329: Pesquisa à Serviço do SUS
Debatedor: Karla Memória Lima
Data: 29/10/2020    Local: Sala 01 - Rodas de Conversa    Horário: 16:00 - 18:00
ID Título do Trabalho/Autores
6391 IMPLEMENTAÇÃO DE UMA BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE NA SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (BVS-SES RJ)
Tatiana Fidalgo, Luiza Lena Bastos, Catia Oliveira, Leandro Andrade Silva, Viviane Amorim, Tainã Guarani, Alice Mariz, Anna Tereza Miranda Soares Moura

IMPLEMENTAÇÃO DE UMA BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE NA SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (BVS-SES RJ)

Autores: Tatiana Fidalgo, Luiza Lena Bastos, Catia Oliveira, Leandro Andrade Silva, Viviane Amorim, Tainã Guarani, Alice Mariz, Anna Tereza Miranda Soares Moura

Apresentação: A comunidade científica do Estado do Rio de Janeiro gera relevantes documentos que constituem a base para o conhecimento científico em saúde. A biblioteca virtual em saúde BVS-SES (RJ) em cooperação com a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) nasceu da necessidade de reunir materiais técnicos e/ou científicos produzidos pela SES e por suas unidades, os quais possuem grande valor para futuras pesquisas e memória da Secretaria de Estado de Saúde. O objetivo do presente trabalho foi relatar a experiência da implementação de uma Biblioteca Virtual em Saúde na Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (BVS-SES RJ). Desenvolvimento: O Portal Regional da BVS é o espaço de integração de fontes de informação em saúde que promove a democratização e ampliação do acesso à informação científica e técnica em saúde na América Latina e Caribe (AL& C). O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde é um centro especializado da OPAS (BIREME/OPAS/OMS) com a missão de contribuir para o desenvolvimento da saúde nos países da AL& C por meio da democratização do acesso, publicação e uso de informação, conhecimento e evidência científica. Nesse sentido, a Subsecretaria de Educação e Inovação (SUBEDUC) firmou parceira com a Bireme (The Latin American and Caribbean Center on Health Sciences Information) da Organização Mundial da Saúde/Organização Pan-Americana de Saúde (OMS/OPAS) e com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) a fim de implementar uma biblioteca e  reunir materiais técnicos e/ou científicos produzidos pela SES e por suas unidades. A parceria foi firmada no segundo semestre de 2019. Subsequentemente, foram realizadas cinco reuniões virtuais com dois membros da equipe da Coordenação da Pesquisa (CP), sendo dois para o treinamento da equipe e três para sanar as dúvidas durante a indexação. Adicionalmente foi articulada uma “Oficina de Indexação” para implementação da Biblioteca virtual BVS-SES (RJ), ministrada pela BIREME, para treinamento presencial da equipe da CP (SUBEDUC) dos Institutos vinculados à SES (RJ), sendo realizada no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IECPN). Resultado: Foi realizada a indexação de publicações convencionais (livros, capítulos de livros, artigos de revistas, teses, dissertações, monografias, trabalhos de conclusão de curso) e as publicações não convencionais (manuais, relatórios técnicos, guias, séries didáticas, panfletos, informes técnicos, alertas, anais) em formato digital, relevantes para a instituição. Nesse sentido, foram indexados 17 registros, incluindo os registros bibliográficos não convencionais (n = 12) e as publicações em multimídia (n = 5). Com relação a Oficina de Indexação, espera-se que esta capacitação confira aos institutos autonomia de indexação do próprio conteúdo produzido, ampliando e fortalecendo a Biblioteca virtual BVS-SES (RJ). Considerações finais: A condução da experiência reportada permitiu o aprendizado de forma ativa e buscou priorizar pelos interesses do coletivo. A implementação da Biblioteca Virtual em Saúde BVS-SES (RJ) propicia a difusão do conhecimento em Saúde no Estado do Rio de Janeiro e assegurará a memória da SES (RJ).

6373 PROGRAMA DE PESQUISA PARA O SUS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DA SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO
luiza lena bastos, Cátia Oliveira, Tatiane Fidalgo, Leandro Andrade, Alice Mariz, Viviane Amorim, Tainã Nogueira Guarani, Anna Tereza Miranda Soares de Moura

PROGRAMA DE PESQUISA PARA O SUS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DA SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO

Autores: luiza lena bastos, Cátia Oliveira, Tatiane Fidalgo, Leandro Andrade, Alice Mariz, Viviane Amorim, Tainã Nogueira Guarani, Anna Tereza Miranda Soares de Moura

Apresentação: Este trabalho tem o objetivo de relatar a experiência com o Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS) conduzido pela equipe da Coordenação de Pesquisa da Subsecretaria de Educação e Inovação em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do RJ (CP/SUBEDUC/SES). Desenvolvimento: O Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS) é coordenado nacionalmente pelo Ministério da Saúde por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit), em parceria com o CNPq, as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAP) dos Estados e as Secretarias de Estado de Saúde (SES). Configura-se como uma ferramenta para induzir pesquisas que atendam os principais problemas de saúde da população, tendo a relevância social como critério norteador para a definição dos temas prioritários de pesquisa. A CP/SUBEDUC da SES (RJ) conduziu internamente o processo de identificação de problemas de pesquisa para o edital PPSUS 2020 constituindo um grupo de trabalho da SES (RJ) para tal atividade. Houve três encontros a fim de que as linhas pudessem ser delimitadas. No primeiro encontro do GT a matriz para o levantamento do problema de pesquisa foi apresentada ao grupo e iniciou-se seu preenchimento. A matriz utilizada solicitou problema de pesquisa, linha de pesquisa e produto. O preenchimento ficou atribuído às Áreas Técnicas da SES e a equipe da Coordenação de Pesquisa realizou o trabalho de síntese e construção dos eixos de pesquisa. O segundo encontro do GT constituiu-se em encontro de validação dos problemas de pesquisa propostos, bem como o esforço de alinhamento dos problemas com a Agenda 2030 das Nações Unidas. O último encontro do GT ocorreu a fim de que houvesse mais uma validação dos problemas. Além disso, duas atividades foram programadas, no formato de Oficina para priorização de problemas de pesquisa. Uma delas será o Workshop de Priorização de Problemas de Pesquisa com o GT a fim de que os problemas levantados sejam mais uma vez discutidos internamente. A outra atividade constitui-se na Oficina de Priorização de Problemas de Pesquisa que possui modelo próprio do Ministério da Saúde para sua realização e envolverá a priorização dos problemas de pesquisa em conjunto com pesquisadores e corpo técnico da SES (RJ). Resultado: – Foram identificados ao todo 38 problemas de pesquisa a partir do grupo de trabalho PPSUS SES (RJ). Os eixos de pesquisa elencados foram 5: Doenças Crônicas Não Transmissíveis; Doenças Crônicas Transmissíveis; Economia, Tecnologia, Programas e Políticas de Saúde; Educação em Saúde e Redes de Atenção e Promoção da Saúde. Considerações finais: A experiência relatada acima inaugura um espaço de pesquisa e inovação em saúde no âmbito da SES (RJ). A criação da SUBEDUC e sua CP possibilitaram a mobilização de um grupo de trabalho preocupado com uma agenda de pesquisa que seja diversa e incorpore os principais problemas de saúde da população do Estado do Rio de Janeiro.

10528 O USO DAS NARRATIVAS E DO DISPOSITIVO GRUPAL NA FORMAÇÃO/EDUCAÇÃO PERMANENTE DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE: UMA REVISÃO DE LITERATURA.
Denise Scofano Diniz

O USO DAS NARRATIVAS E DO DISPOSITIVO GRUPAL NA FORMAÇÃO/EDUCAÇÃO PERMANENTE DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE: UMA REVISÃO DE LITERATURA.

Autores: Denise Scofano Diniz

Apresentação: O presente artigo trata da problemática do cuidado com a vida, da produção de autonomia, cooperação e vínculo nos serviços públicos de saúde. Tem como objetivos mapear as estratégias de formação/educação permanente dos profissionais de saúde que utilizam o dispositivo grupal e as narrativas, identificar suas matrizes teórico-metodológicas e analisar as concepções sobre o cuidado das experiências levantadas. Realizou-se revisão de literatura sobre as experiências publicadas entre 2000 e 2017, centralizando a busca de trabalhos escritos em português, inglês e espanhol, oriundos de pesquisas baseadas em métodos qualitativos ou qualitativos e quantitativos, que abordaram a temática em questão. A seleção foi realizada, primeiramente, a partir da análise do título, resumo e tema da pesquisa, tendo como intervalo temporal publicações entre 2000 e 2017. Re­sultados: Foram levantados 947 trabalhos, dos quais 38 foram selecionados e, após leitura completa e análise somente 17 preenchiam os critérios da pesquisa. Verificou-se que as publicações são apoiadas nas teorias interacionistas, construtivistas e problematizadoras. As experiências analisadas utilizaram mais de uma estratégia grupal, sendo predominantes os grupos focais; as narrativas orais foram as principais modalidades, abordando temas variados em torno do cuidado. Considerações: O levantamento de pequeno número de trabalhos publicados sobre as experiências e/ou pesquisa apontam para o ineditismo da utilização das narrativas, associadas ao trabalho com grupos, como dispositivo pedagógico da EPS. Dez dos 17 trabalhos selecionados foram publicados a partir de 2014, demonstrando serem experiências recentes ainda no campo da Saúde Coletiva, sinalizando a potencialidade da metodologia, mas igualmente a necessidade de seu amadurecimento, tanto para a EPS como para pesquisas-ação e intervenções em serviços. Todos os trabalhos apontaram para o que se pode considerar como “efeitos de narratividade”, entre os quais, destacamos a promoção do processo de reflexão sobre as práticas em saúde, contribuindo para o lançamento de olhares interessados sobre si mesmos, sobre as relações com outros profissionais do trabalho e com os usuários do sistema. Escrever, narrar e ouvir narrativas provocam reflexão e (re)construção sobre sentidos e significados de saúde e doença, mudando percepções e projeções dos profissionais sobre suas práticas e, muitas vezes, agindo terapeuticamente; promovem o estabelecimento de vínculo para trocas mais significativas, além de proporcionarem planejamentos mais participativos, onde estão presentes a cooperação e o compartilhamento de interesses e afetos. Em suma, é do cuidado e de suas dimensões e direcionalidades que tratam. Entendemos que esta revisão possui limitações, tais como não ser exaustiva nem pretender esgotar o conhecimento sobre as experiências de EPS com uso de narrativas que vêm sendo realizadas no SUS. Cientes de que há grande defasagem entre as publicações e a quantidade de experiências existentes, acreditamos que esta pesquisa possa contribuir como estímulo ao compartilhamento e maior divulgação sobre as mesmas, lançando maior reflexão sobre a potencialidade dessas abordagens na produção de subjetividades e na formação dos graduandos e profissionais de saúde.

10543 AS NARRATIVAS NA FORMAÇÃO/EDUCAÇÃO PERMANENTE DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE: EXPRESSANDO AS DIMENSÕES INTANGÍVEIS DO CUIDADO.
Denise Scofano Diniz, Marilene Castilho de Sá

AS NARRATIVAS NA FORMAÇÃO/EDUCAÇÃO PERMANENTE DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE: EXPRESSANDO AS DIMENSÕES INTANGÍVEIS DO CUIDADO.

Autores: Denise Scofano Diniz, Marilene Castilho de Sá

Apresentação: As narrativas, desde a última década do século XX, vêm sendo objeto de interesse das investigações e entendidas como uma nova abordagem teórica para as ciências sociais e humanas, empreendendo forte influência nas ciências sociais em saúde. A narrativa, destinada ao outro, produz a multiplicidade de olhares, desde quem conta aos que ouvem e leem. Objetivo: Tem como objetivo principal analisar as narrativas escritas elaboradas pelos alunos do Curso “Oficinas Clínicas Sobre o Cuidado: narrando casos e (re)construindo os sentidos do trabalho em saúde”, oferecido pela ENSP/Fiocruz, nas suas três primeiras turmas anuais – 2015, 2016 e 2017. Esse curso tem o formato de curta duração, onde são utilizados o dispositivo grupal e a estratégia das narrativas escritas elaboradas pelos profissionais de saúde participantes. As narrativas são desenvolvidas em oficinas clínicas psicossociológicas, tendo como objetivo contribuir com a compreensão e (re)construção de sentidos acerca das questões ligadas à dimensão (inter)subjetiva do trabalho em saúde e da produção do cuidado. Método: Trata-se de pesquisa teórica, apoiada no referencial teórico-metodológico da análise clínica do discurso, que tem como perspectiva a psicossociologia clínica, de base psicanalítica, onde são abordados os processos subjetivos, afetivos e singulares. Foi realizada análise, a partir da abordagem clínica do discurso, como as dimensões intangíveis do cuidado – o vínculo, a cooperação e a autonomia –, se expressavam nas narrativas e quais desafios para a qualidade do cuidado estariam apontando.  Resultado: Observou-se que, juntamente, com o vínculo, a cooperação e a autonomia, outras duas dimensões, a criatividade e o apoio/sustentação, estavam expressas no material pesquisado. Estas cinco dimensões se alimentam e potencializam umas às outras, interpenetrando-se, podendo ser exemplos de mais de uma dimensão. E, de modo inverso, como a ausência ou dificuldades no desenvolvimento destas dimensões, geram sofrimento nos profissionais de saúde e usuários, sejam por problemas com os colegas e/ou equipes profissionais, com os usuários ou com as precariedades de infraestrutura, da ambiência dos serviços de saúde ou da rede de assistência, geram sofrimento nos profissionais de saúde e usuários. Considerações finais: As dimensões intangíveis do trabalho em saúde são a parte central e essencial para a qualidade do cuidado produzido. Estamos cientes de que outras dimensões intangíveis, que fazem parte daquilo que é invisível do trabalho em saúde, não foram ou foram menos exploradas. Entendemos que a análise das narrativas desenvolvidas pelos profissionais de saúde tem o potencial de contribuir para as pesquisas no campo da Saúde Coletiva através do levantamento e aprofundamento dos aspectos relacionais e intersubjetivos que são centrais para o trabalho em saúde e gestão nas organizações de saúde. Possibilitar oportunidades de reflexão sobre o trabalho em saúde por meio de narrativas valoriza a dimensão subjetiva e social das práticas educativas e de cuidado.

11607 A FORMAÇÃO COMO ENCONTRO: EDUCAÇÃO PERMANENTE E INTERFERÊNCIAS NA PRODUÇÃO DA PESQUISA EM SAÚDE
Nathalia Silva Fontana Rosa, Ane Milena Macêdo de Castro, Débora Bertussi, Jackeline Sousa, Lohanna Macedo, Mara Lisiane, Nathan Aratani

A FORMAÇÃO COMO ENCONTRO: EDUCAÇÃO PERMANENTE E INTERFERÊNCIAS NA PRODUÇÃO DA PESQUISA EM SAÚDE

Autores: Nathalia Silva Fontana Rosa, Ane Milena Macêdo de Castro, Débora Bertussi, Jackeline Sousa, Lohanna Macedo, Mara Lisiane, Nathan Aratani

Apresentação: O presente trabalho é fruto das análises preliminares da pesquisa“Análise da implantação da rede de cuidados à saúde das pessoas com deficiência – Os usuários, trabalhadores e gestores como guias”, levadas a cabo na frente de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Este é um projeto realizado em nível nacional, e tem como objetivo principal analisar a produção de redes de cuidado operadas pelos Centros Especializados em Reabilitação (CER) habilitados pelo Ministério da Saúde, bem como o grau de adesão aos princípios e às diretrizes definidos nas normativas da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD). Este projeto de pesquisa foi elaborado para a chamada CNPQ/MS/SCTIE/DECIT/SAS/DAPES/CGSPCD nº 35/2018 – Avaliação da Implementação da Rede de Cuidados à Saúde das Pessoas com Deficiência no Sistema único de Saúde (SUS), Linha 2 - Análise dos serviços de reabilitação habilitados como CER pelo Ministério da Saúde, com relação à adesão aos princípios e às diretrizes definidos nas normativas da RCPCD. O texto que segue pretende fazer uma reflexão sobre o processo de formação de um grupo de pesquisa que utiliza como método a cartografia e traz como objeto central o usuário-guia.  Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa que tem como caminho a cartografia, com o objetivo de rastrear os movimentos realizados no cotidiano das pessoas envolvidas na produção do cuidado na RCPD. Mais do que propor um método de pesquisa, apontamos aqui a cartografia como uma estratégia de encontro com o(s) outros(s), ou seja, ao invés da lógica de caminhos produzidos por regras e metas pré-estabelecidos, cartografar aposta na experimentação, na construção de percursos acompanhados dos efeitos e interferências que causam nos pesquisadores, nos sujeitos, no campo e na própria produção da pesquisa. Neste percurso, buscamos explorar modos de acessar e visibilizar a produção do cuidado no contexto da disputa pelo cuidado entre os que o produzem, através da construção conjunta de pesquisadores e trabalhadores, tomando o usuário como guia desse processo, no seu modo de fabricar sua rede viva de existência, para muito além dos itinerários terapêuticos e projetos terapêuticos, das nossas ofertas instituídas, facilmente capturados por uma rede de cuidados instituídas. Rede tipo analógica, como aquelas que obedecem ordenamento lógico, ou seja, rede institucionalizada como a noção de rede primária e secundária de cuidado (MERHY, 2014), onde para o usuário ir a um serviço especializado deve necessariamente passar pela rede primária. Esse relato traz como elemento central o próprio processo formativo do grupo, como processo de educação permanente da pesquisa em formação.  Resultado: Realizamos um período de formação entre os meses de junho e julho de 2019 e, como uma estratégia fundamental para uma maior aproximação e aprofundamento na metodologia proposta para a pesquisa. Esse processo foi um primeiro produto do grupo regional de Campo Grande, considerando que a metodologia da pesquisa tem como base a construção de encontros simétricos entre todos os envolvidos como pesquisadores. Foram trabalhados temas relevantes para o processo metodológico como o usuário-guia, as redes vivas e a cartografia. Fizemos abordagens diferenciadas como disparadora de conversas: vídeos de pesquisadores participantes de outras experiências, contando sua trajetória a partir do tema do encontro; textos obrigatórios e de apoio para dar suporte à discussão; e a condução dos pesquisadores com mais conexão com a proposta metodológica da pesquisa. Ainda, realizamos uma atividade de construção de um diário cartográfico coletivo, como exercício de narratividade de todos os pesquisadores. A proposta era que, a cada encontro, um pequeno grupo de pesquisadores (dois ou três) fosse responsável pela “ata cartográfica” da reunião, expressada em um documento do Google Drive onde todos puderam ter acesso. Essa experiência foi importante tanto para registrar os resultados de cada encontro da formação, como também para criar espaços de visibilidade e dizibilidade das próprias experiências profissionais dos participantes em conexão com o CER (AP)AE. Isso nos permitiu recolher um material importante, que trouxe para o debate analisadores do nosso campo e nos auxiliou  a compor as análises para a pesquisa. Foram realizados sete encontros semanais, em geral às terças-feiras pela noite, operados à distância a partir de uma plataforma gratuita de reuniões online. Participaram pesquisadores de Campo Grande (MS), Campinas (SP) e São Bernardo do Campo (SP). Os encontros de processamento da pesquisa continuam, presenciais e virtuais, sendo atravessados pelos novos movimentos e entradas produzidos pelos pesquisadores em campo. Nesses encontros, somado ao processo de formação, fizemos uma aproximação com o CER (AP)AE. Algumas estratégias se destacaram, a saber: 1. Relatos dos próprios pesquisadores participantes a partir de suas experiências dentro do CER (AP)AE ou em outros serviços de saúde do município, e que tiveram conexões com a instituição em algum momento; 2. Conhecimento dos participantes sobre as estruturas e funcionamentos da rede de saúde do município e do Estado; e 3. Relato sobre um usuário do CER feito por um dos pesquisadores, que foi utilizado  como um dos elementos disparadores para a conversa sobre usuário-guia, analisadores, fontes.  Considerações finais: Essa atividade de formação e processamento da pesquisa, antes mesmo de uma entrada formal no campo, revelou as interferências de um processo de pesquisa cartográfico. Durante o período de formação, à medida que entramos nos temas da pesquisa, o campo também entrava na formação por meio de relatos dos participantes: suas experiências de trabalho dentro do CER, experiências em outros serviços com atravessamentos com a instituição pesquisada, conhecimento sobre a rede e seu funcionamento. Ainda, tivemos a oportunidade de compartilhar um relato sobre e de um usuário do CER, que nos possibilitou dar visibilidade para algumas questões relevantes para a pesquisa. Toda a reverberação de um processo de educação permanente da pesquisa traz para a cena o tema do lugar da produção do conhecimento e do aspecto formativo dos encontros. Isso significa que no encontro se exercita a formação, acionando elementos para uma educação permanente dos pesquisadores  em formação. O próprio fazer a pesquisa se mostrou  uma “dimensão escola” desse processo formativo em movimento. Inventar espaços formais de formação, por exemplo, onde a pesquisa seja um elemento estratégico para aprofundar, aprimorar, qualificar, acionar e ampliar os encontros e os processamentos dos encontros.  

6043 BARREIRAS PARA A MANUTENÇÃO DO AME: PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Luciana Rodrigues da Silva, Sabrina Edwirges Gomes Garzedim, Maria Estela Diniz Machado, Ana Luiza Dorneles da Silveira, Marialda Moreira Christoffel

BARREIRAS PARA A MANUTENÇÃO DO AME: PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Autores: Luciana Rodrigues da Silva, Sabrina Edwirges Gomes Garzedim, Maria Estela Diniz Machado, Ana Luiza Dorneles da Silveira, Marialda Moreira Christoffel

Apresentação: O leite materno contém, além de nutrientes necessários as demandas energéticas e metabólicas  da criança, substâncias bioativas que atuam proporcionando que seu crescimento e desenvolvimento ocorram de forma saudável. O aleitamento materno exclusivo é definido como  a oferta de somente leite materno, sem necessidade de sucos, chás, água e outros alimentos até os 6 meses. Porém, mesmo com todas as políticas de apoio ao AME, sua prevalência não atingiu as metas determinadas pela OMS. Objetivo: Analisar a percepção dos profissionais de saúde as dificuldades que as mães encontram em manter o aleitamento exclusivo. Desenvolvimento: Estudo descritivo com abordagem qualitativa, realizado em uma unidade pública de saúde  do município de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro. Participaram da pesquisa profissionais de saúde, de nível técnico e superior, que atuam em setores voltados à atenção a saúde da mulher e da criança. O trabalho se baseia em uma pesquisa multicêntrica intitulada “Aleitamento materno exclusivo: determinantes socioculturais no Brasil”, coordenado pela EEAN/UFRJ. O período de coleta  de dados ocorreu de outubro 2018 a abril de 2019, utilizando técnicas de entrevista semiestruturada com formulário específico. As entrevistas foram gravadas e transcritas para análise posterior. As transcrições das entrevistas foram analisadas através do software IRAMUTEQ, utilizando a nuvem de palavras, classificação hierárquica descendente e análise de similitude, que organizam e agrupam  as palavras de acordo com sua frequência no corpus e segmentos de texto correspondente aos textos transcritos  da entrevista. Resultado: Na nuvem de palavras observo-se como palavras mais frequentes: não (47 vezes), criança (13 vezes),  trabalho (12 vezes), ficar e dar (11 vezes), amamentar (9 vezes), voltar a trabalhar (9 vezes) e peito (8 vezes) na transcrição das entrevistas para a elaboração do corpus textual. A palavra “não” reflete o déficit de conhecimento sobre a realidade das mulheres que frequentam a unidade de saúde. “Voltar a trabalhar e trabalho” se inserem no contexto da mulher e o mercado de trabalho. O IRAMUTEQ determinou três classes de palavras que caracterizam as dificuldades de manter o AME:   causas  de interrupção do AME (27,3%), rede de apoio (31,8%),  insegurança (40,9%). Considerações finais: O puerpério é uma fase da maternidade em que a mulher ainda está se adaptando à maternidade, mesmo sendo ela multípara, pois traz modificações corporais e comportamentais, alterando sua rotina. Mulheres envolvidas no processo de amamentação, estão sujeitas à diversos estressores que podem ter impacto negativo na continuidade do AME. Como a volta ao trabalho após somente quatro meses de licença maternidade, falhas na rede de apoio da mulher e a insegurança quanto a qualidade do leite materno e a efetiva nutrição adequada da criança e o manejo da amamentação. É necessário que o profissional de saúde envolvido na assistência  da mulher, observe as características e necessidades a que ela está sujeita, a fim de criar estratégia, que englobem o pré-natal e puerpério, incluindo a família, formando uma rede de apoio que a auxilie no cuidado com a criança, dando suporte para a continuidade ao AME.

12278 OS SENTIDOS DA VELHICE E DO ENVELHECIMENTO NA CONTEMPORANEIDADE: OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA PROMOÇÃO DE UM ENVELHECIMENTO ATIVO
ELIZABETH FALCAO CLARKSON, Sônia Maria Dantas Berger, Clarinda dJesuse Banha Pomar

OS SENTIDOS DA VELHICE E DO ENVELHECIMENTO NA CONTEMPORANEIDADE: OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA PROMOÇÃO DE UM ENVELHECIMENTO ATIVO

Autores: ELIZABETH FALCAO CLARKSON, Sônia Maria Dantas Berger, Clarinda dJesuse Banha Pomar

Apresentação: O Brasil envelhece de forma rápida e intensa, considerando a população idosa de 29.374 milhões de pessoas (14,3% da população total do país) (IBGE, 2014) e a expectativa de vida em 2016, para ambos os sexos, num aumento para 75,72 anos, sendo 79,31 anos para a mulher e 72,18 para o homem, tudo em consequência da melhoria das condições de vida, pela ampliação do acesso a serviços médicos preventivos e curativos, avanço da tecnologia médica, melhoria do saneamento básico, aumento da escolaridade e da renda, entre outros determinantes. Porém a consequência da transição demográfica brasileira com suas características peculiares e grandes desigualdades sociais, no processo de envelhecimento impacta e traz mudanças no perfil demográfico e epidemiológico em todo país, produzindo demandas que requerem respostas das políticas sociais, e novas formas de cuidado, em especial aos cuidados prolongados e à atenção domiciliar. Associado a esse quadro, ocorreram mudanças na composição das famílias brasileiras, no papel da mulher no mercado de trabalho, na queda da taxa de fertilidade e na nupcialidade, resultando em novos desafios a serem enfrentados no cuidado à população idosa, dirigidos principalmente às políticas de saúde, da assistência social e da previdência social. Somam-se ao fenômeno demográfico do envelhecimento da população no país, as realidades socioculturais e econômicas que evidenciam um cenário de preconceitos e discriminações contra os idosos, os quais são marcados com estigmas de “descartáveis” e considerados um “peso social” como aponta Debert. Neste sentido, Beauvoir destaca o desprezo com que a sociedade capitalista sempre tratou a velhice. Além do que, a desigualdade de gênero operada na lógica do processo histórico da sociedade capitalista, não se pode deixar de lado, pois, de acordo com Santos e Oliveira, “o sistema do capital se beneficia da opressão vivenciada pelas mulheres” o que se reflete tanto na “reprodução do papel conservador da família e da mulher, como na perspectiva da inserção precária e subalterna no mundo do trabalho”. Diante do contexto brevemente apresentado, questionam-se quais seriam os efeitos, no processo saúde–doença–cuidado de idosas e idosos brasileiros? Assim, diante das demandas crescentes de cuidado dos indivíduos de 60 anos e mais, muitas delas situadas no âmbito do processo de determinação social da saúde, torna-se necessário se investir, sob a perspectiva da Saúde Coletiva, em ações de promoção da saúde do idoso, de prevenção das doenças, na preservação das condições de saúde. Ratifica-se que a Saúde Coletiva traz contribuições teóricas de vários campos disciplinares para o entendimento de questões de saúde, com um olhar voltado para as coletividades expostas a riscos e agravos em saúde e para a complexidade do processo saúde-doença. Neste caminho, é notória a importância da Educação em Saúde para a promoção da saúde, a qual é atravessada pela valorização da participação comunitária, o aumento da autonomia do indivíduo e responsabilização para que se possa concretizar uma melhoria de estilos de vida que influenciem diretamente à sua saúde. Além disso, a Educação em Saúde também coloca em foco o papel formativo do educador enquanto fomentador de estilos de vida saudáveis nas novas perspectivas de saúde e de bem-estar individual, comunitário e social, o que, no caso da população idosa se relaciona diretamente com a promoção do “envelhecimento ativo” que, para a OMS, se caracteriza  como uma experiência positiva de longevidade, com preservação de capacidades e do potencial de desenvolvimento do indivíduo, cuja garantia de condições de vida e de políticas sociais é um privilégio. A investigação realizada teve como objetivo identificar aspectos subjetivos e socioculturais do processo de envelhecimento que colaborem para subsidiar as práticas de Educação em Saúde na atenção prestada à população idosa atendida em programas voltados para esta faixa etária na cidade de Niterói /Rio de Janeiro – Brasil. O campo prático de investigação acontece nas Faculdades de Serviço Social e de Educação Física da Universidade Federal Fluminense/UFF – Niterói/ RJ. A metodologia neste estudo foi de abordagem de natureza, essencialmente, qualitativa, através de 10 entrevistas semiestruturadas com idosos, com 60 anos e mais, de ambos os sexos, ativos, que participavam de atividades nos serviços e/ou programas voltados para esta faixa de idade e também dos 10 profissionais que estão envolvidos em ações/ atividades com este grupo etário. Foram gravadas as entrevistas e feita a análise de conteúdo propostas por Bardin (1979). Esta pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFF. Buscamos nos pressupostos da obra de Paulo Freire o embasamento teórico na concepção de Educação em Saúde que coloca o homem como sujeito ativo de um processo em mudanças, sendo que para tanto propõe uma ação transformadora pautada na reflexão do saber e das vivências cotidianas. A partir da análise feita na pesquisa foram encontrados as categorias e núcleos de sentido nos discursos dos idosos e dos profissionais: Um olhar para o envelhecimento; A construção social da velhice e os estereótipos formados em relação ao idoso; Percepções sobre o envelhecimento, o envelhecimento ativo e a saúde; A diferenciação de gênero na velhice; Um trajeto a se seguir no cuidado ao idoso; A subjetividadeno campo da identidade dos idosos, no sentido existencial, da personalidade e da autoestima. Como considerações finais ressalta-se que à categoria “trabalhadores sociais” proposta na investigação, identifica-se a partir da obra Educação e Mudança (Freire, 1979) ‘o homem’ sabidamente inacabado, capaz de refletir sobre si mesmo na busca constante de ser mais, através de uma educação implicada,  sujeito de sua própria educação e não objeto dela, um ser em comunicação. Percebe-se na investigação a qualidade de vida e a promoção do envelhecimento saudável como fatores resultantes das estratégias de educação em saúde.

6952 AMAMENTAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO EDUCADOR PARA A SAÚDE DAS PUÉRPERAS E GESTANTES.
Luiz O O Alves co-autoria: Jovina de Fátima Rocha da Silva

AMAMENTAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO EDUCADOR PARA A SAÚDE DAS PUÉRPERAS E GESTANTES.

Autores: Luiz O O Alves co-autoria: Jovina de Fátima Rocha da Silva

Apresentação: A amamentação é um ato vital para a saúde da puérpera que deve ser feita de maneira correta, o enfermeiro atua diretamente na promoção desse fenômeno principalmente na parte que envolve educação, buscando informar a lactante sobre a importância de amamentar sua prole e como fazer de maneira adequada, tirando dúvidas e descartando falsas informações como mitos que podem prejudicar a saúde.  O objetivo do trabalho é promover a educação à saúde às gestantes e puérperas no âmbito da amamentação e demonstrar como o enfermeiro utiliza a educação como instrumento de promoção da saúde. Desenvolvimento: O presente resumo foi feito a partir de revisão de literatura integrativa onde foram estudados dois artigos na língua portuguesa buscados na plataforma Google acadêmico e o caderno 23 do consultado no acervo da biblioteca online do Ministério da saúde. Resultado: Os efeitos percebidos decorrentes da experiência ou resultados encontrados na pesquisa; O ato de amamentar afeta diretamente na saúde da mãe, prevenindo alguns tipos de câncer como o de mama, útero e ovário. Doenças relacionadas a nutrição também são evitadas como colesterol alto, obesidade e hipertensão, além da criação e fortalecimento do vínculo afetivo da mãe com o bebe através de hormônios liberados caindo a chance de surgir a depressão pós-parto entre outras doenças. A maneira correta de amamentar é de suma importância, a forma da pegada errada pode causar lesão no mamilo da puérpera, podendo acarretar em situações especiais para a realização do procedimento. Há uma melhora significativa da saúde das lactantes ao serem apresentadas o conhecimento dos benefícios binômios da amamentação. Considerações finais: O profissional graduado em enfermagem possui conhecimento cientifico tanto na área da saúde da mulher quanto na parte da educação para utilizar de estratégias educacionais como mediar a interação dialógica com a participação das gestantes de diferentes etapas da gravidez e as puérperas, afim, de haver troca de experiências para construir o conhecimento, promovendo assim a saúde de forma adequada.

9043 PESQUISA EM SAÚDE PÚBLICA COMO PROMOTORA DA GARANTIA DE DIREITOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM DIRETRIZES PARA SAÚDE DA MULHER HIV POSITIVA
Ana Carolina Drehmer Santos, Gabriella Monteiro Marques, Brendha Zancanela Santos

PESQUISA EM SAÚDE PÚBLICA COMO PROMOTORA DA GARANTIA DE DIREITOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM DIRETRIZES PARA SAÚDE DA MULHER HIV POSITIVA

Autores: Ana Carolina Drehmer Santos, Gabriella Monteiro Marques, Brendha Zancanela Santos

Apresentação: A Liga de Saúde Materno Infantil (LASMI) da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), campus Uruguaiana no Rio Grande do Sul, é formada por alunas de fisioterapia, enfermagem e medicina e é centrada no trabalho interdisciplinar para cumprir com retorno à sociedade, posto que as Universidades Federais são financiadas com recursos advindos da população. Através do tripé Ensino, Pesquisa e Extensão, a Liga exerce atividades para promoção de saúde em ambiente acadêmico e em Estratégias de Saúde da Família (ESF), serviço de Saúde da Mulher e Centro de Orientação e Apoio Sorológico (COAS). Nesse contexto, alunas identificaram falhas no rastreio de câncer cervicouterino em usuárias HIV positivas do Serviço Único de Saúde do município, propondo Pesquisa para conhecimento da realidade municipal e possibilitar futura proposta de alternativas. Objetivo: Continuar restituição social através da verificação da eficácia da Diretriz de Rastreio do Câncer de Colo de Útero do Ministério da Saúde em pacientes imunossuprimidas e quais fatores de risco dos serviços públicos de saúde na cidade de Uruguaiana, Rio Grande do Sul. Método: Pesquisa documental em fontes primárias e secundárias sobre prevenção e rastreio de carcinoma cervicouterino em mulheres HIV positivas, como normativas da Organização Mundial de Saúde, Organização Panamericana de Saúde e Ministério da Saúde. Pesquisa bibliográfica, via artigos sobre patologia. Visando compreensão do cenário na cidade de Uruguaiana, realizou-se consulta dos prontuários do Serviço de DST/AIDS para averiguar coleta de citopatológico anual como preconizada. Resultado: Os índices de prevenção de patologia oncoginecológica recrudesceram com a implementação das Diretrizes de Rastreio em câncer cervicouterino, no entanto, observa-se que Uruguaiana representa a preocupação das Organizações Internacionais pela persistência dessa patologia em países em desenvolvimento. O cenário torna-se mais preocupante em mulheres HIV positivas devido aos maiores riscos socioculturais e biológicos representados pela vulnerabilidade social, preconceito com o HIV e risco elevado de malignização da lesão por vírus HPV pela imunossupressão. No COAS foi observado precária organização e sobrecarga de atendimentos. Diversos prontuários não possuíam informações atualizadas há cinco anos, enquanto agenda dos profissionais do serviço estava lotada, evidenciando falta de recursos humanos. Percebeu-se, também, falha na formação de uma rede, visto as coletas empreendidas nas ESF’s não são atualizadas nos prontuários do setor. A informatização através do sistema “Siscan” (Sistemas de Informação do Câncer) também é um obstáculo, pois não está disponível em todas as Unidades pela falta de computadores ou internet. Considerações finais: Através da pesquisa em Saúde Pública é possível fornecer dados para a futura formação de estratégias que auxiliem na garantia de direito à saúde. Observou-se que as Diretrizes de Rastreio de câncer cervicouterino em usuárias do serviço de saúde HIV positivas estão de acordo com as preconizações das Organizações Internacionais. No entanto, a falta de recursos humanos e falha referência e contrarreferência são obstáculos para a efetivação da Diretriz na cidade de Uruguaiana. Dessa forma, a identificação das barreiras na prevenção de câncer cervicouterino pela LASMI dá continuidade no retorno à comunidade em promoção de saúde para redução de inequidades e garantia de direitos na área.

9315 SAÚDE MENTAL: O USO DO AUDIOVISUAL COMO ESTRATÉGIAS DE ESTUDO E PESQUISA
Dorivaldo Pantoja Borges Junior, Tayane Leopoldino Sabádo, Tânia de Miranda Santos, Júlio Fernandes Costa Passos, Samara Lima, Suzana Farias Rabelo, Arina Marques Lebrego

SAÚDE MENTAL: O USO DO AUDIOVISUAL COMO ESTRATÉGIAS DE ESTUDO E PESQUISA

Autores: Dorivaldo Pantoja Borges Junior, Tayane Leopoldino Sabádo, Tânia de Miranda Santos, Júlio Fernandes Costa Passos, Samara Lima, Suzana Farias Rabelo, Arina Marques Lebrego

Apresentação: O presente trabalho parte do interesse na investigação dos fenômenos subjetivos humanos, utilizando o cinema como recurso de estudo e pesquisa. Trata-se de um relato de experiência provindo das atividades desenvolvidas no Grupo de Estudo e Pesquisa em Psicanálise e Cinema (GEPPCINE), do curso de Psicologia da Universidade da Amazônia (UNAMA), em Belém do Pará. Dentre a problematizações referidas no trabalho, destacam-se as pesquisas sobre os fenômenos psicóticos e autistas, a saúde de pessoas vivendo com HIV/AIDS, bem como as relações entre subjetividade e território na Amazônia. Sendo assim, o texto fora organizado da seguinte maneira: primeiramente, é apresentado o GEPPCINE e seu funcionamento, em seguida, discorre-se brevemente sobre as pesquisas realizadas e, por fim, a nível de considerações finais, dissertou-se sobre os resultados das pesquisas feitas pelo grupo e suas interlocuções com o campo da atenção à saúde mental na contemporaneidade, ampliando a noção de psicopatologia e viabilizando ricas investigações na interlocução entre Psicanálise e saúde. Desenvolvimento: Desde os textos mais remotos da obra freudiana, como o “Interesse da Psicanálise” publicado em 1913, o autor coloca este campo do saber como de extrema contribuição às demais áreas do saber, desde as ciências sociais às ciências biológicas. De todo modo, a psicanálise, ao introduzir as investigações sobre o seu objeto de estudo – as manifestações inconscientes – na comunidade científica, em afirmar que “o Eu não é senhor da sua própria morada”, acarretou considerável impacto na visão de ser humano da época, indo de encontro às concepções iluministas que vigoravam no discurso científico do século XIX. Com a introdução de uma maneira outra de enxergar o humano, também se introduziu uma forma diferente de empreender a pesquisa. Autores que textualizam sobre o tema afirmam que o pesquisador, ao construir uma pesquisa em psicanálise, realiza suas análises a partir de dois pressupostos: a noção de realidade psíquica e as manifestações do inconsciente. Quanto a primeira, trata-se dos registros da realidade feito subjetivamente pelos sujeitos, enquanto a segunda, compreende-se como o próprio objeto de estudo psicanalítico. Posto isto, pode-se apresentar o Grupo de Estudo e Pesquisa em Psicanálise e Cinema (GEPPCINE) como um dispositivo de construção de pesquisas de viés psicanalítico sobre diversos temas a partir das análises de audiovisuais. A proposta da criação do grupo surgiu a partir da demanda espontânea dos alunos do curso de Psicologia da Universidade da Amazônia, em 2018, para estudar a psicopatologia através de um olhar psicanalítico. Cabe aqui ressaltar que a maneira de compreender a psicopatologia pela psicanálise é diferente da compreensão psiquiátrica, sendo a primeira mais fundamentada na compreensão do sofrimento (Pathos) na perspectiva da psicopatologia fundamental, não através de sistemas de classificação nosológica e sindrômica. Nesse sentido, adotou-se o audiovisual como um dispositivo de investigação, um verdadeiro estudo de caso para reflexões clínicas. Não obstante, evidencia-se a característica marcante do movimento presente na produção cinematográfica. Historicamente, foi atribuído ao filme, a semelhança à produção onírica humana, ou seja, os sonhos. Dessa forma, indaga-se sobre as representações fílmicas serem verdadeiras representações de subjetividade humana, premissa que embasa as produções de pesquisas realizadas pelo Grupo de Estudo e Pesquisa em Psicanálise e Cinema (GEPPCINE) e que abre margem às ricas reflexões realizadas sobre a compreensão e atenção à saúde mental. Resultado: A principal característica do GEPPCINE é autonomia de seus membros na produção científica. No início do semestre, cada pesquisador elege uma proposição teórica e um material no qual irá se debruçar para desenvolver um estudo. Estas produções são desenvolvidas sob orientações no decorrer do semestre e apresentadas aos pares no final do semestre letivo. Ao agrupar as produções já realizadas, pode-se dividi-las entre produções de enfoque clínico e cultural. As produções correspondentes ao primeiro agrupamento concentram o interesse nas manifestações psíquicas de adoecimento. Neste quesito, produções referentes à psicose a partir dos filmes “O clube da luta” e “Cisne Negro”, autismo fruto da análise da série “Atypical” e ao HIV/AIDS, da análise do documentário “Positivas”. No tocante a esta temática, de maneira geral, problematizaram-se questões em torno do adoecimento. Os trabalhos referentes ao segundo agrupamento foram de interesse social e cultural, ou seja, o adoecimento por uma outra perspectiva. Nesta, encontram-se problematizações sobre a cultura e seus conflitos a partir da análise da animação “Moana: um mar de aventuras”, bem como a relação entre subjetividade e o território fruto da análise do documentário “Eu+1: uma jornada de saúde mental na Amazônia”. Embora aqui seja dividido os aspectos clínicos e sociais, cabe ressaltar que esta separação é para fins didáticos. Não se deve pensar a saúde mental dissociada do contexto histórico onde o sujeito está inserido, portanto, ao se refletir sobre cada um dos temas abordados durante a produção do GEPPCINE, aspectos clínicos e sociais se aproximam e se convergem, visto que, como dissera Freud, o individual e o social não se dissociam. Considerações finais: Este trabalho objetivou discorrer sobre o funcionamento do Grupo de Estudo e Pesquisa em Psicanálise e Cinema (GEPPCINE) e apresenta-lo como um dispositivo de problematização em saúde mental a partir do audiovisual. Ao serem retratados nas telas para as análises, os temas mencionados ganharam uma outra conotação, maior profundidade e materialidade. A produção cinematográfica, por ter o caráter de tentar reproduzir a realidade, subsidiou as análises e produções científicas desenvolvidas no grupo, ao convidar os pesquisadores a adentrar no universo simbólico de seus personagens. O que resultou nas produções apresentadas dentro e fora do GEPPCINE, alcançando reconhecimento e premiação a nível regional e nacional. Através do audiovisual, elucidou-se afetos e experiências frente ao adoecimento, contextos de vulnerabilidade social, bem como suas reverberações psíquicas. Cabe ressaltar que, para além da maior apropriação de conceitos psicanalíticos, a potencialização da transmissão da psicanálise e a problematização em saúde mental, evidenciou-se o protagonismo acadêmico entre os membros do grupo. O movimento de partir do desejo em pesquisar um determinado tema transversal em saúde mental e psicanálise se mostrou empoderador, facilitando o processo de construção do estudo. Dessa forma, ressalta-se a importância da pesquisa na formação do profissional de saúde, utilizando da investigação científica para embasar reflexões e construções de políticas públicas.

9702 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO: UMA ABORDAGEM FRENTE AO PROCESSO DE TRABALHO EM MEDICINA
Matheus Mota Pontes Marcello, Marcio Martins da Costa, Ana Paula Munhen de Pontes

A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO: UMA ABORDAGEM FRENTE AO PROCESSO DE TRABALHO EM MEDICINA

Autores: Matheus Mota Pontes Marcello, Marcio Martins da Costa, Ana Paula Munhen de Pontes

Apresentação: Qualifica-se a inevitabilidade fulcral de discutirmos esse transcurso evolutivo a partir de uma perspectiva do processo de trabalho, visto que com a evolução processual que se estabeleceu no sistema de saúde contemporâneo, se faz indispensável analisarmos as concepções descritas na literatura acerca do processo de trabalho médico sob as égides dos discursos de saúde vigentes no País consoante cada recorte temporal observado. Neste sentido, cumpre destacar que o Processo de Trabalho em Medicina se configura como um processo dinâmico de ações sistematizadas e conectadas que oportunizam o ordenamento da assistência em saúde, onde a disposição e gerenciamento dos procedimentos laborais constituem-se como elementos medulares desta reorganização a que se impôs a atenção à saúde no País. Por isso, julgamos necessário aprofundar o nosso conhecimento sobre o processo de trabalho do profissional de medicina. Fomentou-se, então, que o objetivo está alicerçado em analisar a construção do processo de trabalho em medicina frente à evolução histórica do sistema de saúde e seus elementos contemporâneos.- Desenvolvimento do trabalhoTal estudo tem o cunho de uma pesquisa bibliográfica com enfoque qualitativo de essência descritiva. A revisão integrativa foi calcada em etapas pré-estabelecidas que nortearam todo o processo de revisão, a saber: Primeira etapa: identificou-se o tema e selecionou-se a hipótese, traçando palavras-chaves ou descritores para execução da busca dos estudos, sendo estes: “Brasil” and “Saúde” and “História” com a subsequente filtragem por Assunto Principal, como “História da Medicina”, em português.  Segunda etapa: amostragem – estabeleceu-se critérios para inclusão e exclusão de estudos, pautados em textos disponíveis em completo, referentes ao objeto da pesquisa, textos em português e publicações em âmbito nacional, ser artigos científicos e ter sido publicado no período de 2010-2018, mantendo a discussão do assunto de forma atualizada e essencialmente centralizada no debate interno ao nosso país. Terceira etapa: definiu-se informações extraídas dos estudos selecionados/ categorização dos estudos, teve como objetivo organizar e sumarizar as informações de maneira concisa, a partir da formatação de instrumento elaborado pelos próprios autores que contempla: ID, Título do Artigo, Periódico, Ano, Autor(es) e Objetivo; Quarta etapa: avaliou-se os estudos incluídos na revisão integrativa equivalente à análise dos dados em uma pesquisa convencional, por meio de uma busca exploratória das obras previamente selecionadas. Quinta etapa: interpretou-se os resultados, o que correspondeu à fase de discussão dos resultados; Sexta etapa: apresentou-se a revisão e síntese do conhecimento, que permite o leitor avaliar a pertinência dos procedimentos empregados na elaboração da revisão, em que houve uma  leitura flutuante de todo os artigos dados, exploração do material catalogando-o e codificando-o em núcleos temáticos e, por último, será realizado o tratamento e interpretação dos resultados encontrados na pesquisa. - Resultado: Pela coleta de dados foram encontrados inicialmente 151 artigos. Destes, 111 foram excluídos por não se encaixarem nos critérios definidos. Sendo assim, foram analisados 40 artigos, os quais foram sistematizados e ordenados em um instrumento de análise fundamentado por uma tabela, a qual categoriza todos os artigos perante as seguintes categorias: ID, Título do Artigo, Periódico, Ano, Autor(es) e Objetivo. Ademais, com intuito de detalhar e correlacionar tais artigos com o processo de trabalho médico foram feitas uma segunda categorização baseada em 3 núcleo temáticos: “Enfoque do trabalho médico organizado em determinantes científicos”, “Enfoque do trabalho médico organizado em determinantes empíricos” e “Enfoque do trabalho médico organizado em determinantes científicos e empíricos”. Cumpre destacar que nos primeiros três anos (2008 a 2010) concentrou-se 75% do total de publicações evidenciadas durante a busca nas bases de dados. Nos cinco anos subsequentes foram publicados apenas 25% do total de artigos, o que demonstra um decréscimo vertiginoso de publicações a partir de 2010 a respeito da temática processo de trabalho em medicina. Não obstante, evidencia-se ainda um silêncio absoluto no que diz respeito a publicações à luz da temática em pauta nos últimos três anos (2016 a 2018), alertando para a estagnação de um tema cerne da Saúde, personificada no entendimento acerca do conceito geral da Medicina, o que dificulta, se não impede a atualização e produção de novos conhecimentos a respeito da abordagem profissional médica. Uma vez que o tema proposto busca correlacionar o processo do trabalho médico com a história da saúde no Brasil, os 40 artigos foram selecionados com um critério estritamente nacional. No entanto, mesmo havendo tamanha homogeneidade, revela-se uma predominância do periódico “História, Ciências, Saúde – Manguinhos” com 35% de prevalência dentre todos os artigos. É possível realizar um debate mais apurado e observar que mesmo entre os estados analisados, principalmente os constituem a própria região Sudeste, de maior importância do ponto de vista de engajamento de publicações, verifica-se uma grande discrepância quando se compara o Estado do Rio de Janeiro (53%) com outros estados, como São Paulo (11%) e Minas Gerais (15%). Tal sobreposição pode ser respaldada pelo próprio contexto histórico do Estado do Rio de Janeiro de concentrar estudos e esforços no âmbito da saúde pública, além da necessidade do SUS em verificar os parâmetros salutares cariocas, pela notificação compulsória de agravos à saúde relacionados com o trabalho em 2007. Vale ressaltar a ausência do estado do Nordeste em meio as publicações, fato este que pode estar atrelado com uma segregação social histórica e uma polarização do complexo Sul-Sudeste no âmbito do financiamento acadêmico. Gerou-se, relevantes inferências a respeito do teor temático dos artigos publicados, em que por meio da verificação e análise das obras disponibilizadas é possível observar como se molda o meio científico da última década e suas tendências de observação, as quais foram separadas pelo presente estudo como “Núcleos Temáticos”, divididos em dois: Trabalho médico organizado em determinantes científicos; trabalho médico organizado em determinantes do senso comum; trabalho médico organizado em determinantes científicos e do senso comum. Estes ainda foram subdivididos conforme um processo de trabalho centralizado na doença-cura e outro processo que focaliza a prevenção e promoção da saúde. Em suma, observa-se que numericamente, a maioria dos artigos versam sobre um trabalho médico essencialmente científico, porém o senso comum abordado puramente ou associado ao cientificismo é real e significativamente abordado nos artigos contemporâneos a respeito do labor médico.-  Considerações finais: A partir do estudo em tela, é possível inferir que a história da saúde busca promover a sistematização de dados e a reminiscência de fatos já concretizados, sendo estes alvos de muitas transformações conforme o contexto político e social da época. Alicerçado nessa linha do tempo instável está o processo do trabalho da medicina, o qual mesmo dividido em dois padrões principais (clínico e sanitário), não se mostra estritamente linear, tendo em vista a percepção de que mesmo se tratando de uma subárea do conhecimento biológico, está cada vez mais fundamentada no campo sócio humanitário, tão almejado na contemporaneidade. Por conseguinte, entender o padrão local, enraizado em um ideal curativista e que ainda secundariza os saberes populares, mas que ainda mantém estes vivos nas produções científicas sustenta um debate por transformações no modelo de aprendizagem, mas não uma revolução, já que diferente do que se tem como conceito de que “o senso comum é negligenciado frente ao saber científico”, os resultados mostram que eles ainda possuem um imaginário atuante não só na prática cotidiana-tradicional, mas também na própria Ciência.

8761 EDUCAÇÃO E LIBERDADE: A PARTIR DA ANÁLISE DE DOCUMENTÁRIOS E ESTUDOS BIBLIOGRÁFICOS, UM PARALELO POSSÍVEL.
Alderise Pereira da Silva Quixabeira, Bárbara Carvalho de Araújo, Bruno Costa Silva, Ana Machado Silva, Vitor Pachelle Lima Abreu, Martin Dharlle Oliveira Santana, Ruhena Kelber Abrão Ferreira

EDUCAÇÃO E LIBERDADE: A PARTIR DA ANÁLISE DE DOCUMENTÁRIOS E ESTUDOS BIBLIOGRÁFICOS, UM PARALELO POSSÍVEL.

Autores: Alderise Pereira da Silva Quixabeira, Bárbara Carvalho de Araújo, Bruno Costa Silva, Ana Machado Silva, Vitor Pachelle Lima Abreu, Martin Dharlle Oliveira Santana, Ruhena Kelber Abrão Ferreira

Apresentação: A educação é um dos principais fatores que influenciam o padrão de vida de um país. A inter-relação positiva entre os níveis de educação e de desenvolvimento sociocultural, político e econômico dos cidadãos e da sociedade é uma tese aceita e comprovada em várias partes do mundo. Assim, quando um educador ou uma educadora nega com ou sem intenção aos alunos a compreensão das condições culturais, históricas e sociais de produção do conhecimento, termina por reforçar a mistificação e a sensação de perplexidade, impotência e incapacidade cognitiva. Desse modo é compreensivo que entendemos o conhecimento como sendo fruto da convenção, isto é, de acordos circunstanciais que não necessariamente representam a única possibilidade de interpretação da realidade. O objetivo desta pesquisa foi estabelecer uma correlação entre documentários e textos, objetivando demonstrar qual a relação existente entre eles conforme exposto no decorrer do trabalho. Tendo com base principal os documentários “A Educação Proibida”, foi realizado por Germán Doin e produção de Verónica Guzzo; “Quando Sinto que já sei”, de Antonio Lovato, Raul Perez e Anderson Lima, “Tarja Branca”, dirigido pelo Cacau Rhoden, fazendo um paralelo com os textos “Notas sobre a experiência e o saber de experiência” Kafka (2002); “As principais tendências pedagógicas na prática escolar Brasileira e seus pressupostos de aprendizagem” Silva (sem ano); e “Infância e inacabamento: Um encontro entre Paulo Freire e Giorgio Agamben” Neto e Silva (2005). Foi possível concluir, que ao termos a oportunidade de assistir esses três documentários, bem como de realizarmos a leitura dos três textos, para assim fazer um paralelo, foi de grande valor para entendermos a criança e seu processo de formação de pensamentos, e assim perceber que há uma possibilidade possível de analisarmos o desenvolvimento educacional a partir da análise de documentários e leitura de textos. E assim, entender que o prazer da brincadeira deve ser estimulado, e valorizado desde cedo.

11782 COMO ANDA O CONHECIMENTO SOBRE O PAPILOMAVÍRUS HUMANO ENTRE ALUNOS DE MEDICINA E MÉDICOS?
Victor Mendel da Silva Mello, Silvia Maria Baeta Cavalcanti, Cláudia Lamarca Vitral, Sandra Costa Fonseca, Carlos Augusto Faria

COMO ANDA O CONHECIMENTO SOBRE O PAPILOMAVÍRUS HUMANO ENTRE ALUNOS DE MEDICINA E MÉDICOS?

Autores: Victor Mendel da Silva Mello, Silvia Maria Baeta Cavalcanti, Cláudia Lamarca Vitral, Sandra Costa Fonseca, Carlos Augusto Faria

Apresentação: O papilomavírus humano (HPV) causa a virose sexualmente transmissível mais prevalente no mundo. Observa-se um conhecimento limitado de grande parte da população com relação à infecção pelo vírus e suas possíveis consequências. Como futuros profissionais de saúde, os estudantes de medicina irão desempenhar um papel central no repasse desse conhecimento, influenciando indiretamente o sucesso da campanha de prevenção. Nesse sentido, é essencial investigar se os estudantes de medicina, bem como os médicos, adquiriram um conhecimento adequado de forma que eles possam fornecer informações confiáveis e ajudar a população a tomar as decisões corretas com relação a atitudes preventivas no futuro. O presente estudo tem como objetivo avaliar o conhecimento de estudantes de medicina da UFF e médicos a respeito da transmissão, manifestações clínicas, rastreio e prevenção da infecção pelo HPV. Optamos por utilizar a internet como canal de comunicação por um questionário online. Foi desenvolvido e validado um questionário na plataforma Google com 15 questões objetivas que foi enviado por e-mail, WhatsApp e disponibilizado nas redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter), sendo essa ação intermediada pelo CREMERJ. Participaram do estudo 958 indivíduos, com idade variando de 18 a 100 anos (mediana 34,0 anos), predominantemente mulheres (62,7%), sendo 337 (35,2%) alunos do curso de Medicina e 621 (64,8%)  médicos. Dentre os médicos, 527 (84,9%) apresentavam alguma pós-graduação, 432 (69,6%) tinham mais de dez anos de formados, sendo as áreas de atuação mais frequentes a ginecologia e obstetrícia (21,1%) e pediatria (11,3%). Com relação ao conhecimento a cerca do HPV, apenas 232 (24,2%) participantes souberam responder as possíveis formas de transmissão do vírus e a grande maioria (99,5%) não soube informar as situações que representam risco de infecção, em especial o risco aumentado relacionado a sexarca antes dos 18 anos (100%). A maioria (86,8%) reconheceu a verruga como principal manifestação clínica associada ao HPV, que as infecções pelo vírus podem ser assintomáticas (97,7%), que ambos os sexos estão igualmente suscetíveis à infecção (99,4%) e que esta pode ser transmitida mesmo por indivíduos assintomáticos (93,8%). No entanto, apenas 35% souberam informar os tipos de câncer associados ao HPV.  Lacunas foram observadas em relação a aplicação do exame preventivo pela maioria dos participantes (61,2%), bem como sobre a metodologia de diagnóstico virológico (62,5%). A idade recomendada para aplicar a vacina contra o HPV foi reconhecida pela maioria dos participantes (92,6%), assim como a maioria reconheceu que apesar da vacina é preciso realizar regularmente o exame preventivo e utilizar preservativos (98,1% e 99,2%, respectivamente). Dentre os participantes, 29,2% eram vacinados contra HPV, mas apenas 21,6% completaram o esquema vacinal. Nossos resultados são ainda preliminares mas já indicam a necessidade de sanar as diversas lacunas no conhecimento sobre o HPV evidenciadas.     

7415 CUIDADOS PALIATIVOS NA ATENÇÃO BÁSICA: PESQUISA-AÇÃO COM A EQUIPE DO PROGRAMA MELHOR EM CASA E PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM NOVA FRIBURGO (RJ).
Adriana Abreu Abreu Pitinato

CUIDADOS PALIATIVOS NA ATENÇÃO BÁSICA: PESQUISA-AÇÃO COM A EQUIPE DO PROGRAMA MELHOR EM CASA E PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM NOVA FRIBURGO (RJ).

Autores: Adriana Abreu Abreu Pitinato

Apresentação: Este é um trabalho correspondente a um relato de experiência realizado por acadêmicos do curso de enfermagem da Universidade do Estado do Pará, em uma Este projeto trata do tema dos cuidados paliativos (CP) na atenção primária e da sua importância diante do aumento da expectativa de vida da população mundial brasileira, que traz consigo as doenças crônicas. Os CP são práticas de assistência oferecidas a usuários com poucos recursos terapêuticos para a sobrevida, objetivando uma melhora na qualidade de vida e diminuição dos intempéries que a doença traz (CARVALHO, 2012). A presente pesquisa consiste   em apresentar, discutir   e construir   uma proposta de educação   permanente   com   os   profissionais   de   saúde   do   Programa   Melhor   em   Casa   e profissionais da Estratégia Saúde da Família, no município de Nova Friburgo (RJ), de forma a aprimorar os cuidados aos usuários em cuidados paliativos na atenção básica, por meio da metodologia pesquisa-ação. Tem como objetivo geral compreender os aspectos pessoais, socioculturais, técnicos e institucionais presentes nos processos de formação e atuação dos profissionais em cuidados paliativos na atenção básica. Resultado: e considerações finais está  em desenvolvimento. Palavras-chave: cuidados paliativos, atenção básica, pesquisa-ação.

10643 O ESTUDO DE CASO DA SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DAS ARBOVIROSES EM RESENDE COMO RECURSO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Telma Temoteo dos Santos Santos, Cristina Matozinhos dos Anjos Rosadas

O ESTUDO DE CASO DA SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DAS ARBOVIROSES EM RESENDE COMO RECURSO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Autores: Telma Temoteo dos Santos Santos, Cristina Matozinhos dos Anjos Rosadas

Apresentação: As perspectivas epidemiológicas para o ano de 2020 em relação às arboviroses têm alarmado os gestores da saúde pública, pesquisadores e a população civil.  Entretanto, a incidência destas doenças no território brasileiro não é recente como exceção da zika e Chikungunya. O campo da Epidemiologia tem contribuído na vigilância/monitoramento, organização, discussão e divulgação de dados. As informações quantitativas, de suma importância, apesar de chamarem a atenção, por si, não contemplam aspectos inerentes à ocorrência das doenças, a denominada pesquisa qualitativa. Assim, ao aliar dados quantitativos com qualitativos, espera-se estruturar um aporte teórico para a formação continuada em espaços da educação e saúde. Desta forma,  partiu-se do pressuposto que os dados divulgados pelos sistemas de monitoramento podem servir como eixo propulsor de abordagens interdisciplinares. Para alcançar este objetivo o trabalho de pesquisa para estruturar o curso de formação foi realizado em artigos que discutem a importância do território em saúde e a saúde coletiva. Foram também incluídos textos da Saúde Coletiva e da Gestão do Sistema Único de Saúde. Diante do exposto, as autoras do projeto elaboraram uma ação de formação continuada a partir da situação epidemiológica dos anos 2014-2015. O grupo dos sujeitos sociais participantes foi constituído por: agentes comunitários de saúde, professores, diretores e membros do Programa Saúde na Escola (PSE). O curso, de 40 horas, ocorreu em uma semana, em parceria com a secretaria de saúde do municípios de Resende, Rio de Janeiro. A partir da apresentação dos dados epidemiológicos e das previsões das ocorrências de surtos e epidemias para dengue, zika e Chikungunya, foram trazidos estudos de casos com dados da ocorrência das doenças na região Sul Fluminense, do período entre janeiro de 2012 e março de 2015. Para os participantes foi proposto que a análise ocorresse pautada na tríade: os determinantes/condicionantes da saúde, a educação em saúde e a vigilância ambiental em saúde.  Ciente da necessidade de abordagem multidisciplinar, as discussões temáticas incluíram os seguintes eixos estruturantes: epidemiologia, aspectos clínicos das arboviroses, educação em saúde, a atenção básica e o sistema único de saúde (SUS) e o papel dos campos da saúde e educação (intersetorialidade). Em suma, a experiência do curso permitiu uma maior reflexão sobre dados epidemiológicos e o potencial de utilização em abordagens qualitativas e interdisciplinares.

7318 GRUPO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS E MARÍTIMOS: RELATO DE EXPERIÊNCIAS
Geruza Tavares D'Avila, Ceres Braga Arejano, Daniele Acosta, Rita de Cássia Maciazeki Gomes, Alan Goularte Knuth

GRUPO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS E MARÍTIMOS: RELATO DE EXPERIÊNCIAS

Autores: Geruza Tavares D'Avila, Ceres Braga Arejano, Daniele Acosta, Rita de Cássia Maciazeki Gomes, Alan Goularte Knuth

Apresentação: O objetivo deste resumo é relatar as experiências do Grupo de Estudos em Saúde Coletiva dos Ecossistemas Costeiros e Marítimos (GESCEM) em seu primeiro ano de existência numa Universidade pública no extremo sul da região Sul do Brasil. Entendemos que o resumo pode ser incluído nas discussões do Eixo Educação, pois consideramos que contempla aspectos da "Formação Continuada e Educação Permanente" assim como "Interação ensino/serviço/comunidade sob a ótica da educação". Neste sentido, nosso grupo possui como objetivos o desenvolvimento de ações e pesquisas em saúde coletiva, de modo interdisciplinar, englobando estratégias de educação e intervenção nos diversos níveis de atenção à saúde, buscando a integração de distintos saberes em atividades de ensino, pesquisa e extensão, em diálogo com as políticas públicas e diferentes coletivos. A ideia do grupo surgiu a partir da compreensão de que o conhecimento em saúde coletiva extrapola a abordagem disciplinar, o conhecimento fragmentado e reducionista atrelado a uma única área do conhecimento. Dessa forma, ao longo de 2019 desenvolvemos ações conjuntas como o II Encontro de Saúde Mental e Direitos Humanos, Rodas de Conversa com profissionais e mestres em diferentes disciplinas e áreas profissionais distintas como saúde, educação, ciências humanas e sociais. Entende-se que o trabalho coletivo no grupo é um espaço privilegiado de aprendizagem e compartilhamento de práticas e saberes. A importância da inserção dos estudantes dos cursos de graduação e pós-graduação conjuntamente com os docentes universitários nas reuniões em que estamos envolvidos possibilita a aproximação destes mesmos estudantes do ato de investigar e a reflexão crítica da prática acadêmico-profissional. No GESCEM, procuramos fomentar a articulação da Universidade com a rede pública de saúde, seja na oferta de estágios e Programas de Residência como, também, na orientação de diversos trabalhos acadêmicos contemplando a saúde coletiva. A mediação teórico-prática entre sujeitos e fenômenos que caracterizam o grupo de estudos em saúde coletiva dos ecossistemas costeiros e marítimos, oportunizada pela dimensão pedagógica dos processos de trabalho do grupo, garante o fomento e dá sustentação à investigação para novas análises da realidade, desvela contradições da temática abordada e articula elementos transversais do conhecimento num espaço complementar de formação. Encontramos como desafios neste ano a dificuldade de superar a hegemonia da abordagem disciplinar favorecendo a interdisciplinaridade e a sistematização da produção conjunta com o foco na saúde coletiva e, o fomento de espaços para aprofundar diálogos com outros interlocutores, sejam debates teóricos, políticos, estéticos como também metodológicos. Por outro lado e, apesar da desistência de alguns colegas em continuar no grupo, apontamos as dimensões: teórico-técnicas; sociopolíticas e ético-afetivas do grupo como potentes para a continuação e ampliação de nossas ações em conjunto, além daquilo que nos une que é o fortalecimento do sistema único de saúde (SUS) em todo o território nacional.

7767 ESTUDOS DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA SOBRE SÍFILIS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Lívia de Souza Câmara, Vanessa Curitiba Felix, Ana Paula Assunção Moreira, Leila Rangel da Silva, Selma Villas Boas Teixeira, Cristiane Rodrigues da Rocha, Gleice Kelly Câmara, Lucélia dos Santos Silva

ESTUDOS DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA SOBRE SÍFILIS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Autores: Lívia de Souza Câmara, Vanessa Curitiba Felix, Ana Paula Assunção Moreira, Leila Rangel da Silva, Selma Villas Boas Teixeira, Cristiane Rodrigues da Rocha, Gleice Kelly Câmara, Lucélia dos Santos Silva

Apresentação: Datam mais de 500 anos o que hoje chamamos de Sífilis, doença infectocontagiosa sistêmica, de evolução crônica causada pela espiroqueta Treponema pallidum e que desde o início vem carregada de estigma. O homem é o único hospedeiro e a infecção pode se manifestar de maneira congênita e adquirida e devido ao seu potencial agravante de morbi-mortalidade variados representa um claro problema de saúde pública. Somente em 2018 foram notificados cerca de 151 mil casos de sífilis adquirida. Estimativas do Ministério da Saúde sugerem que aproximadamente 12.000 casos de sífilis congênita ocorram no país a cada ano, sendo a maioria deles subnotificados. No ano 50 mil parturientes têm o diagnóstico de sífilis. É notório afirmar, portanto, que os profissionais de saúde devem estar aptos a realizar o acompanhamento, obedecendo aos protocolos preconizados. Deste modo, a realização de educação em saúde pode ser uma boa estratégia para a melhora na qualidade da assistência. Desenvolvimento: O objetivo deste estudo é analisar na literatura estudos de intervenção educativa sobre a temática sífilis. Trata-se de uma revisão sistemática. Foram selecionados 25 pesquisas (entre artigos e dissertações de mestrado). Foram utilizados os descritores “Sífilis”, “Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde”,  “conhecimentos”, “Educação continuada”, “ profissionais de saúde”, “pessoal da saúde”, “sífilis” com utilizando o operador boleano AND, efetuando as mais diversas combinações e idiomas dos descritores. Não houve recorte temporal para a busca dos estudos. Das 349 publicações encontradas, foram selecionados 25 para compor esta análise por se tratarem de estudos que se aproximam da temática pretendida neste estudo. Como não houve recorte temporal a seleção final contou com estudos desde 2000 até 2019. Resultado: Dos 25 estudos, 19 ocorreram  no território nacional, sendo 3 no Município do Rio de janeiro. Quanto à natureza da publicação foram encontradas 12 dissertações de mestrado e 13 artigos com pesquisa de campo e 1 revisão integrativa. Na abordagem metodológica estudos quantitativos predominaram (22), bem como utilizando a metodologia inquérito CAP(7). Contou-se apenas com 4 estudos com intervenções. Os participantes foram em maioria médicos e enfermeiros em atividade, nenhum voltado para profissionais lotados em programas de ensino LATOSENSU. O cenário predominante foi a Estratégia de Saúde da Família e Maternidade e por conseguinte a sífilis na gestação e congênita foram os temas que se fizeram mais presentes nos estudos. Considerações finais: A grande Maioria dos Estudos (19) demonstrou em seus resultados a carência de conhecimento e ações em relação ao manejo da sífilis e demonstrou uma eminente necessidade de realização de treinamentos voltados para este tema.

9501 O MOVIMENTO ANTIVACINA E O COMBATE DA SAÚDE SEM FAKE NEWS
Amanda Ferreira Rodrigues, Carla Sena Cunha, Ana Carla Vilhena Barbosa, Vanessa Priscila Silva Mira, Yasmin Martins de Sousa

O MOVIMENTO ANTIVACINA E O COMBATE DA SAÚDE SEM FAKE NEWS

Autores: Amanda Ferreira Rodrigues, Carla Sena Cunha, Ana Carla Vilhena Barbosa, Vanessa Priscila Silva Mira, Yasmin Martins de Sousa

Apresentação: O Movimento Antivacina, embora seja considerado pequeno no Brasil e não se possa estabelecer uma relação direta de causa e efeito, preocupa o Ministério da Saúde à medida que o mesmo percebeu uma queda no índice de cobertura de alguns imunizantes oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão de não vacinar acontece atualmente por motivos filosóficos, medo de reações adversas, orientação médica, e até mesmo, embora em menor escala, por motivos religiosos. Os grupos antivacinas se fortaleceram e ganharam mais adeptos principalmente depois da publicação de um artigo fraudulento na revista britânica Lancet em 1998, pelo médico Andrew Wakefield que relacionava a síndrome de espectro do autismo com a vacina tríplice viral contra o sarampo, caxumba e rubéola. Esta relação foi descartada pela comunidade científica em novos estudos, porem o boato de que a vacina tríplice viral causa autismo perdura até hoje e é um dos discursos que circulam nos grupos antivacinas, embora tenha ficado comprovado, inclusive, que o autor tinha interesses econômicos na situação, tendo sua licença médica cassada. Atualmente,   no   Brasil,   a   falta   de   informações  e   suas   divulgações   de   forma   não   efetiva colaboram para o reaparecimento de doenças infecciosas, como o sarampo e a coqueluche, assim como as campanhas publicitárias,   disseminadas   em   mídias   sociais   ou   mesmo   revestidas   de   evidências   supostamente “científicas”. Do outro lado, programas governamentais de vacinação foram criados para facilitar o acesso da população à imunização e deixá-la mais eficaz. O Programa Nacional de Imunizações (PNI), por exemplo, elaborado em 1973 pelo Ministério da Saúde (MS), passou a coordenar as ações de imunização desenvolvidas pela rede pública de saúde. As consequências vacinais, porém, não são os únicos motivos para uma grande parcela da população se recusar e hesitar na hora de se imunizar. Por falta de informações seguras, os brasileiros se expõem ao risco de contaminação e de aumento dos casos de doenças já controladas. A questão das Fake News cuja tradução significa “notícias falsas” em relação à vacinação como método de tratamento ou de bloqueio para o surgimento ou ressurgimento de certas doenças já é conhecido, entretanto, o fato de termos acesso à uma grande gama de publicações, notícias e relatos nas mídias sociais e outros veículos de informação, vemos que se tornou cada vez mais comum a disseminação de notícias falsas como se verdadeiras fossem, na internet e nas redes sociais, em especial. O excesso de informação e o desconhecimento de sua fonte incrementam a desinformação, gerando um desequilíbrio preocupante na sociedade atual, atingindo, principalmente, aquele indivíduo que não possui conhecimento técnico ou mesmo educação básica necessária para discernir a respeito do que é falso e do que é verdadeiro. A saúde pública também tem sido afetada pelo aumento das Fake News. Um estudo realizado pelo Ministério da Saúde atestou que 2017 foi o ano em que houve o menor número de imunização de crianças contra doenças como sarampo e poliomielite. Fato alarmante, haja vista que a não vacinação adequada acarreta o retorno de surtos no país. O MS iniciou uma campanha de vacinação infantil em massa contra as citadas doenças, mas mesmo assim, inicialmente o número ficou abaixo do esperado e o período da campanha teve que ser prorrogado. Outro evento que pode ser mostrado como exemplo do impacto das fake news na vacinação, foi o ocorrido no caso da campanha brasileira de vacinação contra a febre amarela. Em primeiro, viu-se a "corrida" das pessoas para tomar a vacina, mesmo que não morasse nas zonas indicadas para vacinação, pois o temor disseminado era de que a situação iria fugir do controle e que o surto era pior do que falavam na mídia. Posteriormente a informação que circulou era que a vacina era letal e perigosa, causando assim uma diminuição significativa na vacinação. As Instituições de Saúde foram para a Televisão, Facebook, internet, Rádio e outros meios de comunicação para esclarecer quem precisava tomar a vacina, e para dizer que a vacina não é potencialmente letal e que a vacinação era importante para o controle da doença e afastar a possibilidade de surtos ou epidemias. Objetivo: Analisar o movimento da antivacina e os impactos Fake News na saúde pública. Desenvolvimento: Trata-se de uma revisão de literatura, a partir de coleta de artigos científicos das bases de dados: MEDLINE, LILACS, SciELO , do tipo qualitativa e descritiva entre os anos de 2015 a 2019. Resultado: É inquestionável que os avanços na saúde pública obtidos com a vacinação estão ameaçados, novos surtos de doenças que anteriormente estavam controladas podem aumentar, a OMS declarou que o número de casos de sarampo aumentou em 300% nos primeiros meses de 2019. Desta maneira, a decisão do indivíduo de não vacinar seu filho e a si mesmo não traz perigo somente a ele, mas para as pessoas em seu convívio. Tal fato contribui para a redução da imunização populacional em geral e também para o aumento da possibilidade de surtos. Este decréscimo fica comprovado na reportagem da Folha de São Paulo no dia 19 de junho de 2018, denominada: ¨Vacinação de crianças no país atinge índice mais baixo em 16 anos¨, utilizando dados coletados do PNI. Entre as doenças com cobertura vacinal abaixo do esperado, estão a poliomielite, o sarampo, a caxumba, a rubéola, a difteria, a varicela, o rotavírus e a meningite. O Ministério da Saúde lançou em 2018 o programa “Saúde sem Fake News”, que tem como objetivo confrontar notícias falsas sobre saúde disseminadas na internet. Foi aberto um canal via WhatsApp para que os internautas enviem aos encarregados do programa as informações que circulam sobre o tema e que causam dúvidas nos usuários. Assim, os jornalistas selecionam os conteúdos recebidos e repassam aos responsáveis técnicos pela apuração das informações. Após a checagem sobre se há comprovação científica acerca dos tópicos de saúde, os jornalistas apresentam no Portal da Saúde a confirmação da veracidade ou não daquele conteúdo, inserindo o selo “ISTO É FAKE NEWS!” ou “ESTA NOTÍCIA É VERDADEIRA”, a depender do resultado da verificação. Considerações finais: Desta forma, precisa se pensar em meios de intervenção junto às famílias com a finalidade de combater os argumentos sem base científica e obter uma adesão adequada para manter doenças que já foram erradicadas e doenças que estão em eliminação. A divulgação de noticias que questiona a segurança das vacinas, sem o devido embasamento, as chamadas fake news tem causado uma sensação de insegurança informativa, trazendo um cenário de vulnerabilidade no âmbito da saúde. Há necessidade de aumentar as coberturas de vacinação, e é dever do profissional saber orientar os pacientes sobre os riscos e benefícios dela, e de sua recusa. É necessário ainda, um olhar cuidadoso para a saúde, mas não será possível alcançar a plenitude desses direitos sem Políticas Públicas adequadas e eficazes, utilizar os meios de comunicação de forma coerente e implementar orientações sobre as vacinas e as doenças relacionadas, sua importância, segurança e promover a sensibilização da população, aproveitando as consultas de forma geral e manter os cartões atualizados.

7474 : CONSTRUÇÃO DE TECNOLOGIA EDUCATIVA SOBRE SEGURANÇA DO PACIENTE PARA O Desenvolvimento: DA EDUCAÇÃO CONTINUADA DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE.
Amanda Gabrielly Miguel Rocha, Glenda Roberta Oliveira Naiff Ferreira, Bianca Alessandra Gomes do Carmo, Juliana Sousa de Abreu, Nayla Rayssa Pereira Quadros, Christine Bemerguy Elizabeth Lobato

: CONSTRUÇÃO DE TECNOLOGIA EDUCATIVA SOBRE SEGURANÇA DO PACIENTE PARA O Desenvolvimento: DA EDUCAÇÃO CONTINUADA DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE.

Autores: Amanda Gabrielly Miguel Rocha, Glenda Roberta Oliveira Naiff Ferreira, Bianca Alessandra Gomes do Carmo, Juliana Sousa de Abreu, Nayla Rayssa Pereira Quadros, Christine Bemerguy Elizabeth Lobato

Apresentação: A Resolução nº 36 de 2013 aborda o Plano de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde que entre outras ações, inclui diversos protocolos, como identificação do paciente, higiene das mãos e segurança cirúrgica. Além disso, dispõe que é de competência dos Núcleos de Segurança do Paciente dos serviços de saúde desenvolver, implantar e acompanhar os programas de capacitação em segurança do paciente e verificar a qualidade de suas ações; analisar e avaliar os dados sobre incidentes e eventos adversos decorrentes da prestação dos serviços e notificar ao Sistema Nacional de Vigilância os eventos adversos decorrentes da assistência efetuada. Apesar da legislação vigente, ainda se verifica diversos paradigmas envolvendo o tema, dentre estes podemos citar o medo do profissional de saúde em ser punido após a realização da notificação; profissionais que não sabem a importância da notificação ou não possuem conhecimento da forma correta de realizá-la, à preferência do uso da comunicação verbal ao preenchimento da ficha, e a falta de tempo no serviço para realizar esta ação. Ressalta-se, dessa maneira, a importância de mudanças na formação de novos profissionais na área da saúde, buscando a criação de uma cultura permanente sobre a segurança dos pacientes. Desse modo, por ser uma temática muito relevante e existir a necessidade da diminuição da problemática dos eventos adversos, os quais podem trazer graves consequências ao usuário, além do profissional e instituição, o estudo teve como objetivo geral, elaborar uma tecnologia educativa a fim de orientar os profissionais acerca da importância da notificação dos eventos adversos e queixas técnicas, voltadas à segurança do paciente e, como objetivos específicos, garantir a qualificação e autonomia dos profissionais da instituição por intermédio da tecnologia. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência vivenciado por acadêmicas de Enfermagem do quinto semestre da Universidade Federal do Pará, no período do primeiro semestre de 2019, durante a atividade curricular Gestão em Serviço de Saúde, a respeito da construção de uma tecnologia do tipo cartilha para educação profissional acerca da importância da notificação e adesão a sinalização dos eventos adversos em um Hospital Universitário de referência no Pará. A partir do diagnóstico da realidade mediante a visita das discentes ao referido hospital percebeu-se a falta das fichas de notificação de eventos adversos em vários setores, salvo o bloco cirúrgico. Ademais, ao abordar a enfermeira responsável pela gerência de qualidade foi identificada a necessidade de conhecimento das razões da não adesão a notificação pelos profissionais. Desse modo, foi construído um instrumento de coleta de dados para a delimitação da problemática quanto à não adesão de profissionais à notificação de eventos adversos. Durante todo o processo de desenvolvimento da intervenção educativa foi utilizado o instrumento organizacional 5WH2. Mediante os resultados levantados no diagnóstico de realidade por meio de entrevistas aos profissionais de saúde e gestor do serviço de segurança do paciente, foi desenvolvida a cartilha, durante sua construção e validação foi realizada a adequação da linguagem, das ilustrações e as informações, para atender a praticidade e as necessidades do público alvo. Resultado: Na sua versão final, a cartilha possuía 08 páginas com capa, o conteúdo e contracapa com apresentação da equipe realizadora, colaboradores e referências. Em seu conteúdo, aborda os temas: segurança do paciente, queixas técnicas, importância da notificação pelos profissionais, quem pode notificar, onde encontram-se as fichas de notificação e os principais eventos adversos em ambientes hospitalares. O cartaz foi impresso em folha A4, papel fotográfico, constituído de uma página com informações mais sucintas sobre a notificação de eventos adversos, com os seguintes tópicos: O que são eventos adversos; Qual a importância das notificações; Quem pode notificar; Quais eventos adversos devem ser relatados. Todas as orientações fornecidas na cartilha e cartaz foram baseadas na literatura científica após pesquisa em bases de dados na área da saúde. Após o processo de construção, houve a validação dos materiais pela docente orientadora e a coorientadora do trabalho, além da enfermeira responsável pelo setor de qualidade do hospital. A aplicação do instrumento educativo no ambiente hospitalar ocorreu por meio de uma abordagem individualizada com os profissionais disponíveis de cada setor do hospital, ressaltando o conteúdo da cartilha para estimular a adesão a notificação de eventos adversos e realizando a fixação do cartaz nos quadros de aviso de cada seção, com a finalidade de estabelecer uma informação visual de fácil acesso para atingir o maior número de profissionais. Durante a realização do processo de intervenção, alguns entraves foram destacados, tais como o horário destinado à aplicação das cartilhas nos setores, pois a maioria dos profissionais estavam em período de intervalo, dificultando a abordagem das discentes com os demais integrantes da equipe, além do mais a primeira abordagem não foi suficiente para abranger todos os setores do hospital. A cartilha educativa permanecerá sendo utilizada na atividade curricular gestão dos serviços de saúde pelos discentes da faculdade de enfermagem (Universidade Federal do Pará), visando incentivar de modo contínuo a adesão às notificações de eventos adversos e queixas técnicas pela equipe multiprofissional do hospital universitário. Considerações finais: O material educativo desenvolvido contribui positivamente para melhoria do conhecimento, a satisfação e a aderência ao processo de notificação pela equipe multiprofissional, viabilizando maior preparação para a efetivação do cuidado de qualidade aos usuários do serviço de saúde. Destaca-se, o impresso em forma de cartilha e cartaz foi uma boa ferramenta de intervenção aos profissionais, pois garante a objetividade do assunto tratado e uma boa visualização de mapas mentais o que auxiliou as alunas durante o reforço das orientações verbalizadas. Ademais, a intervenção buscou modificar a concepção de que apenas o profissional enfermeiro é o responsável pelas notificações dentro dos serviços de saúde, desenvolvendo a auto responsabilização e incentivando a notificação por todos os profissionais. Diante disso, foi possível ratificar a importância da educação continuada dentro do ambiente de trabalho para sanar os déficits da equipe no processo de desenvolvimento do cuidado.

11387 PESQUISAS QUALITATIVAS DESVENDAM AS NECESSIDADES SOCIAIS EM SAÚDE: ESTUDOS DO SERVIÇO SOCIAL
Fernanda de Oliveira Sarreta

PESQUISAS QUALITATIVAS DESVENDAM AS NECESSIDADES SOCIAIS EM SAÚDE: ESTUDOS DO SERVIÇO SOCIAL

Autores: Fernanda de Oliveira Sarreta

Apresentação: O trabalho analisa o contexto atual de crise do capital e de desmonte dos Sistemas Universais de Saúde, que exige a luta em defesa do direito à saúde, frente a esta realidade econômica, política e social, marcada por intensas transformações e contradições, que aprofundam as desigualdades e a exclusão social. O Serviço Social integra o conjunto das profissões de saúde, desde o seu surgimento no Brasil na década de 1930 e, historicamente, a profissão participa das lutas e reivindicações coletivas relacionadas ao direito à saúde e contribui com o acesso aos serviços e programas e o atendimento das necessidades sociais em saúde. Objetivo: desenvolver pesquisas sobre a política de saúde e o direito universal à saúde e buscar respostas e alternativas para os problemas de saúde local e regional, socializando as pesquisas qualitativas desenvolvidas. Método: Adota a pesquisa qualitativa e o método dialético para desvendar o contexto atual de intensas contradições e que reproduz injustiças e desigualdades sociais, e contribui para a construção de conhecimentos e respostas científicas aos problemas de saúde. Este caminho amplia os conhecimentos sobre o que os sujeitos pensam, sentem e como agem, e a busca de respostas aos problemas e necessidades de saúde pública. As pesquisas foram desenvolvidas na graduação e pós-graduação em Serviço Social, da Universidade Estadual Paulista – UNESP, Brasil, pelos pesquisadores do Grupo Quavisss – Grupo de Pesquisas sobre Política de Saúde e Serviço Social, de 2017 a 2019. Através de fonte bibliográfica e documental, e coleta de dados em campo com entrevista e grupo focal, e como sujeitos participantes trabalhadores, gestores e usuários. Os resultados mostram temas relevantes sobre o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, a importância dos Cuidados Paliativos em Oncologia, a Participação Social na Política de Saúde Mental, a Estratégia da Redução de Danos, o protagonismo das Conferências de Saúde, a Humanização do Atendimento, a Educação Permanente em Saúde para Formação de Trabalhadores, HIV/AIDS e as expressões atuais, os quais evidenciam a busca de respostas científicas para os problemas de saúde. Considera-se o Serviço Social apresenta um Projeto Profissional que defende a Reforma Sanitária brasileira e os princípios de universalização, democratização, participação, equidade, liberdade e diversidade; são projetos contra hegemônicos que resistem à lógica capitalista e neoliberal de focalização, fragmentação e privatização, onde a saúde é considerada uma mercadoria e um desafio mundial.