28: Atenção básica em saúde: aprendendo com os territórios
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FCA 01 Sala 05 - Buriti    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
3440 Uso das Práticas Integrativas e Complementares (PICs) na área de abrangência da Unidade Básica de Saúde Manuel de Paula Sá Júnior no município de Borba - AM
Victor Hugo Marques Bonfim, Márcia Arruda Lins, Rangele Nunes Valente, Marcela Bentes Macedo, Rafael Batista Vieira, Mylena Caroline Farias de Paula, Nicolás Esteban Castro Heufemann

Uso das Práticas Integrativas e Complementares (PICs) na área de abrangência da Unidade Básica de Saúde Manuel de Paula Sá Júnior no município de Borba - AM

Autores: Victor Hugo Marques Bonfim, Márcia Arruda Lins, Rangele Nunes Valente, Marcela Bentes Macedo, Rafael Batista Vieira, Mylena Caroline Farias de Paula, Nicolás Esteban Castro Heufemann

Introdução: As Práticas Integrativas e Complementares (PICs), segundo a OMS, englobam sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos chamados de Medicina Tradicional e Complementar/Alternativa. O Ministério da Saúde (MS) compreende como PICs as seguintes práticas: Plantas Medicinais/Fitoterapia, Homeopatia, Medicina Tradicional Chinesa, Acupuntura, Medicina Antroposófica e Termalismo-Crenoterapia, entre outras. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo traçar o perfil epidemiológico, com ênfase nas PICs, da população atendida na área de abrangência da Unidade Básica de Saúde Manuel de Paula Sá Júnior, no município de Borba-AM. Material e Métodos: Estudo do tipo observacional, exploratório, transversal e de abordagem quantitativa analítica. Foram entrevistados 250 famílias através da aplicação de questionário durante visitas de campo junto às Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) da UBS. O questionário foi formado por perguntas fechadas e abertas, onde foram incluídos dados gerais, sociais e de saúde dos entrevistados. Resultados: A maioria dos participantes do estudo foi do sexo feminino, correspondendo a 78% da amostra, e apenas 22% eram do sexo masculino. A renda mensal encontrada foi de 1 a ½ salário mínimo em 46,4% da amostra. Sobre os cuidados de saúde, 63,6% relataram procurar a equipe de saúde ao adoecer. Quanto aos agravos abordados, observou-se que em sua maioria utilizam as plantas medicinais/fitoterapia para tratamento da inflamação com 26% das respostas. Quanto à forma de utilização das plantas 87,6% usavam como chá/infusão, outros usos são na forma de garrafada (37,2%). Foram elencados 116 tipos de plantas diferentes, entre essas a Erva Cidreira era a mais utilizada, sendo mencionada por 20% dos entrevistados. A forma de acesso a plantas medicinais/fitoterapia que mais prevaleceu foi a colheita em sua própria residência em 80%. A forma como foi obtido o conhecimento a respeito da utilização das plantas medicinais, a maioria citou seus familiares (65%), seguidos por vizinhos (15%). A indicação de PICs por profissionais do SUS foi negativa, a pesquisa mostrou que 82,8% dos entrevistados não receberam recomendações de uso por profissionais da saúde. Os usuários que receberam indicações de uso das PICs (17,2%) indicaram o médico como profissional que mais indicou sua utilização (58,3%), seguido pelo enfermeiro (16,6%) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS) (14%), apenas 1 citou o fisioterapeuta. A terapia amplamente indicada por esses profissionais foi a planta medicinal/fitoterapia (90,6%). Quando indagados sobre o acesso das PICs no SUS, 97,7% responderam que nunca conseguiram obtê-las no SUS. Conclusão: Neste estudo foi possível evidenciar que as PICs são utilizadas em grande quantidade, com grande destaque para as plantas medicinais/fitoterapia, mesmo sendo a população de estudo da área urbana. Além disso, verificou-se que poucos profissionais de saúde recomendam o uso das PICs mesmo com a criação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, seja por desconhecimento desta política ou pela falta de disponibilidade na própria rede de saúde do município.

1251 Cuidados Intermediários em Saúde- Hospitais Comunitários Italianos e a Atenção Primaria à Saúde
Mírian Ribeiro Conceição, Túlio Batista Franco

Cuidados Intermediários em Saúde- Hospitais Comunitários Italianos e a Atenção Primaria à Saúde

Autores: Mírian Ribeiro Conceição, Túlio Batista Franco

O cenário de transição epidemiológica apresenta cada vez mais impacto aos sistemas de saúde. O Brasil vivencia o aumento expressivo com previsões de duplicação em aproximadamente 20 anos, podendo chegar a 15% do total. Isto afeta não apenas o perfil de morbimortalidade, mas também a elevação dos gastos com os cuidados em saúde, como por exemplo das doenças cardiovasculares, cujos óbitos chegam a 31%.(1) A Itália vivencia este desafio há mais tempo a partir da transição demográfica já completa. O envelhecimento da população e consequente elevação de doenças crônicas, bem como de seus impactos biopsicossocial e econômico, demanda altos investimentos públicos no sistema de saúde. As doenças de longa duração como as Doenças Crônicas Não Transmissíveis – câncer, obesidade, diabetes, hipertensão arterial, transtornos mentais e etc, possuem altos custos, pois, em ordem direta, demandam medicamentos, exames complementares, leitos hospitalares, cirurgias e procedimentos terapêuticos, bem como, em ordem indireta, a perda da vida produtiva/laboral, autonomia, condições de vulnerabilidade e etc. (2) As condições de cronicidade convocam, portanto, o cuidado multidisciplinar, em articulação de investimentos em ações de promoção e prevenção à saúde, bem como a longitudinalidade e integralidade. Nesta proposição, os cuidados intermediários apresentam dispositivos inovadores de produção de cuidado ao que se refere aos novos perfis epidemiológicos. Surgem na década de 90 como estratégia de integração entre hospital e cuidados territoriais, com o objetivo de prevenir a hospitalização e promover a recuperação mais rápida para o retorno ao domicílio(3), fortalecendo a Atenção Primária à Saúde (APS) na ampliação de seu escopo de cuidado. Na Itália, somente após o processo de descentralização com a maior autonomia das regiões (4,5,6,7) é que as discussões sobre integração entre os hospitais e os serviços territoriais se intensificam, que se consolida por uma serie decretos e planos na última década. O Plano Sanitário Nazionale (PSN) 2003-2005 enfatiza a integração de serviços de saúde e social com os territórios como lugar de cuidado das doenças crônicas, com orientações centradas na reabilitação, promoção e prevenção da saúde(8). O PSN de 2006-2008, indica a reorganização da atenção primária reforçando para tal, a necessidade de integração dos serviços sociossanitários, sugerindo os Hospitais Comunitários como principal estratégia(9), tendo como objetivos o fortalecimento da APS e de proporcionar a integração entre a assistência hospitalar e o os cuidados territoriais, com ambiente protegido para o restabelecimento da condição física ou a continuação do processo de recuperação para pacientes pós-agudos (10, 11, 12). Em 2014, o Pacto pela Saúde 2014-2016, atribui às regiões a tarefa de continuidade restruturação da APS, e subsequencialmente em Decreto Ministerial 70/2015 é regulamentado e definido padrões de qualidade, estrutural, tecnológico e assistencial, afirmando e recomendando a adoção dos hospitais comunitários(11,13,14,15). Em âmbito regional, em reforço as orientações ministeriais, o Decreto Regional 221/2015, que dispões sobre os requisitos específicos de acreditação dos hospitais comunitários defini detalhadamente cliente, critérios e arranjos organizacionais destes serviços. Em âmbito regional, em reforço as orientações ministeriais, o Decreto Regional 221/2015, que dispões sobre os requisitos específicos de acreditação dos hospitais comunitários defini detalhadamente cliente, critérios e arranjos organizacionais destes serviços, que impactam no processo de cuidado - tema central da pesquisa proposta.(16) Estruturas de cuidado 24 horas/7 dias por semana, os hospitais comunitários possuem de 15 a 20 leitos de cuidado integral de enfermagem para pacientes: com multimorbidades; crônicos reagudizados sem critérios de internação em hospital para agudos; e que necessitam de reabilitação motora ou algum suporte funcional a órgãos. O acesso por se dar pelo serviço territorial, em indicação do médico de família, por alta programada de enfermarias de hospitais de maior complexidade, ou diretamente do atendimento de emergência. (11) O tempo de permanência médio é 20 dias tendo como principais objetivos a seres trabalhados é o empoderamento dos pacientes e cuidadores, por meio de formação, orientação e outros recurso que possibilite melhor gestão possível das novas condições clínicas e terapêuticas e ao reconhecimento precoce de eventuais sintomas de instabilidade. (16) A gestão do cuidado é realizada pelo médico ou enfermeiro de referência que, junto da equipe, é responsável pela construção, monitoramento e avaliação do Plano Individual Assistencial. Para tal, listam-se: lesão cutânea (prevalência, evolução); quedas com e sem complicações, estado funcional (atividades da vida cotidiana) e capacidade de gestão da terapia e de outras atividades de assistência, sendo este último importante indicador de alta. (16) Neste contexto, este estudo objetiva analisar os processos de trabalho e a produção de cuidado em um hospital comunitário da Região Emília-Romagna, enquanto um dispositivo de cuidados intermediários. Para tal, tem-se a pesquisa intervenção participativa como método em composição de instrumentos - observação participante, diário de campos, entrevistas e análise documental- para a construção cartográfica deste estudo etnográfico. A pesquisa, em fase de aproximação com objeto, encontra na revisão das produções já existentes no campo mostra que a reorganização da assistência hospitalar, o fortalecimento da APS e a implementação dos hospitais comunitários vem apresentando importantes resultados. Pieri (2016) realizou estudo que apresenta conclusões relevantes a partir dos dados do Sistema Informativo Regionale Ospedali di Comunità, sobre o impacto no cuidado da população idosa. (17) Os usuários apresentam perfil de multimorbidades, com idade média de 83,1 anos, sendo 86,4% destes com idade igual ou superior a 75 anos. Contudo, nos casos de idade inferior a 75 anos, mais de 77% apresentavam problemas de saúde complexos, necessitando de cuidados contínuos. Como principais motivos de internação apresentavam necessidade de suporte continuo de enfermagem e necessidade de monitoramento clínico e estabilidade terapêutica, tendo como indicador de êxito de 72% dos pacientes da amostragem receberam alta para o domicilio e apenas 5.9% foram transferidos para unidades mais especializadas.(18) Deste modo, a pesquisa aponta que este dispositivo vem desempenhando significativa função no cuidado da população idosa acometida por multimorbidades, a medida que ao atuar em suporte a APS, permite intervenção intensiva evitando, portanto, os agravamentos e a necessidade de utilização de estruturas mais especializadas e de alto custo aos sistemas.(17) Deste modo, os cuidados intermediários, situados entre a Atenção Básica e Hospitalar, permitem, em lógicas territoriais no confronto com as diferentes dimensões da vida cotidiana, melhor adaptação às mudanças e a singularização de contextos dos processos de saúde-doença, realizando um processo de reestruturação produtiva dos serviços de saúde. Conhecer experiências como estas, pode não apenas ampliar as discussões quanto a produção de cuidado a Atenção Básica, bem como na tentativa de reinvenção da rede de cuidado, a identificação de fragilidades e potencialidades do processo de reorganização do cuidado nos sistemas de saúde, mas também a possibilidade de remodelar serviços e unidades como os hospitais de pequeno porte, como vem realiza a experiência italiana.

1688 Práticas de Aleitamento Materno Exclusivo em uma Unidade Básica de Saúde de João Pessoa-PB
denise mota araripe pereira fernandes, Felipe Proenço de Oliveira, Pedro Herminio Almeida de Andrade, Mayara Leite Pereira, Fernanda Lara Medeiros Jansen, Cleiton Santos Rodrigues da Silva

Práticas de Aleitamento Materno Exclusivo em uma Unidade Básica de Saúde de João Pessoa-PB

Autores: denise mota araripe pereira fernandes, Felipe Proenço de Oliveira, Pedro Herminio Almeida de Andrade, Mayara Leite Pereira, Fernanda Lara Medeiros Jansen, Cleiton Santos Rodrigues da Silva

ApresentaçãoA amamentação materna é fundamental devido a seus benefíciosnutricionais, emocionais, imunológicos, econômico-sociais e de aportepara o desenvolvimento infantil, além dos benefícios à saúde materna.Uma amamentação prazerosa, através do vínculo profundo que a mesma écapaz de proporcionar, com o toque, a troca de olhar e o sentircontínuo entre mãe e filho certamente fortalecem os laços afetivosentre eles, tem-se, assim, o fruir da intimidade, do afeto e dosentimento de segurança e de proteção, tão importantes para odesenvolvimento da criança e para a autoconfiança e realização damulher. A amamentação pode ser vista como uma forma muito especial decomunicação entre a mãe e o bebê, logo tem-se uma oportunidade dacriança aprender, desde muito cedo, a expresar-se com afeto econfiança estreitando e fortalecendo vínculos com sua genitora.Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a definição deAleitamento Materno Exclusivo (AME) dá-se quando a criança recebesomente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano deoutra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ouxaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementosminerais ou medicamentos.A OMS recomenda aleitamento materno por dois anos ou mais, sendoexclusivo nos primeiros seis meses. Tal recomendação é apoiada peloMinistério da Saúde (MS), pois não se viu vantagens em se iniciar osalimentos complementares antes dos seis meses, podendo, inclusive,haver prejuízos à saúde da criança.Tem-se inúmeros elementos no leite materno que protegem os infantescontra infecções, ocorrendo menos mortes entre as criançasamamentadas. Estima-se que o aleitamento materno poderia evitar 13%das mortes em crianças menores de 5 anos em todo o mundo, por causaspreveníveis (JONES, 2003).A prevalência AME no Brasil, segundo o MS (2009) é de 41%, no conjuntodas capitais brasileiras e do Distrito Federal, o que já éclassificado como ruim segundo a organização e quando se correlacionacom os dados na cidade de João Pessoa esse número cai para 39,1%.Pressupõe-se que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) talvez estejamexercendo de maneira inadequada seu papel no tocante a proteção,promoção e apoio a AME de acordo com o determinado pela PolíticaNacional de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno, logotemos nessa lacuna uma oportunidade para desenvolver e aprimorar osconhecimentos dessa prática.MetodologiaO presente estudo visou abordar, por conveniência, oito gestantes,entre 14 e 20 anos, enquanto as mesmas encontravam-se na Unidadeaguardando pela consulta de pré-natal, no que concerne a recomendaçõessobre amamentação.Aplicou-se um questionário de cinco perguntas, com opçõescerto/errado, no ambiente de sala de espera da Unidade MandacaruIntegrada de João Pessoa-PB como parte do Projeto de Intervenção (PI)planejado e executado pelos alunos do internato do curso de Medicinada Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba contando também com aparticipação do residente de medicina de família e comunidade soborientação do médico de família responsável pelo serviço.ResultadosTrês gestantes apresentaram desempenho ruim, três com desempenhorazoável e duas com conhecimento bom. Nenhuma conseguiu pontuaçãonecessária para conhecimento ótimo. O uso de uma ferramenta como umquestionário, para a população que frequenta a UBS, é útil, porémapresenta limitações, pois o mesmo precisa ser claro e sucinto, paraque possa ser bem compreendido pelas pacientes que por vezesapresentam níveis baixos de escolaridade, logo o entendimento no queconcerne a termos e definições pode ser prejudicado.Outro aspecto limitante deu-se ao empregar o questionário em apenasuma oportunidade, logo não podemos alcançar um número maior degestantes.Aos internos e ao residente foi dada a oportunidade de conhecerem etrabalharem uma lacuna social importante da equipe de saúdecontribuindo, assim, não só para a melhoria dos impactos sociais, quea amamentação é capaz de proporcionar, como também para a realizaçãopessoal e formativa da transposição do saber acadêmico para ainformação tátil ao paciente.ConclusãoA elaboração de um Núcleo de Aconselhamento ao AME na UnidadeMandacarú Integrada de João Pessoa-PB faz-se necessário como forma deprojeto de intervenção social permanente, formando núcleos deassistência as gestantes e nutrizes, e treinando a equipe de saúdeatravés da educação continuada.O PI durante o rodízio de saúde coletiva, proposto no internato docurso de Medicina, fortalece as propostas das Diretrizes CurricularesNacionais (DCN), possibilitando a construção de projetos pedagógicoscondizentes com as necessidades que da equipe de saúde em questão.Ampliando também as competências adquiridas pelos alunos(conhecimentos, habilidades e atitudes) que devem ser bem sedimentadasdurante os estágios de treinamento clínico sob supervisão.

2455 OFICINAS DIALÓGICAS COMO ARTICULADORAS DO TRABALHO E CONHECIMENTO EM SAÚDE
Maria Ediléia Ribeiro da Silva, Carlos Eduardo Maximo

OFICINAS DIALÓGICAS COMO ARTICULADORAS DO TRABALHO E CONHECIMENTO EM SAÚDE

Autores: Maria Ediléia Ribeiro da Silva, Carlos Eduardo Maximo

O processo de trabalho multiprofissional dos Núcleos de Apoio à saúde da Família (NASF) impacta diretamente no trabalho das equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF), seguindo uma proposta de trabalho em conjunto, na qual o NASF serviria com apoio as equipes. Esta característica da equipe fomenta a construção do conhecimento, na qual as experiências interdisciplinares, o compartilhamento de práticas de atenção à saúde e o conhecimento implícito dos participantes, as relações e a comunicação, são parte importante e integrante da construção de conhecimento. Esse estudo aponta para as possibilidades de construção de conhecimento nas Equipes de Saúde, a partir de oficinas, se configurando como proposta inovadora, pela utilização de ferramentas pedagógicas. Objetivo do trabalho foi compreender a relação do trabalho e produção de conhecimento em saúde no núcleo de apoio à saúde da família nos municípios do médio vale do Itajaí/sc. Os sujeitos da pesquisa, trabalhadores do NASF compõem equipes em três municípios da regional do Médio Vale do Itajaí, totalizando 4 equipes NASF, nas oficinas estavam presentes 24 indivíduos. Incialmente realizou-se o levantamento Histórico das Equipes por meio de roteiro. Foram elaboradas três oficinas para cada equipe. As Oficinas foram transcritas antecedendo a próxima. Na Oficina 01 “Varal de Palavras” escolheu-se trinta palavras que fizessem referência ao SUS e ao processo de trabalho das equipes na Atenção Básica, estas constituíram três varais. Nesta surgiu da importância da verificação dos conceitos adquiridos pelos trabalhadores. Dialogar sobre essas palavras vislumbrou a possibilidade de iniciar um processo reflexivo das teorias e práticas. Para a Oficina 02 “Corpos, Objetos e práticas falam do trabalho” os participantes trouxeram algum elemento abstrato ou concreto que fizesse referência a sua prática. Estes signos tiveram a função de facilitar a comunicação, problematizando os diálogos, em torno dos conteúdos concretos, pertencentes às realidades dos trabalhadores ampliando para a possibilidade de uma reflexão crítica. Antecedendo a Oficina 03 “Trabalho-como reflexão-ação” para a sua adequada execução, solicitou-se que os participantes refletissem criticamente sobre seus processos de trabalho, e no momento da execução da Oficina esses aspectos foram discutidos. A partir destas, e do levantamento das problemáticas trazidas nas Oficinas anteriores, os participantes construíram ações para tais problemáticas. Resultados: As Oficinas instituíram-se como ferramenta geradora de problematização e reflexão crítica no contexto das equipes para a construção de conscientização e consequentemente produção do conhecimento que resulte em mudanças nas práticas. Este movimento fez com que não apenas os sujeitos da pesquisa aprendam, mas o próprio pesquisador implicado no processo. Neste sentido as Oficinas podem representar um espaço vivo de produção de conhecimento. Considerações finais: as oficinas foram utilizadas na sua potencialidade como tecnologia leve, esta considera a capacidade relacional como ferramenta geradora de visibilidades e estranhamentos no processo de trabalho. Possibilitando aos sujeitos o entendimento do processo de trabalho como relação da práxis, envolvendo a produção do conhecimento no cotidiano que pode ser otimizado como conhecimento técnico científico.

3986 AVALIAÇÃO EXTERNA DO PMAQ-AB 3º CICLO NO AMAZONAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Greice Nara Viana dos Santos, Greice Nivea Viana dos Santos, Giulliana Chrystie Feitosa de Souza, Vanessa Correia Ribeiro, Simone Aguiar da Silva Figueira

AVALIAÇÃO EXTERNA DO PMAQ-AB 3º CICLO NO AMAZONAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Greice Nara Viana dos Santos, Greice Nivea Viana dos Santos, Giulliana Chrystie Feitosa de Souza, Vanessa Correia Ribeiro, Simone Aguiar da Silva Figueira

Apresentação: O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) tem como objetivo incentivar os gestores e as equipes a melhorar a qualidade dos serviços de saúde oferecidos aos cidadãos do território. Para isso, propõe um conjunto de estratégias de qualificação, acompanhamento e avaliação do trabalho das equipes de saúde. No primeiro momento ocorreu à adesão das equipes, no segundo momento, a avaliação externa (trabalho de campo), e por último ocorreu à certificação das equipes, e a partir das notas de cada equipe, o Programa então, eleva o repasse de recursos do incentivo federal para os municípios participantes que atingirem melhora no padrão de qualidade no atendimento. A avaliação externa de desempenho das equipes de saúde e gestão da Atenção Básica compõe a segunda fase do ciclo do PMAQ. Nessa etapa, os entrevistadores realizam a verificação in loco de padrões de acesso e qualidade alcançados pelas equipes e pela gestão através da aplicação de instrumentos específicos. Objetivo: Descrever a experiência de entrevistadores na realização da Avaliação Externa do PMAQ AB 3ºCiclo no Estado do Amazonas, desafios e aprendizados. Desenvolvimento/Descrição da Experiência: Trata-se de um relato de experiência sobre a Avaliação Externa da terceira fase do PMAQ-AB no Estado do Amazonas, que visa investigar as condições de acesso e de qualidade dos municípios e das Equipes da Atenção Básica participantes do programa. Essa avaliação contou com o apoio da Instituição de Ensino e Pesquisa Instituto Leônidas e Maria Deane - ILMD/Fiocruz Amazônia, em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (UFAM). No total de doze equipes, sete eram da Fiocruz Amazônia e cinco da Universidade Federal do Amazonas, todas compostas por um supervisor e dois entrevistadores. A avaliação no Amazonas foi realizada no período de 28 de Agosto a 30 deNovembro de 2017, nos seus sessenta e dois municípios, com um total de seiscentos e setenta e uma equipe de Atenção Básica/Saúde Bucal (AB/SB) e cinquenta e uma equipes do Núcleo de Apoio da Saúde da Família(NASF), que aderiram a Avaliação. O processo seletivo para entrevistadores se deu em três etapas: análises de currículo, dinâmica de grupo e treinamento, todas com caráter classificatório e eliminatório. O instrumento de avaliação utilizado foi disponibilizado – com manual instrutivo - pelo Ministério da Saúde, aplicado via tabletes e encaminhado online ao Ministério da Saúde para a conformação de um banco de dados nacional do PMAQ-AB. Todos os municípios e equipes de saúde também tiveram acesso prévio ao instrumento e ao seu manual instrutivo, para preparação das equipes à avaliação externa. A realização de uma avaliação externa em todo o Estado do Amazonas começou com um grande desafio, o deslocamento das equipes para os munícipios, seja por via aérea, fluvial ou terrestre, e era uma tarefa ainda mais complexa quando se tratava de unidades de saúde situadas em áreas mais longínquas (zonas rurais), onde a equipe passava de horas ou dias para então chegar às unidades a serem avaliadas. O momento da entrada em campo foi o mais crítico, tanto para os supervisores quanto para os entrevistadores, pois as longas distâncias entre as unidades dentro do mesmo município prejudicou o cumprimento das metas diárias, com atraso na chegada da equipe. Além disso, várias unidades ficavam em área de difícil acesso, e em períodos de chuva, ficavam interditadas. A dificuldade de acesso às unidades impactou no acesso da equipe de avaliação aos usuários no serviço, que após as 10:00 horas da manhã já não estavam presentes nas unidades de saúde. O despreparo de algumas equipes AB para receber a equipe de avaliadores foi pertinente em muitas unidades visitadas, pois não separavam com antecedência a lista de documentação que precisaria ser apresentada, e muitos profissionais tiveram dificuldade na compreensão das questões abordadas, culminando assim em entrevistas de duração muito longa. O comportamento dos profissionais frente à avaliação externa também se configurou como outro entrave, entrevistadores e supervisores identificaram diversas reações negativas no momento da entrevista, sendo o medo um dos sentimentos mais recorrente. Situações imprevistas como a desmarcação dos usuários na unidade no dia da coleta de dados foi um grande problema a ser enfrentado pela equipe de entrevistadores, pois era necessário reagendar a visita para captação desses usuários nas Unidades de Saúde ou justificar a ausência deles. Durante a coleta de dados, os equipamentos (tabletes) utilizados pelos avaliadores em alguns momentos apresentaram defeitos no seu funcionamento, o que também causou atrasos. Uma dificuldade singular foi à utilização do Global Positioning System (GPS), que o equipamento não captava em algumas situações, sendo necessário muitas vezes que o avaliador da qualidade retornasse ao local para captar o GPS. Também, ao longo da avaliação externa foram comuns situações, que a equipe de avaliação denominou de “PMAQuiagens”, em que se identificou tentativas de gestores, profissionais e mesmo usuários de manipularem e modificarem a realidade da Unidade, visando um melhor desempenho na avaliação externa, como por exemplo: placas de identificação novas, reformas e pinturas recentes das Unidades de Saúde, e contratação de profissionais temporários, a fim de suprir as necessidades da unidade somente durante o período de permanência da equipe de avaliação no Município. Resultados e/ou impactos: Refletindo sobre as dificuldades encontradas em campo, a equipe compreendeu que o comportamento (de medo e/ou resistência) dos profissionais, as tentativas de interferências da gestão, e as “PMAQuiagens”,podem estar  associados a uma ideia (e uso) negativa sobre a avaliação. Percebeu-se que os profissionais tinham uma percepção de que a avaliação resultaria em ações punitivas e no constrangimento daqueles que não alcançaram determinados resultados, o que não condiz com a proposta do Programa. Assim, a equipe compreende que tais dificuldades e desafios vivenciados, fazem parte do processo e que tendem a ser dirimidos nos próximos ciclos, com a ampliação e fortalecimento do programa. A avaliação externa do PMAQ, possibilitou a equipe de entrevistadores o conhecimento da realidade amazônica, onde a Atenção Básica deve ser implementada de acordo com a realidade local, permeada pela diversidade ambiental, cultural, social e epidemiológica, ou seja, adaptando-a às singularidades dos modos de viver na Amazônia. Considerações finais: A proposta desafiadora de visitar todas as unidades básicas de saúde do estado do Amazonas permitiu a equipe muito aprendizado e experiências, tais como partilha do processo de avaliação com outras equipes, ampliação do conhecimento sobre a realidade local, o entendimento das características do trabalho na Atenção Básica, valorização dos profissionais e sensibilização tanto dos profissionais quanto dos gestores para a temática e a implementação da avaliação nas rotinas dos serviços, fazendo assim com que o programa funcione não só durante, mas principalmente após as avaliações serem concluídas. Em suma, essa experiência de campo possibilitou a equipe uma visão mais ampla do que é a Atenção Básica na prática, e permitiu não apenas o conhecimento das diferentes realidades de trabalho e organização dos serviços de saúde, mas também um crescimento tanto profissional como pessoal.

4016 Atenção primária em saúde: Caracterização do serviço de imunização no interior da Amazônia Brasileira
Cristiano Gonçalves Morais, Antonia Irisley da Silva Blandes, Géssica Rodrigues Silveira, Gisele Ferreira de Sousa, Jéssica Samara dos Santos Oliveira, Lays Oliveira Bezerra, Sheyla Mara Silva de Oliveira, Claudia Costa Nascimento

Atenção primária em saúde: Caracterização do serviço de imunização no interior da Amazônia Brasileira

Autores: Cristiano Gonçalves Morais, Antonia Irisley da Silva Blandes, Géssica Rodrigues Silveira, Gisele Ferreira de Sousa, Jéssica Samara dos Santos Oliveira, Lays Oliveira Bezerra, Sheyla Mara Silva de Oliveira, Claudia Costa Nascimento

Apresentação: O processo de imunização abrange na última década um dos maiores marcos para a saúde pública brasileira. Isto se deve ao fato de que, a obtenção da cobertura vacinal apropriada proporciona principalmente, a minimização do desenvolvimento de patologias infecciosas, a morbimortalidade dos indivíduos e consequentemente a redução de custos oriundos de tratamentos e/ou internações hospitalares que ainda ocorrem por meio das doenças consideradas imuno-previníveis. É sabido que o Ministério da Saúde visando a vigilância dessas patologias implementou o programa nacional de imunização (PNI) dentro da atenção primária, fazendo com que vacinas que antes eram disponibilizadas apenas nos grandes centros estejam disponíveis em toda unidade de saúde para livre demanda da população, proporcionando maior cobertura vacinal. No entanto, com implementação do PNI nas unidades de saúde tornou-se essencial a capacitação de profissionais para realizar o manuseio adequado dos imunobiológicos, em vista que cada vacina tem suas especificidades. Outro fator que impera sob esta temática está relacionado à ocorrência de eventos adversos ocasionado pelo imunobiológico, ou até mesmo pelos procedimentos inadequados realizados pelos profissionais responsáveis por esse setor. Diante disso é fundamental que a equipe de enfermagem realize atualizações constantes sobre o calendário vacinal, considerando que são estes profissionais o principal responsável pelo monitoramento técnico e operacional deste serviço na unidade de saúde; cabendo a eles identificar qualquer irregularidade e notificar possíveis adventos ocasionados pela vacina, uma vez que o enfermeiro deve prezar pelo cuidado digno, humano, e, sobretudo eficaz, haja vista que apesar do imunobiológico apresentar benefícios para a saúde do individuo a manipulação inadequada pode acarretar problemas sérios e até irreversíveis para o organismo do cliente. Nesse contexto, esta pesquisa visou caracterizar o serviço de imunização prestado dentro de uma Unidade Básica de Saúde e Estratégia da Família no município de Santarém-Pará. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, transversal, com abordagem quantitativa, realizado por discentes e docentes da 5ª Série do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará-Campus XII, durante o estágio supervisionado em uma unidade básica de saúde e em uma unidade de Estratégia de Saúde da Família, localizada no município de Santarém, Estado do Pará. Com base na metodologia ativa adotada pela instituição (problematização), os acadêmicos são inseridos dentro da unidade básica de saúde sob a supervisão de um preceptor, o período que ocorreu o estágio foi entre março e abril de 2017, com a duração de trinta dias. Nesse período os discentes tiveram a oportunidade de colocar em prática o conteúdo teórico ministrado no decorrer do curso, visando à assimilação durante a rotina de atendimento realizado dentro da unidade de saúde e estratégia saúde da família. Desse modo, foi possível ver na prática, os programas implantados pelo Ministério da Saúde dentro da atenção primária, e sua importância para o acesso e assistência a saúde da população, principalmente programas que são tidos como essenciais dentro da unidade de saúde como: o Pré-natal, Planejamento familiar, prevenção e rastreamento do câncer de colo de útero e de mamas, puericultura, HIPERDIA e imunização. Os acadêmicos tiveram a oportunidade para realizar vários tipos de atendimentos com destaque para o programa de imunização, tendo em vista que o período que ocorreu o estágio estava no ápice da livre demanda da vacina contra febre amarela. Diante disso, os discentes em conjunto com os profissionais da unidade de saúde realizaram esclarecimentos a respeito de quem poderia ser imunizado contra a doença, analisaram a carteira de vacina , observando se as outras vacinas estavam em dia, realizaram a aplicação do imunobiológico e fizeram o aprazamento quando necessário.Por meio do mecanismo de aprendizagem ativa, através da vivência dentro da unidade os acadêmicos tiveram um contato maior com o cliente,e puderam perceber os desafios encontrados dentro da saúde pública pelo enfermeiro relacionados à demanda da população, a escassez de recursos humanos, insumos  e a falta de estrutura fisica adequada para realizar a assistência adequada. A amostra da pesquisa foi composta por 200 pessoas que procuraram o serviço de imunologia (aplicação de vacina) da unidade de saúde, compreendeu todas as faixas etárias, atendidas durante o período que ocorreu o estágio, para a coleta de dados foi produzida uma ficha estruturada composta pelas seguintes variáveis: idade, sexo, situação vacinal, imunológico aplicado, doses aplicadas, eventos adversos, profissional que aplicou. A análise se deu por meio da estatística descritiva, tabulados pelo software Excel 2016. Resultados e/ou impactos: A partir da análise dos dados coletados, observou-se que a média de idade da amostra em estudo foi de 35 anos. Em relação ao sexo, encontrou-se que 55% dos pesquisados pertenciam ao sexo masculino e 45% feminino. Quanto à situação vacinal, verificou-se que, cerca de 92% da amostra em questão, tinham as vacinas atualizadas, e que apenas 8% demonstraram total ausência deste serviço. Pertinente aos imunobiológicos aplicados no período do estudo notou-se que a maioria da amostra (31%) procurou vacina para a Influenza, 26% febre amarela, 7% difteria e tétano e 5% BCG e meningocócica. Em relação à quantidade de doses dispensadas, verificou-se que cerca de 59% dos indivíduos receberam uma dose em um único dia, 35% duas doses e 6% três doses. Observou-se também, que durante o período destinado a esse trabalho, não foi possível identificar eventos adversos para essa população e que o responsável por todas as aplicações foi um profissional técnico em enfermagem, supervisionado amplamente por um enfermeiro da instituição. Considerações Finais: Diante dos resultados obtidos, notou-se a importância do programa nacional de imunização (PNI) dentro da unidade de saúde como principal método de vigilância e erradicação de doenças imunopreveníveis. Além disso, percebeu-se que a equipe de enfermagem destaca-se como a principal disseminadora de conhecimento a respeito da vacina e a importância de manter o calendário vacinal em dia, assim como esclarece dúvidas a respeito dos benefícios do imunobiológico e desmitifica crenças criadas a respeito da vacina. Ademais mostra a grande responsabilidade concernente a uma das funções do enfermeiro que é garantir que o imunobiológico seja conservado em local adequado, além de realizar o manuseio e aplicação obedecendo os princípios assépticos para que a vacina alcance seu objetivo, e reduzir consideravelmente a ocorrência de eventos adversos proporcionando um cuidado majoritariamente eficaz ao cliente.

2600 TECNOLOGIA EDUCATIVA EM SAÚDE PARA ESTIMULAR A PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO: experiência na Atenção Básica
Elizama Nascimento Pastana, Geyse Aline Rodrigues Dias, Rennan Coelho Bastos, Juliana Santos de Albuquerque, Julyane Faro Albuquerque, João Tiago Teixeira Alves, Paula Monick Silva de Castro, Maria José Chaves Rezende

TECNOLOGIA EDUCATIVA EM SAÚDE PARA ESTIMULAR A PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO: experiência na Atenção Básica

Autores: Elizama Nascimento Pastana, Geyse Aline Rodrigues Dias, Rennan Coelho Bastos, Juliana Santos de Albuquerque, Julyane Faro Albuquerque, João Tiago Teixeira Alves, Paula Monick Silva de Castro, Maria José Chaves Rezende

Apresentação: O colo do útero é a porção inferior do útero onde se encontra a abertura do órgão, localizando-se no fundo da vagina, o colo separa os órgãos internos e externos da genitália feminino estando mais exposto ao risco de doenças e alterações relacionadas ao ato sexual. O câncer de colo de útero é caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente (estroma) e podendo invadir estruturas e órgãos contínuos ou à distância. O Papiloma Vírus Humano (HPV), é o principal agente etiológico infeccioso associado à ocorrência do câncer de colo de útero. São reconhecidos mais de 100 tipos diferentes de HPV sendo que a infecção por alguns tipos específicos, que afetam homens e mulheres, pode levar à presença de lesões malignas nas áreas anal, genital, oral, orofaríngea, laríngea e de esôfago, sem contar sua associação com outros canceres fato que coloca a infecção por este vírus como um grave problema de saúde pública. Sendo preferencialmente de transmissão sexual, tanto homens como mulheres participam da cadeia epidemiológica da infecção como portadores assintomáticos, transmissores e vítimas da infecção. Isto posto entendemos a relevância do tema, assim desenvolvemos uma ação educativa com  uma tecnologia como ferramenta que viabilizasse a participação do público alvo favorecendo o compartilhamento e construção de conhecimento sobre o assunto para promoção da saúde abrangendo: informação sobre os meios de prevenção, sintomas, tratamento e possibilitando a cooperação do público no processo de educação em saúde. Este trabalho teve como objetivos compartilhar e construir conhecimento acerca do câncer de colo do útero por meio de uma tecnologia educativa, informar sobre a doença, sintomas e tratamento, sensibilizar o público alvo para a realidade e o contexto das ocorrências da doença e estimular a participação deste público a realização do exame de prevenção (PCCU) bem como a importância da vacina contra o HPV.  Está proposta de intervenção está fundamentada na concepção pedagógica sociocultural, onde o homem é o sujeito da educação, situado no tempo e no espaço, inserido num contexto social, econômico, cultural e politico: é o homem contextualizado. Entendemos a partir desta concepção a necessidade do ser humano estar inserido em um contexto, ser reflexivo e atuar para transformar o mundo ao seu redor. Sem diálogo não haveria a possibilidade de conhecer o mundo, a natureza e o social, incluindo as contradições e os conflitos, nem de compreender o mundo de forma diferente. Classificamos a tecnologia em: Tecnologia em Saúde leve-dura, que são as tecnologias –saberes, que são os saberes estruturados que operam no processo de trabalho em saúde e Tecnologias Educacionais para educação em saúde como expositiva, dialogal, impressa e visual. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência, baseado em uma ação educativa como requisito avaliativo da atividade curricular Processos Educativos em Enfermagem I, da Faculdade de Enfermagem, da Universidade Federal do Pará. O local de realização da atividade educativa foi uma Unidade de Saúde Amazônica em Belém Pará. O público alvo foram usuárias desta unidade de saúde que se encontravam na sala de espera para a realização do exame PCCU. Para a realização da atividade foram utilizados os seguintes recursos: caixa de papel com perguntas, flip chart, imagens ilustrativas e roleta com questões acerca da temática. A atividade foi desenvolvida em quatro momentos. O primeiro consistia no acolhimento das usuárias, por meio de uma dinâmica de interação onde elas retiram papeis de uma caixa contendo perguntas impulsionadoras ao tema como: Qual a importância para você de frequentar a unidade de saúde? Você sabe o que é o câncer de colo de útero? Estimulando a reflexão sobre a importância do assunto para sua saúde e vida social. No segundo momento os acadêmicos iniciam uma breve exposição do assunto com auxílio do flip chart contemplando os seguintes tópicos: o que é o câncer de colo, sintomas, HPV, prevenção (vacina e PCCU), indicação e preparo para o PCCU. No terceiro momento foi utilizada a roleta para que as usuárias participassem da construção das respostas. Quando as  participantes rodaram a roleta elas tiveram a oportunidade de responder as questões,  ouviram contribuições e destacaram questionamentos. A roleta abordava os seguintes temas: O que é o câncer de colo de útero? Quais as formas de prevenção? Qual o tratamento? Quais os sintomas? O que é o HPV? Quando posso fazer o exame PCCU? No quarto e último momento foi aberto também um espaço para as participantes se expressarem expondo suas opiniões sobre as informações divulgadas, esclarecendo as dúvidas das mesmas. Resultados: Observamos desde o início da ação educativa o compartilhamento de experiências de vida de duas usuárias que estavam na sala de espera para o exame, as mesmas relataram que havia casos de câncer de colo do útero na família, o que contribuiu substancialmente para a participação e interação do público e dos acadêmicos. No momento da roleta três participantes responderam as perguntas sintetizando o que havia sido explorado durante a ação. A roleta como instrumento tecnológico viabilizou a realização desta atividade, pois favoreceu a interação entre os acadêmicos e participantes da ação, permitiu retomar tópicos abordados anteriormente de uma maneira mais simples e clara, possibilitou a avaliação por meio de feedback, bem como contribuiu para esclarecimentos acerca de prevenção contemplando o contexto social e econômico dessas mulheres. Embora os objetivos tenham sido alcançados de uma maneira significativa, dificuldades como adequação da linguagem e alcance do entendimento foram observadas, algumas usuárias ainda não conseguiram compartilhar suas dúvidas ou experiências, apenas foram ouvintes. Para a próxima aplicação desta tecnologia acreditamos ser necessário fazer uma nova busca entre as mulheres de forma individual para conhecer seus anseios e dúvidas e agendar a ação educativa entregando um convite às mulheres preparando-as assim para o momento da ação. Considerações finais: A educação em saúde é um processo que precisa levar em consideração as demandas da sociedade e de públicos específicos, dessa maneira é importante que utilize recursos tecnológicos que viabilizem todo este complexo de necessidades. As tecnologias em saúde emergem como instrumentos, métodos e dispositivos que fortalecem a prática educativa em saúde e auxiliam na intervenção de problemas de saúde, possibilitando a promoção, a prevenção, o diagnostico ou tratamento, bem como promover a reabilitação ou cuidados sejam eles de curto, médio e em longo prazo.  

4161 INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE E ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO NUTRICIONISTA EM DIEFERENTES CENÁRIOS DA ATENÇÃO BÁSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO DISTRITO FEDERAL.
Cinthya Vivianne de Souza Rocha Correia, Kassia Giovanna Alves Araújo, Cecília Rocha Santos Quaresma, Viviane Belini Rodrigues

INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE E ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO NUTRICIONISTA EM DIEFERENTES CENÁRIOS DA ATENÇÃO BÁSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO DISTRITO FEDERAL.

Autores: Cinthya Vivianne de Souza Rocha Correia, Kassia Giovanna Alves Araújo, Cecília Rocha Santos Quaresma, Viviane Belini Rodrigues

Apresentação: A Política Nacional de Atenção Básica - PNAB, define Atenção Básica - AB como o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde (BRASIL, 2017). O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PET - Saúde /GRADUASUS, criado em 2010 objetiva promover maior integração ensino-serviço-comunidade de forma a fortalecer áreas estratégicas do SUS (BRASIL, 2010). Este relato objetiva demonstrar a experiência no PET-Saúde/GRADUASUS dos acadêmicos de Nutrição da Universidade de Brasília - UNB em diferentes cenários da AB na Saúde no Distrito Federal - DF, em 2017. Desenvolvimento do trabalho: O GRADUASUS no curso de Nutrição - UNB vinculou-se a disciplina de Nutrição e Ciclos da Vida – Prática Ambulatorial, que apresenta três campos de prática inseridos na AB da Regional Leste de Saúde no DF. O primeiro cenário foi no Núcleo Regional de Atenção Domiciliar – NRAD / Paranoá, modalidade assistencial que presta assistência multiprofissional  a pessoas acamadas, dependentes total ou parcialmente de cuidadores e em internação domiciliar, o nutricionista da equipe  realiza a avaliação nutricional e acompanhamento dietoterápico do paciente. O segundo cenário prático foram as Unidades Básicas de Saúde – UBS do Setor Tradicional e Setor Central de São Sebastião, onde o nutricionista realiza atendimento ambulatorial e atividades de promoção da saúde. O terceiro cenário foi o NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da Família), localizado na UBS 1 do Itapuã, onde a equipe multiprofissional conduz ações educativas de promoção de saúde e prevenção de doenças a grupos específicos além de visitas domiciliares. Os acadêmicos de Nutrição matriculados na disciplina, juntamente com as docentes e técnica acompanhavam os preceptores mostrando o campo de trabalho do nutricionista nos diferentes cenários. Cada turma tinha até 5 estudantes. Resultados e/ou impactos: Nos três campos de prática da AB verificou-se que as principais atividades desenvolvidas foram: atendimento ambulatorial, visitas domiciliares e ações coletivas de promoção a saúde, o que evidencia a importância da atenção básica na promoção da saúde e de apoio a atenção secundária e/ou terciária. As atividades realizadas demonstram também conformidade com as definições estabelecidas pela PNAB. O contato frequente e próximo da universidade com o SUS real é benéfico para os serviços de saúde, a comunidade assistida e para a instituição formadora. Conhecer o SUS real, constatando suas dificuldades, rotinas e públicos distintos é imprescindível a formação dos futuros profissionais de saúde, além de permitir o intercâmbio do conhecimento teórico-prático, visando não apenas melhorar os aspectos de eficácia, mas de efetividade, ética profissional e humanização. Considerações finais: Os estudantes que atuaram nos cenários da AB tiveram uma maior reflexão profissional e conheceram melhor o SUS. Desde a criação e regulamentação do SUS em 1990, há a previsão e estímulo a formação de recursos humanos, entretanto, é notável o distanciamento entre as instituições formadoras, os serviços de saúde e a comunidade, desta forma promover esta aproximação e integração consiste em um grande desafio, necessário e urgente. 

3028 A (DES)NATURALIZAÇÃO DA FILA: UMA FERRAMENTA PEDAGÓGICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Lilian F. B. Marinho, Renato Souza, Laio Magno

A (DES)NATURALIZAÇÃO DA FILA: UMA FERRAMENTA PEDAGÓGICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores: Lilian F. B. Marinho, Renato Souza, Laio Magno

  Apresentação: O subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS) impacta diretamente a diminuição da oferta de serviços de saúde, ocasionando filas em todos os níveis de atenção - primária, secundária e terciária. As filas para o atendimento parecem estar naturalizadas e habitam o imaginário coletivo sobre o SUS, sendo continuamente abordadas pela grande imprensa. Para além de uma cena comum é preciso problematizar sua existência, do ponto de vista sociopolítico e pedagógico. Conhecer a realidade de um serviço de saúde, para formar profissionais críticos, nos motivou a buscar estratégias pedagógicas mobilizadoras de sentimentos, reflexões, desejos, falsos conceitos, (pré)conceitos e confrontos de significados e experiências. O desafio de articular, no espaço das práticas, os elementos teóricos da Atenção Primária à Saúde (APS), tendo como ponto de partida a perspectiva do usuário, nos motivou a “dialogar” sobre e com as pessoas que vivenciam a fila em uma Unidade de Saúde da Família (USF), em Salvador-Bahia. De um modo geral, o acolhimento das/os usuárias/os nos estabelecimentos de saúde tem sido pensado, com ênfase nos “novos modos de cuidar e novas formas de organizar os serviços” (BRASIL, 2013) sem problematizar a situação de quem não consegue adentrar os serviços. Desse modo, o objetivo deste relato é refletir sobre uma experiência de formação que utiliza o diálogo diário com as pessoas na fila como uma prática pedagógica crítica. Desenvolvimento do trabalho: O diálogo com as pessoas da fila ocorreu no âmbito das práticas do componente curricular Enfermagem na Promoção da Saúde e Vigilância em Saúde, que está alocado no 4º semestre da matriz curricular do curso de enfermagem da Universidade do Estado da Bahia. Utilizou-se o referencial do Arco de Maguerez (apud PRADO et al., 2007) que compreende: observação da realidade, identificação dos pontos-chave teorização, hipóteses de solução e aplicação à realidade Primeira etapa: observação da realidade O olhar de estranhamento em relação às filas na USF, e as situações de tensões expressas por usuárias(os) do serviço foram os disparadores da nossa observação. A partir daí, buscou-se explorar as potencialidades e pensar os recursos didáticos a serem utilizados para a interação com as/os usuárias/os. A aproximação da realidade foi bastante reveladora de discursos heterogêneos e por vezes contraditórios, num contexto de não direitos à saúde em diversos momentos. Segunda etapa: identificação dos pontos-chave Nas conversas iniciais, feitas de modo assistemático e em pequenos grupos, notou-se a inibição das pessoas, dificultando o diálogo. A partir daí a abordagem passou a ser individual e ancorada em um roteiro. Este aporte foi adotado com o intuito de direcionar a conversa com as(os) usuárias(os) tornando possível ouvir queixas relacionadas ao local da formação da fila,  tempo de espera para a abertura dos portões, desinformação em relação ao funcionamento da USF, mas também elogios diversos e reconhecimento ao trabalho dos profissionais, entre outros Terceira etapa: teorização Os textos de Paulo Freire foram o fio condutor para pensar na importância do cotidiano de um serviço de saúde e a sua relação com os conteúdos do componente curricular. Entender, ouvir e “dar voz” às pessoas a partir da observação direta, e articular com a teoria foi importante para a compreensão da Estratégia de Saúde da Família – direitos, vínculo, longitudinalidade, resolutividade, dificuldades do sistema de regulação e as restrições no acesso, entre outros. A partir dos elementos observados na fila e dos questionamentos apresentados, as discussões aconteceram ao final de cada turno da prática. Aspectos relacionados à: universalidade, integralidade, equidade e participação popular foram os mais recorrentes. Adicionalmente, apoiamo-nos nas categorias apresentadas por Melo, Cecílio e Andreazza (2017) em relação às demandas: “demandas não atendidas”, “demandas atendidas” e “respostas múltiplas para demandas complexas”. Foi possível também introduzir a reflexão sobre a dominação exercida pelos micropoderes existentes nas instituições, por meio de seus agentes, como uma prática social relacional (FOCAULT, 2007) em que, a organização das filas é feita segundo critérios estabelecidos pela gestão local, sem participação das/os usuárias/os dos serviços. Quarta etapa: identificação das hipóteses de solução Inicialmente, o debate sobre possíveis soluções foi circunscrito ao diálogo discente/docente e sinteticamente estão relacionadas a dois grupos de questões: o primeiro diz respeito aos mecanismos institucionais que provocam retorno à fila, sistema de regulação para consulta especializadas e exames, desinformação quanto ao modelo assistencial, e o segundo a prática dos “olhos míopes”, uma metáfora para dizer que a fila compõe o cenário das manhãs sem qualquer problematização. A desconstrução da naturalização da problemática da fila e da percepção da realidade como imutável tornou-se um ponto forte do diálogo discentes/docente. Quinta etapa: aplicação à realidade Paulatinamente, as/os profissionais da USF passaram a ser informados sobre o que fomos acumulando nas sucessivas observações/aproximações. O relato de estudantes, mediado pela docente, vem causando algumas reflexões e discussões importantes, sem, no entanto, implicar mudanças práticas, até o momento. As tentativas de conversa com a direção da USF começam a se aproximar do momento esperado: a transformação na perspectiva dos direitos e da humanização das relações. RESULTADOS OS resultados têm se mostrado surpreendentes no que diz respeito aos entraves que geram a fila, além de estabelecer uma relação dialógica docente-discente ao analisar diferentes percepções e opiniões (FREIRE, 1996). A partir da constatação de que há um ordenamento e obedece a critérios, nem sempre claros a quem frequentemente está na fila, percebeu-se o quanto as pessoas “falam”, “gritam”, propõem e informam sobre a utilização dos serviços oferecidos na USF, e na rede pública ou conveniada. Vislumbra-se com essa ferramenta contemplar dimensões indissociáveis – teoria e prática – na medida em que auxilia a articulação de conteúdos diversos, desenvolve habilidades na abordagem e escuta qualificada, entre outros aspectos. É plausível pensar, a partir dos relatos das pessoas da fila, que discentes e docente na condição de perguntar e ouvir tenham tido a competência de produzir narrativas a partir do vivenciado, e a compreensão da importância da superação do modelo médico-assistencial curativo e hospitalocêntrico. O relato oral diário possibilitou organizar as ideias de modo a deixar claro o que se (trans)formou a partir da experiência vivida. A reflexão produzida pelos grupos de prática, na elaboração de relatórios, mostrou que ao explicar o vivenciado é possível descobrir novos elementos necessários à compreensão dos fatos e o comprometimento com a defesa de um sistema de saúde universal, público e de qualidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS A fila como ferramenta pedagógica possibilita mediar o processo de aprendizagem na APS, de forma ativa, podendo ser explorada em diferentes vertentes, tais como: princípios e diretrizes do SUS, gestão, comunicação e, sobretudo, participação popular. Ao apontar possibilidades de acolhimento (escuta qualificada) das demandas, na perspectiva do direito à saúde, tornou-se possível pensar as filas como espaços de enfrentamento das relações de poder, mas também de afeto por meio de práticas humanistas. As racionalidades e condicionalidades institucionais e políticas podem dificultar a desnaturalização das filas nos serviços de saúde. O resultado autoriza recomendar a utilização da fila para apoiar descobertas e reflexões dos sujeitos sobre a realidade. 

1760 VISITA DOMICILIAR COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO AOS SUJEITOS COM DIABETES MELLITUS II NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE
Bruna Borges

VISITA DOMICILIAR COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO AOS SUJEITOS COM DIABETES MELLITUS II NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE

Autores: Bruna Borges

A promoção de cuidados à saúde realizada em âmbito domiciliar está prevista dentre as ações ofertadas pelas equipes de estratégia saúde da família na Atenção Primária, no contexto do Sistema Único de Saúde, do Brasil. Esse acompanhamento realizado através de visitas domiciliares tem por objetivo dar sustentação ao modelo de assistência comunitária que tem a territorialização do cuidado como eixo norteador das ações ofertadas. Dessa forma, a importância do acompanhamento evidencia-se por se tratar de um tipo de intervenção realizada no meio social do sujeito, possibilitando uma melhor compreensão da sua realidade de vida e favorecendo o estabelecimento de vínculos, reconhecendo ainda os aspectos psicossociais implicados nessa prática de cuidado. Essa pesquisa qualitativa de caráter descritivo-exploratória teve como objetivo geral: investigar,  na perspectiva da Psicologia da Saúde, a prática de cuidados a saúde ofertada em situação de visita domiciliar, enquanto ação prioritária de acompanhamento aos sujeitos com Diabetes Mellitus II em uma unidade de Saúde da Família - UBSF, na zona sul de Manaus, destacando os aspectos psicossociais nessa ação de cuidados. E como objetivos específicos: Analisar, a partir da perspectiva de 02 sujeitos com DM II , o cuidado ofertado em caráter domiciliar pela equipe de ESF e suas estratégias de enfrentamento dessa condição; Problematizar junto a equipe de que maneira os processos psicossociais estão implicados nessa ação de cuidados em saúde realizada no âmbito domiciliar dos sujeitos. Além disso, a realização dessa pesquisa teve sua relevância teórica e social justificada por investigar a promoção de cuidados em saúde, no panorama da saúde pública de Manaus, especificamente à visita domiciliar como ação prioritária de cuidados, considerando as especificidades locais e subjetivas implicadas nessa prática. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa que utilizou o método de observação participante em coerência com a problemática da pesquisa e os pressupostos teóricos referentes à Psicologia da Saúde. As expectativas ao realizar essa pesquisa foram de poder contribuir para o fomento de novas pesquisas realizadas no contexto da saúde pública brasileira e possibilitar novas reflexões quanto ao olhar da psicologia da saúde e inserção do psicólogo nesses espaços tradicionalmente biomédicos contribuindo ainda com novas possibilidades de ações para as equipes atuantes na ABS.

5010 ÁGUA É VIDA - EDUCAÇÃO POPULAR E PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES PARA A SUSTENTABILIDADE
JOSÉ JAILSON DE ALMEIDA JÚNIOR, DAYANE VILANIA FERREIRA DA SILVA, RICHIENNE THAILANE DO PATROCINIO DOVAL, KATARA GARDENIA SOARES ALVES, JOCELLEM ALVES DE MEDEIROS, DAYARA AINNE DE SOUSA ARAUJO, DAYANNE COSTA DA SILVA, CLARA CAROLINE DOS SANTOS SILVA

ÁGUA É VIDA - EDUCAÇÃO POPULAR E PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES PARA A SUSTENTABILIDADE

Autores: JOSÉ JAILSON DE ALMEIDA JÚNIOR, DAYANE VILANIA FERREIRA DA SILVA, RICHIENNE THAILANE DO PATROCINIO DOVAL, KATARA GARDENIA SOARES ALVES, JOCELLEM ALVES DE MEDEIROS, DAYARA AINNE DE SOUSA ARAUJO, DAYANNE COSTA DA SILVA, CLARA CAROLINE DOS SANTOS SILVA

Introdução: A educação ambiental se estabeleceu como política pública através da Lei nº 6.938, que dentre tantas coisas tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental para assegurar condições tanto de desenvolvimento sócio-econômico quanto de proteção da dignidade da vida humana (BRASIL, 1981). Dessa maneira visa promover educação em todos os níveis de ensino e a conscientização através de um processo no qual o indivíduo junto a coletividade constroem valores social, conhecimento e habilidades para a conservação do meio ambiente, com práticas de tomadas de decisões com meios para preservação do ambiente, assim como sua sustentabilidade, desempenhando um importante papel no fortalecimento das políticas públicas de recursos hídricos que atualmente é um dos maiores problemas enfrentados no nosso país, especialmente na região nordeste. Apesar de ser um assunto que muito preocupa e que é de conhecimento de grande parte da população, percebe-se que ainda assim muito pode ser feito para que a água seja usada de forma consciente. Objetivo: Relatar ações de educação ambiental desenvolvidas em escolas no município de Santa Cruz/RN para discutir o uso consciente de água, a importância ao acesso à agua limpa e de qualidade para a saúde humana e meios para reduzir seu desperdício. Metodologia: Discentes dos diversos cursos Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi/FACISA vivenciaram experiências através do projeto ÁGUA É VIDA: PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES PARA A SUSTENTABILIDADE em duas escolas no município de Santa Cruz/RN, no bairro Conjunto Conêgo Monte, as ações aconteceram inicialmente através de visitas nas escolas onde foi trabalhado questionamentos sobre o uso consciente da água e seu desperdício com alunos e professores, essas ações foram planejadas pelos integrantes do projeto através de reuniões que aconteciam semanalmente de acordo com os horários dos discentes. Como produto da primeira escola foi produzido um filtro purificador de água que foi apresentado a algumas turmas, através dele foi desenvolvida uma atividade lúdica de conscientização do uso da água e de sua reutilização. Os materiais necessários para a construção desse filtro foram: uma garrafa pet de 2 (dois) litros com tampa, um filtro de café, uma pequena porção de algodão simples, uma pequena porção de pedregulhos, uma pequena quantidade de carvão em tamanhos bem pequenos, uma pequena quantidade de areia fina e outra de areia mais grossa, uma pequena porção de pedrinhas mais grossas e, por último, uma pequena porção de britas. Todos esses materiais foram lavados e secados para poder compor o filtro de água. Na outra escola os participantes do projeto se reuniram para planejar as ações e como produto foram utilizados jogos como: jogo da velha, bola na garrafa, caça palavras, acerte o número e basquete na garrafa, que foram desenvolvidos com materiais recicláveis. As ações foram realizadas com alunos do turno matutino da escola, se iniciando pelo teatro de fantoches que abordada a conscientização das crianças através do humor e da reflexão sobre pequenos gestos do dia a dia delas que poderiam ser modificados para gerar menos desperdício de água e o seu uso consciente e logo após o circuito com os jogos com duração máxima de 30 minutos para cada turma. Resultados: De forma colaborativa e interdisciplinar, tento em vista que os discentes envolvidos pertencem a cursos distintos como Enfermagem, Fisioterapia e Psicologia, os mesmos vivenciaram um contato mais próximo da comunidade que os permitiu observar e participar do processo de ensino-aprendizagem, contribuindo assim com uma formação crítica reflexiva dos envolvidos, pois a cada encontro e ação realizada havia a problematização e a troca de conhecimento respeitando as particularidades da comunidade. Diante das ações projetadas após as primeiras visitas e sabendo da importância de trabalhar esse assunto com o público infanto-juvenil e que nesse período a construção de saberes é fundamental para um bom desenvolvimento não apenas intelectual, mas linguística, afetiva e de relação interpessoal, viu-se a necessidade da promoção da educação em saúde e meio ambiente. Esta foi realizada através de rodas de conversas baseadas na experiência de Paulo Freire com seu método de alfabetização que chamava de “Círculo de Cultura” que proporcionaram não somente levar a informação até o público alvo, mas sim o retorno que é muito válido pois desde o princípio do projeto se esperou e priorizou que houvesse a participação popular tão essencial para o andamento do mesmo. Entre os pontos negativos e positivos que encontramos ao decorrer das ações foi percebido uma maior resistência de alguns professores na colaboração delas, fazendo refletir um pouco de como o ensino estava sendo passado para o público em questão, porém vale salientar que os demais demonstraram grande satisfação com o trabalho feito na escola e com os alunos reiterando o quanto a educação ambiental é necessária no momento em que vivemos. Todavia apesar de algumas limitações, as ações trouxeram bastante aprendizado a todos os envolvidos no projeto, pois o ensino além das dimensões universitárias garante ao discente uma formação mais humanizada e ganhos para a comunidade. Conclusões: Compreendemos a importância do nosso projeto de extensão e do trabalho em equipe dos discentes em passos estreitos com a comunidade santacruzense, especialmente com os alunos de duas escolas do ensino fundamental e seus professores, onde juntos pudemos construir meios práticos possíveis e de fácil confecção e interpretação para o uso consciente da água, atitudes de sustentabilidade com o filtro purificador de água, atividades dinamizadas com alerta na redução do uso hídrico em todos os ambientes que eles frequentem, brincadeiras com materiais recicláveis e rodas de conversa. Tudo isso com o foco principal em promover a educação ambiental das crianças e jovens, preocupando-os com a qualidade de suas vidas hoje e a das futuras gerações, além de principalmente contribuir para a preservação do meio ambiente como um todo. Nessas intervenções, levamos, sem dúvida, educação e preocupação saudável para os estudantes, visando uma boa transformação da comunidade e de cada indivíduo que faz parte dela.

2228 ELEMENTOS QUE FACILITAM A COMUNICAÇÃO DO ACS EM VISITAÇÃO DOMÉSTICA NO MUNICÍPIO DE CURUÁ-PA
Ana Cely de Sousa Coelho, Sheyla Mara Silva de Oliveira, Franciane Di Paula Fernades, Sarah Simone Silva de Oliveira, Marcelo Silva de Paula

ELEMENTOS QUE FACILITAM A COMUNICAÇÃO DO ACS EM VISITAÇÃO DOMÉSTICA NO MUNICÍPIO DE CURUÁ-PA

Autores: Ana Cely de Sousa Coelho, Sheyla Mara Silva de Oliveira, Franciane Di Paula Fernades, Sarah Simone Silva de Oliveira, Marcelo Silva de Paula

Introdução: A visitação domiciliar é o momento de culminância da ação do ACS na comunidade, através desta há a disseminação de informações e atividades preventivas de saúde e bem estar à população. A visita é uma ferramenta de acompanhamento próximo à comunidade, onde o ACS é o investigador da ocorrência da saúde, segundo as orientações educativas a priori executadas ou planejadas. Nesse sentido, há fatores que contribuem para o desenvolvimento da educação em saúde de forma satisfatória, de caráter positivo e facilitador de ações, percebido no ato da visita pelo ACS, mediado pela comunicação. O trabalho visa apresentar os principais elementos que facilitam a comunicação do ACS na comunidade durante as visitas domiciliares, que favorecem a eficácia da educação em saúde no município de Curuá-PA. Desenvolvimento: Estudo descritivo do tipo relato de experiência, desenvolvido por docentes da Escola Técnica do Sistema Único de Saúde do Estado do Pará– ETSUS/PA, no município de Curuá-PA, como atividade prática de disciplina na Unidade Temática de Informação, Comunicação e Educação em Saúde, ocorrida em dezembro de 2017. Resultados e /ou impactos: Proposto a uma turma de 25 discentes do curso de Qualificação para ACSs no Centro de Saúde Curuá. Os ACSs foram orientados a descrever elementos que facilitam seu diálogo durante as visitas domiciliares de orientação através da educação em saúde, situações favoráveis ao momento de comunicação durante as visitas. Destes elementos apresentados, destacaram-se principalmente uma boa receptividade e acolhimento pelo comunitário para o desenvolvimento do objetivo da visita e/ ou a comunicação. A posteriori, houve a atenção deste voltada às orientações com acompanhamento das explicações, uso da internet como suporte e complementação de informações, utilização de grupos de watssap, sms para repasse de informes rápidos, e apoio constante do enfermeiro e médico nas visitas quando solicitados pelo ACS. Assim essas ações junto à segurança das informações repassadas pelo ACS favorecem uma boa comunicação e aceitação das orientações durante as visitas domiciliares rotineiras no município de Curuá-PA. Considerações finais: Quando há interesse e reciprocidade do comunitário em parceria com o ACS as orientações educativas, fluem da melhor maneira, favorecendo a interação e o entendimento da importância das visitas domiciliares de caráter educativas, promovendo segurança e bem estar a população dependente dos serviços de saúde.

5339 TECNOLOGIA EDUCATIVA EM SAÚDE SOBRE MUDANÇAS ANATOMOFISIOLÓGICAS NA GESTAÇÃO E FASES DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO: EXPERIÊNCIA DE MONITORIA EM PROCESSOS EDUCATIVOS EM ENFERMAGEM
Elizama Pastana, Geyse Aline Rodrigues Dias, Crislen de Melo Conceição, Heliton Matos da Silva, Jessica da Silva Pandolfi, Dayana de Nazaré Antunes Fernandes

TECNOLOGIA EDUCATIVA EM SAÚDE SOBRE MUDANÇAS ANATOMOFISIOLÓGICAS NA GESTAÇÃO E FASES DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO: EXPERIÊNCIA DE MONITORIA EM PROCESSOS EDUCATIVOS EM ENFERMAGEM

Autores: Elizama Pastana, Geyse Aline Rodrigues Dias, Crislen de Melo Conceição, Heliton Matos da Silva, Jessica da Silva Pandolfi, Dayana de Nazaré Antunes Fernandes

Apresentação: Durante a gestação o corpo da mulher sofre mudanças fisiológicas e anatômicas que são necessárias para que haja o crescimento e desenvolvimento adequados do embrião e/ou feto. Essas mudanças ocorrem desde o início da gestação e afetam vários sistemas do corpo humano, como: sistema circulatório, respiratório, digestivo, urinário, musculoesquelético, entre outros, sendo que em algumas mulheres trazem consequências como a dor e limitações na vida diária. Essas alterações produzem muitas vezes um impacto negativo e assustador na vida da mulher, justamente por esta não ter conhecimento acerca dessas mudanças, que podem ser avaliadas como normais ou não a partir das características clínicas. Reconhecer essas mudanças sistêmicas e locais no organismo materno é necessário para se identificar o que pode ser uma intercorrência da gestação. Um fator que contribui para a alta mortalidade materna e fetal (cerca de 8% das gestações) são as doenças hipertensivas que muitas vezes estão acompanhadas de edemas, principalmente nos membros inferiores, que podem evoluir para uma eclampsia ou causar crescimento fetal restrito, prematuridade, morte fetal e neonatal. Devendo atentar para valores pressóricos acima dos valores normais para as grávidas. Diante do exposto, desenvolveu-se um planejamento educativo contendo a abordagem do uso de tecnologia educativa em saúde a partir da utilização do Arco de Maguerez, a metodologia da problematização concentra seu enfoque na realidade social e objetiva atender as reais necessidades dos usuários de saúde conforme seu contexto. Esse mecanismo foi proposto por Charles Maguerez, sendo seu esquema realizado por outros autores em várias situações pedagógicas. O Arco é dividido em cinco etapas principais, as quais foram seguidas neste planejamento: observação da realidade, pontos- chave, teorização, hipótese de solução e intervenção. Foi identificada a seguinte problemática: carência de planejamento educativo em saúde voltado para as principais dúvidas das gestantes, visto à limitação de ações educativas que abordem a temática de desenvolvimento do embrião e/ou feto viabilizando a participação das gestantes a fim de sanar dúvidas quanto às manifestações em seu organismo. Assim, o objetivo geral do presente estudo foi desenvolver um planejamento educativo que incluísse instrumentos como tecnologia educativa em saúde para atender a necessidade de informação das usuárias no período da gravidez. A tecnologia em saúde aplicada classifica-se em: leve-dura, que são as tecnologias-saberes, que são os saberes estruturados que operam no processo de trabalho em saúde e tecnologias educacionais para educação em saúde como tátil, expositiva, dialogal, impressa e visual. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência, resultado do trabalho no projeto de monitoria dirigido por docente da atividade curricular Processos Educativos em Enfermagem I, da Faculdade de Enfermagem, da Universidade Federal do Pará. O projeto possibilita aos discentes do curso o desenvolvimento de atividades de ensino junto ao professor. Esta experiência descreve uma ação educativa desenvolvida por acadêmicos de enfermagem sob orientação da professora e monitores.  O local de realização da atividade educativa foi uma Unidade de Saúde Amazônica em Belém-Pará. O público alvo foram gestantes usuárias do serviço que se encontravam na área de espera da sala de vacina. Para a realização da atividade foram utilizados os seguintes recursos: flip chart, formas de embriões e fetos representativos em isopor e balões. A atividade foi desenvolvida em três momentos. O primeiro momento consistiu na apresentação do grupo e o primeiro contato com as usuárias, explicação de como se desenvolveria a ação e exposição dialogada sobre o desenvolvimento do feto com auxílio do recurso flip chart. O segundo momento compreendeu na apresentação dos alunos acerca dos acontecimentos marcantes em cada mês da gestação, o tamanho dos fetos e a importância dos cuidados em cada fase. Nesta etapa da atividade os acadêmicos utilizaram formas de embriões e fetos representados em isopor para as gestantes terem a oportunidade de visualizar e tocar identificando o tamanho e comparando cada mês gestacional. No terceiro momento realizou-se a dinâmica com balões que continham perguntas, sinais e sintomas da gravidez, onde as participantes poderiam compartilhar questionamentos, experiências bem como esclarecer suas dúvidas, esse momento também estimulou à reflexão crítica das gestantes sobre as alterações que podem ocorrer no organismo durante a gravidez, destacando normalidades e anormalidades. Resultados: Verificou-se que o suporte da docente bem como dos monitores durante o planejamento, aplicação e apresentação da ação e tecnologia ensejou um trabalho fundamentado em bases teóricas coerentes concedendo suporte para os alunos aplicarem o arco da problematização adequadamente durante todo processo. Assim, a atividade educativa considerou o contexto, problemáticas específicas, necessidades e interesses do público alvo o que despertou o interesse, estimulou o diálogo e criou situações para questionamentos entre os facilitadores e usuários do serviço.  Durante ação educativa, observou-se a participação significativa das gestantes em todos os momentos a atividade, a interação e contato com as tecnologias desenvolvidas despertou a curiosidade e estimulou o compartilhamento de experiências. Ao final da atividade foi proposta uma avaliação que consistiu em relato verbal das gestantes participantes sobre a ação educativa, incentivadas a partir de perguntas norteadoras: “Qual a percepção que tiveram sobre a ação educativa? Contribuiu para o desenvolvimento de conhecimento? Em que aspectos esta atividade pode melhorar?”. Assim propôs-se que a usuária expressasse comentários, críticas e contribuições. Grande parte relatou comentários positivos gerais. Nesse aspecto, a pergunta com respostas sem marcadores de escala contribuiu para uma avaliação baseada no livre diálogo entre agentes da ação e usuárias, contribuindo para o compartilhamento de saberes neste momento, pois uma crítica também pode ser fator de melhoras em outros desempenhos futuros. A autoavaliação do grupo de acadêmicos também foi realizada para avaliar seu desempenho na prática educativa, esta prática de avaliação é de suma importância, pois é um instrumento concebido que possibilita aos alunos analisarem o seu próprio desempenho, destacando potencialidades e fragilidades no processo educativo em saúde. Considerações Finais: Diante da experiência vivida neste projeto, pode-se concluir que o trabalho na monitoria possibilita ao monitor o contato direto com a docência, estimula a pesquisa e aprofundamento científico prático, bem como oferece aos alunos suporte teórico por meio de metodologias que enriquecem a prática de educação em saúde. Os benefícios estendem-se a população que é público alvo das ações educativas onde os alunos desenvolvem tecnologias em saúde que consideram a realidade de fato vivida pela população. Neste processo a atividade desenvolvida na atenção primária, com as gestantes, possibilitou ao docente, monitores e discentes desenvolverem o papel de facilitadores no empoderamento  das  usuárias frente às suas necessidades, visto que por meio da troca mútua de conhecimentos, tornou viável a sensibilização à respeito da temática abordada, assim como a construção de um pensamento crítico, possibilitando interferência em algum grau no contexto social.     

820 A DISCUSSÃO SOBRE SAÚDE E MEIO AMBIENTE NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SAÚDE
Adson da Conceição Virgens, Cinoélia Leal de Souza, Elaine Santos da Silva

A DISCUSSÃO SOBRE SAÚDE E MEIO AMBIENTE NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SAÚDE

Autores: Adson da Conceição Virgens, Cinoélia Leal de Souza, Elaine Santos da Silva

Apresentação: no atual cenário de mudanças sociais, econômicas e ambientais, os profissionais de saúde ocupam um papel importante pela sua abrangência no setor saúde, por isso precisam está em permanente processo de aprendizagem, acompanhando as mudanças que ocorrem constantemente na saúde da população. O enfrentamento das consequências da agressão aos recursos naturais são um dispositivo de mudança interdisciplinar para produzir um cuidado integral através de ações de promoção à saúde, prevenção de riscos, agravos e de atenção, em que se co-responsabiliza pela saúde ambiental que interfere no processo saúde e doença dos usuários e seus familiares de uma determinada área de abrangência, no espaço do domicílio, em unidades de serviços de saúde, enfim nos territórios de trabalho em saúde. O Meio ambiente é compreendido como um dos fatores determinante da saúde pelas políticas públicas brasileiras, e fica claro que para compreender a complexidade inerente às questões relativas ao meio ambiente e a saúde, deve-se envolver um conjunto de saberes das diversas ciências, enfocada a partir de uma abordagem crítica na qual, a interdisciplinaridade é uma questão fundamental quando se pensa em educar sobre as questões ambientais. Sendo que, no ensino superior em saúde, isso se torna um desafio, pelo potencial do modelo biológico técnico-assistencial para doenças, presentes nos currículos da área de saúde, desde o início da história do desenvolvimento e estruturação das profissões de saúde, modelo esse que vem sendo criticado no campo da saúde coletiva por não atingir os objetivos das políticas de saúde e por não ser pautado na promoção da mesma. Assim, sensibilizar os futuros profissionais de saúde sobre as relações existentes na natureza e suas implicações nos diferentes tipos de vida na Terra é imprescindível para efetividade das políticas voltadas para o meio ambiente, como também nas práticas de saúde, pois os próprios estabelecimentos de saúde são grandes produtores de resíduos e consumidores de energia, e precisam estar também sendo avaliados quanto aos impactos que causam no meio ambiente. Nesse contexto, este estudo objetivou analisar discussão ambiental na formação dos profissionais de saúde. DESENVOLVIMENTO: tratou-se de uma pesquisa qualitativa descritiva e exploratória em que foram coletados e analisados dados nos programas e ementas de disciplinas de dezessete cursos de graduação na área de saúde em quatro universidades. Cada curso de graduação em saúde tem em média 5 anos de duração, e cada semestre tem uma média de seis disciplinas. Foi solicitado aos colegiados as matrizes curriculares e as ementas de disciplinas dos cursos de graduação para análise das universidades selecionadas cadastradas e autorizadas a funcionar pelo Ministério da Educação, e com cursos da área de saúde em andamento. Foram analisados  os currículos dos cursos de graduação da área de saúde das Universidades Estaduais da Bahia, no ano 2016, através das matrizes curriculares, programas e ementas das disciplinas de cada curso. Foram analisadas aproximadamente 1020 ementas e programas de disciplinas para identificar 60 ementas e programas de disciplinas por curso com aproximação com a temática ambiental. A análise iniciou a partir das matrizes para identificação de programas e ementas dos cursos de graduação em saúde, das quatro universidades estaduais da Bahia, onde foram selecionadas as disciplinas dos cursos que apresentaram aproximações com a questão ambiental. Matrizes dos cursos de graduação em Saúde das Universidades Estaduais do Estado da Bahia: Biomedicina, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Nutrição, Odontologia e Psicologia: RESULTADOS: os resultados apontaram que as disciplinas específicas sobre a temática ambiental na saúde, nos cursos de graduação em saúde, são prioritariamente oferecidas nos dois primeiros anos de estudo. Dos dezessete cursos de graduação em saúde estudados, onze apresentam no mínimo uma disciplina específica sobre a temática ambiental na saúde, dois cursos apresentam três disciplinas e quatro cursos não apresentam nenhuma disciplina sobre Meio ambiente e Saúde na sua matriz curricular. Notou-se um distanciamento na relação saúde/ambiente e na proteção ambiental. Isto faz com que os cursos de graduação em saúde minimizem associações entre doenças/saúde e questões ambientais, levando-se em conta que tais questões devem ser tratadas como tema transversal na graduação em saúde, sinalizando claramente a necessidade de mais discussões e melhor incorporação da temática ambiental no campo da saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: sabe-se que a universidade exerce um papel importante na sociedade, como instituição de formação de profissionais de diferentes áreas do conhecimento, na produção científica e nas atividades de extensão, ambas as responsabilidades das instituições de ensino superior. A presença de questões ambientais na formação em saúde é emergente, principalmente no contexto da formação em saúde. Sabe-se que, como qualquer cidadão, o profissional de saúde deve estar munido de conhecimento e ferramentas que direcionem a sua prática diante das reais necessidades impostas pela sociedade. Há claramente uma carência na oferta de atividades de extensão que relacione Meio Ambiente e Saúde, nas instituições estudadas. Tal fato sugere a urgência de se incorporar, no ambiente universitário, a comunidade interna e externa, comunidades, alunos, famílias, professores, para que as barreiras ou potencialidades derivadas da ação homem/ambiente e ambiente/homem sejam estudadas, discutidas e minimizadas, quando necessário. Diante do contexto atual de discussões e ações em prol do meio ambiente a visão crítica e reflexiva do profissional de saúde é fundamental para a mudança na relação saúde e meio ambiente, pois são profissionais que tem como objetivo o cuidado do indivíduo e da coletividade para a vida, que na promoção da saúde envolvem as ações da sociedade frente as necessidades de preservação do meio ambiente. Com isso, para que a educação exerça o seu papel primordial no desenvolvimento de qualquer sociedade, é necessário que regulamentações e diretrizes contribuam para o processo de ensino-aprendizagem. Para tanto as Diretrizes Curriculares Nacionais norteiam a implantação e estruturação de cursos e currículos nas universidades brasileiras. Percebe-se que existe uma real dificuldade na adoção de práticas de proteção ambiental nos diversos setores da sociedade, sobretudo no campo da educação superior. O que realça a educação como uma ferramenta imprescindível para a sensibilização das pessoas, o que faz a universidade despontar como território pulsante de movimentos de mudanças, importante para aplicação desses preceitos pelo acumulo de saberes e produções.   REFERÊNCIAS Minayo MCS, Miranda AC. (orgs). Saúde e Meio Ambiente Sustentável: estreitando nós. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002, p.344p.   SOUZA C. L.; ANDRADE, C. S. Saúde, meio ambiente e território: uma discussão necessária na formação em saúde. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2014, v.19, n.10, p. 4113-4122.