338: O Agente Comunitário de Saúde na Produção do Cuidado na Atenção Básica
Debatedor: Alessandra Vallegas
Data: 31/10/2020    Local: Sala 01 - Rodas de Conversa    Horário: 08:00 - 10:00
ID Título do Trabalho/Autores
7723 EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NA FORMAÇÃO DE ACS NO NORTE E NORDESTE DE MINAS GERAIS: POTENCIALIDADES E DESAFIOS
Thais Lacerda e Silva, Adriana Alves de Andrade Melo Franco, Amanda Nathale Soares, Ana Paula Martins Lara, Érica Menezes dos Reis, Juliana Fonseca de Oliveira Mesquita, Maria de Lourdes Menezes, Tatiane Fernandes Maia

EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NA FORMAÇÃO DE ACS NO NORTE E NORDESTE DE MINAS GERAIS: POTENCIALIDADES E DESAFIOS

Autores: Thais Lacerda e Silva, Adriana Alves de Andrade Melo Franco, Amanda Nathale Soares, Ana Paula Martins Lara, Érica Menezes dos Reis, Juliana Fonseca de Oliveira Mesquita, Maria de Lourdes Menezes, Tatiane Fernandes Maia

Apresentação: A Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG) desenvolve processos formativos de/com trabalhadores que atuam no SUS e em defesa do SUS, tendo como base desses processos, a Educação Permanente em Saúde (EPS). Um dos grandes desafios da nossa atuação institucional consiste no desenvolvimento de processos de EPS de profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) e, de modo especial, de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), dada a expressiva força de trabalho no estado, cerca de 30 mil agentes, que trabalham em territórios com características singulares e diversas no que se refere a condições sociais, políticas e econômicas dos mais de 853 municípios. Para fazer frente a esse desafio, desenvolvemos três tipos de oferta de formação para ACS: o Curso Introdutório (40 horas) e o Curso de Educação em Saúde nas práticas do ACS (30 horas), na modalidade EAD, e o Curso de Qualificação de ACS (400 horas), presencial. Este resumo trata do relato da experiência de realização do Curso de Qualificação de ACS em municípios do Norte e do Nordeste de Minas Gerais, nos anos 2018/2019, com vistas a identificar e compartilhar as potencialidades e os desafios de processos de educação permanente em saúde voltados para ACS que trabalham em regiões mais vulneráveis do estado. Desenvolvimento: O Curso de Qualificação de ACS da ESP-MG possui carga horária de 400 horas, distribuídas em 200 horas de concentração (encontros presenciais) e 200 horas de atividades de dispersão. As atividades de dispersão são realizadas no dia a dia de trabalho dos ACS e propõem a problematização e a reflexão sobre as práticas que desenvolvem junto às famílias e à equipe de saúde. O curso é realizado de forma descentralizada nos municípios do Estado de Minas Gerais, durante um período de cinco meses, e os docentes são enfermeiros com experiência na APS que moram e/ou trabalham no próprio município ou na região. Os pressupostos da EPS constituem a base que orienta o curso, a partir da qual se compreende que a aprendizagem acontece no, pelo e para o trabalho. Nos anos 2018/2019, a ESP-MG realizou o curso em territórios com maiores índices de vulnerabilidade social, localizados no Norte e no Nordeste de Minas Gerais. Resultado: O curso foi realizado em 55 municípios das regiões Norte e Nordeste de Minas Gerais, qualificando 1.290 ACS. Cerca de 89% dos municípios são de pequeno porte, com população entre 3.145 e 20.076 habitantes. Apenas 11% dos municípios (06) são de médio porte, com população entre 25 e 56 mil habitantes. Todos possuem cobertura acima de 80% da população pelas equipes de saúde da família e quase a totalidade da sua população é SUS dependente. Em relação ao percentual da população em extrema pobreza, varia de 8,61% a 42,79%. Esses dados apontam para a importância da APS no cuidado da população desses municípios, a qual representa, muitas vezes, a expressão mais concreta de proteção social à população que ali vive. Operar percursos formativos nesses territórios orientados pela EPS desvelou inúmeras potencialidades, entre as quais destacamos: i) a mobilização de gestores municipais e coordenadores de APS dos 55 municípios, além de profissionais dos núcleos de atenção primária das Superintendências Regionais de Saúde envolvidas. A implementação de processos formativos em larga escala, presencial e descentralizado requer forte articulação e ação compartilhada entre os diferentes atores. Importante salientar que em muitos municípios o próprio coordenador da APS foi o docente do curso, o que possibilitou aproximar o gestor das reais necessidades de saúde da população e conhecer as condições de trabalho dos ACS e das equipes; ii) a troca de experiências e aprendizagem entre agentes novos na função e aqueles que têm maior tempo de atuação; iii) maior aproximação e fortalecimento do vínculo entre os ACS e também entre os agentes e os demais profissionais da equipe. Ao longo do curso, outros profissionais das equipes de saúde da família foram incorporados, tanto no desenvolvimento de atividades de dispersão quanto nas atividades de concentração, discutindo temas atinentes às suas categorias profissionais, como, por exemplo: o dentista foi convidado para a discussão sobre a Saúde Bucal, o nutricionista do NASF abordou aspectos da alimentação, o psicólogo discutiu com os alunos sobre Saúde Mental, entre outros. Em alguns municípios o profissional da educação física do NASF realizou práticas corporais com os alunos antes do início das aulas; iv) maior conhecimento sobre os diferentes territórios de atuação dos ACS, com destaque para aqueles que atuam em áreas rurais. A dificuldade de realização das visitas domiciliares à população rural devido às grandes distâncias entre as casas e à falta de apoio de muitas prefeituras para viabilizá-las foi objeto de grande comoção e solidariedade entre os agentes. Em muitos locais, os agentes da área urbana e rural se mobilizaram para reivindicar melhores condições de trabalho e ajuda financeira nos deslocamentos em territórios rurais. A sensibilização dos gestores municipais quanto às condições de trabalho dos ACS, sobretudo os rurais, também se deu por meio da participação nas apresentações dos mapas construídos pelos agentes, com discussão sobre o número de famílias, a situação de vida da comunidade, as distâncias percorridas, os obstáculos e as dificuldades no trajeto, além das limitações da própria organização das equipes de saúde para fazer chegar o cuidado à saúde à população rural; v)a ampliação do conhecimento sobre a rede setorial e intersetorial, por meio de visitas em serviços que integram o processo de produção do cuidado à saúde, como, por exemplo, o Conselho Tutelar, o Centro de Referência de Assistência Social, o Centro de Atenção Psicossocial; e vi) a ampliação da participação dos ACS em ações educativas. Uma das intencionalidades do curso consiste no fortalecimento da dimensão educativa do trabalho do ACS, por meio da discussão e da problematização sobre o seu cotidiano de trabalho. Em muitos municípios, observou-se o empoderamento dos agentes, que se viram capazes de propor e conduzir atividades educativas nos territórios. Para além dessas mudanças e potencialidades propiciadas pelo desenvolvimento do curso, identificamos também alguns desafios. Em alguns municípios, os ACS queixaram da falta de compreensão da população e também de profissionais da própria equipe quanto à liberação do trabalho para participarem do curso. Também identificamos dificuldades de alguns gestores em propiciarem o deslocamento dos agentes que moram nas áreas rurais para participarem das aulas. Outros desafios desvelados foram as diversas situações de precariedade às quais estão expostos os ACS e a dificuldade de organização de equipes de saúde para o cuidado integral à população rural que possui dificuldades para chegar até as unidades básicas de saúde. Considerações finais: O desenvolvimento de processos formativos para ACS embasados na EPS constitui estratégia potente de fortalecimento da APS e de mudanças nas práticas cotidianas e, até mesmo, nas formas de organização do trabalho em equipe. Fazer chegar a formação de trabalhadores da APS em municípios com alto índice de população em extrema pobreza e total dependência do SUS é um compromisso ético e político da ESP-MG. A formação dos ACS nesses territórios nos possibilitou identificar especificidades do trabalho do ACS em áreas rurais, indicando a necessidade de estudos que contribuem para a melhoria das condições de trabalho desses agentes e da oferta do cuidado à saúde à população do campo.

7224 A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NO PROCESSO DE QUALIFICAÇÃO DO TRABALHO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
Alessandra Vallegas, Ândrea Souza, Livia Carrielo, Livia Alves

A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NO PROCESSO DE QUALIFICAÇÃO DO TRABALHO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE

Autores: Alessandra Vallegas, Ândrea Souza, Livia Carrielo, Livia Alves

Apresentação: A educação permanente em saúde favorece os processos de trabalho na medida em que possibilita trocas de saberes e experiências entre os integrantes da equipe. No entanto, sua adoção não acontece sem tensionamentos nos serviços. Objetivo: conhecer como esta ferramenta pode potencializar o desenvolvimento das ações no cotidiano do trabalho. Método: Este se constitui numa revisão integrativa da literatura no período de 2014 -2018. Foram selecionadas para análise 12 artigos. Resultado: A Estratégia de Saúde da Família é um dos espaços de atuação do agente comunitário de saúde e é considerado pelo Ministério da Saúde o principal dispositivo para reorganização dos serviços de atenção básica à saúde no Brasil. É constituída por uma equipe interprofissional, que é responsável pela população residente em território adstrito e que tem as famílias como foco do cuidado. Verificou-se que é fundamental que existam espaços de educação permanente em saúde para qualificar a prática dos agentes comunitários, pois consiste num dispositivo potente para gerar mudanças no processo de trabalho e que se configura como um espaço de problematização e construção de novos modos de cuidar. Considerações finais: A adoção da educação permanente em saúde junto aos Agentes Comunitários de Saúde é primordial para a realização de um trabalho colaborativo, reflexivo e crítico, importante na qualificação das ações dos Agentes Comunitários de Saúde para a consolidação da Estratégia de Saúde da Família. Esta deve adotar abordagens problematizadoras objetivando o desenvolvimento de um pensamento crítico da sua prática. A educação permanente é fundamental para garantir espaços de troca, possibilitando a reflexão e problematização do cotidiano visando à adoção de modos de fazer saúde diferenciada e qualificada.

7626 EDUCAÇÃO PERMANENTE DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NA ATENÇÃO AO USUÁRIO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
Ana Paula Santos Morato Emidio, Angela Maria Mendes Abreu, Maria Paula Cerqueira Gomes

EDUCAÇÃO PERMANENTE DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NA ATENÇÃO AO USUÁRIO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

Autores: Ana Paula Santos Morato Emidio, Angela Maria Mendes Abreu, Maria Paula Cerqueira Gomes

Apresentação: A aproximação com a atenção básica iniciou-se na graduação em Enfermagem e seguiu-me durante minha trajetória acadêmica e profissional. Do contato com a atenção básica, surgiu a inquietação quanto à melhoria da atenção à saúde dos usuários do Sistema Único de Saúde, utilizando a Educação Permanente em Saúde (EPS) do Agente Comunitário de Saúde(ACS) como principal ferramenta. A inquietação me moveu a desenvolver ações de educação permanente com esses ACS, a partir das necessidades levantadas por eles. Ao longo de três anos, dividi os dezoito ACS em dois grupos, a fim de possibilitar um espaço de discussão e troca. A cada semana, um tema proposto por eles, era tratado a partir da realidade deles e apesar do pouco tempo, era notório o desenvolvimento desses profissionais, não só por aumentarem seus conhecimentos, mas por visivelmente se perceberem peça importante dessa engrenagem, que chamamos de Atenção Primária. Devido a essa experiência e algumas reflexões escolheu-se como centralidade os problemas oriundos da fragilidade da educação permanente dos ACS, refletindo na prática dos mesmos, na atenção ao usuário de álcool e outras drogas. Assim neste contexto, esta pesquisa traz como objeto, a educação permanente dos ACS do Centro Municipal de Saúde César Pernetta do município do Rio de Janeiro, em atenção aos usuários de álcool e outras drogas, com o objetivo de verificar a percepção em relação à educação permanente sobre álcool e outras drogas, e levantar as principais percepções e necessidades dos ACS em relação à educação permanente para álcool e outras drogas, contribuindo para a atenção ao usuário Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, de abordagem qualitativa, considerando-se a natureza subjetiva e dinâmica do objeto a ser pesquisado. Os participantes deste estudo foram ACS, com atuação mínima de 03 (três) meses, permitindo assim que os mesmos estivessem familiarizados com o processo de educação permanente. Foram excluídos 02 (dois) profissionais que estavam de férias. Foram convidados 18 (dezoito) ACS, 5 (cinco) não participaram, ressaltando que estavam em cumprimento de aviso prévio. Contamos então com 13 (treze) participantes no estudo. É importante ressaltar que no momento da submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa, o CMS Cesar Pernetta contava com 04 (quatro) equipes de saúde da família e 20 (vinte) Agentes Comunitários de Saúde. Em 31 de Janeiro de 2019, data agendada para a primeira sessão do grupo focal, 10 (dez) ACS cumpriam aviso prévio, em razão da “Reestruturação da Atenção primaria” anunciada pela prefeitura do Rio de Janeiro em outubro de 2018, refletindo na redução de 50% das equipes desta unidade, este fato parece ter interferido na participação dos ACS nas sessões do grupo focal. Utilizou-se o grupo focal, e foram utilizadas questões norteadoras para conhecer a percepção dos ACS sobre a educação permanente na atenção ao usuário de álcool e outras drogas. Em relação as características sócio demográficas, houve predomínio de ACS do sexo feminino (69,0 %), na faixa etária dos 40-60 anos (38%), casado (69%), com dois filhos (69%), de cor branca (46%). Os discursos foram analisados a partir da técnica de Análise de Conteúdo na modalidade Análise Temática. Emergiram duas categorias e três subcategorias em cada uma delas.   Na categoria “Percepções em relação à Educação Permanente para álcool e outras drogas” foram apresentados relatos das percepções gerais dos participantes sobre a Educação Permanente em Saúde para usuários de álcool e outras drogas, estando dividida em três subcategorias. Na subcategoria “Cenário político e seus impactos”, os participantes construíram relatos sobre como o cenário político trouxe defasagem para processo de EPS. Observa-se, que para os participantes, a mudança da gestão do município ocasionou inúmeros desligamentos de profissionais da saúde e, principalmente, de ACS, ocasionando sentimento de angústia naqueles que tiveram colegas desligados do trabalho e apreensão dos demais por medo do desemprego. Na subcategoria “Educação Permanente como ferramenta na atenção ao usuário de álcool e outras drogas” o discurso dos ACS reforça a Educação Permanente como ferramenta essencial para a qualidade da atenção ao usuário de álcool e outras drogas, evidenciando a sua contribuição para atitudes e abordagens do profissional frente ao usuário de álcool e outras drogas, desconstruindo preconceitos, receios e medos. Na subcategoria “Quebra de paradigmas”, os relatos deram destaque sobre como a educação permanente contribuiu com a construção do vínculo com usuário de álcool e outras drogas, a partir da desconstrução de preconceitos e medos. Esse processo fez com que a ESF se tornasse referência para os usuários. A segunda categoria corresponde aos relatos dos participantes sobre as “Necessidades direcionadas a Educação Permanente em Saúde”, estando organizada em três subcategorias: “Educação como parte do processo de trabalho” onde eles reconhecem que a Educação Permanente em Saúde é um processo contínuo e exige ser revisitado ao longo do tempo; Já em relação as “Metodologias ativas de aprendizado” os participantes discursam sobre suas experiências/vivências com as metodologias ativas de aprendizado, percebe-se que há preferência por esse método em detrimento dos métodos tradicionais; A subcategoria “Educação permanente emergindo da prática e das demandas do território”, diz respeito a importância da EPS como ferramenta para a excelência das práticas cotidianas de trabalho. Fica evidente, que a partir da EPS os profissionais se empoderam das possíveis estratégias para resolução ou diminuição das demandas do usuário. Por meio da realização do grupo focal, concluiu-se que a percepção dos agentes comunitários de saúde a cerca da educação permanente sobre álcool e outras drogas encontra-se permeada de representações sociais e principalmente pelo cenário político, apesar dos entraves fica claro o anseio da inclusão da educação permanente na agenda como potente ferramenta para o processo de trabalho, proporcionando abordagens adequadas, livres de paradigmas que dificultem as intervenções efetivas. Durante a análise das falas percebeu-se que as necessidades iam muito além dos limites da educação permanente. Impossível não destacar as necessidades tão afloradas destes profissionais frente à temática, que anseiam por escuta, condições adequadas de trabalho, valorização profissional, manutenção da figura do agente comunitário de saúde dentro do contexto da saúde da família e o que mais saltou nas falas, a mudança do cenário político do município do Rio de Janeiro. É premente o reconhecimento do ACS como “sujeito de escolha”, “sujeito da história”, que, ao escolher como bandeiras de luta a saúde, como direito, e a concretude do verdadeiramente proposto na Estratégia Saúde da Família, percebe não ser possível aceitar uma adaptação ao saber hegemônico cartesiano, biomédico e reducionista. É preciso, então, inserir-se numa luta cotidiana para não ser objeto nem objetificar seus semelhantes, porquanto o compromisso consigo e com a humanidade exige responsabilidade e liberdade, em contraposição à pseudoneutralidade e ao determinismo daquele que, ao deter o poder equivocadamente, ainda insiste em querer naturalizar tal ação. Este estudo almeja contribuir com uma reflexão sobre a importância da educação permanente voltada aos agentes comunitários de saúde que lidam diariamente com as mais diversas e complexas situações no território. Porém, com os ataques sistemáticos que o SUS e a referida categoria vêm sendo submetidos nos é exigido bem mais do que reflexões. Exige a construção de uma pauta de enfrentamentos, não se poderia pensar diferente, especialmente diante de uma categoria profissional bastante organizada, ainda que dispersa e pressionada pela conjuntura de ameaças que atingem todos os trabalhadores e afetam os direitos sociais de um modo geral.   

8091 TECENDO REDE DE CUIDADO COM OS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
aline carla rosendo da silva, Tatiana Martins Ferraz Holmes, Nicolas Augusto Alves Daniel, Airles Ribeiro Neto, Ricardo Augusto Menezes da Silva, Ana Sofia Pessoa da Costa Carrarine

TECENDO REDE DE CUIDADO COM OS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE

Autores: aline carla rosendo da silva, Tatiana Martins Ferraz Holmes, Nicolas Augusto Alves Daniel, Airles Ribeiro Neto, Ricardo Augusto Menezes da Silva, Ana Sofia Pessoa da Costa Carrarine

Apresentação: A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) de 2017, define a equidade como a oferta do cuidado, reconhecendo as diferenças nas condições de vida e saúde e de acordo com as necessidades das pessoas, considerando que o direito à saúde passa pelas diferenciações sociais e deve atender à diversidade. Ficando proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, cor, crença, nacionalidade, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição socioeconômica, escolaridade ou limitação física, intelectual, funcional, entre outras, com estratégias que permitam minimizar desigualdades, evitar exclusão social de grupos que possam vir a sofrer estigmatização ou discriminação; de maneira que impacte na autonomia e na situação de saúde. Como proposta para qualificar a rede de saúde, em especial os profissionais que dão vida a ela, o Ministério da Saúde instituiu, no ano de 2004, a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) como estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) para a formação e o desenvolvimento dos seus profissionais e trabalhadores. A Educação Permanente em saúde (EPS) se baseia na aprendizagem significativa e na possibilidade de transformar as práticas profissionais, ligadas a mecanismos e temas que possibilitam gerar reflexão sobre o processo de trabalho, autogestão, mudança institucional e transformação das práticas em serviço, por meio da proposta do aprender a aprender, de trabalhar em equipe, de construir cotidianos e eles mesmos constituírem-se como objeto de aprendizagem individual, coletiva e institucional. Considerando a prioridade na implantação de políticas e programas que visem a promoção da equidade, garantidas no Plano Plurianual (PPA) e nas diretrizes do Plano Nacional de Saúde, que garante acesso da população a serviços de qualidade, com equidade e em tempo adequado ao atendimento das necessidades de saúde, aprimorando a política de atenção básica e a atenção especializada. Sob esta ótica, evidenciou-se necessidade de promover a articulação entre as ações dos diversos equipamento da Secretaria de Saúde e das demais instâncias do Sistema Único de Saúde, na promoção de ações e serviços de saúde voltados à população do município. Neste sentido, a Diretoria Executiva de Atenção Básica e Gerência Distrital (DEABGD), balizada nos pilares do Sistema Único de Saúde, Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), propôs a construção de espaços de reflexões sobre a política, cuidado integral, participação formação dos trabalhadores da saúde, com o foco nos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) do Município de Recife para conhecer algumas políticas e programas mais desconhecidos desta diretoria, organizando um momento que pudesse viabilizar este troca de informações, intitulado projeto “TECENDO REDES DE CUIDADO”. Desenvolvimento: Foram selecionadas algumas políticas que fazem parte da Rede de Atenção a Saúde (RAS), desenvolvem atividades sistemáticas nesta rede, contudo não fazem parte da Equipe de Saúde da Família (ESF): Programa Academia da Cidade (PAC), Política Municipal de Práticas Integrativas e Complementares de Saúde (PMPICS), Política de Atenção à Saúde LGBT, Política de Cuidado Integral à Saúde da População em Situação de Rua e Equipes de Consultório na Rua (CnaR) para organizar um matriciamento destas políticas para o publico ACS, pois entendemos que os mesmos possuem uma singularidade e especificidade profissional, que o situa como interlocutor entre os serviços de saúde e os usuários, entendendo ainda que esta ação possibilita um fortalecimento e articulação da Rede de Apoio para a ESF do Recife. As políticas tiveram três momentos para planejar toda ação, consensual a metodologia de trabalho com os ACS e relacionar as tarefas com seus responsáveis. Foi levado em consideração o tempo disponível com o referido público alvo, o deslocamento para o local, a quantidade de pessoas e estrutura do local. A Diretoria Executiva de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde (DEGTES) ficou com a responsabilidade de agendar os locais, a imprensa da Secretaria de Saúde de fazer o convite virtual e os Distritos Sanitários (DS) de divulgar e organizar os ACS para esta demanda. Foi pactuado a liberação para comparecer aos eventos 2 (ACS) por ESF. Os materiais necessários (data show, notebook, microfone, caixa de som, extensão) para o desenvolvimento das apresentações foram organizados pelos responsáveis, quando o local não possuía esses materiais. As apresentações das políticas seguiram uma sequência e as perguntas e esclarecimentos dos ACS eram feitas a cada apresentação. Toda experiência aconteceu em 5 encontros, das 14h as 17h: Dia 25/09 – DS IV e V; Dia 26/09 – DS I e III; Dia 01/10 – Ds VII; Dia 02/10 – DS II; Dia 03/10 – Ds VI e VIII. Ao término de toda a agenda proposta, os responsáveis pelas políticas reuniram-se para avaliar todo o processo, destacando os pontos positivos, negativos e sugestões. Resultado: Ao todo, o número de ACS contemplados no projeto foram de 286, sendo. 21 dos DS I e III, 122 dos DS II, 60 dos DS IV e V, 30 dos DS VI e VIII, 53 do DS VII. O formato de juntar algumas políticas para desenvolver ações conjuntamente foi muito prazeroso. Esta interação entre as políticas, favoreceu uma imersão em uma outra política diferente da sua que favorece ainda o fortalecimento da ação. Em detrimento do que foi mencionado, observou–se consequentemente que depois desta ação especificamente o discurso das políticas em outros espaços tende a ser mais qualificado em relação as outras políticas que se trabalhou. Podemos constatar ainda que o Distrito Sanitário que mais se envolveu na divulgação, com maior tempo de articulação, foi o que mais teve adesão dos ACS a ação proposta. Os ACS contemplados iniciaram o processo de solicitar auxilio das políticas trabalhadas, desenvolvendo estratégias de cuidado no território que contemplassem os usuários específicos e utilizando os equipamentos divulgados no processo, como o ambulatório LGBT, as Unidades de Cuidados Integrais à Saúde (UCIS), os Polos das Academias da Cidade, as Câmaras Técnicas de Cuidado Integral à População em Situação de Rua e as equipes de Consultório na Rua. Considerações finais: A intenção inicial dos autores para essa ação era tem um tempo suficiente e local favorável para desenvolver uma metodologia mais ativa, contribuindo para uma construção dos saberes através do diálogo entre o facilitador e o ACS, contudo houve um consenso pela estratégia expositiva das políticas, pois as mesmas já tinham em seus planejamentos internos momentos específicos e singulares entre eles. Algumas políticas já estavam em andamento, tais agendas particulares para conversas com as unidades de saúde. Destacamos como exitoso o formato das políticas trabalharem desenvolvendo as ações juntas. Outro aspecto que fez diferença positiva ao projeto foi o envolvimento dos Distritos Sanitários na divulgação, mobilização dos ACS e em alguns casos, ajudando na logística de organização dos materiais e deslocamento das equipes de facilitadores. Recomendamos que se vivencie novamente tal experiência com outras políticas e programas desta Gerencia, sempre que possível seja priorizada uma metodologia ativa e que seja considerado o território que o ACS se encontra. REFERÊNCIAS Brasil. Ministério da Saúde. Gestão da Educação em Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Brasília, DF: 2009 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Subsecretaria de Planejamento e Orçamento. Plano Nacional de Saúde – PNS: 2012-2015 / Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Subsecretaria de Planejamento e Orçamento. – Brasília: Ministério da Saúde, 2011.  

8196 EDUCAÇÃO PROBLEMATIZADORA E EDUCAÇÃO POPULAR NA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NO BRASIL
Ramona Fernanda Ceriotti Toassi, Michele Neves Meneses, Helena Pereira Rodrigues da Silva

EDUCAÇÃO PROBLEMATIZADORA E EDUCAÇÃO POPULAR NA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NO BRASIL

Autores: Ramona Fernanda Ceriotti Toassi, Michele Neves Meneses, Helena Pereira Rodrigues da Silva

Apresentação: A qualificação profissional dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) apresenta-se como um componente fundamental no processo de transformação do processo de trabalho, orientando para a melhoria da resolutividade dos serviços, integralidade do cuidado e acesso aos serviços de saúde no país. Esta pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-graduação em Ensino na Saúde – Mestrado Profissional – da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), cujo objetivo foi analisar os significados do processo de educação voltado ao Agente Comunitário de Saúde (ACS) em dois municípios do sul do Brasil. Os cursos analisados foram estruturados a partir da problematização do processo de trabalho dos educandos. O primeiro teve como base o referencial curricular para curso técnico de ACS, lançado pelos Ministérios da Saúde e da Educação em 2004. Já o segundo teve como foco a Educação Popular, estabelecendo-se a partir do Programa de Qualificação em Educação Popular em Saúde (EdPopSUS). Trata-se de estudo de abordagem qualitativa (estudo de caso), no qual participaram ACS e gestores da saúde e do curso. O critério de inclusão para os ACS foi ter terminado o curso e os gestores deveriam ter participado da organização e desenvolvimento dos cursos. O método de amostragem utilizado foi o da saturação e análise da qualidade do material textual de pesquisa. A produção das informações ocorreu por meio da realização de entrevistas individuais, semiestruturadas e análise documental. O material textual foi interpretado pela análise de conteúdo de Bardin com o apoio do software Visual Qualitative Data Analysis (ATLAS.ti). A pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa. Participaram da pesquisa 31 ACS e 7 gestores (n=38). Os resultados mostraram que a educação problematizadora apoiada por metodologias ativas de ensino-aprendizagem-avaliação, aliada à construção de portfólios, tendo o acompanhamento de docentes-facilitadores, tornou a proposta dos cursos potente para a educação permanente dos ACS. Foi uma experiência educativa que agregou vivências e conhecimentos que facilitaram a abordagem/orientação dos ACS às famílias, qualificaram a habilidade de comunicação e interpessoais dos ACS, ampliaram o conceito de saúde incluindo os determinantes sociais do processo saúde-doença, preparando-os para lidar com problemas complexos. Outra aprendizagem ressaltada esteve relacionada ao entendimento das atribuições de ACS em uma equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF). A Educação Popular incentivou a reflexão, o diálogo e a afetividade, potencializando a criatividade e autonomia dos ACS em um espaço educativo de autoconhecimento e de construção do conhecimento individual e coletivo. Houve a valorização das vivências pessoais e profissionais dos ACS e o aprendizado do ouvir o outro e do ouvir-se, em um exercício contínuo de ação-reflexão-ação. No primeiro curso, gestores e ACS perceberam dificuldades com determinados docentes-facilitadores na compreensão na metodologia problematizadora das atividades propostas. Já no segundo curso, desafios foram observados em relação à inclusão de práticas de educação popular no fazer das equipes de saúde, uma vez que a formação envolveu especificamente os ACS.  Propostas educativas envolvendo os profissionais da equipe da ESF e que tragam aprendizagens capazes de modificar seus contextos de trabalho e vida, são recomendadas.

8471 A PERCEPÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE SOBRE A OBESIDADE NA CLÍNICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Luísa Coimbra da Silva, Thayane Paiva Silva, Gabrielle Gomes dos Reis, Juliana Pereira Casemiro

A PERCEPÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE SOBRE A OBESIDADE NA CLÍNICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: Luísa Coimbra da Silva, Thayane Paiva Silva, Gabrielle Gomes dos Reis, Juliana Pereira Casemiro

Apresentação: Nos últimos anos tem se acompanhando o crescente número de pessoas com obesidades, uma pesquisa feita em 2018 pelo Ministério da Saúde coletou dados que mostra que 57,7% da população do Rio de Janeiro apresenta excesso de peso, chegando a 22,4% os casos de obesidade, essas pessoas têm buscado cada vez mais o acompanhamento nas redes das clínicas da família o que vem impactando diretamente a rotina dos agentes comunitários de saúde que exercem um papel importante devido ao seu conhecimento e familiaridade pelo território. Objetivo: Compreender a partir das rotinas, a percepção dos Agente Comunitários de Saúde sobre os usuários com sobrepeso e obesidade que frequentam as Clínicas da Família do Rio de Janeiro. Método: Pesquisa qualitativa desenvolvida na Clínica da Família no município do Rio de Janeiro a partir das técnicas de Observação Participante e entrevista semiestruturada. Resultado: Os ACS desempenham um papel muito importante na CSF, eles são o primeiro contato dos usuários que chegam a clínica tanto para buscar informação e para  a marcação de consultas, o papel dos agentes hoje em dia vai além de acompanhar a equipe nas visitas domiciliares devido as últimas mudanças que ocorreram na Atenção Primária em Saúde no Rio de Janeiro. Os ACS passaram a desempenhar a função no acolhimento que se refere na coleta de dados e informações dos usuários, marcação de consultas, orientação sobre datas de exames e etc., um detalhe nessa rotina é que no prontuário eletrônico que é usado nas clínicas existe um campo no qual o ACS pode estar colocando o peso referente pelo usuário que permite que o ACS identifica se o usuário é sobrepeso ou obeso, mais antes disso os ACS já conseguiam identificar pois eles indicavam que os mesmos procurassem a equipe multiprofissional, no caso a equipe do internato de nutrição da UERJ que atua na clínica, a onde há  consultas individuas e coletivas que são feitas no Grupo de Promoção à Saúde. Considerações finais: Os ACS desempenham um papel muito importante na CSF a partir da sua percepção eles ajudam na identificação e encaminhamento dos usuários com obesidade e com isso vemos como é importante investir em formações para melhorar o desempenho prático dos ACS.

8636 A IMPORTÂNCIA DA BUSCA ATIVA NA ATENÇÃO BÁSICA NOS CASOS DE TB E MH: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Karoline Costa Silva, Dayane Vilhena Figueiró, Tania de Sousa Pinheiro Medeiros, Ingridy Lobato Carvalho, Brenda Almeida da Cruz, Erielson Pinto Machado, Amanda Ouriques de Gouveia

A IMPORTÂNCIA DA BUSCA ATIVA NA ATENÇÃO BÁSICA NOS CASOS DE TB E MH: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Karoline Costa Silva, Dayane Vilhena Figueiró, Tania de Sousa Pinheiro Medeiros, Ingridy Lobato Carvalho, Brenda Almeida da Cruz, Erielson Pinto Machado, Amanda Ouriques de Gouveia

Apresentação: Segundo a Política Nacional de Atenção Básica, a atenção primária em saúde está configurada como um aglomerado de ações de saúde, nos âmbitos individual e coletivo, que engloba a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. Sendo que as equipes da atenção básica deverão ser constituídas por médicos, enfermeiro, auxiliares de enfermagem e ou técnicos de enfermagem. Poderão agregar outros profissionais como dentistas, auxiliares de saúde bucal e ou técnicos de saúde bucal, agentes comunitários de saúde e agentes de combate a endemias. Todavia para promover a saúde e prevenir as doenças, o acs deve aproximar-se da família com o intuito de compreender seu contexto de vida, reconhecer as necessidades e com isso recomendar condutas adequadas. Neste sentido, a pesquisa buscou atualizar os ACS’s acerca das doenças Tuberculose (TB) e Hanseníase (MH) e a importância de uma eficiente busca ativa na sua microárea de atuação. O presente estudo teve como base a metodologia da problematização por meio do arco de Maguerez, onde foi realizada a observação da realidade durante a prática supervisionada dos alunos em uma Unidade Básica de Saúde no município de Tucuruí- Pará, em seguida houve o levantamento dos pontos chaves que nortearam a pesquisa teórica em bases de dados e em livros didáticos. Tal investigação permitiu uma abordagem por meio da roda de conversa que para Paulo Freire é a melhor forma de construção do saber. A roda de conversa aconteceu entre ACS’s e os acadêmicos de enfermagem, no qual teve seu início ressaltando a importância de uma eficaz busca ativa de forma criteriosa e investigativa para a prevenção e levantamento de doenças, principalmente nos casos de tuberculose (sintomáticos respiratórios) e ainda nos indivíduos com suspeita de hanseníase com presença de manchas ou não, posteriormente foram explanados os conceitos e os principais sintomas de cada doença com o intuito de que todos os presentes entendessem as particularidades de cada patologia e como identificar. Durante a ação foram sendo narrados diferentes casos de TB e MH das vivências dos profissionais e as estratégias que utilizaram para a captação precoce dos enfermos. No decorrer da roda de conversa houve a troca de conhecimento entre os envolvidos, de forma que os mesmos puderam contribuir com o seu saber. Ao final, observou-se que as dúvidas que surgiram no início foram respondidas durante o encontro e que os participantes saíram compreendendo muito mais a importância da busca ativa nos bairros e da captação precoce dos indivíduos enfermos ou ainda de identificar vulneráveis. Diante deste cenário, torna-se indispensável ações de educação permanente com as equipes de saúde, principalmente ACS’s, sempre que possível, visto que, qualifica e atualiza cada vez mais os profissionais e a equipe, além de melhorar a assistência à população. Vale mencionar que além de contribuir para a atualização dos profissionais irá favorecer a divulgação dos sintomas das doenças de modo a minimizar as fontes de transmissão destas patologias, bem como possibilitar a vigilância sobre as temáticas. 

9587 O PROTAGONISMO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE FRENTE ÀS ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA UBS LOURIVAL PIRES NO MUNICÍPIO DE TEFÉ-AM
Larissa Marjorie, Maria Adriana Moreira, Renata Figueiró

O PROTAGONISMO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE FRENTE ÀS ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA UBS LOURIVAL PIRES NO MUNICÍPIO DE TEFÉ-AM

Autores: Larissa Marjorie, Maria Adriana Moreira, Renata Figueiró

Apresentação: O objetivo do presente trabalho é relatar a experiência dos Agentes Comunitários de Saúde na prática do desenvolvimento de Educação em Saúde, que são realizadas através de palestras na Unidade Básica de Saúde (UBS) Lourival Pires em Tefé. A ideia de colocar os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) para realizarem palestras diariamente na Unidade Básica de Saúde Lourival Pires surgiu no início do ano de 2019, quando se observou a pouca adesão a pratica de Educação em Saúde na referida unidade, e pela grande necessidade em realizar orientações para o paciente quanto a prevenção das doenças, é que foi dado início a isso, anteriormente eles pouco realizavam essa atividade, pois os mesmos não se sentiam capacitados, e ainda mais, eram tímidos em exercer tamanha responsabilidade. A Educação em Saúde é uma ação voltada para a prevenção e controle de doenças que pode ser realizada através de palestras, dinâmicas, teatro, música e outros, essa pratica é recomendada pelo Ministério da Saúde para gerar informações ao indivíduo a fim de que o mesmo seja orientado a exercer novos hábitos de vida para minimizar os riscos à saúde tanto de si quanto de outros, e deve ser exercida por profissionais capacitados. Os temas abordados pelos ACS são diversos, dentre eles: alimentação saudável, prevenção do diabetes e hipertensão arterial, controle da dengue, tabagismo, a importância do preventivo, combate à tuberculose e hanseníase, o uso do hipoclorito para controle das verminoses, saúde da criança, saúde ambiental, saúde do trabalhador, vacina, controle da malária e outros. Mensalmente os Agentes Comunitário de Saúde também abordam outros temas relacionados às campanhas preconizadas pelo Ministério da Saúde como a campanha de combate a sífilis e outras. Na UBS Lourival Pires tem duas equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) que são divididas em áreas 06 e área 12 e cada uma é dividida em 9 micro áreas, que é responsabilidade dos agentes de saúde, e a soma total é de 18 ACS, e todos eles desenvolvem a pratica de Educação em Saúde na unidade. Desenvolvimento: No início do ano de 2019, quando iniciei como Enfermeira da equipe de ESF da área 06 na UBS Lourival Pires, observei a grande necessidade em realizar uma escala diária para o desenvolvimento da pratica de Educação em Saúde, pois percebi que não havia interesse por parte dos membros da equipe em realizar orientações a população da área. Todos os dias adentram pessoas que buscam atendimento à saúde na unidade, e visando orientar essas pessoas da importância da prevenção, controle e agravos de doenças é que planejei a realização da pratica de Educação em Saúde exercida pelos Agentes Comunitários de Saúde. A princípio observei a necessidade da população da área no que diz respeito aos riscos de doenças e dificuldades na adesão a algum tipo de atendimento de prevenção, como por exemplo, a realização de preventivo que grande número de mulheres deixa de fazer a cada ano. A partir de então enfatizei a necessidade dos ACS trabalharem com mais ênfase determinados temas na Unidade na sala de espera. Antes de tudo quando repassei aos ACS que os mesmos iriam exercer essa atividade, no primeiro momento foi um impacto para eles, expressado através de relatos de medo por incapacidade, timidez, nervosismo, e por eles não terem exercido essa pratica anteriormente com tanta ênfase, o problema maior foi ainda com aqueles que estavam iniciando o trabalho como Agente Comunitário de Saúde,  que nunca tinham tido contato com temas diversificados para trabalhar na área da saúde e tampouco tinham realizado algum tipo de palestra na vida. Diante da situação iniciei uma capacitação para os mesmos, reuni materiais como panfletos, cartazes, cartões, fichas e passei a orienta-los como deveriam abordar os temas, como se comportar diante das pessoas, como expressar as falas, como vencer o medo e a timidez, e aos poucos eles foram adquirindo o conhecimento e vencendo os temores com a prática diária da ação. A pratica de Educação em Saúde é exercida pelas duas equipes da UBS Lourival Pires, e essa divisão é feita através de escala mensal, onde dois ACS são responsáveis por exercer diariamente as palestras e tudo deve ser registrado em livro e fotografia, e a cada semana a equipe de cada área fica responsável por realizar a atividade. A realização das palestras ocorre todos os dias na sala de espera da Unidade no período da manhã e à tarde, bem no início do expediente antes dos ACS irem para suas áreas exercer suas atividades. Antes da palestra eles se reúnem na sua sala e acordam entre si o que irão utilizar para aquele tema, bem como deverão expressar o conteúdo de acordo com o que aprenderam na capacitação, algumas vezes utilizam cartazes, objetos, panfletos, e usam exemplos de histórias de pessoas que já tiveram algo relacionado àquela doença ou agravo e outros. Resultado: Com a prática da Educação em Saúde, desenvolvida todos os dias pelos ACS na Unidade Básica de Saúde Lourival Pires, pude perceber um resultado positivo que colhemos a cada dia no atendimento diário da população, pois as informações que são repassadas tem proporcionado um interesse muito grande nos pacientes em exercer o cuidado na sua saúde e assim eles têm repassado essas orientações a outros e tem havido um maior número de pessoas buscando a prevenção de doenças, o que é o nosso objetivo como Atenção Primaria a Saúde (APS). Além de todo esse impacto na população houve outro resultado importante com os Agentes Comunitários de Saúde, onde os mesmos passaram a ter grande conhecimento nos assuntos abordados que são levados também pra rotina de trabalho deles em área, assim como de terem desenvolvido autonomia na prática dessa atividade, bem como vencido a timidez e a baixo auto estima quanto acharem que não eram capacitados para exercer tal atividade, e hoje eles sentem grande prazer em fazer a Educação em  Saúde para a população que adentra a Unidade, pois com isso eles entenderam que é de suma importância repassar informações que ajudem na prevenção de tantas doenças e agravos que acometem as pessoas diariamente e que tem muitas vezes levado a morte por apenas a falta de uma orientação. Considerações finais: É de suma importância capacitar os Agentes Comunitários de Saúde para que possam levar informações aos pacientes, para assim haver disseminação dessa informação e o interesse das pessoas na mudança de hábitos de vida que proporcionem prevenção no que diz respeito a saúde. A prática da Educação em Saúde vem se fortalecendo a cada dia e trazendo grandes benefícios as pessoas que ouvem, e hoje podemos observar a diferença na população que adentra a Unidade Básica de Saúde Lourival Pires. O sentimento é de gratidão aos profissionais Agentes Comunitários de Saúde que entenderam a importância deles no contexto de geração de informações que são necessárias para o benefício da saúde da população.

10010 EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ATEÇÃO BÁSICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA HUMANIZAÇÃO NO CUIDADO EM SAÚDE.
Ana Paula Cavalcante Ferreira, Fernanda Letícia dos Santos Ferreira, Felipe Guimarães Tavares, Beatriz de Barros Lima, Debora Mota dos Santos, Regina Maria Cotti da Rocha de Moraes, Hildegard Soares Barrozo de Lima, Priscila Oliveira dos Passos

EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ATEÇÃO BÁSICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA HUMANIZAÇÃO NO CUIDADO EM SAÚDE.

Autores: Ana Paula Cavalcante Ferreira, Fernanda Letícia dos Santos Ferreira, Felipe Guimarães Tavares, Beatriz de Barros Lima, Debora Mota dos Santos, Regina Maria Cotti da Rocha de Moraes, Hildegard Soares Barrozo de Lima, Priscila Oliveira dos Passos

Apresentação: A Educação Permanente em Saúde (EPS) visa direcionar a formação e qualificar os profissionais atuantes dos serviços públicos de saúde, com o objetivo de transformar as práticas profissionais e a organização do trabalho com base nas necessidades e dificuldades do sistema, desta forma, a atuação do Agente comunitário de Saúde, que é o principal elo entre a comunidade e os serviços de saúde, requer constantes qualificações e aprimoramentos, até porque, este, atua como importante educador em saúde em sua comunidade. Diante disso, esse trabalho objetiva relatar a experiência vivenciada durante um processo de capacitação do cuidado em saúde com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) de suas respectivas clinicas da família. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência, desenvolvido por duas enfermeiras residentes em Saúde Coletiva e suas respectivas preceptoras, ocorrido no ano de 2020, em uma Estratégia de Saúde da Família, localizada na região central do Rio de Janeiro, e atende a população do Bairro Santo Cristo. A unidade conta com cerca de 10 Agentes comunitários de saúde. Resultado: A capacitação ocorreu por meio de uma dinâmica expositiva, através de slides, que durou cerca de 3 horas durante o período da manhã, estavam presentes na capacitação cerca de 8 ACS, além de enfermeiros também. A atividade teve como objetivo capacitar os ACS sobre a importância da humanização frente ao cuidado em saúde, onde foram abordados os principais pontos da política do PNH (Política Nacional de Humanização) e a sua importância na Atenção Primária da Saúde, sobretudo neste momento de incertezas e instabilidade das Clinicas da Família, especialmente no Rio de Janeiro, onde as demandas e a sobrecarga profissional têm sido frequentemente questionadas, além de atrasos salariais, equipes incompletas e desgaste profissional, todos esses fatores inegavelmente contribuem muitas vezes para um cuidado em saúde ineficaz, e com base nisso, a capacitação reforçou a importância da Humanização em saúde em todas as dimensões do cuidado, uma vez que, por mais em que existam inconsistências, o atendimento ao usuário de forma integral e universal, no Sistema Unido de Saúde (SUS) sempre será prioridade, e, portanto, tratando-se do ACS, este atendimento para com o usuário deve ocorrer da forma mais humana e eficaz possível, uma vez que é a figura que reforça os laços entre a comunidade e às clinicas da família. Considerações finais: Por fim, percebeu-se o impacto do significado da capacitação aos ACS da clinica neste atual momento, e como eles entendem o papel deles diante do atendimento ao usuário, todos foram muito participativos e cada um presente resumiu em uma palavra o significado da palavra “humanização” em seu trabalho, foram diversas as respostas, mas ambas muito ricas e significativas, além de resgatar pontos importantes da PNH. Reforça-se a importância da Educação permanente aos profissionais de saúde, diante do atual cenário, uma vez que têm sofrido constantes modificações. 

10382 CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE SOBRE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA – RELATO DE EXPERIÊNCIA
GEOVANA Monteiro Oliveira, Caio Victor Fernandes de Oliveira, Andrezza Silvano Barreto

CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE SOBRE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA – RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: GEOVANA Monteiro Oliveira, Caio Victor Fernandes de Oliveira, Andrezza Silvano Barreto

Apresentação: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) se define como uma doença crônica caracterizada pelos altos níveis de pressão arterial e a falência de mecanismos que a possam controlar, levando a repercussões sistêmicas e afetando a qualidade de vida dos indivíduos acometidos. Consiste em grave problema de saúde a nível mundial, e na perspectiva da saúde pública brasileira é uma das prioridades na atenção prestada à população. Acerca dos profissionais de saúde que prestam cuida a esse público, os agentes comunitários de saúde são de suma importância pois criam vínculo da unidade de atenção básica com a comunidade, tornando relevante a capacitação  sobre esse tema. O trabalho tem como objetivo relatar experiência na elaboração e realização de capacitação sobre hipertensão arterial sistêmica para agentes comunitários de saúde de uma unidade básica. Desenvolvimento: estudo do tipo Relato de experiência, realizado em fevereiro de 2020, em uma unidade básica de saúde em Umirim (CE), durante estágio de uma disciplina do curso de graduação em Enfermagem. foram reunidos em uma sala da unidade básica 03 ACS, durante 30 minutos, onde acadêmicos de Enfermagem fizeram uma breve explanação sobre a temática ,, uma  dinâmica de perguntas e respostas com o objetivo de  mensurar o entendimento dos agentes comunitários acerca de seu papel na comunidade, no tocante à atenção ao hipertenso. Posteriormente, foi realizado feedback da ação. Resultado: Os agentes comunitários relataram conhecerem o funcionamento do programa de atenção ao hipertenso de forma superficial, tendo contato na comunidade com muitos hipertensos. Relataram dúvidas acerca de como reforçar a adesão ao tratamento da condição nos hipertensos que atendiam e também como reconhecer eproceder em emergências hipertensivas. Após esclarecimento das dúvidas, os agentes comunitários apresentaram 100% de aproveitamento nas perguntas realizadas pelos acadêmicos, versando sobre fisiopatologia da doença, emergências hipertensivas e adesão ao tratamento. Considerações finais: Os agentes comunitários de saúde são parte fundamental no atendimento ao hipertenso na atenção básica à saúde, sendo de suma importância que entendam a fundo sobre os principais programas desenvolvidos na unidade básica a qual estão inseridos,  contribuindo ainda mais com um cuidado integral a esse público.

10826 EDUCAÇÃO PERMANENTE COM AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: MITO E VERDADE SOBRE ALEITAMENTO MATERNO – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Samantha Bicalho de Oliveira Cavalier, Hugo Barcelos de Mato, Rodolfo Gonçalves de Melo, Rafaela Aparecida Pereira, Vanessa Silva Madeira, Carla Helena Faioli Andrade, Matheus Moreira Passos, Beatriz Santana Caçador

EDUCAÇÃO PERMANENTE COM AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: MITO E VERDADE SOBRE ALEITAMENTO MATERNO – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Samantha Bicalho de Oliveira Cavalier, Hugo Barcelos de Mato, Rodolfo Gonçalves de Melo, Rafaela Aparecida Pereira, Vanessa Silva Madeira, Carla Helena Faioli Andrade, Matheus Moreira Passos, Beatriz Santana Caçador

Apresentação: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a amamentação é a melhor maneira de garantir os nutrientes necessários aos recém nascidos até aos seis meses de idade. E com isso, a melhor maneira de conscientizar a importância do aleitamento materno é informar os benefícios de um aleitamento correto e os agravos de uma má amamentação, como também quebrar mitos impostos na sociedade. Diante disso, a educação permanente juntamente com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) é uma ótima ferramenta para isso ser feito. As oficinas realizadas na cidade de Viçosa (MG) têm como objetivo orientar os ACS, para que eles repassem as informações e aprendizados para a comunidade, visto que esses profissionais estão mais próximos da comunidade. Objetivo: Relatar a experiência de realização de oficina com os ACS sobre o Aleitamento Materno. Desenvolvimento: No dia 17 de outubro de 2019 ocorreu uma oficina para os ACS de Viçosa com tema: Aleitamento Materno. Essa oficina foi ministrada por uma graduanda em Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). A oficina foi totalmente lúdica com perguntas e respostas, sendo mito ou verdade, e podendo abrir pra discussões e esclarecimento de dúvidas. Cada agente recebeu uma plaquinha “verdade” ou “mito”, e a estudante sorteava uma pergunta. E a cada pergunta as agentes tinham que levantar a plaquinha referente ao que elas acreditavam, e após cada pergunta tinha um momento de discussões e compartilhamento de experiências. Inicialmente as agentes comunitárias ficaram um pouco receosas, mas aos poucos entraram no jogo e se colocaram à disposição para participar ativamente do que foi proposto, compartilhando experiências. Resultado: Foram compartilhadas muitas experiências dos agentes de saúde em relação ao tema proposto, bem como foram problematizadas suas lacunas de conhecimento acerca do mesmo e também foi quebrado muitos mitos relacionados a amamentação. Considerações finais: Observou-se um engajamento e interação por parte dos ACS, o que facilitou nos diálogos e no esclarecimento das dúvidas.  

11613 A EDUCAÇÃO PERMANENTE DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE: UM DESAFIO À QUALIFICAÇÃO DO SERVIÇO PARA O FORTALECIMENTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Thalita Nascimento da Silva

A EDUCAÇÃO PERMANENTE DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE: UM DESAFIO À QUALIFICAÇÃO DO SERVIÇO PARA O FORTALECIMENTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Autores: Thalita Nascimento da Silva

Apresentação: Esse profissional é o elo inicial do trabalho clínico desenvolvido nas unidades básicas e a população, sendo ele o responsável por trazer as demandas individuais e da coletividade para a Equipe de Saúde da Família. Sobremaneira é essencial entender que desse profissional não é exigido nenhuma qualificação prévia para o trabalho, no entanto ele deve estar preparado para ser promotor de informações referentes ao processo adoecimento, promoção e prevenção dos agravos, incluindo ações de planejamento e educação em saúde. Pensar a Educação Permanente é entender que a produção de conhecimento é realizada dentro do cotidiano das instituições de saúde diariamente, tendo como base a experiência e as vivências dos atores envolvidos no cuidado. Para que seja efetivada, a educação permanente deve ser baseada na integralidade e na implicação dos sujeitos. motor de informações referentes ao processo adoecimento, promoção e prevenção dos agravos, incluindo ações de planejamento e educação em saúde. Segundo Rosa (2005) a operacionalização das ações na atenção básica no início se concentrou na expansão da estratégia inicialmente do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e posteriormente com o Programa de Saúde da Família (PSF), incentivado pelo Ministério da Saúde com o objetivo de reorganizar o modelo assistencial vigente com estratégias voltadas para a família dentro do seu ambiente físico e social gravos, incluindo ações de planejamento e educação em saúde. Podemos afirmar que estudar sobre a Educação Permanente do Agente Comunitário de Saúde torna-se imprescindível suprir as deficiências que são identificadas no seu dia a dia como a redução da vulnerabilidade e a valorização do saber-fazer. O diálogo, o reconhecimento do contexto e de novas perspectivas são a base para a reconstrução de novos caminhos, na busca pela integralidade do cuidado, teoria e prática, ensino e aprendizagem, competência e amorosidade.

12102 CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE SOBRE PRIMEIROS SOCORROS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Anagécia Sousa Linhares, Izabella Vieira dos Anjos Sena, Ana Caroline Lira Bezerra, Vilton Mudesto Arruda Júnior, Lidyane Parente Arruda

CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE SOBRE PRIMEIROS SOCORROS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Anagécia Sousa Linhares, Izabella Vieira dos Anjos Sena, Ana Caroline Lira Bezerra, Vilton Mudesto Arruda Júnior, Lidyane Parente Arruda

Apresentação: Este relato de experiência é resultado de um momento formativo realizado com a equipe de um Centro de Saúde da Família (CSF), tendo em vista a melhoria na assistência aos pacientes que necessitem de cuidados de urgência e emergência, abordando os procedimentos básicos de primeiros socorros. A escolha de se trabalhar essa temática foi partir da necessidade encontrada pela gerente de um CSF, que identificou uma dificuldade da equipe em conhecer as noções básicas de primeiros socorros. Mediante o exposto e o interesse da comunidade discente e docente da Universidade Federal do Ceará, juntamente com a Gerência do CSF, foi realizado uma capacitação sobre primeiros socorros com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), com a perspectiva de levar conhecimentos acerca de atitudes que poderiam favorecer no trabalho diário dentro da comunidade. O objetivo deste estudo foi relatar a experiência de mestrandas da Universidade Federal do Ceará sobre um momento formativo com os Agentes Comunitários de Saúde de um Centro de Saúde da Família do município de Sobral-CE no ensino de primeiros socorros. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, na qual participaram 09 Agentes Comunitários de Saúde de um CSF do município de Sobral–CE. Foi aplicado um pré-teste e pós-teste com perguntas relacionadas aos assuntos: convulsões, engasgos, desmaio e parada cardiorrespiratória e atuação diante do cenário de primeiros socorros. Assim como, uma abordagem teórica-prática sobre as temáticas. Verificou-se um aumento significativo de acertos no pós-teste, comparativamente ao pré-teste. O desenvolvimento da atividade e o contato com os trabalhadores propiciou destacar que há muitas lacunas presentes na atuação dos ACS’s em situações de urgência e emergência. Isso provavelmente possa ser justificado por serem profissionais vinculados à Atenção Básica (AB), que acaba minimizando assuntos relacionados à Urgência e Emergência e maximizando as abordagens de atividades de rotina. Porém, vale ressaltar que é o ACS está próximo da comunidade 24 horas por dia, e justamente por essa proximidade, devem ter rotinas de treinamentos e estudos em primeiros socorros. Aqui, nos vimos como influenciadoras e instigadoras, uma vez que lançamos a ideia de que os participantes eram peças fundamentais para salvar vidas e que deviam buscar qualificações e reivindicar sempre por atividades semelhantes. Os ACS’s constituem o elo entre a comunidade e a AB, e são eles que rotineiramente estão presentes no cotidiano das famílias. Por esta razão, qualificar a prática profissional do ACS constitui importante estratégia para minimizar mortes e agravos, uma vez que saberão agir de maneira eficaz diante de situações de emergência. Tal aproximação se mostrou essencial para permitir aos participantes expor a realidade vivenciada no trabalho, além de expressar suas angústias e frustrações frente às práticas aos quais já foram submetidos. O momento foi rico para os ACS´s na medida em que proporcionou conhecimentos e práticas simuladas, gerando autoconfiança para que pudessem agir em situações de perigo. Enquanto mestrandas foi possível desenvolver habilidades como profissionais enfermeiras, educadoras e transformadoras do processo de cuidar.

7489 QUALIFICAÇÃO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA EXPERIÊNCIA DO PET-SAÚDE EM BELÉM, PARÁ, BRASIL.
Gabriela Éleres Casseb, Danilo Souza Delgado, Lucivaldo Almeida Alves, Monaliza dos Santos Pessoa, Breno Pereira Martins, Nathália Cantuária Rodrigues, Alessandra Silva Pantoja, Larissa Ribeiro de Souza

QUALIFICAÇÃO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA EXPERIÊNCIA DO PET-SAÚDE EM BELÉM, PARÁ, BRASIL.

Autores: Gabriela Éleres Casseb, Danilo Souza Delgado, Lucivaldo Almeida Alves, Monaliza dos Santos Pessoa, Breno Pereira Martins, Nathália Cantuária Rodrigues, Alessandra Silva Pantoja, Larissa Ribeiro de Souza

Apresentação: A saúde no Brasil é organizada por meio de um sistema baseado em redes com pontos de atenção, sendo o seu centro e principal forma de intercomunicação a Atenção Primária. Atualmente, a Estratégia Saúde da Família é o principal programa implementado pelo Ministério da Saúde, pois visa a reorganização da atenção à saúde, tendo como peça fundamental o Agente Comunitário de Saúde (ACS), o qual é responsável pelo elo criado entre a comunidade e a Atenção Básica. Outro programa que ganha destaca, devido sua importância no desenvolvimento da Atenção Primária à longo prazo, é o Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET-Saúde). Coordenado em conjunto com o Ministério da Educação, o PET-Saúde visa a reestruturação do processo ensino-aprendizagem, superando a divisão técnica do trabalho, a dicotomia entre teoria e prática e o ensino baseado apenas no modelo biológico. Desse modo, o presente estudo refere-se a um relato de experiência vivenciado por discentes participantes do PET-Saúde em uma ESF, possuindo como objetivo relatar a vivência adquirida durante ações de educação continuada com ACS da Unidade. Desenvolvimento: Estudo de caráter descritivo, com abordagem qualitativo, relatando a experiência, sob a ótica de acadêmicos, em uma Estratégia Saúde da Família em Belém (PA). Resultado: Após observações na unidade, notou-se a necessidade do desenvolvimento de ações voltadas para  ACS, visto que estes também são responsáveis pela prevenção de doenças e promoção de saúde. Os ACS devem, obrigatoriamente, residir no bairro em que atuam. Logo, seu aperfeiçoamento teórico-prático beneficia diretamente as famílias assistidas por tal ESF, de modo que estes conhecem suas demandas específicas  Concernente a isto, inicialmente optou-se pela realização de uma roda de conversa com os profissionais, onde, a partir de frases e perguntas norteadoras, estes refletiram sobre a realidade na qual estão inseridos e citaram as demandas possíveis de serem sanadas com educação em saúde, destacando tanto problemas da comunidade quanto da estrutura e suporte ocupacional. A partir das demandas mencionadas, os discentes programaram um calendário de ações, que envolve educações em saúde e atividades de relaxamento e alongamento, objetivando prevenir possíveis doenças ocupacionais e esclarecendo informações de saúde pendentes. Cada ação foi desenvolvida no estilo roda de conversa, visando facilitar a relação entre ACS e discentes, e que a aprendizagem fosse feita de forma horizontal. As atividades ocorreram duas vezes ao mês durante seis meses, revezando entre educação em saúde, alongamentos e ações na comunidade. Considerações finais: A partir das ações, obteve-se maior compreensão a respeito da importância do papel dos ACS, sendo estes peças fundamentais para reorganização da Atenção Básica, pois possibilitam que as demandas da população cheguem até os profissionais de saúde e que as informações de saúde cheguem até a população. As atividades em questão demonstraram retorno positivo, por meio de participações ativas durante as rodas de conversas e o convite para elaboração de ações na comunidade. Ademais, houve o estímulo de uma atuação multiprofissional com caráter interdisciplinar, rompendo barreiras de hierarquização nos serviços e possibilitando a construção de um conhecimento mútuo.

8156 VIVENCIA EM CENÁRIO DE PRÁTICA COM AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
Fernanda Gomes Gatinho, Armando Sequeira Penela, Ana Carolina Almeida Pimentel Pinto, Camila Andresa Monte Bezerra, Cláudia Rafaela Brandão de Lima, Jane Monteiro Neves, Raquel Gomes da Silva

VIVENCIA EM CENÁRIO DE PRÁTICA COM AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE

Autores: Fernanda Gomes Gatinho, Armando Sequeira Penela, Ana Carolina Almeida Pimentel Pinto, Camila Andresa Monte Bezerra, Cláudia Rafaela Brandão de Lima, Jane Monteiro Neves, Raquel Gomes da Silva

Apresentação: O presente relato de experiência tem como objetivo descrever e compartilhar a experiência de uma prática realizada em uma unidade de Estratégia de Saúde da Família elencando os princípios e diretrizes do SUS e os atributos da Atenção Básica à Saúde e ou Atenção Primária à Saúde (APS). A vivência se deu em uma unidade de Saúde da Família, com estudantes de Enfermagem do terceiro semestre do curso de graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará (UEPA). Essa atividade foi promovida como prática do componente Curricular de Políticas Públicas e Programas de Saúde que é adotada pela docente como estratégia de aproximação dos princípios e diretrizes do SUS e como avaliação formativa e somativa dos discentes e propõe o exercício de vivencia em cenários de prática desde o início da graduação. O componente Curricular tem por finalidade proporcionar discussões acerca do Sistema Único de Saúde (SUS). O SUS tem como princípios a universalidade, a equidade, a integralidade, e a participação popular e como diretrizes a regionalização, a hierarquização, a descentralização e o controle social. Segundo os princípios, todos devem ter acesso ao SUS, independente de situação socioeconômica, raça, gênero, idade, entre outros, os usuários também tem que ter atendimento integral, ou seja, tratar desde as menores até às mais complexas situações de saúde, e por fim, deve haver a equidade, atentando-se para as necessidades dos usuários. No Brasil, a Atenção Primária a Saúde (APS) e ou Atenção Básica à Saúde trazem em seu foco a organização da equipe de Saúde da Família, que potencializa a Rede de Atenção à Saúde e aponta como atributos da Atenção Primária à Saúde, o Primeiro Contato, a longitudinalidade, a Integralidade, a Coordenação do Cuidado,  Focalização a Família, a Orientação Comunitária e a Competência cultural. Os Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) no Saúde da Família, tem a função de mediar a comunidade e o serviço de saúde, por meio dos atributos que regem a Atenção Básica à Saúde, citados acima. O primeiro contato pode ser entendido como a porta de entrada para a Atenção Básica à Saúde, por meio do cadastro. A longitudinalidade é um atributo da atenção primária à saúde que garante mostrar o acompanhamento do tratamento ao longo do tempo. A integralidade mostra a interação dos cuidados de saúde nas esferas biopsicossociais. A coordenação é dada através da continuidade da atenção, após o reconhecimento dos problemas encontrados na comunidade. A focalização na família atribui a família como sujeito principal da Atenção Básica e ou Atenção Primária à Saúde, materializando também a orientação comunitária, pois é de extrema importância o reconhecimento das necessidades sociais que as famílias possuem. E por fim, a competência cultural mostra que deve haver o respeito pelas diferentes culturas existentes. Desenvolvimento: A Vivencia se deu numa unidade de Estratégia Saúde da Família localizada na periferia de Belém. Ela possui um fluxo de movimento de pessoas para consultas e realizações de exames que começam em torno de 7 horas da manhã e vão até às 9 horas. Esta unidade também é responsável por uma determinada área, sendo que esta é dividida em microáreas. Cada microárea é de responsabilidade do Agente Comunitário de Saúde que compõe uma equipe mínima composta por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem. No primeiro dia, foram feitas observações sobre o local e a organização do mesmo sob orientação da docente. No segundo dia, as discentes foram para as microáreas divididas em duas duplas e uma sozinha, acompanhadas pelos ACSs. Semanas após a visita houve um momento reflexivo entre a docente e as discentes sobre os princípios e diretrizes do SUS e da Atenção Básica à Saúde identificados durante a prática. Resultado: Durante a conversa, ao falar da experiência na unidade, observou-se que o atendimento abrange usuários de idade, gênero, posição social distintos, atendendo ao princípio da universalização do SUS. Além disso, de acordo com a procura dos serviços de saúde oferecidos pela unidade, como consultas, realização de exames ginecológicos e vacinação, foi possível perceber o princípio da integralidade, pois todos os usuários do SUS devem ser atendidos conforme a complexidade de suas necessidades. Ao acompanhar os ACSs na visita, percebeu-se a importância desses agentes para o primeiro contato, sendo este um dos atributos da Atenção Básica, pois por meio deste é realizada a comunicação entre os usuários e a unidade de saúde. Devido os ACSs residirem dentro da área atuante da unidade, há uma facilidade de acesso em determinados lugares, sendo este um dos fatores para estabelecer um vínculo com as famílias. Sendo assim, ficou nítida a relação de proximidade dos ACSs com os usuários, diante de indagações feitas a respeito da alimentação, das medicações, de sua rotina e se havia necessidade de marcações de consultas, como também a atenção dada pelos usuários ao serem orientados pelo profissional. Em uma das visitas, houve um relato de uma usuária sobre a dificuldade de se locomover até a unidade, no entanto a equipe multiprofissional ia até a sua residência para realizar o atendimento, evidenciando o princípio de equidade, adequando a assistência de acordo com a necessidade da usuária. Os princípios e diretrizes do SUS norteiam os três níveis de atenção em saúde, no entanto na Atenção Básica, foi possível se viver a focalização na família, pois é a família sujeito principal do cuidado. Além disso, em todas as visitas haviam usuários com doenças crônicas que eram acompanhados pela equipe multiprofissional, salientando o atributo da longitudinalidade que consiste no acompanhamento de seu tratamento com suas mudanças e transformações a longo do tempo. Considerações finais: A experiência de ter observado a realidade foi muito enriquecedora, pois é de suma importância que haja essas práticas para poder ter uma visão real da comunidade e do sistema de saúde do Brasil. Nesta vivencia  pode-se observar a importância dos agentes comunitários de saúde para o sistema de saúde brasileiro, tendo em vista que são eles que fazem essa “ponte” entre as famílias e a unidade de saúde, como também, é de responsabilidade dos ACSs o cadastramento, pois é através dele que é possível identificar o perfil epidemiológico de cada família e também de planejar estratégias de ação nesses locais.

9004 O PAPEL DO ENFERMEIRO E DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NO CONTROLE DE ENDEMIAS
Adriele Cândido Maldonado, Mariana de Oliveira Santos, Mariane da Silva Gomes

O PAPEL DO ENFERMEIRO E DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NO CONTROLE DE ENDEMIAS

Autores: Adriele Cândido Maldonado, Mariana de Oliveira Santos, Mariane da Silva Gomes

Apresentação: O constante processo de transição do modelo biomédico para o de vigilância em saúde trouxe consigo a preconização de ações de prevenção de doenças e agravos, ou seja, intervenções que possam impactar positivamente na qualidade de vida dos indivíduos. O PAC´s foi oficialmente implantado em 1991 após a criação do SUS, ele compõe o programa de ESF. O papel do ACS é imprescindível, já que o mesmo atua como elo/articulação entre equipe e usuário/família/comunidade. É importante ressaltar as práticas executadas pelo agente comunitário de saúde na ESF, concernente à promoção da saúde e o controle de endemias. A intervenção foi realizada a fim de compreender a visão dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) acerca de sua função no controle de doenças transmitidas por vetores, em especial a dengue, descrever a atuação do Enfermeiro como supervisor da equipe de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) nas práticas vinculadas ao controle de vetores. Esta foi realizada na  UBS CAIC situa-se no bairro Capelinha no município de Betim, Estado de Minas Gerais. Utilizou se como estratégia de interação uma roda de conversa. Questões norteadoras foram previamente elaboradas. As perguntas direcionadas as ACS serviram de ferramenta para a avaliação do nível das informações que as mesmas já obtinham no que se refere ao seu trabalho na educação em saúde e controle ao vetor da dengue. Instituído por intermédio de uma ação educativa referente ao trabalho dos agentes comunitárias de saúde (ACS). As visitas realizadas tiveram a proposta de coletar dados e aplicação de intervenção, os dados coletados na primeira reunião com as ACS foram utilizados como embasamento para ações durante a intervenção Trata-se de agentes comunitários de saúde que tem uma importante função educativa, e que de certa forma tem uma visão secundaria, relacionada a educação em saúde voltada para controle de doenças transmitidas por vetores. Durante a roda de conversa foi discutido com auxilio de materiais sobre o controle de vetores. Ao término da reunião houve estranheza por parte das ACS ao saber que a educação permanente é uma atribuição do enfermeiro para com a equipe, com isso elas manifestaram por saber que o enfermeiro não realizava a educação permanente, e esta tem a finalidade de aprimorar o conhecimento para que as mesmas possam repassar para a comunidade.  

9059 A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NAS PRÁTICAS DO ACS: EXPERIÊNCIAS COMPARTILHADAS NO NORTE E NO NORDESTE DE MINAS
AMANDA NATHALE SOARES, THAIS LACERDA E SILVA, JULIANA FONSECA DE OLIVEIRA MESQUITA

A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NAS PRÁTICAS DO ACS: EXPERIÊNCIAS COMPARTILHADAS NO NORTE E NO NORDESTE DE MINAS

Autores: AMANDA NATHALE SOARES, THAIS LACERDA E SILVA, JULIANA FONSECA DE OLIVEIRA MESQUITA

Apresentação: A formação de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) é um eixo prioritário de atuação da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG), considerando a expressiva força de trabalho em Minas Gerais, cerca de 30 mil ACS, e a importância desses trabalhadores para se fazerem chegar as ações e os serviços do SUS à população mineira. A potencialidade do trabalho do ACS está, entre outras questões, na intimidade que constrói com as famílias que acompanha, uma vez que é um trabalhador que vivencia e compreende a realidade do território em que atua, se apropria da dinâmica de vida e das necessidades de saúde da comunidade e dialoga com os saberes populares que ali circulam. Esse lugar do ACS diante da e na comunidade sustenta a sua atuação como um educador em saúde e fortalece a centralidade educativa do seu trabalho. Ainda que a centralidade do trabalho do ACS seja de base educativa, o que temos observado é um processo de descaracterização da natureza do seu trabalho, decorrente da incorporação de atividades mais burocráticas e de cunho gerencialista, com prejuízo para o tempo de trabalho do ACS no território e nas visitas domiciliares, e, mais recentemente, da ampliação do escopo de sua atuação, com a inclusão de atividades mais assistenciais, como aferição de pressão arterial e de glicemia, tal como colocado na Política Nacional de Atenção Básica publicada em 2017. A ESP-MG, como uma instituição formadora, tem tido um papel importante no resgate e no fortalecimento da dimensão educativa do trabalho do ACS, desenvolvendo a oferta de diversas ações educacionais presenciais e à distância, com a intencionalidade de potencializar a força educativa da atuação do ACS. Os encontros e as trocas realizados durante os processos formativos ofertados pela ESP-MG têm nos possibilitado conhecer e discutir as especificidades do trabalho do ACS de Minas Gerais, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, onde tem se concentrado o trabalho de formação de ACS da ESP-MG, nos últimos dois anos. Com base em nossas experiências formativas junto aos ACS do estado, este resumo trata das potencialidades do ACS como agente educador na Atenção Primária à Saúde (APS). Para melhor compreendermos o lugar da dimensão educativa do trabalho do ACS, desenvolvemos estudos na literatura técnico-científica e realizamos rodas de conversa com ACS que participaram de processos formativos ofertados pela ESP-MG, nos anos de 2018 e 2019. Como produto desse estudo, identificamos pelo menos três categorias temáticas relacionadas à atuação do ACS que sustentam o seu trabalho educativo: cuidado, mobilização comunitária e direito à saúde. A primeira categoria refere-se à contribuição do trabalho educativo do ACS no cuidado à saúde. Pensar o cuidado à saúde dos indivíduos e das famílias pelo ACS, na perspectiva da educação em saúde, pressupõe ir além de orientações sobre prevenção e controle de doenças. Nos diferentes encontros entre o ACS e o usuário/família, há um outro na relação que possui experiências, saberes e condições de vida que devem ser considerados no trabalho educativo do ACS. De acordo com os agentes, eles buscam utilizar esses encontros para a construção de espaços nos quais a doença não seja o único foco; procuram realizar visitas e planejar ações com um olhar mais ampliado sobre a situação de vida das pessoas e das dinâmicas familiares que as envolvem. Por ser o trabalhador que está mais próximo dos usuários, se relacionando o tempo todo com as famílias e também com a equipe de saúde, o ACS estabelece relações que o possibilitam conhecer o lugar onde a população constrói sua identidade, estabelece vínculos, desenvolve hábitos e costumes. A realização de um grupo de forró em uma comunidade rural foi relata por uma ACS como uma estratégia criada pela equipe a partir de um olhar menos centrado na doença e mais amparado nas possibilidades de oferta de ações que ampliem a qualidade de vida da comunidade. Segundo relato da ACS, há uma intensa participação dos usuários da comunidade rural no grupo de forró, o qual se tornou amplamente conhecido na cidade. A segunda dimensão que sustenta o trabalho educativo do ACS é a mobilização comunitária. Os agentes acreditam que o conhecimento sobre o território e as relações de confiança e de vínculo que estabelecem com as famílias e com a comunidade contribuem para o desenvolvimento de ações que buscam transformar conceitos, crenças e até mesmo fatores que interferem nas condições de vida das pessoas. Alguns relatos de mobilização comunitária revelam a potência do ACS de reunir e agregar pessoas em prol de um bem comum. Um exemplo disso foi a mobilização de duas ACS de um município do Norte de Minas que, sensibilizadas pela situação de uma usuária da comunidade que estava enfrentando um câncer, mobilizaram a comunidade e realizaram um bingo para arrecadar recursos para ajudar nos gastos com os seus cuidados diários. Segundo as ACS, a iniciativa contou com a participação de muitos moradores e o bingo acabou se tornando um importante evento na cidade. Interessante destacar que, para além de mobilizar as pessoas dos territórios para o enfretamento de determinados fatores de riscos, como o mutirão da dengue, comum em inúmeros territórios, a concepção de mobilização comunitária ganha outros contornos nos territórios de grande vulnerabilidade social. O ACS não só mobiliza a comunidade com o seu conhecimento sobre o território, mas também mobiliza as equipes de forma a minimizar os efeitos de uma Política Pública de Saúde fragilizada e/ou insuficiente para garantir acesso e integralidade. A terceira dimensão que orienta o trabalho educativo do ACS está relacionada ao direito à saúde. Para o ACS, o seu trabalho é importante para a garantia da universalidade de acesso à saúde, bem como de outros direitos, que, muitas vezes, a população desconhece. Ele orienta a população sobre os fluxos e o funcionamento do SUS, os serviços ofertados e as formas de acesso. Fica evidente nas falas de muitos ACS do Norte e do Nordeste de Minas que, para muitos usuários, eles são a única forma de a população acessar o SUS, já que muitos compreendem que a materialização do direito à saúde se faz presente quando o ACS vai até casa, no momento da visita, especialmente nas áreas rurais. Por conhecer o território, dialogar com moradores, o ACS consegue identificar diversas necessidades dos usuários, como, por exemplo, a situação de uma pessoa que morava em um município da região Nordeste de Minas e que não dispunha de nenhum documento de identificação pessoal, não tinha cartão SUS e não era enquadrada no Programa Bolsa Família. O ACS, ao tomar conhecimento da situação, conseguiu articular com a equipe de saúde e também com a assistência social do município para garantir direitos básicos ao usuário. No trabalho educativo que o ACS desenvolve, cuidado, mobilização e direito à saúde são dimensões inseparáveis: elas se articulam a todo momento no trabalho dos agentes. Essas dimensões fazem parte do dia a dia do ACS e são materializadas nas visitas domiciliares e nos outros diferentes espaços que eles percorrem no território, se consolidando em uma potência educativa para a comunidade.

9547 PROPOSTA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM RESPEITO À DIVERSIDADE DE CONFIGURAÇÕES FAMILIARES: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Clara Morais Parreiras, Bruna Oliveira Andrade, Júlia Barros Costa, Nathália Gonçalves Silva, Gabriela Maciel dos Reis, Denise Alves Guimarães

PROPOSTA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM RESPEITO À DIVERSIDADE DE CONFIGURAÇÕES FAMILIARES: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Clara Morais Parreiras, Bruna Oliveira Andrade, Júlia Barros Costa, Nathália Gonçalves Silva, Gabriela Maciel dos Reis, Denise Alves Guimarães

Apresentação: Diante das profundas modificações ocorridas na configuração do modelo de família nuclear, observa-se, na contemporaneidade, o estabelecimento de arranjos diferenciados, seja em composição ou no que diz respeito aos papéis de cada membro dentro do grupo familiar. O cuidado centrado na pessoa é diretriz formadora da Atenção Básica e deve, portanto, guiar a atuação de todo profissional da rede de atenção à saúde. Nesse sentido, considerando os desafios que se impõem aos profissionais de saúde, o presente trabalho busca refletir acerca da prática ocupacional orientada pelo acolhimento e que resguarde a singularidade da história de vida dos sujeitos, de modo a contribuir para a fundação do vínculo entre usuário e serviço de saúde ao estabelecer relações de diálogo e de respeito. Para tanto, propõe-se abordar o tópico da educação em saúde ao contemplar a discussão acerca de metodologias ativas para educação permanente de profissionais de saúde no Brasil. A experiência a ser relatada ocorreu no seminário “Família e visita domiciliar”, da Unidade Curricular Bases Psicossociais da Prática Médica do primeiro período do curso de medicina de uma Universidade Federal do interior de Minas Gerais. Tendo as visitas domiciliares como contexto, buscou-se discutir junto aos acadêmicos a importância da atuação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), bem como promover a compreensão da premência da formação de profissionais que respeitem as dinâmicas diversas de constituições familiares. O ACS possui um papel de extrema relevância no acolhimento da população, uma vez que é membro da equipe de saúde da família (eSF) e faz parte da comunidade adscrita, o que favorece a criação do vínculo e a produção do cuidado integral. Com a nova Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), de 21 de setembro de 2017, observaram-se relevantes mudanças no escopo de atribuições do ACS, e, apesar de ter sido preservada sua função de realizar a adscrição e estar em contato direto com a população, registram-se preocupações em relação à efetivação dessa complexa função. Desenvolvimento: Utilizou-se um instrumento de formação continuada passível de ser aplicado na instrução dos ACS e que propõe refletir acerca da influência dos estigmas e preconceitos, presentes na cultura, na atuação desses profissionais, sobretudo ao adentrarem residências nas quais as famílias vivenciam diferentes situações de vida. A dinâmica proposta consistiu na apresentação de diversas situações, narradas por um locutor à oito acadêmicos que representaram oito diferentes personagens. As características dessas personagens foram descritas individualmente para cada participante, de forma que somente estes soubessem o papel que representariam. Após essa divisão, os acadêmicos foram dispostos lado a lado em uma fila, enquanto o resto da turma observava sem intervir. O locutor contou uma breve história, com o objetivo de contextualizar todos que ali estavam presentes: “O agente comunitário de saúde chega à sua residência e se apresenta. Seu nome é Luís e ele explica que trabalha na Unidade Básica de Saúde do bairro. Você já o conhece de vista. Duas vezes por semana ele passa em frente à sua casa acompanhado de sua mãe para irem à igreja. Ele diz que a visita daquele dia tem por objetivo acompanhar a saúde das crianças e adolescentes da residência. Ele pergunta se você pode recebê-lo naquele momento.” Os acadêmicos foram, então, instruídos a darem um passo à frente a cada vez que se considerassem concordantes com uma das circunstâncias enunciadas. Em seguida foram apresentadas as seguintes situações: i) você se sente confortável em recebê-lo na sua casa; ii) você sente que ele não irá julgar sua configuração familiar; iii) você confia que a sua privacidade não será exposta; iv) você se sente confortável em anunciar a configuração da sua família; v) você não tem medo que seu tipo de família não esteja presente no formulário; vi) você não sente que a sua configuração familiar é alvo de discriminação; vii) você se sente aberto em falar sobre a criação dos seus filhos; viii) sua configuração familiar não é alvo de possível visita de uma assistente social; ix) você se sente confortável quando questionado sobre sua orientação sexual; x) você possui ótimas condições para manter sua família. As personagens representadas pelos acadêmicos foram: 1) uma avó de um garoto de 7 anos, cadeirante, que divide com sua irmã a responsabilidade de criá-lo em uma residência humilde; 2) uma “mãe solteira” lésbica, aos 22 anos que mora sozinha com sua filha de 3 anos; 3) um “pai solteiro” de uma menina de 9 anos; 4) uma “mãe solteira” de uma menina de 9 anos; 5) um homem que tem uma filha e se casou com uma mulher que também já tinha dois filhos; 6) um jovem de 25 anos, portador de HIV, responsável por seu irmão de 10 anos; 7) uma mulher casada há 12 anos com um  empresário com quem tem 2 filhos saudáveis, vivem em uma ótima casa e são muito religiosos; 8) uma “mãe solteira” que vive com sua amiga que também tem o mesmo status social, ambas dividem a responsabilidade de cuidar de seus filhos. Resultado: No decorrer da dinâmica, cada personagem representada deu uma quantidade diferente de passos de acordo com aquilo que lhe pareceu confortável diante das circunstâncias apresentadas. Quando todas as situações haviam sido expostas, observou-se que as personagens com arranjos familiares mais próximos do tradicional modelo de família nuclear deram o maior número de passos. Em contrapartida, os acadêmicos que representavam personagens com arranjos familiares diversos e inscritos em situações de vida estigmatizante ou com maior risco de sofrerem algum tipo de preconceito deram menos passos. Alguns acadêmicos declararam se sentirem pouco confortáveis em anunciar a configuração familiar que estavam representando, pois em uma situação real teriam medo de serem julgados e mal atendidos pelo ACS. Desse modo, evidenciou-se que os estereótipos relativos às constituições familiares são elementos formadores da subjetividade e interferem na forma como as pessoas estabelecem interações sociais. Portanto, a percepção dessas questões é de grande relevância para a atuação do ACS, posto que pode determinar uma disparidade no acolhimento de alguns grupos familiares. Uma vez que a relação de confiança e respeito entre os usuários e os trabalhadores da rede de saúde influencia diretamente na qualidade das informações coletadas durante a visita domiciliar, é primordial que os indivíduos estejam confortáveis em revelar sua situação de vida. Para isso, os ACS devem estar preparados para realizar uma escuta qualificada e acolhedora. Considerações finais: A dinâmica apresentada demonstrou seu potencial de proporcionar a mesma reflexão, obtida durante a experiência inicial, para formação continuada dos ACS. Além disso, mantendo-se a estrutura da dinâmica, é possível que sejam realizadas adequações às diferentes realidades vivenciadas tanto pela população, quanto pelo agente. Dessa forma, ampliam-se as possibilidades de aplicação da ação educativa proposta, que visa transformar a prática profissional ao viabilizar a avaliação crítica acerca da interferência de preconceitos e estigmas nas práticas de cuidado em saúde. Ademais, ressalta-se a importância do aprofundamento da discussão a respeito do papel social dos ACS diante das recentes mudanças instituídas pela PNAB de 2017, tendo em vista as necessidades dos usuários bem como a manutenção da estrutura da eSF.

6037 CURSO PARA ATUALIZAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NA ZONA LESTE DE MANAUS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
THAIZE MARIA SILVA LIMA, ARLYSSON LAURIDO DE OLIVEIRA, MILENE DE ALMEIDA VIANA, ROSEANE DIBO DANTAS MUNIZ, MANUELLA VALENTE VERAS, LUIZIANNE MEDEIROS E SILVA, VELURIA BÁRBARA SOUZA DE MENEZES, HELOÍSA SOUZA DA SILVA

CURSO PARA ATUALIZAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NA ZONA LESTE DE MANAUS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: THAIZE MARIA SILVA LIMA, ARLYSSON LAURIDO DE OLIVEIRA, MILENE DE ALMEIDA VIANA, ROSEANE DIBO DANTAS MUNIZ, MANUELLA VALENTE VERAS, LUIZIANNE MEDEIROS E SILVA, VELURIA BÁRBARA SOUZA DE MENEZES, HELOÍSA SOUZA DA SILVA

Apresentação: Em novembro de 2019, após treinamento para facilitadores ministrado pela Escola de Saúde Pública de Manaus(ESAP), a equipe de apoiadores institucionais do Distrito de Saúde Leste(DISAL) realizou o Curso de Atualização do Processo de Trabalho do Agente Comunitário de Saúde(ACS), segundo roteiro padrão definido para todos os distritos de saúde. O curso teve o objetivo de discutir os atributos da Atenção Primária à Saúde(APS), os dispositivos e a prática da Norma Técnica Nº001/2018 referente à Reorganização do Acesso na Secretaria Municipal de Saúde de Manaus(SEMSA), bem como reforçar a importância das fichas de cadastro individual, domiciliar e territorial para o sistema e-SUS Atenção Básica. Além disso foi dada ênfase nas ações de Atenção e Vigilância em Saúde, com foco na promoção à saúde e vigilância epidemiológica nos territórios pela identificação das necessidades e de possíveis intervenções. O público alvo foram todos os ACS em atividade nas Unidades Básicas de Saúde(UBS) no DISAL, exceto aqueles afastados da função por indicação médica. Foram realizadas 10 turmas com carga horária de 30h, em cinco turnos de 6 horas, com presença obrigatória de cerca de 30 alunos. A metodologia adotada priorizou a prática de ensino-aprendizagem com a troca, o intercâmbio, e a produção de conhecimentos a partir da realidade vivida pelos atores envolvidos, tendo os problemas enfrentados no dia a dia do trabalho e as experiências desses atores como base de interrogação e mudança da prática de cada profissional. Estimulou-se reflexões acerca do papel do ACS, bem como o resgate das memórias, histórias e conquistas em 20 anos da Estratégia da Saúde da Família(ESF), em Manaus. Utilizou-se dinâmicas em grupo(troca de crachás e cabra-cega), imagens com situações-problema e produção de cartazes em grupo, atividade prática no sistema e-SUS, bem como apresentações feitas pelos ACS, nas quais alguns optaram por fazer dramatizações e tocantes relatos de experiência. Como diferencial utilizou-se um vídeo com música e fotos antigas dos ACS desde a origem do Programa de Agente Comunitário de Saúde(PACS) até a atual ESF, estimulando a reflexão e fortalecendo o importante papel do ACS na qualidade da assistência aos usuários. Os alunos preencheram uma avaliação ao final do curso, sobre suas percepções e grau de satisfação. Como resultados obtidos, 314 ACS participaram do curso no DISAL, dos quais 93,3% consideraram que este atendeu suas expectativas. Para 77,3% o conteúdo apresentado foi importante para sua prática profissional, trouxe novos conhecimentos para 60% e 80% os consideraram os facilitadores claros, dinâmicos e objetivos, com domínio do assunto. O curso foi considerado excelente para 48% dos participantes. Assim, o curso ministrado permitiu qualificar o processo de trabalho e alinhar conhecimentos dos ACS acerca de suas atribuições. É necessário iniciar o monitoramento das informações inseridas no e-SUS, priorizando cadastros efetivos e visitas domiciliares realizadas pelos ACS capacitados.

10886 CAPACITAÇÃO EM SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA AGENTES COMUNITÁRIOS EM SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Miguel Reis Caldeira, Larissa Rachel Príncipe Azevedo, Maria Eliza Caldas dos Santos, Kerolaine da Cruz Rodrigues, Grace Anne Andrade de Cunha

CAPACITAÇÃO EM SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA AGENTES COMUNITÁRIOS EM SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Miguel Reis Caldeira, Larissa Rachel Príncipe Azevedo, Maria Eliza Caldas dos Santos, Kerolaine da Cruz Rodrigues, Grace Anne Andrade de Cunha

Apresentação: Suporte Básico de Vida (SBV) é o atendimento imediato e temporário feito a uma vítima de acidente com o objetivo de manter seus sinais vitais e evitar agravos até a chegada do atendimento especializado. Tal suporte inicial pode ser realizado pela população em geral, porém, muitas vezes a falta de informação a respeito do assunto leva ao manejo incorreto do suporte, podendo ocasionar no agravamento da condição da vítima. Nesse cenário, percebe-se a necessidade do esclarecimento e capacitação acerca do tema, sobretudo para Agentes Comunitários em Saúde (ACS), que têm um papel fundamental na promoção da saúde. Esse trabalho, produto da experiência de acadêmicos de Medicina da Universidade Federal do Amazonas – ISB/Coari - AM, tem como objetivo relatar as experiências vivenciadas durante a capacitação de ACS atuantes em comunidades rurais do município de Coari – AM. Desenvolvimento: Optou-se por um estudo descritivo do tipo relato de experiência. O projeto foi idealizado pela docente Grace Anne Andrade da Cunha e concretizado durante o primeiro semestre de 2019, junto da participação de acadêmicos de diferentes cursos da Universidade Federal do Amazonas – ISB/Coari – capacitados em SBV por projeto de extensão. A capacitação dos ACS foi realizada em três dias, consistindo em palestras sobre temas relevantes em Primeiros Socorros, como abordagem primária à vítima, parada cardiorrespiratória e ressuscitação cardiopulmonar (RCP), dentre outros. Para as apresentações, foram utilizados recursos audiovisuais, como banners e materiais do laboratório da universidade. Ademais, foi estabelecido, ao longo das atividades, um diálogo aberto aos ACS, permitindo que expusessem seus questionamentos sobre os temas. Resultado: A capacitação permitiu uma contribuição efetiva em diversos aspectos: aos acadêmicos, foi estimulado o partilhar de conhecimentos adquiridos, bem como a autonomia no processo de ensinar-aprender e experiência em educações em saúde. Ao público-alvo, houve aprendizado para uma eficaz atuação na assistência imediata às vítimas, seja no âmbito particular ou profissional nas Unidades Básicas de Saúde nas quais trabalham. Além disso, sendo os ACS muito próximos de comunidades rurais, podem multiplicar o saber, compartilhando o aprendizado com a população, tendo em vista a dificuldade dos profissionais ao acesso à áreas remotas. Além do mais, o projeto fortaleceu o elo entre o serviço de saúde e a universidade. Considerações finais: A realização do projeto foi importante para um melhor manejo das vítimas por acidentes, principalmente sendo o público-alvo os ACS, que além de atuarem diretamente no serviço de saúde, são íntimos da comunidade, o que facilita a disseminação do aprendizado na população, sendo importante porque cidadãos capacitados ao atendimento primário diminuem a taxa de mortalidade pela demora à chegada da equipe profissional, como também as lesões adicionais por abordagens inadequadas.