260: Narrativas de vida pulsantes nos rios, campos e florestas: populações tradicionais
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: ICB Sala 14 - Jerimum    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
420 PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO TRATAMENTO DE HIPERTENSOS E DIABÉTICOS DO PROGRAMA HIPERDIA NO BAIRRO ELCIONE BARBALHO EM SANTARÉM PARÁ
Rosilma Alves Teixeira, Cleicikellen Santos de Castro, Amanda Silva de Miranda

PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO TRATAMENTO DE HIPERTENSOS E DIABÉTICOS DO PROGRAMA HIPERDIA NO BAIRRO ELCIONE BARBALHO EM SANTARÉM PARÁ

Autores: Rosilma Alves Teixeira, Cleicikellen Santos de Castro, Amanda Silva de Miranda

O presente trabalho é produto de uma disciplina de quatro semestres do bacharelado interdisciplinar em saúde da UFOPA, denominada interação na base real, que consiste no diálogo universidade e comunidade no tocante à área da saúde. Tem como eixo a temática das práticas integrativas e complementares para o tratamento de pessoas com hipertensão e diabetes. Para tal, buscou-se levantar informações junto aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) sobre a utilização das práticas integrativas e complementares por parte de pacientes hipertensos e diabéticos atendidos pelo Programa HIPERDIA além da medicação distribuída no Centro de Saúde do Bairro Elcione Barbalho, município de Santarém, Pará. Tem como objetivos: analisar sob a ótica dos ACS, que fatores influenciam a utilização de práticas integrativas e complementares no tratamento de hipertensão e diabetes pelos pacientes; e descrever quais são as práticas integrativas e complementares mais utilizadas pelos pacientes para auxiliar na melhoria dos sintomas da hipertensão e diabetes. Trata-se de uma pesquisa descritiva com uma abordagem qualitativa, com aplicação de questionário semiestruturado com 22 perguntas para três Agentes Comunitários de Saúde que atuam no acompanhamento de pacientes participantes do programa HIPERDIA na Unidade Básica de Saúde do bairro Elcione Barbalho. Os resultados da pesquisa nos mostraram que os Agentes Comunitários de Saúde não possuem conhecimento sobre as Práticas Alternativas e a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), pois não obtiveram capacitação acerca dessa Política. No que se refere aos pacientes atendidos pelo Programa HIPERDIA, os ACS relataram que esses pacientes acompanhados por eles já ouviram falar em práticas alternativas, que podem ser exemplificadas por COMPLETAR e que fazem o uso de chás (Fitoterapia) de algumas plantas nas quais eles tem conhecimento de que podem ajudar no tratamento da hipertensão e do diabetes. No entanto esses pacientes desconheciam que a utilização de chás para uso terapêutico fizesse parte de uma Política de Práticas Integrativas e Complementares e que essa política está preconizada pelo SUS. Além disso, um ponto a ser destacado é a necessidade de ampliação da pesquisa para um número maior de ACS de outros bairros de Santarém. A utilização de práticas alternativas e integrativas pela comunidade, bem como estimular o seu uso, reflete o interesse dos ACS e dos usuários em buscar formas diferenciadas para resolução de agravos, promoção e recuperação da saúde.    

2956 EKOBÉ E A PRODUÇÃO DE VIDA: POLIFONIAS SOB A ÉTICA DO CUIDADO
Vera Lúcia Azevedo Dantas, UIRÁ DANTAS ROCHA DE LIMA, UIRÁ DANTAS ROCHA DE LIMA, MAYANA AZEVEDO DANTAS, MAYANA AZEVEDO DANTAS, ANTONIO EDILSON OLIVEIRA, ANTONIO EDILSON OLIVEIRA, ANTONIO EDILSON EDVAN FLORENCIO, ANTONIO EDILSON EDVAN FLORENCIO, RAIMUNDO FÉLIX DE LIMA, RAIMUNDO FÉLIX DE LIMA

EKOBÉ E A PRODUÇÃO DE VIDA: POLIFONIAS SOB A ÉTICA DO CUIDADO

Autores: Vera Lúcia Azevedo Dantas, UIRÁ DANTAS ROCHA DE LIMA, UIRÁ DANTAS ROCHA DE LIMA, MAYANA AZEVEDO DANTAS, MAYANA AZEVEDO DANTAS, ANTONIO EDILSON OLIVEIRA, ANTONIO EDILSON OLIVEIRA, ANTONIO EDILSON EDVAN FLORENCIO, ANTONIO EDILSON EDVAN FLORENCIO, RAIMUNDO FÉLIX DE LIMA, RAIMUNDO FÉLIX DE LIMA

O Ekobé desde 2005, ocupa o espaço da UECE, sendo gerido coletivamente por atores dos movimentos e práticas populares de Fortaleza que constituem a ANEPS no Ceará. Estes construíram, o espaço físico, de forma solidária e sustentável, referenciados na permacultura e na educação popular por meio do curso “Diálogos da Educação Popular em Saúde com a Permacultura”.  O curso teve como produto principal a reconstrução do espaço externo e interno do espaço segundo os princípios de permacultura, com um design que considerou a ecologia, a cultura local e os sonhos dos sujeitos envolvidos nos processos de cuidado e formação ali desenvolvidos.  Em seu percurso, tem articulado práticas populares de cuidado, arte e educação na saúde para gerar saberes que incorporam a experiência popular. estruturando ações de transformação a partir das potencialidades dos atores envolvidos e do agir solidário. A ação solidária e cooperativa é protagonizada por esses atores e atrizes populares, especialmente a partir do cuidado e tem desencadeado movimentos de aproximação com os conteúdos temáticos de disciplinas integrantes dos cursos da área da saúde na graduação e pós-graduação, bem como com os processos de educação permanente desenvolvidos nos serviços de saúde de Fortaleza e movimentos populares, ao mesmo tempo que produziram diálogos entre as práticas integrativas e populares de cuidado, a arte e a educação na saúde. Esse processo parece aproximar-se do que Boaventura Santos (2005) nomeia como tradução intercultural: “práticas que promovem uma nova convivência activa de saberes no pressuposto que todos eles, incluindo o saber científico, se podem enriquecer nesse diálogo”. Essa dupla via pode, a nosso ver, contribuir para a busca de uma reorientação solidária da relação universidade-sociedade e da conversão da universidade em um espaço público de interconhecimento, onde os cidadãos e os grupos sociais podem dialogar sem se colocarem na posição de produtores de saberes excludentes. Parece-nos que, na experiência do Ekobé, a arte e as práticas populares de cuidado emergem como expressões singulares, criando zonas de contato para a efetivação do diálogo intercultural (Dantas, 2009) e para a construção de olhares sustentáveis para as diversas ações ali desenvolvidas. Um dos desafios apontados pelos sujeitos que protagonizam as ações  no espaço refere-se à necessidade de pensar processos comunicativos que promovam não apenas a ampliação da visibilidade do espaço, mas também  a reflexão e socialização das ideias sobre sustentabilidade, cooperação, corresponsabilização  e solidariedade que ancoram as práticas ali desenvolvidas. Neste sentido a produção do documentário Ekobé e a produção de vida: polifonias sob a ética do cuidado, objetivou constituir um espaço de visibilidade sobre a experiência desenvolvida no Espaço Ekobé ancorado no olhar dos seus atores protagonistas e, ao mesmo tempo, ousa constituir-se instrumento pedagógico de vivencias de arte e educação popular voltadas para o cuidado com a vida. Para construção dessas reflexões, lançamos mão proposta da Ciranda de Aprendizagem e Pesquisa (Dantas, 2009), na linha da pesquisa-ação que incorpora as bases da educação popular e a dimensão da arte como transversal a todo o percurso. O vídeo, com duração de 10 minutos, é constituído por depoimentos dos gestores-cuidadores do espaço acerca das práticas ali desenvolvidas, alguns dos quais construídos com linguagens da arte e cultura populares como repentes, cantigas, entre outras. Estes são permeados por vivencias no espaço que visam propiciar o reconhecimento do jeito de fazer saúde acumulado tradicionalmente nas formas populares de cuidar, nomeadas como Práticas Populares de Cuidado. As cenas e imagens destas, desvelam processos de cuidado dialogados, participativos e humanizados, acolhedores da cultura e do saber popular. Identificam uma postura integradora do ser humano reconhecendo e legitimando crenças, valores, conhecimentos, desejos e necessidades das classes populares, refletindo sua leitura do mundo, referenciadas na ancestralidade e cuja principal referência é a profunda vinculação e amorosidade às pessoas, às comunidades. Entre as práticas coletivas evidenciadas no vídeo podemos referir o corredor do cuidado, vivencias cenopoéticas, banho de som que ocorrem em momentos como acolhidas de estudantes, aulas de disciplinas da universidade e de processos formativos ofertados pelo Ekobé pautadas na educação popular e PICs.  O Corredor do Cuidado é uma vivência cujo princípio é  acolher e cuidar das pessoas do modo como desejariam ser cuidadas, para que, ao entrar naquele corredor humano possam perceber a importância do carinho, da amorosidade e do respeito com o outro . As vivencias do corredor têm agregado, cuidados ancestrais, onde ele ocorre e em geral se transforma  em uma espiral para refletir sobre a relação s com o planeta e o universo. A cenopoesia, se articula com outras linguagens para ganhar diversidade e dar força ao discurso e sua capacidade de expressão. Atua como espaço de articulação e interfaces entre linguagens em seus aspectos formais e em suas especificidades para construir algo como que um campo dialógico, sinérgico e harmônico gerador de novas imagens, novos sentidos; multifacetados, mas ressignificados como linguagem única, porém aberta e viva. E aí a música e o teatro principalmente, têm trazido grandes contribuições. (LIMA, 2008). Traz a possibilidade de ampliar a comunicação, rompendo com as limitações da língua escrita e falada. Portanto, seu exercício é uma busca intensa de diálogo entre as artes, as linguagens; as pessoas, ideias e visões de mundo, na perspectiva eco-humanizadora. O exercício dessa linguagem parece revelar-se ao mesmo tempo como uma forma singular de produção artística onde dialogam diversas linguagens e na experiência do Ekobé, também como estratégia educativa em diálogo com o cuidado a partir da qual é possível refletir e problematizar a realidade, lançando mão de inumeráveis possibilidades de criação e expressão e inclusive de compor com os corredores do cuidado, as vivencias coletivas de automassagem, entre outras. No contexto do Ekobé essas práticas  se propõem também, ao serem ofertadas de forma solidária e cooperativa a promover o acesso destas aos atores do movimento popular  tendo em vista que , em geral são disponibilizadas em espaços privados e inacessíveis às classes populares.  Além das práticas coletivas, o vídeo evidencia praticas individuais como o reiki, a massoterapia e a massagem do som com as taças tibetanas que também é utilizada em um ritual coletivo chamado banho de som.  O envolvimento de estudantes, usuários do CAPS e dos serviços de APS, além pessoas das comunidades tem propiciado a ampliação do olhar sobre o cuidar que inclui autonomia, diálogo, amorosidade, confiança e cooperação, incorporando os jeitos de cuidar que cada um traz além de dimensões como a criatividade, o lúdico e a espiritualidade. Desvela ainda outros desenhos do cuidar nos quais a arte e a cultura se incluem incorporando o saber de experiência feito dos partícipes como um saber construído na dimensão do vivido. Parece-nos que os processos vividos no Ekobé possibilitaram aos cuidadores e pessoas cuidadas o aprender a aprender, pois, como disse Freire (2003, p. 88), “ninguém nasce feito. Vamos nos fazendo aos poucos na prática social de que tomamos parte”.  As cenas e imagens desvelam ainda as possibilidades de um modo de produzir cuidado mobilizando energias, experiências, vontades de reinventar e seguir aprendendo e experenciando possibilidades de transformação dos sujeitos em sua relação com o mundo. Nesse caso, o Ekobé constitui-se espaço polifonico, como um mundo muito singular, tendo como centralidade e princípio fundamental o cuidado, onde “cuidar do outro é cuidar de mim, cuidar de mim é cuidar do mundo.

3161 RODA DE CONVERSA: EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE E AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E POPULARES DE CUIDADO
Renê de Sousa Moura

RODA DE CONVERSA: EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE E AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E POPULARES DE CUIDADO

Autores: Renê de Sousa Moura

Debater sobre as interfaces e ações de fortalecimento para a Política Nacional de Educação Popular em Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (PNEPS-SUS), a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPICS) e a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. A PNEPS-SUS é uma prática voltada para a promoção, a proteção e a recuperação da saúde a partir do diálogo entre a diversidade de saberes, valorizando os saberes populares, a ancestralidade, a produção de conhecimentos e a inserção destes no SUS. Suas práticas e metodologias possibilitam o diálogo entre trabalhadores e usuários, entre as equipes de saúde e os espaços das práticas populares de cuidado, entre o cotidiano dos conselhos e dos movimentos populares, ressignificando saberes e práticas. A EPS propõe ações em eixos estratégicos, destacando-se o eixo do Cuidado em Saúde que busca refletir a compreensão ampliada do cuidado em saúde, reforçar o reconhecimento e a convivência dos modos populares de pensar, fazer e gerir a saúde, promovendo o encontro e diálogo destes com os serviços e ações de saúde. A PNPICS está em consonância com a PNEPS-SUS, pois ambas buscam integrar os saberes técnicos-científicos com os saberes populares. Todas as ações decorrentes das políticas nacionais voltadas à integração das práticas integrativas e complementares no SUS perpassam pelo entendimento e valorização da multiculturalidade e interculturalidade, por gestores e profissionais de saúde, em busca da equidade e integralidade da atenção em saúde. Sendo assim, fortalecer as práticas integrativas e populares de cuidado implica apoiar sua sustentabilidade, sistematização, visibilidade e comunicação, no intuito de socializar tecnologias e perspectivas integrativas, bem como, aprimorar sua articulação com o SUS. A PNPMF vem promover e Ampliar as opções terapêuticas aos usuários, com garantia de acesso a plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados a fitoterapia, com segurança, eficá- cia e qualidade, na perspectiva da integralidade da atenção à saúde, considerando o conhecimento tradicional sobre plantas medicinais. A atividade começará com o acolhimento, uma prática de cuidado e apresentação dinâmica dos participantes. Em seguida, três participantes farão uma fala introdutória e provocativa aos temas: a) Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares; b) Política Nacional de Educação Popular em Saúde e o Eixo Cuidado em Saúde; c) Ações e práticas integrativas e populares – construindo um novo jeito de fazer saúde. Em seguida, o debate segue circulando em rito de roda de conversa e ao final será realizada a avaliação da atividade.

3201 PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA FORMAÇÃO EM SAÚDE: DIÁLOGOS E VIVÊNCIAS
Renê Moura

PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA FORMAÇÃO EM SAÚDE: DIÁLOGOS E VIVÊNCIAS

Autores: Renê Moura

Objetivos: Capacitar profissionais de saúde sensíveis e abertos a incorporação das práticas integrativas e complementares no SUS, vivenciando experiências de Educação Popular em Saúde e o desenvolvimento de habilidades e competências como o diálogo, amorosidade e a construção compartilhada do saber com diferentes atores sociais. Metodologia: A formação é fruto do convênio entre a Universidade Federal de Sergipe/ Campus Lagarto, a ANEPS( Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de educação Popular em Saúde) e o Movimento Popular de Saúde/SE e 6 municípios da região Centro-Sul de Sergipe. Foram realizados cursos Reiki, Acupuntura Auricular, Massoterapia, Homeopatia Popular e Fitoterapia. A metodologia, embasada nos princípios da Educação Popular, envolveu momentos de aulas teóricas, aulas práticas e de dispersão para aperfeiçoamento das práticas nas comunidades e unidades de saúde. Resultados: Foram realizados diversos encontros para realização dos módulos teóricos e práticos. Cerca de 200 educandos participaram da formação, entre estudantes de graduação de diferentes cursos da área de saúde, além de agentes comunitários, usuários e profissionais de saúde. Foram implantados espaços de práticas integrativas nas UBS’s do Maroto e Colônia Treze em Lagarto e na Clínica de Fisioterapia de Simão Dias onde os usurários e profissionais do SUS são cuidados por Reiki, Massoterapia e Acupuntura Auricular. Análise Crítica: O diálogo entre diferentes saberes é o eixo articulador do processo. Nesse processo, merecem ser destacados: a importância da academia reconhecer e valorizar as práticas tradicionais de saúde, não na perspectiva de legitimar ou dar validade científica às práticas, mas na perspectiva de aprender e integrar esses novos saberes na formação de profissionais de saúde. A resistência contra a implantação das práticas no SUS é um desafio a ser superado na continuidade do projeto. Conclusões/Considerações: O projeto apresentou-se como um movimento transformador na formação do graduando em saúde. Ao ampliar o olhar do futuro profissional para o cuidado integral e estimular a adoção dessas práticas no SUS, essa interação resulta na humanização do cuidado. Faz-se necessário a incorporação desses conhecimentos no currículo dos cursos de saúde, afim de efetivar o diálogo entre saberes no processo de formação em saúde.

3766 A INSERÇÃO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS NA ATENÇÃO BÁSICA: OFICINA DE SHANTALA
Gilmara Apolinário Reis, Karinne Rocha Gomes, Fabiane Santos Barros

A INSERÇÃO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS NA ATENÇÃO BÁSICA: OFICINA DE SHANTALA

Autores: Gilmara Apolinário Reis, Karinne Rocha Gomes, Fabiane Santos Barros

APRESENTAÇÃO: A publicação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PICs) em 2006 e a recente ampliação das PICs em 2017, por meio da portaria nº 849 do Ministério da Saúde, expressam não somente a regulamentação, mas também a valorização dos saberes e da cultura popular no Sistema Único de Saúde (SUS), fortalecendo a integralidade na atenção primária à saúde. A Shantala trata-se de uma prática de massagem para bebês e crianças, composta por uma série de movimentos pelo corpo, que promove a saúde integral, reforça os vínculos afetivos, favorece o desenvolvimento motor, harmoniza e equilibra os sistemas imunológico, respiratório, digestivo, circulatório e linfático. O presente trabalho tem por objetivo descrever a experiência da oficina de Shantala realizada no âmbito da atenção primária do município de Palmas/TO. DESENVOLVIMENTO: Vinte participantes incluindo gestantes, mães, pais, bebês e crianças da área de abrangência do Centro de Saúde da Comunidade Luiz Otaviani experimentaram uma vivência prática de Shantala no dia 17 de maio de 2017, das 8 às 12 horas. A oficina incluiu alongamento corporal, dinâmica de integração, troca de experiências sobre cuidados com os bebês e crianças de zero a dois anos de idade, histórico, benefícios e prática da Shantala, finalizando com a técnica de banho de imersão (ofurô no balde) e socialização entre os participantes. RESULTADOS: As PICs são a expressão da plenitude física e espiritual humana, historicamente possuem ampla aceitação e utilização social como práticas de cuidado apresentando-se como alternativas às contradições do modelo biomédico. Ao serem incorporadas ao SUS traduzem o caráter democrático, integral e popular do mesmo, proporcionando bem-estar, empoderando os sujeitos sobre seu cuidado, reduzindo a medicalização e os tratamentos invasivos. A oficina possibilitou aos participantes um espaço de troca de experiências, onde puderam conhecer sobre os benefícios e experimentar a prática da Shantala e o banho de imersão, fortalecendo o protagonismo dos sujeitos, a integralidade do cuidado e o estreitamento do vínculo entre a equipe de saúde da família e a comunidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A oficina se configurou como uma oportunidade para os profissionais de saúde e a comunidade se reunirem num espaço de troca de conhecimentos e experiências, empoderando os participantes sobre os conceitos, os benefícios e a prática da Shantala no contexto da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. Após a realização da oficina houve a verbalização de sentimentos positivos relacionados à atividade, especialmente quanto à valorização das experiências compartilhadas e o desejo de multiplicação à outras famílias da comunidade. Atualmente o Núcleo de Arteterapia e Educação Popular em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde trabalha com o fortalecimento das Práticas Integrativas e Complementares, com foco sobre a formação e qualificação dos trabalhadores da Rede de Atenção e Vigilância em Saúde para a ampliação dos atendimentos com PICs no SUS.

3768 Práticas Integrativas e Complementares da Saúde na promoção de saúde mental: uma parceira entre NASF, ESF e comunidade.
Maria Ediléia Ribeiro da Silva, Aline Maiochi Beirão, Maria Salete Erbs Dias

Práticas Integrativas e Complementares da Saúde na promoção de saúde mental: uma parceira entre NASF, ESF e comunidade.

Autores: Maria Ediléia Ribeiro da Silva, Aline Maiochi Beirão, Maria Salete Erbs Dias

Apresentação este trabalho caracteriza-se por um relato de experiencia da utilização de auriculoterapia e terapia floral em um grupo de saúde mental. O grupo foi criado no ano de 2015 e tem por objetivo oferecer um espaço de promoção de saúde mental para mulheres no território, através de uma ação conjunta entre equipe de Estratégia de Saúde da Família- ESF e Núcleo de Apoio à Saúde da Família- NASF. No ano de 2017, com o início da implantação de auriculoterapia e terapia floral nas atividades do NASF. Realizou-se discussão sobre a introdução dessas práticas nos grupos já estabelecidos. Nessas discussões verificou-se nas demandas do grupo de mulheres, a importância da inserção da auriculoterapia e posteriormente terapia floral. Desenvolvimento/ metodologia: O grupo tem como público alvo mulheres a partir de 18 anos, residentes em um determinado território, apresentando quadros de ansiedade e depressão, tendo sido previamente acolhidas pela equipe da saúde. O mesmo, tem como coordenadora a psicóloga do NASF e articuladora local uma Agente Comunitária de Saúde. Os encontros são semanais com duração de 2 horas. O encontro do grupo é dividido em 2 momentos, no primeiro momento a psicóloga desenvolve atividades com as mulheres e no segundo momento são realizadas as práticas. Para este grupo foi utilizado o protocolo Auricular Protocol for Pain & Anxiety - APPA: pontos Shenmen, tranquilizante, tálamo, sistema autonômico ou simpático e ponto zero, para todas as mulheres e também foram inseridos pontos reflexos individualmente conforme a queixa de cada participante. Realizou-se 8 encontros. A inserção da terapia floral deu-se de maneira gradativa e concomitante a auriculoterapia. A priori foi ofertado no grupo a Fórmula emergencial do Floral do sistema de Saint Germain para mulheres que apresentassem emergências durante o encontro, como por exemplo, choro, tristeza, aperto no peito, dores físicas. Além da fórmula emergencial, também foram utilizadas essências como Pectus- para queixas de “aperto no peito”, Lírio da paz-  tranquilidade, bom dia- contra sonolência, Piper- indicado para dores físicas associadas ou não com a fórmula emergencial. Nos últimos encontros foram entregues fórmulas florais individuais personalizadas para cada mulher. Resultados: Com relação ao uso da auriculoterapia observou-se diversos relatos de diminuição ou desaparecimento das dores físicas, moderação de apetite e melhora: insônia tristeza, ansiedade. Foram apontadas respostas positivas a estimulação dos pontos reflexos imediatamente em diversos casos. O uso da Terapia Floral também se mostrou benéfico com relação a diminuição de dores, tranquilidade, insônia, angustia e ansiedade.  Considerações finais a introdução das práticas possibilitou o fortalecimento de um movimento, já iniciado nos encontros. Na qual, as mulheres participam ativamente do processo de cuidado da saúde, de si e dos outros. Transformando o espaço do grupo em possibilidades para novos aprendizados, convivências e práticas. Abandonando a passividade, no seu processo de saúde e doença, bem como de vida, desta maneira promovendo a saúde.

963 Estratégia Saúde da Família e Práticas populares de saúde – revisão da literatura
Naila Feichas

Estratégia Saúde da Família e Práticas populares de saúde – revisão da literatura

Autores: Naila Feichas

Segundo Helman (2003), a antropologia médica, ramo da Antropologia Social e Cultural, “que aborda as maneiras que as pessoas, em diferentes culturas e grupos sociais, explicam as causas dos problemas de saúde”, e que irá determinar o tipo de tratamento e a quem recorrer. E destaca que as crenças e práticas de saúde/doença são o cerne da cultura pois é através desta “lente que se enxerga e interpreta o mundo” e que se organiza socialmente a assistência à saúde. Na literatura, há poucos artigos sobre o assunto e falam mais sobre práticas complementares de saúde como a medicina chinesa ou a homeopatia. A busca com Descritores de Ciências da Saúde na base de dados Scielo, Banco de Dissertações e Teses e na Bireme foi feita em inglês, português e espanhol com os DeCs Saúde da Família and/or Cuidados em saúde and/or Terapias complementares and/or Práticas populares. Dentre os trabalhos selecionados na busca está a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), publicada em 2006 e modificada em março de 2017, pelo Ministério da Saúde brasileiro incluindo novos procedimentos (portaria no.849/2017 de 28/03/17), ampliando de 5 para 19 terapias complementares. No entanto, a PNPIC não abre opções para as práticas tradicionais brasileiras como benzer/rezar, puxar nervo torcido ou costurar rasgadura, se aproximando um pouco apenas na questão da fitoterapia e a prática popular dos chás e a massoterapia. A produção acadêmica também traz poucas relações entre as práticas tradicionais de cura e os sistemas de saúde. Schweickardt (2002), destaca que o contexto amazônico é diverso e rico em práticas de cura, especialmente das populações indígenas, mas também de outros grupos sociais ainda presentes no cotidiano da região. Temos uma medicina popular que precisamos conhecer melhor. No trabalho de Medeiros no povoado de Brejinho, o autor demonstra que nossas práticas populares de cura são manifestações culturais da colonização plural que tivemos. Na formação acadêmica da medicina, as práticas populares não se configuram como saberes legítimos, detentores de uma outra racionalidade, que passa por uma cosmovisão e lógicas diferentes de organização do pensamento e da prática; agimos como donos da verdade, repassando nossos conceitos de tratamento e cura de forma impositiva para a comunidade. No livro O médico e a rezadeira de Antonio Lino, a fala do médico intercambista cubano sobre a rezadeira é emblemática da postura aberta ao diálogo: “ela orienta, comunica, ensina, procura os pacientes. A gente escuta, respeita esse jeito de trabalhar dela... eu vim para trabalhar em parceria com essa cultura... interagir”. Cada sistema cultural, tem sua simbologia para explicar, definir e classificar saúde e doença. Para a biomedicina, não faz sentido o quebranto, simbólico para a cultura popular. O antropólogo e médico de família Francisco Arsego também destaca que são variadas as concepções sobre saúde e doença, a depender do contexto sócio-cultural de cada grupo da sociedade. A forma com que o indivíduo se percebe doente determinará quem será o “curador” que irá procurar bem como o tipo de tratamento que acredita ser o necessário. Laplantine destaca que a antropologia médica irá buscar o porquê do adoecimento, o como ficou doente e o como vai se curar. Helman afirma que os médicos explicam aos pacientes o que aconteceu enquanto que os cuidadores populares (curandeiros) explicam o porquê. A biomedicina, ao longo de sua história, foi se distanciando do mágico para afirmar sua subjetividade, relegando o universo mágico ao saber popular e religioso. De um lado, a biomedicina seguindo a tradição nosológica da Grécia antiga, Índia e China com o orgânico, o racional, a doença (disease), os humores, calor ou frio, desequilíbrio dos elementos constitutivos da pessoa; de outro, as sociedades tradicionais como a amazônica que atribuem as doenças à feiticeiros ou espíritos, animais, divindades, predominando o simbólico, ritual, o saber comum, illness. Schweickardt também percebe a presença da magia no cotidiano das pessoas que vivem nas cidades, notadamente, nos bairros periféricos de Manaus; alguns nem tão periféricos assim como o bairro Parque 10 de Novembro, onde está situada a Comunidade União, local onde desenvolveremos nossa pesquisa de campo. A medicina tende a compartimentalizar a pessoa em especialidades enquanto o ritual de cura popular reordena o “universo simbólico do doente”; a doença instaura o caos na vida da pessoa enquanto o ritual ressignifica-a tornando possível a cura. Entre os idosos de Parintins, aqueles capazes de benzer/rezar ganham valorização social, sendo muito procurados. Os idosos vêm sua prática como um dom e sentem-se gratificados por poder ajudar, não querendo tirar proveitos materiais. A folclorista Elma Sant’Ana conta sobre a benzedeira D.Nair Leopoldina de Oliveira que se recusava a benzer pois quem sabia fazer era sua mãe mas, com a morte da mãe e a convicção dos moradores de Novo Hamburgo, RS de que ela tinha o dom, acabou tornando-se benzedeira: “sem que eu percebesse, as rezas começaram a fluir... percebi que para cada doença vinha uma reza diferente. Passei a atender 20 pessoas por dia... meu telefone toca dia e noite”. Outra benzedeira, D.Eva conta que não se pode cobrar por benzedura: “cobrar eu não cobro, porque Jesus nunca cobrou, e o dia em que eu morrer, vou me encontrar com ele...” Acesso facilitado, dedicação, acolhimento, amor transbordam na vida destas pessoas dedicadas a aliviar o sofrimento! O trabalho de Gerhardt, na cidade de Paranaguá constatou que, a depender do tipo e gravidade da doença, a automedicação e o cuidado tradicional eram os primeiros a serem procurados: nas faixas de mais baixa renda, a procura por cuidados populares era maior; nos casos de doenças consideradas leves, também. Já nas doenças mais graves, em todos os extratos sociais, a procura era por serviços médicos. A autora destaca que a categorização das doenças em graves ou leves varia de acordo com a “vivência de episódios prévios, hábitos culturais, conhecimento incorporado por contato com profissionais de saúde, pelos meios de comunicação... intercambio de experiências com vizinhos e amigos”. E conclui que os itinerários terapêuticos são um processo apoiado em estratégias individuais, familiares e coletivas plurais, algumas podendo ser até mesmo contraditórias; e que a avaliação do estado de saúde e tipo de recurso terapêutico a ser mobilizado, começa em casa. Quando falamos em itinerário terapêutico estamos discutindo acesso econômico, geográfico e contexto cultural que envolve crenças e costumes. Outro conceito que surge é sobre eficácia terapêutica que, na biomedicina significa tratamento sintomático da doença mas, para a medicina tradicional os rituais de cura assumem o papel de controle social, reforçam noções de mundo independente da cura. Buchillet descreve alguns rituais de cura entre os indígenas Desana do Alto Rio Negro no Amazonas que conhecem o poder das plantas mas as utilizam mais no campo do simbólico, como veículo da encantação, um suporte material para transferir ao doente a palavra (encantamento) terapêutico. Trabalhando no universo da cura popular, estaremos sendo levados aos cuidadores pela comunidade atendida pela estratégia saúde da família; os comunitários nos indicarão quem são os cuidadores que procuram em seus itinerários terapêuticos.

1791 AS INSERÇÕES DA ARTE E DA CULTURA NA SAÚDE: UMA EXPERIÊNCIA COM A MEMÓRIA SOCIAL DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS EM UMA COMUNIDADE RIBEIRINHA DA AMAZÔNIA.
Rommel Gonçalves de Sá

AS INSERÇÕES DA ARTE E DA CULTURA NA SAÚDE: UMA EXPERIÊNCIA COM A MEMÓRIA SOCIAL DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS EM UMA COMUNIDADE RIBEIRINHA DA AMAZÔNIA.

Autores: Rommel Gonçalves de Sá

AS INSERÇÕES DA ARTE E DA CULTURA NA SAÚDE: UMA EXPERIÊNCIA COM A MEMÓRIA SOCIAL DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS EM UMA COMUNIDADE RIBEIRINHA DA AMAZÔNIA. Rommel Gonçalves de Sá[1]; Marcelo Gustavo Aguilar Calegare[2]; Moacir Tadeu Biondo[3];Paulo Ricardo de Oliveira Ramos[4]; Thaline Lima[5]   Introdução: Sabe-se que uso de plantas medicinais para o tratamento de doenças é antigo e está registrado e presente na história de muitos povos. No Brasil há um reconhecimento legal de uso das mesmas, bem como políticas protetoras dos seus conhecimentos e manejos. O presente artigo tem como objeto o estudo da memória social sobre o uso de plantas medicinais por uma comunidade ribeirinha da Amazônia por meio da experiência narrativa. Partindo do pressuposto de que a produção de narrativas permite que o sujeito, como narrador, seja um sujeito com liberdade de criar, ao contrário do sujeito preso aos formalismos e objetivações dentro do mundo urbano, aprisionado ao consumismo. Isso pode ser visto, como expressão da arte em uma cultura. A Psicologia Social carece de trabalhos e estudos acerca dos saberes tradicionais dessas comunidades ribeirinhas, visto que nas relações dos ribeirinhos com a natureza há processos psicossociais implicados, como memória social, significações, sentidos, modos de vida. Espera-se que esta pesquisa contribua com os processos de sustentabilidade dos próprios ribeirinhos e na valorização dos saberes que garantem essa sustentabilidade, de forma mais sistemática. Além disso, poderá reforçar e fazer reconhecer a preocupação com suas condições de existência em seus espaços, fortemente definidores de suas identidades. A pesquisa  tem como objetivo verificar se a população dessa comunidade ribeirinha ainda mantém viva a memória de uso de plantas medicinais em seu cotidiano, mais especificamente: entender os aspectos relacionados à valorização dos saberes tradicionais de plantas medicinais, a investigação das formas de manutenção da memória social e a compreensão dos processos de transmissão desses saberes. Desenvolvimento: A pesquisa de campo será realizada em uma comunidade ribeirinha, localizada no Careiro da Várzea/ Am. Participarão da pesquisa, maiores de idade e moradoras da comunidade e que aceitaram participar da pesquisa.  A pesquisa será de cunho qualitativo, pois conta, em sua metodologia, com o uso de: observação participante, pesquisa narrativa e anotações em diário de campo. O tempo vivo da memória  é  o tempo subjetivo, o tempo do vivido pelo narrador. Esse tempo vivo permitirá aos narradores empurrar (no sentido de fazer progredir, as multiplicidades de passados vividos e relacionados ao uso de plantas medicinais) para o presente a fim de conceder-lhes formas, conforme as intensidades das emoções e dos afetos, em um processo de rememoração espontâneo. Isso torna o tempo duração, um tempo que não é regressão, mas sim progressão e se abre ao presente e ao futuro como algo que tramita em potência, como algo que se desdobra em um processo de atualização oferecendo a cada instante uma forma com configurações diferentes, na dimensão da complexidade. Durante esse processo de elaboração das narrativas, alguns dos participantes, como é comum nesse tipo de pesquisa, poderão expressar fortes emoções, afetados pelas recordações. Olhos minguantes e submersos em lágrimas, lamentações por amores e coisas perdidas, palavras flutuando no ar com fumaça de tabaco e escarradas no chão em meio a algumas poucas mediações do pesquisador, poderão compor esse momento do sublime da arte. A pesquisa narrativa  poderá se mostrar como um método capaz de gerar uma sensação de bem-estar por meio da criação de uma bela obra de arte, de cunho poético, que é esse recurso da tradição oral, que é esperado estar presente na comunidade a ser pesquisada, a narrativa. Os participantes  serão convidados a narrar, particularmente, suas experiências acerca do uso de plantas medicinais. Resultados: Com a aplicação da pesquisa narrativa será esperado a percepção das inquietações dialéticas dos significados e dos sentidos atribuídos ao uso das plantas medicinais e da razão da transmissão desses saberes dentro da comunidade a ser investigada, mesmo com a presença da medicina oficial. A pesquisa narrativa leva em consideração a existência de um elemento comum nesses relatos, o enraizamento, o elemento garantidor de a memória permanecer viva. Assim, a saúde para esses comunitários se associa à natureza, ao mundo natural e sobrenatural? Como os dados a serem tratados serão de caráter qualitativo, então se utilizará a Análise de Conteúdo. A análise dos dados permitirá se encontrar uma forte relação do que será coletado com os objetivos formulados. Mesmo partido do pressuposto de que muitas comunidades ribeirinhas da Amazônia cultivam e utilizam plantas medicinais, fica difícil de tecer uma previsão acerca da comunidade a ser investigada em razão das especificidades e complexidades que envolvem as mesmas. Somente os relatos produzidos poderão revelar isso. Poderão revelar, também, como os participantes aprenderam a usar plantas medicinais para o tratamento de doenças, se foi com os pais, se há uma ancestralidade distante e como esses conhecimentos foram transmitidos. Será que estarão de acordo com o que muitos autores pensam: transmitidos de forma oral e de geração para geração? Em muitas pesquisas realizadas,  os participantes afirmaram em seus relatos que parte do sustento de suas famílias está ligada ao cultivo e comercialização de plantas medicinais e que ao prepararem as mesmas para a comercialização costumam entoar cantigas deixadas pelos seus antepassados. Isso pode ser outro forte pressuposto a ser considerado para esta investigação. Outra questão interessante, que aparece em muitos  relatos é que o cultivo e o uso de plantas medicinais medeiam as diversões e os processos de participação democrática dentro dessas comunidades estudadas parece confirmar que a vida gira em torno disso. Considerações Finais: Pode-se dizer que, tanto a aplicação da pesquisa narrativa, como técnica de pesquisa, quanto os resultados esperados parecem encaminhar este estudo para assumir a categoria de  obra de arte. É esperado, com este estudo acerca da memória social sobre o uso de plantas medicinais que ainda se encontre viva nessa comunidade, pois isso implica em manter a saúde da própria comunidade. Além disso,  a manutenção da mesma está associada ao funcionamento de aspectos sociais, políticos e econômicos. E a arte, por meio das narrativas, trabalha não meramente a relação matéria e forma como também os sentidos, como cada um trata os significados, as subjetividades em processos sublimatórios. Isso é saúde, poder reconhecer a si mesmo nas relações consigo, com os outros e com o mundo, ao perceber que todas as coisas falam e estimulam as lembranças e possibilitam guiar ações a partir da sensibilidade estética, enquanto criar incessante, como autêntica póiesis. Palavras-chaves: plantas medicinais; memória social; pesquisa narrativa; arte; saúde.   [1] Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Psicologia - Universidade Federal do Amazonas (UFAM). E-mail: E- mail: rommelde@bol.com.br. [2] Professor orientador, Doutor em Psicologia Social (USP) - Universidade Federal do Amazonas (UFAM). E-mail: mgacalegare@gmail.com. [3] Técnico especialista em plantas medicinais - Universidade Federal do Amazonas (UFAM). E-mail: moacirbiondo@uol.com.br. [4] Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Psicologia - Universidade Federal do Amazonas (UFAM). E-mail: pr.ufam.ps@gmail.com. [5] Acadêmica do Curso de Psicologia - Universidade Federal do Amazonas (UFAM). E-mail: thaa.liima@gmail.com.