195: A formação de trabalhadores em saúde como realidade complexa: inventando potências nas diversidades
Ativador: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FCA 02 Sala 07 - Jiquitaia    Horário: 15:30 - 17:30
ID Título do Trabalho/Autores
1027 Módulo para a capacitação de profissionais de saúde e educação sobre interculturalidade e saúde de adolescentes e jovens.
Maria Helena Ruzany, Maria Helena Ruzany, Eloisa Grossman, Carmen Raymundo, Fernanda Graneiro

Módulo para a capacitação de profissionais de saúde e educação sobre interculturalidade e saúde de adolescentes e jovens.

Autores: Maria Helena Ruzany, Maria Helena Ruzany, Eloisa Grossman, Carmen Raymundo, Fernanda Graneiro

Apresentação: Os profissionais de saúde e educação que lidam com adolescentes e jovens precisam ficar atentos sobre as necessidades de saúde de alguns segmentos populacionais específicos. No entanto, os programas de formação e capacitação profissional, apresentam abordagens e condutas semelhantes para toda população, sem uma preocupação com as especificidades de cada grupo. A partir dessa constatação, a Organização Pan-Americana de Saúde solicitou ao Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente/UERJ a criação de um material didático-pedagógico para capacitação de profissionais de saúde em interculturalidade, direitos humanos e gênero com vistas ao atendimento integral de adolescentes e jovens. Objetivo: Apresentar a metodologia de criação de um Módulo de autoaprendizagem com o enfoque de interculturalidade, direitos humanos e gênero para a capacitação de profissionais de saúde e educação que lidam com adolescentes e jovens. Descrição da experiência: O módulo foi construído por uma equipe multidisciplinar a partir de pesquisa bibliográfica, seminários, grupos de trabalho, visitas às aldeias indígenas, quilombos e acampamentos ciganos. A partir de diversas situações relatadas no contato com o sistema de saúde pelos adolescentes e jovens dos grupos étnicos visitados, foram criados doze casos que exemplificavam as dificuldades vivenciadas. O Módulo apresenta e debate as dificuldades dos profissionais de saúde em lidar com as peculiaridades de cada sujeito e com as diferenças inerentes de indivíduos tão diversos culturalmente. Resultados: O Módulo vem sendo uma importante ferramenta para a capacitação dos profissionais nos temas propostos e demonstra que é possível melhorar a qualidade do atendimento integral. Vem apresentando impactos positivos no atendimento multidisciplinar com melhoria na relação adolescente-profissional de saúde. Considerações finais: Conclui-se que o módulo poderá sensibilizar os profissionais de saúde e educação no sentido de diminuir o abismo gerado pela dificuldade de compreender o outro.

1065 Qualificação Profissional em Registros e Informações em Saúde: uma Experiência no Piauí.
Fernanda Martins, Sergio Munck

Qualificação Profissional em Registros e Informações em Saúde: uma Experiência no Piauí.

Autores: Fernanda Martins, Sergio Munck

O presente trabalho é um relato de experiência do Curso de Qualificação Profissional em Registros e Informações em Saúde, ministrado em Teresina, no Estado do Piauí, durante o ano de 2016. Promovido pelo Laboratório de Educação Profissional em Informações e Registros em Saúde (LIRES), da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), o Curso, tendo como base consolidar as informações e registros em saúde como um campo de conhecimento, visou qualificar os profissionais da área, levando em consideração suas práticas, saberes e habilidades, objetivando, ainda, a compreensão e reflexão do seu processo de trabalho e seus contextos de ação como instâncias potencialmente transformadoras da realidade. Com base nesses pressupostos e com a longa experiência na área de Informações e Registros em Saúde, o LIRES/EPSJV, e o Escritório FIOCRUZ-PI, em parceria, pactuaram junto às instituições formadoras do Piauí o interesse em realizar um programa de capacitação dos profissionais de nível médio da área de saúde de todo o Estado, sob a temática. Para tanto, foi necessário desenhar um Plano de Curso que contivesse, pelo menos: etapas/abrangência do programa de formação; modalidade do curso; carga horária; perfil da demanda; estrutura necessária; parcerias locais a serem estabelecidas, etc. Para consecução desses objetivos, foram realizadas algumas visitas técnicas e oficinas ao longo de 2015, que viabilizaram o curso no ano seguinte, com o propósito de qualificar profissionais do SUS no processo de produção de informações em saúde e na organização dos serviços de Registros e Informações em Saúde. O curso foi desenvolvido ao longo de um semestre, em cinco eixos articulados a cada mês, relacionando Saúde - Informação - Registros em Saúde. Com a carga horária dividida entre aulas teórico-práticas, realização de atividades referentes ao trabalho online de cada um dos eixos (período de dispersão) e realização de seminários para a estruturação dos trabalhos de conclusão de curso, totalizou-se 248 horas. Nos momentos de dispersão entre os eixos, foram utilizadas ferramentas de educação online (Moodle®), e nesta plataforma foram disponibilizados todos os materiais utilizados pelos docentes, bem como, os alunos inseriram os trabalhos relativos a cada eixo que se encerrava. A metodologia utilizada adotou como referência as singularidades das práticas dos trabalhadores da área de Informações e Registros em Saúde, bem como as especificidades do trabalho desenvolvido nas diferentes unidades do Sistema Único de Saúde. Considerando que os estudantes/profissionais possuíam experiências distintas de trabalho no setor saúde e a inserção diferenciada nos processos de trabalho, a metodologia proposta procurou resgatar essas experiências, estabelecendo relações fundamentais entre teoria/prática, ensino/trabalho, de modo que permitisse aos profissionais uma reflexão sobre sua atuação, a partir de um diálogo enriquecedor entre os docentes e discentes. O público alvo do Curso de Qualificação foi composto por 35 profissionais do SUS das esferas estadual e municipal do Estado do Piauí, com a escolaridade mínima equivalente ao ensino médio, e cujas atividades utilizavam informações e registros em saúde visando o aperfeiçoamento da atenção e da gestão das ações em saúde. O Curso foi estruturado em cinco eixos temáticos, conforme explicitado a seguir, de acordo com seus componentes curriculares: Eixo I: Políticas Públicas e Planejamento em Saúde. Direito à Saúde: Histórico, Desafios e Ameaças; Trajetória das políticas de saúde até a implantação do SUS, com as Leis Orgânicas da Saúde; Introdução às Políticas de Saúde no Brasil; Balanço da implementação e operacionalização do SUS nos anos 1990 até o início dos anos 2000 e inflexões políticas a partir dos anos 2000; Planejamento em Saúde; Planejamento e gestão de processos; Análise e melhoria de processos em saúde. Conceitos básicos das informações e registros em saúde. A importância estratégica da informação em saúde; Política Nacional de Informação e Informática em Saúde; A informação em saúde e seu papel estratégico para o SUS. Eixo II: Organização do Processo de Trabalho em Registros de Saúde. Política Nacional de Humanização em Saúde; Conceitos básicos sobre Dados, Registros, Informações, Documentos, Arquivos, Gestão de Documentos; A Arquivística e área da saúde – Gestão de documentos e arquivos e Gestão da saúde; Aspectos ético-legais dos registros e informações em Saúde: a produção de documentos e sua relação com o cidadão. Ética e cidadania; O prontuário do paciente: conceito e importância para a gestão da saúde; A produção de registros nas instituições de saúde e a relação com o prontuário do paciente; As novas tecnologias de informação e comunicação e sua relação com a gestão da saúde – documentos digitais X documentos em suportes tradicionais. Eixo III: Análise da Situação de Saúde. Processo saúde-doença e Determinação social e interações com a epidemiologia, estatística e demografia; Noções de Estatística Descritiva e Amostragem; Noções básicas de Demografia em Saúde; Dinâmica populacional e Indicadores demográficos; Questões demográficas atuais e seus impactos na saúde; Transição demográfica e epidemiológica; Principais indicadores de saúde; Análise de situação de saúde; Perfil demográfico e epidemiológico brasileiro e do Piauí. Eixo IV - Sistemas de Informações em Saúde. Principais Sistemas de Cadastros Nacionais do SUS; Principais Sistemas Hospitalares e Ambulatoriais do SUS; Indicadores do SISPACTO; Principais Sistemas de Eventos Vitais e Vigilância Epidemiológica; Principais Sistemas Epidemiológicos; e-SUS AB; Indicadores de avaliação hospitalar; Noções de Informática; Ferramentas de tabulação; Tabulação dos dados do Piauí. Eixo V - Seminário de elaboração dos Trabalhos de Conclusão de Curso e apresentação dos mesmos. Os alunos se organizaram em seis grupos, que elaboraram os TCCs abaixo, apresentados na semana última semana do Curso: · “Gestão de documentos no Hospital Infantil Lucídio Portela em Teresina– PI" · “Diagnóstico Documental do CAPSi de Teresina-PI”· “Gestão Documental Comparativa entre o Hospital da Polícia Militar e o Hospital de Urgência de Teresina”· “Análise da Regulação do Acesso à Internação Hospitalar no Estado do Piauí” · “Boletim Epidemiológico das Hepatites Virais no Estado do Piauí para os Profissionais da Rede Pública de Saúde”· “Diagnóstico de Saúde: Território do Vale do Canindé” O curso teve, ao final, 31 trabalhadores qualificados no campo das Informações e Registros em Saúde, no Estado do Piauí. O relato desta experiência, assim como os trabalhos de conclusão dos discentes, será transformado em uma publicação organizada pelos coordenadores do curso junto aos demais profissionais que participaram desta jornada. É evidente que as práticas de educação permanente para os níveis médio de ensino ainda se apresentam escassas e mostra-se extremamente necessária a ampliação da oferta de cursos que permitam a conscientização dos trabalhadores do sistema de saúde quanto aos seus direitos e deveres em defesa de uma saúde pública de qualidade para todos. Entende-se que esse relato, baseado na formação dos trabalhadores do campo das Informações e Registros em Saúde no Estado do Piauí, proporcionou a reflexão para novas propostas de formação e o fortalecimento da educação profissional em saúde. Como exemplo disso, um processo de educação em saúde foi desenvolvido pelo LIRES junto à Escola Técnica do SUS do Estado do Maranhão, no mesmo ano, a partir de demanda da Secretaria de Saúde daquele estado.

2412 Inovação na Formação em Saúde: contando a experiência do Curso Introdutório para Agentes Comunitários de Saúde no município de Canoas/RS.
CRISTIANE STEINMETZ CAMPOS, MARCELINA ZACARIAS CEOLIN, LUIZA MARIA PLENTZ, FERNANDO RITTER, SHIRLEI CENTENO CORREIA, RAQUEL MEDEIROS, LOARA MACIEL BARBOSA

Inovação na Formação em Saúde: contando a experiência do Curso Introdutório para Agentes Comunitários de Saúde no município de Canoas/RS.

Autores: CRISTIANE STEINMETZ CAMPOS, MARCELINA ZACARIAS CEOLIN, LUIZA MARIA PLENTZ, FERNANDO RITTER, SHIRLEI CENTENO CORREIA, RAQUEL MEDEIROS, LOARA MACIEL BARBOSA

Este relato de experiência propõe-se a contar o processo de formação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) que ingressaram na Rede de Atenção Básica (AB) do município de Canoas, Rio Grande do Sul no ano de 2017. Localizado na região metropolitana de Porto Alegre, o município tem 323.827 habitantes (IBGE, 2010) e a rede de serviços da AB é composta por 28 Unidades Básicas de Saúde, 66 Equipes de Saúde da Família, apresentando 66% de cobertura de Saúde da Família. A Fundação Municipal de Saúde de Canoas (FMSC) é co-gestora dos serviços e da gestão da AB do município e, portanto, responsável pela contratação de ACS, por meio de concurso público, e a realização do Curso Introdutório para o Agentes Comunitários de Saúde. Tradicionalmente, o curso acontecia na modalidade de palestras expositivas, abordando as temáticas propostas pela Portaria Nº 243 de 25 de setembro de 2015, com carga horária de 40h. Em 2017, a FMSC decidiu inovar na proposta de realização deste curso, promovendo o acolhimento destes trabalhadores de forma participativa e democrática, sendo estes protagonistas do processo de formação e aprendizado. O curso foi composto por momentos de concentração, sendo 12 horas de atividades e momentos de vivências in loco (dispersão) com carga horária de 28 horas, mediadas por facilitadores. Os facilitadores eram Enfermeiros e Agentes Comunitários de Saúde das Unidades Básicas de Saúde envolvidas no processo, e estes realizaram formação prévia de 8 horas, onde foram instrumentalizados para os temas e a condução das atividades formativas. Baseando-se no conceito e no preconizado pela Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, a iniciativa buscou incorporar a produção de conhecimentos através da vida cotidiana das organizações e das práticas sociais e laborais, considerando o contexto real em que ocorrem e ampliando os espaços de formação, de modo a reconhecer o potencial educativo dos espaços de trabalho. Participaram desse processo 18 ACS e enfermeiros(as) na condição de facilitadores e 16 candidatos ao cargo de Agente Comunitário de Saúde. A partir dos relatos e da avaliação dos participantes, podemos considerar um marco para a FMSC e para a AB do município. Foi possível perceber a transformação na produção de conhecimento e formativa para os ACS que ingressaram na AB. O diferencial e a potencialidade deste processo se deu pela dinâmica da construção do conhecimento de forma participativa e coletiva, onde a formação e o aprendizado ocorreram através da valorização do trabalho no contexto cotidiano, pela produção de vínculo entre os novos profissionais e os que fazem parte dos serviços, bem como a estimulação da análise reflexiva de problemas na prática no que tange os novos trabalhadores e aqueles absorvidos pelo cotidiano dos serviços. Portanto, consideramos que esta nova forma de realização do curso introdutório é potente e tem aplicabilidade em outras realidades.  

1193 Formação de Facilitadores em Saúde Mental: Transformações embasadas nas vivências do território vivo fortalecendo a inclusão familiar e social no município de Tefé e Fonte Boa.
Elizete Souza de Azevedo, Maria Auxiliadora Lima de Souza, Ediely Souza Azevedo, Miqueia de Oliveira da Silva

Formação de Facilitadores em Saúde Mental: Transformações embasadas nas vivências do território vivo fortalecendo a inclusão familiar e social no município de Tefé e Fonte Boa.

Autores: Elizete Souza de Azevedo, Maria Auxiliadora Lima de Souza, Ediely Souza Azevedo, Miqueia de Oliveira da Silva

Introdução O presente trabalho trata-se da experiência de utilização da educação em saúde desenvolver ações no Projeto “Caminhos do Cuidado na formação em saúde mental: crack, álcool e outras drogas” para Agentes Comunitários de Saúde e Auxiliares/Técnicos de Enfermagem da Atenção Básica dos municípios de Tefé e Fonte Boa. O objetivo da ação foi formar facilitadores para a atuação em saúde mental junto às comunidades e usuários.  A cidade de Tefé e Fonte Boa localiza-se no Estado do Amazonas banhada pelo Rio Solimões, sendo Tefé da Microrregião do Triângulo e Fonte Boa Microrregião do Alto Solimões. As cidades estão localizadas na rota do tráfico de drogas no Estado, tendo em vista que os entorpecentes que entram no Amazonas e é distribuída para outros Estados brasileiros e países é oriunda do Peru, Colômbia e Bolívia, países que fazem fronteira com o Brasil. Desenvolvimento Primeiramente foi realizada uma qualificação através de oficina para Formação dos Tutores do Projeto Caminhos do Cuidado-Formação em Saúde Mental com objetivo de apresentar a metodologia, quando se buscou fortalecer e propor uma nova forma de produzir conhecimento embasado na realidade do território. Foram indicados para participarem da oficina de Formação dos Tutores os representantes das Regiões de Saúde do Estado do Amazonas (Alto Solimões, Baixo Amazonas, Entorno de Manaus, Juruá, Médio Amazonas, Purus, Rio Madeira, Rio Negro e Solimões e Triângulo). Depois da formação, os tutores selecionados realizaram um planejamento das ações para a realização da educação e formação dos facilitadores do Projeto Caminhos do Cuidado dos municípios de Tefé e Fonte Boa. As oficinas possibilitou a formação dos Agentes Comunitários de Saúde – ACS e Auxiliares e Técnicos de Enfermagem - ATEnf da atenção básica do município de Tefé em 2014 e do município Fonte Boa em 2015. Os representantes foram tanto da zona urbana quanto da zona rural de ambos municípios. Durante os dois anos foram formados duzentos (200) profissionais de Tefé e quase Cem (100) de Fonte Boa. Os facilitadores receberam material didático para auxiliar as ações de saúde mental. A atividade de acolhimento utilizada foi da Dinâmica da Teia, que teve como objetivo apresentar a importância do trabalho em rede. Os facilitares descreveram o seu sentimento sobre as redes: “serviço compartilhado, força de trabalho, união, integração, intersetorialidade, cuidado, elo, potencialidade, desafio, inclusão”. Vale ressaltar a relevância na construção de uma rede de cuidado em saúde mental, considerando as praticas e saberes de cada um no processo de trabalho no cotidiano do território. Os relatos dos facilitadores possibilitou identificar os tipos de álcool e drogas, as vulnerabilidades e o acesso aos produtos químicos do território. Desse modo, compreendemos a potencialidade da formação que beneficiou os usuários e os moradores das comunidades. Os facilitadores foram protagonistas e construtores de seu conhecimento, desenvolvendo capacidades crítica e reflexiva sobre o seu processo de trabalho.Resultados Vivencia dos facilitadores: os relatos dos facilitadores-protagonista trazem importantes reflexões sobre as transformações que aconteceram nos territórios, que agregou à sua própria história de vida e de trabalho. “...meu filho João aos 13 anos se envolveu com pessoas que usavam drogas, a partir daí começou a usar...dava inicio ao sofrimento intenso de toda família...” “...o principal motivo da minha separação foi o álcool, pois vi de perto o sofrimento da minha mãe... minha filha começou ingerir álcool aos 16 anos...chegando em casa porre, caindo pelas ruas, sumia por vários dias...uma amiga para evitar que minha filha fosse abusada sexualmente por vários homens trouxe-a para casa...” “...tenho uma irmã que aos 16 anos se envolveu com droga e bebidas...frequentou a universidade, mas por estar bastante envolvida com as drogas não suportou os estudos, viajou por vários estados onde teve contato com varias drogas, dentre elas o crack, maconha e cocaína...hoje ainda vivo essa realidade na  família que constitui...minhas filhas envolveram neste mundo...aos 13 anos iniciou com álcool...teve overdose por varias vezes...aos 20 anos foi para o Rio de Janeiro, São Paulo e dentre outros estados e, neste período era garota do sexo...engravidou...retornou para cidade natal...minha outra filha também teve envolvimento com a droga através de amigos, abandonou os estudos, foi para Manaus... dormiu debaixo da ponte, passou frio, fome e sede... após tantos sofrimento decidiu pedir ajuda à família... retornou para cidade natal...”. Partilha das vivencias atuais: os facilitadores sensibilizados a partir dos novos conhecimentos adquiridos tomaram a atitude de aplicar o aprendizado no dia-a-dia, tanto na base familiar como na profissão. “...hoje João tem 23 anos e continua envolvido, antes do curso não existia diálogo...frase que usava sempre que estava tenso mãe você não gosta de mim e eu dizia você não assume o que faz, achava que não podia mais ajuda-lo, pois já era de maior e sabia qual escolha queria para sua vida... relacionamento com a irmã era conflituosa, por conta disso foi morar em Manaus por uma boa temporada...ao retornar a cidade natal voltou a ter contato com o mesmo ciclo social...no início do curso estranhei bastante, pois se tratava da realidade de minha família, não tive coragem de relatar nada no início, porém, os dias se passaram e cada vez mais me encantava com que aprendia, este curso abriu minha mente, comecei a conversar com meu filho, hoje ele já entra no meu quarto, deita na minha cama, faço o processo da escuta, dou mais atenção, incentivei a distribuir o currículo e, no momento já estar trabalhando, frequenta a igreja com a irmã... já vi grandes mudanças em minha família, sei que nós somos o grande suporte dessa jornada, nosso vínculo a cada dia se fortalece ainda mais...” “...quando iniciou o curso fiquei calada, discordava com os relatos de vitória que os colegas diziam, com o passar das aulas foi me dando força, esperança e acreditando que tudo é possível quando acreditamos em Deus...hoje tive coragem de compartilhar meu drama, ela tem 17 anos, há 2 semanas não bebe, seu pai estar bem motivado, conversa, escuta, e a sensação que tenho é que estamos conquistando-a novamente... agradeço o curso que me mostrou novos horizonte para conduzir mais esta etapa da minha vida”. 3-Conhecimento das políticas públicas voltada para o público alvo: o contato dos facilitadores com as transformações da política em saúde mental despertou-se no processo de reconhecimentos das potencialidades e das vulnerabilidades locais. As  atuais politicas públicas vieram com uma proposta significativa de quebra de paradigmas vivenciados ao longo do tempo visando promover estratégias inclusivas dos usuários e familiares. Considerações Finais Acredita-se na necessidade de intensificar as ações de promoção e prevenção de álcool e drogas fortalecendo a intersetorialidade existente nas redes públicas que compõem o território. Percebe-se a necessidade de ampliar os processos formativos para profissionais e trabalhadores de todos os níveis que compõem as redes de saúde em particular da rede de atenção básica visando contribuir na qualidade do serviço ofertado na área de saúde mental. Observar-se que a Educação Permanente em Saúde é uma estratégia de gestão em potencializar os profissionais das redes que assistem os cidadãos que faz uso do serviço de saúde.