281: Jacqueline Nunes de Souza Fagundes Mendes
Ativador: A definir
Data: 01/06/2018    Local: ICB Sala 17 - Bença    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
541 PROPOSTA METODOLÓGICA PARA IDENTIFICAÇÃO DE DESAFIOS À SUPERVISÃO ACADÊMICA DO PROJETO MAIS MÉDICOS PARA O BRASIL EM TERRITÓRIO INDIGENA
Jacqueline Nunes, Tatiane Michelon, Doriane Perico Lima, Bruna Borges Castro

PROPOSTA METODOLÓGICA PARA IDENTIFICAÇÃO DE DESAFIOS À SUPERVISÃO ACADÊMICA DO PROJETO MAIS MÉDICOS PARA O BRASIL EM TERRITÓRIO INDIGENA

Autores: Jacqueline Nunes, Tatiane Michelon, Doriane Perico Lima, Bruna Borges Castro

O Programa Mais Médicos (PMM), instituído por meio da Lei 12.871/2013, surgiu da necessidade de provimento de médicos para atuarem em regiões prioritárias para o Sistema Único de Saúde (SUS), como as regiões de difícil acesso, bem como da necessidade de mudanças na formação médica no Brasil (BRASIL, 2013).  O PMM, de âmbito interministerial (Ministério da Saúde e Ministério da Educação), é composto pelo Projeto Mais Médicos para o Brasil (PMMB) que, em sua organização, prevê a realização de atividades pedagógicas direcionadas ao ensino-serviço, como a oferta de cursos de especialização, atividades de ensino, pesquisa e extensão, e o processo de supervisão acadêmica realizado por médicos brasileiros (BRASIL, 2015). No âmbito da supervisão acadêmica, diversos desafios têm sido observados. O presente trabalho apresenta proposta metodológica de projeto de pesquisa a ser desenvolvido, cujo objetivo é compreender a prática da supervisão acadêmica no contexto indígena em relação às concepções da interculturalidade e especificidades locais. O processo de produção dos dados consistirá na leitura e análise qualitativa e quantitativa dos relatórios da supervisão acadêmica preenchidos pelos supervisores desde o início do PMMB (dezembro de 2013) em plataforma virtual disponibilizada pela DDES/SESu/MEC, denominada Webportfólio Mais Médicos. Adicionalmente, serão analisados documentos institucionais e realizadas entrevistas presenciais e à distância com os tutores e supervisores que atuam no território e comunidades indígenas. A análise documental constitui uma técnica importante na pesquisa qualitativa, seja complementando informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema ou problema (LUDKE; ANDRÉ, 1986). Os dados coletados serão sistematizados e categorizados, considerando variáveis como: a) facilidades da supervisão; b) dificuldades  da supervisão; c) periodicidade da supervisão; d) cobertura da supervisão; e) relação quantitativa de médicos por supervisores; f) ) relação quantitativa de supervisores por tutores; g) perfil de formação dos tutores e supervisores que atuam em área indígena; h) características regionais do deslocamento de supervisores às áreas indígenas para o desenvolvimento de atividades de supervisão; dentre outros. A partir deste projeto, espera-se identificar os avanços e desafios da supervisão em território indígena, com vistas a aprimorar este processo, aperfeiçoar o Programa Mais Médicos e fortalecer a saúde indígena no contexto da Atenção Básica.

538 DESAFIOS PARA A SUPERVISÃO ACADÊMICA DO PROJETO MAIS MÉDICOS PARA O BRASIL EM TERRITÓRIO INDÍGENA.
Jacqueline Nunes

DESAFIOS PARA A SUPERVISÃO ACADÊMICA DO PROJETO MAIS MÉDICOS PARA O BRASIL EM TERRITÓRIO INDÍGENA.

Autores: Jacqueline Nunes

O Programa Mais Médicos (PMM) surgiu da necessidade de provimento de médicos para atuarem em regiões prioritárias para o Sistema Único de Saúde (SUS), a fim de reduzir as desigualdades regionais na área da saúde em todo o Brasil, prioritariamente, em regiões de difícil acesso (BRASIL, 2013). A Lei 12.871/2013 instituiu o PMM, afim formar recursos humanos na área médica para atuar no SUS, especificamente na Atenção Básica (BRASIL, 2013).  No âmbito do PMM, foi instituído o Projeto Mais Médicos para o Brasil (PMMB) que, em sua organização, prevê a realização de atividades pedagógicas direcionadas ao ensino-serviço, como a oferta de cursos de especialização, pesquisa e extensão, e o processo de supervisão acadêmica realizado por médicos brasileiros (BRASIL, 2015). Neste contexto, a saúde indígena está inserida, e tem sido considerada um locus de desafio ao cumprimento das atividades previstas para o Projeto. Este relato objetiva apresentar reflexões preliminares sobre o processo de organização da supervisão acadêmica em área indígena. Por meio do diálogo entre os diversos atores participantes do PMMB nas áreas indígenas, bem como da leitura de relatórios de supervisão, de informações construídas a partir do grupo de trabalho da Supervisão Acadêmica nestas áreas, e da literatura científica sobre o trabalho em saúde na área indígena, têm-se observado desafios das mais diversas naturezas, como: a) área geográfica extensa e com dificuldades de acesso, que dificultam o deslocamento dos supervisores; b) necessidade de intensificar o diálogo com a administração de Distritos Sanitários Indígenas (DSEI), de modo a desenvolver um trabalho colaborativo e participativo; c) a busca do diálogo entre os saberes tradicionais dos povos indígenas e os saberes do modelo biomédico ocidental, considerando os aspectos interculturais (BRASIL,2002); d) a insuficiência na formação acadêmica dos médicos no Brasil, que não abarca disciplinas relativas às Ciências Sociais e à Antropologia da Saúde nos currículos (ATHIAS; MACHADO, 2001). Diante do exposto, faz-se necessário um constante diálogo sobre os desafios da supervisão acadêmica em território indígena, com vistas a traçar planos de ação que reduzam as dificuldades identificadas e fortaleçam o trabalho nestes territórios. A supervisão acadêmica do PMMB se mostra como um importante espaço de ensino-aprendizagem, onde as práticas clínicas e as realidades de saúde vivenciadas pelos médicos do projeto são compartilhadas e aperfeiçoadas, considerando a singularidade da área indígena.