207: A extensão e afirmação da relevância social da Universidade: produzindo redes de visibilidade e inclusão
Ativador: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FCA 02 Sala 04 - Curimatã    Horário: 15:30 - 17:30
ID Título do Trabalho/Autores
2150 Práticas Integrativas e Complementares Grupais e a construção de redes solidárias de cuidado no sistema prisional feminino
Maria Valquiria Nogueira do Nascimento, Oswaldo Gomes Corrêa Negrão, Fabrine Emanuelle Silva Medeiros, Lázaro Alves da Silva, Monalisa Lucena de Almeida Oliveira, Iris de Fátima Dantas de Medeiros, Giovanni Sampaio Queiroz

Práticas Integrativas e Complementares Grupais e a construção de redes solidárias de cuidado no sistema prisional feminino

Autores: Maria Valquiria Nogueira do Nascimento, Oswaldo Gomes Corrêa Negrão, Fabrine Emanuelle Silva Medeiros, Lázaro Alves da Silva, Monalisa Lucena de Almeida Oliveira, Iris de Fátima Dantas de Medeiros, Giovanni Sampaio Queiroz

  Observa-se que a população carcerária feminina, em âmbito brasileiro, tem crescido gradativamente em razão da problemática da violência e das situações de fragilidade social e econômica a qual milhões de mulheres estão submetidas. Em meio a este crescimento, a presença do público feminino nas prisões tem aumentado em torno de 37,47%, e representa um crescimento anual de 11,99%. Nesses espaços, as mulheres estão confinadas num sistema pautado numa lógica punitiva, sem a garantia das condições dignas de atendimento e uma política de ressocialização que, de fato, vise a reinserção social da pessoa encarcerada. Em geral, essas mulheres são jovens, solteiras, possuem filhos, têm baixo nível de escolaridade, renda familiar precária, e, em termos de condições prisionais, enfrentam problemas, como: a perda de laços afetivos familiares, de relacionamentos amorosos, a negação da maternidade, as fronteiras erguidas entre o ser e o ambiente, o medo, a tristeza, o desconforto, a ansiedade, a insegurança do futuro, entre outros. Todos estes elementos são experiências de sofrimento que provocam altos níveis de problemas de saúde, com ênfase na saúde mental das mulheres encarceradas. Nessa perspectiva, por meio de um projeto de extensão, emergiu a preocupação de poder abstrair elementos que pudessem subsidiar, de forma crítica e reflexiva, a inclusão das Práticas Integrativas e Complementares Grupais na atenção à saúde mental de mulheres privadas de liberdade. As Práticas Integrativas e Complementares (PIC’s) apresentam-se como ferramentas que podem propiciar a recomposição da integralidade e da saúde mental das mulheres no cárcere, por meio da qual as pessoas e grupos sociais protagonizam um maior controle sobre suas vidas. Em 2006, o Ministério da Saúde [MS], através da Portaria GM no 971 instituiu as PIC’s como política de governo, com vistas a ampliar a pluralidade terapêutica, antes restrita aos setores privados. Dentre as práticas previstas estão: a homeopatia, acupuntura, medicina tradicional chinesa, termalismo, medicina antroposófica, plantas medicinais e fitoterapia, Reiki e Lian Gong. Mais recentemente, foram incluídas na política práticas como: arteterapia, ayurveda, dança circular, musicoterapia, naturopatia, osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki, shantala e terapia comunitária integrativas. Dentre as diversas PIC’s recomendadas pela política, este relato abordará sobre a implantação de práticas de caráter grupal, tais como: tenda do conto, terapia comunitária, danças circulares, teatro do oprimido, círculo de cultura. Sem desejar minimizar ou secundarizar as ações individualizadas, a opção pelas atividades grupais justifica-se em razão das estratégias de intervenção em grupo se constituírem como redes de apoio social, na qual produzem-se fazeres e saberes a partir da socialização de experiências. Ademais, o espaço coletivo possibilita um maior debate sobre as dificuldades e uma melhor expressão dos saberes das pessoas, na medida em que propicia o conhecimento de aspectos que não são possíveis nos atendimentos individuais. Diante do exposto, a presente proposta objetiva apresentar a experiência de implantação das Práticas Integrativas e Complementares Grupais num sistema prisional feminino, com vistas a oferecer um espaço de escuta e ressignificação das experiências de sofrimento psíquico vivenciadas no cotidiano do cárcere. A referida prática é resultado de um projeto ainda em curso que busca uma articulação da tríade ensino, pesquisa e extensão, de forma indissociável, na medida em que estabelece uma interlocução do ensino com o sistema prisional feminino e a comunidade, ao mesmo tempo que promove uma formação em Psicologia comprometida com as reais demandas sociais e com a ressignificação das práticas hegemônicas de cuidado em saúde no âmbito da privação de liberdade. As ações extensionistas em Práticas Integrativas e Complementares são realizadas uma Penitenciária Regional Feminina, num município do Nordeste Brasileiro, e conta com uma média de 100 (Cem) a (110) internas. Deste universo, as PIC’s grupais são realizadas com 15 mulheres, número determinado pela direção do estabelecimento. Os princípios metodológicos que orientam a presente proposta estão fundamentados nos pressupostos da educação popular e, portanto, pautados na ação humana enquanto possibilidade de suscitar processos educativos dialógicos que favoreçam a capacidade criativa, crítica e reflexiva de todas as pessoas envolvidas no projeto. Desse modo, objetiva-se, especialmente, estimular a corresponsabilidade das mulheres encarceradas na busca de alternativas para as experiências de sofrimento acarretadas pelo processo de institucionalização da prisão e o empoderamento enquanto potência de agir diante da vida. Em termos operacionais, as atividades têm sido realizadas a partir das seguintes etapas: a) sensibilização da equipe de trabalho: encontro com todos os trabalhadores e trabalhadoras do sistema prisional feminino, cujo objetivo foi sensibilizar para a importância das atividades de Práticas Integrativas e Complementares Grupais como estratégia de produção de cuidado e promoção de saúde mental das mulheres, com vistas a minimizar o sofrimento psíquico provocado pelos efeitos da privação de liberdade; b) planejamento participativo: promoção de uma roda de conversa com as mulheres para apresentação e construção de vínculo de todos os participantes do projeto, estudantes e colaboradores, na perspectiva de planejar conjuntamente as ações da extensão; c) oficina de formação dos discentes e colaboradores do projeto nas ferramentas de Práticas Integrativas e Complementares Grupais: organização de um curso de formação para toda a equipe envolvida nas ações de extensão, a fim de que todos se apropriassem dos pressupostos teórico-metodológicos das ferramentas grupais a serem implantadas ao longo do projeto, tais como: tenda do conto, terapia comunitária, teatro do oprimido, danças circulares, círculo de cultura, dentre outras; d) implantação das atividades de Práticas Integrativas e Complementares Grupais: consiste na realização de encontros semanais com as mulheres, cada um com duração de aproximadamente 02 (duas) horas, nos quais executamos atividade de PIC’s Grupais mencionadas anteriormente, desde o mês de abril de 2017 até o presente momento. Ressalta-se que a escolha das ferramentas grupais desenvolvidas em cada encontro é feita em razão das demandas e necessidades apontadas pelas mulheres; e) Avaliação: realizada com todas as pessoas envolvidas no projeto, num processo contínuo, a partir das reuniões semanais para planejamento de atividades; e f) construção de saberes científicos: esta etapa tem como finalidade a produção de artigos científicos e outros materiais para divulgação dos resultados do projeto, a partir dos relatos de experiências e vivências registrados nos diários de campo das práticas grupais, dos relatórios dos alunos bolsistas e colaboradores, dentre outros escritos produzidos durante as atividades. As mulheres que participam do projeto têm entre 22 e 60 anos de idade e apresentam baixos níveis econômico e educacional. Quando se refere aos motivos por que estão privadas de liberdade, estima-se que aproximadamente 75% estão associadas ao tráfico de drogas. No mundo externo ao encarceramento, nota-se que as participantes do projeto encontram dificuldade de inserção social e econômica, o que demonstra, de certo modo, interdependência dos problemas individuais e o contexto social. Do ponto de vista vivencial da privação de liberdade, tais mulheres apresentam deterioração das condições de vida e da saúde mental, apontando para a necessidade de espaços para a expressão do sofrimento. Nesse sentido, as PIC’s apresentam-se como possibilidade de restabelecimento psicológico, das relações interpessoais e de autoentendimento. A realização de Práticas Integrativas e Complementares Grupais no contexto da privação de liberdade feminina possibilita a ressignificação dos problemas provocados pela experiência do encarceramento e promovem a saúde mental e ajuda-mútua entre as mulheres, na perspectiva de identificarem estratégias de enfrentamento para o cotidiano da prisão.  

2485 SAÚDE E CIDADANIA NA ESCOLA: TRABALHANDO A EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE NATAL/RN
Larissa Oliveira Lima Macedo, Iana Fernanda de Medeiros Cabral, Maria Helena Faustino Bulhões, Yan Nogueira Leite de Freitas, Nilma Dias Leão Costa, Isaac Newton Machado Bezerra

SAÚDE E CIDADANIA NA ESCOLA: TRABALHANDO A EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE NATAL/RN

Autores: Larissa Oliveira Lima Macedo, Iana Fernanda de Medeiros Cabral, Maria Helena Faustino Bulhões, Yan Nogueira Leite de Freitas, Nilma Dias Leão Costa, Isaac Newton Machado Bezerra

Introdução: A partir da disciplina Saúde e Cidadania (SACI), ofertada pelo departamento de saúde coletiva (DSC) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), foi desenvolvido o referido projeto. Tal disciplina apresenta uma proposta diferenciada quanto a sua ementa, pois busca a aproximação e integração entre discentes de variados cursos da área da saúde, bem como, entre a teoria e a prática profissional. Ao final de cada semestre, esse componente curricular se encerra com a realização de uma intervenção que busca contribuir com a comunidade, estabelecendo relação com os determinantes sociais da saúde. O propósito central dessa atividade é a promoção da saúde na localidade e a mesma só é possível devido o trabalho multiprofissional e interdisciplinar realizado pelos tutores, preceptores e discentes. A disciplina integra o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET Saúde) e tem parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal - Rio Grande do Norte, acontecendo nas unidades de atenção primária à saúde do município. Esse primeiro contato com uma Unidade Básica de Saúde (UBS) contribui para a formação acadêmica dos futuros profissionais da área e também promove certa vivência no Sistema Único de Saúde (SUS), estimulando os discentes a refletirem sobre o mesmo, desfazendo paradigmas concebidos sobre o processo de trabalho em saúde, assim como sobre os problemas enfrentados pela população diante da atenção básica. Também é válido mencionar o contato que os discentes têm com outras realidades durante a realização das atividades, enriquecendo a carga de experiências desses alunos que ainda convivem em ambientes de baixa vulnerabilidade social. As aulas têm como objetivo, a partir da discussão dos referenciais teóricos – como textos vinculados a temáticas de saúde, trabalho em equipe e reconhecimento territorial – fomentar uma reflexão, precedida de discussões acerca das temáticas de cada encontro. Mediante tais atividades, fomos, aos poucos, sendo preparados para a elaboração do projeto de intervenção final. Inicialmente foi realizado o reconhecimento e caracterização do território, em passeios exploratórios junto à aplicação de questionários aos moradores e usuários que frequentam a unidade de saúde. Os questionários envolviam os eixos saúde, cidadania e educação, e visavam à aproximação do grupo à visão da população em relação às potencialidades e fragilidades daquele território nesses quesitos. A partir dessas duas atividades, foi desenvolvido um mapa social da comunidade e este, posteriormente, foi apresentado e discutido junto aos moradores dessa comunidade. Percebeu-se, por meio desse diálogo, que o descarte indevido do lixo consistia numa problemática que ganhou destaque dentre as demais, sendo vinculada tanto pelo grupo tutorial, como também pelo grupo de moradores envolvido nessa apresentação. Objetivo: Desta maneira, levando-se em consideração que era necessário realizar uma ação buscando conscientizar a comunidade, e visando não desenvolver algo pontual, optou-se por uma atividade que envolvesse a cidadania e a educação ambiental. Metodologia: A partir dos determinantes sociais observados nos passeios exploratórios, como o déficit de limpeza existente em certas instituições de ensino, nasceu a ideia de desenvolver a intervenção no ambiente escolar. Abordar o conteúdo “educação ambiental” com crianças foi compreendido pelos componentes do grupo tutorial como sendo mais eficaz, pois esse público, através de atividades mais lúdicas, assimilaria bem a temática, assim como poderiam ser fortes reprodutores da mesma. Na decisão do local onde atuaríamos, levamos em conta também que esse é um assunto importante e que deve ser discutido nas idades iniciais, fazendo com que haja desde a infância o desenvolvimento de uma consciência mais apurada quanto ao descarte do lixo. Referindo-se a educação ambiental, é importante colocar que as escolas têm um papel fundamental no desenvolvimento dos indivíduos, sendo uma instituição que funciona como instrumento disseminador e com a qual se cria vínculos. Logo, tais instituições podem auxiliar na consolidação da ciência crítica frente ao meio ambiente que visamos apresentar as crianças. Sendo assim, a finalidade do projeto de intervenção foi de conscientizar os alunos da Escola Municipal Josefa Botelho, localizada na vila do bairro de Ponta Negra no município do Natal-RN, sobre a importância da educação ambiental, principalmente em relação ao descarte de resíduos. Procurou-se também sensibilizá-los quanto à reciclagem e reutilização desses materiais, tendo em vista que essas práticas evitam o acúmulo de lixo no meio ambiente, reduzindo as consequências desse acúmulo à saúde coletiva do bairro. Foram realizadas atividades educativas na referida escola no dia 23 de novembro de 2017. A população contemplada foi de estudantes do ensino fundamental I, na faixa etária dos 6 aos 12 anos. Durante a ação, várias temáticas relacionadas à educação ambiental foram abordadas, e os membros do grupo tutorial de Ponta Negra foram subdivididos em grupos menores para trabalhar de acordo com a necessidade de cada faixa etária. Foi abordada a temática da reciclagem do lixo, separação correta dos resíduos sólidos e disseminação de doenças através dos vetores. Em cada classe, buscou-se utilizar uma linguagem adequada, com dinâmicas interativas e materiais lúdicos, tendo em vista que cada faixa etária requeria uma abordagem apropriada. Na intervenção os alunos foram orientados quanto à importância do destino adequado dos resíduos que consomem e, também, dos impactos negativos gerados pelo acúmulo de lixo, ou seja, os malefícios que essa ação traz ao ambiente e, consequentemente, a saúde coletiva. Resultados: Após a realização da intervenção, pôde-se constatar um feedback positivo, visto que as crianças se reconheceram como sujeitos sociais ativos nesse processo de defesa contra a degradação do meio ambiente. A partir disso evidencia-se, portanto, a importância do desenvolvimento de ações referentes à educação ambiental, no âmbito escolar, de maneira criativa e diferenciada. Contudo, mesmo que a atividade realizada tenha sido considerada satisfatória, verificou-se como limitação principal a falta de experiência pedagógica do grupo para lidar com crianças de diferentes faixas etárias e necessidades especiais. Considerações finais: Tendo em vista o exposto, pode-se afirmar que a atividade realizada contribuiu para o desenvolvimento do trabalho em equipe entre os discentes do grupo tutorial, reforçando e valorizando a importância das relações interpessoais e multiprofissionais em prol de um objetivo comum. Além disso, foi possível reforçar e orientar aos futuros cuidadores daquela localidade – as crianças – o quão prejudicial pode ser o acúmulo de lixo para a comunidade em que vivem. Espera-se, dessa forma, que por meio de tal ação essas crianças possam atuar como disseminadoras de uma atitude consciente em relação ao lixo e, futuramente, possam ser protagonistas de uma cultura de valorização do meio ambiente e, por conseguinte, da saúde coletiva.

3135 VIVER SUS BAHIANA: A Rede balança, mas não cai!
GERFSON MOREIRA OLIVEIRA, LARISSA RIBEIRO LIMA, CAROLINA MIRANDA MORAES, SARAH COELHO, LAVINIA BOAVENTURA SILVA

VIVER SUS BAHIANA: A Rede balança, mas não cai!

Autores: GERFSON MOREIRA OLIVEIRA, LARISSA RIBEIRO LIMA, CAROLINA MIRANDA MORAES, SARAH COELHO, LAVINIA BOAVENTURA SILVA

INTRODUÇÃO: O ensino em saúde deve se dar de modo que as vivências e discussões abranjam aspectos da realidade, pautado nos contextos e diversidades dos indivíduos e comunidades.  Nesse sentido, acredita-se que as experiências são mais ricas quando alicerçadas na interdisciplinaridade, na construção coletiva em rede e no cotidiano dos serviços, trabalhadores, usuários, considerando a dinâmica do território vivo no processo saúde-doença-cuidado. A experiência do “VIVER SUS BAHIANA” surgiu em 2016, na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), englobando diversos dispositivos de saúde em Salvador-Ba. OBJETIVO: Proporcionar ao estudante da EBMSP, vinculado ao Projeto de Extensão Redes Candeal (RC), experiências de imersão na Rede de Atenção à Saúde e na Rede de Atenção Psicossocial da cidade, afim de proporcionar contato direto com o Sistema Único de Saúde (SUS), o trabalho interdisciplinar em rede e noções de gestão em saúde. Permite compreender a rede para além da noção de encaminhamentos do sujeito, mas frisando a possibilidade de invenção e transformação a partir desse formato de cuidado. METODOLOGIA: As vivências ocorreram por duas semanas, em tempo integral. Abrangeram participação em reuniões de equipe, observação das práticas assistenciais, discussão de casos, visitas institucionais para compreensão dos fluxos de funcionamento dos serviços, estudo de textos, realização de oficinas e visitas aos territórios, por vezes com os próprios usuários e usuárias. Tais atividades foram acompanhadas e orientadas pelo professor e possibilitaram interação com os usuários, agentes comunitários de saúde e redutores de danos, gestores e trabalhadores. Foram desenvolvidas em Unidades de Saúde da Família, Centros de Atenção Psicossocial, Hospital, Unidade de Pronto Atendimento, Unidade de Acolhimento, Centro de Saúde, Programas complementares à RAPS e Distrito Sanitário. A proposta da vivência foi construída coletivamente entre os professores orientadores do RC, as instituições parceiras e as estudantes que constroem o Projeto. CONCLUSÃO: A proposta possibilitou a compreensão da complexidade, potencialidade e desafios do trabalho em rede a partir da relação com profissionais, usuários e territórios. Para além das dificuldades e brechas (balanços da rede), foi possível constatar a sua resolu­tividade a partir dos braços que a compõem e sustentam, impedindo-a de cair e comprovando a necessidade do vínculo como chave para o cuidado, devendo ser compartilhado e baseado na autonomia e protagonismo do sujeito. A imersão possibilitou a extrapolação dos muros da faculdade, reforçou a importância da interdisciplinaridade e do fortalecimento do SUS, demarcando de fato a potência e necessidade do trabalho em rede para produção do cuidado em saúde.

4316 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: EXPERIÊNCIAS DO PROJETO INTEGRAÇÃO MORHAN.
Raphaela Delmondes, Danielle Christine Moura dos Santos, Danielle Christine Moura dos Santos, JULIA REBEKA LIMA, JULIA REBEKA LIMA, NATALY LINS SODRÉ, NATALY LINS SODRÉ, Dara Stephany ALVES TEODORO, Dara Stephany ALVES TEODORO, MAYARA FERREIRA LINS DOS SANTOS, MAYARA FERREIRA LINS DOS SANTOS, Marianna SIQUEIRA REIS E SILVA, Marianna SIQUEIRA REIS E SILVA, GIOVANA FERREIRA LIMA, GIOVANA FERREIRA LIMA

EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: EXPERIÊNCIAS DO PROJETO INTEGRAÇÃO MORHAN.

Autores: Raphaela Delmondes, Danielle Christine Moura dos Santos, Danielle Christine Moura dos Santos, JULIA REBEKA LIMA, JULIA REBEKA LIMA, NATALY LINS SODRÉ, NATALY LINS SODRÉ, Dara Stephany ALVES TEODORO, Dara Stephany ALVES TEODORO, MAYARA FERREIRA LINS DOS SANTOS, MAYARA FERREIRA LINS DOS SANTOS, Marianna SIQUEIRA REIS E SILVA, Marianna SIQUEIRA REIS E SILVA, GIOVANA FERREIRA LIMA, GIOVANA FERREIRA LIMA

Apresentação: O relato em questão caracteriza-se como uma atividade extensionista articulada com ações de ensino e pesquisa da Universidade de Pernambuco (UPE), e faz parte do Grupo de Pesquisa e Extensão Hanseníase, Cuidado e Direito à Saúde, da Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças da UPE, que conta com quatro docentes dos cursos de enfermagem, 20 estudantes de graduação e pós-gradução, e registra ações desde 2011. Articula ações de apoio ao Movimento Social Morhan (Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase) em ações de cuidado e de garantia de direitos às pessoas atingidas pela doença de forma interdiciplinar, multiprofissional e interinstitucional, buscando o fortalecimento da participação social na luta pela garantia dos direitos destes usuários, por meio da inserção de estudantes de graduação dos cursos de enfermagem nas ações do Movimento. A hanseníase caracteriza-se como um dos mais sérios e antigos problemas de saúde pública do Brasil, isto tanto pela sua magnitude quanto pelas sequelas físicas, psíquicas e sociais causadas no doente e na sua família. A atuação do Morhan vem se configurando como fundamental para garantia dos direitos das pessoas acometidas pela doença em Pernambuco. O Movimento em Pernambuco tem raízes em 1980. Foi rearticulado, enquanto grupo organizado, em 2004 e desde então vem atuando no sentido de acabar com o preconceito contra a doença e pretende alcançar, através de seu trabalho voluntário: a eliminação da hanseníase; curar, reabilitar e reintegrar socialmente pessoas acometidas; impedir que os doentes sofram restrições em seu convívio social e conquistem o pleno exercício da cidadania; lutar para que os antigos hospitais-colônias sejam transformados em equipamentos de interesse coletivo. Defende-se que a inserção de estudantes em experiências como estas são fundamentais para a formação de um profissional crítico, reflexivo e comprometido com os problemas sociais e com a realidade dos serviços de assistência a estes usuários. A extensão universitária aqui apresentada ainda vem a fortalecer a integração ensino-serviço e a articulação da Universidade com um segmento organizado da sociedade, o Morhan. Atua ainda em conjunto com as Secretarias Estadual de Pernambuco e municipal de Recife e com a Nederlandse Stichting voor Leprabestrijding (NHR Brasil), entidade holandesa, que atua em diversos países no controle da hanseníase e prevenção de incapacidades. Este relato apresenta as atividades e os resultados da extensão universitária alcançados no ano de 2017. Desenvolvimento do trabalho: O projeto em questão teve suas atividades iniciadas em abril de 2011. O marco teórico do projeto se fundamenta na Pedagogia da Libertação, com base em Paulo Freire. Onde na inserção dos estudantes nas ações os mesmos são chamados a problematizar a realidade vivenciada, refletir sobre a sobre sua prática e a partir daí modificar-se e modificar o seu meio, identificar problemas, realizar o levantamento de possibilidades, e a escolha da solução/caminhos. Neste sentido, busca-se que seja fortalecido no graduando uma atitude emancipatória e libertadora na busca de uma sociedade mais justa e igualitária. O público alvo são estudantes de enfermagem do 2º ao 8º período do curso de enfermagem. São selecionados de seis a oito estudantes para as atividades a partir de uma seleção que leva em conta o perfil do estudante em se envolver nas atividades propostas. A população alvo das atividades são profissionais de saúde, pessoas acometidas pela hanseníase e a população em geral. Para a operacionalização das ações, os extensionistas participam das reuniões mensais ordinárias do Morhan, que acontecem no primeiro sábado de cada mês, passam um turno de trabalho semanal na sede do Movimento para acompanhar e participar ativamente do planejamento das ações, além de participarem ativamente de ações em diversas localidades a depender da dinâmica do Movimento. Ao final de cada mês todos os integrantes formulam um relatório mensal individual constanto todas as atividades realizadas. O projeto é uma ação extramuros articulada entre a Universidade de Pernambuco, o Morhan, a Secretaria Estadual de Saúde, a Secretaria Municipal de saúde de Recie, e a NHR Brasil (NetherlandsHanseniasisRelief – Brasil) - ONG estrangeira que apoia os projetos do Morhan em Pernambuco. Resultados: As ações extensionistas envolveram o acompanhamento da rotina do movimento, fortalecendo suas ações no cuidado e na garantia de direitos das pessoas atingidas pela doença. No ano de 2017 foram selecionados 6 estudantes do curso de enfermagem da UPE a partir de uma seleção que levou em conta o perfil do estudante em se envolver nas atividades propostas, após a seleção todos foram capacitados para estarem aptos a desenvolverem as atividades da extensão. Desde então os extensionistas iniciaram as suas atividades da extensão juntos ao Morhan Pernambuco. Os extensionistas participaram de todas as ações ordinária do Morhan Pernambuco, incluindo reuniões mensais do movimento, e visitaram semanalmente a sede do movimento para organização e planejamento de demandas. Realizaram 3 oficinas de direitos, deveres e seguridade social para usuários que foram realizadas em Grupos de autocuidado do Hospital Otávio de Freitas, Policlínica Lessa de Andrade e do Centro de saúde Herbert de Souza, as oficinas ocorreram respectivamente nos meses de junho, julho e agosto de 2017. Promoveram juntamente o Morhan o X seminário de Educação para Hanseníase de Pernambuco, que ocorreu no mês de outubro de 2017 na UPE, onde contou com a participação de 150 pessoas. Operacionalizaram ainda 4 minicursos que aconteceram em atividades pré-congresso e tiveram como temas o “Cuidado e prevenção de feridas hansênicas”, “ Atenção integral ao paciente com hanseníase”, “Exame dermato-neurológico para hanseníase” e “Reação, recidiva e resistência medicamentosa em hanseníase”, tendo em média a participação de 40 pessoas cada. Foram realizadas 19 visitas a pacientes com propósito do autocuidado considerando as questões físicas, psíquicas e sociais. Realizadas de 18 sensibilizações para profissionais de saúde e 28 ações de educação em saúde. Os extensionistas também participaram de busca ativa de novos casos de hanseníase em locais públicos e unidades de saúde, onde foram examinadas em média 750 pessoas tendo 50 casos confirmados com diagnóstico positivo para Hanseníase. Todas as ações das extensionistas são realizadas em conjunto com os voluntários do Morhan, profissionais de saúde e parceiros do projeto. Houve a realização de uma reunião com representantes do ministério público e conselhos de saúde no mês de dezembro de 2017, na reunião foram discutidas as ações que foram realizadas sobre hanseníase no ano e planejamento de ações para o ano seguinte. Considerações finais: Ações extensionistas que buscam articulações insterinstitucionais para resolução de problemas sociais promovem no discente experiências singulares e fortalece o papel da Universidade como um ator fundamental para mudanças sociais. As atividades realizadas aproximaram os estudantes a realidade de grupos populacionais vulneráveis, sendo possível observar a atuação protagonista do estudante em busca dos direitos das pessoas acometidas pela doença, que tem grande importância social e na formação acadêmica dos mesmos. Além disso, o projeto trouxe conquistas relevantes para transformação da sociedade, especialmente às pessoas acometidas pela hanseníase.