170: O materno e o fraterno: percepções da academia e dos serviços
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: ICB Sala 09 - Maloca    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
831 Principais características da Depressão Pós-Parto: uma revisão sistemática da literatura
Leila Shirley de Assis Matos Nogueira, Fabiana Regina da Silva Grossi, Monique Teixeira de Souza

Principais características da Depressão Pós-Parto: uma revisão sistemática da literatura

Autores: Leila Shirley de Assis Matos Nogueira, Fabiana Regina da Silva Grossi, Monique Teixeira de Souza

A Depressão Pós Parto (DPP) é um episódio de depressão maior, que ocorre dentro das quatro primeiras semanas após o parto, durante as quais há a presença de um humor deprimido ou perda de interesse ou prazer por quase todas as atividades (anedonia). A mulher também deve experimentar pelo menos quatro sintomas adicionais, extraídos de uma lista que inclui alterações no apetite ou peso, do sono e da atividade psicomotora, diminuição da energia, sentimentos de desvalia ou culpa. O presente trabalho refere-se a uma revisão sistemática da literatura que tem como objetivo analisar as principais características da Depressão Pós-Parto, partindo de artigos científicos encontrados nas bases de dados: Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em ciências da saúde), Medline (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online) e Scielo (Scientific Electronic Library Online), incluindo os descritores “depressão” e “pós-parto”. Foram analisados 38 artigos científicos selecionados dentre 67 publicações encontradas nas bases de dados mencionadas, que tiveram como critérios de inclusão: publicação nas bases de dados em formato de artigos; ter sido apresentado no idioma português; publicado no período de (maio) 2010 a (junho) 2017. Os critérios para exclusão foram os seguintes: estudos não disponíveis integralmente; artigos repetidos nas bases de dados escolhidas; publicações de caráter não empírico; assunto não ser relevante para os objetivos do estudo. Os resultados mostram que a região Sudeste foi a região do país com maior quantidade de produções científicas sobre a depressão pós-parto, responsável por 18 trabalhos selecionados (48%), seguido pela região Sul com 13 artigos (34%) e em seguida a região Nordeste com 7 publicações (18%) dos 38 trabalhos encontrados. Como resultados, onze artigos apontam formas de prevenção da DPP, considerando o acompanhamento pré-natal e atuação do profissional de saúde importantes fatores preventivos. Quatorze publicações apontam possíveis causas que podem desenvolver a depressão pós-parto como complicações obstétricas e situações de estresse durante a gravidez, complicações no pós-parto, ausência no suporte social, gestação não planejada, pouca idade da mãe, baixa renda, grande número de filhos, problemas no relacionamento conjugal ou a mãe não ter um companheiro, insuficiência de ajuda nos cuidados com a criança, desemprego, baixo peso ao nascer, a não amamentação e doenças psiquiátricas antes ou durante a gestação. Quatro artigos apontam formas eficazes de tratamento, como a psicoterapia e tratamento medicamentoso com antidepressivos. Por fim, as consequências são abordadas por nove trabalhos, sendo apontadas como principais: o desmame precoce, interferência na qualidade do sono do bebê e problemas conjugais da mãe com o companheiro. Conclui-se que é necessário ter uma atenção maior no que diz respeito aos cuidados com as mães com depressão pós-parto e a importância do apoio da família e dos profissionais de saúde na saúde da mãe e do bebê.

1035 DADOS PRELIMINARES DE JULHO DE 2014 A JUNHO DE 2015 DO MAPEAMENTO DA OCORRÊNCIA DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NA CIDADE DE MANAUS – AM.
Antônia Evilannia Cavalcante Maciel, Munique Therense Costa de Morais Pontes, Isamira Góes Batista

DADOS PRELIMINARES DE JULHO DE 2014 A JUNHO DE 2015 DO MAPEAMENTO DA OCORRÊNCIA DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NA CIDADE DE MANAUS – AM.

Autores: Antônia Evilannia Cavalcante Maciel, Munique Therense Costa de Morais Pontes, Isamira Góes Batista

Introdução Pesquisas na área de saúde da mulher com destaque na assistência obstétrica elencam os tipos de violências sofridas pelas parturientes durante o partejar. Esses atos violentos podem ser cometidos não somente por profissionais, mas por pessoas íntimas, estranhas ou até mesmo pelas instituições, o que influencia possíveis complicações ou efeitos indesejáveis ao binômio materno-infantil (MALHEIROS e col., 2012). Em Manaus, matérias jornalísticas apontam para casos de violência obstétrica de variadas formas, onde as maiorias das mulheres que foram vítimas de tais atos, não tinham ciência de que seus direitos estavam sendo violados. Com isso, a cidade de Manaus desponta com um campo de ocorrência da violência obstétrica nas unidades de atendimento especializado a parturiente (SOUZA e col., 2017). Tal pesquisa busca corroborar com o arcabouço teórico da temática, a fim de enfatizar que tais situações geram sérias conseqüências a saúde físico-psicológica da mulher e do recém-nascido, isso de forma mediata e imediata, além de contribuir para difusão dos direitos inerentes à parturiente que em diversos momentos vivenciou tais situações, e que até hoje guarda marcas dessa experiência. OBJETIVOS Analisar a ocorrência de violência obstétrica na cidade de Manaus – AM, em partos ocorridos no período de junho de 2014 a julho de 2015. Identificar as práticas obstétricas violentas às quais as mulheres foram submetidas. Detectar possíveis transtornos de saúde nas mulheres, surgidos no pós-parto, referentes à assistência prestada pelos profissionais de saúde. MÉTODO Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, com abordagem quantitativa, cuja coleta foi iniciada no período de agosto de 2017 e se estendeu até novembro de 2017, em locais públicos da cidade de Manaus – AM. A população abrange mulheres residentes em Manaus que pariram no período de julho de 2014 a junho de 2015. A amostra do estudo constitui de 396 mulheres, conforme critérios de inclusão e exclusão foram: Os critérios de inclusão consistiram em mulheres com idade acima de 18 anos, que tiveram partos vaginais ou cesáreos em instituição hospitalar pública ou privada, residentes em Manaus no período de julho de 2014 a junho de 2015. Foram excluídas do estudo as participantes que atendem aos seguintes critérios: Mulheres autodeclaradas indígenas e mulheres com transtornos psicológicos no momento do parto. Para a entrevista utilizou-se um questionário fechado no qual constam três seções: a primeira aborda aspectos sociodemográficos; a segunda seção, dados obstétricos; e a última, condutas violentas no parto. Em seguida foram selecionados locais estratégicos para a coletada dos dados, que apresentam um grande fluxo de transeuntes por serem locais tradicionais de lazer. Os espaços da cidade de Manaus (AM) selecionados foram: Espaço cultural Largo de São Sebastião; Complexo de lazer da Ponta Negra; Praça Heliodoro Balbi e Parque Senador Jefferson Péres. Os dados gerados foram tratados e submetidos à análise estatística pelo Epi Info, sendo apresentados sob a forma de tabelas com frequências absolutas e relativas para discussão conforme sustentação teórica do estudo. Mediante a pesquisa se tratar de um estudo que envolve seres humanos, o projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade do Estado do Amazonas, com número de parecer 2.006.509, CAAE: 66307417.9.0000.5016, através da Plataforma Brasil, conforme recomenda a Resolução 466/12 do Conselho Nacional do Brasil. RESULTADOS E DISCUSSÕES Dados Obstétricos Em relação ao número de partos, 48% tiveram um parto, 26% dois partos, 14% três partos, 8% quatro partos, 4% mais de quatro partos. Sobre o tipo de parto, 61% das mulheres afirmaram terem tido partos cesáreos, enquanto 39% foram normais. O índice de realização dos partos apontou uma maior ocorrência nas maternidades da Zona Centro-Sul (47%), seguida pela Zona Sul (17%), Zona Leste (14%), Zona Norte (8%), enquanto que as Zonas Centro-Oeste e Oeste se mostram ambas com (6%). No que se refere ao aborto, se alguma mulher já havia vivenciado esse momento, 79% afirmaram que não, enquanto 21% sim. Quanto às realizações das consultas do Pré-Natal, 89% confirmaram terem comparecido as consultas, e 3% não deram início às consultas. Condutas violentas no parto Foi verificado qual profissional de saúde que conduziu/assistiu o parto, com 76% foram apontados os médicos, 10% Enfermeiro e com 6% Médico e Enfermeiro juntos. Foi questionado se as mulheres foram impedidas de ter acompanhante em algum momento dentro da maternidade, verificou-se que 75% não foram impedidas, enquanto 25% foram impedidas durante o parto propriamente dito e o pré-parto, incluso nesse percentual estão 15% de mulheres que foram proibidas de ter acompanhante no parto, 6% no pré-parto e 4% em todo processo partejar e puerpério. Verificou-se a ocorrência de exame de toque vaginal no trabalho de parto ao qual foram submetidas, e 72% afirmaram no questionário que sim, enquanto 19% não e 9% não se aplicavam a pergunta.  Logo após, observou nas suas respostas se esses exames de toque foram realizados em sequência por diferentes profissionais, e obteve-se que, 39% das mulheres afirmaram que sim, 33% falaram que não. O consentimento/autorização antes das realizações dos toques vaginais, 45% confirmaram sim, enquanto 27% que não e 28% não se aplicavam a pergunta. Com relação à manobra de Kristeller, 17% das mulheres relatam terem sido submetidas à manobra, 61 % afirmam que não e 22% não se aplica. Enquanto a manobra de Valsalva apresenta uma pequena discrepância nas respostas afirmativas, sim 18%, não 54% e 23% das mulheres responderam que não se aplicavam a pergunta. Outra pergunta questionava se a gestante sabia o que era violência obstétrica e 51% responderam que não, 49% que sim; ainda, a respeito questionou-as se considerava ter sofrido alguma violência obstétrica, 68% falou que não e 32% que sim. As que afirmaram ter sofrido violência obstétrica foi realizado uma questão a respeito se foi feito alguma denúncia formal, e 98% falaram que não. Conclusão Através da análise dos partos investigados, identificaram-se a ocorrência da prática de violência obstétrica as mulheres que pariram entre julho de 2014 a junho de 2015. Essa incidência é marcada pelas seguintes práticas obstétricas violentas: violência institucional, violência moral, violência física e a violência psicológica e verbal. Os dados apontam danos à saúde das mulheres, como: transtornos físicos epsicológicos que afetam seu dia a dia e uso de condutas assistenciais desatualizadas. Essas condutas praticadas pelas instituições e profissionais durante a parturição, sustenta a necessidade de ações que qualifiquem a assistência nas instituições públicas e privadas que assistem às parturientes e às puerperais da cidade. Como considerações finais têm-se a proporção em que a pesquisa abrangeu em relação às perspectivas impostas, sendo assim, pode-se identificar a necessidade de qualificar as informações prestadas à parturiente e o atendimento no pré-natal, promovendo assim o empoderamento da mulher na atenção primaria à saúde, levando em consideração sua situação socioeconômica e os demais determinantes de saúde. Os dados ressaltam também a importância da perspectiva holística, ao qual ouvir e sanar as dúvidas da mulher.

1154 A ALTA TAXA DE ÓBITOS FETAIS RELACIONADOS À AUSÊNCIA DE PRÉ-NATAL NO HOSPITAL FRANCISCO MAGALHAES, EM CASTANHAL-PA
Antonia Sâmela Silva Carneiro

A ALTA TAXA DE ÓBITOS FETAIS RELACIONADOS À AUSÊNCIA DE PRÉ-NATAL NO HOSPITAL FRANCISCO MAGALHAES, EM CASTANHAL-PA

Autores: Antonia Sâmela Silva Carneiro

O vigente trabalho trata da coleta e análise de dados sobre óbitos fetais, que foram registrados pela coordenação de obstetrícia do Hospital Francisco Magalhaes, localizado no município de Castanhal-Pa, no qual grande parte deles relacionam-se com a ausência de pré-natal. Isto implica na falha do sistema de saúde pública no que diz respeito à atenção primária, o que afeta diretamente no aumento da taxa de mortes fetais, cabendo uma investigação acerca das causas do óbito fetal referentes à ausência do pré-natal. Tem por objetivo demonstrar a alta taxa de óbitos fetais relacionados a ausência de pré-natal. O método de pesquisa utilizado para este trabalho foi quantitativo, com base na coleta e análise de dados registrados anualmente pela coordenação de obstetrícia do Hospital Francisco Magalhaes, correspondendo ao período de 2017 nos meses de Janeiro a Outubro, foram registrados 23 óbitos equivalentes a idade gestacional de 22 a 40 semanas. Os óbitos fetais são em grande parte, considerados potencialmente evitáveis, assim, entra em cena o papel da atenção primária como porta de entrada ao acesso a saúde e enquanto promotora das ações de educação em saúde. Logo, torna-se a principal responsável em atuar na orientação, suporte e acompanhamento da etapa da gestação. No entanto, as causas que acometem esses óbitos fetais tem um histórico de negligencias pelos serviços de saúde, pois a análise desses fatos ainda não foi incorporada na rotina de trabalho, o que implica na falta de declaração de óbito e, consequente, na falta de investimentos direcionados para a redução deste quadro. Ao analisar os dados em estudo constatou-se a grande parcela de óbitos fetais relacionados à ausência total ou parcial de pré-natal, foram registrados 23 óbitos no total com idade fetal de 22 a 40 semanas, no período de janeiro a outubro de 2017, conforme consta: Janeiro-03, fevereiro-02, março-03, abril-03, maio-00, junho-01, julho-04, agosto-04, setembro-03 e outubro-01. Desses 23 registros de mortes fetais, 13 não realizaram ou não concluíram o pré-natal. Isto posto, ressalta-se a relevância de uma investigação minuciosa acerca desses casos, pois não dá para mensurar as causas específicas da não realização ou não conclusão deste acompanhamento, o que inviabiliza a real dimensão do problema e, consequentemente, o desenvolvimento de ações adequadas em saúde para a diminuição das taxas de mortalidade. Nessa conjuntura, cabe ao hospital repassar às informações obtidas para a coordenação de ESF, a fim de que ocorra uma investigação no âmbito da atenção básica, para a verificação das causas da ausência total ou parcial dos óbitos fetais. As taxas de mortalidade também podem ser encaminhadas ao comitê de investigação de óbitos, o que possibilita a descoberta das possíveis patologias concernentes a esses casos. Com essas medidas, será viável a criação de metas e estratégias de prevenção no intuito de amenizar a problemática em questão, diminuindo as possibilidades de surgir novos casos.

1393 Contribuições do enfermeiro no fortalecimento do vínculo entre recém-nascido prematuro e sua família
Ângela Barichello, Camila Boeira, Michele Cristina Dos Santos Guarnieri, Jucimar Frigo

Contribuições do enfermeiro no fortalecimento do vínculo entre recém-nascido prematuro e sua família

Autores: Ângela Barichello, Camila Boeira, Michele Cristina Dos Santos Guarnieri, Jucimar Frigo

A mortalidade neonatal e perinatal têm diminuído muito nos últimos tempos, devido a modernas instalações de unidades neonatais que estão sendo equipadas com tecnologias complexas e avançadas. A prematuridade e o baixo peso constituem importantes causas da mortalidade perinatal, neonatal e infantil. O risco de morbimortalidade aumenta progressivamente de acordo com a queda da idade gestacional e o peso ao nascimento, havendo riscos na adaptação à vida extrauterina devido à imaturidade dos órgãos e sistemas. Assim o recém-nascido pré-termo está sujeito aos riscos sociais e biológicos, podendo acarretar riscos ao seu desenvolvimento. A literatura científica sugere que todo o recém-nascido que nascer com idade gestacional inferior a 37 semanas, será classificado como pré-termo e /ou prematuro. Entre os recém-nascidos prematuros que necessitam de cuidados intensivos no período perinatal, 75% apresentam riscos para problemas no neurodesenvolvimento. O aspecto motor merece atenção especial, pois, em geral, é o primeiro marcador observável de alteração no desenvolvimento. Além de questões biológicas como a prematuridade, fatores ambientais, como o espaço físico onde a criança convive, a escolaridade dos pais, a dinâmica familiar, o poder aquisitivo da família e as relações familiares, implicam e são implicados no processo de cuidado do recém-nascido prematuro. Nesse contexto, o vínculo entre família e o recém-nascido prematuro, tornam-se fundamentais para a qualidade do cuidado. O objetivo desse trabalho é identificar as contribuições do enfermeiro no processo de construção de vínculo entre recém-nascido prematuro e seu contexto familiar no alojamento conjunto.  O desenvolvimento do trabalho constitui-se através de uma revisão bibliográfica, entendida segundo a literatura, como o levantamento da bibliografia de relevante interesse referente ao assunto que se deseja estudar. Seu propósito é colocar o pesquisador em contato direito com o que foi escrito sobre determinado assunto. A pesquisa bibliográfica pode ser considerada também como o primeiro passo de toda a pesquisa científica. Foram utilizados 10 artigos publicados entre 1990 e 2012 relacionados com os descritores: “alojamento conjunto”, “recém-nascido prematuro” e “enfermeiro”. A revisão bibliográfica permitiu conhecer alguns elementos que podem amenizar o sofrimento da prematuridade e aumentar o vínculo familiar, mediante contribuições do enfermeiro no alojamento conjunto. Essa modalidade de alojamento oportuniza que o recém-nascido prematuro (RNP), hemodinamicamente estável, permaneça junto ao trinômio, mãe-pai-recém-nascido, durante todo o período de internação, até o momento da alta hospitalar. O alojamento permite ainda a realização dos cuidados assistenciais fundamentais ao RNP, tais como: controle térmico; prevenção de infecção; promoção, incentivo e apoio ao aleitamento materno; cuidados com o coto umbilical; cuidados com a pele e higiene corporal; fortalecimento do vínculo no contexto familiar.  Todos estes elementos do cuidado serão oportunizados por meio do profissional enfermeiro. Merece destaque o cuidado ao aleitamento materno, que fortalece os laços afetivos no trinômio e promove a amamentação segura.  Neste sentido, esta modalidade de internação é considerada como um espaço profícuo para o enfermeiro desenvolver atividades de educação em saúde a puérpera, ao recém-nascido prematuro e ao seu contexto familiar, considerando os sentimentos experienciados nesta etapa da vida como medo, incerteza e angústia. O enfermeiro exerce papel relevante nos momentos de interação e promoção do cuidado ao trinômio, proporciona maior satisfação, tranquilidade e autonomia, corroborando para a continuidade e corresponsabilidade do cuidado, especialmente, do RNP, o qual necessitará de cuidados especiais durante um período maior e após a alta hospitalar. A assistência prestada ao RNP deverá ser guiada por cuidados humanístico e holístico, com ênfase para aspectos sociais, econômicos e culturais, envolvidos no processo do cuidado. A conscientização dos pais deverá ocorrer durante toda a permanência no AC, numa tentativa de reduzir expectativas que venham dificultar a adaptação da família com o bebê prematuro. Vale ressaltar a importância da atenção dispensada aos pais pelos enfermeiros, acreditando que estes também precisam de cuidados. A comunicação verbal e a não verbal são estratégias que devem também ser utilizadas no AC para a promoção da saúde, por meio da escuta sensível, do silêncio, do toque suave, da paciência, do respeito à subjetividade e individualidade. Tais estratégias se constituem em ação terapêutica, uma forma de ouvir, dar atenção ou deixar chorar, principalmente no cuidado ao trinômio, que passam por momentos de intensa angústia, tensão, medo e insegurança. Assim, quando uma assistência é desqualificada ela é percebida pelas mulheres quando prevalece a falta de afeto, o nervosismo, o distanciamento físico, a desconsideração às queixas, atributos estes encontrados em estudos desenvolvidos por diversos autores. Para assistir integralmente a mulher nesse período, os profissionais devem estar atentos às suas reais necessidades, enfocando a relação humana entre profissional e o cliente, sendo efetivo apenas se houver recursos humanos em termos qualitativos e quantitativos adequados à assistência. Neste tipo de sistema, as mulheres são estimuladas a realizar o autocuidado e prestar cuidados a seu filho, porém isso não pode configurar que a mulher, nesse período, tenha a obrigação ou mesmo a responsabilidade de assumir o cuidado por seu filho e por ela mesma. O principal enfoque assistencial do profissional neste sistema está na educação e orientação à saúde para que as mulheres adquiram segurança e tranquilidade ao assumir seu papel de mãe. Este perfil de paciente não requer equipamentos sofisticados ou mesmo grandes procedimentos, o que conduz alguns administradores a classificarem essa assistência como cuidados mínimos de enfermagem. Contudo requer do profissional grande habilidade de comunicação, disponibilidade, monitoramento, avaliação, e postura de acolhimento o que, sem dúvida, demanda tempo e competência. Em vista dos resultados aqui apresentados percebe-se que o alojamento AC apresenta inúmeras possibilidades, dentre as quais, a promoção e o incentivo ao aleitamento materno, que sabidamente reduzem a mortalidade infantil. Outro aspecto importante do alojamento conjunto versa sobre os benefícios para as mães, pois tais ações favorecem a aceitação da maternidade, proporcionando à mulher um sentimento de bem-estar e praticidade, diminuindo assim sua ansiedade, e permitindo a troca de experiência entre as mulheres/mães que estão na mesma situação e no mesmo ambiente hospitalar. Diante deste cenário, percebe-se que o enfermeiro exerce um papel fundamental, proporcionando uma assistência humanizada e integral recém-nascido prematuro e seus familiares. Os enfermeiros mantem contato permanente com o setor de alojamento conjunto, possibilitando assim, implementar medidas que visem maior fortalecimento do vínculo entre recém-nascido e sua família. A enfermagem deve ter sensibilidade suficiente para detectar e respeitar as necessidades de cada binômio e família, não se atendo à rotina hospitalar e, assim, individualizar o cuidado por meio de diagnósticos e prescrições de enfermagem, elaborados de forma ética e consciente.

2376 PERFIL DE GESTAÇÕES E PARTOS REALIZADOS EM HOSPITAIS PÚBLICOS DE UM MUNICÍPIO DA AMAZÔNIA LEGAL
Lerissa Nauana Ferreira, Davisson Michetti de Oliveira, Kátia Fernanda Alves Moreira, Nayra Carla de Melo

PERFIL DE GESTAÇÕES E PARTOS REALIZADOS EM HOSPITAIS PÚBLICOS DE UM MUNICÍPIO DA AMAZÔNIA LEGAL

Autores: Lerissa Nauana Ferreira, Davisson Michetti de Oliveira, Kátia Fernanda Alves Moreira, Nayra Carla de Melo

Introdução: No Brasil, o modelo de assistência ao parto sofreu forte influência do modelo americano, que se caracterizava pela criação e utilização de novas tecnologias, incorporação de grande número de intervenções, preocupação maior com patologias e a assistência condicionada a facilitar o serviço do profissional. Ao longo da evolução histórica, o parto abdominal apresentou diversas mudanças corretivas com os aperfeiçoamentos da tecnologia e a modernização da cultura dos povos. Novos hábitos foram observados e incorporados com o passar dos anos, proporcionando um avanço na história da cesariana. Se por um lado a cesárea realizada por razões obstétricas tem um grande potencial de reduzir a morbimortalidade do binômio, por outro, o exagero na sua realização tem efeito oposto. Sua institucionalização trouxe a medicalização do parto. Na década de 90, o Brasil viveu o auge desse modelo intervencionista, sendo eleito o país com maior taxa de cesárea do mundo. A Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 2000, ao analisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), contendo oito objetivos, com o intuito de melhorar a qualidade de vida. O objetivo cinco visava melhorar a saúde materna, de acordo com o Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 2013, divulgado pela ONU, o mundo não alcançou este objetivo. No Brasil, de 1990 a 2011, a taxa de mortalidade materna caiu em 55%, passando de 141 para 64 óbitos por 100 mil nascidos vivos. Em 2011, 99% dos partos foram realizados em hospitais ou outros estabelecimentos de saúde; e por volta de 90% das gestantes fizeram quatro ou mais consultas pré-natais. Contudo, a razão de óbitos maternos ainda permanece acima da meta estipulada para 2015 de 35 óbitos por 100 mil nascidos vivos. Considerando o alto índice de mortalidade materna e infantil no Brasil e levando em consideração o compromisso internacional de cumprimento dos ODM, o Brasil, por meio da Portaria Nº1459/2011, instituiu a Rede Cegonha, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), assegurando à mulher direitos desde o planejamento reprodutivo até o puerpério, incluindo à criança o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis. Uma das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que no máximo 15% do total de partos sejam cesáreas, limitando-se a situações de risco tanto da mãe quanto da criança. Entretanto a pesquisa Nascer no Brasil, coordenada pela Fiocruz, revela que este procedimento cirúrgico foi realizado em 52% dos nascimentos, sendo que, no setor privado, o valor foi de 88% em 2010. Tendo conhecimento desta realidade e intuito de contribuir para a redução nos números de cesarianas, surgiu o interesse em realizar esse estudo no município de Porto Velho. O perfil traçado sobre as mães assistidas no município durante o parto poderá contribuir para a elaboração de políticas voltadas para a redução do parto cesáreo e um melhor atendimento as gestantes.  Objetivo: Caracterizar as mães e os tipos de partos realizados em hospitais públicos em Porto Velho-RO, no período de 2011 a 2015. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, transversal com abordagem quantitativa, de base populacional, acessado a partir do Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC), no período de 2011 a 2015. Disponibilizado pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (DVEA) da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho (SEMUSA). Os dados foram coletados por meio de um instrumento de coleta especificamente elaborado para a pesquisa. A partir dos dados coletados foi feita uma análise estatística descritiva simples para descrição da prevalência dos tipos de parto, do perfil sociodemográfico e obstétrico das mulheres e das condições de nascimento das crianças. Foram excluídos todos os casos em que a expulsão fetal ocorreu antes de 22 semanas de gestação, além dos conceptos com menos de 500g e os casos em que a via de nascimento não foi informada. O presente plano de trabalho vinculado ao subprojeto “Morbidades em Porto Velho” é constitutivo do projeto matriz intitulado “Estudo sobre morbidades em Rondônia”. Foram considerados os aspectos éticos apontados na resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, sobre pesquisa envolvendo seres humanos, em que o projeto foi cadastrado na Plataforma Brasil e encaminhado para apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da UNIR, tendo parecer favorável, registrado pela CAAE 46586315.9.0000.5300 CEP/UNIR e Parecer número 1.205.923. Resultados: No quinquênio foi estudado houve 31636 casos de nascimentos em Hospitais Públicos no município de Porto Velho, em que 59,3% dos nascimentos foram por via vaginal, enquanto 40,7% por via cirúrgica. Ao observar a faixa etária notou-se predomínio de mulheres entre 20-29 anos (53,4%), pardas (82,3%), com 8-11 anos de escolaridade (50,3%). Quanto a situação conjugal, 51,9% das mulheres que tiveram seus filhos por via vaginal estavam em união estável, enquanto 45,2% das mulheres submetidas à cesariana eram solteiras. Quanto às características obstétricas, 41,9% das mulheres tinham de 1-2 gestações anteriores, 98,1% com gestação de feto único, 43,7% com 7 ou mais consultas de pré-natal e gestação termo (70,1%). Quanto às características neonatais observou-se que 51,0% dos nascidos eram do sexo masculino, com boa vitalidade ao nascer (89,7% com Apgar no 1º minuto igual ou maior que 8 e 97,7% com Apgar no 5º minuto igual ou superior a 8), com 85,2% com peso adequado ao nascer. Percebe-se que a frequência de nascimentos por via cesariana no município de Porto Velho encontra-se muito acima do preconizado pela Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde, evidenciando necessidade de melhoria nas práticas assistenciais nos diversos pontos de assistência a mulher. Sabe-se que o pré-natal é uma importante ferramenta para o fortalecimento e construção do conhecimento da mulher sobre o seu período gestacional, além de auxiliar a gestante na elaboração do plano de parto. Outra estratégia importante a ser utilizada entre a atenção primária e as instituições que assistem as mulheres no pré-parto, parto e pós-parto é a visita a unidade que a mulher pode vir a parir, a fim de diminuir os medos e esclarecer dúvidas que a mulher pode ter sobre o seu trabalho de parto. Não se pode esquecer que as atividades educativas com a mulher e seus familiares são fundamentais para garantir que a se tenha um acompanhamento adequado durante a gestação. Além disso ressalta-se a necessidade constante de manter os profissionais qualificados para o atendimento à mulher, família e comunidade, por meio de ações de educação permanente e continuada.

2413 MORTALIDADE MATERNA E ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL, NO AMAZONAS, 2008 A 2016
Anny Beatriz Costa Antony de Andrade, Maria Jacirema Ferreira Gonçalves

MORTALIDADE MATERNA E ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL, NO AMAZONAS, 2008 A 2016

Autores: Anny Beatriz Costa Antony de Andrade, Maria Jacirema Ferreira Gonçalves

Apresentação: A melhora dos indicadores de saúde materna faz parte da agenda de desenvolvimento mundial. Para o alcance deste objetivo é necessário reduzir a razão de mortalidade materna (RMM), importante indicador de desenvolvimento social. As causas de mortalidade materna são, em sua maioria, evitáveis. O Brasil não alcançou o quinto Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM), previsto para 2015, no que se refere à melhora da saúde materna. A RMM do país, está 3 a 4 vezes acima da meta estipulada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O acompanhamento pré-natal (PN) constitui um dos principais pilares da Rede Cegonha, programa desenvolvido pelo Ministério da Saúde, como forma a garantir atenção qualificada a saúde do binômio materno-fetal, pois quando realizado de forma adequada, o PN promove tanto a saúde materna, como neonatal. O presente trabalho teve como objetivo identificar a taxa de mortalidade materna e acompanhamento pré-natal, de 2008 a 2016, no estado do Amazonas. Desenvolvimento do trabalho: Neste estudo descritivo foram utilizadas informações do Painel de Mortalidade Materna, da sessão de Informações de Mortalidade, processadas pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Os óbitos maternos declarados totais foram selecionados, englobando causas obstétricas diretas, indiretas e ignoradas, por local de residência. Os dados de cobertura da Atenção Primária à Saúde (APS) foram obtidos através do Departamento de Atenção Básica (DAB), para a quantidade de consultas pré-natal, foram utilizadas informações da sessão de nascidos vivos, estatísticas vitais do DATASUS. Para cada ano, foi calculada a taxa de mortalidade materna, conforme descrito na ficha de qualificação do indicador, expedida pela Rede Interagencial de Informações Para a Saúde (RIPSA). O software Microsoft Excel 2013 foi utilizado para análise dos dados. Esta pesquisa está em conformidade com a Resolução n°510 de 07 de abril de 2016, por tratar exclusivamente de dados secundários. Resultados: A RMM no Amazonas é elevada. Em 2014 foi registrado o maior número de óbitos maternos (78). A cobertura da APS, deste mesmo ano, chegou a 53,8%. Do total de mulheres que realizaram o acompanhamento pré-natal, apenas 43,5% apresentaram o registro de 7 ou mais consultas, A RMM do estado, de 2008 a 2016, esteve entre 54,7 a 96,2 óbitos por 100 mil nascidos vivos, apresentou redução de 9,5 óbitos por 100.000 nascidos vivos. Embora significativa, ainda ocorre lentamente, e está aquém do aceitável pela OMS, que estipulou a ocorrência de 70 mortes a cada 100 mil nascidos vivos, até 2030. Quanto à APS, é possível observar o discreto crescimento da cobertura, de 2008 a 2016, com aumento de 9,4%. Considerações finais: A redução da RMM é fundamental na melhoria da saúde materna, com consequente melhoria do desenvolvimento social do país. O PN, de forma isolada, não foi suficiente para a redução da RMM, é necessário questionar a qualidade das consultas realizadas, o funcionamento de redes assistenciais entre a APS e serviços de referência, como ambulatórios de alto-risco e maternidades, de forma a identificar a causa raiz e demais contribuintes dos óbitos.

2700 Investigação do perfil ginecológico de gestantes atendidas no pré-natal da atenção secundária: Um olhar atento a fatores de risco
Gisele Ferreira de Sousa, Cristiano Gonçalves Morais, Antonia Irisley da Silva Blandes, Géssica Rodrigues Silveira, Simone Aguiar da Silva Figueira, Ilma Pastana Ferreira

Investigação do perfil ginecológico de gestantes atendidas no pré-natal da atenção secundária: Um olhar atento a fatores de risco

Autores: Gisele Ferreira de Sousa, Cristiano Gonçalves Morais, Antonia Irisley da Silva Blandes, Géssica Rodrigues Silveira, Simone Aguiar da Silva Figueira, Ilma Pastana Ferreira

Apresentação: Estudos voltados para a avaliação clínica e epidemiológica das gestantes atendidas no Sistema Único de Saúde relacionam dados referentes a menarca, coitarca, realização do exame Papanicolau (PCCU) e histórico de infecções sexualmente transmissíveis, com os índices de gravidez na adolescência, abortamento e a presença de IST’s no historio pessoal das mulheres atendidas na unidade de referência a saúde da mulher. Dada a importância desta temática, este estudo objetivou traçar o perfil ginecológico das gestantes atendidas no pré-natal da atenção secundária. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo documental, retrospectivo de cunho quantitativo. Realizado em julho de 2016 com 106 prontuários de gestantes atendidas nos anos de 2014 e 2015 no pré-natal de alto risco de uma unidade de referência especializada do município de Santarém. A tabulação dos dados foi realizada no software Excel 2016. Resultados e/ou impactos: Após a análise dos dados observou-se que cerca 13% das gestantes nunca realizou coleta de PCCU, 50% a realizou em tempo superior há 2 anos e 41% realizou no período de 1 ano. Com relação a idade da primeira relação sexual 62% tinham idade igual ou inferior a 17 anos de idade e 38% apresentavam idade igual ou superior a 18 anos. As gestantes classificadas como multíparas e que informaram idade da primeira relação sexual igual ou inferior a 17 anos corresponderam a 28% da amostra deste estudo. Em contrapartida das gestantes classificadas como primigestas cerca de 18% apresentavam idade igual ou inferior a 17 anos na primeira relação sexual. Com relação a presença prévia de infecção sexualmente transmissíveis (IST) verificou-se que 6% das mulheres apresentaram IST’s em algum momento da vida e 80% informou não ter apresentado até o momento da coleta.  Das mulheres que nunca realizaram PCCU cerca de 13% informaram não ter histórico prévio com IST’s, 24% das mulheres que realizaram PCCU a tempo superior HÁ 2 anos também relataram não ter histórico destas doenças e 25% das mulheres que realizaram o exame de colo do útero a tempo igual ou inferior a 1 ano informaram não ter desenvolvido nenhuma IST. Considerações finais: A avaliação do histórico ginecológico das gestantes possibilita inferir a situação de saúde e os fatores de riscos aos quais está população está exposta. Dificuldades na investigação e/ou registros do histórico ginecológico das pacientes atendidas no pré-natal podem mascarar a real caracterização da saúde da mulher nesse período gestacional. Este estudo, voltado para a avaliação da história pessoal e clínica das gestantes serve para embasar melhor as políticas públicas voltadas para este público, no que tange por exemplo o surgimento de IST’s e câncer de colo de útero, podendo estes serem rastreados durante o pré-natal.  

2730 Avaliação do Pré-natal na Atenção Básica por macrorregiões geográficas no Brasil e por regiões de saúde no Amazonas
Wilderi Sidney Gonçalves Guimarães, Rosana Cristina Pereira Parente, Thayanne Louzada Ferreira Guimarães, Luiza Garnelo

Avaliação do Pré-natal na Atenção Básica por macrorregiões geográficas no Brasil e por regiões de saúde no Amazonas

Autores: Wilderi Sidney Gonçalves Guimarães, Rosana Cristina Pereira Parente, Thayanne Louzada Ferreira Guimarães, Luiza Garnelo

Apresentação: O pré-natal possui relevante papel na busca de promover a saúde das gestantes, tendo como objetivo principal a diminuição da morbimortalidade materna e infantil. O objetivo do estudo foi investigar a adequação do pré-natal, sob o enfoque das desigualdades, pelas equipes de saúde da família que aderiram ao Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica no Brasil. Métodos: Trata-se de uma avaliação normativa de tipo transversal, apoiada em dados secundários obtidos do banco de dados da avaliação externa do segundo ciclo do referido programa, realizado em 2014. As informações resultantes trazem dados relativos ao pré-natal desenvolvido em 24.055 unidades de saúde da família, por 29.778 equipes de saúde da família que atuavam na rede pública em todo território nacional. As categorias de análise que orientaram a avaliação foram Acesso e Qualidade do Cuidado. As subdimensões de estudo do Acesso foram a disponibilidade de infraestrutura e as ações gerenciais. Para avaliar a qualidade do cuidado as subdimensões analisadas foram as ações gerenciais e as ações clínicas. Para essas dimensões e subdimensões foram avaliadas as seguintes características: Brasil e suas macrorregiões geopolíticas (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul); Amazonas e suas regiões de saúde; a média por região geográfica do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, da cobertura populacional da atenção básica e da renda domiciliar per capita mensal. A avaliação do percentual de adequação do pré-natal, para cada dimensão, obedeceu aos seguintes parâmetros: Adequado – quando os itens avaliados alcançaram 100% de respostas positivas para os itens avaliados; Parcialmente adequado - enquadrado no intervalo de 80,1% a 99,9% de positividade; Adequação regular - quando enquadrado no intervalo de 50,1% a 80% de respostas positivas e Inadequado - alcançou o máximo de 50% de positividade. Os resultados evidenciam inadequação da infraestrutura da Atenção Básica no país (26% unidades adequadas e 31% parcialmente adequadas); baixa adequação de ações clínicas para a qualidade do cuidado (36% adequados ou parcialmente adequados) e baixa capacidade de gestão das equipes voltada para garantir o acesso e qualidade do cuidado. Na análise da adequação do pré-natal por regiões geopolíticas do Brasil, os achados de infraestrutura das unidades apontaram uma relação diretamente proporcional entre adequação da infraestrutura e contextos com renda e IDH mais elevados. Ao passo que, para as ações clínicas do cuidado, as equipes das regiões Norte e Sul obtiveram melhores resultados. No Amazonas o grau de adequação do pré-natal foi muito inferior ao observado para o Brasil como um todo, revelando-se desigualdades significativas no acesso e na qualidade do cuidado entre as nove regiões de saúde do estado. Considerações finais: Evidenciou-se importantes dificuldades organizacionais tanto no acesso, quanto na qualidade do cuidado pré-natal ofertado pelas equipes no Brasil. Ademais, verificou-se expressivas desigualdades regionais e socioeconômicas nas cinco regiões geopolíticas. A abordagem do processo de gestão permitiu apreender aspectos gerenciais com poder explicativo sobre diversas lacunas na qualidade e efetividade do cuidado, cuja origem não havia sido ainda explorada nos estudos sobre a atenção pré-natal.

2868 Conhecimento do enfermeiro obstetra no cuidado ao recém-nascido em centros de parto normal da cidade de manaus-am
Naiara Lima Pereira, Rizioléia Marina Pinheiro Pina

Conhecimento do enfermeiro obstetra no cuidado ao recém-nascido em centros de parto normal da cidade de manaus-am

Autores: Naiara Lima Pereira, Rizioléia Marina Pinheiro Pina

O período neonatal é caracterizado por uma fase de vulnerabilidade devido a riscos biológicos, ambientais, sociais e culturais, pelos quais passam os recém-nascidos. Nesse sentido aponta-se a necessidade de que cuidados imediatos e mediatos sejam capazes de reduzir índices de mortalidade nessa fase. O período de maior risco para mortalidade infantil é o neonatal precoce que corresponde aos seis primeiros dias de vida, sendo que 25% das mortes infantis acontecem nas primeiras 24 horas, indicando uma relação estreita com a atenção ao parto e nascimento. Sendo assim, a assistência adequada no momento do nascimento e nas primeiras horas é fundamental para a redução de riscos à saúde do recém-nascido. Este estudo buscou então analisar o conhecimento dos enfermeiros que realizam esses cuidados em um Centro de Parto Normal (CPN) na cidade de Manaus e por meio dos objetivos específicos caracterizar o perfil dos enfermeiros que participaram da pesquisa, identificar os conhecimentos e práticas dos enfermeiros relacionado aos cuidados imediatos e mediatos ao Recém-nascido e identificar a compatibilidade e /ou incompatibilidade das práticas referidas pelos enfermeiros em conformidade com o preconizado na politica de atenção ao recém-nascido. Metodologicamente caracterizou-se por uma pesquisa exploratória descritiva, com abordagem qualitativa. O estudo foi realizado com os enfermeiros que atuam na assistência ao parto e nascimento no centro de parto normal intra-hospitalar de uma maternidade localizada na cidade de Manaus. Como instrumento para coleta de dados foi utilizado um roteiro de entrevista semiestruturado com perguntas voltadas para o conhecimento do enfermeiro sobre os cuidados imediatos e mediatos ofertados ao RN no CPN tomando como base as recomendações do Ministério da Saúde. Os discursos revelaram a percepção desses profissionais quanto aos cuidados ao parto e nascimento, sobre a humanização na assistência e a importância da qualificação desses profissionais.

3026 Caracterização sociodemografica e gestacional das mulheres atendidas no pré-natal de alto risco
Gisele Ferreira de Sousa, Cristiano Gonçalves Morais, Antonia Irisley da Silva Blandes, Géssica Rodrigues Silveira, Simone Aguiar da Silva Figueira, Ilma Pastana Ferreira

Caracterização sociodemografica e gestacional das mulheres atendidas no pré-natal de alto risco

Autores: Gisele Ferreira de Sousa, Cristiano Gonçalves Morais, Antonia Irisley da Silva Blandes, Géssica Rodrigues Silveira, Simone Aguiar da Silva Figueira, Ilma Pastana Ferreira

Apresentação: O pré-natal é um programa de assistência integral das gestantes que visa a diminuição da morte materna e perinatal. Objetivo: Traçar as características sociodemográficas e gestacionais das mulheres atendidas no pré-natal de alto risco da unidade de referência especializada do município de Santarém-PA. Desenvolvimento: Este estudo descritivo, documental retrospectivo de abordagem quantitativa realizado no pré-natal de alto risco de uma unidade de referência especializada, analisou 106 prontuários de mulheres atendidas durante o período de 2014 a 2015 na unidade localizada em Santarém, Pará, no mês de julho de 2016. Os dados obtidos foram analisados em estatística descritiva no software Excel 2013. Resultados e/ou impactos: A análise de dados deste estudo demonstrou que a faixa etária de 20 a 30 anos foi predominante com 50%, quanto ao estado civil 39% das mulheres informaram estar em união estável, quanto a escolaridade cerca de 40% das participantes informaram ter estudado até o ensino médio, com relação a atividade laboral cerca 24% informaram realizar atividade laboral. Com relação das gestações anteriores cerca de 28% das mulheres eram secundigesta. No que concerne ao estilo de vida destas mulheres 51% informaram não fazer ingesta de álcool e cerca de 49% informaram não ser fumantes ativas. O número de consultas com número superior ou igual a seis foi de 75% de consultas e 57% das mulheres retornaram para a consulta puerperal. Considerações finais: É importante que aja mais estudos com finalidade de caracterizar as gestantes atendidas no pré-natal, para retratar a situação deste serviço e fundamentar possíveis intervenções.

4924 Características maternas e do nascimento em um Município da Amazônia legal
Sabrina Macely Souza dos Santos, Siloni Pinheiro do Nascimento, Daiane Nascimento de Castro, Cléber Araújo Gomes

Características maternas e do nascimento em um Município da Amazônia legal

Autores: Sabrina Macely Souza dos Santos, Siloni Pinheiro do Nascimento, Daiane Nascimento de Castro, Cléber Araújo Gomes

APRESENTAÇÃOO Sistema de Informação Sobre Nascidos Vivos (SINASC) é uma ferramenta do Sistema único de Saúde iniciativa do (SUS) que visa coletar e reunir informações perinatais sobre a gestação, o parto, o recém-nascido e a mãe. Este sistema permite que medidas de gestão sejam planejadas, pois mostra a realidade da população e, dessa forma, contribui para que haja melhorias nas condições de saúde. A idade ideal para engravidar é dos 20 aos 29 anos, porque nessa fase são observados os melhores resultados perinatais e maternos. Segundo o Ministério da Saúde, considera-se gravidez de risco aquela que ocorre com mulheres maiores que 34 anos, mas, para alguns autores, essa idade é de 35 anos. Estudos revelam que é cada vez maior o número de mulheres acima dessa faixa etária que engravidam. Esse crescimento também pode ser observado em adolescentes, o que tem despertado o interesse em comparar os efeitos da idade materna sobre a saúde do recém-nascido, as condições gestacionais e o perfil sociodemográfico dessas mães. Considerando o fato de que, tanto a gravidez na adolescência quanto na fase adulta tardia podem ser fatores de risco à saúde materna e do recém-nascido, o presente estudo tem por objetivo descrever as características maternas e do nascimento, por faixa etária, no município de Coari, Amazonas, nos anos de 2012 e 2013. DESENVOLVIMENTO Trata-se de estudo ecológico e descritivo, cujos dados foram extraídos do Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos (SINASC), disponível no DATASUS, nos anos de 2012 e 2013, no município de Coari, Amazonas. As características da mãe foram analisadas considerando situação conjugal e anos de estudo. As características do recém-nascido foram descritas através do sexo, raça/cor, apgar no 1º e 5º minuto, presença de anomalia congênita e peso ao nascer. Por fim, as variáveis que compuseram as condições gestacionais foram local de ocorrência do parto, tipo de gravidez, consultas pré-natal, tipo de parto e duração da gestação. RESULTADOS Nos anos de 2012 e 2013 foram realizados 3418 partos no município de Coari. Destes, 1130 (33,1%) foram de mulheres na faixa etária de 10 a 19 anos, 2066 (60,4%) nas de 20 a 34 anos e 188 (5,5%) em idade entre 35 a 54 anos. A maioria das mães, tanto na faixa etária de 10 a 19 (61,3%), quanto na de 20 a 34 (77,2%) e 35 a 54 (84,7%) anos eram casadas ou viviam em união consensual. Ao analisar o grau de instrução da mãe, percebe-se que a maior parte das adolescentes (52,9%) e mães em idade tardia (50,9%) tinham de 1 a 7 anos de estudo, enquanto as mães com idades entre 20 a 34 anos (51,7%) tinham um grau de instrução maior, cerca de 8 anos ou mais, e cerca de 18,6% do total das mães pesquisadas não tiveram nenhum grau de instrução. Em relação às características do recém-nascido, nas três faixas etárias maternas prevaleceram as cores preta e parda. No apgar no 1º minuto, o índice mais inadequado (≤7), se deu entre as mães com faixa etária entre 35 e 54 anos (11,5%); enquanto no apgar no 5º minuto, o pior resultado foi visto nas mães de 20 a 34 anos (1,8%).Observou-se também que grande parte dos recém-nascidos em todas as faixas etárias não possuía nenhum tipo de anomalia congênita (97,2%), porém, o maior número de casos de anomalias se deu entre as mães de 20 a 34 anos de idade (0,9%). Quanto ao peso ao nascer, viu-se que a maior proporção de baixo peso foi entre as mães adolescentes (8,6%) enquanto as mães de 20 a 34 anos tiveram cerca de 6,2% e as mães de 35 a 54 obtiveram um resultado de 8,1%. As mães adolescentes e adultas apresentaram as melhores proporções de crianças com peso ideal ao nascimento (87,7%). Em relação às características da gestação, o local da ocorrência do parto mais prevalente em todas as faixas etárias foi o hospital (97,8%). No que se refere ao tipo de parto, foram verificadas diferenças entre as faixas etárias, no qual o maior número de partos vaginais se deu entre as adolescentes de 10 a 19 anos, com cerca de 72,8%, enquanto as mães de 20 a 34 e as de 35 a 54 obtiveram uma frequência de 68,9%. Em relação à frequência de partos cesáreos, foi observada maior prevalência entre as mães adultas, que totalizaram 62% dos partos, enquanto as adolescentes obtiveram um percentual de 27,1%. A maioria das mães teve gravidez única, totalizando 99% do total. Os resultados relacionados ao número de consultas pré-natal mostraram que a realização de 1 a 3 consultas foi evidenciada em 41,3% as adolescentes, 12,6% das adultas e 35,5 % das adultas tardias. Por outro lado, a realização de 4 a 6 consultas foi verificada em 33,9% das mães entre 10 e 19 anos, 73,7% daquelas com 20 a 34 anos e em 30,5% das mães com 35 a 54 anos.  Ao analisar a realização de sete ou mais consultas, como preconizado pelo Ministério da Saúde, observa-se que nas três faixas etárias essa rotina perde em comparação às outras categorias: ela foi observada em 17,3% das mães adolescentes, 10,2% das adultas e em 30,5% das adultas tardias. Aproximadamente 8,0% das mães não realizaram nenhuma consulta pré-natal, o que foi observado em 7,1%, 3,3% e 8,2% das mães adolescentes, adultas e adultas tardias, respectivamente.Quanto à duração da gestação, o índice de prematuridade prevaleceu nas mães adolescentes (13,4%), enquanto as mães com faixa etária de 20 a 34 e 35 a 54 anos obtiveram um valor de 11,0% e 5,0%, respectivamente. Já os partos pós-termo tiveram um maior índice entre as mães de 20 a 34 anos, com cerca de 6,2%. CONSIDERAÇÕES FINAIS Entre as mães que tiveram filhos nos anos de 2012 e 2013, cerca de 33% eram adolescentes e 5,5% tinham idade entre 35 e 54 anos. A maioria eram casadas ou viviam em união consensual e as mães de 20 a 34 anos possuem mais anos de estudo quando comparadas as demais. Em relação às características dos recém-nascidos, nasceram mais bebês da cor preta e parda, e quanto ao sexo, praticamente não houve diferença entre as faixas etárias. A maioria dos recém-nascidos não possuíam anomalias congênitas, e filhos das adolescentes tiveram um apgar mais adequado quando comparados com os de mães adultas, porém, com uma porcentagem maior de baixo peso ao nascer. Grande parte dos partos ocorreu nos hospitais, e mais de 98% das mães tiveram gravidez única. Quanto ao número de consultas pré-natal foram observados números adequados e inadequados em todas as faixas etárias, porém com maiores valores entre as mães adolescentes e mães de 35 a 54 anos. O maior número de partos vaginais e prematuridade ocorreram com as mães adolescentes e quanto aos partos cesáreos, houve uma maior ocorrência com as mães adultas. Os resultados apresentados permitem realizar uma melhor comparação entre as características maternas segundo a sua faixa etária, relacionando quesitos sociodemográficos da mãe, gestacionais e dos recém-nascidos, para que assim ocorra uma melhor avaliação das condições dessas mães no período puerperal e gravídico e sejam direcionadas ações para melhoria na saúde das mães e de seus filhos.

3745 ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL À GESTANTE: ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Camila Miranda, Ramiro Pinheiro Becco

ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL À GESTANTE: ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Autores: Camila Miranda, Ramiro Pinheiro Becco

Apresentação Esse estudo foi realizado através de pesquisa bibliográfica, objetivando descrever a importância da assistência de enfermagem no pré-natal, assim como as funções e deveres do profissional enfermeiro.Desenvolvimento do Trabalho As consequências de uma gestação variam desde a aceitação, os cuidados necessários, até o envolvimento da família na participação do pré-natal, bem como todas as circunstâncias que ocorrem na espera de um filho. . O enfermeiro vive diversas situações ao acompanhar uma gestante, e deve estar livre de preconceitos ou rotinas próprias, oferecendo assistência qualificada e embasada em protocolo ministerial. O objetivo desta pesquisa é identificar e avaliar as atribuições do profissional enfermeiro na assistência pré-natal, de acordo com as publicações encontradas no período de julho a dezembro de 2013. A metodologia utilizada foi a qualitativa, por meio de revisão bibliográfica através de análise de artigos nas bases de dados retiradas em sites como o Bireme; Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Eletronic Library Online (Scielo), com descritores como “enfermeiro e gestante”, “pré-natal”, “PSF e atenção primária à saúde,” com auxílio de manuais do Ministério da Saúde disponíveis na internet. Resultados e/ou impactos Percebemos após constantes leituras que o trabalho do enfermeiro foi e sempre será fundamental na assistência e acompanhamento da gestação. Esse profissional contribui de forma humana para o desenvolvimento de situações que trazem qualidade de vida, através da promoção da saúde e prevenção de doenças. A literatura é clara quando concorda na atuação acolhedora da enfermagem, desde os primeiros contatos com a mulher gestante. Considerações Finais O papel do enfermeiro inicia-se na unidade de saúde junto à sua equipe, em educação continuada, quando ele se mantém em busca constante do conhecimento e capacita essa equipe, em particular os agentes comunitários de saúde , a captar precocemente as gestantes através da visita domiciliar, com a finalidade de dar início tão logo possível à assistência pré-natal, observando e garantindo qualidade desde a primeira consulta. Deve haver respeito para com as características biopsicossociais e econômicas da paciente, considerando a formação familiar a que está inserida, o meio sociocultural em que vive, a fim de delinear um atendimento diferenciado e direcionado a cada gestante em sua singularidade e trabalhar a importância da participação da própria gestante, além de sua família e do parceiro, ou qualquer outro acompanhante de escolha da mesma. De maneira geral, para se fazer um controle efetivo durante o pré-natal não são necessárias instalações caras, tecnologia complexa ou laboratórios sofisticados, mas sim garantia de acesso ao serviço de todos os níveis do Sistema de Saúde, com oferta de recursos humanos capacitados e de métodos diagnósticos e terapêuticos adequados para detecção e tratamento de morbidades. Conclui-se, portanto, que muitas características como papel do enfermeiro no pré-natal da gestante, foram identificadas, mostrando-o como personagem determinante no desfecho de uma gravidez assistida de maneira plena, que trará consigo benefícios para a mãe e os envolvidos.

5080 GRAVIDEZ: AUTONOMIA CORPORAL, LIMITAÇÕES E PERCEPÇÕES DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Thaynnara Nascimento dos Santos, Francidalma Soares Sousa Carvalho Filha, Iel Marciano de Moraes Filho, Ivanilda Sepúlveda gomes, JAIANE DE MELO VILANOVA, LIVIA MARIA MELLO VIANA, OSMAR PEREIRA DOS SANTOS, JANDERSON CASTRO DOS SANTOS

GRAVIDEZ: AUTONOMIA CORPORAL, LIMITAÇÕES E PERCEPÇÕES DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Autores: Thaynnara Nascimento dos Santos, Francidalma Soares Sousa Carvalho Filha, Iel Marciano de Moraes Filho, Ivanilda Sepúlveda gomes, JAIANE DE MELO VILANOVA, LIVIA MARIA MELLO VIANA, OSMAR PEREIRA DOS SANTOS, JANDERSON CASTRO DOS SANTOS

Apresentação: A autonomia corporal é compreendida como a capacidade de autodeterminação ou autonomia da pessoa em relação ao próprio corpo, compõe a esfera de atuação concreta da liberdade, que se exprime, originariamente, no âmbito de seu titular, não sendo parte necessária de uma relação entre sujeitos, mas sim do sujeito sobre si mesmo.  O direito a vida é um dos principais direitos a serem defendidos, e a inviolabilidade desse direito decorre outros direitos como integridade física, á saúde, a dignidade da pessoa humana, dentre outros. O nascituro possui proteção legal no ordenamento jurídico brasileiro, em virtude da sua condição de indivíduo concebido e ainda não nascido, mas um ser humano em desenvolvimento. A lei penal criminaliza o aborto fora das exceções previstas, pois nos demais casos devem ser protegidas a vida do nascituro e afastada a autodeterminação corporal da mulher, uma vez que esta e seu parceiro não fizeram uso do princípio do Planejamento Familiar e da paternidade responsável. O Planejamento Familiar consiste na assistência á concepção e contracepção; atendimento pré-natal; atenção ao parto, ao puerpério e ao neonato; controle e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e do câncer cérvico-uterino, mama, pênis e próstata. O aborto no Brasil esta permitido em lei apenas em duas situações, que são denominadas de aborto necessário quando realizado para salvar a vida da gestante e sentimental quando a gravidez é resultado de estupro, nas demais situações é considerado crime contra a vida do nascituro. Objetivo: Discutir as concepções de profissionais de saúde, sobretudo de enfermagem, atuantes em uma maternidade pública, acerca da autodeterminação corporal da mulher a partir das Políticas Públicas vigentes, no âmbito dos Direitos Sexuais e Reprodutivos e os preceitos do Direito à vida. Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa exploratória, avaliativa com abordagem quantitativa. O cenário desta investigação foi o Município de Caxias-MA, sendo utilizado como campo de pesquisa a Maternidade Carmosina Coutinho. A população do estudo foi composta por 73 profissionais de saúde, atuantes na referida instituição. A coleta de dados ocorreu mediante a aplicação de um questionário. Os critérios de inclusão utilizados foram ser profissional de saúde atuante na MCC, prestar assistência direta á mulher gestante ou puérpera, em qualquer situação clínica e aceitar de livre e espontânea vontade participar da pesquisa. Resultados: A maioria dos profissionais discorda que a mulher tenha direito à autodeterminação corporal em todas as circunstâncias. A correlação entre o questionamento de que a mulher deve fazer o quiser com seu corpo, inclusive abortar, com o sexo, demonstrou que 54,1% das mulheres responderam concordar em parte e 58,3% dos homens discordam. Nota-se que as mulheres aceitam mais o fato de outras mulheres realizarem o abortamento do que os homens, devido provavelmente ao fato da empatia. Percebe-se que há uma predominância de mulheres em organizações de enfermagem, o que reporta que o serviço surgiu por instituições de ordens sacras; associado ao cuidado doméstico á crianças, aos doentes e aos velhos, associando a figura de mulher-mãe.  Na variável religião, houve uma igualdade de opiniões (50%) entre concordar e discordar com a afirmativa entre os profissionais que afirmavam ser católicos. Quanto a categoria profissional (59%) do enfermeiros não concordam que a mulher deva ter liberdade quanto a autodeterminação do seu corpo assim como confirmado em pesquisas onde a maioria dos entrevistados não concorda que a mulher tenha o direito de fazer o que quiser com seu corpo e que possa tomar decisão quanto ao rumo que dará a sua gestação. A mulher segundo trabalhadores deve assumir a responsabilidade frente a uma gestação não planejada, uma vez que existe uma gama de métodos contraceptivos a sua disposição, por isso deve responsabilizá-la pelas consequências. Devemos lembrar sempre que o direito ao próprio corpo configura-se no direito privado de forma distinta, não podendo ser atingido por terceiros, sob pena de reparação dos danos sofridos, sendo protegido, inclusive, da investidas lesivas de seu titular. Sugere-se que a gestão municipal e da maternidade invista em formação e qualificação profissional, explorando as novas tecnologias e busque implantar uma atenção baseada em evidências científicas, diminuindo o achismo, conservantismo e tradicionalismo da assistência. É preciso nos dias atuais discutir sobre a importância do Planejamento Familiar, como o maior aliado à promoção da saúde sexual e reprodutiva que, por sua vez, são eficazes na prevenção do aborto; a Política Nacional de Planejamento Familiar tem como objetivo orientar à população sobre diferentes formas de planejar a fecundidade, evitando o abortamento inseguro e suas implicações. É preciso que os trabalhadores da saúde prestem uma assistência segura, livre de complicações, aproveitando para conversar com a mulher sobre as situações que levaram ao abortamento, bem como orientando sobre métodos contraceptivos, ou o incentivo oportuno a outras gestações, quando for o caso; além de falar do direito a vida e ao nascimento saudável, com o intuito de empoderar a mulher a escolher quando quer gestar, e se o desejo for positivo, saiba proteger a integridade do concepto. Considerações Finais: Os direitos sexuais e reprodutivos devem ser garantidos às mulheres em todas as situações, porém nem sempre os serviços e profissionais de saúde, sobretudo enfermeiros, contribuem para que esses direitos sejam plenamente exercidos, reforçando a necessidade de capacitação profissional e melhoria na efetivação de Políticas Públicas. Cabe lembrar que a gravidez precisa ser entendida como uma decisão do casal, que uma vez ciente das responsabilidades do ato de gerar, gestar e educar um filho, oportuniza-se a vivenciar tal processo. Assim a educação integral em sexualidade e a disponibilidade do Planejamento Familiar a todas as pessoas em idade fértil, sobretudo por parte dos enfermeiros, que são os profissionais que mais próximos permanecem da população, ainda se constitui uma ação difícil de ser efetivada, o que contribui para banalização da vida, tanto da mulher quanto do nascituro. É essencial lembrar as atribuições do Estado em proporcionar as condições necessárias ao nascimento saudável, envolvendo as diversas áreas do conhecimento, como Enfermagem, Medicina, Psicologia, dentre outras, instigando a adoção do pensamento crítico diante das estatísticas apresentadas neste e em outros estudos, com o objetivo de criar conjunturas para minimizar os problemas oriundos do descaso para com a Saúde da mulher e do concepto, uma vez que a  liberdade e garantia de acesso aos Direitos Sexuais e Reprodutivos devem ser assegurados, mas isso não deve ser incompatível com a vida do nascituro, que por sua vez não deve ser considerada menos importante, garantindo a ele o princípio da dignidade humana.

599 Mapeamento da ocorrência de violência obstétrica na cidade de Manaus – AM: dados preliminares de julho de 2014 a junho de 2015.
Antônia Evilannia Cavalcante Maciel, Isamira Góes Batista, Munique Therense Costa de Morais Pontes

Mapeamento da ocorrência de violência obstétrica na cidade de Manaus – AM: dados preliminares de julho de 2014 a junho de 2015.

Autores: Antônia Evilannia Cavalcante Maciel, Isamira Góes Batista, Munique Therense Costa de Morais Pontes

Este estudo é um recorte de um projeto macro denominado Mapeamento da ocorrência de violência obstétrica entre os anos de 2013-2016 na cidade de Manaus/AM. Que se mostra de grande relevância para a saúde materno-infantil e a humanização no cuidado as parturientes, visto que a literatura afirma a persistência de resultados violentos nas práticas de cuidado no período gravídico. Tem como objetivo analisar a ocorrência de violência obstétrica na cidade de Manaus – AM, em mulheres que partejaram no período de julho de 2014 a junho de 2015. Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, com abordagem quantitativa, cuja coleta foi iniciada no período de setembro de 2016 e se estenderá até dezembro de 2017, em locais públicos da cidade de Manaus – AM. A população abrange mulheres residentes em Manaus que pariram no período de julho de 2014 a junho de 2015. A amostra do estudo constitui de 61 mulheres, conforme critérios de inclusão e exclusão, sendo apresentados os dados preliminares. Utilizou-se um questionário fechado elaborado pelas pesquisadoras, no qual constam três seções: a primeira aborda aspectos sociodemográficos; a segunda seção, dados obstétricos; e a última, condutas violentas no parto. Os dados gerados foram tratados e submetidos à análise estatística pelo Microsoft Excel (versão 2010), sendo apresentados sob a forma de gráficos e tabelas com frequências absolutas e relativas para discussão conforme sustentação teórica do estudo. Como resultados preliminares tem-se que a ocorrência de violência obstétrica apresenta-se evidente nos relatos proferido por meio da abordagem realizada, sendo ainda uma realidade nas maternidades de Manaus.