328: Tecendo Redes de Formação e Qualificação Ensino-Serviço
Debatedor: Maria Amélia Costa
Data: 29/10/2020    Local: Sala 02 - Rodas de Conversa    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
5993 TECENDO REDES: INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO COMO FERRAMENTA DE CUIDADO E DE APOIO A GESTÃO
ADRIANE DAS NEVES SILVA, CORINA MARIA MATTOS, SAMUEL GONÇALVES PINTO

TECENDO REDES: INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO COMO FERRAMENTA DE CUIDADO E DE APOIO A GESTÃO

Autores: ADRIANE DAS NEVES SILVA, CORINA MARIA MATTOS, SAMUEL GONÇALVES PINTO

Apresentação: O protejo de aplicação “Tecendo Redes: Integração ensino-serviço como ferramenta de cuidado e apoio a gestão”, proposto na curso de preceptoria no SUS foi eleito em um processo democrático de votação, tendo como base a visão pessoal de cada integrante da equipe multiprofissional formada tendo como referência suas instituições de origem e o trabalho desenvolvido pelas instituições educacionais nas mesmas bem como o relacionamento interpessoal com os profissionais. Objetivo: integração das unidades de ensino que realização suas atividades educacionais e as unidades de saúde da rede municipal. Desenvolvimento: foram eleitos cinco problemas que influenciariam na preceptoria e com possibilidade de resolução: falta de planejamento do gestor, desmotivação profissional, falta de apoio logístico e gerencial, a falta de integração ensino serviço e falta de implementação de política educacional. A partir do desenvolvimento da matriz decisória, o macroproblema de relevância foi a falta de integração entre as instituições educacionais e as de saúde no desenvolvimento das atividades no campo de estágio. Resultado: As atividades educacionais precisam acompanhar as propostas dos dispositivos operacionais da Educação Permanente em Saúde que diz respeito à formação, atenção, gestão e controle social de modo articulado para integralidade das ações de saúde. O propósito desse projeto foi viabilizarmos, ações de ensino, serviço e comunidade com a incorporação do “Tecendo Redes”, como ferramenta cuidado e de apoio a gestão. Contudo todo esse esforço terá resultado satisfatório com a integração dos dispositivos operacionais do projeto que dependerá da mudança no olhar, dos sujeitos inseridos no processo de formação, atenção, gestão e controle para a necessidade de um ambiente que favoreça a gestão compartilhada das ações, a parceria entre o ensino e o serviço e a participação da sociedade. Considerações finais: A criação de um projeto, mostra a relevância emergente da criação de espaços que articule ensino x serviço x comunidade, que potencialize os espaços de escuta e reflexão, a partir do reconhecimento dos sujeitos ativos na construção de uma atenção à saúde qualificada,

6482 PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO INT(ER)AÇÃO PARA ENFERMEIROS: A ESTRATÉGIA DE ATIVAÇÃO DA INTENÇÃO PARA REDUÇÃO DO CONSUMO DE SAL
Andressa Teoli Nunciaroni, Adriana Freitas, Roberta Cunha Matheus Rodrigues, France Légaré, Maria Cecília Bueno Jayme Gallani

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO INT(ER)AÇÃO PARA ENFERMEIROS: A ESTRATÉGIA DE ATIVAÇÃO DA INTENÇÃO PARA REDUÇÃO DO CONSUMO DE SAL

Autores: Andressa Teoli Nunciaroni, Adriana Freitas, Roberta Cunha Matheus Rodrigues, France Légaré, Maria Cecília Bueno Jayme Gallani

Apresentação: A crescente prevalência de doenças crônicas não transmissíveis no contexto brasileiro é uma realidade atual, sendo a Hipertensão Arterial uma condição clínica que exige grande organização das equipes de saúde no contexto da Atenção Primária à Saúde para a detecção precoce, a prevenção e a adesão ao tratamento conforme recomendações. A hipertensão representa tanto uma doença instalada como um fator de risco para outras complicações cardiovasculares, estando diretamente relacionadas ao consumo excessivo de sal, observado na população mundial e brasileira. Como ponto da rede de atenção que possibilita maior acesso e vínculo para realização do seguimento longitudinal, a Atenção Primária tem importante papel na promoção de mudanças efetivas de comportamentos relacionados à saúde com vistas à sua manutenção, redução do risco cardiovascular e dos processos de agudização da doença crônica. Nesse sentido, uma das estratégias para auxiliar os pacientes com doenças crônicas na promoção da mudança de comportamentos em saúde é a Ativação da Intenção, uma intervenção que pode ser implementada na prática clínica para transformar a intenção positiva em comportamento efetivo, porém ainda é pouco utilizada na prática clínica. O objetivo do estudo foi desenvolver, implementar e avaliar um programa de capacitação teórico-prático sobre a estratégia de Ativação da Intenção para enfermeiros da atenção primária à saúde para redução do consumo de sal em pacientes hipertensos, a fim de que os enfermeiros pudessem aplicar a estratégia de intervenção em sua prática nos diferentes contextos da Atenção Primária à Saúde. Desenvolvimento: Participaram do processo de desenvolvimento do Programa de Capacitação enfermeiros com experiência clínica e científica em atenção primária à saúde, em estratégias de educação permanente para profissionais de saúde e em conhecimentos sobre desenvolvimento, implementação e avaliação de intervenções que promovem mudanças de comportamentos relacionados à saúde. O desenvolvimento do programa de capacitação ocorreu em três fases: 1. apresentação do projeto para um grupo de pesquisa sobre mudança de comportamentos e qualidade de vida, cujo objetivo foi de planejar os elementos científicos e pedagógicos do programa de capacitação; 2. discussão com o órgão municipal responsável pela organização das capacitações aos profissionais de saúde e pela gestão da política de integração entre ensino e serviço, a fim de avaliar e criar possibilidade para a participação dos enfermeiros no programa, bem como reconhecer a capacitação como curso integrante do plano de cargos e carreiras municipal; 3. validação por banca de especialistas com experiência em compreensão e intervenções em comportamentos relacionados à saúde, mudanças nos padrões de consumo de sal e metodologia de pesquisa científica. Após as fases de discussão e validação, o conteúdo, estratégias pedagógicas e os procedimentos do programa de capacitação foram definidos. Os enfermeiros de 12 unidades de atenção primária à saúde foram convidados a participar do estudo (n=46). Para avaliação do programa de capacitação, foi desenvolvido um instrumento com 19 itens relacionados à satisfação com a organização, conteúdo, recursos audiovisuais e estratégias pedagógicas, materiais impressos e autoavaliação sobre as competências adquiridas, em que os enfermeiros atribuíram notas que variavam de 0 a 10, além de questões abertas para descrição de pontos positivos, pontos negativos e sugestões. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética respectivo e a participação dos enfermeiros não foi condicionada a nenhuma situação ou benefício, respeitando-se as normativas éticas de pesquisas envolvendo seres humanos. Resultado: O programa de capacitação teórico-prático foi então implementado durante sete meses, para seis turmas diferentes, com carga horária total de 20 horas e três oficinas de trabalho, sendo a primeira sobre aspectos metodológicos e éticos em pesquisa clínica com humanos, a segunda sobre métodos para a quantificação do consumo de sal e das variáveis psicossociais relacionadas com o comportamento e a terceira relacionada aos pressupostos teórico-práticos da estratégia de Ativação da Intenção. Todas oficinas de trabalho tiveram como pressupostos considerar a experiência prévia dos enfermeiros, seus conhecimentos e habilidades, bem como serem inclusivas e participativas, promovendo discussões amplas e aprofundadas sobre o conteúdo. Iniciaram o programa de capacitação 22 enfermeiros (47,8% do total de enfermeiros convidados) e, ao final, 19 enfermeiros de oito unidades de saúde diferentes finalizaram a capacitação, sendo a maioria do sexo feminino (n=17), 10 com especialização concluída após a graduação e três com mestrado concluído. A média de idade dos participantes foi de 34,1 anos, cada enfermeiro realizava, em média, 4 consultas de enfermagem ao paciente com doença crônica por semana e trabalhavam na mesma unidade de saúde há 6 anos em média. No que se refere à avaliação do programa de capacitação, todos os itens do instrumento receberam médias de notas acima de 9, sendo a organização do programa de capacitação (9,4), conteúdo (9,6), recursos materiais e audiovisuais (9,5) e autoavaliação (9,3). Os principais pontos positivos relatados foram relacionados à qualidade do programa de capacitação e à intervenção em si, e os principais pontos negativos foram relacionados ao deslocamento entre a unidade de saúde e o local onde foram realizadas as oficinas de trabalho e a insegurança na aplicação da intervenção junto aos pacientes adscritos nas respectivas equipes de saúde da família. Como avaliação geral, todos os enfermeiros avaliaram a intervenção como factível e importante para a prática clínica, devido ao poder de aumentar a autonomia do paciente, a qualidade e visibilidade do cuidado de enfermagem e por representar uma intervenção de fácil aplicação e baixo custo, podendo até mesmo sem implementada para outros comportamentos relacionados à saúde. Considerações finais: Trata-se de estudo pioneiro na capacitação de enfermeiros da prática clínica para uso de intervenção baseada em evidência visando à promoção do consumo saudável de sal entre pacientes hipertensos. O desenvolvimento de um programa de capacitação seguindo a validação por especialistas e acolhendo as experiências, vivências e conhecimento dos participantes, além dos contextos de atuação, representam um ponto chave na inovação deste estudo para a prática de enfermagem em Atenção Primária à Saúde. Os profissionais participantes do Programa de Capacitação reconheceram a importância e facilidade de aplicação da estratégia utilizada para mudar comportamentos relacionados à saúde e avaliaram-na positivamente como ferramenta a ser utilizada durante as consultas de enfermagem, percebendo-a como uma estratégia de mudança de comportamentos para além do consumo saudável de sal.

10595 ENTRE A CONSTRUÇÃO DE VÍNCULO E A MINIMIZAÇÃO DA DOR: UMA EXPERIÊNCIA ENTRE ALUNOS DA GRADUAÇÃO E PESSOAS INTERNADAS.
Carla Moura Cazelli, Mayara Bastos Souza

ENTRE A CONSTRUÇÃO DE VÍNCULO E A MINIMIZAÇÃO DA DOR: UMA EXPERIÊNCIA ENTRE ALUNOS DA GRADUAÇÃO E PESSOAS INTERNADAS.

Autores: Carla Moura Cazelli, Mayara Bastos Souza

Apresentação: Esse trabalho foi construído a partir da experiência vivenciada no projeto de extensão HLV+ (Human Love Virus) da Faculdade de Ciências Médicas-UERJ-Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), que dentro dos seus objetivos tem a construção de vínculo e identificação de fatores pessoais que impactam significativamente no quadro clínico das pessoas internadas. A dor possui um aspecto emocional. Em algumas situações sua intensidade e duração não mantêm uma relação proporcional com o estímulo concreto. O estresse psicológico torna a dor mais intensa, observando então a subjetividade como caráter importante no processo. A dor, além de induzir anormalidades físicas, altera o equilíbrio psicológico do indivíduo. Desenvolvimento: Paciente masculino, 40 anos, negro, residente baixada do Rio de Janeiro, internado na enfermaria da neurologia do HUPE. Ele sofreu queda de muro, de aproximadamente 1,20m de altura. Foi levado à UPA, onde recebeu diagnóstico de traumatismo raquimedular parcial e ficou por 4 meses; posteriormente foi transferido ao HUPE, onde permaneceu por mais 4 meses. Durante a internação além de cirurgias, realizou acompanhamento de fisioterapia para recuperação dos movimentos. Apresentava queixa importante de dor que não cedia com tratamento convencional. Os alunos do HLV+ o acompanharam, com visitas semanais, durante os 2 últimos meses. Através da construção de vínculo e da confiança adquirida, o paciente pôde revelar questões pessoais sobre como se sentia sozinho, já que apenas um familiar o visitava; a saudade que sentia de casa, e a insatisfação por não poder ouvir música gospel, que costumava auxiliar em seu estado emocional. Resultado: A dor é o primeiro indicador de qualquer lesão tecidual, mas também apresenta aspectos sensoriais/afetivos/autonômicos e comportamentais, por isso é considerada uma sensação subjetiva e pessoal. Diante disso, a atuação do projeto se baseou na tentativa de minimizar os fatores estressores que favoreciam o estado de dor psicossomática apresentado pelo paciente. Através da construção de vínculo e da escuta ativa, o paciente se sentiu confortável para expor problemas da vida pessoal; além disso foi disponibilizado um rádio para que ele voltasse a escutar as músicas que o confortavam. Após esses eventos o paciente relatou espontaneamente melhora significativa das dores apresentadas, revelando a relação do acesso à música de sua religião como indutor de resiliência para superar o componente emocional da dor vivenciada. Considerações finais: Inúmeros benefícios podem ser citados. Ambos participantes desse processo são beneficiados: os estudantes e os pacientes. Os últimos relatam o sentimento de acolhimento, sensação de importância e por vezes companhia para a solidão da internação, visto que alguns deles ficam internados por longos períodos e não recebem visitas frequentes dos familiares. Para os alunos, o projeto auxilia a desenvolver a empatia e a solidariedade entre os estudantes de medicina. Desenvolver as habilidades de comunicação na relação médico-paciente. Desenvolver as competências relativas à da medicina centrada na pessoa. É capaz de contribuir para a diminuição do sofrimento dos estudantes, principalmente no início do ciclo clínico do curso de graduação.

10673 COMUNICAÇÃO EFETIVA EM SAÚDE: FACILITADORA DO PROCESSO ENSINO–APRENDIZAGEM PROFISSIONAL
Simone Costa da Matta Xavier, Elaine Antunes Cortez, Beatriz de Lima Bessa Ballesteros, Karine Ferreira Higino, Vanessa Teles Luz Stephan Galvão, Gabryella Vencionek Barbosa Rodrigues, Elida Gabriela Serra Valença Abrantes, Jessica do Nascimento Rezende

COMUNICAÇÃO EFETIVA EM SAÚDE: FACILITADORA DO PROCESSO ENSINO–APRENDIZAGEM PROFISSIONAL

Autores: Simone Costa da Matta Xavier, Elaine Antunes Cortez, Beatriz de Lima Bessa Ballesteros, Karine Ferreira Higino, Vanessa Teles Luz Stephan Galvão, Gabryella Vencionek Barbosa Rodrigues, Elida Gabriela Serra Valença Abrantes, Jessica do Nascimento Rezende

Apresentação: Um relacionamento interpessoal efetivo entre profissionais de saúde, tem sido um instrumento básico do cuidado em através da comunicação. O presente estudo trata-se da experiência de uma ação educativa, vivenciada em uma reunião de equipe. Os resultados evidenciaram a importância da comunicação efetiva, destacando que o relacionamento desenvolvido durante o processo de trabalho pode ser impulsionador de transformações. A experiência descrita destaca a necessidade de  avaliação permanente, em que pesem valores, hábitos, Crenças ,Normas e experiências vivenciadas.Apresentação: A referida reunião foi realizada em um Hospital Maternidade com duração total de três horas. O objetivo geral da aula foi desenvolver habilidades e estratégias de comunicação efetiva entre os profissionais de saúde  e os objetivos específicos detectar falhas na comunicação interpessoal, demonstrar a importância do feedback no processo de comunicação, treinar habilidades de ouvir e instrumentalizar os profissionais para aplicar meios de comunicação nos diferentes contextos da enfermagem. O tema abordado foi Comunicação efetiva de saúde como temática facilitadora no processo Ensino - Aprendizagem de profissionais de saúde. O grupo foi formado por 15 profissionais de saúde. A primeira etapa da aula iniciou com a apresentação da  definição do conceito de comunicação efetiva objetivando, com isso, o desenvolvimento das habilidades  de ser sensível a escuta. Em seguida, foi realizado a dinâmica da Teia do envolvimento, com o objetivo de contextualizar os meios de comunicação eficaz, promover um relacionamento interpessoal e desenvolver a autoconfiança, através do reconhecimento da importância do saber ouvir e aprimorar a capacidade de comunicação verbal. Para exercitar a comunicação não verbal, foi realizado a dinâmica do olho no olho,  que através do olhar podemos exercitar a auto confiança, a empatia, toque, afetividade, bem como proporcionar aproximação e quebra de barreiras interpessoais. Ressalto que, a aula promoveu uma discussão harmoniosa e a metodologia ativa como estratégia utilizada despertou o interesse dos alunos, pois o processo ensino-aprendizagem se desenvolve com base em trocas entre os sujeitos envolvidos: quem aprende e quem ensina estão intimamente integrados num processo de partilha de conhecimentos, vivências e sentimentos, pautados pela comunicação entre estes pares. O processo não se faz somente pela transferência de conteúdos técnicos, normas e protocolos. Ele deve levar em conta as experiências vivenciadas pelos indivíduos e sua bagagem profissional e pessoal (Zani, Nogueira, 2006). Resultado: Os resultados  evidenciaram a importância da comunicação terapêutica profissional x paciente, destacando que o relacionamento que se desenvolve durante o processo de cuidado, não é uma atitude mecânica. O relacionamento terapêutico depende do comportamento e atitudes de cada profissional. Considerações finais: A experiência descrita neste relato demonstra a necessidade de abordagem inicial dos conteúdos de comunicação terapêutica, nos primeiros semestres da vida acadêmica do aluno de enfermagem, que possa facilitar o processo de ensino aprendizagem, para esclarecer dúvidas, reduzindo as inseguranças, através de discussões teóricas e atividades práticas, que antecedem o início do estágio.

10927 CONSTRUINDO UMA REDE DE PROFISSIONAIS E INSTITUIÇÕES PARA O CUIDADO À LESÕES DE PELE NA ATENÇÃO BÁSICA: CONCRETIZAÇÃO DE AÇÕES DE EDUCAÇÃO PERMANENTE, PESQUISA, E INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇOS
Carmen Lucia Mottin Duro, Erica Rosalba Mallmann Duarte, Dagmar Elaine Kaiser, Celita Rosa Bonatto, Bruna Santos da Rosa, Guilherme Pontes Miranda

CONSTRUINDO UMA REDE DE PROFISSIONAIS E INSTITUIÇÕES PARA O CUIDADO À LESÕES DE PELE NA ATENÇÃO BÁSICA: CONCRETIZAÇÃO DE AÇÕES DE EDUCAÇÃO PERMANENTE, PESQUISA, E INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇOS

Autores: Carmen Lucia Mottin Duro, Erica Rosalba Mallmann Duarte, Dagmar Elaine Kaiser, Celita Rosa Bonatto, Bruna Santos da Rosa, Guilherme Pontes Miranda

Apresentação: As lesões de pele interferem no cotidiano dos usuários, pois podem gerar sofrimento, dor, infecções graves, comorbidades, isolamento social, depressão, comprometimento da saúde mental, perda da mobilidade, aumento de custos, podem levar a amputação do membro afetado e até mesmo o óbito. Se a assistência e o tratamento forem inadequados estas lesões chegam à cronificação e a graves complicações, elevando o investimento financeiro para os usuários e para os serviços. Por meio da vivência dos profissionais de saúde e dos docentes à rede de atenção básica dos Serviços de Atenção Básica de Porto Alegre identificou-se que os profissionais de enfermagem atendem uma expressiva parcela de usuários com lesões de pele, e na maioria das situações apresentam desconhecimento em relação às possibilidades  terapêuticas que já existem na atualidade para o tratamento das lesões. Objetivo: Com a finalidade de colaborar na qualificação dos profissionais foi desenvolvida ação de extensão cuja proposta foi promover a educação permanente dos profissionais de enfermagem atuantes nos serviços de atenção básica de saúde do município de Porto Alegre sobre a prevenção e tratamentos curativos nas lesões de pele. Trata-se, então, de relato de experiência sobre as atividades de extensão  desenvolvidas por professores, acadêmicos, residentes e enfermeiros da EEUFRGS e SMS-POA. Desenvolvimento: O projeto de extensão iniciou em 2016, a partir do TCC de uma aluna em Curso de Especialização do Cuidado Integral com à Pele no Âmbito da Atenção Básica, o qual teve como resultado a elaboração de “Cartilha educativa de orientação a usuários sobre cuidado de úlceras venosas”. A ação extensionista validou a cartilha elaborada no TCC com usuários portadores de úlceras venosas e com enfermeiras atuantes em serviços especializados do município de Porto Alegre e realizou a entrega aos usuários dos Serviços Especializados em Curativos Especiais municipais. Essa cartilha abordou em linguagem acessível aos usuários, o conceito, sinais e sintomas da lesão e aspectos do autocuidado que favorecem o processo de cicatrização da mesma. Em 2017, seguindo a linha de projeto de Pesquisa intitulado ‘Pesquisas integradas sobre organização do trabalho e integralidade nos serviços: novas tecnologias no cuidado ao usuário com lesão de pele na rede de atenção à saúde no Estado do Rio Grande do Sul’, CAAE 56382316.2.3001.5338, foi elaborado levantamento das dificuldades em termos de conhecimento das lesões e terapêuticas utilizadas nos curativos dos profissionais de enfermagem dos Distritos Glória-Cruzeiro-Cristal e Centro de Porto Alegre por TCC de graduanda do Curso de Enfermagem UFRGS. Os resultados do estudo acusaram a necessidade de investimento em educação permanente em saúde da pele com os profissionais de enfermagem da atenção básica, visando qualificar e trazer segurança ao cuidado de pessoas com lesões de pele. Assim, em nova edição de extensão foi elaborada outra cartilha, voltada para a equipe de enfermagem da rede básica denominada “Orientações para profissionais de enfermagem sobre cuidados com lesões de pele”. Essa cartilha reúne informações importantes sobre atuais tendências e avanços tecnológicos e terapêuticos no cuidado de pessoas com lesões de pele, orientadas para uma atuação coletiva no âmbito da atenção básica e especializada da SMS-POA, sendo apresentadas as informações mais incidentes nos questionários: lesões crônicas de pele (úlceras venosas, arteriais e mistas, pé diabético, lesões por pressão) e lesões agudas de pele (queimaduras e lesões por tungíase). Além disso, foi elaborado um quadro e, que constavam os materiais terapêuticos (coberturas) disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde, descrevendo composição, indicações, contraindicações e o tempo de troca de cobertura dos curativos. A cartilha está disponibilizada on-line por meio do biblioteca virtual da UFRGS. As atividades de elaboração, edição e impressão, além da entrega das cartilhas aos usuários e após as equipe de enfermagem, nos anos de 2017, 2018 e 2019 foram através de atividades de extensão (nº 33750, nº 36014 e 39315). Resultado: e Resultado: Para realizar a entrega da cartilha às equipes enfermagem foi prevista oficinas educativas inseridas e pactuadas com as gerentes distritais no Programa de Educação Permanente da Secretaria Municipal de Saúde. Esta atividade foi realizada em quatro  Distritos Sanitários de Porto Alegre (gerências  Norte /Eixo Baltazar; Partenon /Lomba do Pinheiro; Glória/Cruzeiro/Cristal e Centro) com contatos e reuniões de formalização e organização das ações educativas. A equipe extensionista contou com três professores, dois alunos bolsistas de extensão, uma enfermeira da residência em saúde coletiva, todos da Escola de Enfermagem da UFRGS e  2 enfermeiras estomaterapeuta e especialista em lesão de pele, funcionárias da SMS-POA. No Distrito Glória Cruzeiro Cristal  foram realizados 2 oficinas com 84 participantes, no Distrito Centro tivemos 1 oficina com  15 participantes,  no Distrito Norte Baltazar foram realizadas 4 oficinas qualificando 108  e no Distrito Partenon/Lomba do Pinheiro foram realizadas 2 oficinas contemplando 63 participantes. Todos eram técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e enfermeiros. Estão previstos novos contatos com as outras quatro Gerências não contempladas. A promoção de educação permanente dos profissionais da saúde resultou então em oficinas, 270 participantes e 17 pessoas envolvidas na organização. Esta rede desenvolvida já realizou três pesquisas, que aguardam e que envolveram 11 pesquisadores. À atividade junto aos usuários contou com vários encontros das pesquisadoras e dois encontros com os usuários sendo a primeira para ver os assuntos que gostariam que incluíssem na cartilha e o segundo para aprovarem a cartilha. A atividade junto às equipes de enfermagem foi realizada em quatro das oito gerências distritais de Porto Alegre. Considerações finais: Por meio de diferentes abordagens o grupo percebeu que ainda persistem lacunas na formação dos profissionais de enfermagem relativas ao conhecimento no cuidado de pessoas com lesões de pele na atenção básica. O grupo tem buscado o planejamento de estratégias e ações de educação permanente voltadas à adoção de medidas preventivas e terapêuticas pelo enfermeiro e equipe nas singularidades das situações de trabalho e exigências do cotidiano, coerentes com o processo de cuidar sistematizado e focado no usuário com lesões e suas peculiaridades. Concomitantemente, pautado no projeto de Pesquisa, busca-se aprofundar conhecimento, com repercussões para a produção do cuidado sobre lesões de pele, suscitando possibilidades de novas investigações. Assim, por meio das atividades de Educação Permanente e das pesquisas com publicações, tivemos a ampliação do conhecimento sobre lesões, o qual foi estimulado e construído nas oficinas de Educação Permanente em Saúde, por meio da reflexão de todos sobre educação para saúde. Cabe destacar a participação ativa da gestão dos serviços no planejamento e execução da atividade, a contribuição dos formandos que certamente ampliaram sua formação acadêmica, e o que se mais espera na Saúde produziu o encontro efetivo da integração entre o Ensino e os Serviços para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde brasileiro.

9735 GRAVIDEZ NÃO PLANEJADA E SUAS REPERCUSSÕES NO BINÔMIO MÃE E FETO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Melissa Barbosa Martins, Viviane Albuquerque Farias, Elielson Paiva Sousa, Tarciane Anatacha Monte, Albertth Alex da Silva Lima, Debora Talitha Nery

GRAVIDEZ NÃO PLANEJADA E SUAS REPERCUSSÕES NO BINÔMIO MÃE E FETO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Melissa Barbosa Martins, Viviane Albuquerque Farias, Elielson Paiva Sousa, Tarciane Anatacha Monte, Albertth Alex da Silva Lima, Debora Talitha Nery

Apresentação: O risco do binômio mãe e feto configura um diagnóstico de enfermagem cuja classe pertence à reprodução e o domínio à sexualidade. Trata-se da vulnerabilidade que o feto e a mãe possuem de terem seu vínculo vital rompido em consequência de multifatores que comprometem a saúde materna e posteriormente a fetal. Fatores que, quando diagnosticados precocemente durante o pré-natal favorecem um bom prognóstico aos envolvidos. Contudo, vislumbra-se aqui uma situação merecedora de uma análise estrutural, haja vista que uma gravidez não planejada é um potencializador de fatores de riscos para uma gestação. Além disso, a gravidez interfere no meio biopsicossocial da mulher e concomitantemente na adesão ao pré-natal, mecanismo identificador de doenças maternas como a hipertensão gestacional, eclâmpsia, diabetes, infecções e outras condições de agravos). Este trabalho teve por objetivo relatar a experiência vivenciada por acadêmicos de Enfermagem sobre como uma gravidez não desejada pode dificultar a adesão ao pré-natal e ao tratamento de intercorrências durante a gestação. Desenvolvimento: Foi realizada durante a aula prática da atividade curricular enfermagem em Ginecologia, Obstetrícia e Neonatologia, com supervisão e orientação da docente, em um hospital de referência em ginecologia e obstetrícia em Belém do Pará, em setembro de 2018. Histórico de enfermagem: Gestante, 30 anos, casada, professora, procedente de Belém-Pa. Admitida com queixas de perda de líquido por via vaginal e dor pélvica. Impressão Diagnóstica: Roprema e Diabetes gestacional. Fazia uso de método contraceptivos com finalidade de tratamento para SOP (Síndrome dos ovários policísticos). Porém, refere aborto espontâneo aos 23 anos. Gestação atual, DUM:03/02/18; IG: 32 semanas e 5 dias com data provável de parto no dia 31/10/18. Realizou pré-natal com apenas 2 consultas (médica e enfermagem), carteira de vacina incompleta. Exame físico: Consciente, orientada, agitada, deambulando sem auxílio. Sem queixas atuais relacionadas à patologia. Sinais vitais: PA:  120/70 mmHg; R: 18 rpm; FC: 70 Bpm; T: 36,8 ºC. Tórax anterior plano e simétrico, mamas simétricas, ausência de colostro (SIC), presença de poucos tubérculos de Montgomery na mama direita, presença de aréola secundária e mamilos semi-protusos. MMSS: simétricos, tônus muscular preservado, porém com presença de edema (+/++++) em MMII. Refere dificuldades para dormir e aceitação à dieta oferecida. Refere eliminações prejudicadas por polaciúria e evacuação preservada. Durante a coleta de dados foram configurados os seguintes Diagnóstico de enfermagem: distúrbio no padrão de sono relacionado a barreira ambiental evidenciado por insatisfação com o sono; ansiedade relacionada ameaça a condição atual evidenciada pela insatisfação com sono; risco do binômio mãe-feto perturbado com condições associadas à complicação da gestação. Em seguida, foram implementadas as respectivas Intervenções de enfermagem: proporcionar ambiente tranquilo e confortável para melhora do sono e repouso, explicar a importância do sono adequado durante a gravidez, realizar e registrar controle glicêmico, auscultar BCF, preparação para o nascimento e promoção da integridade familiar. Orientada sobre seu quadro atual. Foi solicitado apoio à equipe de psicologia e visita técnica da equipe atual de manutenção. Durante a coleta de dados foi evidenciado o descontentamento da usuária com a gravidez uma vez que esta seria fruto de um descuido durante uma troca de anticoncepcional. Outrora, apresentava desinteresse em relação às consultas anteriores do pré-natal o que eventualmente poderia justificar as faltas. Além de manter ainda hábitos alimentares inapropriados e recebendo o diagnóstico de diabetes apenas na atenção terciária. Em contrapartida, seus questionamentos frequentes sobre a data do parto em detrimento da saúde do feto corrobora o descontentamento com a atual situação. Resultado: Ficou evidenciado que o enfermeiro exerce importante papel seja como educador, através de práticas que possam de certa forma instruir as grávidas e esclarecer suas dúvidas, como a montagem e elaboração de estratégias que visem a diminuição no índice de abandono por parte da grávida durante seu pré-natal, promovendo e estimulando a autonomia e independência através do empoderamento sobre os temas em saúde. Além disso, é necessário o esclarecimento e a importância das consultas de enfermagem a população, para sensibiliza-los que a demora em tais consultas se torna necessário para a prevenção e identificação de riscos e agravos para a saúde. Logo, ressalta-se a importância da atenção básica, ao qual é a principal porta de entrada das gestantes, fazendo acompanhamento buscando prevenção e tratamento precoce, todavia, quando não há acompanhamento integral, surgem complicações que afetam não só o biológico e o psicológico, fazendo com que esta gestante passe diretamente a outros níveis de atenção.  A experiência fez-se na coligação da tríade: alunos, parceiros e instituição, onde demonstrou-se o trabalho multiprofissional desenvolvido com planos e métodos de cuidados intensos na busca da melhor eficácia no tratamento, ampliando a atuação da SAE e destacando sua importância. Considerações finais: A gravidez interfere diretamente no meio biopsicossocial no qual a mulher está inserida, logo o não planejamento gestacional agrava ainda mais os desdobramentos da gravidez. Porém, o pré-natal atua como válvula de escape ao pôr em prática o acolhimento efetivo, promovendo uma assistência holística e centrada no paciente, com objetivo de evidenciar os principais agravantes de saúde como o diabetes e ainda estipular estratégias para solucioná-los. A experiência serviu de base para edificação profissional dos acadêmicos envolvidos ao evidenciar a importância da assistência humanizada e efetiva. Além de ofertar à comunidade acadêmica oportunidade para debater a atuação do enfermeiro e dos demais profissionais de saúde no que tange aos riscos do binômio mãe e feto perturbado em uma gestação não planejada.

6701 CONHECIMENTO DE COLABORADORES DE APOIO ACADÊMICO UNIVERSITÁRIO SOBRE SUPORTE BÁSICO DE VIDA ANTES E APÓS UMA AÇÃO EDUCATIVA
Thalissa Thaina Santos de Souza, Samily Guimaräes Rocha, Victória Caroliny Do Nascimento Leal, Maicon de Araujo Nogueira, Antonia Margareth Moita Sá

CONHECIMENTO DE COLABORADORES DE APOIO ACADÊMICO UNIVERSITÁRIO SOBRE SUPORTE BÁSICO DE VIDA ANTES E APÓS UMA AÇÃO EDUCATIVA

Autores: Thalissa Thaina Santos de Souza, Samily Guimaräes Rocha, Victória Caroliny Do Nascimento Leal, Maicon de Araujo Nogueira, Antonia Margareth Moita Sá

Apresentação: O primeiro atendimento em situações de emergência é dominado como Suporte Básico de Vida (SBV), e sua realização é essencial para salvar vidas e evitar sequelas, até que uma equipe capacitada possa chegar ao local do atendimento. Segundo a AHA (2015), é um conjunto de procedimentos bem definidos  e com metodologias padronizadas que pode ser executado por profissionais e leigos treinados, consistindo no reconhecimento das situações em que há risco de vida iminente, saber quando e como pedir ajuda, saber iniciar de imediato as manobras que contribuam para preservar a circulação e oxigenação para o encéfalo, pulmão e coração até a chegada das equipes treinadas e equipadas. Um estudo realizado por Dixe e Gomes (2015), evidenciou que a população estudada possuía conhecimentos insuficientes e incorretos a respeito do Suporte Básico de Vida(SBV), sendo necessário reforçara necessidade da capacitação da população de leigos em SBV, a fim de diminuir as taxas de morbidade e mortalidade em situações de Parada Cardiorrespiratória (PCR) Dada a sua relevância para o atendimento rápido a vítimas em emergência, a capacitação em SBV representa hoje uma estratégia de política no atendimento à saúde da população. Um protocolo de recomendações da AHA sistematiza a capacitação em SBV, a fim de aprendizado das etapas do SBV e as técnicas de atendimento para vítimas em emergência, assim como a prevenção de agravamentos, tais como lesões, priorizando o atendimento em PCR (AHA, 2015). É recomendado o treinamento em RCP de forma periódica, com a finalidade de capacitar as equipes para um atendimento rápido, seguro e eficaz, dentro do que é preconizado pela AHA, assim como para manter a homogeneidade das condutas (SOAR et al. 2010; SOAR et al. 2015).  As estratégias de simulação constituem-se em aprendizagens mais realistas e significativas, pois permitem aos funcionários entrarem em contato com a prática. Tanto o conhecimento (teoria) quanto a habilidade (prática) são essenciais na construção do processo ensino-aprendizagem. Ambos se complementam e tornam-se indissociáveis na concepção do produto final, evidenciando a importância das aulas teóricas associadas às aulas práticas. Objetivo: Analisar o conhecimento de colaboradores de apoio acadêmico universitário sobre suporte básico de vida antes e após uma ação educativa. Método: Trata-se de estudo descritivo e exploratório de natureza relato de experiência realizado em uma Instituição privada de ensino superior, localizada em Belém no estado do Pará na cidade de Belém (PA), no mês de agosto e outubro de 2019, tendo como público- alvo 15 profissionais que trabalhavam no apoio acadêmico, No primeiro momento ocorreu  uma ação educativa incluindo treinamentos que seguiu as diretrizes da AHA, 2015, além de relembrar conceitos básicos do SBV e questionários  para verificar a efetividade da ação. No final da ação foi entregue certificados de capacitação em SBV emitido pelas pesquisadoras em parceria com o orientador e a instituição Resultado: A análise dos resultados evidenciou que apenas 29,4% dos colaboradores possuía algum conhecimento prévio sobre SBV, apesar de baixa, essa porcentagem além de justificar a importância desta pesquisa, corrobora a necessidade de sua implementação. O resultado obtido no segundo questionário revelou que a prática adotada na ação educativa foi acertada e isso se refletiu na taxa de 100% de aproveitamento do treinamento, o que conferiu a todos os participantes o conhecimento necessário sobre SBV. Como benefícios tem-se a contribuição para fortalecer a importância do conhecimento acerca do SBV, principalmente para funcionários de instituições que possuem um alto fluxo de pessoas. Este estudo será de grande importância para comunidade cientifica, pois tem como intenção colaborar com o aprofundamento das pesquisas a respeito do SBV e para a difusão deste conhecimento. Os resultados obtidos no presente estudo permitem concluir que os conteúdos abordados e os instrumentos utilizados para a avaliação, subsidiaram de forma favorável e satisfatória a execução e avaliação da ação educativa em SBV. Ainda assim, é fundamental que a IES continue proporcionando capacitações e avaliações, de forma teórica e prática, como forma de aperfeiçoar e consolidar o conhecimento - o que poderá ser objeto de outros estudos, e também para manter atualizado o quadro de colaboradores capacitados em SBV, o que irá variar conforme o regime de demissões e contratações da mesma. Considerações finais: Esse trabalho explicitou a realidade da falta de conhecimento em SBV e da necessidade de capacitação dos funcionários de apoio acadêmico, bem como da efetividade do treinamento e a importância da difusão deste conhecimento. Por fim, constata-se imperativo que as IES executem capacitações em SBV e que a executem sempre que houver renovações no quadro de funcionários, como forma de aperfeiçoar e consolidar o conhecimento dentro do ambiente de trabalho. Diante destes resultados, verificou-se que a ação educativa elaborada e oferecida proporcionou uma aprendizagem significativa e melhor desempenho dos participantes em quadro comparativo antes e após a ação educativa. Tal resultado comprova a eficiência do treinamento e respalda sua capacidade de replicação, podendo, portanto, ser continuamente executado na IES que foi cenário deste estudo, bem como possui capacidade e factibilidade de ser adaptada e implementada em outras instituições. Terá também grande relevância para a sociedade em geral, aumentando o número de pessoas capacitadas para oferecer esse primeiro atendimento, ajudando a fomentar o conhecimento dos leigos sobre a existência de cursos capacitantes nessa área na medida em que os leigos capacitados serão agentes transformadores de suas realidades. Ressaltamos também que este estudo proporcionou aos participantes um conhecimento que agregará currículo, criando diferencial mercadológico, são capazes de salvar vidas ou reduzir sequelas e estão preparados para reagir corretamente em situações de emergência.

7093 ANÁLISE DE UMA ATIVIDADE MULTICÊNTRICA COM ESTUDANTES DE MEDICINA
JULIANA VIEIRA SARAIVA, PEDRO THIAGO DE CRISTO ROJAS CABRAL, ANDRÉ LUIS E SILVA EVANGELISTA, NEYDE ALEGRE DE SOUZA CAVALCANTE, ERICK VINÍCIUS FERNANDES PACHECO, VICENTE MENDES DA SILVA JUNIOR, ANA FRANCISCA FERREIRA DA SILVA

ANÁLISE DE UMA ATIVIDADE MULTICÊNTRICA COM ESTUDANTES DE MEDICINA

Autores: JULIANA VIEIRA SARAIVA, PEDRO THIAGO DE CRISTO ROJAS CABRAL, ANDRÉ LUIS E SILVA EVANGELISTA, NEYDE ALEGRE DE SOUZA CAVALCANTE, ERICK VINÍCIUS FERNANDES PACHECO, VICENTE MENDES DA SILVA JUNIOR, ANA FRANCISCA FERREIRA DA SILVA

Apresentação: O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência de realização da Primeira Atividade Multicêntrica de Saúde da População Negra pelo Standing Committee on Human Rights and Peace (SCORP) da IFMSA Brazil, com vistas a promover debates sobre as principais temáticas que impactam a saúde da população negra no Brasil, com destaque para o racismo e suas consequências. O racismo é um dos principais fatores estruturantes das injustiças sociais que acometem a sociedade brasileira e, consequentemente, é questão chave para entender as desigualdades sociais que ainda assolam o país. Essa desigualdade ainda é capaz de separar negros de brancos, em pleno século XXI, e se expressa no microcosmo das relações interpessoais diárias refletindo nos acessos desiguais a bens e serviços, ao mercado de trabalho, ao ensino superior bem como ao gozo de direitos civis, sociais e econômicos. Dentre as diversas iniciativas de Políticas Públicas direcionadas ao povo negro o Brasil possui a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) que é um compromisso firmado pelo Ministério da Saúde brasileiro no combate às desigualdades no Sistema Único de Saúde (SUS) e na promoção da saúde da população negra de forma integral, considerando que as iniquidades em saúde são resultados de injustos processos socioeconômicos e culturais – em destaque, o vigente racismo – que corroboram com a morbimortalidade da população negra brasileira. Mesmo depois de 10 anos da aprovação da PNSIPN no Conselho Nacional de Saúde (CNS) e de 20 anos em que o quesito cor foi introduzido nos Sistemas de Informação de Mortalidade, de Nascidos Vivos e de Notificação de Agravos ainda vemos situações de racismo institucional e pouca discussão dentro da sala de aula dos cursos de saúde apesar de que 100% dos atendimentos feitos no hospital escola são do SUS e 80% da demanda de atendimento é da população negra. Tendo em vista esses fatos e a importância do tema na formação acadêmica do profissional de saúde, a IFMSA Brazil realizou uma Chamada Multicêntrica sobre Saúde da População Negra durante o Novembro Negro 2019, tendo a adesão de Comitês Locais (LC) de todas as regiões do país. Desenvolvimento: Inicialmente foi aberta uma Chamada Multicêntrica Nacional pela National Director of Human Rights and Peace (NORP) para os LC se inscreverem, entre 21 a 25 de outubro, sendo utilizado formulário Google Forms para captação dos participantes. Em seguida, a NORP divulgou em lista geral o nome dos comitês inscritos, e foi marcada uma reunião nacional para orientação. Essa reunião aconteceu no dia 28 de outubro e foi facilitada pela NORP e Coordenadora Nacional do Programa Acesso Não Discriminatório à Saúde da IFMSA Brazil. Na reunião foi mostrado um panorama nacional sobre os indicadores de saúde da população negra, as consequências do racismo e a importância para a Federação da realização dessa atividade. Foi ressaltado também o baixo número de atividades feitas na Federação entre janeiro de 2015 e outubro de 2019 (somente oito atividades). Em seguida, foi criado um grupo no aplicativo WhatsApp para acompanhamento das atividades, com a participação da NORP, Coordenadora Nacional e o Time Nacional de Direitos Humanos e Paz da IFMSA Brazil. Houve a inscrição de 52 LC na atividade, com predominante participação da Regional Nordeste que correspondeu por mais de 80% dos participantes. As regionais Sul e Norte 1 foram as que menos aderiram às ações. Apenas 19 dos comitês inscritos conseguiram realizar algum tipo de atividade. Destaca-se que a maioria dos comitês relatou muitas dificuldades, como o fato de terem poucos profissionais negros para ministrar as atividades e baixa adesão por parte dos acadêmicos apesar de ter sido feita ampla divulgação das ações. Muitos expressaram sua percepção de que apesar do incentivo e divulgação da temática, a comunidade acadêmica expressou pouca vontade em participar. Isso nos faz pensar os motivos que estão relacionados à isso. Sabemos que a maioria dos currículos médicos não contempla aulas voltadas à saúde da população negra, dessa forma, há poucas iniciativas tanto em instituições públicas quanto privadas. Como forma de avaliação de impacto das atividades, os comitês aplicaram um questionário padronizado feito através de Google Forms. A primeira parte do questionário consistiu em perguntas para caracterização do comitê local, incluindo o nome do comitê, regional e título da atividade. Em seguida, foram colocadas as seguintes perguntas para avaliação de conhecimento prévio dos participantes: “Você já participou de um evento com esse tema em sua faculdade?”, “Você se sentia seguro para falar sobre o assunto antes do evento?”, “Qual a importância da discussão desse tema?”, “Durante seu curso, o assunto foi abordado?”, “Se a resposta anterior foi SIM, o assunto foi abordado de que forma?” e “Você considera importante a abordagem da temática durante a graduação?”. No intuito de realizar um comparativo também foram elaboradas perguntas a serem respondidas posteriormente à ação: “Você se sente seguro para falar sobre o assunto após o evento?”, “Você considera importante mais eventos sobre o tema?”, “Utilize uma palavra que descreva sua experiência acerca do evento realizado”, “Você achou que essa foi a melhor abordagem sobre o tema?” e “Se respondeu "Não" na questão anterior, qual seria sua sugestão de abordagem?”. Resultado: ao analisar as respostas, constatamos que 79,7% nunca tinham participado de um evento sobre a temática, com a maioria respondendo não ter conhecimento suficiente para conversar sobre o assunto. Além disso, 100% consideraram o assunto como de extrema relevância e 66,9% revelaram nunca terem tido aula sobre saúde da população negra. Nas perguntas pós-ação, constatamos que mais de 70% responderam estar mais seguros para falar sobre saúde da população negra e de ser muito importante a realização de mais eventos sobre o assunto. Também foi percebido que mais de 80% classificou a abordagem das atividades adequada, contemplando os principais aspectos do assunto discutido. Percebe-se ao analisar a avaliação de impacto que ainda há muitas dificuldades quando se trata de discutir esse tema, seja pela falta de pessoas capacitadas para ministrar reuniões, pela pouca adesão da comunidade acadêmica e pouco interesse das instituições de ensino em promover discussões e debates. Apesar disso, acreditamos que a Atividade Multicêntrica foi o primeiro passo para que a IFMSA Brazil fale mais sobre saúde da população negra, e que isso se expanda para os outro meses do ano também. Considerações finais: Os principais beneficiados pela realização da atividade foram acadêmicos de medicina, e diretamente, toda a população que será futuramente atendida por  estudantes, já que foi realizada educação para a saúde da população negra, dentro dessa temática muito recorrente em sua futura atuação. Através da discussão dos aspectos históricos e sociais envolvidos na falha de inclusão da população negra nos vários setores sociais em nosso país, incluindo a saúde, foi possível abordar sobre as dificuldade do acesso à saúde da população negra, suas peculiaridades e discutir a importância dos espaços culturais como ferramenta de representatividade racial. Isso, demonstra o valor da formação profissional para uma atuação com respeito às diversidades socioculturais, refletindo assim na saúde de qualidade de qualquer população assistida. Afinal temos Políticas Públicas que norteiam essas ações.

8030 A IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO COM OS USUÁRIOS FORA DO AMBIENTE HOSPITALAR PARA A FORMAÇÃO MÉDICA
Eva Rita Ribeiro Medeiro Maia, Ana Francisca Ferreira da Silva, Marcus Vinícius Souza e Silva, Rômulo Geisel Santos Medeiros, Andreza Aguiar Ximenes, Thiago Bentes de Souza

A IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO COM OS USUÁRIOS FORA DO AMBIENTE HOSPITALAR PARA A FORMAÇÃO MÉDICA

Autores: Eva Rita Ribeiro Medeiro Maia, Ana Francisca Ferreira da Silva, Marcus Vinícius Souza e Silva, Rômulo Geisel Santos Medeiros, Andreza Aguiar Ximenes, Thiago Bentes de Souza

Apresentação: No hospital, observa-se um contato breve com o usuário devido ao tempo limitado de atendimento, fato que dificulta a percepção da realidade local do mesmo. Visando a construção da capacidade de análise dos diversos fatores territoriais capazes de interferir na condição física e mental do indivíduo, alunos da disciplina Saúde Coletiva I realizaram visitas semanais a um núcleo de apoio a idosos da região de Manaus, Tereza Tupinambá. A residência geriátrica possibilita a socialização aos habitantes regionais, ao passo que permite a promoção de atividades educativas. A inclusão dos discentes nessa realidade foi fundamental à compreensão da perspectiva e da qualidade de vida dos usuários. Com a experiência exposta buscou-se estimular o contato dos acadêmicos com a população, especificamente em seu território, tendo em vista a influência dessa vivência na edificação de uma das principais funções do profissional de saúde: criar um planejamento baseado nas condições sociais do indivíduo. Desenvolvimento: A cada ida ao núcleo, os alunos formulavam atividades que prezassem pela máxima interação com os idosos. Ocorreram rodas de conversa, jogos de perguntas e de tabuleiros, danças e palestras associadas ao compartilhamento de experiências familiares, de opiniões, de dúvidas e de expectativas acerca da atuação médica no Sistema Único de Saúde (SUS). Além da temática saúde, teve-se foco em aspectos positivos e negativos do bairro, bem como da moradia. Ao fim de cada dinâmica, um debate sobre o seu intuito acontecia; apontou-se, também, se os exercícios foram úteis e proveitosos. Houve, ainda, um trajeto no núcleo acompanhado de um dos voluntários do lugar, de modo que a estrutura pôde ser totalmente conhecida. Avaliaram-se diversos aspectos: quantidade de banheiros, áreas de lazer e acesso a saneamento básico e à energia. Resultado: Os idosos foram expressamente receptivos às atividades trazidas, mostrando-se interessados no que lhes foi preparado durante toda a vivência. Ademais, destacou-se o zelo à saúde física e mental de cada um, visto que havia uma equipe de cuidado contendo uma enfermeira, uma psicóloga e voluntários ao longo da semana. Outrossim, gozam de conforto e de áreas para o lazer e a comunicação entre si, importantes pontos no que tange a saúde emocional do grupo. Porém, notou-se que, nas calçadas do bairro, não há a acessibilidade adequada aos idosos cadeirantes. Também, destacou-se a preocupação do grupo com o expressivo nível de violência da região, principalmente envolvendo assaltos. Por fim, desenvolveu-se um importante vínculo entre os idosos e os estudantes, o que estimulou a tendência à simpatia acerca da realidade enfrentada por cada um. Considerações finais: A capacidade percepção ao usuário do SUS pôde ser alcançada, tendo em conta as diversas conversas em relação à influência dos determinantes sociais ao longo da vida dos idosos, através das experiências relatadas por esses. A construção desse princípio deve ser valorizada, objetivando a formação de profissionais médicos capazes de enxergar, durante a consulta, os fatores que podem levar ao estado de doença.

8477 FORMAÇÃO E ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM AVALIAÇÃO EM SAÚDE
Marcela Alves de Abreu, Elizabeth Moreira dos Santos, Ana Claudia Figueiró, Juliana Fernandes Kabad, Egléubia Andrade de Oliveira, Gisela Cordeiro Pereira Cardoso

FORMAÇÃO E ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM AVALIAÇÃO EM SAÚDE

Autores: Marcela Alves de Abreu, Elizabeth Moreira dos Santos, Ana Claudia Figueiró, Juliana Fernandes Kabad, Egléubia Andrade de Oliveira, Gisela Cordeiro Pereira Cardoso

Apresentação: Atualmente, em sua quinta edição, o curso de Mestrado Profissional em Avaliação em Saúde (MPAS), ofertado pela Escola Nacional de Saúde Pública (Fiocruz Rio de Janeiro), é uma iniciativa formalizada entre o grupo de avaliação do Laboratório de Análises de Situações Endêmicas Regionais da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (LASER/ENSP/Fiocruz) e diversa instituições do SUS. As quatro ofertas iniciais foram realizadas com o Ministério da Saúde (MS) e a atual ocorre em parceria com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). A primeira, de 2005 a 2007, foi uma parceria firmada com o programa de DST/AIDs da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (SVS) e apoiada pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Já as três seguintes, foram provenientes de acordo com a SVS e com Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS (Demais/MS) e tiveram suas edições nos seguintes períodos: 2007 a 2009, 2009 a 2011 e 2015 a 2017. Todas edições do curso foram ofertadas presencialmente, as quatro primeiras tendo como público alvo os profissionais vinculados às unidades proponentes do Ministério da Saúde e a atual, os profissionais da Secretaria de Estado de Saúde do DF. A iniciativa do mestrado profissional originou-se da necessidade de formação e capacitação de profissionais de saúde para atuação em monitoramento e avaliação (M& A) em saúde com ênfase na prevenção, controle, eliminação e erradicação de processos endêmicos. As situações endêmicas permanecem um desafio para a saúde pública no Brasil, especialmente aquelas relacionadas às desigualdades, à violência e à diversidade sociocultural. Apesar da larga experiência e do longo tempo de implementação de grande parte das políticas de prevenção e controle destes processos, o alcance dos objetivos e metas estão longe do esperado. Assim, visando aumentar o acesso, a qualidade e o desempenho destas políticas e programas identifica-se a necessidade de uma adequada formação em M& A que permita identificar os aspectos frágeis, os casos de sucesso das ações de saúde e a contribuição para tomada de decisões na reorientação das estratégias. No setor público forma-se gradativamente o consenso de que governos e suas organizações necessitam de produção oportuna de conhecimento tático e estratégico como subsídio de governabilidade. O contexto crescente de restrição de recursos requer a agregação aos conteúdos e operações de mobilização de conhecimento em M& A. Tais conhecimento voltam-se para gestão dos processos avaliativos aplicados às organizações adaptativas, com compromisso à prestação de contas institucional e à sociedade. Neste sentido, O MPAS tem a proposta de adaptar continuadamente tanto a sua proposta político pedagógica quanto seus conteúdos e práticas, atento a demandas específicas e aos movimentos participativos de translação do conhecimento. Desde a institucionalização do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1988, pela Constituição Federal, todos os cidadãos brasileiros têm direito à saúde. O SUS é considerado um dos maiores sistemas de saúde públicos do mundo, pois oferece a todo cidadão brasileiro acesso integral, universal e gratuito a serviços de saúde. No entanto, enfrenta muitos desafios cabendo aos gestores, servidores e à sociedade civil buscarem soluções de problemas diversos, como por exemplo, para gestão do sistema, para a desigualdade de acesso, a qualidade dos serviços e para o subfinancimento da saúde. Desenvolvimento: A Portaria nº 080, de 16 de dezembro de 1998, da CAPES, reconhece importância da formação profissional e destaca a relevância de a grade curricular ser voltada para o ensino e aplicação de novas técnicas e processos profissionais. Assim, o curso desenvolve-se visando aprimorar tanto o conhecimento teórico dos alunos sobre a temática da avaliação em saúde, como também problematizar as questões emergentes na saúde pública em cada oferta. Na atual edição, com seleção realizada entre novembro de 2018 a janeiro de 2019 e iniciada em março de 2019, o curso foi firmado em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. O público-alvo preferencial foram os servidores que atuam nas Superintendências das Regiões de Saúde, Unidades de Referência e na Administração Central da SES-DF nas áreas de planejamento, orçamento, monitoramento e avaliação. De caráter presencial, foi organizado em 12 módulos temáticos, ofertado durante uma semana por mês e totalizando 1440 horas. A carga horária distribui-se em conteúdos desenvolvidos em unidades pedagógicas integradas e atividades de dispersão, que reforçam o conteúdo de aprendizado e o apoio à elaboração das dissertações. A distribuição modular permite a participação dos profissionais em regime de dedicação parcial. Após os encontros presenciais os alunos mantém atividades didáticas, sendo acompanhados pela plataforma da Comunidade Virtual de Aprendizagem (CVA). A proposta pedagógica baseada na problematização e no estímulo ao trabalho em rede, objetiva fortalecer a criação de uma comunidade de avaliadores, reflexiva e crítica para ação de mudança no SUS, especialmente nos conteúdos de negociação e valoração. Resultado: Há um reconhecimento nacional e internacional da necessidade de mudança nos processos de ensino-aprendizagem de profissionais de saúde, frente às fragilidades e inadequações dos modelos de formação em responder às demandas sociais. Contudo, a decisão de institucionalizar o monitoramento e a avaliação em instancias do governo não corresponde a um processo simples. O Mestrado Profissional em Avaliação em Saúde tem se destacado na formação de profissionais capazes de realizar trabalho avaliativo, considerando as dimensões sócio-históricas e técnico operacional da avaliação, tendo por sustentação os processos de planejamento, comunicação, educação permanente e produção de conhecimento em avaliação para o desenvolvimento de uma gestão adaptativa e transformadora. Entretanto, o desafio de instigar e fomentar a formação reflexiva e mobilizadora de métodos e práticas éticas continua presente, especialmente em avaliação campo de materialização das disputas de significado e práticas das concepções de “valor agregado”. Considerações finais: Pode-se destacar a importância da formação e qualificação profissional no campo da avaliação para propiciar o aprimoramento dos serviços ofertados pelo SUS. Compreende-se, ainda, os distintos papéis e responsabilidades dos participantes em sua inserção nas organizações do sistema público de saúde. Assim, espera-se que ao longo do curso os profissionais sejam capazes de reconhecer as diferentes formas de abordar a organização e gestão do SUS, com ênfase no papel de estados e municípios; caracterizar o contexto político-institucional; identificar lacunas de conhecimento e os modos de responder às necessidades para tomada de decisão, priorizar situações-problema identificadas no cotidiano da implementação de intervenções; e incorporar práticas que viabilizem à institucionalização de processos de M& A para qualificação da gestão em saúde. As habilidades desenvolvidas no curso têm potencial de favorecer um fazer participativo, negociado e reflexivo na mobilização e compartilhamento de experiências e conhecimentos. A capacidade de estabelecer processos de comunicação, diálogo e negociação são características esperadas dos profissionais e tomadores de decisão no âmbito de políticas e programas de saúde visando processos de trabalhos harmônicos e incorporações inovadoras e efetivas para o SUS.  

8510 COMPREENSÃO DE DOCENTES E DISCENTES DA SAÚDE SOBRE O PROCESSO DE MORRER
Jaci Jose de Souza Junior, Alice Damasceno Abreu, Stefanny Jennyfer da Silva Pacheco, Érika Luci Pires Vasconcelos, Alessandra de Souza Cordeiro, Claudia Cristina Dias Granito, Eduardo Felipe Barbosa de Oliveira, Isabela da Costa Monnerat

COMPREENSÃO DE DOCENTES E DISCENTES DA SAÚDE SOBRE O PROCESSO DE MORRER

Autores: Jaci Jose de Souza Junior, Alice Damasceno Abreu, Stefanny Jennyfer da Silva Pacheco, Érika Luci Pires Vasconcelos, Alessandra de Souza Cordeiro, Claudia Cristina Dias Granito, Eduardo Felipe Barbosa de Oliveira, Isabela da Costa Monnerat

Apresentação: Nesta Era Pós-Moderna a morte acontece com maior frequência nos hospitais, assistida por profissionais da saúde. Essa inversão do processo de morte deve- se ao crescente desenvolvimento da medicina e centros especializados, com a aplicação das tecnologias leve e dura que acabam norteando novas reflexões sobre a vida e a morte. A morte é um processo físico-biológico, definida como cisão entre corpo e alma. Para os antepassados, a morte era percebida como uma passagem natural da vida, assim se permitia o conforto e a presença dos entes queridos até o último suspiro. Nos dias atuais, cada uma dessas etapas é enfrentada de forma distinta por cada paciente, dependendo do aporte familiar, controle emocional, processo de doença e aspectos religiosos e socioculturais. O presente estudo tem por objetivo compreender o significado da finitude humana na percepção de docente e discentes de cursos de graduação em ciências da saúde. Desenvolvimento: Revisão integrativa, sendo os artigos encontrados nas bases de dados nacionais abordagem qualitativa, descritiva, justificada por dar conta dos significados propostos pelo título do trabalho. Resultado: Percebe-se dor e sofrimento pela equipe e pelos familiares que tem a vivência da finitude da vida. O profissional da saúde ainda se depara com sentimentos de pesar por seus pacientes que evoluem a óbito. Nestes casos, a morte pode ser vista como fracasso da equipe ou como um processo natural da vida. Contudo, caso haja o despreparo e a indiferença da equipe em lidar com o processo pode gerar o sentimento de indignação dos entes mais próximos. Considerações finais: Há uma grande subjetividade quando se fala do processo de finitude humana, tanto docentes quanto discentes concordam com a necessidade de discussões e reflexões sobre o fim da vida no processo de ensino-aprendizagem nos hospitais de ensino.

8565 FALAR DE EMOÇÃO NAS VISITAS MÉDICAS? APRENDENDO A CONTAR SOBRE PACIENTES
Rosana DOS Santos Silva

FALAR DE EMOÇÃO NAS VISITAS MÉDICAS? APRENDENDO A CONTAR SOBRE PACIENTES

Autores: Rosana DOS Santos Silva

Apresentação: Desemaranhar o aprendizado médico é o esforço analítico que proponho com esta investigação, que é parte da minha pesquisa de doutorado sobre o aprendizado das emoções na biomedicina. Lança-se um olhar, a partir do trabalho etnográfico, para a  visita médica, uma das práticas mais antigas da formação em medicina desde que o hospital medicalizou-se e a medicina se tornou hospitalar. No hospital universitário em Salvador (BA) em que desenvolvi o estudo, a visita se configura como um dos principais recursos para o ensino tanto no internato quanto na residência. O objetivo deste trabalho é problematizar o que se aprende sobre emoções nessa prática a partir da apresentação e da discussão dos casos. Através desta indagação preliminar outras questões derivam para complexificar a análise: Como se aprende sobre emoções na visita? E por que se aprende da forma identificada? É testada no aprendiz (internos e residentes) ao engajar-se na visita a habilidade de construir uma narrativa clínica, a qual é desenvolvida pela ação de contar sobre os pacientes, uma espécie de transformação da história e do relato do paciente em um texto médico. A participação na visita médica é analisada como um marco no processo de formação tanto do interno quanto do residente, na medida em que traz à cena os dilemas e desafios de acompanhar sistematicamente pessoas reais, em enfermarias reais. Ponho em discussão a heterogeneidade na configuração da visita médica e exponho suas fissuras, argumentando que nesta prática as emoções dos preceptores, aprendizes   (internos e residentes) e dos pacientes podem aparecer a partir da apresentação dos casos clínicos. Durante a construção da etnografia foi possível identificar  nas interações que se esboçavam na visita o aprendizado de um repertório de diferentes praticalidades frente à experiência emotiva e um treino da atenção dos aprendizes, como por exemplo:  traduzir as emoções em termos nosológicos,  aprender a explicar para o paciente como se emocionar pode influenciar a sua condição clínica ou impossibilitar a realização de algum procedimento médico; omitir do paciente determinados acontecimento para que não se emocione; não expressar as emoções frente ao paciente; e voltar o foco do atendimento para a informação técnica sobre a doença/sinais/sintomas e para a queixa física quando a emoção acontece. Embora o objetivo didático da visita seja comum e busque-se certa padronização que permite inclui-la em uma rotina acadêmica e assistencial, há nas visitas uma margem para a diferença. Supor a diferença traz desdobramentos; significa também observar as contradições que a prática da visita assinala. Por um lado, um espaço de formação do habitus do trabalho médico, do saber e do aprender sobre enfermidades, diagnósticos e terapêuticas; e por outro lado, um espaço com fissuras, onde as subjetividades do médico e do paciente podem aparecer a partir do contar, da apresentação dos casos. Dito em outros termos, uma batalha entre o processo de racionalização, que vem se constituindo há séculos no Ocidente pela institucionalização e profissionalização dos conhecimentos e dos cuidados médicos, e a resistência dos afetos, das pessoas e de suas vidas que insistem em ressoar.

12097 A APLICABILIDADE DA ESCALA DE DEPRESSÃO GERIATRICA REALIZADA POR ACADEMICOS DE ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Nayara Lourenço Rocha, Liidia Jamille da Costa Silva, Lucas da Silva Alves, Larissa Rodrigues Silva, Antonia Sabrina de Matos Pereira, Nagela Aglaides Calixto de Sousa, Mirna Alburquerque Frota, Mayenne Myrcea Quintino Pereira Valente

A APLICABILIDADE DA ESCALA DE DEPRESSÃO GERIATRICA REALIZADA POR ACADEMICOS DE ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Nayara Lourenço Rocha, Liidia Jamille da Costa Silva, Lucas da Silva Alves, Larissa Rodrigues Silva, Antonia Sabrina de Matos Pereira, Nagela Aglaides Calixto de Sousa, Mirna Alburquerque Frota, Mayenne Myrcea Quintino Pereira Valente

Apresentação: Os distúrbios psiquiátricos contribuem para a redução da capacidade funcional e da qualidade de vida em idosos. Dentre esses distúrbios, a depressão desponta como uma doença de alta frequência mundial, cogitada como a segunda causa de morbidade para as próximas décadas. A doença depressiva é de etiologia multifatorial e pode contribuir para maior vulnerabilidade a outras morbidades, que comprometem a capacidade funcional do idoso. A Escala de Depressão Geriátrica (EDG) é um instrumento amplamente usado para rastrear a depressão em idosos. É composta por perguntas fáceis de serem entendidas e possui pequena variação nas possibilidades de respostas (sim/não), pode ser auto aplicada ou aplicada por um entrevistador treinado, demandando de cinco a 15 minutos para a sua aplicação. Cada resposta de cunho depressivo pontua um ponto na escala. Classifica quanto à presença de depressão de acordo com o escore obtido: ausência de depressão (0-5 pontos), depressão leve (6-10 pontos) e depressão severa (11-15 pontos). Este estudo teve como objetivo relatar a experiência da aplicação da escala de depressão geriátrica com um idoso residente em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI). Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência, realizado em uma ILPI de Fortaleza-Ceará, no período de maio de 2019. Realizado durante estágio curricular do curso de graduação em enfermagem de uma universidade particular do município de Fortaleza, Ceará. Resultado: A aplicação da EDG com um idoso da ILPI obteve mais respostas de cunho depressivo, do que positivas, sugerindo um rastreamento positivo para depressão geriátrica. Diante do rastreamento positivo para depressão, deve ser feito o encaminhamento deste idoso para o profissional geriatra da instituição. Considerações finais: Observou-se a importância dessa escala para rastreamento da depressão em idosos, e a importância da sua aplicabilidade pelo enfermeiro, visando um rastreamento precoce, objetivando uma melhoria na qualidade de vida do idoso.

12123 VISÃO DO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM ACERCA DO ESTÁGIO CURRICULAR DE OBSTETRÍCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Beatriz Christina Matos dos Santos, Ana Carla Vilhena Barbosa, Nillana da Conceição de Castro Rodrigues, Camila Cristina Girard Santos

VISÃO DO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM ACERCA DO ESTÁGIO CURRICULAR DE OBSTETRÍCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Beatriz Christina Matos dos Santos, Ana Carla Vilhena Barbosa, Nillana da Conceição de Castro Rodrigues, Camila Cristina Girard Santos

Apresentação: Descrever a experiência das acadêmicas de enfermagem durante o estágio curricular de obstetrícia. Desenvolvimento: Relato de experiência baseado nas atividades desenvolvidas e vivenciadas pelas acadêmicas de enfermagem no decorrer da prática do Componente Curricular de Obstetrícia desenvolvida no período de Março a Abril de 2019 em um hospital de referência para gestação de alto risco em Belém, no Estado do Pará. Resultado: Nas vivências perpassadas pelas acadêmicas no decorrer do componente curricular foi realizado exame físico obstétrico completo, acolhimentos às gestantes, rodas de conversa, orientações às puérperas, visitas ao Centro Obstétrico e acompanhamento da rotina de um ambulatório de atendimento à gravidez de alto risco. Resultado: Foi possível para as autoras perceber a importância das atividades realizadas pela equipe de enfermagem, acompanhar o desenvolvimento da assistência humanizada, bem como realizar a interligação entre os saberes teóricos e práticos. Considerações finais: Apesar de se observar a prática do atendimento humanizado em muitas das ações da equipe de enfermagem, ainda sim, nota-se a necessidade de uma maior dedicação e aprimoramento dos saberes, tal fato sendo necessário desde a academia.  

10071 EXPANSÃO DA FORMAÇÃO MÉDICA: AÇÕES E DESAFIOS DA GESTÃO ESTADUAL
LUISA MACEDO CAVALCANTE, Juliana Siqueira Santos, Luciana Camêlo de Albuquerque, Thiago Cavalcante de Almeida

EXPANSÃO DA FORMAÇÃO MÉDICA: AÇÕES E DESAFIOS DA GESTÃO ESTADUAL

Autores: LUISA MACEDO CAVALCANTE, Juliana Siqueira Santos, Luciana Camêlo de Albuquerque, Thiago Cavalcante de Almeida

Apresentação: No Brasil, a discussão acerca da necessidade de ampliação da provisão de médicos se origina em meados de 2010, no contexto de escassez desses profissionais nos serviços municipais. Em 2013, houve a promulgação da Lei nº 12.871 que dispõe sobre a instituição do Programa Mais Médicos (PMM). O PMM, além do provimento emergencial, apresenta como um dos objetivos o aprimoramento da formação médica no país. De acordo com a Constituição Federal Brasileira, compete ao SUS a ordenação da formação de recursos humanos na área da saúde, com responsabilidade para os três entes federativos. A discussão do PMM atende a real necessidade de formação para a saúde da família, nesse sentido, os municípios são atores fundamentais no processo de expansão da formação, por meio da abertura de cursos de graduação em medicina. Os editais do PMM previam participação direta dos municípios e do Ministério da Educação, ficando as gestões estaduais fora do processo decisório de abertura e avaliação dos cursos. A ordenação da formação para a saúde por parte do SUS, enquanto responsabilidade constitucional e até mesmo estratégia de sustentabilidade, passa por duas questões principais: garantia da formação na rede estadual de saúde, por meio da oferta de vagas de internato, aulas práticas e projetos de extensão; e discussão das necessidades formativas e a incorporação destas no currículo médico. Diante desse contexto, o Estado de Pernambuco teve nos últimos anos expressiva ampliação da formação médica, refletido tanto no processo de abertura de novos cursos de medicina, como também no aumento de vagas ofertas pelas instituições de ensino. O presente estudo visa apresentar algumas ações e desafios de uma gestão estadual face a expansão dos cursos médicos e o desafio do planejamento e organização dos cenários de prática e formação na rede SUS Escola. Desenvolvimento. Atualmente em Pernambuco existem 11 cursos de medicina, destes, cinco estão localizados na capital, em Recife, e seis em outros municípios da região metropolitana (RMR) e interior do estado. Seis instituições são de ensino públicas, e cinco privadas. É o 9º estado com maior número de cursos de medicina no Brasil, no Nordeste ocupa a segunda posição, ficando atrás da Bahia, com 24 cursos. A partir de 2020, haverá um aumento de 50% nos cursos de medicina do interior, com três cursos aprovados nos municípios de Goiana, Arcoverde e Araripina. O que representará um total de 14 cursos, com uma média de 64% dos cursos no interior do estado e 36% na capital. A rede de saúde, denominada Rede SUS Escola Pernambuco, contempla a formação médica em diversos serviços, tais como, ambulatórios, laboratórios, hospitais, unidades de pronto atendimento (UPA), unidades pernambucanas de atenção especializadas (UPAE), bem como nos espaços de gestão da Secretaria Estadual de Saúde. O planejamento dos estágios do internato é realizado anualmente, a partir de um processo de diagnóstico de vagas junto aos serviços de saúde e levantamento de demandas das instituições de ensino conveniadas. Resultado:. De 2014 para 2019 houve o aumento de sete cursos de medicina, quatro em funcionamento e 3 com previsão de abertura no presente ano, e ampliação de 400 vagas, todas em instituições de ensino privadas. Atualmente, existem 1490 ingressantes nos cursos de medicina em PE, e aproximadamente 1110 alunos no internato médico. Além da ampliação de vagas na graduação, houve aumento da demanda por campo de prática em áreas específicas que impactam diretamente na rede estadual de saúde: saúde coletiva e urgência e emergência. São ofertadas aproximadamente 820 vagas de internato médico, destas 780 são em áreas básicas– clínica médica, cirurgia, pediatria, ginecologia e obstetrícia, em urgência e emergência, saúde coletiva. As demais vagas, 40, são em especialidades que compõem o internato opcional. Em média 70% do internato médico é realizado em serviços de atenção terciária, no caso de Pernambuco, a maioria é realizada na rede estadual de saúde, salvo no caso das três universidades públicas que utilizam os hospitais-escola. Dentre os 32 hospitais do estado, 17 são cenários de prática para a formação médica, todas as 15 unidades de pronto atendimento (UPA) e unidades pernambucanas de atenção especializadas (UPAE). Também são ofertadas vagas para aulas práticas, visitas técnicas e projetos de extensão. Em relação à formação médica em saúde coletiva, alinhada às Diretrizes Curriculares Nacionais de 2014, a gestão da SES tem sido cenário de prática para os discentes nos mais variados serviços. Diversas estratégias têm sido utilizadas para ampliar os campos de prática, que envolve a expansão do horário da oferta de estágio, identificação de novos serviços e setores, e incorporação de vagas subutilizadas. Embora a interiorização da formação médica seja uma necessidade evidente, ela traz a necessidade de investimentos nos serviços de saúde. Dos seis cursos localizados no interior, quatro realizam internato fora do município-sede, e dois realizam fora da região de saúde. O que ocasiona em uma sobrecarga na RMR e uma não efetivação dos objetivos de desenvolvimento dos serviços de saúde locais. De uma forma geral, os serviços situados no interior realizam assistência de média e baixa complexidade, o que deixa margem para que as Instituições de Ensino (IES) recorram a serviços de alta complexidade fora da região para complementar a formação. É necessário avançar na discussão da qualidade da formação nos serviços de saúde se, de fato, atende aos objetivos preconizados nas DCN e pela Associação Brasileira de Educação Médica. Neste sentido, um aspecto importante para a formação de profissionais é a preceptoria. A SES vem realizando cursos e oficinas para a qualificação da preceptoria, porém tem sido observada baixa adesão de profissionais médicos. Além disso, é fundamental que seja efetivada a integração ensino-serviço e o desenvolvimento, de forma compartilhada (IES, SES e serviços), dos planos de estágio, de acordo com as demandas do SUS e DCN e com efetiva participação dos profissionais médicos. Quanto às Instituições de Ensino, é necessário que invistam nos programas de residência médica, se corresponsabilizem pelos processos formativos e com os problemas de saúde que permeiam os cenários de prática. Considerações finais: O processo de ampliação da formação médica vem trazendo diversos desafios para a gestão estadual, que se refletem na oferta de vagas de internato, qualificação da formação, expansão concomitante das vagas de residência médica e na discussão da incorporação das demandas e desenvolvimento do SUS no processo formativo. A oferta de vagas de internato demanda um processo intenso de pactuação de cenários de prática. Desta forma, é urgente a necessidade de desenvolvimento de ações voltadas para a preparação da rede de serviços das regiões onde estão sediados os cursos de medicina, principalmente no que concerne à rede terciária do interior do estado. Existem aspectos a serem desenvolvidos como: continuidade e ampliação da qualificação dos preceptores, oferta de estrutura física adequada e desenvolvimento da capacidade pedagógica nos serviços. No entanto, no cenário que vigora a Emenda Constitucional nº 95, que reduz os investimentos na saúde, quando não se prevê aumento da rede de serviços proporcional à abertura de escolas médicas, é necessário executar ações de forma que possa contribuir para a sustentabilidade do SUS e pensar a formação médica como uma das estratégias. Faz-se necessário ampliar a discussão sobre o desenvolvimento de ações apontadas neste trabalho, assim como o compartilhamento de experiências e conhecimentos voltados para as gestões estaduais.  

6214 A LIGA ACADÊMICA DE MEDICINA COMO AGENTE COLABORADOR DA SAÚDE PÚBLICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Brendha Zancanela Santos, Gabriella Marques Monteiro, Ana Carolina Drehmer Santos, Carla Tourem Argemi, Rita de Cássia Fossati Silveira Evaldt

A LIGA ACADÊMICA DE MEDICINA COMO AGENTE COLABORADOR DA SAÚDE PÚBLICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Brendha Zancanela Santos, Gabriella Marques Monteiro, Ana Carolina Drehmer Santos, Carla Tourem Argemi, Rita de Cássia Fossati Silveira Evaldt

Apresentação: As Ligas Acadêmicas de Medicina são associações científicas, de iniciativa estudantil autônoma, que visam complementar a formação acadêmica, fortalecendo o tripé universitário de extensão, pesquisa e ensino. Tal forma de organização estudantil se encontra diretamente vinculada aos princípios orientadores de uma instituição de educação superior socialmente responsável - ou seja, aquela que faz a intermediação entre os problemas da sociedade e o seu potencial para neles intervir, contribuindo com alternativas de solução. Portanto, a atuação - direta e indireta - das Ligas Acadêmicas no cenário público no qual está inserida é fundamental para atingir os objetivos e princípios da Instituição de Ensino vinculada. Nesse contexto, no mês de Novembro, alunos da Liga Acadêmica de Saúde Materno Infantil realizaram atividade para integração teórico-prática relativas à prematuridade. Desenvolvimento: O Novembro Roxo integra o projeto de promoção em saúde que realiza a associação entre um mês, uma cor e uma causa. Nessa perspectiva, o mês faz referência à Prematuridade e visa alertar a comunidade e autoridades sobre aspectos de vida do prematuro e modos de aprimorar as condutas que estes recebem. Dentre os diversos aspectos dessa temática, é válido ressaltar a importância da UTI Neonatal, sendo tal unidade fundamental para oferecer as primeiras tecnologias e cuidados dos quais carecem os prematuros. Diante disso e visualizando o cenário da UTI Neonatal do Hospital Santa Casa de Caridade de Uruguaiana (RS) - a qual passou por um processo de fechamento e reabertura e segue com dificuldades econômicas associadas - a Liga Acadêmica de Saúde Materno Infantil (LASMI) da Universidade Federal do Pampa assumiu a postura e dever de colaboradora para com a comunidade na qual se insere e realizou um evento beneficente em prol da Unidade. O Ciclo de Palestras em Prematuridade, então, foi o evento organizado e coordenado pela Liga visando a reversão de lucros para a UTI Neonatal e também discutir e divulgar a causa da prematuridade. Assim, foi planejado sob a ótica da regionalização da atenção perinatal para a abordagem da prematuridade, a qual se constitui de três pilares fundamentais: investimento na estrutura hospitalar, qualificação da rede de cuidados e comunicação e mobilização social. Sabe-se hoje que para alcançar os objetivos de redução de mortes potencialmente evitáveis e outras complicações da prematuridade é necessário aliar conhecimento científico a organização de fluxos pré e perinatais, desse modo, não só as palestras, mas também os profissionais palestrantes, foram selecionadas de acordo com essa lógica. Resultado: Conforme planejado, o lucro arrecadado pelo evento foi integralmente repassado para a UTI Neonatal municipal, e considerado muito proveitoso pela administração hospitalar, fortalecendo o vínculo entre instituição acadêmica e profissional. Considerações finais: A responsabilidade social está estruturada através da ética, transparência e contribuição de uma associação para com o desenvolvimento da região na qual está inserida. Assim, é dever do acadêmico e, logo, das Ligas Acadêmicas de colaborar para identificar alternativas e estratégias que visem modificar a qualidade de vida das pessoas e agir através delas, visando atingir seus objetivos e princípios morais.

6233 UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EXITOSA EM UM PROJETO DE EXTENSÃO MULTIPROFISSIONAL COM VISTAS À SAÚDE DA CRIANÇA
Ana Paula da Silva Coutinho, Larissa Aline Costa Coelho, Verena Souza Reis, Selma Suely Barbosa de Castro, Marcella Oliveira Figueiredo, Adrine Carvalho dos Santos Vieira

UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EXITOSA EM UM PROJETO DE EXTENSÃO MULTIPROFISSIONAL COM VISTAS À SAÚDE DA CRIANÇA

Autores: Ana Paula da Silva Coutinho, Larissa Aline Costa Coelho, Verena Souza Reis, Selma Suely Barbosa de Castro, Marcella Oliveira Figueiredo, Adrine Carvalho dos Santos Vieira

Apresentação: No Brasil, entre diversos fatores que influenciaram a diminuição das taxas de mortalidade infantil em crianças menores de um ano, está a ampliação da cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF). Pode-se destacar sua importância no contexto da prevenção e promoção à saúde com vistas ao programa do crescimento e desenvolvimento infantil, atrelado a oportunidade de atuação da equipe multiprofissional. Porém, apesar destes avanços, a meta de garantir a toda criança brasileira direito à vida e à saúde, ainda não foi alcançada. Entre os problemas elencados como barreiras que impactam a qualidade de vida destas crianças, estão as desigualdades regionais e sociais e os problemas de gestão e de desenvolvimento de atividades qualificadas por parte dos profissionais. Neste âmbito, o presente trabalho possui o objetivo relatar experiências exitosas em uma ESF por meio de um projeto de extensão universitária de uma instituição pública em Belém (PA), o qual visou incentivar e aperfeiçoar o uso da caderneta de saúde da criança e o trabalho multiprofissional acerca da temática do crescimento e desenvolvimento infantil de modo a promover a Atenção Integral à Saúde da Criança. Desenvolvimento: As atividades ocorreram no mês de setembro de 2019 e foram desenvolvidas por discentes dos cursos de terapia ocupacional, psicologia e medicina, sob orientação e supervisão da preceptora, profissional de enfermagem, em uma ESF, no município de Belém. As atividades desenvolvidas foram: utilização da Caderneta da Criança, integração com a equipe através de reuniões e capacitações, atividades de educação em saúde e atendimento do público infantil. Essas atividades foram baseadas no Plano de Ação elaborado para cada discente.  Resultado: No decorrer das atividades relativas à Caderneta da Criança, as discentes praticaram a sua utilização durante a avaliação de medidas antropométricas, preenchimento dos gráficos, atualização do calendário vacinal, acompanhamento do desenvolvimento durante as consultas na unidade e nas visitas domiciliares. Buscou-se, também a integração com a equipe através de reuniões e capacitações, envolvendo-os nas atividades de educação em saúde e atendimento ao público infantil, principalmente os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), elo imprescindível na ponte serviço de saúde e comunidade. A formação do vínculo do grupo de acadêmicos com o serviço proporcionou o desenvolvimento de diferentes estratégias para melhorar o serviço e seu atendimento, dentre elas destaca-se a capacitação sobre vigilância do desenvolvimento infantil. No que se refere às atividades de Educação em Saúde, destaca-se a ação desenvolvida com crianças de diferentes faixas etárias e grupos em uma escola com a temática: “Promoção da cultura da paz, prevenção do bullying e violência sexual”, em alusão a campanha de prevenção do ‘Setembro Amarelo’. Ao final da ação foi entregue uma caixa de perguntas deixadas na biblioteca, e no mesmo dia, 12 crianças deixaram bilhetes com dúvidas variadas. Esta ação ressalta o protagonismo e importância do Programa Saúde na Escola, o qual foi instituído pelo decreto presidencial de número 6.286 em 2007. No que diz respeito ao atendimento do público infantil, houve grande contribuição no fluxo de encaminhamentos dos serviços e na utilização de novos instrumentos na unidade para auxílio na avaliação de crianças. Um desses instrumentos, aderido por outros profissionais da ESF, foi a escala SNAP-IV, utilizada para auxiliar a avaliação de crianças com suspeita de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Foi possível aplicá-la no momento de uma consulta, a criança com suspeita do transtorno não atingiu a pontuação para classificação da escala, porém permaneceu em observação e realizou-se agendamento de visita domiciliar para acompanhamento. Outro instrumento utilizado durante o projeto foi o Teste Denver que tem como objetivo avaliar o desenvolvimento de crianças de 0 a 6 anos nas áreas motor grosso, motor fino-adaptativo, pessoal social e linguagem. As discentes montaram o Kit com os materiais utilizados para aplicação do Teste e deixaram disponível para uso da Unidade.  Outra atividade desenvolvida pelo grupo foi o acompanhamento da criança guia, uma criança selecionada pela preceptora e que foi acompanhada durante todo o período do estágio. Essa atividade possibilitou que as discentes estabelecessem o vínculo terapêutico com a criança e elaborassem um plano terapêutico em conjunto com seu contexto familiar, sendo possível trabalhar as orientações e educação em saúde sobre as demandas identificadas nos atendimentos e visitas domiciliares. Embora o foco inicial fosse uma criança, durante a abordagem, notou-se a necessidade de realizar o acompanhamento de dois irmãos e seus cuidadores familiares. Algumas dessas demandas, como a assiduidade e faltas frequentes, foram trabalhadas através de reunião de planejamento externo na escola de educação infantil do bairro, com a coordenadora pedagógica por meio do Programa Saúde na Escola (PSE). E, posteriormente, em visita domiciliar, foi possível identificar calendário vacinal desatualizado, sobrepeso infantil em uma das crianças e higienização corporal e bucal insatisfatória. Diante das demandas apresentadas, a família foi orientada a atualizar a vacinação das crianças e a equipe planejou a próxima visita domiciliar com a presença do profissional médico, que realizou exames físicos nas crianças, além de aprofundar a anamnese iniciada pelas discentes. Houve a solicitação de hemogramas e exames de fezes e urina para as duas crianças e ambas foram encaminhadas para atendimento pediátrico especializado. Também houve o desenvolvimento de atividades lúdicas onde as crianças praticaram a higienização bucal; Ainda como resultado das práticas de extensão foi criado um quadro interativo dos marcos do crescimento e desenvolvimento infantil com base na caderneta de saúde da criança para melhorar o entendimento da mãe/pai e ou cuidador principal do usuário no consultório de enfermagem da ESF. Na finalização das práticas, a equipe de alunas e preceptora responsável, desenvolveram um “jardim vertical” com diferentes espécies de plantas para o incentivo à sustentabilidade e à utilização de métodos não farmacológicos terapêuticos pela comunidade. Considerações finais: Durante a realização do projeto, foi possível vivenciar a prática multiprofissional como transformadora de vidas, onde cada área com a sua especificidade pôde contribuir de forma ímpar no acompanhamento de diversas crianças consultadas. Observou-se a grande capacidade que uma equipe integrada, comprometida e com responsabilidade possui para formação de planos terapêuticos e para a obtenção de maior sucesso na conscientização sobre a importância da prevenção, promoção, tratamento e reabilitação em saúde. Destaca-se a importância da integração entre universidade e serviço e de projetos em saúde que incentivem o trabalho da equipe multiprofissional, que é fundamental para a  prática de um dos princípios do Sistema Único de Saúde, a integralidade, visto que sob a perspectiva de diferentes olhares profissionais sobre a saúde é possível oferecer uma assistência mais abrangente e qualificada às diversas questões que afetam a saúde e a qualidade de vida da comunidade.

6285 A INTEGRAÇÃO DO ENSINO-SERVIÇO NA FORMAÇÃO MÉDICA HUMANIZADA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
George Luiz Néris CAETANO, Gilvania Coutinho Silva FEIJÓ, Henry Maia PEIXOTO

A INTEGRAÇÃO DO ENSINO-SERVIÇO NA FORMAÇÃO MÉDICA HUMANIZADA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Autores: George Luiz Néris CAETANO, Gilvania Coutinho Silva FEIJÓ, Henry Maia PEIXOTO

Apresentação: O tradicional currículo do curso de medicina tem dado espaço para novas práticas pedagógicas, na busca pela máxima humanização e interdisciplinaridade da formação médica. O relato a seguir coloca em evidência a oferta de uma disciplina curricular, da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília, que integra a prática pedagógica do ensino médico com os instrumentos e mecanismos do serviço de saúde pública, numa região periférica do Distrito Federal. Assim, tem-se por objetivo contribuir para a integração do ensino-serviço no curso de medicina, bem como descrever práticas pedagógicas para dinamizar o currículo e fomentar mudanças de paradigmas. Desenvolvimento: Trata-se de uma intervenção pedagógica universitária que visa a inserção do ensino-serviço-comunidade no Ciclo Básico, servindo de grande aprendizado para o diagnóstico clínico e possíveis intervenções terapêuticas. Regida pelos docentes Profª. Drª. Gilvania Feijó e o Prof. Dr. Henry Maia Peixoto, a disciplina de Saúde, Ambiente e Sociedade está inserida no eixo de medicina social e busca abordar a educação popular em saúde e medicina da família e comunidade. Aprende-se sobre a importância da abordagem breve e do vínculo, além do atendimento humanizado, do roteiro dinâmico de uma visita domiciliar e práticas interdisciplinares que promovam acolhimento na Unidade de Saúde da Família. A partir da percepção in loco da realidade biopsicossocial e socioeconômica da região, o acadêmico passa a compreender a importância de um Sistema Único de Saúde universal, ou seja, busca-se mudanças de paradigmas na formação médica na Universidade de Brasília por meio da prática e da articulação entre saberes interdisciplinares vivenciais, promovendo qualidade de vida para o agente principal da intervenção: o paciente. Inserido num contexto social real, sem qualquer simulação para a formação pedagógica, permitindo, dessa forma, a reciprocidade de ensino-aprendizagem autônomo, emancipando o estudante da dependência passiva de conhecimento, tornando-o capaz de autocriticar o serviço e associa-lo ao ensino que o formará médico, a intervenção pedagógica se dá no seio de uma comunidade periférica e carente de políticas públicas eficazes na promoção de saúde e prevenção de doenças, despertando nos discentes capacidades técnicas e empáticas. Ao apresentar a estrutura de uma Unidade de Saúde da Família, os acadêmicos são separados em pequenos grupos onde agentes comunitários de saúde agem como preceptores e mediam os grupos nas visitas domiciliares e acolhimentos de atenção primária. Os acadêmicos acompanham e prestam atendimento clínico supervisionado, integrando outras áreas do conhecimento clínico à experiência sugerida. Resultado: Inserindo nova e maior importância às práticas interdisciplinares que integram o ensino-serviço, de forma dinâmica e global, durante a formação acadêmica, a experiência relatada se ocupa de colaborar na formação humanizada e prática de atenção primária, da família e comunidade, ensinando o acadêmico a servir e a aprender concomitantemente.

6300 VER-SUS COMO DIFERENCIAL NAS FORMAÇÕES EM SAÚDE
ANDRE LUÍS MARQUES DA SILVEIRA, Larissa Furtado Mertins, Alana Oliveira da Cunha, Samara Ayres Moraes, Claudia Maria Teixeira Goulart

VER-SUS COMO DIFERENCIAL NAS FORMAÇÕES EM SAÚDE

Autores: ANDRE LUÍS MARQUES DA SILVEIRA, Larissa Furtado Mertins, Alana Oliveira da Cunha, Samara Ayres Moraes, Claudia Maria Teixeira Goulart

Apresentação: Este trabalho escrito por quatro acadêmicos de formações diferentes do campo da saúde: medicina, psicologia e serviço social,  tem por objetivo relatar uma experiência de aprendizagem que compreende a interdisciplinaridade, o cuidado compartilhado, a atenção integral e a humanização em saúde. Tal relato refere-se ao acompanhamento de um atendimento em Unidade Básica de Saúde. A experiência ocorreu durante a edição 1/2019 do projeto Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS/Brasil), o qual foi realizado em fevereiro de 2019 em cidades da região metropolitana do Rio Grande do Sul. Desenvolvimento: Sexto dia de vivência, dia de acompanhar em grupo, as rotinas e atendimentos de uma UBS, fomos divididos em duplas, para então participarmos das consultas de enfermagem e médicas. Nessas consultas cuidamos de diferentes populações: crianças, idosos, gestantes, adultos jovens nas mais variadas circunstâncias de saúde e doença, uma delas merecendo destaque, pois nesse atendimento todos os viventes presentes na UBS participaram em pelo menos um momento do atendimento dessa paciente. O atendimento iniciou na consulta médica, paciente Flor (nome fictício) procura atendimento por dor intensa no hálux (dedo grande do pé) esquerdo há duas semanas com piora importante nos últimos dois dias. O médico durante o exame físico fez o diagnóstico de onicocriptose severa (unha encravada) com indicação de exérese ungueal (procedimento ambulatorial de baixa complexidade que consiste na retirada da unha). O acadêmico de medicina acompanhou o médico durante todo o procedimento, desde a discussão quanto à melhor técnica de infiltração do anestésico local e da exérese ungueal com o médico, a orientação à paciente e sua mãe quanto às etapas do procedimento e a execução deste. Assim que terminou o procedimento, ambos solicitaram à enfermagem o curativo compreensivo a fim de evitar sangramentos excessivos, voltando ao consultório para dar seguimento aos próximos atendimentos. As viventes do curso de psicologia e serviço social, acompanharam o procedimento e notaram que a mesma estava nervosa e com medo, e que sua mãe, que também estava na sala, não sabia como lhe apoiar. Com objetivo de acolher a paciente, seguraram-lhes as mãos - suadas e trêmulas -  conversando, intervindo com voz firme e tranquila, olho no olho, lhe dizendo sobre o que estava acontecendo, pedindo que ela respirasse mais devagar e assim fluiu até o fim do procedimento A mãe ao ver que sua filha estava tranquila e segura, ausenta-se para buscar as medicações. As viventes seguiram acompanhando a adolescente nas cadeiras do corredor, sentadas, falaram sobre o procedimento, sobre os sentimentos em relação a dor, sobre o medo e sobre a expectativa de melhora nos próximos dias, a conversa fluiu e a menina se vinculou facilmente trazendo para este atendimento de escuta ativa e acolhedora, suas angústias e ansiedade frente ao novo ano letivo e ao final de meia hora, a garota estava tranquila e sorridente. Ao final do dia, os viventes trocaram seus sentimentos e reflexões quanto a experiência, considerada a mais significativa ao grupo, visto os aprendizados que possibilitou. Resultado: Para as estudantes de psicologia e serviço social, a experiência oportunizou uma intervenção ativa e afetiva, através do acolhimento e do acompanhamento da situação. Evidenciando a importância do vínculo e contribuindo para as reflexões quanto as contribuições da práxis da psicologia e do serviço social na atenção básica, inferindo de que outras formas poderiam dar continuidade na atenção desta família. O estudante de medicina ao escutar os relatos das companheiras, percebeu que não havia notado o sentimento de medo da paciente, pois para ele era apenas um procedimento ambulatorial de baixa complexidade e que tinha pecado por não olhar para o rosto da menina segundos antes de iniciar o procedimento. A partir dessa troca de experiências, ele buscou ser mais atento com os pacientes e na primeira semana de estágio na obstetrícia (duas semanas após o VER-SUS) ao acompanhar uma amniocentese com um professor com grande expertise em obstetrícia a nível nacional e notável excelência na execução de procedimentos técnicos, bem como domínio do conhecimento científico sentiu a falta de um olhar mais sensível desse médico, pois a paciente estava muito amedrontada, inclusive chorosa durante seu posicionamento na maca, enquanto ele preparava o ecógrafo. Diante disso, ele solicitou ao professor um minuto antes de iniciar o procedimento a fim de explicar novamente para a paciente as etapas do procedimento, assegurou sua mão, e olhou em seus olhos e disse que poderia ficar tranquila em relação ao procedimento e sua execução. Após dois minutos de conversa ficou nítido no rosto da paciente que sua aflição e medo foram substituídas por outros sentimentos como confiança e otimismo. Por fim, o procedimento foi executado em 10 minutos sem intercorrências “do ponto de vista médico” e sem sinais evidentes de sofrimento psicológico. Com isso o grupo compreende o sentido da interdisciplinaridade, e como esta ocorre na prática, não apenas durante o atendimento, mas especialmente na troca sobre o caso acompanhado. Considerações finais: Após o VER-SUS, a experiência continuou reverberando nas vivências dos estudantes, transformando seus olhares e práticas, e por este motivo culminou neste relato. A integralidade é apresentada nas formações em saúde enquanto princípio do SUS, entretanto, na maioria das vezes não é vivenciada. Para fazer sentido, e acompanhar o futuro profissional em sua trajetória, é preciso vivenciá-la. Espaços de formação como o VER-SUS são imprescindíveis nas formações em saúde por este motivo, pois mais do que viver em ato o cuidado compartilhado, é preciso trocar olhares e experiências, é preciso refletir e ressignificar o fazer em saúde, para que este seja de fato coletivo e integral. Fica evidente a necessidade da interdisciplinaridade ao cuidar das pessoas, em especial na formação dos profissionais da saúde, a exemplo dos acadêmicos de medicina que muito estudam sobre doenças e seus respectivos tratamentos; no entanto, nada estudam sobre formas de acolher seus pacientes assim como não recebem treinamento para lidar com as angústias das pessoas que estão sob seus cuidados. Nesse contexto, o VERSUS torna-se uma ferramenta importante de formação e qualificação dos estudantes da área da saúde para um melhor cuidado em saúde.

6312 A IMPORTÂNCIA DE UM PROJETO MULTIPROFISSIONAL BASEADO EM PRÁTICAS E VIVÊNCIAS NO SUS (VER- SUS) PARA A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Ingrid da Silva Souza, James Berson Lalane, Matheus Carvalho Mendes, Kelly Gabriela Machado, Gabriele da Silva Santos, Rodrigo Cesar de Almeida, Gabriela Zanotto Della Giustina, GABRIEL PERDIGÃO WALCHER

A IMPORTÂNCIA DE UM PROJETO MULTIPROFISSIONAL BASEADO EM PRÁTICAS E VIVÊNCIAS NO SUS (VER- SUS) PARA A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Ingrid da Silva Souza, James Berson Lalane, Matheus Carvalho Mendes, Kelly Gabriela Machado, Gabriele da Silva Santos, Rodrigo Cesar de Almeida, Gabriela Zanotto Della Giustina, GABRIEL PERDIGÃO WALCHER

Apresentação: Desde 1988, através da constituição brasileira vigente, em seu artigo 196 196, traz que a saúde é um direito de todos e um dever do estado. Além disso, através da lei nº 8080 de 1990, várias diretrizes de um novo sistema de saúde, garantiram benefícios para toda a população brasileira como a universidade e equidade. Sabe- se que o Sistema Único de Saúde (SUS) está inserido nos mais diversos aspectos da vida do cidadão brasileiro e nas diferentes camadas econômicas, onde 70% da população nacional depende única e exclusivamente do mesmo. Diante disso, é necessário que os profissionais de saúde que atuam nesse contexto sejam capacitados desde a sua graduação para compreenderem seus princípios e atendam as demandas da população de forma holística. Para tal, o Projeto de Vivências e Estágios na Realidade do SUS (VER-SUS) é pensado pela Associação Brasileira da Rede Unida com o apoio do Ministério da Saúde, inserindo jovens das diversas áreas de graduação e universidades na rede de atenção à saúde de um município possibilitando, assim, o contato com o SUS e sua realidade em um ótica micro e macroestrutural. Outrora, esse projeto faz com que o graduando possa debater conceitos e ideias através de suas vivências como futuro profissional de saúde, na finalidade de contribuir com suas graduações.  Com base no que foi exposto, esse trabalho objetiva relatar a experiência dos participantes do VER-SUS UBERABA 2018, explanando sobre o impacto desse programa para o desenvolvimento multiprofissional e a qualificação da formação do profissional de saúde. Desenvolvimento: A vivência ocorreu no município de Uberaba – Minas Gerais, durante 05 a 14 de janeiro de 2018 e contou com a presença de trinta discentes das áreas de: Arquitetura e Urbanismo, Educação Física, Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Gestão de Serviços de Saúde, Medicina, Odontologia, Psicologia, Saúde Coletiva, Serviço Social e Terapia Ocupacional. Os participantes ficaram instalados em uma chácara durante todo o período, isolados do centro da cidade,  com horários determinados para a realização de atividades programadas. Durante as manhãs, os participantes realizavam estudos e discussões de temas pertinentes à saúde pública, tais como humanização do cuidar, reforma sanitária, diversidades de gênero, níveis de atenção à saúde, combate ao estresse universitário entre outros assuntos recorrentes.  No período vespertino, eram feitas visitas às unidades do SUS do município de Uberaba, como Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Unidades Básicas de Saúde (UBS), Hospitais públicos e privados, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Unidade de Especialização e Reabilitação (UER), Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), Unidade Regional de Saúde (URS), além de um passeio histórico pela própria cidade. À noite, eram explanadas e debatidas as experiências e vivências práticas do dia, correlacionando-se com as leituras e vivências observadas em outros locais do país, além de dinâmicas que potencializavam os resultados obtidos nas explanações. Resultado: As vivências e estágios na realidade do SUS, oportunizadas pelo VER-SUS, favorecem a interlocução entre a teoria e a realidade do SUS. Isso proporciona aos discentes e aos profissionais a troca de saberes, o desenvolvimento de competências voltadas ao aprimoramento da saúde pública, o planejamento e execução de ações interdisciplinares e principalmente de educação permanente. Esse conjunto de fatores fornecem o aperfeiçoamento de habilidades essenciais como: trabalho em equipe, comunicação, empatia, resiliência e humanização. Além disso, vale ressaltar as questões estruturais do grupo, as quais pode-se apontar a diversidade de pessoas que compõem a equipe: indivíduos de diferentes territórios, áreas e realidades, buscando entender, debater e vivenciar a realidade do Sistema Único de Saúde, possibilitando criar um espaço de conhecimento mais integral e pertinente a realidade federal, não somente local. Pensando através da prerrogativa que o ser humano é complexo e necessita de diversos olhares para quando se fala em cuidado, é essencial que o profissional tenha entendimento e acesso às outras áreas que constituem essa esfera. Infelizmente, a formação acadêmica na saúde brasileira apresenta lacunas em relação a esse aspecto, assim, uma vivência que proporcione esse contato multidisciplinar é fundamental, principalmente para aqueles que serão parte da rede futuramente enquanto profissionais. Além disso, elas trazem um estreitamento da relação teoria/ prática, uma vez que faz parte dele a discussão de legislação e referenciais teóricos sobre o SUS junto com debates sobre as aproximações e distanciamentos entre o ideal e o real e a  partir disso,  pontuar o que funciona e o que pode ser melhorado. Somam- se a esse fato também os debates sobre aspectos sociais e políticos do Brasil acabam desafiando e estimulando os graduandos a criticidade, aspecto fundamental para a formação de um profissional comprometido com a transformação da realidade do país. Considerações finais: O VER-SUS permitiu compreender e entender a rede pública de atenção à saúde, a importância da atenção primária, secundária e terciária e também do processo de educação permanente na saúde. Ademais, foi possível entender o SUS na sua integralidade, por meio de diversos olhares e perspectivas, este expandiu e aprimorou os conhecimentos sobre o processo de saúde e doença e sua resolução nas unidades de saúde. Conclui- se portanto, que o VER-SUS possibilitou uma maior vivência e compreensão prática acerca dos vários componentes curriculares presentes na saúde pública do Brasil, gerando uma contribuição interprofissional aos participantes, pois além de conhecerem as disciplinas gerais em saúde, aprendem na prática a expertise profissional de cada atuação e de como uma categoria pode contribuir com a outra diariamente. Sendo assim, o projeto leva o graduando a refletir a sua formação e, consequentemente, a sua atuação voltada à coletividade, pautada nas reais necessidades de reabilitação da saúde da comunidade, na compreensão de atuação mediante a recursos limitados, trabalhando sempre em equipe, além disso, novos programas microestruturais foram criados para serem trabalhados em algumas instituições de ensino do país. Entretanto, são   necessárias   reflexões   e   discussões sobre a permanência do VER-SUS enquanto programa de educação permanente em saúde no que tange ao incentivo e valorização para maior alcance nacional na atual gestão governamental, uma vez que este projeto é uma das raras oportunidades que os graduandos e suas respectivas universidades tem de expor suas ideias, conceitos e práticas em prol da melhoria da qualidade da formação em saúde do país.

10665 UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA DA PROBLEMATIZAÇÃO PELO ARCO DE CHARLES E MAGUEREZ NA PRÁTICA PEDAGÓGICA NO ENSINO SUPERIOR: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Bahiyyeh Ahmadpour, Ana Katly Martins Gualberto Vaz, Camila Carlos Bezerra, Joice Claret Neves, Eneida Alves de Araújo Nunes

UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA DA PROBLEMATIZAÇÃO PELO ARCO DE CHARLES E MAGUEREZ NA PRÁTICA PEDAGÓGICA NO ENSINO SUPERIOR: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Bahiyyeh Ahmadpour, Ana Katly Martins Gualberto Vaz, Camila Carlos Bezerra, Joice Claret Neves, Eneida Alves de Araújo Nunes

Apresentação: A superação dos modelos tradicionais de ensino na saúde exige reflexões sobre estratégias para formação no ensino superior. A transição de um modelo tradicional para uma proposta de ensino diferenciada do processo de aprendizagem exige uma ruptura de padrões já estabelecidas oriundos da formação acadêmica. Tal como é visto na metodologia dialética, faz-se necessário um trabalho que reúna as múltiplas vivências dos alunos, bem como as propostas de estudo organizada pelo professor. Neste sentido, a aprendizagem torna-se mais significativa, uma vez que o assunto tratado perpassa o cotidiano daquele que está buscando compreender o objetivo da proposta de estudo. A Metodologia Ativa (MA) propõe um modelo de ensino na qual estimula o ensino-aprendizagem através de um pensamento crítico e reflexivo, estimulando a autonomia do acadêmico na construção de seu conhecimento. Um dos métodos trabalhados na MA é o da construção de uma situação problema, fundamentando pelo referencial teórico de Paulo Freire, em que os problemas partem de uma realidade, gerando uma reflexão crítica acerca do tema exposto. Neste estudo iremos descrever a experiência de doutorandas do curso de Doutorado Interinstitucional da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem na Saúde do Adulto (PROESA), durante a Disciplina Prática Pedagógica no Ensino Superior sobre a aplicação de uma metodologia da problematização: o Arco de Charles e Maguerez. Método: DO ESTUDO Trata-se de um estudo descritivo que relata a experiência vivida por alunas do Curso de Doutorado Interinstitucional (USP/UFAM), do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem na Saúde do Adulto, durante a Disciplina Prática Pedagógica no Ensino Superior, ministrada de 16 a 21 de novembro de 2019 em Coari-AM. A disciplina teve como objetivo compreender o processo da prática pedagógica do ensino superior em enfermagem e suas nuances. Por isso, durante as atividades as doutorandas implementaram uma metodologia problematizadora para a turma de docentes praticar o raciocínio teórico-crítico sobre a prática no ensino superior. O Arco de Charles de Maguerez consiste em uma metodologia de problematização que busca identificar e solucionar problemas encontrados na realidade de um determinado grupo, a fim de torná-los atores principais no processo. Apresenta cinco momentos: Primeiro Momento - Observação da realidade: Consiste em identificar as dificuldades, carências, discrepâncias, de várias ordens, que serão transformadas em problemas, ou seja, serão problematizadas. Segundo Momento - Pontos chaves: Neste momento, os docentes são levados a refletir sobre as principais causas daquele problema encontrado, permitindo a compreensão da sua complexidade.Terceiro Momento – Teorização: É o momento da investigação, de construir respostas mais elaboradas para o problema a fim de transformar a realidade. As informações obtidas são tratadas, analisadas e discutidas, buscando-se um sentido para elas, tendo sempre em vista a resolutividade do problema. Permitirá o desenvolvimento da etapa seguinte.Quarto Momento - Hipótese de soluções: As hipóteses são construídas após o estudo, como fruto da compreensão profunda que se obteve sobre o problema, investigando-o de todos os ângulos possíveis. Criatividade e a originalidade devem ser bastante estimuladas para se pensar nas alternativas de solução.Quinto Momento - Aplicação à realidade: Nesta fase, o indivíduo intervém e maneja situações associadas à solução do problema, mostra o comprometimento do pesquisador em transformar a sua realidade. Resultado:  A aula tinha duração de três horas, por isso, as doutorandas levaram a Pergunta Norteadora para que a turma pudesse dar início ao processo: “Quais os problemas reais vivenciados na prática pedagógica na universidade?”Os docentes foram divididos em 4 grupos por critério de afinidade (GA) (duração de 5 min.), em seguida foi estimulada a discussão em cada grupo a respeito da pergunta norteadora e foram dados 15 min. para que escrevessem na cartolina. No terceiro passo, as discussões realizadas em grupos foram acolhidas em sala, onde expuseram 4 situações problemas (SP) em 1 cartolina, esta atividade durou 15 min.GA1 – Desvalorização da educaçãoGA2 – Formação pedagógica superficial do docenteGA3 – Sobrecarga de trabalhoGA4 – Limitações na formação pedagógica do docenteEm seguida, os 4 grupos chegaram a uma situação problema comum, que foi escrita em uma cartolina como tema disparador (duração de 15 min.): Situação Problema: A desvalorização da educação afeta a formação pedagógica, repercutindo na qualidade do ensino. No quinto passo, cada grupo trouxe os pontos chaves (PC) da situação problema comum e os escreveram na cartolina, totalizando quatro pontos chaves (duração de 15 min.): baixo incentivo financeiro e políticas públicas; pouca sensibilização da sociedade; multitarefas; pouco reconhecimento. Após o levantamento dos pontos chaves, os docentes foram convidados a discuti-los com levantamento de informações, experiências vivenciadas e conversa com a literatura. A teorização foi escrita em duas cartolinas (duração de 30 min.). Os participantes mencionaram alguns pontos relacionados à teorização para o avanço das práticas pedagógicas no ensino superior: Metodologia Dialética; Pensamento Crítico; Sensibilização; Incentivo à participação popular nas políticas públicas; aprendizagem significativa. Além disso, foram mencionados sobre desafios para este avanço: a estagnação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB); desvalorização dos professores e; dificuldade para liberação para licença capacitação dos professores, instituído através do decreto No 9.991/2019 que dispõe sobre a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoas – PNDP. No levantamento das hipóteses de solução, os participantes foram incentivados a descrevê-las em uma cartolina individual (duração 20 min.): autoavaliação docente; mobilização social; metodologias inovadoras; prática docente aliada ao discurso; participação política docente e discente (comunidade acadêmica). Entrou-se em um consenso de que a mobilização social necessitaria do envolvimento para além dos muros da Universidade. Para a aplicação à realidade os grupos propuseram duas estratégias para o Projeto Aplicativo (duração de 10 min.): promoção de encontros e aplicação de metodologias inovadoras a fim de facilitar o aprendizado crítico-reflexivo. Considerações finais: A preparação pedagógica do docente universitário é um desafio, pois necessita-se de um diálogo entre a experiência, a prática e a teoria, em um movimento de descobertas. O desenvolvimento das práticas pedagógicas se dá por meio da reflexão e da autoavaliação em busca de soluções inovadoras.Utilizando a Metodologia da Problematização e com base no Arco de Charles e Maguerez, os problemas foram apontados pelos docentes/doutorandos, a partir da realidade observada na prática pedagógica, em que se identificou-se características e contradições, apresentando-se dinâmica e complexa. Fornecer momentos de trocas, reflexões e análises sobre as práticas pedagógicas entre os docentes nas instituições de ensino superior, a partir das necessidades encontradas coletivamente contribui para a construção dos saberes, evidenciando a necessidade de avaliação contínua do professor. Essas oportunidades provocam novas sínteses, a partir do coletivo, refletindo sobre o que se faz, proporcionando conhecimento e vinculação entre os pares.