303: Gerenciamento e gestão de serviços na atenção hospitalar
Ativador: Simone Graziele Silva Cunha
Data: 30/10/2020    Local: Sala 16 - Távolas de trabalhos    Horário: 10:30 - 12:30
ID Título do Trabalho/Autores
6485 JUST IN TIME E CURVA ABC: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE MÉTODOS ALTERNATIVOS NO GERENCIAMENTO DE MATERIAIS EM INSTITUIÇÕES DE SAÚDE
Ágatha Cappella Dias, Mellissa Barreto Oliveira da Silva, Caroline Figueiredo Moura, Maritza Consuelo Ortiz Sanchez

JUST IN TIME E CURVA ABC: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE MÉTODOS ALTERNATIVOS NO GERENCIAMENTO DE MATERIAIS EM INSTITUIÇÕES DE SAÚDE

Autores: Ágatha Cappella Dias, Mellissa Barreto Oliveira da Silva, Caroline Figueiredo Moura, Maritza Consuelo Ortiz Sanchez

Apresentação: Nas instituições de saúde, especialmente nos hospitais, a Gestão de Recursos Materiais (GRM) constitui-se em uma questão particularmente importante, considerando a diversidade de materiais utilizados, seu elevado custo, especialmente daqueles ligados à assistência das pessoas hospitalizadas. As instituições hospitalares, principalmente as do setor privado, envolvidas no meio competitivo e preocupadas em manter espaço no mercado têm avançado no desenvolvimento de sistemas informatizados de gestão de materiais que, além de permitirem maior controle na compra e distribuição de materiais, têm contribuído para a redução dos custos. Dessa forma, como alguns dos métodos alternativos estão o Just in time, que estabelece o estoque mínimo, o consumo e a reposição de materiais a partir da demanda real existente, e a curva ABC, a qual classifica os itens de acordo com a sua importância, desde a classe A como a representação dos materiais com maior custo, à classe C, incluindo os itens restantes e que são pouco utilizados na instituição. Objetivo: Conhecer ou mostrar a produção científica sobre a eficácia dos métodos Just in Time (JIT) e Curva ABC na gestão de materiais nas instituições de saúde, correlacionando o controle de custos com o aumento da prestação de assistência à saúde. Método: Trata-se de uma revisão bibliográfica integrativa, tendo como questão norteadora: Os métodos Just in Time e Curva ABC são eficazes na gestão de materiais sobretudo no controle de custos nas instituições de saúde? A busca de artigos acerca dos métodos ocorreu nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO ), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Google Acadêmico. Considerou-se o início de 1998 até 2015; na busca observou-se lacunas no que diz respeito à publicação de artigos de relevância para o presente estudo, ou não foram selecionados porque não obedeceram aos critérios de inclusão. Foram utilizados os descritores: gerenciamento, gestão de materiais, just in time e curva ABC. O levantamento de dados foi realizado no mês de outubro de 2019, totalizando 20 artigos sobre os temas sendo selecionados 5 trabalhos que atenderam aos critérios de inclusão: a) publicações a partir do ano de 1998 com delineamento experimental ou observacional; b) aplicabilidade do método just in time ou curva ABC nos processos de custos e gerenciamento na área de saúde; c) manejo do profissional na gestão de estoque; d) relacionar o método alternativo com o gerenciamento de materiais em instituições de grande porte. Foram considerados como critério de exclusão: a) estudos com os métodos aplicados em instituições que não tenham correlação com a área de saúde; b) estudos de revisão de literatura.  Resultado: O artigo de Santos e Maçada (1998) tem por objetivo uma pesquisa de caráter exploratório, para analisar a utilização do método Just in time como ferramenta para a melhor gestão de materiais no ambiente hospitalar. Foi realizado um estudo de caso no hospital privado de Porto Alegre, focalizando o setor de distribuição de suprimentos e medicamentos, onde se aplica a técnica Just in time. Como resultado, eles conseguiram identificar várias características do JIT que estavam funcionando corretamente nessa distribuição de medicamentos, comprovando que a sistematização do Just in time pode ser aplicada em diversos locais. Na análise do artigo de Paschoal e Castilho (2010), a implantação do Sistema de Gestão de Materiais (SGM) fundamentado nos princípios do Just in Time no Hospital Universitário da USP permitiu o conhecimento real do consumo e dos custos de estoques por atender as demandas do usuário a partir do estabelecimento do estoque mínimo, ou seja, de acordo com a demanda real existente, não havendo excesso de materiais e, consequentemente, eliminando o desperdício. Foi constatada uma redução de 8,13% do consumo de materiais em 2008, em relação ao ano de 2007. A quantidade de materiais em estoque reduziu 26,22% e o custo desses apresentou uma redução de 12,46%. Houve uma reestruturação das áreas gerenciamento para atender à ferramenta aplicada na instituição. O artigo de Vago e colaboradores (2013) teve seu estudo realizado num Centro de Pesquisa Federal, o qual realiza pesquisas na área de saúde. Após o levantamento do estoque da instituição, a aplicação  da ferramenta Curva ABC demonstrou a importância de determinados itens e como estes devem ser administrados de acordo com a sua movimentação e o seu valor financeiro, por exemplo: a existência de muitos materiais de classe C que possuem pouca movimentação, levando à identificação de possíveis compras desnecessárias para a reposição do estoque, podendo priorizar itens de outras classes que tenham maiores movimentações, como aqueles da classe A. Dessa forma, devido ao alto valor financeiro constatado na classe C para pouca movimentação relacionada com a porcentagem de materiais sem estoque nas classes A e B, conclui-se que a aplicação dessa ferramenta no gerenciamento dos materiais propõe uma melhora na administração dos recursos a partir da visualização dos resultados de custos e operacionais. O artigo de Lira (2014), após a realização de um estudo avaliativo objetivando a análise e avaliação do sistema de informação hospitalar como suporte para os métodos JIT (Just in Time), ERP (Enterprise Resources Planning) e OPT (Optimized Production Technology) teve como método a realização de questionários estruturados e entrevista pessoal junto a 5 diretores do hospital da rede privada de Campina Grande. Como resultado pode-se verificar através dos dados coletados que 60% dos entrevistados demonstraram-se satisfeitos com o desempenho do sistema, revelando sua eficiência e eficácia no processo de gestão da produção uma vez que os métodos permitem uma gestão mais apropriada e que, juntamente ao sistema de informação hospitalar, geram aumento de produtividade, qualidade e segurança dentro das unidades. O artigo de Duarte (2015) trata-se de um estudo de caso realizado em um hospital público de nível terciário, através da análise de materiais pela classificação da curva ABC e da curva VEN. Com a curva ABC foi possível constatar a porcentagem aplicada nos custos de cada classe, tendo menor quantidade de itens na classe A, sendo esta a de maior importância. Ao elaborar a divisão de materiais no estudo, as causas dos problemas puderam ser elucidadas, como adversidades no planejamento e gestão e no fornecimento de recursos. Assim, o método alternativo trouxe uma forma de organizar e controlar o estoque de determinada instituição. Considerações finais: O método JIT e a Curva ABC tem sido utilizados para otimizar o gerenciamento de materiais nos hospitais, gerando uma redução de custos e uma assistência melhor prestada pela equipe de saúde. Diversos hospitais têm aderido a esses sistemas e pode ser observado, durante o tempo de aplicação, o melhor controle de insumos hospitalares, através da diminuição de gastos e readequação do estoque frente às maiores necessidades. São necessários mais estudos experimentais acerca dos dois métodos alternativos para reforçar a sua eficácia na aplicação da gestão de materiais em instituições de saúde.

6648 CADERNETA DO PROFISSIONAL DE SAÚDE EM AMBIENTE HOSPITALAR: UMA PROPOSTA INOVADORA.
Gabriela Éleres Casseb, Marussa Gabriela Vulcão Machado, Milena da Silva Monteiro, Sarah Valéria Amarijo Corrêa, Thaís Lopes Pastana, Ingrid Bentes Lima, Gabriela Rocha Reis, Tatiana Menezes Noronha Panzetti

CADERNETA DO PROFISSIONAL DE SAÚDE EM AMBIENTE HOSPITALAR: UMA PROPOSTA INOVADORA.

Autores: Gabriela Éleres Casseb, Marussa Gabriela Vulcão Machado, Milena da Silva Monteiro, Sarah Valéria Amarijo Corrêa, Thaís Lopes Pastana, Ingrid Bentes Lima, Gabriela Rocha Reis, Tatiana Menezes Noronha Panzetti

Apresentação: Os profissionais da área da saúde lidam, constantemente, com situações que podem induzir o desenvolvimento de doenças ocupacionais, devido a exposição a riscos que comprometem seu estado biológico, psíquico e social. Dentro do contexto da rotina hospitalar, os principais sistemas afetados incluem as questões ergonômicas, as doenças infectoparasitárias, os padrões nutricionais, os transtornos mentais e as doenças cardiorrespiratórias. Logo, entende-se o trabalho como um dos principais fatores que influenciam o processo saúde-doença do indivíduo, como evidenciado pelo modelo proposto por Dahlgren e Whitehead, o qual dispõe os determinantes sociais de saúde em distintas camadas, encontrando-se, ao centro destas, as condições de vida e do ambiente profissional. Atualmente, estima-se que 160 milhões de novos casos de doenças ocupacionais ocorrem a cada ano. Em vista disso, com a necessidade de detectar lacunas em variadas circunstâncias e a criação de métodos para agregar valor às oportunidades existentes no âmbito social e organizacional, vislumbra-se a criação de ações inovadoras e empreendedoras. O enfermeiro, por ter a habilidade de gerenciar diferentes situações e possuir uma visão ampliada das práticas de saúde, torna-se um profissional apto para executar ideias empreendedoras. Diante do exposto, percebe-se que o ambiente hospitalar se configura como um local favorável para a equipe de enfermagem realizar ações de impacto positivo na prevenção de doenças e promoção da saúde do trabalhador. Desse modo, o estudo refere-se a um relato de experiência vivenciado por discentes do curso de graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará – UEPA, que possui como objetivo relatar a elaboração de uma caderneta, de caráter empreendedor, intitulada: “Caderneta do trabalhador: profissional de saúde em ambiente hospitalar”, que visa auxiliar na manutenção e promoção da saúde desses profissionais, valorizando a sua qualidade de vida, hábitos de saúde e os aspectos que abrangem o ambiente de trabalho, além de proporcionar informações atualizadas de forma constante. Desenvolvimento: A experiência é baseada na metodologia da problematização do Arco de Maguerez, que consiste na utilização de situações problemas, em diferentes contextos sociais, e o estudo de meios para soluciona-las. Tal processo ocorre por meio da realização de cinco etapas: Observação da Realidade; Levantamento dos Pontos-chave; Teorização; Hipóteses de Solução e Retorno à Realidade. Na primeira etapa foi realizada observação atenta do ambiente hospitalar e ambulatorial durante estágio supervisionado. Logo após, na segunda etapa, foi realizado um levantamento das principais questões observadas, sugerindo-se justificativas quanto as suas causas. Em seguida, ocorreu a terceira etapa do Arco de Maguerez, a chamada Teorização, na qual acontece o estudo e a investigação dos problemas encontrados. O grupo se aprofundou no assunto por meio de uma revisão bibliográfica voltada para a segurança do trabalho e a saúde do profissional de saúde em ambiente hospitalar, feita através de buscas de artigos e documentos oficiais nos meios eletrônicos, acessando o Periódicos Capes, Google Acadêmico, Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Diante disso, tais fundamentações teóricas serviram como base para a elaboração e criação da caderneta. A quarta etapa do Arco é marcada pelo planejamento de uma ação de intervenção na realidade. O grupo de discentes escolheu trabalhar com uma ação voltada para a educação em saúde com a metodologia de roda de conversa para apresentação da caderneta aos profissionais. E a quinta etapa do Arco de Maguerez foi realizada na clínica de urologia, mastologia e tórax do referido hospital. A clínica em questão apresenta dez quartos com números variados de leitos e, aproximadamente, dezessete profissionais de saúde na equipe multiprofissional, dispostos na equipe de enfermagem com enfermeiros, residentes, técnicos e auxiliares de enfermagem, além de fisioterapeuta, nutricionista e assistente social. Resultado: Dentre as situações problemas observadas no local, destacam-se as questões ergonômicas baseadas na inter-relação entre o homem e o seu local de trabalho associadas ao ambiente e às condições oferecidas, durante as observações foram percebidas estruturas inadequadas para longas jornadas de trabalho como, por exemplo, das cadeiras e mesas. Assim como, exposição a riscos biológicos e ao desenvolvimento de doenças infecto parasitárias contagiosas, visto que os agentes responsáveis pelas patologias não são de natureza ocupacional, mas dependem do nível de exposição a qual esse profissional está submetido. Além de outras vulnerabilidades como a falta de um padrão nutricional adequado à rotina do profissional considerando que os maus hábitos alimentares estão interligados com o desenvolvimento de doenças, como: gastrite, hipertensão arterial, diabetes e outros. Constatou-se também o elevado nível de exposição a situações de estresse, carga horária excessiva, ritmos intensos e monótonos com poucas pausas para descanso e/ou refeições, favorecendo o desenvolvimento de transtornos mentais e doenças cardiorrespiratórias. A partir das informações coletadas, as problemáticas foram analisadas e estudadas por meio de revisão da literatura vigente, as quais contribuíram para a construção da caderneta de modo que todos os assuntos conseguissem ser abordados de forma sintetizada, porém completa. O conteúdo do material busca esclarecer sobre a saúde do trabalhador, seu autocuidado e o papel de cada instância (Ministério da Saúde, Ministério do Trabalho e o Instituto Nacional de Segurança Social) perante a integralidade do cuidado ao profissional. Após o prefácio, a caderneta é composta por seis campos a serem preenchidos pelo profissional, sendo eles: dados pessoais, antecedentes mórbidos, realização de atividade física, dados antropométricos, ocupação e o controle do IMC. Logo após, de acordo com os temas abordados, a caderneta segue a seguinte sequência: revisão literária dando ênfase à situação problema, recomendações, questionário e pontuações decorrentes. Vale destacar que os questionários não objetivam diagnosticar doenças, atuam como ferramentas de autopercepção desse profissional perante seu estado de saúde. A caderneta foi, então, repassada e apresentada a equipe multiprofissional, os quais contribuíram de forma participativa para futuras alterações. Em síntese, o trabalho teve um alcance de ação imediatista através da sensibilização a respeito do assunto. No entanto, espera-se que os resultados encontrados em longo prazo sejam relevantes na promoção e manutenção da saúde do trabalhador destacando-se tanto as vulnerabilidades dos profissionais em saúde em geral, quanto às especificidades e demandas de cada profissão. Considerações finais: Por meio do estudo foi possível identificar que as condições de trabalho influenciam de forma significativa na saúde do trabalhador, especificamente dos profissionais que atuam no ambiente hospitalar, devido a variedade de riscos que podem comprometer a sua condição biopsicossocial. A criação da caderneta mostrou-se uma oportunidade eficiente, empreendedora e capaz de sobressaltar a relevância do autocuidado. No que concerne a dimensão deste trabalho no processo de ensino-aprendizagem proposto pela Universidade do Estado do Pará, a experiência proporcionou o desenvolvimento da autonomia empreendedora, bem como, amadurecimento pessoal permitido pela troca de experiências. Assim, nota-se que os objetivos do grupo foram alcançados e que foi possível sensibilizar o trabalhador. Entretanto, compreende-se a necessidade de novas pesquisas sobre a temática proposta, uma vez que a manutenção da saúde do profissional e a prevenção de doenças ocupacionais, são aspectos indispensáveis para a prestação de uma assistência de qualidade. Diante disso, almejamos contribuir como suporte às práticas de autocuidado e autopercepção no que diz respeito a prevenção de riscos no ambiente de trabalho, tanto para os profissionais atuantes, quanto para as futuras gerações de trabalhadores.

8066 AVALIAÇÃO DOS REGISTROS DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ENFERMAGEM: ELEMENTOS PARA GESTÃO DO TRABALHO
Mayara da Silva Bazílio, Inez Silva de Almeida, Andreia Jorge da Costa, Emylle Macruz Martins, Letícia Weltri de Andrade, Nizélia Ferreira da Silva Floro Rosa, Juliana de Souza Fernandes, Raquel Barrientos de Oliveira Costa, Karine do Espírito Santo Machado

AVALIAÇÃO DOS REGISTROS DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ENFERMAGEM: ELEMENTOS PARA GESTÃO DO TRABALHO

Autores: Mayara da Silva Bazílio, Inez Silva de Almeida, Andreia Jorge da Costa, Emylle Macruz Martins, Letícia Weltri de Andrade, Nizélia Ferreira da Silva Floro Rosa, Juliana de Souza Fernandes, Raquel Barrientos de Oliveira Costa, Karine do Espírito Santo Machado

Apresentação: O enfermeiro é um profissional preparado para atuar em todas as áreas da saúde: assistencial, educacional, administrativa e gerencial. Para realizar planejamentos e definir as ações para melhorias do trabalho da enfermagem, é necessário obter todos os dados e informações através dos registros de enfermagem, que destaca-se como um instrumento de monitoramento para a gestão. O registro das informações dos pacientes nos prontuários é de responsabilidade legal dos profissionais da enfermagem, a avaliação desses registros representa uma ferramenta fundamental para a gestão do trabalho, eles refletem todo empenho e força de trabalho da equipe de enfermagem, valorizando, assim, suas ações. A educação em saúde, na enfermagem, pode ser entendida como uma forma de abordagem que proporciona construir um espaço muito importante na disseminação de novos conhecimentos e práticas relacionadas. Logo, está condicionado às ações que são transmitidas aos indivíduos com intuito de elevar a sua qualidade de vida e consequentemente sua saúde. O projeto sala de espera para adolescentes e familiares é um espaço de educação em saúde que possibilita aos sujeitos a troca de informações acerca de uma temática relevante para a saúde dos adolescentes que são necessárias à tomada de decisões, fortalecendo a promoção de sua saúde. É um cenário de empoderamento onde os participantes ouvem e são ouvidos, tiram suas dúvidas através de um processo dialógico, humanizado e dinâmico. Essa prática educativa potencializa discussões sobre o processo e temáticas de vida, criando oportunidades de reflexões críticas acerca do cotidiano de saúde dos jovens e seus familiares. Sendo assim, a educação em saúde realizada em grupo é uma forma de ampliar os conhecimentos através da troca de experiências, onde se aprende ensinando. O profissional de saúde como educador obtém um fortalecimento das habilidades clínicas, visando sanar as necessidades da sociedade, orientar quanto às perspectivas apresentadas, adquirindo assim uma melhoria na convivência social e com os profissionais de saúde. Objetivo: Caracterizar a produção relativa às ações educativas em sala de espera com adolescentes e seus familiares em unidade ambulatorial de hospital universitário, a partir do projeto de estágio interno complementar de uma universidade do Estado do Rio de Janeiro. Método: Estudo exploratório realizado para conhecer o contexto do objeto de estudo, com o objetivo de encontrar todas as evidências relacionadas ao tema de que ainda não há conhecimento e aumentar a possibilidade de realizar uma investigação completa. É um estudo descritivo do tipo pesquisa documental, com um objetivo específico, onde são utilizadas fontes primárias que ainda não foram analisadas cientificamente. Análise quanti-qualitativa. Foram analisados o livro de registro das atividades realizadas e o instrumento de movimento diário dos procedimentos ambulatoriais de um cenário especializado em saúde do adolescente, que contém informações como prontuário, nome e idade dos participantes e o tipo de atividade desenvolvida com o grupo. Os dados analisados são do período de setembro de 2017 a dezembro de 2019. Resultado: Na análise do livro, foram identificadas a realização de 41 salas de espera para adolescentes e seus familiares com a abordagem de nove temáticas, feitas de acordo com o mês de referência de cada uma, a partir do ano de 2019. Os temas abordados foram: Cuidados com o corpo no verão e Novembro azul: câncer de próstata, realizados duas vezes cada um durante o ano de 2019; Gravidez na adolescência, HPV e Doação de sangue, realizados três vezes cada tema entre os anos de  2018 e 2019; Outubro rosa: câncer de mama, abordado quatro vezes em 2019; ISTs, realizado quatro vezes, sendo duas no ano de 2017 e duas em 2019; Bullying, realizado seis vezes no ano de 2019 e a principal temática HIV/AIDS, realizada quatorze vezes entre os anos de 2017 e 2019. A variedade das temáticas promoveu uma maior participação dos adolescentes e seus responsáveis, despertando neles um interesse pelo que estava sendo abordado, contando suas experiências sobre o assunto e esclarecendo as dúvidas. Observou-se que entre os anos de 2017 e 2018 não há registro do quantitativo de pessoas que participaram das atividades na sala de espera, dificultando a coleta de informações. Esta limitação ocorreu por conta de uma crise geral nesta universidade que veio a suspender as atividades de projetos por conta de períodos de greve. Já durante o ano de 2019, estiveram presentes na sala de espera 287 pessoas, sendo 140 adolescentes na faixa etária dos 12 aos 18 anos e 147 familiares entre 28 e 68 anos. A partir do mês de abril, também do ano de 2019, passou a ser registrado o quantitativo de pessoas e também especificado de acordo com o sexo biológico dos participantes, sendo 70 deles do sexo feminino e 35 do sexo masculino, buscando assim a caracterização da população presente nas atividades. Identificou-se que foram utilizadas 3 estratégias de ensino, sendo as principais a distribuição de folderes explicativos sobre as temáticas abordadas, dramatizações com a representações de situações que envolviam alguns dos temas e algumas dinâmicas lúdicas e divertidas com o intuito de reforçar a aprendizagem e incluir os espectadores no processo. No que diz respeito aos profissionais envolvidas nas atividades, todas as quatro são enfermeiras, sendo duas delas residentes de enfermagem, e também duas acadêmicas de enfermagem, sendo uma bolsista do projeto e uma voluntária. Considerações finais: Durante o ano de 2019 observou-se uma ampliação dos registros qualitativamente, um aumento da quantidade de realização das atividades e da participação das pessoas devido a alterações na organização do trabalho. Ao fazer a avaliação das atividades educativas implementadas, percebeu-se a importância do registro de enfermagem para a gestão do trabalho, pois ao mesmo tempo em que favorece um futuro planejamento, considerando as características da adolescência e as temáticas que mais interessam no grupo, também desenvolve as habilidades administrativas executadas pela enfermagem. A análise dos registros potencializa a tomada de decisões, pois o seu monitoramento contribui para a melhoria da qualidade das atividades prestadas aos adolescentes e seus familiares e também da atuação por parte da enfermagem como educadores em saúde.

9444 PRINCIPAIS FERRAMENTAS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO E SEU DESDOBRAMENTO EM UM NÚCLEO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA HOSPITALAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Viviane Albuquerque Farias, Silvia Helena Portilho de Barros, Ariana da Silva Santana, Thais Cristina Borges Farias, Melissa Borbosa Martins, Elielson Paiva Sousa, Glenda Roberta Ferreira Naiff

PRINCIPAIS FERRAMENTAS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO E SEU DESDOBRAMENTO EM UM NÚCLEO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA HOSPITALAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Autores: Viviane Albuquerque Farias, Silvia Helena Portilho de Barros, Ariana da Silva Santana, Thais Cristina Borges Farias, Melissa Borbosa Martins, Elielson Paiva Sousa, Glenda Roberta Ferreira Naiff

Apresentação: A vigilância epidemiológica configura um campo de atuação do Sistema Único de Saúde importante para a garantia das ações de saúde coletiva, principalmente na promoção a saúde, assim como na prevenção e controle de doenças e agravos à saúde.1 Além de outras ações na vigilância epidemiológica, o enfermeiro está inserido nas ações do Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar, que realiza ações que incluem a busca ativa, detecção, notificação e investigação dos agravos e doenças ocorridos na unidade hospitalar; assim como a investigação e vigilância dos óbitos de mulheres em idade fértil, infantis e fetais, maternos declarados, por doença de notificação compulsória e por causas mal definidas. Desta forma, o enfermeiro incorpora outras áreas de atuação ao seu campo profissional, no entanto, apesar do processo de trabalho ser distinto da clássica assistência de enfermagem, as ferramentas gerenciais são similares, como o uso do processo administrativo, para tornar suas ações eficientes, efetivas e eficazes por intermédio do planejamento, organização, direção e controle.2,3. No contexto do Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar, é imprescindível que o processo administrativo seja bem conduzido para produzir ações resolutivas.4 Objetivo: Relatar uma experiência sobre o uso do processo administrativo de um Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar. Método: Trata-se de um relato de experiência desenvolvido durante um estágio extracurricular não obrigatório na condição de bolsista de um Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar em um hospital de referência em doenças transmissíveis em Belém do Pará, no primeiro semestre de 2019. Objetivando compreender como as funções administrativas (planejamento, organização, direção e controle) são implementadas nas ações desenvolvidas no referido núcleo, sendo realizado através da observância de seis meses as ações cíclicas, sistemáticas e interativas dos enfermeiros e técnicos de enfermagem atuantes no setor em questão por meio. Resultado: Verificou-se o uso do planejamento para cumprir o preconizado na portaria N. 2.254 de 5 de agosto de 2010 e as metas individuais do setor, sendo a primeira função administrativa, que por vezes pode parecer precoce, mas que deve ser flexível, uma vez que possibilita conduzir as demais ferramentas, assim como a busca para alcance dos resultados esperados.5 Entre as metas estabelecidas para o núcleo incluem-se realizar a busca ativa de 100% das internações, investigar no mínimo 85% dos óbitos de mulheres em idade fértil e 75% dos óbitos infantil, notificar e encerrar no mínimo 80% das notificações em tempo previsto na legislação. A organização, segunda ferramenta, foi utilizada para permitir os meios necessários para que o planejamento se concretize por intermédio de recursos humanos, materiais, físicos e financeiros. A equipe de pessoal foi composta por técnicos de enfermagem, enfermeiros, residentes e alunos bolsistas com suas respectivas funções dentro da divisão do trabalho, porém interativas. Nos recursos imateriais verificou-se a necessidade de alguns instrumentos padronizados como fichas de notificação, declarações de óbitos, planilhas próprias de uso do núcleo que permitirão que a função controle possa ser executada. Além disso, é válido contar com o acesso ao Gerenciador de Ambiente Laboratorial - Gal e ao sistema laboratorial a nível hospitalar (I9lis). São recursos que demonstraram sua importância e que se compõem para que a ação proposta seja viável e possa ser realizada com sucesso. A direção, terceira função administrativa, se mostrou extremamente expressiva e se desdobra na admissão dos servidores e durante o processo de trabalho, trata-se do direcionamento das funções pelo líder aos demais enfermeiros e técnicos, enfatizando constantemente o trabalho em equipe e sobretudo a flexibilidade das relações interpessoais a fim de que objetivos propostos sejam alçados.3 E finalmente, o controle enquanto última função administrativa proporcionou ao estudante uma ressignificação da função do líder dentro de qualquer ambiente de trabalho; consiste em verificar e avaliar  o alcance dos resultados planejados, desse modo, o controle pressupõe objetivos e planos verificando se a execução se encontra de acordo com o esperado.3 Essa função dentro do núcleo se desdobra através do monitoramento e avalição dos dados absolutos em planilhas intituladas: planilhas de acompanhamento dos casos gerais, planilha de óbitos, planilha de ocorrência de pneumonias em Unidades de Terapia Intensiva e outras, que permitem realizar o controle do alcance das metas que devem ser cumpridas, ainda no planejamento. Nesse contexto, o quadro disposto na entrada da sala intitulado de “gestão à vista”, é um importante instrumento de controle, que disponibiliza em tabelas e gráficos os indicadores do setor referente ao trimestre anterior, impulsionando dessa forma, novos objetivos e um planejamento devidamente estruturado. Considerações finais: A experiência promoveu a agregação do conhecimento de grande relevância e peso para o crescimento pessoal do discente. O núcleo, mesmo que involuntariamente, desdobra suas ações através de um processo administrativo. O planejamento, organização, direção e controle estão evidenciados rotineiramente no processo de trabalho de cada servidor, sobretudo do líder/chefe cujo o mesmo se mantém engajado em todas as etapas do processo administrativo. Logo, o processo administrativo contribui ativamente para com a eficácia e eficiência das ações desenvolvidas dentro de um  Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar.