166: Itinerários, caminhos e usuários: diferentes olhares sobre a saúde-doença-cuidado
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: ICB Sala 10 - Mungunzá    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
2521 Estratégias para melhorar o Tratamento Diretamente Observado da Tuberculose
Lúcia Margareth Barreto Belmont, Amélia Nunes Sicsú, Débora Alencar Itaquy, Viviane Santana de Andrade, Ana Paula de Carvalho Portela, Luciana Oliveira Sousa, Ana Carolina Scarpel Moncaio, Pedro Fredemir Palha

Estratégias para melhorar o Tratamento Diretamente Observado da Tuberculose

Autores: Lúcia Margareth Barreto Belmont, Amélia Nunes Sicsú, Débora Alencar Itaquy, Viviane Santana de Andrade, Ana Paula de Carvalho Portela, Luciana Oliveira Sousa, Ana Carolina Scarpel Moncaio, Pedro Fredemir Palha

Desde quando a Tuberculose (TB) foi anunciada como uma calamidade mundial, a OMS vem implementando sucessivas políticas para diminuir seus alarmantes números. As estratégias implementadas mundialmente, especialmente nos países com alta carga da doença, são: Estratégia Directly Observed Treatment Short-Course (DOTS) (1994 a 2005), a estratégia STOP TB (2006-2015) e a estratégia END TB (2015-2035). O Tratamento Diretamente Observado (TDO) da TB é um dos pilares da Estratégia DOTS e vem permeando as políticas globais de controle da TB. Consiste na observação da tomada da medicação pela pessoa adoecida por um profissional de saúde, sendo recomendado sua execução como meio para melhorar a adesão da pessoa adoecida ao tratamento. Apesar de sua importância, o TDO tem apresentado algumas resistências por profissionais e pessoas adoecidas, sendo importante introduzir estratégias para melhorar a operacionalização do mesmo.  Nesse sentido, este estudo tem como objetivo analisar a percepção dos profissionais de saúde em relação às estratégias para melhorar o Tratamento Diretamente Observado (TDO) da tuberculose (TB). Trata-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa, sendo aplicado o instrumento “Avaliação da Transferência de Políticas – Inovação, Informação e Conhecimento em Tuberculose – ATP-IINFOC-TB” agrupado em sete domínios de análise. Nesse estudo serão apresentados os dados referentes ao domínio “Estratégias para melhorar o TDO da TB”.  O estudo foi realizado com 138 profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde e técnicos de Enfermagem) em 5 municípios interioranos prioritários para o controle da tuberculose no Amazonas.  A coleta de dados foi realizada nos meses de janeiro a abril de 2016. A análise dos dados foi realizada por meio de técnicas de estatística descritiva, utilizando o software Statistica 12, da Statsoft.Inc. Os resultados mostram que os profissionais de saúde em sua maioria concordaram em relação às variáveis: “necessidade de incorporação de outras instituições”; “necessidade de elaboração de plano de cuidado individual para a pessoa com TB em TDO” e “impacto positivo das ações de sensibilização no TDO” como estratégias para melhorar o TDO da TB. Todavia, a maioria não concordou que a unidade de saúde onde atua criou novas estratégias para trabalhar com o TDO e desenvolve ações intersetoriais para adesão ao TDO. Estas ações são consideradas essenciais para melhorar o TDO e impactar positivamente nos indicadores da doença. Frente ao exposto, verifica-se a necessidade de sensibilizar os profissionais a inovar suas ações e incorporar outros setores na luta contra a TB.

760 O ABANDONO DO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE E A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO
Tarciso Feijó da Silva, Douglas Rodrigues da Silva, Magdalena Souza da Silva

O ABANDONO DO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE E A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO

Autores: Tarciso Feijó da Silva, Douglas Rodrigues da Silva, Magdalena Souza da Silva

Traçamos como objetivos identificar os fatores que contribuem para o abandono do tratamento da tuberculose e caracterizar as ações da equipe multiprofissional para diminuição do abandono ao tratamento, com enfoque para o profissional enfermeiro. O estudo de natureza descritiva e abordagem qualitativa foi realizada a partir da revisão de literatura. Os dados foram analisados considerando duas categorias previamente elaboradas. Como resultados foi possível observar que diferentes fatores contribuem para o abandono do tratamento da tuberculose, dentre eles destacamos os aspectos sócio-demográficos, o uso de drogas, o alcoolismo, a associação com outras doenças crônicas, em especial o HIV e o acesso dos usuários aos serviços de saúde. Percebeu-se, ainda, de acordo com as referências analisadas fragilidade na formação dos enfermeiros, sobrecarga deste profissional e trabalho em equipe incipiente. Concluímos que a visita domiciliar, a humanização, o acolhimento e a educação em saúde foram identificadas como ferramentas para diminuição do abandono da tuberculose.

929 DEFINIÇÃO DO FLUXO DA REDE DE TRATAMENTO À TUBERCULOSE NO MUNICÍPIO DE PONTE NOVA/MG
Diego Lucas Teixeira Vieira, Gerson Moreira Barbosa

DEFINIÇÃO DO FLUXO DA REDE DE TRATAMENTO À TUBERCULOSE NO MUNICÍPIO DE PONTE NOVA/MG

Autores: Diego Lucas Teixeira Vieira, Gerson Moreira Barbosa

Este trabalho apresenta o procedimento para definição do fluxo centralizado e unidirecional adotado pelo município de Ponte Nova para o diagnóstico, tratamento e acompanhamento do paciente com tuberculose, a partir de uma comissão multidisciplinar foi criado um fluxo centralizado na farmácia e UBS que resultou em uma melhoria considerável da adesão ao tratamento, índice de cura e diminuição dos efeitos adversos e taxa de abandono. A tuberculose é uma doença curável, no entanto ainda se convive com altas taxas de abandono, cujas causas são a longa duração do tratamento, as dificuldades de acesso dos pacientes aos serviços de saúde, a sua baixa resolutividade e a fragilidade da relação entre os profissionais de saúde os pacientes e seus familiares. Diante deste quadro, o município de Ponte Nova através de seus gestores da Secretaria de Municipal de Saúde teve a iniciativa de organizar o serviço de atendimento em busca de intensificar as ações no Programa de Tuberculose com o objetivo de reduzir o número de casos, de prevalência desta doença e ampliar a cura de casos de tuberculose bacilífera diagnosticada a cada ano. Ponte Nova é um município do estado de Minas Gerais com uma população de cerva de 60 mil habitantes, possui um total de 15 UBSs (Unidade Básica de Saúde da Família) onde cada UBS acolhia e acompanhava os seus próprios pacientes portadores de tuberculose, porém esse acompanhamento não era feito de forma uniforme e padronizada entre uma unidade e outra, muitas vezes não era seguido toda a exigência dos protocolos dos pedidos de exames, acompanhamento dos contatos, arquivamento da documentação, controle da medicação inclusive acontecendo de perder o contato com o paciente. Foi formada uma equipe multidisciplinar formada, pela coordenadora da atenção primária, o farmacêutico municipal, o médico coordenador da atenção básica, a coordenação da vigilância epidemiológica e o coordenador do laboratório central e a partir daí foram definidas as seguintes estratégias: Foi criado um fluxo de rede unidirecional, onde o paciente não precise ir e voltar entre uma unidade e outra e a documentação, receitas, pedidos e resultados de exames sejam arquivadas e estejam à disposição dos profissionais de saúde.Centralizou a coordenação do acompanhamento assim como toda a documentação do paciente em um único estabelecimento que no caso do município de Ponte Nova foi escolhida a unidade integrada da Rede Farmácia de Todos.Todos os pacientes foram cadastrados no SIGAF para que com essa ferramenta seja possível acompanhar um histórico das dispensações de medicação para o paciente além de lembrar quando acaba a medicação e qual o dia de retorno do paciente à unidade.A Farmácia de Todos passou a arquivar uma ficha de acompanhamento de todos os pacientes em tratamento, que já trataram e tiveram alta e que já trataram e abandonaram o tratamento no município constando os dias que pegou a medicação, dados do paciente, sintomas adversos apresentados, entre outras informações.Foi criado um meio de comunicação rápido e eficaz entre os entes de coordenação envolvidos e as UBSs para quaisquer cobranças, informações ou dúvidas (grupo em um aplicativo de mensagens instantâneas).Foi dada uma maior importância à vigilância epidemiológica para aumentar a detecção de casos novos, realizar busca ativa e avaliar os contatos de pacientes bacilíferos, detectar e encaminhar para avaliação todos os sintomáticos respiratórios,  aumentar o percentual de cura e diminuir o abandono ao tratamento.Foi criado um fluxo de envio de amostras de escarro com qualidade para realização dos exames de teste rápido molecular, cultura e sensibilidade que tem que ser feitos em outro município.Organizou o tratamento supervisionado na Atenção Básica, envolvendo toda equipe, principalmente a equipe do NASF e os ACS.Desenvolveu ações educativas em saúde, comunicação e mobilização social na esfera municipal, focando a promoção, prevenção assistência e reabilitação da saúde, capacitando os profissionais que atuam no controle e prevenção da tuberculose em todas as esferas de gestão.Ampliou as atividades de detecção do HIV associada à tuberculose, inclusive capacitando os demais profissionais da rede para a realização do teste rápido de HIV.Aperfeiçoou o Sistema de Informação SINAN, mantendo um canal de comunicação contínuo entre a vigilância epidemiológica municipal e a Unidade Farmácia de Todos onde toda a documentação e informação sobre o paciente se encontra arquivada para alimentar a base de dados com tempestividade e qualidade, impactando de forma positiva, no cumprimento de metas e indicadores da Vigilância em Saúde e Atenção Básica à Saúde. Foram criadas estratégias para recuperação dos pacientes em abandono de tratamento tais como aplicação do TDO, sensibilização da família, contato com o empregador quando o paciente estiver trabalhando, conversas, incentivos assistenciais (cestas básicas) para os pacientes que fizerem o tratamento corretamente, grupos e em último caso ação de via judicial para internação compulsória. O município de Ponte Nova implantou esse fluxo centralizado na farmácia no início de 2016 e desde então já foram atendidos 45 pacientes, desses 26 completaram o tratamento e tiveram alta por cura, 17 se encontram em tratamento regular na presente data de publicação desse artigo, houveram 2 abandonos que ainda estão em processo de tentativa recuperação pela equipe de saúde, configurando uma taxa de abandono de 4,44%, sendo que segundo o Ministério da Saúde é aceitável uma proporção de até 5% de abandono de tratamento, além disso, houveram 2 óbitos por outras causas e 1 caso de tuberculose multirresistente. Essa taxa se torna ainda mais representativa quando se compara com as taxas de abandono do tratamento de tuberculose do país 10,9% e do estado de Minas Gerais 9,0% (FONTE: Sistema de Informação de Agravos de Notificação 2014 - SINAN), além disso é uma melhora considerável quando se compara com a taxa de cura e abandono do município de Ponte Nova antes da implantação do fluxo centralizado onde foram atendidos 31 pacientes, desses 25 tiveram alta por cura, 3  abandonaram o tratamento e não foram recuperados (taxa de abandono de 9,67%), houve 1 óbito e 2 casos de tuberculose multirresistente, além de que ainda havia uma certa imprecisão devido a perda, falta de comunicação, notificação correta e má gestão dos dados. Com a implantação desse fluxo também houve melhoria no deslocamento do paciente, pois ele não precisa mais se deslocar para várias unidades, o paciente é totalmente acompanhado pela sua UBS e pela farmácia, melhorando a adesão, o controle dos efeitos adversos e mesmo quando necessário algum encaminhamento para realização de exames ou para tratamento de condições excepcionais na atenção secundária isso se dá de forma rápida e efetiva. Os problemas também vêm sendo mais facilmente solucionados, pois agora há referências a quem recorrer e os profissionais estão treinados e capacitados para resolver as principais adversidades, existe um médico coordenador dando suporte aos médicos das UBSs quanto ao diagnóstico, dúvidas nos exames de imagens e em casos mais complicados pode ser feito o encaminhamento para a infectologista do município, além disso nos casos de pacientes rebeldes e com dificuldade de adesão ao tratamento está sendo feito uma parceria com a Secretária de Assistência Social para acompanhamento, orientação e auxílios financeiros ou de cestas básicas condicionadas a adesão ao tratamento.

1135 Um olhar sobre o Tracoma no atendimento às comunidades ribeirinhas assistidas pela Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF) IGARAÇU, no município de Borba/AM
Bruna Maria Souza de Oliveira, Nicolás Esteban Castro Heufemann, Genice Silva e Silva, Albert Antunes de Souza Campos

Um olhar sobre o Tracoma no atendimento às comunidades ribeirinhas assistidas pela Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF) IGARAÇU, no município de Borba/AM

Autores: Bruna Maria Souza de Oliveira, Nicolás Esteban Castro Heufemann, Genice Silva e Silva, Albert Antunes de Souza Campos

O Tracoma é uma doença inflamatória ocular, causada pela bactéria Chlamydia tracomatis, de evolução crônico-recidiva, sendo uma das principais causas de cegueira evitável. A Organização Mundial de Saúde a descreve como uma doença negligenciada, relacionada diretamente às desigualdades sociais ligadas as condições precárias de higiene e moradia, sugerindo que práticas de vigilância e controle sejam oferecidas no intuito de traçar um perfil epidemiológico das comunidades mais afetadas. No Amazonas, existem poucos dados relacionados aos casos de Tracoma, o que leva a um quadro desconhecido quanto a sua situação epidemiológica atual. Este estudo analisou os casos de Tracoma notificados pela Unidade Básica de Saúde Fluvial IGARAÇU no Município de Borba/AM no período entre julho/2016 a novembro/2017. Trata-se de um estudo exploratório de cunho descritivo, envolvendo relatos e casos de Tracoma identificados durante os atendimentos realizados pela equipe da unidade no período entre julho/2016 a novembro/2017. Tanto os dados já coletados quanto os casos identificados passaram por uma análise criteriosa de um profissional de nível superior qualificado, com o auxílio e participação do grupo de acadêmicos de Medicina, Enfermagem e Odontologia da UEA. No período, foram realizadas cerca de 1.414 consultas em crianças com idade entre 01 e 09 anos, sendo que, dentre elas, foram identificados 09 (nove) casos de Tracoma (04 casos novos em 2016; 03 casos novos em 2017; 02 casos de recidiva em 2017) de acordo com os critérios de avaliação (sinais e sintomas). Atribuindo os marcadores sexo/idade, temos: 06 do sexo masculino e  03 do sexo feminino, predominando a idade de 02 anos com 03 casos (02 casos novos e 01 caso de recidiva), casos estes que foram tratados e encontra-se em constante acompanhamento da equipe.  Mediante os dados apresentados, identificou-se 8 casos de Tracoma Folicular (TF) e 01 caso de Tracoma Inflamatório Intenso (TI). Vale ressaltar a necessidade de um diagnóstico precoce, minimizando os riscos de complicações oculares, evitando assim a redução dos casos de cegueira, melhorando a qualidade de vida da população ribeirinha, apoiando para a formulação de inquéritos constituindo dados para o fortalecimento do programa junto ao município, adequando estratégias para possíveis pactuações posteriores.

2546 RISCOS DE CONTÁGIO DE TUBERCULOSE OCUPACIONAL NO AMBIENTE HOSPITALAR: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
Rebeca Arce Guilherme, Leandro Michel Afonso, Leandro Michel Afonso, Ellen Cristine de Oliveira Silveira, Ellen Cristine de Oliveira Silveira, Maria Eduarda Leão de Farias, Maria Eduarda Leão de Farias, Bianca Albuquerque Castro, Bianca Albuquerque Castro, Ana Carolina Scarpel Moncaio, Ana Carolina Scarpel Moncaio

RISCOS DE CONTÁGIO DE TUBERCULOSE OCUPACIONAL NO AMBIENTE HOSPITALAR: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA

Autores: Rebeca Arce Guilherme, Leandro Michel Afonso, Leandro Michel Afonso, Ellen Cristine de Oliveira Silveira, Ellen Cristine de Oliveira Silveira, Maria Eduarda Leão de Farias, Maria Eduarda Leão de Farias, Bianca Albuquerque Castro, Bianca Albuquerque Castro, Ana Carolina Scarpel Moncaio, Ana Carolina Scarpel Moncaio

APRESENTAÇÃO: A tuberculose é um problema de ordem mundial, atingindo principalmente os países em desenvolvimento, levando de 1,2 a 1,5 milhões de mortes ao ano. Mesmo sendo uma doença que requer de um diagnóstico, tratamento e acompanhamento na Atenção Primária à Saúde, a Atenção Terciária ainda acaba sendo a porta de entrada de muitos pacientes bacilíferos ou sintomáticos respiratórios, ou seja, em plena fase de transmissão da doença. A existência da tuberculose nosocomial não é algo novo, este assunto vem sendo levantado desde a década de 80 e, vem se tornando preocupante a cada ano, principalmente com o aumento das coinfecções por HIV, aparecimento da tuberculose multirresistente e, observa-se que a falta de estudos direcionados ao assunto é alarmante, visto que, comprovadamente os profissionais de saúde mais especificamente da área de enfermagem estão 20 vezes mais suscetíveis a desenvolver a doença do que o restante da população, principalmente em países que apresentam altos índices epidemiológicos da tuberculose, como o Brasil. Outro fator contribuinte do cenário epidemiológico da tuberculose ocupacional é o atraso no diagnóstico da doença ou mesmo na hipótese diagnóstica da mesma, principalmente no ambiente hospitalar, atrasando as iniciativas de medidas preventivas e biossegurança, aumentando assim, o risco e tempo de exposição dos trabalhadores ao agente causador da doença. Componentes de ordem estrutural também são elementos de agravação do cenário e, é comum a inexistência de exaustores específicos para o manejo correto dos pacientes em isolamento em tratamento intra-hospitalar. OBJETIVO: Revisar a literatura científica nacional e internacional sobre a tuberculose ocupacional intra-hospitalar e a existência de medidas preventivas na Atenção Terciária. DESENVOLVIMENTO: Tratou-se de uma Revisão Integrativa da Literatura com a seguinte questão norteadora: “Qual a produção científica sobre a tuberculose ocupacional em âmbito hospitalar e qual a existência de recomendações de prevenção dentro dos hospitais?”. Utilizou-se a base de dados LILACS e, para a seleção dos artigos consultou-se os Descritores em Ciência da Saúde (DeCS), sendo utilizados: tuberculose pulmonar, risco ocupacional, prevenção e controle e, seus correspondentes no idioma inglês, com operador boleano “and”. Os critérios de inclusão foram artigos que abordassem a temática da tuberculose pulmonar, riscos ocupacionais na área da saúde, prevenção e controle da TB em âmbito hospitalar, nacionais e internacionais, nos idiomas português, inglês e espanhol, dos últimos cinco anos, e os de exclusão foram artigos referentes à TB extra pulmonar e com enfoque nos pacientes, além dos artigos não disponíveis na íntegra e publicações secundárias. RESULTADOS: A amostra final resultou em oito artigos originais, sendo todos correspondentes à base de dados LILACS. Os artigos foram divididos em duas categorias temáticas: “contágio por tuberculose ocupacional em unidades de atendimento hospitalar” e “recomendações de prevenção da tuberculose adotadas por unidades hospitalares”. Destaca-se a escassez de produções científicas atuais quando se fala em perfil epidemiológico dos profissionais afetados, visto que a tuberculose continua sendo uma doença negligenciada, em especial quando acomete os trabalhadores de saúde. Em um estudo descritivo e retrospectivo de 2002 a 2006, foram notificados 25 casos de TB nosocomial em um Hospital Universitário, sendo 32% técnicos de enfermagem, 16% médicos e 12% enfermeiros. Dos casos reportados, 96% foram constatados como sendo casos novos e apenas 4% como reincidência. O teste de sorologia para HIV foi realizado apenas em 84% dos trabalhadores, sendo 9,5% positivos para o vírus. Foi afirmado por 33% dos profissionais o contato prévio com pacientes sintomáticos respiratórios em ambiente hospitalar e apenas 1,5% tendo contatos na comunidade. A partir da análise das produções, pode-se observar a maior prevalência da transmissão entre os profissionais de enfermagem e medicina, respectivamente e diversos aspectos podem ser considerados com estes achados, tais como o maior tempo de exposição ao agente devido a uma maior aproximação com os pacientes em unidades hospitalares, o manejo correto dos pacientes e principalmente, o uso ativo ou não das medidas de biossegurança. Um estudo realizado em 2014 com 13 instituições de diversos estados brasileiros observou que apenas 46,2% das unidades realizavam capacitação dos profissionais acerca das medidas de prevenção da tuberculose. Em 53% das instituições foi afirmada a existência de exaustores HEPA em locais adequados. Com relação a precauções por aerossóis, 100% das instituições afirmaram disponibilizar máscaras N95 para seus funcionários, em contrapartida, 92,3% confirmaram fazer uso da reutilização das mesmas. Com relação a exames periódicos de teste tuberculínico em seus profissionais, 62,9% das instituições afirmaram não o realizar. Uma pesquisa quase-experimental realizada em um hospital brasileiro observou que há lacunas relacionadas aos conhecimentos acerca da tuberculose em todas as categorias profissionais, principalmente em tomadas de decisão na prática hospitalar e concluiu, após intervenções educativas, que medidas simples como distribuição de panfletos informativos e discussão de caso-problema se tornam muito efetivas na disseminação do conhecimento e obtiveram interesse significativo pela população alvo do estudo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Observou-se que as ações de prevenção e controle tomadas por algumas instituições brasileiras estão caminhando para uma maior preocupação com a disseminação da tuberculose ocupacional, mas essas medidas ainda não são suficientes e possuem pontos a serem trabalhados, como a capacitação dos profissionais que não é realizada na maioria das unidades pesquisada bem como no melhoramento de estratégias já implantadas, visto que quase 70% das unidades afirmaram possuir projetos relacionados à tuberculose. Ainda assim, a maior fragilidade é relacionada à questão da infraestrutura da unidade, algo que requer mais tempo e investimento. Além disso, é necessário mais do que uma comoção somente institucional, como também ações individuais ativas por parte de todos os profissionais de saúde. O índice que contágio por tuberculose intra-hospitalar, como se pode observar, é multifatorial e pode sofrer mudanças devido ao cenário epidemiológico de cada região. Quando consideramos o Brasil como uma área endêmica, observamos a necessidade de ações conjuntas pessoais, institucionais e governamentais, visto que mesmo sendo preconizada a formação de comissões de biossegurança relacionadas à tuberculose em todos as instituições que prestam serviços de saúde, ainda não existem normas regulamentadas que orientem e direcionem os gestores quanto a esta temática na Atenção Terciária.  

2866 CONTEXTOS DE VULNERABILIDADE, ESTIGMA E DIFICULDADES OPERACIONAIS PARA ATENÇÃO INTEGRAL À FAMÍLIAS COM OCORRÊNCIA DE HANSENÍASE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Renata Sampaio Mattos, Graziele Oliveira Santos, Glória Luiza Ferreira Cavalcanti, Eliana Amorim de Souza

CONTEXTOS DE VULNERABILIDADE, ESTIGMA E DIFICULDADES OPERACIONAIS PARA ATENÇÃO INTEGRAL À FAMÍLIAS COM OCORRÊNCIA DE HANSENÍASE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores: Renata Sampaio Mattos, Graziele Oliveira Santos, Glória Luiza Ferreira Cavalcanti, Eliana Amorim de Souza

Apresentação: A hanseníase é uma doença crônica negligenciada, infectocontagiosa, com alto poder de causar incapacidades e estigmas, sendo o Brasil o segundo país em número de casos. Diante do exposto, é de suma importância que as ações direcionadas para o diagnóstico precoce e tratamento oportuno sejam priorizados pelas Equipes de Saúde da Família (ESF). Desta forma, este relato de experiência tem como objetivo discutir sobre os contextos de vulnerabilidades, estigmas e dificuldades operacionais para enfrentamento da hanseníase na Atenção Primária a Saúde (APS). Descrição da experiência: A experiência relatada é fruto de uma atividade do componente curricular Enfermagem em Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, que aconteceu entre julho a setembro de 2017 na área de abrangência de uma ESF de um município do interior da Bahia. Com apoio dos Agentes Comunitário de Saúde, foram feitas visitas domiciliares a 5 famílias com ocorrência de hanseníase. Impacto da experiência: As visitas domiciliares permitiram reconhecer determinantes sociais vinculados a doenças de caráter negligenciado a exemplo da baixa escolaridade, raça/cor parda e renda familiar menor que um salário mínimo. Também foi possível verificar a importância das ações de vigilância do contato de casos de hanseníase, sendo diagnosticado um novo caso da doença. Os diálogos estabelecidos com profissionais do centro de referência para hanseníase fortaleceram as ações no território da APS.  No entanto, verificou-se que a ESF necessita ampliar suas ações de vigilância e cuidado, uma vez que todos os casos foram diagnosticados e tratados pelo centro de referência. Um outro aspecto a ser considerado foi o reconhecimento da importância de trabalhar elementos de estigmas vinculados à esta doença. Considerações finais: Foi muito significante ter contribuído para o diagnóstico de um novo caso de hanseníase, além de ter sido exitosa a ida ao território e estabelecer vínculos com famílias acometidas por doenças negligenciadas. A experiência permitiu estabelecer uma associação do que está escrito na literatura sobre os estigmas vinculados à esta doença com a realidade vivenciada por muitos. Da mesma forma, pudemos identificar o perfil de vulnerabilidade que estas famílias estão inseridas, assim como fragilidades referentes a atuação da ESF no controle da hanseníase no seu território de atuação.

2954 ITINERÁRIOS TERAPÊUTICOS DE PESSOAS COM HANSENÍASE
Eliziane Oliveira de Lima, Roberta Maia Duarte Barakat, Mayana de Azevedo Dantas, Maria Rocineide Ferreira da Silva

ITINERÁRIOS TERAPÊUTICOS DE PESSOAS COM HANSENÍASE

Autores: Eliziane Oliveira de Lima, Roberta Maia Duarte Barakat, Mayana de Azevedo Dantas, Maria Rocineide Ferreira da Silva

INTRODUÇÃO- A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica que permanece como um grave problema de saúde pública no Brasil. É causada por uma bactéria denominada Mycobacterium leprae, que atinge pessoas de todas as idades, transmitida por meio de uma pessoa doente e sem tratamento, principalmente aquelas na faixa etária economicamente ativa e atinge pele e nervos. Os sinais e sintomas mais evidentes são lesões, alteração de sensibilidade, câimbras, dores musculares, espessamento de nervos, limitações na visão, marcha com dificuldade e encurtamentos de nervos, músculos e articulações (SILVESTRE, 2011). O diagnóstico da hanseníase é basicamente clínico e deve ser realizado essencialmente nos serviços de Atenção Básica de Saúde, por meio do exame dermatoneurológico, a partir dos sinais e sintomas com o objetivo de identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos. No entanto, esse conhecimento da hanseníase na maioria das vezes, não é tão fácil, pois a patologia tem seu quadro clínico confundido com diversas dermatoses, tornando o diagnóstico tardio e resultando no agravamento da doença (BRASIL, 2002). Por meio dos itinerários terapêuticos, o usuário descreve os fatos ocorridos e as várias escolhas que fez ao longo desse percurso em busca do diagnóstico e tratamento e as redes de cuidado identificadas nesse processo. OBJETIVOS- Compreender o caminho percorrido pelo usuário do sistema único de saúde na sua busca por tratamento da doença. METODOLOGIA – Trata-se de uma revisão integrativa da literatura sobre o assunto nas bases de dados disponíveis. Foi realizada uma busca pareada nas bases de dados Lilacs, Scielo, Medline e catalogo de Teses e Dissertações, sem delimitação temporal das publicações. Foram utilizados os descritores: itinerário terapêutico (que apesar de não ser um descritor reconhecido foi sensível para a busca) e hanseníase. Para sistematizar as buscas, foram utilizados os operadores booleanos assim descritos: itinerário terapêutico AND Hanseníase, foram identificados 66 estudos. A construção desta revisão integrativa cumpriu criteriosamente as seis etapas descritas por (Souza et al, 2010). Os critérios de inclusão utilizados foram: estudos sobre itinerários terapêuticos de pessoas com hanseníase, disponíveis na íntegra, em língua portuguesa, espanhola e inglesa. Foram excluídos os estudos de revisão. A seleção dos estudos foi realizada nos meses de setembro e outubro de 2017. Conforme a busca e o tipo de estudo, nos resultados e discussão utilizaram-se apenas 07 artigos na análise. Como critérios de elegibilidade para a escolha dos estudos foram considerados: tratar do itinerário terapêutico como meio para compreender o adoecimento da pessoa com hanseníase. RESULTADOS - Sobre a caracterização e descrição dos estudos, os artigos, teses e dissertações apresentam tipos de abordagens diversificadas para estudar a hanseníase nas diversas regiões do país, em diferentes contextos e populações. Quanto ao delineamento dos estudos, foram identificados: 04 estudos transversais com abordagem quantitativa, 01 estudo de caso controle e três estudos que valorizavam a abordagem qualitativa, envolvendo as narrativas da compreensão do adoecimento por hanseníase. Dos estudos, quatro foram dissertações de mestrado com defesas entre os anos de 1999 a 2012 e uma tese de doutorado, já os artigos apresentaram publicações entre os anos de 2001 a 2017.  A revisão integrativa mostra uma quase inexistência de estudos que abordem o itinerário terapêutico vivenciado por pessoas com hanseníase, que poderiam ajudar, na compreensão dos fatores que contribuem para o diagnóstico tardio, e que mostre a experiência da enfermidade, pois a literatura aponta a maior parte dos estudos sobre hanseníase que trabalham com dados secundários de cunho epidemiológico, estudos experimentais, genéticos e imunológicos. De acordo com estudos de (Martins &Iriart, 2014) e as narrativas dos usuários a hanseníase tem como sinais e sintomas: manchas (mancha de verme, mancha de sol, impingem, pano branco, manchas avermelhadas), podendo ser manchas descamativa. Já a Lepra, é referida como doença que comem partes do corpo (nariz, orelhas), mutilações de extremidades do corpo (dedos, pé, mão,) que começam com caroços. E essas feridas crônicas que doem como ferroadas, podem começar por feitiço. Os estudos descrevem que a apreensão dessas narrativas e discursos só é possível por meio dos itinerários terapêuticos, onde o pesquisador conhece as escolhas realizadas pelos doentes e seus familiares na busca por tratamento nas demais práticas que envolvem a doença, valorizando a forma como os indivíduos constroem o sentido para suas experiências a partir do repertório simbólico de sua sociedade e o meio onde está inserido (RAYNAUT, 2001). Nos últimos anos, ainda se observa uma tendência de crescimento da endemia, tal fato, pode se dar pela falta de conhecimento da maioria das pessoas sobre a doença como são descritos nos estudos. Esses mostraram que a maioria dos sujeitos desconhece a forma de transmissão da hanseníase, como é o tratamento, entre outras situações. Essa realidade apresentada colabora para o entendimento sobre a frequência da classificação operacional dos casos notificados, onde há um predomínio de casos multibacilares (presença de muitos bacilos) em relação aos de paucibacilares (com poucos bacilos), indicando que os serviços de saúde estão diagnosticando a hanseníase tardiamente (CARNEIRO et al., 2017). As referências encontradas mostraram ainda que, a maioria dos casos, quando diagnosticados, o modo de detecção é por demanda espontânea ou exame de contatos (a partir de um doente identificado) e não por busca ativa em exame de coletividade. Visualizou-se que a escolaridade das pessoas acometidas por hanseníase, era baixa, pois em uma população 83% dos entrevistados estudaram até a antiga sétima série do ensino fundamental e 17% não tinham escolaridade (LINS, 2011). CONSIDERAÇÕES FINAIS - Dessa forma, por meio dos resultados dos estudos analisados, fica evidente que para o combate e controle da hanseníase é imprescindível que se conheça a compreensão que os usuários têm da doença, assim como as interpretações e as práticas dos mesmos ao se depararem com ela, culminando em uma relação entre profissionais da saúde e a população local. O sucesso dessa relação contribui para o controle da epidemia, mas, sobretudo para implicar trabalhadores na defesa da qualidade de vida de sujeitos acometidos por esse agravo e/ou situações semelhantes que precisam de enfrentamentos precoce.  

4242 Conhecimento e incorporação das diretrizes do tratamento diretamente observado da tuberculose
Débora Alencar Itaquy, Pedro Fredemir Palha, Roxana Isabel Cardozo Gonzales, Dulcinéia Nunes Sicsú, Lúcia Margareth Barreto Belmont, Viviane Santana de Andrade, Eidie do Vale Souza, Amélia Nunes Sicsú

Conhecimento e incorporação das diretrizes do tratamento diretamente observado da tuberculose

Autores: Débora Alencar Itaquy, Pedro Fredemir Palha, Roxana Isabel Cardozo Gonzales, Dulcinéia Nunes Sicsú, Lúcia Margareth Barreto Belmont, Viviane Santana de Andrade, Eidie do Vale Souza, Amélia Nunes Sicsú

O tratamento diretamente observado (TDO) é uma estratégia instituída pela Organização Mundial de Saúde que visa garantir a tomada da medicação pela pessoa adoecida e consequentemente melhorar a adesão da mesma ao tratamento. As diretrizes preconizam a observação da ingesta do medicamento que deve ocorrer prioritariamente de segunda a sexta, e que o doente tenha tido 24 ingestões de medicação observadas na fase de ataque (dois primeiros meses), e 48 ingestões de medicação observadas na fase de manutenção (quatro meses restantes).  Nesse sentido, é importante que o TDO seja realizado adequadamente principalmente com aquelas pessoas em maior risco de abandono do tratamento, sendo imprescindível que os profissionais de saúde compreendam sua operacionalização. Assim, nosso estudo objetiva analisar o conhecimento e a incorporação das diretrizes do tratamento diretamente observado da tuberculose pelos profissionais de saúde da Estratégia de Saúde da Família. Para tanto, realizamos um estudo de métodos mistos, combinando dados quantitativos e qualitativos, com 138 profissionais de saúde dos municípios interioranos do Amazonas: Itacoatiara, Parintins, Manacapuru, Tabatinga e Tefé. Aplicamos o instrumento “Avaliação da Transferência de Políticas – Inovação, Informação e Conhecimento em Tuberculose” no período de janeiro a abril de 2016. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva e análise de conteúdo de Bardin. Nossos resultados demonstraram que 85,85% dos profissionais compreendem as diretrizes e protocolo do TDO, porém 78,82% seguem tais diretrizes e 71,48% se sentem motivados para inovar as suas práticas em relação ao TDO. Além disso, 76,68% participam nos treinamentos ofertados em relação ao manejo da tuberculose. Em entrevista realizada, observamos que embora alguns profissionais afirmem que compreendem as diretrizes do TDO, os discursos denunciam falta de conhecimento em relação a esta modalidade de tratamento, uma vez que o TDO consiste em observar a tomada da medicação, não em apenas em perguntar se o paciente tomou (Recorte1: a gente procurava saber (...), não ele não tomou ontem, mas hoje ele já tomou dois comprimidos – PS1 – município de Itacoatiara/ Recorte2: Eu deixava (a medicação) por semana, né! Aí geralmente eu deixava assim três dias: segunda, terça e quarta(...) no final de semana mais na segunda eu ia lá - PS2 – município de Tabatinga). Frente ao exposto, observamos a necessidade de ofertar treinamentos aos profissionais de saúde voltados para a realização do TDO especificamente, bem como, estimular a participação dos mesmos.

5393 A Gestão da Saúde no Enfrentamento da Sífilis em uma Importante Capital do Nordeste
José Douglas Tobias Magalhães da Silva

A Gestão da Saúde no Enfrentamento da Sífilis em uma Importante Capital do Nordeste

Autores: José Douglas Tobias Magalhães da Silva

A sífilis é uma doença sexualmente transmissível que representa nos dias atuais é desafio em saúde pública, é causada pelo agente etiológico da bactéria chamada de treponema palidum e  evolui em três fases, a saber: primária, secundária e terciária. Na corrente sanguínea de uma mulher grávida, existe a probabilidade do agente etiológico da sífilis ser transmitido para o feto a chamada transmissão vertical.1 Estima-se que 1,8 milhões de mulheres grávidas em todo o mundo estão infectadas com sífilis e uma boa parcela destas  não são diagnosticadas e nem tratadas, quinze países são considerados prioritários para o controle da sífilis congênita; Estes incluem o Brasil, devido ao tamanho da população e à prevalência de sífilis na gravidez2, o problema da sífilis congênita vem constituindo o lado mais preocupante da patologia3. Em muitos lugares do nordeste brasileiro a sífilis ainda é um problema agudo, há significativa  incidência na população, o estudo tem por finalidade relatar a experiência  no enfrentamento da sífilis em determinada em capital, que objetiva  melhorar  indicadores, sendo um esforço entre gestores e profissionais de saúde para uma intervenção mais refinada na comunidade. Trata-se de estudo descritivo do tipo relato de experiência, que propõe descrever a experiência do enfretamento da sífilis em determinada capital do nordeste. A experiência tem início com uma capacitação e orientações sobre aplicação de um instrumento nas equipes da Estratégia de Saúde da Família(ESF) que buscava não só fornecer orientações e sugestões de como realizar o manejo dos pacientes acometidos pela sífilis, como também de compreender seus perfis de atuação no enfrentamento da sífilis,  depois de aplicar os instrumentos podemos entender o quanto é heterogêneo as formas de execução dos trabalhos referente a sífilis na ESF e que tais orientações podem contribuir no aprimoramento do atendimento realizado pelos profissionais de saúde.  Fica evidente, desde que bem conduzidas, essas ações tem o potencial de melhorar a realidade da saúde buscando a garantia da universalidade e da integralidade ao mesmo tempo que combate incidência da sífilis.

3759 TERRITÓRIOS VULNERÁVEIS À OCORRÊNCIA DE TUBERCULOSE EM MUNICÍPIO DO NORDESTE BRASILEIRO PRIORITÁRIO PARA O CONTROLE DA DOENÇA.
Francisca Bárbara Gomes da Silva, Mônica Ribeiro Sousa, Floriacy Stabnow Santos, Lívia Fernanda Siqueira Santos, Menildes Paixão Ribeiro, Mellina Yamamura Calori, Ricardo Alexandre Arcêncio, Marcelino Santos Neto

TERRITÓRIOS VULNERÁVEIS À OCORRÊNCIA DE TUBERCULOSE EM MUNICÍPIO DO NORDESTE BRASILEIRO PRIORITÁRIO PARA O CONTROLE DA DOENÇA.

Autores: Francisca Bárbara Gomes da Silva, Mônica Ribeiro Sousa, Floriacy Stabnow Santos, Lívia Fernanda Siqueira Santos, Menildes Paixão Ribeiro, Mellina Yamamura Calori, Ricardo Alexandre Arcêncio, Marcelino Santos Neto

APRESENTAÇÃO: Considerada uma doença negligenciada e endêmica em diversos países, a tuberculose (TB) é responsável por cerca de 1,3 milhões de óbitos anualmente no mundo e estima-se que um terço da população mundial esteja infectada pelo bacilo estando, portanto, sob risco de desenvolver a doença, ademais, aproximadamente 95,0% dos casos de adoecimento ocorrem nos países em desenvolvimento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou que, no mundo, 10,4 milhões de pessoas tiveram TB em 2015, e mais de 1 milhão morreram por conta da doença. O Brasil é um dos 22 países que representam 80% da carga mundial da TB, sendo definido pela OMS como prioritário para o controle da TB no mundo. Considerando a direta relação que a doença possui com as condições precárias de vida das populações, a análise espacial da doença torna-se um instrumento importante para obter informações adicionais às análises convencionais, auxiliando na compreensão da dinâmica deste agravo e sua ocorrência no território. Assim, entender a distribuição da TB no espaço torna-se importante para o desenvolvimento de ações interse­toriais, coletivas e de saúde que possibilitem melhorias nas condições de vida do território, visto que a TB é uma doença considerada um problema social. Para sua prevenção e con­trole, devem-se levar em consideração os aspectos sociais, as situações de pobreza e a análise das iniquidades sociais dos diferentes cenários acometidos. Nessa lógica, é relevante o uso do instrumental da espacialização, mediante técnica de geoprocessamento, associada a uma visão globalizada do processo saúde-doença, para identificar cenários de vulnerabilidades à TB, e agir não só no ambiente clínico e biológico, mas também nos determinantes sociais da saúde-doença. Desse modo, a incorporação de novas tecnologias e o acesso às bases de dados secundários têm permitido que este tipo de análise possa ser amplamente utilizada. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo descrever a distribuição espacial dos casos de TB além de evidenciar territórios vulneráveis à ocorrencia da doença em Imperatriz-MA. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um estudo descritivo e ecológico, realizado em um dos municípios do nordeste brasileiro que, desde 2003, é considerado prioritário para o controle de doença. A população do estudo compreendeu todas as notificações compulsórias englobando todas as formas clínicas da TB no período de 2006 a 2015 do município de Imperatriz-MA. Os dados da pesquisa foram coletados em outubro de 2016 por meio Sistema de Informação de Notificação de Agravos (SINAN) do Serviço de Vigilância em Saúde (SVS) da Unidade Gestora Regional de Saúde de Imperatriz (UGRSI). Ademais, foram considerados como unidades de análise ecológica os setores censitários definidos pelo Censo Demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para análise espacial, primeiramente foi realizada a padronização e equiparação dos endereços (casos de TB) residentes das zonas urbana e rural do município de Imperatriz com a base cartográfica do município, empregando-se principalmente o software TerraView versão 4.2.2 e ferramenta Batch Geocode. Realizou-se a geocodificação propriamente dita,  que representa a interpolação linear do endereço completo, a um ponto no segmento de logradouro correspondente, sendo possível a partir de então, elaborar padrões de pontos de eventos. Em seguida, os casos geocodificados foram distribuídos espacialmente nos respectivos setores censitários.  Posteriormente realizou-se a análise da densidade de pontos por meio da estimativa kernel, que consiste na interpolação exploratória gerando uma superfície de densidade para a identificação e visualização de áreas quentes, no caso deste estudo áreas com maiores densidades de casos de TB, ou seja, potencialmente mais vulneráveis a presença deste evento. Realizou-se ainda a análise espacial de área, utilizando como unidade de análise ecológica espacial os setores censitários do município, com intuito de se obter as taxas de prevalência de TB. Desse modo, foram calculadas, por setor censitário e para o período de estudo, as taxas de prevalência de TB, dividindo-se, respectivamente, a somatória dos casos pela população padrão no meio do período (população urbana de Imperatriz) de cada setor censitário multiplicada por 100.000 e por fim dividida por 10, referente aos anos de estudo. Os mapas temáticos foram elaborados no ArcGis versão 10.5. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: No período analisado foram notificados 800 casos de TB, dos quais 761 casos (95,0%) foram geocodificados, sendo a maioria absoluta (99,7%) localizados na zona urbana. Os 39 (5,0%) casos, que não foram geocodificados, apresentaram incoerências e/ou inconsistências nos endereços informados, mesmo com as diversas estratégias de geocodificação utilizadas. Através da análise exploratória da densidade dos casos, realizada pela estimativa kernel, pode-se observar taxas que variaram de 0 a 31,79 casos de TB/Km2 e que os locais com maior densidade de casos, as chamadas “áreas quentes”, estão localizados na região central em direção ao sul do município, onde se verificam os setores censitários urbanos pertencentes aos bairros com maior registro de casos de TB no município em estudo. A análise espacial de área mostrou que a distribuição das taxas de prevalência de TB segundo setores censitários variou de 0,00 a 213 casos/100.000 habitantes-ano, confirmando que a distribuição espacial dos casos ocorre de forma heterogênea. A distribuição espacial dos casos de TB, com ênfase na distribuição heterogênea observada na cidade de Imperatriz deve ser considerada como o momento inicial de um processo de investigação e vigilância, que pode desencadear a focalização de áreas problemas e a identificação de elos frágeis do sistema de atenção à saúde da população alvo. Os setores censitários em que foram encontrados maiores percentuais de ocorrência de casos de TB fazem parte dos bairros Bacuri (118; 15,5%), Nova Imperatriz(83; 10,9% ), Centro(52; 6,8%), Santa Rita(52; 6,8%), Vila Lobão(47; 6,2%), Vila Nova(28;3,7%) e Vila Cafeteira(21; 2,7%). Tais espaços geográficos são considerados áreas de risco para a disseminação da doença, por consistirem em regiões com maiores densidades populacionais, precárias condições de vida ou onde o fluxo de pessoas é intenso. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Observaram-se taxas de prevalência de TB, segundo setores censitários, elevadas em comparação aos cenários internacional e nacional, evidenciando a necessidade de adoção de medidas de promoção e vigilância da saúde voltada para populações residentes em áreas de maior risco de ocorrência de casos de TB. Ressalta-se, ainda, que esse padrão não aleatório dos casos de TB notificados e identificados pelas análises espaciais realizadas (kernel e análise de área) sugere a dependência espacial da doença às áreas privadas de condições de moradia de qualidade, educação e renda. Novas investigações são necessárias no sentido de confirmação dessa hipótese. Por fim, salienta-se que o planejamento das ações a serem implementadas devem considerar as intensas desigualdades socioespaciais do município, tendo em vista ações em saúde mais efetivas e resolutivas, que resultaram em intervenções mais específicas, não apenas de saúde, mas também intersetoriais e coletivas, visando melhores condições de vida e redução das iniquidades sociais.

957 Paciente em abandono ou abandonado?
Naila Feichas

Paciente em abandono ou abandonado?

Autores: Naila Feichas

Em 2015, algumas pessoas da comunidade União apresentaram adoecimento por tuberculose, dentre elas, dois comunitários que tiveram dificuldade em fazer o tratamento. A equipe da estratégia saúde da família está presente neste território há 17 anos e acompanha estas duas pessoas: um senhor de 75 anos (Sr.F) com falta de ar que procurou espontâneamente a equipe e uma senhora de 38 anos (sra.P) que fez o exame de tuberculose a pedido da agente de saúde durante ação comunitária desenvolvida após o diagnóstico do Sr.F e de mais 3 vizinhos. Neste relato de vivência da médica, do médico residente e da equipe de saúde da família, discutiremos princípios do SUS e da Medicina de Família e Comunidade: cuidado longitudinal, atenção primária orientada à comunidade, vínculo, medicina centrada na pessoa, competência cultural ou antropologia da saúde, construindo com os 2 comunitários seu itinerário terapêutico, estando junto a eles neste caminhar por entre caroços de tucumã, lá no Greenville onde a vida luta para sobreviver diariamente contra todas as possibilidades. Nos propomos a não abandoná-los e respeitar sua autonomia em relação ao cuidado. Sr.F é cuidador popular, sabe puxar “dismentidura”, “costurar rasgadura” mas não entende sua doença pulmonar e pede ajuda; P. quer mudar de vida, pagar o que deve à justiça e ver o neto crescer.

5130 ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL NO CONTEXTO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E A HANSENÍASE EM PERNAMBUCO
Danielle Christine Moura dos Santos, Raphaela Delmondes do Nascimento, Marize Conceição Ventin, Niedja Madelon Nascimento Souza, Marielle de lima Belmonte, Maria Georgia Torres Alves

ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL NO CONTEXTO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E A HANSENÍASE EM PERNAMBUCO

Autores: Danielle Christine Moura dos Santos, Raphaela Delmondes do Nascimento, Marize Conceição Ventin, Niedja Madelon Nascimento Souza, Marielle de lima Belmonte, Maria Georgia Torres Alves

APRESENTAÇÃO No Brasil, a hanseníase constitui-se um dos mais antigos problemas de saúde pública, isto tanto pela sua magnitude, quanto pelas consequências físicas, psíquicas e sociais causadas para o doente e sua família. É uma doença milenar, infectocontagiosa e com alto poder incapacitante, demandando assistência clínico-cirúrgica, reabilitadora, psicossocial e ações epidemiológicas. A doença é considerada endêmica no Brasil, e inclusa no rol das doenças negligenciadas/estigmatizadas. Pelas suas características clínicas, epidemiológicas e pelo impacto causado pela doença ao indivíduo e a sua família, demanda acompanhamento de longo prazo. Neste sentido, o Estado deve criar, implantar e implementar Políticas que sejam capazes de controlar a hanseníase e responder as necessidades das pessoas que foram acometidas pela doença, considerando as mesmas em suas singularidades. Neste contexto, foi criado um Programa de Extensão Universitária que faz parte do Grupo de Pesquisa e Extensão Hanseníase, Cuidado e Direito à Saúde.  O Programa tem o objetivo de promover ações de cuidado e de busca da garantia de direitos às pessoas atingidas pela doença de forma interdisciplinar e interinstitucional, buscando o fortalecimento da participação social, por meio da inserção de estudantes de graduação dos cursos de enfermagem, nas ações do Movimento Social, Morhan (Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase) e\ou em conjunto às ações dos serviços de saúde. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO Propõe-se utilizar nas atividades do Programa a metodologia da problematização. O Programa envolve estudantes de enfermagem, selecionados e capacitados para a execução das ações, com a estrutura pedagógica centrada na problematização acerca dos direitos sociais, participação social, e educação popular em saúde, hanseníase e autocuidado. Para tanto, é realizada uma oficina com o total de 30h, distribuídas em atividades presenciais e à distância. Os extensionistas desenvolvem atividades ligadas aos conteúdos curriculares da relação estado, sociedade e políticas de saúde, da gestão em saúde, epidemiologia, vigilância em saúde, trabalho em equipe, prática clínica e participação social. Os locais de atuação são os municípios da Região Metropolitana de Recife. O público-alvo são as pessoas atingidas pela hanseníase; a população residente em territórios de abrangência de unidades de saúde da família com indicadores elevados para a hanseníase; trabalhadores de saúde da atenção básica e unidades de referência no tratamento da hanseníase; coordenadores municipais do Programa de Controle da Hanseníase; trabalhadores da previdência social; promotores públicos; conselheiros de saúde municipais e estadual. O Programa realiza a articulação entre diversas instituições, buscando aproximar o ensino e os serviços por meio da integração da Universidade, Movimento Social, Gestão da Saúde e Organização Não-Governamental. Assim, atua em conjunto com o Morhan-PE e conta com parceiros que realizam o planejamento e execução conjunta das atividades. Os parceiros são: a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, que vem realizando a articulação com os municípios, viabilizando o transporte dos membros dos projetos; Secretaria Municipal de Saúde de Recife; a NHR-Brasil, entidade holandesa. Atualmente o Programa é composto por dois projetos: ”Integração Morhan: Integralizando Práticas Acadêmicas a um Movimento Social” e “Práticas de Autocuidado em Hanseníase: reabilitação física e psicossocial”. RESULTADOS Anualmente cada projeto realiza reuniões de planejamento com os parceiros interinstitucionais, com o objetivo de identificar as principais demandas e as possibilidades de resolução conjunta. É composto em média por 07 a 10 estudantes voluntários, 01estudante monitor e 01 professor coordenador. Os objetivos do projeto integraçãomorhan buscam fortalecer a participação social na garantia dos direitos das pessoas atingidas pela hanseníase em Pernambuco, a partir do fomento ao Movimento Social Morhan, na formulação, implementação e monitoramento das Políticas Públicas que atingem a pessoa com hanseníase. Neste sentido, fortalece a Política Nacional de Controle da Hanseníase e o cuidado a estes usuários, ao tempo que se embasa em atividades que busquem o acompanhamento integral das pessoas acometidas pela doença, incluindo neste aspecto a luta pela garantia dos direitos destes usuários, se mostrando capaz de articular com outras políticas como as Políticas sociais de assistência e previdência, e no âmbito da saúde, com as Políticas relacionadas às pessoas com deficiências. As ações do projeto Integração Morhan envolveram a organização das ações de educação em saúde para o controle da hanseníase em conjunto com as Secretarias Municipais de Saúde; organização de oficinas, seminários e cursos de capacitação; promoção da rede de mobilização de voluntários do Morhan, núcleo Pernambuco; participação em assembléias e audiências públicas relacionada ao movimento scoial; realização de visitas em comunidades e serviços que acompanham pessoas acometidas pela doença;  reuniões com a gestão municipal e estadual para discussões sobre a política municipal e estadual de controle da hanseníase; promoção do Seminário para Educação em Hanseníase de Pernambuco, que ocorre anualmente e reúne aproximadamente 150 pessoas. Já o projeto que envolve o autocuidado em hanseníase, promoveu em 2017 a seleção e capacitação de 09 estudantes extensionistas: Planejamento das atividades: reúne-se Universidade, Movimento Social, Gestão, serviços de saúde e usuários para discutir e planejar a execução dos objetivos propostos. O trabalho intersetorial e a gestão compartilhada do projeto possibilitou maior alcance na proposta de fortalecimento dos Grupos de Autocuidado em hanseníase (GAC). Realizamos duas oficinas de planejamento 2017 em fevereiro, com 20 participantes. Foram capacitados coordenadores e líderes dos grupos. Fornecemos os insumos necessários para a promoção das práticas de autocuidado individual e em grupos. Foram realizadas visitas mensais aos GAC para o acompanhamento dos desafios enfrentados. Além de promover o monitoramento telefônico dos participantes dos GAC quanto a sua participação nos grupos e realização do autocuidado. Foram utilizadas técnicas de pesquisa para a avaliação e impacto das atividades propostas (questionário, entrevistas, grupos focais, observação sistemática). CONSIDERAÇÕES FINAIS Acredita-se que a inserção de estudantes em experiências como estas são fundamentais para a formação de um profissional crítico, reflexivo e comprometido com os problemas sociais e com a realidade dos serviços de assistência a estes usuários. Vêm se percebendo ao longo dos últimos 7 anos de atividades do Grupo, que este Programa faz parte, que a inserção de estudantes no projeto possibilita que o mesmo compreenda a realidade de certos grupos populacionais, que estão expostos a diferentes situações de vulnerabilidade, como os usuários com hanseníase. Reforça-se que em todas as suas dimensões a formação universitária deve pautar-se pelo desenvolvimento da capacidade de análise e raciocínio críticos, elementos fundamentais na construção e operacionalização relevantes do conhecimento. De tal modo, a extensão é um ensino vivo, na qual o aprendizado curricular fica exposto à incerteza do saber-fazendo, assim um dos grandes méritos é o de permitir a efetivação do aprendizado pela elaboração do raciocínio crítico diante de vivências no território. O princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão reflete um conceito de qualidade do trabalho acadêmico que favorece a aproximação entre universidade e sociedade, a autorreflexão crítica, a emancipação teórica e prática dos estudantes e o significado social do trabalho acadêmico. Assim, o Programa proposto busca o fortalecimento da integração ensino-serviço e a articulação da Universidade com um segmento organizado da sociedade, os serviços de saúde, e o terceiro setor.                  

5386 Estratégias para melhorar o Tratamento Diretamente Observado da Tuberculose
Lúcia Margareth Barreto Belmont, Amélia Nunes Sicsú, Débora Alencar Itaquy, Viviane Santana de Andrade, Ana Paula de Carvalho Portela, Luciana Oliveira Sousa, Ana Carolina Scarpel Moncaio, Pedro Fredemir Palha

Estratégias para melhorar o Tratamento Diretamente Observado da Tuberculose

Autores: Lúcia Margareth Barreto Belmont, Amélia Nunes Sicsú, Débora Alencar Itaquy, Viviane Santana de Andrade, Ana Paula de Carvalho Portela, Luciana Oliveira Sousa, Ana Carolina Scarpel Moncaio, Pedro Fredemir Palha

Desde quando a Tuberculose (TB) foi anunciada como uma calamidade mundial, a OMS vem implementando sucessivas políticas para diminuir seus alarmantes números. As estratégias implementadas mundialmente, especialmente nos países com alta carga da doença, são: Estratégia Directly Observed Treatment Short-Course (DOTS) (1994 a 2005), a estratégia STOP TB (2006-2015) e a estratégia END TB (2015-2035). O Tratamento Diretamente Observado (TDO) da TB é um dos pilares da Estratégia DOTS e vem permeando as políticas globais de controle da TB. Consiste na observação da tomada da medicação pela pessoa adoecida por um profissional de saúde, sendo recomendado sua execução como meio para melhorar a adesão da pessoa adoecida ao tratamento. Apesar de sua importância, o TDO tem apresentado algumas resistências por profissionais e pessoas adoecidas, sendo importante introduzir estratégias para melhorar a operacionalização do mesmo.  Nesse sentido, este estudo tem como objetivo analisar a percepção dos profissionais de saúde em relação às estratégias para melhorar o Tratamento Diretamente Observado (TDO) da tuberculose (TB). Trata-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa, sendo aplicado o instrumento “Avaliação da Transferência de Políticas – Inovação, Informação e Conhecimento em Tuberculose – ATP-IINFOC-TB” agrupado em sete domínios de análise. Nesse estudo serão apresentados os dados referentes ao domínio “Estratégias para melhorar o TDO da TB”.  O estudo foi realizado com 138 profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde e técnicos de Enfermagem) em 5 municípios interioranos prioritários para o controle da tuberculose no Amazonas.  A coleta de dados foi realizada nos meses de janeiro a abril de 2016. A análise dos dados foi realizada por meio de técnicas de estatística descritiva, utilizando o software Statistica 12, da Statsoft.Inc. Os resultados mostram que os profissionais de saúde em sua maioria concordaram em relação às variáveis: “necessidade de incorporação de outras instituições”; “necessidade de elaboração de plano de cuidado individual para a pessoa com TB em TDO” e “impacto positivo das ações de sensibilização no TDO” como estratégias para melhorar o TDO da TB. Todavia, a maioria não concordou que a unidade de saúde onde atua criou novas estratégias para trabalhar com o TDO e desenvolve ações intersetoriais para adesão ao TDO. Estas ações são consideradas essenciais para melhorar o TDO e impactar positivamente nos indicadores da doença. Frente ao exposto, verifica-se a necessidade de sensibilizar os profissionais a inovar suas ações e incorporar outros setores na luta contra a TB.

762 Contribuições da antropologia para análise da saúde e da enfermagem
tarciso feijó da silva, Helena Maria scherlowski Leal David

Contribuições da antropologia para análise da saúde e da enfermagem

Autores: tarciso feijó da silva, Helena Maria scherlowski Leal David

Objetivo: apresentar a importância da antropologia para compreensão de estudos na área da saúde e da enfermagem. Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura desenvolvida a partir do componente teórico utilizado pelos docentes da disciplina de produção social e psicossocial da saúde e da enfermagem do curso de doutorado do programa de pós-graduação em enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Resultados: Por apresentar diferentes métodos e técnicas de pesquisa e permitir uma abordagem para além do biológico ao considerar a doença como uma construção social influenciada pela cultura e pela subjetividade a Antropologia emergiu como potente ferramenta de análise para saúde e enfermagem. Os principais conceitos deste campo das ciências sociais discutidos a partir do referencial teórico utilizado na disciplina possibilitou um novo olhar sobre as questões que envolvem a saúde e a enfermagem. Conclusão: A relevância da cultura para abordagem integral dos sujeitos e coletividade, assim como para pensar saúde-doença mostrou-se relevante a partir da discussão que envolveu a Antropologia cultural.