262: Diversidade étnica, saberes tradicionais e produção de saúde
Ativador: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FCA 01 Sala 01 - Abacaba    Horário: 10:30 - 12:30
ID Título do Trabalho/Autores
3632 ENTRE RODAS E REDES A TRAJETÓRIA DO CONTROLE SOCIAL DO SUS NO CEARÁ
ROGENA WEAVER NORONHA BRASIL, ISMENIA MARIA BARRETO RAMOS, EUCLEA GOMES VALE, MERCIA MARQUES JUCA, FRANCISCA LUCIA NUNES DE ARRUDA

ENTRE RODAS E REDES A TRAJETÓRIA DO CONTROLE SOCIAL DO SUS NO CEARÁ

Autores: ROGENA WEAVER NORONHA BRASIL, ISMENIA MARIA BARRETO RAMOS, EUCLEA GOMES VALE, MERCIA MARQUES JUCA, FRANCISCA LUCIA NUNES DE ARRUDA

O QualiSUS-Rede, cooperação MS, Banco Mundial e SESA-Ce nas Regiões de Saúde do Crato e Juazeiro do Norte, em 19 municipios da macrorregião do Cariri, para fomentar a articulação da sociedade na problemática saúde, ante os modelos de gestão participativa, com foco na avaliação das necessidades manifestadas pelos usuários dos territórios, e os seus direitos e deveres. O projeto no Eixo 5: Fortalecimento da Governança envolvendo as Comissões Intergestores Regionais de Saúde, as Comissões Intersetoriais de Educação em Saúde e Conselheiros de Saúde no processo de educação visando a organização das Redes de Atenção à Saúde no SUS. Optou-se pela capacitação de conselheiros utilizando a Cartilha Entre Rodas e Redes a trajetória do controle social do sus, numa abordagem educacional participativa e colaborativa, valorizando a integração ensino-serviço, métodos de ensino-aprendizagem para a troca de saberes e desenvolvimentos de habilidades, atitudes pelos participantes, a partir de um conjunto de estratégias educacionais, com apresentação de um produto concreto, baseado na Matriz de Competências tratando da compreensão do processo histórico de construção do Sistema Único de Saúde; do acompanhamento na implementação das redes de atenção a saúde e sua função enquanto representante da sociedade. Obteve-se como resultados a capacitação de 984 conselheiros de saúde e a apresentação do Plano de Ação Estratégico em cada município. Conclui-se que a experiência oportunizou o envolvimento dos conselheiros por meio das manifestações nos trabalhos de grupo e a confirmação da importância de metodologias problematizadoras no processo da educação permanente em saúde.

1431 O XAMANISMO COMO INSTRUMENTO DE RESISTÊNCIA: ESPECIFICIDADES ÉTINICAS E DIREITOS INDÍGENAS
Fernanda Ingredy Dantas de Araújo, Pamela Alves Gil

O XAMANISMO COMO INSTRUMENTO DE RESISTÊNCIA: ESPECIFICIDADES ÉTINICAS E DIREITOS INDÍGENAS

Autores: Fernanda Ingredy Dantas de Araújo, Pamela Alves Gil

O xamanismo é uma antiga prática de cura dos povos indígenas e no seu contato com a medicina biomédica observa-se um diálogo desequilibrado entre os saberes tradicionais e científicos. Dentro disso, as consequências são desastrosas para as comunidades indígenas, a medida em que veem uma apropriação da medicina ocidental sobre seus sistemas terapêuticos, os colocando em uma posição de alternativas auxiliares e subsistema. A proposta desse estudo é analisar de que forma as práticas xamânicas estão inseridas no âmbito da saúde indígena e identificar como se estabelecem as práticas interculturais entre a medicina tradicional e a medicina ocidental biomédica. Optou-se realizar a coleta de dados por meio da pesquisa bibliográfica, onde se utilizam materiais já elaborados e disponíveis com o principal propósito de fornecer fundamentação teórica ao trabalho e identificação das produções atuais referente ao tema. A partir da pesquisa nas bases de dados, com os critérios de inclusão, exclusão e descritores pré-estabelecidos encontrou-se um maior número de publicações do tipo teses e dissertações e uma menor quantidade de artigos. Os temas mais frequentes nas teses e dissertações são identidade, etnografia, cultura, transformações culturais e interculturalidade. Já nos artigos os principais temas são desenvolvimento participativo, intermedicalidade, medicina tradicional, saúde e interculturalidade. A partir dos levantamentos pode-se perceber que as práticas tradicionais tendem a ser valorizadas quanto mais se tornam passíveis de submissão e validação técnica. Nesse cenário, a medicina tradicional tem que ser submetida a uma racionalidade cientifica, e isso coloca a ciência biomédica em uma posição hierárquica superior, assim, os discursos oficiais acabam por impossibilitar que os povos indígenas escolham suas práticas de cuidado e insiram nelas o seu próprio entendimento sobre o que é saúde, doença e cura. Através de diversas imposições, assiste-se uma maior inserção dos indígenas no sistema oficial de saúde, em modelos de tratamento biomédicos, que desvalorizam as práticas culturais, tradicionais e sagradas, como o xamanismo, que para além da busca pela cura atribui as populações indígenas visões de mundo, como experimenta-lo emocionalmente e como se comportar em relação a outras pessoas, às forças sobrenaturais, ou aos deuses e ao ambiente natural

3411 VOZES INDIGENISTAS NA I CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE DAS MULHERES, CHAPECÓ/SC
Francielli Girardi, Laura López, Laura López, Laura López

VOZES INDIGENISTAS NA I CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE DAS MULHERES, CHAPECÓ/SC

Autores: Francielli Girardi, Laura López, Laura López, Laura López

Resumo: Introdução: O controle social um dos pilares fundamentais do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASI-SUS), com gestão participativa. As Conferências de Saúde são uns dos canais fundamentais de participação social na construção das políticas públicas. No segmento mulheres indígenas torna-se ainda mais relevante a sua participação, pois suas dinâmicas socioculturais são diferenciadas, necessitando desses olhares diversos para a construção das políticas públicas. Objetivo: analisar o relatório final da I Conferência Municipal de Saúde das Mulheres de Chapecó (CMSM), enfocando as mulheres indígenas. Metodologia: Estudo do tipo análise documental. Para compor a análise será avaliado o relatório final da I CMSM de Chapecó. No relatório final, haviam propostas descritas e aprovadas, para serem encaminhadas para a Conferência Estadual. A análise abarcará todas as propostas, buscando identificar as que englobavam a temática mulher indígena. A CMSM ocorreu nos dias 12 e 13 de maio de 2017, com a participação de143 pessoas. A CMSM foi organizada para as discussões em quatro eixos temáticos, (I) o papel do Estado no desenvolvimento socioeconômico e ambiental e seus reflexos na vida e na saúde das mulheres; (II) o mundo do trabalho e suas consequências na vida e na saúde das mulheres; (III) vulnerabilidade nos ciclos de vidas das mulheres na Política Nacional de Atenção Integral a Saúde das Mulheres; (IV) Políticas Públicas para Mulheres e Participação Social. Discussões: Destacamos que na plenária da CMSM de Chapecó foram aprovadas 90 propostas, destas sete englobaram as mulheres indígenas. As propostas que remeteram as mulheres indígenas estavam descritas em três eixos temáticos (II) (III) e (IV). No eixo temático (II) foram duas propostas: a) desenvolver estratégias de vinculação entre a política nacional de saúde indígena e os mecanismos municipais de atenção à saúde; b) criar políticas de desenvolvimento sustentável diferenciado para mulheres indígenas, respeitando suas especificidades socioculturais, no cotidiano do trabalho. No eixo III foram aprovadas três propostas: c) desenvolver políticas públicas de saneamento básico (água, lixo e esgoto) para as mulheres nas comunidades indígenas; d) capacitação e sensibilização de todos os profissionais de saúde para garantir o acolhimento e assistência humanizada a população LGBT, mulheres com deficiência, mulheres integrantes de comunidades específicas: indígenas; e) desenvolver ações de educativas para a população em geral em relação às temáticas das comunidades específicas (indígenas). No eixo IV havia duas propostas: f) garantir políticas públicas que assistam a todas as mulheres, como garantia do uso do “nome social ou tradicional”, nos serviços de saúde, incluindo as indígenas; g) garantir atenção diferenciada à saúde das mulheres indígenas, agricultoras, quilombolas, aprimorando as ações de atenção básica e saneamento, observando e respeitando suas práticas de saúde. Conclusões: As mulheres indígenas foram invisibilizadas em muitos aspectos socioculturais, não conseguindo as propostas dialogar e desvelar suas complexas e diferenciada situações e necessidades. O estigma social para com estas mulheres ficou evidenciado nas poucas propostas apresentadas na CMSM.