percepção dos estudantes sobre as competências de co­municação clínica e profissionalismo mostrou-se mais efetiva do que nas avaliações baseadas somente em provas escritas, haja vista que tais habilidades e atitudes permitiram o aprimoramento do atendimento às pessoas baseado no modelo biopsicossocial.

2223 Educação em serviço de profissionais de Saúde em Unidades Básicas de Saúde de Manaus
Elisabete Martins de França, Railton Moreira dos Anjos, Carlos Rafael Lopes de Azevedo, Lidiane de Jesus Souza Lima, Celsa da Silva Moura Souza, Regismeire Viana Lima, Maria Regina Torloni

Educação em serviço de profissionais de Saúde em Unidades Básicas de Saúde de Manaus

Autores: Elisabete Martins de França, Railton Moreira dos Anjos, Carlos Rafael Lopes de Azevedo, Lidiane de Jesus Souza Lima, Celsa da Silva Moura Souza, Regismeire Viana Lima, Maria Regina Torloni

Apresentação: Trata-se de um relato de experiência de uma atividade de educação em serviço para capacitação de profissionais de saúde, enfermeiros e assistentes sociais em Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Manaus, com objetivo de promover a prevenção de ganho de peso em gestantes durante a realização do pré-natal. Desenvolvimento do trabalho: A atividade ocorreu em 2017 no próprio cenário de prática em 10 UBS distribuídas nas 4 zonas distritais de saúde através de estratégias de ensinagem, que foram desenvolvidas e apresentadas por Nutricionistas e acadêmicos de enfermagem,educação física, nutrição e medicina participantes do projeto de extensão da Universidade Federal do Amazonas ligado a pesquisa “Suplementação de cálcio em baixa dose para prevenção de pré-eclampsia”, que teve como público-alvo gestantes que vinham à UBS para consultas pré-natais. Além das gestantes, os profissionais que coordenavam os grupos de grávidas foram convidados para participar das práticas educativas, no caso destas UBS os profissionais envolvidos são os enfermeiros e assistentes sociais.  As atividades educativas nessas UBS seguiam o calendário de agendamento dos profissionais na caderneta da gestante. Ocorrendo em cada atividade prática 20 minutos de informação com diversas estratégias de ensinagem sobre o acompanhamento de ganho de peso gestacional. Os profissionais  foram treinados nas seguintes temáticas:  risco de excesso de peso, prevenção de ganho de peso por meio da alimentação e atividade física,  cálculo e acompanhamento do peso por meio do gráfico da caderneta da gestante. Diversas técnicas de ensinagem foram utilizadas, tais como: uso de painéis do açúcar e sal ocultos nos alimentos, painel de atividades físicas na gestação, caderneta de saúde da gestante, slides e a dinâmica  tempestades de idéias. Essas técnicas foram utilizadas para que os profissionais capacitados pudessem reproduzi-las em outros momentos e para que fosse criado um espaço de troca de conhecimentos entre os profissionais de saúde e as gestantes, com objetivo de levar essas mulheres a reflexão dos seus hábitos alimentares e de vida durante a gestação. Os profissionais de saúde foram capacitados em serviço sobre a temática de ganho de peso por meio da observação das técnicas de ensinagem e interação com as Nutricionistas, os acadêmicos  e os participantes durante as atividades, por meio de troca de experiências, transmitindo informações e tirando dúvidas sobre os assuntos abordados.Impactos: Foram capacitados em serviço 20 profissionais de saúde de 10 UBS de 4 zonas distritais de saúde (4 UBS da zona norte, 2 UBS da zona leste, 2 UBS da zona oeste e 2 UBS da zona  sul), sendo 8 enfermeiros e 12 assistente sociais, por meio de 4 estratégias de ensinagem desenvolvidas de fevereiro  à  novembro de 2017.  As práticas educativas promovidas pela Nutricionista e os acadêmicos foram bem aceitas pelos profissionais de saúde participantes e pelas gestantes atendidas nas UBS, pois segundo os relatos da equipe da UBS essa vivência com a equipe da UFAM foi uma experiência muito boa, inovadora, motivadora e proveitosa.  O profissional que mais participou das atividades promovidas pela  a equipe da UFAM foram os assistentes sociais, que estiveram presentes em todas as práticas educativas  e que mais contribuiram para que essas acontecessem nas UBS, pois foi notado que muitas vezes esses profissionais são os  responsáveis por organizar as práticas educativas e estimular a participação das gestantes nessas atividades na UBS.  Ao realizar a capacitação em serviço foram observadas as seguintes constatações: 1- Pelo fato da capacitação ser em serviço e marcada de acordo a disponibilidades da UBS houve notória participação dos profissionais de saúde; 2- Os profissionais que participaram da capacitação aplicaram os conhecimentos adquiridos em seus atendimentos individuais, como por exemplo os enfermeiros realizavam o calculo  do IMC  para controlar na tabela da caderneta de saúde da gestante o estado nutricional e os assistente sociais  durante o atendimento  conversavam com as gestantes sobre a questão do controle do peso, a importância do pré-natal na prevenção de doenças relacionadas o ganho excessivo de peso durante a gestação; 3-  Os profissionais foram estimulados a promover a participação das gestantes  nas  práticas educativas, foi observado que nos horários das práticas que os enfermeiros ou assistentes sociais que participavam assiduamente das atividades promovidas pela Nutricionista da UFAM, haviam um  maior número de participantes; 4- Maior interação entre os profissionais de saúde e as gestantes, alguns assuntos abordado nas reuniões com  o grupo de gestantes foram escolhidos por meio de pesquisa com as gestantes; 5- Mesmo  com o fim das atividades promovidas pela Nutricionista e os acadêmicos da UFAM na UBS, houve continuidade das práticas educativas com os grupos de gestantes e com abordagem metodológica ensinada durante a capacitação em serviço,  fato constatado quando alguns assistentes sociais e enfermeiros solicitaram da Nutricionista materiais para que estes utilizassem em suas reuniões com o grupo de grávidas; 6- Observado a criação de novos grupos de gestantes e fortalecimento de grupos já existentes, que é uma importante estratégia  de promoção de saúde que proporciona troca de informações e experiências, desenvolvimento de autonomia e adoção de hábitos saudáveis pelas gestantes; e 7- Que as técnicas ensinagem utilizadas tornaram mais atrativas as reuniões com as grávidas,  aumentando a participação destas nas práticas, além de melhorar atenção no atendimento dos profissionais capacitados. Considerações Finais: A dimensão educativa é parte integrante e inovadora na assistência pré-natal, que é um momento propicio para  promover um espaço de educação em saúde, afim de possibilitar o preparo da mulher para viver a gestação e o parto de forma positiva. Este processo educativo tem que ser mais do obter que  conhecimentos, mas sim um momento de emponderamento  da gestante. Neste contexto, a capacitação de profissionais de saúde é fundamental e se esta ocorrer em serviço proporciona um aprendizado prático deste profissional incentivo a estes a criarem e fortalecerem os  grupos de gestante e  continuarem  as praticas educativas nas UBS, assim  fortalecendo a promoção de saúde e melhorando a qualidade da assistência prestada à mulher. Também deve ser ensinado e incentivado que os profissionais de saúde utilizem estratégias de ensinagem ativas, pois essas respeitam os conhecimentos prévios dos usuários, fazendo que a educação em saúde realizada  na UBS seja um momento de  aprendizado mútuo, significante e libertador, a favor da autonomia do usuário.  Ações com esse caráter devem ser ampliadas, pois favorecem a participação social,potencializa a uma assistência humanizada e integral à saúde e gera  mudança na vida dos usuários e na própria concretização do modelo de saúde proposto pelo SUS.

2969 Orientação nutricional regionalizada e de exercício físico para usuários do Hiperdia no município de Santarém, Pará.
Robert Douglas Costa de Melo, Gabriel Tavares de Oliveira Silva, Karen Evelin Pedroso de Sousa, Luciana Gama de Almeida, João Victor Aguiar da Silva, Tayrone Nayara Soares de Oliveira, Silvania Yukiko Lins Takanashi

Orientação nutricional regionalizada e de exercício físico para usuários do Hiperdia no município de Santarém, Pará.

Autores: Robert Douglas Costa de Melo, Gabriel Tavares de Oliveira Silva, Karen Evelin Pedroso de Sousa, Luciana Gama de Almeida, João Victor Aguiar da Silva, Tayrone Nayara Soares de Oliveira, Silvania Yukiko Lins Takanashi

A hipertensão arterial (HA) e o diabetes mellitus (DM) são dois dos problemas de saúde pública mais importantes no Brasil. Os pacientes dessas patologias são acompanhados pelo sistema de cadastramento e acompanhamento de hipertensos e diabéticos (Hiperdia) que tem como objetivos gerar informações para a aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos e fornecer subsídios para o planejamento da atenção à saúde dos diabéticos e hipertensos. Este trabalho foi aprovado pelo Programa Campus Avançado, sob Edital 18/2017, e objetivou capacitar os pacientes do Hiperdia e seus acompanhantes, agentes comunitários de saúde e o público em geral usuário das Unidades Básicas de Saúde (UBS) em relação ao benefício da correta nutrição associada ao exercício físico para a prevenção e controle da HA e do DM, permitindo a integração do conhecimento em saúde adquirido na Academia à realidade desse público. O público-alvo foi formado por um grupo de 130 pessoas, das UBSs de cinco bairros de Santarém, Pará. O projeto foi executado no mês de outubro de 2017 nos locais de reunião dos “grupões” do Hiperdia. Foi aplicado um questionário para avaliar o conhecimento sobre os nutrientes e substâncias, que interferem no tratamento e estão presentes na mesa diária, além de perguntas voltadas sobre a prática de exercício físico. Posteriormente, foram realizadas palestras sobre os benefícios da nutrição equilibrada, regionalizada e o preparo de uma dieta adequada; e dos exercícios físicos para a saúde e como montar um cronograma básico de exercícios. Os resultados obtidos permitiram identificar que a amostra desconhece que alimentos como macarrão (48,78%) e coxinha (32,92%) contenham açúcar. Também, evidencia-se que quando questionados sobre alimentos com gordura, óleo de girassol teve apenas um percentual de 42,68% das marcações. Outro ponto importante é o resultado de 62,2% desconsiderarem o esquema de seis refeições diárias como o mais saudável. Coloca-se ainda que 31,7% acreditam que exercício físico prejudica a capacidade respiratória, e que andar para o trabalho (59,75%) e atividades domésticas (63,41%) são formas de exercício físico. Por fim, considera-se a execução deste projeto como necessária e sua aplicação tendo sido positiva e satisfatória, posto que, mesmo que os pacientes do Hiperdia façam um acompanhamento mensal nas UBSs, ficou evidente o desconhecimento de fatores importantes do processo saúde-doença dessas patologias e a existência de dúvidas quanto a alimentação e ao exercício físico, dois elementos fundamentais e determinantes do quadro dos pacientes, que foram sanadas pela equipe, e a interação dos pacientes durante as palestras, inclusive realizando as atividades práticas propostas pelo projeto.

2340 ANÁLISE DE DADOS PARA O SUS: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA INTERPROFISSIONAL
Bianca Borges da Silva Leandro, Flávio Astolpho Vieira Souto Rezende

ANÁLISE DE DADOS PARA O SUS: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA INTERPROFISSIONAL

Autores: Bianca Borges da Silva Leandro, Flávio Astolpho Vieira Souto Rezende

Apresentação A formação dos trabalhadores que atuam na área da saúde constitui-se um dos desafios do Sistema Único de Saúde (SUS). Desde 1999, por meio da Política Nacional de Recursos Humanos em Saúde, é apontada a necessidade de uma educação crítica, autônoma e criativa para os trabalhadores dos serviços de saúde. A formação dos profissionais que atuam nas áreas de informações e registros com foco na análise de dados em saúde não foge a esse contexto. Sendo assim, este trabalho tem como objetivo relatar o percurso do Curso de Atualização Profissional em Análise de Dados para o SUS (APAD- SUS) desenvolvido pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) durante os anos de 2016 e 2017. Desenvolvimento do trabalho Trabalho elaborado em formato de narrativa de experiência. Foi realizada uma análise descritiva das fichas de inscrição dos profissionais que realizaram o curso nos anos de 2016 e 2017, complementada por uma análise qualitativa do plano pedagógico do referido curso e dos relatórios produzidos pela coordenação do curso ao final da experiência formativa. Esta proposta formativa surgiu a partir da demanda de alunos egressos de outros cursos da EPSJV que relatavam a necessidade de se aprofundar sob aspectos específicos que subsidiassem a análise da situação de saúde de forma ágil, clara e contextualizada. Como também de próprios docentes da referida instituição que avaliaram a necessidade de se ofertar uma formação que caminhasse em sintonia com as necessidades dos serviços de saúde, orientada por um processo de autonomia e emancipação dos profissionais. Desse modo surgiu, em 2015, a formulação do projeto político-pedagógico do APAD-SUS que teve como proposta principal problematizar os temas relacionados à etapa de análise de dados com ênfase no processo de tomada de decisão. Resultados O curso foi estruturado com 84 horas, envolvendo aulas teóricas-práticas, distribuídas em quatro disciplinas. Nas duas primeiras, foram discutidos o histórico do SUS, seus princípios e diretrizes, a epidemiologia nos serviços de saúde, os principais sistemas de informação em saúde, a conceituação e construção de indicadores de saúde e reflexão sobre o conceito de território e conceitos básicos de geoprocessamento aplicado à saúde. Nas duas disciplinas seguintes, focou-se a prática profissional nos programas Tabnet, TabWin e Epi-Info compreendendo-os com potencialidade de serem utilizados no cotidiano dos serviços de saúde. A metodologia utilizada no curso tem como referência as singularidades das práticas dos trabalhadores que atuam com as informações e registros em saúde, bem como as especificidades do trabalho desenvolvido nos diferentes serviços do SUS.  Os encontros presenciais são marcados pela problematização, momentos de troca entre os estudantes e docentes, oficinas de trabalho coletivo e apresentação de assuntos pertinentes ao curso. O processo educativo tem continuidade de atividades por meio de uma Comunidade Virtual via plataforma Moodle. Nela, são disponibilizados os materiais didáticos, cronogramas, avisos, atividades e fóruns, sendo um espaço mediado pelos docentes envolvidos no curso. Nos dois anos de realização, 2016 e 2017, foram formados 43 estudantes. Por meio das fichas de inscrição, verificou-se que 58,1% (25 estudantes) mencionaram ter o nível médio e 41,9% (18 estudantes) ter também nível superior. Pode-se perceber uma combinação interessante entre profissionais de diferentes trajetórias formativas, o que potencializou a troca de saberes realizada no decorrer do curso. Vale salientar que do total, as mulheres são a maioria (72,0%, 31 estudantes). Em relação à faixa etária observa-se que a mais numerosa é a de 36 a 40 anos (25,5%). Em relação à esfera administrativa, a maior parte dos estudantes está vinculada à esfera municipal (41,9%), seguida da federal (34,9%), estadual (9,3%), privado (2,3%) e, em 11,6% das fichas, esse dado estava em branco. No tocante ao dado em branco, deve-se destacar que alguns alunos no momento do curso estavam sem atividade de trabalho. Ainda relacionado a esse tema, a maior parte dos estudantes (53,4%) são estatutários, ou seja, com vínculo de trabalho mais sólido o que pode permitir uma maior aplicação dos conceitos e assuntos discutidos em suas atividades do trabalho. Dos demais, 14,0% são celetistas, 18,6% outros vínculos (bolsistas, residentes, estágios) e 14,0% dos dados estavam em branco. Pode-se observar que 30,2% desenvolvem atividades relacionadas à área de vigilância em saúde, 18,6% atuam diretamente no serviço de informação e controle, 28,0% estão envolvidos com setores ligados a programas de saúde ou de atenção ao usuário dos serviços de saúde, por fim, deve-se destacar que em 20,9% dos casos esse dado não foi preenchido. Essa diversidade de atuação também foi relevante para as reflexões e discussões realizadas durante o processo formativo, tendo em vista que cada discente atuava em um ponto da rede de atenção à saúde, favorecendo o compartilhamento de experiências, saberes e práticas. A partir da análise de um relatório elaborado pela coordenação do curso referente à percepção da turma de 2017 sobre o curso, identificaram-se duas categorias analíticas que refletem o sentido do curso para o trabalho realizado e a relevância do diálogo com distintas categorias profissionais, a saber: 1. aumento do aprendizado com a possibilidade de aplicação concreta no dia a dia do trabalho; e 2. potencialidade do diálogo interprofissional entre profissionais de distintos níveis formativos. Em relação à primeira categoria identificada, a maior parte dos alunos relatou a pertinência da formação e das discussões vivenciadas para a qualificação e melhoria do processo de trabalho. Deve-se destacar que as problematizações realizadas durante os encontros eram contextualizadas com a realidade vivenciada no SUS. Algumas reflexões e o repensar sobre o trabalho em um processo constante de Educação Permanente em Saúde foram aspectos observados. No tocante à segunda categoria analítica identificada, notou-se que a diversidade de conhecimento presente da turma, como também a presença de trabalhadores que atuavam em distintos locais e com diferentes níveis formativos refletiram-se na possibilidade de articular e integrar diferentes olhares, em um processo constante de troca de experiências e de conhecimento do trabalho realizado pelo outro. Ao final da realização da segunda turma, um resultado importante de ser destacado e que indica a relevância da articulação entre ensino-serviço tratou-se da efetivação de dois processos de cooperação juntos a serviços de saúde com ênfase nos conteúdos e atividades abordados no APAD-SUS. Considerações finais Esta experiência interprofissional mostrou-se potencial na qualificação de trabalhadores de saúde para o processo de análise de dados, sobretudo realizado de forma coletiva, revelando a possibilidade de modificar as práticas. O processo de análise de dados em saúde deve ser algo realizado por diferentes profissionais de saúde, sejam de nível médio ou superior, de forma a integrar distintos olhares. Identificou-se a necessidade das instituições formadoras e dos serviços de saúde em potencializar a construção de espaços que viabilizem a troca de experiências de diferentes trabalhadores de saúde, favorecendo o diálogo interprofissional. O APAD-SUS é uma proposta de formação profissional em constante construção, a sua estrutura é repensada a partir de cada demanda dos serviços de saúde. Mantém como orientação principal uma qualificação crítica, emancipadora, problematizadora do trabalho em saúde, com ênfase nas necessidades de saúde, defendendo a pluralidade de trabalhadores e em sintonia com a defesa da saúde enquanto direito social e com a melhoria do SUS.

1200 “Novas Diretrizes Curriculares do curso de Medicina: mudança do perfil (e da visão) dos alunos”
Priscila Maranhão Ribeiro, Suellen Ferreira da Matta, Valbécia Tavares de Aguiar, Mariana Mello Gonçalves Rodrigues, Francianny Lima Bentes, Maria Esther Borba Espindola, Maiara Magri Pereira Olenchi, Luiz Otavio de Araujo Bastos

“Novas Diretrizes Curriculares do curso de Medicina: mudança do perfil (e da visão) dos alunos”

Autores: Priscila Maranhão Ribeiro, Suellen Ferreira da Matta, Valbécia Tavares de Aguiar, Mariana Mello Gonçalves Rodrigues, Francianny Lima Bentes, Maria Esther Borba Espindola, Maiara Magri Pereira Olenchi, Luiz Otavio de Araujo Bastos

Em 2014, o Ministério da Educação (MEC) instituiu novas diretrizes curriculares para o curso de medicina com o intuito de formar profissionais generalistas, humanistas, críticos e reflexivos. Assim, desde o início da graduação, os acadêmicos entram em contato com a Estratégia Saúde da Família (ESF) através de atividades nas UBS (Unidade Básica de Saúde), observando e, principalmente, participando de toda sua dinâmica. No início, há discussão teórica sobre o que é o SUS (Sistema Único de Saúde), seu funcionamento, com ênfase na Atenção Primária a Saúde (APS), suas especificidades, bem como sua importância na organização da rede de saúde. No presente caso, a mudança de grade curricular ocorreu no meio do processo de formação acadêmica. Após a conclusão do primeiro período - este baseado na grade curricular antiga - e sem quaisquer conhecimentos prévios sobre os níveis de atenção à saúde, conceitos de promoção e prevenção de saúde, educação e gestão em saúde, etc. Esse trabalho tem como objetivo relatar a experiência de cinco acadêmicas do curso de medicina em Manaus - Amazonas, que vivenciaram essa mudança - não somente de grade curricular, porém, essencialmente, de construção de identidade médica. Em que, primeiramente, houve uma relutância a aceitar esses novos conhecimentos, com ressalvas e diversas críticas. Entretanto, como resultado - finalizando o quarto semestre da graduação, percebe-se um melhor entendimento dos objetivos da nova grade, com uma visão mais humana sobre o paciente. Dessa forma, a partir da imposição de grade curricular pelo MEC, foram observadas mudanças no provável perfil de médico formado. Assim, é, de fato, necessário um desligamento dos moldes antigos do ensino da medicina no nosso país, ampliando a visão dos acadêmicos sobre o cuidado em saúde.

2043 CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO PROGRAMA PRIMEIRA INFÂNCIA RIBEIRINHA (PIR), REALIZADA EM TRÊS COMUNIDADES DA REGIÃO MÉDIO SOLIMÕES, AMAZONAS.
Marcelo Henrique da Silva Reis, Jéssica Karoline Alves Portugal, Mariana Paula da Silva, Victor Linec Maciel Barbosa, Rhuana Maria de Oliveira Pereira, Cássia de Oliveira Maraes, Genice Lemos Campos, Abel Santiago Muri Gama

CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO PROGRAMA PRIMEIRA INFÂNCIA RIBEIRINHA (PIR), REALIZADA EM TRÊS COMUNIDADES DA REGIÃO MÉDIO SOLIMÕES, AMAZONAS.

Autores: Marcelo Henrique da Silva Reis, Jéssica Karoline Alves Portugal, Mariana Paula da Silva, Victor Linec Maciel Barbosa, Rhuana Maria de Oliveira Pereira, Cássia de Oliveira Maraes, Genice Lemos Campos, Abel Santiago Muri Gama

Apresentação: O período entre zero e seis anos é o mais importante do desenvolvimento da criança, onde a capacidade de cognição e sociabilidade do indivíduo começa a se estruturar. Por essa razão, o programa Primeira Infância Ribeirinha (PIR) tem como objetivo, contribuir para o desenvolvimento dos cuidadores das crianças ribeirinhas, além de desenvolver competências dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). O projeto consiste na capacitação dos profissionais de saúde, principalmente agentes comunitários, para o acompanhamento da evolução das crianças desde a gestação até os 6 anos de idade. Esse projeto é desenvolvido pela fundação Amazônia Sustentável (FAZ), em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas (Susam) e Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis), utilizando recursos da Fundação Bernard Van Leer. Diante disto, este trabalho tem como objetivo, relatar atividades de capacitação de profissionais de saúde no projeto Primeira Infância Ribeirinha (PIR). Desenvolvimento do trabalho: As atividades foram realizadas no período de 08 a 11 de maio de 2017, nas comunidades ribeirinhas de Iracema, São Sebastião da Água branca e Divino Espírito Santo do Ipixuna, região Alto Solimões. Participaram a ação a equipe composta por três enfermeiro e um coordenador de saúde da zona rural da cidade de Coari-Amazonas, além de agentes comunitários de saúde das respectivas comunidades. A capacitação conta com a participação de uma coordenadora do projeto, que é responsável pelo desenvolvimento de todas as etapas do curso, sendo duas etapas de aulas teóricas/prática e 02 etapas de atividades em campo para acompanhar o desenvolvimento dos agentes e corrigir dificuldades que os mesmos possam apresentar no decorrer de suas visitas diárias. Foram disponibilizados kits para os participantes que contém: Manual do PIR_GUIA DE VISITAÇÃO DOMICILIAR, camisa, boné, aparelho de PA, balança, fita métrica, calculadora, papel madeira, cartolina, papel cartão de cores variadas, resma de papel, caixa de lápis de cor, caixa de giz de cera, tinta guache, soma em muito nas atividades que o agente pode e tem condições de promover na sua comunidade. Resultados: Entre as principais dificuldades observadas na capacitação, destaca-se a baixa escolaridade dos agentes comunitários, fato este evidenciado através de atividades que incluíam leituras e interpretação do conteúdo abordado. A Fundação Amazonas Sustentável demonstrou interesse em ampliar a capacitação para os demais agentes de Coari e Tefé, bem como, dependendo da parceria com a SEMSA/PREFEITURA, para capacitar todos agentes de saúde, aumentando a cobertura das atividades para o grupo da primeira infância. Foi observado ainda, a falta de assistência à saúde que esses moradores enfrentam, tendo que percorrer horas de viagem em embarcações até o município em caso de emergências médicas. Considerações finais: A ação possibilitou maior interação entre enfermeiros e agentes comunitários das comunidades, contribuindo para o maior conhecimento das dificuldades que esses profissionais enfrentam e consequentemente permitir a elaboração de estratégias que viabilizem a maior qualidade de aprendizado desses profissionais, contribuindo para melhor assistência as crianças.