219: Quando o trabalho forma links entre a educação e a saúde: experiências de tutoria e monitoria na formação
Ativador: A definir
Data: 02/06/2018    Local: FCA 02 Sala 04 - Curimatã    Horário: 10:30 - 12:30
ID Título do Trabalho/Autores
1840 A ELABORAÇÃO DE PROJETOS TERAPÊUTICOS SINGULARES NO EXERCÍCIO DA PRECEPTORIA: ANÁLISE CRÍTICA DO CRESCIMENTO PROFISSIONAL NO DECORRER DO CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM PRECEPTORIA NO SUS - PSUS
Eliane Oliveira Pinheiro, Brigitte Veronique Marie Olichon

A ELABORAÇÃO DE PROJETOS TERAPÊUTICOS SINGULARES NO EXERCÍCIO DA PRECEPTORIA: ANÁLISE CRÍTICA DO CRESCIMENTO PROFISSIONAL NO DECORRER DO CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM PRECEPTORIA NO SUS - PSUS

Autores: Eliane Oliveira Pinheiro, Brigitte Veronique Marie Olichon

Minha experiência como Enfermeira de Família, aliada aos desafios atuais em exercer a Preceptoria na Unidade de Saúde da Família (USF) de uma Instituição de Ensino Superior me estimularam para a candidatura ao PSUS. As propostas e referenciais oferecidos pelo curso proporcionaram um crescimento ordenado de idéias facilitado pelo uso das Metodologias Ativas de Ensino, já que evidenciam maneiras de problematizar e estimulam a busca constante por embasamento científico. Trabalhei nesta narrativa as limitações e potencialidades inerentes à realização e implementação dos Projetos Terapêuticos Singulares (PTS) como suporte no cuidado interdisciplinar, permeando a incorporação dos vários saberes e suas dificuldades; as questões referentes à Gestão da Clínica e conceito de Clínica ampliada; à rede de cuidado e ao itinerário a ser percorrido dentro desta; a otimização do tempo para a construção dos Projetos; o levantamento das parcerias e redes locais; as potencialidades do usuário e sua corresponsabilização neste processo; a valorização da dimensão subjetiva e o incentivo à participação do usuário. Tais discussões foram realizadas com alunos da graduação e residência na USF onde atuo, proporcionando a reflexão durante a construção do PTS e após o feedback destes alunos, mostrando o crescimento de ambos neste processo. Dentre os relatos chamaram atenção aspectos referentes ao reconhecimento da importância de se traçar metas realistas na construção do PTS; do despertar de um olhar para além da doença; do conhecimento da Rede de Atenção à Saúde proporcionado durante a execução; o reconhecimento da importância da troca entre os alunos, equipe multiprofissional e Preceptores como facilitadora do processo de aprendizagem; além da visualização do impacto que as ações a serem realizadas têm na melhoria da qualidade de vida dos usuários e dos indicadores de saúde. Tudo isso levou a uma reflexão construtivista acerca da minha busca em atingir o Perfil de Competências do Preceptor fornecido pelo IEP/HSL, onde pude visualizar pontos que foram otimizados em minha atuação, como a comunicação entre pares e estímulo à promoção da escuta qualificada por mim, equipe multiprofissional e alunos. Isto permite uma melhor investigação dos determinantes de saúde-doença, fomentando um diagnóstico situacional preciso que resulta na melhoria da qualidade de vida da população, embasados cientificamente (necessidade contínua e imprescindível em todo o exercício da Preceptoria). Promoveu também uma melhor organização do meu trabalho como Preceptora e do trabalho em equipe, melhorando a qualidade dos serviços executados. Identifiquei limitações quanto à produção científica, já que requer conciliação entre assistência, preceptoria, busca de referenciais, criação de espaços de diálogo e otimização do tempo para elaboração em si. A importância da motivação no exercício da Preceptoria foi reconhecida por mim como o principal desencadeador do processo de mudança, que depende essencialmente do desejo em se mudar. A partir daí, e com as premissas fornecidas pelo curso e pelas facilitadoras de aprendizagem, os problemas são identificados com maior clareza e as ações a serem realizadas, mais realistas e oportunas.         

2687 CONSTRUÇÃO E DESCONSTRUÇÃO DA PRÁTICA DA PRECEPTORIA NO SUS: UM OLHAR A PARTIR DAS METODOLOGIAS ATIVAS
NADJA SANTOS, Amanda Thaysa Oliveira Cruz, Auxiliadora Renê Melo Amaral, Diva Danielly Rêgo Vasconcelos, Mariana Linard Oliveira, Natália Lima Melo, Paula Andreatta Maduro

CONSTRUÇÃO E DESCONSTRUÇÃO DA PRÁTICA DA PRECEPTORIA NO SUS: UM OLHAR A PARTIR DAS METODOLOGIAS ATIVAS

Autores: NADJA SANTOS, Amanda Thaysa Oliveira Cruz, Auxiliadora Renê Melo Amaral, Diva Danielly Rêgo Vasconcelos, Mariana Linard Oliveira, Natália Lima Melo, Paula Andreatta Maduro

Apresentação: A preceptoria compreende a identificação de vários atores envolvidos no cenário. O preceptor – pessoa que ensina e que está no cenário de prática; o aluno – que busca aprender no serviço a partir dos seus conhecimentos adquiridos na instituição formadora e da sua história de vida; os pacientes/usuários – que fazem parte deste contexto; e outros profissionais – que fazem parte deste cenário. Pode-se perguntar então: esta não é uma engrenagem muito complexa? Como se dá o processo de construção do cenário ensino-serviço-comunidade? Isso pode ser pensado na ótica dos diversos atores que fazem parte desta atuação. Outros questionamentos possíveis: somente os alunos estão na prática para aprender? Existe uma comunicação eficiente entre o ensino-serviço, por parte dos atores envolvidos nos cenários de ensino e de prática? Quais os benefícios da construção deste conhecimento na formação dos discentes e residentes? A qualificação dos preceptores, para este processo, pode ser uma das alternativas de sucesso na e para a formação em saúde. Nesse contexto, outras questões emergem: todos os atores conhecem suas habilidades e competências, além de ter uma identidade definida? Será que os preceptores, em conjunto com os demais atores, conseguem imprimir força suficiente nesta engrenagem para fazer o motor funcionar?  A construção e desconstrução da preceptoria são uma realidade na relação do ensino-serviço-comunidade e, quanto mais os atores sociais se aprofundarem e buscarem conhecimento e respostas para tal, melhor será a experiência de aprendizado. Uma formação baseada em processos crítico-reflexivos, conhecendo as potencialidades e fragilidades das realidades, é capaz de transformá-los e construir o conhecimento dos futuros profissionais, baseados na humanização, desenvolvendo uma visão integral do homem e a preocupação com a pessoa e não com a doença.  Este trabalho tem como objetivo identificar o processo de construção e desconstrução na formação profissional dos preceptores em saúde e a integração do ensino-serviço-comunidade, sob o olhar das metodologias ativas.  Desenvolvimento: A preocupação em trazer o educando para assumir o seu papel perante o aprendizado já nos é conhecida, porém é um caminho em vias de se fazer. É necessário não só mudar a percepção do educando, mas fazer com que o preceptor assuma outra postura e não ser somente o protagonista no momento do educar, mas sim contribuir para emancipação de quem se educa e, oportunizar sua autonomia através da postura facilitadora frente ao processo do aprender. Resultados: A preceptoria integrada neste processo pode provocar a construção de um olhar ampliado sobre as possibilidades de desconstrução de uma identidade profissional fechada. O processo ensino-aprendizagem oferece diferentes metodologias, para apropriação dessa construção. Como ferramenta destaca-se uma metodologia para uma prática de educação libertadora, na formação de um profissional ativo e apto a aprender a aprender.  O aprender a aprender na formação dos profissionais de saúde deve compreender o aprender a conhecer, o aprender a fazer, o aprender a conviver e o aprender a ser, garantindo a integralidade da atenção à saúde com qualidade, eficiência e resolutividade. A formação em saúde pressupõe a necessidade de uma maior integração ensino-serviço-comunidade, de forma a mudar os cenários de aprendizagem e superar as concepções tradicionais e bancárias de educação, de maneira a reconhecer as necessidades da comunidade, educar em saúde, promover a interdisciplinaridade e formar/qualificar profissionais para SUS. O perfil do profissional de saúde no exercício da preceptoria utiliza o mesmo como fio condutor da integralidade para a construção do conhecimento e está representado pela articulação de três áreas de competência que delimitam o escopo de trabalho da atuação profissional: Saúde: Atenção à saúde e preceptoria; Gestão: Gestão do trabalho e da educação na saúde; Educação: Formação profissional e produção de conhecimento na saúde. No exercício educativo o papel de educador tem fundamentalmente um caráter formador, ou seja, vai além do treinamento das habilidades técnicas e perpassa o conhecimento que o educando traz, afinal é preciso desconstruir o conhecido.  O preceptor deve, inclusive, compreender o seu papel como educando, afinal somos todos seres em processo de aprendizado e educação, não existem seres educados, apenas graus de educação, aos quais muitas das vezes ficam obsoletos. Em relação à aprendizagem significativa, identificam-se suas origens no movimento da educação progressista que destacou a necessidade de aproximação do ensino à prática cotidiana. Quando o processo de aprender é desencadeado por um problema do dia-a-dia, os participantes utilizam seus saberes prévios para identificarem a natureza dos problemas e para formularem perguntas que permitam buscar novos sentidos e significados para interpretarem os fenômenos encontrados. Esse significado é construído em função de sua motivação para aprender e do valor potencial que os novos saberes têm em relação a sua utilização na vida pessoal e profissional. Assim, o processo que favorece a aprendizagem significativa requer uma postura ativa e crítica, por parte daqueles envolvidos na aprendizagem. As Metodologias Ativas (Mas) constituem um processo de ensino, uma quebra de paradigma no processo de construção de conhecimento. O primeiro impacto é muito difícil, sair de um eixo de competição para colaboração. Agrega uma maior curiosidade, crítica e reflexiva. O contexto das MAs são os problemas aprendidos no contexto, por meio do autoconhecimento, para mudar a realidade. Desloca-se o centro de aprendizagem para a escuta, ocorrendo pouco a pouco. A partir da história de vida as práticas são ressignificadas e compreende-se o que o outro carrega. Como evoluir para tornar-se relevante e conseguir que todos aprendam de forma competente a conhecer, a construir seus projetos de vida e a conviver com os demais? Os processos de organizar o currículo, as metodologias, os tempos e os espaços precisam ser revistos. O educador/preceptor precisa se despir do que pensamos e queremos, respeitando as individualidades, como facilitadores do processo, tendo como disparadores a ferramentas educacionais, para que preceptor e aluno busquem o empoderamento. A preceptoria precisa agregar o conhecimento específico e aprofundado além de uma didática e estratégia de efetividade. A função do preceptor é orientar o estudante nas atividades práticas e nos diferentes cenários de aprendizagem. O trabalho de preceptoria pressupõe que o profissional detenha o domínio de algumas habilidades e competências que podem ser agrupadas em quatro grandes blocos de saberes: saber-conhecer, saber-fazer, saber-ser e saber-conviver. Os desafios da ação pedagógica na preceptoria são grandes. Existe a visão de que um bom profissional deve ser sempre bom preceptor, sem, necessariamente, ter passado por um processo de capacitação na área da educação, em que se podem analisar métodos ativos, aprender a aprender, avaliar aprendizagem e outras questões de interesse. Considerações Finais: A reflexão crítico-reflexiva da construção e desconstrução dos preceptores que atuam na área da saúde perpassa pela apropriação de elementos que qualifiquem para uma inserção profissional densa, seja no campo teórico, quanto ético. Assim a prática pedagógica deve ser eloquente nos valores que ela carrega, sejam eles velados ou ocultos. A formação crítico-reflexiva requer dos atores sociais envolvidos no processo uma tomada de decisão clara em favor do resgate das possibilidades e potencialidades para construção de um núcleo de sentidos baseado na qualidade social de vida. Trazer a preceptoria como uma forma de estabelecer uma relação horizontal e de confiança de um lado a outro é necessário e vem como consequência de um encontro criado pelo diálogo.

2734 FORTALECIMENTO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM POR MEIO DA MONITORIA
Flávia Emília Cavalcante Valença Fernandes, Rosana Alves de Melo, Priscylla Helena Alencar Falcão Sobral, Rislayne Gomes Ferreira, Ana Patrícia da Silva Alves, Priscila Thamiris Pinheiro Filgueira, Nadja Maria dos Santos, Luciana Pessoa Maciel Diniz

FORTALECIMENTO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM POR MEIO DA MONITORIA

Autores: Flávia Emília Cavalcante Valença Fernandes, Rosana Alves de Melo, Priscylla Helena Alencar Falcão Sobral, Rislayne Gomes Ferreira, Ana Patrícia da Silva Alves, Priscila Thamiris Pinheiro Filgueira, Nadja Maria dos Santos, Luciana Pessoa Maciel Diniz

Apresentação: o processo ensino-aprendizagem é fortalecido por meio das diversas atividades realizadas ainda na formação profissional tendo como base os eixos de ensino, pesquisa e extensão. No eixo ensino, fazem parte as atividades de monitoria que são desenvolvidas pelos alunos nas diversas etapas da formação. A formação em saúde coletiva no curso de enfermagem da UPE campus Petrolina permite uma experimentação discente da vivência em processo de fortalecimento discente nas áreas. A saúde da pessoa idosa na perspectiva da Atenção Primária a Saúde também permite a atuação contribui na formação do enfermeiro voltado para ações de promoção e prevenção à saúde no processo de envelhecimento. Este trabalho teve como objetivo relatar experiências vividas na monitoria para o fortalecimento da docência nas disciplinas de Saúde Coletiva I e Saúde do Idoso do curso de Enfermagem da Universidade de Pernambuco no Campus Petrolina. Desenvolvimento do trabalho: trata-se de um relato de experiência acerca da vivência pioneira da monitoria na área de saúde coletiva e da pessoa idosa. O método de trabalho envolveu a construção das disciplinas por meio da estruturação conjunta dos planos, cronogramas e estratégias para processo ensino-aprendizagem. Partilhas de experiências por meio de rodas de conversa da equipe com docentes responsáveis compôs a metodologia de trabalho inicial. Construção de ações com metodologias ativas trabalhadas em sala de aula foram propostas pelas monitoras com realização de dinâmicas de grupo e construção do conhecimento a partir de situações problema com os acadêmicos. Resultados: a condução de atividades em sala de aula com participação ativa dos acadêmicos proporcionou experiência exitosa inserindo, ainda na graduação, a percepção da importância da saúde coletiva na atuação do enfermeiro. A inserção das monitoras nos momentos teóricos e práticos das aulas foi de extrema importância para o fortalecimento da docência. As avaliações realizadas em equipe permitiram identificação de pontos positivos e negativos das atividades desenvolvidas em sala de aula. A inserção do eixo pesquisa também garantiu ao monitor diversidade em suas áreas de atuação e inovação no processo de ensino-aprendizagem. Considerações finais: a participação no projeto de iniciação à docência por meio da monitoria permitiu às graduandas de enfermagem o fortalecimento dos conhecimentos pertinentes às temáticas abordadas nas disciplinas, assim como proporcionou autonomia no desempenho das atividades em sala de aula.

5437 “As dores e as delícias” da docência em serviço: Desafios enfrentados em um Programa de Residência no SUS.
Ana Paula Silveira de Morais Vasconcelos, Maria Iracema Capistrano Bezerra, Amanda Cavalcante Frota

“As dores e as delícias” da docência em serviço: Desafios enfrentados em um Programa de Residência no SUS.

Autores: Ana Paula Silveira de Morais Vasconcelos, Maria Iracema Capistrano Bezerra, Amanda Cavalcante Frota

A preceptoria surge nos programas de residência como uma proposta de construir e de fomentar processos de aprendizagem a partir das situações reais que se estabelecem no próprio ambiente de trabalho dos profissionais de saúde-residentes, alinhadas a educação permanente. No ano de 2012 no processo de organização jurídico-formal dos programas de residência em área profissional da saúde tem-se a publicação pela Comissão Nacional de Residências Multiprofissional em saúde da resolução nº 2 que dispõe acerca das Diretrizes Gerais para os Programas de Residência Multiprofissional e em Profissional de Saúde e definição da função e competência dos preceptores em serviços de saúde. Esta normativa apresenta detalhadamente a função e a competência dos preceptores e assim apresenta uma orientação para a condução da atividade docente em serviço. Neste ensaio, apresenta-se como tem sido o desafio de estruturar o corpo docente na realidade da Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde do Ceará – RIS-ESP/CE que consiga materializar-se e desenvolver sua função e competência de acordo com a legislação citada no seu cenário local. Esse programa funciona a partir da pactuação entre os três entes federativos, União; Estado e atualmente 16 Municípios, teve sua primeira turma em 2013 e desde então vem demonstrando uma preocupação e um zelo com o processo de acompanhamento do seu corpo docente, mesmo com as adversidades impostas pelos ditames do capital e do modelo de contrarreforma adotado pelo estado brasileiro de enxugamento da máquina pública no tocante a redução das políticas públicas e apropriação do fundo público do estado. No período dos quatro (04) anos de existência da RIS-ESP/CE foi possível realizar com recursos da Política de Educação Permanente em Saúde a formação dos preceptores dos Municípios e hospitais (cenários de formação para os profissionais de saúde- residentes) e habilitação no início de cada uma das turmas. Passado esse primeiro desafio, buscando construir nesses espaços a cultura do ensino em serviço sendo esta uma atribuição do trabalhador da saúde construiu-se outra proposta de acompanhamento da formação dos profissionais de saúde-residentes por meio do matriciamento pedagógico mensal para acompanhamento das atividades docente-assistencial dos preceptores. As estratégias utilizadas no matriciamento pedagógico da RIS-ESP/CE perpassam atividades que contribuem para a condução pedagógica e relacional nos cenários de prática. A dificuldade de condução de um programa de residências é imensa e incluir nos seus processos de enfrentamento a preceptoria para além do seu arregimento a formação e aprimoramento é um desafio árduo e cotidiano. Trata-se de um processo de conquista de corações e mentes. O colegiado de coordenação RIS-ESP/CE tem a ciência de que é necessário: a) formar o corpo docente-assistencial para o exercício de uma atuação docente qualificada e contextualizada com as diretrizes do Sistema Único de Saúde - SUS e da formação dos trabalhadores para este; b) manter a supervisão da condução pedagógica da formação dos nossos profissionais de saúde-residentes; c) tencionar a mobilização para melhoria da qualidade de trabalho desses profissionais para o exercício da docência em serviço. Contudo, apesar da relevância dos preceptores nos programas de residência em área profissional da saúde e na formação de recursos humanos para o SUS, o que se presencia é a precarização do trabalho destes profissionais e a falta de formalização dos seus processos de trabalho. Diante disso, há de se pensar formas que garantam o desenvolvimento e o fortalecimento da preceptoria nas residências multiprofissionais, visto a indispensabilidade que este assume na formação dos profissionais de saúde-residentes. Observa-se que na grande maioria o acréscimo da função de preceptoria ocorre sem nenhuma recompensa monetária a mais para o trabalhador ou diminuição das suas atribuições laborais. Outrossim, é possível afirmar que dentro desse processo de correlação de forças entre o projeto privatista para a saúde e um projeto de saúde alinhado com os preceitos do Movimento de Reforma Sanitária brasileiro consegue-se garantir alguns ganhos para o exercício da preceptoria na RIS-ESP/CE, onde algumas das instituições executoras valorizam seus profissionais que se comprometem com a formação dos profissionais de saúde-residentes e o fazem por meio de remuneração ou proteção da sua carga horária. No convênio firmado entre a Escola de Saúde Pública do Ceará e os Municípios e hospitais  executores da RIS-ESP/CE fomenta-se a valorização social e/ou financeira dos preceptores além de investimento com transporte e hospedagem para a participação do matriciamento pedagógico mensal.  E para onde pretende-se ir? Chegou-se onde foi projetado estar? Chegou-se em lugares nunca antes pisados isso é fato e é salutar ressaltar, porém, ainda há muito que avançar no campo das conquistas para o fortalecimento do SUS como uma política pública universal e de qualidade para todos. No tocante às residências em saúde é urgente a construção de uma política nacional de residências em saúde na qual se aponte todas as necessidades para a formação e de quem é a responsabilidade de fazê-la. A materialização desta política não se objetivará sem  luta especialmente no cenário contemporâneo marcado por um golpe jurídico-parlamentar. Precisa-se de uma política que vise à valorização do profissional de saúde, incluindo aquele que exerce a função docente no serviço. Fundamental que sua função seja reconhecida e valorada para que não se torne um fardo a mais para esse trabalhador. A formação e aprimoramento do preceptor se dão em ato e a experiência conta no processo de condução da formação do profissional de saúde-residente. É salutar além da ascensão profissional por meio da preceptoria como uma forma de reconhecimento que seja garantida a reserva de carga horária para o pleno exercício da atividade docente. Em agosto de 2018 no VII Encontro Nacional de Residências em Saúde realizado em Olinda/PE o coletivo de Preceptores e Tutores apontou na carta demandas nacionais acerca do exercício da docência em serviço.  O intuito desse trabalho é divulgar como tem ocorrido o processo de formação e valorização da preceptoria no Ceará por meio da Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará. Sabe-se que as realidades se aproximam de norte a sul do Brasil, precisam-se apontar caminhos para o fortalecimento dos Programas de Residência em Área Profissional da Saúde e assim garantir que o preceptor seja um agente potencializador da interprofissionalidade, e para isso as condições materiais para o seu exercício profissional precisam estar garantidas.