316: As Práticas Integrativas e Complementares no Contexto do Trabalho em Saúde
Ativador: Ashley Vanessa Williams
Data: 30/10/2020    Local: Sala 16 - Távolas de trabalhos    Horário: 16:00 - 18:00
ID Título do Trabalho/Autores
6263 YOGA NO SUS: DESPERTANDO O CUIDADO DE SI
Gabi Müller, Renata Gravina Assis, Alexandra Stortti, Ronie Lowe

YOGA NO SUS: DESPERTANDO O CUIDADO DE SI

Autores: Gabi Müller, Renata Gravina Assis, Alexandra Stortti, Ronie Lowe

Apresentação: De encontro com a integralidade da assistência, um dos princípios almejados na criação do Sistema Único de Saúde, o Ministério da Saúde publicou a Portaria GM/MS n.º 971, de 3 de maio de 2006. Esta dispõe sobre a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPICS) que considera não só os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde, mas também uma abordagem ampliada do processo saúde-doença e a promoção global do cuidado. Na atenção básica à saúde, as equipes de estratégia de saúde da família (ESF) têm o papel do cuidado humanizado e integral à população. O yoga e a meditação estão mundialmente difundidos. A prática do Yoga abrange aspectos físicos, mentais, emocionais, e espirituais no intuito da unificação do ser humano em Si e por Si, despertando o cuidado de Si como uma atitude, uma forma de estar no mundo seguida de agir, de ter relações com os outros, de encarar as coisas e que posteriormente reflete diretamente em um pensamento, uma atenção, um olhar, uma preocupação com o que se pensa e se sente, igualmente em uma ação, sobre o próprio sujeito e exercícios que buscam a transfiguração, a transformação, tudo isso no campo da imanência. E esta ferramenta é a descoberta de Foucault (2010), um grande convite de atividade em grupo. Agindo na regulação do sistema nervoso e respiratório, no equilíbrio do sono, no aumento da vitalidade psicofísica dentre outros benefícios, a meditação é uma prática de harmonização dos estados mentais e da consciência. Seus praticantes sensibilizam a percepção desenvolvendo autoconhecimento e consciência. Também permite ao indivíduo perceber padrões de comportamento criando mecanismos de enfrentamento diante situações que impactam sua saúde (BRASIL, 2018; BRASIL, 2017). Atuamos em Benedito Novo/SC, uma pequena comunidade rural, colonizada por imigrantes alemães e italianos, culturalmente bastante rígida e com altos índices de doenças crônicas, quadros depressivos, distúrbios psicológicos e comportamentos suicidas. Mediante tal realidade e conhecendo os benefícios destas práticas levamos a proposta destas práticas à gestão municipal. Corroborando com a PNPICS e com apoio da gestão, o processo de implementação se deu no ano de 2017 em 3 etapas: 1) Sensibilização dos profissionais e usuários em relação ao autocuidado a partir da Meditação e Yoga: aconteceu no primeiro trimestre por meio de palestras, distribuição de folders e aulas experimentais. 2) Pactuação e aplicação da prática para usuários e profissionais interessados no autocuidado: formamos uma turma com 10 participantes com encontros semanais, de abril a novembro, introduzindo a prática da filosofia da Meditação e Yoga. 3) Avaliação dos Resultado: através de consultas de acompanhamento das condições de saúde-doença, pesquisa de opinião com os participantes e observação diária dos resultados pelos profissionais de saúde e gestão municipal. As aulas duraram 1 h, dividida em: A) Chamada para introspecção em silencio e canto do mantra Om. B) Aquecimento articular. C) Asanas: postura de Yoga. D) Pranayama: pratica de respiração. E) Relaxamento. F) Meditação guiada. Os participantes relatam melhora significativa na qualidade de vida, pois o Yoga proporciona alcançarmos algo dentro de nós – o nosso verdadeiro Eu. Mas para que possamos nos aprofundar em nós mesmos, precisamos conhecer nosso corpo físico. Assim precisamos saber o que há dentro de nós para podermos compreender por que algumas coisas são relativamente mais fáceis de mudar enquanto outras parecem ser tão difíceis. Quanta energia devemos dispor para trabalhar por meio de nossa própria resistência? Quando devemos nos entregar a algo que tem pouca chance de mudar? Ambas as situações exigem esforço e entrega. Achei este parágrafo meio solto, não seria melhor ser a continuação do de cima? Os usuários relatam também um reconexão com sua respiração, pois as técnicas de respiração no Yoga (Pranayama) são um importante professor. A respiração tem uma natureza dupla, é tanto voluntária como autônoma e é por isso que a respiração esclarece a eterna investigação sobre o que podemos controlar ou mudar e o que não podemos. Consequentemente levam à diminuição na ansiedade e suas crises, melhora na qualidade do sono, diminui significativamente os níveis de estresse, alivio de dores musculares, consequentemente trazendo uma satisfação e felicidade ao indivíduo por ele poder realizar a atividades diárias sem dor. A proposta do projeto foi promover a saúde por meio da prática do Yoga, através do estimulo do autoconhecimento, autocuidado e paz interior. A ideia de promoção envolve o fortalecimento da capacidade individual e coletiva para lidar com a variedade dos condicionantes da saúde, como preconizam a Política Nacional de Humanização (PNH), a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e a Política Nacional de Promoção de Saúde (PNPS). Sobretudo, no que diz respeito à criação de vínculos solidários, fomento da autonomia e protagonismos no processo de produção de bem-estar. Afirmam uma mudança na sua forma de pensar e em sua auto consciência, pois criaram uma nova forma de se ver e ver o mundo. Todas as informações coletadas demonstram aspectos muito positivos, principalmente na qualidade de vida. Há relatos na diminuição de utilização de medicamentos para tratamento de insônia, depressão e analgésicos. Assim sendo foi alcançado o objetivo de despertar uma nova consciência corporal, mental e espiritual. Concluiu-se que esta foi uma experiência exitosa. Para 2020, profissionais e gestão municipal visam à ampliação, reconhecendo que a Meditação e o Yoga são ferramentas no enfrentamento de diversos problemas de saúde, bem como, no empoderamento do indivíduo para o seu autocuidado. Recomenda-se replicar esta prática tornando possíveis pesquisas que impulsionem o poder público na capacitação de profissionais para ampliação desta oferta. Conforme B.K. S. Iyengar: "O Citta (mente, razão e ego) é como uma carroça atrelada a uma parelha de fortes cavalos. Um deles é Prana (respiração), o outro é Vasana (desejo). A carroça move-se na direção do animal mais forte. Se a respiração prevalece, os desejos são controlados, os sentidos são limitados e a mente é acalmada. Se o desejo prevalece, a respiração se desorganiza, e a mente fica agitada e perturbada. Portanto, o yogi domina a ciência da respiração e, com sua prática, controla a mente e detém seu constante movimento." 

6687 A IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES (PICS) NO TRABALHO DE PARTO E OS SEUS BENEFÍCIOS TERAPÊUTICOS À PARTURIENTE
Samir Felipe Amoras

A IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES (PICS) NO TRABALHO DE PARTO E OS SEUS BENEFÍCIOS TERAPÊUTICOS À PARTURIENTE

Autores: Samir Felipe Amoras

Apresentação: Durante o século XIX, a assistência à mulher na hora do parto era feita por parteiras que preparavam e acompanhavam as parturientes nos seus domicílios até no período puerperal. No século XX, passou-se a realizar os partos no âmbito hospitalar com muita mais frequência, possibilitando o aumento do modelo biomédico no qual exalta a teoria intervencionista e curativa, deixando assim para trás o modelo empírico. Este modelo que passou para dentro do ambiente hospitalar gera atualmente várias discussões e reflexões sobre o parto. No Brasil, ainda é muito presente o modelo de cuidar biomédico, o qual visa assistência na cura do doente, descaracterizando o trabalho humanizado. Entretanto, as Práticas Integrativas e Complementares (PICs) formam um modelo inovador no qual pode-se prestar uma assistência humanizada aos pacientes, pois, essas práticas proporcionam desenvolver mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde e bem-estar físico, mental e social. Esse objetivo é alcançado por meio do uso de tecnologias naturais que não utilizam substâncias inexistentes na natureza, com isso, torna-se uma prática com baixo risco à saúde e um elevado potencial desmedicalizante. Em 2006, foi aprovada no Sistema Único de Saúde (SUS), através da portaria n° 971, de 03 de maio do mesmo ano referido, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). As PICs, como a Acupuntura, Shantala ou ainda a Fitoterapia, quando postas em prática pode-se alcançar como resultado um bem-estar mental, físico, aliviando a dor. As gestantes podem realizar o seu parto de duas formas, a primeira é a Cesariana, caracteriza-se como uma intervenção cirúrgica, a segunda forma é o parto normal, onde a mulher geralmente sente dor, ansiedade, durante todo o Trabalho de Parto (TP), isso ocorre principalmente pelo aumento progressivo das contrações uterinas. Porém, de acordo com Lima (2019), esse quinto sinal vital pode ser aliviado por: “técnicas de respiração, hidroterapia (banho, parto na água e banheira para imersão), massagem, acupuntura/acupressão, estimulação elétrica transcutânea e hipnoterapia.” Dessa forma, as práticas integrativas e complementares se enquadram na atenção à saúde da mulher ao convergir para as propostas de humanização da assistência ao parto e nascimento. Esse novo enfoque e a forma de intervir baseia-se na participação ativa da mulher no processo, envolvendo o suporte emocional e social das mulheres no exercício da autonomia e cidadania femininas. A proposta das PICs vem com a ideia de complementação, ampliação de acesso às ações de saúde na perspectiva da integralidade da atenção, que envolve as múltiplas dimensões dos problemas de saúde pública e das pessoas, mediante uma abordagem integral e de boa qualidade. Objetivo: este estudo traz como questão norteadora: quais os benefícios resultantes das Práticas Integrativas e Complementares para a parturiente? Para isso, o estudo objetivou analisar nas literaturas bibliográficas a implementação das PICs e seus benefícios terapêuticos para as gestantes durante o trabalho de parto. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, produzida a partir das seguintes etapas: desenvolvimento da questão norteadora; busca dos estudos nas bases de dados; retirada de dados dos estudos; julgamento dos estudos selecionados; análise e síntese dos resultados e apresentação da revisão. A coleta de dados foi realizada em setembro e outubro de 2019. Para a seleção dos artigos foram consultadas as bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de dados em Enfermagem (BDENF) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciência da Saúde (LILACS). Teve-se como critérios de inclusão para a seleção dos estudos: estudos em português, publicados em periódicos entre 2015 e 2019 e que abordassem a utilização das PICs pelos enfermeiros em seus processos de trabalho com parturientes. Sobre os critérios de exclusão teve-se: trabalhos que eram monografias, dissertações ou teses, artigos em outros idiomas que não fosse o português e aqueles que, após a leitura na íntegra, não se relacionavam com o objetivo desta pesquisa. A escolha dos artigos foi efetuada através da leitura minuciosa dos títulos e resumos, de modo que os escolhidos para a seleção final atendiam aos critérios de inclusão supracitados. Resultado: A partir do estudo exposto, foi possível analisar e identificar a importância dos benefícios das PICs para a parturiente, considerando que o trabalho de parto é um processo natural, mas onde pode ser oferecido uma assistência de enfermagem humanizada, e sempre conduzindo a mulher no enfretamento e alívio da dor (ANDRADE, 2015). Estudo com Aromaterapia para alívio da dor durante o trabalho de parto evidenciou que as intervenções não farmacológicas é uma opção para substituir dentro de um limite o uso de analgésicos e anestésicos durante o trabalho de parto. E que a aromaterapia como um MNF, tem ajudado a mulher durante a gestação e trabalho de parto, nesse estudo alcançou uma redução no alívio da dor em mulheres nulíparas, bem como a diminuição do medo e da ansiedade (SILVA et al, 2019).Um ensaio clínico randomizado e controlado, realizado em 2016, evidenciou que o grupo das intervenções associadas (banho quente e bola suíça associados), mostrou ser clinicamente favorável à progressão do trabalho de parto e a ocorrência do parto normal em relação ao uso isolado das intervenções estudadas, entretanto, o grupo que usou Banho As parturientes que fizeram a utilização do Banho Quente e Bola Suíça associados, aplicaram menos analgesia e tiveram maior ocorrência de parto normal, maior progressão da dilatação cervical e melhor evolução da descida da apresentação fetal, aumento da frequência das contrações Uterinas. Estudo clínico utilizando a hidroterapia durante o trabalho de parto revelou um aumento da sensação de bem-estar associado ao relaxamento, maior satisfação decorrente da liberdade de movimentação e de privacidade, o que pode estar relacionado a redução da ansiedade. Sendo assim, constatou-se que o Banho Quente proporciona alívio da dor, ansiedade, aumenta o conforto e proporciona sentimentos positivos durante o trabalho de parto, principalmente quando combinado ao exercício perineal com Bola Suíça, o seu uso facilita uma abordagem onde o profissional proporciona atenção centrados na mulher o que leva aos seus benefícios. Considerações finais: Neste estudo, observou-se a importância da implementação de práticas integrativas e complementares (PICs), com o objetivo do alivio da dor no trabalho de parto, entretanto, mesmo com todos os benefícios, o emprego de terapias complementares como possibilidades para o alivio da dor no trabalho de parto deve ser ainda mais utilizados entre os profissionais, uma vez que as PICs fazem parte das estratégias nacionais e  internacionais de atenção a gestação, parto e por seus efeitos serem benéficos para o bem-estar das parturientes, ocasionando um melhor trabalho de parto.

9181 A ARTE DE CURAR: O PODER DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE E SEU PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO NO MUNICÍPIO DE TEFÉ/AMAZONAS
Alberto Retto Filho, Renata Figueiró, Heloise Guimarães, Adriana Moreira, Fabiana Manica Martins

A ARTE DE CURAR: O PODER DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE E SEU PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO NO MUNICÍPIO DE TEFÉ/AMAZONAS

Autores: Alberto Retto Filho, Renata Figueiró, Heloise Guimarães, Adriana Moreira, Fabiana Manica Martins

Apresentação: O Objetivo deste trabalho é relatar o processo de Implantação das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) no município de Tefé, ofertadas pela Secretaria Municipal de Saúde proporcionando maior qualidade de vida a população. Desde as descobertas das novas técnicas e maneiras de atividades que trazem benefícios para saúde, tem se observado que no Brasil as PICS – Práticas Integrativas e Complementares na Saúde estão ganhando cada vez mais espaço. Através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares na Saúde (PNPICS) criada em 2006, sendo ampliada em 2017, o Ministério da Saúde têm dado espaços e oportunidades de alternativas para os usuários do Sistema Único de Saúde para que essas práticas sejam aplicadas e trabalhadas pelos profissionais de saúde e que contribuam no processo de recuperação, prevenção e promoção à saúde deste cidadão. Desenvolvimento: Neste sentido, a Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) Tefé vem investindo nos seus profissionais no que diz respeito ao aperfeiçoamento e qualificação de novos cursos e práticas integrativas que possam contribuir no cuidado ao usuário, ampliando a oferta de serviços. Tendo em vista uma grande demanda de usuários adoecidos físico, mental e emocionalmente, em busca de soluções para aliviar suas dores, na procura desenfreada por tratamentos que não apresentam eficácia e até mesmo a alto medicação, foi pensado na implantação das PICS como uma alternativa de solucionar ou minimizar as maiores problemáticas apresentadas. Desde julho de 2019 após a formação de 10 trabalhadores em Auriculoterapia, a SEMSA deu início ao processo de implantação, através do espaço físico da Fisioterapia, onde durante as quintas-feiras as Práticas Integrativas acontecem. Inicialmente ofertamos a Auriculoterapia, a meditação e a massoterapia. Após os bons resultados obtidos, como por exemplo: pacientes que sofriam de insônia a muito tempo, ao começarem o tratamento relataram grande melhora e começaram a trazer outras pessoas que sentiam os mesmos sintomas, e grande procura por essas práticas. Esses serviços foram expandidos sendo realizadas atualmente formação de novos trabalhadores. Assim, com maior número de profissionais habilitados, puderam ampliar seus conhecimentos e desse modo multiplicar os atendimentos à população e ainda, somar com novas práticas, como Shantala, Auriculoterapia e Dança Circular. Além do mais, a oferta dessas práticas foram expandidas para as Unidades Básicas de Saúde (UBS), sendo acompanhadas por profissionais de vários setores da saúde como: Centro Especializado em Reabilitação (CER), Núcleo Ampliado à Saúde da Família (NASF), Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) e outros, uma vez por semana, e assim estão sendo ampliadas e ofertadas a mais pessoas que tem apresentado melhora em sua saúde do corpo e da mente. Resultado: As PICS já é um sucesso em Tefé, uma ferramenta que tá conquistando aos poucos a população, gerando saúde, prevenção e ao mesmo tempo divulgação. O poder que as práticas vem realizando na vida das pessoas tem despertado o interesse também dos profissionais de saúde em quererem se profissionalizar para melhor atender no seu local de trabalho. E isso tem criado vínculos e harmonia no ambiente de trabalho entre profissional e cliente. Houve melhoria na qualidade de vida e saúde da população. Gradativamente o cliente está percebendo que há novas soluções de tratamento e isso tem feito o povo olhar para a saúde com outros olhos.  O impacto das práticas na vida da população deu início a uma nova maneira de se fazer saúde, o que antes se via somente em clinicas particulares hoje se vê no posto de saúde. Percebe-se que muitos clientes relataram que não fazem uso de medicação como antes, principalmente os que tinham insônia. Para a equipe de profissionais que aplicam as práticas se tornou uma paixão e uma forma de trocar as experiências adquiridas, sem falar que se tornou um forma de sair do seu quadrado e se lançar em fazer coisas novas para a melhoria do cuidado e um olhar especial ao usuário. Do ponto de vista da gestão, já se pode prever futuramente o impacto diante deste serviço como a diminuição de uso de medicamentos, assim como exames, e até a procura por atendimento na média e alta complexidade. Assim como podemos destacar a proposta de um espaço físico futuro para que estas práticas sejam implementadas, favorecendo uma ambiência agradável, satisfatória, onde os usuários se sintam acolhidos e possam usufruir de várias outras atividades que estão sendo implantadas gradativamente. Dessa forma a continuidade deste belo trabalho, irá contribuir cada dia para que não somente os usuários, como os trabalhadores, sintam-se convidados a fazerem parte dessa experiência magnifica que são as PICS. Podemos dizer que com pouco tempo de implantação dessas práticas, e pelos relatos de alguns usuários que não voltaram mais a tomar certas medicações, que as práticas tem causado uma grande transformação de forma positiva em suas vidas, ocasionando hábitos saudáveis, melhor disposição, melhoria no sono, diminuição da ansiedade e da dor, controle de vícios por exemplo: uso de álcool e tabagismo. Lembrando ainda que após a alta do paciente em qualquer uma das práticas já citadas anteriormente, este é encaminhado para a realização de outra prática. Resultado: Dessa forma percebe-se desde a implantação das PICS o quanto a SEMSA tem investido e apoiado os trabalhadores da saúde em aperfeiçoarem-se cada dia mais, procurando novas práticas como: Reike, Musicoterapia, Arteterapia, Dança Circular, Tai Chi Chuan, Aromaterapia, Plantas Medicinais, entre outras, podendo assim agregar e somar com as PICS que já estão em andamento. Espera-se com todo esse trabalho realizado, que os usuários possam apresentar melhoria na qualidade de vida e principalmente êxito nos tratamentos que buscarem através das PICS implantadas no município de Tefé. As Equipes de Atenção Básica poderão ainda reconhecer, no território, grupos e associações comunitárias, instituições da sociedade civil como associações, entre outros, escolas e creches, núcleos religiosos, entre outros, e propor parcerias para o desenvolvimento das PICS, definindo metas, objetivos e assim melhorando e atingindo os indicadores de saúde.

11808 INTERVENÇÕES SOBRE O USO DE PLANTAS MEDICINAIS POR PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Diogenes Farias Gomes, Suênia Évelyn Simplício Teixeira, Ana Claudia Costa de Sampaio, Karina Oliveira de Mesquita, Marcos Aguiar Ribeiro

INTERVENÇÕES SOBRE O USO DE PLANTAS MEDICINAIS POR PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: Diogenes Farias Gomes, Suênia Évelyn Simplício Teixeira, Ana Claudia Costa de Sampaio, Karina Oliveira de Mesquita, Marcos Aguiar Ribeiro

Apresentação: O uso de plantas para fins medicinais é uma prática milenar, e possui estreita relação com o processo saúde doença a fim de estabelecer um bem-estar físico e mental do indivíduo. Ao passar do tempo, no convívio com homem, essa prática sofreu processos de modificações, mas que deixaram características peculiares em nossa ancestralidade e culturalidade brasileira voltada para as plantas medicinais e a fitoterapia. Após a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) por meio de várias conferências e discussões acerca das Práticas Integrativas e Complementares a Saúde (PICS) buscou resgatar o uso seguro e racional das plantas medicinais no cuidado complementar aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como destinar a continuidade da relevância dessa prática, na melhoria da atenção integral a saúde. Para o Ministério da Saúde entre as terapias que compõem as PICS, as plantas medicinais e a fitoterapia são as mais utilizadas no contexto da Atenção Primária a Saúde (APS). Contudo, a inclusão das PICS no processo de trabalho dos profissionais, detém que os órgãos responsáveis pela educação permanente na saúde, apropriem-se e estimulem essas práticas. Assim, esse estudo teve o objetivo de construir um memento terapêutico e um mapa inteligente a fim orientar e qualificar os profissionais da ESF sobre o uso das plantas medicinais como alternativa terapêutica. Método: Foi realizada uma pesquisa-intervenção com profissionais e usuários da ESF, desenvolvido a partir da Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia. O estudo foi realizado no período de julho de 2019 a janeiro de 2020, com realização das intervenções entre novembro de 2019 e janeiro de 2020. A intervenção aconteceu no Centro de Saúde da Família José Nilson Ferreira Gomes (CSF Novo Recanto), bairro Recanto II, no município de Sobral, Ceará. A construção do memento se deu no início com o mapeamento territorial das plantas medicinais nos territórios a partir de visitas domiciliares com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) às famílias identificadas como potenciais usuárias de plantas medicinais, quanto ao cultivo e uso com finalidade terapêutica. A identificação das famílias foi realizada por meio de diálogo coletivo com todos os ACS. Neste processo, foram consideradas as localizações das famílias e tipos de plantas cultivadas para a confecção de um mapa inteligente. Além das visitas domiciliares também foram analisadas as consultas médicas e de enfermagem a partir de uma observação não participante – para isso, foi utilizado um instrumento de obervação. O mapa foi confeccionado por meio do Software Qgis 3.0. Os sujeitos da pesquisa foram escolhidos por serem os principais profissionais prescritores e orientadores no processo de cuidado a comunidade. Foram realizadas 19 visitas domiciliares com os ACS e o acompanhamento por 5 dias com os profissionais da saúde (enfermeira e médica). Foram identificadas 39 plantas medicinais em uso na comunidade. A intervenção ocorreu em três momentos: 1) aproximação dos ACS com os dados coletados para confecção do mapa inteligente; 2) construção do memento terapêutico junto com a equipe; 3) exposição do memento, sua estrutura e pontos mais importantes a serem observados pelos profissionais no seu manuseio. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Estadual Vale do Acaraú. Resultado: A lógica implicada nos momentos da intervenção foi a de Educação Permanente em Saúde. A partir das unidades de coleta e análise foi possível a construção do memento terapêutico, bem como do mapa inteligente. Tendo como propósito auxiliar no manejo dos profissionais nos momentos de prescrição e orientações, quanto às plantas medicinais. O memento terapêutico foi elaborado com uma linguagem simples e concisa, que incluiu o nome da planta medicinal (popular e científico), indicação terapêutica, contraindicação, interação medicamentosa, modo de preparo (ou uso) e posologia. O mapa inteligente viabiliz ou a visualização de forma total do território dos pontos onde podemos encontrar as famílias que utilizam plantas medicinais, bem como podemos tornar um instrumento de identificação e planejamento de outras propostas para a ESF. Visto que a equipe de saúde deve se permitir utilizar outras ferramentas de organização voltadas às práticas de prevenção e promoção da saúde. Na territorialização, passamos por um processo de exploração da área adstrita atualizando as potencialidades e fragilidades existentes no território, para análise dos determinantes sociais no contexto saúde e doença. O mapa inteligente é bastante utilizado nesse processo podendo servir como instrumento de análise, identificando à realidade do cotidiano do território vivo que nos auxilia no planejamento e construção de ações, buscando traçar melhorias no cuidado integral a saúde do usuário. A localização precisa das famílias foi realizada através dos endereços registrados nas visitas domiciliares e conferidos juntamente nos cadastros do e-SUS, sendo possível a confecção do mapa inteligente. Com o mapa construído podemos observar que a área correspondente ao Residencial Meruoca, localidade interna ao cenário da pesquisa, obteve mais plantas cultivas, diferentemente da área de maior vulnerabilidade e renda econômica dos profissionais ACS 1, 3, 4 e 6. Esse fator percebido através da construção do mapa pode estar relacionado a não ter local para serem cultivadas na área de maior vulnerabilidade, algumas casas não há quintais ou em maior parte são cimentados. De forma geral, a maioria das plantas era cultivada em jarros, aproveitando os espaços existentes para cultivo. Observamos também o menor conhecimento sobre suas finalidades por esta parte das famílias do território dos profissionais ACS 1, 3, 4 e 6. Alguns deles cultivavam as plantas medicinai apenas para dar a comunidade ou para ofertar as pessoas quando estivessem precisando. Com o mapa inteligente podemos visualizar o espaço geográfico dos locais de cultivo, para que possamos nos permitir em qualquer tempo oportuno encontrar as famílias e utilizar desse instrumento de localização para utilização das plantas medicinais. Bem como, algumas delas são pessoas em potencial, capazes de realizar momentos de educação permanente junto aos profissionais, na busca da complementação dos conhecimentos acerca do tema ou da educação popular enraizada em seu território. A possibilidade dessa troca mútua entre os conhecimentos populares e científicos por meio do diálogo entre profissionais e a comunidade, fez estreitarem-se os laços, gerando um vínculo e uma confiança no que está sendo proposto nos momentos das consultas. Além disso, corresponsabiliza o paciente pelo autocuidado, proporcionando uma comunicação mais efetiva entre o saber popular do usuário e a visão de uma clínica ampliada pelos profissionais. Considerações finais: Através desses fatores que conseguimos observar e compreender, percebemos o quanto o meio em que vivemos reflete no contexto de vida dessas pessoas, e o quanto devemos resgatar essa valorização do saber local e da construção coletiva para fortalecimento da gestão participativa na comunidade e na saúde. O uso de plantas medicinais pela comunidade no território de atuação da residente é de fato cultivado e disseminado pela maioria das pessoas como algo mais natural e saudável. As plantas estão ali como aliadas nesse processo de melhora de determinados sinais e sintomas, como uso diário. A construção do memento terapêutico e do mapa inteligente são ferramentas relevantes para os profissionais da ESF no processo de cuidado de toda uma comunidade. Saber usufruir e permanecer nesse continuo processo de aprendizagem dos diversos saberes populares, bem como da educação permanente no processo de trabalho é algo fundamental na construção de uma APS com qualidade.