273: No viver somos todos artistas, estetas de si... Lygia Clarck
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: Tenda Saúde Fazendo Arte    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
3564 ATIVIDADE LÚDICA COMO INSTRUMENTO PARA A MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS
rayziane fonseca, camila bezerra, andreza gomes, francineide muniz

ATIVIDADE LÚDICA COMO INSTRUMENTO PARA A MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS

Autores: rayziane fonseca, camila bezerra, andreza gomes, francineide muniz

Introdução: A prática de atividades lúdicas com idosos reduz o risco de doenças, diminuindo o uso de medicamentos e a procura dos serviços de saúde. Dessa forma, é muito importante desenvolver condutas que proporcione bem estar ao idoso, como por exemplo, atividade física, dança e artesanato, são meios de preencher o tempo vago, favorecendo de forma direta uma melhor qualidade de vida, diminuindo assim o estresse, a depressão, a solidão, a angústia, o pensamento negativo e a ansiedade. Outro fator proporcionado por essas atividades é a concentração, fazer algo que se gosta, exige atenção e dedicação para o desenvolvimento, o que propicia o controle da tensão emocional e impaciência, que é obtido através do desejo de terminar um trabalho que lhe agrada e do qual se espera uma resposta positiva.  O desenvolvimento de atividades lúdicas planejadas permite com que os idosos vivenciem experiências com a lógica e o raciocínio, proporcionando bem estar físico e mental que auxiliam no despertar de respostas cognitivas, sociais e culturais. Os jogos são importantes mecanismos de preservação tanto cognitiva quanto motora, nos idosos, eles se tornam mais relevante ainda, não só servem como fonte de diversão, mas também como instrumento educativo. Outras atividades lúdicas como a dança, atividade física e alongamentos têm trazido resultados de grande valor para os idosos, pois o exercício e o treinamento físico produzem benefícios ao cérebro. As atividades lúdicas são importantes para promover melhorias na qualidade de vida dos idosos como um meio de reforçar a autonomia de cada um, quando desenvolvidas em grupos ou programas para idosos proporcionam ainda momentos de socialização, pois a carência de interação, muitas das vezes vivenciado no ambiente familiar, podem acarretar sofrimento psicológico e consequentemente causar a depressão. Objetivo: Relatar as contribuições da atividade lúdica como instrumento para a melhora da qualidade de vida dos idosos. Descrição da experiência: Relato de experiência das aulas práticas da disciplina de Enfermagem na Atenção Integral à Saúde do Idoso, no segundo semestre de 2017. As atividades foram realizadas na sede do Programa de Atenção a Saúde do Idoso (PROASI), por alunas do curso de enfermagem da Universidade Federal do Amazonas – UFAM sob supervisão da professora responsável pela disciplina. A programação objetivou desenvolver ações de promoção da saúde e prevenção de doenças em pessoas idosas, tendo em vista principalmente o envelhecimento saudável trabalhando a coordenação motora, memória, interação, independência e participação ativa. Com o avanço da idade a capacidade cognitiva do idoso diminui, principalmente se ele não a exercita. As atividades lúdicas proporcionaram aos idosos momentos prazerosos de interação, exercício mental para prevenção ou reabilitação. Observou-se que muitos idosos passam os dias sozinhos em casa, enquanto os familiares estão no trabalho, nestes casos a presença dos alunos e dos envolvidos no programa, torna-se importantíssima para os idosos, visto que as atividades tornam-se um momento de interação social, reduzindo a ansiedade, a solidão e proporcionando um momento prazeroso. Foram realizadas atividades lúdicas com os idosos, sendo elas: desenhos, pinturas, artesanatos, jogo da memória, bingo, danças e o resgate de brincadeiras de infância, considerando sempre a capacidade e limitação de cada idoso. As atividades de artesanato, pinturas e desenho foram realizadas com o uso de materiais com diversas texturas e cores, a fim de estimular os sentidos e a capacidade motora ao cortar, colar e pintar. Na dança, tivemos o auxilio de datashow e vídeo coreografado, onde os idosos acompanhavam cada passo dentro das suas possibilidades. O jogo da memória foi realizado de maneira educativa, as peças do jogo foram elaboradas voltadas para a educação em saúde, como uma boa alimentação e prática de atividade física. O bingo foi adaptado e em vez de números optou-se por imagens ilustrativas, pois alguns idosos da comunidade eram analfabetos, desta forma, todos participaram da brincadeira. Outra atividade desenvolvida com eles foi o telefone sem fio, momento de muita descontração, porém, com mensagens importantes como o risco de queda, que na idade deles se torna muito comum. A atividade intitulada como “hábitos diários” teve como objetivo proporcionar aos idosos lembranças e hábitos que fizeram ou fazem parte do seu dia a dia, dessa maneira foi possível avaliar a função cognitiva dos idosos, quanto a capacidade de relembrar coisas vivenciadas há muito tempo, que por vezes são esquecidas. Tivemos momentos de compartilhamento de experiências, sonhos, desejos, momentos esses em que os idosos abriram o coração e relataram vários fatos acontecidos em suas vidas, tanto bons, quanto ruins. Alguns dos sonhos relatados foram, por exemplo, o de viajar, reencontrar algum familiar, comer alguma fruta, enfim, compartilharam de maneira sincera o que eles gostariam de realizar. Resultados: Observou-se uma boa interação e aceitação de todos idosos. Houve participação ativa, possibilitando uma participação integrada, sem exclusões. Ao proporcionar aos idosos momentos de lazer e bem-estar físico e mental, notou-se um clima descontraído em que os idosos pareciam mais cordiais uns com os outros, mesmo após terem um dia difícil ou chegarem tristes ou descontentes, eles sempre saiam mais felizes, como se esquecessem dos problemas que antes lhes incomodava. Desta forma, pode se constatar a real importância dessas atividades, pois segundo alguns idosos, as atividades já trouxerem inúmeros benefícios para sua saúde tanto física quanto mental. Percebeu-se que as atividades realizadas contribuíram para a promoção de momentos de lazer, minimizando o estresse e favorecendo à saúde desses idosos. Portanto, diante do resultado satisfatório observado, pôde-se estimar, que a meta e objetivos propostos foram alcançados. Considerações finais: Participar desse projeto foi renovador, compartilhar as experiências, as dificuldades e limitações cotidianas dos idosos, proporcionou a nós discentes momentos de reflexão e mudança de comportamento. Foram grandes exemplos de superação e inspiração, aprendemos que mesmo com recursos simples podemos contribui para a promoção da saúde dos idosos. Notar o sorriso no rosto dos idosos foi extremamente gratificante, de modo que a cada atividade que eles conseguiam realizar, era uma grande conquista, tanto para nós alunos, quanto para os idosos participantes do projeto. Muitas vezes, chegávamos para as atividades com algumas preocupações pessoais e com o seu desenvolvimento acabávamos por esquecer ou por enxergar as preocupações de outra forma. Assim como nossas atividades lúdicas proporcionaram momentos prazerosos para os idosos, eles também puderam contribuir para a nossa formação pessoal e profissional.  Entender que as atividades lúdicas trouxeram inúmeros benefícios foi engrandecedor e nos faz ter a certeza da importância da enfermagem realizar esse tipo de trabalho.

4035 TCHIBUM: UMA ESTRATÉGIA DE HUMANIZAÇÃO
Bruna Amora Guedes, Beatriz França Alencar, Lara Abreu Ribeiro Alves, Adélia Cristina Alves Almeida

TCHIBUM: UMA ESTRATÉGIA DE HUMANIZAÇÃO

Autores: Bruna Amora Guedes, Beatriz França Alencar, Lara Abreu Ribeiro Alves, Adélia Cristina Alves Almeida

APRESENTAÇÃO: A doença, como toda situação crítica, modifica a vida da criança e de sua família, gerando ansiedade e frustrações. Com o intuito de aliviar e amenizar a dor e o sofrimento de crianças acometidas por alguma patologia, a atividade lúdica torna-se relevante, pois auxilia o paciente a superar a baixa na autoestima, aflição e tristeza. As crianças demonstram enorme interesse pela ludicidade e isso modifica o ambiente no qual está inserida que é o hospital, e essa ação é considerada extremamente terapêutica, pois há uma promoção de saúde. O presente estudo tem por finalidade relatar a experiência de voluntários do Instituto Tchibum que realizam ações de humanização em Hospitais de Prontos Socorros Infantis (HPSI’s) no município de Manaus, por meio da terapia do riso e interação palhaço-paciente.DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência da                    vivência de voluntários que vestem-se de palhaços e realizam atividades lúdicas no Hospital de Pronto Socorro Infantil (HPSI) da Zona Oeste, HPSI da Unimed, HPSI da Zona Sul, HPSI da Zona Leste e HPS Delphina Rinaldi Abdel Aziz pelo Instituto Tchibum criado no ano de 2010. Os voluntários desenvolvem atividades de estratégias de humanização relativas ao cuidado, assim como a terapia do riso, musicoterapia, palhaçoterapia e esculturas de balões. As visitas acontecem aos fins de semanas nos períodos matutino e vespertino. O Instituto preza em valores de solidariedade, compromisso e respeito, atento para a necessidade de humanização, visando capacitar os voluntários por meio de oficinas de treinamento com o intuito de ensinar o que fazer durante as visitas, bem como as atividades a serem executadas, priorizando o bem-estar do paciente. É importante enfatizar que enquanto hospitalizados, os pacientes permanecem em seus leitos, exceto, quando os médicos autorizam.RESULTADOS: Foi evidente que as atividades desenvolvidas no ambiente hospitalar geram resultados positivos, pois há uma colaboração maior com os procedimentos e exames, diminuindo a ansiedade e medo. A intervenção da figura do palhaço coopera para um ambiente mais formidável, minimiza o impacto da doença e a recuperação muitas vezes de ocorre de forma rápida. CONSIDERAÇÕES FINAIS: É notório que as atividades lúdicas são importantes nos hospitais, pois comprova que a estratégia elaborada pelo Instituto Tchibum, modifica positivamente a vida dos pacientes, acompanhantes, e também da equipe multiprofissional. O humor e a terapêutica do riso proporcionam maior aceitação ao tratamento, melhorando a qualidade de vida e na autoestima. A figura do palhaço beneficia momentos de alivio e ajuda no processo de enfrentamento da doença.

4921 A EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NO USO DE ATIVIDADES LÚDICAS COM CRIANÇAS HOSPITALIZADAS
Amanda Lorena Gomes Bentes, Bianca Pimentel Silva, Emily Manuelli Mendonça Sena, Jonas Gloria de Oliveira, Veronica Vale de Barros, Marcia Cristina dos Santos Bandeira

A EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NO USO DE ATIVIDADES LÚDICAS COM CRIANÇAS HOSPITALIZADAS

Autores: Amanda Lorena Gomes Bentes, Bianca Pimentel Silva, Emily Manuelli Mendonça Sena, Jonas Gloria de Oliveira, Veronica Vale de Barros, Marcia Cristina dos Santos Bandeira

APRESENTAÇÃO: Este trabalho traz como tema central a função do lúdico no contexto da hospitalização infantil. A criança, mesmo hospitalizada, deve ter preservado seu direito ao brincar. A brincadeira é considerada um veículo para o desenvolvimento social, emocional e intelectual. Atividades lúdicas podem contribuir na recuperação da saúde de uma criança hospitalizada, ajudando no reestabelecimento motor, sensitivo, social e emocional, sempre atentando para as limitações das condições de saúde da criança. OBJETIVO: Relatar a experiência de acadêmicos de Enfermagem na utilização do lúdico como instrumento colaborador no tratamento de crianças hospitalizadas. MÉTODO: A vivência ocorreu por meio da observação do comportamento de crianças hospitalizadas que participavam de atividades lúdicas como desenhos, jogos e pintura. RESULTADOS: Pode-se perceber que as crianças que participavam das atividades lúdicas enfrentavam a condição hospitalar de melhor forma se comparadas as que não participavam das atividades. Quando o ambiente hospitalar está em questão, pode-se afirmar que o lúdico exerce influência comportamental na criança e em sua capacidade de enfrentar a realidade hospitalar. Foi perceptível o aprimoramento da capacidade das crianças que possuem tal atendimento no que diz respeito a respostas positivas em diversos tratamentos de doenças, com isso, é imprescindível desenvolver essas atividades para proporcionar uma saúde mais humanizada. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Compreende-se que o lúdico no ambiente hospitalar proporciona a criança melhor aceitação ao tratamento e adaptação a esse ambiente, bem como uma maior socialização com as outras crianças e profissionais, facilitando a interação e compreensão da criança hospitalizada, diminuindo o seu tempo de permanência na instituição hospitalar.

5021 A IMPORTÂNCIA DO LUDICO PARA O MELHOR ENFRENTAMENTO A HOSPITALIZAÇÃO NA INFÂNCIA.
victor Assis Pereira paixão, Sheila Barbosa Paranhos, Ewerton beckman Reis, João Eduador Barros Branco, Vera Lucia Azevado Lima, adria Vanessa Silva, Ana Karoline Souza silva, Euriane Castro costa

A IMPORTÂNCIA DO LUDICO PARA O MELHOR ENFRENTAMENTO A HOSPITALIZAÇÃO NA INFÂNCIA.

Autores: victor Assis Pereira paixão, Sheila Barbosa Paranhos, Ewerton beckman Reis, João Eduador Barros Branco, Vera Lucia Azevado Lima, adria Vanessa Silva, Ana Karoline Souza silva, Euriane Castro costa

APRESENTAÇÃO: As internações hospitalares durante a infância, podem ser descritas como experiências traumáticas, que comprometem o balanço dinâmico da vida da criança, expondo-a a situações que lhe causarão dor, ansiedade, culpa e medo da morte. Nessa perspectiva, as atividades lúdicas apresentam-se como metodologias diferenciadas, com cunho científico para estimular a imaginação e a criatividade da criança, para uma melhor adesão ao tratamento e amenizar a experiência da hospitalização. As atividades lúdicas foram desenvolvidas principalmente com grupo Clown Care Unit, chegando ao Brasil no final da década de 80 e início de 90 com a criação do grupo Doutores da Alegria. No ambiente hospitalar o lúdico possibilita a criança manter partes de suas atividades da vida cotidiana, ajudando-as no processo de reabilitação e diminuindo os traumas, assim o brincar é utilizado com medida terapêutica para melhora de estado da saúde biopsicossocial. Para a enfermagem o lúdico representa a possibilidade de exercer suas atividades, seus processos de cuidados com ênfase na integralidade dos indivíduos e na humanização. No entanto a realização do lúdico é desafiadora, principalmente dentro de uma sociedade que ascende de uma cultura medico assistencialista, porém sua prática é baseada em evidências e garante resultados satisfatórios, preservando os princípios da integralidade e da humanização, garantindo a participação da criança no seu processo de tratamento e reabilitação. OBJETIVO: A importância do lúdico para diminuição dos impactos da hospitalização na criança. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, realizado por acadêmicos de Enfermagem, para pacientes da clínica pediátrica da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, no período de dezembro de 2017. Onde foi dramatizado o nascimento de Jesus, realizado dinâmicas de resposta sobre a peça e distribuído presentes alusivo ao natal. RESULTADOS: Diante a aproximação do natal, data muito significativa para o imaginário de toda criança, notou-se a necessidade de trazer esse espírito para dentro da clica pediátrica, oportunizando as crianças um momento de conforto, amor e distração, que trazem resultado significativos no alivio da dor causada pela hospitalização. Desta forma, foi realizado encenação do nascimento do menino Jesus, dinâmicas e entrega de presentes, proporcionando um sentimento de felicidade e seguridade, que ajudam a diminuir o medo e estimulam o vínculo entre a família e os profissionais. CONCLUSÃO: Desenvolver atividades fundamentadas na arte dentro de unidades hospitalares, foi resultado de muitos anos de investimento e pesquisa, enfrentando-se os paradigmas da medicina tradicional. O lúdico desta forma é fundamental para a manutenção do estado biopsicossocial da criança, frente aos seus sias de hospitalização, devendo sua prática ser mais implementada dentro das unidades de saúde.

5331 Intervenção Urbana e Convivência: Relato da Breve Experiência em uma Praça Abandonada
Samara Milhomem, Wanderson Carvalho, Vitória Amorim

Intervenção Urbana e Convivência: Relato da Breve Experiência em uma Praça Abandonada

Autores: Samara Milhomem, Wanderson Carvalho, Vitória Amorim

Este relato nasce das experiências e reflexões vividas em um trabalho que foi desenvolvido em uma praça “abandonada”, localizada no coração da capital paraense, Belém. Durante três meses, a partir de uma parceria com o Consultório na Rua, o projeto Brinquedos de Saúde, vinculado à Universidade Federal do Pará, executou ações que transversalizaram a educação popular, o lazer e a arte como produtores de saúde e cidadania, sendo um dos territórios ocupados a Praça Magalhães, lugar onde vivem aproximadamente sete pessoas em situação de rua. Em cada encontro, se contava e ouvia histórias, com intenção de criar vínculos com aquela população baseado em uma tríade: memória, convivência e permanência. Uma das linguagens mais utilizadas durante os encontros foi a colagem de lambes - cartazes com conteúdo artístico e crítico, com isso propôs essa forma de intervenção urbana como um abre-alas para uma reinvenção poética dos espaços da cidade que são também a casa de algumas pessoas, trazendo à tona uma discussão sobre direito à cidade, integrando arte e vida a partir de um encontro que desregula as rotinas ordenadas e vigiadas das metrópoles. Colar lambes torna-se então uma narrativa-experiência de convívio com as pessoas em situação de rua, disputando o simbolismo urbano, produzindo novas formas de subjetivar e rememorar o que é estar em situação de rua. Estar na praça e intervir na urbanidade soluciona moderadamente uma questão que foi levada na bagagem: seria o espaço urbano público ou privado? Quando ocupa-se um território com corpos carregados de indisciplina, de improdutividade pratica-se uma cidade pública, que tenta se pretende alheia aos processos mercantilistas e policiais, instalando processos de alteridade e de reconhecimento do Outro, produzindo novas formas de enunciar, cuidar e afetar através das imagens e palavras que ocupam e profanam as antigas paredes brancas, pregando com cola e água os desejos dos corpos-cidade.

5362 Atividades lúdicas na prevenção contra Hepatitve C no Ambulatório do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV)
Fernanda Helena Oliveira Fecury da Gama, Matheus Jun De Paula Fugita, Luiza Silva Jobim, Raiane Mara Goncalves de Oliveira, Thainá Mendonça Bentes, Francilda de Sá Marinho Albuquerque, Salomão Laredo Jezini, Elder Nascimento Pereira

Atividades lúdicas na prevenção contra Hepatitve C no Ambulatório do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV)

Autores: Fernanda Helena Oliveira Fecury da Gama, Matheus Jun De Paula Fugita, Luiza Silva Jobim, Raiane Mara Goncalves de Oliveira, Thainá Mendonça Bentes, Francilda de Sá Marinho Albuquerque, Salomão Laredo Jezini, Elder Nascimento Pereira

Apresentação: o presente relato tratou de registrar as impressões e resultados pertinentes a um trabalho de iniciação científica decorrente do programa nacional "Jovens Talentos para a Ciência". Nele, junto da colaboração do Departamento de Morfologia da UFAM, trabalhou-se a prevenção de Hepatite C de forma lúdica e criativa no Hospital Universitário Getúlio Vargas como principal objetivo.  Desenvolvimento: do período compreendido entre Março de 2015 e Fevereiro de 2016, esteve vigente uma das últimas edições do programa nacional "Jovens Talentos", o qual ajudou muitos universitários a fazerem iniciação científica como a relatada na experiência do presente trabalho. O tema escolhido a ser desenvolvido foi a prevenção de hepatite C com atividades lúdicas e artísticas desempenhadas no ambulatório do Hospital Universitário Getúlio Vargas, cuja vinculação é com a Universidade Federal do Amazonas. Após o período de revisão de literatura, realizaram-se visitas ao ambulatório nas quais se faziam cenas teatrais com o objetivo de falar, principalmente, sobre a prevenção da hepatite C, o que deveria ser feito para evitar preconceito contra quem houvesse contraído a doença e orientações a respeito de como proceder uma vez que seja confirmado o diagnóstico ou haja suspeita. Nessas ocasiões, aproveitava-se para distribuir panfletos explicativos que foram previamente elaborados pelos participantes do projeto.Resultados: nesse período de 01 (um) ano, no qual foram realizadas visitas periódicas ao ambulatório do Hospital Getúlio Vargas, aproximadamente 100 pessoas foram beneficiadas com as atividades de prevenção, recebendo panfletos e assistindo encenações. Não raramente, receberam-se relatos de ouvintes que apreciaram e aprenderam muito ao ouvir a exposição encenada. Alguns portadores de Hepatite C confirmaram o drama vivenciado por eles e o preconceito que se gera em decorrência da doença e de pessoas que, referindo que mudarão sua atitude, confirmaram completo desconhecimento prévio do tema. Assim, pode-se afirmar, com segurança, que haverá mudança de conduta entre os que, por intermédio das atividades práticas, foram orientados. Considerações finais: Considera-se esse tipo de trabalho muito importante para a humanização do aluno, para se obter boa relação com o paciente e para conscientizar a população de que prevenir-se é a melhor maneira de evitar o contágio. Neste trabalho, aliou-se o conhecimento técnico com as competências lúdicas e artísticas da equipe, o que facilitou a compreensão do tema. Ademais, as atividades lúdicas proporcionam interação entre o acadêmico, pessoas com risco de contaminação e o enfermo. Elas são consideradas como terapias, pois ,de uma forma descontraída, leva-se ao paciente informações de suma importância e facilmente entendíveis. Certamente, a prevenção e orientação através de ações lúdicas são uma forma, de certo modo, inovadora de se conquistar a confiança e atenção dos ouvintes e participantes. Esse tipo de experiência não se obtém na graduação comum da graduação, mas foi, felizmente, aproveitada pelos alunos que conduziram as práticas.

681 A CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS PELOS USUÁRIOS DE UM CAPS/AD QUE FAZEM USO DE ÁLCOOL ACERCA DO USO DE OUTRAS DROGAS.
Dassayeve Távora Lima, Bianca Waylla Ribeiro Dionísio, Klivia Sibele Távora Lima, Lívina Letícia Costa Araújo

A CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS PELOS USUÁRIOS DE UM CAPS/AD QUE FAZEM USO DE ÁLCOOL ACERCA DO USO DE OUTRAS DROGAS.

Autores: Dassayeve Távora Lima, Bianca Waylla Ribeiro Dionísio, Klivia Sibele Távora Lima, Lívina Letícia Costa Araújo

RESUMO: Este trabalho de pesquisa intervenção surgiu pelo interesse dos autores em compreender como as pessoas que fazem uso de álcool constroem sentidos acerca do uso de outras drogas, bem como as concepções que eles têm sobre os usuários de drogas múltiplas ou ilícitas. Durante o processo de mapeamento de um CAPS/ad no município de Fortaleza/CE, e reconhecimento das demandas do local, foi identificado nos discursos das pessoas, durante uma assembleia dos usuários, uma possível segregação dentro do serviço por parte dos usuários que fazem uso exclusivo de álcool, pois segundo os usuários de outras drogas, estes se consideram valorativamente diferentes dos demais. A queixa foi apontada por pessoas que fazem uso de múltiplas drogas e afirmavam serem vítimas de exclusão dentro do próprio dispositivo. Essa demanda serviu como norteador para a realização desta pesquisa intervenção. Como teoria de base para este estudo, foi utilizada a perspectiva construcionista social, que tem como fundamento basilar a ideia de que a realidade tal como a apreendemos, é um construto social, passível de ressignificação. Dessa forma, foi realizada uma roda de conversa para facilitar a compreensão sobre o modo que os usuários de álcool constroem sentidos acerca das demais drogas e seus usuários. Apesar de não ter sido identificado nas falas durante o grupo um tom segregador ou excludente de forma explícita, ainda assim foi possível identificar um discurso que diferencia o uso problemático de drogas lícitas como qualitativamente diferente das demais drogas.

1084 GRUPO TERAPÊUTICO COMO UMA ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO NA SAÚDE MENTAL EM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
Jamilia Soares de Farias, Brena Dielle Anastacio de Sousa, Nara Bezerra Custódio Mota, Antonio Charles de Oliveira Nogueira, Cássio Marques Ribeiro, Maria do Carmo Araújo Freitas, Aldilania Pereira Sousa, Gina Késsia Alves do Carmo, Luis Rocildo Caracas Vieira e Souza

GRUPO TERAPÊUTICO COMO UMA ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO NA SAÚDE MENTAL EM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

Autores: Jamilia Soares de Farias, Brena Dielle Anastacio de Sousa, Nara Bezerra Custódio Mota, Antonio Charles de Oliveira Nogueira, Cássio Marques Ribeiro, Maria do Carmo Araújo Freitas, Aldilania Pereira Sousa, Gina Késsia Alves do Carmo, Luis Rocildo Caracas Vieira e Souza

Apresentação: O presente estudo refere-se a uma experiência de trabalho interprofissional de residentes em saúde mental da Escola de Saúde Pública do Ceará, com grupo terapêutico em Centro de Atenção Psicossocial - CAPS, localizado no município de Tauá - CE. Desenvolvimento: O método utilizado foi o de pesquisação com base na observação dos coordenadores do grupo e nos seus registros em diário de campo, além de atividade produto dos participantes. O grupo teve início em setembro de 2017, por meio de encaminhamentos dos residentes e profissionais do CAPS, sendo a demanda agendada. Os encontros ficaram estabelecidos em período quinzenal e uma hora de duração. O grupo intitula-se “O corpo fala” e tem por finalidade valorizar as expressões corporais e verbais dos participantes, sendo o grupo um lugar para o autoconhecimento, a socialização, ao enfrentamento de estigmas sociais e acolhimento do ser humano e sua subjetividade holisticamente. A motivação para a criação do grupo foi à observância de uma prática predominante na clínica e a ausência de grupos terapêuticos enquanto ferramenta de cuidado. Este processo foi conduzido por profissional de educação física e terapeuta ocupacional residentes, ao longo do processo outros profissionais residentes e do serviço contribuíram com os momentos propostos, ocorrendo à colaboração interprofissional. Resultados: A partir do estudo realizado foi identificado que os usuários valorizavam os encontros e compareciam assiduamente, pois foi pontuado durante as atividades do grupo como um espaço dialógico, de interação entre os participantes (usuários e equipe profissional), de valorização das singularidades dos sujeitos e o sentimento de pertença. Foi proporcionado aos mesmos, estímulo à autoestima e a participação social, através das atividades elaboradas e reflexões acerca destas. Deve-se considerar também a colaboração interprofissional entre residentes de saúde mental e saúde da família, assim como profissionais do serviço como uma estratégia de fortalecimento das ações desenvolvidas, pois houve uma visualização por integrantes da atenção básica para a saúde mental e ampliação do olhar de cuidado dos profissionais do CAPS. Houve o reconhecimento da coordenação e dos profissionais do CAPS e deliberado sobre a continuação do grupo “O corpo fala” após a saída dos residentes do serviço em janeiro de 2018. Uma peculiaridade no grupo foi à participação conjunta dos familiares, que também necessitam de cuidado e acolhimento, foi demonstrado por estes o sentimento de gratidão e entusiasmo, sendo a participação da família solicitada pela mesma. Considerações finais: Ao longo do percurso do grupo os usuários se apropriaram do CAPS como um lugar de cuidado e acolhimento e não de doença e loucura. O sujeito foi colocado como o centro da intervenção e não o seu diagnóstico, foi valorizado os potenciais de vida e suas historicidades. O grupo contribuiu para o bem estar dos seus participantes e o enriquecimento dos serviços ofertados pela instituição, o qual funciona como uma importante estratégia de cuidado terapêutico nos serviços de saúde mental e enfretamento do estigma social da loucura.

877 MUSICOTERAPIA NO ÂMBITO DA SAÚDE MENTAL: REINVENTANDO O CUIDADO EM SAÚDE
Nayara Cristina da Silva Bento, Soraya Maria de Medeiros, Bianca Calheiros Cardoso, Marília Souto de Araújo, Fillipi André dos Santos Silva, Jordana Oliveira Freire, Raissa Lima Coura Vasconcelos, Naryllenne Maciel de Araújo

MUSICOTERAPIA NO ÂMBITO DA SAÚDE MENTAL: REINVENTANDO O CUIDADO EM SAÚDE

Autores: Nayara Cristina da Silva Bento, Soraya Maria de Medeiros, Bianca Calheiros Cardoso, Marília Souto de Araújo, Fillipi André dos Santos Silva, Jordana Oliveira Freire, Raissa Lima Coura Vasconcelos, Naryllenne Maciel de Araújo

A procura por saúde e qualidade de vida sempre foram prioridades humanas. Nesse sentido faz-se necessário abordagens interdisciplinares com busca por novas formas de promoção da saúde, terapêuticas e ressignificações do processo saúde-doença. Através dessas abordagens surgem as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, conquistando resultados positivos e boa aceitação da sociedade. Uma dessas práticas é a Musicoterapia, que utiliza música e seus elementos como processo facilitador para comunicação, mobilização e reflexão. Ressalta-se a utilização da musicoterapia na atenção às necessidades emocionais, físicas, mentais e espirituais de um grupo ou indivíduo, repercutindo positivamente na qualidade de vida. Possui fundamentos científicos clínico-terapêuticos vistos como uma metodologia de trabalho passível de ser desenvolvida. Objetiva-se relatar a experiência de utilização da musicoterapia no contexto da Saúde mental e discutir a eficiência terapêutica na assistência. Trata-se de um relato de experiência vivenciado por estudantes de enfermagem na disciplina de Saúde Mental durante estágios supervisionados. A experiência teve início no Centro de Atendimento Psicossocial III (CAPS III), em seguida, foi desenvolvido em uma Residência Terapêutica da cidade de Natal/RN. O CAPS III é um serviço substitutivo criado a partir do processo de reforma psiquiátrica no Brasil. Trabalha com pacientes de saúde mental desenvolvendo terapêuticas a fim de promover reinserção social. Durante os estágios supervisionados, observou-se o perfil social dos usuários, feita escuta qualificada, e detecção dos principais transtornos. Ademais, foram criadas estratégias que desenvolvessem a promoção à saúde através de métodos cada vez mais humanizados. Como foi detectada a falta de interação entre os usuários e a faixa etária variada, optou-se por chamar todos a participar da atividade. Iniciou-se com a apresentação individual e indagação dos gostos. Na Residência terapêutica foi desenvolvida uma abordagem diferente, por tratar-se de um público de maior faixa etária, a conduta inicial foi esperar que os moradores viessem ao encontro do grupo de alunos, caso lhes interessassem. A área da atuação da musicoterapia é ampla, beneficiando a terapêutica de todos os públicos, todas as idades e nas mais diferentes comorbidades. Nesse aspecto, foi possível obter ótimos resultados da musicoterapia no âmbito da saúde mental. A atividade promoveu a interação social e melhor relacionamento entre os usuários, profissionais e estudantes. Evidenciou-se um quadro de alegria, tranquilidade, descontração e bem-estar nos participantes, possibilitando abertura para a expressão dos usuários sobre suas histórias de vida, sofrimentos e sonhos. Foi possível ainda uma aproximação com seus valores, lembranças de momentos de vida, à medida que falavam sobre o que significava cada música, suas histórias e emoções evocadas. Essa evocação possibilitou o fortalecimento de suas identidades, como afirmação de suas subjetividades, contribuindo para o resgate da cidadania desses sujeitos sociais. A reforma psiquiátrica tem como um dos objetivos a reinserção social de pessoas com transtornos mentais, para tanto, buscar uma prática junto aos portadores de transtorno mental que incentive a interação social se faz necessária como estratégia de exercício de identidade e resgate da cidadania. Nesse contexto, a musicoterapia é uma prática integrativa eficiente para a promoção da terapêutica no âmbito da saúde mental.

1038 Camerata de Violões Clássicos
Luciane Leite Grossklags, Luiz Carlos da Silva, Jaison Hinkel, Antônio Carlos Bonanoni Filho, Rosecler Cazzonato Siqueira, Lucas Willian Silva dos Santos

Camerata de Violões Clássicos

Autores: Luciane Leite Grossklags, Luiz Carlos da Silva, Jaison Hinkel, Antônio Carlos Bonanoni Filho, Rosecler Cazzonato Siqueira, Lucas Willian Silva dos Santos

O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS I) do Município de Indaial, no Estado de Santa Catarina, em parceria com a Incubadora Tecnológica de Cooperativas populares (ITCP), instituição vinculada à Universidade Regional de Blumenau (FRUB) desenvolve há três anos uma oficina de música denominada Camerata de Violões Clássicos. A oficina ocorre semanalmente e conta com professores de música e facilitadores especializados objetivando desenvolver as potencialidades interativas e musicais dos usuários da atenção psicossocial, regularmente inseridos conforme Projeto Terapêutico Singular (PTS). As técnicas musicais são apresentadas num ambiente terapêutico que leva em consideração as fecundas vivências dos usuários proporcionando espaços privilegiados de convivência e o desenvolvimento de potencialidades pessoais e grupais indispensáveis ao processo de reabilitação psicossocial. Os efeitos terapêuticos das artes musicais são comprovados na experiência cotidiana dos usuários e profissionais da respectiva oficina. Chama atenção o desenvolvimento de habilidades complexas, tais como a leitura de partituras, a criação e a adaptação de composições musicais, a execução de clássicos da música erudita e popular brasileiras e o manejo de instrumentos musicais. A oficina é um importante instrumento de empoderamento dos usuários tradicionalmente estigmatizados e inabilitados pelo senso comum e por lógicas de tratamento em regime fechado. Incentiva-se, ademais, a reinserção dos participantes desta oficina nos ambientes comunitários por intermédio de apresentações artístico-culturais e relatos de vivências no Município de referência e em outras regiões do Estado de Santa Catarina. No decorrer da oficina os usuários se sentem encorajados a expor situações subjetivamente conflituosas, permitindo que o facilitador do grupo possa trabalhar a ressignificação de vivências mitigando o sofrimento psíquico. Experimenta-se, desta forma, a música como uma elementar forma de expressão, naturalmente sensível ao universo individual e coletivo dos usuários e um recurso terapêutico estratégico no conjunto de ações e atividades que integram os objetivos da reabilitação psicossocial.

1376 Quebrando muros e construindo arte no ritmo do "baque virado".
Juliana de Souza Izidio do Prado Prado, Adriana Rosmaninho Caldeira de Oliveira

Quebrando muros e construindo arte no ritmo do "baque virado".

Autores: Juliana de Souza Izidio do Prado Prado, Adriana Rosmaninho Caldeira de Oliveira

Esse resumo se refere a um estudo de caso de um sujeito/usuário da rede de atenção psicossocial (RAPS) de Manaus, considerando seu encontro com a arte, em um serviço de saúde mental, e a possibilidade de transformação desse espaço em um lugar onde a vivência artística esteja presente no cotidiano, não só dos sujeitos/usuários e trabalhadores da unidade de saúde, mas também, da comunidade em geral, promovendo a cultura e a construção de uma convivência mais alegre a partir da qual se produza arte. Falar da história de DLA é para mim, muito mais do que estudar um caso exemplar de um sujeito participante de uma investigação científica. Falar da história de DLA é também reviver minha própria história, sendo que nossos caminhos se entrecruzaram em um espaço de convivência, onde assumíamos papeis sociais diferentes, ele o de usuário e eu o de terapeuta, embora, com um propósito comum: a disponibilidade para o encontro com o outro, e a construção de uma relação de cooperação e compartilhamento, na qual o objetivo principal era o de produzir estratégias de cuidado que fossem efetivas para o alívio do grave sofrimento psíquico apresentado por DLA. No ano de 2006, foi inaugurado o primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade de Manaus, após a intervenção do Ministério Público Estadual, visando a garantia da implantação da reforma psiquiátrica no estado do Amazonas, conforme a preconização da política pública de saúde mental regulamentada em 2001. A dinâmica do serviço refletia o peso de ser o primeiro dispositivo substitutivo ao Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro (CPER), o único hospital de referência para todo o estado nos serviços de pronto-atendimento, ambulatório e internação psiquiátrica. O CAPS propunha uma nova lógica para o cuidado do sofrimento psíquico grave, diferente daquela historicamente praticada e socialmente conhecida. A ideia do fechamento do CPER gerava medo e insegurança, que se faziam presentes no discurso de usuários, familiares, profissionais e da comunidade. Atuando como psicóloga, na equipe de profissionais do recém-inaugurado CAPS, conheci DLA em maio de 2006, há época com 41 anos. Ele relatava que, desde o ano de 2003, vivia momentos de um sofrimento perturbador ao sentir-se constantemente perseguido por pessoas conhecidas e desconhecidas, além de ver animais peçonhentos, como aranhas, cobras, lagartos, que apareciam nos lugares em que se encontrava, especialmente à noite em sua cama, fato esse que lhe impossibilitava o sono. A ideia de perseguição fazia com que DLA se munisse de um “terçado” que seria utilizado para sua defesa caso se sentisse ameaçado. Ele relatava ainda, ser incomodado por um forte cheiro de sangue humano que frequentemente sentia. Profunda tristeza era percebida em DLA ao falar sobre seu trabalho. O desempenho profissional, como segurança de carros-fortes, foi interrompido após passar por um momento de intensificação do sofrimento, no ambiente de trabalho, quando a realidade parecia não mais fazer sentido, a não ser pela certeza de que naquele momento seria morto por um de seus colegas, certeza essa, que o fez ameaçar a todos com a própria arma de fogo com a qual trabalhava. DLA foi levado ao pronto atendimento psiquiátrico do CPER e a partir de então, não mais retornou ao seu trabalho. A identidade profissional era uma referência importante em sua vida. Casado há 15 anos e pai de um casal de filhos pré-adolescentes, DLA era o provedor de sua família. Dizia sentir vergonha de contar a esposa sobre o que se passava com ele, e por esse motivo, no dia em que decidiu por pedir ajuda, foi ao CAPS sozinho. O desafio para a equipe, na qual me incluía, foi o de garantir a ele o cuidado em um espaço aberto, onde era livre para ir e vir, e autônomo para decidir ficar ou não. DLA optou por ficar e foi o primeiro sujeito/usuário ao qual se lançou mão de uma estratégia de enfrentamento à crise, oferecida pelo CAPS de tipo III, que é o acolhimento em regime de 24 horas, como uma proposta de alternativa à internação no hospital psiquiátrico. DLA permaneceu em acolhimento por quatro dias, recebendo cuidados intensivos da equipe. Com o passar do tempo os projetos terapêuticos construídos e reconstruídos buscaram o resgate de sua identidade artística. Em nossa convivência, sempre demonstrou talento para a música. Nas oficinas do CAPS, redescobriu o prazer em tocar violão e cantar, passou a apresentar-se publicamente com um coletivo de frequentadores do serviço, e fez parte de um grupo musical chamado Loucozencena, um quinteto de voz e violão, que realizava apresentações artísticas em Manaus, chegando a representar o Amazonas em um evento de saúde mental na cidade de Curitiba em 2013. Foi a primeira vez que DLA viajou de avião. Entendendo a importância de transformar o espaço do CAPS em lugar também de produção de arte, em 2011, a partir da iniciativa de alguns profissionais da equipe, que tinham proximidade com a cultura popular do Maracatu, foi criada uma oficina de percussão, com o objetivo de proporcionar aos participantes a experiência cultural e artística relacionada ao ritmo autêntico do Maracatu. Essa oficina se expandiu após uma parceria com o grupo local chamado Eco da Sapopema e com o financiamento do Ministério da Saúde, como incentivo para projetos de arte e cultura nos serviços de saúde. Fundou-se então o grupo Maracatu Quebra Muro, aberto a participação da comunidade independentemente de idade, escolaridade, profissão, condição de saúde, religião, sexo ou raça, com o objetivo da convivência comunitária para a experimentação da arte e da cultura popular. O “baque virado”, produzido por instrumentos como a alfaia, o agbê, o apito e a caixa, é o estilo que identifica o ritmo e a cadência da percussão. O grupo Quebra Muro, para DLA, representa hoje um lugar de reconstrução de identidade. Nesse espaço ele se descobre como compositor, escrevendo letras para as músicas, ou toadas como são chamadas nesse estilo musical. As letras expressam suas vivências e sentimentos, enquanto DLA parece preencher de sentido algumas lacunas presentes em sua história de vida, como aquela deixada pela abrupta interrupção de seu papel social de trabalhador e provedor da família. Além da composição, sua participação no grupo se dá também como cantor e percussionista. A tarefa de produzir arte, assim como os convites para apresentações em eventos locais e até fora do estado, legitimam seu lugar de artista e sua capacidade de autonomia, vista como a liberdade de ser quem se é, de fazer escolhas e viver a vida em suas mais diferentes formas. A possibilidade de sua inserção em vários espaços, levando alegria, descontração e emoção para as pessoas, aumentou seu poder de trocas sociais. A arte se tornou para DLA um caminho de ressignificação do sofrimento e de promoção de vida. A inserção da arte nas práticas do CAPS se mostra, para além de um recurso terapêutico de transformação da experiência de sofrimento, como um instrumento de promoção da cultura, da convivência entre as pessoas e da construção de um espaço mais alegre, onde tocar, dançar, cantar e brincar possam estar presentes no cotidiano de todos.

1945 PROMOVENDO A SAÚDE NA COMUNIDADE POR MEIO DA MÚSICA
Emanuelly Martins, Ângela Urio, Simone Barbosa, Tatiana Xirello, Luciane Oliveira, Jeane Barros de Souza

PROMOVENDO A SAÚDE NA COMUNIDADE POR MEIO DA MÚSICA

Autores: Emanuelly Martins, Ângela Urio, Simone Barbosa, Tatiana Xirello, Luciane Oliveira, Jeane Barros de Souza

A música vem se tornando uma alternativa diferenciada para promover a saúde, pois através dela é possível ter momentos de descontração e relaxamento, além de diminuir o estresse do cotidiano. Em 2014 iniciou-se o projeto de extensão “Promovendo a saúde da criança e do adolescente através da música”, desenvolvido por docentes e discentes do curso de Enfermagem, da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, em parceira com uma escola estadual de um bairro carente de ações culturais, no município de Chapecó/SC. A partir do projeto, formou-se o Coral Encanto, com a participação de aproximadamente 35 crianças e adolescentes, matriculados na escola parceira do projeto, com realização de ensaios semanais. Diante dos bons resultados o projeto transformou-se em um programa de extensão, que também desencadeou projetos de pesquisa e de cultura. O Coral Encanto desenvolveu diversas atividades tanto para as crianças e adolescentes participantes, como para a comunidade de Chapecó e região. Tem-se como objetivo compartilhar a experiência da realização de uma noite cultural por meio da apresentação do show “Cantando o Brasil”, realizado com o intuito de encerrar as atividades do ano de 2017, buscando envolver familiares e toda comunidade do bairro. O show foi realizado no mês de novembro de 2017, no auditório da escola, envolvendo o trabalho tanto da equipe do projeto quanto da escola. No planejamento da noite cultural, buscou-se apresentar músicas das regiões brasileiras, trazendo um pouco das diversas culturas e costumes que compõe o Brasil, com a realização de um teatro envolvendo duas idosas, que foram relembrando os lugares que já haviam visitado no país. Foram organizados convites, distribuídos via mensagens de celular e também com carro de som, convidando os moradores do bairro a participar de uma noite de lazer e cultura na escola. O roteiro musical foi composto por aproximadamente 9 músicas, sendo que em algumas delas haviam linguagem de sinais e outras, danças artísticas. A apresentação foi aberta à comunidade, para ampliar momentos de cultura, assim como proporcionar a descontração e interação entre o coral e o público. O show proporcionou momentos muito marcantes, sendo finalizado, com o auxilio de violino e violão, a música “Trem Bala”, de Ana Vilela, levando as pessoas a refletirem sobre a vida e a importância dos momentos partilhados com a família e amigos. No final, o público se abraçou, tornando um momento lindo e emocionante para todos os presentes. Através da realização da noite cultural, foi possível unir a família na atividade, ficando evidente a felicidade das crianças e dos adolescentes em saberem que seus pais estavam ali no público, os prestigiando. Também observou-se a importante interação da escola junto da atividade proposta, que denominou de “Família na Escola”, proporcionando momentos de confraternização na comunidade entre familiares e vizinhos, gerando saúde. A música pode promover a saúde para quem canta e para quem a ouve também, colorindo e alegrando a vida de muitas pessoas, contribuindo para o viver saudável por meio de momentos de lazer, cultura e diversão.