185: De perfil em perfil, construindo o todo
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: ICB Sala 11 - Murupi    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
1685 AVALIAÇÃO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM TRÊS MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE
Maria Fernanda Pereira Gomes, Adriano Trigolo Pahim, Kesley de Oliveira Reticena, Lislaine Aparecida Fracolli

AVALIAÇÃO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM TRÊS MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE

Autores: Maria Fernanda Pereira Gomes, Adriano Trigolo Pahim, Kesley de Oliveira Reticena, Lislaine Aparecida Fracolli

Introdução: A Estratégia Saúde da Família (ESF), anteriormente conhecida como Programa Saúde da Família (PSF), foi uma das propostas brasileiras para consolidação da APS no Brasil, pois, busca descentralizar, regionalizar, reorganizar e fortalecer os cuidados primários, a fim de reorientar as práticas de saúde com foco na família e comunidade visando necessidades e também conhecendo suas vulnerabilidades. Objetivo: avaliar sob a ótica dos cuidadores de crianças menores de dois anos e usuários adultos se os atributos essenciais e derivados da Atenção Primária à Saúde (APS) estão presentes e como estão sendo operacionalizados na Estratégia Saúde da Família (ESF) da região de Presidente Prudente, SP. Método: pesquisa quantitativa, descritiva e transversal realizada em três municípios de pequeno porte da Região de Presidente Prudente, interior do Estado de São Paulo, sendo eles: Junqueirópolis com 19.918 mil habitantes e 8 equipes de ESF; Mirante do Paranapanema com 17.901 mil habitantes e 7 equipes de ESF e Presidente Epitácio com 43.348 mil habitantes e 8 equipes de ESF. Para avaliar a ESF nos três municípios foi utilizado o instrumento de avaliação da APS validado no Brasil, Primary Care Assessment Tool (PCATool) na versão criança e adulto. O PCATool foi elaborado por Barbara Starfield e permite avaliar os atributos essenciais: Acesso de primeiro contato do indivíduo com o sistema de saúde; Longitudinalidade; Integralidade; Coordenação da atenção e os atributos derivados: Atenção à saúde centrada na família (orientação familiar) e Orientação comunitária, onde 176 cuidadores de crianças menores de dois anos e 181 adultos participaram da pesquisa. Resultados: Os atributos da APS estão presentes na ESF da região, porém alguns atributos como Acesso de Primeiro Contato – Acessibilidade, Coordenação – Integração de Cuidados e Orientação Familiar precisam melhorar sua operacionalização. Conclusão: a ausência de operacionalização de alguns atributos, embora haja a presença de outros, por estarem relacionados entre si, implicam na fragmentação do cuidado, descaracterizando a prática da ESF.  

1742 PERFIL SOCIOECONÔMICO DE GESTANTES RESIDENTES EM UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA NO INTERIOR DA AMAZÔNIA
Thais Chrystinna Guimarães Lima, Brenda dos Santos Coutinho, Andreza Dantas Ribeiro, Lara Monteiro Cardoso, Renan Fróis Santana, Alda Lima Lemos

PERFIL SOCIOECONÔMICO DE GESTANTES RESIDENTES EM UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA NO INTERIOR DA AMAZÔNIA

Autores: Thais Chrystinna Guimarães Lima, Brenda dos Santos Coutinho, Andreza Dantas Ribeiro, Lara Monteiro Cardoso, Renan Fróis Santana, Alda Lima Lemos

Apresentação: A gravidez caracteriza-se por uma sequência de eventos que começa com a fertilização e termina com o nascimento, aproximadamente entre 38 e 40 semanas após o último período menstrual. É um período de grandes transformações para a mulher, para seu parceiro e toda família, sendo necessária uma estrutura biológica, emocional e econômica. Sabe-se que a gravidez em mães de baixo nível socioeconômico está associada às piores condições de qualidade de vida, o que pode expor mãe e filho a um maior risco perinatal. Além disso, as comunidades quilombolas são locais possuidores de características próprias e cabe ressaltar que no Brasil, ainda há uma grande disparidade na atenção a saúde, o que gera impactos nessas populações. Sendo assim, o objetivo do estudo foi verificar o perfil socioeconômico das gestantes residentes em uma comunidade quilombola, no município de Santarém, estado do Pará. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa e de cunho descritivo desenvolvido por docentes e discentes do curso de graduação em enfermagem da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Campus XII, durante a oferta da disciplina de enfermagem e às populações tradicionais da Amazônia, efetivado com gestantes de uma comunidade quilombola, localizada no município de Santarém, estado do Pará. No dia 01 de dezembro de 2017 ocorreu à aplicação de um questionário, composto de 10 perguntas, o mesmo teve o intuito de averiguar o perfil socioeconômico das gestantes. A análise dos dados se deu pelo programa estatístico Excel 2013. O estudo obedeceu aos pressupostos da Resolução nº 466/12.  Resultados e/ou impactos: A amostra correspondeu a um total de 9 gestantes das 15 cadastradas no programa pré-natal da Unidade Básica de Saúde da respectiva comunidade quilombola, a idade das participantes variou de 19 a 34 anos, média de 25,4 ± 5,5. Quando perguntadas sobre o estado civil, 44,4% relataram ter união estável; 33,3% casadas e 22,2% solteiras. Relacionado à etnia, 55,6% se autodeclararam negras; 22,2% indígenas e 11,1% pardas. Quanto à escolaridade, 44,4% tinham ensino médio completo; 22,2% ensino médio incompleto; 22,2% ensino superior e 11,1% ensino fundamental completo. No que diz respeito à ocupação, 66,7% eram autônomas; 11,1% professoras; 11,1% auxiliares administrativos e 11,1% técnicas de enfermagem. Condizente à renda familiar mensal, 77,8% possuíam renda familiar mensal de 1 a 2 salários mínimos e 22,2% menor que 1 salário mínimo. Considerações finais: A partir dos dados coletados, obtivemos um perfil de gestantes relativamente jovens, que se autodeclaram negras, com um nível de escolaridade favorável quando comparado com a estatística do Plano Nacional de Educação de 2015, a maioria não trabalhava, possuíam parceiro fixo e tinham renda familiar mensal abaixo da estatística do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que em 2016 teve média de R$1226,00 per capita.  Durante a construção do presente estudo, nos deparamos com a carência de publicações relativas ao perfil socioeconômico de gestantes quilombolas. Sendo assim, conhecer o perfil destas, pode contribuir com as ações de enfermagem durante o pré-natal e puerpério.

2037 PRINCIPAIS PROBLEMAS DE SAÚDE ENTRE MORADORES DE COMUNIDADES RIBEIRINHAS DO MUNICÍPIO DE COARI-AMAZONAS
Jéssica Karoline Alves Portugal, Mariana Paula da Silva, Marcelo Henrique da Silva Reis, Victor Linec Maciel Barbosa, Rodrigo Damasceno Costa, Silvia Regina Secoli, Paula Andreza Viana Lima, Abel Santiago Muri Gama

PRINCIPAIS PROBLEMAS DE SAÚDE ENTRE MORADORES DE COMUNIDADES RIBEIRINHAS DO MUNICÍPIO DE COARI-AMAZONAS

Autores: Jéssica Karoline Alves Portugal, Mariana Paula da Silva, Marcelo Henrique da Silva Reis, Victor Linec Maciel Barbosa, Rodrigo Damasceno Costa, Silvia Regina Secoli, Paula Andreza Viana Lima, Abel Santiago Muri Gama

Apresentação: As populações ribeirinhas do interior do Estado do Amazonas caracterizam-se por viverem em comunidades, distantes das sedes do município, compostas por núcleos familiares. Nas comunidades, não há serviços de saúde e os ribeirinhos precisam deslocar-se até a sede do município ou contar com o apoio do Agente Comunitário de Saúde (ACS) local. Diante disto, este povo está exposto a diversas situações que prejudicam seu estado de saúde, levando-os ao acometimento de enfermidades ocasionadas por fatores sociais e ambientais, como variações climáticas, falta de saneamento básico e condições financeiras desfavoráveis. Neste contexto, o objetivo desse trabalho é descrever os principais problemas de saúde enfrentados por moradores de comunidades ribeirinhas do município de Coari-Amazonas. Desenvolvimento do trabalho: Estudo transversal de base populacional, realizado no período de abril a julho de 2015, nas comunidades ribeirinhas do município de Coari-Amazonas, região do Médio Solimões. A coleta de dados foi realizada com 492 indivíduos com 18 anos ou mais, moradores de 24 comunidades. Primeiramente foi realizado um treinamento da equipe e um teste piloto. O instrumento da coleta de dados foi um questionário avaliativo, contendo perguntas referentes a informações socioeconômicas, demográficas, consumo de medicamentos e enfermidades autorrelatadas nos últimos 30 dias antecedentes a pesquisa. Resultados: Dos 492 indivíduos entrevistados, a maioria era do sexo feminino (53,0%), com média de idade de 38,4 anos. Em relação a distancia da comunidade, a maioria (12,2%), informou levar mais de seis horas de viagem no deslocamento da comunidade até o município. Quando perguntados sobre o consumo da água, 41,9% relataram não fazer tratamento de água antes da ingestão. No que diz respeito aos problemas de saúde relatados pelos moradores, a maioria informou terem sidos acometidos por gripe (31,3%), seguido por dor em geral (19,3%), que engloba dor de cabeça, dor estomacal, dor nas costas e dor musculares. Houve também um grande predomínio de hipertensão (8,4%) e diarreia (5,0%). Considerações finais: O estudo apontou o predomínio de problemas relacionados a fatores ambientais. Pode-se observar um grande número de pessoas que não utilizam o tratamento de água, o que pode explicar a grande quantidade de doenças intestinais. Em relação a grande incidência de gripe, constatou-se que as variações climáticas podem ser responsáveis por esse problema. Observou-se ainda, que muitas pessoas se queixam de dores em geral, no entanto esse fato justifica-se pelas atividades exercidas por esses indivíduos, que requer esforço físico continuo em trabalhos agrícolas, propiciando o aumento de relatos de dores. Diante do exposto, ressalta-se a necessidade de maior atenção dos gestores públicos para essas comunidades, levando acesso à saúde de qualidade e adotando medidas que possam minimizar os agravos de saúde que esses indivíduos enfrentam.

2039 Expedição em saúde ribeirinha no interior do Amazonas, um relato de experiência da formação médica
Bruno Vianei Real Antonio, Iuri Matias Oliveira Schreiner, Raquel Rodrigues Ferreira Rocha Alencar

Expedição em saúde ribeirinha no interior do Amazonas, um relato de experiência da formação médica

Autores: Bruno Vianei Real Antonio, Iuri Matias Oliveira Schreiner, Raquel Rodrigues Ferreira Rocha Alencar

Apresentação: Trata-se de um relato de experiência da participação, contribuição e vivência de internos de medicina da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) na abordagem multiprofissional em Saúde Ribeirinha em município amazonense durante o Estágio em Medicina Preventiva e Social, também chamado de Internato Rural. Objetiva-se descrever as atividades em saúde desenvolvidas neste contexto geopolítico, bem como sua importância e impacto para as comunidades ribeirinhas alcançadas. Desenvolvimento do trabalho:A bordo de uma embarcação regional amazônica, durante 5 dias consecutivos, uma equipe multiprofissional em saúde navegou pelo rio Uatumã para o atendimento e acompanhamento em saúde de comunidades ribeirinhas. O rio Uatumã, um afluente da margem esquerda do Rio Amazonas, localiza-se na área rural do município amazonense de Presidente Figueiredo, distante 107 Km de Manaus. Para se chegar ao rio, percorreram-se, por via terrestre, 35 Km em um ramal de difícil acesso. A organização e logística envolvida nesta ação em saúde foi subsidiada pela Secretaria Municipal de Saúde de Presidente Figueiredo, que, gentilmente, convidou 2 internos de medicina da UFAM para embarcar na Expedição em Saúde Rio Uatumã. A equipe multiprofissional em saúde era composta por 2 médicos generalistas, 2 enfermeiros, 2 técnicas em enfermagem, 2 cirurgiãs dentistas, 1 auxiliar de dentista, 1 assistente social, 1 psicóloga, 1 microscopista, além de 2 Agentes Comunitárias de Saúde (ACS). Na equipe de ação social havia 1 cabeleireiro, 1 técnico administrativo e 1 fotógrafo, que trabalharam em cortes de cabelo, emissão de registro de nascimento e documentos de identificação, respectivamente. Foram visitadas cinco comunidades ribeirinhas (Porto da Morena, Maracarana, São Benedito, Bela Vista e São Francisco de Assis) localizadas às margens do rio Uatumã, ao longo de 60Km de trajeto fluvial. Ressalta-se que a via fluvial é a única maneira de acesso a estas comunidades ribeirinhas, muitas das quais sem acesso à energia elétrica, água encanada ou sistema sanitário de esgoto. O barco regional utilizado tinha capacidade para 30 pessoas. Além do comandante e 2 auxiliares, uma excelente cozinheira e sua ajudante compunham a equipe técnica. O compartimento de cargas foi destinado ao armazenamento das cestas básicas para doação, estoque de água, mantimentos e combustível, além de funcionar, de forma adaptada, o consultório odontológico, com o auxílio de um gerador de energia elétrica A parte superior do barco regional contava com a cabine de comando, 3 camarotes com um total de 12 camas, 2 banheiros, cozinha e um espaço central multiuso. Durante o dia montava-se a farmácia, realizavam-se atendimentos médicos e de enfermagem e refeições, além de dormitório (redes estendidas) no período noturno. Os materiais e insumos necessários à prestação dos serviços em saúde foram providenciados dos estoques das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Presidente Figueiredo e transportados em caminhões baú até a embarcação. Os internos de medicina participaram de todas etapas envolvidas nessa logística, desde o planejamento das ações e recrutamento de pessoal, até o carregamento e transporte dos recursos materiais. O modelo de atendimento às comunidades ribeirinhas era baseado na Estratégia de Saúde da Família Ribeirinha, em consonância com a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). Portanto, havia o seguimento longitudinal e contínuo (mensal) em saúde. Apesar das especificidades geográficas da extensa área do Uatumã, a população era rigorosamente adscrita e cadastrada. Existia forte vínculo entre a equipe de saúde e a população ribeirinha, evidenciado pelo próprio tempo de acompanhamento, bem como pelos depoimentos de gratidão pelos serviços prestados. Resultados e/ou impactos: Os internos de medicina auxiliaram no atendimento médico de mais de 300 pessoas. Em alguns momentos, sob preceptoria, fizeram o atendimento em saúde, discutindo as melhores condutas e orientações individualizadas para cada caso. Tiveram a oportunidade de aplicar os conhecimentos obtidos com a Medicina de Família e Comunidade (MFC) através do SOAP (subjetivo, objetivo, avaliação e plano), um registro em saúde orientado por problemas. Praticaram o raciocínio clínico dentro das instâncias da anamnese e semiotécnica do exame físico. Além de auxiliar no preenchimento de receitas médicas e encaminhamentos (principalmente ao ortopedista e oftalmologista), também houve a oportunidade da realização de procedimento microcirúrgico de drenagem de abscesso no pé de uma pré-escolar de 3 anos de idade seguida da confecção do curativo e prescrição com enfoque na compreensão de todas as orientações e posologia das medicações pela mãe, sempre sob assistência e orientação médica. Desde o primeiro contato com a equipe multiprofissional os internos se apresentaram e se colocaram à disposição para auxílio no serviço. Aprenderam o nome de cada integrante do barco, estabelecendo bom entrosamento e criando novas amizades. Prezaram pela responsabilidade profissional e social de cumprir com os horários e determinações da coordenação da ação em saúde. Registraram com fotos e diário de campo suas atividades durante toda a viagem. Nas consultas de pré-natal, planejamento familiar e ginecológicas havia a dupla abordagem médico-enfermeiro com o intuito de ampliar a resolução das necessidades e demandas em saúde. Os internos de medicina perceberam que o trabalho multiprofissional trouxe resultados mais satisfatórios e positivos para a saúde materno-infantil ao aumentar a adesão das mulheres às orientações e cuidados em saúde, além da oferta de assistência com olhares e dizeres diferentes, porém complementares em saúde. Neste contexto, a colaboração dos internos, quanto a promoção e prevenção de saúde, foi realizar uma capacitação com as 2 ACS da área do Uatumã sobre o Pré-Natal, a sua importância e as atribuições e competências éticas e profissionais das ACS. Como referência, utilizamos o Caderno de Atenção Básica número 32 (Pré-Natal de Baixo Risco) do Ministério da Saúde. Confeccionamos um folder com figuras ilustrativas e uma tabelinha de acompanhamento. Ressaltamos também o papel fundamental de toda equipe de saúde e da própria gestante na prevenção de agravos e promoção da boa gestação fornecendo orientações de qualidade, transmitidas de diversas formas, como abordagem face a face, roda de conversa ou consultas familiares. A competência cultural do profissional em saúde em adotar uma linguagem de fácil entendimento para os ribeirinhos é essencial para a colaboração e adesão terapêutica. Percebeu-se a grande importância de entender o ribeirinho em todos os seus aspectos sociais, econômicos, culturais, espirituais, biológicos e físicos. Ou seja, não basta a identificação do problema e a prescrição do remédio ou orientação. É necessário, em qualquer realidade de saúde, certificar-se do entendimento, da compreensão por parte das pessoas atendidas, do que foi falado, prescrito ou explicado. A baixa escolaridade foi uma importante barreira encontrada quando os internos auxiliaram nas atividades da farmácia e distribuição de medicamentos. Ao indagarmos as pessoas sobre que remédios ou orientações haviam em suas receitas, percebíamos, em muitos casos, a dificuldade na compreensão ou leitura da receita. Havia, portanto, um analfabetismo funcional preocupante. A contraproposta dos internos foi confeccionar receitas com desenhos simples para o entendimento da quantidade e horários dos fármacos, além de sempre checar o bom entendimento. Considerações finais: O impacto comunitário desta expedição para a saúde ribeirinha foi extraordinário e positivo. Uma sensação unânime de acolhimento e cuidado foi transmitida pelas 300 pessoas alcançadas. Relatos de gratidão e gestos de carinho ratificaram este impacto positivo. A formação acadêmica é engrandecida e deve ser estimulada no ambiente rural/ribeirinho.

2169 REFLEXÕES DA GEOGRAFIA DA SAÚDE SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DOS MÉDICOS, ENFERMEIROS E LEITOS NA REGIÃO METROPOLITANA DE MANAUS
Larissa Cristina Cardoso dos Anjos, Adorea Rebello da Cunha Abulquerque, Rafael Esdras Brito Garganta da Silva

REFLEXÕES DA GEOGRAFIA DA SAÚDE SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DOS MÉDICOS, ENFERMEIROS E LEITOS NA REGIÃO METROPOLITANA DE MANAUS

Autores: Larissa Cristina Cardoso dos Anjos, Adorea Rebello da Cunha Abulquerque, Rafael Esdras Brito Garganta da Silva

O presente trabalho tem o objetivo de expor a disponibilidade dos recursos físicos (leitos) e humanos (médicos e enfermeiros) na Região Metropolitana de Manaus (RMM), sob a perspectiva da Geografia da Saúde. Os procedimentos metodológicos envolveram o levantamento de estudos sobre a temática, a destacar: as discussões realizadas por Viana et al (2015) e Schefferet al.(2015) e o levantamento de dados secundários no Departamento de Informática do SUS (DATASUS), onde as informações foram comparadas com parâmetros estabelecidos pelo Ministérios da Saúde (MS). As informações foramorganizadas em planilhas do Excel, e posteriormente importadas para a plataforma ArcGIS 10.3, cuja as informações foram adicionadas na tabela de atributos do shapefiledos municípios que fazem parte da RMM, para a elaboração de mapas e gráficos. Ressalta-se que o recorte temporal utilizado para a discussão variou entre os anos de 2010 a 2015. De acordo com os resultados obtidos pelo estudo de Viana et al. (2015), intitulado “Tipologia das regiões de saúde: condicionantes estruturais para a regionalização no Brasil”, as Regionais de Saúde do Brasil foram divididas em 05 grupos, apartir do levantamento do perfil socioeconômico e oferta de serviços de saúde. A classificação das regionais estabeleceu os 05 grupos: Grupo 1 – baixo desenvolvimento socioeconômico e baixa oferta de serviços de saúde; Grupo 2 – médio/alto desenvolvimento socioeconômico e baixa oferta de saúde;Grupo 3 – médio desenvolvimento socioeconômico e média oferta de serviços de saúde;Grupo 4 – alto desenvolvimento socioeconômico e média oferta de serviços de saúde; Grupo 5 – alto desenvolvimento socioeconômico e alta oferta de serviços de saúde. Direcionando a pesquisa para a RMM, a regional de saúde Manaus e entorno foi classificada no grupo 4 (alto desenvolvimento socioeconômico e média oferta de serviços) e as demais regionais de saúde que compreendem a RMM (Rio Negro e Solimões e Médio Amazonas) foram classificadas no grupo 1, com baixo desenvolvimento socioeconômico e baixa oferta de serviços. No referido estudo, as regionais de saúde que englobam a RMM apresentaram disparidades em relação à oferta de recurso físico e humano. Sobre a disponibilidade de médicos no país, o relatório de Demografia Médica no Brasil, realizado em 2015, aponta algumas considerações sobre a distribuição de médicos no Brasil e regiões administrativas. De acordo com Schefferet al. (2015), a razão nacional de médicos no país é de 2,11 médicos por 1.000 habitantes, mas a sua distribuição é desigual no território, onde a Região Norte concentrou 70% dos médicos nas capitais no ano de 2014, a capital do Amazonas com 2,08 médicos por 1.000 habitantes e o interior do estado com 0,13 médicos para atender 1.000 habitantes no ano de 2014. Conforme a Base de Indicadores das Regiões de Saúde (BIRS, 2015), os municípios da RMM que apresentaram maior oferta de médicos por 1.000 habitantes, foram Manaus (1,52), Iranduba (0,91) e Manacapuru (0,66).  Apenas os municípios de Manaus, Iranduba, Presidente Figueiredo e Manacapuru apresentaram médico com atendimento particular. Em relação à oferta de enfermeiros na RMM, os municípios do Iranduba, Itapiranga, Rio Preto da Eva apresentaram maior oferta de enfermeiros por 1.000 habitantes, correspondendo a 1,09; 1,01 e 0,92, respectivamente. Considerando a oferta de enfermeiros pelo Sistema Único de Saúde (SUS), apenas Manaus e Manacapuru apresentam oferta de enfermeiros por serviços de saúde particular, no qual Manaus apresenta 0,66 médicos por 1.000 habitantes pelo SUS, e Manacapuru 0,71 médicos por 1.000 habitantes. Neste sentido, observa-se em relação à oferta de médicos dos municípios que compõe a RMM, apenas Manaus apresentou maior oferta de médicos em 2015, em contrapartida,02 municípios da Regional Manaus entorno de Manaus apresentaram maiores ofertas de enfermeiros por 1.000 habitantes (Iranduba e Rio Preto da Eva) e Itapiranga, município da Regional Médio Amazonas, ambos ultrapassando a capital do estado. Em relação a oferta de leitos, o Ministério da Saúde (MS) estima a necessidade de leitos hospitalares de internação, com cerca de 2,3 a 3 leitos para cada 1.000 habitantes. Seguindo a orientação do Ministério da Saúde (MS) com a população da RMM entre os anos de 2010 a 2015, Itapiranga foi o único município da RMM a alcançar o número de leitos recomendado pelo MS, nos anos de 2010, 2011 e 2012. Os municípios de Manaquiri, Iranduba e Careiro apresentaram menores números de leitos por 1.000 habitantes, variando de 0,4 a 0,7 leitos. Aplicando o cálculo do número de leitos recomendado pelo MS, tendo em vista à necessidade dos municípios da RMM, utilizando somente o número de leitos ofertados pelo SUS, o cenário da disponibilidade dos leitos se modificou nos municípios de Manaus e Presidente Figueiredo. Portanto, nos referidos municípios, a disponibilidade de leitos ofertados pelo SUS se assemelha aos demais municípios da RMM, onde a capital do estado, mesmo abrangendo a alta complexidade, apresentou menor disponibilidade de leitos de municípios que se apresentam como baixa complexidade no plano de regionalização de saúde, a exemplo, Itapiranga e Silves. Comparando a classificação dos grupos da tipologia das regiões realizada por Viana et al. (2015) e a disponibilidade de leitos na RMM, todos os municípios da RMM se classificam no Grupo 1, devido à baixa oferta de leitos nos hospitais. A RMM engloba 13 municípios, em uma área 127.168,682 Km²com população de ‎2. 210.647 hab. (IBGE, 2010), na qual 82% da população metropolitana está concentrada na capital do estado, representando 1.802.014 hab. Portanto, os 193.879 habitantes da RMM (exceto Manaus) estão distribuídos em 115.767.590 Km². Devido a essa discrepância populacional e territorial na RMM, Sousa (2013) ressalta que a sua extensão territorial é heterogênea, sob o ponto de vista da produção socioespacial, no entanto, a RMM não pode ser explicada apenas pelo ângulo dos seus pontos cardeais, um recurso que pouco explica a realidade dos lugares. A realidade desses lugares se difere no espaço metropolitano, tanto pela Geografia Física da região, quanto pelos aspectos econômicos, sociais e culturais e principalmente pela situação da população nos territórios, no que se refere a população rural e urbana Destaca-se que a população da RMM, (exceto na capital) encontra-se dispersa no território, e apresentando baixa densidade demográfica, principalmente nos municípios de Novo Airão, com 0,39 habitantes por Km², Presidente Figueiredo com 1,07 habitantes por Km² e Itapiranga com 1,94 habitantes por Km², apresentando-se como os municípios com menores densidades demográficas da RMM. Em contrapartida, Manaus, Manacapuru e Iranduba, apresentam maiores densidades demográficas, com 158,06, 18,42 e 11,62 habitantes por Km², respectivamente (IBGE, 2010). A RMM engloba o município do Brasil com maior proporção da população morando na área rural, representando pelo município do Careiro da Várzea, com 04% (1.000) da população morando na cidade, enquanto a capital do estado concentra 99% (1.792,881) da população na cidade. Considerando os parâmetros do MS, no que se refere à distribuição de recursos físicos e humanos, os municípios da RMM permaneceram como número de médicos, enfermeiros e leitos bem abaixo do recomendado, e do ponto de vista da Geografia da Saúde, as informações discutidas no presente estudo direcionam para uma análise catastrófica da saúde, principalmente quando são relacionadas às particularidades da Geografia Física e humana da Amazônia.

2307 DIAGNÓSTICO LOCAL DE SAÚDE: contribuições para a formação em enfermagem
Lerissa Nauana Ferreira, Davisson Michetti de Oliveira, Tânia Leal Moreira, Patrícia Caldeira Costa, Kátia Fernanda Alves Moreira, Arielson Silva, Karley José Monteiro Rodrigues, Daiana Evangelista Rodrigues Fernandes

DIAGNÓSTICO LOCAL DE SAÚDE: contribuições para a formação em enfermagem

Autores: Lerissa Nauana Ferreira, Davisson Michetti de Oliveira, Tânia Leal Moreira, Patrícia Caldeira Costa, Kátia Fernanda Alves Moreira, Arielson Silva, Karley José Monteiro Rodrigues, Daiana Evangelista Rodrigues Fernandes

Introcução: Uma das formas de repensar a formação dos enfermeiros com base nas diretrizes do SUS é (re)construir o saber em saúde e na enfermagem, portanto, a aprendizagem, se dá no cotidiano do trabalho em saúde, a partir dos problemas da realidade, das vivências da prática. Desta forma, a diversificação de aprendizagens desenvolvidas nos estágios curriculares é fundamental na formação dos profissionais de saúde, já que apresentam diferentes tipos de complexidade, exigem a integração entre os profissionais de saúde e destes com os usuários, bem como de distintas áreas de saber e a mobilização de diversas tecnologias. É nesse ambiente que novos pactos são firmados e as fronteiras entre as profissões são constantemente postas em questão. A estratégia de saúde da família (ESF) como estruturante do sistema público de saúde, tendo redirecionado o novo modelo de atenção para consolidação dos princípios organizativos do SUS. A experiência inovadora da ESF impõe novas responsabilidades, demandando, por exemplo, profissionais qualificados e comprometidos com essa nova proposta contra-hegemônica. O território deve ser entendido como um espaço vivo, geograficamente delimitado e ocupado por população específica, instituída por identidades comuns, sejam elas culturais, sociais ou outras. Cada território possui peculiaridades em relação a seus usuários e equipes, à sua capacidade de estrutura física e recursos financeiros, organização social, conflitos e contradições inerentes ao local em que se encontra inserido. Portanto, o território não deve ser pensando como um espaço geográfico finito e limitador das ações de saúde. Ao contrário, o território se caracteriza como espaço singular articulado a outros serviços de saúde dentro do macro setor saúde. Espera-se que um território constituído a partir dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos fundamentos da Atenção Primária à Saúde (APS) tenha impacto positivo sobre a resolutividade e qualificação das ações em saúde em razão da maior proximidade e conhecimento das necessidades da população. Nessa perspectiva, as vivências têm sido cruciais para a formação humanística dos estudantes de Enfermagem, pois proporcionam um contato mais profundo com a população, conscientizando-os dos principais problemas da comunidade. As atividades de campo são ferramentas indispensáveis para a consolidação do conhecimento teórico trabalhado em sala de aula, pois introduzem os alunos nas práticas do SUS, proporcionando amadurecimento e reconhecimento das necessidades nos diferentes momentos de atenção aos usuários dos serviços de saúde pública. O objetivo deste artigo foi relatar a experiência dos discentes sobre o processo de territorialização numa equipe de Unidade de Saúde da Família. Metodologia: Estudo descritivo, que advém de um relato de experiência de discentes do Estágio Supervisionado II do Curso de Enfermagem da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) fruto de um processo de vivências e reflexões críticas acerca da territorialização, realizado como atividade obrigatória do estágio em uma equipe de saúde da família de uma UBS da Zona Leste do município de Porto Velho-RO, no período de outubro a dezembro de 2017. Para o relato da experiência vivida, foram utilizados os materiais de registro das vivências – diário de campo dos estagiários, análise de dados secundários referentes às características da situação de saúde da área de abrangência da equipe de saúde da família “Escola de Polícia e referenciais teóricos sobre os temas abordados. Foi realizado o diagnóstico situacional utilizando o método de Estimativa Rápida por meio da observação da rotina da UBS, entrevista com os ACS e demais membros da ESF. Para sustentação teórica, foram realizados levantamentos a partir do banco de dados do IBGE, da base de dados municipal do e-SUS. Foi realizada uma busca na literatura, utilizando sites de busca, como: Scientific Electronic Library Online (Scielo), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Banco de Dados de Enfermagem (BDENF), edições do Ministério da Saúde e outros. A busca foi guiada utilizando-se os seguintes descritores: diagnóstico da situacional em saúde, estratégia saúde da família, perfil epidemiológico, estimativa rápida participativa. O período de busca foi de publicações entre 2000 e 2017, exceto legislações e outras publicações básicas anteriores. O desenvolvimento do diagnóstico situacional de saúde é empregada a técnica da estimativa rápida, cujas etapas para o desenvolvimento do estudo constituíram: a análise de dados secundários, a observação ativa do território e entrevista com informantes-chave. Os dados secundários foram originados de informações dos relatórios sínteses do e-SUS, alimentado pela equipe de saúde da família Escola de Polícia. (ESFEP) As entrevistas com os informantes-chave originou-se por uma análise documental. A opinião dos informantes-chave foi identificada conforme papel que exerce na comunidade, a fim de resguardar seu anonimato. A observação direta da área de abrangência, as principais situações problemas identificadas foram apresentadas de forma descritiva. As informações coletadas foram armazenadas em um banco de dados construído no software Excel®. A análise quantitativa se deu por estatística descritiva por frequências absolutas e em porcentagem. Resultados: Durante as visitas, pudemos constatar os problemas de saúde relacionados às condições e hábitos de vida, e perceber o contexto socioeconômico e cultural da vida das pessoas, o que nos permitiu uma aproximação das necessidades da população daquele território. As conversas com os ACS e usuários da unidade de saúde foram indispensáveis para conhecer a dinâmica social existente naquela comunidade. A população cadastrada na ESFEP no ano de 2017 foi 2.060 usuários, sendo 45,4% do sexo masculino e 54,6% feminino. Quanto a faixa etária, destacou-se a população de adultos jovens (20-29 anos) com 19,8%, em seguida os adolescentes (10 – 19 anos) com 18,3%. Quanto a cor/etnia, predominou a preta/parda com 80,1% dos usuários Quando observado a escolaridade da população da ESFEP notou-se que 36,0% dos usuários possuem o ensino médio completo, entretanto, chama-se atenção para o grande quantitativo de informações ignoradas (50,5%) para essa variável. Quanto a relação dos usuários com o chefe/representante da família observou-se que 16,3% da população da ESFEP vive com o companheiro/cônjuge, porém destaca-se que 54,9% dessa variável não foi informada. Ao analisar os dados dos principais agravos dos usuários da Equipe de Saúde da Família Escola de Polícia. Porto Velho/RO no ano de 2017 observou-se que o problema respiratório apresentou maior frequência, predominando a Asma (50,0%), seguido de Outra (40,5%). O problema renal houve destaque Outras (66,7%) e a Insuficiência Renal (33,3%). Verificou-se que o problema cardíaco predominou Outra (52,6%), acompanhado de Não Sabe (26,3%) e a Insuficiência Cardíaca (21,1%). Vale ressaltar que a variável Hipertensão Arterial obteve (9,3%). Considerações Finais: Notou-se que a população cadastrada na ESFEP é predominantemente feminina (54,6%), adultos entre 20 e 29 anos (19,8%), autodeclarada preta/parda (80,1%), com ensino médio completo (36,0%), casada ou em união estável (16,3%). Quanto aos problemas/agravos de saúde predominou-se a doença hipertensiva (9,3%) e o etilismo (6,3%) dos usuários. Destaca-se que as informações ignoradas e/ou não preenchidas podem mascarar o verdadeiro perfil da população de estudo, fato este que prejudica na elaboração de medidas de enfrentamento dos problemas e agravos de saúde, além de dificultar o planejamento de estratégias para promoção da saúde dos usuários que deve ser uma das prioridades das USF. A experiência do DLS permitiu aos acadêmicos ampliar o olhar sobre o papel do enfermeiro na ESF, a importância do trabalho em equipe e a necessidade de fortalecer as ações de prevenção as doenças e aos agravos, além da promoção à saúde, utilizando principalmente as atividades de educação em saúde.

2320 AÇÕES EDUCATIVAS DE PRIMEIROS SOCORROS PARA RIBEIRINHOS DO INTERIOR DO AMAZONAS: ACIDENTE OFÍDICO
Andriele Valentim da Costa

AÇÕES EDUCATIVAS DE PRIMEIROS SOCORROS PARA RIBEIRINHOS DO INTERIOR DO AMAZONAS: ACIDENTE OFÍDICO

Autores: Andriele Valentim da Costa

APRESENTAÇÃO: Ações educativas voltadas para primeiros socorros em acidentes ofídicos consistem em atividades que oriente a população sobre medidas que devem ser realizadas em casos de vítimas por animais peçonhentos. Este trabalho apresenta a experiência de acadêmicos de enfermagem em ações educativas de primeiros socorros em acidentes ofídicos para a população de comunidades ribeirinhas de Coari- Amazonas durante a prática de campo da disciplina Enfermagem em Saúde Coletiva II do curso de enfermagem do Instituto de Saúde e Biotecnologia ISB/UFAM. Dessa forma o presente trabalho tem como objetivo descrever as vivências de estudantes de enfermagem em ações educativas de primeiros socorros em acidentes ofídicos para ribeirinhos do município de Coari- Amazonas.  DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por discentes de enfermagem, no período de 13 á 16 de novembro de 2017, em ações educativas de primeiros socorros em acidentes ofídicos para ribeirinhos das comunidades São Pedro da Vila Lira e Esperança I, localizadas no interior do município de Coari- Amazonas. As ações eram realizadas no campo de futebol das respectivas comunidades com duração de 5 minutos, consistindo em palestras objetivas e interativas tendo como foco principal orientar os ribeirinhos acerca dos primeiros socorros que devem ser realizados em casos de vítima por acidente ofídico, destacando informações sobre o que fazer e não fazer em caso de vítima com acidente ofídico. Para essa abordagem utilizou-se um cartaz com imagens ilustrativas para o melhor entendimento do público. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: No total foram beneficiadas pelas atividades cerca de 130 ribeirinhos na faixa etária entre 10 a 65 anos de idade nas comunidades. A ação obteve uma boa aceitação pelo público, onde os mesmos mostraram-se bastantes atenciosos e participativos no decorrer das palestras. Estes momentos foram fundamentais para que os ribeirinhos recebessem orientações, tendo em vista que, nas conversas percebeu-se que algumas pessoas não recorriam ao hospital da cidade em casos de acidentes e que a maioria utilizavam conhecimentos empíricos, como o uso de café, plantas, cachaças e torniquete para tratar o ferirmento, fatores estes que poderiam agravar a situação da vítima. Ao final de cada ação o público apresentou um ótimo aprendizado sobre o tema ao serem questionados sobre medidas que poderiam ou não ser realizadas em caso de acidente ofídico. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Portanto as ações de primeiros socorros em acidentes ofídicos em comunidades ribeirinhas foram fundamentais já que permitiram o treinamento de ribeirinhos para que possam prestar os primeiros socorros para vítimas de animais peçonhentos de forma imediata e adequada no deslocamento até o hospital, evitando que os acidentes possam se tornar fatais.    

2661 PERFIL DE ÓBITOS POR ESCORPIONISMO NO INTERIOR DA AMAZÔNIA: UM ESTUDO RETROSPECTIVO
Sheyla Mara Silva de Oliveira, Maria Rita Bertolozzi, Francisco Oscar França, Fernanda Jacqueline Teixeira Cardoso, Lúcia Yasuko Izumi Nichiata, Ana Cely de Sousa Coelho, Franciane de Paula Fernandes, Erli Marta Reis da Silva

PERFIL DE ÓBITOS POR ESCORPIONISMO NO INTERIOR DA AMAZÔNIA: UM ESTUDO RETROSPECTIVO

Autores: Sheyla Mara Silva de Oliveira, Maria Rita Bertolozzi, Francisco Oscar França, Fernanda Jacqueline Teixeira Cardoso, Lúcia Yasuko Izumi Nichiata, Ana Cely de Sousa Coelho, Franciane de Paula Fernandes, Erli Marta Reis da Silva

Introdução: O escorpionismo é um desafio para ações de saúde especificamente no estado do Pará. Na região norte, é o estado que mais notificou no período de 2000 a 2010, e ainda sofre com a tendência ao aumento dessas notificações. A letalidade é semelhante à média nacional e a gravidade muda em função da mesorregião. O presente trabalho visa apresentar o perfil dos óbitos por escorpionismo ocorridos na região oeste do Pará. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo dos anos de 2011 a 2015, de abordagem quantitativa, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Resultados e/ou impactos: Foram registrados (09) óbitos no SINAN no período do estudo. Destes: Alenquer (1) (11,11%), Almeirim (1) (11,11%), Altamira (3) (33,33%), Itaituba (1) (11,11%), Novo Progresso (1) (11,11%), Trairão (2) (22,22%). A maior freqüência no registro de óbitos aconteceu nos anos de 2012 e 2015, maior letalidade no município de Altamira (3) (0,23%), todos provenientes da zona rural (100%), atendidos após 1 hora acidente, maioria eram homens (7) (77,78%), adultos (6) (66,67%), a ocupação em sua maioria ignorada/sem informação (6) (66,67%), seguidos de trabalhadores da agricultura (2) (22,22%) e classificados como acidentes leves (2) (22%) ou moderados (4) (44,44%). Um fator que chama a atenção na ficha de notificação dessas vítimas é a classificação de casos, duas vítimas foram classificadas como leve apesar do desfecho de óbito, outras duas que evoluíram para óbito apesar de terem sido classificadas como grave não receberam soroterapia. Uma delas trata-se um morador da aldeia indígena Kamburuá que pertence ao município de Jacareacanga, sendo que o caso ocorreu no município de Itaituba.  A característica territorial no estado do Pará é uma das barreiras para o atendimento da vítima de escorpionismo, são municípios de grande extensão e de difícil acesso. Considerações finais: Grande parte dos casos de escorpionismo tem curso benigno, apesar da baixa letalidade, alguns estados mostram letalidade muito acima da média nacional de 0,17%. A taxa de letalidade encontrada nesse estudo é baixa quando comparada a média brasileira. Apesar de baixa letalidade requer vigilância do agravo constante pela peculiaridade da clínica local e maneira com que evoluem os quadros para a gravidade. 

3853 PRÉ-HIPERTENSÃO ARTERIAL NA COMUNIDADE QUILOMBOLA ILHA DE SÃO VICENTE NO ESTADO DO TOCANTINS
adriano Neves, Priscila Figueredo, Fernando Quaresma, Erika Maciel

PRÉ-HIPERTENSÃO ARTERIAL NA COMUNIDADE QUILOMBOLA ILHA DE SÃO VICENTE NO ESTADO DO TOCANTINS

Autores: adriano Neves, Priscila Figueredo, Fernando Quaresma, Erika Maciel

Pré-hipertensão Arterial é uma condição caracterizada por pressão arterial sistólica entre 121 e 139 e/ou pressão arterial diastólica entre 81 e 89 mmHg. A Pré-Hipertensão Arterial está diretamente interligada com o maior risco para o desenvolvimento de um quadro de Hipertensão Arterial Sistêmica instalada, potencializando consideravelmente o surgimento de doenças cardiovasculares. O estudo objetivou investigar a prevalência de Pré-Hipertensão Arterial em indivíduos adultos da Comunidade Quilombola Ilha de São Vicente no estado do Tocantins. Trata-se de um estudo observacional transversal. Para coleta de dados foi realizado medição casual da pressão arterial, em um período de cinco dias, três medições durante a manhã e três a noite. Foi utilizado manômetro de mercúrio, de marca Tycos, com braçadeiras de duas dimensões diferentes (adultos e obesos) e estetoscópio de marca Littman Os dados foram analisados com pacote estatístico Statistical Package of Social Sciences (SPSS, 23.0) adotando um nível de significância de 5% (p <0,05). A amostra foi definida a partir dos 77 (100%) indivíduos elegíveis para os seguintes critérios de inclusão: adultos a partir de 18 anos, ser residente e descendente da comunidade Quilombola Ilha de São Vicente, assinar o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Foram excluídos os que se recusaram a participar da pesquisa e/ou não localizados após três tentativas. A amostra foi de 66 indivíduos. A pré- Hipertensão Arterial apresentou-se prevalente em 14 (21,2%) dos quilombolas, destes, 10 (71,4%) eram mulheres. Este achado pode estar associado à disfunção hormonal e a menopausa precoce, onde a mulher perde a proteção estrogênica tornando-se suscetível ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Os resultados evidenciaram as vulnerabilidades que a comunidade está inserida, demonstrando a necessidade de intervenções no âmbito dos serviços de saúde. A inserção de políticas intersetoriais com alcance educacional, desenvolvimento social, serviços públicos de saúde e cultura, representariam melhorias nos aspectos de qualidade de vida, pois haveria minimização de fragilidades, ajustamentos de desigualdades e alcance de melhores índices de saúde.

3891 IMPACTO DAS CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS DA POPULAÇÃO RESIDENTE NA MICROÁREA 03 NO ACESSO À UBS NILTON LINS
Mariana Mello Gonçalves Rodrigues, Danny Coutinho de Figueiredo, Fernanda Mendonça de Faria e Cunha, Gabriela Russo Antunes Franco de Sá, Luiz Otávio de Araujo Bastos, Tarciana Almeida de Paula, Valbécia Tavares de Aguiar, Victor Hugo Rodrigues Bandeira

IMPACTO DAS CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS DA POPULAÇÃO RESIDENTE NA MICROÁREA 03 NO ACESSO À UBS NILTON LINS

Autores: Mariana Mello Gonçalves Rodrigues, Danny Coutinho de Figueiredo, Fernanda Mendonça de Faria e Cunha, Gabriela Russo Antunes Franco de Sá, Luiz Otávio de Araujo Bastos, Tarciana Almeida de Paula, Valbécia Tavares de Aguiar, Victor Hugo Rodrigues Bandeira

Apresentação: A territorialização é uma estratégia operacional do SUS efetivada pela Saúde da Família, caracterizada por uma população específica com problemas de saúde definidos e onde prevenção e promoção de saúde são baseadas no trabalho em equipe. O processo de territorialização e regionalização visa a integralidade do acesso, portanto a pesquisa realizada objetiva melhor conhecer a população residente da microárea 03, equipe S-56 da Unidade Básica de Saúde Nilton Lins, suas condições de vida e os fatores que influenciam seu acesso à UBS Nilton Lins. Desenvolvimento do trabalho: Realizaram-se visitas domiciliares na área estudada para aplicar questionário estruturado e, de acordo com a análise dos dados, pensar em estratégias de otimizar o acesso da população à UBS. Trata-se de um estudo quantitativo descritivo através da aplicação de questionários individuais e familiares com perguntas rápidas e objetivas, envolvendo o contexto individual e familiar, econômico, religioso e social. Durante o último mês de 2017, as ruas Estados Unidos, Inglaterra, Formosa, Tailândia, Angola, Perimetral Espanha e Argentina foram visitadas. O questionário foi aplicado a todos os maiores de 18 anos que estavam presentes e aceitaram participar da pesquisa, assinando um Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Resultados e/ou impactos: A população analisada é composta majoritariamente por famílias com renda inferior a 1,5 salário mínimo, pessoas pardas, cuja escolaridade máxima é o ensino médio, que trabalham de forma autônoma e praticantes da religião evangélica. O questionário foi respondido em 41,5% dos domicílios visitados, sendo 61% dos participantes do sexo feminino. 50% das pessoas entrevistadas não frequentam a UBS, principalmente (38%) por não conhecerem seu serviço e funcionamento. Considerações finais: Considerando a porcentagem dos domicílios visitados que não participaram da pesquisa; e dos participantes, que não conheciam a UBS antes de nossa visita (16%) ou que não a frequentam (50%) percebe-se que apenas metade da população desfruta dos benefícios da UBS Nilton Lins. Dessa forma, identifica-se uma falha no acesso ao serviço de Saúde da Família pela população da área, uma vez que mais da metade dos moradores da microárea 03 frequentam outras UBS ou dão preferência ao pronto atendimento, sem haver um acompanhamento longitudinal de sua saúde. Sugere-se como possível solução para aumentar o acesso dessa população ao serviço de saúde a adoção de horários alternativos tanto para o cadastramento das famílias como para o atendimento na UBS.

4102 PARAÍSO I: UMA ANÁLISE SOBRE AS CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS QUE INFLUENCIAM NA SAÚDE DO BAIRRO
Horlando Junior Santos Lages Alcantara, Ingrid dos Santos Araujo, Helyson da Nobrega Diniz, Maria Vitória Ideão Leite da Rocha, Reinaldo de Araújo Xavier, Gabriel Soares Dutra, Bianca Letícia Duarte Vieira, Agnes Félix

PARAÍSO I: UMA ANÁLISE SOBRE AS CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS QUE INFLUENCIAM NA SAÚDE DO BAIRRO

Autores: Horlando Junior Santos Lages Alcantara, Ingrid dos Santos Araujo, Helyson da Nobrega Diniz, Maria Vitória Ideão Leite da Rocha, Reinaldo de Araújo Xavier, Gabriel Soares Dutra, Bianca Letícia Duarte Vieira, Agnes Félix

Apresentação: trata-se de relato de experiência que objetiva evidenciar as principais características da área de abrangência da unidade básica de saúde (UBS) Paraíso 1, destacando, com base nas informações colhidas e na literatura pertinente, a influência dos marcadores sociais da diferença, em geral, e dos fatores socioeconômicos, em específico, sobre as condições de saúde da população residente no território analisado. Metodologia: utilizou-se no processo de conhecimento do território a “Estimativa Rápida”, que consiste em 3 etapas: a) exploração ativa do território; b) diálogo com os atores sociais; e c) busca por fontes escritas sobre o território. O presente ensaio acadêmico se insere no âmbito do módulo de Vivência Integrada na Comunidade da Escola Multicampi de Ciências Médicas do Rio Grande do Norte, tendo sido efetivado por estudantes de medicina, com auxílio dos agentes comunitários de saúde da UBS citada anteriormente. Resultados: foi possível identificar, através desse estudo, as principais necessidades e particularidades do bairro, na qual se destacam as questões de saneamento básico e problemas com lixo, a escassez de espaços para atividades de lazer e exercícios físicos, além de um elevado índice de hipertensos e diabéticos. Conclusão: evidenciou-se a influência direta dos aspectos socioeconômicos sobre a saúde da comunidade do bairro Paraíso, sendo o descaso por parte do poder público, juntamente com a falta de conscientização da população e sua pouca capacidade de ação diante das problemáticas encontradas os principais fatores que interferem na saúde dessa população.

5148 AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO E DE ATITUDES PREVENTIVAS DA POPULAÇÃO DA ESTRADA DE AUTAZES KM 06 SOBRE DOENÇA DE CHAGAS
Cristhyane Silva Costa, Cristhyane Silva Costa, Marcela Terezinha Almeida Gama, Paulo Henrique Souza, Paulo Henrique Souza, Igor Castro Tavares, Igor Castro Tavares

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO E DE ATITUDES PREVENTIVAS DA POPULAÇÃO DA ESTRADA DE AUTAZES KM 06 SOBRE DOENÇA DE CHAGAS

Autores: Cristhyane Silva Costa, Cristhyane Silva Costa, Marcela Terezinha Almeida Gama, Paulo Henrique Souza, Paulo Henrique Souza, Igor Castro Tavares, Igor Castro Tavares

APRESENTAÇÃO: Mesmo após um século de sua descoberta e grandes avanços em seu controle, a doença de Chagas (DC) permanece como um agravo importante para saúde pública. Na Amazônia em especial, o número de casos agudos e crônicos tem apresentado um grande aumento nos últimos anos. Com isso, foi realizado um estudo analítico de natureza qualitativa com os moradores rurais da estrada de Autazes Km 06 (Comunidade Bom Jesus) que  buscou avaliar o nível de conhecimento da população local sobre a DC e levar através de educações em saúde conhecimentos essenciais na luta contra os barbeiros. DESENVOLVIMENTO: O estudo dividiu-se em duas principais partes: Na primeira houve aplicação de questionário fechado contendo 16 perguntas e na segunda realização de palestra voltada para temática “Transmissão Chagásica Por Via Oral” onde foi passado informações sobre o reconhecimento do triatomíneo; capacidade de detecção de focos; manejo adequado do açaí e cuidados no peridomicílio. RESULTADOS: Foram entrevistadas 40 pessoas, com média de idade de 25 anos, sendo: 52,5% sexo masculino; 52,5% do sexo feminino; 45,0% estudantes; 62,5% possuíam Ensino Médio Incompleto; quanto à naturalidade, 57,5% eram de Manaus; quanto a moradia, 57,50% eram de madeira. As informações colhidas mostraram que apesar de 92,50% da população estudada consumir açaí devido a hábitos e costumes regionais e 75% conseguir identificar o vetor, apenas 15% dos entrevistados conseguiram correlacionar o vetor com a patologia e a possibilidade de transmissão da DC por via oral. Confirmando assim o fato de que os elevados índices de contaminação estão ligados diretamente ao déficit de conhecimento da população. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Estima-se que cerca de dois a três milhões de pessoas sejam portadoras da doença de Chagas no Brasil e grande parte delas não sabem ou ignoram seus efeitos. Por isso a importância de incentivos voltados para  realização de educação em saúde. 

4961 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL: Relato de Experiência na Formação Interdisciplinar em Saúde Coletiva
SILVIO ALMEIDA FERREIRA, SILVIA LETÍCIA GATO COSTA COSTA, EVELYN MAYARA SILVA DOS SANTOS, MÁRCIA CHAVES NINA, TATIANE MARA MOTA FREITAS, ZONILCE BRITO VIEIRA, Rui Massato Harayama, WILSON SABINO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL: Relato de Experiência na Formação Interdisciplinar em Saúde Coletiva

Autores: SILVIO ALMEIDA FERREIRA, SILVIA LETÍCIA GATO COSTA COSTA, EVELYN MAYARA SILVA DOS SANTOS, MÁRCIA CHAVES NINA, TATIANE MARA MOTA FREITAS, ZONILCE BRITO VIEIRA, Rui Massato Harayama, WILSON SABINO

O Planejamento Estratégico Situacional (PES), visa a participação e valorização em todo o processo, dos diferentes atores que estão interligados diretos ou indiretamente com o território, dispondo em sua composição de diversos passos realizados de maneira participativa. Vem sendo considerada uma ferramenta fundamental em ações voltadas a área da saúde, com destaque para atenção básica. O PES é uma das estratégias educacionais adotadas que integra os conteúdos trabalhados no curso de Bacharelado Interdisciplinar em Saúde (BIS), da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), no componente curricular de Interação na Base Real (IBR), dividido em quatro semestres, com aulas teóricas e práticas, com discentes e docentes, que incluem visitas para levantamento de informações, coleta de dados e interações com a comunidade. O objetivo deste trabalho é relatar as atividades desenvolvidas na formação superior, do planejamento em saúde, para atuação profissional no âmbito da saúde coletiva. Trata-se de um relato de experiência das atividades realizadas dentro do programa da disciplina de IBR. As atividades de campo desenvolveram-se na Comunidade de Irurama, localizada às margens da rodovia Everaldo Martins (PA 457), no trecho Alter do Chão/Santarém/Pará, na Região do Eixo Forte. Contou com a participação, nas etapas do PES, de lideranças da comunidade, de moradores e de Agentes Comunitários de Saúdes (ACS). O processo do PES deu-se em três etapas: a) (Re)Conhecendo a realidade (IBR I e II, calendário acadêmico de 2016): onde realizou-se por meio de visitas a comunidade, um diagnóstico situacional, considerando os aspectos demográficos, epidemiológicos, ambientais, sociais, culturais/tecnológicos, organização política e econômicos. Foi identificado os principais problemas na percepção dos comunitários; b) Priorizando o(s) problema(s) do território (IBR III, calendário acadêmico de 2017): nesta etapa, após debates e discussões entre os comunitários com livre participação, foram elencados os problemas levantados. Para a priorização dos problemas, foram utilizados os critérios: magnitude (afeta a quem?), transcendência (interessa a quem?), vulnerabilidade (tendo recursos, é fácil de resolver?), urgência (se não intervir no problema, há agravamento da situação?) e factibilidade (existem recursos disponíveis pra isso?), com isto, estabeleceu-se valores pontuais para a priorização dos problemas, onde os comunitários utilizaram a “Matriz de Priorização” para pontuar os problemas que posteriormente foram somados, obtendo-se a relação de priorização por ordem decrescente de pontuação, tendo como suporte orientações dos acadêmicos do BIS; c) Explicando o problema: depois de priorizado o problema, partiu-se para a explicação que foi realizada por meio do Diagrama de Ishikawa (Causa e Efeito). Com base no Problema Priorizado, delimitou-se: a Imagem Objetivo, que consiste em onde se quer chegar com a intervenção direta nas causas do problema; os Descritores, que são as evidências do problema na comunidade; as Causas, que diz respeito ao porquê de ocorrer as evidências; e as Consequências, que são o que gera cada descritor dentro da comunidade. E assim, para o conjunto das Consequências, como para o conjunto das Causas, definiu-se ao final, a Causa Convergente e a Consequência Convergente, respectivamente. Mediante os relatos e discussões, foram elencados 12 problemas pelos participantes: Crianças com problemas pulmonares por consequência da poeira; Excesso de velocidade dos veículos na via de acesso à comunidade, causando poeira; Ausência de iluminação pública e falta de manutenção da rede elétrica; Resíduos sólidos nos igarapés e nas vias de acesso da comunidade; Consumo de álcool e outras drogas; Ausência de policiamento; Poluição sonora; Grande demanda para atendimento médico (há um médico que atende 17 comunidades); Ausência de locais para atividades de integração social e cultural para as crianças de 0 a 5 anos; Falta de transporte disponível para as Agentes Comunitários Saúde (ACSs) realizarem as visitas mais distantes dentro da comunidade; Ausência de capacitação para os ACSs da área rural; e Falta de continuidade no ensino para jovens e adultos. Com o resultado da priorização dos problemas foram elencados os dois principais: Insuficiência de Iluminação Pública e Ausência de Capacitação para ACS da Área Rural, respectivamente, para o trabalho com as etapas seguintes. Para o primeiro problema, “Insuficiência de Iluminação Pública”, destacou-se como Descritores: Aglomeração dos jovens para Consumo de Drogas Lícitas e Ilícitas, Insegurança Noturna e Falta de Manutenção da Rede Elétrica; como Imagem Objetivo: Fornecimento de Iluminação Pública de Qualidade, que é aonde se quer chegar ao intervir nas causas do problema e nos descritores, a fim de minimizar os impactos causados pelo problema; para cada um dos descritores elencou-se as possíveis Causas, obteve-se como a Causa Convergente: Ausência de Políticas Públicas Voltadas as Comunidades Rurais – observou-se que há iniquidades relacionadas a efetivação de políticas direcionadas às comunidades rurais, o que interfere em melhorias em diversas áreas que são necessidades básicas; Além das causas, para cada descritor se destacou as Consequências, ou seja, o que gera todas essas problemáticas, se obtendo uma Consequência Convergente: Desconfiguração Sociocultural – observou-se mudanças que vem causando impacto na rotina dos comunitários e nas atividades realizadas, consequentemente alterando a configuração social construída, como por exemplo, muitas atividades noturnas não são mais realizadas, principalmente, por medo de assaltos. Para o segundo problema priorizado “a Falta de Capacitação para os ACS’s da Área Rural” obteve-se como Descritores: falta de formação continuada, ausência de orientação sobre agravos específicos da área rural e inexistência de alinhamento no planejamento das ações para a área rural – evidenciando a carência de ações voltadas a formação continuada desses ACS’s nos agravos e doenças peculiares a realidade rural; como Imagem Objetivo: promover formação para os ACS’s da área rural; com base nestes Descritores e nas suas causas apontadas, obteve-se a Causa Convergente: Planejamento das Políticas de Trabalho das ACS’s inadequados à realidade rural; e para cada descritor, também, foram encontradas as possíveis consequências, chegando assim, a Consequência Convergente: Precarização do Trabalho das ACS`s. Conclui-se que o trabalho realizado jundo aos comunitários, isto sendo, com a participação dos atores envolvidos, é fundamental na execução de um planejamento em saúde, que implica em um processo de despertar o empoderamento de um olhar de organização coletiva em que o PES constitui-se como uma ferramenta poderosa para ser utilizada, pois possibilita um processo de construção na realidade vivenciada e em conjunto com os seus atores, ampliando as possibilidades de realização e sucesso das ações. Percebeu-se, após a participação nestes processos, que é possível executar projetos, compondo novos arranjos organizacionais e institucionais, cooperativos, que privilegiam a interdisciplinaridade na análise de problemas com a participação ativa da comunidade.

4188 Reflexão sobre a implementação das Unidades Básica de Saúde Fluviais e Equipes de Saúde da Família Ribeirinha no Amazonas
Brena Santos, Julio Cesas Schweickardt

Reflexão sobre a implementação das Unidades Básica de Saúde Fluviais e Equipes de Saúde da Família Ribeirinha no Amazonas

Autores: Brena Santos, Julio Cesas Schweickardt

Apresentação: A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é implantada e implementada em todo país, na região da Amazônia legal devido as especificidades do território, podem ter outros arranjos organizacionais tais como: Equipe de Saúde da Família Fluvial (ESFF), Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (ESFR) e Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF). Esses novos arranjos organizacionais de cuidado com a população ribeirinha fazem parte das políticas de equidade na saúde representando as conquistas de direitos e fortalecimento da cidadania, diminuindo as desigualdades e promovendo a acesso integral e universal a saúde. O estudo buscou refletir sobre PNAB no Amazonas como um território singular, através das UBSF e ESFF. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de cunho exploratório descritivo, através da análise dos dados disponíveis no CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde), realizada em outubro de 2017. Resultados: No Amazonas há nove Unidades Básicas de Saúde Fluvial e oito unidades móveis de suporte avançado nível pré-hospitalar e quatro navios da marinha para atendimentos das comunidades ribeirinhas. Sobre as ESFR constavam no cadastro 35 unidades e 7 equipes de ESFF. Dessa forma, há uma discrepância entre o número de UBSF e equipes de ESFF, já que segundo a PNAB, cada UBSF podem ser cadastradas até 2 equipes para diminuir o número de viagens. Discussão: As ações de saúde voltadas para o território Amazônico, historicamente tinham caráter campanhista, considerando apenas a relação entre doenças e ignorando as histórias de vida das populações residentes nesse território. Para a ampliação do cuidado das comunidades ribeirinhas é importante reconhecer os seus modos de vida, saberes e práticas dar-lhes garantia de confiabilidade, legitimar a sua existência, não de resíduo ou anacronismo, transformando a ausência em presença, dando visibilidade. Outro fator importante, é compreender a complexidade do território Amazônico devido a sua dinâmica, imposta pelos rios no período da enchente e da vazante e baixa densidade demográfica, representa um desafio na ampliação do acesso, refletindo assim a necessidade uma política de saúde com estratégias diferenciadas. Desse modo, ampliando os horizontes, percebe-se o território amazônico como um espaço geográfico de múltiplas relações sociais e de poder que exige uma gestão e uma produção de cuidado que se movimente como as águas. Portanto é fundamental repensar as políticas públicas e as práticas do cuidado, pensadas a partir da lógica do território fixo, e dialogarmos com as pessoas que vivem num território líquido, criando as condições de promoção do acesso e equidade. Assim, no território como Amazonas, tão complexo, observa-se esse movimento e mobilização dos gestores em ampliar tanto as UBSFF e equipes de ESFF, pois a PNAB e os incentivos do ministério da saúde no custeio são relativamente recente de 2012. Conclusão: Dessa forma, a política de saúde ribeirinha foi um grande avanço, pois possibilitou o acesso da população que vive nas margens dos rios e lagos da Amazônia, necessitando de ampliação e de recursos para o custeio das embarcações.